19 DE NOVEMBRO DE 2024
60ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: ANDRÉ DO PRADO e ALEX MADUREIRA
Secretaria: DANILO CAMPETTI, BRUNO ZAMBELLI, GILMACI SANTOS, ALEX MADUREIRA e ITAMAR BORGES
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão às 16h43min. Coloca em discussão a PEC 9/23, em 2º turno.
2 - PROFESSORA BEBEL
Para comunicação, faz pronunciamento.
3 - PAULO FIORILO
Solicita verificação de presença.
4 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.
5 - GILMACI SANTOS
Para comunicação, faz pronunciamento.
6 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Dá boas-vindas ao vereador Sansão Pereira, presente no plenário.
7 - PAULO FIORILO
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
8 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Informa que estão sendo feitas tratativas com a Secretaria de Segurança Pública e a Procuradoria-Geral do Estado para obtenção de informações referentes ao combate ao crime organizado.
9 - LUIZ FERNANDO
Discute a PEC 9/23, em 2º turno.
10 - DR. JORGE DO CARMO
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
11 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Ressalta a discricionariedade da Presidência para pautar requerimentos de urgência para votação.
12 - EMÍDIO DE SOUZA
Discute a PEC 9/23, em 2º turno.
13 - GIL DINIZ
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
14 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Solicita que os deputados se atenham ao tema da PEC 9/23.
15 - GIL DINIZ
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
16 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Solicita que o deputado se atenha ao tema da PEC 9/23.
17 - PAULO FIORILO
Solicita verificação de presença.
18 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.
19 - PAULO FIORILO
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
20 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Acolhe a questão de ordem formulada pelo deputado Paulo Fiorilo, para respondê-la oportunamente.
21 - GIL DINIZ
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
22 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Solicita comportamento regimental ao público presente nas galerias. Informa que não serão aceitas ofensas pessoais contra os deputados por parte dos manifestantes presentes nas galerias. Solicita respeito aos deputados.
23 - REIS
Discute a PEC 9/23, em 2º turno.
24 - GILMACI SANTOS
Para reclamação, faz pronunciamento.
25 - MARINA HELOU
Discute a PEC 9/23, em 2º turno.
26 - PAULO FIORILO
Para comunicação, faz pronunciamento.
27 - PAULO MANSUR
Para comunicação, faz pronunciamento.
28 - PAULO FIORILO
Solicita verificação de presença.
29 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.
30 - GUILHERME CORTEZ
Discute a PEC 9/23, em 2º turno.
31 - ALEX MADUREIRA
Assume a Presidência. Solicita que o deputado Guilherme Cortez se atenha ao tema da PEC 9/23.
32 - REIS
Para comunicação, faz pronunciamento.
33 - MÁRCIA LIA
Discute a PEC 9/23, em 2º turno.
34 - PAULO FIORILO
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
35 - PRESIDENTE ALEX MADUREIRA
Solicita comportamento regimental ao público presente nas galerias.
36 - PAULO FIORILO
Solicita verificação de presença.
37 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
38 - PRESIDENTE ALEX MADUREIRA
Defere o pedido do deputado Paulo Fiorilo. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença.
39 - DANILO CAMPETTI
Para questão de ordem, faz pronunciamento.
40 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Assume a Presidência. Informa que os deputados podem formalizar boletim de ocorrência contra manifestantes presentes nas galerias em decorrência de ofensas pessoais. Encerra a sessão às 19h13min.
*
* *
-
Abre a sessão o Sr. André do Prado.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Ordem do Dia.
* * *
-
Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Discussão e
votação em segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição nº 09, de 2023,
de autoria do Sr. Governador.
Em discussão. Para dar início à
discussão, chamo o deputado Luiz Fernando Teixeira para discutir a favor. Por
favor, liga o microfone da deputada Professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO -
Eu só queria dar uma informação. Eu acredito que as mídias televisivas e o
rádio já tenham noticiado, mas os estudantes ocuparam a Escola Estadual Antonio
Ablas Filho, lá na Baixada Santista, em Santos. E a razão é exatamente naquela
linha que a gente está.
Depois vou apresentar, inclusive,
porque vou ser uma das oradoras. Dizendo: é questão de currículo, é o projeto
arquitetônico das escolas, que não estão condizentes. Não dá para você dizer:
“é uma escola”. É uma escola que não convida os alunos a nela estarem. A falta
dos conteúdos curriculares: inglês, física, geografia.
Veja bem, no dia de ontem, foi exarado,
no Conselho Nacional da Educação, as Diretrizes Nacionais que devem reger o
currículo do Brasil. E o estado de São Paulo não pode inventar o currículo,
porque são diretrizes curriculares emanadas de um órgão que é de competência,
que é o Conselho Nacional da Educação, que tive a honra de ser duas vezes
conselheira lá.
Lamentavelmente, a polícia está agindo
sobre os estudantes. Eu não acho que esse é o melhor método. Acho que tem que
fazer a conversa, tem que ir, enfim, no convencimento, e entendo que também há
falta de professores.
Olha que coisa linda, o estudante
lutando para que a escola garanta professores. Então o lema “A escola pública é
nossa e ninguém toma” está valendo, porque os estudantes não vão deixar tomar
as escolas públicas do estado de São
Paulo.
Muito obrigada, nobre deputado.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Nós vamos iniciar o
debate, e eu não vejo a base do Governo aqui. Então eu peço uma verificação de
presença.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Solicito ao deputado Danilo Campetti, ao lado do
deputado Bruno Zambelli, que faça a verificação de presença.
*
* *
- Verificação de presença.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado
quórum regimental. Agradeço ao deputado Danilo Campetti e ao deputado Bruno
Zambelli. Devolvo a palavra ao deputado Luiz Fernando Teixeira Ferreira.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Gilmaci Santos.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - PARA
COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu
queria... (Manifestação nas galerias.) Queria anunciar aqui, saudar aqui com
muita alegria a presença, nesta tarde, do nosso querido vereador Sansão
Pereira, da Câmara Municipal. Líder da Bancada do Republicanos, na Câmara
Municipal, vereador Sansão Pereira.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Questão de ordem.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - Seja bem-vindo,
V. Exa., nosso vereador. Com a palavra o deputado Luiz Fernando.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Questão de ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - Questão de
ordem, deputado.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - PARA
QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, referente a um requerimento de urgência
pendente de apreciação pelo plenário, matéria que deve ser incluída na Ordem do
Dia, da sessão em que for apresentada ou subsequente, omissão da Presidência,
requerimento verbal, nos termos do Art. 164, inciso VII.
Sr. Presidente,
requeiro, nos termos do Art. 164, inciso VII, do Regimento Interno, a seguinte
informação quanto à Ordem do Dia: nesta sessão extraordinária, convocada
especificamente para debater a PEC 09, de 2023, inicialmente deve ser
registrado que o Art. 164, caput, determina que o presente requerimento de
informação deverá ser despachado imediatamente por Vossa Excelência.
Esse líder
protocolou no último dia 13, às 16 horas e 42 minutos, requerimento para que
seja atribuída a tramitação prioritária ao Requerimento nº 2.905, de 2024, que
trata do Processo nº 28.246, de 2024, em função da inequívoca urgência que
representa o enfrentamento da questão, afeta o crime organizado.
Como tem reconhecido
a imprensa, o estado de São Paulo vive uma inequívoca crise de Segurança
Pública. Encarar a crise e a urgência de que seja redirecionada a atuação
administrativa dos seguintes elementos:
1) crescente
número de policiais falecidos, tanto em função da violência criminosa, quanto
da depressão que faz vítimas cada vez mais numerosas nas corporações;
2) a crescente
letalidade policial, que é fruto de um contingente que está exposto à jornada
extenuante, e não recebe treinamento suficiente; e, finalmente, a incapacidade
de responder aos crimes que viabilizam o financiamento das organizações
criminosas.
Nesse contexto,
o requerimento de que os órgãos técnicos fracionários desta Casa adotem uma
postura proativa, no que diz respeito a assegurar que sejam garantidas, é uma
questão premente e que faz com que seja mais do que justificativa a urgência
requerida.
Além disso, nos
termos do Art. 255, § 3º, do Regimento Interno, prescreve o seguinte: “O
requerimento de urgência será discutido e votado na mesma sessão de sua
apresentação, após a votação da matéria da Ordem do Dia. Não tendo sido
possível sua discussão e votação, será, o requerimento de urgência, transferido
para a sessão seguinte”.
É certo que
dispõe, essa Presidência, de certa discricionariedade para formar a Ordem do
Dia, mas essa discricionariedade não pode ser exercida de modo a violar o
Regimento Interno.
Assim,
considerando tanto a urgência da adoção de todas as providências que estejam ao
alcance desta Casa, quanto o enfrentamento do crime organizado, quanto à
disposição regimental acima transcrita, é a presente para requerer a
manifestação dessa Presidência quanto à formação da Ordem do Dia com a omissão
apontada acima.
Sr. Presidente,
então espero que o senhor possa se manifestar com relação a essa solicitação.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com
relação a esse pedido do deputado Paulo Fiorilo, nós discutimos hoje no Colégio
de Líderes. Esta Presidência deixou claro que a nossa intenção é, realmente,
formar um grupo de trabalho aqui para participar ativamente dessas discussões
com relação ao crime organizado.
Inclusive, a pedido de V. Exa.,
estaremos convocando o nosso secretário de Segurança Pública, bem como nosso
procurador-geral, para que tragam as informações a esta Casa, aos líderes, aos
demais deputados, como estão transcorrendo as investigações, tudo que está
acontecendo com relação ao combate ao crime organizado.
Então esta Presidência, de maneira
alguma, está sendo inerte. Pelo contrário, está fazendo as tratativas
importantes com os órgãos responsáveis para que nós possamos trazer as
informações que V. Exa. deseja.
Com relação ao requerimento que V. Exa.
solicita para votação, em um momento oportuno eu vou colocar em votação, mas o
mais importante é que nós já estamos, de maneira prática, dando celeridade ao
pedido e colocando em prática já aquilo que é necessário no combate ao crime
organizado.
Com a palavra o deputado Luiz Fernando.
O
SR. LUIZ FERNANDO - PT - Sr.
Presidente, nobres deputadas, Srs. Deputados, quero cumprimentar toda
assessoria das bancadas, policiais civis, militares. Queria cumprimentar a
galeria, esse pessoal que está aqui na luta para que o dinheiro da Educação não
seja tirado. Parabéns a vocês pela resistência.
Sr. Presidente,
eu começo a minha fala lhe parabenizando. Queria cumprimentar muito a Mesa
Diretora desta Casa, pois estava por acontecer um nepotismo aqui nessa Casa,
sobretudo da família Morando.
A deputada
Carla Morando nomeava uma, que foi candidata a prefeita lá em São Bernardo,
como sua assessora, como se pudesse. Já lá o marido é prefeito. Prefeito, a
esposa deputada, aí para a sucessão o marido tentou fazer a sobrinha prefeita.
Nós,
imediatamente, Sr. Presidente, notificamos a Mesa da Casa e o senhor e a Mesa
agiram com muita presteza e agilidade. A Sra. Flávia Morando foi nomeada no dia
30 de outubro, mas já no dia 1º de novembro, a Mesa tornou sem efeito essa
nomeação, que era um claro ato de nepotismo. Quero parabenizá-lo, parabenizar o
deputado Barba, o deputado Rogério Nogueira, pela agilidade.
Quero falar com
você que nos acompanha pela TV Alesp. Estamos aqui na Assembleia Legislativa,
em um debate intenso e importante sobre um projeto de emenda constitucional do
governador do estado, Sr. Tarcísio de Freitas, que pretende retirar
aproximadamente 11 bilhões de reais da educação pública. Aquilo que está
ruim...
Ao invés de a
gente injetar mais dinheiro para pagar melhor os nossos professores, nossos
profissionais da Educação, para melhorar as condições das aulas, para gente
modernizar, comprar equipamentos, dar aos nossos alunos a possibilidade de ter
a melhor educação...
Esse
bolsonarismo, que assumiu São Paulo, junto com sua base aliada, pretende tirar
mais de dez bilhões de reais da educação pública em São Paulo. São dez bilhões
de reais por ano, da educação pública.
O projeto
retira 250 milhões. O governador manda o projeto, um orçamento para a
Assembleia Legislativa, que não é a PEC 09, e ele retira 250 milhões da
educação básica. Ele retira 37 milhões da educação especial e diminui muito o
investimento nos ensinos fundamental e médio.
Ao mesmo tempo
em que ele manda para esta Casa um orçamento para os deputados apoiarem, ele
retira dinheiro da Educação, nesta peça orçamentária que ele quer aprovar e,
com certeza, ele tem maioria na Câmara e ele vai aprovar. Mas, para fazer a
grande maldade, aí ele manda essa PEC que retira aproximadamente 11 bilhões de
reais por ano da Educação.
Estamos aqui
resistindo, com os partidos da oposição - PSB, PT, PSOL -, estamos todos aqui,
fazendo uma resistência. Mas, mais do que nós... Infelizmente, não sei se a
televisão vai mostrar para vocês, um grupo de jovens estudantes que tem deixado
as suas vidas, deixado muitas vezes até a escola, para tentar resistir a esta
maldade que o bolsonarista Tarcísio pretende implementar em São Paulo.
(Palmas.)
É muito
importante que você, que está em casa, entender o que está acontecendo. O
debate não é isso ou aquilo, ele é ideológico. Por quê? Porque ao mesmo tempo
que nós, que fazemos oposição, lutamos para que o nosso povo tenha uma Educação
de qualidade, que os nossos estudantes possam ascender de classe social - e a
educação é o único caminho -, o outro lado da moeda é o quê?
Tirar das
nossas crianças e jovens a possibilidade de eles ascenderem socialmente. É uma
questão de luta de classes, que a elite está fazendo, sobretudo com as classes
dominadas. E é muito importante, porque essa Casa e o governador do estado
foram eleitos pelo nosso povo, mas é importante o povo saber o que nós decidimos.
Sabe o que esta
Casa decide? A sua vida. Se você terá casa ou não, esta Casa que decide, o
governador que decide. Se nós vamos investir mais na Saúde ou menos na Saúde,
se nós vamos investir mais na Educação ou vamos tirar o pouco que é investido
na Educação, é esse governador que decide, e esta Casa. Por isso, é muito
importante vocês entenderem o que está acontecendo.
Não se trata de
tirar dinheiro da Educação para melhorar a Saúde. Nada, isso é falácia. É
falácia. Eles estão dizendo, estão buscando termos para amenizar esse grande
crime que está acontecendo com nossos jovens, com as futuras gerações.
Há pouco,
talvez você tenha ouvido, deputado Paulo Fiorilo, líder da bancada do Partido
dos Trabalhadores... Fazer um pleito ao presidente, o presidente já vem
encaminhando, porque cresce cada dia mais no nosso estado o crime organizado. O
crime está organizado e o governador, ao invés de fazer o enfrentamento, ele
vem desorganizar a educação pública.
Só tem um jeito
de combater o crime. É investindo nas nossas crianças e jovens. É dando
oportunidades a eles que vamos formar uma geração melhor, cheia de
oportunidades, e o crime vai enfraquecendo.
Mas o
bolsonarismo, ele vem com outra lógica. É o estado zero. Se você tem capacidade
de estudar, você vai estudar. Se você não tem capacidade para estudar, você não
vai estudar. É simples assim. É assim que pensa o líder máximo desse povo, o
Bolsonaro, e é assim que pensam todos aqueles que apoiam essas ideias
bolsonaristas.
Nós aqui vamos
fazer uma grande resistência. Eu sou filho da educação pública. Era uma
educação onde, primeiro, o professor era muito bem remunerado. As nossas
escolas eram um primor. A direção da escola, enfim, as escolas eram bonitas,
bem cuidadas, porque a Educação era prioridade dos governos anteriores.
Aí entra a
direita. O PSDB assume o Governo de São Paulo e começa gradativamente a
sucatear o currículo, o salário, a situação, a conservação das escolas, e hoje
São Paulo colhe o que essa turma plantou durante 30 anos. É o crime organizado
em São Paulo.
Hoje, São Paulo
exporta... Antigamente exportava produtos para o Brasil e para o mundo; hoje
exporta o crime. O crime organizado está sendo exportado de São Paulo para
todos os estados do país e até para fora do país. Sabe por quê? Porque eles
começaram a tirar recursos da Educação, sucatear os salários dos professores,
dos educadores, dos profissionais da Educação de forma ampla.
Esqueceram que
investir nas nossas crianças... E eles sempre compararam que isso não é
investimento, é gasto. Para nós, é investimento. Quando você põe dinheiro na
Educação, você vai formar uma criança, um jovem, um jovem que pensa, um jovem
que interpreta, um jovem que passa a entender o jogo político. Aí fica mais
difícil para eles controlarem.
Por que estão tirando
dinheiro da Educação? O Tarcísio é doido? Não, é proposital. Esses atos deles,
a lógica... Agora começaram a privatizar as escolas. Esse secretário que aí
está, que ganha muito dinheiro em cima da Educação de São Paulo, ele é
empresário de uma empresa que tem contrato com o estado de São Paulo.
Foi aprender
alguma coisa de Educação, porque não entendia absolutamente nada, lá no Paraná.
Foi lá ser secretário do Ratinho Júnior, mandado sabe por quem? Pelo Doria. E
agora vira secretário do nosso estado e está acabando, acabando...
A lógica dele é
a seguinte: “Você tem condição de estudar? Você vai estudar. Não tem? Vai
trabalhar”. Se eles puderem baixar a idade para começar a trabalhar aos nove
anos, dez anos de idade, é isso que eles vão fazer, e isso é ideológico.
Quando se trata
de esquerda, direita, sabe, não existe. Comunismo é uma coisa que não deu
certo. Você sabe o que é esquerda? Toda vez que alguém se preocupa com as
crianças, com os jovens, com a situação do próximo, eles chamam de esquerda.
E a direita,
para o que serve? Serve para combater a esquerda e não deixar que as pessoas
que estão sendo oprimidas saiam dessa situação. E tirar dinheiro da Educação é
isso, é dizer o seguinte: “olha, você vai ficar aí, você não vai ascender e
você vai nos servir.
Você não vai
virar doutor, você vai trabalhar para mim, para os meus filhos, para os meus
netos, sem direitos, sem qualquer condição. E você não vai se desenvolver
intelectualmente”. Por isso tiram o direito da educação. Sabe por quê? Porque eles
querem controlar esses futuros adultos de amanhã.
Então, eu quero
dizer da importância de nós estarmos aqui resistindo, a importância de esses
alunos estarem aqui. Eu vi deputados subirem aqui desrespeitando os jovens que
ali estão, desrespeitando você que está na sua casa, mas ele estava fazendo o
papel dele.
Ele está aqui
para defender uma elite, uma elite que precisa de povo oprimido para ela
continuar lucrando, para ela continuar ascendendo. É cada vez mais: “eu preciso
de mais”.
E é isso, ela
está aqui representada, ela está no Congresso Nacional representada, e posso
dizer uma notícia triste para vocês: são maioria. São maioria, porque eles têm
mais recursos, eles têm mais estrutura e eles conseguem se eleger. E estão
criando o quê? Cada dia que passa um País mais injusto; um País que cuida
menos, a cada dia que passa, do seu povo.
Hoje o
presidente da República é refém do chamado centrão, que são os grandes
representantes da elite. Aqui na Assembleia Legislativa, todas as vezes - eu
estou na minha terceira legislatura, meu terceiro mandato -, todas as vezes são
maioria absoluta.
Não estão aqui
para te representar; estão aqui para representar as vontades do governador.
Muitas vezes trocam, sabe por quê? Por cargos. Outras vezes, e muitas vezes, como
a própria imprensa noticia, trocam por emendas parlamentares.
Quanto custa a
próxima geração? Eu quero dizer a cada um de vocês que nos acompanha: nós
estamos resistindo, porque amanhã, quando a situação piorar cada vez mais, nós
vamos estar com a cabeça erguida e dizendo: “naquele momento eu resisti, eu
perdi, mas eu lutei. Lutei para quê? Para que as nossas crianças, os nossos
jovens pudessem ter a melhor educação, pudessem ter o melhor atendimento na
Saúde, pudessem ter dignidade”.
Eu, como
cristão, exerço isso na política. Eu faço, luto e brigo com coragem. Eu não sou
morno, eu tenho sabor. A palavra de Deus diz que nós temos que ser sal. Se o
sal não tiver sabor, não serve para nada.
E eu, com muita
certeza, o tempo todo, toda vez que deito no travesseiro, sei que eu tenho
feito o bom combate. Tenho lutado por uma sociedade melhor, uma sociedade
fraterna, que inclua todos e todas, independentemente da sua raça.
E, por fim, Sr.
Presidente, quero aproveitar, na véspera do Dia da Consciência Negra, quero
dizer da importância desse feriado nacional que o presidente Lula sancionou.
Vinte de
novembro, Dia da Consciência Negra, é momento de cada um de nós refletirmos o
que é que nós estamos fazendo para combater o câncer do racismo, que discrimina
as pessoas pela cor da pele, que discrimina as pessoas pela sua raça.
Quero dizer a
toda comunidade negra, que é maioria no nosso Brasil, da nossa solidariedade, a
dor que vocês têm sentido, porque a cada segundo uma pessoa é discriminada, é
maltratada pela cor que tem.
Então, Sr.
Presidente, é importante deixar esse registro nos Anais da Casa, da importância
de amanhã tirarmos o dia para fazermos a devida reflexão; não se eu sou racista
ou não, mas o que eu tenho feito para combater o racismo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Luiz Fernando.
Com a palavra o deputado Emídio de
Souza, para discutir contra. (Manifestação nas galerias.)
O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Queria apresentar uma questão de ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem dois
minutos, Vossa Excelência.
O SR. DR. JORGE DO
CARMO - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Obrigado, Sr. Presidente.
Requerimento
apresentado nos termos do Art. 170, do Regimento Interno, competência do
plenário. Requerimento verbal, V. Exa., nos termos do Art. 164, inciso VII. Sr.
Presidente, foram encaminhados para essa Presidência, na forma do Art. 170,
requerimentos escritos, de audiência da Comissão de Educação, Comissão de
Administração e Relações do Trabalho.
Deve ser
registrado que o Art. 164, “caput”, determina que o presente requerimento de
informação deverá ser despachado imediatamente por Vossa Excelência. O Art.
170, que dá suporte jurídico aos requerimentos mencionados acima, estabelece,
de modo bastante claro, que a competência para deliberar a respeito da matéria
cabe ao plenário.
Para evitar
quaisquer dúvidas, cabe ler o texto do Art. 170: será escrito, dependerá de
deliberação do plenário e sofrerá discussão o requerimento que solicite, inciso
VII, audiência da comissão, sob proposição em Ordem do Dia. Ocorre, excelência,
entretanto, que, não obstante, regularmente apresentados, os requerimentos em
questão não foram submetidos à deliberação do órgão competente.
É mais do que
certo que os requerimentos em questão são prejudiciais, de modo que sua
apreciação deve ocorrer antes da manifestação dos Srs. Deputados e das Sras.
Deputadas, razão pela qual é imprescindível que sobrevenha a manifestação dessa
Presidência que dê conta das razões pelas quais os requerimentos não foram
objeto de discussão.
Sala de sessão.
Este deputado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Recebo o
pedido de V. Exa., deputado Dr. Jorge do Carmo,
e adianto, de antemão, que esses requerimentos... eu não os pautei, porque são
prerrogativas minhas pautar ou não esses requerimentos, desta Presidência.
Porém, com relação à discussão desse
projeto, estamos há um ano discutindo esse projeto, mesmo assim, sem ter
obrigações na lei orgânica e jurídicas, mesmo assim eu fiz uma audiência de
quatro horas para debater ainda mais esse assunto. Debatemos mais seis horas no
primeiro turno e estamos debatendo mais seis horas, então acho pertinente. Tudo
o que foi necessário para o debate desta PEC, nós disponibilizamos, tudo,
durante um ano.
Não usei o Regimento, que eu poderia
usar para nomear um relator especial nessa matéria, que era prerrogativa desta
Presidência; não o fiz, porque eu achava importante, na comissão da CCJ, fazer
o amplo debate. Foi um ano de debate na CCJ, e não interferi nisso, que é minha
prerrogativa não pautar esse requerimento, porque entendo, este presidente
entende que a pauta já foi muito debatida e teria que ser uma outra fase de
debate para a discussão desses requerimentos.
Com a palavra o deputado Emídio de
Souza.
O SR. EMÍDIO DE SOUZA
- PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados,
Sras. Deputadas, público que nos acompanha pela TV Assembleia e os presentes na
nossa galeria, nós voltamos à tribuna hoje para debater esse projeto, essa PEC,
que é uma PEC que mexe com um tema que é muito caro a todos nós, que é a
Educação do estado de São Paulo.
Eu quero dizer
a vocês que nós fizemos, na primeira discussão dessa PEC, Sr. Presidente, um
debate intenso. Muitos deputados vieram aqui para debater a favor, colocando
opiniões do não funcionamento das escolas, mas antes que a segunda discussão
viesse, não precisou de mais de três dias para descobrir qual a razão real de
mais de 60 deputados votarem a favor dessa PEC.
E não veio por
nenhum deputado da oposição, veio pela imprensa, veio pelo portal Metrópoles,
que disse e afirmou que no jantar - dois dias antes daquela votação aqui - com
o governador Tarcísio, foi colocado que cada deputado teria direito a 20
milhões de reais para usar emenda para fazer...
Essa é a razão
real da aprovação, porque para esta Assembleia se colocar em um número tão alto
de votação favorável a um projeto tão absurdo como esse, só uma razão como essa
para colocar.
E eu quero
lamentar porque, quando da aprovação da privatização da Sabesp, aconteceu
rigorosamente a mesma coisa, uma discussão onde, na verdade, os deputados que
votaram a favor estavam muito, já, comprometidos em receber emendas voluntárias
do Governo do Estado.
É assim que o
Governo do Estado trata esta Casa. O Governo do Estado trata esta Casa... Por
favor, alguém pega uma água para mim? O Governo do Estado trata esta Casa como
uma extensão ali, um quintal do Palácio dos Bandeirantes.
E quando precisa
botar dinheiro para convencer, melhorar o convencimento, ele bota. Dinheiro
público para destruir a coisa pública. É dinheiro público para destruir a coisa
pública.
E, no caso,
aqui, não é uma coisa pública qualquer, é a educação pública do estado de São
Paulo. É a educação pública que já vem cambaleando, mas que o Tarcísio acha que
precisa mais; ele precisa destruir ainda mais. E não há outra forma de destruir
a educação que não seja retirar verbas da educação.
Nós já dissemos
aqui, da última vez, que tudo isso que a gente falava, tudo isso que a gente
colocava, já vinha em uma sequência desde os governos do PSDB. Três décadas de
privatização... Obrigado, deputado Maurici. Três décadas de privatização de
todos os principais serviços do estado de São Paulo. E a desculpa sempre era
que ia privatizar para poder concentrar em Saúde, Educação e Segurança Pública.
Pois bem, agora
chegou a vez também da Educação sofrer o processo de privatização, mostrando
que aquilo que se fez lá atrás era um grande engodo, era uma grande mentira -
essa história de priorizar outros setores.
Veja o setor da
Segurança Pública em São Paulo: a mesma coisa, sabe? A única coisa que esse
Derrite tem na cabeça é matar cada vez mais; é licença para matar - e matar
jovem pobre, da periferia das grandes cidades. É isso que tem sido feito.
É isso que foi
feito na Operação Escudo, na Operação Verão. É isso que tem sido feito em todo
canto aqui no estado, sabe? Inclusive com criança de quatro anos. Só falta
dizer que a criança que estava brincando na rua deveria estar dentro de casa.
Esse é o estado
que nós... Que agora o bolsonarismo entrega para a população de São Paulo; um
estado que vê as verbas da Educação - as verbas da Educação que já são poucas -
piorar.
Nós, o governo
federal, está fazendo a sua parte. Apenas neste ano, foi anunciada a construção
de 12 novos institutos federais de educação no estado de São Paulo. Por quê?
Porque nós acreditamos em educação. Diferente do Bolsonaro e dos seus filhotes,
nós acreditamos em educação.
Nós sabemos que
a educação é o único caminho para o país ser mais igual, para o país ter mais
oportunidades, para a gente conseguir entrar no seleto clube de países que
estão desenvolvidos. É só através da educação; não há outro caminho.
Infelizmente, o
estado mais desenvolvido do nosso país não aposta em educação; acha que
educação é uma coisa, como disse o ministro da Educação do Bolsonaro, é uma
coisa que é o seguinte: faculdade não é para todo mundo; universidade não é
para todo mundo; universidade é para poucos.
Mas eu queria
também, Sr. Presidente, além de falar desse projeto, lembrar que hoje é um dia
triste para a democracia brasileira, porque hoje, com a prisão de cinco
militares do Exército, do chamado grupo, o grupo lá dos “kids pretos”, que é um
grupo de elite do Exército brasileiro, infelizmente, envolvido.
Mais um
policial federal envolvido; encabeçado pelo candidato a vice-presidente do
Bolsonaro, ex-ministro da Defesa, o Braga Netto, que foi o chefe da intervenção
também no Rio de Janeiro.
Esse grupo vem
à tona, um dos maiores absurdos que já vi acontecer, que é citar, que é
planejar o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, presidente
eleito naquela época, e do vice-presidente, Geraldo Alckmin, assim como do
ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Vejam V. Exas.
o absurdo que nós chegamos. Eu acho que não tem outro caminho, para a gente
pensar...
O SR. GIL DINIZ - PL - Questão de ordem, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de ordem, deputado Gil
Diniz.
O SR. GIL DINIZ - PL - PARA QUESTÃO DE ORDEM -
Presidente, semana passada V. Exa. me advertiu, pediu para me ater ao tema
discutido em sessão. O deputado que usa a tribuna neste momento, se não me
falha a memória, não fala de nada sobre PEC 09, nada sobre Educação.
(Manifestação nas galerias.)
Se estiver
liberado para discutir sobre qualquer assunto, tudo bem, presidente. O que não
pode é um peso e duas medidas. O orador fala do que quiser quando sobe aqui.
Quando nós subimos e falamos também sobre um tema que não está relacionado à
PEC 09, V. Exa. nos chama a atenção e nos traz para PEC 09. Então é só essa
questão de ordem, para que o orador na tribuna se atenha à discussão da PEC 09,
se assim for o vosso entendimento.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado, deputado Gil. Deputado
Emídio, peço que V. Exa., se possível, a gente voltar ao tema da PEC 09.
Questão que semana passada que, inclusive, a gente não quer ser rígido nessa
situação.
Muito menos
porque, na hora que os deputados estão falando, eu acho que é o direito de
falar, parlar, expor as ideias.
Agora,
realmente, a deputada Monica tem me cobrado isso, todas as vezes que a gente
sai do tema. Eu tenho me cobrado em termos de Regimento, inclusive. Eu tenho
ponderado, muitas vezes, que é importante que o deputado que está na tribuna,
mesmo que não se atenha 100% ao tema, mas possa falar sobre os temas que ele
acha pertinentes naquele momento.
Mas, se a gente
abrir uma exceção aqui, deputado Gil está me cobrando uma posição. Todas as
vezes que outros deputados forem à tribuna, teremos que ter essa ponderação.
Então, se possível, se ater ao tema sobre a PEC 09, a gente agradece.
O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Obrigado, presidente. A metade
do meu tempo foi consumido, e foi consumido discutindo a PEC 09. (Manifestação
nas galerias.) Depois eu resolvi falar, é que o deputado não estava aqui.
Mas, na
verdade, sabe o que incomoda o deputado Gil Diniz? É porque doeu. Ele sabe o
que a turma dele fez. Ele sabe que ele é parte dessa turma. Ele é parte dessa [Expressão
suprimida.] chamada Bolsonaro. Ele é parte. (Manifestação nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor, deputado Emídio. Se
ater à PEC 09.
O SR. GIL DINIZ - PL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Questão
de ordem, presidente! Eu não sou da laia deste deputado aqui. Eu não sou [Expressão
suprimida.], presidente. [Expressão suprimida.]. Lave a sua boca para falar de
mim. Peço que retire, das notas taquigráficas, o que ele acabou de falar, de me
acusar de ser bandido, e de fazer parte de um grupo de bandido, presidente. Não
sou da laia deste deputado.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Peço que retire das notas
taquigráficas, e devolvo a palavra ao deputado Emídio de Souza, para se ater ao
tema da PEC 09, deputado Emídio. Por favor.
O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Graças a Deus, você não é do
meu tipo. Graças a Deus! Porque eu me sentiria muito mal. Não chamei V. Exa. de
bandido.
Chamei a
família Bolsonaro de bandido. E V. Exa. é, sim, aliado e anda junto com essa
turma de bandido. Não tem história. Vocês tentaram dar golpe de estado neste
País. Vocês perderam na urna e tentaram dar golpe de estado, junto com outro
bandido, chamado Braga Netto. Essa que é a questão. (Manifestação nas
galerias.)
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor, deputado Emídio, se
ater ao tema, por favor.
O SR. EMÍDIO DE SOUZA - PT - Por isso que ele não quer ouvir
o que é real. Dói no ouvido ouvir a verdade. (Manifestação nas galerias.)
Mas, voltando a
essa família, que o nosso governador também faz parte dessa família, não
consanguineamente, mas dessa família política. É isso que essa turma tem na
cabeça. É não investir em Educação. A direita brasileira não quer saber de
Educação. Não quer saber de política pública nenhuma. Não quer saber de futuro
para a nossa juventude.
A direita
brasileira só quer saber de encher os bolsos de dinheiro. Deles, e também do
empresariado brasileiro. É assim. É assim em todo canto. Quando privatiza
serviços públicos, como a Educação, quando privatiza serviços como a Sabesp.
Está aqui a prova, discutimos aqui na Sabesp o tempo todo, tempo todo discutimos
na Sabesp.
Nós
denunciando, a oposição denunciando, o PT, o PSB, o PCdoB e o PSOL denunciando
para que serviria a privatização da Sabesp. Serviria para aumentar a conta de
água, serviria para se locupletar setores empresariais que já estavam preparados.
Passados pouco
mais de dois meses da privatização, o que vem à tona? Vem à tona aumento de
conta de água. Primeiro ele rompeu a Nova Sabesp, a chamada Nova Sabesp, sob
controle privado, rompeu os contratos que tinha com grandes fornecedores, mas
em todo o estado de São Paulo as pessoas de baixa renda já começam a pagar
contas muito mais alta do que pagavam.
Esse é o
resultado real da privatização, e esse vai ser o resultado da privatização da
Educação que ele está fazendo. Porque quanto menos dinheiro a empresa que
controla uma escola gastar naquela escola, mais dinheiro vai sobrar de lucro
para ela. É a maximização do lucro, é fazer com que a escola tenha que
sobreviver às migalhas para lotar o bolso de alguns.
Como a
Educação, a Saúde foi do mesmo jeito. Então, o que se trata aqui é de tirar
dinheiro, tirar dinheiro de quem já não tem. É sempre assim. Quem vai se
prejudicar com a retirada de dinheiro da Educação não é a classe média alta,
não são os ricos deste estado.
É o filho dos
trabalhadores, é o filho do pequeno comerciante, é o filho da empregada
doméstica que não tem dinheiro para estar em escola particular. Não tem como, é
da escola pública que ele depende.
É por isso que
retirar dinheiro é um crime contra o futuro das nossas gerações. E isso que São
Paulo não deveria permitir; e é isso que governantes como Tarcísio, como
Bolsonaro - o golpista Bolsonaro -, vive tratando, vive falando. Essa gente não
tem nem como fazer, nem como defender as suas ideias.
Sabe, é tudo
sorrateiro, não tem coragem de nada. Fica espalhando fake news contra
adversários porque não tem o que propor para este País e para esse Estado, não
tem. Para os pobres de São Paulo, para os trabalhadores, para o filho de
trabalhador, para o jovem de São Paulo, o que eles querem é a Polícia do
Derrite matando sem controle, como está fazendo aqui no nosso estado.
Sem controle,
uma Segurança Pública que vai saindo de controle o tempo todo, e é por isso que
dói no ouvido de alguns deputados ouvir a verdade de que eles fazem parte.
Eles são sócios
e eles apoiam um articulador, um ex-candidato a vice-presidente e uma trama
golpista, que não era só dar golpe, era assassinato. Porque, além de tudo, eles
são homicidas. É para isso que eles queriam dar golpe, para preparar - sabe -,
assassinar. Já tinha até como seria assassinado.
É isso que essa
gente quer fazer no Estado. Carinho nenhum com a coisa pública, nada. O que
eles querem é botar um pouco de dinheiro para botar nas cidades onde interessa,
para depois voltar com tudo, voltar a ter voto com isso, ou quem sabe alguma
coisa.
Então, nós não
precisamos desse tipo de política no estado de São Paulo. São Paulo é um estado
que chegou até aqui. Pode perguntar, dos 60 deputados que votaram a favor,
quantos estudaram em escola pública? Quantos? Vai ver que a maioria estudou em
escola pública, e estudou porque era um tempo que São Paulo privilegiava a
educação pública.
Era um tempo em
que privado não tinha direito, em que professor era valorizado, em que era uma
carreira que era respeitada por todo mundo. Mas hoje a Educação de São Paulo
está sendo sucateada pelo Tarcísio de Freitas, que, aliás, a única coisa que
ele tem feito é trazer... Sabe, eu nunca liguei pelo fato de ele ser carioca e
estar aqui, acontece. O primeiro endereço dele de São Paulo foi o Palácio dos
Bandeirantes.
Mas o que é
pior, o que é pior não é isso, não é ele ter nascido no Rio, ser carioca. O
problema dele é trazer o que há de pior no Rio de Janeiro para o estado de São
Paulo, o crime organizado. E o crime está aqui agora, como esteve lá no
Aeroporto de Cumbica, onde foi assassinado, sabe, em um conluio, em uma
situação muito suspeita que está sob investigação, foi assassinado um dos
membros delatores do PCC. Então, é preciso saber o seguinte, o povo de São
Paulo tem o direito de saber.
São Paulo está
vivendo um engodo, porque política pública mesmo, nem na Saúde, nem na
Educação, nem na Segurança Pública, está tendo. As obras que estão tendo são
obras privadas ou herdadas do governo anterior, porque dele mesmo não tem nada
acontecendo.
Nós estamos
vendo aqui em São Paulo, sabe, a chegada do crime organizado. Nós estamos vendo
agora bala perdida, que nunca se ouviu falar em São Paulo. É criança morta com
bala perdida, é mulher morta com bala perdida, é gente ameaçando familiares de
pessoas que perderam a vida o tempo todo. Não dá desse jeito, presidente.
E mais, eu
encerro dizendo, hoje é um dia de vergonha, mas não é vergonha para nós,
democratas, não. É vergonha para a direita brasileira, que está deixando de
disputar a eleição e quer ganhar no golpe, no tapetão e no assassinato de quem
é eleito. Então, por isso que nós vamos dizer sempre em defesa da democracia.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Emídio. Dando sequência aos deputados inscritos, deputada Marina
Helou, para falar a favor.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, eu
vejo aqui que nós não temos os 24 deputados
da base para participar desse debate. Então, eu peço uma verificação de
presença.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então, eu peço
ao deputado Gilmaci Santos com o deputado Danilo Campetti para fazerem a
verificação de presença.
*
* *
- Verificação de presença.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado
quórum regimental, devolvo a palavra para a deputada Marina Helou. Agradeço ao
deputado Campetti e ao deputado Gilmaci Santos. Deputada Marina Helou, ausente.
Chamo agora o deputado Reis, para discutir contra.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Questão de ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para questão
de ordem, deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT -
PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, é mais um requerimento, eu sei que eu
tenho insistido muito nisso, o senhor em alguns casos tem respondido e em
outros ainda não, mas esse diz respeito a informações quanto à PEC 09, de 2023,
com relação ao estudo de impacto.
Eu já trouxe
essa questão aqui e, infelizmente, nós não tivemos respostas. O governo não
apresentou estudos de impactos, em um projeto que mexe com o orçamento, e nós
trazemos agora - eu vou protocolar - algumas questões que eu sigo aqui na
leitura.
1) Há, da parte
da Secretaria de Educação, algum estudo ou estimativa do impacto que ocorreria
para o financiamento das atividades de manutenção e desenvolvimento do ensino,
caso seja aprovada a PEC 09, de 2023? Caso tenha sido elaborado o estudo, favor
encaminhar cópias.
2) As
estimativas de investimento apresentadas pela Secretaria da Educação por
ocasião da apresentação do Plano Plurianual de ações, o PPA, levaram em
consideração a redução dos percentuais obrigatórios de aplicação de recursos em
manutenção e desenvolvimento de ensino?
2.1) Caso não
tenham sido consideradas as reduções, houve estudos para refazimento dos
valores constantes da Peça?
2.2) Caso
tenham sido elaborados os estudos mencionados no item 2.1, solicita-se a
remessa de cópia dos autos.
3) Houve alguma
manifestação posterior deste órgão, em função do conhecimento público, quanto
ao ato do Sr. Governador? A manifestação foi encaminhada ao chefe do Executivo?
Caso tenha havido alguma manifestação, solicita-se encaminhamento de cópia.
4) A manutenção
da redação atual implicaria o acréscimo de recursos para algum programa da
Secretaria de Educação?
5) Existe a
previsão de revisão do Plano Estadual de Educação em função da alteração na
qualidade de recursos disponíveis para manutenção e desenvolvimento do ensino?
6) Solicito
informar o valor orçamentário comprometido com o pagamento de inativos nos
últimos cinco exercícios, que foram incluídos nas prestações de contas, como a
manutenção, desenvolvimento do ensino e nos termos do Art. 255 da Constituição
do Estado.
7) Solicito
apontar qual o percentual do valor comprometido com inativos em relação à
receita total do Estado com impostos e transferências nos termos do Art. 255 da
Constituição Estadual.
Assim, nos
termos do Art. 166 do Regimento Interno, requeiro o seu encaminhado pedido de
informação da Secretaria da Educação, a fim de que sejam reunidas as
informações necessárias à formação de juízo a respeito da matéria.
Vou encaminhar
por escrito, Sr. Presidente, e aguardo o encaminhamento.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Paulo Fiorilo. Recebo seu pedido de informações e responderemos
oportunamente. Com a palavra o deputado Reis.
O
SR. REIS - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar o público presente.
O SR. GIL DINIZ - PL - Questão de ordem, presidente.
O SR. PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de ordem, deputado Gil
Diniz.
O SR. GIL DINIZ - PL - PARA QUESTÃO DE ORDEM -
Presidente, V. Exa. tem presidido os trabalhos aqui. Às vezes, acho até muito
leniente com as ofensas que nós recebemos neste plenário, presidente. Dessa
vez, ao ser citado aqui na chamada, um único militante aqui resolveu me
ofender, me acusar. Isso, publicamente.
Só para avisar
os meninos que estão aqui. Na semana passada, eu fiz um boletim de ocorrência contra
um militante da Apeoesp, vou representá-lo. Ele
vai precisar de advogado, ele vai precisar responder na justiça esses crimes
que ele acusa. (Manifestação nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Por favor, silêncio.
O SR. GIL DINIZ - PL - Mas, presidente, se V. Exa. não
garantir a palavra dos deputados aqui, este militante que acabou de me acusar
desse crime, vai ter que falar comigo agora, porque eu vou subir, presidente,
na galeria agora para prender esse militante em flagrante.
Presidente, eu
não aceito ser misturado com esses aqui que gostam de acordos, de esquema. Não
aceito, presidente, ser jogado nessa vala comum. Então, só avisando eles.
Semana passada
já foi um representado, e não tenho problema nenhum de representar um a um
destes que estão aqui, já que, para estar nesse plenário, foram identificados e
estão aqui agora ofendendo mais uma vez esses deputados, presidente.
Então, peço de
V. Exa. providências, porque é inaceitável o que vem acontecendo nesse plenário,
presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está registrado, eu peço para
toda a galeria. O deputado Gil Diniz tem toda razão. Respeito tem que existir e
ofensas pessoais não serão permitidas. Nós temos a lei que pode ser acionada, o
deputado Gil está correto.
Aqui a
manifestação é pública, democrática, vocês têm todo o direito aqui, mas ofensas
pessoais, vocês não têm esse direito. E aquele que assim o fizer, terá que
responder com as suas atitudes.
Com a palavra o
deputado Reis.
O SR. REIS - PT - Cumprimentar o público presente, cumprimentar os Srs.
Deputados, as Sras. Deputadas, os funcionários desta Casa, cumprimentar o
presidente e deputado André do Prado.
Dizer para o
deputado Emídio, que falou sobre o caso do aeroporto, que hoje a polícia civil
tentou prender o olheiro que estava lá no dia em que o empresário, membro do
PCC, o delator do PCC, fora assassinado.
Mas
interessante que hoje de manhã eu liguei a televisão, no Bom Dia São Paulo, e
estava lá, eles noticiando, inclusive o nome desse olheiro. Obviamente que a
própria polícia, o próprio Estado e a própria mídia avisaram para ele fugir.
Não se faz inteligência policial expondo aquele que você quer prender.
Então, para
deixar registrado aqui, inclusive está na mídia, na UOL, polícia tenta prender
o olheiro, em morte do delator do PCC, mas suspeito foge. Lógico, logo cedo
avisaram para ele, ele iria fugir mesmo.
Parece que foi
um aviso: foge, nós queremos te prender, mas “dá linha”. Obviamente, se tem um
mandado de prisão, você tem que guardar ele em sigilo, e não expor na
televisão.
A outra
questão, Sr. Presidente, com relação à PEC 09, é verdade que saiu publicado no
site Metrópoles aquilo que o deputado Emídio também falou aqui.
O título da
matéria do Metrópoles é: “Tarcísio prometeu emendas a deputados dois dias antes
de votar a PEC. O governador Tarcísio de Freitas participou de jantar com
parlamentares da base e prometeu acelerar pagamentos de emendas atrasadas”.
“Ofereceu um
jantar aos deputados estaduais da base do Governo dois dias antes da aprovação
em primeiro turno da proposta de emenda à Constituição, PEC do Manejo, que
prevê diminuir o percentual mínimo de gastos obrigatórios com Educação. O
evento aconteceu no Palácio dos Bandeirantes.
Tarcísio
prometeu acelerar os pagamentos de emendas atrasadas de 2023 e 2024 e disse que
o governo liberará 20 milhões em transferências voluntárias para o próximo ano.
Nesta quarta-feira, a PEC foi aprovada pelos parlamentares por 60 votos a favor
e 24 contra.
O atraso no
pagamento das emendas vinha incomodando deputados da base, que pressionavam o
governo pelo dinheiro. Dados do Painel mostram que, até a última quinta-feira,
14 de novembro, foram pagos apenas 25,58% das emendas voluntárias deste ano e 64,91% das de 2023.
As emendas ou
transferências voluntárias são indicações feitas por parlamentares para que o
estado faça convênios com municípios e organizações. Já entre as emendas
impositivas, aquelas que fazem parte do Orçamento Público, somente 57,93% foram
pagas até o momento.”
Então, eu quero
dizer o seguinte, que nesse quesito da oposição, da obstrução, a situação acaba
sendo beneficiada, porque ela vai lá, põe a faca lá no governo e vai arrancando
mais emendas, mais emendas, mais emendas. E aí vem aqui aquele trator
Caterpillar - não sei se vocês já ouviram falar dessa marca Caterpillar -, e
passa o trator aqui em cima do povo.
Eu até acho que
a Assembleia tinha que ser mais povo e menos governo, mas hoje ela é mais
governo e menos povo. Aí, nem sempre aquilo que é vontade popular, que é esse
sentimento contrário a essa PEC, acaba acontecendo.
Houve audiência
pública aqui nesta Casa. Eu entendo que deveria ter tido mais audiências
públicas. É fato que, sim, isso está sendo debatido há um ano, essa PEC 09, mas
não se levou esse debate para todos os cantos do estado. Era importante que
essas audiências pudessem ouvir as pessoas das várias regiões do estado de São
Paulo, porque uma audiência pública aqui nesta Casa fica muito restrita para
ouvir as pessoas. Somente aqueles que estão próximos é que conseguem vir aqui e
participar.
Então,
poderíamos ter audiências públicas na região de Campinas, na região de São José
do Rio Preto, na região da Baixada Santista, ou seja, audiências públicas no
interior de São Paulo, para ouvir o que as pessoas realmente pensam e entendem
dessa PEC que tira 11 bilhões e 300 milhões da Educação.
Foi falado
aqui, na reunião passada, daquilo que o partido, que o PT fez quando governou
São Paulo, na gestão Marta e na gestão Haddad. Eu posso dizer com certeza que
aquilo, a readequação dos investimentos na Educação, não tirou um real da
Educação, porque é fato que se aprovou, na gestão da Marta, 25%, de acordo com
a LDB.
Mas os seis por
cento que se aprovou foram para investimento exclusivamente na Educação, mas
para investir no aluno, para investir no uniforme escolar, no material escolar,
para investir na transferência de recursos, como é o caso do “Renda Mínima”,
que também saía desses seis por cento.
Então, foi
feita uma adequação porque a Educação é a escola, é o professor valorizado, mas
também são os alunos em condições de frequentarem as aulas. É ter alimentação
para esses alunos, é ter merenda escolar adequada, é ter transporte para eles.
Essa foi a
lógica de quando se estabeleceu 6% para investimento na criança, para
investimento no aluno. Não existia uniforme escolar antes da Marta, vamos
entender isso. Não existia uniforme escolar, não existia material escolar.
Então, naquele
momento, quando houve essa adequação, que foi falada aqui na reunião passada,
foi justamente 25% de acordo com A LDB e 6% para investimento no aluno.
Seis por cento
para garantir o uniforme escolar, para garantir o material escolar, para
garantir o “Transporte Vai e Volta”, para garantir para aquelas crianças que
não tinham alimentação em casa o Programa de “Renda Mínima”.
Essa foi a
lógica daquela adequação, mas não se tirou esse dinheiro da Educação. Ele não
saiu da Educação, porque investir na criança, investir no aluno, é investir na
Educação.
Você vai para
uma escola, tem lá uma criança que o pai ganha um pouco mais, tem uma condição
melhor, ela vai toda arrumadinha. E tem outra criança que o pai não tem
condições econômicas, aí ela vai com chinelo de dedo para a escola, muitas
vezes com a roupa rasgada. Quando se estabeleceu que as crianças deveriam ter o
uniforme escolar, ali naquela sala de aula todos estão em pé de igualdade, isso
é justiça social. Essa foi a lógica.
E na gestão do
Haddad, nós aumentamos mais 2%, foi de 31 para 33% de investimento na Educação.
Não é só 31%, como disse aqui, ou 25 por cento. Na gestão do Prof. Fernando
Haddad, São Paulo é a única cidade no Brasil que gasta um terço dos seus
impostos, que é a Lei nº 16.271, de 2015, que é o Plano Municipal de Educação.
Então, no plano, ele trouxe aqui esse destaque, que é destinar 33% do total de
impostos e repasses para a Educação, um aumento de mais dois por cento.
Então, nas gestões
petistas há, sim, investimento na Educação, e é só perguntar, é só ir às
escolas municipais e ver professor que dá aula na escola da municipalidade, que
dá aula na escola do Estado e pergunta para ele que ele fala a diferença, o que
é ser professor de uma escola na Prefeitura de São Paulo e o que é ser
professor em uma escola do Estado, porque os investimentos na educação
municipal são maiores e garantidos, ao contrário do que é a educação estadual.
São 11, são
mais, porque nós atualizamos valores. Aqui se falou muito em dez bilhões. Não,
são 11 bilhões e 300 milhões que serão remanejados da Educação. A retirada de
tal quantia surge em meio a tantas polêmicas envolvendo a rede pública de
ensino estadual, a título de exemplos resultados do Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica.
O Ideb de 2023,
anunciado pelo Ministério da Educação, aponta que a rede estadual paulista teve
queda de desempenho tanto no ensino médio quanto nos anos finais do ensino
fundamental. O Ideb é o principal indicador sobre a qualidade de ensino do
País. Ele leva em consideração as taxas de aprovação escolar e as médias de
desempenho dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica, o Saeb.
Na avaliação
anterior, feita em 2021, o estado de São Paulo havia registrado nota 5.3 para o
Fundamental II e 4.4 para o ensino médio. Agora a rede estadual teve nota 5.1 e
4.2, respectivamente.
Ou seja, a
chegada do Tarcísio ao Governo de São Paulo está desmontando a Educação, os
índices estão mostrando isso, que mesmo naquele período pandêmico, ainda as
notas do Ideb foram superiores às notas do atual governo.
Para se ter
noção, mesmo diante do fim da pandemia da Covid-19 e a eleição deste governo
que aí está, o estado não conseguiu atingir os níveis e notas pré-pandêmicas.
Em 2019, o
estado teve nota 4.3 para o ensino médio, um ponto percentual maior do que o
atual. De acordo com o G1, as notas dos alunos da rede estadual de São Paulo
pioram em 2023; a média caiu dez pontos em português e dois pontos em
matemática, do sexto ao nono ano.
E não é somente
a parte acadêmica da rede estadual pública de ensino que está ruindo no atual
governo. As escolas estão, cada vez mais, com estruturas degradantes e
insustentáveis. No mês passado, uma estudante ficou ferida após parte do teto
da sala de aula da Escola Estadual Professor Antônio José Leite, na Vila
Amélia, na zona norte de São Paulo, desabar.
O episódio
ocorreu por volta das 11 horas do dia 21 de outubro. É só perguntar para esses
alunos que eles vão dizer a situação das escolas onde eles estudam, das salas
de aula, da precariedade que é o ensino no estado de São Paulo.
Não há como
deixar de falar ainda da situação salarial dos professores. De acordo com o
levantamento feito pelo Movimento Profissão Docente, MVD, em São Paulo, 89 dos
professores das escolas estaduais recebiam menos de cinco mil reais em 2021.
“O governo diz
que a gente pode ganhar até 13 mil, mas não dá condições para isso. Eu trabalho
há cinco anos em escolas estaduais em São Paulo, mas só consigo ser contratada
de forma temporária, porque não fazem concurso, ou seja, estou sempre ganhando
o mínimo”, diz Ana Paula, professora de inglês na Capital paulista.
São Paulo ficou
nove anos sem abertura de concursos públicos para a contratação de novos
professores. Com isso, quase metade, 44,6% dos 216,8 mil docentes da rede, tem
contratos temporários, que é outra forma de precarizar a Educação, de sucatear
a Educação, não fazendo concursos públicos.
Ou seja, sem a
possibilidade de todas as evoluções de carreira. “Não adianta a promessa de
salários altos quando eles são inalcançáveis, por isso muitos colegas acabam se
qualificando para conseguir um emprego em escola privada, onde a experiência e
o conhecimento são valorizados”, diz Ana Paula.
Diante de todos
os problemas que a educação pública do estado de São Paulo enfrenta na seara
acadêmica, de estrutura salarial, dos servidores, especialmente os professores,
não se pode permitir a redução de mais de 11 bilhões e 300 milhões dessa área
tão essencial ao povo paulista.
Então seria
muito importante que os deputados, que nós pudéssemos até fazer mais audiências
públicas, que nós pudéssemos ir até as cidades vizinhas conversar com o povo, e
os deputados pudessem se conscientizar, ouvir a população e votar com a sua
consciência, não votar com a promessa do governo Tarcísio; não votar com essa
promessa, porque ele vai dar 20 bilhões em emendas para vocês indicarem para o
interior afora, para as suas cidades.
Vamos votar
pensando na população, pensando na sociedade, pensando em ter uma educação de
qualidade, ter os professores valorizados. É esse o objetivo que nós temos que
perseguir.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Reis. Dando sequência à lista dos oradores inscritos, com a palavra,
para discutir a favor, a deputada Marina Helou.
O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela ordem, presidente. Presidente,
o senhor me permite uma reclamação?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pois não.
(Manifestação nas galerias.)
O SR. GILMACI SANTOS -
REPUBLICANOS - PARA RECLAMAÇÃO - Deixe só terminar aqui, Sr.
Presidente. Eu não quero aqui polemizar, nem fazer um debate paralelo com os
deputados que estão na tribuna debatendo esse tema, mas eu acho que tem que
deixar claro algumas coisas aqui.
Primeiro,
quando o deputado vem aqui e acusa o governador Tarcísio de trazer o crime para
São Paulo, eu acho que o deputado deveria ter até um pouco de cuidado,
precaução em falar isso. O governador Tarcísio, pelo contrário... nesses
últimos dois anos, o crime organizado tem sido sufocado de tal forma que é o
que está acontecendo aí, agora.
Então eu acho
que tem um equívoco muito grande quando fala sobre isso, o crime organizado que
o Tarcísio trouxe, não é verdade. O governador, juntamente com o Derrite, a
Polícia Civil, tem combatido de forma veemente, como nunca se combateu crime,
inclusive o crime organizado.
Também, Sr.
Presidente, eu acho que o deputado Reis não deveria pautar a sua fala, com todo
o respeito, por aquilo que lê na imprensa, quando se diz a respeito de emendas,
quando diz a respeito de outras coisas.
O senhor não
deveria se pautar sobre isso, porque o senhor pode estar cometendo equívoco em
relação àquilo que o senhor fala. E o senhor pode estar cometendo uma fake news
em relação àquilo que o senhor fala, porque o senhor está se pautando por
aquilo que o senhor ouviu falar, quando não é uma realidade isso aí.
Então, os
deputados que estão aqui, e votaram favorável, é porque os senhores defendem
uma pauta. É uma matéria jornalística. O senhor procurou saber se é verdade? O
senhor pode estar cometendo uma fake news. (Manifestação nas galerias.)
Então a verdade
é o seguinte, Sr. Presidente. Os deputados que votaram aqui, os deputados da
oposição, defendem uma pauta. Nós defendemos outra. Vocês são contra, nós somos
favoráveis. Isso não quer dizer que, para votar favorável, nós temos que votar
com faca no pescoço, do governador. Não.
Então, deputado
Reis, com todo o respeito a V. Exa., mas não se paute em fake news. É muito ruim
para o senhor essa pauta. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Para uma
comunicação, Sr. Presidente. Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a
palavra, deputada Marina Helou. Depois eu posso dar uma comunicação, deputado
Paulo? Deputada Marina.
A SRA. MARINA HELOU -
REDE - SEM REVISÃO
DO ORADOR - Quer um aparte? Te dou. Boa tarde, caros colegas, caras deputadas,
a todos os assessores presentes. A todos os funcionários da Assembleia, que
permitem que a gente possa estar aqui, representando a população paulista, e
trabalhando para a gente poder avançar na melhoria para a sociedade como um
todo.
Quero
cumprimentar também todos que estão na plateia. É importantíssima a
participação na política, para que a gente traga vozes de quem realmente vive
os temas que a gente discute aqui, para participarem junto com a gente. Eu subi
nesta tribuna hoje para falar sobre a PEC. Entendo que, sim, entendo o
argumento do governo, quando ele fala que a gente não está tirando esse
dinheiro da Educação.
A gente tem
hoje, no teto da Constituição nacional do País, 25% do orçamento para a
Educação como o mínimo obrigatório. Aqui no Governo do Estado, a gente tem 30%,
como um diferencial do nosso Estado.
Acontece que,
historicamente, o estado de São Paulo, governado sempre pelo mesmo partido,
tinha a prática de usar essa diferença de usar 5% para pagar pelos professores
aposentados da Educação.
O Tribunal de
Contas entendeu que essa despesa não é uma despesa com Educação. E sim, uma
despesa previdenciária, que deveria estar na rubrica da Previdência. O que faz
todo o sentido. Não está investindo em melhoria para os nossos estudantes. A
partir dessa mudança, o Governo do Estado fez essa proposta de flexibilização,
para que esses 5% possam ir da Educação para a Saúde.
Aqui reconheço
um mérito do Governo do Estado de ter carimbado, pelo menos, para a Educação ou
para a Saúde, e não, ter deixado livre para que a gente gaste em asfalto por
aí.
Porém, eu não
tenho como ser favorável, e votar favorável a esse projeto, no estado mais rico
da Nação, que está apenas em 8º no Ideb, que ainda tem resultados educacionais
muito ruins, e que a gente precisa de investimentos na Educação. (Manifestação
nas galerias.)
A gente tem
centenas de escolas sem quadra coberta, sem condições adequadas para a
Educação, sem reformas adequadas, como um espaço físico mesmo. A gente tem um
problema grave: uma Educação que foi amplamente conectada à tecnologia, a
plataformas, e que não tem computador para todo mundo.
A gente está
fazendo uma grande discussão, na Assembleia, sobre proibir os celulares nas
escolas. A gente escuta dos professores, de como é que eles vão acessar as
plataformas do próprio governo, porque eles não têm computadores nas escolas, não
têm acesso à internet.
A gente ainda
tem centenas de escolas que não estão conectadas à rede de esgoto. A gente não
tem um número suficiente de professores, um número suficiente de apoio ao
reforço escolar e à reposição da aprendizagem, que ainda é uma defasagem desde
a pandemia, e que precisava ter.
A gente aprovou
nesta Casa um projeto de lei que prevê psicólogos nas escolas, entendendo isso
como um grande passo, necessário para o apoio à saúde mental das crianças e
adolescentes do nosso Estado, à saúde mental dos professores do nosso Estado,
apoiar isso. A resposta que a gente teve é que não era possível aprovar esse
projeto porque não tinha dinheiro para pagar esses profissionais.
A gente ainda
tem um longo caminho para termos escolas, de fato, acessíveis e inclusivas,
para todas as crianças. Para as crianças com deficiência do nosso Estado, em
todas as suas necessidades. A gente ainda não tem.
Então, diante
desse cenário tão grave, em que a gente ainda tem tanto para investir na
Educação, tem tanto espaço para melhorar a Educação do estado de São Paulo, não
é possível dizer “tudo bem, a gente abrir mão de mais recurso para a Educação,
de que a Educação do estado de São Paulo não precisa de mais dinheiro.” Eu não
consigo conceber e imaginar como que isso pode ser verdade.
A Educação do
estado de São Paulo precisa de mais recursos. A gente precisa priorizar esse
investimento. A gente até poderia ter feito uma discussão, nesta Casa, em
relação à porcentagem.
Então, é
verdade que a saúde precisa de mais dinheiro. A gente podia ter feito 2% para
cá, 2% para lá, mas flexibilizar e tirar todo esse aumento do dinheiro que o
estado de São Paulo foi tão pioneiro na sua Constituição, foi tão importante em
trazer a prioridade para a Educação aqui para o estado e abrir mão desse valor
não me parece nem um pouco estratégico e nem inteligente. Não me parece
priorizar o desenvolvimento das crianças e adolescentes como a nossa prioridade
absoluta, orientação esta que vem na nossa Constituição Federal.
Então, dito isso,
não tem como a gente defender na Rede Sustentabilidade, e eu como parlamentar
ser favorável a esse projeto na forma como ele traz hoje, na forma, com uma
defesa de que a Educação não precisa de mais recursos. Como assim não precisa
de mais recursos? Qual é o lugar que a gente está nos rankings educacionais?
Como está a Educação, a alfabetização dos nossos jovens?
A gente tem
vários alunos do terceiro, quarto ano que não conseguem compreender a leitura.
Como que a gente não precisa de reforço escolar para essas pessoas, para essas
crianças, como prioridade absoluta?
Se a gente
tivesse tido a oportunidade de nesta Assembleia discutir uma porcentagem,
discutir um equilíbrio com mais clareza da destinação desse recurso, com mais
transparência do que fica aí para a Educação, o que que fica para a Saúde, com
mais clareza de que, sim, a gente entende a Educação como prioridade absoluta,
a gente teria uma oportunidade de fazer uma discussão diferente, que não é algo
que tá acontecendo agora. É por isso que eu oriento e declaro meu voto aqui
contrário a esse projeto. A gente já votou contrário no primeiro turno da PEC,
e a gente vota contra neste segundo turno.
Eu aproveito a
continuação dessa discussão para falar sobre outro tema tão importante na
Educação que a gente vem discutindo aqui nesta Casa, e que a gente teve um
passo muito grande, que foi a aprovação, com mais de 40 deputados como
coautores, de forma unânime, do projeto que proíbe dispositivos eletrônicos e
telas nas escolas.
Esse é um
projeto importantíssimo para que a gente garanta o desenvolvimento saudável das
nossas crianças e adolescentes, e eu vou falar um pouco dele sob cinco
perspectivas. A primeira delas é em relação à aprendizagem, a segundo delas a
saúde mental, a terceira delas a formação, a quarta segurança das nossas
crianças e adolescentes, e a quinta a desigualdade social.
Eu vou começar
por essa. Desde o ano passado. A Unesco recomendou no mundo inteiro que a gente
proibisse o celular nas escolas, olhando o impacto que está tendo no
desenvolvimento das crianças e dos adolescentes. Acontece que os países
desenvolvidos começaram a fazer essa discussão com mais profundidade de forma
mais rápida, ampliando a distância educacional que eles já têm com vários
países como o nosso.
A distância que
o Brasil tem no Pisa de países como a Bélgica, a Holanda, a França que já
proibiram celular nas escolas, já é gigantesca. Se a gente não acompanhar essa
tendência, a gente vai ter um buraco ainda pior, e essa desigualdade social se
reflete aqui dentro do nosso País.
A gente tem
hoje as escolas de elite proibindo o celular nas escolas, conectadas com essa
discussão no mundo inteiro, e cada semana a gente tem uma nova escola de elite,
contando que está proibindo, pensando as suas regras, como que tá tirando o
celular, como que está garantindo o espaço e horas saudáveis e desenvolvimento
das crianças e dos adolescentes.
Se a gente não
garantir esse mesmo direito para todas as crianças, para todos os adolescentes
das escolas públicas, das periferias deste nosso País, das escolas privadas
populares, a gente vai ampliar o fosso da desigualdade social. Isso não é justo
com as nossas crianças e adolescentes, e nós adultos temos que tomar as
decisões difíceis, porque está prejudicando o aprendizado das nossas crianças e
adolescentes.
Pela primeira
vez, os rankings de Educação do mundo inteiro estão em queda, e essa é a
geração que está aprendendo menos do que os pais, que está aprendendo menos do
que a última geração, que consegue se concentrar por menos tempo, e os estudos
muito conclusivos mostram o impacto dos celulares e das redes sociais nessa distração
e nessa falta de compreensão.
Segundo ponto,
a saúde mental. Essa é a geração mais ansiosa e depressiva que já se teve. Pela
primeira vez, no ano passado, mais crianças e adolescentes buscaram o serviço
de saúde mental no SUS do que a idosos e adultos.
É muito
impactante que o momento mais saudável do desenvolvimento humano, que é a
infância e a adolescência, esteja com tantos impactos de saúde mental, e tem
muitos estudos que já correlacionam esses impactos de saúde mental, ansiedade,
depressão e segurança, com as redes sociais.
Garantir um
tempo longe das redes sociais é garantir uma desintoxicação do cérebro e da
capacidade de desenvolvimento socioemocional das nossas crianças e
adolescentes. Aprendizagem, saúde mental, desigualdade, a gente precisa falar
de formação. Hoje, o tempo médio que as crianças e adolescentes ficam no
celular são oito horas e meia por dia.
Essa é uma
pesquisa que saiu da TIC, trazendo que por quase dez horas muitas pessoas ficam
no celular, tendo essa como a única referência de formação de valores, de
competências socioemocionais e de habilidades relacionais de desenvolvimento.
É muito
importante que a gente entenda a escola como um espaço de desenvolvimento
integral das crianças e adolescentes, que vai desenvolver, sim, cognitivamente,
conteúdo.
Mas também
competências socioemocionais, também competências relacionais, que vão ser
fundamentais no resto da vida daquele jovem e adolescente, que vão ser
fundamentais no mercado de trabalho, que vão ser muito importantes para
conseguir conversar, lidar com conflito, enfrentar soluções difíceis e
construir soluções e criatividade na criação de propostas conjuntas.
E tudo isso
está em risco com esse tempo de exposição aos celulares, e é por isso que é tão
importante a gente garantir esse direito para todos. E, por fim, a segurança
das nossas crianças e adolescentes.
Como geração, a
gente foi extremamente superprotetor com as crianças e adolescentes no mundo
real e negligentes no mundo virtual. O entendimento é que a criança não poderia
ir sozinha na padaria, não poderia ir sozinha comprar uma água, porque era
muito perigoso, não conseguiria interagir no mundo real, mas que se estivesse
sentado no sofá, mexendo no celular, estávamos seguros. O que acontece é que
teve uma migração gigantesca da “deep web” para a internet com muita facilidade
de atingir as nossas crianças e adolescentes.
Está cheio de
criminosos, pedófilos, extremamente nocivos para as crianças e adolescentes, e
o número de crimes digitais e de pedofilia ampliaram bruscamente nos últimos
anos. Mas, além disso, os nossos próprios jovens estão cometendo crimes online
por não estarem supervisionados e colocando em risco o seu próprio
desenvolvimento e a sua própria segurança. É nosso papel como adultos cuidarmos
disso.
E é por esses
cinco motivos que eu fico tão feliz que esta Assembleia dê esse passo tão
importante de forma coletiva de aprovar esse importante projeto de lei pioneiro
no Brasil.
É o primeiro
estado que vai garantir que as escolas sejam um espaço livre para o
desenvolvimento saudável em algumas horas, para que nossas crianças e
adolescentes desenvolvam outras competências, adiantando uma tendência
nacional. A gente tem essa mesma discussão hoje no Congresso Nacional.
A gente teve
esse mesmo projeto de lei aprovado na Comissão de Educação, do deputado Diogo
Garcia, do Republicanos, e a gente tem a expectativa de que ele seja agora
discutido na relatoria na CCJ, do Renan Ferreirinha, que é deputado federal
pelo Rio de Janeiro, foi secretário municipal, implementou na rede municipal no
Rio de Janeiro, na cidade, a proibição e viu os impactos positivos, viu o
desenvolvimento saudável das crianças e adolescentes acontecerem.
Viu o quanto
que é importante essa discussão acontecer e tem sido um pioneiro nessa discussão
e a gente aqui admira muito o trabalho deles no Congresso Nacional e São Paulo
foi pioneiro na aprovação no nosso Estado, a gente fez um papel muito
importante trazendo a Assembleia de forma coletiva para essa discussão e o
estado de São Paulo se preparar para começar o ano letivo, ano que vem, com os
espaços e as escolas mais saudáveis para o desenvolvimento das crianças e
adolescentes.
Não vai ser
fácil, principalmente para os adolescentes, vai ser um processo chocante no
início. É difícil sair de um vício, é feito para viciar, as grandes corporações
têm tempo de tela como um critério de projetos para ampliar o nosso vício por
neurocientistas que soltam dopamina no cérebro para a gente ficar mais viciado
nisso daqui e a gente sabe que a implementação vai ter um impacto.
Mas mais do que
isso, a gente precisa entender que nosso papel como adultos é tomar essa
decisão difícil e que em pouco tempo a nossa expectativa é de que, inclusive,
os adolescentes vejam os benefícios desse projeto e endossem que a escola pode
ser um espaço muito importante para o desenvolvimento saudável deles, o que a
gente já tem visto acontecer nas escolas que já têm proibido.
Eu quero usar
esse último minuto aqui para dizer então da importância da sanção integral do
projeto, para que a gente não desvirtue a discussão. A gente fez ele em
construção com a Secretaria da Educação, que me recebeu várias vezes.
A gente fez as
alterações no texto que a Secretaria de Educação solicitou, a gente fez
conversas com a Procuradoria do Estado, com a Casa Civil para que a gente
pudesse andar com o projeto aqui na Casa em acordo com a visão do Estado para
que ele fosse sancionado.
Reitero aqui a
importância de a gente ter a sanção integral, na expectativa de que o
governador, atento a essa causa, junto com tantos deputados aqui, possa dar
espaço importante e tornar essa lei realidade aqui no estado de São Paulo.
Obrigada,
presidente.
O
SR. PAULO MANSUR - PL - Uma breve comunicação,
presidente.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Para comunicação, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o
deputado Paulo Fiorilo. Eu tinha dado a palavra para ele anteriormente, Paulo
Mansur, depois para Vossa Excelência.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Obrigado, Sr. Presidente, só para reestabelecer aqui a verdade e
depois fazer uma consulta ao senhor. Primeiro o deputado Gilmaci questionou o
deputado Reis, que poderia estar produzindo fake news.
Eu queria dizer
ao deputado Gilmaci que a matéria tem a assinatura de Jéssica Bernardo, de um
veículo chamado Metrópoles, aliás, que vários deputados aqui passam informação,
dão entrevista, inclusive o senhor. A matéria diz exatamente isso: que o
Tarcísio prometeu emenda aos deputados dois dias antes de votar a PEC.
Que o governo
desminta, que o senhor desminta, mas não eu, aliás, nem o deputado Reis que
trouxe aqui essa questão. Aliás, no valor de 20 milhões. Parece que o balcão
aqui tem um teto: são 20 milhões, 20 milhões da Sabesp, 20 milhões da Educação.
Vocês deveriam se explicar. Aliás, eu queria saber se a posição é ideológica ou
é pragmática financeira.
A segunda
coisa, Sr. Presidente... É difícil, porque quando um orador está usando a
palavra, o deputado se recolhe ao seu quadrado. É o básico, não é?
(Manifestação nas galerias.) Sr. Presidente, a questão que eu queria trazer
aqui é a seguinte: o deputado Gil fez uma questão de ordem, reclamou de ter
sido ofendido.
Eu queria saber
qual foi a decisão do senhor com relação a esse caso. Se o senhor indicou que a
pessoa deveria ser identificada, qualificada, presa, qual foi a decisão do
senhor? Porque eu não ouvi e estou preocupado, até porque nós estamos
acompanhando aqui este debate, e ele está em uma tranquilidade enorme.
As pessoas se
manifestam depois dos oradores, falam das suas posições e tem sido assim.
Aliás, o senhor tem conduzido da melhor forma possível. Eu discordo do deputado
Gil, o senhor não tem sido leniente. Aliás, é ao contrário, o senhor tem
mostrado pulso e é assim que funciona a Presidência.
Agora é a
Presidência que decide, não pode ser o deputado. Se foi ofendido ou se não foi,
quem decide é o senhor. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência
à lista de oradores inscritos, com a palavra o deputado Guilherme Cortez.
O
SR. PAULO MANSUR - PL - Uma breve comunicação,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem dois
minutos, Vossa Excelência.
O
SR. PAULO MANSUR - PL - PARA
COMUNICAÇÃO - Olha, hoje a dívida pública é 80% do PIB, sete trilhões de reais,
e quem fez isso foi o Lula. Ele realmente é rei em taxar os brasileiros, em
fazer dívidas públicas. E por que é que hoje está bloqueado 1,26 bilhões de
reais para a Educação das universidades federais? Porque o limite de teto de
gastos estourou. (Manifestação nas galerias.)
Então o Lula
não consegue repassar 1,27 bilhões para a educação federal, e aí os estudantes
acabam levantando placas protestando, falando: “Lula, a culpa é sua!”. É isso
que os estudantes das faculdades federais estão fazendo: levantando placas, só
que o PT, o PSOL, aplaudem quem sobe pelado.
A realidade é
essa, desculpe falar essa palavra aqui, esse termo, mas quem sobe pelado lá
para fazer discurso, mostrando partes íntimas e dançando para estudantes...
Porque o PT, na educação, só sabe fazer o quê? Trazer ideologias de gênero,
defender a educação de uma maneira que o brasileiro não quer. (Manifestação nas
galerias.)
Agora no
governo Tarcísio vão ser reformadas duas mil escolas, tudo isso porque o
governador está fazendo um planejamento do seu recurso público, diferente do
Lula, que tem bloqueado 1,27 bilhões de reais para a educação porque estourou o
limite de teto, meu Deus do céu.
O
SR. REIS - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Reis.
O
SR. REIS - PT - Uma breve comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Reis,
está de um lado e do outro uma comunicação. Depois que o deputado Guilherme
Cortez falar, a gente abre os microfones para uma situação ou a oposição assim
falar.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Nobre deputado
Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, o
deputado Cortez vai iniciar o seu debate, eu vejo que a base não continua aqui.
Então eu peço uma verificação de presença.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Então solicito ao deputado Alex Madureira e
deputado Itamar Borges para uma verificação de presença.
*
* *
- Verificação de presença.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado
quórum regimental, devolvo a palavra ao deputado Guilherme Cortez.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, Sr. Presidente; boa noite, meus colegas
deputados e deputadas; servidores desta Casa, quem nos acompanha pela Rede
Alesp ou nas galerias. Eu quero saudar especialmente os professores, os
estudantes que estão aqui hoje defendendo a educação.
Como eu sempre
faço questão de dizer, presidente, tenho muito carinho pelo movimento
estudantil, que foi onde eu comecei a militar. E se hoje eu sou deputado e
posso estar de cima desta tribuna defendendo educação, investimento na rede
estadual foi pelo que eu aprendi daquele lado do plenário, foi pelo que eu
aprendi como estudante de escola e de universidade pública, foi por ter vivido
na pele qual a realidade da rede estadual de ensino de São Paulo.
E por isso o
movimento estudantil é mais do que bem-vindo nesta Casa, porque não tem coisa
que apavora mais os deputados do que ver a galeria cheia de jovens, porque eles
se lembram de que lá em 2015, quando eles tentaram desorganizar a rede estadual
de ensino, os estudantes ocuparam 200 escolas. E aquele movimento ganhou a
opinião pública, derrubou o secretário de Educação e fez o governo de São Paulo
voltar atrás.
Então, a
participação e a pressão do movimento estudantil são fundamentais, e vocês são
os verdadeiros patriotas, que estão aqui defendendo o direito ao ensino, o
direito à educação de qualidade.
Os deputados,
na época da campanha eleitoral, vão lá, no horário eleitoral, no debate, e
falam que vão defender, mas quando a campanha termina, eles vêm aqui para votar
a redução do piso da Educação.
Mas,
presidente, eu não posso deixar de comentar o grande, o principal fato do dia
de hoje, que deveria deixar todos os deputados aqui, independente do seu
espectro ideológico, atônitos.
Porque o dia de
hoje começou com a Polícia Federal prendendo quatro pessoas, três militares e
um policial federal, acusadas de participar de uma conspiração para... Cinco
pessoas, quatro militares e um policial federal, acusadas de participar de uma
conspiração para assassinar o presidente da República, assassinar o
vice-presidente eleito e ministros do Supremo Tribunal Federal.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Alex Madureira.
* * *
Eu acredito
que, desde a redemocratização do nosso País, desde o atentado do Riocentro, a
gente não tenha vivido no Brasil algo mais grave, uma tentativa mais torpe de
profanar a democracia no nosso País, o que só comprova que o Brasil esteve
muito próximo de sofrer um golpe de Estado.
Ao contrário do
que alguns deputados, alguns fanáticos vão dizer, quem articulou, quem tentou
dar um golpe não eram aquelas pessoas desequilibradas, lunáticas, extremistas,
lobos solitários, que, no dia oito de janeiro do ano passado, quebraram tudo lá
em Brasília; o golpe foi pensado, foi confabulado, foi organizado dentro do
Palácio do Planalto, inclusive dentro da casa daquele que foi candidato a
vice-presidente do Bolsonaro. Na sua casa, discutiu-se o assassinato do
presidente da República.
Eu pergunto,
deputado Barba, o que mais de prova é necessário para se incriminar e para
que...
O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Deputado Guilherme, só pedir ao
nobre deputado, nós estamos fazendo isso com todos os deputados que aqui estão,
para tentar não fugir do tema. O tema da PEC é a discussão que nós estamos
tendo aqui.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Com certeza. Eu só vou concluir essa
observação, presidente, daí eu volto para o tema da PEC, porque é o grande tema
do dia de hoje, a gente não pode deixar de falar de um tema desses.
O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Mas isso poderia ter sido feito
nas sessões anteriores, não nesta sessão extraordinária, que tem um tema para
ser seguido.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Sem problema, eu vou seguir com a
minha fala, assim como os deputados seguem fazendo...
O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Por favor. Se o senhor continuar,
eu vou interromper de novo, e o seu tempo está contando.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Ok, Sr. Presidente. Agora, em um dia em que se
descobre que quase se assassinou o presidente da República para tentar dar um
golpe no País, os deputados terem constrangimento de falar e de denunciar isso
é inacreditável, presidente.
Todos os
deputados que estão aqui foram eleitos pelo voto popular e têm que respeitar o
sistema democrático. Todos eles, inclusive V. Exa., deveriam se chocar da mesma
maneira com as revelações que a gente teve no dia de hoje. Não posso deixar de
falar a respeito disso.
Por isso, para
concluir essa observação, o que mais é necessário para que o mandante dessa
tentativa de golpear a democracia no nosso País, envolvendo assassinatos,
sequestros e toda sorte de crime, seja responsabilizado? Nós não vamos nos
calar até que isso aconteça.
Voltando ao
tema da PEC, que é igualmente indignante, Sr. Presidente, nós estamos debatendo
aqui, na segunda rodada de votação, uma proposta de emenda à Constituição para
reduzir o investimento mínimo obrigatório, que, desde a Constituição Estadual,
feita lá em 1989 nesta Casa, se prevê que tem que ser destinado para a rede
estadual de ensino de São Paulo.
Rede estadual
de ensino de São Paulo, que eu não sei se os deputados frequentam, se os filhos
dos deputados estudam e com qual frequência eles visitam escolas públicas
estaduais, porque no estado de São Paulo, o estado mais rico do País, a gente
ainda tem escola de lata.
No estado de
São Paulo, o estado mais rico do País, a gente tem caso de merenda escolar que
é servida com escorpião, com barata. No estado de São Paulo, o estado mais rico
do País, eu visito mensalmente escolas na cidade de Franca, que sofrem com
infiltração, com problema no telhado, que não conseguem trancar a porta do banheiro;
escolas que são assaltadas constantemente - vai lá, compra um televisor, a
escola é roubada e daí tem que fazer rifa para comprar -; escolas que não têm
ventilador - e muito menos ar-condicionado - e que, neste contexto de mudança
climática, calor extremo, torna-se quase impossível você ter aula durante horas
a fio.
Nesse estado,
ao invés da Assembleia Legislativa estar discutindo como qualificar, como
investir mais e investir melhor na rede estadual de ensino, o que está sendo
pautado aqui é um projeto que pode reduzir - para o ano que vem - até 11
bilhões de reais da Educação. Isso é inacreditável, isso é revoltante.
E eu volto a
perguntar aos deputados se, na campanha para a reeleição daqui a dois anos,
eles vão fazer propaganda dizendo que votaram a favor desse projeto. Não vão,
porque sabem que perde voto, porque sabem que é impopular, porque sabem que é
moralmente errado você cortar o investimento público da Educação.
E faço o
convite: se não tem coragem de defender na campanha eleitoral, não vote. Porque
se não vai defender na campanha eleitoral é porque sabe que é errado, é porque
sabe que vai prejudicar a população e vai prejudicar as pessoas que elegeram
vocês, presidente. Quem estuda na escola pública e quem tem os seus filhos
matriculados na rede estadual de ensino de São Paulo, tem direito a uma
educação de qualidade.
Se os filhos
dos deputados que estão aqui, como algumas poucas exceções... Se os filhos dos
deputados da base do Governo estudassem nas escolas estaduais de São Paulo, eu
pergunto se os senhores e as senhoras iriam votar para tirar dinheiro dessas
mesmas escolas.
Não iriam, não
iriam, porque todos vocês querem uma escola melhor, querem uma escola boa,
querem uma escola de qualidade, querem professores bem remunerados, querem um
ambiente salubre para os seus filhos estudarem.
Agora, não dá
para querer uma escola boa para o próprio filho, colocar ele na escola
particular, e tirar dinheiro da educação pública para que o pobre, para que
quem tem que estudar na escola pública não tenha direito a uma educação de
qualidade.
E, presidente,
construiu-se uma falácia para tentar justificar o injustificável. Como os
deputados da base do Governo têm vergonha de, com a cara lavada, falar que eles
vão cortar recursos da Educação, eles falam que, na verdade, a grande
preocupação é com a Saúde.
Pois bem, eu
tenho uma imensa preocupação com a Saúde do estado de São Paulo. Vamos investir
mais na Saúde? Não precisa tirar da Educação para investir na Saúde pública.
Vamos tirar das
isenções fiscais do estado de São Paulo que - só para o ano que vem - o estado
de São Paulo vai deixar de cobrar, das mais variadas empresas, 77 bilhões de
reais - que é mais do que o investimento somado na Saúde e na Educação.
O estado de São
Paulo deixa de arrecadar com as isenções fiscais mais do que ele investe na
Saúde e na Educação. Então, se a grande preocupação dos deputados é com o
recurso para a Saúde, não tirem da Educação, não tirem de onde está faltando.
Comecem a cobrar o dinheiro das empresas; comecem a parar de dar presente para
o agronegócio, para as indústrias... Que o governo vai lá e dá presente atrás
de presente.
Só desde que eu
sou deputado nesta Casa, a gente já aprovou aqui - a gente não, vocês aprovaram
aqui com a nossa oposição - anistia para os negacionistas, inclusive para o
Bolsonaro, que desrespeitaram as regras sanitárias durante a pandemia de
Covid-19; a gente já aprovou a venda, a preço de banana, das terras públicas do
Pontal do Paranapanema, para dar de presente essas terras, que são um patrimônio
público do Estado, para os grandes fazendeiros.
Então não
venham me falar agora que os senhores estão preocupados com o Orçamento da
Saúde. Porque, se estivessem, não tinham anistiado as multas da Covid, e tinham
pego esse dinheiro, cobrado a multa do Bolsonaro, cobrado a multa dos
negacionistas, para investir na Saúde pública. Se estivessem, não tinham doado,
a preço de banana, as terras públicas do Estado, para os fazendeiros, e tinham
pegado o valor dessas terras para investir na Saúde pública do nosso estado.
O dinheiro que
o estado de São Paulo deixa de arrecadar com isenção fiscal, com renúncia
fiscal, se fosse um estado, seria o quinto estado mais rico do País. O estado
de São Paulo deixa de arrecadar, deixando de cobrar as empresas, muito mais do
que a maior parte dos estados do Brasil têm de Orçamento público, para todas as
suas áreas, para todos os investimentos. Então eu faço um apelo.
É difícil fazer
esse apelo, porque a gente vem aqui debater com a razão, debater com
argumentos, debater para tentar convencer os deputados. Aí o governador
Tarcísio vai lá e promete 20 milhões de reais em emendas para cada deputado.
Aí não tem
argumento que pare em pé. Porque o deputado fica contente que ele vai receber
os seus 20 milhões a mais de emenda. E aí ele não está nem aí para o estudante.
Não está nem aí para o professor. Não está nem aí para a Educação.
(Manifestação nas galerias.)
Aí ei pergunto,
presidente: isso não é compra de voto? Sinceramente, o dinheiro não cai na
conta dos deputados, mas o dinheiro vem através de emendas milionárias, para
esses deputados usarem como bem quiserem, condicionado a eles votarem a favor
de toda maldade que o governo propuser. Foi assim que ele comprou os votos dos
deputados para privatizar a Sabesp.
É assim que ele
quer comprar o voto dos deputados para reduzir o investimento na Educação. Mas
a rede estadual de ensino de São Paulo vale muito mais do que o dinheiro sujo
dessas emendas que o governo promete para vocês. A população do estado de São
Paulo não vai esquecer.
Não vai
esquecer que, enquanto a gente tem escola de lata, tem escola sem telhado, tem
escola com infiltração, com goteira, tem professor sobrecarregado, tem
professor sofrendo com a violência dentro da sala de aulas. Os senhores vão
votar para reduzir o investimento público na Educação. Tenho certeza de que
nenhum de vocês falou que faria isso para pedir voto para estar aqui.
Tenho certeza
de que todos vocês vão ter vergonha de falar isso na próxima campanha
eleitoral. Então não deixem o dinheiro, a compra de voto, as milhões de emendas
que o governo promete, para comprar e sequestrar o voto de vocês, não deixem
desviar do que é certo. A educação pública do estado de São Paulo precisa de
mais e melhor investimento público. Não de menos.
Precisa de mais
investimento para reformar escola. Mais investimento para comprar livro, para
pagar o salário dos nossos professores. Precisa de investimento para o nosso
aluno estudar com qualidade, e para o professor ter dignidade para poder
ensinar. E nada disso pode ser feito reduzindo o investimento mínimo
obrigatório na rede estadual de ensino.
Muito obrigado,
Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Vou chamar,
para discutir a favor, a deputada Márcia Lia.
O
SR. REIS - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
Para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - O senhor tem
o tempo regimental.
O
SR. REIS - PT
- PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente. Eu quero refutar a fala do
líder do Governo, que ele vem dizer que eu estou disseminando fake news.
Eu falei de uma
matéria jornalística. Uma matéria que foi publicada no site “Metrópoles”. Houve
o jantar? Houve o jantar. O jantar foi antes da votação da PEC? Foi antes da
votação da PEC. (Manifestação nas galerias.)
Eu não estava
no jantar, mas conversei com vários deputados, que reafirmaram que houve o
jantar, e a casa estava lotada. A casa do governador estava lotada. Então, para
dizer para o líder do Governo que talvez a notícia falsa tenha sido o valor.
Possa ser que tenha sido muito mais do que 20 milhões, mas a matéria
jornalística está falando que houve a promessa sim dos 20 milhões para os
deputados votarem a PEC 09.
Eu simplesmente
falei de uma matéria que está publicada, que está registrada, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Palavra com a
deputada Márcia Lia.
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT - Bom, muito boa noite
a todos e a todas. Quero iniciar minha fala cumprimentando...
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Questão de ordem, Sr. Presidente.
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT - Sr. Presidente, tem um moço lá que está provocando a plateia.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, questão de ordem.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Questão de
ordem do deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT -
PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, os trabalhos andavam bem. Depois eu vou ouvir do líder do Governo
que nós não queremos sessão. Então, eu acho que o senhor deveria, na prerrogativa
de Presidente, pedir para que a pessoa que está provocando pudesse deixar de
fazer isso para que a gente continue o debate.
O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Deputado Paulo Fiorilo, até agora
havia manifestação enquanto alguns deputados falavam ou faziam comunicações ou
eram chamados na verificação de presença. Eu acho que se tem que haver respeito
de um lado, tem que haver respeito do outro também.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Não é sobre isso que eu falei.
Estou dizendo que há uma provocação na galeria. O senhor está ignorando isso.
Então, a responsabilidade será do senhor, como presidente, se acontecer alguma
coisa.
O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Não estou ignorando.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Então, estou pedindo que o
senhor tome as providências, não estou falando do debate aqui.
O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Não estou ignorando, só estou dizendo que tinha manifestação enquanto
alguém falava a favor do projeto, ou quando alguém fazia alguma comunicação a
favor ou rebatendo algo que tinha sido falado.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Estou falando de outra coisa.
Estou falando da provocação na galeria, Sr.
Presidente, não é no Plenário.
O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - O que nós temos que garantir é que
a galeria respeite o orador aqui.
O SR. PAULO FIORILO - PT - Repare o que está acontecendo. O
senhor vai permitir?
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT - Olha lá, ele está
provocando, Sr. Presidente. Ele
está provocando. Isso vai dar confusão.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - O indivíduo
que está se manifestando ali, provocando, vamos respeitar. Agora é o momento de
fala do orador. Não tem que ter provocação nenhuma. Vamos respeitar o orador da
tribuna. Pode continuar, deputada Márcia.
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - “Pode
começar”. Muito boa noite a todos e a todas. De forma muito especial, quero
cumprimentar os jovens que vieram aqui nesta Assembleia para defender os
recursos da educação pública no estado de São Paulo. Dizer aos nossos jovens
que nós não podemos, de fato, permitir que o Governo de São Paulo retire quase
11 bilhões de reais da educação pública.
Porque, como
foi dito antes, Itamar, o estado de São Paulo possui muitas unidades escolares,
e não sou eu quem estou dizendo. É o Tribunal de Contas que aponta nos
relatórios quando fiscaliza as escolas do estado de São Paulo e verifica as
condições precárias que nós temos em muitas unidades, em muitas escolas, em
muitos espaços da escola pública pelo estado de São
Paulo afora.
Eu quero dizer
aos nossos alunos, aos nossos estudantes, que escola pública é fundamental para
que a gente possa ter um país construído a partir da sua juventude, a partir
daqueles que têm, de fato, compromisso de construir uma nação forte, uma nação
que diga, de fato, ao mundo, o que os nossos jovens são capazes de produzir,
são capazes de fazer e são capazes de fazer com que este País se transforme.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Questão de ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Questão de
ordem do deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Presidente, a deputada
Márcia Lia tem feito um debate importante, trazendo dados fundamentais para a
discussão desta Casa. Eu não vejo a base do Governo aqui. Peço uma verificação
de presença.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Vamos prosseguir com a verificação de presença...
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Questão de
ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Questão de
ordem. Já foi pedida a verificação.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PARA QUESTÃO DE
ORDEM - Não, não, foi pedido, mas na questão de ordem gostaria de que fosse
lido todo deputado presente e ausente, porque eu vi que na leitura anterior
vários deputados da base do Governo não foram colocados como ausentes.
*
* *
- Verificação de presença.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Deputado Luiz
Claudio Marcolino, vai ser feito da forma que sempre foi feita nesta Casa a
verificação de presença, como foi solicitado. Vou solicitar ao deputado Gilmaci
Santos e ao deputado Itamar Borges que procedam à verificação de presença.
O
SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Olha,
presidente, eu de novo, a segunda vez a pessoa chamando deputado de safado e
bandido, presidente.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. André do
Prado.
*
* *
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pela ordem,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
Danilo Campetti.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - É inadmissível
aqui, durante a verificação de presença, que as pessoas, o público da plateia
insulte os deputados.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Quem assim o
fizer... Já está determinado com a Polícia Militar fazer com que essas pessoas,
nós, deputados que se sentirem ofendidos, possam fazer aí o boletim de
ocorrência.
Com a palavra o deputado Gilmaci.
Esgotado o objeto da presente sessão,
das 2 horas e 30 minutos, agradeço ao deputado Gilmaci e ao deputado Itamar
Borges, e convoco as senhoras e senhores deputados para uma segunda sessão
extraordinária, que se realizará dez minutos após o término desta sessão.
Está encerrada a sessão.
*
* *
- Encerra-se a sessão às 19 horas e 13
minutos.
*
* *