18 DE MAIO DE 2023

42ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI e REIS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - SOLANGE FREITAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

4 - REIS

Assume a Presidência.

        

5 - FABIANA BARROSO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - MAURO BRAGATO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - EDUARDO SUPLICY

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

10 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

14 - EDIANE MARIA

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

15 - PAULO FIORILO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

16 - PRESIDENTE REIS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 19/05, à hora regimental, sem Ordem do dia. Levanta a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Dando início à lista de oradores no Pequeno Expediente, com a palavra a deputada Márcia Lia. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a palavra o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra o deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis, que fará o uso regimental da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar o presidente, deputado Carlos Giannazi, cumprimentar os Srs. Deputados, as Sras. Deputadas, público presente, os integrantes da Polícia Militar, os integrantes da Polícia Civil, todos aqueles que nos acompanham pela Rede Alesp.

E depois do intenso debate que se deu na data de ontem sobre a questão da recomposição salarial, eu quero deixar para os nossos companheiros, nossos colegas policiais que eles fiquem tranquilos que nós vamos aprovar, sim, o projeto aqui. E como o pagamento é só para agosto, nós temos tempo para debater e para demonstrar as insatisfações que o projeto trouxe em seu escopo.

Mas eu quero falar um pouco, Sr. Presidente, também do trabalho que o presidente Lula vem fazendo, que o governo federal vem fazendo. E a questão da Petrobras, que começou a mudar e volta para os fins para os quais ela foi criada em 3 de outubro de 1953, durante o governo Getúlio Vargas, como uma empresa estatal de petróleo, não só para a produção de combustíveis, mas uma empresa estratégica para o desenvolvimento do País.

Ela contribui para o desenvolvimento tecnológico, petroquímico e é capaz de atrair investimentos estrangeiros e influenciar e gerar empregos em vários outros setores da Economia. Uma vitória para o povo brasileiro é a mudança da política de preços com o fim da paridade internacional.

Com o fim dessa paridade os preços dos combustíveis e do gás de cozinha deixam de acompanhar a alta dos preços internacionais e serão fixados dentro da realidade do povo brasileiro. Com essa medida, houve uma redução de 21,3% no preço do gás de cozinha.

Vossas Excelências sabem e aqueles que estão me ouvindo em suas casas como foi difícil o gás de cozinha subindo de preço todas as semanas e o povo, que tem o seu salário praticamente congelado, cada vez mais empobrecendo por conta dessa expropriação que se deu no governo anterior. A redução de 12,6% na gasolina e de 12,8% no óleo diesel.

Lembrem vocês quantos caminhoneiros faziam manifestações para que se reduzisse o valor do óleo diesel. Outras ações do governo anunciadas no dia 1º de maio pelo presidente Lula como homenagem aos trabalhadores que constroem o País já estão em benefício do povo: o salário mínimo de R$ 1.320,00 e a política de valorização que permitirá que o seu valor suba acima da inflação.

Então, no governo anterior, o salário mínimo ficou praticamente congelado e sem ganhos, correção abaixo da inflação. O salário mínimo nacional, conforme o levantamento do Dieese, atinge diretamente 22,7 milhões de pessoas e, indiretamente, outras 31,3 milhões.

Ao todo o reajuste do salário mínimo impacta 54 milhões de pessoas, que representam 25,4% da população no País, de acordo com o censo de 2021. Esta é uma das medidas do governo Lula.

Mas podemos lembrar também da volta do Bolsa Família, com novos valores, de 600 reais, mais o adicional de 150 reais por criança de até seis anos; adicional de 50 reais para crianças com mais de sete anos e jovens com menos de 18 anos; e o adicional de 50 reais para gestantes; e a liberação e reajuste das bolsas para as estudantes e pesquisadores entre 25 e 200 por cento.

Então, isso é o trabalho do nosso governo, do Governo Federal. A harmonia que se trouxe com a eleição do Lula, o fim daquele clima, Sr. Presidente, que tinha no País, de guerra, de beligerância, de notícias falsas o tempo todo.

Então um governo que dialoga com o mundo, um governo que busca proteger as nossas famílias, as nossas crianças, proteger os povos indígenas, defender as minorias. Então mudou muito, sim, o clima em nosso País, e mudou para melhor.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado, deputado Reis. Tem a palavra a deputada Ediane Maria. (Pausa.) Tem a palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Tem a palavra a deputada Thainara Faria. (Pausa.)

Tem a palavra o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Tem a palavra o deputado Simão Pedro. (Pausa.) Tem a palavra a deputada Solange Freitas, que fará uso regimental da tribuna.

 

A SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Qual é a primeira palavra que vem à cabeça de vocês quando a gente fala em câncer? Para a maioria das pessoas é morte, é dor, sofrimento, tristeza.

Para mim, que já passei por isso, enfrentei um câncer de mama e graças à Deus cheguei à cura, vem outra palavra: é “luta”, “desafio” também, e “vida”. Mas eu passei por esse processo todo, consegui chegar à cura.

Mas imaginem vocês para aquelas pessoas que além de receber essa notícia ainda não conseguem lutar por um tratamento digno, ou demora para o tratamento, demora para fazer a cirurgia, a quimioterapia, a radioterapia. É muito sofrimento para uma pessoa que já enfrenta a doença.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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Uma pesquisa que foi feita, inédita, faz um alerta para o poder púbico. É uma pesquisa, um estudo inédito, divulgado pela Oncoguia, em parceria com o Data Favela e o Instituto Locomotiva, que revela, em uma realidade de 18 milhões de pessoas que vivem em favelas no Brasil, a falta de acesso à informação quando se fala em câncer, e olha que elas representam 82% dos pacientes atendidos pelo SUS, sendo a maioria negros e das classes “D” e “E”. São as que mais sofrem com a falta de estrutura, de serviços e de profissionais especializados em tratar essa doença.

E aí há dois problemas dentro das comunidades que essa pesquisa revela quando se fala em câncer: é a desinformação e os gargalos, para o início e para a continuidade do tratamento.

Olha só os números: 84% das pessoas entrevistadas disseram que há casos de câncer no seu círculo social. Oitenta e quatro por cento das pessoas que vivem em favelas dizem que têm casos de pessoas no seu círculo social com câncer, muitas na família, 60% na família, e 44% entre amigos ou conhecidos. Só que 62% dessas pessoas que moram nas comunidades disseram que são desinformadas sobre o assunto.

O que acontece é que o diagnóstico nas favelas é muito tardio para o tratamento, e ainda que o SUS faça todo o esforço para dar acesso a esse tratamento, as pessoas não conseguem, muitas vezes, acompanhar todas as etapas, porque elas vivem no trabalho informal. Porque elas vivem no trabalho informal nas favelas, porque as pessoas não querem dar emprego simplesmente porque elas moram nas comunidades.

Então, elas vivem, a maioria, do trabalho informal, e, às vezes, você ir para uma consulta, você ir buscar o diagnóstico, você ir no tratamento é um dia de trabalho perdido, e para essas pessoas representa muito.

Não adianta a gente saber disso, essa pesquisa inédita mostrar esse raio-x dentro das comunidades, e a gente não fazer nada. Eu estou fazendo um pouquinho, um comecinho.

Apresentei já, na semana passada, um projeto de lei criando a semana de conscientização e prevenção ao câncer, a ser realizada na segunda semana do mês de abril, só que dentro das comunidades.

A semana tem por objetivo levar as informações, relacionadas ao câncer, dentro das comunidades, perto das pessoas que estão precisando de informação. Isso pode acontecer de várias maneiras.

O Poder Público pode fazer atividades educativas, pode levar os mutirões de exames e de clínicas de médicos dentro da comunidade, nessa semana todinha só nas favelas alertando as pessoas, buscando essas pessoas que estão precisando de ajuda, levando informação para essas comunidades. Mas não, não é apenas uma semana, ou mais uma semana, de alguma coisa que se está criando aqui na Alesp, não é. É muito mais do que isso.

É forçar o Poder Público a fazer, o Poder Público a executar, a fazer o Poder Público fazer o que não tem sido feito. Dedicar uma semana inteirinha dentro das comunidades àquelas pessoas que mais precisam de informação, é levar para elas a forma como elas podem se cuidar, a forma como elas podem se tratar.

Porque, se não tiver essa semana, é menos uma ferramenta para ajudar dentro das comunidades. É menos uma chance que nós teremos de salvar vidas, porque a informação pode salvar vidas. A prevenção salva vidas e é essa a intenção desse projeto de lei: salvar vidas com informação e prevenção.

Muito obrigada.

 

O SR PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo aqui com o Pequeno Expediente, vamos chamar o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada Fabiana Barroso, tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

A SRA. FABIANA BARROSO - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente. Boa tarde a todos aqui da Alesp que estão me ouvindo. Vim aqui para passar alguns ocorridos nessa semana.

Ontem estive presente na posse do Conselho, juntamente com o governador Tarcísio, na importante posse do governo... Perdão. Na posse do Conselho de Juventude. Estava aqui presente ontem no Palácio do Governador saudando o pessoal que estava lá. Estamos vendo agora o governador com o contato aos jovens.

Foi um evento lindo, um evento primordial, porque a sociedade começa na juventude, então a gente precisa ter um olhar mais cuidadoso para as pessoas jovens. Muitas vezes, a gente fica concentrado já na meia idade para cima, mas a gente precisa lembrar que a juventude está muito desamparada.

A gente precisa focar o olhar neles, saber que eles precisam entender de políticas públicas. A partir dos 16 anos a pessoa já pode votar, isso é uma responsabilidade tremenda, a pessoa tem o direito e pode escolher o presidente da República. É muita responsabilidade.

Precisamos levar para as escolas, inclusive, quero parabenizar a Alesp. Eu sempre passo aqui na Alesp, aqui dentro do plenário, e vejo escolas sendo trazidas aqui dentro do plenário, aprendendo como que funciona o Parlamento. Colocar o sonho nessas crianças, nessas meninas e meninos, nessas pessoas para também um dia estarem aqui nos substituindo.

Também gostaria de parabenizar o meu líder de bancada, da bancada do PL, o deputado Carlos Cezar, por hoje pela manhã ter dado o início a sua frente parlamentar evangélica, da qual eu faço parte com muito orgulho. O direito ao culto, o direito à religião, a cada um ter a sua é essencial para a gente.

Então, eu estou muito feliz por hoje ter participado desse evento lindo e maravilhoso que houve aqui também na Alesp.

Também gostaria de dizer que hoje às 19 horas a primeira-dama do nosso Estado fará uma importantíssima campanha, a Campanha do Agasalho. Estamos vivendo dias frios, dias que a gente que tem casa está tudo bem, está tudo tranquilo, mas e quem não tem?

Então, é um apelo aqui para você que está me assistindo. Vamos olhar para o seu vizinho, vamos olhar para aquela pessoa que passa na sua rua necessitando da sua ajuda. Somos todos um, somos todos irmãos, precisamos apoiar a quem precisa, assim quando a gente, quando precisa, precisamos de apoio, estamos aqui também para apoiar quem precisa.

Parabéns à primeira-dama do Estado.

Não poderia também deixar de parabenizar o governador Tarcísio pelo lindo trabalho que está fazendo frente ao governo do estado de São Paulo. Eu sou muito admirada, inclusive o Tarcísio é um governador que mesmo quando as câmeras se apagam continua sendo uma pessoa íntegra, uma pessoa honrosa, uma pessoa de fé. Então, eu muito me admiro dele.

A semana passada também tivemos muito diálogo em relação a isso internamente sobre o aumento salarial aos policiais, às carreiras policiais, delegados de Polícia, e aqui eu quero dizer o meu apoio ao governador. Não é nada fácil governar um país, não é nada fácil seguir as cobranças que o Estado impõe sobre ele, só que ninguém vê o lado bom disso, o lado da luta, o lado de como que ele está sendo mais diferente de todos, e ainda nem no meio do ano estamos.

O Tarcísio já fez história, mesmo não tendo completado ainda meio ano de mandato. Muito me orgulha fazer parte desse governo, muito me orgulha fazer parte do PL, da direita, inclusive muito me orgulha fazer parte do governo de Jair Messias Bolsonaro, de Michelle Bolsonaro. E é assim que eu me coloco aqui.

Bom, pessoal, estou aqui, contem comigo. O meu trabalho sempre foi limpo, sempre foi honesto, sempre foi às claras. Eu sempre fui uma pessoa íntegra e permanecerei sendo.

Um grande abraço a todos e até a próxima.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem.

Seguindo a lista de oradores, a próxima oradora deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.)

Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia.

Sr. Presidente, primeiramente eu queria aqui mais uma vez manifestar o nosso total apoio ao servidores e servidoras da Fundação Casa que estão em greve desde o dia 3 agora do mês de maio.

Hoje já é dia 18, quinta-feira, e até agora o governo não negociou, não recebeu o sindicato, não abriu um processo mínimo de negociação com a categoria, que luta por um reajuste digno, pela reposição das perdas inflacionárias, luta por melhores condições de trabalho, luta contra o assédio, contra as perseguições, contra as transferências compulsórias, luta também contra o fechamento de várias unidades no Estado quanto ao autoritarismo que virou um tema transversal dentro da Fundação Casa, e até agora não houve negociação.

O secretário de Justiça e Cidadania não negocia, o presidente da Fundação Casa não negocia, não atende as reivindicações básicas e elementares de uma categoria importante e estratégica no processo de reeducação e reinserção da nossa juventude, dos nossos adolescentes.

No entanto, o governo lavou as mãos, empurrou essa categoria importante para a greve, de uma forma inconsequente e irresponsável.

Então, Sr. Presidente, daqui da tribuna, mais uma vez, além da manifestação do nosso apoio, que não é só meu, mas muitos deputados e deputadas aqui da Assembleia Legislativa, nós exigimos que o governo atenda a pauta com as reivindicações dos servidores da Fundação Casa.

Também quero ainda voltar ao tema que V. Exa. colocou muito bem, no início de sua fala, sobre a questão do PLC 75, de 2023, que será votado, por nós. Nós vamos votar a favor desse projeto, é lógico que sim.

Mas, além de votar a favor, nós vamos votar também a favor das emendas que foram apresentadas, que melhoram bastante o projeto. As emendas, que incluem a Fundação Casa, incluem a Polícia Penal, e corrigem as injustiças e as contradições no seio da própria categoria da Polícia Militar e da Polícia Civil.

Mas eu queria destacar um fato importante, que é em relação à Polícia Penal. Nós aprovamos, no ano passado, a PEC da Polícia Penal aqui na Assembleia Legislativa. Regulamenta a Constituição Federal, que também já fez essa regulamentação, e cada estado faz a sua. Nós fizemos. Então os servidores do sistema prisional pertencem à Polícia Penal. Eles são policiais também. Está na lei, na Constituição Federal e Constituição Estadual.

No entanto, eles não foram incluídos no PLC 75. Nós estranhamos. Mas agora nós entendemos o porquê. O governo está dando dois golpes, na verdade, nos servidores do sistema prisional.

O primeiro, não colocando esses servidores no PLC 75. Mas o segundo golpe veio ontem, numa reunião com as entidades representativas, com os sindicatos da categoria.

A SAP anunciou que o reajuste será dado num outro projeto, num PLC que será encaminhado à Assembleia Legislativa, mas o reajuste, aí vem o golpe, vai ser através do famigerado subsídio, que detona os salários.

Na verdade, não vai ser mais salário. Vai ser subsídio. No subsídio não tem mais quinquênio, não tem mais evolução por tempo de serviço, não tem mais licença-prêmio, não tem mais sexta-parte.

Tudo isso desaparece nesse modelo de remuneração, que os servidores repudiam veementemente. Então são dois golpes. A não entrada no PLC, e agora esse anúncio. Agora o projeto vai chegar aqui na Alesp.

Nós temos que modificar esse projeto, porque os servidores do sistema prisional não querem ter esse tipo de pagamento. Eles querem ter um salário, querem ter uma carreira, eles querem ter evolução, como tudo mundo tem, em todas as carreiras. O subsídio é uma forma de exploração dos trabalhadores e dos servidores públicos, que retira direitos conquistados historicamente.

Então, nesse sentido, nós estamos em alerta para rejeitar essa proposta. Subsídio não, para os servidores do sistema prisional!

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista, o próximo orador, deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Reis, prezados deputados e deputadas.

Hoje, 18 de maio, é o Dia da Luta Antimanicomial, que marca o movimento social inspirado pela reforma psiquiátrica, cuja principal diretriz é o cuidado e liberdade das pessoas em sofrimento mental.

Há anos, os movimentos sociais, em especial o da luta antimanicomial, vêm denunciando sistematicamente as comunidades terapêuticas por suas práticas violadoras da dignidade e dos direitos humanos, que segregam as pessoas de seu meio e convívio social e, por consequência, não promovem a sua reinserção social.

O campo da saúde mental e suas políticas públicas são resultados diretos da Constituição Cidadã e da consolidação da democracia no Brasil. Essas políticas públicas foram progressivamente se estruturando com a política de estado e são, no contexto do Sistema Único de Saúde, o SUS, fundamentadas nas universidades, na equidade, nos direitos humanos e no direito à cidade, sendo fortemente impulsionadas pelo movimento social da luta antimanicomial, que tem como seu princípio e diretriz o cuidado em liberdade.

Considerando isso e ainda a atual crise política, econômica, social, ambiental, sanitária e humanitária, agravada no contexto pandêmico, destacamos como aspectos fundamentais: a reconstrução e o avanço da implementação e do desenvolvimento da política do estado de saúde mental, álcool e outras drogas no SUS, com base nas quatro conferências nacionais de saúde mental, de 87, 92, 2001 e 2010; na Lei no 10.216, de 2001; na Lei no 10.708, de 2003; e na reforma psiquiátrica antimanicomial, em consonância com a Convenção Sobre os Direitos das Pessoas Com Deficiência da Organização das Nações Unidas, acolhida no Brasil como emenda constitucional - Decreto no 6.949, de 2009 -, com a Lei Brasileira de Inclusão, Lei no 13.146, de 2015, bem como com as diretrizes internacionais da ONU e da Organização Mundial da Saúde.

Destaco, também, como fundamentais: a garantia de dotação orçamentária, planejamento, monitoramento e controle social nas três esferas de governo; a constituição das redes consoantes com as diversidades regionais, dispondo a rede de atenção psicossocial de diferentes tipos de serviço de saúde mental de base territorial, comunitária, substitutivos ao modelo asilar, públicos, gratuitos e universais, acessíveis a todos os cidadãos inteiramente integrados ao SUS, com financiamento que os priorize, em detrimento de todas as formas de internação em instituições asilares; a articulação intersetorial com as demais políticas sociais; a atenção à diversidade e aos componentes interseccionais discriminatórios de classe social, etnia, raça, cultura, identidade de gênero, orientação sexual, idade e deficiências da população; e, como eixo estruturante, a plena participação democrática e o protagonismo das pessoas usuárias e de seus familiares no cotidiano dos serviços, bem como na construção da política de saúde mental, álcool e outras drogas do SUS como um todo.

Tive a oportunidade, por volta de meio-dia e trinta, de estar presente no vão do MASP, na Avenida Paulista, e participar ali de um ato da luta antimanicomial, no qual foi ressaltado, por todos os que ali participavam, que o importante é que a pessoa que esteja com qualquer problema de saúde mental seja tratada com muito respeito, carinho, amor, para que então tenha as condições de superar a dificuldade mental que aconteceu.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Próximo orador, deputado Mauro Bragato.

 

O SR. MAURO BRAGATO - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Reis, que preside os trabalhos, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, o que me traz à tribuna hoje é um artigo publicado no jornal “O Imparcial”, que é um jornal de Presidente Prudente, uns 20 dias atrás, que trata do desenvolvimento regional.

Prudente, segundo o jornal, a região, que é composta por 53 municípios, teve um desenvolvimento razoável no seu PIB, e eu quero dizer a todos que, embora seja uma região que tem na agricultura o desenvolvimento, não tem tanto na parte industrial, teve um desenvolvimento no PIB de 3,3% no ano passado, de modo que, de acordo com um termômetro da economia, a soma das riquezas produzidas na região passou de 34 milhões para 37 milhões de reais.

Nesse sentido, cabe destacar que o aumento foi superior ao registrado no estado de São Paulo, ainda que a região, quero dizer a todos, tenha uma participação no PIB de 1,2. O que é importante frisar aqui é que, embora seja uma região pequena, com 53 municípios, ela apresentou um desenvolvimento importante no ano passado e superou o estado de São Paulo.

Eu queria dizer mais: que os setores da área de serviços e indústrias foram os que mais impulsionaram esse aumento em relação ao estado. Os serviços da região de Prudente cresceram 4,6, enquanto no estado esse percentual foi de 3,6. Já na indústria o aumento foi de 2,8, comparado a 0,9 em todo o território paulista. Na área da construção civil, a região segue prosperando cada vez mais.

O que eu quero dizer a todos é que a região de Presidente Prudente merece ser destacada aqui, porque é uma região que é distante do estado. Prudente está a 570 km aqui de São Paulo, é uma região que tem 53 municípios e uma população de 800 mil habitantes. Então é importante dizer que, aquilo que é possível fazer, está sendo feito.

O que eu poderia ressaltar é que Prudente é a quinta cidade do estado com maior potencial de geração de energia solar, é a quinta, e também está entre as cidades consideradas mais inteligentes e conectadas no território nacional. Os indicadores analisados levam em consideração as questões envolvendo mobilidade, urbanismo, meio ambiente, energia, tecnologia, inovação e economia.

Como todo mundo sabe, o crescimento do PIB está relacionado com a ascensão da economia e com a qualidade de vida, o que propiciou a geração de novos empregos, assim como contribuiu para atrair investimentos.

Eu queria dizer mais: o PIB da região de Presidente Prudente tem como mola propulsora a cidade de Presidente Prudente. Nós temos 250 mil habitantes aproximadamente. A região tem municípios como Dracena, Adamantina, Epitácio, Venceslau, Rancharia, Osvaldo Cruz, o que ajudou nesse processo de desenvolvimento.

Então, eu quero dizer que não há dúvidas de que a nossa região conseguiu, no ano passado, um desenvolvimento pleno, de 3,3, superior ao do estado de São Paulo, o que nos possibilita dizer que nós vamos avançar nesse sentido para fazer a região mais desenvolvida do que é nos dias de hoje.

Eu quero dizer também que essa preocupação minha de vir aqui tem a ver com o trabalho que eu executo na região. Sou deputado eleito já por muitas vezes e tenho me preocupado muito com o desenvolvimento da região. Conheci a região lá atrás, com muito atraso. Hoje nós apresentamos áreas de desenvolvimento muito bom, muito importante.

Eu quero dizer que eu vou, nestes anos todos, reforçar o meu trabalho na região, na cidade de Presidente Prudente, como forma de fazer a população ter uma vida melhor, uma renda melhor e, acima de tudo, as cidades da região se desenvolverem mais.

Era isso que eu tinha a dizer, Srs. Deputados.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Permite um breve aparte?

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Não cabe aparte.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Só para saudar.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - O senhor pode fazer uma comunicação, deputado Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Então, uma breve comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental.

 

 O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Para saudar o deputado Mauro Bragato, que foi meu colega aqui na Assembleia Legislativa. Ambos fomos eleitos em 78 pela primeira vez, bastante jovens em relação a hoje, e ambos éramos eleitos pelo MDB. Eu, com mais cinco (Inaudível.) e depois fomos participar da fundação do PT, ele continuou no MDB, mas nós sempre tivemos uma relação de respeito, construção, que agora aqui vai se renovar.

Minhas saudações.

 

O SR. MAURO BRAGATO - PSDB - Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - Muito bem, deputado Suplicy. Próximo orador, deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Deputado Oseias de Madureira. (Pausa.) Deputado Maurici. (Pausa.) Entrando na lista suplementar, deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Oseias de Madureira. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa. Sr. Presidente, deputado Reis, que assume esta sessão, eu vou retomar no dia de hoje a questão sobre a dengue no estado de São Paulo.

Eu falei na semana passada sobre a extinção da Sucen, e o impacto negativo que a extinção da Sucen já trouxe para o nosso Estado. Então, eu trouxe mais algumas informações. A dengue no estado de São Paulo, quero fazer um comparativo de janeiro a abril de 2023. Então, dado bem recente.

Fizemos esse mesmo levantamento no Brasil. No Brasil, nós tivemos 899 mil casos de dengue no Brasil. Aí vamos apresentar aqui o impacto que a extinção da Sucen já trouxe para o nosso Estado.

Só no estado de São Paulo, nesse mesmo período, de janeiro a abril de 2024, somam 184.480 casos. Repetindo 184.480 casos foram diagnosticados. Nós sabemos que têm muitos casos que sequer diagnosticados foram, mas, dos que foram, 184 mil quatrocentos e oitenta.

Quando a gente compara com os 899 mil do Brasil, vemos que a maior parte dos casos está no estado de São Paulo, em virtude da extinção da Sucen no nosso Estado. Aí, só para a gente entender um pouco do que... Quando nós falamos do impacto da extinção da Sucen, então todas as cidades com menos de 50 mil habitantes foram obrigadas a ter que contratar empresas terceiras para fazer a nebulização.

Ocorre que muitas das cidades sequer conseguiram contratar uma empresa terceirizada. Muitas cidades sequer conseguiram a garantia para que tivesse o germicida para fazer a nebulização e, mesmo em relação ao inseticida que é aplicado, os profissionais da Sucen, além de fazerem um processo de acompanhamento, de formação, de monitoramento, ajudava na estratégia da aplicação do inseticida nos municípios do estado de São Paulo. Com a extinção da Sucen, esses profissionais não têm mais essa obrigação.

Então, os municípios com menos de 50 mil habitantes, onde têm aumentado de forma significativa os casos de dengue, uma das razões é a extinção da Sucen no nosso Estado. Só que isso não está acontecendo só nas cidades com menos de 50 mil habitantes. Acontece também em algumas médias e grandes cidades.

Por exemplo, segundo o site da Vigilância Epidemiológica do estado de São Paulo, que tem um dado oficial do próprio estado de São Paulo, a cidade de Campinas, que tem 1,2 milhões de habitantes, foram 5.665 casos; Andradina, que é um município médio, 57 mil habitantes, teve 2.331 casos de dengue; Bauru, com 385 mil habitantes, 7.431 casos; Iepê, na região de Presidente Prudente, com 1.696 casos e uma população de 8.200 pessoas; Laranjal Paulista, população de 29 mil pessoas, com 1.587 casos; Itápolis, com 4.269 casos para 43 mil pessoas; Mirandópolis, uma população de 29 mil pessoas, 2.051 casos; Rosana, na região do Pontal do Paranapanema, 16 mil habitantes, 1.421 casos.

Então, demonstra que tem muitos casos de dengue nas médias e grandes cidades, no caso da cidade de São Paulo, muito localizado na região norte de São Paulo e nas médias e grandes cidades, também tem aumentado o número de casos em virtude do desmonte da Sucen no estado de São Paulo.

Então é importante que a Secretaria do Estado de São Paulo, que está responsável hoje pelos atuais servidores da Sucen, servidores que tiveram papel importantíssimo no controle das endemias e epidemias no estado de São Paulo, não só da dengue, mas do carrapato, da Chikungunya, dos escorpiões, essas epidemias que tivemos no estado de São Paulo, quem sempre fez o controle foram os agentes de endemias da Sucen.

Então fazemos uma solicitação ao governador Tarcísio para que retome a Sucen no estado de São Paulo, tem mais de mil trabalhadores hoje da Sucen vinculados agora à Secretaria da Saúde, então a Secretaria da Saúde não está fazendo um papel que poderia estar ajudando os municípios no estado de São Paulo.

Então aqui uma solicitação ao governador Tarcísio, para que possa reestabelecer a Sucen no estado de São Paulo aproveitando, inclusive, os mil agentes de epidemiologia que hoje estão vinculados à Secretaria da Saúde e poderiam estar ajudando os municípios do estado de São Paulo neste momento.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Próximo orador, deputado Leonardo Silveira. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, alguns deputados têm vindo a esta tribuna criticar o governador Tarcísio de Freitas pelo não atendimento ao pessoal da Polícia Penal.

Espera aí, o governador do estado mandou um projeto de lei na área da Segurança Pública. A Polícia Penal não é da área da Segurança Pública, então ele não pode mandar junto, no mesmo projeto, uma reestruturação da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Científica, que pertencem à Secretaria de Segurança Pública, onde foi feito o estudo para a revalorização dos policiais. Então, obviamente, a Polícia Penal não entra.

Como falou o governador para a gente, ele está fazendo um trabalho para regulamentar a Polícia Penal. Então as pessoas estão cobrando sem razão. E volto a repetir, o governador está cumprindo o que prometeu. Nos meus 55, 56 anos de polícia eu nunca vi um aumento desses que o governador deu, valorizando o trabalho da Polícia Civil e da Militar.

Agora, tem gente que reclama, vai fazer o que? Nem Jesus Cristo conseguiu agradar todo mundo. “Ah, mas e para mim?”. A polícia é assim, eu entrei na Polícia Militar como soldado, deputado Reis. Fiz escola de cabo em 67, fui para a Academia do Barro Branco, fui da Rota durante dez anos, tive duas promoções por bravura na Rota, acho que no Brasil sou o único.

Fui retirado da Rota na época do Michel Temer e colocado no Hospital Militar, retirado do policiamento, fui para o Hospital Militar. Aí o pessoal do Maluf me chamou para disputar uma eleição, disputei, ganhei. Ganhei dez eleições já e estou aqui.

Não existe uma diferença porque é soldado, porque é sargento. A pessoa tem que estudar, vai me perdoar. Eu tenho irmão que terminou a carreira no polícia como soldado, outros como sargento, e tem uns que acabaram como oficiais. Então a pessoa tem que se esforçar, tanto na Polícia Militar como na Polícia Civil.

Não é a organização que é errada, cada um opta por uma coisa. O cara quer ser soldado, não quer fazer curso - é um direito dele -, quer fazer bico, faz o que bem entender.

Outros querem estudar, então ele vai subir num pódio, soldado ganhar igual coronel não dá, nenhum investigador é igual delegado de polícia, cada um tem o seu salário, é assim em todo lugar, e as pessoas querem que se resolva num passe de mágica as coisas de 30 anos.

O governador está no cargo há quatro meses e o que ele prometeu ele está cumprindo. Está muito bem quisto aí junto à população, e nós somos favoráveis que ele faça um bom governo, como a gente torce para o governo federal também porque, querendo ou não, eu moro no Brasil, meus filhos são do Brasil, meu neto é do Brasil. Então, para mim não interessa que vire uma desgraça total, não. Infelizmente, no Brasil está todo mundo meio triste, né?

Vejo a Polícia Federal vendo se a Michelle gastou 30 reais, de onde saiu - mas espera aí -, o negócio de vacina, a polícia atrás do Bolsonaro. Como vi e critiquei aqui, a Polícia Federal atrás do Michel Temer, de 80 anos, com um fuzil na rua para prendê-lo, deputado Reis, e o próprio Lula?

Então, sei lá, o cara acaba indo para a vida política e vira bandido. Está aí o Dallagnol, que um dia estava criticando todo mundo e no outro perdeu o mandato.

Eu, honestamente, não estou entendendo mais nada, eu não entendo mais nada. Se pode uma pessoa, depois de eleita... O Supremo se reúne e fala: “você não é mais deputado”. Não estou falando do PT, se é ele, não conheço, só estou dizendo como está funcionando a coisa. Eu não consigo entender, só isso.

Eu acho que a pessoa eleita tem que ter imunidade para exercer sua atividade, seja ela em que partido for, senão vai chegar uma época, e nós vamos ter no Supremo como tivemos até no caso do Lula, no julgamento do Lula: cinco ministros eram a favor e cinco ministros condenavam.

Espera aí, como que é a lei? A lei é assim, é pelo tipo do partido ao qual o cara pertence, se ele é do partido A, ele vota que o cara cometeu o crime; se ele é do B, ele vota: “não, esse aí não cometeu o crime”.

Que injustiça! Alguma coisa está errada no Supremo Tribunal Federal, não vou nem falar senão o cara cassa a gente e manda para a cadeia.

Então é isso, umas coisas que a gente não consegue entender, não é verdade? Coisa que a gente não consegue entender.

Só para terminar, Sr. Presidente, o negócio de oito de janeiro aí... Tudo bem, o cara foi lá, quebrou - como já quebraram isso aqui, já invadiram isso aqui algumas vezes e quebraram, ninguém foi preso e ficaram aqui dentro um mês.

O cara que invadiu, vandalizou, bateu, faz o que quiser; o cara que está em frente a um quartel do exército, o mais velhinho, velhinho como eu, rezando o Pai Nosso, com uma bíblia embaixo do braço, com a bandeira do Brasil, é terrorista? Honestamente, não dá para entender.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem. Próximo orador, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, de volta à tribuna de hoje, deputado Reis. Olha, eu fiz uma indicação aqui ao governo reclamando, na verdade, dando voz aqui a milhares de servidores, de profissionais da Educação que estão com seus pagamentos atrasados, com a vida funcional totalmente desregulada e desatualizada por conta, Sr. Presidente, da falta, sobretudo, de organização da Secretaria da Educação, da falta de diálogo da Educação, da Seduc com a Secretaria da Fazenda.

Existem milhares de profissionais da Educação que não conseguiram ainda ter os seus pagamentos, que trabalham há três ou quatro meses e não recebem os seus pagamentos, as suas evoluções, as suas progressões. É uma situação de calamidade pública dos nossos profissionais da Educação.

Eu diria que, hoje, esse processo, Sr. Presidente, está totalmente à deriva, a secretaria está à deriva, sem organização, e não por culpa dos servidores, porque são poucos os servidores fazendo esse trabalho administrativo, burocrático, tanto nas diretorias de ensino como na Secretária da Educação e na Secretaria da Fazenda, porque o governo tem enxugado, como ele diz, a máquina.

Tem demitido, não realiza concurso público, e aí o que acontece? Vamos tendo a falta, cada vez mais, de servidores nessa parte administrativa. Há um estrangulamento.

Agora, eu creio que são vários os erros. Olha, erros e apontamentos de jornada e atribuição de aulas; erros e apontamentos do número de aulas; erros no pagamento de gratificações, atingindo centenas, milhares de servidores; atraso no primeiro pagamento de professores recém-contratados, esse aqui nem se fala; erros de pagamento dos professores contratados que tiveram contrato prorrogado no final do ano, e muitos outros erros.

Os servidores não têm onde reclamar. Então, nesse sentido, fizemos a indicação para que o governo tome providências, contrate servidores, abra concurso público para contratar servidores para a máquina administrativa, para a Secretaria da Educação, para a Secretaria da Fazenda, porque esse desmonte que o governo tem feito - e não é de hoje que isso vem acontecendo - tem levado a esse tipo de situação.

Milhares de profissionais da Educação, sejam agentes de organização escolar, sejam professoras, sejam diretores ou supervisores de ensino, todos são prejudicados por conta desse desmonte administrativo e burocrático, tanto da Seduc como também da Secretaria da Fazenda.

E também quero levantar a dúvida se não é algo deliberado, esse tipo de comportamento administrativo, para impedir o pagamento dos nossos profissionais da Educação, prejudicando, atrasando, por exemplo, a evolução funcional. A coisa mais difícil do mundo é um professor conseguir um quinquênio.

Demora anos para sair o quinquênio do professor. Demora anos para sair uma sexta-parte ou qualquer outro benefício da sua evolução, da sua progressão na carreira. E o pagamento também, que atrasa, que sai com erros.

Então, são várias reclamações que têm assolado, que têm prejudicado e que têm agredido, violado, a dignidade humana dos nossos profissionais da Educação. Então, aqui da tribuna da Assembleia Legislativa, Sr. Presidente, eu já fiz a indicação pedindo providências ao governo, mas da tribuna faço essa denúncia exigindo providências imediatas do governo, da Secretaria da Educação e da Secretaria da Fazenda, para que tratem com dignidade os nossos servidores.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - O próximo orador é o deputado Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Reis, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, dentre tantas datas importantes desta semana, especialmente esse dia 18 de maio, quero destacar a campanha “Maio Laranja”, que foi instituída por meio da Lei n° 14.432, de 3 de agosto de 2022, que estabelece que essa campanha deve ser realizada no mês de maio de cada ano, em todo território nacional, com ações efetivas de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, e a campanha “Faça Bonito”, de 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Essa lei tem como referência o 18 de maio, quando a menina chamada Araceli, de oito anos de idade, foi sequestrada, violentada e barbaramente assassinada no Espírito Santo. Seu corpo apareceu carbonizado seis dias depois. Seus agressores, jovens de classe média alta, nunca foram punidos.

Esse triste episódio está fazendo 50 anos e ficou conhecido como “Caso Araceli”, em referência ao nome da criança e dedicado ao combate e enfrentamento nacional à violência, exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes.

Infelizmente, a criança e o adolescente fazem parte do que chamamos de minorias sociais ou grupos minoritários, não pela densidade populacional que representam, mas pela negligência e descuido que a sociedade costuma destinar a esse período da vida tão importante para a formação do ser humano. E agora, para além dos perigos já conhecidos, temos também a internet como facilitador de casos de abusos.

Prova disso são dados fornecidos pela SaferNet, que apontam que em 2022 foram registradas 111.929 denúncias de abuso e exploração sexual infantil só na internet, aumento de 9,91% em relação a 2021. Segundo a ChildFund, o National Center for Missing e Exploited Children informa que mundialmente foram registradas 29,3 milhões de denúncias de materiais pornográficos envolvendo crianças e adolescentes de 2019 a 2020. São 84,9 milhões de fotos, vídeo, entre outros conteúdos.

A criança e o adolescente têm direitos garantidos por legislações específicas, mas muitas não acessam esses direitos, como moradia, educação, saúde, lazer e proteção. É impossível garantir o desenvolvimento de um país sem incluir a população infanto-juvenil como prioridade. Essa prioridade começa garantindo a segurança em todo e qualquer ambiente.

Fiquei especialmente feliz em saber nesta manhã do evento promovido pelo Ministério de Direitos Humanos com o presidente em exercício Geraldo Alckmin, anunciando um pacote construído a muitas mãos, com políticas de ação, proteção e enfrentamento ao que especialistas chamam de epidemia de abuso e exploração de corpos infanto-juvenis.

Apesar de alguns avanços e conquistas pelas políticas anteriores, como a instituição da campanha Maio Laranja, o Brasil ainda tem índices altíssimos de casos e é importante que o governo federal empenhe esforços e promova a união de ministérios e entidades para avançarmos ainda mais. Eu cumprimento então o Geraldo Alckmin, o Sílvio de Almeida.

E como um defensor dos Direitos Humanos, agora deputado estadual, presidente da Comissão dos Direitos Humanos nesta Assembleia Legislativa, me coloco à disposição para todo e qualquer tipo de ação neste sentido. Um país que não cuida de suas crianças e de seus adolescentes é um país com o futuro comprometido.

Muito obrigado, deputado Reis.

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Pela ordem, Art. 82. É “pela ordem” que fala?

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Encerrando o Pequeno Expediente e Vossa Excelência pode continuar pelo Art. 82. É regimental.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - PELO ART. 82 - Obrigada, presidente. Obrigada, Reis. Boa tarde, Sr. Presidente. Boa tarde a todos os funcionários desta Casa, Boa tarde a todos que estão acompanhando pela TV Alesp. Boa tarde a todos os funcionários desta Casa.

Hoje acordamos com um ato feito pelos trabalhadores do Metrô. Metrô esse que a gente sabe muito bem que foi e que está sendo sucateado cada vez mais e que está sendo entregue para a ViaMobilidade, ViaMobilidade essa que já está com duas linhas, a Linha 8 e a Linha 9 - Esmeralda, que a gente sabe muito bem os problemas que estão acontecendo.

Ontem mesmo foi um dia em que novamente os trens pararam, ficaram duas horas parados onde é muito contraditório, inclusive quando a gente olha essa insistência do nosso governador em privatizar um direito que deveria ser de todo cidadão. Mas a gente vê que essa privatização só precariza um trabalho que já está precarizado.

A gente está falando da passagem mais cara do mundo onde pedir uma carona não vão nos dar. Para entrar no horário de pico, você é levado, na verdade, pelo povo que tem que chegar no seu serviço, serviço esse que a gente tem que explicar para o patrão, que muitas vezes não entende que está tendo descarrilamento.

Os patrões não entendem que você muitas vezes não conseguiu entrar naquele trem e vai chegar atrasado, ou que nem ontem, que ficou duas horas parado, onde pessoas precisaram sair do trem.

Isso é muito impressionante, Conte, porque saíram do trem. Você imagina, você está no trem, ele fica parado duas horas sem ar condicionado, todo mundo ali esmagado, e aí aparece a providência. Qual é a providência que aparece? É você sair do trem.

Abrem-se as portas e você vai se arriscar: idosos, gestantes, crianças, trabalhador, todo mundo tem que sair de um trem e entrar no outro, para conseguir chegar no seu trabalho.

Isso a gente está falando da ViaMobilidade, a gente está falando da precarização, a gente está falando da concessão de uso de um direito nosso, que está sendo entregue para empresários e cuja deficiência a gente vê. É só olhar os números alarmantes, Sr. Presidente. É só olhar os números alarmantes.

Agora em janeiro completou um ano da privatização da Linha 8 e da Linha 9, e a gente vê o número alarmante de pessoas.

São mais de 100 casos de descarrilamento ou atraso, ou “n” coisas que estão acontecendo, ou muitas vezes, como ontem, ficam trancados, o trem para, fica lá um ar condicionado que não está funcionando, mas fica pingando na cabeça dos usuários.

Ou seja, horário de pico, horário de pegar trem, pegar Metrô, aqui em São Paulo, na verdade é o horário da humilhação do trabalhador, porque você vai ser empurrado, ou você vai ficar parado porque o trem para, o Metrô para.

A gente está falando de toda uma humilhação do trabalhador. Então, a gente já entendeu. Nós já entendemos, gente. São duas linhas privatizadas. Já entendemos. O estado de São Paulo já entendeu que está totalmente fora dos trilhos, que a privatização não é a solução. 

A concessão de uso não é a solução, muito pelo contrário: o governo tem que pegar essas linhas, baixar o preço da condução. Já que a gente está falando de transporte público, por que será que nós, trabalhadores, que muitas vezes temos que andar a pé, como já foi o meu caso, de andar a pé, porque não tinha o dinheiro da passagem, porque ou eu andava de ônibus, ou eu andava de trem. Eu tinha que seguir longas distâncias a pé.

Inclusive, aqui, para quem trabalha na Assembleia Legislativa, aqui no Parque do Ibirapuera, é um exemplo claro de que o trem, o Metrô, está longe. Transporte público está longe.

Ou seja, vários trabalhadores que eu sei muito bem que vêm de trem, que vêm de Metrô, metrô esse que ainda nem sequer chegou... nem o trem chegou em São Bernardo, não chegou em Diadema.

Na periferia não chegou o trem, e a gente já está discutindo privatização. E muitas vezes, nesta Casa, um debate, uma briga, porque a gente está falando, o trem nem chegou lá, o Trem Paulo Freire.

Acho que é bom até eu citar aqui hoje: Paulo Freire. Tem uma Estação Paulo Freire, que é na Av. Paulo Freire, que foi colocado que iria levar o nome de Paulo Freire, o educador conhecido inclusive mundialmente. Aí você olha e fala o seguinte: “Nem sequer chegou o trem, mas já estão brigando porque querem mudar o nome para Fernão Dias”.

A gente sabe muito bem quem é Fernão Dias, nós estamos aqui no Parque do Ibirapuera, nós temos aqui uma estátua do bandeirante que nos norteia muito bem, que foi um genocida que matou indígenas, e a gente sabe muito bem para onde vão as coisas.

Ou seja, a gente vê mais uma vez um patrono da Educação ser tirado por um bandeirante. Então que chegue, sim, o trem, que chegue o Metrô no Fundão, mas que reverta esse processo de concessão de uso da Linha 8 e da Linha 9. Hoje, a população se reuniu na Vila Olímpia para fazer uma denúncia, que são contrários à privatização.

Estávamos lá, porque quem está naqueles prédios da Vila Olímpia, quem já andou por ali sabe muito bem, sabe, deputado Conte. Quem está ali sabe muito bem; são empresários que jamais vão olhar para o direito do trabalhador, mas sim o lucro acima da vida.

Então, sou contrária. Fora a privatização para o direito de uso do Estado e da população dos trens e metrôs do estado de São Paulo. São Paulo precisa novamente voltar para os trilhos, porque todos os dias nós vemos que está fora dos trilhos.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem, deputado.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Havendo acordo de lideranças, peço o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o pedido de Vossa Excelência.

Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão. Tenham todos uma boa tarde.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e seis minutos.

 

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