13 DE ABRIL DE 2023
19ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI, PAULA DA BANCADA FEMINISTA, REIS e CONTE LOPES
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - VALDOMIRO LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Assume a Presidência.
4 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - ANDRÉA WERNER
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência. Pronuncia-se acerca de abaixo-assinado tratando de insegurança na Escola Estadual João Kopke.
7 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Defende a realização de concursos públicos para a admissão de profissionais da Educação.
9 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Cumprimenta alunos do Colégio Santa Marcelina e da ETEC Profª. Dra. Doroti Quiomi Kanashiro Toyohara (Pirituba), presentes nas galerias.
11 - MAJOR MECCA
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - REIS
Assume a Presidência.
13 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
14 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
15 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
16 - SOLANGE FREITAS
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
17 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
18 - CONTE LOPES
Assume a Presidência.
19 - CAPITÃO TELHADA
Por inscrição, faz pronunciamento.
20 - REIS
Assume a Presidência.
21 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
22 - PRESIDENTE REIS
Endossa o pronunciamento do deputado Carlos Giannazi.
23 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
24 - PRESIDENTE REIS
Esclarece questionamento feito pelo deputado Conte Lopes acerca do uso indevido da Polícia Militar em serviços de segurança privada. Cumprimenta autoridades de Américo Brasiliense.
25 - FABIANA BARROSO
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
26 - CONTE LOPES
Para comunicação, faz pronunciamento.
27 - PRESIDENTE REIS
Endossa o pronunciamento do deputado Conte Lopes.
28 - CONTE LOPES
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
29 - PRESIDENTE REIS
Anota o pedido. Tece considerações acerca do pronunciamento do deputado Conte Lopes sobre questões de segurança pública.
30 - CONTE LOPES
Para comunicação, faz pronunciamento.
31 - PRESIDENTE REIS
Defere o pedido do deputado Conte Lopes. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 14/04, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
* * *
- Assume a
Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Dando início à lista dos oradores
inscritos, com a palavra o deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Lucas Bove. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.)
Com a palavra a deputada Professora Bebel. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Paulo Fiorilo. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Dr. Jorge do
Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Itamar Borges. (Pausa.) Com a palavra o deputado Felipe Franco.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Caio França. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Valdomiro
Lopes, que fará o uso regimental da tribuna.
O
SR. VALDOMIRO LOPES - PSB - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente. Hoje eu vou usar a tribuna do
Pequeno Expediente para falar de um projeto de lei que apresentei aqui, na
Assembleia de São Paulo, nessa segunda-feira, que visa à segurança nas escolas
paulistas.
Por que isso?
Parece que a gente sempre está correndo atrás do prejuízo, mas a verdade é que
essas motivações já são muito antigas. Eu mesmo, quando fui prefeito de São
José do Rio Preto, fiz questão de
instalar câmeras de segurança nas escolas infantis e nas escolas fundamentais,
criando um processo de segurança, mas eu acho que agora esse projeto de lei que
apresento aqui vem de uma forma muito mais completa porque ele aborda requintes
de segurança que a gente tem que aperfeiçoar, na verdade, para cuidar melhor
das nossas crianças.
Esse programa
que cria então, aqui... “Projeto de lei que cria o Programa de Segurança nas
Escolas no Estado de São Paulo.”, começando pelos detectores de metais na porta
das escolas, que é uma coisa fundamental.
Além disso, a
identificação de todos que passam por aquele detector de metais: o corpo
docente, o corpo discente, na verdade os funcionários que prestam serviços na
escola, todo mundo que for entrar na escola tem que passar por esses detectores
de metais.
Além disso,
todos os estabelecimentos de ensino têm que ser dotados com sirenes com um som
especial, diferente da sirene da polícia, diferente... Um som que, quando ele
for acionado, na vigência de algum problema, as pessoas já saibam que aquele
som é como se fosse um sinal de perigo iminente, de pânico, de uma situação
incontrolável que está acontecendo dentro daquela escola.
Além disso, a
colocação de um botão de pânico. Um botão de pânico que fique na diretoria, que
fique em lugares determinados: na sala dos professores, que fique também na
própria cozinha da escola, na zeladoria.
E as pessoas
determinadas já no esquema de segurança. Ao acionar esse botão de pânico, ele
vai acionar, na verdade, ou a delegacia mais próxima ou o equipamento da
Polícia Militar mais próximo, para que venha em socorro imediato daquela
escola.
* * *
- Assume a
Presidência a Sra. Paula da Bancada Feminista.
* * *
A direção e a
coordenação do sistema de ensino, ao acionar esse botão de pânico, que também
vai transmitir, na verdade... Lógico que a colocação de câmeras de segurança é
uma coisa, também, muito importante.
A transmissão
online dessas imagens também, ou para a delegacia mais próxima - que não vai
ficar lá 24 horas por dia fazendo aquilo, porque tem os DVRs que guardam as
imagens do dia e da noite da escola.
Mas no instante
da necessidade eminente de perigo, ao acionar o botão de pânico, já também
aciona as imagens online das câmeras de segurança, que deverão ser instaladas
nas escolas, para que a própria delegacia ou o próprio batalhão da PM ou a
unidade da PM mais próxima, possa saber, exatamente, o que está acontecendo
naquele local de ensino.
Também a própria
Polícia Militar, e a própria estrutura da Secretaria da Educação, têm que dar
treinamento para alunos, para professores e para todos os funcionários que
trabalham naquela escola, de como se portar na eminência de um risco grave para
a vida de qualquer um que esteja ali dentro.
Acho que, com
isso, a gente cobre todas as lacunas importantes na segurança das escolas, na
segurança das nossas crianças. Nós vamos dar um exemplo, quer dizer, de
aperfeiçoamento, inclusive, do próprio plano de segurança que eu fiz quando fui
prefeito lá em São José do Rio Preto, que era a colocação de câmeras para
poder, na verdade, visualizar algum eventual crime ou algum eventual deslize ou
algum eventual furto que acontecesse lá nessa escola.
Acho que, com
isso, a gente faz uma cobertura global disso. Nós vamos dar um exemplo em São
Paulo, com a criação desse plano de segurança das escolas, de como é que a
gente pode melhorar a segurança dos professores, de quem trabalha e dos nossos
queridos alunos.
Muito obrigado,
Sr. Presidente, esse era o meu assunto de hoje.
A
SRA. PRESIDENTE - PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL -
Muito obrigada, deputado Valdomiro. Agora o deputado Carlos Giannazi. Desculpa.
Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado
Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.)
Deputado Luiz Fernando. (Pausa.)
Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Rafael
Saraiva. (Pausa.) Deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy.
(Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputado Leonardo Siqueira.
(Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi. Tem, V. Exa.,
o tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Deputada Paula da
Bancada Feminista. Srs. Deputados e Sras. Deputadas, público aqui presente,
quero hoje abordar, novamente, o tema da questão da violência nas escolas, Sra.
Presidente. É sério o que está acontecendo no nosso Brasil.
Eu queria fazer uma relação muito profunda
entre o que aconteceu no dia 8 de janeiro, agora, de 2023, que é a data da
infâmia que foi, justamente, o ataque às sedes dos três Poderes, ao Supremo, ao
Parlamento e à sede do governo federal.
Todos
acompanhando, acompanhava aquele ataque nazifascista da extrema-direita
brasileira contra a democracia e contra a sede dos três poderes, em Brasília,
aquele ato contra a democracia, aquele ato terrorista.
Eu quero dizer
que ele continua, ele não terminou, ele continua vivo na sociedade brasileira.
Agora esses grupos desse segmento atacam as nossas escolas, sobretudo as
escolas públicas do Brasil.
Esses grupos
sempre odiaram a escola pública, sempre odiaram os professores, porque é na
escola que o aluno tem a possibilidade de entrar em contato com uma
diversidade; é na escola que ele tem a oportunidade de entrar com o pensamento
crítico, com uma educação libertadora, libertária, educação emancipadora.
E esses grupos
sabem muito bem disso. Então, agora a segunda etapa do dia 8 de janeiro, o dia
da infâmia, o dia do terrorismo contra a democracia da extrema-direita. Ele se
manifesta através dos ataques orquestrados pelas redes sociais, não só mais
pelo subterrâneo, pelo esgoto das redes sociais, mas de uma forma já aberta.
Não é à toa que
o Ministério da Justiça, de uma forma acertada, e tem todo o nosso apoio, está
editando uma medida para tirar do ar todos os perfis, todas as contas que estão
estimulando os ataques às escolas do Brasil. Só o Twitter tem mais de 511
contas, perfis estimulando ataques às nossas escolas, às professoras, às
crianças e aos adolescentes.
Está lá, e o
Twitter disse que não vai retirar, não atendeu ao apelo do Ministério da
Justiça, e é por isso mesmo que o Ministério da Justiça vai tomar medidas mais
duras a partir de agora, multas pesadas para essas empresas multinacionais,
internacionais que estão contribuindo com os ataques às nossas crianças, com as
mortes.
Então, queria
dizer que o dia 8 de janeiro continua. Tem aquele livro do Zuenir Ventura,
“1968, o Ano Que Não Terminou”, que não acabou. É a mesma coisa aqui, faço
analogia, dia 8 de janeiro, o dia dos ataques à democracia, também esse dia não
terminou e ele tem prosseguimento agora atacando as nossas escolas.
E a
extrema-direita trabalhando agora nos subterrâneos para disseminar o medo, o
clima de terror, o pânico, as ameaças com discurso do ódio, com discurso que
estimula exatamente a violência, que abre espaço, que estimula os psicopatas,
os franco-atiradores, as pessoas ressentidas. Enfim, essas pessoas se
manifestam. Então é uma orquestração, sim, na nossa opinião, da extrema-direita
para gerar o pânico, o medo e o terror, não só nas escolas, mas em toda a
sociedade brasileira.
Eu tenho ido,
Sra. Presidente, deputada Paula, quase todos os dias às escolas, pessoalmente,
conversando com as professoras, com os professores da rede municipal, da rede
estadual de ensino, e estão todos com medo, e há uma diminuição drástica do
número de alunos nas escolas.
Muitas escolas,
ontem mesmo conversei com algumas professoras do Ensino Fundamental da estadual,
dizendo: “Olha, ontem, na minha escola, eu tive a falta de 17 alunos”. Numa
sala com 30, ela teve 17 alunos que não foram. Então as famílias estão com
medo.
Então, a
extrema-direita protonazifascista bolsonarista do Brasil... porque a gente não
pode esquecer que isso aumentou drasticamente no governo do Bolsonaro, que
atacou a Educação, o governo que estimulou até mesmo que os alunos gravassem as
aulas dos professores, logo no início do governo, para fazer o controle,
dizendo que os professores estavam doutrinando, o governo que apoiou o
movimento da Escola sem Partido, que na verdade era censura e mordaça nos
professores e na escola.
O governo
Bolsonaro que vetou o projeto aprovado no Congresso, que garantia a internet
gratuita em todas as escolas públicas, o governo Bolsonaro que também vetou o
projeto aprovado no Congresso de distribuição de absorventes para as nossas
alunas das escolas públicas, governo Bolsonaro que vetou o projeto, inclusive,
que autorizava os governos a colocarem psicólogo e assistente social nas
escolas.
Então foi um
governo contra a Educação pública. Aliás, todos os governos autoritários, todos
os governos que defendem a ditadura, foi assim na ditadura militar, atacam a
escola, sobretudo a escola pública.
Então o dia
oito de janeiro, dia da infâmia, dia do ataque à democracia brasileira, não
terminou, agora ele tem a sua prorrogação atacando as escolas para gerar pânico
e medo na sociedade brasileira.
Muito obrigado,
Sra. Presidente.
A
SRA. PRESIDENTE - PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Obrigada,
deputado Carlos Giannazi. Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputada Ediane Maria.
(Pausa.) Deputada Andréa Werner. Tem V. Exa. o tempo regimental.
A
SRA. ANDRÉA WERNER - PSB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde às colegas deputadas, boa tarde, presidenta,
boa tarde aos colegas deputados, todos os funcionários desta Casa e todo mundo
que está nos acompanhando de casa pela TV Alesp.
Aqui nesta
tribuna já há alguns dias a gente tem falado do mesmo assunto porque tem
preocupado a todos nós, que é a segurança nas escolas.
A gente falou
aqui da maior presença das forças de Segurança Pública nas instituições de
ensino, a gente falou de um trabalho mais incisivo da inteligência, que,
inclusive, é capaz de barrar os ataques para monitorar essas ameaças, a gente
falou da importância de cuidar da saúde mental dos alunos, dos professores e a
gente falou, inclusive, de repensar as instalações do ambiente escolar.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Carlos Giannazi.
* * *
Esse problema é
grave, é urgente e é complexo. É importante a gente lembrar, inclusive, que não
existem soluções simples para problemas complexos.
E todas essas
ideias que estão sendo trazidas aqui são importantes e podem contribuir de
alguma forma para esse debate que é muito urgente e para esse processo de
pensar em soluções.
Mas ontem eu
estava aqui como presidente da sessão e eu ouvi uma coisa que não contribui
para esse debate e que ataca um grupo da nossa população que não é criminoso.
Na verdade, em geral, é vítima.
Um dos colegas,
eu não vou citar o nome porque a minha ideia é atacar a fala, e não a pessoa,
um dos nossos colegas, quando estava comentando o caso brutal que aconteceu em
Blumenau, disse o seguinte: “Esse cara da machadinha não é problema social, ele
matou quatro crianças porque ele é inimputável, ele é um débil mental, ele é um
louco.”.
Essa fala é
muito perigosa. Débil mental, retardado, mongol e outros adjetivos pejorativos
desse tipo foram usados por muitos anos para se referir a pessoas com
deficiência intelectual, esse é o termo correto, pessoas como o meu filho Theo,
de quase 15 anos.
Inclusive o
Theo, se houver um ataque na escola dele, ele vai ser o primeiro que vai ser
vitimado, porque ele não sabe nem fugir, ele não sabe nem identificar uma
ameaça. Se ele tiver desacompanhado, inclusive, que é a realidade da maioria
das crianças e adolescentes nas escolas deste País, adolescentes e crianças com
deficiência, aí é que as chances dele são mínimas mesmo.
O ataque que a
gente teve na Bahia, no final do ano passado, em setembro, mostra isso. A
principal atingida foi uma moça que era cadeirante. E eu trago aqui dois
estudos importantes. Eu acho que a gente deve falar de números, para não ficar
no achismo, então eu trouxe alguns estudos.
Tem um estudo
do governo americano que nos dá dois números bem importantes. De todos os
episódios de violência, só cerca de 3% podem ser atribuídos a pessoas com algum
transtorno psiquiátrico ou deficiência intelectual. Ao mesmo tempo, essas
pessoas têm dez vezes mais chances de serem vítimas de violência do que a
população como um todo.
O Departamento
de Psiquiatria e Dependência Química de Nova Deli também traz um dado parecido.
A dificuldade que as pessoas com deficiência intelectual podem ter de organizar
os seus pensamentos, de reagir a estímulos que são imprevistos e de discernir quando
as situações são intensas faz com que a capacidade que essas pessoas têm de se
proteger seja muito menor.
É o que eu
falei, o meu filho, muitas vezes, eu acho que ele não identificaria uma
situação de perigo, portanto, ele nem fugiria. Nesse estudo, lá de Nova Déli,
chegaram a números assustadores. Até 56% das pessoas com deficiência
intelectual, ou transtornos psiquiátricos, já foram vítimas de violência.
Então, é com
muito respeito que estou pedindo que a gente se atente às palavras que estão
sendo usadas na tribuna. A gente está sendo ouvido pelo Estado inteiro e, às
vezes, até pelo País.
Eu entendo que
a intenção não é, conscientemente, atribuir violência às pessoas
neurodivergentes, ou com deficiência, ou ofender essas pessoas e as suas
famílias. Mas essa linguagem que, muitas vezes, a gente entende como uma
linguagem do cotidiano, de uma conversa com amigos ou que, em espaços
informais, ela passa como inofensiva, ela é uma ferramenta de desumanização e
de estigmatização contra quem é vítima de violência.
É uma forma de
fazer com que essas pessoas sejam vistas como aquele “outro”, o outro, alguém
que a gente deve temer, alguém que precisa ser separado, alguém que precisa ser
excluído. É uma forma de esconder o fato real: que essas pessoas não são um
perigo para nós. E sim que, via de regra, são elas as vítimas de exclusão e das
maiores formas de violência.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra o deputado Donato.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Com a palavra o deputado Conte Lopes.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Tomé Abduch. (Pausa.)
Com a palavra a deputada Solange
Freitas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Com a
palavra a deputada Ana Perugini. (Pausa.) Com a palavra a deputada Marta Costa.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor.
Entrando agora na Lista Suplementar,
com a palavra a deputada Fabiana Barroso. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Ricardo Madalena. (Pausa.) Com a palavra o deputado Enio Tatto. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra a deputada Paula da
Bancada Feminista.
Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna,
eu gostaria de dizer que nós recebemos um abaixo-assinado da Escola João Kopke.
É uma escola que fica nos Campos Elíseos. É uma escola antiga e tradicional que
fica naquela região. Inclusive, próxima da Cracolândia. O abaixo-assinado já
foi encaminhado à Seduc, mas nada foi feito. Por isso que eu quero dar
visibilidade a ele.
A escola está afirmando que não tem
nenhum inspetor de alunos. É uma escola com 30 salas de aula, com 1.200 alunos.
Não tem um único inspetor de alunos. Ou seja, um agente de organização escolar
para fazer esse tipo de trabalho tão importante e tão fundamental, e que previne,
também, a violência nas escolas. Esse é o retrato da rede estadual. Noventa e
nove por cento da rede está nessa situação, sem o quadro completo dos agentes
de organização escolar.
São servidores importantes,
profissionais da Educação, reconhecidos pelo Fundeb e pela LDB, mas que têm os
piores salários da Educação. O salário hoje de um agente de organização é de
aproximadamente 1.000 reais. E nós temos um déficit de quase 20 mil na rede
estadual.
É um dos motivos, também, que tem
levado à violência nas nossas escolas. Porque a presença desses
importantíssimos profissionais da Educação é fundamental para o funcionamento
das nossas escolas. Muito obrigado.
Com a palavra, a deputada Paula da
Bancada Feminista.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente
Carlos Giannazi. Boa tarde, Sr. Presidente. Boa tarde a todas e todos os
deputados que estão aqui, aos trabalhadores desta Casa, às pessoas que nos
acompanham no plenário, e também na Rede Alesp.
Sr. Presidente,
eu vim dizer que ontem, dia 12 de abril, eu, o deputado Reis, o deputado Luiz
Claudio Marcolino e a deputada Thainara estivemos juntos num encontro nacional
de parlamentares negros e negras, que aconteceu em Brasília, representando esta
Casa legislativa.
Passaram por lá
cerca de 80 parlamentares de todo o País e de diversos partidos políticos:
PSOL, PT, PV, PCdoB, Rede, Cidadania, PSDB, diversos partidos, pensando na
necessidade de articular algo que nós faremos também nesta Casa. Uma rede parlamentar
nacional que pense pautas comuns para pessoas negras.
Felizmente, nós
estamos também conseguindo caminhar no sentido de ter pautas comuns, que
articulem todos os deputados negros.
Eu achei
bastante emblemático que esse encontro aconteceu na semana em que nós acordamos
e vimos um vídeo, que foi amplamente divulgado na internet, em que um homem
negro, de 36, um entregador, no Rio de Janeiro, o Max, foi chicoteado por uma
mulher branca, Sandra Mathias, ex-atleta, jogadora de vôlei e professora, com uma
correia de cachorro. É justamente essa a palavra: ele foi chicoteado.
No próximo mês,
nós completamos 135 anos pós-abolição da escravatura no nosso país. Faz 135
anos que as pessoas negras não podem mais ser tratadas como coisa, como objeto.
Faz 135 anos
que nós repudiamos um crime histórico que aconteceu no nosso país, que foi de
pessoas negras terem sido sequestradas de seus países e trazidas para cá para
serem tratadas como coisa. Faz 135 anos que os racistas não podem mais nos
chicotear.
E mais do que
isso: precisam tolerar que 80 parlamentares negras e negros de diversos
partidos políticos se organizem e viajem para Brasília para defender as suas
pautas para dizer que nós não só nos queremos vivos, mas nos queremos com
direitos, com direito ao futuro. E que nós não podemos, não iremos e não
toleraremos ser chicoteados no meio da rua.
Por isso, eu
vim aqui não só manifestar o meu repúdio completo a essa mulher que cometeu
esse crime bárbaro no meio da rua, mas também manifestar minha solidariedade ao
Max.
E dizer, Max,
que se os racistas acham que podem fazer isso conosco, que podem chicotear um
homem negro no meio da rua enquanto ele exerce o seu trabalho, nós vamos dizer
que as pessoas negras vão cada vez mais subir em espaços como esses e ocupar a
política e todos os espaços que nós quisermos nessa sociedade.
Queria dizer
também, Sr. Presidente, que ontem, enquanto nós estávamos em Brasília - nós,
deputados representantes desta Casa -, aproveitamos e fomos a uma reunião no
Ministério da Justiça, na qual nos foi apresentado, pelo Ministério da Justiça,
equipe do ministro Flávio Dino, o edital que foi lançado pelo ministério, o
“Programa Nacional das Escolas Seguras”, uma iniciativa muito importante que
prevê a destinação de 150 milhões de reais para diversos estados e municípios,
com cinco eixos propositivos, para pensar na necessidade de coibir a violência
nas escolas.
Nós estamos, no
nosso mandato, também muito preocupados, como vários parlamentares desta Casa,
em pensar em medidas sérias que digam respeito a esse tema. Na segunda-feira,
nós apresentaremos aqui uma série de medidas que dizem respeito à necessidade
de pensar de que forma as escolas vão ser ambientes mais seguros, mais
acolhedores e que nós coibamos os atentados nas escolas.
Mas deixo aqui,
desde já, a indicação de que esse edital, edital importantíssimo que prevê o
programa do governo federal, foi lançado e tem como objetivo a adesão
voluntária dos estados e dos municípios.
Então, eu deixo
aqui, inclusive, a indicação e o apelo ao governador Tarcísio de Freitas para
que faça a adesão a esse programa, ao “Programa Nacional das Escolas Seguras”.
E que nós
possamos, em conjunto com o governo federal, pensar de que forma nós atuaremos
conjuntamente para coibir a violência aqui no estado de São Paulo - a violência
nas escolas - e em todos os municípios, prevendo, inclusive, iniciativas de
inteligência, de investigação para desmontar as redes de ódio, e não apenas
soluções imediatas que visam mascarar o problema, mas que na verdade não vão à
raiz dele.
Obrigado,
Senhores Deputados.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado,
deputada Paula. Com a palavra, o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Com a palavra, o
deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Com a palavra, o deputado
Reis, que fará o uso regimental da tribuna.
Lembrando: acabei de divulgar aqui o
abaixo-assinado da escola estadual João Kopke, da Diretoria de Ensino Centro,
pedindo que a secretaria contrate agentes de organização escolar.
Falei que é um déficit de quase 20 mil
e que a secretaria está contratando, através do contrato precarizado, pela Lei
no 1.093, apenas por um ano. Os contratos estão sendo encerrados
agora e não há, também, concurso público. No que houve, nós tivemos poucas
pessoas chamadas.
Então, nós queremos que esses
profissionais sejam contratados através do concurso público. Nós não queremos
terceirização nessa área porque esses profissionais da Educação são muito
importantes na organização das nossas escolas e no seu funcionamento.
Muito obrigado.
Com a palavra, o deputado Reis.
O
SR. REIS - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar o presidente Giannazi, que conduz os
trabalhos na data de hoje, os Srs. Deputados, as Sras. Deputadas, público
presente, os alunos, que já estão aqui participando desta sessão plenária,
todos os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Militar, os
integrantes da Polícia Civil e todos aqueles que nos acompanham pela Rede
Alesp.
Sr. Presidente, o tema da segurança
escolar mobiliza a sociedade em todo o nosso país. Ele tem mobilizado os
parlamentares, tem mobilizado os governantes, o Ministério da Justiça, o
Governo do Estado de São Paulo, o prefeito da cidade de São Paulo, o secretário
de Segurança, o secretário de Educação e os vários parlamentares, vários
deputados e deputadas.
Eu tenho acompanhado pelo Diário Oficial a
produção legislativa buscando - cada um como enxerga o mundo, como enxerga a
questão da Segurança - dar uma resposta para esse problema, que não é de agora,
Sr. Presidente, é um problema que vem de muitos anos.
É que, com os últimos acontecimentos, ele
realmente aflorou todo esse processo de debate, mas todos sabem que as escolas
há muitos anos são abandonadas e que os dirigentes, os profissionais da
Educação sofrem muito com esse abandono, tanto nas escolas municipais, nas
escolas do Estado como também em escolas privadas.
Nós temos relatos de violência praticados
em toda essa comunidade escolar e é muito bom que todas as pessoas, a partir do
que aconteceu lá na Vila Sônia, realmente passaram a enxergar um problema,
deputado Major Mecca, que é de muitos anos, não é de agora.
Agora, cada um tem uma solução, né? O
governador trouxe um anúncio de contratação de cerca de mil seguranças
desarmados, seguranças privados, psicólogos, e tudo isso foi tema de debate
aqui nesta Casa.
A questão do tratamento mental, de ter
psicólogos na escola, foi muito debatida aqui nos últimos dias. A questão de
ter um policial em cada escola foi muito debatida. A questão, por outro lado,
de não ter o policial também foi muito debatida. A necessidade de ter o
segurança desarmado foi bastante debatida. E o governador tomou sua posição. É
suficiente para resolver essa questão? Claro que não.
Num dado momento, como o assunto está
muito à flor da pele, o assunto está muito debatido, cada um traz uma forma de
dizer “Olha, eu estou resolvendo o problema”, mas a gente sabe que isso não
resolve o problema, são medidas tímidas, medidas pontuais.
Precisa de mais coisa, de mais ação para
poder não resolver - porque eu sempre digo que tem coisas que não se resolvem
100% - mas para reduzir o risco, para reduzir os danos.
Então, por exemplo, os policiais em horas
de folga venderem sua folga para poderem trabalhar. Eu sempre disse: o policial
tem que ser muito bem valorizado. Ele tem que ganhar um salário digno e tem que
ter direito a folga, tem que ter direito ao lazer, porque, se a gente também
começar a impor uma carga de trabalho para o policial... e o trabalho do
policial é insalubre, é perigoso. É muito ruim também o policial, com essa
carga, ter que trabalhar na sua folga.
Então, meu entendimento é de que o policial
tem que ganhar bem e tem que ter direito a folga, tem que ter direito ao lazer,
tem que ter direito a ficar com a sua família. Então, quando eu falo: não,
vamos também usar os policiais em horário de folga... É, de repente até
resolve.
Então eu acho que a gente precisa
continuar esse debate. Eu entendo que talvez criar a área de segurança escolar,
criar um sistema onde você tem um policial armado do lado de fora da escola, no
entorno da escola, um policiamento ostensivo no entorno da escola, uma vez que,
no debate que aconteceu nesta Casa, foi identificado que não é muito aceitável
uma pessoa armada dentro da escola, mas no entorno da escola é possível.
Você ter uma área de segurança escolar é
possível, você ter uma ronda, porque realmente, pelos números que foram dados
aqui na matéria, são tímidos. Se você pegar, só São Paulo tem oito mil escolas. Se você pegar, nós
estamos aumentando de 200 policiais para 800 na ronda escolar, é muito tímido.
Então, a gente
também precisa falar, dizer para o governador que precisa contratar policiais,
precisa fazer concurso público. Precisam, pelo menos, trazer o efetivo que era
de 20, 25 anos atrás, porque há uma defasagem muito grande no número de
policiais, para poder, minimamente, você ter essa ronda escolar funcionando
adequadamente, e não por conta do momento que nós estamos vivendo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra o deputado Major Mecca,
que fará o uso regimental da tribuna.
Quero aqui saudar a presença de alunos
e professores. Não recebi o nome da escola. Qual que é a escola de vocês? Santa
Marcelina. Sejam bem-vindos e bem-vindas aqui à Assembleia Legislativa de São
Paulo. Etec Pirituba também presente aqui no plenário da Alesp.
O
SR. MAJOR MECCA - PL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. e Srs.
Deputados, a todos que nos acompanham pela TV Alesp e pelas redes sociais.
Dentro de todo
esse debate de segurança dentro das escolas, nós estamos envolvidos também
junto à Secretaria de Segurança Pública, ao Governo do Estado, nas políticas
públicas a serem implantadas para fazer a segurança dos nossos alunos.
A todos que
estão aqui, sejam muito bem-vindos. É importantíssima a participação de vocês
desde cedo na política. É importantíssima essa postura e essa iniciativa.
Parabéns à escola, parabéns aos professores, e fica aqui o nosso respeito.
Eu quero
trazer, dentro dessa discussão, uma iniciativa adotada pela Polícia Militar do
Estado de São Paulo.
Eu gostaria,
antes de fazer a fala a respeito, eu gostaria de trazer na tela. É importante
para que todos os deputados, para que todos os que estão nos assistindo,
divulguem, entrem nas redes da Polícia Militar, porque trata-se de um
dispositivo muito importante.
Por favor, pode
liberar.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Trata-se de um
aplicativo, onde o cidadão baixa o aplicativo no seu celular “190 SP". Ele vai fazer um cadastro
no momento da instalação, coloca os seus dados, pode ser anônimo também, mas
ele terá nas mãos, no seu celular, a possibilidade de acionar um apoio de uma
rádio patrulha de policiais militares presentes ao local onde ele precisa de
uma ajuda.
Ele vai clicar.
O que vai acontecer? Aquele chamado no aplicativo não cai no 190, esse chamado
cai direto no despacho de viaturas do centro de operações. O chamado vai direto
para tela do despachador, que vai enxergar o chamado, ver o endereço e
encaminhar a viatura mais próxima.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Reis.
* * *
Parabéns à
Polícia Militar do estado de São Paulo, pela iniciativa de estender a mão e
facilitar o acesso dos cidadãos do nosso Estado aos policiais militares.
Aproveito a
oportunidade aqui desta tribuna para deixar nossa mensagem aos nossos
policiais, policiais militares, civis, técnico-científicos, policiais penais.
Na gestão passada, não conseguimos construir um vínculo de confiança com o
Governo do Estado. Sabíamos e tínhamos a certeza de que estávamos sendo
enganados em relação à valorização e ao reajuste salarial da nossa tropa.
Hoje, meus
irmãos, a situação se faz diferente. Estamos em diálogo com o governo, estamos
participando de todo esse processo. Como eu já disse aos senhores, vejo que os
comandos das polícias participam da construção desse processo de valorização do
nosso reajuste salarial.
Vamos manter a
tranquilidade, a calma. Eu sei que é muito difícil, porque eu conheço, eu
testemunhei a situação de dificuldade que nós atravessamos, mas eu tenho a
convicção de que o nosso reajuste salarial virá e estará, muito em breve, aqui
nesta Casa Legislativa.
Todas as
bancadas desta Casa Legislativa nos apoiam, conhecem nossas dificuldades e
sabem que os senhores, que as senhoras, policiais do estado de São Paulo,
merecem respeito e merecem um salário digno.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - O próximo orador é o
deputado Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, deputados e deputadas,
alunos da Etec de Pirituba, da Escola Santa Marcelina, sejam bem-vindos à
Assembleia Legislativa, até porque o tema que vou abordar tem a ver com vocês,
que estão cursando o ensino médio.
Todos sabem da
nossa luta pela revogação imediata do famigerado Novo Ensino Médio, da farsa do
Novo Ensino Médio. A cada dia que ele não é revogado, nós estamos castrando,
estamos mutilando a aprendizagem de mais de sete milhões de alunos das escolas
públicas brasileiras.
Essa reforma é
uma reforma nefasta que veio do governo Temer, teve prosseguimento no governo
Bolsonaro e nunca teve o apoio dos estudantes e dos professores. Ela veio de
cima para baixo, via medida provisória, inclusive.
Mas o que quero
dizer aqui, Sr. Presidente, é que ontem, inclusive, fiz uma gravíssima denúncia
contra o Conselho Estadual de Educação, que soltou uma indicação, a Indicação
nº 221, de 2023, que, na prática, está sabotando, está boicotando a orientação
do Ministério da Educação que suspende o cronograma de implantação da farsa do
Novo Ensino Médio.
Saiu uma
portaria do governo federal. Imediatamente, com uma rapidez jamais vista, é
elaborada uma indicação, publicada no “Diário Oficial”, do Conselho Estadual de
Educação de São Paulo, que é privatista, que é tucano, que tem sempre as mesmas
pessoas que são defensoras do privatismo educacional, que nunca tiveram
compromisso com a escola pública e que se perpetuam nos cargos dessa estrutura
do Conselho Estadual de Educação. Estão sabotando. Soltaram uma indicação
dizendo que não vão acatar a decisão do MEC, do Ministério da Educação.
Quero lembrar
aos conselheiros do Conselho Estadual de Educação que a LDB é uma lei federal e
o debate é em torno da alteração da LDB, do ensino médio. A orientação tem que
ser respeitada, sim. Ou seja, o governo estadual está sabotando as orientações
do MEC, que não é revogação ainda.
Nós queríamos
já. O que nós defendíamos e estamos defendendo é que o presidente da República,
o presidente Lula, edite uma medida provisória. Já deveria ter feito isso no
dia 1º de janeiro, revogando imediatamente essa nefasta, perversa e cruel
reforma do ensino médio, que é uma farsa.
Isso não
aconteceu ainda; houve a suspensão da implantação. Mesmo assim o governo
estadual não está concordando com isso e está sabotando inclusive, orientando a
não realização dessa suspensão.
Está aqui, eu
entrei com um PDL para anular - já apresentei o PDL ontem, um projeto de
decreto legislativo - e acionei o Ministério Público estadual juntamente com a
deputada federal Luciene Cavalcante, que é professora aqui de São Paulo, e com
o vereador também Celso Giannazi, da Câmara Municipal, que é da Comissão de
Educação da Câmara, para que essa indicação seja revogada imediatamente.
Agora para
terminar, Sr. Presidente, o mais grave aqui é que - olhe só a gravidade da
situação - o governo estadual está realizando hoje a famosa prova paulista da
rede estadual de ensino e está avaliando os alunos do terceiro ano do Ensino
Médio. Olhe só a gravidade da situação.
No entanto... O
governo, que defende a famigerada farsa da reforma do Ensino Médio, e na prova
paulista os alunos são cobrados dos conteúdos de Filosofia, de Sociologia, de
História, de Geografia, de Química, de Física, de Biologia. Só que nessa
nefasta reforma eles não estão tendo as aulas no terceiro ano.
Como que a
prova do governo estadual cobra conteúdos de disciplinas, de itinerários
formativos que ele não oferece aos alunos do terceiro ano do Ensino Médio? Um
absurdo total, Sr. Presidente.
Essa prova tem que
ser cancelada imediatamente. Como que um aluno que não teve Química e Física no
terceiro ano do Ensino Médio da rede estadual de ensino vai fazer uma prova, a
prova paulista, onde ele tem que responder perguntas, questões sobre esses
conteúdos?
Não só, olhe,
Física, Química, Biologia, Filosofia, Sociologia, Geografia e História; os
alunos do terceiro ano do Ensino Médio não estão tendo mais essas disciplinas.
Foram substituídas - para concluir, Sr. Presidente - por disciplinas como
Educação Financeira para se Tornar um Milionário, Como Fazer um Sabonete.
São matérias
colocadas no currículo escolar no Novo Ensino Médio. Como produzir um
brigadeiro gourmet, está lá também; é disciplina. Olhe só o absurdo! Análise de
Gírias e Memes da Internet. Disciplinas colocadas no lugar da Filosofia, da
Química, da Física. E o governo estadual, que está aqui através do conselho
estadual sabotando a suspensão, porque não é nem a revogação.
Olhe só a
gravidade da situação. Então, Sr. Presidente, eu quero aqui dizer que a
Secretaria da Educação tem que tomar providências, suspendendo essa prova
paulista, porque ela está prejudicando milhares e milhares de alunos do Ensino
Médio da nossa rede estadual, que já estão sendo boicotados.
Então aqui já
tem os efeitos perversos, minha gente, do Novo Ensino Médio, da farsa do Novo
Ensino Médio. E nós exigimos aqui providências imediatas da Secretaria da
Educação e a revogação dessa nefasta Indicação do Conselho Estadual de Educação
nº 221, que promove a sabotagem e o boicote aqui da portaria do MEC.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado
Carlos Giannazi. O próximo orador é o deputado Conte Lopes.
O
SR. CONTE LOPES - PL -
Sr. Presidente, Srs. Deputados, alunos que nos acompanham, Sras. Deputadas, o
Machado tem um vídeo aí do que acontece nas escolas de São Paulo e do Brasil.
Essa aconteceu em Assis.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Essa é a
escola, né? A educação moderna agora aí. Eu não vou jogar na esquerda, nem na
direita; eu vou na educação em São Paulo e no Brasil. Olha aí, isso é um
professor sendo atacado por um aluno na escola. Obrigado, Machado. Já está
ótimo. Não precisa falar mais nada.
Se um aluno
trata um professor dessa maneira, quero até fazer um apoio à Professora Bebel,
porque a Apeoesp está apoiando o professor, isso é o fim do mundo, isso é
banditismo.
Esse aluno não
é para a Secretaria da Educação falar que está mediando, chamando o pai do
aluno, a mãe do aluno, o professor, e mandando para o psicólogo. Isso aí é para
chamar uma viatura da Polícia Militar, porque está cometendo um ato
infracional, e ser conduzido à delegacia de polícia, no mínimo, para ser exemplo
para todos os alunos de São Paulo, do Brasil e do mundo, que não se trata um
professor dessa maneira: jogando o professor da cadeira, quebrando a mesa do
professor e chamando o professor para a briga.
Agora, se não
fazem nada por isso aí, é evidente que daqui a pouco ele vem com uma faca, com
um revólver, com um canhão, e mata todo mundo mesmo, ele é o dono do mundo.
E os outros
alunos até acham bonito, e as menininhas gostam disso aí ainda, o que é o pior
de tudo. Ou então se toma uma atitude coerente... Agora, falar que fez uma
mediação? Uma mediação, e vão todos no psicólogo?
Isso aí é uma
indisciplina, uma ameaça, uma agressão. Isso é crime. Aí entra a Polícia
Militar para pegar um moleque desses e conduzi-lo até a delegacia de polícia. É
algemado e vai para a delegacia, se for o caso. E lá na delegacia se faz um ato
anti-infracional, como prevê a Lei.
Não é achar que
isso é natural, normal. Se ele faz isso aí com um professor, o que ele vai
fazer semana que vem? E ele foi punido, ele vai assistir aula agora só pela
internet, até o final da semana. Amanhã ele estará na internet acompanhando a
aula.
Esse é o
exemplo da educação no Brasil. Esse é o exemplo: que se aceita tudo. Isso é o
verdadeiro passar a mão na cabeça de vagabundo, de bandido, de agressor. A
punição... tem lugares no Brasil e no mundo que tem pena de morte para moleque
de 12 anos, e a punição ainda é exemplo. É exemplo para os outros não fazerem
mais. Isso aí não é exemplo para outros fazerem.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.
* * *
Isso aí foi em
Assis, não é na periferia de São Paulo, não, hein. Não é na Brasilândia, não é
na Capela do Socorro, não é no Jardim Miriam, não é em São Mateus: é em Assis.
Então está
virando normal, virando rotina e todo mundo aceita. Eu pergunto: o PM em uma
sala de aula vai fazer o quê? O que faz o PM com um aluno desse aí? Eu fui
policial a vida inteira.
Você tem dois
caminhos: dominá-lo, tentando torcer o braço dele, vai ter que dar um mata-leão
nele para levar ele para fora. Se não, o policial sozinho, o que ele faz? E o
que ele fez com o professor ele vai querer fazer com o policial, até pior, até
pior.
Então, a
sequência de fatos infelizmente é isso. Não é questão de direita, de esquerda,
de Bolsonaro. Não tem nada disso isso aí, não. Isso aí é o seguinte, é
indisciplina. E o cara vai aprendendo, o cara vai aprendendo.
Posso fazer o
que bem entender que ninguém me atinge. Eu quebro a sala de aula inteirinha,
bato no professor: no outro dia eu sou o mais bonito e o mais forte porque
ninguém fez nada comigo.
Fizeram uma
mediação o aluno e o professor? E a hierarquia, não tem mais? Não existe mais
hierarquia? Não se quebra a hierarquia isso aí, quando você xinga o professor,
bate no professor? É normal? É natural?
Isso é uma
colocação minha, o resto é consequência. Quando a pessoa aprende que ela pode
fazer tudo e ninguém faz nada contra ela, ela não é punida, obviamente que
espera ela agora com uma faca, com um revólver, ou algum amigo dela. Já que se
pode fazer tudo, se faz tudo.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos, tem a palavra a deputada Solange
Freitas, que fará uso regimental da tribuna.
A
SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Olá, uma boa tarde a todos. Primeiramente, em relação
às medidas anunciadas pelo governador, todos nós estamos falando sobre isso há
vários dias, foram ouvidas várias sugestões: se coloca polícia dentro das
escolas, se não coloca; de que forma a gente pode amenizar a segurança nas
escolas nesse momento, onde as mães estão apavoradas, os estudantes também.
Agora há pouco
as mães de uma escola estadual e municipal de São Vicente me chamaram - estão
todas lá na porta - foram até a Câmara pedir ajuda porque elas ainda estão com
medo que os filhos vão para a escola, mesmo com as medidas anunciadas. Então, é
um começo para a gente começar a organizar essa questão e a segurança, ou pelo
menos a sensação de segurança, dentro das escolas.
Reforço aqui a
minha indicação do monitor social de jovens de 18 a 21 anos dentro das escolas
e também o projeto de lei que vou apresentar nesse sentido para ajudar nessa
questão em relação à segurança das escolas.
Mas, hoje eu
estou aqui para falar de um outro assunto. Uma moção de aplausos, que eu
apresentei aqui no dia 29 de março, para os bombeiros, para os guarda-vidas do
Guarujá.
É importante a
gente destacar a ação heroica - digamos assim - desses bombeiros, desses dois
guarda-vidas, quando pai e filha, que estavam numa moto aquática tirando fotos
no Morro do Maluf - é uma área que pode ser bastante perigosa em alguns
momentos - uma onda fez com que os dois caíssem da moto aquática.
E o salvamento
foi rápido para o pai. Conseguiram tirar o pai da água, um bombeiro que estava
numa outra moto aquática. Mas a menina, uma adolescente de 13 anos,
simplesmente desapareceu nas águas.
E um outro
guarda-vidas desceu de rapel nas pedras, quem conhece aquela região ali do
Morro do Maluf, é bastante perigosa. Ele desceu, foi andando por entre as
pedras, conseguiu ouvir um grito abafado de socorro dessa adolescente. Ele foi,
ele desceu, ele entrou no mar, mesmo num momento de muito perigo, e conseguiu
resgatar essa adolescente de 13 anos.
Ela subiu de
rapel. Ela estava bastante abalada, ela desmaiou no momento que estava sendo
resgatada porque bateu a cabeça várias vezes em várias pedras, bebeu muita
água. Foi para o hospital em estado grave, mas hoje a adolescente está bem.
Então, foi um
ato heroico desses dois bombeiros e a Assembleia
Legislativa precisa dizer “muito obrigada”, e mostrar como exemplo para
outras pessoas que realmente ainda dá para salvar vidas. No psicológico desses
bombeiros, eles estavam bem preparados para isso.
O Luiz
Evangelista é o guarda-vidas que estava na moto aquática, conseguiu salvar o
pai, e o Rafael Menezes Ribeiro foi o bombeiro que pulou na água e conseguiu
salvar essa jovem de 13 anos, por isso a nossa moção de aplausos que foi
apresentada no dia 29 de março.
E toda a nossa
admiração e reconhecimento pelo trabalho dos bombeiros que é feito em todo o
Estado. Então, toda vez que tem uma ação como essa é importante a gente dizer:
“Olha, muito obrigada”, porque precisa realmente destacar um trabalho honroso
como esse.
Essa era a minha
fala hoje. Tem um videozinho, a gente consegue colocar o vídeo? Vamos ver o
vídeo.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Então, é só
para homenagear esses bombeiros e mostrar o quão perigoso era. Vocês viram nas
imagens o quão era essa área do Canto do Maluf no Guarujá, mas, graças a Deus,
pai e filha passam bem e isso pelo trabalho de duas pessoas e de um dos
bombeiros que não teve medo e mesmo assim enfrentou o perigo para poder salvar
uma vida.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Encerramos agora
o Pequeno Expediente e entramos no Grande Expediente.
* * *
- Passa-se ao
GRANDE
EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra
o deputado Reis, para uso regimental da tribuna por até dez minutos.
O
SR. REIS - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Carlos Giannazi; estou voltando a
essa tribuna porque os cinco minutos do Pequeno Expediente é pouco tempo para a
gente tratar do tema, e o tema da segurança escolar é de suma importância.
Então, às vezes
a gente começa a desenvolver o tema e depois tem que parar no meio do caminho.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Conte Lopes.
* * *
Mas, Sr.
Presidente, o que eu entendo é que as medidas que estão sendo tomadas, conforme
eu já disse no Pequeno Expediente, foram por enquanto pontuais, tímidas. Mas
demonstram para a sociedade que o governo, que o prefeito, porque tem problemas
também nas escolas municipais, está fazendo alguma coisa.
Eu entendo que
essa questão da segurança armada dentro da escola, deputado Conte Lopes, V.Exa.
mesmo dias atrás falou nessa tribuna que os policiais militares não querem
ficar em escola. Isso é verdadeiro, eles não querem ficar ali o dia inteiro
dentro de uma escola.
E muitas
escolas, quando nós tínhamos a Ronda Escolar, nós tínhamos um batalhão de
policiamento escolar, muitas vezes a direção da escola queria que o policial
ficasse abrindo o portão, fechando o portão, e o policial falava: “Não, eu sou
um policial, não sou um porteiro. Eu estou aqui para ver a questão da segurança,
não para ficar abrindo porta, fechando porta, que não é minha função.”
E tudo isso vai
demonstrando que ainda não há um modelo eficiente, acabado e determinado para
realmente garantir a segurança nas escolas. E com o advento das redes, da
internet isso piora, porque ali nos bastidores você não está acompanhando a
comunicação que está se dando entre os alunos, entre aqueles que querem invadir
a escola.
O ministro da
Justiça até assinou uma portaria, a Portaria 350, determinando às empresas que
administram as redes sociais para se aterem a essa questão, mas eu também tenho
tido muitas notícias nesses últimos dias de que aumentaram bastante as
denúncias de jovens, de alunos, de pessoas que vão com faca para a escola, que
entram com uma faca dentro da escola.
Antigamente,
para quem estudou em escola pública, como eu estudei lá na Escola Municipal
Prof. Jorge Americano, no Valo Velho, deputado Carlos Giannazi, uma escola
muito bem conceituada, uma escola fantástica, a Escola Prof. Jorge Americano, e
quando, na condição de garoto, a gente combinava de pegar um outro lá fora:
“Olha, vou te pegar lá fora.”
E muitas vezes
tinham aquelas rodinhas em frente à escola e os garotos ali trocando socos,
pontapés. Aconteceu muito isso nas portas das escolas. E vinha correndo um
funcionário da escola, um inspetor, um segurança ali desarmado, que tinha na
escola, e acabava separando aquelas brigas de rua que tinham muito em frente à
escola.
Hoje essa
combinação é pela rede social, é pelo Facebook, é pelo Instagram, mensagens de
texto, é pelo WhatsApp, então essas informações, quem não está ali com aquele
celular não está sabendo o que está acontecendo, mas acaba tendo essa violência
que começa a partir ali desses aplicativos do celular, da rede social.
Eu entendo que
é importante, sim, ter um policial, não dentro da escola, mas nas proximidades
da escola. É o policiamento ostensivo a pé que tinha no passado. Eram dois
policiais que trabalhavam ali no quarteirão e que circulavam em torno da
escola, fazendo policiamento a pé.
Hoje não existe
mais isso porque não tem policiais nem para o serviço motorizado, que dirá para
o serviço a pé. Mas tinha sim um policiamento no entorno da escola, que eu acho
que é uma medida que o governador pode estudar a partir dos policiais que se aposentam,
que eles possam continuar trabalhando, limitar em cinco anos.
Depois da
aposentadoria, os policiais que, voluntariamente - porque você não obrigar -
quiserem prestar um serviço de segurança escolar para trabalhar no entorno da
escola, seriam muito bem-vindos para garantir a segurança naquela região
lindeira à escola.
Dentro da
escola, está correta sim a medida que se tomou de ter um segurança desarmado.
Ontem eu estive em Brasília, no encontro de parlamentares negros e negras,
conforme já disse aqui a deputada Paula da Bancada Feminista. Eu estive lá e
uma coisa que eu estou observando em todos os locais em que eu vou é que todos
os locais têm um segurança.
Você vai a uma
loja e tem um segurança na loja. Você vai ao Ministério da Justiça, eu fui atendido
por seguranças - eu fui lá ontem. Eram seguranças privados, não eram policiais
que estavam lá. Até aqui, na Polícia Federal.
Se você for
visitar o departamento de Polícia Federal você vai ver que o primeiro
atendimento, na portaria, não são policiais que estão fazendo a segurança
patrimonial, os policiais estão fazendo o serviço de Polícia Judiciária, o
papel real da Polícia Federal, mas quem está fazendo ali a guarda da entrada
daquela repartição é um segurança privado, de uma empresa privada.
Você vai ao
banco, tem um segurança; você vai à loja, tem um segurança; você vai ao
supermercado, tem um segurança. Só não tem segurança nas escolas. Mas todos os
locais - comecem a observar isso no dia a dia -, todos os locais que você...
Por que todos
os locais têm que ter um segurança? Por que todas as repartições têm que ter um
segurança? Por que lá no posto de saúde tem um segurança, na unidade básica de
saúde tem um segurança? No hospital. Você vai ao hospital tem um segurança lá
que está observando, está te atendendo. E na escola não tem um segurança.
Então ter um
segurança desarmado na escola, eu acho que a medida é bem-vinda. Mas só o
segurança dentro da escola? “Agora tem o botão do pânico, tem o aplicativo”.
São iniciativas bem-vindas também, tudo o que for em prol da segurança.
Mas eu entendo,
temos que ir para mais do que isso, nós temos que ter ali... porque na frente
da escola eu já vi motociclista empinando moto, eu já vi racha na porta de
escola, carros apostando corrida na porta de escola, eu já apreendi pessoas
vendendo droga na porta da escola, nas proximidades da escola; pessoas que não
têm relação com a escola, que estão lá.
Então, se você
tiver um policiamento no entorno da escola, na portaria da escola, na entrada
dos alunos, na saída dos alunos, você vai dar um sentimento de segurança para
aquela comunidade.
Sempre em dois,
não pode ser um só. Sempre tem que estar em, no mínimo, dois. Isso é um
princípio do policiamento ostensivo. O policial não pode estar sozinho, ele tem
que estar sempre, no mínimo, em dois.
Então, se você
tem ali dois policiais circulando no entorno da escola, ele não precisa estar
dentro da escola. E lá dentro da escola, sim, ter o segurança, o inspetor, um
agente que possa dar uma assessoria, uma atenção para a direção da escola, para
os problemas que vão surgindo.
No caso da
prefeitura, tem as mães de alunos que recebem uma quantia em recurso, segundo
está no noticiário, para também acompanhar essa questão da relação dos alunos
com a escola, com a direção da escola, com o professor, para dar um sentimento
de segurança, um sentimento de que eu tenho alguém ali para me apoiar.
Então o governo
poderia avançar um pouco mais, sim, buscando que policiais que se aposentaram,
com a sua experiência, que possam dedicar mais cinco anos a um serviço de
segurança escolar, ganhando mais um salário, uma complementação salarial.
Eu acho que
isso seria bem-vindo para muitos policiais que se aposentaram, e possam
continuar fazendo um trabalho num serviço de policiamento escolar no entorno
das escolas. Para além das medidas que já foram tomadas, do psicólogo, do
segurança desarmado, mas ter, sim, um serviço de segurança no entorno das
escolas.
Não é uma coisa
difícil. É uma coisa que está ao alcance do Estado, e que vai beneficiar esses
policiais que se aposentaram, e podem continuar ganhando um salário para poder
prover esse trabalho de segurança no entorno das escolas.
Eu entendo que
as medidas que foram tomadas são medidas que a gente tem que reconhecer que o
governo, alguma coisa, está fazendo. Mas que o governo pode além disso, ter
medidas de resultados mais positivos.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Obrigado,
deputado.
Continuando, nobre deputado Donato.
(Pausa.) Nobre deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Nobre deputada Analice
Fernandes. (Pausa.) Nobre deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Nobre deputado
Lucas Bove. (Pausa.) Nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Nobre deputado
Paulo Fiorilo. (Pausa.) Nobre deputada Professora Bebel. (Pausa.)
Nobre deputado Dr. Jorge do Carmo.
(Pausa.) Nobre deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Nobre deputado Itamar Borges.
(Pausa.) Nobre deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Nobre deputado Caio França.
(Pausa.) Nobre deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Nobre deputado Capitão
Telhada.
Vossa Excelência tem o prazo regimental
de 10 minutos.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Reis.
* * *
O
SR. CAPITÃO TELHADA - PP
– Boa tarde, Sr. Presidente. Boa
tarde a todos os funcionários civis e militares da Assembleia Legislativa de
São Paulo. A todos os telespectadores, e que nos acompanham nas fileiras do
nosso plenário.
Estamos
chegando próximo ao final dessa semana. Semana conturbada, com diversos
assuntos polêmicos. Principalmente no que os parlamentares tocam hoje, que é a
segurança nas escolas.
Eu gostaria de
começar o meu discurso trazendo o meu sentimento de não acreditar. Eu acho
inacreditável e inadmissível ouvir pessoas, autoridades, parlamentares,
quererem comparar os atos que nós vimos em Brasília, em 8 de janeiro, a questão
da invasão da Esplanada dos Três Poderes, uma questão lá de trás, querer
comparar isso com os atentados que nós estamos visualizando nos últimos dias,
nas últimas semanas, nas escolas pelo Brasil afora.
A minha opinião
é que isso chega a ser esdrúxulo, chega a ser absurda tamanha
irresponsabilidade, de pessoas quererem comparar um ato que aconteceu, de
invasão a um prédio público, que está sendo investigado.
Ou melhor, não
está sendo investigado como deveria, por obstrução de próprios parlamentares,
lá em Brasília, da esquerda, que não querem que aconteça a CPMI. Comparar
aquela situação com a gravidade do problema que a gente está tendo, com agressões
ativas, com atirador ativo, com agressor ativo, nas escolas de São Paulo?
Isso é um
desrespeito, querer comparar, ou querer colocar a responsabilidade desses
atentados em militantes da direita, trazer um palanque político para um assunto
tão sério. Isso não é uma irresponsabilidade, não é um crime contra as pessoas
que labutam, que trabalham e que militam na questão ideológica de direita, no
prisma de direita.
Isso é um
crime, uma irresponsabilidade e um desrespeito, principalmente, com as vítimas
que sofreram, que perderam as suas vidas; com as famílias que perderam os seus
entes queridos; com as pessoas que estão se recuperando nos hospitais; com as
pessoas que sofreram um trauma psicológico, de ter o local de trabalho invadido
por um ladrão, por um facínora, um covarde que invadiu uma escola infantil e
matou à machadada quatro crianças.
Um discurso
desse é uma irresponsabilidade com essas vidas, com os agentes de segurança
pública e privada que estão se desdobrando para levar segurança agora às escolas.
Está caindo ocorrência, está a todo momento, a cada 10 minutos, caindo trote e
caindo ocorrência real.
A Polícia
Militar e a Polícia Civil estão se desdobrando para fazer segurança para a
nossa população paulista e brasileira. E eu acho inadmissível a gente ver uma
comparação dessa, irresponsável, por parte de autoridades públicas. Não posso
deixar isso passar batido.
Gostaria de
parabenizar também, trocando de assunto, o nosso vice-governador, Felício
Ramuth, que está à frente dos trabalhos de recuperação da área central de São
Paulo.
Estivemos, na
terça-feira, junto do nosso vice-governador e de outras autoridades na região
central, na Rua Prates, próxima à Cracolândia, onde foi inaugurado um Hub, foi
inaugurada uma rede de serviços de Saúde que atende às pessoas que estão em
situação de vulnerabilidade.
Atende àqueles
usuários de crack e outras drogas que, voluntariamente, desejam se tratar. E
nós temos portas abertas hoje, ali na Rua Prates no 165; um serviço
de saúde muito interessante que foi inaugurado nessa terça-feira, numa parceria
do estado de São Paulo com a Prefeitura de São Paulo. Diversos parlamentares
puderam acompanhar esses serviços.
E não só
voluntariamente, mas também aquelas instituições que trabalham na região
central e familiares podem direcionar as pessoas que desejarem ajuda para esse
Hub.
E a pessoa vai
ter ali, desde a entrada, um total acolhimento: psicológico, de saúde, de
tratamento, jurídico, documentos, até ter a possibilidade de sair daquele Hub
com um tratamento encaminhado.
Então, parabéns
ao Governo de São Paulo e à Prefeitura, que estão encarando esse problema, de
maneira corajosa, como nunca foi visto aqui em São Paulo, muito resiliente,
porque é nesse momento que começa a acontecer, lá no centro de São Paulo, a
situação de manobra da massa orquestrada pelos próprios traficantes.
Começam a
mandar os usuários de drogas invadirem comércio, invadirem farmácia, invadirem
supermercado; tudo de maneira orquestrada, para tentar impedir a ação da lei,
para tentar impedir a ação do governo. Então, é nesse momento que o governo tem
que ser muito sério, tem que ser muito resiliente para não recuar.
Então, parabéns
ao Governo de São Paulo, porque a gente está observando isso, e as ações estão
só começando. São ações que estão levando à prisão de diversos traficantes que
já tinham sido investigados, que estavam já reconhecidos e agora estão sendo
levados para apreciação da lei, para a prisão.
Ontem mesmo, à
tarde, foi preso um indivíduo estrangeiro com 10 quilos de cocaína, de pasta
base. Esses 10 quilos de cocaína, de pasta base, iriam se transformar em
centenas de quilos, lá na ponta da linha de cocaína, para os usuários usarem.
Então, começa a
se prender os traficantes; em seguida à ação policial, tem-se uma ação de
Saúde, uma ação social e de acolhimento. Então, parabéns ao Governo de São
Paulo.
E também quero
levar o meu reconhecimento e os meus parabéns ao secretário de Defesa Civil,
chefe da Casa Militar, meu amigo coronel Henguel, e a toda a sua equipe, que
está trabalhando de maneira brilhante à frente da Defesa Civil do Estado.
Desde muitos
anos já, a Defesa Civil vem fazendo um trabalho legal, mas este ano foi de fato
colocada à prova, em janeiro e fevereiro, nas ocorrências que tivemos de deslizamentos
na Baixada Santista, no litoral norte, São Sebastião.
E a Defesa
Civil vem demonstrando uma competência como nunca antes visto. Inclusive,
participei ontem de mais uma assinatura de convênio de 46 municípios que estão
sendo aparelhados pela Defesa Civil do Estado com viaturas, equipamentos de
cortar árvore, serras de corte, equipamentos de combate a incêndio, radares
meteorológicos, que vão ajudar lá na ponta da linha o cidadão paulista, que vai
estar preventivamente sendo cuidado pelo governo.
Por gentileza,
Machado, pode colocar um vídeo que nós temos no ponto.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Muito obrigado,
Machado. Então, reiterando meus parabéns a toda equipe, a todos os oficiais, os
bombeiros da Polícia Militar, que trabalham na Defesa Civil. É um trabalho
importantíssimo, porque a gente tem o costume de só se lembrar da Defesa Civil
quando tem uma catástrofe, quando tem uma calamidade, quando tem uma desgraça
acontecendo. Aí a gente se lembra da Defesa Civil, mas o trabalho deles é muito
além disso.
É um trabalho
preventivo, que é o mais importante, é a prevenção do acontecimento, e eles
trabalham também no acontecimento, no presente, quando se tem uma calamidade, e
no pós.
Então, como bem
disse o coronel Henguel, nós passamos agora a época de chuvas, época de
enchentes, deslizamentos, e estamos entrando em um período de estiagem, que tem
a mesma gravidade, o interior de São Paulo tem que ficar muito atento a essa
questão e, posteriormente, vem um novo ciclo, aproximando-se do final do ano.
Então, parabéns
aos parlamentares que contribuíram com emendas parlamentares com a Defesa
Civil, para equipar os municípios, e espero que nessa nossa legislatura
diversos parlamentares também tenham a consciência de ajudar esses bravos
guerreiros.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado
Capitão Telhada. Próximo orador, deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado
Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Luiz
Fernando. (Pausa.)
Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado
Major Mecca. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Bruno
Zambelli. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Deputado Vitão do
Cachorrão. (Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi, tem V. Exa. o
tempo regimental de dez minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado,
Sr. Deputado, presidente aqui desta sessão, deputado Reis. Eu quero aqui, Sr. Presidente, comentar uma notícia
publicada hoje, na “Folha de São Paulo”, de um jantar entre o ex-governador
Doria e o prefeito da cidade São Paulo, Ricardo Nunes.
Nesse jantar, o
ex-governador Doria, o confiscador das aposentadorias e pensões dos servidores
públicos, manifestou apoio à reeleição do Ricardo Nunes, que também é um
confiscador das aposentadorias dos servidores municipais.
Ele copiou
todas as medidas perversas. Todas não, algumas, porque está há pouco tempo, mas
com certeza ele deve se identificar bastante com o Doria. Para aceitar o apoio
do Doria, deputado Conte Lopes, está desesperado mesmo o prefeito Ricardo
Nunes, porque, na eleição do ano passado, nenhum deputado - pelo menos que eu
tenha presenciado - fez campanha utilizando a imagem do Doria. Nem o Rodrigo
Garcia, que foi tentar a reeleição, não usou.
Hoje o Doria é
um moribundo político e eleitoral, um espantalho de votos. Um espantalho da
política, que as pessoas querem distância dele, do ponto de vista eleitoral,
mas o prefeito da cidade de São Paulo, que está confiscando 100 mil aposentados
e pensionistas, através do Sampaprev 2, inspirado no Doria, inspirado no
Rodrigo Garcia... porque foi o Doria.
A gente não
pode nunca aqui esquecer que foi o Doria que editou o decreto que confiscou, durante
dois anos, a aposentadoria de 600 mil servidores aposentados e pensionistas do
estado de São Paulo, mas, graças à nossa luta, às tuiteiras, às entidades e aos
deputados aqui, nós conseguimos derrubar o confisco no final do ano passado.
Agora, Sr. Presidente,
é incrível. Aqui, dois confiscadores juntos, olhem só a foto: “Doria janta com
Nunes e diz que apoia sua reeleição em São Paulo”. Dois confiscadores de
aposentadorias e pensões juntos contra os servidores, olhe que absurdo. O
Doria, quero lembrar aqui...
O PRESIDENTE - SR. REIS - PT - Ele está com muita coragem,
deputado Carlos Giannazi.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - É.
O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Olha, andar com o Doria, falar que
o Doria está apoiando é “game over”.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Eu acho que ele não quer ser
eleito. Que bom, que não seja mesmo, porque o PSOL tem candidatura própria, que
é o Guilherme Boulos. Agora, é um absurdo, Sr. Presidente, a gente ver o que
está acontecendo aqui na cidade de São Paulo.
Repito:
confisco. Os nossos aposentados e pensionistas da cidade de São Paulo -
professoras, professores, ATEs, servidores da Saúde, da Assistência Social, da
Cultura, da GCM, da Segurança -, pessoas que já contribuíram com o seu regime
previdenciário, com o Iprem, estão sendo confiscados, porque ele, o Ricardo
Nunes - inspirado no Doria, confiscador - confisca também as aposentadorias.
Há uma luta na
cidade de São Paulo e nós vamos derrubar esse confisco, eu tenho certeza,
porque nós derrubamos no estado de São Paulo, nós derrubamos em Sergipe, nós
derrubamos em Alagoas. Nós vamos derrubar em São Paulo, porque há um movimento
forte dos servidores em São Paulo, na Capital, inspirado inclusive no nosso
movimento estadual.
Ressalto aqui a
importância do PDL 92/2022, do vereador Celso Giannazi, da Câmara Municipal de
São Paulo, que é o primeiro PDL apresentado que tramita na Câmara Municipal
para revogar o decreto do Ricardo Nunes, como eu apresentei aqui o PDL 22. É
quase igual o número, né, deputado Conte Lopes e deputado Reis? Aqui era o PDL
22, lá é o PDL 92, na Câmara Municipal, de 2022.
Há tuitaço
também já sendo organizado a todo vapor pelas tuiteiras, agora do município,
com o apoio das nossas tuiteiras aqui de São Paulo, até porque muitas professoras,
por exemplo, são aposentadas na prefeitura e no Estado, porque muita gente dá
aula nas duas redes.
Muitas
professoras se aposentaram nas duas redes e foram vítimas dos dois confiscos,
do confisco do Doria, estadual, e agora do confisco municipal do Ricardo Nunes.
Então, eu quero ressaltar isso.
Olhem só o que
nós estamos assistindo, dois confiscadores juntos. É o abraço dos afogados,
deputado Conte Lopes e deputado Reis, é o abraço dos afogados aqui. Mas, olhem,
eu quero ainda ressaltar e lembrar quem foi Doria. É bom a gente entender aqui
a história recente, de quatro anos.
Doria, além de
confiscar as aposentadorias e pensões, foi ele também o responsável pela
extinção da Sucen - Superintendência de Controle de Endemias no estado de São
Paulo.
A dengue voltou
com força total e ele tem culpa porque ele extinguiu, através do PL 529, que
foi aprovado aqui no plenário. Nós votamos contra, obstruímos, mas a base do
Governo na época, que apoiava o Doria, se ajoelhava e se curvava aos interesses
do Doria, contribuiu também com o fim da Sucen.
Foi o Doria,
também, que extinguiu os institutos de pesquisa. O Instituto Florestal foi
extinto, o Instituto de Botânica e o Instituto Geológico, três institutos
fundamentais na área da defesa ambiental, no combate às queimadas, aos
desastres ambientais do estado de São Paulo.
Em plena crise
climática, na emergência climática, o Doria acabou, extinguiu, também no PL
529, esses três importantes institutos de pesquisa, Sr. Presidente, isso em
plena crise climática. No meio da pandemia, no auge da pandemia, ele acabou com
a Sucen, como eu disse, a Superintendência de Controle de Endemias no estado de
São Paulo.
Mas não foi só
isso. Ele atacou ferozmente, em toda a política de ódio do PSDB, os servidores
do estado de São Paulo. O ódio era tão grande que ele acabou com as faltas
abonadas, aquelas seis faltas abonadas que estavam no Estatuto do Funcionalismo
Público Estadual, que foi aprovado em 1968.
O Ricardo
Nunes, inspirado nele, também retirou uma parte das faltas abonadas dos
servidores municipais, imitando, me parece, o seu amigo. O abraço dos afogados:
Ricardo Nunes e Doria.
E tem mais: o
Doria acabou também com o reajuste do adicional de insalubridade para milhares
e milhares de servidores da Segurança, da Saúde e outros setores do
funcionalismo público estadual.
Foram vários os
ataques do Doria aos nossos servidores, a nossa população, durante o período
que ele permaneceu à frente do estado de São Paulo. O governo dele foi tão ruim
que ele nem candidato foi, nem a presidente, nem a governador.
Ele foi
afastado. Repito: nenhuma pessoa do estado de São Paulo fez campanha com ele.
Ele foi escondido da campanha eleitoral do ano passado pelos deputados
estaduais, pelos deputados federais, pelos candidatos ao Senado, e, sobretudo,
pelo candidato do PSDB. O Rodrigo Garcia escondeu o Doria.
Ele já vinha
sendo escondido lá atrás. Eu me lembro de quando o Bruno Covas foi eleito. Na
campanha do Bruno Covas, ele também não apareceu, porque, se ele aparecesse na
campanha do Bruno Covas, o Guilherme Boulos seria eleito talvez já no primeiro
turno.
Mas o que
aconteceu? O Bruno Covas, após a eleição, no dia do anúncio da sua vitória
eleitoral, aí o Doria apareceu para fazer discurso, mas apareceu depois, no dia
em que foi consagrada a eleição, depois da contagem dos votos, do anúncio. Aí
ele apareceu.
Mas é isso, eu
queria só dizer que estamos assistindo ao abraço dos afogados: o Doria
inspirador do Ricardo Nunes. Dois confiscadores juntos, que confiscaram as
aposentadorias e pensões dos servidores, que confiscaram direitos e benefícios
também dos trabalhadores e das trabalhadoras. Como citei aqui: as faltas
abonadas, o adicional de insalubridade.
Espero que ele
não tenha tempo mais, esse prefeito, Ricardo Nunes, para confiscar mais
direitos e benefícios dos nossos professores, das nossas professoras, dos
profissionais da Educação, dos profissionais da Saúde, da Segurança, da Cultura
e da Assistência Municipal.
Mas repito
aqui: vamos derrubar agora, nossa luta é pela derrubada imediata do confisco
das aposentadorias da Prefeitura de São Paulo, através da luta na Câmara
Municipal com o vereador Celso Giannazi e seu PDL 92. Essa é a nossa luta
prioritária hoje na Prefeitura de São Paulo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Bem, deputado Carlos
Giannazi, o próximo orador é o deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.) Deputada
Delegada Graciela. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputada Ediane
Maria. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez.
(Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.
O
SR. CONTE LOPES - PL -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, voltamos a esta tribuna. Os
deputados estão participando no plenário, nós estamos aqui e vamos falar.
Vimos a foto
que o Carlos Giannazi trouxe agora. O Ricardo Nunes foi vereador conosco lá na
Capital. O deputado Reis deveria ligar para ele e falar que ele está em uma
barca furada em pegar o Doria.
O Doria, quando
tentou sair candidato, estava com um por cento. Apesar disso, ele continua na
mídia, levando governador, levando ministro da Justiça lá para os Estados
Unidos, fazendo palestras, falando que ele conseguiu limpar o Rio Tietê.
Doria, pegue a
Bia, os filhos, vá pescar lá no Rio Tietê, no Rio Pinheiros. Vá lá no Rio
Pinheiros dar uma mergulhada. Se a água está limpa, vá lá dar um mergulho. Já
que tem vida no Rio Pinheiros, vá lá para ver a vida que tem no Rio Pinheiros.
Vossa
Excelência, deputado Reis, é testemunha disso, né? Quantas vezes eu falei do
plenário da Câmara Municipal? É bom eu colocar. Eu fiquei por seis vezes
deputado aqui nesta Casa, perdi a eleição, porque a gente ganha e perde, né?
Tem muita gente que acha que não. O cara acha que ganhou a eleição e nunca mais
vai perder; a vida dele inteira ele tem os votos.
Não é bem assim
não, né? Voltamos a vereador, ganhei uma eleição para vereador, ganhei a
segunda para vereador e depois voltei mais dois mandatos aqui como deputado. E
eu falava sempre na Câmara Municipal quando o Geraldo Alckmin escolheu o Doria
para ser o candidato à prefeitura de São Paulo.
Eu sempre
falava isso, porque tinha o Andrea Matarazzo, primo do senador Suplicy, que
realmente era uma pessoa que conhecia a cidade, vivia na política, uma pessoa
íntegra, que iria sair candidato, mas o Alckmin não. Ele comprou a briga do
Doria e veja que o Doria que acabou matando Alckmin também para governador.
Depois ele se
voltou com o Lula, mas na verdade... Mas eu sempre falava: o problema de pegar
candidato no bolso do colete é duro. Por quê? É a História que fala isso.
Quando o Paulo Maluf tinha 90% do apoio da população como prefeito de São
Paulo, que foi o maior governador e o maior prefeito que São Paulo já teve
quando em atividade.
Só que hoje em
dia, quando querem detonar uma pessoa, se entra pela Justiça e se de uma forma
ou outra vai pegar, né? Como ele chegou a ser condenado porque ele aplicou 200
mil reais da campanha dele, que veio da Eucatex, e o contador não pôs na
campanha; deram seis anos de prisão para ele. Só que a Eucatex é dele, então
foi um erro lá do contador.
Quando você
quer detonar alguém, tem uma forma de detonar. Então na verdade ele falava
isso. Ele lançou o Pitta: “Se o Pitta não fizer um bom governo nunca mais vote
em mim”. E o Pitta realmente não deu muita sorte, porque o Maluf queria, porque
queria, eleger o primeiro prefeito negro em São Paulo, e ele conseguiu.
Com câncer na
próstata e tudo ele fez a campanha. E eu acompanhei a campanha e ele conseguiu
eleger o Pitta. Um mês, dois, o Pitta já queria tomar suas atitudes sozinho e
já não ouvia mais ninguém.
Eu até cobrei
do Maluf: “Dr. Paulo, fale com o cara”. “Conte Lopes, quando o cara se elege e
vai subir no elevador e o PM faz continência para ele, ele acha que os votos
são dele mesmo. Então não adianta falar mais nada”.
E se a gente
continuar falando, a mesma coisa aconteceu com o Quércia, que estava aí na
ponta para ser o presidente da República e encampou que queria eleger o Fleury
como governador de São Paulo. E uma das frases de Quércia: “Faliu o Banespa,
mas elegeu o Fleury”.
Faliu mesmo e o
Fleury se elegeu, só que o Fleury entrando, promotor público, depois de duas,
três semanas, com os outros promotores já estava levantando a vida do Quércia
lá para todo lado. Coitado do Quércia, e daí para frente. A mesma coisa
aconteceu com o prefeito Haddad. Não tinha experiência política nenhuma, também
foi lançado e chamaram-no de “poste do Lula”. Elegeu-se e teve os seus
problemas também.
Por quê? Porque
o cara não conhece, o cara nunca foi vereador, nunca foi deputado e ele acha
que todo mundo está enrolado. E ele não quer ouvir, então ele se cerca de
técnicos. Todo mundo para ele é técnico. O técnico é bom, mas o político fica
longe dele. Só que quem decide a política é o político; não resta a menor dúvida.
Está aí a
eleição até para presidente. Tivemos várias falhas aí. Não fizemos a campanha
na periferia de São Paulo. Quantas vezes eu cobrei: vamos para a periferia de
São Paulo? São sete milhões de habitantes, deputado Reis. Vossa Excelência
conhece mais do que eu.
Só ia na
igreja. A campanha era só na igreja, ninguém ia. O cara vai no nordeste, o
estado tem um milhão de habitantes, vai dez vezes. Aqui na periferia de São
Paulo a pessoa não vai fazer campanha. Então acaba tendo dificuldades, não resta
a menor dúvida. Por quê? Porque também ninguém quer ouvir político, “vamos
ouvir os técnicos”. Daí para a frente é isso.
Mas eu até
queria aproveitar esse minuto que me resta para fazer uma crítica veemente ao
nosso presidente, o deputado Reis, que andou fazendo umas críticas aí ao uso da
Polícia Militar, deputado Reis, por empresas privadas? Não, isso aí não é
cabível. Não acredito que isso esteja acontecendo na cidade de São Paulo.
Vossa
Excelência fez essa denúncia, a deputada Monica também fez uma denúncia nesse
sentido. Eu não acredito nisso aí. A Polícia Militar e a Polícia Civil têm que
dar segurança para o povo de São Paulo.
Nós temos cem
comércios no centro de São Paulo fechados por insegurança, na cidade, aqui no
centro de São Paulo. Tem que acabar com a Cracolândia? Tem, de uma vez. Não
adianta acabar aos pouquinhos e o pessoal lá está do jeito que está: invade
farmácia, rouba toda a farmácia, invade as empresas, invade mercado. O que é
isso? Um monte de gente?
É, a polícia
tem que estar aí para isso, é para dar segurança, essa é a função da polícia.
Não é que eu não acredite nisso, pois eu estou criticando aqui o presidente
Reis nesse sentido. Seria uma denúncia infundada? Está usando o COE,
helicóptero, para ajudar empresa privada na segurança? Eu não acredito nisso.
Então, V. Exa.,
que está na Presidência da Casa, tem que explicar melhor isso, né? Porque para
mim ninguém falou nada também. Se alguém ainda tivesse falado, eu falava:
“Espere aí, então calma, não é bem isso aí”. Até agora também ninguém me falou,
eu estaria cobrando dos policiais, do pessoal que trabalha comigo. Alguém
ouviu? Não, ninguém ouve.
Está lá, eu vi
no “Estadão”. Eu vi no “Estadão” a matéria. Fica aí, queremos apurar a
realidade. Eu não acho que é por aí. Agora, denúncias vazias é duro. O que está
acontecendo? Como é que pode? A empresa privada usa a PM? Como que é? Chama o
helicóptero e o helicóptero vai? Usa o COE, usa a Rota? E o povo? E a segurança
do povo, aí não precisa? Não, não é por aí.
Então fica aqui
minha colocação para ver realmente o que está acontecendo. Tenho cobrado na
tribuna, que aqui é a função do deputado cobrar o que está acontecendo nesta
Casa. Deputado fala da tribuna da Assembleia. Então, como eu vim à tribuna, eu
cobro aqui também da tribuna.
Eu falo: poxa,
você está fazendo ouvidos de mercador aí. “Eu, Reis, fiz a denúncia”, e você
não fala nada? Então. Não sei, estou tentando apurar, li o “Estadão”, não
entendi bem. Uma empresa? O helicóptero ajuda a empresa? Ou a Polícia? Não
pode, tem que ser todas as empresas, e não é a função da Polícia Militar, nem
da Civil.
Polícia Militar
e Civil são para dar segurança ao povo de São Paulo, combatendo o crime,
combatendo o crime. Essa é a realidade. Nós vamos continuar cobrando isso.
Então fica aí. Não sei se foi feito algum... Agora, a gente é da Polícia
Militar. Estamos aqui há quase 30 e tantos anos, a denúncia é feita, a gente é
obrigado a saber o que está acontecendo.
Eu não acredito
nisso, que se hoje a Polícia Militar a que eu pertenci e pertenço para
atividades privadas, para atividades privadas, apoiar firmas de segurança.
Então, deputado Reis, não acredito na denúncia de Vossa Excelência.
Obrigado.
Encerro minha
colocação.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Deputado Conte
Lopes, depois, V. Exa., como vice-líder do seu partido, pede pelo Art. 82 para
a deputada Fabiana Barroso poder usar a tribuna.
O
SR. CONTE LOPES - PL - Vossa Excelência
vai responder a este deputado? Ou depois?
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Não. Esse caso,
deputado Conte Lopes, é objeto de uma representação que eu fiz ao Ministério
Público com base nas informações que foram publicadas na grande imprensa, e
também um Requerimento de Informações, que inclusive já saiu publicado no
“Diário Oficial” essa semana, endereçado ao Sr. Secretário de Segurança
Pública, para que ele possa nos informar o que realmente aconteceu com relação
à empresa Rumo Norte, na Baixada Santista, e que teve inclusive policiais que
foram vítimas de homicídio do próprio COI,
numa ação que aconteceu lá e a gente precisa apurar.
O ideal seria que nós pudéssemos aqui
instalar uma comissão parlamentar de inquérito para poder apurar todos os
ocorridos porque, como são notícias que vêm da imprensa, sem um processo
investigativo, fica difícil para a gente ter realmente a leitura do que
aconteceu, mas com base nas informações, nós fizemos a devida representação
para que o Ministério Público possa instaurar uma ação investigativa, uma ação
civil. Nós também estamos aguardando os quesitos que eu encaminhei ao Sr.
Secretário de Segurança para que ele nos informe.
Assim que as informações chegarem, nós
poderemos ter uma melhor leitura do que aconteceu com essa denúncia de uso da
polícia militar indevidamente para executar segurança privada.
O
SR. CONTE LOPES - PL - Obrigado. Pela ordem,
Sr. Presidente, só para indicar a nobre deputada Fabiana Barroso a falar pelo
Art. 82.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o pedido
de Vossa Excelência.
Antes da deputada falar, eu quero
anunciar a presença -inclusive que estão aqui acompanhados pela deputada
Fabiana Barroso - o Sr. Dirceu Brás Pano, prefeito de Américo Brasiliense; o
Sr. Adriano Arruda, chefe de gabinete da Prefeitura de Américo Brasiliense; e o
Sr. Jozuel Duque, que é o diretor de Trânsito. Sejam todos bem-vindos à
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Tem a deputada Fabiana Barroso o tempo
regimental de cinco minutos.
A
SRA. FABIANA BARROSO - PL – PELO
ART. 82 - Boa tarde a todos. Muito obrigada, deputado, por me ceder.
Quero aqui
agradecer a presença novamente do prefeito Dirceu Pano, de Américo Brasiliense;
do diretor de Trânsito e Transporte, Jozuel Duque; e do chefe de gabinete,
presidente da Conseg, Adriano Arruda. Sejam bem-vindos! Aqui é a Casa do Povo. Já
estão aí, no Executivo, parabéns pelo trabalho.
A cidade de
Américo Brasiliense é uma cidade na qual eu queria focar hoje o assunto por
conta de mais um abuso que está acontecendo. O meu nome é Fabiana Barroso, mas
para quem está me assistindo aí na TV Alesp, eu também sou conhecida como
Fabiana Bolsonaro, muitos me conhecem assim por aí.
Eu vim dizer
dessa barbaridade, inclusive tem até uma notícia para colocar no telão, eu acho
que dá para colocar no telão. Pode dar play no vídeo, por gentileza, que após
eu faço a minha colocação.
* * *
É exibido o vídeo.
* * *
Está ótimo,
muito obrigada! Para dar tempo de concluir a minha fala, eu vou linkar,
obviamente, eu gosto de linkar assuntos. Gente, primeiramente, isso é
inadmissível.
O que aconteceu
em Américo Brasiliense. O que está acontecendo com o nosso País. Novamente, um
ataque com facas. Pra deixar bem claro: facas. O que dá a entender o quê? Não
são as armas, é quem as usa. Vou ficar falando disso toda a vez que eu subir
aqui. Facas.
Um indivíduo
infeliz entrou em um hospital onde salvam vidas e tentou ceifar vidas. Isso é
inadmissível. Em Américo Brasiliense... O prefeito está aqui. Imagino prefeito
a tensão que foi todo esse momento. Parabéns pela conduta. Parabéns pela
polícia que tem lá auxiliado o senhor. A polícia também foi rápida, imediata, e
conseguiu conter o rapaz.
Infelizmente, a
forma de conter foi dando um tiro, ou seja, a arma defendeu a sociedade. A arma
defendeu a vida. Tinha uma moça sendo feita de refém por uma pessoa que estava
usando uma faca e uma arma conseguiu salvar a vida da moça.
Então, a gente
tem que ver se são as armas mesmo que estão acabando com a sociedade ou o que é
que está acontecendo. Porque eu tenho certeza de que bandido não tem que ter
arma.
Bandido não tem
que chegar perto nem de faca, nem de nada. Bandido tem que estar na cadeia. Na
cadeia, muito bem preso. Bandido não tem que ficar na rua, junto com a gente da
sociedade.
Inclusive, o
diretor clínico foi esfaqueado, foi ferido. Sete pessoas feridas. Gente,
imagina que tormento um familiar seu indo trabalhar. Um familiar seu indo ser
atendido no hospital e passa por uma situação dessa. Ainda bem que a polícia
existe.
Gostaria de
falar nos segundos que me restam, que eu estava hoje, de manhã, com o
secretário Derrite, de Segurança, e ele me passou uma informação
importantíssima.
Tem um
aplicativo que acabou de ser feito, chamado 190, que eu vou divulgar em minhas
redes sociais, ele também vai divulgar, que é para proteção. Lá dentro desse
aplicativo tem um botão de socorro que chama urgentemente a Polícia Militar.
Então, vamos
acionar a polícia sempre que preciso.
É isso.
Obrigada.
O
SR. CONTE LOPES - PL - Parabéns, deputada.
Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem?
O
SR. CONTE LOPES - PL - Para um comunicado.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o
pedido de Vossa Excelência.
O
SR. CONTE LOPES - PL - PARA COMUNICAÇÃO -
Até cobrei de V. Exa. aí o problema da Polícia Militar lá na Baixada, que V.
Exa. fez a denúncia aqui, neste plenário, porque eu também estou meio
revoltado.
Veja bem, V. Exa., um amigo meu, que eu
conheço por Fofinho, que tem uma mulher, Priscila, ele é pescador lá em
Bertioga, região da Boraceia, ali em Bertioga. Ele foi assaltado por quatro
bandidos que invadiram a casa dele. Bateram no cara, levaram tudo, levaram o
carro do pescador, uma Toro.
Eles pediram apoio à polícia. No
Guarujá, a Polícia Militar perseguiu os quatro bandidos. Um foi morto, um foi
baleado e os outros foram presos. Os quatro policiais estão no presídio Romão
Gomes. A Polícia Militar prendeu os quatro policiais. Estão na cadeia.
O moço, o rapazinho, que foi criado
comigo lá, pequenininho, ele não consegue entender. Nem a menina, que quase é
barbarizada pelos bandidos. Como é que é? Ele salva, devolve carro, devolve
dinheiro, devolve tudo que levaram e os dois estão na cadeia. Então, isso deixa
a gente chateado.
Eu estou cobrando aqui? Não. Cobrei lá
em uma reunião que nós tivemos com o secretário Derrite, com o Nico, com o
Arthur, com o Coronel Cássio. Eu cobrei isso. O homem trabalha, arrisca a vida,
protege as pessoas e vai parar na cadeia, no Romão Gomes.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É um absurdo.
O
SR. CONTE LOPES - PL - É um absurdo total.
Agora, veio esse a tratar de um lado, vão tratar o resto ajudando empresa
privada? Aí não dá. Aí realmente não dá para engolir. Pelo amor de Deus. O
homem está defendendo a sociedade, e está na cadeia. Está no presídio Romão
Gomes.
Os quatro estão presos, porque a
Corregedoria fica procurando pelo em ovo. E se quiser procurar pelo em ovo, V.
Exa. foi policial militar, foi policial civil, é policial civil... Se quiser
procurar, procura.
É o que eu falei, se você quer mandar
um político para a cadeia você manda. Você joga uma bola, depois você joga
outra e uma hora vai achar alguma coisa dele.
Ele fez alguma coisa no exército - vai
lá - ou então quando ele estava na escola. Então é a mesma coisa. Ficam
procurando... Quatro homens na cadeia. Eles foram depor hoje.
Estão depondo hoje chorando, porque
foram defendidos. E é mandado para a cadeia, vai para o presídio. Não é
responder. Responder, qualquer um responde. Eu respondi processo a minha vida
inteira.
Agora, você responde como você sabe...
vai lá, responde, o juiz te condena ou não. Mas PM não; enfia na cadeia
primeiro e vai discutir depois. A gente tem que continuar cobrando essas coisas
erradas mesmo.
Obrigado.
O
SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, pedir
o levantamento da sessão.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o pedido
de Vossa Excelência. Só antes de levantar a sessão, deputado Conte Lopes, só
para lembrar que só hoje chegou para mim quatro pedidos de segurança pública
para que intensifique o Policiamento Ostensivo.
Um pedido veio da Vila Mascote, ali
junto da Vila Santa Catarina, pertence à Jabaquara, que estão acontecendo
muitos roubos e a população está cobrando a segurança pública.
Não é a segurança privada, é a
segurança pública. Os moradores do Horto do Ipê também, no Campo Limpo. Os
moradores do Morumbi Sul e os moradores do Jardim São Luís, todos reivindicando
que o Estado, a Secretaria de Segurança garanta melhora no Policiamento
Ostensivo nessa região.
O
SR. CONTE LOPES - PL – PARA
COMNICAÇÃO - Presidente, um
complemento... Vossa Excelência está com a razão e é verdade, o povo procura
... o policial, o povo procura, os comerciantes procuram.
Eu estou
rezando. Já falei aqui várias vezes que a decisão do governador Tarcísio dê
certo em relação à segurança pública, porque a primeira vez, em mais de 50 anos
de Polícia, que eu só vi general, coronel, juízes e promotores, juristas à
frente da Secretaria de Segurança Pública.
Hoje nós temos
policiais: temos o Derrite, o capitão Derrite na Secretaria de Segurança
Pública; o adjunto, o Nico; temos o Artur, delegado-geral; temos o Cássio e o
comandante Derrite. Então a gente está torcendo, não é que a gente é contra,
pelo contrário. A gente cobra falando o que está acontecendo. A gente ouve o
povo. Por isso, quando V. Exa. faz uma colocação daquela, eu cobro por causa
disso. A gente fala como povo. A gente está aqui porque o povo votou na gente.
A gente chega aqui com voto do eleitor.
Então agradeço
e é isso aí, estamos rezando para dar certo porque pela primeira vez temos
policiais à frente da Secretaria de Segurança Pública.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, havendo acordo de lideranças, essa Presidência, antes de dar por
levantados os trabalhos, convoca V.Exas. para a Sessão Ordinária de amanhã, à
hora regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a sessão. Tenham todos
uma boa tarde.
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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 57
minutos.
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