25 DE JUNHO DE 2025

23ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

        

Presidência: ANDRÉ DO PRADO, CARLOS CEZAR, CAPITÃO TELHADA e ALEX MADUREIRA

Secretaria: FABIANA BOLSONARO e GILMACI SANTOS

        

RESUMO

        

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Abre a sessão às 17h13min. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o PLC 104/23, salvo emendas. Coloca em votação e declara rejeitadas as emendas ao PLC 104/23. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o PLC 42/24, salvo emenda. Coloca em votação e declara rejeitada a emenda ao PLC 42/24. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o PLC 19/25, salvo emendas. Coloca em votação e declara rejeitadas, englobadamente, as emendas ao PLC 19/25. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovados, separadamente, o PLC 21/25, o PLC 22/25 e o PL 529/24.

        

2 - GIL DINIZ

Declara voto contrário ao PL 529/24.

        

3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Registra a manifestação. Coloca em discussão o PL 412/25.

        

4 - PAULO FIORILO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

5 - CARLOS CEZAR

Assume a Presidência.

        

6 - MARINA HELOU

Discute o PL 412/25.

        

7 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Para questão de ordem, faz pronunciamento.

        

8 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR

Acolhe a questão de ordem do deputado Luiz Claudio Marcolino, para respondê-la oportunamente.

        

9 - LUCAS BOVE

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

10 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

11 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Solicita verificação de presença.

        

12 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum. Responde à questão de ordem do deputado Luiz Claudio Marcolino.

        

13 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Discute o PL 412/25.

        

14 - LEONARDO SIQUEIRA

Para comunicação, faz pronunciamento. Declara voto contrário ao PLC 42/24, ao PLC 22/25 e ao PL 529/24.

        

15 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR

Registra a manifestação.

        

16 - PROFESSORA BEBEL

Discute o PL 412/25.

        

17 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR

Cumprimenta o vereador de Sorocaba, Toninho Corredor, presente nas galerias.

        

18 - DR. JORGE DO CARMO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

19 - ENIO TATTO

Discute o PL 412/25.

        

20 - CAPITÃO TELHADA

Assume a Presidência.

        

21 - CARLOS CEZAR

Assume a Presidência.

        

22 - DELEGADA GRACIELA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

23 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR

Cumprimenta vereadores de Jardinópolis, presentes nas galerias.

        

24 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Discute o PL 412/25.

        

25 - ALEX MADUREIRA

Assume a Presidência.

        

26 - ORTIZ JUNIOR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

27 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Discute o PL 412/25.

        

28 - PRESIDENTE ALEX MADUREIRA

Convoca uma segunda sessão extraordinária a ser realizada hoje, dez minutos após o término da presente sessão.

        

29 - ORTIZ JUNIOR

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

30 - CARLOS CEZAR

Assume a Presidência.

        

31 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

32 - GIL DINIZ

Discute o PL 412/25 (aparteado pelos deputados Lucas Bove e Tomé Abduch).

        

33 - BETH SAHÃO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

34 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

35 - SIMÃO PEDRO

Discute o PL 412/25.

        

36 - PRESIDENTE CARLOS CEZAR

Encerra a sessão às 19h43min.

        

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. André do Prado.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

                                                                

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Item 1 - Discussão e votação do Projeto de lei Complementar nº 104, de 2023, de autoria do Tribunal de Justiça. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação o projeto, salvo emendas. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados, que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o projeto.

Em votação as emendas, com parecer contrário do congresso de comissões. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, antes do senhor entrar no Item 2, eu queria saber se eu posso fazer uma comunicação ou o senhor quer continuar?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deixe eu terminar só a votação. Antes de entrar na LDO, dou comunicação a Vossa Excelência.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Então pode continuar.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Item 2 - Discussão e votação do Projeto de lei Complementar nº 42, de 2024, de autoria do Tribunal de Justiça. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação o projeto, salvo emenda. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados, que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o projeto.

Em votação a emenda, com parecer contrário do congresso de comissões. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitada.

Item 3 - Discussão e votação do Projeto de lei Complementar nº 19, de 2025, de autoria do Sr. Governador. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação o projeto, salvo emendas. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados, que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o projeto.

Em votação as emendas, englobadamente, com parecer contrário do congresso de comissões. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários permaneçam como se encontram. (Pausa.) Rejeitadas.

Item 4 - Discussão e votação do Projeto de lei Complementar nº 21, de 2025, de autoria da Mesa. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação o projeto com parecer favorável do congresso de comissões. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o projeto.

Item 5 - Discussão e votação do Projeto de lei Complementar nº 22, de 2025, de autoria do Tribunal de Contas. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação o projeto com parecer favorável do congresso de comissões. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o projeto.

Item 6 - Discussão e votação do Projeto de lei Complementar nº 529, de 2024, de autoria do Tribunal de Justiça. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a discussão. Em votação o projeto com parecer favorável do congresso de comissões. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o projeto.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Para registrar o meu voto contrário no Item 6.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está registrado o pedido de Vossa Excelência.

Item 7 - Discussão e votação do Projeto de lei Complementar nº 412, de 2025, de autoria do Sr. Governador. Em discussão.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Antes de iniciar a discussão, posso fazer a comunicação, já que estou aguardando?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Sim, antes, porém, vou pedir ao deputado Luiz Claudio Marcolino, que vai discutir contra o Projeto nº 429, que já se encaminhe à tribuna, mas tem dois minutos Vossa Excelência. Me desculpe, nós temos antes, porém, a deputada Marina Helou que está aqui para discutir a favor.

Deputada Marina Helou, não tinha visto, peço que se encaminhe para a tribuna para as suas considerações na discussão. Antes, porém, a palavra para o deputado Paulo Fiorilo, que tem dois minutos pelo tempo regimental para uma comunicação.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, talvez nem gaste os dois. Eu ouvi atentamente o debate aqui realizado entre o deputado do PL e os deputados do PSOL. Me chamaram a atenção duas coisas, primeira: a defesa veementemente feita pelo deputado do PL, com relação à Defensoria, o que me deixou muito feliz.

Mas fiquei curioso, porque a gente votou aqui o PLC nº 52, de 2022, e fui olhar como o PL se portou e fiquei mais surpreso ainda, porque nove deputados do PL preferiram a obstrução do que votar “sim” ao aumento da Defensoria.

Olha, o senhor não vai me interromper. Se o senhor tem curiosidade me pergunte depois, agora não, até porque eu falei que não iria usar os dois minutos. Vamos lá. Fiquei impressionado, vou ler aqui os nomes. Obstrução: Agente Federal Danilo Balas; obstrução: Coronel Nishikawa; obstrução: Delegada Graciela; obstrução: Frederico d'Ávila; obstrução: Dirceu Dalben; obstrução: Gil Diniz. Olha, Sr. Presidente, é duro, não é? Marcos Damasio: obstrução; Rafa Zimbaldi: obstrução; Rodrigo Moraes: obstrução; Valéria Bolsonaro: obstrução.

É impressionante, porque o PL, eu estou falando aqui do projeto que registrou votação nominal. Então me parece, Sr. Presidente, que uma coisa é o discurso e a outra coisa é a prática.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - O projeto, é isso?

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Não, não, não. Sr. Presidente, de novo. Sr. Presidente. O senhor cortou o meu tempo. Já veio um aqui do Novo, agora tem outro do PL. Aqui é impressionante, não é?

E, por fim, o deputado Gil Diniz, que ontem, porque cumpria uma missão importantíssima no interior do Estado, chegou atrasado na discussão do projeto “SuperAção”, não participou nem do debate. (Vozes fora do microfone.)

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlos Cezar.

 

* * *

 

Não, não, chegou depois, eu estava monitorando, ele estava na estrada, chegou oito horas da noite. Para, quer que eu mostre aqui? Sr. Presidente, só vou gastar os meus dez segundos que eles tomaram. Chegou atrasado e ainda vem aqui dizer: “O PT votou contra”. Votou contra um projeto pífio.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - O tempo, Sr. Presidente, acabou o tempo.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR – PL - Vamos lá, deputado, por favor.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, eu vou encerrar, mas não posso ser interrompido, eu vou encerrar. Deputado, não posso ser interrompido. Eu vou encerrar. Deputado, aqui não é bedel aqui e nem dono do microfone.

Então queria encerrar dizendo o seguinte, deputado Gil, leia os projetos do seu governador, aquele que o senhor defende, veja as barbaridades que ele tem apresentado, como esse “SuperAção”, que de superação não tem absolutamente nada, tem é marketing político.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Estamos com o orador na tribuna.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Muito obrigado, Sr. Presidente.

           

O SR. GIL DINIZ - PL - Eu entendo o constrangimento de vocês de terem votado contra os mais pobres no estado de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Deputada Marina Helou. Tem a palavra para discutir a favor, deputada.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, presidente. Quero cumprimentar a todos os colegas aqui desta Casa, quero cumprimentar a todos que estão aqui trabalhando para que a gente possa fazer o papel de representar a população paulista. E dizer que a gente tem um papel muito importante hoje aqui, que é discutir as diretrizes para o Orçamento do estado de São Paulo.

Eu costumo perguntar da escola na periferia mais vulnerável, a conversa na USP, na universidade mais renomada, em todos os espaços que eu vou, quem sabe quanto é o Orçamento do estado de São Paulo. Hoje eu estava na Secretaria de Assistência Social falando com diversos servidores públicos, eu fiz essa pergunta e ninguém sabia.

O fato de a gente não saber de quanto dinheiro a gente está falando, para onde vai o nosso dinheiro, prejudica a discussão que a gente pode fazer para quais são, de fato, as nossas prioridades. Não existem políticas públicas sem orçamento, não existe política pública sem a gente discutir que orçamento é esse e quais são as diretrizes para o nosso Orçamento. Hoje o nosso Orçamento está em torno de 380...

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Pedir desculpa a deputada Marina Helou, eu só queria, para não ter problema...

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Nós estamos com um orador na tribuna, deputado.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Mas é uma questão de ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Questão de ordem? Qual é a dúvida?

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - O Regimento Interno, no capítulo II do Plano Plurianual das Diretrizes Orçamentarias e do Orçamento Anual, Art. 246, § 6º: “Salvo determinação constitucional, os projetos figurarão na Ordem do Dia como item único”.

Então a LDO deveria ter sido pautada como item único, só estou colocando essa preocupação - essa é uma questão de ordem - para a gente depois não ter problema em relação à votação. Só queria que fosse consultado, porque ele teria que estar como item único, foram aprovados outros projetos junto, também, com o item da LDO.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Esta Presidência recebe a questão de ordem de V. Exa. e em um momento oportuno fará a resposta. Continua com a palavra a deputada Marina Helou.

 

A SRA. MARINA HELOU - REDE - Obrigada, presidente. Acho pertinente a preocupação do nosso colega, mas enquanto a gente está verificando, de fato, o melhor tramite para que a gente possa discutir a Lei do Orçamento ali das diretrizes para o nosso Orçamento, eu volto a falar qual o valor de recursos que a gente está falando. A gente está falando de 380 bilhões de reais, e como que a gente gasta esse dinheiro é a discussão que a gente está fazendo aqui hoje.

A Lei das Diretrizes Orçamentarias é um momento fundamental para que a gente possa, de fato, dar as orientações de como que a gente deve escolher as nossas prioridades. Infelizmente o que a gente viu esse ano, mais uma vez, foi uma Lei das Diretrizes Orçamentarias praticamente igual a aprovada nos últimos anos sem que a gente tivesse, de fato, avançado em uma discussão de como a gente pode melhorar a locação de recursos públicos, e falar de locação de recursos públicos é falar das necessidades que são latentes da nossa sociedade.

Nós, no mandato, fizemos diversas emendas parlamentares, fizemos emendas parlamentares nas quais a gente priorizou a discussão climática. A mudança climática já é uma realidade no mundo e a adaptação às mudanças climáticas precisam ser priorizadas no Orçamento.

Não dá para a gente ter no Brasil um milhão de crianças fora de sala de aula por conta de mudanças climáticas, não dá para a gente ter isso como uma questão ainda latente, a gente precisa garantir que a adaptação às mudanças climáticas esteja no Orçamento.

Infelizmente muitas das nossas emendas não foram contempladas nesse relatório que a gente vota aqui hoje. A gente entende que perdemos uma oportunidade importantíssima de colocarmos diretrizes claras para que o estado seja protagonista na adaptação das mudanças climáticas, na resiliência, no atendimento para quem mais precisa e no atendimento à população em maior vulnerabilidade.

Por que é verdade que o clima muda para todo mundo, mas não é verdade que todos são impactados da mesma forma. A gente sabe para quem falta água, a gente sabe quem sofre com risco em áreas de desabamento, é a população mais vulnerável, é a população que sofre de racismo ambiental. Então a gente queria muito que tivessem sido acatadas as nossas emendas neste texto, que colocassem a adaptação a mudanças climáticas como uma prioridade, não foi.

Também colocamos no texto emendas para discutir políticas públicas para a primeira infância. A gente não sabe quanto que o estado gasta com crianças no estado de São Paulo, a gente não tem um plano para a primeira infância.

Não existe política pública sem dinheiro, a melhor forma da gente quebrar o círculo da pobreza, combater a desigualdade social é cuidar do desenvolvimento saudável de crianças, é garantir que todos tenham a oportunidade para se desenvolver de forma mais plena.

A gente sabe que hoje, por exemplo, creche é colocada como problema municipal, 50% dos municípios do estado de São Paulo tem filas de creche, tem crianças que não são atendidas, tem centenas de milhares de crianças fora da creche, sobrecarregando uma família, sem o desenvolvimento adequado para a sua idade.

Se o Estado não se colocar na sua responsabilidade de auxiliar os municípios e de garantir que todas as crianças tenham direito ao desenvolvimento pleno, a gente vai continuar tendo crianças que estão entrando na escola e não tem a condição de aprender a ler. A gente vai continuar tendo um dos maiores níveis de saída escolar, de evasão escolar no colegial, porque a gente não cuidou do desenvolvimento saudável dessas crianças.

A gente vai continuar repetindo os mesmos erros. Queria dizer também que, nesse momento em que a gente discute a LDO, a gente deveria parar para discutir quais são as prioridades de políticas públicas do Governo de São Paulo. A gente teve a aprovação das contas do Estado, o Tribunal de Contas estadual aprovando as contas do Estado, mostrando um superávit no Estado, mostrando que tem dinheiro.

Se o Estado tem dinheiro, como a gente pode ter crianças na escola que não enxergam a lousa e a gente não tem condições de comprar um óculos? E a gente responde que é muito caro e a gente não tem recurso para dar óculos para todas as crianças poderem enxergar a lousa e aprender a ler. 

Não dá para a gente continuar com esse tipo de postura se a gente não priorizar para onde vai o Orçamento, se a gente não garantir que as pessoas sejam a nossa prioridade e que cuidar do clima é cuidar das pessoas. As nossas emendas, nesse sentido, não foram acatadas.

A gente teve uma breve emenda que foi acatada em relação ao desenvolvimento do meio ambiente, na preservação de áreas verdes. Então, tivemos uma emenda acatada em partes para a preservação de áreas verdes do estado de São Paulo, para cuidar do meio ambiente, que foi muito bom, e um pequeno avanço nesse texto.

Mas ainda muito distante de a gente ter uma Lei das Diretrizes Orçamentárias discutida com essa Casa, que realmente incorporasse as nossas discussões, que se atualizasse os desafios que vivemos no estado de São Paulo e que tivesse a altura para que a gente, de fato, pudesse aprovar aqui uma diretriz para o nosso Orçamento que será discutida e aprovada no semestre que vem, realmente capaz de sanar os nossos profundos déficits e nossas profundas dificuldades vividas no estado de São Paulo. 

Um lado bom que a gente conseguiu avançar e que eu quero aqui fazer uma saudação a todo o funcionalismo público, a todos os servidores do Estado que garantem todos os dias o serviço à população que garantem todos os dias que todas as pessoas mais vulneráveis possam ser atendidas, que garantem a educação, que garantem o policiamento.

O servidor público estadual é atendido pelo Iamspe. Um hospital tem um serviço de saúde pelo Iamspe que é um sistema estadual de saúde específico dos servidores e que está muito deficitário, e que está muito aquém do que deveria ser para o servidor público. 

E na Lei das Diretrizes Orçamentárias o texto veio que o Iamspe não poderia ser suplementado, ou seja, o Orçamento não poderia, a partir de um déficit do número colocado pela saúde, recomplementar e pagar, e o Estado não poderia complementar o Iamspe no final do ano do Orçamento, porque a Lei das Diretrizes Orçamentárias vinha com essa orientação que mudava uma realidade do servidor público e tornava mais difícil ainda o acesso à saúde dos servidores que contribuem há tanto tempo para esse serviço.

A gente fez uma emenda tirando essa previsão, garantindo o direito da suplementação de orçamento para o Iamspe, garantindo o direito do servidor estadual que depende desse serviço, que contribuiu com seu salário durante anos de vida pelo serviço do Iamspe, possa ter o mínimo do atendimento preservado, possa ter o orçamento do Iamspe suplementado pelo Estado, garantindo, assim, o seu atendimento digno, garantindo, assim, o seu direito conquistado pela sua contribuição em anos e anos de trabalho. 

Então, acho que esse foi um ponto a celebrar nessa discussão de emendas da Casa, celebrar essa emenda do nosso mandato que foi acatada aqui pela relatora, dizer que a gente tem uma felicidade de ver um pequeno avanço que garante e preserva o direito do servidor estadual, que valoriza esse servidor estadual que contribuiu por tanto tempo e valoriza o Iamspe. Esses foram os principais pontos que a gente queria contribuir aqui para a discussão da LDO.

É um momento importantíssimo dessa Casa. Discutir o Orçamento é fundamental para que a gente tenha políticas públicas de qualidade. A gente quer Educação melhor, a gente quer garantia de que os nossos jovens possam ter Educação integral, alfabetização na idade certa, que eles possam ter segurança, e que toda a população possa ter segurança, e, principalmente, que a gente possa ter temas tão atuais como as mudanças climáticas e a preservação do meio ambiente refletidas no Orçamento.

Por fim, para terminar, a gente também tem criado e trabalhado pela política estadual do cuidado. O Brasil deu um passo importantíssimo em direção a tirar da invisibilidade quem cuida. Cuidar de quem cuida é garantir o direito fundamental do que nos faz mais humanos.

O que nos faz mais humanos é a nossa habilidade potencial de cuidarmos um dos outros, e isso é, hoje, um serviço invisibilizado, feito por mulheres, em sua maioria das vezes, que estão sobrecarregadas. O governo nacional deu um passo importante criando a Política Nacional de Cuidados, que agora precisa se transformar em políticas territoriais e em políticas concretas refletidas no Orçamento.

Não existe política pública sem Orçamento. E a gente criou a Frente Parlamentar mista, entre estado e município, com o município de São Paulo, para discutir o que são boas políticas do cuidado, e a política do cuidado é cuidar de crianças pequenas que são mães solo em situação de vulnerabilidade, é cuidar de pessoas com deficiência.

Quem cuida dessas pessoas com deficiência? Quem cuida de um familiar doente? Quem cuida dos idosos, que é uma realidade cada vez maior da nossa sociedade, e isso a gente gostaria de ver também refletido cada vez mais no Orçamento.

Hoje a gente tem o Orçamento da Assistência Social, que foi recentemente suplementado a partir de uma luta muito grande de vários aqui, inclusive de trabalho junto do nosso mandato com a Secretaria de Assistência Social, e quero parabenizar aqui a secretária Andressa por ter conseguido essa suplementação importante para tornar mais robustas as políticas de Assistência Social do estado de São Paulo, mas está muito distante do que precisa, e a política estadual do cuidado é um passo fundamental para que a gente possa tirar da invisibilidade quem cuida e cuidar dessas mulheres que estão sobrecarregadas.

Não quero terminar minha fala sem antes dizer também do trabalho que a gente tem feito junto com o sempre senador, meu professor, deputado Eduardo Suplicy, para avançarmos na construção de uma renda básica de cidadania, para que todas e todos possam ter, de fato, a sua dignidade garantida. Sei que o deputado Leonardo, do Novo, também entende que é uma boa política da perspectiva inclusive liberal, porque uma renda básica de cidadania desonera a pessoa de ter medo de crescer.

Não tem uma possibilidade que... Como é que se diz? Quero lembrar a palavra. Esqueci a palavra. Não tem uma possibilidade de prejudicar, de penalizar, de penalizar aquele que consegue sair da pobreza com medo de perder um benefício, que é uma garantia fundamental. Ter uma renda básica de cidadania que quebre a burocracia de ter que destinar quem pode e quem não pode, e, principalmente, tira o estigma de quem recebe.

Todas as pessoas receberem uma renda básica de cidadania é uma política pública pela qual nós deveríamos e devemos caminhar para que nós tenhamos uma sociedade mais justa e mais digna e, principalmente, mais livre e mais justa para todas as pessoas.

Justa duas vezes, porque é isso mesmo que podemos ter com a renda básica de cidadania: uma sociedade mais justa. A LDO deveria ser um espaço para discutirmos como caminhamos nessa direção e como damos uma diretriz para o Orçamento, para que possamos ter uma política pública dessa magnitude.

Mas quero terminar minha fala convidando a todas e a todos para participarem da nossa construção da Frente Parlamentar para uma Renda Básica de Cidadania no Estado de São Paulo, que vai ter uma audiência pública dia 26, amanhã, quinta-feira, aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Muito obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Obrigado, deputada Marina Helou. Só um minuto antes de passar pela ordem para Vossa Excelência. Quero convidar para fazer o uso da tribuna para discutir contra o deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma breve comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem Vossa Excelência dois minutos para uma comunicação, deputado Lucas Bove.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Parabenizar a deputada Marina pela fala. Inclusive, gostei da expressão “cuidar de quem cuida”, porque tem um projeto meu aqui que foi aprovado e está implementado, que, na verdade, o projeto se chamava “Cuidar de quem Educa”, e mudou para projeto “Viva Bem”.

No primeiro trimestre já foram atendidos mais de 70 mil professores de maneira online por psicólogos, e a expectativa são de 700 mil consultas só este ano, e vamos ampliar também para a Gympass, para que os professores tenham acesso à academia e tudo mais. É um projeto muito bacana. Depois a gente pode falar sobre isso.

Eu queria aqui, presidente, usar essa breve comunicação para fazer dois apelos. E não é à Presidência desta Casa, não é à bancada da qual eu faço parte aqui da situação, mas sim à bancada de esquerda, à oposição. O primeiro projeto que nós temos aqui de suma importância e que está há tempos para ser pautado é o PL 09, que fala sobre a carreira dos nossos pesquisadores.

É um projeto muito importante que conta com o apoio da maioria dos pesquisadores. Vai aumentar o salário daqueles que estão ingressando na carreira, traz uma série de melhorias e de modernidade. A esquerda tem ouvido algumas pequenas associações, alguns pequenos grupos que tem alguma situação política envolvida e, portanto, não contribuem para o debate.

Gostaria de solicitar a essa Presidência que, assim que forem retomados os trabalhos após o recesso, esse projeto seja pautado porque é um projeto de suma importância para o funcionalismo público. Eu não posso crer que a esquerda está contra.

Um outro apelo também. Desculpa, professor, só para finalizar. Um outro apelo também que eu gostaria de fazer é para que seja pautado assim que possível, logo no retorno, o PL 410, o projeto do governador Tarcísio que visa trazer mais modernidade para a regulamentação fundiária no estado de São Paulo.

O Governo do Estado está fazendo história aqui com recordes de titulação fundiária, a exemplo do que o presidente Bolsonaro fez quando governou o Brasil. É um projeto muito importante e o que diz aqui a esquerda é que o projeto vai permitir a concentração de terras.

Eu queria lembrar que o projeto respeita os limites constitucionais; portanto, os limites impostos pelas leis federais. O que esse projeto visa é facilitar a vida do pequeno produtor - porque mais de 80% dos produtores rurais paulistas são pequenos produtores -, liberá-lo de algumas obrigações que não fazem mais sentido no século 21.

Então, essa é a nossa intenção, esse é o meu apelo para a Mesa e, principalmente, para os deputados de oposição, para que tenham sensibilidade em relação a esses dois temas.

Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma breve comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Uma breve comunicação, pois estamos com orador na tribuna, deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu quero discordar veementemente do que disse o deputado Bove, representante aqui... Ele fala da esquerda, mas ele é um representante da extrema-direita bolsonarista.

Primeiro, deputado Bove, que esse PLC 09 vai destruir a carreira dos pesquisadores científicos. Vossa Excelência falou de pequenas entidades. Vossa Excelência está se referindo a uma grande entidade do estado de São Paulo, reconhecida nacionalmente e internacionalmente, que é a APqC, Associação dos Pesquisadores do Estado de São Paulo, que representa esse segmento importante dos pesquisadores e pesquisadoras do nosso Estado.

Eles estão contra o projeto, porque esse projeto vai arruinar, vai destruir a carreira dos pesquisadores, das pesquisadoras e também vai destruir toda a pesquisa científica do nosso Estado.

Nós estamos aqui em uma luta imensa para recuperar, para reconstruir, para recriar os institutos de pesquisa que foram extintos pelo governo Doria:  o Instituto Florestal, o Instituto Geológico, o Instituto de Botânica e todos os ataques feitos pela gestão passada.

Eu fico pasmo aqui e perplexo que V. Exa. ainda defenda um projeto que acaba com a carreira, que não tem anuência. Nós fizemos várias audiências públicas aqui na Assembleia Legislativa com os plenários lotados de pesquisadores e pesquisadoras contra esse PLC 09.

Veio agora um substitutivo que não resolveu a situação, que o governo vende como um projeto que tem acordo com os pesquisadores. Não tem, eu posso garantir a Vossa Excelência.

Sobre o 410, é um projeto de reforma agrária para os ricos. É um absurdo esse projeto de legalizar as terras do estado de São Paulo para os grandes latifundiários que invadiram as terras. Esses sim são invasores de terras, Sr. Presidente.

Então, nós somos totalmente contra esses dois projetos: o 410 e o PLC  09.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Obrigado, deputado. Tem a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Nós estamos com orador na tribuna, deputada Paula.

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Sim, é uma questão que precede, porque eu acho que não tem debate tão importante quanto do Orçamento.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - É pela ordem ou uma questão de ordem?

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - É uma questão de ordem. Eu queria pedir uma verificação de presença. Acho que o plenário está muito esvaziado para que se debata o Orçamento dessa forma, já que nós somos 94.

Muito obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Eu convido a deputada Fabiana Bolsonaro e o líder do Governo, deputado Gilmaci Santos, para que nós possamos fazer a verificação de presença.

 

* * *

 

- Verificação de presença.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Constatado quórum, quero agradecer à deputada Fabiana Bolsonaro e ao deputado Gilmaci Santos, e devolvo a palavra ao deputado Luiz Claudio Marcolino, orador da tribuna.

Aproveitando, deputado, respondendo a sua questão de ordem. A questão que V.Exa. coloca era referente à Ordem do Dia. Quando é na extraordinária, como é no caso, esse dispositivo do Art. 246 do nosso Regimento Interno não contempla.

Tem V.Exa. a palavra pelo tempo regimental para falar contra o Projeto de lei nº 412, de 2025.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, vou discorrer aqui em relação ao projeto ora apresentado.

A nossa bancada, bancada do Partido Trabalhadores, Federação PT/ PCdoB/ PV, apresentou um voto em separado na Comissão de Finanças e Orçamento por entender que o relatório ora apresentado, mesmo tendo acolhido algumas emendas apresentadas pelo nosso partido, os nossos deputados, 19 deputados do PT, PCdoB, nós apresentamos diversas emendas, dessas 311 foram acolhidas, entre emendas e subemendas.

Mas mesmo assim, nobre deputado Jorge Carmo, com todo o acolhimento dessas emendas, o relatório ainda apresentado para votação trouxe aqui algumas imperfeições, e ainda tem algumas imperfeições. Algumas delas foram corrigidas.

Nós apresentamos no ano passado, e acho que todo mundo avalia como algo positivo, que as emendas do Orçamento, nobre deputado Enio Tatto, em relação às audiências públicas do Orçamento, é necessário que elas figurem na LDO para garantir que no Orçamento, no final do ano, quando formos votar o Orçamento, tem que caracterizar que as nossas audiências passam a ter uma validade e um recurso para serem executadas no ano seguinte.

E um dos dispositivos que foi colocado na LDO, o governo simplesmente retirou, suprimiu esse item que garantia o pagamento das emendas pelas audiências públicas do Orçamento, e foi restabelecido a partir das emendas que nós apresentamos.

Uma outra é em relação às universidades. A gente já percebe que em relação à universidade, o governo tem tentado, nos últimos anos, retirar da expressão no mínimo 9.57 da cota-parte do ICMS para as universidades, porque hoje a Unicamp, a USP, a Unesp funcionam a partir da arrecadação do ICMS, e no mínimo 9.57 estão garantidos no Orçamento, mas sem estar vinculado à LDO.

E o governo mais uma vez tentou tirar agora da LDO a questão do mínimo de 9.57, mas foi restabelecido e garantiu entre as emendas que nós apresentamos esse restabelecimento.

O outro item em relação aos recursos do Iamspe, a nobre deputada Marina Helou já discorreu sobre isso, mas eu quero reforçar, porque esse debate foi firmado e a proposta da nossa bancada sempre foi garantir a paridade, o que o servidor público contribui para o Iamspe, o Governo do Estado deveria garantir a paridade.

Já fizemos propostas em anos anteriores e ajustando, nobre deputado Valdomiro, 1/3, 1/3, 1/3, até garantir a paridade. Só que na gestão anterior, os deputados que aqui estavam na Assembleia Legislativa garantiram tanto na LDO como no Orçamento uma suplementação que seria feita no final do exercício, caso o Iamspe caracterizasse déficit.

Então está na LDO e está no Orçamento. Agora neste ano, na LDO de 2025, o governo também tinha suprimido essa parte de fazer uma suplementação ao Iamspe. Então foi recomposta agora, a partir de emendas que os deputados apresentaram.

O outro item é em relação à preferência para contratação de operações de crédito, os empréstimos, que sejam feitas por entidades nacionais. Você não tinha aqui uma prioridade, agora a LDO, com as emendas apresentadas, garante que haja a prioridade para entidades nacionais.

Um outro item que acabou entrando, acho que a avaliação é importante, a transparência nos dados da dívida pública, que até então não estava na LDO anterior, e agora, na LDO para 26, vai estar efetivada.

Agora, como eu disse, esses daí são os pontos importantes que a gente conseguiu com emendas fazer a adequação, mas tem vários outros itens que ainda não foram adequados. É importante o debate agora, para que a gente possa ainda, até a votação, fazer algumas adequações.

A primeira que eu quero trazer aqui para avaliação é em relação à revisão salarial para o funcionalismo público, para 2026. Se não tiver na LDO, como não consta na LDO a questão do reajuste para os servidores públicos do estado de São Paulo, e todos os servidores públicos, não é possível você aprovar no Orçamento no final do ano um aporte, um recurso dentro do Orçamento, se não estiver previsto na LDO.

E o governo apresentou uma LDO, a partir também da relatoria, que não consta a questão da revisão de pagamento ou de reajuste para os servidores públicos no ano de 2026.

O outro ponto é em relação à transparência da receita, à renúncia da receita e inclusão dos beneficiários que recebem esse gasto tributário. Nós tivemos um debate ano passado, inclusive com o secretário da Fazenda.

Ele tinha apontado que pelo menos reduziria dos 65 milhões que hoje nós temos de isenção tributária para alguns setores da economia do estado de São Paulo, que reduziria pelo menos 30 por cento.

E nós temos cobrado que, além da redução desse gasto tributário, nós possamos entender quem são os setores que são beneficiados hoje pelo Governo do Estado de São Paulo com essa isenção tributária.

Na última conversa com o secretário da Fazenda ele entendeu que, de fato, é necessário que haja um diálogo melhor para que a gente possa entender quais são essas empresas, mas só que, quando a gente olha para a LDO, na LDO não está previsto sequer essa redução ou pelo menos mostrando quem são as empresas beneficiadas.

Vou dar um exemplo para vocês. Hoje as empresas de tecnologia no estado de São Paulo são agraciadas, nobre deputado Enio Tatto, pela isenção tributária. Seria justo que, de fato, algumas empresas do setor de tecnologia pudessem vir e investir no estado de São Paulo, para que a gente tenha, de fato, um (Inaudível.) tecnológico melhor. O problema é que as grandes empresas, hoje, de tecnologia também são beneficiadas com essa isenção tributária.

Vou dar um exemplo. Hoje nós temos muitas “fintechs” que atuam no sistema financeiro, que são bancos virtuais. Esses bancos têm hoje uma isenção tributária no Governo do Estado de São Paulo em virtude da legislação, porque fala que é um setor vinculado às empresas de tecnologia. Isso vale também para as empresas de saneamento. Isso vale para as empresas de energia.

A Sabesp, que acabou de ser privatizada no ano passado, também tem isenção tributária. Tendo isenção tributária, a Sabesp, ao invés de reduzir para o trabalhador a questão do desconto da água, ou mesmo a questão da Enel, que também é uma empresa de energia, ela tem direito, porque o setor de energia, o setor de água e o setor hoje de tecnologia têm direito à isenção tributária, porque nós não sabemos qual é a empresa que tem sido beneficiada.

As empresas estão sendo beneficiadas hoje com isenção tributária, e não trazem benefícios para a população do nosso Estado. Então nós cobramos. Se tiver uma transparência, vamos saber quais são as empresas, vamos reduzir esse impacto da isenção tributária, que garante ao municípios que na hora que você tem uma redução do ICMS, você tem uma redução do IPVA, automaticamente o município deixa de receber recursos da sua cota-parte, que tem direito ao repasse estadual para os municípios.

Com isso, o município deixa de fazer o investimento necessário nas suas cidades. Então tem que ser revisto automaticamente na LDO, que podemos fazer essa diretriz.

Um outro item que vale a pena a gente estar tratando, que cobramos ano passado, no Orçamento no ano passado, é que o governo tinha cortado dez milhões de reais para a Secretaria de Políticas para a Mulher. No Orçamento do ano passado, o governo tinha cortado 10 milhões de reais para a Secretaria de Políticas para a Mulher.

No Orçamento do ano passado, de 2024 para 2025, nós recompusemos o Orçamento, aprovamos o valor de 10 milhões de reais. Este ano o governo ainda não utilizou nada e retirou da LDO, da diretriz, recursos para as políticas, para a Secretaria das Mulheres.

Então, está lá: na LDO não constam - no caso, na diretriz da LDO - recursos para políticas para as mulheres para o ano de 2026. Não adianta, quando chegar ao final do ano... No ano passado, nós corrigimos, incluímos dez milhões. Agora, com a LDO não prevendo a possibilidade de você ter recurso para a Secretaria de Políticas para as Mulheres, não será possível fazer suplementação ou adequação no Orçamento para o ano que vem.

O outro item que nós apresentamos é em relação ao vale-alimentação, vale-refeição dos servidores públicos do estado de São Paulo. Nós apresentamos na Comissão de Finanças e Orçamento, encaminhamos para a comissão técnica da Comissão de Finanças e Orçamento, demonstrando que mesmo se o governador encaminhar um projeto de lei para melhorar o vale-refeição dos servidores estaduais do estado de São Paulo, que hoje é de 12 reais, do jeito como está estruturada a LDO, do jeito como vem a LDO para a Assembleia Legislativa para ser discutida e aprovada, não tem condição de o governo sequer mandar um projeto para esta Casa.

Então, demonstra que mesmo no ano que vem, que é o último ano do governo Tarcísio, graças a Deus, ele não fará a correção, de novo, do vale-refeição dos trabalhadores, servidores públicos do estado de São Paulo, porque a LDO, do jeito como está colocada hoje, não permitirá ao governador mandar um projeto para fazer o reajuste.

Ele vai se pautar em relação a esse item da LDO, por isso seria importante fazer essa adequação na LDO deste ano, para garantir que pelo menos no ano que vem possa ter essa possibilidade.

Um outro ponto é em relação às audiências públicas do Orçamento. Nós temos aqui, além das audiências que eu já comentei, que agora fizemos uma adequação, mas nós temos as emendas impositivas, que aqui interessam ao conjunto dos deputados estaduais.

Há uma adequação em relação ao período em que vai ser feita a indicação; será feita no momento da aprovação do Orçamento. Só que reduz o prazo: hoje você tem 30 dias para o remanejamento.

A LDO está colocada como 60 dias, mais quinze. Então, você vai ter apenas 15 dias para fazer um eventual remanejamento. E o ano que vem, como depois 2028, como depois 2030, 32, são anos eleitorais, você tem um prazo em que você possa fazer uma adequação e receber emendas parlamentares dos diversos deputados estaduais da Assembleia Legislativa. E do jeito como está colocado na LDO, nós perderemos pelo menos 15 dias para fazer eventuais remanejamentos.

E nós temos visto e conversado com muitos prefeitos no estado de São Paulo. Alguns dias atrás, o governador fez lá um grande evento, chamou todos os prefeitos e falou: “nós não temos recursos no Orçamento, está contingenciado o Orçamento de 2025 do Governo do Estado de São Paulo. Se vocês quiserem ter recurso para a sua cidade, procurem os deputados estaduais”. Essa foi a fala do governador. Essa tem sido a reclamação dos prefeitos, nobre deputado Eduardo Suplicy.

Então, o governo imputa para os deputados estaduais o diálogo com os prefeitos para liberar as emendas parlamentares que nós apresentamos, sejam elas impositivas, sejam elas voluntárias.

Só que quando a gente olha para a LDO apresentada pelo governador, ele está limitando, inclusive para o ano que vem, reduzindo 15 dias para o remanejamento, com o risco de os prefeitos não receberem eventuais emendas que a gente possa encaminhar.

Então, tem alguns problemas estruturais hoje, ainda, no Orçamento ora apresentado, que para a gente é importante fazer essa discussão. O outro item colocado aqui também em relação ao Orçamento: foi aprovada no Brasil a questão da reforma tributária, e esse Orçamento, essa LDO, nós colocamos aqui algumas emendas em relação à reforma tributária para prever que o Executivo altere a legislação tributária em relação ao IPVA, em relação ao ITCDM.

Colocamos emendas para que haja uma transparência sobre o fundo de compensação de benefícios fiscais ou financeiros no estado de São Paulo. Se você tem uma reforma tributária aprovada, o Governo do Estado de São Paulo já tem que olhar para essa alteração tributária que vai acontecer no estado de São Paulo. O estado de São Paulo tem possibilidade de aumentar sua arrecadação a partir da reforma tributária, mas tem que fazer a lição de casa.

E essa LDO, que já deveria estar discutindo o impacto da reforma tributária brasileira no estado de São Paulo não está fazendo nessa LDO. Então demonstra que o Governo do Estado de São Paulo mais uma vez apresenta uma LDO que a gente fala que é aquela LDO que vai simplesmente fazendo a toque de caixa. Não faz uma reflexão do que de fato o Estado precisa. Não fez isso em relação à renúncia fiscal.

Não fez isso em relação à reforma tributária. Não aponta o caminho para valorizar o servidor público do estado de São Paulo para o ano 2026. Não reconhece, não queria reconhecer a questão da contrapartida, a complementação para os servidores do Iamspe.

Então demonstra e mais uma vez que não tem uma preocupação pelo Executivo do estado de São Paulo de valorizar a Assembleia Legislativa, porque nós apresentamos diversas emendas.

Foi um total apresentado de 1.337 emendas de todos os partidos, 1.337 emendas. E nós apresentamos a emenda para fazer uma correção, para fazer uma adequação, para garantir que de fato tenhamos uma LOA no final do ano para ser votada e aprovada baseada em princípio, baseada em diretriz que de fato ajude a melhorar o desenvolvimento do estado de São Paulo.

Mas não é isso que nós estamos vendo. Apresentamos diversas emendas que não foram acatadas pela relatora, que não foram acatadas pela Comissão de Finanças e Orçamento, não foram acatadas no congresso de comissões. E ainda há um espaço no debate aqui no plenário para que o governo possa ter uma LDO mais adequada, uma LDO mais justa.

Inclusive, para terminar, Sr. Presidente, temos hoje muitos municípios que têm assumido recursos que deveriam ser do Governo do Estado de São Paulo. Seja uma contrapartida para a UPA, uma contrapartida para o Samu, para o TEA, uma contrapartida em relação, concluindo, à operação delegada, em relação aos bombeiros, à Polícia Militar nos seus municípios. Hoje os prefeitos estão assumindo uma responsabilidade que é do Estado.

E fizemos uma emenda para fazer essa adequação para que o Governo do Estado pudesse repassar recursos para os municípios. Como não está na LDO, o governo se desobriga.

Então são questões que podiam ser ajustadas, adequadas para que a gente pudesse votar nesse Orçamento de forma conjunta. Como não foi feita, a bancada do PT vai votar no relatório que nós apresentamos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Obrigado, deputado Luiz Claudio Marcolino. Convido para discutir a favor à LDO a deputada Professora Bebel.

 

O SR. LEONARDO SIQUEIRA - NOVO - Pela ordem, presidente. Uma breve comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - E tem V. Exa., deputado Leonardo Siqueira, o tempo regimental de dois minutos para uma comunicação enquanto a oradora se dirige à tribuna.

 

O SR. LEONARDO SIQUEIRA - NOVO - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, presidente. No dia 13 de maio de 2025, um bebê morreu num hospital em Caraguatatuba, esperando uma transferência para outro hospital. Alguns dias antes, quando tinha dez dias de vida, a família do bebê pediu transferência para o hospital. O hospital do Estado não conseguiu atender o bebê, não tinha vagas suficientes.

E daí entraram na Justiça e depois quando resolveram transferir o bebê, o bebê morreu nesse hospital que estava em Caraguatatuba. Não transferiram porque não tinha vaga, não tinha vaga porque não tinha dinheiro, recursos do Estado. Pois bem, hoje, infelizmente, esta Casa com dois minutos e 40 segundos aprovou o aumento para o Tribunal de Contas, para o Tribunal de Justiça, que vai custar aí nos próximos dez anos um bilhão de reais aos cofres do Estado.

Então é isso que acontece, para as pessoas que vivem no seu dia a dia, comuns, não há recursos, mas para os donos do poder, sempre há recursos. Aliás, tem uma coisa que eu já aprendi nesta Casa. Há dois lugares aqui nesta Casa para receber as pessoas de fora. Existe a tribuna especial ali, a cadeira cativa, onde os donos do poder vêm, e as pessoas comuns ficam ali, na arquibancada de fora.

Eu já entendi que quando um projeto vem da cadeira cativa, ele sempre passa, mas quando o projeto vem lá das pessoas comuns, ele nunca passa, ele tem muito mais dificuldade de passar. E é exatamente isso que aconteceu hoje, mais um projeto aí que foi aprovado dos donos do poder.

Então para manifestar o meu voto contra nos Itens 2, 5 e 6, o Projeto de lei nº 42, de 2024; nº 22, de 2025; nº 529, de 2024, contra esse aumento da elite do funcionalismo público. Vou me juntar ao meu colega Gil Diniz e votar contra esse projeto.

Obrigado presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Está registrado. Tem a palavra a Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, Sr. Presidente. Cumprimento a Mesa Diretora de trabalho, os assessores à minha direita, à minha esquerda, público presente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, enfim todos que nos ouvem e assistem através da Rede Alesp.

Nós estamos numa das mais importantes votações e que deveria ser um debate de mérito, na minha opinião, que não fosse de um dia, nem de horas, mas que fosse na verdade, líder do Governo, deputado Gilmaci.

Sei que tem os encontros do Orçamento que ocorrem anteriormente, mas acredito que para debater a Lei de Diretrizes Orçamentarias, nós teríamos que ter mais tempo, porque com mais tempo, você coloca uma lupa para ver onde gasta mais, onde gasta menos.

Até quero dizer, deputado Léo, que o senhor toca no assunto que nós debatemos, porque, veja, foram retirados da Educação 11 bilhões de reais, dizendo que iam para a Saúde, e aí vem o deputado Léo, que votou favoravelmente à PEC que retirou os 11 bilhões da Educação para usar na Saúde, dar um veredito aqui de que não está sendo aplicado esse dinheiro. Entendeu?

Então não é um problema do funcionalismo público, é um problema de fazer valer o que o Sr. Governador falou. O que foi que ele disse? “Não estou tirando nada, estou remanejando de uma área para outra”, e nós fomos contra, porque nós entendemos que a Saúde tem que ter o seu mínimo constitucional e a Educação também, como tinha 30 por cento.

Por vezes, na prática nós vemos aqui, assistimos aqui ao que acontece quando uma diretriz de Orçamento não é devidamente olhada e seus números também não vão ao encontro das necessidades apontadas pela população. Quando falo população, estou falando da população de um modo geral, estou falando de todo funcionalismo público que eu entrego, porque sou professora da rede pública estadual, afastada por vezes, mas funcionária pública de origem.

Acabou este mandato aqui, deputada Paula, tenho que voltar para a sala de aula, o que é muito legal e não tenho nenhum problema com isso. Mas quero dizer que são esses erros que se fazem e que vem rapidinho a resposta do erro. Onze bilhões a menos, diz que são para a Saúde. A criança morre, porque não pode ter o devido atendimento em um do Governo do Estado de São Paulo. Isso tem que ficar devidamente marcado nas nossas memórias.

Mas falando da LDO de 2025, não apresentou nenhuma previsão do produto interno bruto e nós sabemos que há um crescimento, porque, veja, aqui está o Parque Automotivo Industrial, está aqui no estado de São Paulo, o maior Parque Industrial do País está aqui. Por que é que a gente não vê o PIB?

E para 2023, apresentou um valor muito abaixo do previsto pelo governo federal para o crescimento econômico, 2,5% do governo federal ante 1,7%, e um prevê, quer dizer, o federal prevê uma inflação maior de 4,5%, frente a 13,5 por cento.

É importante chamar a atenção de que há aqui um ataque frontal, frontal. Aliás, desde quando entrei aqui, as universidades... O deputado Barba era líder da bancada, ele sabe do enfrentamento que nós fizemos em uma CPI das universidades, porque queriam acabar com a autonomia universitária e depois veio a pandemia.

Quem foi que salvou vidas? Foram, exatamente, as universidades e o Instituto Butantã que produziram... São esses espaços que produzem ciência e tecnologia. Foi de lá que veio a cura do coronavírus e a gente continua vendo esse confronto com as universidades.

Quer dizer, há uma renúncia da receita tributária que passa de 71 bilhões, então não tem saída. Como não tem? Há um tímido, digamos assim, recrudescimento dessa renúncia, mas ele é tímido diante a 71 bi. Com 71 bi, deputado Barba, dava para ter injetado - se não tivesse renúncia fiscal - dinheiro, por exemplo, naquele programa que eu disse.

Ele poderia ser maior, ele poderia ser o programa de combate à vulnerabilidade social e por aí vai, mas não foi isso que a gente viu, a gente vê, na verdade, uma timidez nessas coisas.

A outra questão importante é que o PLDO, de 2026, apresenta mais de 15 mudanças e artigos e mantém a possibilidade de desvinculação de até, veja bem, 30% dos recursos da Fapesp.

Gente, ou nós desta Casa vamos nos unir para que não acabem com os centros de excelências de pesquisas, ou nós vamos fazer o negacionismo da pesquisa, porque é isso que o deputado Léo traz aqui, é uma negação.

O que é ter médico, o que é curar uma pessoa se não é ter um uma ação científica, médico científica, claro, é científico. Então eu acredito que a gente imagina que vai.

E se não bastasse isso - eu também vou chamar atenção - ele continua, ele vai manter o pedageamento em mais de 100 praças aí, que é o “Free Flow”, por todo o estado de São Paulo, vai ter esse pedageamento.

Quer dizer, ainda tem mais formas de ele tirar dinheiro, mas aonde está se enfiando esse dinheiro? Então a gente tem que fazer uma análise mais criteriosa de como o dinheiro está sendo devidamente usado.

Veja outra fonte de renda, deputado Léo - que eu não concordo, mas que o senhor votou -, são os dez bi provenientes da privatização da Sabesp e EMAE, em 2024. O governo não utilizou nada disso, deputada Ana Perugini, então porque ele privatizou?

Para ficar com o dinheiro encaixado lá ou para usar só no ano que vem, que é um ano eleitoral? É uma questão, é uma interrogação que tá no ar, fora os 11 bi da Educação. Estou falando aqui da privatização da Sabesp, estou falando desses dois aqui e da EMAE. Então eu acredito que nós estamos diante aí de uma grande dificuldade.

Mas passe isso, é importante que eu apresentei emendas, a minha bancada apresentou emendas e eu vou destacar as emendas que foram apresentadas por mim e incorporadas pela relatora Solange, foi ela a nossa relatora do Orçamento. Ela incorporou uma emenda prevendo o pagamento do serviço da dívida para 2026, por quê?

Mais transparência na previsão de recursos destinados ao serviço da dívida pública. Ela incorporou que indicações nas audiências públicas do Orçamento promovidas pela Alesp terão que estar no Orçamento, tá? A Alesp tem que ter espaço no Orçamento além das emendas impositivas.

Então isso foi muito importante, deputada, a incorporação dessas emendas, como de suma importância também, em que pese aqui tem um monte de emenda minha, mas foi de suma importância, V. Exa. ter incorporado os recursos do Tesouro para o Iamspe, porque o Iamspe até então, ele sobrevive com os nossos recursos, o governo não dá a contrapartida. 

Então, ela traz isso, a gente apresenta e isso entra, que é a obrigação de prever a dotação orçamentária que garanta a cobertura da insuficiência financeira do Iamspe com recursos do Tesouro Estadual. Outra, ainda referente aos recursos do Tesouro Estadual destinado ao Iamspe, equivalente aos valores destinados pelo funcionalismo público estadual.

Hoje, a contribuição do funcionalismo é de 1,6 bilhão, porém, o estado não efetua a sua contrapartida, conforme eu disse na outra. Os 9,57 do ICMS devem ser destinados para a manutenção e desenvolvimento do ensino e pesquisa. Por que isso?  Porque não é suficiente por alguns motivos, porque tem que usar recursos para habitação, multas, juros de mora e dívida ativa e pagar inativos.

Está tudo aqui nos 9,57, que dizem que é aferido para os universitários, mas é gasto com isso aqui também, então é menos. Os valores que estamos propondo dos orçamentos das universidades estaduais devem ser fixados, global, 10%, 9,57 é pouco. Os valores da universidade... Bom, aqui já está repetindo.

E ela incorpora também as liberações de recursos do Tesouro, respeitar no mínimo os seguintes percentuais apurados no mês de referência: 8,64 da receita tributária líquida. 

O que isso significa? Com a reforma tributária em curso, que prevê a extinção gradual do ICMS, isso tem que ter uma ação imediata, já era para estar fazendo fóruns e discussão de como nós vamos ver como é que essa retirada do ICMS vai se dar na prática, porque vai virar o imposto IVA, o imposto único.

Como outros países já têm, essa reforma tributária já prevê e nós temos que ver isso aqui. Os valores das universidades serão fixados, já disse, em 10% do ICMS. As estaduais serão fixadas no mínimo em percentual global. Global é quando inclui outras questões do ICMS.  As universidades públicas paulistas cresceram os atendimentos, porém a estrutura financeira não se alterou. 

Então, com essa apresentação que eu faço aqui, eu digo o seguinte: Apesar de serem transformadas depois em subemendas, não é, deputado Marcolino? É um marco, porque significa que a nossa bancada que está aí, que deverá ser apresentada as emendas de toda a bancada, acho que V. Exa. deve ter feito isso, a gente tem feito o esforço. Quem foi estudar o Orçamento, quem contribuiu e quem não contribuiu. Quem agiu de um lado, quem agiu do outro lado.

Eu só termino essa minha fala dizendo o seguinte. Eu sou contra, portanto, essa nossa posição, ressalvar das nossas emendas e dizer que, da forma como está, se o governo do estado de São Paulo não injetar mais recursos, não usar pelo menos o que ele disse que ia fazer e não fez, nós vamos, por conseguinte, ter falhas, como aconteceu na Saúde e tem acontecido na Educação. 

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Obrigado, Professora Bebel. Continua em discussão, convido para fazer uso da tribuna, deputado Enio Tatto. 

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna, deputado Enio Tatto, só fazer o registro aqui da presença do nosso vereador da cidade de Sorocaba, Toninho Corredor. Seja bem-vindo, vereador, a esta Casa, a este Parlamento, vereador da cidade de Sorocaba.

Tem pela ordem, para uma comunicação, o deputado Dr. Jorge do Carmo.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, Sr. Presidente. Sr. Presidente, hoje, na Comissão de Assuntos Metropolitanos e Municipais, da qual eu sou membro, nós aprovamos um requerimento que eu reputo de minha autoria, que eu reputo de grande importância, além, é claro, dos outros que foram aprovados.

É o Item 13, do Requerimento nº 2.269, de 2023, que aprovou a realização de uma audiência pública nesta Casa, através dessa Comissão de Assuntos Metropolitanos e Municipais e a Comissão de Transporte e Comunicação, para discutirmos, Sr. Presidente, através desta audiência pública, a tarifa zero no estado de São Paulo, nas administrações municipais.

Vejo que já são 136 cidades que têm a tarifa zero incorporada, e que isso tem resolvido o problema da mobilidade, o problema também da movimentação do comércio, o direito de ir e vir, que é mais importante, porque a gente sempre vê o SUS, que é o Sistema Único de Saúde, ele garante o direito à saúde para todos os nossos usuários. No entanto, se você não tem o dinheiro para ir até o posto de saúde, o hospital, que direito está garantido? Está garantido o direito de ir e vir?

Portanto, Sr. Presidente, eu acho muito importante que esta Casa se debruce nessa questão para tratar desse assunto de relevante pertinência. Aliás, quero aproveitar a oportunidade para dizer, o deputado federal Gilmar Tatto, que por sinal faz aniversário hoje, deputado Enio, ele é um entusiasta dessa questão na mobilidade urbana e interurbana no estado de São Paulo e no Brasil.

Então, é importante que esta Casa realize as audiências públicas com esse propósito, com esse espírito, de a gente ter em breve, também aqui no estado de São Paulo, mais municípios com a tarifa zero, que é muito importante.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Obrigado, Dr. Jorge Carmo. Tem a palavra, para discutir contra, o deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, nobre deputado Carlos Cezar, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público que nos assiste e funcionários da Assembleia Legislativa. A LDO é um projeto importante, mas eu tenho certeza de que todos os deputados e deputadas sabem muito bem o que significa esse projeto da LDO. 

A Lei de Diretrizes Orçamentárias, a LDO, é um instrumento de planejamento e gestão financeira pública que estabelece as metas e prioridades do governo para o próximo ano, orientando a elaboração da Lei Orçamentária Anual, ou LOA. 

Em outras palavras, a LDO funciona como uma ponte entre o planejamento em médio prazo, o Plano Plurianual, o PPA, e a execução orçamentária da LOA. É esse o propósito da LDO. 

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Capitão Telhada.

 

* * *

 

Quando a gente fala que o governo Tarcísio não tem apreço pelas pessoas, é porque isso se reflete diretamente nas suas ações. A Lei de Diretrizes Orçamentárias que estamos debatendo hoje — e que provavelmente será votada ainda hoje — deixa bem explícito o quanto seu governo negligencia as áreas sociais, os direitos das pessoas e o cuidado com o ser humano.

Só para que vocês tenham uma ideia: no Orçamento de 2025, as metas prioritárias somam 36,4 bilhões de reais. Parece muito, não é, deputado Dr. Jorge do Carmo? Mas isso dentro de um orçamento total de 385 bilhões de reais. Ou seja, de 385 bilhões, serão destinados apenas 36,4 bilhões às metas prioritárias voltadas à assistência social — isso se forem realmente executados. Mais adiante, vou detalhar o que de fato está sendo cumprido.

Isso significa apenas 9,4% do Orçamento do Estado. Então se percebe que não é prioridade para ele. Onde que a gente percebe alguns cortes que são inadmissíveis? Mexer em algumas áreas que a gente acha de suma importância e em que jamais você tem que mexer diminuindo. Tem que mexer subindo no Orçamento. 

Por exemplo, Educação. Na ação de acessibilidade que amplia salas de aula na rede estadual, reduzindo 50% das intervenções em prédios; consequentemente, a criação de novas vagas para os estudantes. Ou seja, ele está mexendo, na área da Educação, em 50% das metas, naquilo que é essencial. 

Na área da Saúde, cortes expressivos em reforma e ampliação das unidades, com redução de 32,5% nas obras físicas; menos três novas unidades construídas e queda de 62% na área total construída. Como é que você pode diminuir metas, diminuir ações na área da Saúde e na área da Educação? Eu estou inventando isso? Não. Isso está na LDO que vai ser aprovada hoje, que está sendo discutida e deve ser votada no dia de hoje. 

Os números de atendimentos, exames, cirurgias e mutirões — incluindo o programa 'Mulheres de Peito' — registraram uma queda de 11 mil unidades, o que representa 4,26%. Há poucos dias, denunciei aqui o encerramento do convênio com 14 municípios, afetando as clínicas que prestavam serviços ao Estado. Já sabíamos que isso causaria atrasos na realização de exames. Agora, com a LDO em mãos, essa previsão se confirma: houve uma queda expressiva de 4,26%, ou 11 mil exames a menos.

Esse é o retrato do governo Tarcísio. Houve uma redução de 9,6% no número de leitos psiquiátricos em hospitais gerais e um corte de 60% na modernização da infraestrutura tecnológica — ou seja, interferências profundas em áreas essenciais como Saúde e Educação.

Na Agricultura, eu sempre destaco o orçamento extremamente reduzido do estado de São Paulo, que representa menos de meio por cento. Fala-se muito, há propaganda, e não falta dinheiro nem financiamento quando se trata do agronegócio.

Em relação à agricultura, especialmente o pequeno produtor e a agricultura familiar — que são os responsáveis por colocar alimento na mesa do trabalhador, todos os dias, todos os anos — houve uma queda de 92,78%.

Essa LDO que o governador Tarcísio enviou é extremamente preocupante. E este já é o segundo ano de sua gestão; ele já deveria ter aprendido com os erros e corrigido os rumos. Mas, além desses cortes drásticos, há um agravante: o governador não cumpre nem mesmo aquilo que coloca no papel. Estou trazendo aqui alguns exemplos de reduções graves, mas o problema maior é a falta de execução.

Daquilo que foi proposto no PPA em 2024 para 2027, neste exato momento, no governo dele, ele está deixando de cumprir 51% das suas metas. Não é pouca coisa. Não são 10, 15, 20%, o que já seria muito. Mais da metade daquilo que ele prometeu, daquilo que está escrito, ele não está cumprindo até este momento. 

E tem áreas que já têm um orçamento minúsculo, que são aquelas áreas sociais que sempre são deixadas de lado. No esporte, por exemplo, 82% das metas não foram cumpridas até este momento. 

É por isso que você verifica que não tem parceria com a Secretaria de Esporte. Os deputados sabem muito bem que, quando você vai falar com o secretário, ele vive mendigando emendas parlamentares. 

Onde já se viu um orçamento de uma secretaria de um estado como São Paulo, com mais de 380 bilhões, um secretário do estado de São Paulo ficar mendigando e trabalhando em cima de um orçamento baseado em emendas parlamentares? 

E a Secretaria da Mulher, criada ainda na gestão Doria e, à época, muito celebrada — afinal, é um setor fundamental, que precisa de políticas bem formuladas, programas consistentes e recursos financeiros. Durante aquele governo, metas foram cumpridas. No entanto, peço às deputadas desta Casa que olhem com atenção para o orçamento atual: há um descaso total. As metas voltadas às mulheres não receberam absolutamente nenhuma atenção. Estamos falando de um índice de 100% de descumprimento.

Fica muito difícil votar uma LDO como essa. Quando olhamos para o desenvolvimento social, para a área da assistência, o cenário é preocupante. Fizemos um amplo debate na semana passada e também ontem sobre o programa 'SuperAção'. E os dados são alarmantes: 62% das metas previstas — que já partiam de uma estimativa orçamentária minúscula — não foram cumpridas pelo governo Tarcísio. Questionamos isso ontem.

O 'SuperAção' atende apenas 105 mil famílias, com um orçamento de 500 milhões de reais. No entanto, até maio deste ano, o governo havia congelado 670 milhões de reais. E agora lança um projeto com viés claramente eleitoreiro, tentando vender a ideia de que existe um 'Bolsa Família' paulista — colocando apenas 500 milhões dentro de um orçamento total de 380 bilhões.

Lembrando, a Secretaria da Assistência Social tem menos de 0,5%, aliás, tem 0,33 por cento do orçamento. Nos últimos dois anos do governo Doria, caiu o valor dessa área. E metas na Educação também, não cumpridas, em torno de 55 por cento. Isso são dados oficiais, que estão nessa LDO mandada pelo Tarcísio. 

E na Saúde também, como eu já coloquei alguns itens aqui, chega a 44% das metas não estabelecidas. Ou seja, além daquilo que ele coloca dentro do Orçamento, no papel, ainda tem o problema de não cumprimento daquilo que ele escreve. 

Algumas áreas que não dá para a gente aceitar no orçamento é ele mexer e não priorizar. Não é que não estão na LDO, mas não prioriza. Por exemplo, a manutenção e a ampliação de programas assistenciais, como os restaurantes “Bom Prato” e o “VIVALEITE”. Ou seja, são programas bons. Mesmo sendo de oposição, a gente fala que esses programas são bons. 

Deputado Barba, é nesse ponto que percebemos a grande dificuldade enfrentada pelas entidades e pelos municípios para solicitar o cadastramento no programa “VIVALEITE”, que distribui leite às crianças, aos idosos — trabalho realizado por inúmeras associações nas regiões mais periféricas e vulneráveis, como no Fundão. Pois bem: o programa está encolhendo.

Também é comum ouvirmos dos responsáveis pelos restaurantes 'Bom Prato' que estão desestimulados, cogitando até desistir, por falta de reajuste no repasse. E vale lembrar: o 'Bom Prato' é, sim, um bom programa do governo do estado de São Paulo. Mas precisa ser valorizado, fortalecido e não deixado à própria sorte.

Pois bem, não é prioridade, não estão escritas aqui nas metas da LDO, como a programação de atenção à saúde mental dos policiais e outros de valorização dos profissionais da segurança pública. 

Eu fico imaginando a bancada aqui, que a gente chama “bancada da bala”, pessoal ligado a Segurança Pública, como Conte Lopes, um programa que atende a Segurança Pública, os profissionais da Segurança Pública, diminuído tanto assim nos programas, nas metas do governo do estado de São Paulo.  Fica muito difícil vocês votarem isso e explicar para o eleitorado de vocês dessa área. 

Eu fico me perguntando como a chamada 'bancada da bala', composta por parlamentares ligados à Segurança Pública — como o deputado Conte Lopes — reage diante da redução tão expressiva dos programas e metas voltados aos profissionais dessa área no governo do estado de São Paulo. É difícil imaginar como vocês vão votar favoravelmente a essa proposta e, mais ainda, como explicarão isso ao eleitorado que representa esse setor.

A saúde e a empregabilidade da mulher não aparecem como prioridade na LDO enviada por Tarcísio, que será votada ainda hoje — como já destaquei anteriormente. E quando olhamos para a área da Cultura, o cenário é ainda mais preocupante. As oficinas culturais estão listadas, sim, mas não figuram como prioridade nas metas estabelecidas. Um exemplo claro é o Conservatório de Tatuí, um espaço fundamental para a formação musical e cultural no estado. Todos os anos discutimos, na LOA, a ausência de recursos adequados para esse conservatório — que invariavelmente tem seu orçamento congelado.

Projetos importantes, como o programa ‘Guri’, também na área da Cultura, sequer têm metas estabelecidas nesta LDO. E o pouco que está previsto, não vem sendo cumprido. A situação se repete em outras áreas igualmente sensíveis: a saúde da população prisional, por exemplo, não está contemplada nas metas.

O mesmo ocorre com o custeio da rede de reabilitação Lucy Montoro — uma instituição pela qual temos imenso respeito, pelo trabalho fundamental que realiza. Ao analisarmos o texto da LDO, vemos que esse programa não apenas foi ignorado, como perdeu ainda mais relevância. Também não há qualquer previsão orçamentária clara para a Vigilância Sanitária.

Acessibilidade à rede física nas escolas, transporte, merenda escolar e as operações da rede de ensino também enfrentam problemas. Eu visitei algumas escolas, na semana passada, nos últimos 15 dias. A gente percebe no estado de São Paulo, na capital de São Paulo, na região metropolitana, escolas com problema de infiltração e de manutenção. 

E os diretores de escola apelam para a gente mandar uma emenda para lá para tentar fazer pequenas reformas, porque a Secretaria da Educação, com tanto dinheiro que tem nessa Secretaria, não consegue resolver esse problema. 

Pois bem, não é na LDO do Tarcísio que a gente vai resolver esse problema das escolas aqui no estado de São Paulo. 

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlos Cezar.

 

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A Defesa Civil — que envolve a preparação para desastres e a percepção de riscos — claramente não é uma prioridade para o governo Tarcísio. Quando essa área não está contemplada nas metas nem nas prioridades, o que acontece? O governo acaba correndo atrás do prejuízo, como vimos em episódios marcantes em Cubatão, no Litoral Norte e em diversas outras regiões do estado de São Paulo.

Ficamos estarrecidos ao ver uma peça orçamentária tão relevante como a LDO ser tratada com tamanha negligência. Ela deveria ser amplamente debatida e analisada, pois é a partir dela que se constrói o Orçamento do Estado.

E como incluir no Orçamento aquilo que sequer está previsto como meta? O próprio governo se respalda nisso para negar recursos: 'Não está na LDO, não posso incluir'. Estamos falando de áreas absolutamente essenciais que foram simplesmente ignoradas.

E como foi colocado aqui muito bem pelo deputado Marcolino e outros que me antecederam, onde não vai faltar dinheiro e que está contemplado aqui nas metas: é a desoneração para alguns setores da economia no estado de São Paulo. É lógico que alguns setores têm que ter desoneração. 

Mas aqui a deputada Ana Perugini estava até questionando quem é contemplado com essas desonerações. Qual a contrapartida que essas empresas, esses setores econômicos estão dando para o Estado, para a população de São Paulo? Isso é um sigilo, ninguém descobre. 

Nós já até judicializamos isso, e não conseguimos descobrir. Portanto, a desoneração que, em 2025, era de 71,5%, passa para 85,6%, um aumento de 14 bilhões. Ou seja, num projeto para distribuir renda, para combater a fome, ele coloca 500 milhões. Agora, de desonerações ele põe 14 bilhões, privilegiando não sei lá quem que vai ter esse dinheiro em caixa. 

Quando você desonera, você tira dinheiro do ICMS, você tira dinheiro do IPVA, e esse dinheiro deixa de ir para essas áreas que eu citei aqui que não estão contempladas na LDO. 

Então, Sr. Presidente, eu tenho certeza de que V.Exa. está convencido que essa LDO do Doria é muito pobre, é muito pequena. 

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Do Doria. 

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Do Tarcísio. É muito pobre, é muito pequena. Parece a do Doria também, que é uma continuidade. E não dá para votar numa LDO dessa. 

Por isso que a bancada do Partido dos Trabalhadores está fazendo oposição e vai votar contra essa peça.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Obrigado, deputado Enio Tatto.

Continua em discussão. Para falar contra, convido para fazer uso da tribuna a deputada Paula da Bancada Feminista.

 

A SRA. DELEGADA GRACIELA - PL - Pela ordem, para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem pela ordem, por uma comunicação, deputada Delegada Graciela.

 

A SRA. DELEGADA GRACIELA - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu só gostaria de anunciar aqui, agradecer a presença dos nossos vereadores de Jardinópolis, nossos amigos, o Edson Vizu, do banco, o Murilo Menegueti, a Fernandinha Beatriz, a Cíntia Fernandes e o Ricardo Frojoni que estão aqui conosco hoje na Assembleia.

Agradecer a presença de vocês aqui conosco.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Bem-vindos, vereadores, a convite da nossa deputada Delegada Graciela. Sejam muito bem-vindos a este Parlamento.

Tem a palavra a deputada Dra. Paula da Bancada Feminista.

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, presidente.

Quero cumprimentar os meus colegas nobres deputados aqui presentes para debater um tema tão importante, tão importante que o meu desejo é que esse plenário estivesse lotado.

Tenho falado muito com os meus colegas parlamentares por aí o quanto seria muito importante que houvesse uma participação ativa dos parlamentares, dos deputados estaduais desta Casa, com projetos tão importantes e sensíveis como o que nós debatemos aqui neste momento, que é a Lei de Diretrizes Orçamentárias, mas tantos outros projetos que são votados.

Então, inclusive, quem acompanha esta sessão não se surpreenda se a oposição pedir diversas vezes verificação de presença neste plenário. É a nossa forma de convocar os nossos colegas deputados para ouvir e debater questões tão importantes do Parlamento do estado de São Paulo, como o tema orçamentário.

Neste momento nós debatemos o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias enviado pelo governador do estado de São Paulo para esta Casa e já manifesto também a posição contrária da bancada do PSOL com relação a esse projeto.

Antes de entrar nesse tema, e já que a gente está falando de Orçamento, um tema tão importante, que inclusive diz respeito aos órgãos do Estado, diversos, dentre eles a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, eu quero aproveitar este momento para desfazer um imbróglio que foi criado um pouco mais cedo aqui neste plenário durante a discussão da aprovação de urgência ao PLC 20, de 2025, de autoria da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, porque, infelizmente, os deputados da base do Governo tentaram empurrar para a oposição uma pecha de serem aqueles que são contrários a uma instituição tão importante e tão fundamental para a democracia do Brasil, não só do estado de São Paulo, que é a Defensoria Pública do Estado de São Paulo.

A Defensoria Pública do Estado de São Paulo foi criada no ano de 2005 e eu tenho muito orgulho de ter sido estagiária da Defensoria Pública do Estado de São Paulo no Brás, na Infância e Juventude, entre 2013 e 2015, porque o meu sonho era ter sido defensora pública do estado de São Paulo, mas a vida me empurrou para a atividade parlamentar e para o exercício da advocacia.

Então hoje eu aqui estou, também defendendo os direitos dos defensores, dos seus servidores, mas especialmente da instituição Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Porque essa instituição, que é modelo e exemplo para o restante do País e também para o mundo, é uma instituição que precisa, sim, ser preservada.

E é sobre preservação que os parlamentares da oposição estão fazendo um debate com relação a esse projeto de lei. Um projeto de lei que, infelizmente, foi enviado para esta Casa Legislativa como um único projeto de lei, não como três, porque dispõe sobre três questões distintas. Primeiro, sobre o aumento salarial, com o qual nós concordamos integralmente.

Segundo, a ampliação de cargos e da estrutura da Defensoria Pública, dentre outras adaptações à Lei Complementar nº 80, que é a lei complementar que rege a Defensoria, as Defensorias do nosso País, também assunto com que nós concordamos.

Mas um outro tema, que é a criação de um grupo de assessoramento, grupo esse que, infelizmente, parece estar sendo criado para limitar a autonomia do exercício da Defensoria Pública. E olha só, provavelmente essa criação é uma resposta a ataques que a instituição Defensoria Pública vem sofrendo, inclusive de parlamentares desta Casa Legislativa, que tiveram a audácia de apresentar não só um, mas mais de um pedido de instauração de procedimento administrativo contra defensoras públicas que exercem, de forma brilhante, o seu trabalho na defesa incondicional dos direitos humanos.

Eu acho que seria muito importante que não houvesse nenhum ataque, nenhuma restrição à autonomia da Defensoria Pública, nenhuma restrição ao exercício do serviço público, que é isso que a Defensoria Pública do Estado de São Paulo faz.

Neste momento nós estamos discutindo uma série de debates e de conteúdos relacionados a esse projeto porque nós não queremos ver atacada a autonomia da instituição Defensoria Pública do Estado de São Paulo.

Então nós estamos debatendo e negociando mudanças, modificações e emendas a esse projeto, porque nós queremos que haja a preservação integral da autonomia da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, de duas formas: para que o conselho, esse grupo de assessoramento que vai ser criado, que pretende ser criado, não limite a autonomia do exercício dos defensores públicos, mas também para que o conselho superior siga cumprindo o seu papel, como por exemplo a aprovação do Orçamento, que é um tema que hoje nós debatemos aqui, nesta Casa.

Pois bem, dito isso, esclarecidas as falácias que estão tentando empurrar para as bancadas do PSOL e do PT, como aqueles e aquelas que não defendem a instituição Defensoria Pública, quando, na verdade, nós não só aplaudimos, defendemos, disputamos emenda, disputamos orçamento, como nós também queremos ver ampliado o aparato da Defensoria Pública, para que - por que não? - possa atender integralmente a todas as pessoas vulneráveis, em suas diversas vulnerabilidades no nosso Estado.

Passando a esse tema tão caro, que é o tema do Orçamento do estado de São Paulo, nunca é demais... E as pessoas, sempre que passam por aqui, que sobem a esta tribuna, falam o quanto o estado de São Paulo é um estado muito rico. Na verdade, a gente precisa entender o montante de dinheiro e de verba que existe, em termos orçamentários, no estado de São Paulo.

É por isso que ao debater as diretrizes que pautam o nosso Orçamento, que vão servir para que a gente aprove de forma detalhada a Lei Orçamentária Anual, ao final deste ano, no final deste ano legislativo, é muito importante que a gente tenha muita cautela para entender quais são as metas propostas, assim como fizemos com o Plano Plurianual e, na verdade, onde estão os gargalos no Orçamento do estado de São Paulo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Alex Madureira.

 

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E tem uma coisa que eu acho que é muito grave que o governador Tarcísio vem fazendo, que é o perdão sistemático de dívidas de pessoas que têm muito dinheiro. Na verdade, infelizmente, o governador Tarcísio tem uma política de, em primeiro lugar, vender e rifar completamente o nosso patrimônio público, tirar dinheiro das áreas sociais; mas, mais do que isso, perdoa sistematicamente a dívida de empresários e pessoas que têm muito dinheiro no estado de São Paulo.

Quem está criticando isso não sou eu, só. Eu não sei se os nobres colegas viram, eu fui alertada por uma outra deputada aqui de que o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo aprovou, com ressalvas, as contas do governador Tarcísio.

E uma das coisas que chamaram muito a atenção foi justamente o perdão às dívidas que o governador vem fazendo por aí. Na verdade, o governador, ao fazer isso, abre mão de arrecadação fiscal, um valor tão, tão, tão importante.

E precisa usar como desculpa a necessidade de privatização de empresas públicas, a exemplo do que fez com a Sabesp, que foi vendida, inclusive, e, ao ser vendida, doeu no bolso, não do Governo do Estado de São Paulo, doeu no bolso da população do estado de São Paulo, que está vendo a sua conta de água aumentar sem parar, com aumentos inexplicáveis no nosso Estado.

Eu gostaria muito, repito, de que este plenário estivesse lotado, para que nós debatêssemos quais são as nossas prioridades em termos de emendas que, infelizmente, são bem pouco ou nunca acatadas aqui nessa Casa Legislativa. Mas o quanto nós pudéssemos debater, por exemplo, que existem diversas prioridades que precisam ser emplacadas em termos de Educação, de Saúde.

Inclusive, eu fiquei muito surpresa com a fala do deputado Léo, do Partido Novo, aqui, quando ele veio falar sobre a necessidade de maior investimento na Saúde, o quanto infelizmente são só os projetos das pessoas que se sentam aqui na tribuna de honra, e não dos que  se sentam na galeria, que são aprovados. Eu senti o deputado Léo quase um revolucionário aqui, ou no “bom xibom, xibom bombom, que o de cima sobe e o de baixo desce”.

Achei ótimo, deputado Léo, que V. Exa. tenha pautado esse tema, mas também concordo muito com o que a deputada Bebel disse aqui. É muito importante que a gente tenha muita atenção para os projetos que são debatidos nesta Casa Legislativa, como por exemplo a retirada do orçamento da Educação. E de que Educação nós estamos falando? De uma Educação altamente precarizada.

Nós estamos falando de estruturas de salas de aula que estão caindo aos pedaços, escolas estaduais sem porta no banheiro, sem papel higiênico. E eu não falo nem do salário dos professores, altamente defasado, mesmo com a aprovação que aconteceu aqui, que não chega nem perto do nível de recuperação salarial que os professores do estado de São Paulo precisam ter.

Porque todo mundo gosta de encher a boca, de dizer que a Educação vai transformar o Brasil; gosta de dizer que a juventude é quem vai poder transformar o nosso país, é o futuro do País. Mas na hora de pegar a caneta, de botar sua digital, de ir a esse microfone de aparte votar dinheiro para a Educação, ninguém faz.

Pelo contrário, retiram. Pelo contrário, vão à bolsa de valores aprovar projetos de privatização das escolas do estado de São Paulo; transformam em mercadoria um dos maiores e mais importantes direitos que a população do estado de São Paulo tem, que é a sua Educação.

Depois de muita pressão, inclusive, recentemente, nós fizemos uma audiência pública sobre esse tema com funcionários, estudantes do Centro Paula Souza, Etecs e Fatecs. O governador do estado de São Paulo anunciou um investimento emergencial para a reforma das Etecs.

Sabe por que ele fez isso? Porque tem escola histórica que está com vazamento, com goteira, com rato, com pomba, com barata, com elevador parado que impede estudantes com deficiência de acessarem as suas salas de aula.

E eu estou falando de Etec, eu estou falando de escola de excelência, eu estou falando de ensino técnico, que já foi na história do nosso Estado um dos bastiões da nossa educação e que hoje, na esteira do que é todo o projeto da Secretaria de Educação, altamente precarizado.

Mas, infelizmente, os nossos problemas não param na Educação. Tem um tema que sempre é muito sensível de ser debatido aqui neste plenário e hoje a gente debate aqui as metas.

Eu gostaria muito que uma das metas previstas na LDO fosse - por que não? - a redução da letalidade policial. Porque a gente consegue vir aqui e todos os anos aumentar ou encher a Secretaria de Segurança Pública, como faz com a Secretaria de Parcerias e Investimentos, já que a prioridade do Estado é privatizar tudo. A gente consegue vir aqui e aumentar o dinheiro para a Secretaria de Segurança Pública.

Mas a gente não consegue nunca estabelecer a redução da letalidade policial como uma prioridade. Enquanto isso, vejam só, durante o governo Tarcísio, em parceria com o seu secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, que mais uma vez disse que o que eu faço na minha atuação parlamentar é vitimismo, dessa vez no programa do Bial, o que eles fizeram foi aumentar, de acordo com o estudo do Unicef, em 120% o número de crianças e adolescentes assassinados pela Polícia Militar no estado de São Paulo.

A redução da letalidade policial precisa ser uma meta. Precisa ser uma meta, porque enquanto a gente não debater com seriedade que a atuação da Polícia Militar precisa sim ser menos letal para que a gente tenha um respeito maior, uma atuação mais digna, um respeito à vida do povo do estado de São Paulo. E eu falo especialmente como já disse de crianças e adolescentes.

Isso precisa ser tratado com seriedade no nosso Estado e, infelizmente, não é. O tema das câmeras é um tema que a gente cansa de debater por aqui e que nunca avança. As câmeras nos uniformes dos policiais não foram retiradas pelo Governo do Estado.

Na verdade, existe até um pacto agora, um acordo que foi feito entre Defensoria Pública do Estado de São Paulo, STF, Governo do Estado de São Paulo, que fala sobre a forma de atuação e de aplicação das câmeras nos uniformes dos policiais.

Só que essas câmeras precisam ser utilizadas. Essas câmeras precisariam - e isso infelizmente foi vencido pelo debate - gravar de forma ininterrupta. O tempo de armazenamento precisaria ser o suficiente para que as imagens dessas câmeras reforcem a necessidade de que elas sejam prova pericial, passem por prova pericial, para que elas sejam prova nos autos de um processo judicial ou de um inquérito policial.

Infelizmente, a gente não consegue ver essa política revertida em condenação no Judiciário. Infelizmente, uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas mostrou que são pouquíssimos os números - e por que não reduzido a zero? - nos últimos anos, de policiais militares condenados pela morte, execução de pessoas aqui no nosso Estado.

Então, na verdade, o que eu faço aqui nesta Casa e como faço todas as vezes que debatemos o Orçamento - não é o primeiro ano que a gente sobe aqui para discutir isso - é fazer um apelo.

Um apelo aos nobres colegas deputados, para que V. Exas. também passem a entender a necessidade de priorização de Saúde, de Educação, de Segurança Pública, de forma que isso respeite as necessidades e os direitos do povo do estado de São Paulo e não o bolso de milionário.

Não dá mais para a gente fazer política para encher o bolso de milionário com privatização. A gente precisa fazer política de um jeito que atenda aos direitos dos mais pobres, dos mais vulneráveis, que são aqueles que de verdade precisam da atenção da política pública e não do perdão e isenção de dívida, como o governo tem feito para encher o bolso de quem tem muito dinheiro.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Obrigado, deputada Paula. Próxima oradora inscrita: deputada Monica Seixas do Movimento Pretas.

 

O SR. ORTIZ JUNIOR - CIDADANIA - Pela ordem, Sr. Presidente. Para uma breve comunicação?

 

 O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Pela ordem, deputado Ortiz Junior.

 

O SR. ORTIZ JUNIOR - CIDADANIA - Para uma breve comunicação?

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Enquanto a deputada Monica se dirige aqui ao plenário, tem o tempo regimental.

 

O SR. ORTIZ JUNIOR - CIDADANIA - PARA COMUNICAÇÃO - Eu ouvi atentamente a deputada Paula. Concordo em parte com o que ela diz, mas eu queria trazer aqui uma contribuição a essa questão, especificamente do perdão administrativo às dívidas, que essa não é só uma questão que diz respeito ao estado de São Paulo, é uma questão que desrespeita a grande maioria dos estados do país, inclusive ao governo federal, que retroalimenta o problema do excesso de arrecadação fiscal no Brasil.

Aliás, o excesso de legislação fiscal no Brasil. O Brasil é um país pródigo em exceder o número de impostos criados todos os anos. E, além do número de impostos, a gente tem uma confusão legislativa imensa que leva à sonegação. E a gente tem uma “psicose maníaco punitiva” da receita federal no Brasil, das receitas estaduais, que, além de autuar, autua excessivamente.

E as multas são sempre irreais, as multas são sempre absurdas. E são multas que atingem pessoas mais ricas, pessoas mais pobres, pessoas de classe média, realmente a gente tem uma grande esquizofrenia fiscal no Brasil. Aliás, tem um livro que diz “Manicômio Político Judiciário Brasileiro”, e trata especificamente da questão tributária, de um grande tributarista do Rio Grande do Sul.

Então, essa é uma questão sintomática do Estado brasileiro, não é especificamente uma questão do estado de São Paulo, embora ache que o estado de São Paulo erra nesses perdões judiciais.

E olha que o Brasil sempre está na contramão.  Porque, no lugar de reduzir privilégios, e a gente tem inúmeros privilégios e inúmeros poderes, sobretudo no funcionalismo público federal.

Infelizmente eu discordo disso, entendo os argumentos do governo federal, mas hoje se discute exatamente na Câmara dos Deputados a aprovação ou não do aumento do IOF, que é um despropósito. Aumentar impostos no Brasil é um despropósito, é a contramão da redução do tamanho do Estado brasileiro. O Brasil tem um estado caro, um estado de privilégios, e no lugar de combater os privilégios, a gente está sempre aumentando impostos.

Espero que hoje a Câmara dos Deputados rejeite a proposta do aumento do IOF, e se a Câmara não rejeitar, o Senado rejeite. Não é uma questão ideológica, não é uma questão de viés de federal ou estadual...

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Para concluir deputado.

 

O SR. ORTIZ JUNIOR - CIDADANIA - Mas é uma questão de que realmente a gente vive uma esquizofrenia tributária que leva a essas distorções, que são os perdões administrativos das dívidas. Era só isso que eu queria dizer.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Obrigado, deputado Ortiz. Deputada Monica.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom, o estado de São Paulo vai perder completamente a sua capacidade de autofinanciamento e de manutenção de serviços públicos. Eu vou repetir. O estado de São Paulo vai perder completamente a sua capacidade de financiamento dos serviços públicos.

Eu vou repetir o que eu disse na votação do Plano Plurianual, lá em 2023, sobre as metas do Tarcísio e sobre benefícios fiscais. Na época, a gente vinha do governo João Doria, que já tinha batido o recorde em benefícios fiscais, poucos transparentes, e aí vem ficando cada vez mais pouco transparente, e ele batia a média de 20 bi ano de renúncia fiscal. Era um escândalo, capa de jornal e etc.

O PPA do Tarcísio, se tem uma coisa que eu posso dizer é que ele não mentiu, veio dizendo que a meta dele era ampliar em dois, três anos para 70 bi de renúncia fiscal por ano. E eu avisava, isso é mais do que o orçamento do Paraná, isso é mais do que todo o financiamento de Saúde e Segurança Pública somados. Esse é quase todo o investimento em Educação.

Pois bem, eu não sei se os colegas leram o parecer do Tribunal de Contas sobre o governador Tarcísio, aprovados com ressalva hoje. Peço licença para trazer aqui o que eu li pela imprensa, porque vai chegar para a gente ainda mais tarde, mas eu acho que vale a atenção de todos, porque esse é um assunto caro que volta a aparecer na LDO.

Em suma, o Tribunal de Contas disse que o estado de São Paulo não teria capacidade de manter a sua operação financeira esse ano se não fosse a entrada do dinheiro da privatização da Sabesp. Eu não estou discutindo a privatização da Sabesp como boa, mas o cálculo é tão malfeito, que se não fosse essa grande venda, esse ano a gente não pagaria as contas.

O problema é que para o ano que vem não tem outra privatização da Sabesp. O problema é que para o ano que vem não tem a privatização da Sabesp. Ano passado, 24, o governador Tarcísio bateu 70 bilhões em renúncias fiscais. Entre todo o universo de beneficiários, apenas 2% tiveram 90% desses 70 bi. Desses 70 bi, 90% ficaram só com 2% dos beneficiários.

Ou seja, a gente tem meia dúzia de empresas e empresários ficando com todo o Orçamento da Saúde e da Segurança Pública somados. Eu já permito um aparte, porque o senhor é bom de conta, mas eu sugiro que o senhor se inscreva, vai ser bom para o debate.

Este ano, na LDO, o governador propõe abrir mão de 85 bilhões de reais em renúncias e benefícios fiscais. Oitenta e cinco bilhões de reais. Para quem acompanha de casa, e não tem obrigação nenhuma de saber o que é renúncia fiscal, é quando o governador, por algum motivo, chega a alguma atividade financeira, pode ser indústria, pode ser agronegócio, pode ser fazenda etc., e fala: “Esse imposto que você tinha que me pagar, não pague, está perdoado”.

Só que abrindo mão da totalidade do imposto, da meia dúzia que ele vem beneficiando... Porque, como vou repetir, 2,5% dos beneficiários tiveram um montante de 90% dos 70 bi que o governo abriu mão.

Enquanto o governo abre mão disso, não tem recursos para hospital. O estado de São Paulo fechou, esse ano, sete mil leitos. Aumentam exponencialmente as filas por internação e cirurgias de coisas básicas.

Vai lá para a minha região de Sorocaba e tenta fazer uma cirurgia de pedra nos rins para ver se você consegue. O Hospital Regional de Sorocaba, que atende toda a minha região, é importante para centenas de cidades, e perdeu a capacidade de atendimento porque tem leitos fechados. Isso se reproduz aqui na Capital, isso se reproduz pelo estado inteiro, com esse valor de abrir mão de impostos, e não passa por aqui.

E mais uma vez eu quero chamar os colegas. Eu tenho, desde o meu primeiro ano na Assembleia Legislativa 2019, um projeto de lei protocolado que quer que os benefícios fiscais passem por aqui. Nós devemos conhecer os motivos de abrir mão de coletas de impostos, nós devemos conhecer quem são os beneficiários e ajudar o governo a equilibrar suas contas.

Porque ano que vem não tem uma nova privatização da Sabesp, ano que vem não tem mais recurso em caixa, e o governo não vai conseguir financiar a sua operação. É isso que nos alerta o Tribunal de Contas, no seu parecer, repercutido pela imprensa hoje. E precisamos do dinheiro dos pagadores de impostos, porque o pobre paga imposto no arroz, no feijão etc.

Esses 2% que estão abocanhando isso tudo de imposto vão deixar a gente sem as condições de escola pública. E a Educação entrou também no relatório do Tribunal de Contas. O Tribunal de Contas nos aponta a dificuldade de alfabetização das crianças na rede pública.

O Tribunal de Contas nos mostra que o sentido de trocar livros por telas não está dando certo. O Tribunal de Contas nos alerta que apenas 30% das escolas estaduais estão adaptadas para garantir inclusão. O Tribunal de Contas nos alerta que tem gente sem acesso à Educação e à Saúde, porque nós não estamos controlando benefícios fiscais.

Eu quero pedir um favor aos colegas. Se a gente vai abrir mão de 85 bi -, e vou pedir para a assessoria me passar uma cola - se isso já supera o valor da Educação, que é o nosso maior Orçamento. Mas, se a gente vai abrir mão de 85 bi, que a gente, ao menos, tenha algum controle. É preciso ter transparência. Quem são esses 2%, e por que eles estão sendo beneficiados nesse montante

E é preciso a gente começar a se preparar para cuidar do resto, porque o Orçamento não vai nos permitir dar conta do resto. O Governo do Estado, na LDO, flexibiliza os repasses às universidades estaduais.

O governo estadual, na LDO, um colega que me antecedeu aqui disse que essa é a LDO do Doria. Não é errado. Sabe por quê? Porque a LDO é um “copia e cola” há quase seis anos. Eu tive muita dificuldade, no começo, de entender e estudar a LDO.

Infelizmente, a cada ano vai ficando mais fácil, porque eu falo: “É a mesma do ano passado? Igualzinho do ano passado? Não muda nada?”. Até com os mesmos deboches. A gente não consegue tirar os deboches.

Vou dar um exemplo de um deboche: ontem os colegas me disseram que o “SuperAção” é o maior programa de assistência social da história do estado de São Paulo. Eu repito: não está escrito nada no projeto. Se tivesse, pelo menos a gente iria entender, mas eu fui na LDO buscar informações a respeito de tudo o que disseram que iria ser o “SuperAção” e não está lá.

Disseram que é um programa de empreendedorismo. Eu fui olhar para ver se encontrava alguma coisa na LDO. Não acho. “De acesso a emprego e renda.” Aí eu achei. Programa de Acesso a Emprego e Renda, contemplados em números de pessoas: 275. “É um projeto de atendimento às pessoas em situação de vulnerabilidade.” Fui buscar.

Diversos projetos em situação de vulnerabilidade. Uma das coisas que a Secretaria de Assistência Social já tem como programa, que é o “Leve Leite”, que é o “Bom Prato”, mas que é o programa de atendimento à mulher gestante em situação de vulnerabilidade, tem todos os números de deboche lá. O maior programa de assistência social vai atender o grandioso número de dez. Dez mulheres gestantes em situação de vulnerabilidade no ano que vem.

Ah, tem suplementação, sim. Eu não posso ser injusta com o governador. Ele pretende suplementar algumas coisas. Entre as suplementações que ele pretende fazer, é do repasse que tem que fazer às linhas de metrô privatizadas. Pretende complementar o recurso que já paga para a ViaMobilidade. Investimentos em áreas sociais, em Saúde, em Educação, só tem rubrica frouxa.

A tônica das LDOs - para ser justa, das últimas, desde o governo Doria -, é mais ou menos dizer assim: “vou fazer o que eu quiser, Assembleia Legislativa”. Vou fazer o que eu quiser, inclusive nada, porque com o valor de que a gente vai abrir mão de receber, vai ficar impossível fazer qualquer coisa e manter os serviços públicos no estado de São Paulo.

Eu sei que tem gente que acha bom, porque em um cenário de escassez é fácil ser o herói levando emenda para sua cidade. É fácil chegar na sua cidade e falar assim: “Olha só, eu fiz esse hospital, eu trouxe leitos, eu asfaltei de novo esse asfalto que foi asfaltado no ano passado, as minhas emendas fazem diferença”.

A política não tem mais condições de atender devidamente pelo critério de desigualdades. A política não vai ter mais condições de chegar a todos os lugares. O dinheiro público não vai ter condições de chegar onde não tem deputado com voto. Isso é muito injusto.

O governador Tarcísio está dizendo com todas as letras, ao dizer na LDO que pretende abrir mão de 85 bi de arrecadação ano que vem: “não tenho a intenção de ter serviço público. Não tenho intenção nenhuma. E nem de seguir leis”.

Agora quero falar das coisas pelas quais a gente batalhou para a LDO. Este ano, fui em uma linha superlegalista. Assim: “vou pedir o mínimo, que só se cumpra a lei”. Só. Em um cenário como esse, não cabe pedir muita coisa.

Eu pedi, por exemplo, que o governador seguisse a lei e abrisse ao menos uma sala de acolhimento especializado a mulheres vítimas de violência nas delegacias, as delegacias das mulheres 24 horas em todas as cidades. Já é lei. Eu coloquei essa emenda: DDM em todas as cidades. Ignorada.

Eu coloquei como meta que a Polícia Civil tivesse policiais civis em todas as delegacias. Sabe? Não é ser atendida por um guarda civil municipal emprestado à delegacia. Policial civil escrivão, policial civil investigador, delegado, etc., em todas as delegacias. Ignorada.

A gente pediu câmera nos uniformes dos policiais, todos eles, aquela que liga e desliga, do acordo que ele fez com o STF, etc. e tal. O mínimo, mas em todos. Ignorado. A gente pediu que se cumprisse a lei federal dos psicólogos e assistentes sociais nas escolas. Ignorado.

A gente pediu acessibilidade às pessoas com deficiência nas escolas, em prédios públicos, um plano de adaptação dos prédios públicos para começar acabando com as escolas de lata e em contratação de especialistas e professores especialistas para dar conta de incluí-los de verdade na Educação. Ignorado.

A gente pediu a despoluição e os cuidados com a renaturalização dos rios. Ignorado. A gente pediu transparência na fila Cross, para deixar de ter fura filas, sabe? Ficar ligando para secretário de Saúde, pedindo para encaixar e etc. e tal, o que deixa a gente, que não tem padrinho político, lá no fim da fila.

Transparência na fila Cross, a gente saber quem entrou, qual é a prioridade, qual é a urgência, quanto tempo está demorando para atender, quais são os casos que estão demorando mais, em que a gente precisa contratar mais especialista, onde precisa contratar mais leito, onde precisa de equipamento. Ignorado.

Então, estamos caminhando a passos largos, de mãos dadas, com o governo do estado de São Paulo, para encerrar o atendimento no serviço público. Estamos caminhando com 85 bi em renúncia fiscal para um estado que deixa de ser estado.

Tarcísio nunca mentiu. Ele disse que faria isso. Ele sempre disse. Estado, para mim, sem estado. O problema é que o estado é o hospital. O problema é que o estado é a maternidade. Eu vivo repetindo aqui. Eu tenho uma lei que vai completar um ano de alas em separado nas maternidades para as mulheres que tiveram perdas gestacionais.

A lei não é cumprida. A gente não consegue garantir um leito para o luto perinatal nas maternidades para as mulheres que estão sofrendo. Mas, pior do que isso, a gente não consegue garantir atendimento ginecológico, a gente não consegue garantir obstetrícia, a gente não consegue garantir maternidade para todas as regiões do estado ainda. E não tem nenhuma previsão de ampliação das maternidades na nossa LDO e nem no recurso. Sabe por quê? Porque não vai ter dinheiro para a Saúde.

Então, o governador não está mentindo para nós. Não tem dinheiro para a Segurança Pública, não vai ter dinheiro para a reajuste salarial dos servidores. Aliás, vai ter mais aposentados do que servidores na ativa, não tem dinheiro para Educação, não tem dinheiro para Assistência Social. A LDO está dizendo assim, “vou abrir mão do dinheiro público para empresários e empresas, e ponto”.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Obrigado, deputada Monica. Deputado Ortiz Junior.

 

O SR. ORTIZ JUNIOR - CIDADANIA - Comunicação breve.

 

O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Antes, porém, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma segunda sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término da primeira sessão extraordinária, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

Projeto de lei nº 412, de 2025, de autoria do Sr. Governador. Vou chamar o próximo inscrito, e aí o deputado Ortiz Junior tem uma comunicação. Deputado Gil Diniz é o próximo inscrito para falar a favor do projeto do deputado Ortiz.

 

 O SR. ORTIZ JUNIOR - CIDADANIA - PARA COMUNICAÇÃO - Eu queria contribuir com a deputada Monica e trazer aqui mais uma informação relevante. Eu concordo, a gente tem uma doença crônica no Estado brasileiro, que são as isenções fiscais. Mas olha só o dado que eu vou lhe dar.

Eu lhe dou esse dado com certa propriedade, porque eu trabalhei com um deputado federal que era um cara brilhante, extraordinário: foi o Emanuel Fernandes, foi prefeito de São José dos Campos, e era realmente um cara brilhante. Eu era já advogado, ele me contratou para fazer análise orçamentária do governo federal no governo Dilma. E olha só o dado que vou lhe dar.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlos Cezar.

 

* * *

 

Entre 2011 e 2017, o governo Dilma fez 458 bilhões de reais em isenção fiscal. Esses 458 bilhões de reais, atualizei agora pela tabela do TJ, daria em torno de 650 bilhões de reais de isenções fiscais. Esse valor poderia custear inteiramente o “Bolsa Família” por 17 anos seguintes às isenções fiscais.

Então, essa é uma doença crônica que já vem se arrastando. Isso não é um problema do governo Tarcísio, ou do governo de direita, ou do governo “x”, ou do governo “y”.

E ali, especificamente nesses anos do governo Dilma, que depois o Mantega reconheceu que foi um grande erro, isso ensejou, inclusive, aquelas pedaladas fiscais, que eram antecipação de receitas desses bancos públicos para você custear, evidentemente, o déficit orçamentário dessas desonerações que eram absurdas.

Você ter 600 bilhões de reais em valores atualizados de isenções fiscais que custeariam em valores atualizados 600 bilhões de reais, em valores da época 458 bilhões de reais em isenções tributárias, 17 anos de “Bolsa Família”, que é o principal programa social do governo federal.

Então é uma coisa que se retroalimenta e se arrasta independentemente de viés ideológico, independentemente de quem está no governo. Esse é um problema crônico do Estado brasileiro, e não de agora, de sempre.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela ordem, presidente. Eu posso fazer uma breve comunicação, bem rápida?

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Nós estamos com orador na tribuna.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - É muito rápido.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem V.Exa. o tempo de dois minutos com anuência do orador, deputada Monica Seixas, para uma comunicação de dois minutos.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigada, camarada Gil.

É, eu tenho uma dúvida. Se o senhor quiser me chamar para discutir o governo Dilma, em qualquer outro momento que não na votação da LDO do Tarcísio, eu tenho também umas pérolas para dividir. Mas eu tenho só uma dúvida.

Primeiro, nós somos contra benefícios fiscais sem transparência em qualquer governo, e eu convido o senhor a assinar o meu projeto e a gente avançar nele juntos. Segundo, o quanto os 600 bi representam para o Orçamento Nacional e quanto 85 bilhões...

Seiscentos bilhões no Orçamento Nacional, uma barbárie, horrível, olha tudo que dava para fazer. Quanto 85 bilhões representam no Orçamento estadual? É para interditar o Estado, e aí o problema do benefício fiscal que vem de muito tempo, que muitos cometem os erros, e nós, como os legisladores do estado de São Paulo que fiscalizam o Tarcísio, é nossa tarefa botar freio.

Então, só dizer que eu concordo em gênero, número e grau.

Por isso eu quero colocar critérios de transparência no estado de São Paulo.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem a palavra o deputado Gil Diniz para discutir contra, pelo tempo regimental de 15 minutos.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Não, não, não, perdão, presidente. Perdão, discutir a favor.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Discutir a favor, Gil, contra os argumentos anteriores da sua camarada.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa, boa, presidente.

Cumprimentar aqui os nobres deputados presentes aqui na sessão extraordinária, onde discutimos a LDO; cumprimentar os nossos assessores, policiais militares e civis desta Casa, público aqui na galeria, quem nos assiste pela Rede Alesp, presidente.

Presidente, talvez os deputados presentes aqui neste plenário não saibam, deputado Capitão Telhado, das 1.300, cerca de 1.300 emendas apresentadas à LDO, 311 emendas foram acatadas, até como subemendas.

Deputado Ortiz, vou ler aqui para V.Exa., por partido, como foram acatadas essas emendas. MDB: teve nove emendas acatadas na LDO. PL: lembrando, Partido Liberal, maior partido desta Casa, trinte e duas.

Podemos: trinta e uma. Inclusive, agradeço aqui ao relator que acolheu, salvo engano, duas ou três subemendas, emendas minhas que se transformaram em subemendas. Podemos: trinta e uma. PSB: sete. PSDB/Cidadania: vinte e nove. União Brasil: uma.

Agora, prestem atenção a esses números aqui. PSOL: esse número é um número emblemático em São Paulo: quarenta e cinco. PT, PCdoB: 157 emendas. Srs. Deputados e Sras. Deputadas, se somarmos todas as emendas acolhidas pelo relator, divididas por partido, não dá. E é simbólico também, 157 emendas. Mas tenho certeza que não foi por isso que foram acolhidas, deputado Capitão Telhado. Todas as emendas acolhidas, deputado Vitão do Cachorrão, pelo relator, 60, 70, quase 80% delas são das bancadas de esquerda.

Nem coloquei aqui... pela relatora, perdão, deputada Solange, perdoe-me, está aqui no plenário. Sem contar o PSB. Nem estou colocando, deputada Letícia Aguiar, o PSB. Eles chegam aqui, neste plenário, e parece que São Paulo é terra arrasada.

Parece que passou aqui um tsunami, deputado Tomé. Parece que o estado não existe. Que há no estado somente esses deputados aqui, que eles nos acusam diariamente, deputado Giriboni, de votar por conta de emenda paga.

Sendo que, eu garanto para você, eu garanto para vocês que deputados do PT têm mais emenda voluntária paga este ano do que este deputado, que vota tudo com o governo, deputada Graciela. Tudo. Eu aposto o que vocês quiserem. O que vocês quiserem. Senhoras e senhores, 157 emendas.

Aí eu faço a questão para os nobres deputados do PT, do PSOL, principalmente do PT. Eu dei uma olhada aqui: 20 deputados, 8 se inscreveram, 9 se inscreveram para falar, nem querem fazer a discussão, só querem dizer que são do contra. E faz parte também. Só querem falar isso.

Hoje nos acusaram aqui de votar, deputado Gilmaci, contra a Defensoria. Sendo que há, inclusive, o reconhecimento da Defensoria de que nesses projetos há quase uma unanimidade. Sempre este Parlamento dá uma resposta devida à Defensoria. Só que para o público, para a narrativa: “Olha, que bom que esses deputados estão votando agora pela Defensoria”.

É óbvio que, em certos casos, há discordância desses parlamentares com algum núcleo, com algum defensor, mas a instituição Defensoria todos nós aqui apoiamos, diferente deles quando vão tratar a nossa força policial.

Os nossos policiais militares, por exemplo. É só crítica, deputado Conte Lopes. Parece que no estado de São Paulo a Polícia Militar só dá mão para cabeça em pobre, em favelado. A gente sabe que não é isso. Nós temos milhares de ocorrências diárias aqui em São Paulo.

Quando há uma falha, eles jogam toda a instituição no lixo, deputado Conte Lopes. Parece que a polícia sempre está sob suspeita. Eu não acho que é assim. Os índices de Segurança estão melhorando no estado de São Paulo. Precisa melhorar muito, obviamente, deputado Paulo Mansur. Mas não vai ser com “bodycam”, não vai ser.

A gente pode fazer essa discussão. Eu fazia, deputados e deputadas, a discussão aqui hoje, no Pequeno Expediente, no Grande Expediente. Faço uma proposta, deputado Telhada, para os nobres parlamentares aqui do PT e do PSOL, já que eles defendem as câmeras corporais no peito dos policiais. Vamos fazer a mesma coisa em sala de aula? Não precisa colocar a câmera no peito do professor, não.

Não precisa, deputada Maria Lúcia, colocar uma câmera no peito do professor para vigiar o que o professor fala a todo momento, a todo instante, verificar a voz dele, o que ele está fazendo em “real time”. Não, não é isso não.

Uma câmera só, para eu monitorar, deputado Bragato, se o meu filho está realmente prestando atenção no professor. Se por um acaso ele faltar com respeito com o nobre professor, eu possa ter aquela prova e possa mostrar a ele que ele errou.

Agora, os mesmos que dizem que “o professor tem liberdade de cátedra, não pode, é uma violação do direito deles”, deputada Solange, “não pode, não pode ter uma câmera dentro da sala de aula”, até mesmo para defender a integridade física do professor. São Paulo registra muitos casos de violência contra o professor, contra os alunos também.

Mas quando o assunto é polícia, aí, meu amigo, vocês acham mesmo que é para defender o policial? Vamos fazer essa discussão. Eu sou contra essa proposta do governador, eu sou contra o acordo que foi feito, e sempre disse isso, sempre disse isso. Coloco as minhas posições claras nesta tribuna, coloco as minhas posições claras para o meu eleitor.

Ele que julgue se eu devo estar aqui ou não. Mas a gente precisa calcar esse debate, deputado Lucas Bove, na verdade. E a verdade é que nós temos avançado em São Paulo; inclusive, muitas vezes, com o voto do PT. Eles vêm aqui, falam, obstruem, né? Fazem aquela obstrução, vocês sabem como que é. E no final, deputado Ortiz, votam favorável.

           

O SR. LUCAS BOVE - PL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Menos ontem, né? Ontem votaram contra o programa de “SuperAção da Pobreza”, né, deputado?

           

O SR. GIL DINIZ - PL - Ontem... Eu me surpreendi hoje também, deputado Lucas Bove. Hoje, fiquei surpreso ao falar com alguns defensores dizendo que a obstrução ao projeto deles vinha do PSOL. Olha, não vai ser pautado. Eles queriam que o projeto de interesse da Defensoria Pública fosse votado hoje.

Aí, vejam só, senhoras e senhores: todos aqui sabem que aprovar a urgência do projeto não é aprovar o mérito, líder, deputado Carlos Cezar. É simplesmente diminuir o tempo de discussão neste plenário, avançar um projeto que é importante.

E esse projeto, num congresso de comissões, aqui mesmo neste plenário, com uma emenda de plenário, pode ser alterado, pode ser melhorado. Por que deixar esse debate para a semana que vem ou inviabilizar esse debate? É oito ou oitenta e oito? Se não é o que eles querem, aí acaba? Aí chegam aqui no microfone e nos acusam de ser contra.

Eu pedi aqui, o nosso partido, o Partido Liberal, capitaneado pelo líder Carlos Cezar, reuniu as assinaturas necessárias, colheu as assinaturas necessárias para dar prosseguimento à discussão, para aprovar o requerimento de urgência. Cadê os defensores da Defensoria Pública para isso? Mostrem aqui, mostrem aqui.

Trouxeram aqui a minha votação em 2022. Ora, eles dizem que eu votei contra a Defensoria, onde no painel marcava a obstrução. É difícil fazer um exercício mental para tentar entender o que acontecia naquele momento neste plenário. Mas, primeiro, não havia o meu voto “não”. Quem pediu a verificação foi o deputado Ricardo Mellão, à época.

Provavelmente - não sei se foi isso, líder -, mas provavelmente poderia ter um acordo de que seria votação simbólica. Em algum momento, houve alguma discussão, e o deputado resolveu pedir a verificação. E muitos deputados não estavam neste plenário e não puderam registrar o seu voto favorável ou contrário; e ficaram em obstrução. Todo mundo sabe.

Mas aí eles vêm aqui no microfone: “Está vendo? Fulano aqui votou e tudo mais”. Líder, a digital que nós temos aqui hoje é a digital de muitos - não todos, que fique registrado aqui desta tribuna - do Partido dos Trabalhadores votando contra um programa social na data de ontem.

Sabe por que, você que está em casa, eles fazem isso? Para não dar crédito para o Tarcísio, para o governador. Para estes deputados aqui não saírem falando que são uma das preocupações deste Parlamento os mais pobres aqui em São Paulo. Sabe por que, deputado Mansur? Porque eles querem o monopólio da pobreza.

Eles votaram, deputado Ortiz - nós falávamos antes aqui -, contra a Constituição Cidadã. Não é o deputado Gil; não precisa acreditar no deputado Gil Diniz. Isso é um fato histórico, procurem aí. Uma Constituição, deputado Tomé, que versa sobre vários benefícios sociais, deputado Barros Munhoz, V. Exa. constituinte aqui. Votaram contra.

Votaram contra o Plano Real, que estabilizou a nossa moeda. Votaram contra o “Bolsa Escola”. E sempre votam contra, só que nos acusam daquilo que eles fazem a todo momento.

Senhoras e senhores, que fique registrado aqui: quem votou, na data de ontem, pelo benefício social, pelos mais pobres neste plenário, foi a direita, o centro, acusados pela esquerda de não pensarem neles.

Enquanto, no governo federal, nós temos aumento de taxas, de impostos, nós temos o ministro Fernando Haddad, pior prefeito que esta cidade de São Paulo já viu. Aqui, em São Paulo, nós tentamos remar na direção certa, contra a vanguarda do atraso, que é a esquerda neste plenário. E é engraçado porque falaram, falaram, falaram, obstruíram, pelo menos parecia que estavam obstruindo, mas são 20 deputados.

Quando você olha quem realmente explanou, quem colocou os seus motivos, você encontra meia dúzia de gato pingado discutindo. E hoje vai ser a mesma coisa e eu entendo os motivos deles também. Hoje vai ser a mesma coisa. Finalizando aqui deputado, Tomé, para V. Exa. ter o aparte, repito aqui para vocês.

O governador do estado de São Paulo mandou para esta Casa o projeto “SuperAção”, que vai ajudar sim a população mais pobre deste Estado. O governador tem feito o possível.

Olhem só a questão da Cracolândia, o que está acontecendo. Tem uns aqui que querem a galera ali usando pedra a todo momento e livre de tudo. Nós não. Queremos levar dignidade a essas pessoas.

Queremos a internação compulsória ou não. Nós queremos sim a polícia atuando. É um problema social de Segurança Pública e de Saúde. Eles atacam a polícia e não querem a internação desses que são muitas vezes doentes.

Quem está pensando hoje nos mais pobres do estado de São Paulo é a base do governador Tarcísio e nós aqui estamos entregando resultados à nossa população. O senhor tem um aparte, deputado Tomé Abduch.

 

O SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Muito obrigado, deputado Gil Diniz. Eu acho que é uma ofensa aos nossos policiais quando eles falam dessa tal letalidade, que eles estão sempre colocando aqui. Eu queria falar um pouquinho só sobre Segurança Pública e a realidade do que a gente vive no País, não é só no estado de São Paulo.

Há pouco tempo atrás, algumas semanas, um engenheiro foi assassinado numa casa aqui ao lado por cinco criminosos que invadiram a casa dele. Na hora de ir embora, deram uma coronhada na cabeça dele. Ele caído no chão tomou um tiro na cabeça. E esse engenheiro morto foi encontrado pelo pai e um filho de seis anos de idade, a mesma idade do meu filho.

Eram cinco criminosos. A Polícia Civil rapidamente investigou, foram atrás, trocaram tiros com esses bandidos. Um deles foi morto na troca de tiros e quatro deles foram presos. Três deles foram soltos na manhã seguinte, na audiência de custódia.

Há outro momento, há duas ou três semanas, um avião com 400 quilos de droga foi apreendido e foi considerada uma abordagem ilegal e o piloto do avião foi solto no dia seguinte; 53% de todas as pessoas que vão presas no nosso País são soltas no dia seguinte na audiência de custódia.

E das que ficam presas e são julgadas e condenadas na cadeia, no momento das suas penas são colocadas no regime aberto ou semiaberto. Eu peguei uma ficha de um criminoso que foi preso 33 vezes em 40 dias.

E o problema são os nossos policiais. O policial quando entra numa comunidade e está sendo alvejado por um ponto 50 lá de cima e ele está tomando tiro de cima e está revidando o tiro, ele não está preocupado em causar mal para ninguém.

Ele está defendendo a própria vida. Os culpados pela letalidade policial são os criminosos e não os policiais. Então isso desonra os nossos grandes homens do estado de São Paulo.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Obrigado, deputado Tomé Abduch. Obrigado, deputado Gil Diniz.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - Para uma comunicação, Sr. Presidente?

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Antes, só um minuto, deputada Beth Sahão. Quero convidar para fazer uso da tribuna o deputado Simão Pedro, para discutir contra. Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna, tem V. Exa., deputada Beth Sahão, o tempo regimental para uma comunicação.

 

A SRA. BETH SAHÃO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigada, Sr. Presidente. Apenas para dizer que muitas das coisas que o deputado Gil falou, eu terei tempo suficiente e talvez outros colegas também, de rebater uma a uma.

Mas já aproveitando por essa comunicação, dizer que quando ele cita que o Partido dos Trabalhadores foi o partido que mais teve emendas aceitas, acatadas pela comissão, eu quero dizer para o deputado Gil Diniz que isso aconteceu porque a nossa produção enquanto bancada, enquanto federação, nós apresentamos 743 emendas.

O partido que ele representa, o PL, que foi o segundo colocado, apresentou 192 emendas. Do ponto de vista percentual, isso significa 55.61% do Partido dos Trabalhadores, do PV e do PCdoB, e o deles, 14.37 por cento.

Portanto, se a comissão acatou 159, o que significaria cerca de 20%, é claro que basta, não precisa nem saber muito matemática, talvez ele possa fazer essas contas na ponta do lápis, para ele ver que quem teve emendas mais acatadas, obviamente isso aconteceu porque foi a federação que mais apresentou emendas.

E não é só numérica, são emendas com conteúdo, por isso mesmo, e eu espero que, além delas serem aprovadas aqui nesta noite, elas também possam ser sancionadas pelo governador Tarcísio.

 Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Tem a palavra...

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente, para uma comunicação, com anuência do orador.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Anuência do orador. Tem V. Exa., tempo de... Vamos combinar o seguinte, só duas comunicações, e depois o orador para discutir, senão nós não terminamos essa discussão hoje.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, só para não deixar passar, quero dialogar com o deputado Ortiz Junior em relação à questão da renúncia fiscal do governo federal. Acho que, como V. Exa. acabou fazendo levantamento a partir de um pedido do deputado federal, então V. Exa. também tem o entendimento de que, quando foi proposta uma renúncia fiscal naquele momento, era para cinco setores.

E justamente a Câmara dos Deputados, que nós sabemos qual é a sua composição, majoritariamente pelo agronegócio, ligado pelos grandes empresários, ligado pelo setor financeiro, naquele momento passou de cinco para cinquenta.

Inclusive posso aqui afirmar que o deputado, para o qual V. Exa. fazia assessoria, com certeza deve ter votado para ampliar o número de setores também, do setor empresarial para ter a renúncia fiscal.

Então nós somos contra a renúncia fiscal, seja no governo federal, seja no governo do estado de São Paulo. Agora, há pouco tempo, o nosso ministro Haddad tentou fazer um processo de redução dessa renúncia fiscal, e justamente os mesmos partidos que lá atrás aumentaram de cinco para 50 setores, agora foram contra também reduzir a renúncia fiscal.

A mesma coisa agora, nós tivemos um outro momento onde o ministro Haddad tentou fazer mais uma adequação, os mesmos partidos, os mesmos parlamentares que lá atrás aumentaram de cinco para 50, agora foram contra novamente. Queremos que o estado de São Paulo faça a mesma coisa que é feita em Brasília, que apresente qual é a empresa, e o quanto cada empresa está tendo de renúncia fiscal.

Já foi pelo Tribunal de Contas do Estado, já foram feitos apontamentos, nós cobramos a questão da transparência agora na LDO, e a base do governo, seja na relatoria, seja quando o governo encaminha, foi contrária à nossa proposta de fazer transparência.

É isso que nós queremos. Queremos que V. Exa. se some à gente, à bancada do PT, do PSOL, para que haja uma transparência, para que a gente saiba quais são as empresas que efetivamente recebem a renúncia fiscal...

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Encerrado o tempo da V. Exa., tem a palavra o deputado Simão Pedro.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, deputado Alex, Presidente desta sessão. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, eu me inscrevi para falar contra o Projeto de lei nº 412, de 2025, que trata das disposições das diretrizes orçamentárias para 2026.

Só um preâmbulo para que o nosso telespectador e os que nos acompanham pelas redes sociais entendam: a Lei Orçamentária Anual tem que ser feita em cima da Lei de Diretrizes Orçamentárias que nós estamos votando agora.

Eu considero nosso papel aqui como deputado, deputada, nosso papel de parlamentar, é legislar, apresentar projeto de lei e votar nos projetos que vêm do Executivo ou de outras instituições, como o Judiciário e outras instituições do Estado.

A lei principal que nós votamos é a Lei Orçamentária. Todas as outras são importantes, às vezes, para resolver um conflito social, resolver um problema, uma demanda, mas a Lei Orçamentária é fundamental. É tudo que o governo vai arrecadar durante o ano e como ele vai gastar, que prioridades.

A Lei de Diretrizes que nós estamos discutindo hoje aprova as prioridades, metas, que vão dar base para a Lei Orçamentária. Então, considero que esse debate aqui é crucial, é importante para o nosso trabalho legislativo, para o trabalho do governo e do Estado. Evidente que é papel da oposição, na condição de ter maior responsabilidade na fiscalização, a gente faz mais emendas.

O nosso papel, enquanto oposição, é corrigir aquelas ilegalidades, problemas e ineficiências ou deficiências do governo. Não é para ser contra por ser contra. Eu sempre pautei isso aqui, deputado Ortiz.

Nosso papel é corrigir o governo para que ele aja na legalidade, seja eficiente e atenda os interesses públicos da melhor maneira possível. Por que me inscrevi para falar contra e vou votar contra esse projeto?

Porque ele é ruim. Mas não é ruim porque ele é ruim tecnicamente. Ele é ruim porque ele atenta contra os interesses e as prerrogativas deste Legislativo. Por exemplo, quando afrouxa o cumprimento das emendas parlamentares impositivas de um ano para o outro.

É, se não cumpriu esse ano o que determina a lei, a lei atual permite que o governo jogue para o ano seguinte 25 por cento. Agora ele está aumentando para 50 por cento. Ou seja, está admitindo que vai protelar o pagamento das emendas.

São problemas que nós devíamos corrigir e não deixar acontecer. Mas não, isso não é o mais grave. O mais grave que eu considero aqui é essa coisa das isenções. O governo, ao invés de diminuir as isenções fiscais, ou seja, deixar de cobrar impostos de alguns setores, ou diminuir a alíquota de impostos, o governo Tarcísio está aumentando. O debate, hoje, no Brasil, o debate da questão fiscal é reduzir essas isenções, privilégios.

E nós estamos falando dos setores mais ricos, daqueles setores que já têm uma série de privilégios. O governo Tarcísio, dos 73 bilhões que ele deixou de cobrar este ano de 2025, ele passa para 85 bilhões, deputado Mauro Bragato. Aumenta as despesas. O que que isso significa, gente?

Significa menos dinheiro para as prefeituras. Porque, se ele cobrasse o ICMS desses setores que o governo está abrindo mão de cobrar, mais recursos seriam arrecadados, mais recursos seriam destinados para as prefeituras, mais recursos para a Educação, para a Saúde, para a Segurança Pública. O que nós estamos falando é diminuição de recursos para áreas importantes que deviam ser prioridades.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Deputado Simão Pedro, está encerrado o tempo da sessão. Vossa Excelência fica com 10 minutos e 2 segundos para a próxima sessão, reservados para a próxima sessão.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Muito obrigado. Agora que eu estava embalado.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS CEZAR - PL - Perdão, mas é que o tempo se esgotou. Nós voltamos em 10 minutos.

 

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-          Encerra-se a sessão às 19 horas e 43 minutos.

 

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- São inseridas Declarações de Votos, não lidas em Plenário.

 

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Declara voto contrário ao Projeto de Lei nº 529 de 2024.

 

São Paulo, 26 de junho de 2025 Declaração de voto contrário ao Projeto de Lei Complementar nº 529/2024

Senhor Presidente, venho, por meio deste instrumento, reiterar meu voto contrário ao Projeto de Lei nº 529 de 2024, de autoria do senhor Governador, e requerer que esta declaração seja apensada publicamente ao respectivo processo legislativo.

Entendo que o Projeto de Lei nº 529/2024, proposto pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), apresenta implicações financeiras que demandam maior rigor na avaliação de sua viabilidade orçamentária. A criação de novos cargos, estruturas ou benefícios, conforme previsto no projeto, implica aumento de despesas públicas em um contexto de restrições fiscais.

Em nosso atual contexto, a aprovação de medidas que ampliam gastos sem contrapartidas claras de receita ou redução de outras despesas pode agravar o equilíbrio fiscal, especialmente considerando os limites de endividamento e os compromissos já assumidos pelo Estado.

Embora o nosso egrégio Tribunal de Justiça tenha argumentado pela conveniência do PL 529/2024, não foi demonstrada, data vênia, a imperatividade ou indispensabilidade da medida. A justificativa apresentada carece de evidências robustas que indiquem a necessidade urgente de implementação do projeto para a manutenção ou melhoria da prestação jurisdicional.

A conveniência, por si só, não justifica a aprovação de um projeto que impacta o orçamento público, especialmente quando não há comprovação de que os objetivos propostos não possam ser alcançados por meios alternativos, como a otimização de recursos já disponíveis ou a reestruturação de processos internos do Judiciário.

Assim, meu entendimento é de que a ausência de elementos que demonstrem a imprescindibilidade do projeto recomenda-nos o voto contrário.

Por todos esses motivos, reitero meu voto contrário ao Projeto de Lei Complementar nº 529 de 2024.

E aproveito o ensejo para renovar meus votos de estima e consideração.

 

Atenciosamente,

 

Gil Diniz

Deputado

 

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Declara voto contrário ao Projeto de Lei Complementar nº 42/2024.

 

São Paulo, 26 de junho de 2025

 

AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO

 

Declaração de voto contrário ao Projeto de Lei Complementar nº 42/2024

 

Senhor Presidente, venho, por meio deste instrumento, reiterar meu voto CONTRÁRIO ao Projeto de Lei nº 42 de 2024, de autoria do senhor Governador, e requerer que esta declaração seja apensada publicamente ao respectivo processo legislativo.

Entendo que o Projeto de Lei Complementar nº42/2024, proposto pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), apresenta implicações financeiras que demandam maior rigor na avaliação de sua viabilidade orçamentária. A criação de novos cargos, estruturas ou benefícios, conforme previsto no projeto, implica aumento de despesas públicas em um contexto de restrições fiscais.

Em nosso atual contexto, a aprovação de medidas que ampliam gastos sem contrapartidas claras de receita ou redução de outras despesas pode agravar o equilíbrio fiscal, especialmente considerando os limites de endividamento e os compromissos já assumidos pelo Estado.

Embora o nosso egrégio Tribunal de Justiça tenha argumentado pela conveniência do PLC 42/2024, não foi demonstrada, data vênia, a imperatividade ou indispensabilidade da medida. A justificativa apresentada carece de evidências robustas que indiquem a necessidade urgente de implementação do projeto para a manutenção ou melhoria da prestação jurisdicional.

A conveniência, por si só, não justifica a aprovação de um projeto que impacta o orçamento público, especialmente quando não há comprovação de que os objetivos propostos não possam ser alcançados por meios alternativos, como a otimização de recursos já disponíveis ou a reestruturação de processos internos do Judiciário.

Assim, meu entendimento é de que a ausência de elementos que demonstrem a imprescindibilidade do projeto recomenda-nos o voto contrário. Por todos esses motivos, reitero meu voto contrário ao Projeto de Lei Complementar nº 42 de 2024.

E aproveito o ensejo para renovar meus votos de estima e consideração.

 

Atenciosamente,

 

Gil Diniz

Deputado

 

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Registra voto contrário ao PL 529/2024

 

São Paulo, 25 de junho de 2025

 

Registro meu voto contrário ao PL 529/2024, porque acredito que o projeto aumenta despesas em um momento de fragilidade fiscal.

 

Atenciosamente,

 

Guto Zacarias

Deputado

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Registra voto contrário ao PLC 21/2025

 

São Paulo, 25 de junho de 2025

 

Registro o meu voto contrário ao PLC 21/2025, por entender que o projeto cria despesas em um momento de fragilidade fiscal.

 

Atenciosamente,

 

Guto Zacarias

Deputado

 

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Registra voto contrário ao PLC 22/2025

 

São Paulo, 25 de junho de 2025

 

Registro o meu voto contrário ao PLC 22/2025 porque acredito que cria elevadas despesas em um momento de fragilidade fiscal.

 

Atenciosamente,

 

Guto Zacarias

Deputado

 

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Registra voto contrário ao PLC 42/2024

 

São Paulo, 25 de junho de 2025

 

Registro o meu voto contrário ao PLC 42/2024 porque entendo que há uma criação de despesa em um momento de fragilidade fiscal.

 

Atenciosamente,

 

Guto Zacarias

Deputado

 

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DECLARAÇÃO DE VOTO CONTRÁRIO AO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N° 104, DE 2023

 

São Paulo, 25 de junho de 2025

 

Excelentíssimo Senhor Presidente

 

Por intermédio do presente, com fulcro no caput do artigo 200 do Regimento Interno, venho, respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar voto contrário ao Projeto de lei complementar n° 104, de 2023, do Tribunal de Justiça Militar do Estado, que dispõe sobre transformação de cargos do Quadro de Pessoal desse Tribunal.

 

Atenciosamente,

 

Leonardo Siqueira

Deputado

 

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DECLARAÇÃO DE VOTO CONTRÁRIO AO PROJETO DE LEI N° 529, DE 2024

 

São Paulo, 25 de junho de 2025

 

Excelentíssimo Senhor Presidente

 

Por intermédio do presente, com fulcro no caput do artigo 200 do Regimento Interno, venho, respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar voto contrário ao Projeto de lei n° 529, de 2024, do Tribunal de Justiça do Estado, que dispõe sobre a criação de cargos de Diretor e Coordenador no Quadro do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

 

Atenciosamente,

 

Leonardo Siqueira

Deputado

 

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DECLARAÇÃO DE VOTO CONTRÁRIO AO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N° 22, DE 2025

 

São Paulo, 25 de junho de 2025

 

Excelentíssimo Senhor Presidente

 

Por intermédio do presente, com fulcro no caput do artigo 200 do Regimento Interno, venho, respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar voto contrário ao Projeto de lei complementar n° 22, de 2025, do Tribunal de Contas do Estado, que dispõe sobre a concessão de revisão geral anual prevista no inciso X do artigo 37 da Constituição Federal, combinado com a Lei nº 12.680, de 16 de julho de 2007.

 

Atenciosamente,

 

Leonardo Siqueira

Deputado

 

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DECLARAÇÃO DE VOTO CONTRÁRIO AO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N° 42, DE 2024

 

São Paulo, 25 de junho de 2025

 

Excelentíssimo Senhor Presidente

 

Por intermédio do presente, com fulcro no caput do artigo 200 do Regimento Interno, venho, respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar voto contrário ao Projeto de lei complementar n° 42, de 2024, do Tribunal de Justiça do Estado, que dispõe sobre a criação de Varas de entrâncias Final e Intermediária e dá outras providências.

 

Atenciosamente,

 

Leonardo Siqueira

Deputado

 

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