3 DE ABRIL DE 2023
13ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: GILMACI SANTOS
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - EDIANE MARIA
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - DONATO
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
11 - CARLOS GIANNAZI
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
12 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, faz pronunciamento.
13 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
14 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 04/04, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Gilmaci Santos.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS
- Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.
Esta Presidência dispensa a leitura da
Ata da sessão anterior e recebe o expediente. De imediato iniciamos o Pequeno
Expediente, chamando para fazer uso da palavra o nobre deputado Paulo Fiorilo.
(Pausa.) Nobre deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputada Ediane Maria.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, boa tarde, Srs. Deputados,
Sras. Deputadas, boa tarde a todos os servidores desta Casa.
Ontem foi um
dia muito importante, mas muito importante mesmo, porque foi um dia em que
finalmente nós, trabalhadoras domésticas, conseguimos ter o respeito, tivemos
direito a ter nossos nomes, ter registro em carteira.
Então ontem foi
uma PEC que, para nós, também veio com muitas dores, que foi ali que se
iniciava todo um processo de impeachment, que foi impressionante. Para quem
estava trabalhando como doméstica naquela época - eu sei porque eu era uma dessas
e também tive meu registro nesse tempo.
Foi o momento
em que queriam colocar panelas vazias em nossas mãos enquanto muitas mulheres,
como eu, olhavam para aquela panela vazia e lembravam que na nossa casa
estávamos precisando de direitos, direitos trabalhistas e direitos sociais, que
estavam sendo arrancados, arrancados à luz do dia, e batendo panelas.
A periferia não
bateu panelas. Ela não bateu panelas. Sabe quando eu tive a honra de ver a
periferia bater panelas? Agora, para tirar o Bolsonaro, ano passado. Essas
panelas bateram, e com muita força. Foram noites de batidas.
Eu vou resgatar
uma fala que eu acho muito importante da nossa eterna presidenta Dilma ao sair
daquele impeachment. Ela falou o seguinte, ao sair do Palácio do Planalto e do
Alvorada. Sabe o que ela falou? “Nós voltaremos”. E voltamos. Eu tenho que
falar para a presidenta Dilma, essa mulher que eu tive a honra de estar com ela
no processo.
Quando foi o
lançamento da minha candidatura ela estava junto comigo lá na Praça Roosevelt,
eu pude olhar nos olhos dela e falar: “Dilma, graças a você eu tive minha
carteira assinada; graças a sua coragem de enfrentar todo um país marcado e
construído sobre nossos corpos, sobre a falta de direitos, que eu tive, graças
à senhora, o direito de ter, não deveres, porque o dever a gente tem a vida
inteira, a vida inteira de deveres, mas eu tive direitos, direito de falar que
eu não ia trabalhar no feriado, direitos garantidos.”
E muito me
orgulha quando vejo vários deputados e muitas deputadas que falam. Eu tive a
honra, porque todo o tempo eu achei que eu estava só, que essa luta nossa é uma
luta tão invisível, tão esquecida...
Estamos em
todos os departamentos da sociedade limpando, passando, cozinhando e cuidando
de filhos, e limpando casas muitas vezes sem ter casa própria, muitas vezes com
medo do aluguel que vai vir e a gente não vai ter condição, vamos ter que
escolher entre comprar comida, ou pagar o aluguel, ou pagar as contas. São
essas as escolhas todo final do mês.
Então, é sempre
uma honra muito grande ocupar aqui a tribuna e dizer para a presidenta Dilma:
“Nós mudamos. O estado de São Paulo deu um recado e falou que quer reconstruir
essa sociedade. Elegeu a primeira empregada doméstica para falar desse lugar.”
Semana passada
fui à Unifesp, à USP, Unifesp/Guarulhos e USP Leste. E quando vejo aqueles
jovens que vêm me agarrar e falar: “Ediane, hoje posso me orgulhar. Sempre me
orgulhei da minha mãe, mas nunca pude falar da profissão que ela exercia,
porque não era vista como um trabalho”.
Aquele grito
que sempre foi silenciado porque: “Qual a profissão de seus pais?” Um fala que
é médico, outro é dentista, outro..., e a gente sempre segura a voz, aquela voz
que ainda está engasgada, ela está entalada na sociedade.
Nossos jovens
precisam ter orgulho da gente, de gritar, porque nós precisamos de respeito.
Nós até festejamos todas as vezes. Quantas trabalhadoras domésticas olham para
o filho do patrão e se orgulham, porque veem o próprio filho alcançar uma
universidade, viajar para fora do país.
Eu faço um
pedido para os Srs. Deputados, para as Sras. Deputadas que hoje, ao chegarem em
casa, olhem para essa mulher que está trabalhando o dia inteiro, dedicando a
sua vida, largando a sua casa, cuidando de crianças, mantendo o horário da
alimentação, sem muitas vezes não ter o que dar para seus filhos. Olhem para
essa pessoa e falem o quanto ela é gigante, o quanto ela merece estar nos
melhores lugares do mundo. Somos heroínas.
Eu quero que
vocês deem um abraço e digam que vão lutar, lutar para que essas mulheres
tenham direitos trabalhistas e sociais garantidos, que essas mulheres possam
adoecer, que essas mulheres possam sonhar com uma aposentadoria, que essas
mulheres possam adoecer com dignidade.
E peço, foi
protocolada essa Frente Parlamentar pela Valorização do Trabalho Doméstico e dos
Cuidados.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Para conclusão, deputada.
A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Tudo bem, Sr. Presidente.
Muito obrigada.
E hoje também
quero falar de uma coisa muito boa - rapidinho, só um minuto, pode?
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Já passou um minuto do seu tempo.
A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Só um segundinho.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Um segundo.
A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Depois eu me inscrevo de novo,
para não atrapalhar.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Combinado, deputada.
A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Muito obrigada, gente. Boa tarde.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado
Reis, com a palavra.
O
SR. REIS - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar o presidente, Gilmaci Santos, cumprimentar os
deputados Suplicy, Marcolino, Donato, deputada Ediane, cumprimentar todos os
integrantes da Polícia Militar, todos os integrantes da Polícia Civil, todos os
funcionários dessa Casa e todos aqueles que nos acompanham pela Rede Alesp.
Sr. Presidente,
semana passada, esteve aqui nesta tribuna a deputada Thainara. A deputada
Thainara, aos prantos, trouxe à tona a questão do racismo estrutural. A
deputada Thainara não se ateve à questão da servidora.
Acho que aqui
tinha uma sessão solene, tinham mais de cem pessoas participando dessa sessão
solene. É verdade que a deputada Thainara participou da mesa e talvez, para a
servidora, ter a leitura de um por um não é uma coisa tão simples, não é uma
coisa tão fácil, para lembrar a deputada Thainara.
Mas o que eu
quero dizer é que a questão do racismo está na estrutura desta Casa, não está
na servidora. A servidora faz parte da estrutura desta Casa. E esta Casa é a
casa grande, aqui não é a senzala. Nós estamos na casa grande, presidente,
viemos da senzala.
Nós temos aqui
deputados e deputadas agora que vieram do gueto, que vieram da periferia. E
esta Casa está muito plural. Esta Casa tem deputados negros e negras de
direita, de centro-direita, de esquerda, de centro-esquerda, então é uma casa
bastante plural.
Mas o racismo
está estruturado nela. E nós temos que ter uma política de combate a esse
racismo estrutural. Isso se faz no nosso dia a dia. O episódio que aconteceu
com a deputada Thainara é bastante significativo para que nós possamos - e a
direção desta Casa, todos os funcionários e os recursos humanos desta Casa -
trabalhar buscando combater esse racismo que está na estrutura desta Casa, está
na estrutura desde quando esta Casa existe, porque esta Casa não surgiu para
nós, oriundos da senzala.
Mas hoje nós
estamos aqui e nós temos que combater, sim, o racismo que está na estrutura
desta Casa, que está na estrutura da sociedade e está na estrutura dos nossos
bairros, do nosso Estado, do nosso País. O racismo estrutural está em todos os
lugares.
Então aquela
fala da deputada Thainara, os prantos dela aqui são para nos ensinar, ensinar a
direção desta Casa, ensinar todos os funcionários desta Casa de que forma nós
podemos trabalhar cada vez mais no combate ao racismo estrutural, que está na
estrutura de poder, que está na estrutura desta Casa.
Eu tenho aqui
um conceito de racismo estrutural que foi exibido em uma palestra na Bahia, de
Lia Vainer. “O racismo estrutural é o racismo que está presente na própria
estrutura social.
Segundo essa
concepção, o racismo não seria uma anormalidade ou patologia, mas o resultado
do funcionamento normal da sociedade.” Deste modo, nas palavras de Silvio
Almeida, nosso ministro, a sociedade seria uma “máquina produtora de
desigualdade racial”.
O termo foi
desenvolvido em parte para ajudar as pessoas que trabalham em prol da equidade
racial a enfatizar a ideia de que o racismo na sociedade é um sistema, com uma
estrutura clara e com múltiplos componentes.
O conceito de
racismo estrutural é também usado para a defesa de ações afirmativas, como a implantação de cotas
raciais em universidades, pois, se a própria estrutura da sociedade é racista,
a desigualdade racial tenderá a se perpetuar, caso algo não seja feito a
respeito.
O autor e
diretor-presidente do Instituto Luiz Gama, ministro Silvio Almeida, em seu livro Racismo
Estrutural, de 2018, aborda diversas manifestações do preconceito racial.
Para Almeida,
há três concepções do racismo: o racismo individual, que trata o racismo como
uma atitude do indivíduo que pode ter um problema psicológico ou
comportamental, ou racismo institucional, uma concepção mais sofisticada, que
considera o racismo como resultado do funcionamento das instituições.
Por fim, o
racismo estrutural, que é o racismo da própria sociedade. Deste modo, esse é o
racismo que possibilita o racismo institucional. Se há práticas racistas nas
instituições, é porque a própria sociedade é racista.
O racismo
estrutural é responsável não só pelo racismo institucional, como também, para o
racismo individual. Já que, para Almeida, todo racismo é estrutural.
Entretanto, ao considerar o racismo como parte da estrutura social, não exime a
responsabilidade das pessoas em combater os atos racistas individuais.
Pensar o
racismo como parte da estrutura, não retira a responsabilidade individual sobre
a prática de condutas racistas. E não há um álibi para racista, pelo contrário.
Entender que o racismo é estrutural, e não, ato isolado de um indivíduo, ou de
um grupo, nos torna ainda mais responsáveis pelo combate ao racismo e aos
racistas.
Sr. Presidente,
só quero dizer que sou solidário à deputada Thainara. Nós temos que vir a esta
tribuna debater, discutir e buscar o combate ao racismo, combater as
desigualdades, fazendo uso desta tribuna no dia a dia.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Com a palavra, deputado Olim. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado
Donato.
O
SR. DONATO - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
todos que nos acompanham pela Rede Alesp, eu tenho dois assuntos nesse Pequeno
Expediente.
Primeiro,
lamentar. O governador Tarcísio tem dito que o governo dele é um governo de
diálogo. Nesta Casa, a gente já viu que não é bem assim. Mas eu queria lamentar
o seguinte.
Nesse exato
momento, eu deveria estar no DAEE, Departamento de Águas e Energia Elétrica do
Estado de São Paulo, numa reunião com a superintendente, engenheira Mara Ramos.
É a terceira
vez que ela desmarca. Dia 27 de fevereiro, desmarcou. Dia 17 de março,
desmarcou. Dia 3 de abril, desmarcou. Eu não pedi reunião lá para tomar café. A
gente pediu para encaminhar e resolver situações que afligem o povo paulistano.
No caso, diz respeito ao córrego Pirajuçara.
É um córrego de
divisa entre São Paulo e Embu, no trecho que eu me refiro e eu ia tratar. Ele
também divide São Paulo com Taboão da Serra. Portanto, é uma responsabilidade
estadual, como córrego de divisa.
Lá, nós temos recorrentes
enchentes, na região do Jardim Irene, Jardim Irapiranga, Jardim Macedônia,
Jardim Maria Sampaio, que necessitam... Primeiro, o que necessita, de verdade,
é a canalização daquele córrego.
É promessa
antiga, que o Governo do Estado não realizou até hoje. Mas, pelo menos, de
intervenções para minimizar os danos. Há anos não se faz desassoreamento. A
prefeitura fala: “Não sou eu, é córrego de divisa, é o DAEE”. O DAEE não se
mexe. A gente conseguiu uma vistoria ano passado. Os engenheiros falaram: “Fim
de governo, espera o governo novo”.
Estamos
tentando falar com o governo novo, dialogar com o governo novo. Infelizmente, a
gente tem essa sucessão de adiamentos. Enquanto isso, o povo está naquela
situação lamentável.
O momento de
intervir é agora. Agora param as chuvas, e a gente acha que o DAEE pode
intervir agora, até novembro, antes das novas chuvas, e evitar que novas
enchentes aconteçam na dimensão que aconteceram na região do Irapiranga.
Ali, a única
intervenção que o Estado fez, foi quando o Cafu ergueu o troféu da Copa do
Mundo, “100% Jardim Irene”. No campo do Cafu, que está na divisa São
Paulo-Embu, fizeram um gabião. Fizeram uma proteção no córrego, naquele trecho,
no campo, e só.
Ou seja, foi
para comemorar a Copa do Mundo, em 2002, e nunca mais apareceram lá.
Lamentável. Então, registrar isso. E evidente que a gente vai ter que reportar
aos superiores da engenheira Mara Ramos, porque ela não está atendendo ao povo
paulista.
Lamentar também
hoje: mais uma vez, a ViaMobilidade apronta mais uma. O metrô Linha 5-Lilás, do
Capão Redondo à Chácara Klabin, está paralisado desde as oitos horas da manhã.
Trabalhadores... Encontrei aqui um câmera da TV Alesp que demorou mais de duas
horas para vir, num trajeto que ele costuma fazer em 40 minutos, lá do Capão
Redondo para cá.
E dessa vez
caiu um poste na Linha. Mas não é um poste externo, não é um carro que bateu
num poste. É um poste de sustentação da rede de alimentação elétrica dos trens,
ou seja, um problema claro de manutenção.
E a ViaMobilidade
continua zombando dos paulistanos, tanto na concessão que ela tem da CPTM,
Linhas Esmeralda e Diamante - de Itapevi até Júlio Prestes e de Osasco até o
Grajaú -, quanto na Linha 5, do Capão Redondo à Chácara Klabin, que é a linha
do metrô.
Então, lamentável.
E a gente continua insistindo: é necessário ter a CPI da ViaMobilidade. O
Ministério Público pediu a rescisão do contrato da ViaMobilidade. Não sou eu,
não é a oposição; é o Ministério Público que pediu. Contrato que já tem dois
anos e no qual se investiu muito pouco. Falou que ia investir quatro bilhões em
três anos, não investiu nem um bilhão nesses dois anos, Sr. Presidente.
E a gente
precisa cobrar a ViaMobilidade. Não dá para ter um consórcio de empresas do
porte do grupo CCR, do porte do grupo Ruas zombando dos paulistas e,
principalmente, dos paulistanos que necessitam desse meio de transporte. Então,
são essas questões que eu tinha para hoje, Sr. Presidente.
Muito obrigado
pela oportunidade de falar.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Com a palavra, o deputado Luiz Claudio Marcolino.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. e Sras. Deputadas, funcionários e
funcionárias da Assembleia Legislativa. Sr. Presidente, hoje eu vou tratar da
pauta da campanha salarial dos servidores municipais da cidade de São Paulo.
Na sexta-feira
agora, foi realizado um ato, que eu pude acompanhar pela bancada do Partido dos
Trabalhadores. Colocando ali o nosso posicionamento e cobrando, por parte da
Prefeitura Municipal de São Paulo, primeiro uma análise criteriosa em relação
aos itens apresentados.
São apenas 15
itens que o sindicato apresenta. Foi encaminhada essa pauta a partir do
presidente João Gabriel, que é o presidente dos sindicatos municipais de São
Paulo.
E a pauta ora
apresentada é um reajuste salarial linear de 16,36%. E aqui faz os seus
detalhamentos, com o fim da mudança da lei salarial, e não o 0,01%; garantia do
pagamento da data-base no dia primeiro de maio; o fim do desconto do imposto de
renda nos (Inaudível.) menores da prefeitura.
Outro item
importante, nobre deputado Donato, que já foi revogado aqui no estado de São
Paulo, é a questão do confisco dos 14% dos salários dos aposentados e
pensionistas.
E V. Exa., que
estava como vereador na Câmara de São Paulo, sabe o quanto isso foi prejudicial
aos trabalhadores aposentados. Hoje, os aposentados e pensionistas pagam 14%,
numa lei aprovada pelo prefeito, que tem prejudicado a população.
Aqui em São
Paulo, no Estado, já derrubamos esse confisco. É importante que lá na
Prefeitura de São Paulo, esse confisco de 14% dos aposentados também seja
revogado.
Cobra-se também
o ressarcimento dos valores confiscados, os que já foram pagos nesse período. E
um item muito grave: os trabalhadores inativos - e mesmo os ativos - que têm
doenças graves na cidade de São Paulo não pagavam o Iprem. Na lei que foi
aprovada, os trabalhadores que hoje têm doenças graves passaram a pagar o
percentual do Iprem.
Outro item
colocado também, como ponto de pauta, são as condições de trabalho e saúde.
Outro item, também, é o fortalecimento do serviço público municipal. Nós
sabemos que nesse último período o atual governo vem fazendo privatizações,
concessões, terceirizações. Então, uma das pautas do sindicato é justamente o
fim das terceirizações, das concessões e privatizações que estão acontecendo na
cidade de São Paulo.
Um outro item é
a nomeação dos aprovados em concursos públicos. Já tem muitos concursos que
foram realizados pela Prefeitura de São Paulo, e esses trabalhadores não têm
sido chamados. Então, que volte e comece a nomeação dos aprovados nos atuais
concursos.
Uma convocação
de novos concursos. Hoje nós sabemos que a Prefeitura de São Paulo tem um
déficit grande, seja na área da Educação, da Saúde, da assistência social, da
mobilidade. Então, é necessário que haja novos concursos públicos na Prefeitura
de São Paulo.
O reajuste do
salário refeição e alimentação em 14,60%, a aplicação dos pisos salariais
nacionais de modo linear nas tabelas de carreiras. Piso não é teto. Aqui nós
estamos dialogando sobre o piso da Educação, que reivindica a incorporação dos
33% da lei do Piso de 2022, e os 14% do reajuste do piso de 2023, em todas as
tabelas da carreira da Educação.
Um outro item
também em relação à enfermagem. Reivindicação da aplicação do Piso Nacional de
Enfermagem de forma linear na carreira. Regulamentação das gratificações do
funcionalismo municipal, readequação da jornada de trabalho. A incorporação das
bonificações. A volta das faltas abonadas. Aqui um item sobre relações
trabalho.
Dois pontos
importantes, que é o combate à violência institucional. Ter uma estruturação de
mecanismos e canais que garantam a participação de entidades sindicais, o
controle social, para o ressarcimento de denúncias de violência no trabalho em
relação ao assédio moral, sexual, discriminação racial, preconceito de gênero,
o LGBTQIA+, capacitismo e outras formas de violência institucional, garantindo
a regulação dos servidores e servidoras.
E o item 14ª,
concursos públicos para a recomposição do quadro de servidores do servidor
público municipal da cidade de São Paulo. A questão dos precatórios e a relação
sindical e profissional.
Então, essa
aqui, Sr. Presidente, é a pauta
apresentada ao presidente, ao prefeito de São Paulo. É a pauta apresentada à
secretária municipal de gestão, Marcela Arruda. Esperamos que a Prefeitura de
São Paulo atenda as reivindicações apresentada pelos servidores públicos
entregues nesta última sexta-feira.
Esperamos que
tenham um bom resultado no processo da negociação. Porque, caso não haja
negociação, com certeza a categoria dos municipais, que é uma categoria muito
bem organizada, muito forte, vai começar seu processo de mobilização.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Com a palavra o deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.)
Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputada
Thainara Faria. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro
presidente Gilmaci Santos, prezados deputados estaduais e deputadas estaduais,
eu quero aqui hoje registrar um acontecimento bastante importante,
significativo, ontem, no Parque do Ibirapuera, em frente à Assembleia
Legislativa, onde houve a caminhada do silêncio, em memória das vítimas,
daquelas pessoas que foram torturadas, mortas, perseguidas durante a ditadura
militar.
Vieram muitos
familiares, muitos pais, carregando as fotos de seus filhos e filhas
perseguidas. Foram levando... Depois de uma reunião, onde estava inclusive o
ministro Sílvio Almeida, dos Direitos Humanos, e também o secretário Nilmário
Miranda, de Defesa da Democracia, e tantas pessoas, como Rogerio Sottili, do
Instituto Vladimir Herzog, e tantas pessoas que ali recordaram os momentos tão
difíceis que nós tivemos durante a ditadura militar.
É muito
importante que esses atos venham a ser realizados, para que nunca mais tenhamos
no Brasil cenas como aquelas, de perseguição, de censura, de proibição até da
exibição de filmes, de peças de teatro, como o caso de “Roda Viva”, no teatro
Oficina, uma peça criada por Chico Buarque, ou também...
Eu próprio
presenciei situações quando eu era deputado estadual nesta Casa. Certo dia,
aqueles que estavam organizando a vinda de Joan Baez, a grande cantora - também
em defesa dos direitos humanos que ela vinha para São Paulo -, disseram a mim:
“Será que você pode levar a Joan Baez para conhecer o então presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, Luiz Inácio Lula da
Silva?”; “Sim”, eu falei, “Com o maior prazer”.
Então, eu
passei um dia com a Joan Baez. Primeiramente, a levei até a Universidade de São
Paulo, na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, onde ela cantou,
assim à capela, algumas duas ou três canções muito belas.
Depois, fui com
ela almoçar no Sindicato dos Metalúrgicos com o presidente do sindicato, o
Lula. No final do dia, por vota das oito horas da noite, eu a levei para o
Tuca, o teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, que estava
lotado, com cerca de 1.500 pessoas.
Quando lá
cheguei para que ela pudesse cantar, um amigo meu, que foi meu treinador de
box, Lúcio Inácio da Cruz, que então trabalhava na Polícia Federal, me disse:
“Olhe, Eduardo, infelizmente, o show não vai poder acontecer, porque não foram
apresentadas previamente as canções que ela vai cantar”. Ora, eu achei aquilo
um absurdo. Daí eu entrei com ela no Tuca e expliquei aquela decisão absurda.
Ela estava
sentada numa das primeiras filas, daí eu sentei ao lado dela. Perante as 1.500
pessoas, eis que assim, à capela, sem qualquer instrumento musical, ela começou
a cantar, com uma voz tão linda, “Para não dizer que não falei das flores”, de
Geraldo Vandré, e todos sabiam essa música, cantaram juntos. Depois, ela cantou
“Blowin the wind”, uma música, justamente, para que haja a realização da paz e
que não haja mais violência em nosso País e em nosso mundo.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputado. Com a palavra, deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Carlos
Giannazi. (Pausa.)
Neste momento, encerrada a lista do
Pequeno Expediente aqui, passamos para a Lista Suplementar. Deputado Delegado
Olim. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.)
Deputada Edna Macedo. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado
Dirceu Dalben. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.
O
SR. CONTE LOPES - PL -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, acompanhando o discurso do
nobre deputado senador Suplicy a respeito da solenidade ocorrida ontem, aqui
próximo à Assembleia, da mesma forma a gente é favorável à paz, mas
infelizmente os bandidos não são muito favoráveis à paz e aqui ao lado da
Assembleia, ontem, às duas e meia da tarde, três bandidos tentaram invadir uma
residência, os vizinhos ligaram, a Rota chegou ao local sob o comando do
tenente Araújo, houve uma troca de tiros, três marginais, sequestradores e
ladrões de residência, dois acabaram sendo feridos no tiroteio, um foi preso e
a ocorrência prosseguiu para o distrito.
Então, uma
demonstração de que, infelizmente, os bandidos não querem paz, querem guerra.
Estão aí atacando a qualquer hora do dia e da noite. Queria até cumprimentar em
público, Sr. Presidente, a presença no local do delegado Nico, Osvaldo Nico,
que é secretário adjunto da Segurança Público.
Então nossos
cumprimentos, queria até que, se fosse possível, nosso discurso fosse mandado à
Secretaria de Segurança Pública e ao Dr. Nico. É importante a presença dele no
local para demonstrar o apoio da Secretaria de Segurança Pública a policiais
que estão nas ruas dando segurança para o povo de São Paulo. Essa é a grande
verdade, são homens que arriscam a vida diuturnamente para trazer segurança.
Esse pessoal da
Rota é preparado para a área da Segurança, preparados, se for necessário, para
o combate. Infelizmente, os bandidos andam superarmados, não se entregam,
atacam pessoas de bem e invadem residências, dominam familiares, estupram,
barbarizam, então é necessário também que se tenha uma polícia preparada para
isso.
A presença do
secretário Osvaldo Nico é muito importante para demonstrar o apoio e,
principalmente, a união entre as duas polícias. Eu vi isso aí quando era
tenente de Rota, na época do coronel Erasmo Dias, que sempre procurava
trabalhar com as duas polícias juntas, uma valorizando o trabalho da outra,
porque a polícia tem que ser uma, trabalhar junto, trabalhar forte e junto.
Então aqui os
meus cumprimentos à Secretaria de Segurança Pública, ao governador Tarcísio de
Freitas que, pela primeira vez, acreditou na polícia sob o comando de
policiais, porque nos 50 e tantos anos de polícia eu vi a polícia ser comandada
por coronéis do Exército, generais do Exército, juízes de direito, promotores
públicos, juristas e hoje a gente vê a secretaria na mão da Polícia Militar e
na mão da Polícia Civil.
Eu espero que
isso dê certo, que se valorize realmente os homens para que a gente possa lutar
por melhores salários, melhores condições dos policiais, não é? Para a proteção
da população. Eu volto a repetir, acho que a polícia tem que existir para
proteger o povo.
Ela ganha para
isso, tem que ser melhor paga, melhor remunerada, não é cabível que tenhamos
uma das polícias pior pagas do Brasil. Se São Paulo é a locomotiva deste País,
que nossos policiais sejam realmente valorizados.
Não adianta
nada a gente aprovar nesta Casa que o investigador de polícia, deputado Reis,
tem que ter curso superior. O cara tem curso superior e vai ser investigador,
passa no concurso e vai ganhar dois mil reais, dois mil e poucos reais.
Obviamente, se ele tem um curso superior, ele opta por outra profissão, outro
concurso que apareça, ele vai embora. Então nós preparamos e treinamos o homem
para ele ir embora, não é?
Até as empresas
de segurança acabam contratando tanto policiais civis quanto militares. O
Estado prepara, treina o homem e quando ele está preparado e treinado, ele
acaba indo embora e temos que contratar novos.
E estamos aí,
como vimos vários discursos como o do deputado Reis, que a Polícia Civil está
com um claro de 15 mil homens, 20 mil homens. E a Polícia Militar em torno de
15 mil homens. Enquanto nós estivermos pagando mal e exigindo muito, obviamente
que o homem chega na polícia e em seguida ele busca outros horizontes.
Mas meus
cumprimentos então à polícia de São Paulo, à Rota, pelo trabalho, e que
continue lutando, dando segurança para o povo, apesar das dificuldades.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Reis.
O
SR. REIS - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Srs. Deputados, Sras. Deputadas, estou voltando a esta
tribuna para falar um pouco da polícia, porque não posso deixar o Conte Lopes
falando sozinho da polícia. Aqui tem que ter uma concorrência.
Ele vem falar,
eu também falo e assim vai. Senão, ele ganha os louros todos para ele. Eu
também preciso ser reconhecido pelo trabalho em defesa da Polícia Civil, da
Polícia Militar.
Quero falar,
Sr. Presidente, sobre a lei complementar que foi mandada para esta Casa no
período em que o João Agripino Doria era governador do estado, a Lei
Complementar nº 1.354, de 2020.
É uma lei que
chamo de “lei Frankenstein”, é uma lei por partes, que trata de várias
categorias, trata das aposentadorias dos servidores públicos e trata das
aposentadorias dos policiais civis. E o que essa lei fez com os policiais
civis, deputado Conte Lopes, deputado Suplicy?
Na Polícia
Militar - está aqui o comandante Conte Lopes, ele sabe muito bem disso -, quando
o policial militar se aposenta, ele tem acesso ao posto imediato, ou seja, ele
ganha uma promoção.
Se ele estiver
na condição de tenente, ele vai a capitão; se estiver na condição de capitão,
ele vai a major; se for major, vai a tenente-coronel; se for tenente-coronel,
vai a coronel; e se for coronel ainda vai ganhar um percentual, uma diferença
entre os cargos de coronel e comandante-geral.
Isso não
acontece com os policiais civis. Os policiais civis não têm acesso à classe
imediata. Então, temos que debater bem essa questão, deputado Conte Lopes - V.
Exa. que defende bem a polícia -, porque temos que defender a polícia, mas
temos que fazer as reformulações legislativas para corrigir as injustiças que
foram praticadas por legislaturas anteriores à nossa, por governos anteriores
que mandavam os projetos para cá e aqui só carimbavam e aprovavam.
Essa lei trouxe
um grande prejuízo para a nossa categoria policial civil. Eu acho que temos que
ter também a classe imediata. Ora, por analogia, se estamos todos dentro do
guarda-chuva da Secretaria da Segurança Pública, então que os policiais tenham
o tratamento adequado.
A lei, no Art.
4º, inciso IV, diz assim, olha: “O servidor
integrante das carreiras de Polícia Civil, Polícia Técnico-Científica, Agente
de Segurança Penitenciária ou Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária será
aposentado voluntariamente, desde que observados, cumulativamente, os seguintes
requisitos.”
Aí
ele vem falando: 55 anos de idade, 30 anos de contribuição, 25 anos de efetivo
exercício em cargo de natureza estritamente policial. Depois, diz: “cinco anos
na carreira em que se dará a aposentadoria”.
O que acontece
na Polícia Civil? Se o policial estiver na primeira classe e não tiver cinco
anos na primeira classe, ele se aposenta na segunda classe. Ao invés de ter
acesso ao posto imediato, ele retroage, ele volta no tempo, contrariando,
inclusive, a Emenda nº 103, que autorizou as reformas da Previdência. Então, o
Art. 4º, inciso IV, da Emenda nº 103, de 2019, diz que são cinco anos no cargo
em que se dará a aposentadoria.
Então, Sr.
Presidente, temos que entender que o cargo é aquele ao qual fui concursado. Fui
concursado para investigador de polícia. Esse é o meu cargo. A pessoa foi
concursada para delegado de polícia. Esse é o cargo dela. Então, quando ele tem
a escala vertical de vencimentos, quando ele tem ascensão nas classes, ele
continua no mesmo cargo.
Então, há
delegado de polícia de terceira classe, delegado de polícia de segunda classe,
delegado de polícia de primeira classe, delegado de polícia de classe especial.
Ele tem a carreira ascendida nas classes, mas ele continua delegado de polícia.
O cargo continua delegado de polícia.
O cargo
continua investigador de polícia. O cargo continua escrivão de polícia. Então
não tem cabimento retroagir. Não tem cabimento se o servidor não tiver os cinco
anos, ele voltar cinco anos na classe anterior.
Nós temos que
resolver isso aqui. Nós temos que corrigir essa distorção que foi produzida por
conta dessa lei Frankenstein, que é a Lei nº 1.354, que trata das
aposentadorias. O policial civil tem que ter a mesma prerrogativa do policial
militar, ou seja, ele também tem que ter direito a classe imediata.
Então nós temos
que corrigir que ele deva aposentar no cargo e com acesso a classe imediata,
assim como a Polícia Militar tem o posto imediato. Então isso é fruto de um
projeto que eu já protocolei nesta Casa, Sr. Presidente.
Eu espero que
os nossos parlamentares que defendem a polícia, que defendem a Segurança
Pública, juntamente com todos aqueles de outras categorias, possam, quando for
colocado aqui em votação, dar o seu voto aprovando essa alteração legislativa.
E, claro, nós
estamos construindo um outro projeto para buscar também por paridade, por
analogia, que a Polícia Civil também tenha acesso ao posto imediato.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputado. Tem a palavra o deputado Eduardo Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Gilmaci Santos, caros deputados Conte
Lopes, Paulo Reis, aqui eu vou fazer uma reflexão sobre as suas observações
relativas à questão da existência de bandidos, sequestradores e tudo. Será que
há uma solução mais adequada do que simplesmente haver uma polícia muito mais
cheia de instrumentos?
Eu tenho a
convicção de que sim, deputado Conte Lopes. E qual é este caminho? É o caminho
de nós provermos a toda e qualquer pessoa, não importa a sua origem, raça,
sexo, idade, condição civil ou socioeconômica de participarem da riqueza comum
de nossa Nação, através de uma renda suficiente para atender as suas
necessidades vitais.
É claro que não
iremos eliminar inteiramente a bandidagem, mas com certeza o índice de
criminalidade, no dia em que houver uma renda garantida para toda e qualquer
pessoa, vai diminuir muito significativamente.
Então eu quero
lhe transmitir que avalio como importantíssimo que isto seja logo transformado
em aplicação da lei que foi aprovada por todos os partidos em 2002 e 2003, no
Senado e na Câmara, e sancionada pelo presidente Lula em 8 de janeiro de 2004;
faz 19 anos.
Diz a lei, é
verdade, que a renda básica universal e incondicional será instituída por
etapas, a critério do Poder Executivo, começando pelos mais necessitados. E por
que houve esse parágrafo na lei? Quando era relator o senador Francelino
Pereira. Ele me disse: “Olhe, Eduardo, eu gostaria de estudar muito seriamente
o seu projeto”.
Eu dei meu
livro para ele “Renda de cidadania: a saída é pela porta” e ele me disse: “É
uma boa ideia, mas você precisa torná-la compatível com a Lei de
Responsabilidade Fiscal, pela qual, para cada despesa, é preciso saber a
receita correspondente.”
Portanto, que
tal você aceitar um parágrafo que diga que será instituída por etapas, a
critério do Poder Executivo, começando pelos mais necessitados? Eu achei de bom
senso e aceitei.
Graças a este
parágrafo é que a Lei foi aprovada por todos os senadores e deputados federais
e sancionada em uma belíssima cerimônia em 8 de janeiro de 2004, faz 19 anos.
Avalio que
conversei com o presidente Lula em 2021. Está como prefácio da oitava edição do
meu livro Renda de Cidadania - A Saída É Pela Porta, um diálogo onde ou
transmito a ele o quanto eu me empenharei para que ele se tornasse novamente
presidente, como aconteceu em 2022. E ele disse que irá, sim, realizar esforços
para que a renda básica se torne universal.
Acredito que
isso vai ser possível durante este governo. No último dia 17 de março, eu tive
mais de uma hora de audiência com o ministro Wellington Dias, do
Desenvolvimento Social, onde conversamos a respeito.
E, inclusive,
chegamos à conclusão sobre a formação de uma comissão mista do governo, do
Poder Executivo e do Congresso Nacional, a criação de um grupo de trabalho para
estudar estas etapas.
Terei o maior
prazer, deputado Conte Lopes, acho que o Paulo Reis já tem, se não tiver eu vou
lhe dar também, o meu livro Renda de Cidadania - A Saída É Pela Porta o quanto
antes, caro deputado Conte Lopes, para que possa conhecer bem e mais
aprofundadamente esta proposição.
Muito obrigado,
presidente Gilmaci.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS
- Obrigado, deputado. Tem a palavra o deputado Conte Lopes.
O
SR. CONTE LOPES - PL
- Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, retornamos a esta tribuna e
somos favoráveis ao projeto do deputado Reis.
Realmente,
aquele, como na Polícia Civil, que venha a se aposentar, que ele tenha o posto
imediato, como acontece na Polícia Militar, que é esse tal do princípio da
isonomia.
Então pode
contar com este deputado, que o nosso intuito é realmente valorizar os
policiais de São Paulo. O nobre senador Suplicy também falou a respeito da
renda mínima, está até nos fornecendo um livro, que a gente agradece aqui da
tribuna da Assembleia.
Só que, senador,
hoje em dia o crime está muito grande, é muito dinheiro que eles estão
ganhando, infelizmente. Hoje os bandidos ganham muito dinheiro, vivem em
mansões, usam helicópteros, alguns, até aviões.
Vimos uma
mulher ser presa ontem no Rio de Janeiro, que era chefe do crime organizado lá
do Rio Grande do Norte. Estava escondida aqui no Rio de Janeiro. Escondida,
não, tranquila, vivendo em mansões. O crime infelizmente está aí.
Agora mesmo
acabei de receber a informação de que uma advogada, Isabela, aqui da Assembleia,
foi assaltada aqui na porta da Assembleia, na última sexta-feira, na rampa,
onde se pega taxi ali.
Quer dizer, os
bandidos estão em todo lugar, e roubam o celular, custa oito, nove, dez mil
reais, e os caras atacam e levam embora um, dois, três, dez celulares por dia,
cada bandido. Então realmente o crime está compensando.
Jovens estão
sendo admitidos no mundo do crime. Em vez de trabalhar, o jovem prefere ser
aviãozinho de traficante. Infelizmente é isso. Nós somos favoráveis, senador,
que realmente se crie uma forma de se evitar essa força do crime organizado.
Um bandido chega
à cadeia, ele fica pior. Ele é preso, vai para a cadeia e fica pior ainda. Ele
tem que se associar ao PCC, aqui em São Paulo, ao Comando Vermelho, no Rio de
Janeiro, a outras facções criminosas no nordeste e outros estados. Quer dizer,
ele acaba tendo que se filiar ao partido do crime. É o maior absurdo que está
acontecendo, e é muito dinheiro, às vezes até envolvendo corrupção na Polícia.
A gente sabe
que o crime organizado já tem em suas fileiras até policiais, que eles criaram
os policiais, criaram juízes e até promotores. Pagam o cara para fazer uma
faculdade de Direito para ele ser promotor público, juiz para protegê-los na
carreira. Nós vemos coisas absurdas, grandes traficantes sendo liberados no
final de semana, Sr. Senador Suplicy, por um ministro do Supremo Tribunal
Federal, sozinho.
A Polícia fica
às vezes um ano, dois, três, cinco, seis anos para pôr a mão no cara. Vai para
a cadeia, deputado Reis. Aí chega um belo final de semana um advogado entra com
habeas corpus, e está justamente aquele dia um ministro do Supremo Tribunal
Federal que aceita o habeas corpus e o grande traficante, procurado por anos a
fio, que tem avião, que tem helicóptero, que tem tudo, é colocado nas ruas.
E ele escreve
embaixo: “Estou soltando porque o habeas corpus... esse sábado aqui qualquer
novidade a Polícia prende de novo.” Como se fosse fácil prender. Tem um monte
de nome, um monte de cara que aconteceu isso aí.
Um belo final
de semana, recurso no Supremo para criminoso, para traficante, para bandido. E
o cara solta, e vai embora. Depois fala para a Polícia: “Infelizmente eu não
sabia que ele estava condenado a 500 anos. Eu só analisei o habeas corpus. Eu
sou tão bobinho como ministro do Supremo, analisei só esse habeas corpus.”
E o resto da
vida do cara? Agora, você é da Polícia? A Polícia que vá lá e prenda o não sei
quem, o não sei quem lá, e fica a Polícia correndo atrás. Infelizmente é isso.
Infelizmente o crime está muito forte, muito pesado, e a gente vai continuar a
nossa luta no dia a dia.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputado.
Não há mais oradores inscritos para o
Pequeno Expediente.
Encerramos o Pequeno Expediente.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, vamos passar ao Grande
Expediente.
*
* *
- Passa-se ao
* * *
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela
ordem, deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente,
gostaria de utilizar a tribuna pelo Art. 82, pela liderança do PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É
regimental.
Vossa Excelência tem a palavra pelo
Art. 82.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO
ART. 82 - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, telespectador da TV
Assembleia; primeiro aqui quero saudar a honrosa presença das alunas da Cásper
Líbero, da Faculdade de Jornalismo, que estão aqui hoje fazendo uma pesquisa
sobre a questão da revogação, na verdade sobre a reforma do ensino médio, sobre
toda essa polêmica que envolve esse tema.
E, por
coincidência, na data de hoje acabamos de ter a informação, deputado Reis, que
o presidente da República, o presidente Lula, anunciou a suspensão da
implementação da reforma do ensino médio, atendendo os estudantes, atendendo os
professores, as entidades representativas e a todas as pessoas que estão
mobilizadas no Brasil, hoje indo às ruas, inclusive, para que essa reforma
seja, não suspensa, mas revogada imediatamente. Então, é uma vitória importante
que nós temos que comemorar.
Porém nós
queremos é a revogação. Nós entendemos que essa reforma do ensino médio é uma
farsa lá do governo Temer, que foi prosseguida depois pelo governo Bolsonaro, e
cada dia que dura essa reforma nós estamos mutilando e castrando sete milhões
de alunos na sua aprendizagem, no seu processo educacional.
Então ela tem
que ser banida, ela tem que ser revogada imediatamente, porque ela só é
defendida pelas fundações empresariais, como a Fundação Lemann, aquela fundação
cujo nome é dilema, aquela que afundou as Lojas Americanas. Imagine a Lemann
formulando política para a educação pública do Brasil, para sete milhões de
alunos. É um absurdo.
Todas essas
fundações empresariais têm interesse; os estudantes e professores não têm. Então
o presidente Lula agiu corretamente, mas temos que avançar ainda. Eu apelo ao
presidente da República para que revogue a farsa da reforma do ensino médio.
Quero ainda,
Sr. Presidente, dizer que nós estamos acompanhando todo esse debate, aliás, há
muitos anos, sobre a violência nas escolas. E o estado de São Paulo tem
abandonado os nossos professores vítimas da violência escolar. Nós tivemos
vários casos aqui.
Em 2019 aquele
caso em Suzano, ano passado nós tivemos o caso na cidade de Ipaussu, duas professoras
foram esfaqueadas, agora, recentemente, duas semanas atrás, nós tivemos o caso
da Vila Sônia, da Escola Estadual Thomazia Montoro, onde nós perdemos uma
colega nosso do Magistério.
O Estado
abandona, as professoras lá estão reclamando que não têm assistência nenhuma,
nem psicológica, nem financeira. O Estado diz que vai dar assistência, e não
dá. Tenho um vídeo aqui de uma professora de Ipaussu, uma cidade perto de
Ourinhos, que foi esfaqueada, levou 13 facadas, está viva, mas foi abandonada
pelo governo. Olhe só o depoimento dela, só para eu encerrar o meu
pronunciamento de hoje.
* * *
- É exibido
vídeo.
* * *
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Deputado, vamos concluir. Já
passaram dois minutos.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Terminando, concluindo, calma.
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Eu estou calmo, deputado. Só que o
tempo corre.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Passaram três minutos, por
gentileza. Vamos encerrar o vídeo, por gentileza?
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, então, para uma
comunicação.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
PARA COMUNICAÇÃO - Primeiro, que V. Exa. está sendo deselegante. Não tem mais
nenhum orador presente. Vossa Excelência está sabotando o meu pronunciamento.
Vossa Excelência já deu tempo a mais para vários deputados. Estou fazendo uma
denúncia séria, de uma professora da rede estadual, que foi abandonada pelo
governo.
O governo mente
para a opinião pública e para a população, dizendo que vai dar assistência. Nós
temos um caso concreto, uma professora que não tem assistência financeira,
psicológica, médica, que está abandonada, no interior de São Paulo, vítima da
violência, no ano passado.
É o que está
acontecendo também com as professoras da Escola Estadual Thomazia Montoro.
Então, é muito sério isso. Nós estamos exigindo providências da Secretaria da
Educação, e do governador Tarcísio.
Não é possível
que as nossas professoras sejam abandonadas depois de serem esfaqueadas nas
escolas, sem nenhum tipo de assistência. Olha só, esse é o exemplo de uma
delas.
Então é um caso
sério que nós vamos levar para a Comissão de Educação. Então essa era a
denúncia que eu queria fazer. Por isso que o vídeo é muito importante. Porque é
um relato, um depoimento, de uma professora que estava no chão da escola, e que
recebeu 13 facadas, e sobreviveu por um milagre.
Então era isso,
Sr. Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo entre
as lideranças, e nenhum deputado mais para fazer pronunciamento, eu solicito o
levantamento desta sessão.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputado, é regimental. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo
acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os
trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora
regimental, com a mesma Ordem do Dia da última quinta-feira. Está levantada a
sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão
às 15 horas e 38 minutos.
*
* *