31 DE OUTUBRO DE 2025

155ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI e EDUARDO SUPLICY

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h12min. Critica a Resolução 129/25. Defende a educação especial no estado de São Paulo. Informa autoria do PDL 31/25. Acrescenta que no dia 01/11, no vão do Masp, às 13 horas, deve ser realizada manifestação. Mostra-se contrário à Resolução 115/24. Acrescenta parecer favorável do Ministério Público contra a medida.

        

2 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência.

        

4 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - PRESIDENTE EDUARDO SUPLICY

Reflete sobre a redução na taxa de desemprego, no Brasil. Informa dados estatísticos a respeito do trabalho formal e informal, e da média salarial per capta. Explica pesquisas realizadas pelo IBGE. Comenta a qualidade do Teatro de Contêiner, localizado na Luz. Saúda alunos do Senac de Itaquera, presentes nas galerias. Discorre acerca da Renda Básica de Cidadania. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 03/11, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h55.

 

* * *

 

ÍNTEGRA

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Eu queria aqui anunciar que amanhã, sábado, dia 1º, nós estamos apoiando a organização de vários atos que ocorrerão em várias partes do estado de São Paulo contra essa famigerada Resolução nº 129, de 2025, publicada pela Secretaria da Educação, pela gestão Tarcísio/Feder, que ataca a Educação Especial do estado de São Paulo, que ataca também, sobretudo, além das crianças, adolescentes, dos jovens com deficiência, ataca sobretudo as professoras de Educação Especial, as professoras que são formadas com pós-graduação muitas delas, com habilitação, que têm Pedagogia, que têm graduação, Licenciatura plena. São professoras que estudaram e se dedicam à formação nessa área da Educação Especial.

Essas professoras estão sendo, na verdade, discriminadas, estão sendo afastadas por conta dessa resolução e da política que o governo tem implantado aqui contra a Educação Especial no estado de São Paulo.

Então, inclusive eu já apresentei o PDL, o Projeto de decreto legislativo nº 31, agora de 2025, para revogar essa Resolução nº 129. E nós também, nosso Coletivo Educação em Primeiro Lugar já tinha anteriormente entrado com uma ação popular contra a terceirização desse atendimento.

O governo Tarcísio de Freitas vai retirar professoras formadas, com habilitação, com formação nessa área, para simplesmente contratar pessoas sem formação, com apenas um curso de 80 horas. Isso é grave, é um ataque jamais visto à Educação especial do estado de São Paulo.

Então, amanhã, nós vamos ter vários atos em todo o Estado. As pessoas interessadas em participar entrem na nossa rede social, que nós temos lá o cronograma com os endereços dos atos.

Aqui em São Paulo vai ser no MASP, eu estarei lá às 13 horas, amanhã, sábado, apoiando esse movimento e tomando várias iniciativas para que as professoras de Educação especial, as professoras habilitadas que já estão trabalhando nessa área, permaneçam atendendo os nossos alunos.

Quero ainda também registrar que nós conseguimos mais uma vitória importante agora junto ao Ministério Público Estadual. O MP acabou de publicar aqui um parecer apoiando, na verdade legitimando a nossa ação popular, e outra ação também, civil pública, e também o próprio Geduc, em relação ao estágio probatório.

Me refiro aqui à famigerada Resolução nº 115 de 2024, que, na prática, impede que os professores e as professoras que assumiram no último concurso possam ter a estabilidade, possam passar no concurso, no estágio probatório. Porque essa resolução estabeleceu vários critérios impossíveis de serem alcançados, não serão alcançados nunca por ninguém. Então, nós entramos como ação popular.

Eu tenho também um PDL aqui na Assembleia Legislativa, para revogar a Resolução nº 115. E a nossa ação popular, do nosso coletivo Educação em Primeiro Lugar, que foi formulada pelo mandato da deputada federal, Luciene Cavalcante, pelo vereador Celso Giannazi, e pelo nosso mandato aqui, que está apensada, essa ação civil pública aqui do sindicato.

Então, a notícia boa é que não houve ainda a concessão de uma liminar, não houve ainda o julgamento da sentença. Mas o que nós temos aqui, por enquanto, é uma boa notícia.

Que o Ministério Público estadual deu um parecer favorável à nossa ação, à nossa reivindicação de revogar essa famigerada Resolução nº 115, que vai impedir, na prática, que os professores e professoras possam ter acesso ao estágio probatório, possam ter acesso, na verdade, à estabilidade, porque as regras estabelecidas, os critérios serão impossíveis de serem alcançados.

Então, quero dar aqui sequência à lista de oradores inscritos. Com a palavra o deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Com a palavra o deputado Donato. (Pausa.) Com a palavra a deputada Leci Brandão. (Pausa.) Com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Carlos Giannazi, acabei de falar. Com a palavra o deputado Rogério Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Com a palavra o deputado Danilo Campetti. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Eduardo Suplicy, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente Carlos Giannazi, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, gostaria primeiro de comentar uma entrevista dada pelo deputado Paulo Teixeira ao portal “Breeza”, no seguinte teor.

Quero hoje compartilhar com esta casa as reflexões apresentadas pelo meu querido amigo e companheiro de tantas jornadas, o ministro Paulo Teixeira, entrevista ao portal Breeza, publicada sob o título “A Guerra às Drogas é uma Guerra aos Pobres”.

Conheço Paulo Teixeira há muitas décadas, como os colegas na Câmara Municipal de São Paulo, companheiros nas lutas do Partido dos Trabalhadores desde os primeiros tempos, e tenho profunda admiração por sua trajetória coerente e corajosa. É um homem de diálogo comprometido com a justiça e com a construção de políticas públicas baseadas na dignidade e na ciência.

Nesta entrevista, o ministro reafirma algo que há muito tempo temos denunciado. A chamada Guerra às Drogas tem servido, na verdade, para justificar a guerra contra os pobres, os jovens e os negros das periferias brasileiras. Ele recorda que a atual política de drogas no País não tem reduzido o consumo, nem o tráfico, mas apenas multiplicado as mortes, o encarceramento em massa e a violação de direitos humanos.

Paulo Teixeira recorda sua própria trajetória de militância na pauta da redução de danos, iniciada nos anos 90, quando foi o autor da primeira lei estadual brasileira sobre o tema aprovado em São Paulo, sancionada pelo governador Mário Covas. Já naquele momento, ele compreendia que enfrentar o uso abusivo de substâncias exigia políticas de saúde pública e não mais violência policial.

Em sua fala, o ministro expressa sua indignação com a recente destruição da Associação Santa Gaia, em São Paulo, uma entidade que presta apoio a centenas de famílias que fazem uso medicinal da cannabis e com a derrubada arbitrária de dezenas de perfis informativos nas redes sociais.

Ele relata que interveio pessoalmente junto à empresa Meta, responsável pelo Instagram, exigindo explicações e a restituição das contas, o que acabou acontecendo após seu pedido. Essa atitude demonstra, mais uma vez, seu compromisso com a liberdade de expressão, com o direito das pessoas de buscar informação e tratamento de forma responsável.

O ministro também reafirma seu papel na comissão especial que defendeu e aprovou o Projeto de lei nº 399, de 2015, que busca regulamentar o uso medicinal da cannabis no Brasil, rompendo com o monopólio de grandes laboratórios e valorizando as associações de pacientes e o agricultor familiar.

Ele defende que parte da produção seja garantida aos pequenos produtores, como ocorre em países vizinhos e que o Brasil, um país com imenso potencial agrícola, deixe de importar matéria prima que poderia ser cultivada aqui mesmo, gerando emprego, renda e pesquisa científica.

Em suas palavras, o ministro propõe uma regulamentação responsável, semelhante à do cigarro, com limites de idade, controle de propaganda e rigor sanitário, reconhecendo que o uso adulto da cannabis deve ser tratada com a mesma seriedade e maturidade que outras substâncias já reguladas no País.

Paulo Teixeira lembra ainda que a regulamentação da cannabis é um tema suprapartidário, já pacificado em diversos países e cada vez mais compreendido pela sociedade brasileira. Ele aponta que o verdadeiro obstáculo à regulamentação não é o debate moral, mas sim os interesses econômicos e o monopólio de alguns setores que se beneficiam da provisão.

Senhoras e senhores, as palavras do ministro Paulo Teixeira são o chamado à razão, à empatia e à humanidade. Ele nos convida a superar o obscurantismo e a construir um novo paradigma de política de drogas baseado na ciência, na saúde e na inclusão social.

Assim como ele, acredito que o Brasil precisa abandonar a lógica punitiva e repressiva que tanto sofrimento tem causado e adotar políticas que reduzam o dano, promovam o cuidado e restituam a liberdade das pessoas.

Quero, portanto, expressar minha mais profunda admiração ao ministro Paulo Teixeira, meu amigo e companheiro em todas as batalhas, desde a luta pela renda básica da cidadania até a defesa dos direitos humanos e da democracia. A entrevista que ele concedeu é uma aula de sensatez e coragem.

Que suas palavras possam inspirar esta Casa legislativa e todo o País a reconhecer que a guerra às drogas não é a solução, mas parte do problema, e que a verdadeira paz só será alcançada quando substituirmos o confronto pela justiça social, o preconceito pela compreensão e a punição pela solidariedade.

Muito obrigado, caro presidente, Carlos Giannazi.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Gostaria de chamar V. Exa. para continuar presidindo esta sessão, de forma que eu possa usar a tribuna, deputado Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Assim eu farei.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Dando continuidade à nossa sessão, agora tem a palavra a deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) O deputado Gil Diniz. (Pausa.).

Na Lista Suplementar, o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, pelo tempo regimental, e mais aquele que avaliar como necessário para transmitir o seu pensamento.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, deputado Suplicy, que preside esta sessão.

Então, Sr. Presidente, olhe, o governo estadual, essa gestão Tarcísio barra Feder, além de colocar em prática todo o ódio que existe, toda a intolerância, toda a maldade, toda a perversidade, toda a crueldade contra o Magistério, contra os profissionais da Educação e contra os servidores em geral, editando resoluções, portarias, para retirar direitos, para atacar, na verdade, os direitos e a dignidade dos profissionais da Educação, Sr. Presidente, além disso ele não cumpre decisão judicial.

Nós já conseguimos liminares, Sr. Presidente, derrotando, suspendendo, revogando os efeitos de resoluções perversas desse governo contra o Magistério e contra a Educação e o governo não respeita, Sr. Presidente. É um governo fora da lei, não respeita a legislação e não respeita também ação judicial, não respeita liminar. Não é à toa que o governador Tarcísio de Freitas disse que não acredita na Justiça.

Ele disse, foi lá naquele ato, no dia 7 de setembro, na Avenida Paulista, no Dia da Independência do Brasil, onde esticaram uma bandeira gigante dos Estados Unidos e ele nada fez. O único país do mundo que comemora o 7 de setembro, a sua independência, com a bandeira de outro país, dos Estados Unidos. E ele disse, fez duras críticas à Justiça. Então, ele não acredita na Justiça e não cumpre ordem judicial, Sr. Presidente.

Eu me refiro aqui também, agora, à Resolução nº 95, de 2024, que ele está usando para retirar as professoras e professores das salas de leitura da rede estadual e também do Proati. Ele está usando essa resolução...

Só que nós entramos com uma ação popular, o sindicato da Apeoesp entrou com uma ação civil pública, Sr. Presidente, e a Justiça deu um parecer favorável, deu uma liminar suspendendo os efeitos dessa Resolução nº 95. Só que o Governo não está cumprindo, Sr. Presidente. As professoras foram afastadas das Salas de Leitura, do Proati e, até agora, o governo não cumpriu a liminar.

Nós estamos tendo, então, um ataque também à Justiça. Além do ataque às professoras e aos professores das Salas de Leitura e do Proati, o governo ataca a Justiça, desrespeita uma ordem judicial. Isso é um absurdo, Sr. Presidente.

Nós vamos, novamente, comunicar ao Tribunal de Justiça para que providências sejam tomadas. O Tribunal de Justiça está sendo humilhado pelo governo estadual, pelo governo Tarcísio. Parece que o TJ... O TJ não pode ficar de joelhos, Sr. Presidente. Nós temos que respeitar a independência dos Poderes. O Poder Judiciário tem força, ele tem que... As suas liminares, as suas ações devem ser cumpridas pelo Poder Executivo.

E, aqui em São Paulo, me parece que a democracia está manca, porque só tem um Poder aqui, que é o Poder Executivo. O Poder Legislativo, que é aqui, esta Casa de Leis, está amordaçada pelo governo Tarcísio, porque a base governista aqui é controlada pelo Palácio dos Bandeirantes.

O TJ parece que perdeu a força, porque o governo não cumpre, Sr. Presidente, humilha... E ele fala isso publicamente, que não acredita na Justiça - inclui-se aí o TJ, logicamente. E o próprio Ministério Público estadual - que não é a Justiça, que não é um Poder, mas faz parte do processo, é uma instituição importante, Sr. Presidente - também foi humilhado. E nada foi feito, nem pelo MP e nem pelo TJ.

Então, nós apelamos aqui ao Tribunal de Justiça e ao Ministério Público que tomem providências para fazer com que a Secretaria da Educação cumpra as liminares, Sr. Presidente. Até agora, nada.

Tem uma outra liminar também... Então, eu me refiro aqui à Resolução nº 95, de 2024, que não está sendo cumprida. As professoras continuam afastadas das Salas de Leitura e também do Proati.

E também, Sr. Presidente, a Resolução nº 97, que nós conseguimos, o nosso coletivo “Educação em 1º Lugar” conseguiu revogar, através de uma liminar... Nós conseguimos a liminar, o governo recorreu e perdeu. Então ele perdeu duas vezes, porque nós conseguimos a liminar, ele recorreu e perdeu.

E a Resolução nº 97 trata também dessa questão das faltas para os professores da categoria “O”, para os professores admitidos pela Lei nº 1.093, que diz que se o professor tem 5% de faltas, ele é afastado, ele é eliminado, ele é demitido. Isso é um absurdo, Sr. Presidente. Isso não tem sentido. Faltas médicas não são consideradas, licenças médicas...

O professor, hoje, na rede estadual, não pode mais adoecer. Se ele ficar doente, for ao médico, se ele fizer uma consulta, se ele precisar fazer uma cirurgia, se ele sofrer um acidente de trabalho na escola, ele está perdido, ele será punido.

Se for professor da categoria “O”, que é a maioria da rede hoje, ele será afastado, terá a quebra do seu contrato, ou seja, ficará desempregado - e os alunos sem as aulas daquele professor.

Se ele for efetivo, ele perde vários direitos de pontuação, ele perde o direito de ampliar jornada e de acessar outros programas. Então é uma punição. O professor, hoje, não pode adoecer na rede estadual.

Então, Sr. Presidente, nós queremos aqui que a Justiça tome providências para que as resoluções... As resoluções, não. As liminares, as decisões judiciais sejam cumpridas, porque, repito, esse governo Tarcísio de Freitas, junto com o seu secretário, é um governo, é uma gestão fora da lei: não respeita a legislação, como também não respeita a sentença judicial. Então nós exigimos que providências sejam tomadas imediatamente.

E quero ainda, Sr. Presidente, para concluir os meus pronunciamentos no dia de hoje, desta sexta-feira, dia 31 de outubro, dizer que nós tivemos aqui mais uma vitória também, na Justiça. E aqui está sendo cumprida, que é em relação à prefeitura de São Vicente, que tinha suspendido, estava negando o adicional por titulação acadêmica para os professores, para o Magistério municipal da cidade.

Então, o governo tinha suspendido esse adicional para os professores que já tinham direito. Nós conseguimos, nós entramos com uma ação popular no nosso coletivo, Educação em Primeiro Lugar, a deputada Luciene Cavalcante, vereador Celso Giannazi, e o nosso mandato aqui na Assembleia Legislativa, e nós ganhamos. Nosso coletivo ganhou uma liminar, suspendendo os efeitos dessa proibição, dessa sabotagem a esse direito, a esse benefício das professoras e professores da rede municipal de São Vicente.

A prefeitura recorreu, perdeu. Isso foi para o STJ, foi lá para o STJ, para Brasília, e nós ganhamos, Sr. Presidente. Ganhamos agora, saiu aqui a decisão. O STJ afirmou que a prefeitura tem...obriga a prefeitura de São Vicente a pagar o adicional por titulação acadêmica para todas as professoras e professores da rede municipal de São Vicente.

Então, uma vitória importante. Teve manifestação, teve greve, nós fizemos uma audiência pública aqui com o pessoal da Educação aqui na Assembleia Legislativa, uma resolução recente, inclusive dessa audiência pública, que surgiu a nossa ação popular. Então, a prefeitura foi obrigada a respeitar agora a decisão do STJ, Sr. Presidente.

Era isso.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Meus cumprimentos, deputado Carlos Giannazi, por suas iniciativas e, sobretudo, também na área educacional, e mais outras. Se não houver objeção, eu teria direito ainda a usar a palavra na Lista Suplementar.

Então, na Lista Suplementar, agora tem a palavra o deputado Eduardo Suplicy. E como o deputado Giannazi precisou atender a uma emergência, então, eu vou usar a palavra primeiro para registrar a boa notícia, que a taxa de desemprego no Brasil segue em 5,6% no terceiro semestre e repete o menor patamar da história.

Segundo a reportagem da UOL, de Alexandre Novaes Garcia, a taxa de desemprego no Brasil manteve o ritmo de estabilidade, fechou o terceiro trimestre em 5,6%, segundo o IBGE. O percentual é o mesmo registrado nos dois meses anteriores, e reforça a manutenção de desemprego no menor patamar da série histórica da PNAD, Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios Contínua, iniciada em 2012.

O desemprego encerrou o terceiro semestre no menor nível da história. O resultado mostra que 5,6% dos brasileiros buscaram, sem sucesso, uma colocação profissional entre julho e setembro. A taxa repete, pelo terceiro mês consecutivo, o menor volume de desocupados da série do IBGE. No mesmo período, no ano passado, a taxa de desemprego era de 6,4%. O nível de ocupação em patamares elevados nos últimos meses indica a sustentabilidade da retração do desemprego ao longo de 2025.

Cerca de 6,04 milhões de brasileiros procuram emprego. O total representa uma renovação de menor patamar da série histórica ao aparecer abaixo do número alcançado em agosto, quando eram 6,08 milhões de trabalhadores procurando emprego. Em setembro do ano passado, 6,85 milhões buscavam por uma colocação profissional”.

O “total de trabalhadores se estabiliza no patamar recorde de 102,4 milhões. Ao mesmo tempo, o nível de ocupação, indicador formado pelo percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi de 58,7% no intervalo entre os meses de julho e setembro”.

O “número de empregados com Carteira de Trabalho assinada também renova recorde. Segundo a Pnad, o número de profissionais formais no setor privado alcançou” 39.229.000 pessoas. Então, apesar “da leve estabilidade no trimestre, o total cresceu 2,7%”, ou seja, “(mais 1 milhão de pessoas) em um ano”.

Sobre a “taxa de informalidade no mercado do trabalho, hoje equivale a 37,8% da população ocupada. O percentual é o mesmo registrado no período entre abril e junho e corresponde a 38,7 milhões de trabalhadores. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o percentual caiu 1 ponto percentual, o equivalente a 39,2 milhões de profissionais”.

A “força de trabalho potencial recuou para 5,2 milhões, menor nível desde dezembro de 2015. O IBGE ressalta que, durante a pandemia, no trimestre de maio a julho de 2020, esse indicador havia chegado ao seu auge de 13,8 milhões. O dado é sustentado pela queda da população desalentada, que caiu para 2,637 milhões, depois de ter atingido seu maior valor” de “5,829 milhões no trimestre finalizado em (...) 2021. O número é referente àqueles que haviam desistido de procurar uma colocação”.

Com respeito aos salários, a “remuneração dos trabalhadores hoje é a maior da história para o trimestre. “O salário médio habitual dos trabalhadores no Brasil foi de R$ 3.507, valor mais alto da série para todos os períodos. O rendimento supera em 0,3% o resultado do segundo trimestre deste ano”, que era de “(R$ 3.497) e é 4% superior ao registrado no mesmo período do ano passado”, quando foi de “(R$ 3.373)”.

“Apenas uma categoria teve aumento salarial na comparação com o segundo trimestre. O desempenho positivo foi registrado pelo ramo de alojamento e alimentação, com alta de 5,5%, percentual equivalente a R$ 122. As demais atividades apresentaram estabilidade. Na comparação anual, as maiores altas partiram das categorias de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e” agricultura “(6,5%), serviços domésticos (6,2%) e construção” civil “(5,5%)”.

Sobre a “massa de rendimento médio real, sobe para R$ 354,6 bilhões e alcança novo recorde. Com o aumento dos salários, a soma das remunerações de todos os trabalhadores ficou estável no trimestre, mas cresceu 5,5% (mais R$ 18,5 bilhões) em um ano. Mesmo em estabilidade no trimestre atual, a massa de rendimento registra valor recorde devido a ganhos de rendimento real e expansão do contingente de trabalhadores alcançados no primeiro semestre de 2025.

O que é a Pnad Contínua?

Divulgado desde 2012, o estudo do IBGE abrange todo o território nacional. Em suas coletas, a pesquisa avalia indicadores relacionados à força de trabalho entre a população com 14 anos ou mais. O grupo é aquele que integra a população economicamente ativa do País.

Os indicadores utilizam as informações dos últimos três meses para a pesquisa. Assim, os dados produzidos mensalmente pela Pnad não refletem a situação de cada mês, mas o desempenho de cada trimestre móvel do ano. Os números atuais mostram como foi o mercado de trabalho nos meses de julho, agosto e setembro de 2025.

Taxa de desemprego é formada por quem está procurando emprego. O grupo é caracterizado por pessoas de dentro da força de trabalho que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar ocupação. O método utilizado pelo IBGE exclui do cálculo todos que estão fora da força de trabalho, como um estudante universitário que dedica seu tempo somente aos estudos ou uma dona de casa que não trabalha fora.”

E há, ainda, uma boa notícia na área da Cultura, do teatro, pois o Teatro de Contêiner é considerado o melhor de São Paulo com até 100 lugares. A notícia do “Guia Folha Uol” de hoje, por Cristina Camargo, diz:

“A criatividade e a ousadia não estão apenas nos espetáculos apresentados no palco do Teatro de Contêiner, localizado na Luz, região central de São Paulo. A própria construção do espaço cênico é inovadora.

teatro foi planejado e construído pelos artistas da Cia. Mungunzá com uma estrutura formada por dez contêineres marítimos em um terreno que pertence à Prefeitura de São Paulo.

Com plateia para 99 pessoas, o local foi o escolhido em 2025 como o melhor teatro de São Paulo com até cem lugares. Além de palco e plateia, o espaço tem bilheteria, banheiros, lanchonete, deque/palco externo, camarim, abrigo para artistas residentes e área para equipamentos técnicos.

Foi erguido a partir de um mapeamento de terrenos públicos ociosos realizado em 2016 pelos artistas da Mungunzá. O grupo havia guardado dinheiro durante nove anos para construir a sede, já com o objetivo de criar um espaço teatral e social - o teatro foi inaugurado oficialmente em 2017.

O terreno fica próximo à histórica estação da Luz, à Pinacoteca e à Sala São Paulo, equipamentos que proporcionam à região o caráter de polo cultural.

Ao mesmo tempo, era um ponto de concentração da cracolândia, hoje dispersa. A proximidade de dependentes químicos e pessoas em situação vulnerável marca a trajetória do grupo, que produziu peças com a presença dos vizinhos, como ‘Cena Ouro - Epide(r)mia’, dirigida por Cris Rocha, Georgette Fadel e Tânia Granussi.

A gestão do prefeito Ricardo Nunes pleiteia ação para desocupação da área. Há um projeto para construção de prédio residencial no terreno, chamado de ‘hub de moradia social’.

Entre idas e vindas, a negociação teve momentos de tensão, como no dia em que a Guarda Civil Metropolitana tentou retirar membros do coletivo e da ONG Tem Sentimentos de um prédio anexo. Por decisão judicial, o grupo terá de deixar o terreno até dezembro, quando terminam as atividades previstas para este ano.

Em uma contradição com a ação de despejo, o espaço é mantido pela 41ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo. Entre os projetos sociais já realizados ali está o Negras Melodias, criado durante a pandemia para valorizar artistas da música negra.

Mais de 7.000 pessoas assinaram carta pedindo ao governador Tarcísio de Freitas e ao prefeito que interrompam o processo de remoção. Entre os apoiadores estão Fernanda Montenegro, Fernanda Torres e Marieta Severo.” Assim é a comunicação feita pelo Teatro de Contêiner Mungunzá, na Rua dos Gusmões, 43, região central.

Quero saudar os alunos do Senac Itaquera. Sejam muito bem-vindos. (Palmas.) Vocês são alunos do ensino médio, é isso? Sim, não é? Por acaso, vocês conhecem uma lei já aprovada, mas não efetivada no Brasil, que institui a renda básica de cidadania?

O direito de toda e qualquer pessoa, não importa sua origem, raça, sexo, idade, condição civil ou socioeconômica, de participarmos todos da riqueza comum da nação, através de uma renda suficiente para atender às necessidades vitais de cada pessoa.

A ninguém será negado. A todo e qualquer morador de rua? Sim. A todos vocês aqui presentes hoje, no auditório Juscelino Kubitschek, na sala principal desta Assembleia Legislativa? Sim. Aos mais bem-sucedidos empresários brasileiros? Sim.

Pelé, se fosse vivo, também. Mas os que temos mais, vamos colaborar para que nós próprios e todos os demais venham a receber e, dessa forma, nós vamos prover dignidade e liberdade real para todos.

Se vocês quiserem que um dia eu vá ao Senac Itaquera conversar com vocês sobre isso, podem combinar no meu gabinete lá. Aqui é o andar M, as minhas salas são a seis e a sete. Se quiserem um livreto sobre esse tema, para conhecerem melhor, podem pegar lá na minha sala também.

Então, havendo acordo entre lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

Muito obrigado e boa sorte a vocês, felicidades.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 14 horas e 55 minutos.

 

* * *