27 DE NOVEMBRO DE 2024
165ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: DANILO CAMPETTI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - DANILO CAMPETTI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h04min.
2 - DR. JORGE DO CARMO
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI
Convoca sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 17 horas, ou dez minutos após o término da presente sessão. Convoca uma segunda sessão extraordinária a ser realizada hoje, dez minutos após o término da primeira sessão extraordinária.
4 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - PAULO MANSUR
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI
Solicita comportamento regimental ao público presente nas galerias.
8 - VITÃO DO CACHORRÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - ENIO TATTO
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - SOLANGE FREITAS
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - PROFESSORA BEBEL
Para comunicação, faz pronunciamento.
12 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI
Registra a manifestação, para resposta oportuna. Cumprimenta policiais responsáveis pela segurança da Casa.
13 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
14 - PROFESSORA BEBEL
Por inscrição, faz pronunciamento.
15 - PROFESSORA BEBEL
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
16 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 28/11, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 17 horas. Levanta a sessão às 15h12min.
*
* *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Danilo Campetti.
* * *
-
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS
- Boa tarde a todos, às Sras. Deputadas e Srs. Deputados, aos que nos
acompanham pela Rede Alesp, ao público presente nas galerias, às assessorias,
aos servidores da Casa, aos policiais civis e aos policiais militares.
Presente o número regimental de Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos
trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e
recebe o expediente.
Passamos, agora, ao Pequeno Expediente.
Inicio a lista de oradores do Pequeno Expediente convidando o deputado Dr.
Jorge do Carmo para fazer uso da palavra. Vossa Excelência tem a palavra pelo
tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT
- Sr. Presidente, deputado Danilo Campetti na Presidência do Pequeno
Expediente, nesta quarta-feira, 27 de novembro de 2024, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, público presente, assessores, policiais, público da TV Alesp.
Sr. Presidente,
eu venho a esta tribuna para falar de uma situação da nossa cidade. Eu sou
paulistano - não paulistano, porque não nasci aqui -, mas moro aqui há quase 40
anos, eu já me considero um paulistano. Mas a nossa cidade, Sr. Presidente, a
cidade de São Paulo, é uma das cidades mais desiguais do mundo.
É uma cidade
rica, rica do ponto de vista orçamentário, “per capita”, mas pobre do ponto de
vista da desigualdade. Ou seja, na verdade, poucos têm muito, e muitos têm
quase nada. Por que falo isso? Porque saiu hoje esse mapa da desigualdade, e a
fonte é a Rede Nossa São Paulo.
Só para vocês
terem ideia, a média de expectativa de vida, de um bairro para o outro: Alto de
Pinheiros, 82 anos; Distrito do Anhanguera, lá no Parque do Morro Doce, por
exemplo, 58 anos. Diferença de 24 anos, na mesma cidade, a expectativa de vida,
por falta, evidentemente, de políticas públicas.
Mobilidade
urbana, o deslocamento da periferia, para quem mora no extremo da zona leste ou
no extremo da zona sul, chega a mais de uma hora. Isso sendo bastante otimista,
porque eu já ouvi relatos de que as pessoas demoram duas horas e meia, até
mais.
Então, a renda
média... uma pessoa que mora no Parque São Domingos, lá na região noroeste,
Pirituba ali, a renda média de quem mora naquela região é de 8.500 reais. Já
quem mora no extremo, quase no extremo da zona leste, Artur Alvim, a renda
média é de 2.000 reais.
Equipamentos
públicos de cultura e lazer: 24 distritos da periferia da cidade não têm nada
de cultura e lazer. Vinte e cinco por cento desses equipamentos existentes
estão na região central da cidade.
Ou seja, a
pessoa, se quiser ter cultura ou lazer, tem que se deslocar dos extremos da
zona sul, leste e oeste, e aí vai perder qualidade de vida, porque tem que
ficar no trânsito, além não ter recurso para isso.
É um ciclo
perverso de desigualdade. Quinze por cento da população vive em favelas na
nossa cidade. Mais de dois milhões de pessoas moram em condições precárias.
Hoje saiu esse
mapa e tem também uma matéria exibida hoje na TV Globo. Eu queria pedir para o
Machado, por gentileza, colocar aqui para a gente ilustrar. Vai ser lançado
hoje o novo mapa da desigualdade aqui da Capital paulista.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Pois é, Sr.
Presidente, só para concluir, para você e V. Exas. verem o quanto nós pagamos
de impostos. Nós estamos morando em uma cidade que tem uma expectativa, uma
estimativa de orçamento para 2025 - a cidade de São Paulo, só a cidade de São
Paulo - de 122 bilhões de reais, deputado Enio Tatto. E a gente vê essa
desigualdade.
Mas, mesmo assim,
o povo achou que estava bom, porque o prefeito foi reeleito com maioria
folgada, porque as pessoas viram que realmente não precisava trocar de gestor,
porque certamente entenderam que a cidade está bem administrada.
Eu discordo
plenamente, porque falta muita política pública para que alguém que mora em
Parelheiros, em Marsilac, em Cidade Tiradentes ou no distrito Anhanguera, como
foi mencionado, possa ter também um pouco de cultura, lazer, emprego, renda e
qualidade de vida.
Era isso, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS
- Muito obrigado, deputado Dr. Jorge do Carmo.
Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, nos
termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma
sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 17 horas ou dez minutos após o
término da presente sessão, em cumprimento ao interstício mínimo previsto no §
3° do Art. 100 do Regimento Interno, com a finalidade de ser apreciada a
seguinte Ordem do Dia:
* * *
-
NR - A Ordem do Dia para a 64a Sessão Extraordinária foi publicada
no D.O. de 28/11/2024.
* * *
Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, nos
termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma
segunda sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término
da primeira sessão extraordinária, com a finalidade de ser apreciada a seguinte
Ordem do Dia:
* * *
-
NR - A Ordem do Dia para a 65a Sessão Extraordinária foi publicada
no D.O. de 28/11/2024.
* * *
Seguindo a lista de oradores do Pequeno
Expediente, convido a deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputada Andréa
Werner. (Pausa.) Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
Vossa excelência tem a palavra pelo tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Danilo Campetti, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia.
Sr. Presidente,
eu queria fazer um apelo aqui à Prefeitura de São Paulo e, também, ao
diretor-presidente do Masp, no sentido de que a feira de antiguidades do vão
livre do Masp, que funciona todos os domingos - funcionava pelo menos todos os
domingos -, uma feira histórica, que faz parte do patrimônio cultural,
histórico e turístico da cidade de São Paulo - e eu diria do estado e do
Brasil, porque ela é uma referência também internacional - está sendo impedida
de ser realizada no vão livre do Masp.
Porque a
Prefeitura concedeu, fez uma concessão, por 20 anos, do vão livre do Masp para
o Masp. Porém, o Masp não está permitindo que haja continuidade da feira de
antiguidades. A feira foi expulsa.
Ela foi
transferida para o Parque Mário Covas, que não tem condições de abrigar todos
os integrantes dessa feira. E ela está funcionando precariamente, de forma
provisória, e tendo que pagar uma taxa altíssima, porque lá o parque está
privatizado, foi entregue para uma concessionária.
Então, nós estamos aqui... Essa feira
histórica que a cidade de São Paulo conhece, várias pessoas do Brasil e do
mundo conhecem essa feira que é, repito, é um patrimônio cultural, histórico e
turístico da cidade de São Paulo.
Ela será
praticamente inviabilizada caso isso ocorra de fato. Então nós estamos tomando
várias providências: primeiro, fazendo um apelo aqui ao prefeito Ricardo Nunes
para que reedite. Ele editou um decreto, mas não há nenhum artigo, nenhum
inciso, nenhuma alínea, nenhum parágrafo nesse decreto dizendo...
Tudo bem fazer
a concessão do vão livre do Masp para o próprio Masp, mas que tivesse ali uma
cláusula garantindo que aos domingos a feira fosse realizada, o espaço fosse
reservado para a realização da feira de antiguidades do vão livre do Masp.
Então isso não
aconteceu no decreto. Então o nosso pedido aqui, a nossa exigência em nome da
cidade de São Paulo, em nome da Cultura, em nome desse grande patrimônio
cultural, histórico e turístico.
Nós exigimos
que o prefeito reedite o decreto tendo um artigo garantindo essa concessão para
a feira de antiguidades e, ao mesmo tempo, que o Masp também tenha o mínimo de
sensibilidade e mantenha essa feira, que já existe há quase 50 anos, Sr.
Presidente, no vão livre do Masp. Ela foi, na verdade, incentivada pelo Pietro
Maria Bardi, olha só, mesmo assim o Masp não está respeitando essa tradição
histórica.
Essa é a
vontade da cidade de São Paulo, que, por exemplo, aos domingo a Avenida
Paulista é fechada para os automóveis, ela vira um centro da diversidade
cultural com várias atrações artísticas, culturais, enfim, com pessoas
passeando e curtindo a Avenida Paulista, pessoas que vêm, inclusive, de outras
cidades, de outros estados e de outros países.
A feira é uma
referência aos domingos, sempre foi. Então, é inconcebível que a Prefeitura não
tenha essa sensibilidade, que a Prefeitura não tome providências no sentido de
garantir esse patrimônio cultural na nossa cidade, inclusive que traz divisas
econômicas para o município. É isso, Sr. Presidente, tão simples, vamos manter
a feira de antiguidades.
Então faço esse
apelo ao prefeito Ricardo Nunes para que ele reedite o decreto garantindo a
permanência da feira e ao Masp também. Caso o prefeito não faça, não tenha essa
sensibilidade, esse compromisso com a feira de antiguidades, o diretor do Masp,
o Sr. Hélio Martins, pode muito bem fazer essa concessão que é o desejo, eu
tenho certeza, de toda cidade de São Paulo, de todas as pessoas que frequentam
a Avenida Paulista.
De qualquer
forma, nós já estamos tomando várias providências, logicamente, eu apresentei
um projeto de lei transformando a feira de antiguidades do vão livre do Masp em
patrimônio cultural e turístico. O vereador Celso Giannazi, aqui da Capital,
também fez o mesmo, inclusive ele apresentou um decreto, um PDL, um projeto de
decreto legislativo para revogar esse decreto.
E nós também
estamos acionando o Ministério Público estadual em defesa desse patrimônio
cultural e turístico da cidade de São Paulo. Então a feira de antiguidades do vão
livre do Masp fica lá no vão livre do Masp todos os domingos, essa é a nossa
luta e é a nossa exigência.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Muito obrigado, deputado Carlos Giannazi. Convido o deputado Reis, V. Exa. tem
a palavra pelo tempo regimental de cinco minutos.
O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Cumprimentar o público presente, cumprimentar os Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Civil, da
Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica e também todos
aqueles e aquelas que estão nos acompanhando pelas redes sociais.
Presidente deputado
Danilo Campetti, eu quero deixar registrado neste Pequeno Expediente um projeto
de minha autoria que foi publicado hoje no “Diário Oficial”, e que se trata da
aposentadoria do Programa de Aposentadoria Incentivada aos servidores
integrantes dos quadros da Polícia Civil.
O secretário da
Segurança Pública esteve aqui uns dias atrás. Ele falou que está em curso, no
governo, essa possibilidade de enviar um projeto para esta Casa tratando desse
incentivo de incentivar que os policiais civis possam se aposentar aos 65 anos
de idade. Hoje como funciona?
Hoje os
policiais podem se aposentar a partir dos 55 anos de idade, mas podem ficar até
os 75 anos de idade por conta da PEC da Bengala, que foi aprovada em Brasília
para que os ministros do Supremo Tribunal Federal pudessem ficar até os 75 anos
de idade. E relatou, assim, o secretário Guilherme Derrite, que não pode exigir
vigor físico de um investigador de 65, 70 anos. Por isso que ele estaria,
então, estudando, e o governo deve mandar essa proposta para esta Casa.
Só que a
proposta dele fala da questão das férias que o servidor não tirou durante o seu
período laboral e também de licença-prêmio, de pagar os blocos de
licença-prêmio para quem se colocar lá para se aposentar.
Mas, em
discussão com as entidades classistas, Sr. Presidente, o que pode realmente
demover os policiais civis a se aposentarem antes dos 75 anos é, pelo menos,
ter uma classe imediata, uma promoção quando requerer a aposentadoria.
Também eu tenho
essa ideia de um adicional, o equivalente ao abono permanência, porque o
governo, se o policial ficar até os 75 anos, vai ter que pagar esse abono
permanência.
Então, para
incentivar que esses policiais se aposentem aos 65 anos, para que eles possam
continuar recebendo um adicional, o equivalente ao abono permanência... Porque
já tem a previsão para pagamento, não é?
Se ele ficar
trabalhando, o governo vai ter que pagar. Se ele se aposentar, a ideia é que o
governo continue pagando até ele completar os 75 anos, porque, quando um
policial civil se aposenta, Sr. Presidente, ele perde praticamente um terço dos
seus vencimentos. Então, se o policial tem lá um rendimento de nove mil reais
líquidos, ele vai passar a receber seis.
Um delegado de polícia
que ganha seus 25 mil reais por mês vai passar a receber 17, 16 mil - com os
descontos, vai a 13, 14 mil reais. Por isso que ele não se aposenta, por isso
que ele continua trabalhando. Mesmo o secretário de Segurança Pública
entendendo que ele não tem vigor físico para continuar trabalhando, ele
continua trabalhando porque o prejuízo, quando ele pede a aposentadoria, é
muito grande.
Então eu estou
apresentando essa proposta. Inclusive, ontem dialoguei com o secretário, e ele
falou: “Não, nós temos um projeto que está há seis meses circulando no
governo”. É complicado isso, não é?
Porque o
governo é muito lento para dar respostas. Então leva seis meses, porque passa
em uma secretaria, passa na outra, passa na outra. Até chegar aqui na
Assembleia Legislativa é uma “via crucis”.
Então eu estou
propondo para que o policial, ao pedir a aposentadoria incentivada aos 65
anos... Aí vêm as regras. Que ele possa ter, além dessa questão das férias, do
bloco de licença-prêmio que o governo paga para ele em pecúnia, também uma
classe imediata, uma promoção. E aquele valor que é pago, o equivalente ao
abono permanência, que continue sendo pago dos 65 até os 75 anos, Sr.
Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado,
Deputado Reis. Convido agora o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Paulo
Mansur, V. Exa. tem a palavra pelo tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. PAULO MANSUR - PL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Quero cumprimentar
o presidente Danilo Campetti e todos os deputados aqui presentes. O STF
derrubou hoje a liminar que proibia a instituição do Programa Escola
Cívico-Militar aqui em São Paulo, que agora vai poder acontecer, mas não é um
motivo para a gente comemorar. Pelo contrário, é um motivo que fere a nossa democracia.
Nós votamos
neste Parlamento, na maioria dos 94 deputados, uma lei importantíssima para o
nosso estado de São Paulo, que não fere os alunos. É uma lei que vai dar
disciplina, qualidade de vida e um pensamento mais aberto para a cabeça das
crianças que resolverem estudar nas escolas cívico-militares. É uma escolha do
pai, não é uma obrigatoriedade.
Já temos na
lista 300 escolas querendo se inscrever no Projeto Escola Cívico-Militar dentro
do estado de São Paulo. Nós temos praticamente seis mil escolas estaduais
dentro do estado, e assim vai ter esta democracia agora para a nossa sociedade,
que irá poder escolher, sim, a escola que o aluno vai poder estudar.
Agora, o que me
chama atenção é que, nessa PEC 09, que estamos aqui dentro do Parlamento querendo
passar hoje na votação, já tem um “zum, zum, zum” de que, se ela passar, a
esquerda vai entrar com uma ação no Judiciário.
Então, ou seja,
é aquele processo relativo em que a esquerda não admite que a maioria aqui da
Assembleia... E somos maioria, sim. A direita hoje aqui dentro do Parlamento é
a maioria, por isso que conseguimos passar os nossos projetos de interesse à
sociedade.
Hoje a gente
sabe que a sociedade é contra ideologia de gênero, a sociedade é contra
banheiro para homem e mulher. A nossa sociedade de bem não quer isso, então nós
temos a maioria aqui e vamos conseguir passar os projetos importantes nesta
Casa. Mas, agora, o que a esquerda está fazendo? A esquerda... toda PEC
importante que passar aqui, eles querem entrar com ação judicial contra o
governo e acabar esse processo chegando até a última instância, que é o STF.
Hoje o Barroso,
na minha opinião, não fez mais que a obrigação dele de liberar uma lei que foi
votada neste Parlamento, até porque nós, parlamentares, fomos eleitos pelo
povo. Onde fica a nossa cara perante a sociedade quando perguntam para nós:
“mas e aí? A escola cívico-militar não passou no Parlamento? Vocês não votaram
e não virou lei?”. Ou seja, o nosso voto aqui não está valendo de nada dentro
deste Parlamento.
Então nós
passamos uma lei na Assembleia Legislativa, ela entra em processo, tem que ir
para o STF, depois de quanto tempo é liberada pelo STF para podermos seguir em
frente?
Então, fica
esta preocupação aqui dentro do Parlamento: todas as leis agora que a gente
lutar aqui para passar dentro deste Parlamento, todas as discussões que
tivermos aqui, a esquerda, que é a minoria no nosso País, vir a entrar com
ação, porque são crianças mimadas. “Eu quero, eu quero, eu quero, mas não
consigo. Então vou fazer de tudo para querer, porque isto daqui não é seu, é
meu, mesmo eu perdendo”.
Então é o que
está acontecendo dentro deste Parlamento. A gente fica triste com a atitude da
esquerda, que vem fazendo esse caos dentro do nosso estado de São Paulo.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Muito
obrigado, deputado Paulo Mansur.
Seguindo a lista de... Eu vou pedir ao
público que se contenha, por favor, para a gente conseguir continuar com o
Pequeno Expediente. Muito obrigado.
Convido para fazer uso da palavra o
deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Jorge
Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado
Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Teixeira Ferreira.
(Pausa.)
Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.)
Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado
Barros Munhoz. (Pausa.) Deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputado Major
Mecca. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão.
Vossa Excelência tem a palavra pelo
tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente. Uma boa tarde
a todos. Que Deus abençoe a todos, em especial a Polícia Militar, o pessoal da
limpeza, todos que estão aqui na nossa Casa de Leis, presidente, deputado
Capitão Telhada, deputado Suplicy, todos os nossos amigos aqui, deputados
também.
Ontem teve mais
uma reunião da CPI - até o Suplicy, Eduardo Suplicy, nosso deputado aqui é
membro também - sobre o tratamento aos moradores em situação de rua. E foram
debatidos muitos itens muito interessantes.
Inclusive, eu
faço um atendimento na cidade de Sorocaba, e a gente tem visto que tem
aumentado em todo o estado a situação de moradores de rua. Então, essa CPI aqui
na Casa está sendo muito importante.
E eu até sugeri
de a gente visitar e ouvir os moradores de rua. A gente fez uma convocação
também para o prefeito da cidade de São Paulo, para a secretária Andrezza, para
a gente pegar os dados.
Em Sorocaba,
tem a Secretaria de Humanização, onde as pessoas vão até o pessoal que é
morador de rua, oferece o tratamento para quem tem dependência química. Depois
do tratamento, que a pessoa é recuperada, oferece também um emprego.
E,
infelizmente, tem muitas mulheres na rua, muitos jovens, muitos cadeirantes, e
tem pessoas que aceitam o tratamento. E quando as mulheres, Danilo Campetti,
deputado, presidente, aceitam o tratamento, a gente tem muita dificuldade,
porque não tem clínica para dependência química para a recuperação da mulher, e
a mulher merece mais respeito.
Ela quer se
recuperar, ela quer largar o vício, porque ela já está morando na rua e ela
precisa de um tratamento, a gente encontra essa dificuldade. Então, o estado, a
Secretaria de Saúde tem que pensar nisso.
E o que a gente
veio levantar também no debate? E eu atendo o povão lá, eu tenho dois
escritórios, inclusive um no mercado municipal, e é de portas abertas. Lá eu
atendo o prefeito, atendo vereador, mas eu atendo o pessoal que faz a limpeza
da rua, o pessoal que trabalha na Prefeitura Municipal e varre a rua. Entram,
tomam café comigo, e o melhor pedido vem do povo.
E aconteceu em
Sorocaba, eu levantei uma questão... por isso que é importante essa CPI e a discussão
com todos os deputados, a questão da volta do hospital psiquiátrico, porque tem
muita gente morando na rua que tem problemas graves psiquiátricos, problemas
elevados.
Inclusive
atendi uma mãe desesperada, precisando de internação, pedindo a volta do
hospital psiquiátrico. A filha dela tentou dar uma facada na própria mãe. Então
você vê que a situação é terrível. E essa filha não tem condições, deputados,
de viver no convívio da rua, ela precisa de tratamento, tratamento 24 horas.
Ela corre risco de vida e oferece risco de vida também para a sociedade.
Teve outro caso
em Sorocaba, no mercado municipal, Capitão Telhada, da moradora de rua com
problemas psiquiátricos. Ela matou um cachorro e comeu o cachorro, porque ela
está com problema psiquiátrico, e agora não tem mais hospital psiquiátrico.
A gente tem que
repensar isso no nosso estado de São Paulo. Muita gente que está morando na
casa... infelizmente, essa mulher comeu o cachorro, come até mesmo as próprias
fezes. Ela precisa de um tratamento psiquiátrico, e não tem hospital
psiquiátrico.
Então a gente
tem que discutir isso aqui, debater, porque a psiquiatria, agora a pessoa
morando na rua, sendo mulher... Já não tem quando a pessoa precisa e quer se
recuperar, não tem o tratamento.
Então precisa-se
de mais clínicas de dependentes químicos, de recuperação, para as mulheres, e
precisa também, na minha opinião, de hospital psiquiátrico, porque uma pessoa
comeu um cachorro, depois a pessoa come as próprias fezes, a pessoa tenta matar
sua mãe com uma faca.
Eu recebi
algumas mensagens aqui, da Luzana de Souza: “seria maravilhoso ter um hospital
psiquiátrico, sim, sem sombra de dúvida. Eu faço tratamento psiquiátrico” - ela
mesma faz - “e muitas vezes é caso que precisa de internação”. Ela mora em
Sorocaba e vai até Salto de Pirapora.
Para concluir,
a Ruth aqui: “Com certeza, estive no PA, que é da General Carneiro, lá em
Sorocaba, e uma senhora, com filho de 42 anos com problemas psiquiátricos desde
os oito, trata da criança sozinha. E hospital psiquiátrico não é para loucos,
anormais.
Cada dia que
passa, tem pessoas com depressão, com crise de pânico, com dores na alma,
tristeza profunda. Então... eu tenho há anos uma depressão controlada, já
fiquei muito doente, e nunca fui internada. Mas se tiver um hospital
psiquiátrico, deputado Vitão, você é um herói”.
Vitão do
Cachorrão, porque eu não tenho vergonha nenhuma, eu vendo hot dog até hoje. É
um orgulho - obrigado, que Deus abençoe o pessoal da plateia -, é um orgulho,
eu sendo filho de pedreiro, vendedor de hot dog, só cheguei aqui porque Deus
permitiu, porque eu gosto de atender o povão. (Manifestação nas galerias.)
Para concluir
aqui, precisa urgente, faça essa força, peça ajuda para os deputados para que
volte a ter hospital psiquiátrico no estado de São Paulo. Que Deus abençoe a
todos.
Muito obrigado.
Um abraço do
deputado que é filho de pedreiro e vendedor de hot dog até hoje, com muito
orgulho, Vitão do Cachorrão.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Muito obrigado, deputado Vitão do Cachorrão.
Seguindo a lista de oradores, convido o
deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.)
Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado
Enio Tatto. Vossa Excelência tem a palavra pelo tempo regimental de cinco
minutos.
O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, público que nos
assiste pela TV Alesp ou pelas redes sociais e nossos amigos que estão
acompanhando a discussão e a votação da PEC 09, que nós somos contra, gostaria
de cumprimentar a todos.
Sr. Presidente, eu tenho recebido muitas reclamações sobre a EMTU,
Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos do Estado de São Paulo, pelo
péssimo atendimento. Inclusive saiu uma reportagem na Globo. Machado, se tiver,
pode colocar para a gente assistir.
* * *
- É exibido o vídeo.
* * *
É muito sofrimento. A gente fala bastante do Metrô e dos problemas da
CPTM, principalmente das Linhas 8 e 9. Mas as empresas que têm a concessão da
EMTU são um desserviço. São precárias, e a população sofre muito. São 39
municípios da Região Metropolitana, e têm esse péssimo serviço da EMTU.
Eu sou da Comissão de Transporte. Eu fiz um requerimento de informação
para o secretário de Transporte, Marco Antonio Assalve, para ele vir aqui explicar,
porque ele é o responsável, é o diretor, praticamente, da EMTU; além de
secretário de Transportes. Então, é uma confusão danada.
E tem um grande problema na Região Metropolitana, que não tem a
integração, por exemplo, com o Metrô e com os ônibus da Capital. E não dá para
imaginar que a EMTU é do Estado, o Metrô é do Estado, também, e não tem
integração. Então são cerca de 400 mil passageiros por ano, e eles não têm essa
integração, sendo dois órgãos do Estado.
Então não dá para explicar, mas a reclamação é muito grande. A EMTU tem
a concessão com as empresas, mas aí não tem fiscalização. Como a gente viu, tem
ônibus que a pessoa viaja duas horas e não tem ar condicionado... nos dias de
hoje, nessas regiões e nesses municípios tão grandes, como a Capital e todos os
municípios da Região Metropolitana.
Então é um absurdo isso que acontece. A gente vai trazer, vai convidar,
vai convocar o secretário Marco Antonio Assalve. Para tentar resolver - ou
diminuir, pelo menos - o sofrimento de toda essa população que utiliza os
ônibus da EMTU.
Era isso, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputado Enio Tatto. Seguindo a lista de oradores, convido a deputada
Solange Freitas.
A
SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a
todos. “De que adianta termos milhões de reais na conta, um bilhete de viagem,
um vestido lindo, se nós não temos saúde para ir a uma festa ou para viajar?”.
Essa reflexão
veio de uma médica que morreu em 2018, vítima de câncer, mas que, enquanto
lutava pela vida, mandou um recado para todos nós, e vale a pena ler o que ela
escreveu. Eu postei hoje nas minhas redes essa carta que ela nos deixou. Deem
uma olhada, se for possível. Reflitam, assim como eu refleti.
Por que que eu
publiquei isso hoje? Porque hoje é o dia Nacional de Combate ao Câncer. Amanhã
é o Dia Nacional de Combate ao Câncer de Mama, a doença que eu também enfrentei
em 2021, e eu fiz uma reflexão.
Eu enfrentei
essa doença que, no primeiro momento, é uma sentença de morte, e quem teve
câncer e venceu a doença sabe do que eu estou falando. Só que até chegar à
cura, como eu cheguei, nós enfrentamos muitas incertezas, muitos medos, e quem
não tem condições ou plano de saúde enfrenta uma luta ainda maior, a luta para
conseguir vaga para tudo, para o tratamento, para a cirurgia, e por aí vai.
Quem tem câncer
hoje não pode esperar muito tempo pela cirurgia, não pode esperar muito tempo
para iniciar o tratamento. Um dia apenas pode fazer a diferença entre viver e
morrer.
E quanto o SUS
paga pelo tratamento de câncer e pela cirurgia? Muito pouco, e os hospitais
acabam bancando os tratamentos, colocando dinheiro. E aí o que que acontece,
infelizmente? As vagas somem, desaparecem.
O que o
governador fez? Criou o SUS Paulista, que complementa os gastos dos hospitais.
Mesmo assim, ainda temos dificuldade de conseguir essas vagas, mas é mais meios
para ajudar a melhorar esse sistema de Saúde que ainda tem muitas falhas, e que
a gente não pode parar de lutar e de brigar.
Flexibilizar 5%
do Orçamento da Educação é garantir que a administração pública vai ter uma
possibilidade de usar um dinheiro para a Saúde, se for preciso. Para a gente
entender melhor isso, eu comparo ao nosso orçamento de casa.
Eu recebo um
dinheiro extra este mês - vamos dizer isso - e eu posso decidir se esse
dinheiro que eu estou recebendo a mais eu vou usar, por exemplo, para investir
mais na educação dos meus filhos, ou se eu vou pagar alguma conta de tratamento
médico para algum deles.
Eu vou ter essa
opção, e usar naquele momento o que for mais necessário. E é assim que eu vejo
que o governador quer fazer, flexibilizando esses cinco por cento. Por isso eu
voto a favor da proposta da PEC 9, e quem me conhece sabe que nunca votaria
contra a população, sabe que a minha decisão não está no campo ideológico, tem
a ver com responsabilidade de quem hoje representa e luta de verdade pela
população.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Muito obrigado, deputada Solange Freitas.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Pela ordem, deputada Professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
PARA COMUNICAÇÃO - Eu quero fazer
uma comunicação, mas na verdade tem a ver com uma fala injuriosa. O deputado
Paulo Mansur, que se dirigiu tanto aos parlamentares que fizeram uso das salas
aqui na tribuna da Assembleia Legislativa, no que diz respeito à PEC 9, ao
dizer que, quando nós judicializamos, nós estamos nos comportando como crianças
mimadas.
Isso
naturalmente não ofende só a nós. Ofende também o Judiciário. Eu acho que o
corpo, parte da Assembleia Legislativa... que vai judicializar sim. Esse é um
direito que cabe a qualquer cidadão.
Então, diante
disso estou entregando a V. Exa. para retirar das notas taquigráficas desta
Casa o contido na fala do deputado Paulo Mansur.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - PL - Obrigado,
deputada Professora Bebel. Esta Presidência recebe a questão de ordem de V.
Exa. e decidirá no tempo regimental.
Seguindo a lista de oradores, eu
convido a deputada Ana Perugini. (Pausa.) Convido a deputada Ediane Maria.
(Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado
Eduardo Suplicy, V. Exa. tem a palavra pelo tempo regimental de cinco
minutos.
Enquanto o deputado Suplicy se dirige à
tribuna, eu gostaria de cumprimentar os policiais do 7º Baep, CPA M2, 3º
BPMM, 12º BPMM, 46º BPMM, 3º Batalhão de Polícia de Choque, policiais
militares que estão aqui na Assembleia para garantir a segurança de
todos. E eu o faço nas pessoas do capitão Esteves e capitão Bernardes. Muito
obrigado.
Vossa Excelência tem a palavra,
deputado Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Danilo
Campetti, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público presente. Quero hoje
destacar a minha posição sobre a PEC 09, de 2023, que altera a
Constituição do Estado de São Paulo para flexibilizar a vinculação de 5% dos
atuais 30% dos recursos de Educação.
Ao mesmo tempo,
o mesmo projeto propõe revogar a função de realização de procedimentos
administrativos e disciplinares da Procuradoria Geral do Estado e
transfere para a Corregedoria Geral do Estado.
Em sua
justificativa sobre a questão do Orçamento da Educação, o Governo
apresenta a modificação do perfil demográfico da população, em que menos
pessoas estão nascendo e que a população idosa está
crescendo. Justificando, assim, que o aporte de recursos da Educação deve
ser diminuído para ser aplicado em Saúde.
Ora, é muito
necessário e importante aplicarmos mais recursos na Saúde, que está
defasada em quase todos os sentidos, como a falta de medicamentos, de
vagas para a internação, longa espera de consultas, exames, cirurgias e até
tratamento contra o câncer. Porém, retirar recursos da Educação não é a
única alternativa para aumentarmos o financiamento da Saúde.
Muitos
deputados já se manifestaram aqui sugerindo diminuir alguns dos 209 bilhões de
reais renunciados pelos benefícios fiscais. Considero inadmissível retirar
dinheiro da Educação, pois, como a Professora Bebel vem brilhantemente
demonstrando aqui na Alesp, nossas escolas estaduais também estão
extremamente sucateadas, faltam professores, salas estão superlotadas,
escolas com problemas estruturais, dentre tantos descasos.
Ademais, cabe
ressaltar que, em que pese a Constituição estadual prever 5% de recursos
mínimos a mais que a Constituição federal, o próprio Tribunal de Contas do
Estado apontou que São Paulo somente alcançou o mínimo constitucional de
30%, quando consideradas as despesas com os inativos, ou seja, para
servidores que se encontram afastados do serviço ativo; não constituindo,
de fato, o investimento atual em trabalhadores da Educação.
Desta forma, ao
flexibilizar esse teto, os recursos investidos em Educação podem ficar
ainda menores do que o peso estabelecido pela Constituição federal, sabe.
Quero dar um
exemplo a vocês. Em meu gabinete, há um estagiário de ensino
médio, querido Vinícius Vieira Lucanga, que está cursando o segundo colegial
da Escola Estadual João Kopke, no centro de São Paulo.
O Vinícius já
relatou diversas vezes que ficou meses sem professor em algumas disciplinas, e
fiquei impressionado quando ele me contou que há atualmente 60 alunos
matriculados na sala dele.
Pergunto-me
como um professor de segundo ano do ensino médio consegue dar a atenção
necessária a 60 estudantes em cada sala. Isso porque a escola está localizada
no centro da Capital de São Paulo, região que muitos dizem que já possui boa
oferta de vagas.
No Brasil,
avançamos muito em relação à Educação. Começamos lá atrás a lutar pela
alfabetização de todos, depois pela democratização do acesso, com expansão de
unidades escolares, garantia de vagas para todas as crianças e adolescentes.
Lembro-me das
filas que os pais faziam nas madrugadas nas portas das escolas. Hoje, a nossa
luta é pela qualidade e permanência estudantil, e para haver qualidade e
permanência dos estudantes, precisamos, sim, de recurso e de muito
investimento.
O presidente
Lula deu um exemplo grandioso desse caminho, que ainda precisamos trilhar, que
é o programa “Pé-de-Meia” para diminuir a evasão escolar no ensino médio. Em
relação à qualidade da educação, o próprio governo afirmou em sua apresentação
da PPP da Educação, sobre a precariedade dos equipamentos escolares e dos
baixos índices educacionais, já bem pontuados aqui também pela deputada Andréa
Werner.
Não há
coerência em diminuir os gastos constitucionais da Educação, ao mesmo tempo que
se destina mais depressa, mais desses mesmos recursos, à iniciativa privada,
que, lembremos, tem como principal objetivo a geração do lucro. A educação das
nossas crianças e jovens não pode ficar na mão do que a iniciativa privada
julgar de melhor qualidade.
Quanto ao Art.
2º, acredito que deveria estar em outro projeto, pois não é correlato com o
tema da Educação, mas também me manifesto contrário, pois é inadmissível a
proposta de retirar da PGE a atribuição de proceder à condução de procedimentos
administrativos disciplinares.
A eventual
malversação de recursos de algum servidor público precisa ser submetida a
processo disciplinar que garanta o contraditório e a ampla defesa, além de ser
conduzido por uma instituição distinta daquela que controla e fiscaliza, para
que seja garantida a necessária imparcialidade do julgamento, motivo pelo qual
inexiste fundamento para a proposição do Art. 2º da PEC.
Portanto, eu e
meus colegas da Federação PT/PCdoB/PV votaremos contrário ao corte dos 5% dos
recursos da Educação. Apelo a todos os demais colegas que não aprovem essa
proposta, que possamos juntos propor outra medida para aumentar os recursos tão
necessários na Saúde, sem prejudicar nossas crianças e jovens em toda a área da
educação.
Meus
cumprimentos a todos vocês.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Muito obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Neste ato, eu encerro, esta
Presidência encerra o Pequeno Expediente.
* * *
- Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Imediatamente abro o Grande Expediente, convocando a lista de oradores. E para
iniciar a lista, eu convido o deputado Jorge Caruso. (Pausa.) Deputado Tomé
Abduch. (Pausa.) Deputada Professora Bebel, em permuta com a deputada Marina
Helou.
Vossa Excelência tem a palavra pelo
tempo regimental de dez minutos.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Cumprimento também a Mesa
que compõe os trabalhos, os assessores à minha esquerda, os assessores e
assessoras à minha direita, deputados que ainda estão presentes nesse plenário,
todos que nos assistem através da Rede Alesp e o público aguerrido que vai
chegando, vai chegando exatamente para acompanhar “pari passu” a votação dessa
injusta Proposta de Emenda à Constituição que é a chamada PEC 09.
Tão logo ela
saiu, nós tivemos um trabalho, eu diria, intenso, do ponto de vista não só de
estudar, não só de buscar formas inclusive de articulação para isso. Então,
fico muito feliz por esse querido que está entre nós, nosso querido senador,
deputado estadual Eduardo Suplicy, ele ter essa posição, também - e é óbvio,
tenho certeza de que ele teria -, firme na defesa contundente por mais recursos
para a educação pública, básica, vamos assim dizer, no estado de São Paulo.
Chamou atenção,
no período da manhã, a presença, a ilustre presença, porque acho o Dr. Vahan
Agopyan uma pessoa muito qualificada, é claro, dentro de uma concepção e
lógica. Ele esteve na Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Ao fazer as
apresentações, quando eu fiz a pergunta exatamente no que diz respeito à PEC
09, o que isso significaria, por exemplo, não só para a educação básica, mas
também para as três universidades públicas paulistas, que eu vi disputar esse
concurso aqui...
Aquelas três
universidades que nós, durante a era Doria, lutamos para assegurar a autonomia
universitária. Eu fui, junto com a deputada Leci Brandão... Nós éramos membras
da comissão, da CPI, e naquele momento apresentei um voto contrário àquela
posição de retirada da autonomia universitária e perseguição aos salários dos
professores, alegando que os professores ganhavam demais nas universidades.
Parecia-me...
Naquele momento não se falava de pandemia, a gente não imaginava que iria
enfrentar a Covid-19 por mais de dois anos, até que a vacina veio. E que
interessante, que anteparo foi, e que contradição também, porque se a gente não
faz aquela luta, teríamos desmontado toda a Ciência e a Tecnologia no estado de
São Paulo, porque o caminho era a privatização.
Não fosse
assim, o mesmo governador Doria colocou aquele PL 528, que previa de novo mexer
com as universidades, com o Instituto Butantan, enfim, destacando aí - como é
que eu diria? - os pontos referentes à Ciência e à Tecnologia. Nós, apesar de
sermos minoritários e oposição... Ser oposição é direito nosso.
Apesar de
minoritários, nós vencemos aquela luta e tiramos da rota a quebra da autonomia
universitária que estava prevista naquele projeto, porque o governo queria
abocanhar o recurso que foi, enfim, guardado, que foi devidamente gerido pelas
universidades e, ao mesmo tempo, privatizar, enfim, passar o Instituto Butantan
e outros tantos institutos importantes que estavam na lista para serem
extintos.
Pois bem, não
parou a escalada do ataque à Educação. Aí quero fechar o que estou dizendo: o
que me chamou atenção na fala do Dr. Vahan? Ele me disse: “Asseguro para a
senhora que as universidades gozam de pleno e alto investimento”. Então, o
governador fez um movimento no sentido de esvaziar a luta das universidades,
porque fortalecia a luta da educação básica, da defesa da educação básica, só
que eu vou ver essa conta lá na frente, deputado, senador. Lá na frente nós
vamos ver essa conta.
Lamentavelmente,
nós vamos obstruir. Vai ter muita gente ainda, vai chegar muita gente para
acompanhar os trabalhos aqui da Assembleia Legislativa, mas eu quero dizer para
vocês que a deputada, com todo o respeito, fez a fala: “Olha, eu voto na
convicção de que eu estou fazendo o melhor.”.
Não está
fazendo o melhor; o melhor é deixar mais recursos para a educação, porque a
educação, esta sim foi vítima de desvios na história. Teve uma secretária de
educação que desviou os recursos da educação para um zoológico, e dizia que
estava aplicando na educação.
E foi senão um
deputado aqui da Casa, que hoje é presidente do Conselho Nacional de Educação,
deputado César Callegari, professor, que disse não. Ele brigou e ganhou o voto
na CPI para instaurar a CPI e demonstrou que houve desvios, como os desvios que
a gente viu para o pagamento de inativos.
Eu dizia ontem:
“Pelo amor de Deus, nós fizemos uma greve em 2015. O Rodrigo Janot veio para
São Paulo, fez os estudos e constatou que havia uma inconstitucionalidade, e
ele tornou constitucional e o Fundeb permanente reafirmou.”
Porque o Fundeb
permanente também foi uma luta pujada por nós nesta Casa, e foi uma luta de
gigantes, deputado Suplicy, porque era em um governo antiFundeb. E ganhamos
essa luta. Por isso que eu nunca desacredito no poder da luta.
E agora nós
vamos ficar com essa flexibilização, mas que eu digo que é retirar, sim, os
recursos da educação, porque vai ser para este fim, vai, na verdade,
constitucionalizar o que... desconstitucionalizar, ou seja, o que está
constitucionalizado, que são... Os recursos da educação só podem ser utilizados
para manutenção e desenvolvimento do ensino, e com ações diretamente ligadas a
esta.
Ah, mas e os
profissionais nativos e inativos, os aposentados e pensionistas? Nós não temos
culpa se a gestão do governo é tão ruim, mas é tão ruim que ele precisa tirar da
educação porque ele não é capaz de colocar a cota-parte dele para garantir que
os aposentados e pensionistas tenham a justeza de seus salários.
E essa
juventude é que vai pagar o preço. Lá na frente, quando ela chegar a ter
necessidade de ter um mercado de trabalho mais pujante, com uma sólida
formação, e o que é uma sólida formação?
É vocês terem
uma autonomia intelectual, muito bem informados para poderem ser o que quiserem
ser, que é o que eu digo para os meus estudantes. Não tem importância vocês serem
um lixeiro, mas sejam o melhor dos lixeiros, porque é desta forma. E eu tenho
certeza de que vocês serão os melhores, apesar de todo o ataque que é feito
contra vocês na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Quero garantir
que a nossa luta continue contra a escola cívico-militar, quero garantir. Nós
vamos garantir, porque nós vamos fazer com que seja respeitado esse direito, e
com isso, gente, pedir para vocês um pouco de...
Vocês são
resistentes, resistiram até agora, não vão embora antes que vira chacota. Veio
um deputado, que chega atrasado, e disse que vocês não vieram. Mas vocês também
não são obrigados a serem atacados, aí vocês vão embora, perfeito?
Também não
estou insuflando - eu vou terminar, presidente - que vocês mexam com, não, mas
que vocês tenham o direito, a cada fala que não gostem, de se expressar. É
isso, um beijo. Vamos para a luta.
Muito obrigada.
(Palmas.)
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para pedir o levantamento do presente expediente.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Muito obrigado, deputada Professora Bebel. Sras. Deputadas e Srs. Deputados,
havendo acordo entre as lideranças, esta Presidência, antes de dar por
levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à
hora regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os, ainda, da sessão
extraordinária a realizar-se hoje, às 17 horas.
Está levantada a presente sessão. Que
Deus abençoe a todos. Até às 17 horas.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 15 horas e 12 minutos.
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