
29 DE SETEMBRO DE 2025
55ª SESSÃO SOLENE PARA OUTORGA DE COLAR DE HONRA AO MÉRITO LEGISLATIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO À SRA. ANA DO CARMO
Presidência: LUIZ FERNANDO
RESUMO
1 - LUIZ FERNANDO
Assume a Presidência e abre a sessão às 19h31min.
2 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Nomeia a Mesa e demais autoridades presentes. Convida o público para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".
3 - PRESIDENTE LUIZ FERNANDO
Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene para "Outorga de Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo a Ana do Carmo", por solicitação deste deputado. Reflete sobre o apoio às candidaturas da homenageada. Tece considerações sobre a atividade parlamentar da ex-deputada estadual.
4 - EDUARDO SUPLICY
Deputado estadual, faz pronunciamento.
5 - JORGE CARUSO
Deputado estadual, faz pronunciamento.
6 - BEATRIZ BRAGA
Fundadora da Eletra, faz pronunciamento.
7 - ANA PAULA
Filha da homenageada, faz pronunciamento.
8 - ALAN
Filho da homenageada, faz pronunciamento.
9 - VANESSA
Filha da homenageada, faz pronunciamento.
10 - JOSÉ DIRCEU
Ex-deputado estadual, faz pronunciamento.
11 - RÔMULO FERNANDES
Deputado estadual, faz pronunciamento.
12 - VICENTINHO
Deputado federal, faz pronunciamento.
13 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Anuncia a exibição de vídeo de pronunciamento de Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego.
14 - LUIZ FERNANDO
Anuncia a exibição de vídeo de pronunciamento do deputado estadual Donato.
15 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Anuncia a exibição de vídeo em homenagem a Ana do Carmo. Discorre a respeito das origens e da história política da homenageada. Informa a outorga de Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo a Ana do Carmo.
16 - ANA DO CARMO
Vereadora em São Bernardo do Campo, faz pronunciamento.
17 - LUIZ FERNANDO
Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 21h17min.
*
* *
ÍNTEGRA
*
* *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Luiz Fernando.
*
* *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Senhoras e senhores,
boa noite. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de outorgar o Colar de Honra ao
Mérito Legislativo do Estado de São Paulo à sempre deputada Ana do Carmo,
atualmente vereadora em São Bernardo do Campo.
Comunicamos aos presentes que esta
sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal da
Alesp no YouTube.
Vamos formar a Mesa que presidirá os
trabalhos nesta sessão solene. Convido para que componha a Mesa Diretora o
deputado estadual Luiz Fernando Teixeira, proponente e presidente desta sessão.
(Palmas.) Acompanhando o deputado, sua esposa Cristiana Ferreira. Convido também
a sempre deputada Ana do Carmo, vereadora em São Bernardo do Campo e
homenageada desta noite. (Palmas.)
Vamos formar a extensão da Mesa
Diretora com os convidados. Convido agora o deputado federal Vicentinho.
(Palmas.) Deputado estadual Eduardo Suplicy. (Palmas.) O também deputado
estadual Rômulo Fernandes. (Palmas.) Vereador de São Bernardo do Campo, Getulio
do Amarelinho. (Palmas.) Ex-ministro da Casa Civil, ex-dirigente nacional do
Partido dos Trabalhadores e sempre deputado José Dirceu. (Palmas.)
Agradecemos ainda a presença dos
familiares presentes na tribuna de honra: Ana Paula, Vanessa e Alan, filhos da
homenageada. (Palmas.) Ana Letícia e Bianca, netas da homenageada. (Palmas.)
Lúcia Gomes, apoiadora e amiga da homenageada. (Palmas.)
Neste momento, convido a todos para, em
posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.
* * *
- É
reproduzido o Hino Nacional Brasileiro.
* * *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - E eu gostaria de
convidar para compor a extensão da Mesa a Sra. Beatriz Braga, empresária do
ramo de Transporte Urbano. (Palmas.) Neste momento passo a palavra ao deputado
Luiz Fernando Teixeira para que proceda à abertura oficial desta sessão solene.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Boa noite a
todas, boa noite a todos. Antes de saudar mais alguém, queria saudar a sempre
deputada... Ela sempre foi a minha candidata, em quem eu votava e fazia
campanha, e nesta Casa aprendi muito com ela. Quero saudar a deputada Ana do
Carmo, quero saudar a família, filhas, filhos, netas.
Eu sei que tem parentes da Ana do Carmo
aqui, saudar a todos e todas. Queria cumprimentar o nosso querido deputado
federal do ABC, Vicentinho. Pedir uma salva de palmas. (Palmas.) Quero saudar o
nosso sempre senador e hoje eu tenho a honra de compor a bancada do Partido dos
Trabalhadores ao lado dele, o nosso querido Eduardo Suplicy, deputado estadual.
(Palmas.)
Quero saudar essa pessoa com quem eu
tenho aprendido muito também, o nosso querido deputado estadual de Mauá, mas de
todo o estado de São Paulo, que faz um trabalho fantástico nesta Casa, Rômulo
Fernandes. (Palmas.)
Quero saudar o meu querido vereador de
São Bernardo do Campo, que junto com a Ana compõe a nossa bancada, o querido
Getulio do Amarelinho. (Palmas.) O tempo é senhor da razão e hoje, está no meio
de nós, talvez uma das pessoas que sofreu uma das maiores injustiças neste País,
mas o tempo mostrou que era um grande estadista.
Hoje o presidente Lula está onde está
muito graças à articulação dessa pessoa e desse líder que foi ministro da Casa
Civil, foi presidente do Partido dos Trabalhadores, foi deputado estadual nesta
Casa, foi deputado federal, meu amigo José Dirceu. (Palmas.)
E eu deixei para saudar por último na Mesa,
que está aqui ao lado uma pessoa que faz parte da história de São Bernardo do
Campo. A família chegou ali há mais de 100 anos e tem feito um trabalho
fantástico na área de Transporte, mas não é só na área de Transporte.
É uma empreendedora que atua junto com
a família em várias áreas, muito amiga da deputada Ana do Carmo. E eu confesso
a vocês que eu fiquei morrendo de ciúmes da Ana do Carmo porque, Max, eu vim de
Brasília, ao lado da dona Beatriz, e ela veio falando bem da Ana de lá a aqui.
Eu voltei morrendo de ciúmes, eu falei: “Pô, ela não falou nem uma vez de mim”.
E eu queria dar as boas-vindas a minha
amiga, a amiga da Ana do Carmo, a querida Beatriz Braga. (Palmas.) Queria
saudar o presidente do meu partido em São Bernardo do Campo, querido Max Pinho,
esse jovem que toma posse. (Palmas.)
Saudar mais uma vez os filhos,
familiares: o Alan, filho da Ana, a Ana Paula Rosseto e a Vanessa do Carmo
Rosseto, filhas da Ana do Carmo. (Palmas.) E também essas duas joias, meninas
maravilhosas, a Ana Letícia Araújo Rosseto e a Bianca Araújo Rosseto. Olha que
meninas lindas. (Palmas.)
Saudar a Lúcia Maria que está com a Ana
desde sempre e está na porta do meu gabinete também, Lucinha. (Palmas.) Saudar
o Paulinho que foi vereador e propôs o título de cidadão de Serra Azul e hoje é
secretário do Meio Ambiente de Serra Azul/SP, o Paulo Cesar Batista Junior, o Paulinho.
(Palmas.)
Saudar a sempre vereadora e minha
assessora lá de Diadema, Lilian Cabrera. (Palmas.) Quero saudar o ex-vereador
da Capital, foi vereador só cinco vezes aqui da Capital. E foi deputado desta
Casa, amigo e assessor, Ítalo Cardoso, uma honra tê-lo aqui também.
Quero saudar o diretor da Fundacentro e
sempre assessor da deputada Ana do Carmo, José Cloves da Silva. Em nome dos
demais aqui presentes, quero saudar o Gijo, com quem eu também tive a honra de
homenagear nesta Casa e está lá no peito dele o Colar de Honra ao Mérito
Legislativo do Estado de São Paulo.
Quero saudar toda a assessoria da Ana
do Carmo, acho muito legal vê-los aqui, pessoas que... Ninguém faz nada sozinho
e vocês ajudaram a Ana a construir essa carreira maravilhosa e eu quero
cumprimentar todas as assessoras, todos os ex-assessores da deputada Ana do
Carmo, sejam muito bem-vindos.
Vejo aqui também o sempre vereador, só
oito vezes vereador, bateu no Ítalo. O Ítalo só foi cinco e o Zé Ferreira foi
oito vezes vereador de São Bernardo, quero te saudar. E sejam todas e todos
muito bem-vindos.
Iniciamos os nossos trabalhos nos
termos regimentais. Senhores e senhoras, esta sessão solene foi convocada pelo
presidente desta Casa de Leis, deputado André do Prado, atendendo a minha
solicitação com a finalidade de outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo
do Estado de São Paulo a sempre deputada Ana do Carmo.
Senhoras e senhores, eu vou pedir
licença para falar daqui, até porque eu engordei nos últimos dias 16 quilos e
aí eu tenho muita dificuldade na mobilidade e eu vou falar daqui e dizer para
vocês da honra. Eu entrei na política muito jovem, eu fui vereador em Casa
Branca.
Ah, desculpe-me, gente. Eu quero saudar
a minha esposa, Cristiana Ferreira. Pedir uma salva de palmas a essa mulher que
me atura, minha companheira, ajudadora, e dizer na frente de todo mundo que eu
te amo, amor.
Mas eu dizia que comecei na política
muito cedo, sou filho de uma família política, e, para mim, voto sempre foi uma
coisa muito séria, muito séria. Eu aprendi, minha mãe dizia que se uma pessoa
morresse na porta da UBS por falta de um atendimento, o prefeito tinha a culpa,
e, por acaso, o prefeito era meu pai.
Eu aprendi a política como um encargo,
não como um bônus, mas como um ônus. E meus votos sempre foram muito bem
escolhidos, nunca votei na pessoa porque é minha amiga, porque era uma pessoa
legal. Eu sempre votei em uma pessoa que eu achava que faria diferença, que
enfrentaria quando precisasse enfrentar, e eu tinha uma deputada estadual
chamada Ana do Carmo, como eu já disse a vocês.
E por que eu votava na Ana? Ana do
Carmo, de origem muito simples, era doméstica. Uma pessoa que deixou, muitas
vezes, de cuidar dela, mas, ao mesmo tempo que dividia a família dela, filhos,
filhas, marido, ela estava cuidando do vizinho que não tinha água, do vizinho
que não tinha luz, do vizinho que não tinha onde morar.
E eu falei: “Meu, essa mulher, deixa eu
ver se ela é tudo isso que eu ouço dizer dela”, e, assim, eu procurei conhecer
a Ana do Carmo mais de perto, porque eu sou caipira e muito desconfiado, e,
sobretudo, na política. E eu vi que a Ana do Carmo era mais do que eu achava
que fosse.
E ali eu comecei a fazer campanha junto
com a Ana, comecei a votar na Ana, pedir votos para a Ana em São Bernardo, mas
também lá na minha região onde eu fui vereador, na minha região onde eu ajudei
a construir a política do Partido dos Trabalhadores. E sempre fiz isso, porque
eu entendia ser necessário essa baixinha, essa mulher guerreira, porreta, estar
nesta Casa.
Depois eu fui convocado para ser candidato a
deputado. O principal motivo que eu não quis aceitar ser o candidato é porque
eu tinha uma deputada, e que eu poderia atrapalhar essa deputada. E eu confesso
a vocês que, para mim, foi uma coisa muito difícil deixar de votar nela.
O dia que eu fui votar na primeira vez
em mim, eu quase votei 13.632, porque eu estava acostumado a votar nesse
número, mas aí, Ana, eu confesso para você que, na hora, eu ainda peguei a
colinha e votei em mim mesmo. Tive a oportunidade de ser deputado ao lado da
Ana.
Uma mulher simples, mas simples. Quem
conhece a Ana sabe o que eu estou dizendo, humilde, mas pensa uma mulher que
enfrentou esta Casa, ela é composta... Tem muitos fazendeiros, muitos
industriais, gente poderosa, mas a Ana sempre fez a boa luta aqui na Casa,
enfrentando de igual para igual e sempre fazendo a diferença.
Nesta Casa, eu vi coisas tristes em
relação à Ana. Eu me lembro que, um dia, o Sr. Orlando Morando começou a
atingir a honra da Ana pelas condições sociais e econômicas dela, só que, na
política, ela a deixava no chão muitas léguas.
Essa mulher, eu a vi enfrentar os mais
variados temas aqui nesta Casa, propor leis fantásticas, colocar... Enfrentar
governos, governadores que queriam destruir a Educação ou que não faziam o que
deviam fazer na moradia, na parte social.
E ali estava uma baixinha, porque a
Ana, de fato, não tem muita altura, não, mas a estatura dela na política nos
deixava muitas vezes constrangido pela qualidade da guerra, da luta. Foram
quatro mandatos de vereadora antes de ser deputada estadual; fez quatro
mandatos de deputada estadual nesta Casa.
Uma Casa que é muito difícil chegar
aqui, muito difícil, porque são pessoas muito poderosas, com muito dinheiro,
que disputam a eleição para vir para cá. E a baixinha abria a urna, estava lá o
nome dela eleita, Ana do Carmo, e sempre honrando muito o eleitorado dela.
Deixou de estar aqui, e o povo lá de
São Bernardo falou assim: “Você não vai ficar quietinha, não”. E ela queria ir
para Minas pescar, porque ela tem um pedacinho de terra lá e tem uns lagos lá,
ela cria uns peixinhos. Ela queria ir pescar, o povo de São Bernardo disse “Que
pescar que nada, vamos para a Câmara Municipal”, e ela foi reeleita para o
sexto mandato de vereadora.
É uma história muito linda. Eu, em
2018, saí para fazer uma grande dobrada com a Ana do Carmo. Ela falou: “Eu não
quero mais ser deputada estadual. Quero tentar ir para Brasília porque eu ainda
não tive essa experiência”. Veio o federal, e eu vim estadual.
Fizemos uma dobrada quase que
exclusiva, não é, Aninha? E aí eu ouvi as melhores histórias da Ana, sabe? A
gente passava e falavam: “A senhora é que me fez isso. A senhora é que me fez
aquilo. Eu só moro aqui graças à senhora ter puxado a lona, ter ajudado nisso,
naquilo”.
Então, assim, ela é uma pessoa
diferente, diferenciada. E eu tenho certeza, Ana, que esta honraria, que hoje
você vai receber, não traduz a tua importância para a política e, sobretudo,
para a vida daquelas pessoas que mais precisam da nossa sociedade.
Rapidamente: 70 anos de idade, mineira,
está em São Bernardo desde 1966, construindo com os filhos, com o marido, e
agora com as netas, uma nova vida, um novo momento. E eu quero dizer Ana, da
honra que eu estou tendo no dia de hoje de te fazer esta homenagem.
O honrado aqui sou eu, minha esposa, o
nosso mandato e, sobretudo, a Assembleia Legislativa. Porque, muitas vezes, a
gente lembra de homenagear depois que a pessoa nos deixa. E a gente está
podendo homenagear uma pessoa que ainda está com só 70 anos - e com uma vontade
de viver até os 150.
Então Deus te abençoe, Ana. Continue
com essa força. Nós precisamos muito do teu trabalho, da tua briga. Pensa uma
mulher, gente, “braba”. Eu imagino o que os filhos passaram, porque, volta e
meia, ela vem me puxar a orelha: “Eu já te falei isso. Eu falei aquilo”, não
sei o quê e tal.
Ana... O movimento de moradia, a defesa
das mulheres, o meio ambiente e os direitos foram as principais bandeiras que a
Ana, aqui dentro desta Casa, defendeu com muita... O projeto... Na verdade, a
Ana aprovou um projeto muito bonito, que foi a defesa dos alimentos orgânicos e
a agroecologia. Isso é lei. E a Ana... Mas, dentre tantas outras leis que ela
aprovou, dentre tantos outros projetos que ela apresentou e fez passar...
Eu, aqui, ainda luto pela derrubada de
alguns vetos de algumas leis muito importantes. A gente vê muitos jovens se
suicidando, violência nas escolas, muito bullying.
E a Ana tem o primeiro projeto. Depois
eu vi alguns deputados federais apresentarem, outros estaduais apresentarem,
mas a Ana chegou a aprovar um projeto, que infelizmente foi vetado, para
colocar um assistente social e um psicólogo em todas as escolas. E, hoje, mais
do que nunca, mostra que o Estado vem se equivocando em não manter, não
implantar, não implementar...
Chega aqui mais um deputado que veio te
homenagear. Deputado Caruso, queria te convidar... Caruso, faz um favor. Salva
de palmas. (Palmas.) Nós já vamos arrumar um espaço para o Caruso estar aqui
conosco na Mesa. Se você puder se sentar aqui, já a gente te chama aqui para
cima, Caruso.
Dessa forma, gente, eu quero agradecer
a presença de todos e todas. Se hoje não fosse uma segunda-feira, se esta
sessão solene fosse em uma terça ou quarta-feira, eu diria que todos vocês
talvez tivessem que estar lá em cima, porque aí embaixo estaria ocupado por
deputadas e deputados, porque esta mulher sempre foi muito querida.
Muito obrigado.
Deus abençoe, Aninha.
Estamos juntos. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos ao
deputado Luiz Fernando Teixeira. Neste momento, ouviremos os membros da Mesa
extensora. O primeiro a usar a palavra é o deputado estadual Eduardo Suplicy.
(Palmas.)
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Caro deputado Luiz
Fernando Teixeira, querida deputada e vereadora Ana do Carmo, que tanto tem
honrado o povo paulista e brasileiro por sua atuação ali no ABC e com
repercussão por todo o Brasil, toda a cidade, porque nós pudemos ouvir hoje o
testemunho de tantas pessoas que reconheceram na Ana do Carmo uma pessoa que
tanto batalhou pela dignidade da pessoa humana, pela libertação, cada vez mais
forte, de cada mulher em nosso Brasil e de como precisamos avançar na direção
de políticas importantes.
Eu vou citar duas pelas quais eu tenho
batalhado bastante. Quero me juntar a vocês, porque, ali no ABC, no Sindicato
dos Metalúrgicos, está havendo agora um entendimento entre a Associação Flor da
Vida e a Prefeitura, seja de Ribeirão Pires, seja o Sindicato dos Metalúrgicos
do ABC, que estão provendo à população, aos metalúrgicos, por exemplo, a
possibilidade de estarem consultando a respeito dos benefícios da cannabis
medicinal.
E eu próprio sou testemunho e uma das
pessoas que tem melhorado muito, porque eu tive um problema de saúde neste ano
que passou e, felizmente, consegui, através de medicamentos, inclusive da cannabis
medicinal, melhorar consideravelmente. E eu também continuo na batalha e
convidando-a para estar sempre junto comigo nesta batalha pela Renda Básica de
Cidadania, universal e incondicional.
O Brasil é o primeiro país do mundo que
aprovou uma lei, há 21 anos, sancionada pelo presidente Lula numa belíssima
cerimônia. Estava presente minha mãe, aos 95 anos. Estavam presentes tantas
pessoas, inclusive o então ministro da Casa Civil, querido José Dirceu, que tem
acompanhado essa batalha ao longo desses 21 anos.
Mas eu estou persuadido de que mais e
mais a proposta de lei da Renda Básica Universal precisa apenas ser colocada, o
seu barco, no mar, como o próprio Lula, uma vez, na cerimônia de sanção, disse
que "há leis que pegam e outras que não pegam". Para fazer essa lei
pegar, nós precisamos levá-la adiante.
E eu tenho a confiança de que, para nós
efetivamente atendermos, por exemplo, às recomendações do papa Francisco de
colocar em prática aqueles instrumentos de política econômica que venham a
elevar o grau de justiça e o grau de liberdade para todos na sociedade,
devemos, então, caminhar na direção da Renda Básica Universal.
Então, eu quero aqui me colocar à
disposição, inclusive, de ali na sua cidade, se desejarem que eu venha
conversar sobre esse tema, basta me convidar, está bem?
Um grande abraço e meus parabéns.
(Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Neste momento, eu
gostaria de passar a palavra para o deputado Caruso. (Palmas.)
O
SR. JORGE CARUSO - MDB - Senhoras e senhores,
eu fiz questão de adentrar aqui, viu, Ana, para dar um testemunho para essas
pessoas todas que estão aqui. Eu tenho sete mandatos nesta Casa. A gente faz
amigos ao longo dos anos, a gente se depara com pessoas que brigam muito: umas
mais duras, outras mais gentis, algumas mais leais, outras não. Eu sou do MDB.
E, Luiz, quero te parabenizar por estar
presidindo esta sessão, por esta homenagem. Cumprimentar meu colega também,
deputado Eduardo Suplicy - eu costumo chamar de senador Suplicy. Quero fazer
uma homenagem aqui a todos, na pessoa do meu amigo José Dirceu. É um privilégio
estar aqui hoje. Cumprimentar a todos.
Mas, acima de tudo, viu, Ana,
cumprimentar a cada pessoa que está aqui hoje. Que, numa segunda-feira à noite,
em São Paulo, com trânsito, se essas pessoas estão aqui hoje para te
homenagear, isso não é por acaso. Isso se deve à história de uma vida pública
tua, das lutas, das alegrias, das tristezas, dos amigos que você construiu ao
longo dos anos, como construiu aqui nesta Casa, independente do partido
político.
Então, eu venho aqui em nome do MDB e
em meu nome para te dar os parabéns por sua gentileza, por sua simplicidade,
por sua luta no dia a dia. Você sempre foi uma pessoa muito leal, e isso não é
fácil a gente encontrar. Então, nosso muito obrigado, enquanto cidadão, porque
eu acho que a vida pública precisa de pessoas como você, e pessoas como você é
que fazem a diferença.
É um privilégio ter dividido e dividir
todas as formas de políticas públicas nas quais você estiver presente. Eu
espero estar presente em muitas, se Deus assim permitir. O que eu posso aqui
desejar em nosso nome é muitos, muitos anos de vida e muita saúde para que você
continue retribuindo a todos aqueles que estão aqui todo esse carinho, todo
esse trabalho, todo esse amor ao longo dos anos. Você é competente, mas, acima
de tudo, você é um ser humano fantástico.
Então, parabéns por essa homenagem.
(Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Quero muito
agradecer ao deputado Caruso, que vai ter que se ausentar. Passou para dar um
abraço, por isso a gente furou a fila para ele poder falar antes. Mas,
agradecer a esse amigo, querido deputado Caruso.
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Neste momento, eu
quero agradecer a presença do vereador de São Bernardo do Campo, Ananias
Andrade. (Palmas.) E eu convido agora, para fazer uso da palavra, a Sra. Beatriz
Braga. (Palmas.)
A
SRA. BEATRIZ BRAGA - Boa noite a todos.
Senhoras e senhores, na verdade, deputados, senadores e pessoas que estão junto
de nós aqui, e os nossos amigos são-bernardenses. Não podia de forma nenhuma
deixar de estar presente, pessoalmente aqui, para dizer o quanto, Luiz
Fernando, a sua homenagem é das mais verdadeiras possíveis para quem é uma
mulher de verdade.
Mulher de verdade, como a Ana, são
poucas as pessoas. Mulher de coragem, mulher de luta, mulher que eu via
madrugadas inteiras. E nós estávamos no mesmo bairro, em Ferrazópolis, em São
Bernardo, as pessoas a madrugada inteira iam para você internar nos hospitais,
para você levantar a casa que tinha ruído com enchente, você estava na luta com
ambulância, na luta com remédio para câncer, na luta por todas as coisas que
são, na verdade, as nossas lutas das mulheres brasileiras. (Palmas.)
E você nunca se negou em nenhum
momento. Eu, no mesmo bairro de São Bernardo que a Ana, eu via, na verdade, que
nunca houve o impossível para Ana, nunca houve um “não” para ninguém. E você,
nesses 50 anos que você chegou de Minas, e chegou em São Bernardo, eu pude
assistir. Nós fomos amigas, e você estava toda hora comigo, eu com você, não
importava partido, não importava o que fosse, Ana.
Você é uma mulher de verdade,
solidária, generosa. Abriu mão da sua vida pessoal, familiar, de Minas, a Minas
querida da sua vida, como o seu sítio, e você é uma mulher que representa
mesmo, condignamente, a política brasileira. Principalmente que você, eu sempre
te falo e não vou cansar de repetir, você é uma mulher política que trabalha
pelo povo, para o povo e com o povo, acima de tudo. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - E neste momento eu
convido para fazer uso da palavra a Ana Paula, a Vanessa e o Alan, filhos da
homenageada desta noite. (Palmas.)
A
SRA. ANA PAULA ROSSETO - Boa noite a todos.
Queria muito aqui agradecer, já em nome dos três filhos. Primeiramente ao
deputado Luiz Fernando por essa homenagem, porque mais uma que essa baixinha
recebe, muito mais do que merecida. Mas eu queria aqui falar um pouquinho,
agradecer, claro, a presença de todos, a presença das autoridades, mas falar um
pouquinho aqui em nome da família.
Como alguns já falaram, ela abdicou
muitas vezes, desculpa se eu me emocionar, porque é muito... (Palmas.) Como
alguns já falaram, ela muitas vezes abdicou da família, para estar sempre
trabalhando. Trabalhando para estar sempre em prol da população, sempre
ajudando o próximo.
E isso é difícil para a gente, como
filhos, principalmente porque, apesar de ela estar ajudando sempre, assim eu
digo, sempre falei que ela é o maior orgulho da minha vida. Não é porque é
minha mãe, mas quem conhece realmente sabe o exemplo de mulher, o exemplo de
caráter, o exemplo de ser humano que essa baixinha é, e estar aqui falando dela
hoje, não tem como não se emocionar. Mas isso sempre foi muito difícil para a
gente, como filhos, como família.
Muitas vezes, no almoço de domingo, ela
sempre ia almoçar correndo com a gente. Ela falava, não, eu preciso ir, porque
fulano está me esperando, ciclano está me esperando.
Então, realmente, o que as pessoas
falam dela é verdade, é real. Para ela, não tem sábado, não tem domingo, não
tem feriado. Se ela puder, enquanto ela estiver com saúde, enquanto Deus
permitir, ela vai estar ajudando o próximo.
Então, isso para a gente, como filhos,
é motivo de muito orgulho. Mas, ao mesmo tempo, também é difícil, porque a
gente fica, no fundo, a gente sente aquela falta. Queria estar mais próximo,
estar mais presente com a gente, mas algo maior fala para ela: não, eu preciso
ir, eu preciso ajudar o próximo.
Então, mãe, queria te agradecer por
tudo.
Você é o ser humano mais maravilhoso
que eu já conheci nessa vida.
Te amo muito. (Palmas.)
O
SR. ALAN RODRIGO ROSSETO - Vamos lá, né? Boa
noite a todos, queria agradecer a todos que estão aqui. Luiz Fernando, por essa
iniciativa maravilhosa. Minha mãe, todos conhecem, todos que estão aqui sabem
da luta dela. Então, a gente fica muito satisfeito e esse orgulho imenso que a
gente tem dela. E a gente fica feliz. A gente teve uma certa dificuldade, como
a Ana Paula falou, mas é um privilégio.
Tudo o que ela fez, por todos que ela
já ajudou, e todo mundo que ela ainda ajuda, e que, se Deus der saúde, ela
ainda vai ajudar muita gente e ajudar o nosso País, a nossa cidade, o nosso Estado,
a cada vez estar melhor. E a nossa população, e a nossa política cada vez ter
uma qualidade melhor.
Que assim seja. E que Deus abençoe a
todos, a todos nós. E vamos nessa, na luta sempre. E agora a Nessinha vai
finalizar aqui, que é uma poeta, um poema de autoria dela. Ela vai finalizar a
fala dos filhos e na luta sempre. Muito obrigada a todos e boa noite. (Palmas.)
A
SRA. VANESSA DO CARMO ROSSETO - Mãe, minha raiz e meu
mundo. Em você me encontro, de fato. No aconchego de seu abraço, minha alma se
sente em casa. Você é o livro onde aprendi a ser forte, o porto seguro. Nas
tempestades, sua sabedoria é meu maior tesouro, e seu amor é luz que me conduz.
Seu riso, minha melodia favorita.
Seu olhar, meu refúgio e paz. Obrigada por
dar cada lição, cada momento, por ser minha mãe e melhor amiga. Toda mulher é
como uma rosa, rainha de todas as flores. Mas há a mulher que também é minha
mãe e rainha, entre rainhas e todas as rosas.
Te amo, agradeço no fundo do meu
coração. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - E, neste momento, eu quero convidar para fazer uso da palavra o
ex-ministro da Casa Civil, ex-dirigente nacional do Partido dos Trabalhadores e
sempre deputado, José Dirceu. (Palmas.)
O
SR. JOSÉ DIRCEU - Uma boa-noite a todos e a todas. Ana, um abraço afetuoso, de luta
e combate sempre. O nosso deputado que preside essa sessão, Luiz Fernando. A Mesa
que já foi mencionada aqui.
Eu conheci a Ana do Carmo... já faz
mais de 40 anos, né, Ana? E fui à casa dela pela primeira vez e sou testemunha
do que os filhos falaram aqui. Mais do que isso, o nosso presidente Lula, a
candidata dele era Ana do Carmo, eu me lembro que ele falava isso. E nós, como
o Luiz Fernando, fizemos muitas campanhas juntas; a Ana sempre me apoiou.
Se nós estamos aqui hoje, se nós
governamos o Brasil de novo pela quinta vez, a terceira do presidente, e se o
Brasil mudou tanto nessas últimas décadas, é exatamente por mulheres como a Ana
do Carmo. Porque nem o PT, nem os nossos governos são produtos de nós que temos
mandato de governo ou de partido. É o trabalho de mulheres, como a Ana, que
construíram o PT e nos levaram ao governo.
E o que mais me... sempre me deixou
atraído pela personalidade, pela força da Ana, é que ela, nos momentos duros,
sempre estendeu a mão para mim. Eu me lembro. Sempre chegava para mim, quando
eu estava preso, uma palavra da Ana do Carmo: que eu lembrasse que ela e milhares
e milhões de petistas estavam com o presidente Lula, estavam conosco, que
éramos vítimas daquela perseguição política, que felizmente nós já superamos
com a eleição do presidente.
Então, Ana, essa é uma noite de
reconhecimento, de gratidão. Mas também é uma noite de compromisso: de nós
seguirmos o exemplo da Ana do Carmo, das novas gerações conhecerem a história
da Ana do Carmo, principalmente para compreender que só a luta faz a lei, que
só a luta transforma.
Se nós andarmos por São Bernardo, pelo
ABC, nós vamos encontrar em cada bairro, em cada rua, uma obra social, uma
conquista, uma reivindicação que a Ana lutou e conquistou. (Palmas.) É isso que
nós temos que ter como exemplo: o exemplo de uma mulher que não cansa de lutar
e que ainda não terminou a sua missão.
Nós ainda temos pela frente a reeleição
do presidente Lula o ano que vem. (Palmas.) E eu tenho certeza que a Ana do
Carmo estará na frente dessa luta, como sempre, batendo de porta em porta,
subindo nos ônibus, indo aonde o povo está para dizer a ele: “eu sou a
mensageira do presidente Lula”.
Grande abraço. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Neste momento eu convido para fazer uso da palavra o deputado
estadual Rômulo Fernandes.
O
SR. RÔMULO FERNANDES - PT - Boa noite a todos, boa noite a todas. Confessar que é a
primeira vez que eu estou falando aqui sem gravata, Luiz. Primeira vez. Hoje
pode.
Mas eu queria - economizar nos
cumprimentos -, mas eu queria começar fazendo um reconhecimento aqui. Antes de
falar da homenageada, eu queria falar do presidente da Mesa, Luiz Fernando.
Porque a gente tem que ter um reconhecimento aqui, Ana, que alguém falou aqui
nessa tribuna, que pouca gente reconhece o trabalho de companheiros e
companheiras, de gente que tem uma história.
Então eu queria começar pedindo uma
salva de palmas para o deputado Luiz Fernando, que teve essa coragem, que teve
esse reconhecimento, que é importante, Ana, porque muita gente, às vezes,
depois que a pessoa vai embora ou morre, lembra, né? Eu acho que esse tipo de
homenagem é fundamental. (Palmas.)
Eu queria começar dizendo isso e falar
de duas virtudes. Bom, os filhos dela chamaram Ana de baixinha, o Luiz Fernando
chamou de baixinha, então eu me dou o direito de falar dessa baixinha também,
está certo?
A Ana conheceu a minha mãe. Eu vou
falar da minha mãe porque a Ana sabe dessa história e eu me espelho muito nessa
história de reconhecimento dessa baixinha gigante.
Minha mãe foi vereadora em 1982. A Ana
foi eleita em 88, né, Ana? 88. E eu falo isso sendo filho de uma vereadora,
filho de uma mulher que ficou muito longe de casa, filho de uma mulher que era
xingada o tempo todo. E eu não tenho dúvida nenhuma de que a Ana passou por
todos esses perrengues. Então eu falo isso como filho, Ana, de uma vereadora
como você foi.
Então a gente sabe que uma mulher fazer
política em 1988 tinha que ter muita coragem. Está certo? Ser uma sindicalista,
ter uma história maravilhosa. Então teve essa coragem. E duas virtudes para mim
a Ana tem. Duas. Uma o Zé falou aqui, Zé Dirceu. Que intimidade, né, Zé!
O
Zé Dirceu falou, e a gente tem que ter esse reconhecimento: a gente, do PT, já
passou muito perrengue na vida, muito perrengue. Quem lembra de 2016? Quem
lembra quando o pessoal “mexeu com o Lula, mexeu comigo”, que eles queriam
tirar o Lula? Quem lembra quando o Lula foi preso? Quem lembra quando eles
tentaram dar o golpe para a gente? E aquela baixinha nunca pipocou. Nunca
pipocou. (Palmas.)
Estas coisas a gente tem que falar em
alto e bom som: muita gente saiu fora, muita gente saiu fora. Eu nunca vi a Ana
nem pensar num negócio desse. Então, eu queria parabenizar você por essa
coragem, viu, Ana! Porque foram poucas pessoas que fizeram isso. Então, a gente
tem que ter esse reconhecimento.
E o segundo reconhecimento, que eu faço
da Ana... Quando a gente é eleito vereador, ou deputado, ou senador, ou
governador, ou presidente da República, a gente tem que fazer uma pergunta.
Para quem a gente quer governar? A quem a gente vai colocar o mandato à
disposição? A quem nós vamos fazer as lutas? A quem nós vamos ajudar?
Porque, às vezes, as pessoas são
eleitas e mudam, esquecem a sua origem, e começam a fazer política para outras
pessoas. Esta mulher, novamente, nunca pipocou para quem ela quer fazer
política, e para quem ela quer transformar, e que país e que cidade que ela
quer. (Palmas.)
Ela nunca titubeou. Então, Ana, hoje é
um dia de festa, um dia de alegria, um dia de reconhecimento. Então você tem o
meu carinho, orgulho, reconhecimento dessa linda história que não vai terminar
por aqui, como diz o José Dirceu. No ano que vem a gente tem uma grande tarefa.
Eu tenho certeza absoluta que a primeira da lista, na lista da Ana é a seguinte:
eleger o presidente Lula novamente. (Palmas.)
Parabéns a todos.
Um carinho e um abraço, Ana.
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido, neste
momento, para fazer uso da palavra, o deputado federal Vicentinho. (Palmas.)
O
SR. VICENTINHO - Obrigado, Guga. Boa noite senhoras e senhores, companheiras e
companheiros. Saúdo esta digníssima Mesa aqui composta, saúdo a Mesa também em
cima composta. Saúdo meu companheiro Luiz Fernando, parabéns por esta brilhante
iniciativa.
Saudar a querida Cris e dizer, Luiz
Fernando, eu estava no mesmo voo, você sabe disso, que você, quando vinha com a
dona Beatriz. E eu fui testemunha: conversaram a viagem inteira. Eu ali atrás,
ali, as duas cadeiras, falei: “Meu Deus do céu, o que será que estão falando
tanto? Estavam falando da Ana do Carmo. Parabéns. (Palmas.)
Aninha, querida, antes de mais nada, eu
queria dizer para vocês, pessoal, que a gente sabe quem são as pessoas nas
horas em que a gente mais precisa. Normalmente é assim. Quando a minha filhinha
faleceu... Aliás, agradeço a tantos de vocês que estiveram presentes, que
mandaram mensagem de solidariedade. Eu ainda continuo lutando para transformar
esse momento de tristeza e de dor em saudades e em boas memórias.
Mas eu não esqueço da presença da
companheira Ana do Carmo lá no cemitério, na missa de sétimo dia, ao lado do
nosso querido Suplicy. E não esqueço de uma coisa que eu vou guardar para a
vida inteira. Uma belíssima carta, uma belíssima missão, que a Ana conseguiu
fazer na Câmara dos Vereadores, falando da história da minha querida Luaninha.
Obrigado Ana querida. Muito obrigado, viu! Muito obrigado. (Palmas.)
Eu, antes de qualquer coisa, apesar
desse momento estar até um pouco emocionado, pessoal, eu queria dizer que nós
estamos vivendo, apesar de tudo que já foi dito aqui, com tanta seriedade e com
tanta importância, nós estamos vivendo momentos felizes, viu, pessoal! Apesar
do sofrimento, né! Aquilo que aconteceu na Avenida Paulista, né, Zé! Aquilo que
aconteceu na Avenida Paulista é motivo para ter alegria e muita esperança.
Quando nós chegamos na Câmara dos
Deputados, que olhamos para a cara daqueles deputados golpistas, foi muito bom.
O sorriso deles amarelo, meio sem jeito, desapareceram do plenário.
No dia seguinte, apesar da dor da
votação dessa maldita PEC da Blindagem, no dia seguinte, o Senado derruba, por
unanimidade, na CCJ, a PEC da Blindagem. (Palmas!) Alegria, né? Na mesma
semana, o presidente Lula faz um pronunciamento de estadista na Organização das
Nações Unidas.
Eu acho que todos nós temos a obrigação
de ouvir, de acompanhar o que o presidente Lula falou naquele dia. Ora, o Lula
falou tão bem que até o Trump ficou apaixonado, não é! Deu um clima, pintou um
clima, né? Não, clima não. Pintou uma química, né? Pintou uma química. Clima é
aquele outro, o Bolsonaro, quando viu crianças fragilizadas, meninas da
Venezuela, dizendo que pintou um clima. Devia pagar por isso.
Mas vamos falar de coisa boa. Então,
uma outra conquista maravilhosa é esta decisão do Senado. E vai ter mais, se
Deus quiser. Apesar da Câmara ter uma composição que não representa o nosso
povo brasileiro. Uma outra coisa, também de muita importância, e que nos dá
alegria, foi ver o presidente Lula, com 80 anos, correndo em defesa da saúde. (Palmas.)
Dia desse eu falei para Lula: “Presidente
Lula, você não está falando a verdade que está com 80 e tesão de 30?”
Ele falou: “Pergunta para a Janja.” O
nosso grande companheiro, presidente Lula. E a outra alegria é ver a Ana sendo
reconhecida através desse gesto do Luiz Fernando, aprovado pela Assembleia; não
é uma coisa só do Luiz Fernando, mas a Assembleia aprovou esse requerimento, o
reconhecimento de uma querida companheira, Ana do Carmo. Por isso, motivo de
alegria também.
E o que já foi dito dela aqui... Essa
semana, eu me reuni com a Ana. Estava lá o querido Gilmar. Nos reunimos, e as
palavras da Ana eram a preocupação com o povo, eram a preocupação com o pessoal
que estava carecendo de alguma coisa, pessoas carentes; sempre foi assim. E
cada um tem um momento de lembrar da Ana do Carmo.
Eu me lembro da Ana do Carmo
trabalhando de faxineira no Sindicato dos Metalúrgicos. Não foi, Aninha? Mas a
Aninha, lá no Sindicato dos Metalúrgicos, com... Faxineira, não; cozinheira, lá
no restaurante do sindicato. A Aninha já conquistava todo mundo ali, já era
líder. Ali, se ela fosse candidata a presidente, já ganhava daquele povo.
E a Ana, Vilmar acabou de me lembrar, foi
a primeira empregada doméstica a ser deputada do estado de São Paulo, assumindo
este cargo aqui na Casa. (Palmas.) Aninha, você também é daqueles, como as
grandes árvores: você não esquece a sua terra, não esquece a sua raiz e o seu
povo.
É em Minas Gerais, e o seu povo é a
partir de São Bernardo, porque hoje é no Estado inteiro. Você sabe que uma
árvore que tem raiz profunda aguenta todo tipo de tempestade, dá bons frutos e
sobrevive. E a Ana é esta que sobrevive, na política e na vida.
Me emocionei com os depoimentos das
meninas e do menino aqui. Cada um de nós tem filhos, cada um de nós sabe o
quanto é difícil a militância - né, Ananias? - com os nossos filhos. Portanto,
as meninas que aqui se pronunciaram, e o menino Alan, a Vanessa... E a
Andressa. É Andressa, né? Ana Paula. Perdão, Ana Paula.
Vocês sabem, né, a Ana tem uma família
muito maior do que vocês. Quantas vezes a Ana deve ter chegado em casa de
madrugada, e não ficou com vocês. Mas de madrugada ela estava salvando crianças
em algum lugar.
Quantas vezes a Ana não ficou o domingo
com vocês, mas certamente ela estava num barraco que foi derrubado, num lugar
que foi destruído pelo Poder Público; estava ao lado de uma mãe chorona,
sofrendo, que ali não tinha para onde ir. Isso vale a pena, Aninha. (Palmas.)
Isso vale a pena.
Eu sei que a emoção é grande. A gente
sente também, mas isso vale a pena. A Aninha sente a dor dos outros, e nós
aqui, e quem está nos vendo pela TV da Assembleia sabe que, se a gente não
estiver mais sentindo a dor dos outros, o problema não são os outros, o
problema somos nós.
E nós precisamos de seres humanos que
tenham esta capacidade. Assim, vai vencer a solidariedade; assim, vai vencer o
amor; assim, vai vencer a vida vivida plenamente. E esta missão, a querida
companheira Ana do Carmo cumpre. (Palmas.)
E olha, Aninha, tem uma coisa que eu
queria te falar: a gente sofre. A gente, às vezes, se decepciona com uma
pessoa, com outra, com um companheiro, com outra. Enfim, a gente fica meio
triste. Mas, Ana, você já provou: você é uma mulher que tem luz própria. E quem
tem luz própria, ninguém apaga.
Parabéns. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Guga, eu
queria quebrar o protocolo agora. Antes de você anunciar o vídeo, tem um outro
vídeo. Já chegou? Não chegou aí? Então, eu não vou quebrar protocolo nenhum.
Daqui a pouco, Guga.
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Então, neste momento,
vamos assistir a um vídeo de mensagem do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz
Marinho.
*
* *
- É exibido o vídeo.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Eu queria
chamar... Está pronto? É um vídeo, Ana: o líder da bancada do Partido dos
Trabalhadores, o Donato, fez questão de gravar um vídeo, também, para te
homenagear. Queria que fosse colocado.
*
* *
- É exibido o vídeo.
*
* *
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - E, antes de dar início
à outorga do Colar, vamos assistir a mais um vídeo em homenagem à sempre
deputada Ana do Carmo.
*
* *
- É exibido o vídeo.
*
* *
Neste
momento daremos início a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo a
sempre deputada Ana do Carmo. O Colar de Honra ao Mérito Legislativo é a mais
alta honraria conferida pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Foi
criado em 2015 e é concebido a pessoas naturais ou jurídicas, brasileiras ou
estrangeiras, civis ou militares que tenham atuado de maneira a contribuir para
o desenvolvimento social, cultural e econômico do nosso Estado como forma de
prestar-lhes pública e solenemente uma justa homenagem.
Esta
sessão solene homenageia com a outorga de Colar de Honra ao Mérito Legislativo
do Estado de São Paulo a sempre deputada Ana do Carmo. Mineira de Guaraciaba,
Ana do Carmo construiu sua trajetória com base na luta por direitos e justiça
social.
Moradora
de São Bernardo do Campo desde 1966, a parlamentar trilhou um caminho de garra
e perseverança que a levou a ocupar ao longo de dez mandatos cargos como
vereadora e deputada estadual.
Sua
trajetória se inicia no bairro de Ferrazópolis onde reside até hoje. Mãe de
três filhos, trabalhou como diarista até o início da década de 1980, quando
passou a atuar como auxiliar de cozinha no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Foi seu espírito de liderança que a levou a um novo caminho, a política com
forte presença entre os trabalhadores e o envolvimento no movimento por
moradia.
Foi
convidada por Luiz Inácio Lula da Silva para participar da fundação do Partido
dos Trabalhadores - no início relutou, mas acabou aceitando o desafio e se
tornou a filiada de número 32 do partido. A primeira tentativa de vereança não
resultou em vitória imediata, mas obteve expressivos 1.939 votos.
Seis
anos depois, voltou às urnas e foi eleita com 4.138 votos, sendo a vereadora
mais votada do partido no município. Depois disso foram cinco reeleições na Câmara
Municipal - 1989, 1993, 1997, 2001, 2021 e 2025 -, e quatro mandatos
consecutivos aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo - 2002, 2006, 2010 e
2014.
De
origem humilde, suas principais bandeiras sempre foram os movimentos de moradia
e a defesa dos direitos das mulheres, tendo participado ativamente de
ocupações, acampamentos e passeatas. Sua atuação também passou a incluir a
pauta ambiental, especialmente na última legislatura como deputada estadual.
Foi
uma das principais incentivadoras do projeto de aquecedor solar de baixo custo
para famílias carentes e da criação da Frente Parlamentar em Defesa dos Alimentos
Orgânicos e da Agroecologia, oficializado em março de 2013 aqui no Parlamento
paulista.
Ana
também apresentou projetos que impactaram diretamente a vida dos mais
vulneráveis, como a proposta que garante transporte gratuito para acompanhantes
de pessoas com deficiência. Aos 70 anos é atualmente vereadora de São Bernardo
do Campo no exercício do mandato.
Convidamos
para vir a frente os membros da Mesa diretora juntamente com a homenageada para
a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.
* * *
- É
feita a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.
* * *
Neste
momento convido a grande homenageada desta noite, a
sempre deputada, Ana do Carmo, para fazer uso da palavra aqui na tribuna, nesta
sessão solene. (Palmas.)
A
SRA. ANA DO CARMO - Pessoal, é muita
emoção para poder falar, mas vou tentar. Primeiro, começando agradecendo a
Deus, Nossa Senhora Aparecida, que me acompanham em todos os momentos e muita
gratidão a todos e todas que estão aqui, àqueles que não puderam estar e quem
também ajuda e sempre esteve junto nessa luta em defesa daqueles que mais
precisam. Então muita gratidão mesmo.
Vou começar aqui falando um pouco da
minha família, que tanto sofreu a vida toda com toda essa luta, mas também
sofri muito. Além de trabalhar, passar por regiões muito difíceis, situações
muito difíceis, muitas vezes, muitos aqui sabem, ameaçada de morte por defender
aqueles que mais precisam, para urbanizar as favelas - chamadas favelas, que
hoje se chama comunidade - que transformou de verdade a vida de muitas pessoas,
mas fui ameaçada por muitas vezes.
Na trajetória do dia a dia, por onde
Ana do Carmo passou, foram regiões de muito sofrimento, de pessoas que sofrem
muito. Então, assim, a vida toda foi muito dura de verdade, não é? E luto muito
para que pessoas não sofram, não passem por muitas coisas que passei de
sofrimento.
Costumo dizer que o nosso povo é um povo
generoso, quando tem oportunidade, 99% tenta ser correto e tenta melhorar a sua
situação e a vida daqueles que estão ao seu lado. Mas, infelizmente, falta
muito isso.
Falta às vezes o papel da comunidade em
não fazer. Um exemplo: hoje é muito difícil reunir uma população do tamanho que
está aqui, mas tem muitas instituições que ainda reúnem, como igrejas, tanto a
católica como as evangélicas, como um todo, e falta, às vezes, a gente levar
uma missão para essas pessoas muito fortes: que é olhar o próximo, trabalhar
para o próximo e um olhar de cuidado. Falta a gente falar muito isso, às vezes,
e a gente peca nesses momentos.
Por mais que aquelas pessoas que ali
então não querem ouvir, tem que ouvir, sim, a verdade, tem que ouvir, sim, que
a gente tem que olhar para aquele que está do nosso lado e que nós estamos
neste mundo de passagem.
Qualquer momento, qualquer um de nós,
nós estamos aqui agora, daqui a um segundo já podemos não estar mais. Então a
gente tem que olhar para o próximo sim, e cuidar daqueles que mais precisam.
Foi, de fato, o que pautei na minha vida toda, foi fazer isso.
Quero dizer para todos vocês que essa
homenagem é de todos vocês. Sozinha, a Ana do Carmo nunca iria para lugar
nenhum. A Ana do Carmo foi sempre acompanhada por muitas e muitas pessoas que
ajudaram nessa construção desse nome que virou uma marca, que é “Ana do Carmo”.
Então, assim, eu costumo dizer que,
quanto mais eu trabalhar, eu nunca vou pagar o que uma parte muito grande do
povo fez pela Ana do Carmo em momentos muito difíceis, naquela época. E muitos,
quase que 90%, ou mais, dessa população, nunca precisou da Ana do Carmo.
Em troca, aqueles que precisam, quando
procuram, eu faço de tudo mesmo para atender. Não interessa se votou, se não
votou e quem quer que seja. Precisou, o que eu puder, eu estou para fazer.
(Palmas.) Eu estou para servir essas pessoas.
Por isso eu quero, aqui, dizer para
vocês que eu passei por esta Casa por 16 anos. De fato, cheguei aqui pelo
pedido do nosso sempre e eterno presidente Lula, que eu chamo de “meu Lulinha”.
Foi ele quem me convidou, pediu para que eu fosse candidata. E eu me orgulho
muito de ter tido esse apoio dele a vida toda. Muita gratidão. Como eu tenho
toda a gratidão do mundo com todos vocês que aqui estão.
Eu não vou conseguir falar o nome de
todos aqui, mas eu vou falar o nome de algumas pessoas, pelo menos. Primeiro eu
quero começar, em nome do Marco Aurélio, que está aí, Dr. Marco Aurélio, que
sempre me acompanhou. Ele assinou a minha ficha de filiação, e dali para cá ele
nunca mais me largou. A gente sempre esteve junto. Ele foi chefe do meu
gabinete por muitos anos.
Mas, com mandato, sem mandato, o Marco
Aurélio, o Arquimedes, em nome deles dois eu vou falar de todos vocês que me
acompanham, que fizeram parte dessa história, que fazem parte dessa história.
Continuam fazendo parte dessa história,
e continuam junto com a Ana do Carmo. Isso é um orgulho para mim muito grande.
Não é porque teve assessor ou não. Vocês continuam com a Ana do Carmo, lutando
no dia a dia na vida de vocês, mas ajudando Ana do Carmo. Lutando para
sobreviver, mas ajudando Ana do Carmo.
Portanto, Marco Aurélio, em seu nome,
eu quero abraçar e agradecer todos esses companheiros e companheiras que
passaram pelo mandato e que estão juntos com a Ana do Carmo. Obrigada por tudo,
tá bom? (Palmas.)
E a Lúcia... A gente chama “Lúcia
velha”, não é? Eu falo para a Lúcia que ela agora substituiu a minha mãe, que
Deus levou. E está aqui a Lúcia, que me acompanha, também, a vida toda, como a
Sônia, do Estoril. As duas mais antigas, acho, aqui. A Sônia desde 89, não é,
Sônia? Podem ir milhões de pessoas na casa da Sônia. Ela: “eu sou Ana do Carmo,
eu sou Ana do Carmo, eu sou Ana do Carmo”. Mora lá no Estoril, faz campanha
voluntária.
Enfim, pessoal, se eu for ficar falando
aqui de um por um, a gente vai passar a noite toda e não dá. Mas então eu quero
assim com muita alegria dizer para vocês que... Infelizmente, o meu marido não
está aqui, porque ele viajou e não conseguiu voltar. Mas eu sou casada já vão
fazer 50 anos.
Só não pôde estar aqui hoje a minha
neta, Isabele, porque ela está trabalhando neste horário, a minha neta, filha
do Alan. E estão aqui a minha nora, as minhas netas. O meu netinho, filho da
Ana Paula, também não conseguiu vir. Mas estão aqui, e todos aqui. Aqui eu
tenho dois compadres: o João e compadre Chico. Chicão, que está ali. O Chicão
me acompanha desde 1977.
E eu queria muito que o Braguinha
estivesse aqui. Cadê o Braguinha? E a Guiomar. A Guiomar que está ali, que é do
Limpão. Me acompanha desde 87. Braguinha, que eu pedi para ele vir, ele não
veio. Ele é muito tímido, ele não vem. Mas está lá no Ferrazópolis. Graças a Deus,
está bem.
E o meu compadre Chicão, que é um
exemplo de lutador, é um exemplo de pessoa honesta, que está comigo desde 87.
Sempre voluntário e junto com a Ana do Carmo. Eu tenho muito carinho, muito
respeito por todos vocês. Todos. Sem exceção. Aqueles que chegaram depois e
aqueles que estão desde o começo, gente: 77, 78, 80, 81, 82.
Quando a Bia falou aqui que me conhece
faz tempo... Na verdade, eu cheguei em Ferrazópolis com dez anos de idade. A
empresa dela era uma empresa pequena. E eu cheguei e já comecei a lutar junto
com a Igreja Católica.
A gente não tinha igreja no nosso
bairro. As missas eram celebradas em uma sala de aula do Collaço. Eu e a minha
irmã, que tem já mais de 80 anos, eu vim morar com ela e a gente começou o
trabalho social ali. A igreja tinha como responsabilidade cuidar dos idosos
naquela época. A gente era... fomos duas enfrentadoras nessa luta. Eu, criança,
ajudando-a a dar banho, remédio.
Então assim, é toda uma história ali
naquele bairro em São Bernardo do Campo, e que se estendeu para o estado de São
Paulo. Eu só tenho que agradecer a Deus e a Nossa Senhora, e trabalhar, mesmo,
para ajudar aqueles que mais precisam.
E isso se estendeu para o estado de São
Paulo, o trabalho da Ana do Carmo, junto com o Marco Aurélio e toda a minha
equipe, junto com meu amigo que Deus levou que foi o Valter Carmona, que
avançou por esses interiores afora. Para vocês terem ideia, em uma cidade
chamada Cruzeiro, na minha primeira eleição, eu fui a mais votada da cidade,
com quase quatro mil votos. Foi muita luta.
Então assim, são coisas assim, história
mesmo, que não dá nem para ficar falando muito. Então, assim... Eu quero dizer
que eu me orgulho muito quando eu vejo compadre, queria estar vendo o
Braguinha, queria estar vendo aqui a Guiomar e muitos outros de vocês aqui.
E nessa caminhada toda, e como
deputada, eu tive a oportunidade de fazer muitos amigos por esse Estado afora.
Hoje eu não trabalho só para o povo de São Bernardo. Graças a Deus, eu ainda
consigo ajudar muitas pessoas do interior, que me procuram, que precisam, e a
gente está aqui estendendo as mãos para poder ajudar. Não é fácil, mas a gente
mexe daqui, mexe dali, e a gente tenta fazer de tudo para poder ajudar.
Então, agora, companheirada, é que eu
tenho mais tranquilidade para trabalhar, sabe por quê? Meus filhos ficam
falando, “não, mãe, a senhora tem que dar um tempo, tem que descansar, não sei
o quê”. Agora não, agora eles estão criados, eles é que têm que me ajudar a
fazer a campanha, minhas netas e todo mundo. (Palmas.)
Eles têm que pôr a cara na rua de
verdade mesmo e ajudar, sabe por quê? Quando eles eram pequenos, eu chorava e
eu não conseguia ir nas reuniões da escola deles.
Eu tenho uma foto da Ana Paula, que eu
vou mandar colocar para vocês verem nas minhas redes. Eu não fui na quadrilha,
na festa junina dela, foi a primeira que ela dançou. E ela chorou e fez uma
cara de triste e eu tenho essa foto.
Então, assim, foi muito duro, foi muito
duro. Mas Deus pôs muita gente na minha frente, muitos amigos, os vizinhos,
todo mundo me ajudou. Um corria com o menino para a escola, o outro corria para
levar no médico, o outro buscava. Nós sempre fomos uma família ali de muitas
pessoas.
Então, assim, eu tenho que agradecer
muito mesmo e dizer para os meus filhos que, graças a Deus, eles estão criados,
formados, trabalhando, têm a vida deles e têm que me ajudar. Eles que têm que
fazer almoço para mim agora na casa deles e têm que me ajudar (Palmas.) Porque
a minha luta eu faço aquilo que eu gosto e de coração.
Quero cumprimentar o Max, presidente do
PT. Quero cumprimentar aqui meu amigo Rômulo, que quando me conheceu em Embu
das Artes, pessoalmente, eu já conhecia ele, mas ele não lembrava de mim, eu
comecei a contar um pouco para ele.
Ele falou, “não acredito que tudo isso
aconteceu”. Eu falei, “pior que aconteceu”. Contei para ele que eu chegava da
prefeitura com o rosto todo sujo de carvão de trabalhar no sindicato e tem
muitas pessoas aqui que são testemunhas disso.
E ele não acreditou, mas é verdade. Mas
sempre tinha o dedo do Lula também para me ajudar. Então assim, quero
cumprimentar o Rômulo, cumprimentar meu amigo vereador Ananias, que eu pego no
pé dele também e falo, “você é novinho, vamos para cima, vamos brigar”. Mas ele
é briguento também e muito bom. Cumprimentar Getulio, meu amigo, nosso líder.
Cumprimentar meu amigo, companheiro Zé Dirceu.
Zé, eu não me esqueço quando o meu
presidente Lula, “meu Lulinha”, ligou e falou, “Aninha, eu quero que você
receba o Zé na tua casa, eu não vou poder ir”. Eu tinha acabado de mudar para
aquela casinha ali de cima, pequenininha que você viu lá. Ali eu tinha já os
meus três filhos e estavam todos dentro de casa comigo, dormiam todos em cima
de beliche.
E você sentou na sala, e a gente
conversou bastante e foi um “prazeraço” para eu fazer a sua campanha a pedido
do Lula. Foi muito bom ter te conhecido, muito obrigado por tudo. Meu amigo
Vicentinho, que foi o presidente do sindicato na época que eu trabalhei, não é
Vicentinho, que a gente brigou lá para as cozinheiras, merendeiras, terem hora
de almoço? Foi muito bom.
A luta sempre esteve no meu sangue, não
tem jeito, entendeu? Então, quero cumprimentar a todos vocês, cumprimentar aqui
o companheiro que saiu, agradecer ao Caruso, deixar registrado aqui pelas
palavras dele, o deputado Caruso, que passou aqui.
Suplicy, que fez caminhada nas últimas
eleições, pedindo apoio para Ana do Carmo. Quero aqui cumprimentar o Dr. Pedro
Gregori, que não pôde vir, parceiro de Ana do Carmo, de décadas, junto com o Dr.
Geraldo Reple.
Há décadas e décadas atrás, essas
pessoas já ajudavam Ana do Carmo. Graças a Deus, eu tive a honra e a alegria de
ter muita gente igual a mim, que não tem nível superior, mas tive e tenho
muitos médicos, advogados, engenheiros, que também são do time da Ana do Carmo.
(Palmas.)
Então, assim, graças a Deus, essas
pessoas fazem a diferença. Essas pessoas que nos socorrem na hora que a gente
precisa. E tanto é que está aqui o Geraldo ali, que eu conheço também quando eu
era solteira ainda, amigo. Ele vai fazer uma cirurgia agora em um hospital de
ponta, ajuda de quem? Pedro Gregori, entendeu? E Dr. Geraldo. Vai fazer uma
cirurgia muito séria, que Deus já pôs as mãos, vai dar tudo certo.
Então, assim, é muita história. E aí eu
tenho que falar o nome aqui de algumas pessoas. Ananias, eu já conversei, já
cumprimentei. O presidente do PT, eu já falei. Vicentinho, compadre Chicão, já
falei. Marco Aurélio. O Cloves, que está aqui presente também, presidente da
Fundacentro. A Sônia Lima, que já foi embora.
Agora eu quero cumprimentar o Paulinho
do Birordo, de Serra Azul, secretário de Meio Ambiente lá da Prefeitura. Foi
vereador, hoje o pai dele é vereador. É a família que eu apoio muito e que está
junto sempre.
É como irmão, não é, Paulinho? Já veio
na minha casa. Ele me chama de mãe e eu dou bronca nele mesmo. A hora que ele
erra, eu pego no pé dele. É meu companheirão, está aqui presente.
Muitas cidades do interior, o pessoal
não conseguiu vir. Falaram com o Marco Aurélio. O Marco Aurélio trabalhou nesse
convite. Avisaram, foi porque tiveram mesmo dificuldade em vir.
Quero cumprimentar o Gerson de Ubatuba,
que está aqui presente. Cadê ele? Está aqui junto com o Jerri, que é presidente
da Colônia dos Pescadores de Ubatuba.
Ubatuba é uma cidade que a gente
legalizou a comissão, virou Colônia dos Pescadores. É uma cidade que a gente
legalizou o Partido dos Trabalhadores, depois ganhamos a prefeitura, junto com
esse time aí, com o Gerson, o Jerri e o meu saudoso amigo Maurici, que Deus
levou.
Então, assim, Jerri, muita gratidão por
vocês terem vindo. Ele, que está sempre lá na minha casa e a gente está junto
aí na luta para que Deus, Nossa Senhora, coloque as mãos, que ele vai ficar bom
e vai fazer a campanha do nosso Lulinha também, o ano que vem, e dos nossos
companheiros do PT, claro, com certeza.
Deixe-me ver aqui se estou esquecendo
de mais alguém. Quero cumprimentar o pessoal da Santa Casa, a Santa Casa de
Misericórdia de São Bernardo do Campo, que fez uma belíssima audiência pública
aqui na Assembleia, com mais de 80 Santas Casas do estado de São Paulo, são
parceiros do mandato da Ana do Carmo, a gente se ajuda, muito obrigado por
tudo. Quero... eu estou esquecendo bastante gente, viu?
Ah é, quero cumprimentar o Gigio, dizer
para você obrigada. Você sabe que quando você me liga, é uma ordem, não é? Eu
vou correndo, você, o Adivina, muito obrigado pelo seu carinho, por tudo que
você faz para ajudar a Ana do Carmo, o mandato, para que a Ana do Carmo possa
ajudar aqueles que mais precisam. Obrigado demais, viu?
Quero agradecer muito a dona Beatriz,
que acabou de sair daqui. Nós éramos vizinhas lá no bairro e eu passava ali
naquela calçada quase todos os dias para ir trabalhar na Frei Gaspar. Para quem
é de São Bernardo, aquela casa de esquina da Frei Gaspar, onde é uma loja de
moto, foi a casa que eu trabalhei de dez anos de idade até 18 anos.
Era uma família japonesa, que acabou de
criar a Ana do Carmo. Aí depois eu saí e ficou minha irmã, que veio de Minas,
pequena também, que trabalhou lá também. É uma família japonesa que me tratou e
acabou de me criar com muito carinho e muito respeito. Então, a história da Ana
do Carmo é assim.
Eu quero cumprimentar o Coutinho, que
eu acabei de vê-lo lá atrás, quero cumprimentar o Ventura, com Cátia, que são
parceiros da Ana do Carmo desde sempre. Eu estou vendo ali o Gustavo,
Querubino, meu amigo. Enfim, gente, todos vocês, Edinei, todos vocês, meu muito
obrigada, a Zaninha e o Zé Ferreira.
Zé Ferreira que me socorreu muitas
vezes, não é, Zé? Na briga, foi lá entrar na frente do revólver para me
defender, eu não esqueço, não, viu? Você está na minha lista. É, foi muito...
Gente, foram épocas muito difíceis, muito mesmo. Então, assim, eu quero
agradecer a todos vocês, Jolimar, enfim. A Jolimar está aqui, olha, um grande
também.
Enfim, quero agradecer todos vocês, o
Marcelinho, que me apresentou o Rômulo, que está em tudo que a Ana do Carmo
faz, foi meu assessor, não é, Marcelinho? Graças a Deus, nos demos muito bem.
Enfim, gente, meu compadre João, que está ali também, minha comadre Rose.
Enfim, gente, todos vocês são muito
amigos da Ana do Carmo, eu tenho muito o que agradecer. A Ana Lúcia que está lá
atrás, estou enxergando-a pouco, mas estou vendo. Enfim, Fátima Araújo, Manuel
Andrade. Gente, o que eu não falar, vocês me desculpem, viu? Mas se sintam
todos abraçados. Zé Roberto, que está ali, que segura as pontas para mim,
enfim. Mais quem, Cátia? Ah, a Vera do Carmo, que está aí, conselheira tutelar.
É assim.
Pessoal, agora eu quero aqui, vou dizer
para vocês, eu estou muito emocionada mesmo, mas, assim, olha, quero dizer para
você, deputado, muito obrigado, para você e para a Cris, muito obrigado e eu
puxo a sua orelha também mesmo, porque preciso puxar de vez em quando. Você
também puxa a minha, mas o que importa é o respeito, é a nossa amizade, é o
carinho que eu tenho por você, muito obrigada, viu? Muito obrigada mesmo.
(Palmas.)
Que Deus, Nossa Senhora protejam você e
sua família. Você sabe que eu peço muito a Deus por vocês todos e a todos que
aqui estão, peço muito a Deus para todos vocês. Se eu for falar nome de todo
mundo, nós vamos ficar aqui noite inteira, vocês se sintam cumprimentados, se
sintam abraçados pela Ana do Carmo e saibam que vocês têm a Ana do Carmo como uma
amiga, uma amiga de verdade.
Muito obrigada a todos e todas, que
Deus abençoe muito a todos vocês. (Palmas.) Ah, e eu quero agradecer a Sônia
Lima. Ela passou por aqui, a Sônia Lima é uma grande parceira da Ana do Carmo,
ajuda muito nos conselhos, nas orientações e enfim, mas eu vou acabar
esquecendo alguém mesmo, não tem jeito, não é, gente? Não tem jeito, não é,
Paulinho? Não tem jeito.
Gente, muito, muito obrigado, um beijo
para vocês. Está aqui Fátima Araújo, enfim, muita gente. Muito obrigado a todos
e todas aqui, está bom?
Luiz, agora é com você. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Mestre de
cerimônia, deixe que eu dou continuidade agora, Guga. Gente, queria agradecer
muito a vocês, eu acho que ficou registrado nos anais dessa Casa a vida dessa
mulher, a luta dessa mulher, mas ficou registrado como deputada. Não, essa
homenagem é só pro forma, ela passou por aqui, ela fez a diferença aqui.
Eu fico, assim, muito lisonjeado de
ver, lá no fundo, toda a assessoria da Ana como deputada - está aqui o pessoal
que dava retaguarda para ela fazer - não é, Beto - o dia a dia da luta, pessoal
do gabinete, o pessoal da liderança. Parabéns a vocês, vocês são motivo de
inveja, porque vocês viveram ao lado da Ana, uma mulher que fez muito.
É, Alberto, está mandando um abraço
para você, mas, assim, óbvio que ela esqueceu de citar o mundo de gente que
está aqui, que construiu junto com a Ana uma história muito bonita.
Eu queria, finalizando, agradecer mais
uma vez ao deputado Vicentinho - esse guerreiro, irmão -, ao deputado Rômulo
Fernandes, aos vereadores Getulio do Amarelinho e Ananias de Andrade, ao grande
mentor do Partido dos Trabalhadores, de chegar à Presidência da República um
peão, o companheiro Zé Dirceu, agradecer mais uma vez o Max Pinho, nosso
presidente também, Dr. Cleiton Coutinho, que presidiu o PT até ontem, passando o bastão para o Max.
E aí, Max, o Cleiton estava me dizendo
o seguinte: “Eu elegi o presidente Lula, agora eu quero ver se ele vai eleger
também”. Então, essa tarefa é tua agora. Quero agradecer muito a sempre
vereadora e minha querida Lilian Cabrera, de Diadema, o diretor da Fundacentro
e ex-vereador em São Bernardo, José Cloves, queria te agradecer muito.
Em nome da Ana Lúcia, que já foi
citada, cumprimentar toda a assessoria da Ana do Carmo, cumprimentar o Sr.
Manuel - Ana, saiu lá de São Bernardo também, Sr. Manuel, da Pousada dos
Pescadores, para estar nesta homenagem.
Agradecer a tua presença, do teu filho
junto. Saudar o Manuel de Andrade, que é diretor na Secretaria de Esportes e
sempre ao lado da vereadora Ana do Carmo, deputada Ana do Carmo. Saudar os
ex-vereadores: Zé Ferreira, que está aqui honrando este evento, assim como a
Zaninha, dirigente estadual do PT, saudar o ex-vereador Luizinho, muito
importante a tua presença aqui também. Saudar a presidente da Associação Amigos
de Bairro do Limpão, a minha querida amiga Ivanilda, é um prazer tê-la aqui
conosco.
E saudar também o Paulinho, de Serra
Azul. Você é o cara que veio mais de longe, se bem que tem um pessoal de
Ubatuba, que não é perto, e está aqui conosco. Queria agradecer a todos os que
tornaram possível esse momento, cada servidor desta Casa, cada autoridade
presente e, sobretudo, cada cidadão que prestigiou este momento.
Agradecer muito ao Guga, que fez, como
mestre de cerimônia, e também à Mônica, minha assessora, que esteve à frente
dessa organização, ao pessoal da Casa que nos atendeu, do cerimonial, muito
obrigado. O pessoal do som, policiais civis e militares que estiveram aqui,
muito obrigado.
Boa noite.
Declaro encerrada essa solenidade.
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- Encerra-se a sessão.
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