24 DE MARÇO DE 2025

32ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: EDUARDO SUPLICY, CARLOS GIANNAZI e MARCELO AGUIAR

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h07min.

        

2 - MARCELO AGUIAR

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

        

4 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - MARCELO AGUIAR

Assume a Presidência.

        

6 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - MAJOR MECCA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

11 - PRESIDENTE MARCELO AGUIAR

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 25/03, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h51min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Eduardo Suplicy.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Vamos chamar agora os deputados estaduais inscritos para o Pequeno Expediente, Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Enio Tatto. (Pausa.)  Marcelo Aguiar.

Deputado Marcelo Aguiar terá o tempo regimental do Pequeno Expediente, tem a palavra.

 

O SR. MARCELO AGUIAR - PODE - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, presidente Suplicy. Quero cumprimentar todos que nos assistem pela TV Alesp, cumprimentar também todos os presentes, toda equipe que trabalha nesta Casa, Polícia Militar - como sempre presente fazendo um excelente trabalho nesta Casa - e ao mesmo tempo cumprimentar a todos que trabalham na estrutura desta Casa.

Bom, eu venho nessa segunda-feira falar um pouquinho a respeito da política, falar um pouquinho também a respeito de alguns nomes que têm se lançado para 2026 e ao mesmo tempo parabenizar mais uma vez o nosso querido André do Prado, pelo excelente trabalho.

Ele que acaba de tomar posse, tomar posse não... Na sua... Mais uma vez dando continuidade na sua... Esse trabalho maravilhoso que vem fazendo, unindo todas as bancadas e dando oportunidade de uma forma democrática a todas as bancadas, para que tenham espaço nesta Casa de uma forma democrática.

Essa semana eu fui surpreendido por um vídeo - que recebi e ao mesmo tempo na rede social de um grande amigo meu, que faz um trabalho há mais de três mandatos como deputado federal, foi deputado federal comigo - do pastor Marco Feliciano, aonde ele lança e coloca à disposição seu nome para ser candidato ao Senado, como senador da República em 2026, e eu venho aqui fazer menção a respeito disso.

Assim como eu venho falando muito a respeito da reeleição, assim como eu prezo pela reeleição do Tarcísio de Freitas, o nosso governador Tarcísio de Freitas - por vários motivos, pelo trabalho, pela condução, pelo homem técnico, pela responsabilidade, pelo pulso firme, pelos seus princípios, por aquilo que ele defende - assim como faço parte da base do governo, porque acredito nesse homem de garra.

Assim como foi em Brasília, assim está se saindo de uma forma surpreendente em São Paulo - e chegou aqui não conhecendo muito talvez da parte política e vem surpreendendo todo o estado de São Paulo pela sua maestria e trabalhando de uma forma surpreendente -, eu acho que está na hora de darmos oportunidade para novos nomes se lançarem no cenário político.

O pastor Marco Feliciano tem sido um guerreiro em Brasília. Ele tem enfrentado há muitos anos - foi deputado comigo há oito anos e agora mais essa legislatura - ele tem enfrentado de frente uma luta e uma guerra nesse cenário horrível que nós estamos vendo em Brasília nesse momento. Eu falo horrível porque nós estamos vendo, o Brasil está vendo o que está acontecendo com a política em Brasília.

Um desgoverno, ao mesmo tempo um cenário de vários ministérios desorganizados, uma inflação absurda e muitas coisas acontecendo, e eu vejo no pastor Marco Feliciano um momento oportuno de ter essa oportunidade e de colocar o nome à disposição.

Por isso, eu venho aqui falar para o nosso ex-presidente Jair Bolsonaro, e presidente, de uma forma ali até hoje no PL reconhecido como presidente: Jair Bolsonaro, acho que está na hora de escolher os nomes certos para representar os cristãos no Brasil.

Apesar de que os cristãos que ocupam hoje a tribuna não legislam para um segmento cristão, eles legislam para todos. Assim como eu uso meu mandato porque os cristãos tomam ônibus, pegam ônibus, usam o meio da Saúde, utilizam o transporte público, vão ao supermercado, assim como todo cidadão. Eles passam pelas mesmas lutas, como qualquer cidadão. Enfrentam os momentos difíceis, como qualquer outro cidadão, porque estão inseridos na população.

Eu acho que chega um momento em que nós temos que enxergar não nichos, mas temos que enxergar aqueles que têm princípios. Em um país onde nós temos mais de 90% de um país que é conservador, darmos a oportunidade talvez de um homem... Mais um segundinho, presidente, já encerro.

Uma pessoa que tem princípios e tem sido um grande batalhador, e o pastor Marco Feliciano tem demonstrado isso. Por isso, quero parabenizá-lo, pastor Marco, pela ousadia de antecipadamente ter colocado o nome à disposição. Esse ano de 2026 nós teremos aí, nesse início de campanha, duas vagas para o estado de São Paulo, e eu acredito muito em V. Exa. porque já sou seu amigo há muitos anos, conheço a vossa conduta, conheço o teu trabalho.

Sei que Vossa Excelência tem rodado o país inteiro falando a respeito daquilo que acredita, não apenas como homem público, como homem de Deus, como pai de família, mas também como um grande legislador. Por isso eu venho aqui hoje parabenizá-lo. Conte comigo.

Eu tenho minhas posições. O meu partido é um partido de centro, eu sou uma pessoa de centro-direita, uma pessoa que sempre deixou muito claros os seus posicionamentos, mas ao mesmo tempo tem uma aliança com o Podemos, mas saiba que nós estamos numa luta naquilo que acreditamos, e nunca escondi aqui porque não sou uma pessoa de ficar em cima do muro, mas tenho posição.

Por isso, pastor Marco, parabéns, que Deus o abençoe e lhe dê o caminho certo, o norte, e que lhe dê sabedoria em todas as suas decisões. 

Muito obrigado, Presidente, lhe agradeço pelo tempo permitido.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Agora o próximo orador é o deputado Eduardo Suplicy. Assim, eu vou pedir a atenção do deputado Carlos Giannazi se puder presidir a sessão, por favor.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, no Pequeno Expediente de hoje, nesta segunda-feira, com a palavra o deputado Eduardo Suplicy, que fará uso regimental da tribuna pelo tempo estipulado pelo Regimento Interno aqui da Assembleia Legislativa de São Paulo.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, deputado Carlos Giannazi, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, gostaria, em primeiro lugar, de saudar a boa notícia, segundo a qual o Papa Francisco saiu do hospital e foi já para a sua residência, e ontem de manhã, ele saudou a todos os fiéis.

Agradeceu muito que nesse tempo longo, período de hospitalização, ele disse que teve a oportunidade de experimentar a paciência do Senhor, que veio refletida também na preocupação incansável dos médicos e dos profissionais, bem como na atenção e nas esperanças das famílias dos enfermos.

E, muito importante, ele disse: “Peço que silencie imediatamente as suas armas, seja em Gaza, na Rússia, na Ucrânia, na Palestina, em Israel”. O apelo do Papa é que se tenha coragem de retomar o diálogo para que todos os reféns sejam libertados, se alcance um cessar fogo definitivo. Aqui, um apelo especial aos palestinos e aos israelenses.

Eu tenho a convicção de que o Papa Francisco é, hoje, uma das pessoas mais respeitadas no planeta Terra, e a sua coerência, a sua fala, sempre no sentido de que as pessoas possam se dar bem e estar voltadas para o bem comum, para a construção de sociedades justas, fraternas e solidárias. Para isso, ele tem recomendado sempre colocar em prática aqueles instrumentos de política econômica que venham a significar a elevação do grau de justiça na sociedade.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Marcelo Aguiar.

 

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E, dentre estes instrumentos, está, justamente, além da melhor qualidade de educação para todas as crianças, jovens e adultos, da melhor atenção à saúde, através do SUS, aqui no Brasil, e, também, através da expansão do microcrédito, à luz dos ensinamentos de Muhammad Yunus, Prêmio Nobel da Paz, que em Bangladesh criou o Banco do Vilarejo, mas aqui no Brasil ele tem estado e sempre estimulado a expansão do microcrédito nas instituições, tanto oficiais quanto privadas e, dentre outros, está justamente a Renda Básica da Cidadania, que um dia será universal e incondicional no Brasil, segundo a lei aprovada há 21 anos pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Lula, em 8 de janeiro de 2004.

Queria aqui assinalar que, na última sexta-feira, junto com a Bancada Feminista, nós fomos até o protocolo da Presidência para ali depositar o que a Frente do Povo Negro Vivo, composta por mais de 100 movimentos populares e entidades da sociedade civil, que vieram protocolar, um pedido de impeachment contra o governador Tarcísio de Freitas e o secretário de Segurança Pública, Guilherme de Derrite. O pedido foi motivado pelo aumento da letalidade e da violência policial no estado, especialmente contra jovens negros e periféricos.

Em 2023, 460 pessoas foram mortas pela Polícia Militar de São Paulo, número este que subiu para 673 em 2024, sendo a maioria das vítimas pessoas negras. Os dados evidenciam uma atuação racista e seletiva das forças de segurança, respaldados pelo discurso e pelas ações do governador e do secretário de Segurança Pública.

Após o protocolo, houve uma aula pública na Faculdade de Direito da USP e um ato em frente à Secretaria de Segurança Pública, exigindo mudanças na forma e na condução da política de Segurança Pública.

Lembro que, no início de dezembro passado, eu e mais 25 deputados desta Casa também protocolamos um pedido de impeachment contra o secretário de Segurança Pública, em razão de recorrentes casos de abuso do poder e homicídios praticados por policiais militares.

É preciso romper com a lógica de guerra contra o povo negro e periférico e construir um novo modelo de política baseado na promoção e na garantia de direitos, na prevenção do controle externo da atividade policial e nas ações de inteligência, para que possamos parar de contar nossas vítimas.

A vida da população negra e periférica importa e a Assembleia Legislativa de São Paulo precisa cumprir o seu papel na defesa de uma Segurança Pública democrática e antirracista.

 

O SR. PRESIDENTE - MARCELO AGUIAR - PODE - Muito obrigado, deputado estadual Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Eu estou na Lista Suplementar e espero ser novamente...

 

O SR. PRESIDENTE - MARCELO AGUIAR - PODE - Perfeito. Chamarei com muito prazer, deputado. Seguindo aqui a lista de oradores do Pequeno Expediente, quero chamar o deputado estadual Carlos Giannazi, pelo tempo de cinco minutos na tribuna.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia.

Sr. Presidente, olha, o governador Tarcísio de Freitas está leiloando o estado de São Paulo. Como ele não é daqui, não tem compromisso nenhum com o estado de São Paulo, ele está vendendo o estado de São Paulo, privatizando tudo o que ele encontra pela frente. Leiloando escolas na Bolsa de Valores, privatizou a Sabesp. Agora pretende, nos próximos dias, dia 28, privatizar as linhas 11, 12 e 13 da CPTM. As linhas que funcionam bem, que são públicas, serão privatizadas também.

Mas já denunciei também, na semana passada, a privatização do Poupatempo, Sr. Presidente. O Poupatempo que funciona muito bem no estado de São Paulo, que é uma referência para a população, que existe desde a gestão do Mario Covas, vai ser destruído porque há estudos já indicando que o Poupatempo também será privatizado. 

Mas, além de todas essas denúncias que eu tenho feito, Sr. Presidente, das privatizações, terceirizações, da farra dos pedágios também, que eu não posso me esquecer aqui, agora desse escândalo, dessa privataria bolso-tucana, da farra dos pedágios.

O governo já anunciou, está no Diário Oficial, que haverá a implantação de mais de 37 pedágios no estado de São Paulo, na Região Mogiana e também na região de Serra Negra, Amparo, Bragança Paulista, Socorro, Águas de Lindóia, Lindóia, Pedreira, toda aquela região será afetada, o circuito famoso, o circuito das águas. Ali vamos ter dezenas de pedágios, e isso vai penalizar imensamente toda a população local e do estado de São Paulo.

Mas, além disso, Sr. Presidente, como se não bastasse isso, o governo agora também pretende privatizar, vender áreas de pesquisa, fazendas públicas de pesquisa, comprometendo - olha a gravidade da situação - em plena crise climática, em plena crise hídrica mundial, brasileira e, sobretudo, do estado de São Paulo.

O governo está vendendo, fazendo estudos para vender áreas de pesquisa. Está aqui uma denúncia gravíssima, publicada inclusive no jornal, aqui no “Globo”, no G1, está aqui: “Venda de áreas de pesquisa em São Paulo ameaça maior manancial de água do mundo, alerta a associação”.

A associação é a PQC, a Associação dos Pesquisadores e Cientistas do Estado de São Paulo. A associação faz essa denúncia através da sua presidente, a Helena Dutra, uma grande cientista combativa que defende a ciência, defende a pesquisa, defende os servidores dos institutos de pesquisa, todos eles, inclusive, logicamente os pesquisadores.

É uma denúncia gravíssima, com muita credibilidade, Sr. Presidente, dando conta de que o governo está estudando vender áreas de pesquisa, e isso vai comprometer o Cerrado, esse bioma do estado de São Paulo, que já é pequeno por conta da devastação ambiental, da falta de fiscalização.

Mas caso haja essa venda, o Cerrado do estado de São Paulo estará comprometido. E mais ainda, o Aquífero Guarani, que é a maior reserva de água doce, reserva subterrânea de água doce do planeta Terra, essa reserva subterrânea de água doce estará comprometida caso esse projeto nefasto e perverso do governador Tarcísio de Freitas seja efetivado. 

Veja bem, é grave a situação, repito, em plena crise climática, aquecimento global. O estado de São Paulo, que sofre muito com esse processo todo, sobretudo no interior paulista, na Baixada Santista, com o calor intenso, o governador vai vender fazendas públicas que são áreas da pesquisa científica do nosso Estado, Sr. Presidente. E nós não podemos permitir que isso aconteça, nós estamos em luta.

Eu quero só ler aqui um trecho da matéria, dando conta da gravidade da situação, que a Helena Dutra, que é a presidente da PQC, ressalta que, diante das mudanças climáticas e da crescente escassez hídrica em municípios paulistas, o estado deveria priorizar investimentos em pesquisa para garantir a segurança hídrica. Ela diz: “Vender áreas de pesquisa diante desse cenário é um crime contra o futuro”, afirmou a presidente. É o comunicado.

A Associação reforça a necessidade de maior financiamento para os 16 institutos públicos de pesquisa paulistas e alerta que a continuidade dos estudos depende da preservação dessas áreas. 

Então, está aí, Sr. Presidente, eu peço aqui o apoio de todos os deputados e deputadas que têm compromisso com o povo paulista, com os 42 milhões de habitantes. Que se rebelem, que se coloquem, que façam gestões contra essa possibilidade contra esse estudo de vender fazendas agrícolas, fazendas de pesquisa, áreas de pesquisa do estado de São Paulo.

Porque o governador não está nem aí para São Paulo. Nem daqui é. É um forasteiro, caiu de paraquedas aqui. Foi bancado pelo Bolsonaro, não tem compromisso nenhum. Ele vai embora, e ele vai fazer um estrago. Ele vai deixar um rastro de destruição jamais visto no nosso Estado.

Porque ele consegue unir duas coisas ruins: o bolsonarismo, a extrema direita fascista, com o tucanistão, com a privataria dos tucanos. Então essas duas coisas são ruins no Brasil e para o estado de São Paulo, e estão juntas agora no governo Tarcísio. Então é importante que a gente faça resistência.

E que os deputados que têm compromisso com o povo, e não com esse governo forasteiro, que eles se manifestem, e façam gestões e se coloquem contra a privatização, a venda de áreas de pesquisa.

Porque o meio ambiente vai sofrer, o povo vai sofrer. Vai ser a destruição do bioma do cerrado e, olha só, a maior reserva de água doce do mundo estará comprometida, caso esse projeto nefasto se realize no estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MARCELO AGUIAR - PODE - Pois bem, obrigado deputado Carlos Giannazi. Dando sequência, agora na Lista Suplementar, queria chamar o deputado Delegado Olim. (Pausa.)

Dando sequência, Major Mecca. Major e deputado Major Mecca, tem o tempo regimental da Casa por cinco minutos. Já está chegando a sua vez, deputado Suplicy.

Eu tenho compromisso e se por acaso o Major Mecca puder ceder, a gente pode fazer uma troca hoje.

 

O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Não, não cedo. Porque eu vou repudiar, em nome dos policiais militares do estado de São Paulo, o ataque chamando os nossos homens e mulheres, que derramam seu sangue para defender o povo de São Paulo, de assassinos racistas. Não são, deputado. Eles não são racistas, não são assassinos, não são genocidas.

Os policiais militares do estado de São Paulo são os homens e mulheres que defendem os pobres dentro das favelas. Favelas que foram tomadas pelo PT, pelo PSOL, pela política de esquerda, que vende para os jovens que pancadão é cultura. É uma festa regada a drogas, promovida pelo crime organizado, que hoje perturba todo o povo da periferia.

Periferia hoje não é mais o que era na minha infância, presidente. Quando eu cresci na Vila Brasilândia, na década de 70 - sou de 68 -, a periferia era um lugar gostoso de se viver. Havia amizade, havia respeito. Hoje está na mão do crime organizado, resultado dessa política de glamourizar e defender bandido, que desenvolve o PT, o PSOL e todos os partidos de esquerda.

Agora o PT, os deputados do PT e do PSOL, estão preocupados com os bandidos. Olha, morreu muito bandido. Depois que morre, vira trabalhador, estudante, era uma pessoa maravilhosa. E adianto aos senhores: eu sou policial e por 32 anos estive na ativa.

Quando você responde a uma agressão a tiros, você só vai conseguir ver a cútis da pessoa que te agrediu a tiros depois que ela está caída no chão, se você tiver a sorte de alvejá-la antes dela tirar a sua vida. Nem para isso dá tempo de você ver se é branco, se é negro, se é homem, se é mulher, o tipo de armamento.

Então nós estamos aqui nesta Casa e estamos nesta tribuna para defender esses homens e essas mulheres que, há décadas, são atacados pela esquerda, atribuindo atos criminosos. Em todas as ocorrências que foram citadas aqui, existe um processo legal.

Os senhores já querem condenar antecipadamente o policial. Não existe, então, presunção de inocência? Só existe para quê? Para os petistas que foram presos durante a Lava Jato, aí, para eles, existe. Mas para nós, policiais, para o cidadão de bem, não existe.

Não se engane, quem está nos acompanhando pela TV Alesp. A esquerda quer destruir a Polícia Militar e as polícias de São Paulo. Sabe por que apresentaram um pedido de impeachment do Tarcísio e do Derrite aqui? Porque hoje a polícia de São Paulo incomoda o crime, incomoda o crime organizado.

Hoje a ordem é: ladrão que enfrentar a polícia vai ter resposta à altura. Se o crime é organizado, a polícia é mais organizada ainda. E nós não retrocederemos um passo que seja no combate ao crime no estado de São Paulo.

Hoje pela manhã, Sr. Presidente, às seis e meia da manhã, eu estava no Hospital da Polícia Militar, um hospital que, durante 30 anos, foi abandonado pelo governo. Hoje, graças a uma emenda à lei orçamentária, nós conseguimos enviar 18 milhões para que aquele hospital retomasse a sua construção.

Então eu fui junto com os policiais militares passar por uma consulta, fiquei na fila junto com eles para ver e fiscalizar o dinheiro que está sendo empenhado. Fui na sala de tomografia.

Hoje tem um tomógrafo no Hospital da Polícia Militar para atender os policiais. Está sendo comprado um mamógrafo para as policiais femininas. Reformamos todo o pronto-atendimento, com leitos novos, todos os leitos com monitores.

Fomos ao CRPM, ao Centro de Reabilitação. Para quem não sabe, a Polícia Militar tem mais de sete mil deficientes físicos em razão da função. E era ventilador no Centro de Reabilitação para os policiais; hoje está climatizado. Nós estivemos, semana passada, no Vale do Paraíba, no 5º Batalhão de Polícia Militar do Interior, onde nós conseguimos enviar recursos e reformar todo o alojamento, os alojamentos, das policiais femininas.

Tudo isso é na busca de dignidade para esses homens que morrem. O número de policiais mortos não foi falado, o número de policiais militares que estão numa cama, paraplégicos, tetraplégicos, não foi citado aqui.

Então fica aqui o meu repúdio a esse ataque de querer imputar nos nossos policiais a pecha de racistas. Eles não são. São homens e mulheres dignos que arriscam a sua vida para defender a população.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MARCELO AGUIAR - PODE - Obrigado, deputado Major Mecca.

O próximo da Lista Suplementar é o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Quero chamar, então, o deputado Eduardo Suplicy, com o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Eu quero, primeiro, agradecer a V. Exa. por ter até tentado me dar, mas o Major Mecca hoje está muito entusiasmado. Eu o respeito, acho que é importante que ele possa, além dos dados que ele mencionou aqui, refletir sobre a evolução que tem acontecido, pois, em 2023, o número de pessoas mortas pela polícia, que eram jovens negros periféricos, era de 460 pessoas. Em 2024, passou para 673 pessoas. Então é uma coisa que merece a reflexão. Ele tem uma visão das coisas.

Eu avalio que, na medida que nós assegurarmos condições de sobrevivência digna para a população brasileira, isso vai contribuir muito para diminuir a criminalidade de toda a natureza.

Mas eu gostaria, então, de aqui falar também que compartilho com os nobres colegas um relato da recente visita do Conselho Nacional de Direitos Humanos e do Conselho Nacional de Políticas sobre Álcool e Drogas à cidade de São Paulo, ocorrido na semana passada, 19 e 20, e que foram recebidos pelo Conselho Municipal de Álcool e Drogas da cidade de São Paulo.

Essa missão teve como objetivo inspecionar e articular ações referentes à situação dos usuários de drogas em cenas públicas de consumo de substâncias psicoativas, com especial atenção à região da Cracolândia.

Durante esses dois dias, os conselhos realizaram agendas significativas, incluindo encontro com usuários em condições de vulnerabilidade na Cracolândia, seus familiares, moradores da região, ativistas, movimentos sociais, organizações da sociedade civil que desenvolvem trabalhos com essas populações.

Destaco a visita ao projeto “Fica”, uma iniciativa de moradia que demonstra ser possível criar programas que atendam de forma transversal as necessidades das pessoas. Tive a oportunidade de acompanhar essa visita e testemunhar o impacto positivo que uma abordagem séria e comprometida pode ter na vida das pessoas.

No segundo dia, as comissões visitaram instituições que acompanham a situação das condições de infração de direitos, como a Defensoria Pública do Estado, a Defensoria Pública da União e o Ministério Público. Foram realizadas reuniões com as Secretarias de Direitos Humanos e Assuntos Estratégicos do município de São Paulo, que foram recebidas pela secretária Regina Santana e pelo secretário Edson Ortega.

Essas conversas foram fundamentais para encaminhar as denúncias já recebidas e conhecer os trabalhos que a prefeitura desenvolve, evidenciando um desalinhamento entre necessidade e oferta.

À tarde, ocorreu uma reunião pública na Câmara Municipal, seguida de encontros com parlamentares e seus representantes, visando a pensar em possibilidades e encaminhamentos.

Meu mandato acompanhou integralmente essas atividades, reafirmando meu compromisso com a seriedade dos problemas enfrentados por essa população. É alarmante a situação de infração de direitos que essa população vem sofrendo por parte da Segurança Pública.

Minha equipe tem acompanhado de perto as denúncias, inclusive a construção do muro na Cracolândia, que trouxe preocupações por seu caráter segregador. É urgente que unamos forças entre os poderes e esferas para desenvolver um trabalho eficaz que tenha como premissa a preservação dos direitos dessas pessoas e a oferta múltipla de serviços que possam atender às suas necessidades.

Isso só será possível por meio de uma escuta atenta de suas próprias vozes e das vozes de tantos atores da sociedade civil que já vêm trabalhando há bastante tempo, utilizando métodos recomendados, como a redução de danos.

Agradeço aos conselhos pelo empenho e dedicação nessa missão e reafirmo meu compromisso em buscar soluções que promovam a dignidade e o direito de todos os cidadãos, inclusive em meus diálogos aqui com o Major Mecca e todos que ocupam a tribuna aqui.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - MARCELO AGUIAR - PODE - Obrigado, deputado Suplicy. Quero chamar agora para a tribuna, pelo tempo regimental, o deputado Carlos Giannazi, com o tempo de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, de volta à tribuna no dia de hoje, eu queria informar a todos e a todas que, na semana passada, o nosso coletivo Educação em Primeiro Lugar, que é constituído pelo mandato da deputada federal professora Luciene Cavalcanti, pelo vereador Celso Giannazi, da Comissão de Educação da Câmara Municipal e pelo nosso mandato aqui da Assembleia Legislativa.

Nós ingressamos com uma ação popular no Tribunal de Justiça, por conta, para pedir a revogação, anulação da Resolução nº 115, de 2024, que trata da questão do estágio probatório, mas trata de uma forma totalmente inconstitucional, perversa e nefasta, justamente para que os professores que estão assumindo, que assumiram agora os seus cargos, através do concurso público de provas e títulos da rede estadual, para que eles não possam se efetivar.

É uma resolução contra, na prática, a efetivação desses professores, porque ela estabelece critérios inatingíveis para os professores e as professoras, Sr. Presidente, critérios absurdos, que dificilmente um professor vai conseguir atingir e passar pelos três anos do famoso estágio probatório, onde ele se torna um professor com estabilidade naquele cargo.

O governo vem, todos sabem, dificultando ao máximo a efetivação de professores, ele vem apostando na precarização das contratações. Não é à toa que 60% hoje do Magistério estadual é composto por professores precarizados, no modelo de contratação da Lei nº 1.093, aquela maldita lei de 2009. O governo aposta nisso, na precarização das contratações, Sr. Presidente, e faz tudo para não efetivar professores. Inclusive, dificultando até a aprovação na perícia médica.

Nós tivemos vários relatos, denúncias aqui, centenas de denúncias em todo o Estado, do que foi a dificuldade para que os professores tivessem aprovação nas perícias médicas, que estavam também fazendo exigências absurdas, e que, inclusive, deixaram muita gente de fora, que não conseguiu passar. Inclusive professores que já lecionam há 20 anos na rede estadual, como professores categoria “O”, mas não puderam se efetivar.

Então, isso mostra claramente que o governo, de uma forma deliberada, tem um projeto para não efetivar. Tanto é que ele só chamou 15 mil professores que foram aprovados.

Desses 15 mil, aproximadamente só 12 mil assumiram, mas esses 12 mil que assumiram correm o risco de não serem efetivados por conta da Resolução nº 115. Nós entramos na semana passada com uma ação popular, que foi acolhida pelo Tribunal de Justiça. Então, nós temos aqui duas notícias boas.

O Ministério Público foi acionado pelo Tribunal de Justiça a se manifestar e o Ministério Público pede para que o juiz dê 72 horas para que o governo estadual se manifeste, e o juiz acabou de acatar, na data de hoje, essa orientação do Ministério Público.

Ou seja, a partir de hoje, o governo estadual, a gestão Tarcísio-Feder, tem 72 horas para explicar essa Resolução nº 115, que é inconstitucional, é perversa e é contra os professores que foram aprovados no concurso público.

Espero que a Justiça seja rápida e dê uma liminar, suspendendo, de fato, os efeitos dessa Resolução nº 115, Sr. Presidente. E lembrando ainda, até o próprio Tribunal de Justiça, porque o Ministério Público sabe disso, o Geduc, sobretudo, que nós temos duas ações civis públicas, do próprio MP, do próprio Geduc, pedindo, obrigando o estado a chamar pelo menos 44 mil professores que foram aprovados nesse último concurso.

Porque esse dado é muito sério, a precarização, 60% de professores categoria “O” na rede estadual é algo gravíssimo, que compromete todo o processo pedagógico, porque o professor Categoria “O” não tem estabilidade e é vítima da quarentena.

Ele é obrigado a se afastar da escola e da rede estadual por um prazo de 40 dias para quebrar o seu contrato com o estado. Isso é um absurdo, Sr. Presidente, nós temos projeto de lei para mudar isso.

Mas voltando aqui à questão da Resolução nº 115, Sr. Presidente, é um avanço importante a manifestação do Ministério Público Estadual e também agora a decisão de hoje do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo - daqui a pouco eu vou ter uma reunião com o MP, onde nós vamos debater isso.

Mas o TJ já tomou uma decisão. Está pedindo informações, explicações para o governo estadual sobre essa resolução inconstitucional, que afronta a dignidade das pessoas que foram aprovadas no concurso público de provas e títulos.

Era isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Não havendo mais nenhum orador inscrito, eu peço o levantamento desta sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - MARCELO AGUIAR - PODE - Obrigado, deputado estadual Carlos Giannazi, levantamento acatado. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da última quarta-feira.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 51 minutos.

 

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