16 DE DEZEMBRO DE 2024
177ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI
RESUMO
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h14min. Informa que foi publicado hoje no Diário Oficial o PDL 52/24, de sua autoria. Relata que este PDL revoga a Resolução nº 115/24, da Seduc, publicada na última semana. Discorre sobre o conteúdo desta resolução, que afirma atacar os professores e dificultar a aprovação dos mesmos nas perícias médicas e avaliações de desempenho. Ressalta que a resolução coloca critérios que considera inatingíveis pelos professores. Afirma que a Secretaria da Educação não cumpriu a liminar que anula artigos da Resolução nº 77/24, que fala sobre a realocação de professores, causando transtornos para todos os envolvidos. Comenta decisão do governo Tarcísio de Freitas, que, ao não renovar as isenções do setor de bares e restaurantes, prejudicará o setor, causando prejuízos e desemprego. Pede que seja mantida a isenção fiscal para os setores que geram renda e emprego para a população. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 17/12, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h29min.
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Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.
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Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL -
Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a
leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.
Eu queria, aqui da Presidência desta sessão da Assembleia Legislativa, informar a todos que
nós encaminhamos um PDL, um projeto de decreto legislativo, e que foi publicado
exatamente no dia de hoje, no “Diário Oficial”, que é o PDL nº 52, de 2024. Eu
gostaria de colocar aqui no telão a cópia deste PDL, repito, foi publicado
hoje, no “Diário Oficial”.
Este
projeto de decreto legislativo revoga, anula, susta a resolução da Secretaria
da Educação, da Seduc, nº 115, de 2024, que foi publicada na semana passada,
exatamente, no dia 13 de dezembro de 2024, na sexta-feira passada, na data do
famigerado AI nº 5, de 1968.
Nós
tivemos aqui, também, um AI nº 5 contra a Educação, contra os professores
ingressantes, os professores que foram aprovados no último concurso público,
que foram aprovados em uma prova extremamente difícil e complicada.
Depois
foram, também, expostos a várias humilhações e é um verdadeiro terrorismo no
processo de perícia médica, seja na empresa terceirizada, seja no próprio
departamento de perícias médicas.
E agora,
nessa última fase de efetivação, de garantia de efetivação, da estabilidade,
como reza a nossa Constituição Federal, os professores estão sendo atacados por
essa resolução que estabeleceu critérios inatingíveis, critérios que
dificilmente serão alcançados pelos professores, chegando ao cúmulo de um deles
dizer que se o aluno, por exemplo, não for bem avaliado nas avaliações
institucionais, como o Saresp, esse professor não ganhará a sua efetivação, a
sua estabilidade, ele não será aprovado na famosa avaliação de desempenho.
Então o
professor vai ficar refém da aprovação de uma prova do Saresp, por exemplo,
para que ele tenha a sua aprovação, também, na avaliação de desempenho. E aí
têm várias críticas, logicamente, a esse critério e os outros critérios também,
mas esse, por exemplo, a aprendizagem do aluno não
depende só da escola, não depende só do trabalho do professor, depende também
de outras condições objetivas, externas à própria escola. Então nada disso é
levado em consideração.
Então, na verdade, por detrás dessa
resolução, existe - nós não temos dúvida nenhuma - a intenção do governo em não
efetivar, em manter os professores precarizados, os professores de categoria
“O”, categoria “V”, para que o governo possa controlar ainda mais a rede
estadual de ensino, impedindo que esses professores possam se manifestar,
possam se organizar.
Então é nesse sentido que a Secretaria
da Educação tem solapado a tentativa de efetivação, chamando pouquíssimos
aprovados no concurso público, depois dificultando a aprovação desses
professores nas perícias médicas que nós já... (Pausa.)
Agora vou ter que retomar. Vou esperar
a TV Alesp voltar ao ar. Não voltou ainda a TV Alesp? Plenário? Agora sim. Nós
tivemos aqui um problema técnico, uma queda de energia, e a nossa sessão foi
interrompida, mas voltamos novamente.
Eu estava aqui denunciando a famigerada
Resolução nº 115, de 2024, e também dizendo que eu protocolei um PDL, o Projeto
de decreto legislativo nº 52, de 2024 - que está aqui, inclusive vou colocar de
novo aqui no telão da Assembleia Legislativa, para que todos tenham
conhecimento -, para revogar, para anular, para sustar essa perversa e nefasta
Resolução nº 115, de 2024, que cria critérios inatingíveis para prejudicar a
avaliação de desempenho dos professores no processo de efetivação, de garantia
da estabilidade do emprego durante os três anos.
Então, essa resolução da Secretaria da
Educação impõe, na verdade, critérios que não serão alcançados por uma boa
parte dos professores, chegando ao cúmulo de exigir que o professor, para que
ele seja aprovado na avaliação de desempenho, o aluno tenha que ter boas notas
no Saresp e isso não depende do trabalho do professor, como nós sabemos e como
eu disse há pouco. Então, por isso que essa resolução é importante. Ela tem que
ser aprovada para que nós possamos revogar imediatamente essa Resolução nº 115.
Quero ainda comunicar a todos que, até
agora, a Secretaria da Educação, a Seduc, não cumpriu a liminar que nós
ganhamos aqui no estado de São Paulo, aqui no Tribunal de Justiça, para anular
artigos da Resolução nº 77, de 2024, das realocações autoritárias e forçadas de
milhares de professores que estão sendo injustiçados e transferidos, demitidos,
das escolas PEI, do Programa de Ensino Integral. Já tinha denunciado isso na
semana passada.
Nós entramos com uma ação popular no
Tribunal de Justiça, o nosso coletivo Educação em Primeiro Lugar, composto pela
deputada federal Luciene Cavalcanti, pelo vereador Celso Giannazi e pelo meu
mandato aqui da Assembleia Legislativa, e a juíza deu a liminar, suspendendo os
artigos autoritários dessa resolução. É uma resolução que está causando um
grande prejuízo, um grande transtorno, não só para os professores e
professoras, mas também para os nossos alunos.
Então, nesse sentido, a liminar é
correta. Só que até agora, mesmo... A liminar tem o apoio do Ministério Público
Estadual, que se manifestou favoravelmente à nossa ação popular. E registro
ainda que há um mandado de segurança também do CPP, do Centro do Professorado
Paulista, com o mesmo teor, suspendendo para os associados do CPP os efeitos
dessa resolução.
Mas até agora, até exatamente esse
momento, hoje, dia 16 de dezembro, a Secretaria da Educação não cumpriu a
decisão, a liminar. Então, o governo está cometendo um crime e nós já
citamos...
Inclusive eu tenho aqui a cópia da
citação. Nós citamos a juíza, pedimos para a juíza tomar providências. O TJ tem
que exigir o cumprimento da liminar, porque não cumprir uma liminar é um crime.
A Secretaria da Educação tem que responder criminalmente pelo não cumprimento
dessa liminar, dessa decisão judicial.
Então, o nosso setor jurídico já
comunicou à juíza do caso que a Seduc, que o secretário Renato Feder, o
empresário dono da Multilaser, agora Multi, não está cumprindo a decisão.
E essa decisão é do dia 8. Mais de uma
semana já se passou e até agora nada, mesmo comunicando o secretário. Na semana
passada ele esteve aqui na Assembleia Legislativa. Eu entreguei a ele a
liminar, ele foi embora, não deu resposta e até agora não foi cumprida a
liminar. Então, ele tem que responder por isso.
É por isso que nós comunicamos, na data
de hoje - tenho aqui a comunicação da nossa assessoria jurídica -, a juíza do
caso. E que providências sejam tomadas imediatamente.
Por fim, antes de terminar, tem um
assunto gravíssimo que estamos acompanhando - estamos indignados -, que é uma
decisão do governador Tarcísio de Freitas que pode prejudicar, que vai
prejudicar, caso não haja a publicação de um novo decreto até o final do ano,
até o dia 31 de dezembro, vai prejudicar um setor importante que gera empregos
em todo o estado de São Paulo, que são os bares e restaurantes, que tem a ver
com a questão do ICMS, com as isenções fiscais.
Nós somos críticos das isenções fiscais
para os grandes grupos econômicos que não contribuem em nada para a geração de
emprego no estado de São Paulo e para as áreas sociais. Eu tenho feito várias
denúncias em relação a esses grupos.
A última que fiz foi em relação às
empresas de embalagens metálicas, que estavam tendo aqui uma isenção inexplicável
de ICMS. Eu fiz essa denúncia, fui ao Tribunal de Justiça, ao Ministério
Público, teve repercussão na imprensa e até agora o governo não recuou. Ele
está beneficiando um setor que ganha muito dinheiro; São Paulo perde milhões e
milhões de reais com essa isenção fiscal, sem que haja nada em troca.
E, tantos outros grupos do Agronegócio,
por exemplo, o decreto que dá isenção fiscal para o combustível de avião, que é
o querosene, também ainda não foi revogado. São Paulo não ganha nada com essa
isenção fiscal.
Mas, em relação a bares e restaurantes,
sim, porque tem a questão da alimentação. Milhares e milhares de pessoas se
alimentam em bares e restaurantes, sobretudo na hora do almoço. Então, haverá
um grande prejuízo para a população, para a alimentação da população e haverá
desemprego.
Tem a matéria que saiu na revista
“Exame”, no site da “Exame”, dando conta do que virá pela frente, caso o
governador mantenha essa decisão de não renovar um decreto que já existe há 30
anos, lá atrás. Desde o governo Fleury, existe um decreto dando a isenção para
esses setores de bares e restaurantes do estado de São Paulo.
O governo ameaça não renovar esse
decreto. Então, haverá um grande prejuízo, desemprego em massa nesse setor de
bares, restaurantes e hotéis. Tanto é que as entidades estão se mobilizando e
pressionando, pedindo para que o governador Tarcísio reveja essa gravíssima e
nefasta decisão que vai prejudicar todo o estado de São Paulo.
Repito que a nossa posição é contra dar
isenção fiscal e sem transparência para grandes grupos econômicos, muitos deles
devedores da dívida ativa do estado, e sem transparência.
O governo federal agora está dando
transparência para os grupos econômicos, para as empresas que têm isenção
fiscal. No estado de São Paulo, não há transparência. Nós já tentamos, fizemos
requerimento de informação, acionamos a Justiça e, até agora, não conseguimos
ter acesso aos grupos, às empresas que têm a isenção fiscal, e nem quais são os
critérios utilizados.
Isso é muito grave. Nós estamos denunciando,
cobrando transparência e cobrando que a isenção seja dada só para setores e
áreas econômicas que geram emprego e renda para a nossa população, que é o caso
de bares e restaurantes. Nesse sentido, nós exigimos a publicação imediata de
um novo decreto mantendo a isenção atual para esse setor.
Não havendo mais nenhum orador aqui
para fazer uso da palavra, e havendo acordo de lideranças, esta Presidência,
antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão
ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da última
quarta-feira.
Está levantada a sessão.
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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 29
minutos.
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