4 DE SETEMBRO DE 2025
117ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: REIS e CARLOS GIANNAZI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - REIS
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h08min.
2 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
4 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - REIS
Assume a Presidência.
6 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
8 - PRESIDENTE REIS
Defere o pedido. Faz aditamento à Ordem do Dia. Convida o público a participar de ato crítico em "Comemoração ao Dia do Veto", a ser realizado no dia 29/09, no Plenário Dom Pedro I. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 05/09, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h39min.
* * *
ÍNTEGRA
* * *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Reis.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - REIS - PT
- Presente
o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de
Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata
da sessão anterior e recebe o Expediente.
Dando
início ao Pequeno Expediente, vamos chamar para fazer uso da palavra o deputado
Caio França. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Delegado
Olim. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada
Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo
Balas. (Pausa.)
Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado
Rogério Santos. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado
Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Deputada
Dani Alonso. (Pausa.)
Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputada
Marina Helou. (Pausa.) Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado
Rafael Silva. (Pausa.) Deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Deputado Alex
Madureira. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco
minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, telespectador da TV Assembleia, ontem nós tivemos uma
vitória importante no Tribunal
de Contas do Estado de São Paulo, que acatou a nossa representação do nosso coletivo “Educação em
Primeiro Lugar”, constituído pela deputada federal Professora Luciene Cavalcanti,
pelo vereador Celso Giannazi, da Câmara Municipal de São Paulo, e pelo nosso
mandato aqui na Assembleia Legislativa.
Nossa
representação foi no sentido de que o Tribunal de Contas tomasse providências
para impedir a ilegal contratação de policiais militares aposentados para o Programa
Escola Cívico-Militar, Sr. Presidente. É uma clara inconstitucionalidade essa
contratação, porque o dinheiro da Educação não pode ser utilizado, Sr.
Presidente, para pagar servidores de outras áreas.
Isso está na
lei, na LDB, no Art. 71 da Lei de Diretriz e Base da Educação Nacional. E
também os policiais militares não podem ter desvio de função. E, repito, nada
contra os militares.
Na verdade, os
militares são importantes para trabalhar na Segurança Pública, não dentro das
escolas, ministrando aulas de Ética, de Política, como determina o programa do
governo. Isso é um absurdo, e ganhando mais que os professores e, muitas vezes,
mais que o próprio diretor da escola. Ou seja, é uma contratação que afronta a
dignidade do Magistério estadual, que tem salários arrochados e defasados aqui
no Estado.
O estado de São
Paulo é um dos estados que tem um dos piores salários para os professores, para
os profissionais da Educação em geral, para os servidores do quadro de apoio escolar,
para os professores e professoras e para os diretores e supervisores de ensino.
Então, esse é o quadro. Então, nós já tínhamos ido ao Tribunal de Justiça,
nosso coletivo “Educação em Primeiro Lugar”, através de uma ação popular.
Ganhamos, por
um momento, uma liminar, mas, infelizmente, o governo foi lá conversar, o
governo Tarcísio entrou com o recurso e o presidente do TJ cassou a nossa
liminar, algo também muito estranho. Porque o presidente do TJ, Sr. Presidente,
só pode cassar uma liminar quando há um dano para a economia, para a saúde,
para a segurança do Estado, que aí não é o caso.
Então, nós
estranhamos a decisão do presidente do Tribunal de Justiça em cassar a nossa
liminar. Depois, o TJ cassou também uma liminar de uma Adin da Apeoesp. Antes
disso, nós já tínhamos também paralisado a implantação do projeto, por conta da
nossa Adin no Supremo Tribunal Federal, que o TJ tinha, há um tempo atrás,
suspendido o programa enquanto não houvesse o julgamento no Supremo Tribunal
Federal e a decisão da nossa Adin no Supremo, por conta de uma ação aqui também
da Apeoesp.
Enfim, mas essa
é a quarta vez que nós estamos lutando, Sr. Presidente, para inviabilizar esse
nefasto programa que impõe uma escola doutrinadora na rede estadual. O
governador pretende implantar, pretendia, no meio do ano letivo, 100 escolas
cívico-militares no estado de São Paulo.
Inclusive, nós
recebemos denúncias de várias comunidades escolares que foram forçadas, foram
manipuladas a aceitar esse projeto aqui no estado de São Paulo. No entanto, Sr.
Presidente... O que já é grave implantar um projeto ao arrepio da decisão de
uma escola, da comunidade escolar, e depois implantar no meio do ano letivo,
quebrando o projeto pedagógico da escola.
E agora piorou
a situação, porque com essa decisão que eu vou mostrar agora, Sr. Presidente,
tenho aqui um vídeo, inclusive, que eu quero mostrar, da decisão de ontem, do
Tribunal de Contas. Teve lá uma sessão e, na votação, passou, foi aprovada essa
proposta de suspender a contratação dos policiais militares para o Programa da Escola
Cívico-Militar.
Eu quero
colocar aqui, Sr. Presidente, primeiro o vídeo, depois eu... Para terminar a
minha fala. Por favor, Machado, o vídeo que eu encaminhei, com a intervenção do
relator, que deu o parecer, o conselheiro.
*
* *
- É exibido o
vídeo.
*
* *
Para
isso, foi aprovada a nossa representação suspendendo as contratações. Logicamente,
o governo vai recorrer, mas eu tenho certeza, Sr. Presidente, que agora não dá
mais para implantar esse programa no final do ano letivo já. Nós estamos em
setembro, seria um escárnio total o governo e a Seduc implantarem agora, no
final do ano letivo, um programa como esse, arruinando, quebrando o projeto
pedagógico das escolas estaduais, das seis escolas.
Não teria
sentido. Às vezes, se ele quer implantar para o ano que vem. Mas, mesmo assim,
nós vamos continuar lutando na Justiça e junto com a comunidade escolar para
impedir. A escola pública do estado de São Paulo precisa de mais investimento, Sr.
Presidente, não precisa de militarização, de privatização, de corte de
orçamento.
Nós temos que
ter mais investimento na rede pública de ensino, valorizando os profissionais
da Educação, do ponto de vista salarial, funcional, da melhoria das condições
de trabalho, da melhoria da infraestrutura das nossas escolas. É disso que a
Educação do estado de São Paulo precisa: de um choque de investimento.
Esse projeto é
um projeto eleitoreiro, Sr. Presidente, um projeto que o governador Tarcísio
pretende, na verdade, mostrar para a sua base eleitoral de extrema direita, a
bolsonarista aqui do estado de São Paulo, que ele está fazendo alguma coisa
nessa linha.
Por isso que
ele tenta implantar na marra, não se preocupando nem um pouco com os alunos e
com os professores, apenas de olho no processo eleitoral do ano que vem.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o
deputado Major Mecca. (Pausa.) Com a palavra o deputado Capitão Telhada.
(Pausa.) Com a palavra a deputada Solange Freitas. (Pausa.) Com a palavra a
deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.)
Com a palavra a deputada Andréa Werner.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Com a palavra a deputada Delegada Graciela.
(Pausa.)
Com a palavra o deputado Reis, que fará
uso regimental da tribuna.
O
SR. REIS - PT -
Presidente, deputado Carlos Giannazi, eu quero fazer coro com V. Exa. por conta
dessa agressão que o governador Tarcísio de Freitas pratica contra a Educação
no estado de São Paulo. E agora ele quer, de todo jeito, ele quer tomar conta
do Tribunal de Contas.
Ontem mesmo
teve um debate aqui, onde ele está indicando um desses golpistas de plantão
para ser membro lá do TCE, e justamente por quê? Porque ele quer controlar,
inclusive, o Tribunal de Contas. Ele já tem essa influência muito forte no
Tribunal de Justiça, que a gente percebe a influência do governo no Tribunal de
Justiça, inclusive no Supremo Tribunal Federal.
Ele está lá
buscando organizar um processo de anistia, convencer os membros do Supremo,
caso o Congresso aprove a anistia, que não vote como uma questão
inconstitucional. Então essa é a lógica dele o tempo todo, atacando os serviços
públicos, atacando a Educação, e essa escola cívico-militar, se a gente for
observar, é mais uma lógica de um bico para os oficiais aposentados, porque é
cívico-militar...
Não tem polícia
civil lá, viu, deputado Carlos Giannazi? São militares aposentados, militares
de pijama, que vão, além da sua aposentadoria - lá muitos têm integralidade,
paridade, posto imediato -, ainda vão conseguir ganhar lá mais seus 12 mil
reais, muito mais do que o salário de um professor, do que o salário de um
diretor de escola.
Então, é uma
agressão contra a Educação que ele, desde quando chegou aqui, pretendeu, e
ainda não conseguiu colocar em prática, deputado Carlos Giannazi, por conta da
luta dos deputados que tem aqui nesta Casa - inclusive V. Exa. - que fazem uma
luta permanente no Ministério Público, no Supremo Tribunal Federal, no TJ São
Paulo, para não permitir - no Tribunal de Contas agora - essa agressão à
Educação.
Eu quero
também, deputado Carlos Giannazi, falar, deixar registrado sobre a ansiedade
dos policiais civis, a esperança dos policiais civis com relação ao projeto de
lei complementar que o governo tem de mandar para esta Casa para regulamentar a
Lei Federal nº 14.735.
O governo vem,
desde quando essa lei foi aprovada pelo governo Lula... Inclusive o secretário
esteve aqui e nós questionamos - o secretário da Segurança. Nós o questionamos e aí ele falou assim: “Ah,
essa lei estava lá e agora, por um acaso, foi aprovada pelo governo Lula”. Mas
ele não foi pesquisar para saber que quem mandou esse projeto, na época, em
2007, foi o próprio governo Lula.
O próprio governo
Lula mandou para o Congresso a lei de regulamentação, a Lei Orgânica das
Polícias Civis em todo o País. E, obviamente, passou o governo Lula, o governo
Dilma, o Lula II, Dilma, passou Temer, passou Bolsonaro e o Lula voltou. Quando
ele retorna, então, à Presidência da República, ele acabou sancionando essa lei
e os estados têm de se adequar; os estados têm de fazer a sua adequação.
Então, desde o
ano passado que vem a Polícia Civil... No caso, a Delegacia Geral criou um
grupo de trabalho, e aí eles vão prorrogando. Prorroga-se por mais 120 dias.
Prorroga-se por mais 120 dias. Porque a Polícia Civil, a Delegacia Geral
começou bem antes esse debate e vem prorrogando.
Aí a Casa Civil
foi e abraçou, que ela que iria fazer o projeto, que não seria mais a Polícia
Civil, e sim a Casa Civil. Montou um grupo de trabalho. Comprometeu-se, até o
dia 9 de maio, a apresentar a proposta. Não apresentou. Prorrogou por mais 120
dias. E os 120 dias estão vencendo agora, vencem essa semana.
Então, a gente
espera que eles apresentem alguma coisa, porque os policiais civis estão
ansiosos, esperançosos, mas eles já estão enxergando que estão sendo enrolados
o tempo todo pelo governo que aí está, pelo governo de plantão, o governo da
enrolação.
Eu já chamei
vários sindicatos aqui e me comprometi com eles, se caso o governo realmente
tiver dificuldade, nessa lógica da dificuldade que o governo está tendo, a
gente sentar e redigir um projeto para dar resposta para todas essas questões
que a Lei Orgânica Nacional traz, e aprovar, tramitar aqui e aprovar.
Mostrar que, se
o governo não tem esse compromisso com os policiais civis, se o governo não
está compromissado, se o governo tem dificuldade de apresentar um projeto de
lei complementar para regulamentar a Lei nº 14.735, então que nós possamos
sentar à mesa, redigir uma proposta e tramitar nesta Casa. Tramitar porque o
governo está com dificuldade de apresentar a sua proposta.
No caso, o
prazo dos 120 dias vai vencer no dia 6 desta semana. Então, dia 6, dia 7, dia
8, a gente espera que até segunda-feira o governo possa mandar a sua proposta
para tramitar nesta Casa. Pelo menos dizer o que vai fazer. Porque até agora
você pergunta... Nós fizemos reuniões, tivemos reuniões lá no Palácio do
Governo, tivemos reuniões aqui, tivemos audiência pública.
O secretário da
Casa Civil falou que seria a melhor regulamentação do País. Ele falou, e está
gravado o que ele falou. Então, a gente espera que o secretário tenha palavra,
que o governo tenha palavra. “Nós vamos apresentar a melhor regulamentação do
País para a Polícia Civil. Vai ser um exemplo”. Isso está gravado na audiência
pública que teve aqui.
Então, a gente
espera sim que o governo apresente a sua proposta, que a gente possa debatê-la,
talvez até alterá-la, se não vier de acordo com aquilo, com os anseios dos
policiais civis, mas que ele mande. Agora, se persistir essa delonga, se
persistir esse promesseiro, só promessa e nada, obviamente que nós vamos ter
que tomar uma providência e apresentar alguma coisa, porque não dá para deixar
da forma em que está.
Não dá para
deixar o governo pensando que ele vai ficar enrolando os policiais civis o
tempo todo. Isso não dá para aceitar, e nós queremos mobilizar a categoria para
que a gente - ou o governo mande o seu projeto para cá, ou a gente apresente
uma proposta - que dê resposta para todas essas questões.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra a deputada Professora
Bebel. (Pausa.) Com a palavra o deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Carlos Cezar.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rafael Saraiva.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.)
Passo a palavra agora para o deputado
Reis continuar a nossa sessão de hoje.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Reis.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de
oradores, chamo para fazer uso da palavra a deputada Profª Camila Godoi.
(Pausa.) Deputado Luiz Fernando Teixeira Ferreira. (Pausa.) Deputado Conte
Lopes. (Pausa.) Deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.)
Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputado
Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.)
Entrando na lista suplementar, chamo
para fazer uso da palavra o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, de volta à tribuna no
dia de hoje, quero aqui informar a todos e a todas e repercutir uma decisão
importante do Ministério Público Estadual em relação a uma liminar que o nosso
coletivo “Educação em Primeiro Lugar”, conseguiu.
Nosso coletivo
que é composto, como eu disse, pela deputada professora Luciene Cavalcante,
deputada federal que é membro da Comissão de Educação da Câmara Federal; pelo
vereador Celso Giannazi, aqui da Câmara Municipal, que também é membro da
Comissão de Educação; e pelo nosso mandato aqui da Assembleia Legislativa.
A decisão, Sr.
Presidente, é em relação, eu disse, a uma liminar que nós conseguimos através
de uma ação popular do nosso coletivo “Educação em Primeiro Lugar”, para
suspender, para revogar a famigerada e perversa a Resolução nº 97, agora, de
2025, publicada no dia 26 de junho de 2025.
Essa resolução,
Sr. Presidente, ela aprofunda ainda mais a política de ódio contra os
professores da rede estadual. O ódio que a Secretaria da Educação tem contra o Magistério
estadual, sobretudo contra os professores categoria “O”. Essa resolução, ela
autoriza, Sr. Presidente, ela impõe o rompimento dos contratos, a extinção do
contrato do professor categoria “O”, que é contratado pela Lei nº 1.093, caso
ele tenha cinco por cento de faltas de hora-aula. Não é de falta de um dia, Sr.
Presidente.
Está aqui,
olha, é muito claro. A resolução fixa o limite de cinco por cento de
faltas-aula na respectiva jornada de trabalho. Isso é uma afronta, Sr.
Presidente, ao trabalho dos professores e à própria legislação já existente,
que tem um regramento sobre essa questão de faltas.
Nós temos o
Estatuto do Funcionalismo Público Estadual, que é a Lei nº 10.261/68. Nós temos
a lei complementar, temos o Estatuto do Magistério, que é a Lei nº 444/1985, e
a própria Lei nº 1093 - que nós somos totalmente contra
essa lei, que foi aprovada aqui nesse plenário, infelizmente, em 2009, através
de um projeto do ex-governador Serra.
Nós fomos contra essa lei, esse projeto
de lei; votamos contra, obstruímos, mas foi aprovado pela base do Governo,
precarizando a contratação dos professores da rede estadual de ensino.
Então, não contente com toda essa
precarização que vem acontecendo contra os professores da rede estadual, os
categoria “O” e também os efetivos, Sr. Presidente, agora o governo, a Seduc
lançou, publicou essa Resolução nº 97, mas nós conseguimos a liminar
suspendendo os efeitos.
E o Ministério Público foi acionado
aqui pelo TJ a se manifestar, e a decisão do Ministério Público - está aqui,
olha, publicada - é a nosso favor, é a favor dos professores categoria “O”.
Aqui o promotor de justiça disse que não há motivo nenhum para revogar a nossa
liminar, porque é um absurdo que o governo fala aqui em dano.
Olha só: que se não for revogada haverá
danos. Eu vou ler aqui: “pretende o agravante” - o governo estadual - “além da
concessão do efeito ativo ao recurso, a reforma da decisão combatida, aduzindo,
em síntese, que a subsistência trará danos irreparáveis” - olha só -
“comprometendo o cronograma de aulas do segundo semestre de 2025”.
Um absurdo isto, Sr. Presidente: tem
dano nenhum à Educação; o dano está ocorrendo contra os professores. A
permanência da Resolução nº 97 é um dano irreparável ao trabalho, aos salários
e à dignidade dos professores categoria “O”; é o contrário. Mas aqui o
Ministério Público foi correto.
A decisão vai de encontro ao bom senso
e em defesa dos professores, em defesa do Magistério estadual, não se curvando
aos interesses da PGE, do governo estadual, que, como eu digo - sempre disse,
Sr. Presidente, e denuncio exaustivamente -, tem colocado em prática uma política
de ódio contra os profissionais da Educação, de perseguição, de criminalização,
de satanização do Magistério estadual.
Então, nesse sentido, nós queremos
saudar essa decisão do MP e dizer aos professores categoria “O” que a Resolução
nº 97 continua suspensa, a nossa liminar continua valendo, a nossa liminar do
Coletivo “Educação em Primeiro Lugar”.
Então, nós tivemos duas importantes
vitórias, Sr. Presidente: uma contra a contratação de policiais militares
aposentados para o Programa Escola Cívico-Militar e, agora, essa vitória
importante também, não só com a suspensão que já tinha ocorrido através da
nossa liminar da Resolução nº 97, mas com esse posicionamento extremamente
correto, e justo, e dentro da legalidade total do Ministério Público Estadual.
Sr. Presidente, gostaria ainda de,
antes de pedir o levantamento da sessão, dizer que hoje saiu uma matéria
importante na "Folha de S. Paulo" - que foi produzida, publicada pela
jornalista Isabela Palhares -, que trata da questão das plataformas digitais, que
a gente tanto tem denunciado aqui, Sr. Presidente.
Elas estão acabando com a autonomia
pedagógica dos professores; elas acabam com a aprendizagem dos nossos alunos;
elas estão enriquecendo as empresas de tecnologia. Ou seja, existe uma máfia,
uma ditadura dessas plataformas, ou seja, o governo está gastando milhões e
milhões de reais com plataformas que não servem para nada na rede estadual.
Aliás, elas estão prejudicando os
alunos e os professores, e têm os seus efeitos gravíssimos colaterais. E um desses
é sobre a matéria que está hoje no UOL - deve ir para a "Folha de S.
Paulo", eu mandei aqui para o Machado - é essa daqui a matéria:
"Alunos hackeiam plataformas de ensino do governo de São Paulo para
cumprir tarefas em segundos", ou seja, os alunos estão hackeando as
plataformas digitais, Sr. Presidente.
Ninguém leva a sério esse negócio de
plataformas. Isto não existe, é uma balela, Sr. Presidente. Elas servem apenas
para enriquecer as empresas de tecnologia. São mais de 30 plataformas,
adquiridas pela Secretaria da Educação, que estão enriquecendo, dando muito
dinheiro para essas empresas de tecnologia, e para justificar também a
utilização dos aparelhos comprados pela Secretaria da Educação da empresa do
secretário da Educação,
Renato Feder, da Multilaser.
Acho que agora
mudou de nome, acho que é Multi. Mas, quando ele ainda não era secretário,
meses ou um mês antes de assumir a Secretaria da Educação, que agora ele é o
secretário, com a empresa dele, 200 milhões, comprando celulares, laptops,
computadores, e “et cetera”. Então tem que justificar os 200 milhões, a
utilização desses aparelhos todos. E aí eles compram dessas empresas de
tecnologia.
Isso não tem
nada a ver com Educação. Isso é um negócio de empresas de tecnologia que estão
enriquecendo, esses grupos econômicos, e destruindo a Educação estadual. Então
tem esse efeito aí. Os alunos estão hackeando as plataformas de ensino para
fazer as tarefas. E aí, depois, também, eles vão apresentar os índices, falando
que os alunos estão aprendendo. Eles vão maquiar os resultados, para ficar bem
na eleição, dizendo que melhorou a Educação no estado de São Paulo, e não
melhorou nada.
Está piorando
cada vez mais, porque os professores perderam a autonomia pedagógica, e são
obrigados a usar essas plataformas digitais. E elas estão sendo hackeadas, e o
governo está preocupado com números, para mostrar que está fazendo avançar a
Educação, e não está, na verdade. Não adianta fazer maquiagem. Porque a
população sabe que a Educação do estado de São Paulo está um verdadeiro caos,
Sr. Presidente.
É privatização,
militarização, fechamento de salas, fechamento de EJAs, fechamento do ensino
médio regular noturno, redução do orçamento da Educação, escolas de lata,
escolas sem reformas. Esse é o quadro da Educação do estado de São Paulo. Então
não adianta o governo maquiar. A maquiagem não dura muito tempo. Então é por
isso que nós estamos denunciando, Sr. Presidente.
Eu apresentei
um projeto de lei, que está tramitando aqui na Alesp, que acaba com essas
plataformas digitais, como nós acabamos, proibimos o uso dos celulares das
telas. O do inteiro, várias regiões do mundo, a retirada das telas das salas de
aula, das escolas. É uma volta ao livro didático. E São Paulo vai na contramão
das experiências bem-sucedidas na área da Educação, com essa ditadura das
plataformas digitais.
Assim como nós
aprovamos o projeto proibindo o uso de celular na escola, nós queremos também
aprovar o projeto que eu apresentei, que retira as plataformas digitais da rede
estadual de ensino, e devolve a autonomia pedagógica para os nossos
professores.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo
entre as lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o requerimento
de Vossa Excelência. Esta Presidência, cumprindo determinação constitucional,
adita à Ordem do Dia os seguintes projetos de lei vetados.
Projeto de lei nº 626, de 2023.
Projeto de lei nº 1.287, de 2023.
Projeto de lei nº 401, de 2024.
Também deixar convidado, para um ato
que nós vamos fazer, no dia 29 de setembro, no Plenário Dom Pedro, às 17 horas,
Plenário Dom Pedro I, onde nós vamos fazer um ato crítico em comemoração ao Dia
do Veto. Dia 28 de setembro é considerado o Dia do Veto.
Então todos estão convidados para
participar desse ato. Havendo acordo de lideranças, antes de levantar os
trabalhos, convoco V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a sessão.
Tenham todos uma excelente tarde.
* * *
- Levanta-se
a sessão às 14 horas e 39 minutos.
* * *