13 DE AGOSTO DE 2024

102ª SESSÃO ORDINÁRIA

         

Presidência: LECI BRANDÃO, CAPITÃO TELHADA, DR. JORGE DO CARMO, LUIZ CLAUDIO MARCOLINO, MARINA HELOU, EDUARDO SUPLICY e ANDRÉ DO PRADO

         

RESUMO

         

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - LECI BRANDÃO

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h06min.

         

2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

3 - DR. JORGE DO CARMO

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

4 - CAPITÃO TELHADA

Assume a Presidência.

         

5 - LECI BRANDÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

6 - PRESIDENTE CAPITÃO TELHADA

Cumprimenta alunos da escola Beacon School presentes nas galerias.

         

7 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

8 - DR. JORGE DO CARMO

Assume a Presidência. Endossa o pronunciamento do deputado Carlos Giannazi.

         

9 - CAPITÃO TELHADA

Para comunicação, faz pronunciamento.

         

10 - PRESIDENTE DR. JORGE DO CARMO

Rebate o pronunciamento do deputado Capitão Telhada.

         

11 - CAPITÃO TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

12 - PRESIDENTE DR. JORGE DO CARMO

Faz agradecimentos à deputada Leci Brandão.

         

13 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

14 - MARINA HELOU

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

15 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

         

16 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

17 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

18 - MARINA HELOU

Assume a Presidência. Determina um minuto de silêncio em respeito ao falecimento de Irmã Regina Maria.

         

GRANDE EXPEDIENTE

19 - CARLOS GIANNAZI

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

         

20 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

21 - PRESIDENTE MARINA HELOU

Endossa o pronunciamento do deputado Eduardo Suplicy.

         

22 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

23 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência.

         

24 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

         

25 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Endossa o pronunciamento do deputado Reis.

         

26 - REIS

Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

         

27 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h46min.

         

ORDEM DO DIA

28 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h32min. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovados, separadamente, os requerimentos de urgência ao PLC 141/23, ao PLC 142/23, ao PLC 38/24 e ao PLC 39/24. Coloca em votação e declara aprovados, separadamente, os requerimentos de criação de comissão de representação dos deputados: Gil Diniz, com a finalidade de participar da sessão solene de entrega da Medalha Tiradentes da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro ao monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, entre os dias 18 e 20/08, no Rio de Janeiro - RJ; e Caio França, com a finalidade de participar da homenagem à vida e ao legado de Eduardo Campos, nos dias 13 e 14/08, em Brasília - DF. Convoca reunião conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Redação, de Administração Pública e Relações do Trabalho, e de Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas e 40 minutos.

         

29 - PAULO FIORILO

Para comunicação, faz pronunciamento.

         

30 - PAULO FIORILO

Solicita a suspensão da sessão, por 20 minutos, por acordo de lideranças.

         

31 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido e suspende a sessão às 16h38min, reabrindo-a às 17h05min. Convoca sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão.

         

32 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

         

33 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Cumprimenta representantes dos Arautos do Evangelho presentes nas galerias.

         

34 - CARLOS CEZAR

Para comunicação, faz pronunciamento.

         

35 - CARLOS CEZAR

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

         

36 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 14/08, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 17 horas e 21 minutos. Levanta a sessão às 17h11min.

         

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Leci Brandão.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente. Lista de oradores: Deputado Luiz Cláudio Marcolino, tem V. Exa. o uso da palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Nobre deputada Leci Brandão, presidenta desta sessão; Srs. Deputados, Sras. Deputadas; funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, hoje eu trago aqui um debate importante.

Antes de assumir como deputado estadual, já estive na presidência do Sindicato dos Bancários de São Paulo, dessa região, e sei da importância de termos agências bancárias espalhadas pelo estado de São Paulo. São agências que ajudam no desenvolvimento de muitas cidades, de muitas regiões. As agências bancárias têm um papel importante, mais ainda as agências da Caixa Econômica Federal e agências do Banco do Brasil.

Durante a minha gestão à frente da presidência do Sindicato dos Bancários, 2004/2010, nós saltamos de 97 mil bancários para 134 mil bancários na cidade de São Paulo e na região do Sindicato o qual eu presidi. E muito nos estranha, agora, receber uma notícia - na semana passada - de que a Caixa Econômica Federal está prevendo fechar 63 agências no estado de São Paulo para transformar agências da Caixa Econômica Federal em agências digitais.

Mas faço, neste momento, um apelo ao presidente da Caixa Econômica Federal, ao superintendente da região leste de São Paulo, porque eles querem fechar uma agência muito importante na nossa cidade, na cidade de São Paulo, que é agência da Caixa Econômica Federal ali da Praça do Forró. Então, é uma agência que fica em frente à CPTM, à Estação da CPTM de São Miguel. São Miguel, que hoje tem um dos bairros mais populosos de São Paulo.

A Caixa Econômica Federal hoje, além de fazer o atendimento de Seguro Desemprego, fazer o atendimento para casa própria, faz o atendimento para o “Bolsa Família”. Boa parte dos problemas sociais hoje, são feitos na Caixa Econômica Federal. Então, essa agência da Praça do Forró, em São Miguel, é uma agência muito importante para toda a região leste.

E não atende só na cidade de São Paulo, não é só a população de São Miguel. Atende todos os comerciantes ali da região, atende também cidades como Poá, Ferraz de Vasconcelos, Guarulhos. Então, é uma agência que tem um trabalho e tem um atendimento regional.

Para a gente, em um momento como esse, em que a população precisa cada vez mais ter uma relação direta com a própria agência da Caixa, a Caixa Econômica Federal - que é uma empresa pública, inclusive - está querendo transformar uma agência como essa em uma agência digital.

Com isso, o problema não é só apenas a perda de emprego do trabalhador; ele vai ser realocado para uma outra agência. O problema é o serviço, que é muito importante, da Caixa Econômica Federal passar a ser prestado por área digital e boa parte dos comerciantes, boa parte da população, que é a população trabalhadora, vai perder os serviços da Caixa Econômica Federal.

Aconteceu a mesma coisa na agência Camargo Novo, e nós conseguimos garantir que essa agência não fosse fechada. Depois tentaram fechar a agência da Vila Joaniza, fizemos todo um movimento também, essa Caixa Econômica Federal também não foi fechada. Esperamos que essa agência Caixa Econômica Federal da Praça do Forró em São Miguel também não seja fechada.

Conseguimos garantir que a do Camargo Novo, da Vila Joaniza, mantivesse o atendimento da população e são agências hoje que fazem um papel importante para o desenvolvimento de cada um desses bairros. Esperamos que essa agência também não seja fechada. Está previsto agora para o dia 16, já fizemos várias manifestações em frente à agência, já fizemos um abaixo-assinado com os comerciantes da região e agora apelamos ao presidente da Caixa Econômica Federal, aos meninos da zona leste, que essa agência especificamente não seja fechada pela direção, pela presidência do banco.

Então eu queria, senhora presidenta, que essa minha fala fosse encaminhada ao presidente da Caixa Econômica Federal, ao superintendente da zona leste da Caixa Econômica Federal, solicitando que não haja um fechamento dessa agência tão importante que ajuda não só São Miguel, mas Poá, Guarulhos e Ferraz de Vasconcelos.

Muito obrigado, senhora presidenta.

 

A SRA. PRESIDENTE - LECI BRANDÃO - PCdoB – Obrigada, deputado Marcolino. Sua solicitação será encaminhada. Seguindo a lista de oradores, Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. Tem V. Exa. o uso da palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Sra. Presidenta, deputada Leci Brandão, presidindo o Pequeno Expediente nesta tarde, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, assessores presentes, policiais, público da rede Alesp, quero abordar nesta tribuna, militante de movimento de moradia e regularização fundiária, enfim, o nome dele na defesa de um direito constitucional, previsto no Art. 6.º da nossa Carta Magna, falar um pouco sobre o que a Prefeitura e o prefeito da cidade de São Paulo têm feito contra os moradores mutuários dos conjuntos habitacionais da cidade de São Paulo.

Eis o título: “Ricardo Nunes, o prefeito que amplia o déficit habitacional na cidade”. E vou tomar a liberdade de ler aqui para deixar ainda mais clara a atrocidade que está acontecendo, Sra. Presidente.

“O Programa Habitacional do Município de São Paulo, criado pelo prefeito Ricardo Nunes, chamado Pode Entrar, deixa muito a desejar em relação às promessas de cem mil moradias até o fim do mandato. Mas, até março deste ano, entregou apenas dez mil.

Não obstante, o Fundo SPDA, que está vinculado à companhia, à Cohab -  SPDA significa São Paulo de Desenvolvimento e Mobilização de Ativos, SPDA, que é uma empresa pública municipal -, a SPDA foi criada desde 2007 com o objetivo de ajudar na melhoria do desenvolvimento social e econômico da cidade de São Paulo, regularizando e administrando a situação contratual dos imóveis cedidos pela Cohab, previsto lá na Lei n.º 14.649, de 20 de dezembro de 2007.

Diz o artigo 2.º da lei: ‘A SPDA tem o objetivo social de auxiliar o Poder Executivo na promoção do desenvolvimento econômico e social da cidade de São Paulo e na otimização do fluxo do recurso financeiro para o financiamento dos projetos prioritários, bem como a administração do pagamento das dívidas do município’”.

No entanto, Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, a SPDA tem feito gestões com os mutuários da Cohab de forma desastrosa descumprindo regras constitucionais e municipais em desacordo com o que diz a Lei Orgânica do nosso município, ao invés de gerir a inadimplência.

Isso porque a Cohab é parte integrante do município e tem como objetivo a construção e o financiamento de moradias populares para atender a população de baixa renda, que é de aproximadamente 400.000 unidades o déficit habitacional da cidade de São Paulo.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Capitão Telhada.

 

* * *

 

Pois é, acerca da reportagem do UOL de 12 de agosto, informa que sem qualquer aviso prévio a gestão está leiloando, Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, imóveis dos mutuários sem que as prestações viessem a ser pagas, pois a partir da pandemia de 2020 da Covid-19 houve o fim do envio dos boletos.

Débitos chegaram a R$ 13.000,00 e hoje a SPDA está cobrando ações de despejo, cerca de R$ 69.000,00 à vista de um mutuário, por exemplo, da Cidade Tiradentes ou de outro conjunto habitacional que geralmente estão nas regiões mais periféricas da cidade.

E aí por isso, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, a SPDA está agindo como se fosse um banco, executando alienações fiduciárias, levando a leilões administrativos sem o prévio aviso qualquer, sem qualquer chance para que a família possa negociar. Por isso, Sr. Presidente, parece que fazer despejo pela Cohab é um prazer para atender novos mutuários.

Proposta do prefeito; certamente é uma proposta do prefeito, Sra. Deputada Leci Brandão. A Defensoria Pública do Estado de São Paulo tem atuado fortemente na defesa desses mutuários para evitar esses desastrosos leilões na busca de negociação junto à Cohab SPDA, mas, infelizmente não tem logrado tanto êxito. Eu quero dizer, Sr. Presidente, que a Lei Orgânica do nosso município lá no Art. 2º, inciso I, III, V, VI...

“Art. 167: É de competência do município com relação à questão habitacional: I - elaborar a política municipal de habitação, integrada à política de desenvolvimento urbano, promovendo programas de construção de moradias populares, garantindo-lhes condições habitacionais e de infraestrutura que assegurem um nível compatível com a dignidade da pessoa humana; II - instituir linhas de financiamento bem como recursos - inclusive - a fundo perdido para habitação popular; e III - gerenciar e fiscalizar a aplicação dos recursos destinados a financiamento para habitação popular”.

 Nada disso está sendo feito pela Cohab, Srs. Deputados, Sras. Deputadas. Ao contrário, essa SPDA que foi criada para gerenciar os ativos, na verdade, está leiloando sem qualquer aviso prévio as famílias que estão desesperadas, a população.

Já atendi diversos mutuários da Cidade Tiradentes, do José Bonifácio, de outros conjuntos habitacionais da zona leste, da zona norte da cidade, de toda a cidade, que tem cerca de 30.000 mutuários que estão passando por essa forma de tratar do prefeito Ricardo Nunes. Por isso repudio essa forma de tratamento.

É preciso ouvir os mutuários, dar-lhes condições e tratá-los como cidadãos que possam eventualmente negociar para não perderem o seu imóvel de forma abrupta como a Prefeitura de São Paulo está fazendo com os mutuários da Coab.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado, Exmo. Deputado. Dando continuidade na lista de oradores neste Pequeno Expediente, convidamos à tribuna o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Teixeira Ferreira. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Exma. Deputada Leci Brandão, a senhora tem o tempo regimental do Pequeno Expediente.

 

A SRA. LECI BRANDÃO - PCdoB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Exmo. Sr. Presidente, deputada Capitão Telhada, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários desta Casa, público que nos assiste pela nossa TV Alesp, equipe militar e demais assessores desta Casa, Sr. Presidente, o nosso País acompanhou com alegria os nossos atletas nas Olimpíadas de Paris, que terminou no último domingo.

Torcemos muito e ficamos ainda mais felizes com dois números importantes: o primeiro foi o número de mulheres, que, pela primeira vez, foi maioria entre atletas. O segundo foi o fato de que as mulheres foram as que mais ganharam medalhas; e quero destacar o protagonismo de mulheres negras no pódio. Mas, para que essas duas conquistas fossem alcançadas, é preciso dizer que houve um fator que é primordial no esporte de alto rendimento. O que houve foi investimento - investimento.

As 20 medalhas conquistadas pelo Brasil têm a marca do programa “Bolsa Atleta”, programa do Ministério dos Esportes lançado no primeiro governo Lula. Mesmo nas premiações por equipes ou em esportes coletivos, todos os medalhistas do país recebem o incentivo ou já foram beneficiados em algum momento da carreira. Dos 60 medalhistas brasileiros, Sr. Presidente, 100% integram o “Bolsa Atleta” ou estiveram em editais ao longo de suas carreiras.

Pois bem. Como deputada do Partido Comunista do Brasil, tenho orgulho de dizer que esse programa foi apresentado pela bancada do PCdoB do Congresso em 2005. Daquele ano até hoje, foram mais de 37 mil atletas beneficiados. Então, diante de tantos resultados positivos, o que eu quero reforçar é que a política efetiva é aquela que é feita em benefício das pessoas. O “Bolsa Atleta” é um programa de sucesso e mostra que, quando existe vontade política - vontade política! -, as coisas acontecem.

Eu queria aproveitar a minha passagem aqui pelo plenário e também cumprimentar o Dr. Jorge do Carmo pelo discurso que ele acabou de fazer, relacionado à questão da moradia. Ele é uma pessoa que, desde que entrou nesta Casa, tem muita atenção, muito cuidado em defender os menos favorecidos, em defender os mutuários. Eu sou testemunha disso e quero cumprimentar o deputado por isso.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Exma. Deputada Leci Brandão.

Dando continuidade à lista de oradores, antes disso, cumprimentar a brilhante presença dos alunos de 12 anos da Escola Beacon, a Beacon School. Uma salva de palmas para a presença de todos aqui. Cumprimento a Divisão de Comunicação da Assembleia Legislativa, que acompanha a visita guiada, todos os professores e mestres que acompanham as nossas crianças. Muito obrigado pela presença. É importantíssima essa experiência de visitar - não é mesmo, deputado? - a Casa Legislativa, a Assembleia Legislativa de São Paulo. Sem dúvida nenhuma, levarão para toda a vida o que hoje estão vivenciando aqui nesta tarde.

Dando continuidade agora à lista de oradores, convidamos o deputado Danilo Campetti para fazer uso da palavra. Ausente. Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Capitão Telhada, deputado Jorge do Carmo, deputada Leticia Aguiar, deputada Leci Brandão, alunos, professores presentes, Sr. Presidente, nós estamos vivendo aqui em São Paulo uma situação surreal, que é caracterizada, na minha opinião... Eu vou acionar os órgãos competentes para que haja uma investigação, pois nós temos aí a caracterização de improbidade administrativa.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Dr. Jorge do Carmo.

           

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O governador Tarcísio de Freitas está usando a máquina pública, está instrumentalizando a PGE, a Procuradoria Geral do Estado, Sr. Presidente, para entrar como “amicus curiae” em uma Adin que foi protocolada no estado do Paraná. Não tem nada a ver com São Paulo. Ele está utilizando a máquina pública, a Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, os nossos procuradores, para entrar como “amicus curiae” em uma Adin - que é nossa também, é do PSOL, é do PT e do PCdoB - lá no Paraná contra a escola cívico-militar.

Olhem, saiu aqui na “Folha de S. Paulo”: “Tarcísio e Ratinho Júnior fazem dobradinha no Supremo Tribunal Federal em defesa das escolas cívico-militares. Procuradores de cada estado apresentam petições semelhantes em defesa das leis que instituíram o novo modelo”.

Isso aconteceu na quinta-feira passada, ambos os estados foram ao Supremo Tribunal Federal. Então, o governador do Paraná entrou com o “amicus curiae” através da PGE do Paraná, que também está cometendo improbidade administrativa. Então, ele ingressa com o “amicus curiae” na nossa Adin aqui de São Paulo - na nossa, do PSOL, que nós protocolamos - a Adin nº 7.662, que foi elaborada, inclusive, pelo meu mandato, pelo mandato da deputada federal Luciene Cavalcante e do vereador Celso Giannazi - nós protocolamos através do PSOL.

E, é essa Adin que está sendo citada na ação do desembargador... aqui na decisão, na verdade, na liminar do desembargador aqui de São Paulo, em uma ação importante da Apeoesp, que entrou também com uma Adin aqui em São Paulo e suspendeu os efeitos dessa famigerada Lei nº 1.398, que criou a farsa da escola cívico-militar no estado de São Paulo.

Então, essa escola está suspensa no estado de São Paulo. A legislação não está valendo neste momento, muito menos aquela consulta pública extremamente manipulada e direcionada, que não ouvia os professores, que não ouvia os setores importantes da comunidade escolar.

O que eu quero chamar atenção, Sr. Presidente, é que, veja bem, o governador do estado de São Paulo usar a máquina pública para entrar em uma Adin lá do Paraná... Olhem só o absurdo. Então, não se pode fazer isso. A PGE tem que entrar com o “amicus curiae” nas Adins aqui de São Paulo.

Enfim, embora o tema seja semelhante, aí caracteriza uma articulação, Sr. Presidente, dos governos de extrema-direita exatamente para tentar inviabilizar as nossas vitórias no Judiciário, porque, na verdade, o Governo de São Paulo perdeu, Sr. Presidente.

Não há amparo legal para a instituição desse modelo de escola doutrinadora. A escola cívico-militar é uma escola que doutrina, que prepara os alunos para serem, ali na frente, um exército da extrema-direita, para depois ir lá invadir o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional. É disso que se trata. A escola cívico-militar representa um projeto de poder da extrema-direita brasileira, neofascista, inclusive.

É um atestado também da falência da Educação pública, porque vai substituir, na verdade, na prática, professores por militares. Está dizendo: “olhem, na Educação os professores não funcionam”. Esse militar vai ganhar mais do que o professor. Olhe o absurdo, Sr. Presidente: o militar aposentado que trabalhar em uma escola pública vai ganhar quase o dobro do salário do professor, do diretor da escola e até mesmo do supervisor de ensino.

Não tem amparo legal esse modelo de escola. Ele representa, repito, um projeto ideológico, um projeto político e eleitoreiro. Enfim... mas, neste momento, a lei em São Paulo está suspensa. Por isso que eles fizeram, esses dois governadores da extrema-direita, essa dobradinha.

Por fim, Sr. Presidente, registro que é lamentável que a Assembleia Legislativa tenha acionado agora a Procuradoria aqui da Casa para ingressar também com recurso para tentar derrubar a liminar do desembargador, pedindo uma reconsideração.

Ou seja, o Governo está apavorado, Sr. Presidente - fazendo acordo, dobradinha, pedindo para o Ratinho entrar com o “amicus curiae” na nossa Adin. Agora, pede também para a Assembleia Legislativa entrar com recurso para tentar derrubar a decisão do desembargador, atendendo ao pedido da Apeoesp.

Então, eles estão desesperados, porque eles perderam, Sr. Presidente. Está muito claro. O desembargador diz o seguinte: “enquanto a Adin”, a nossa Adin, do pessoal aqui de São Paulo, “estiver tramitando, enquanto ela não for julgada no Supremo Tribunal Federal, a lei fica suspensa”. Então, essa é a decisão do TJ daqui de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado, deputado professor Carlos Giannazi, e parabéns pela atuação. É muito importante que essa lei realmente seja suspensa. Tomara, e esperamos que o STF a declare inconstitucional, como me parece ser.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Pela ordem, presidente, uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Sim, senhor, seguindo... Só citar aqui...

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Depois eu vou para a tribuna também.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Ah, é você já. Então está bom. Para uma comunicação, o nobre deputado Capitão Telhada.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - PARA COMUNICAÇÃO - Perfeito. Nós assistimos agora ao discurso do deputado Carlos Giannazi, e segue aquela máxima: acuse-os do que você faz, chame-os do que você é.

A esquerda, presidente, representada aqui pelos partidos comunistas, pelo Partido dos Trabalhadores, aqui na Assembleia Legislativa, perde na votação, perde nos argumentos, perde na discussão e no debate democrático. E recorre, diversas vezes e frequentemente no País, ao Judiciário, tentando emplacar inconstitucionalidades, ações contra leis que nós aprovamos aqui na Assembleia Legislativa de maneira democrática, através do debate.

Inclusive às custas de muitos policiais, muitos funcionários da casa feridos por agressores e bandidos que tentaram impedir as votações aqui e agora recorrem ao Judiciário, tentando impedir que a vontade do povo - porque os deputados aqui na Casa, em maioria, aprovaram essas iniciativas. Ou seja, o povo de São Paulo aprovou justamente o projeto das escolas cívico-militares.

Através de ações, narrativas, mentiras, essas ações, sim, vão até o STF e agora enfrentam recursos e infelizmente ainda não está em prática esse projeto. Digo uma coisa: o governo tenta modernizar, tenta trazer um novo formato para a Educação, e a esquerda é contra o futuro, é contra as iniciativas de bem para as nossas crianças.

Só para encerrar essa comunicação, notícia quentinha aqui: Governo Lula congela 1,28 bilhão da Educação, e os reitores de faculdades federais fazem contas inclusive para honrar as despesas básicas. É esse o governo do PT, é esse o governo da esquerda, que corta 1,28 bilhão da Educação do Brasil.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado, deputado Capitão Telhada. Seguindo a lista de oradores inscritos, tem a palavra o deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.)

Agora deputados e deputadas na Lista Suplementar: deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada.

Antes até de o deputado Capitão Telhada se dirigir até a tribuna, ainda bem que nós moramos, vivemos em um Estado Democrático de Direito, o que permite que, quando a gente não consegue vencer no voto, porque o controle de constitucionalidade infelizmente não foi respeitado, tem o STF para a gente recorrer. Com a palavra, o deputado Capitão Telhada.

 

O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado, presidente. Eu espero que esses recursos ao STF, realmente, não impeçam que a democracia funcione. Porque se a gente está aqui para aprovar as leis e a gente representa o povo e tudo, a gente recorre ao STF - a gente, que eu digo, os partidos, eu não -, mas a gente está dando para ele justamente o nosso poder constitucional, a nossa autonomia como legisladores.

Então, seguindo na tribuna aqui, eu cumprimento todos nesta tarde de terça-feira, gostaria de iniciar minhas palavras nesta semana publicando as minhas condolências a todas as vítimas e familiares das vítimas do acidente aeronáutico na cidade de Vinhedo, no estado de São Paulo, na última sexta-feira. Vítimas, em sua maioria, do estado do Paraná, homens, mulheres, crianças, tripulantes, que viajavam em um voo da companhia Voepass e infelizmente tiveram suas vidas ceifadas por um trágico acidente.

Então, nossos sentimentos a todos, publicamente. Esperamos que as investigações transcorram. Se houve alguma falha, alguma responsabilidade por parte da companhia aérea que seja cobrada, e que não aconteça esse tipo de acidente novamente, justamente ou principalmente em razão de falhas mecânicas, manutenção ou protocolos. Acidentes acontecem, a gente sabe, mas temos que cobrar responsabilidade e atuação por parte das autoridades para que tudo seja esclarecido. Que sirva de exemplo para não acontecer jamais algo desse tipo.

Eu quero trazer um assunto aqui hoje. Estamos às vésperas das eleições municipais. Em breve, começam as eleições, as campanhas - em 16 de agosto, na sexta-feira. Eu tenho andado muito pelo interior de São Paulo, tenho andado muito pelas cidades, conversado com prefeitos, conversado com a população, com os nossos agentes de Segurança - os nossos policiais militares, civis, penais, os nossos guardas civis municipais - pelos diversos municípios que passam.

Quero falar hoje que nós estamos em uma época excelente para a gente justamente escolher os representantes municipais, escolher os vereadores que vão compor a Câmara dos Vereadores e escolher os prefeitos e vice-prefeitos. Eu quero deixar um recado hoje a toda a população de São Paulo, dos mais de 600 municípios que nós temos aqui no nosso Estado, falando de Segurança Pública.

O gestor municipal, o prefeito tem que entender que Segurança Pública não é somente uma responsabilidade do Estado e do governo federal. Segurança Pública hoje tem que ser encarada como responsabilidade também da gestão municipal. E por que eu digo isso? Porque eu estou indo a diversos municípios em que parece que os prefeitos não entenderam isso ainda, não entenderam a importância das nossas guardas civis municipais - que eu costumo até chamar de polícias municipais.

Eles não entenderam ainda que eles podem colaborar muito com a Segurança do município, ajudando justamente no desenvolvimento regional, na iluminação pública, na valorização das guardas civis, no salário, no equipamento, no armamento, no treinamento desses homens e mulheres das guardas civis. Pessoal, tem município que nem Guarda Civil municipal tem ainda. Esse município está atrasado.

Feliz é o prefeito que entende isso, que abraça como sua responsabilidade também a gestão da Segurança Pública, colabora com as polícias, ajuda a delegacia, ajuda a Polícia Militar, cria um pró-labore para as polícias, cria uma operação delegada, assina um convênio junto à Secretaria de Estado, o Muralha Paulista, compartilhando informação, compartilhando tecnologia e entregando para os policiais civis e militares uma operação delegada para fortalecer a Segurança.

Feliz é o prefeito que entende que a Guarda Civil é uma força importante dentro do município para fazer o patrulhamento preventivo, para cuidar dos próprios públicos, para estar no dia a dia próximo da população, que conhece os anseios, conhece as necessidades, conhece os desejos. Pessoal, tem município pelo interior em que os prefeitos estão perdendo até prazo de regulamentação com a Polícia Federal sobre o armamento das guardas civis. Cadê a responsabilidade desses gestores municipais em cuidar dos homens e mulheres da Guarda Civil?

Então, eu venho aqui hoje - e já vou encerrar, porque meu tempo já acabou - para dizer o seguinte: é um momento importantíssimo no nosso estado de São Paulo para a população abrir os olhos e verificar quem representa esses anseios da Segurança Pública. Segurança Pública é cuidar de vida, é cuidar da cidade, é dar oportunidade de desenvolver todas as outras atividades.

Se não houver Segurança, não temos nada, é a base da democracia. Então observe bem quem representa muito bem a Segurança Pública, quem pode fazer pela sua cidade e tem esse conhecimento, tem propriedade para falar de segurança. É o momento de mudar através do voto, através da sua responsabilidade, de depositar o voto em quem te representa.

Então, eu tenho que falar isso publicamente, porque tenho visto que em alguns municípios ainda as pessoas não entenderam justamente o valor das guardas civis, de ter uma polícia preparada, de ter homens e mulheres treinados, bem valorizados e bem equipados, que possam prestar um serviço de excelência à população lá na ponta da linha.

Muito obrigado, presidente. Deus abençoe a todos.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado, deputado Capitão Telhada. Seguindo a Lista Suplementar de deputadas e deputados inscritos, com a palavra o deputado Major Mecca. (Pausa.) Com a palavra a deputada Beth Sahão. (Pausa.) Com a palavra a deputada Professora Bebel. (Pausa.) Com a palavra o deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino.

 Enquanto o deputado Luiz Claudio Marcolino se dirige à tribuna, quero aproveitar a oportunidade para agradecer o carinho da deputada Leci Brandão, que proferiu palavras aqui na tribuna em meu nome. Agradecer pelo carinho dela, pela pessoa que eu tanto estimo, tanto prezo, uma deputada valorosa, exímia defensora da Cultura, dos Direitos Humanos. E dizer, deputada, que o meu respeito por V.Exa. é recíproco. Tenho aprendido muito com V.Exa. aqui nessa Casa e tenho um carinho especial por vossa excelência.

Muito obrigado pelo carinho.

Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, volto à tribuna nesse momento, que após a minha primeira intervenção fui junto ao deputado Donato mais uma vez tentar instalar a CPI das Lojas Americanas. E o que me estranha, mais uma vez, nobre deputado Jorge do Carmo, que preside essa sessão, nenhum deputado da base do governo mais uma vez compareceu para instalar a CPI das Lojas Americanas.

O estranho, nobre deputados, nobre deputadas, que essa CPI foi instalada, pelo menos chamada, pela própria base do governo Tarcísio, numa manobra de tentar impedir que a oposição pudesse apresentar as suas CPIs para fazer investigações sérias, estruturadas no estado de São Paulo. E aí nós fomos levantar qual será o motivo que os deputados e as deputadas da base do governo não estão comparecendo para instalar a CPI das Lojas Americanas.

Então, nós levantamos aqui um pouco do funcionamento da fraude, inclusive, quem está em casa nos acompanhando, entender o que essa CPI pode gerar de risco à população e ao estado de São Paulo e, talvez, qual será o motivo de o governador Tarcísio e os deputados da sua base não quererem instalar uma CPI como essa.

Aí levantamos que a fraude, praticamente, se deu, como no mercado acabam colocando, que é o risco sacado. É uma operação muito comum entre as companhias, principalmente do varejo, quando você tem uma dívida com o fornecedor, no risco sacado você repassa essa dívida para uma instituição financeira que vai pagar direto para o fornecedor. E então você fica devendo para a instituição para liberar créditos novos com o fornecedor. A instituição alonga o prazo dessa dívida e você paga o valor em mais tempo.

Só que, em relação ao caso das Americanas, as dívidas que eram repassadas por meio do risco sacado eram retiradas do balanço corporativo das empresas, ou seja, os executivos retiravam o valor das dívidas com fornecedores como se elas já tivessem sido pagas, mas não sinalizavam que a dívida agora era com uma instituição financeira.

A Polícia Federal identificou também crimes como manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro, o que pode gerar uma pena até de 26 anos de prisão aos acionistas ou aos gestores das Lojas Americanas.

Também, em relação às Lojas Americanas ainda, os investidores, tanto física como pessoas jurídicas, iniciaram uma corrida para desfazer os papéis, isso porque as ações da companhia despencaram em quase 80% em um único dia, e continuou depois nos demais dias também a mesma crise. Com certeza, essa fraude bilionária das Lojas Americanas gerou prejuízo também aos cofres do governo do estado de São Paulo, mas será que é só isso?

Será que é só por isso que a base do governador Tarcísio, aqui na Assembleia Legislativa, não está orientando seus deputados estaduais a comparecerem para a instalação da CPI? Então aqui é a dúvida que fica. Já é a segunda semana consecutiva e apenas dois deputados da oposição, tanto eu como o deputado Donato, que nesse momento preside a instalação da CPI, mas nenhum dos deputados da base do governo do Tarcísio se apresentou para instalar essa CPI.

Então, é muito estranho, nobre deputado Jorge do Carmo, ter uma CPI que foi chamada pelo próprio Governo, está no momento de instalação - já é a segunda vez, semana passada, esta semana, que a CPI é chamada para ser instalada -, e não comparece nenhum deputado da base do Governo. O que será que tem por trás dessa CPI das Lojas Americanas?

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado, deputado Luiz Claudio Marcolino. Seguindo a lista de oradoras e oradores escritos aqui na Lista Suplementar, com a palavra a deputada Marina Helou. Tem, V. Exa., o tempo regimental.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - Muito obrigada, presidente. Cumprimento o senhor, todos os deputados, deputadas aqui desta Casa, todos os servidores, policiais e pessoas que estão trabalhando e permitem que a gente esteja aqui representando a população do nosso Estado, todos que nos acompanham.

Subo aqui para falar de quatro temas muito importantes. O primeiro deles é lamentar o acidente aéreo que acabou de acontecer no nosso Estado, as mais de 60 mortes que aconteceram na cidade de Vinhedo.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

* * *

 

Uma cidade que tem três lideranças importantíssimas, três vereadores atuantes, que fizeram, se propuseram a colocar rapidamente o Poder Público, a Câmara Municipal, a serviço de todas os familiares, a serviço de toda a cidade que sofreu com essa tragédia. A vereadora Nayla, o vereador Luiz e a vereadora Chris vêm fazendo um trabalho incrível e muito importante de resistência na Câmara Municipal de Vinhedo. E foram muito importantes no apoio da Câmara Municipal à população neste momento tão triste do nosso Estado.

Quero deixar o meu abraço e o meu cumprimento aos três vereadores - vereadora Nayla, vereador Luiz e vereadora Chris - e para eles, na figura deles, estendendo os cumprimentos a todos os familiares, a todas as pessoas que sofreram tanto com uma tragédia tão triste quanto essa, e que a gente possa ter rapidamente as responsabilidades apuradas e, principalmente, a garantia de que não irá se repetir.

Terminado esse assunto, eu gostaria de celebrar aqui com vocês as escutas do Plano Clima, uma iniciativa do governo federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente, Clima e Mudanças Climáticas, que tem feito um trabalho muito importante na discussão participativa do País inteiro na construção de um Plano Clima. Que a gente possa ter as escutas em todos os biomas, sobre como a gente pode construir um plano de adaptação às mudanças climáticas, um plano de relação com o que está acontecendo e com o que vai continuar acontecendo nos próximos anos no nosso País.

A gente terá o próximo encontro do Plano Clima, participativo, aqui em São Paulo, esta quinta-feira, dia 15 de agosto, às 10 da manhã. Será no Sesc Vila Mariana. Eu quero reforçar aqui o convite para que todas as pessoas participem da construção. Então, é muito importante o que o governo federal, a ministra Marina Silva, tem feito: escutar a população; trazer as diversas demandas para que a gente possa construir um plano que olhe as necessidades dos nossos diferentes biomas; que olhe e construa sobre a perspectiva da justiça climática, que combata o racismo ambiental, que traga diferentes vozes para a construção do nosso plano nacional em relação ao clima.

Então, fica aqui o meu convite. Reitero ao meu amigo Guilherme Cortez, que se preocupa com as questões ambientais junto de mim, para que a gente esteja neste momento juntos na escuta em relação ao bioma da Mata Atlântica - o nosso bioma principal aqui de São Paulo - na escuta e na construção do Plano Clima junto do governo federal, junto da ministra Marina Silva, que será um encontro muito gostoso. E eu estarei lá, convido todos vocês para estarem comigo.

Ainda, nesse sentido, esta semana a gente teve o Dia da Juventude, um dia muito, muito importante, em que a gente celebre no País a força da juventude, uma força única que pode ser muito transformadora e pode mudar os rumos da construção do nosso País, do futuro.

Jovens, são jovens de idade ou jovens de espírito, que nem o meu amigo deputado Suplicy, que chega aqui, que é um dos jovens de espírito que eu mais respeito e gosto. Mas o Dia Nacional da Juventude também é um dia para que a gente convide a juventude a participar da política.

Eu celebro aqui a juventude da Rede Sustentabilidade, juventude do meu partido, que vem fazendo um trabalho incrível. Mas quero celebrar todas as pessoas e todos os jovens que se propõem a transformar a sua realidade na figura do vereador mais jovem do Brasil, meu amigo vereador Paulinho Juventude, de São Roque, e convidar todas e todos os jovens a participarem da política, a se engajarem em uma campanha, a votarem e a eleger pessoas, no País inteiro, que representem e transformem por meio da força da juventude.

Terminando minha fala, não posso deixar de mencionar que realmente, este ano, temos eleições municipais; elas estão muito próximas. Nesta sexta-feira, dia 16 de agosto, começam oficialmente as campanhas para vereadoras e vereadores, prefeitas e prefeitos, no País inteiro. E é um momento único de transformação em que todos podem se engajar pra transformar a sociedade. Todo mundo pode participar das eleições de forma ativa, não apenas votando, mas construindo candidaturas, apoiando candidatas e candidatos, entendendo que é neste momento que a gente transforma a política e, por consequência, é neste momento que a gente transforma a sociedade e as cidades em que a gente quer viver.

Se a gente não participa da política, quem a gente não quer que participe participa por nós, e a gente precisa usar esse momento. Então, fica meu convite: participem das eleições na cidade de vocês, vamos eleger vereadoras e vereadores, prefeitas e prefeitos, para transformar o Brasil.

Obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado, deputada Marina Helou. Dando sequência ao Pequeno Expediente com o nobre deputado Guilherme Cortez. Tem V. Exa., pelo tempo regimental de cinco minutos, no Pequeno Expediente. Nobre deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, deputado Marcolino, meus colegas deputados, público presente, quem nos acompanha através da Rede Alesp. Em primeiro lugar, presidente, eu quero agradecer o voto dos meus colegas da recém instalada CPI das Santas Casas, que me conduziram à Vice-Presidência, junto com deputado Bruno Zambelli.

Eu acredito que a CPI das Santas Casas é a mais importante CPI que nós vamos ter neste ano, porque quem é do interior sabe o impacto e a centralidade que as santas casas têm na gestão da Saúde de vários municípios, como é o caso da minha cidade de Franca. Mas, ao mesmo tempo, também sabem que esses serviços, muitas vezes, peca pela falta de transparência, pela má gestão.

As santas casas, em todos os municípios, recebem vultosos investimentos públicos, tanto por parte das prefeituras, do governo estadual, do governo federal. E esse recurso tem que ter transparência, tem que ser bem aplicado, e nós precisamos fortalecer, sobretudo, a gestão pública, o nosso Sistema Único de Saúde. Portanto, essa CPI vai ser muito importante ao longo dos próximos três meses. E espero que agora, na Vice-Presidência, a gente possa ter uma condução transparente dela e que possa elucidar, passar a limpo esses contratos.

Em segundo lugar, presidente, quero registrar aqui: ontem faleceu o economista Delfim Netto. Eu não sou de comemorar a morte de ninguém, mas eu gostaria de lamentar que o Delfim nos deixou ontem, faleceu ontem, sem nunca ter pagado pelos crimes que ele cometeu e pelo seu envolvimento com a ditadura militar. A despeito de qualquer contribuição teórica, intelectual, que Delfim Netto possa ter tido, nada disso limpa as mãos dele do sangue de ter sido um dos signatários do Ato Institucional nº 05, o famoso AI-5, que foi o instrumento mais brutal de repressão e de censura da ditadura militar. Delfim Netto emprestou a sua teoria para um regime que matou, assassinou, torturou, sequestrou e suprimiu as liberdades democráticas no nosso País.

Delfim Netto foi o economista que idealizou um modelo econômico de concentração de renda, de genocídio dos povos indígenas, de facilitação do garimpo, sobretudo na floresta amazônica. Então, eu não tenho o que comemorar. Lamento que Delfim, assim como todos os outros signatários do AI-5, sem exceção, tenham terminado as suas vidas sem nunca terem pagado pelo crime da ditadura.

Porque infelizmente o Brasil é um país que não passou a limpo os crimes da ditadura, que escondeu as atrocidades do regime militar para debaixo do tapete, com uma vergonhosa anistia, que livrou os generais, que livrou os economistas, os intelectuais, os políticos que respaldaram um regime de exceção, um regime de censura, um regime de tortura.

Portanto, eu não tenho nada a lamentar que não seja que Delfim encerrou sua vida no conforto da sua casa, deixando, certamente, uma herança confortável para os seus familiares, sem nunca ter passado um dia sequer na cadeia, sem nunca ter sido levado a julgamento, sem nunca ter tido que enfrentar os fantasmas que a ditadura militar cometeu neste País com o seu apoio.

Relembro, nesse ano, em que nós completamos 60 anos do golpe militar, é fundamental que a gente preserve a nossa memória histórica, porque um país que não conhece a sua própria história não pode se reconhecer no presente e muito menos pensar no seu futuro. Reafirmo aqui as palavras de um democrata, Ulysses Guimarães, que dizia que nós temos “ódio e nojo à ditadura, traidor da constituição é traidor da pátria”.

Então, só posso lamentar que 60 anos depois do golpe, que suprimiu a democracia no nosso País, que foi responsável por centenas de desaparecimentos, torturas, mortes e estupros, os criminosos da ditadura militar nunca foram responsabilizados pelos seus crimes e um a um eles nos deixam confortavelmente, sem nunca ter respondido à Justiça, ao povo e à democracia brasileira pelas atrocidades que foram cometidas.

 Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado, deputado Guilherme Cortez. Dando sequência ao Pequeno Expediente, com a palavra deputado Eduardo Suplicy, tem V. Exa. o tempo restante no Pequeno Expediente.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente deputado Luiz Claudio Marcolino, Srs. Deputados e Sras. Deputadas.

 

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- Assume a Presidência a Sra. Marina Helou.

 

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No último domingo nos deixou a querida irmã Regina Maria Manoel. Regina nasceu em seis de junho de 1952, em Botucatu, no estado de São Paulo. Aos 25 anos, foi servidora da Secretaria de Promoção Social de Assis. Em 1977, veio para São Paulo e ingressou na Fraternidade das Oblatas de São Bento e na Organização do Auxílio Fraterno, onde foi coordenadora por muitos anos. Regina foi coordenadora nacional da Pastoral do Povo da Rua.

Nos últimos 50 anos, Regina atuou com muita garra e dedicação em defesa da população em situação de rua, dos catadores e catadores de materiais recicláveis. Nas últimas décadas, Regina não mediu esforços para auxiliar as pessoas em situação de rua, os movimentos, as organizações e o Poder Público na defesa dos direitos e da construção de políticas públicas para a população em situação de rua, principalmente na área de moradia.

Em entrevista para a “Folha”, em 2004, Regina contou que na década de 70, junto ao OAF, ia às ruas debaixo do viaduto distribuir sopa feita com sobras da feira ou aos domingos conversar sobre a vida e celebrar um pouco a fé. Foi a partir daí que iniciaram os grupos de trabalho com os catadores, reuniam as pessoas da rua, buscavam soluções a partir do que elas viviam.

Em 1980, a OAF desenvolveu um centro comunitário onde as pessoas iam tomar banho, fazer promessas, programas culturais, documentações e ocupar casas desocupadas. Em entrevista para o jornal “O Trecheiro”, de 2020, Regina lembrou dessas importantes rondas noturnas com Dom Paulo Evaristo Arns, que tiveram a participação até mesmo de Chico Buarque e de meu pai, Paulo Cochrane Suplicy.

Regina também resgatou que até a década de 80 não havia políticas públicas para a população de rua. Somente na gestão de Luiza Erundina que iniciou uma política voltada para quem dormia nas ruas, com os primeiros serviços e abrigos, e até mesmo com o primeiro censo da população em situação de rua.

A irmã Regina Maria Manoel foi um exemplo notável, uma fonte de inspiração para todos que lutam por um Brasil justo, fraterno, solidário e civilizado. Peço, Sra. Presidente deputada Marina Helou, que possamos realizar um minuto de silêncio em memória da irmã Regina Maria Manuel.

 

A SRA. PRESIDENTE - MARINA HELOU - REDE - Declaro então um minuto de silêncio no plenário em nome da homenagem da irmã Regina.

 

* * *

 

- É feito um minuto de silêncio.

 

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O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Deputada Marin Helou, pela ordem. Gostaria de usar a tribuna pelo 82, acho que terminou já o...

 

A SRA. PRESIDENTE - MARINA HELOU - REDE - Eu vou encerrar aqui primeiro o Pequeno Expediente, abro o Grande Expediente, passo a palavra para o senhor. É regimental o pedido do senhor para falar pelo Art. 82. Então, encerrado agora o Pequeno Expediente, imediatamente na sequência abrimos o Grande Expediente, passando a palavra para o deputado Giannazi falar pelo Art. 82 na tribuna.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO ART. 82 - Sra. Presidente deputada Marina Helou, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, quero aqui fazer uma gravíssima denúncia, Sra. Presidente, Marina Helou. Olha só, o governo estadual sancionou uma lei em 2011 - que nós aprovamos aqui no Congresso Nacional -, que trata da questão da progressão dos servidores do quadro de apoio escolar da rede estadual, que é um segmento fundamental no funcionamento das nossas escolas.

Sem os agentes de organização escolar, conhecido como QAE, e também o QSE, os secretários de escolas - que é um cargo infelizmente colocado em extinção, que são privados de vários direitos -, mas sem esse segmento todo a escola não funciona. Eles são fundamentais na Educação, tanto é que a legislação de ensino, tanto a LDB como a lei do Fundeb já os reconhecem como profissionais da Educação. Eles exercem uma função educativa, pedagógica também, são todos profissionais da Educação.

Mas no estado de São Paulo não há essa consideração, no sentido da valorização salarial, funcional, da melhoria das condições de trabalho desse importante – repito -, segmento das nossas escolas estaduais. Tanto é que os agentes de organização escolar não têm um piso salarial. Nós estamos lutando em Brasília pra aprovar esse piso. Eles têm talvez o menor salário entre os servidores estaduais, e um dos menores salários do Brasil, que não chega nem, basicamente, com desconto e tudo, a um salário mínimo.

Então, é uma agressão, é uma violência à dignidade humana desses importantes profissionais da Educação. E quando eles conquistam alguma coisa, como a progressão, o direito à progressão, o governo só agora que resolveu, depois de muita pressão, muita mobilização da categoria, e da nossa pressão aqui pela Assembleia Legislativa também, que o governo publicou a Resolução nº 53/24, dizendo que ia fazer a progressão. Porém, até agora não houve a publicação do edital para fazer, enfim, a regulamentação e colocar em prática a progressão.

Então, é um descaso em cima do descaso; é descaso dentro do descaso. Os agentes de organização escolar foram penalizados durante todo esse tempo aqui na Assembleia Legislativa. Não tiveram reconhecimento, apesar de todas as propostas que nós apresentamos de projetos de lei, de audiências públicas feitas, mas as aprovações foram todas boicotadas, praticamente, pela base do governo.

Até mesmo um projeto de lei que eu apresentei aqui em 2014, salvo engano, garantindo, também, aos servidores do quadro de apoio escolar o direito à meia entrada em teatros, cinemas, apresentações artísticas, como já tinha o professor da rede estadual e das redes municipais, também.

Eu aprovei o projeto e o governador, na época, vetou o projeto. Eu tive que derrubar o veto aqui. Nós fizemos uma outra votação e derrubamos o veto e, então, virou lei. Hoje todos os servidores do quadro de apoio escolar do estado de São Paulo - da rede estadual e também das redes municipais, porque eu ampliei, com o projeto que eu apresentei - têm esse direito. E hoje é lei, é uma lei que foi promulgada aqui pela Assembleia Legislativa em 2014.

Mas eu chamo a atenção, porque o projeto foi votado pela Assembleia Legislativa, porém ele foi vetado pelo Executivo, pelo governador na época, que era um governador do PSDB, o governador Geraldo Alckmin, que vetou esse projeto. Um absurdo.

Mas, depois, nós fizemos mobilização, fizemos aqui várias gestões junto aos deputados, e nós conseguimos derrubar o veto, e hoje é uma lei. Mas é muito difícil aprovar projetos para os servidores aqui, porque tem uma obstrução sistemática da base do Governo, que é orientada, logicamente, pela Casa Civil.

Eu queria destacar, então, e já exigir, daqui da tribuna da Assembleia Legislativa, que a Secretaria da Educação regulamente imediatamente a Resolução nº 53 e faça publicação do edital, para que a resolução seja, de fato, aplicada. Ou seja, para que haja, de fato, a progressão para as servidoras, que é uma forma de valorização salarial e funcional.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - MARINA HELOU - REDE - Iniciando, então, a lista de oradores inscritos do Grande Expediente, chamo primeiro o deputado Barros Munhoz; não está. Em segundo lugar, o deputado Delegado Olim. (Pausa) Em terceiro lugar, teve uma permuta entre o deputado Eduardo Suplicy, a quem convido agora para a tribuna, com a deputada Thainara Faria.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, querida deputada Marina Helou, primeiro quero expressar a minha concordância com o seu pronunciamento relativo ao estímulo aos jovens brasileiros, e no estado de São Paulo, de se interessarem e participarem da vida política do Brasil. Isso é de extrema importância, parabéns por suas iniciativas.

Gostaria, hoje, de aqui falar sobre a Sônia Maria de Jesus. No último dia 8 de agosto, quinta-feira passada, recebi em minha casa Marta e Marcos de Jesus, dois dos seis irmãos de Sônia Maria de Jesus; a advogada da família, Dra. Juliana Costa Hashimoto e, ainda, a juíza do Trabalho, aposentada, a Dra. Mylene Ramos Seidl - esta última responsável pela Campanha Internacional Sônia Livre.

Pela gravidade do caso, passo a relatar o que ouvi na reunião de quinta-feira e nos documentos que me foram apresentados: “Há mais 40 anos, em 1982, dona Deolina de Jesus, para proteger a sua filha Sônia Maria de Jesus, com então nove anos de idade, das agressões que sofria do pai, aceitou, de uma psicóloga voluntária da creche que Sônia frequentava, que ela abrigasse a menina por alguns dias.

Os irmãos de Sônia relatam que jamais houve qualquer acordo para que essa fosse uma residência definitiva. A psicóloga em questão, no entanto, desapareceu com a filha de dona Deolina, que passou a procurá-la por toda a vida, até seu falecimento, no ano de 2016.

Faleceu, portanto, a mãe sem ter reencontrado a sua filha. Em 6 de junho de 2023, após investigação em razão de denúncia anônima de trabalho em situação análoga à de escravidão, formulada em 2022, Sônia Maria de Jesus é resgatada em operação fiscal do Grupo Móvel de Fiscalização, conduzida pelo auditor fiscal do trabalho Humberto Camasmie, acompanhado por agentes da Polícia Federal, da Defensoria Pública da União, do Ministério Público Federal e do Ministério Público do Trabalho.

A operação foi realizada na casa de Jorge Luiz de Borba e de sua esposa, Ana Cristina Gayotto de Borba, em Florianópolis. O Sr. Jorge Luiz de Borba ocupa o cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, o que lhe confere foro privilegiado, motivo pelo qual a autorização para o resgate e a competência para a apuração dos fatos são do Superior Tribunal de Justiça. Sônia Maria foi resgatada e levada a uma instituição de acolhimento destinada a mulheres vítimas de violência, conforme consta da petição encaminhada pelos CEJIL e pela Comissão Pastoral da Terra, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

A denúncia investigava, noticiava trabalho forçado, jornadas exaustivas e condições degradantes. Sônia Maria executava diversas tarefas domésticas sem qualquer salário ou vantagens trabalhistas e seria vítima de maus tratos, em decorrência das condições materiais em que vivia e da negativa dos investigados em prestar-lhe qualquer assistência em saúde.

De acordo com os elementos probatórios colhidos após a realização de diligências fiscalizatórias, a vítima, pessoa com deficiência, surdez bilateral, nunca recebeu qualquer instrução formal ou inclusiva, era impedida de convívio social, inclusive na comunidade de surdos e teve seus documentos pessoais emitidos somente por volta dos anos 2020 e 2021.

Na decisão que determinou a medida cautelar, foi autorizado o resgate da mulher e a emissão das guias para a quitação das verbas trabalhistas devidas. Sônia é uma mulher negra, surda, que viveu por quatro décadas sob o regime de condições análogas às da escravidão, sem ter direito à dignidade humana, vide todo tipo de violações de direitos, sem convivência comunitária, sem acesso à Educação e, mais grave ainda, sem a chance de aprender a Libras, Língua Brasileira de Sinais, que lhe permitiria o mínimo de acesso a comunicação e entendimento do mundo ao seu redor.

Além disso, após atendimento psicológico e assistencial, cuidados médicos e odontológicos, foram detectados vários acometimentos de saúde, que denotam a total desassistência em que vivia Sônia Maria de Jesus, como perda de dentes, infecção bucal, mioma no útero, visão monocular e problemas na coluna lombar. Verificou-se também que não havia nenhuma passagem de Sônia pelo sistema público de Saúde e nenhuma aplicação de vacinas.

À sequência dos fatos, os investigados alegando que sempre trataram Sônia como membro da família, passaram a requerer, no juízo de família, em Florianópolis, o reconhecimento da paternidade e maternidade socioafetiva e, no Supremo Tribunal de Justiça, a restituição do convívio familiar bem como a informação do nome e endereço da instituição para onde a Sra. Sônia fora conduzida para que fosse facultado o acesso dos investigados e o retorno de Sônia à residência de seus algozes, o que foi deferido pelo ministro Campbell Marques, do STJ - Superior Tribunal de Justiça.

Em setembro de 2023, a Defensoria Pública da União ajuíza “habeas corpus” junto ao Supremo Tribunal Federal contra decisão do ministro Campbell Marques, que autorizou o retorno de Sônia para a casa em que foi resgatada. No entanto, a liminar foi indeferida pelo ministro André Mendonça e, desde então, Sônia encontra-se na casa da família do desembargador que, conforme relato de várias testemunhas, a mantiveram por tantos anos em situação de violência.

Em nota pública a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, Conatrae, assim se manifestou: “É absolutamente inaceitável o processo de retorno da vítima Sônia à cena do crime: uma situação de violência na qual, comprovadamente, sofreu um conjunto de violações de seus direitos mais básicos, sendo-lhe negado o acesso a políticas públicas e direitos fundamentais - documentação civil, educação, saúde, trabalho decente, moradia, convivência com a família -, situação agravada ainda por se tratar de mulher com deficiência, à quem foi impossibilitado o direito de se comunicar, bem como de sair do ambiente relacional formado, exclusivamente, pela casa e a família dos seus donos.

Considerando a situação de múltipla vulnerabilidade apresentada pela Sra. Sônia, se revelava indispensável neste momento a continuidade - agora interrompida - das ações de atendimento para sua inclusão e inserção no convívio social, neste momento que exigia proteção e afastamento da vítima de seus supostos agressores, independentemente da conclusão das investigações em curso.

A política de erradicação do trabalho escravo no Brasil é destaque internacional por oferecer mecanismos institucionais e arcabouços legais e normativos que possibilitam a cessação da violação de direitos, a responsabilização de seus envolvidos nas esferas administrativa, trabalhista e criminal, e a tentativa de reparação dos danos sofridos.

A história da Sra. Sônia evidencia as profundas raízes de um passado escravagista ainda presente na sociedade brasileira, especialmente sobre a vida de mulheres negras. A Sra. Sônia tem sido vítima do racismo estrutural e institucional, do capacitismo, da violência de gênero, sendo-lhe negados direitos fundamentais. Seu retorno e permanência na família investigada representa a manutenção simbólica deste conjunto de desigualdades que marcam o País”.

Recentemente, tanto o presidente Lula como a Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal se manifestaram em relação ao caso, pedindo efetividade para a Política Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e liberdade para Sônia Maria de Jesus.

Para concluir, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra, até 2005 praticamente não existia estatísticas da fiscalização do trabalho escravo fora da zona rural. A partir de 2006, esses casos passaram a representar uma média de 21% do total de resgatados em atividades envolvidas em áreas urbanas antes não fiscalizadas, a exemplo da confecção, da construção civil e, mais recentemente, do trabalho doméstico.

Nessa categoria de fiscalização bem mais complexa, uma vez que implica na entrada de agentes públicos em domicílios particulares, contabilizou-se 98 casos desde 2017, sendo 82 nos últimos três anos, de janeiro de 2021 a setembro de 2023, o que corresponde a uma média de 27 pessoas encontradas nessa condição a cada ano.

Ainda segundo a CPT, as vítimas resgatadas do trabalho escravo doméstico possuem um perfil de vulnerabilidade altamente significativo. A quase totalidade é mulher, é negra e permanece por uma longa duração no serviço ao mesmo “dono”, muitas vezes iniciado como trabalho infantil e, não raro, vem sendo apresentada como parte da família para justificar a ausência de qualquer formalização do serviço prestado.

Não se pode admitir que tantos absurdos jurídicos aconteçam em um caso de extrema violência, ainda mais um caso de notório conhecimento público. Faço aqui um apelo a todos os operadores do direito envolvidos no caso e a todas as autoridades que podem incidir sobre o caso: liberdade para Sônia Maria de Jesus.

Agradeço muito, presidenta Marina Helou, por ter permitido que eu pudesse completar os dados sobre este caso tão significativo, importante, e sobre o qual reforçamos o apelo para a liberdade para Sônia Maria de Jesus.

Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - MARINA HELOU - REDE - Obrigada a você, Exmo. Deputado Suplicy, sempre nos levando a olhar e dirigir as nossas atenções para quem mais precisa. Que a gente possa seguir acompanhando a história da Sônia, que tanto nos impacta. Obrigada por trazer esse tema.

Seguindo aqui na chamada da lista de oradores, chamo agora então a deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Simão Pedro, em permuta com o deputado Donato.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente desta sessão, nobre deputada Marina Helou, é uma satisfação estar com a senhora nesta tarde aqui na Assembleia.

Srs. Deputados, público que nos acompanha aqui pelas galerias e também pelas redes sociais, pela TV Alesp, Sra. Presidente, no dia de amanhã, quarta-feira, 14 de agosto, os metroviários de São Paulo irão realizar um dia de luta com uma manifestação, às 16 horas, aqui no centro, por conta de uma decisão do Metrô, que é uma empresa ligada ao Governo do Estado, de retirar os operadores de trem da Linha 15 do monotrilho, aquela que sai ali da Vila Prudente e vai passando por São Mateus em direção ao Jardim Iguatemi.

É uma linha muito importante, embora seja bastante polêmica a decisão de implantar essa linha ali. Porque o monotrilho, no mundo inteiro, normalmente, ele foi pensado para pequenos trajetos, para transportar um menor público, não muito adequado para transporte de massa em grandes cidades, metrópoles como São Paulo.

Nós tivemos a oportunidade de debater isso aqui há um certo tempo, mas prevaleceu a pressa do governo por conta da Copa do Mundo, investimentos em mobilidade de fazer as duas linhas do monotrilho: essa, que é a 15, que está ali na Zona Leste, e a outra, polêmica, que até hoje, há mais de dez anos, está sendo construída, nunca concluída, que sai aqui do Aeroporto de Congonhas em direção ao Morumbi.

Mas, assim, é uma decisão absurda do Governo tirar o operador de trem e pensar que esses trens vão circular sem nenhum trabalhador dentro. O operador de trem é a última linha de segurança dos usuários que utilizam essa linha para se deslocar - principalmente ali pela zona leste -, ter acesso ao metrô e, também, para os trabalhadores. Nós estamos falando de um sistema que opera a 15 metros de altura, muito complicado, e que até hoje já manifestou muitos problemas de incidentes e mesmo de acidentes.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.

 

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Então, essa decisão que o Metrô está tomando merece, sim, todo o nosso protesto e repúdio, porque não tem sentido os trens do monotrilho seguirem sem um operador nesses trens. E o Metrô deveria construir cabines ali e valorizar essa função, que é muito importante para a segurança dos trabalhadores e dos usuários, e deveria investir mais no Metrô.

O Governo do Estado tem a intenção, já manifesta pelo seu presidente. Aliás, eu protocolei um requerimento convocando o presidente do Metrô para vir à Comissão de Infraestrutura, de Transportes aqui para explicar essa decisão dele de privatizar o Metrô - ele já declarou isso.

Nós já transformamos - a pedido dos deputados, por orientação do Governo - essa convocação em um convite. Esse convite já foi aprovado, e estamos aguardando o presidente do Metrô vir aqui para explicar isso e outras coisas. Certamente, nós vamos perguntar para o presidente do Metrô a respeito não só da privatização, mas também em relação a esta decisão de tirar os operadores de trem.

Provavelmente, Sr. Presidente, Suplicy, tem a ver com a intenção de privatizar o Metrô, ou seja, você vai facilitando a vida para os futuros compradores para eles terem menos despesas, não se leva em conta a segurança dos trabalhadores e dos usuários. Então, o Governo do Estado quer privatizar o Metrô e toma esse tipo de atitude.

O Metrô privatizado custa muito mais caro para o usuário. Quando se privatizou o Metrô no Rio de Janeiro, a tarifa foi para R$ 7,50, é o valor hoje. Em Belo Horizonte, a tarifa foi de R$ 1,80 para cinco e cinquenta. Nós estamos pagando cinco reais aqui, mas, no fundo, no fundo, para as Linhas 4 e 5 que já são privatizadas, operadas por empresas privadas, o Metrô já transfere R$ 7,50 ou mais, mas por volta de R$ 7,50 por cada usuário. Ou seja, retira das linhas públicas para garantir o lucro das empresas privadas. É isso que vai acontecer com a privatização das linhas 1, 2, 3 e essa linha do monotrilho.

Então, todo o nosso repúdio, todo o apoio aos metroviários e, amanhã, se tudo der certo, quero comparecer para levar uma mensagem de solidariedade e apoio ao Sindicato dos Metroviários, que está fazendo esse protesto, chamando a atenção da sociedade para esse problema aqui em São Paulo.

Sr. Presidente, Suplicy, queria também utilizar o tempo que me resta aqui do Grande Expediente para transmitir minha total solidariedade ao Dr. Eduardo Dias. O Dr. Eduardo Dias é procurador de Justiça do Ministério Público aqui de São Paulo, trabalha como promotor de Justiça desde 1989, é professor da PUC. E, no último dia 30, ele relatou aos seus colegas e levou às demais autoridades uma situação de racismo pela qual ele passou ao adentrar no Tribunal de Justiça, quando ele foi barrado.

Passou por um constrangimento de ser revistado, de ter que passar por detector de metais, mesmo se identificando como promotor de Justiça... procurador de Justiça, perdão, e com a carteira funcional, mesmo estando com a beca e um caderno na mão, um segurança do Tribunal exigiu que ele voltasse, quando os dois seguranças já tinham autorizado ele adentrar no prédio. Ele já estava no elevador quando um outro segurança de terno e gravata foi pegar e exigir que ele voltasse e passasse pelo detector de metal.

O que configura uma situação de racismo, porque é um procurador negro. Então, esse protocolo arbitrário instituído ali dentro do Tribunal de Justiça, com base no perfilamento racial, é uma situação abjeta que nós temos que repudiar, porque ele conversou com outros colegas que são brancos e nunca passaram por esse procedimento a que ele foi submetido.

O segurança é um policial militar que presta serviços ao Tribunal de Justiça e já foi aberto um procedimento lá no Tribunal de Justiça para apurar esse caso. Felizmente, o procurador de Justiça pôde participar da sessão, que era o objetivo dele quando adentrou no prédio, na sede, aqui na Capital, do Tribunal de Justiça, mas passou por esse tipo de constrangimento, que configura racismo. E nós não podemos tolerar nenhuma forma de racismo ou discriminação e elas têm que ser repudiadas.

E as providências têm que ser no sentido de punir quando um crime de racismo é cometido, mas também que se tomem providências no sentido de educação, como já aconteceu aqui nesta Casa, em relação a uma deputada, deputada Ediane Maria, e nós instauramos aqui uma cartilha, um procedimento para como os nossos funcionários tratarem esse tema.

E, infelizmente, isso aconteceu no Tribunal de Justiça, Então, mais uma vez, a minha solidariedade, o meu apoio ao Dr. Eduardo Dias e o nosso protesto contra esta atitude, para que não volte a acontecer. Está certo? Toda forma de discriminação não pode ser tolerada, tem que ser repudiada.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos, deputado Simão Pedro. Tem agora a palavra o deputado Reis, pelo tempo regimental do Grande Expediente.

 

O SR. REIS - PT - Presidente deputado Suplicy, quero cumprimentar o público presente, o deputado Simão Pedro, os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Tecno-científica, cumprimentar todos os funcionários públicos, em especial os professores, diretores de escolas, educadores também os médicos, enfermeiros. E todos aqueles e aquelas, presidente Suplicy, que estão em suas residências e estão nos acompanhando pela TV Alesp e também aqueles outros e outras que estão em seus afazeres e nos acompanham pelas redes sociais.

Presidente deputado Suplicy, eu quero registrar a audiência pública que nós fizemos na data de ontem, aqui nesta Casa, para debater o PLC 37, Projeto de Lei Complementar que trata da regulamentação da Polícia Penal. Isso foi um projeto muito aguardado, muito esperado, muito cobrado, inclusive, por esse que vos fala, pela bancada do PT e pelas entidades representativas.

Um projeto que tinha promessa do governo de que ele fosse mandado para tramitar nesta Assembleia Legislativa em agosto do ano passado, e o governador só cumpriu a promessa um ano depois. Ele levou 12 meses, praticamente, para enviar esse projeto, que chegou aqui no dia primeiro de agosto. Então, foi uma coisa inusitada o governador falar para a categoria que mandaria em agosto do ano passado, e depois ter esperado 12 meses. Um filho que nasce com 12 meses tem algum problema.

Mas, esse projeto tem vários problemas, vários problemas, porque levou 12 meses para ser gestado, 12 meses para ser construído. E ele veio com várias questões que os policiais penais estão cobrando. E aí foi feito um pedido de várias emendas. E nossa bancada, deputado Suplicy, a bancada do Partido dos Trabalhadores, apresentou praticamente 52 emendas a esse projeto. Das 81, contando as de todos os outros deputados, a maior parte das emendas foi apresentada pela bancada do PT.

Nessa audiência pública, estiveram presentes o Sr. Marcio Santos Assunção, do Sindasp; o Sr. Gilson Pimentel, do Sindcop; o Sr. Fábio Jabá, presidente do Sifuspesp; o Sr. João Batista Rebouças, presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo; o Sr. Mário Leite de Barros, representando também o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo; a Dra. Jacqueline Valadares, presidente do Sindicato dos Delegados e das Delegadas de Polícia do Estado de São Paulo; o Sr. Márcio, do Sindicato dos Policiais Civis de Santos; o Sr. João Xavier Fernandes, presidente do Sindicato dos Escrivães de Polícia do Estado de São Paulo.

E foi feito um bom debate, foram trazidas aqui várias questões que afligem os policiais penais. E a presença dos sindicatos da Polícia Civil, os sindicatos que representam as carreiras policiais civis, veio ao encontro a um dos itens da lei que trata do TC, do termo circunstanciado. E que a Polícia Civil se opõe. Essa atribuição é de Polícia Judiciária, uma atribuição de apuração, investigação, persecução penal. E dentro dessas apurações, nós temos o inquérito policial e temos o termo circunstanciado. E, por conta já de uma crise que foi protagonizada ou, vamos dizer assim, promovida pelo atual governo, de que passaria para a Polícia Militar essa atribuição de elaboração do termo circunstanciado, isso gerou uma crise forte na Polícia Civil.

Esse texto na lei complementar trazendo também que a Polícia Penal possa fazer o termo circunstanciado também gerou - por conta já da crise que, lá atrás, alguns meses atrás, foi iniciada - toda essa movimentação, essa articulação da Polícia Civil, para que esse item seja retirado da Lei Complementar nº 37. O governo fez assim um projeto... É bom que ele tenha feito esse projeto e mandado para cá. Melhor ter mandado do que não mandar, porque agora tem alguma coisa para a gente trabalhar em cima, para discutir, para debater e para submeter ao congresso de comissões, submeter às comissões e aprová-lo, aperfeiçoá-lo. Portanto, temos alguma coisa para buscar, apresentar as emendas e discuti-las, e convencer o governo da importância de que essas emendas sejam acatadas.

O governo fez ali um floreamento nessa questão salarial. Ele mudou de vencimentos para subsídios, porém ele nivelou os subsídios por baixo. Ele antecipa, ali naquela escala de vencimentos, os quinquênios, a sexta-parte, mas não há ganho para a Polícia Penal. Não há ganho, o salário está muito rebaixado.

A Polícia Penal esperava uma valorização maior, uma valorização melhor, que talvez começasse ali com um salário de oito, nove mil reais, e chegasse aos 20 mil reais, como é o caso da Polícia Penal da União, que começa com mais de nove mil reais, e chega ao teto de 20 mil reais de salário, de subsídio.

Então, o subsídio veio baixo. E o subsídio veio em uma composição, somando os quinquênios, a sexta-parte, e o Governo pegou talvez um reajuste. Ele é devedor da Polícia Penal porque no ano passado foram dados reajustes escalonados, reajustes diferenciados para as forças de Segurança, mas a Polícia Penal ficou de fora.

Então, ele é devedor da Polícia Penal. E, por ele ser devedor, ele acrescentou aí, se a gente for analisar carreira a carreira, a gente vai verificar que acrescentou um preciosismo, principalmente para o inicial da carreira, muito baixo, muito aquém do esperado. Muito aquém do esperado, muito baixo, um salário...

A valorização não veio, em que pese que a regulamentação prevê que, a partir da sua aprovação, o ingresso na Polícia Penal será por concurso público. Será por concurso público, prevê ali os sete níveis salariais e prevê que, dentro desses requisitos para entrar na Polícia Penal, tem que ter o curso superior. Então, vem a exigência de curso superior para o policial penal, mas não veio a valorização. Não veio a valorização.

O salário ali está de Nível Médio, está igual ao salário dos investigadores de Polícia, dos escrivães de Polícia. Exige o curso superior, mas o Governo continua pagando salário de Nível Médio. Veio a exigência de curso superior - que eu acho benéfica, importante -, mas não veio a valorização. Além disso, o Governo faz uma operação “passa-moleque” na Polícia Penal, que é fazer com que este ano eles não recebam nada de reajuste.

Ainda em 2024, como não vai ter reajuste para nenhum servidor público, não tem reajuste para os policiais civis, não tem reajuste para os policiais militares, não tem reajuste para os policiais técnico-científicos e, também, não terá reajuste para os policiais penais, porque o projeto está tramitando aqui com a devida urgência, dentro dessa urgência, mas ele não foi para o Congresso de Comissões. O presidente não pautou o projeto para ser votado esta semana ou na semana que vem. Então, vamos dizer que se esse projeto fosse aprovado hoje, e que o Governo levasse 15 dias para sancioná-lo, ele só estaria pronto realmente, só iria produzir os resultados, em 90 dias, porque ele traz a “noventena” após a sua sanção. Ou seja, se a gente contar setembro, outubro e novembro, talvez - se fosse hoje, porque tudo indica que pode ser no final do mês - produziria um reajuste para o policial penal receber somente em janeiro. Então, ele segue aquela lógica que, quando ele mandou o projeto aqui das forças de Segurança, que eu falei aqui na tribuna, a lógica Sylvia Design, que no caso do projeto de aumento do reajuste do ano passado, eu falava, o primeiro pagamento é só para agosto, porque começava em 1º de julho só para agosto. No caso aqui, o primeiro pagamento vai ser só para janeiro. Ou seja, os policiais penais não vão ter acesso a esse pequeno reajuste, a essa pequena escala de vencimentos que o Governo está propondo.

Eu quero continuar, Sr. Presidente, esse debate em outro momento, porque dez minutos é muito pouco para gente falar todas as questões ruins que têm no projeto, tudo aquilo que o sindicato, que as forças que estiveram ontem aqui na audiência pública expuseram. É necessário ter mais tempo para fazer esse debate.

Mas eu quero, em um outro momento, voltar a essa tribuna e continuar esse debate, expondo sobre os vários problemas, os que tem o PLC n.º 37, que trata da regulamentação da Polícia Penal.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos, deputado Reis, pela forma como tem estudado e convidado todos os interessados na remuneração da Polícia Penal que possam, aqui na Assembleia Legislativa, debater o caso em profundidade.

 

O SR. REIS - PT - Sr. Presidente, não havendo oradores para fazer uso da palavra, requeiro de V. Exa. a suspensão dos trabalhos até às 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Havendo acordo das lideranças, está suspensa a sessão até às 16 horas e 30 minutos.

 

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- Suspensa às 15 horas e 46 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 32 minutos, sob a Presidência do Sr. André do Prado.

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a sessão. Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Há sobre a mesa o Requerimento de Urgência do Projeto de lei Complementar nº 141, de 2003, de autoria do Ministério Público. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As senhoras e senhores deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. Aprovado o requerimento.

Há também sobre a mesa o Requerimento de Urgência do Projeto de lei Complementar nº 142, de 2023, também de autoria do Ministério Público. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As senhoras e senhores deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. Aprovado o requerimento.

Há também sobre a mesa o Requerimento de Urgência do Projeto de lei Complementar nº 38, de 2024, de autoria do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As senhoras e os senhores deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. Aprovado o requerimento.

Há também sobre a mesa o Requerimento de Urgência do Projeto de lei Complementar nº 39, de 2024, de autoria também do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As senhoras e os senhores deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. Aprovado o requerimento.

Há também sobre a mesa o requerimento do nobre deputado Gil Diniz, com número regimental de assinaturas nos termos do Artigo 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação com a finalidade de participar da sessão solene de entrega da Medalha Tiradentes da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro ao monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, a realizar-se entre os dias 18 e 20 de agosto do corrente ano, a ser custeado via verba de gabinete parlamentar.

Em votação. As senhoras e os senhores deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. Aprovado o requerimento.

Há também sobre a mesa o requerimento do nobre deputado Caio França, com número regimental de assinaturas nos termos do Artigo 35 do Regimento Interno, para construção de uma comissão de representação com a finalidade de participar da homenagem à vida e ao legado de Eduardo Campos, a realizar-se nos dias 13 e 14 de agosto do corrente ano, na Câmara dos Deputados, em Brasília, a ser custeado via verba de gabinete parlamentar.

Em votação. As senhoras e senhores deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Convocação. Convoco as Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do disposto no Art. 18, Inciso III, Alínea “d”, combinado com o Art. 68, ambos do Regimento Interno, para uma reunião conjunta das comissões de Constituição, Justiça e Redação; Administração Pública e Relações de Trabalho e Finanças, Orçamento e Planejamento, a realizar-se hoje, às 16 horas e 40 minutos, no Salão Nobre Campos Machado, com a finalidade de apreciar os seguintes projetos de lei: Projeto de lei Complementar nº 141, de 2023, de autoria do Ministério Público; Projeto de lei Complementar nº 142, de 2023, também de autoria do Ministério Público; Projeto lei Complementar nº 38, de 2024, de autoria do Tribunal de Contas Estado de São Paulo e Projeto lei Complementar nº 39, de 2024, de autoria do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Tem dois minutos, Vossa Excelência.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente só para uma comunicação. Na semana passada eu visitei uma ocupação chamada Nova Esperança, que está situada Rua Itaprata, altura do número 585, no Jardim Soeiro, em Ferraz de Vasconcelos, uma região que o senhor conhece muito bem. Ali tem 71 famílias que ocuparam uma área há dois anos, e o terreno estava em total abandono há mais de 20 anos, servindo apenas para usuários de entorpecentes tivessem um local para usar os seus produtos, e também facilitando a vida de assaltantes e estupradores.

O local já teve dois assassinatos de mulheres, que foram noticiados pela imprensa. As famílias que hoje ocupam o local precisam de moradia digna pra amparar seus familiares. Eu estive lá e pude constatar a quantidade de crianças e adolescentes que estão morando naquela área. Tem um pedido de reintegração, de uma empresa, mas que não há amparo.

A Defensoria tem atuado, e eu espero que não só a Defensoria, mas a Prefeitura, quem sabe o Governo do Estado e o governo federal pudessem buscar uma solução para essas famílias que estão morando em uma situação precária e em um momento como este, em que o frio é intenso. Eu acho que é preciso que o Poder Público olhe com carinho.

Então eu queria pedir, Sr. Presidente, que pudesse encaminhar essa minha preocupação à prefeitura de Ferraz e à Defensoria Pública. Espero sinceramente que a gente possa buscar uma saída sem que haja uma reintegração de posse. Até porque há, por parte da Defensoria, uma posição contrária, visto que não há é confirmação de propriedade de quem solicita.

Muito obrigado, Sr. Presidente, e aproveitando aí os meus seis segundos, eu queria solicitar a suspensão dos trabalhos por 20 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então peço que a nossa Secretaria faça o encaminhamento dos pedidos feitos pelo deputado Paulo Fiorilo aos devidos órgãos competentes, com relação ao assunto pertinente, questão habitacional na cidade de Ferraz de Vasconcelos e, havendo acordo entre as lideranças, está suspensa a nossa sessão.

 

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- Suspensa às 16 horas e 38 minutos, a sessão é reaberta às 17 horas e 05 minutos, sob a Presidência do Sr. André do Prado.

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a sessão. Convocação. Convoco as Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, para uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término da presente sessão, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

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- NR - A Ordem do Dia para a 40a Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 14/08/2024.

 

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O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Para uma breve comunicação, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Tem o tempo regimental.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, gostaria de falar ao plenário aqui, aos nobres pares, e apresentar os meus amigos, irmãos de fé, os Arautos do Evangelho, da Espanha, liderados aqui pelo padre José Francisco, que muito me honra. Algumas famílias aqui: dona Fé, Sr. Pascoal, Tony, Maria de Fátima e todos os outros arautos. E homenageio aqui, presidente, o monsenhor João Clá, fundador dessa obra, que tem impactado São Paulo, o Brasil e o mundo. Neste plenário, nós não temos vergonha de falar que somos amigos e temos um carinho especial, amor pela obra de monsenhor João Clá, que teve a sua formação com Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, um cruzado, presidente, do século XX.

Estive, no início do ano, na Espanha, e eles me receberam gentilmente. Tive a oportunidade de estar, padre José Francisco, em Covadonga, berço da cristandade, ali nas Astúrias, Tony. Para quem não conhece essa parte da história, presidente, a Península Ibérica, no século VIII, ano de 700, foi invadida pelos muçulmanos. Dom Pelayo e o seu grupo de guerreiros conseguiram resistir a essa dominação. E séculos depois - oito séculos depois - os católicos conseguiram novamente o domínio da Península Ibérica, expulsando os muçulmanos em 1492 - 1492, deputado Paulo Fiorilo, V. Exa. que gosta de história -, ano em que Colombo chegou às Américas.

Então, presidente, faço aqui esse paralelo: graças a homens fortes, que têm aí a bandeira de nosso senhor Jesus Cristo, que carregam nesse seu coração os valores da cristandade, que conseguiram recuperar não só esse território, como conquistar também o Novo Mundo e o nosso Brasil. Tivemos dom Pelayo. E visitei lá o seu túmulo em Covadonga. E hoje nós temos aqui, padre José, a nossa Covadonga no Brasil, nós temos as nossas serras, as nossas montanhas, aqui em Caieiras, em Cotia. O espírito de dom Pelayo sobrevive na obra de monsenhor João Clá.

Então, vida longa aos Arautos do Evangelho. Que Deus abençoe essa obra, que Deus abençoe monsenhor João Clá e cada arauto do evangelho espalhado por São Paulo, pelo Brasil e pelo mundo. Muito obrigado pela amizade, pelo carinho e pelas orações de todos vocês. São muito bem-vindos na Casa do povo paulista, na Casa do povo brasileiro que mora em São Paulo. Obrigado.

Obrigado, presidente. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Em nome do padre José Francisco, cumprimentar a todos os que o acompanham nessa comitiva, dizer que aqui os Arautos do Evangelho, tivemos a oportunidade nesta Casa, eu tive a honra de estar presidindo uma sessão solene proposta pelo deputado Gil Diniz, que é um praticante, um entusiasta, ou realmente uma pessoa que tem trazido aqui e levantado o nome dos Arautos aqui nesta Casa.

Então, parabéns ao deputado Gil Diniz, por recepcionar a todos aqui nesta Casa, como V. Exa. foi muito bem recebido na Espanha também, esta Casa também tem obrigação, através de V. Exa., sendo conduzido, e receber a todos é uma grande honra. Sejam sempre bem-vindos a esta Casa.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Carlos Cezar.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, apenas cumprimentando o deputado Gil Diniz e cumprimentando o padre José Francisco e a todos que acompanham os Arautos do Evangelho, parabenizando a cada um, sejam muito bem-vindos a esta Casa.

Havendo acordo de lideranças, eu peço o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Senhoras e Senhores deputados, então havendo acordo entre as lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantar os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje. Lembrando-os ainda da sessão extraordinária realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 17 horas e 11 minutos.

 

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