15 DE MAIO DE 2023

39ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: VINICIUS CAMARINHA, GIL DINIZ, AGENTE FEDERAL DANILO BALAS e LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - VINICIUS CAMARINHA

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - GUILHERME CORTEZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

4 - PRESIDENTE VINICIUS CAMARINHA

Endossa o pronunciamento do deputado Guilherme Cortez e presta homenagem ao Dia do Assistente Social.

        

5 - PAULO FIORILO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - THAINARA FARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - GIL DINIZ

Assume a Presidência.

        

12 - VINICIUS CAMARINHA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - PRESIDENTE GIL DINIZ

Parabeniza o deputado Conte Lopes pelo seu aniversário.

        

14 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Assume a Presidência.

        

16 - VINICIUS CAMARINHA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

17 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento (aparteado pelos deputados Delegado Olim e Eduardo Suplicy).

        

18 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

19 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

20 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

21 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Assume a Presidência.

        

22 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

23 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

24 - PRESIDENTE LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 16/05, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Vinicius Camarinha.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - VINICIUS CAMARINHA - PSDB - Presente o número de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Oradores inscritos para o Pequeno Expediente, inicio a chamada. Nobre deputado Luiz Claudio Marcolino. Presente, V. Exa. tem a palavra, nobre deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa. Sr. Presidente, hoje eu vou tratar sobre a dengue no estado de São Paulo. Antes de entrar nos episódios que ocorreram este ano, de mortes de pessoas infectadas com a dengue, vou falar um pouco sobre a Sucen.

A Sucen é a Superintendência de Endemias no estado de São Paulo, nobre deputado Guilherme. No ano passado, o governador Doria extinguiu uma série de empresas.

Por exemplo, aprovou aqui na Assembleia Legislativa a extinção da Sucen, da CDHU, da MTU, da Dersa, de empresas importantes no estado de São Paulo, mas a única empresa vinculada ao Governo do Estado de São Paulo que efetivamente foi extinta foi a Sucen.

Então, vou repetir de novo aqui: Sucen, Superintendência de Controle de Endemias no estado de São Paulo. Porque é importante, nobre deputado Fiorilo, falar de quem é a responsabilidade.

Porque hoje pela manhã, ouvindo o jornal na Globo, mostra os casos de mortes e casos de dengue no estado de São Paulo e joga a responsabilidade para a população, falando que o problema é em virtude da água parada, de um outro terreno que tem um carro abandonado, mas não ouvi, até agora, ninguém falando que é em virtude do desmonte da Sucen no estado de São Paulo.

Levantando aqui algumas informações, após a extinção da Sucen no estado de São Paulo, o nosso Estado já registrou 61,3 mil casos de dengue no estado de São Paulo. Desses casos que ocorreram no estado de São Paulo, já temos 48 mortes ocorridas no estado de São Paulo, 48 mortes.

Estão aqui as informações, 48 mortes no estado de São Paulo. Com a extinção da Sucen e o avanço da pandemia de dengue, os municípios com menos de 50 mil habitantes tiveram que contratar empresas terceirizadas para fazer a nebulização.

Pergunto para V. Exas. e também para quem nos acompanha na TV Assembleia e para os funcionários aqui da Assembleia: vocês têm visto em alguma cidade ter nebulização no último período?

Aqueles antigos fumacês, não tem mais. Praticamente, os municípios deixaram de fazer, porque era do Estado e era dos trabalhadores de endemias no estado de São Paulo a responsabilidade por essa tarefa, por essa função.

Agora, o trabalho da Sucen não era só a nebulização, era conversar com a população, fazer um planejamento. Inclusive, o produto que se utiliza para nebulização, o Governo do Estado de São Paulo, que seria o responsável pela importação, não a fez.

Então, é importante que a gente entenda que, se tem casos de morte e tem casos que têm aumentado em relação à dengue, é em virtude de um descaso do Governo do Estado de São Paulo. Além dessa falta de controle, gera também desperdício do produto, a má utilização.

Mesmo nas grandes cidades, a dengue tem avançado. Aqui, em Presidente Prudente: já se confirmou a vigésima morte na cidade de Presidente Prudente, uma das regiões do estado de São Paulo que mais tem casos. Jundiaí também, aqui, já demonstrou uma morte. Aqui na cidade de São Paulo, na zona norte, ali próximo da região do Horto Florestal, ali na região norte de São Paulo, tem aumentado consideravelmente o número de casos na cidade de São Paulo.

Nobre deputado Paulo Fiorilo, aí a responsabilidade é da mata. Então, jogam como se fosse a questão da mata a responsabilidade pelo aumento de casos de dengue no estado de São Paulo e na cidade de São Paulo. Só que o que está acontecendo é que nós temos, hoje, mais de mil trabalhadores de endemias no estado de São Paulo que estão encostados na Secretaria Estadual da Saúde do nosso Estado, mais de mil trabalhadores.

Os trabalhadores de controle de endemias eram mais de três mil, que estavam espalhados no estado de São Paulo. Depois da extinção da Sucen, nós temos mais de mil trabalhadores que estão encostados na Secretaria da Saúde.

Quando eu falo “encostados” é que eles foram encaminhados para a Secretaria da Saúde, mas não tem uma política da secretaria para a utilização desses agentes no estado de São Paulo.

Então, é uma irresponsabilidade, primeiro, do governo anterior, por ter desmontado a Sucen, e deste governo agora, atual, que não tem tido uma política, uma prática de utilização desses trabalhadores; ou uma política da Saúde, agora, que é a responsável pela Sucen no estado de São Paulo, ou pelos menos pelo controle de endemias, e que não tem feito o seu papel.

Então, eu quero deixar aqui registrado, Sr. Presidente, hoje, o aumento dos casos de dengue. Eu vou falar nos próximos dias dos demais casos de endemias e epidemias no estado de São Paulo, porque dengue é apenas um dos que estão acontecendo no nosso Estado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VINICIUS CAMARINHA - PSDB - Obrigado, deputado Luiz Claudio Marcolino. Seguindo a lista de oradores inscritos, nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Nobre deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Nobre deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Nobre deputado Donato. (Pausa.) Nobre deputado Major Mecca. (Pausa.) Nobre deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Tem V. Exa. a palavra por cinco minutos, Excelência. Felizmente, é só, Excelência.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VINICIUS CAMARINHA - PSDB - Pela ordem, nobre deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Posso ter uma breve comunicação, enquanto o deputado Fiorilo vem à tribuna?

 

O SR. PRESIDENTE - VINICIUS CAMARINHA - PSDB - Com a anuência do orador... Está anuente. Tem a palavra, Excelência.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, só quero registrar que hoje, dia 15 de maio, é o Dia do Assistente Social, uma categoria muito importante, que é identificada com a luta contra as desigualdades e contra as contradições sociais do Brasil.

Eu tenho muito carinho e muita admiração pela categoria do serviço social, que desde o seu congresso de reconceituação, também chamado de Congresso da Virada, de 1979, escolheu como vocação a luta contra a injustiça, a luta contra a desigualdade no nosso País.

Os assistentes sociais são fundamentais no Brasil, um País que carrega uma desigualdade social histórica, e os assistentes sociais são quem atua na linha de frente para garantir os direitos da população. Por isso o serviço social, mais do que uma profissão, também é uma militância que se choca diariamente com o racismo, com o machismo, com a LGBTfobia e com qualquer forma de opressão e exploração.

Por isso, quero deixar uma saudação muito especial para todos os e as assistentes sociais do Brasil, uma das categorias historicamente mais mobilizadas no Brasil, que sempre foi linha de frente de qualquer enfrentamento contra a injustiça e contra a desigualdade.

É uma categoria, deputado Paulo Fiorilo, que luta pela garantia do seu piso salarial nacional. É fundamental que os assistentes sociais do Brasil tenham garantido o pagamento do piso da categoria porque já é uma categoria que trabalha em condição de muita vulnerabilidade, sobretudo no serviço público, em CRAS e em Creas.

Na pandemia foram os assistentes sociais que estiveram na linha de frente do auxílio à população em situação mais vulnerável, no momento de grande vulnerabilidade epidêmica, vulnerabilidade socioeconômica, que aprofundou as desigualdades do nosso País, mas ao mesmo tempo uma categoria que, infelizmente, é muito desvalorizada e sofre com condições de trabalho extremamente vulneráveis.

Portanto, neste dia de hoje, mais do que saudar, parabenizar, homenagear e declarar toda a minha admiração pela categoria dos assistentes sociais, também reivindico e digo que o nosso mandato...

Espero que todos aqui estejam na luta junto com a categoria do serviço social do estado de São Paulo pela garantia da efetivação e de qualidades adequadas de trabalho para esses trabalhadores e essas trabalhadoras.

Era só isso.

Muito obrigado, presidente e deputado Fiorilo.

 

O SR. PRESIDENTE - VINICIUS CAMARINHA - PSDB - Este deputado gostaria de se somar à fala de V. Exa. por esta homenagem. Minha mãe é assistente social também, hoje cedo já a cumprimentei pelo dia, mas aproveito a sua fala para externar meus comprimentos a todos os assistentes sociais do Brasil e do estado de São Paulo.

Parabéns, Excelência.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Parabéns para a mãe de V. Exa. também.

 

O SR. PRESIDENTE - VINICIUS CAMARINHA - PSDB - Muito obrigado.

Com a palavra, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, quem nos assiste pela Rede Alesp, aqueles que nos acompanham pela assessoria, Polícia Militar.

Presidente, primeiro então uma deferência aqui à sua mãe, até porque ontem foi dia das mães e hoje é dia do assistente social.

Ontem, deputado Suplicy, eu fui chamado e acabei indo à região da Cracolândia às 20 horas. Eu estava em um evento na Paulista dos 212 anos da independência do Paraguai e o pessoal da moradia, que tem uma ocupação na Rua do Triunfo, me chamou porque havia o risco de que invadissem aquele local em que eles estavam. Não a polícia, mas pessoas que eles não souberam identificar.

Então eu fui lá a noite. O senhor, que é conhecedor da realidade do centro de São Paulo, imagina a situação vista lá. Pessoas circulando com cobertores, sentadas usando drogas. Eu vi as viaturas da Guarda, eles fizeram uma ação para dispersar, mas é uma situação gravíssima para a qual, infelizmente, nem o governo do estado e nem o governo municipal deram respostas adequadas. E políticas públicas que eram desenvolvidas pelo governo Fernando Haddad foram interrompidas.

Mas quero aproveitar também, deputado Luiz Claudio, eu tive também a oportunidade de acompanhar a entrevista, a matéria sobre a dengue, e é interessante, porque ninguém diz que o Estado acabou com a Sucen e que agora quer transferir para os municípios a responsabilidade que deveria ser do Estado, sem dar a eles apoio e suporte.

A gente tem situações gravíssimas acontecendo no Estado, tem aumentado o número de casos e muitos desses casos vão à óbito, então é preciso que a gente deixe claro aqui de quem é a responsabilidade.

Bom, mas eu vim aqui hoje para poder continuar um assunto que eu não tive a oportunidade de fazer em um debate aqui sobre outro tema. Eu queria pedir para o pessoal ali da cabine, se puder colocar o material que eu trouxe.

Esse é o material da Antonov Aeronáutica, apresentação introdutória de oportunidade estratégica. Vamos passando as telas, porque eu tenho pouco tempo. Bom, aqui a companhia leva o nome do Oleg Antonov e o que eles fazem. Pode seguir.

Daí eles falam do conflito bélico, da Ucrânia, no entanto existe um grande interesse em consolidar um acordo multilateral, especificamente com o estado de São Paulo diante de sua pujança na América Latina, que inclui: a construção de considerável planta industrial da Antonov em São Paulo - vamos fazer uma planta. Continua: devido à proximidade há anos com os senhores Oieksandr Nykonenko e Victor Avdeyev, fomos contatados para estudar a aproximação entre a Antonov e as autoridades brasileiras.

Vamos seguir. Queria aí agora... Bom, são os aviões. A última tela, vamos ver se é essa. Mais uma, outra, são os aviões. Bom, mais de 20 mil aeronaves produzidas (Inaudível.), pode continuar.

Bom, aí, essa tela. Quem apresenta esse material, como eu disse aqui, um advogado, Dr. Eduardo Kuntz e o outro Alexandre Maia, que deve ser de uma consultoria ou assessoria, aliás, esse Governo do Estado o que mais tem é consultoria.

Bom, queria deixar nessa tela porque o jornal Folha de São Paulo, no sábado, trouxe uma matéria com o seguinte título: “ex-assessor de Bolsonaro é alvo de operação da Polícia Federal no caso das joias”.

Bom, a Polícia Federal cumpriu um mandado de busca na sexta-feira, na casa de Marcelo da Silva Vieira, ex-funcionário do setor do Palácio do Planalto responsável pelos acessos presidenciais. Isso aqui diz respeito às joias das quais o ex-presidente quis se apropriar, trazendo de forma ilícita. Uma entrou, outra não entrou - uma confusão que a Polícia Federal tem que esclarecer.

Mas o que me traz aqui, para além de relembrar o fato, aliás, joias que foram guardadas no cofre de um ex-corredor de Fórmula 1, também tem que explicar por que foram parar lá nos cofres. Bom, aí fala do valor do material e tal, e aí vamos lá: “estou surpreso com a invasão dos diretos de Vieira, depois que prestou um depoimento de seis horas e foi colaborativo”, diz o advogado da defesa Dr. Eduardo Kuntz.

Interessante porque eu tenho a impressão de que o advogado do Marcelo é o mesmo que teria apresentado essa proposta. Como a gente representou no Ministério Público e no Tribunal de Contas, nós vamos pedir para verificar também, porque ele é um advogado criminal, aí está certo aqui a defesa do funcionário, mas aí a gente percebe um elo aqui que precisa ser esclarecido.

Então nós vamos checar se há algum vínculo ou se a grafia está certa ou está errada para que a gente apure a responsabilidade de quem apresentou esse material e quem produziu ou quem não produziu fake news, foi debate neste plenário já há algum tempo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VINICIUS CAMARINHA - PSDB - Obrigado, deputado Paulo Fiorilo. Seguindo a lista de oradores inscritos, deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. Presente a nobre deputada Thainara Faria, tem V. Exa. a palavra por cinco minutos.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Uma boa tarde aos Srs. Deputados, às Sras. Deputadas, boa tarde a todos os servidores, a todos os policiais aqui presentes.

Hoje eu vim fazer uma fala de muita indignação e aí eu quero compartilhar com vocês que na última sexta-feira eu tive a oportunidade de me fazer presente na Câmara Municipal de São Paulo, onde a vereadora e presidenta da Comissão de Direitos Humanos, Luna Zarattini, fez uma audiência pública sobre a pessoa em situação de rua.

Ali eu ouvi diversos relatos que, enquanto ser humano, eu não poderia deixar de me emocionar, mas enquanto política eleita pelo povo, eu não poderia deixar de agir e fiz um compromisso com aquelas pessoas que lá estavam, aqueles e aquelas que conseguiram adentrar o salão nobre na discussão, de que eu não subiria mais neste parlatório sem fazer a necessária denúncia do que vem acontecendo no estado de São Paulo e na cidade de São Paulo em relação à pessoa em situação de rua.

Nós temos hoje mais de 50 mil pessoas nas ruas da capital da cidade mais rica do país. São mais de 80 mil pessoas no Estado que detêm um terço do PIB do nosso país, ou seja, nós estamos falando da Cidade e do Estado mais ricos do Brasil.

Alguns relatos foram no sentido de: existe uma pessoa em situação de rua, uma mulher que chega a colocar oito calças e oito blusas, não só pela questão agora - eu não quero ser testemunha de pessoas em situação de rua sendo vítimas do frio nas ruas -, mas para não ser violentada, dada as violências que acontecem nas ruas.

Imaginem vocês terem que se vestir com oito calças e oito blusas - isso está documentado na Câmara Municipal de São Paulo - para não serem violentadas.

Qual é a reflexão que quero trazer agora, desde já pedindo muito respeitosamente ao Sr. Prefeito Ricardo Nunes e ao Sr. Governador do Estado Tarcísio de Freitas que me recebam para que possamos conversar sobre isso pessoalmente?

O questionamento que quero fazer é o seguinte: para além de sermos o Estado mais rico, para além de estarmos na cidade mais rica do país, não podemos aceitar que este Parlamento, o maior da América Latina, com 94 deputados, que o maior parlamento municipal, que é a Câmara dos Vereadores de São Paulo, com 70 e tantos vereadores, salvo melhor juízo, com dezenas de assessores, com dezenas de secretários municipais, dezenas de secretários de governo, não consigamos arrumar uma solução para as pessoas que se encontram em situação de rua.

Temos dezenas de universidades públicas e privadas produzindo conhecimento, temos dezenas de casos que provam que tudo o que foi feito até agora em relação à pessoa em situação de rua não adiantou. Temos pessoas com dependência química, que fazem uso de drogas. Temos famílias que, durante a pandemia, não conseguiram pagar seus aluguéis e foram para a situação de rua. São “n” casos.

Não existe situação e nenhuma solução fácil para problemas difíceis. Por isso, é necessário estar em estado de mobilização permanente, dialogando com todos os setores, convocando os conhecedores da área.

O nosso querido deputado Guilherme Cortez e o Sr. Presidente que agora preside os trabalhos falaram dessa figura essencial para a sociedade, que é a Assistência Social. Precisa-se conectar Saúde, Educação, Desenvolvimento e Assistência Social, Esportes, Cultura, Lazer, Habitação, Infraestrutura e Desenvolvimento Econômico para oferecer uma solução para esse problema.

O que não é possível é nós passarmos com o nosso carro do ano, fornecido por esta Casa, de cabeça em pé, do lado de milhares de pessoas em situação de rua, com frio; é a gente sentar em uma cadeira que vai ser mais confortável do que o lugar em que essas pessoas vão dormir à noite. Se não houver indignação em relação a isso, nós não merecemos estar aqui.

Por isso, não subo mais a esta tribuna sem cobrar e exigir uma solução para esse problema porque nós temos inteligência, temos recursos. Podemos cobrar contrapartidas de empresas privadas que direto querem vir para o estado de São Paulo.

Não é possível que temos um governo desse tamanho, um parlamento deste tamanho e não consigamos, com a USP, com a Unicamp, com a Unesp, universidades públicas de alto escalão que são reconhecidas internacionalmente, arrumar uma solução para essa questão.

São pessoas, são vidas.

Precisamos nos comprometer a arrumar uma solução para isso.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VINICIUS CAMARINHA - PSDB - Seguindo a lista de oradores inscritos: nobre deputado Gil Diniz. Vossa Excelência tem a palavra por cinco minutos, deputado.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, nobre deputado Camarinha; boa tarde aos deputados presentes no Pequeno Expediente; boa tarde aos nossos assessores, aos policiais militares e civis, ao público que nos assiste pela Rede Alesp.

Presidente, subo aqui a esta tribuna hoje para repercutir um pouco do noticiário em São Paulo. Boas notícias, presidente. A economia em São Paulo está crescendo, graças a esse governo que eu diria sério e correto, que tenta o melhor para o nosso estado de São Paulo.

Então, deixo aqui registrados desta tribuna os meus parabéns ao governador Tarcísio de Freitas, aos seus secretários, a todos aqueles que querem o melhor para o nosso estado de São Paulo.

São Paulo, hoje, no Brasil, vai na contramão do governo federal. O governo federal está com problemas, inclusive de articulação política. Teve um ministro do governo Lula, esses dias, aqui na Assembleia.

Eles estão muito mais preocupados, Sr. Presidente, em fazer turismo pelo mundo, em pichar a imagem do Brasil pelo mundo. Pedir inclusive, presidente, que não aportem recursos, capital internacional, aqui no País. Isso aí palavras do próprio presidente.

Outro dia li no noticiário que o Haddad foi, salvo engano, ao Japão pedir que os empresários japoneses investissem na Argentina. É impressionante a capacidade desses em querer prejudicar a nossa Economia, mas não é novidade e não é de hoje. Enquanto alguns tentam construir, outros tentam a todo custo destruir, inclusive a Economia do nosso País, às custas de mentira.

Eu gostaria, Machado, se estiver no ponto aqui, de colocar um breve vídeo aqui sobre o presidente Lula, o que anda dizendo aí por onde anda. Está pronto aí? Pode colocar.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Presidente, dos 700 milhões de brasileiros, 300 milhões... Já estão aqui, a torcida está aqui, 700 mil. Aí eles podem, presidente, errar dados da casa do milhar para o milhão. Aí não tem problema; aí podem mentir. Podem falsificar a história, podem fazer o diabo para vencer a eleição, para mentir deliberadamente.

Aí é tranquilo; aí é sossegado; aí é normal. Aí tudo bem; aí não é fake news; aí não é narrativa. Pelo amor de Deus, essa galera aqui não tem compromisso com a verdade. É só uma narrativa. Só que ele tropeça nos números. Tropeça, presidente, na realidade e eles mentem deliberadamente.

E eles têm orgulho, presidente, da mentira. E eu trago aqui um vídeo do próprio “descondenado” de anos atrás dizendo sobre isso, sobre a mentira repetida. E tem um ministro da propaganda nazista que já falava sobre isso: “Uma mentira repetida mil vezes se torna uma verdade”, e eles são adeptos disso.

Se tiver outro vídeo pronto coloque aqui, por gentileza. Esse vídeo aqui é de anos atrás do próprio Lula falando sobre as suas mentiras, que ele ia para fora contar as suas lorotas. Aqui, por favor.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Eles se orgulham, presidente, da mentira. Eles se orgulham de passar um dado errado deliberadamente por conta, presidente - para finalizar - de rixa, de picuinha política, mas estamos atentos aqui. Segundo o Lula, 300 milhões de brasileiros morreram. No Brasil, a população é de um pouco mais de 200 milhões. Ou seja, todo mundo aqui neste plenário está morto para o Lula. Talvez seja o que eles querem.

Talvez seja o que eles realmente querem, presidente, mas sempre vamos estar aqui na tribuna mostrando o pai da mentira, Luiz Inácio Lula da Silva, o “descondenado” que a todo momento tenta implantar aqui a sua narrativa, mas não vai conseguir, não vai ter vida fácil.

Talvez por isso querem censurar as redes sociais, porque ali estão palavras como essa do “descondenado”. A mentira deliberadamente para proveito e ganho político, presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - VINICIUS CAMARINHA - PSDB - Seguindo a lista de oradores inscritos, nobre deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.) Nobre deputado Rui Alves. (Pausa.) Nobre deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Nobre deputado Reis. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimento o presidente Camarinha, que está conduzindo os trabalhos na data de hoje; cumprimentar o deputado Suplicy, deputado Marcolino, deputado Guilherme Cortez, deputado Gil Diniz, deputado Rafael, os integrantes da Polícia Militar, os integrantes da Polícia Civil, os funcionários desta Casa, público presente e todos aqueles e aquelas que nos acompanham pelas redes sociais.

Fica tranquilo, Gil Diniz, que eu não vou falar de você porque eu não vou perder tempo com aquilo que você falou aqui. Não, você fala muita bobagem, muita notícia falsa. Você põe um cara interpretando o Lula, eu não vou perder tempo.

Sr. Presidente, essa semana provavelmente teremos na quarta-feira a aprovação do PLC n.º 75, porque o que se está dizendo é que amanhã haverá o Colégio de Líderes e provavelmente o relator, para relatar esse projeto, e pretende-se votar na quarta-feira.

Eu tive aqui uma reunião com os vários representantes das entidades de classe da Polícia Civil. Gostaria de passar aqui o resultado dessa reunião aqui na Alesp com o sindicato dos investigadores, sindicato dos escrivães, dos delegados e das delegadas.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Então estou tornando pública a reunião com todos os integrantes da Polícia Civil, das entidades de classe, entidades representativas, nós tiramos um documento.

Queremos pedir já ao Xerife do Consumidor, deputado Jorge Wilson, para agendar a reunião lá no Palácio dos Bandeirantes. Esperando que seja o quanto antes, já que se pretende votar na quarta-feira, para que essa pauta seja entregue ao Sr. Governador, com aquilo que se expressou a partir da reunião com a presença de todos. Ou seja, o que realmente as categorias de base querem.

A secretaria fez um estudo, fez a proposta dela e trouxe da forma que veio no PLC nº 75, só que a base enxerga de outra forma, por outro prisma. Então, a base está sim reivindicando 25% de aumento linear para todos os policiais civis, para todos os policiais penais, para os oficiais administrativos. 

Essa minha fala na data de hoje é para deixar publicitado aqui o resultado da reunião com todos os integrantes de categoria da Polícia Civil e da Polícia Penal.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VINICIUS CAMARINHA - PSDB - Seguindo a lista de oradores inscritos, nobre deputado Guilherme Cortez. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

 O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente. Boa tarde aos deputados presentes, e todos os trabalhadores desta Casa e ao público que nos assiste na galeria ou através da rede Alesp.

Presidente, hoje é um dia muito importante porque é um dia de mobilização e paralisação dos trabalhadores de aplicativos. Os motoristas e os entregadores de aplicativos de empresas como 99, Uber, Ifood hoje estão paralisando as suas atividades lutando pelos seus direitos.

A realidade dos trabalhadores por aplicativos no Brasil é uma realidade de absoluta farra dessas empresas, que são empresas que não garantem qualquer direito trabalhista. Inclusive, o último reajuste que foi oferecido pela Uber para os seus trabalhadores foi só em 2019, desde então não ofereceu nenhum reajuste nas suas tarifas.

As empresas como a Uber e a 99 ficam em média com 60% do valor dessas tarifas, e mesmo esse reajuste de 2019 foi considerado um reajuste irrisório. Então, a gente pode dizer que essas empresas não reajustam de maneira efetiva e real o salário dos seus trabalhadores desde 2016.

É uma realidade de absoluta vulnerabilidade, presidente, porque a maioria dos trabalhadores de aplicativos são jovens negros, moradores das periferias, que não encontram oportunidade de trabalho no mercado de trabalho formal, com carteira assinada, e tem que depender do trabalho por aplicativo.

E esses trabalhadores, presidente, eles não são empreendedores, eles são trabalhadores que trabalham em condições absolutamente adversas sem qualquer garantia trabalhista.

O Brasil é um país que tem lei trabalhista, embora ela seja cada vez mais desrespeitada. E é um absurdo muito grande que a gente tenha um contingente tão grande de homens e mulheres trabalhadores no nosso País que não tenham qualquer direito respeitado, como é o caso dos trabalhadores por aplicativo.

A Região Metropolitana de São Paulo, presidente, é uma das cinco regiões metropolitanas do mundo que mais dão lucro para a empresa Uber, mas isso não se concretiza em qualquer garantia trabalhista de dignidade para os trabalhadores que efetuam a prestação desse serviço. Então, isso é um absurdo muito grande.

Para não falar da realidade crescente de insegurança, porque essas próprias empresas admitem que os números de assaltos, sequestros e casos de violência contra entregadores, contra motoristas de aplicativos que trabalham com essas empresas tem aumentado nos últimos anos.

Então, é uma situação, deputado Suplicy, completamente absurda em que nós temos trabalhadores precarizados que trabalham sem qualquer garantia trabalhista, que não têm qualquer garantia de previdência e seguridade social.

Que, se eles adoecem, eles não têm qualquer garantia. Se eles sofrem um acidente no trabalho, não têm qualquer garantia. Não têm garantia a férias, não têm garantia de jornada de trabalho e ainda estão expostos a situações de violência.

Portanto, presidente, eu acredito que a gente tem que interromper a farra das empresas de viagens, a farra das empresas de entrega de comida, de vendas por aplicativos sem garantir as condições de trabalho de quem presta esse serviço, porque em qualquer outro lugar do mundo essas empresas são regulamentadas e elas só podem realizar suas atividades se elas garantirem condições mínimas de trabalho para os seus trabalhadores. Mas aqui no Brasil é a terra da desregulamentação.

A gente está vendo todo esse debate sobre o PL da Fake News em que a gente tem as grandes empresas de comunicação que não querem que se regulamente as redes sociais no nosso país porque elas querem continuar livres, leves e soltas sem responder a qualquer lei no nosso país. Isso é um grande descaso quando a gente fala de um país que tem legislação trabalhista, que tem Direito do Trabalho.

Eu sou advogado de formação e atuo na área trabalhista, e a gente vê essa legião de trabalhadores sem qualquer garantia de direito, sem qualquer oportunidade de trabalhar com seguridade social, com garantia de proteção para o seu trabalho, com garantia de que as pessoas vão ser seguradas se elas sofrerem algum acidente, se elas sofrerem com algum caso de violência, se elas ficarem numa situação de adoecimento. Essa não é a realidade dos trabalhadores por aplicativo.

Portanto, quero dizer aqui que eu me solidarizo e presto todo apoio para esses trabalhadores que no dia de hoje estão se mobilizando, estão cruzando os braços. No dia de hoje não vou utilizar nenhum serviço por aplicativo, e quero convidar todo mundo a fazer isso, em solidariedade a esses trabalhadores que estão protestando pelos seus direitos.

Não é porque quem tem direito trabalhista, quem tem carteira assinada, quem tem garantia de férias, décimo terceiro, seguridade social, que a gente não deve se solidarizar e se indignar quando a gente vê tantas pessoas que não têm esses direitos garantidos porque as empresas que atuam nesses aplicativos acham que o Brasil é uma farra, elas acham que elas não devem nada para seus trabalhadores e elas não se sentem obrigadas a dar qualquer garantia de dignidade para esses homens e mulheres, sobretudo trabalhadores negros, jovens e das periferias, que trabalham em condição de absoluta precariedade e vulnerabilidade.

Então, estamos junto com os motoristas de aplicativo que estão fazendo greve hoje, e vamos lutar aqui na Assembleia Legislativa e vamos nos somar na luta em qualquer casa legislativa pela regulamentação dos aplicativos e pela garantia dos direitos trabalhistas desses trabalhadores.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - VINICIUS CAMARINHA - PSDB - Seguindo a lista de oradores inscritos, nobre deputado Eduardo Suplicy.

Tem V.Exa. o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente, Vinicius Camarinha, Sras. Deputadas, Srs. Deputados; gostaria de hoje tratar de dois temas.

Primeiro me parece que causou bastante estranheza a designação do Sr. Guilherme Piai para o cargo de diretor-executivo do Itesp, o Instituto de Terras de São Paulo. “O Guilherme Piai, com sinceridade,” admitiu a “Folha de S.Paulo, “que não possui qualquer contato ou entendimento sobre os povos quilombolas e que deveria ser requisito básico para lidar com esse assunto tão importante.

Mas é importante se perguntar ao governador Tarcísio de Freitas: será que deve ser mantida essa designação depois da confissão de seu nomeado? Ele diz que estará cercado de pessoas capacitadas, mas se ele não sabe nada sobre o assunto que vai tratar, como pode avaliar se de fato os profissionais estão realmente aptos a atender às demandas que irão surgir?

Ou como vai dialogar e deliberar sobre a atuação desses profissionais com assertividade? A opinião dos interessados diretos, no caso os quilombolas, foi conquistada ou considerada? O que eles pensam de ter uma liderança que não tem condições de compreender as questões de seu povo em toda complexidade?

O mundo está mudando, a sociedade busca transformação que possibilite a erradicação das desigualdades. Sabemos hoje, ao menos, que estão atentos aos apelos dos movimentos sociais organizados e da sociedade civil, que a cada dia se conscientiza mais sobre o tema, que as desigualdades raciais são um dos pilares dos mais graves problemas que temos em nossa sociedade.

Na lista de ações que alimentam as desigualdades sociais está o apagamento de pessoas negras, especialmente em cargos de poder e decisão. Isso, além do histórico, reflete o estado social das desigualdades que deveremos erradicar.

Não faz o menor sentido uma pessoa branca que ocupa o topo da pirâmide social, com inúmeros privilégios sociais, que nem ao menos conhece a fundo a pauta que irá trabalhar, venha a ocupar o lugar de poder e decisão que afetará diretamente a vida de dezenas de pessoas que estão historicamente impossibilitadas de deliberar sobre seu próprio grupo social e sua continuidade, das práticas coloniais, justamente no mês em que a abolição da escravidão é lembrada.

Não se trata de desprezar as possíveis qualificações e graduações do Sr. Guilherme Piaí, trata-se de garantir o caminho de reparação histórica que deve ser feita, sobretudo pelos que realmente acreditam na justiça social. Há pessoas negras, pardas e pretas descendentes diretas de escravizados que certamente poderiam ocupar esse cargo com maior sensibilidade para as questões que deverão ser enfrentadas.

Gostaria também de informar que no dia 14 completou um ano das grades cercando a Praça da Sé. É inadmissível que uma cidade com uma população de rua de mais de 50 mil pessoas possa ter uma política de atenção a essa população com esse tipo de medida.

O estado de São Paulo lidera com mais de 86 mil pessoas vivendo nas ruas em relação a outros estados. Este panorama demonstra que não é um problema de ordem fenomelógica, mas estrutural.

É necessário e urgente entendermos que essa demanda tem que ser pensada a partir da lógica que essas pessoas são cidadãs, munidas de direitos. Diante disso, tanto a cidade quanto o estado têm deveres que precisam ser respeitados.

A Praça da Sé é um espaço da cidade que historicamente tem sido usado por pessoas em situação de rua. Com isso, torna o espaço um lugar de múltiplas relações e construções para essas pessoas. Muitos familiares têm como referência a praça para encontrar seus entes, muitos trabalhadores têm como ponto de contato a praça para encontrar seus atendentes e pacientes, e outros serviços afetados de modo direto. Várias organizações do terceiro setor procuraram nosso gabinete para denunciar esse fato.

Não é mais possível tolerarmos que as ações que mais se destacam em relação a essa situação sejam as barracas de pessoas em situação de rua sendo recolhidas durante o dia, a praças cercadas por grades.

Ao recolher barracas, pessoas afirmam que a prefeitura também leva pertences e elas não têm tempo para recolher nada. O policiamento ostensivo das viaturas da GCM, Polícia Militar e patrulhamento reforçando o combate a essa população.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Gil Diniz.

 

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Então é importante, e a própria população em situação de rua, na sexta-feira, dia 12, realizou um ato junto aos catadores e às catadoras de material reciclável. Minha assessoria acompanhou dois preocupantes posicionamentos.

Primeiro, do prefeito Ricardo Nunes, que se recusou a receber a comissão formada por aquelas pessoas. Também é importante que haja o respeito com essas pessoas, da forma mais adequada possível.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Obrigado, nobre deputado Eduardo Suplicy. Seguindo a lista de oradores, convido para fazer uso da palavra o nobre deputado Simão Pedro. (Pausa.)

Abrindo a Lista Suplementar de oradores inscritos, convido a fazer uso da tribuna o nobre deputado Vinicius Camarinha. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. VINICIUS CAMARINHA - PSDB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, nobre deputado Gil Diniz, que preside os trabalhos na data de hoje, meus cumprimentos a V. Exa., a todos os colegas, aos telespectadores da TV Assembleia e aos colaboradores desta Casa.

Presidente, eu venho a esta tribuna hoje para cobrar uma posição e uma solução para uma dificuldade, um problema que os moradores dos bairros Montana, Maracá, Triste Cavichioli, do distrito de Padre Nóbrega, todos de Marília, estão vivendo.

Montana e Maracá eu tive a satisfação, presidente, quando fui prefeito de Marília, de poder organizar esse novo bairro. Foram mais de, aproximadamente, seis mil moradias. Casas que nós conseguimos lançar na nossa administração. Planejamos, também, as marginais que davam acesso à cidade.

Conseguimos, também, um feito inédito, que foi a construção... O início das obras, a autorização pelo Governo do Estado, para a realização dessas marginais. Ou seja, um fluxo de mais de 30 mil pessoas, presidente, que trafegam naquela região.

As obras já estão em curso. Isso foi um feito muito importante, é uma obra de mais de 15 milhões de reais, mas que, nesse momento, Sr. Presidente, está trazendo uma série de problemas para os moradores dessa região. Eu queria que a técnica pudesse por o vídeo, por gentileza, sobre esses acontecimentos. Se a técnica puder pôr o vídeo, por gentileza.

São marginais na SP-294, que é uma rodovia estadual e que, em razão das obras - e nós agradecemos as obras por isso - a população está... Moradores de Padre Nóbrega e bairros próximos sofrem. Esse é o trânsito que está ocasionando na rodovia.

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- É exibido o vídeo.

 

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Então, presidente, o que acontece é o seguinte, nós somos gratos ao governo. Foi o governador Rodrigo Garcia quem autorizou essa obra através da concessionária. Isso está acontecendo, ótimo, mas agora a concessionária precisa fazer o planejamento dessa obra com toda a atenção e os cuidados que a população daquela região precisa, deputado Suplicy.

Porque puseram o retorno para esses moradores a seis quilômetros. Seis para ir e seis para voltar, doze quilômetros de distância. Então, eu venho a esta tribuna dar esclarecimentos desse ocorrido ao Parlamento Paulista, solicitar à Eixo para que reveja o planejamento dessa obra, o planejamento de tráfego paralelo a essa obra. O que nós possamos fazer para melhorar a vida dessas pessoas.

E farei, também, na Comissão de Transportes, um pedido para que o presidente da Eixo venha aqui dialogar conosco e, definitivamente, resolver o problema dessas pessoas que estão sofrendo. As pessoas ficam lá, deputado Conte Lopes, às vezes uma hora nesse trecho coisa que se leva dez minutos.

Nós somos gratos. Essa foi uma obra superimportante. É uma obra que, praticamente, seria impossível a prefeitura fazê-la. Então o Governo do Estado fez, autorizou, através da concessionária, mas, no entanto, as pessoas não podem, enquanto a obra não termina, viverem um momento de total dificuldade com crianças, idosos, tendo que, todos os dias, trabalhar na cidade de Marília.

Ir ao centro da cidade e causar toda essa confusão no trânsito, não só no trânsito da rodovia SP-294, mas para os moradores dos bairros Montana, Maracá, Trieste Cavichioli, distrito de Padre Nóbrega, e adjacentes.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Obrigado, nobre deputado Vinicius Camarinha. Seguindo a lista suplementar de oradores inscritos, convido para fazer uso da tribuna o nobre deputado Delegado Olim. Não fará uso da palavra. Nobre deputada Ediane Maria. (Pausa.) Nobre deputado Conte Lopes. Vossa Excelência tem o tempo regimental de cinco minutos.

Enquanto o orador se dirige à tribuna, queria lhe cumprimentar pelo vosso aniversário de 76 anos na data de ontem. Que Deus lhe dê muita saúde e muitos anos de vida. É uma honra ombrear lado a lado com V. Exa. neste Parlamento.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Agradeço, obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Estou quase puxando os parabéns aqui, Conte. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Agradeço ao presidente pelas felicitações. O tempo vai passando, a gente vai levando. Fazer o quê?

Bom, minha gente, eu queria falar do Tarcísio de Freitas. Obviamente que ele só assumiu o governo há quatro meses. O governador Tarcísio de Freitas não pode resolver todos os problemas, tipo Cracolândia, em quatro meses. Realmente, é uma situação difícil. O salário dos funcionários públicos.

Da Polícia, há 30 anos que há problema de aumento na Polícia Civil, na Polícia Militar. Falta de efetivo, está aí o nosso deputado Delegado Olim, bastante experiente na Polícia e na Polícia Civil. Então são coisas de 30 anos atrás. A gente não pode querer que o governador, em quatro meses, resolva todos os problemas.

É necessário um trabalho. E é difícil combater o crime. Vejam bem. Só essa semana, e final de semana, um escrivão de polícia, na zona sul, foi baleado num assalto a um comércio. Está no hospital. Um subtenente da Polícia Militar foi assassinado durante um assalto. Quer dizer, os bandidos estão nas ruas, estão atacando.

O governador está valorizando a Polícia com o salário que está chegando a esta Casa, com o que ele pode, realmente, valorizar. Está lutando pelos policiais, Polícia Civil, Polícia Militar. Não é verdade? Então ele está trabalhando em cima disso. O Estado está, dizia até o nobre deputado, presidente Gil Diniz, que o Estado está crescendo economicamente.

Então é necessário dar prazo ao prazo, tempo ao tempo, para que as coisas se resolvam. Agora, não existe passe de mágica. Nós não podemos resolver o problema de uma hora pra outra, todos os problemas.

O governador está sendo atuante, está tendo reuniões. Aquilo que ele prometeu, ele disse que vai cumprir, e está cumprindo. Agora, é necessário que se apoie o governo. Esta Casa tem que apoiar o governo, tem que estar ao lado do governador.

Estivemos, esse final de semana, lá na região de Ribeirão Preto, lá no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, onde concedemos emendas para a compra de marcapassos. É um hospital que atende toda a região. Estão precisando de verba lá também. Tive contato com os diretores do hospital, numa reunião.

Estão precisando, estão pedindo. Falaram já com o Kassab, estão falando com o vice-governador, Felício. Estão procurando também o governador Tarcísio, para que se conceda quantias para que eles possam tocar o hospital, que atende toda aquela região, inclusive Minas Gerais.

Porque é muito importante, a gente conhece o mundo político de há muito tempo, Nordeste, Norte. Mas é engraçado que todos eles são políticos há 500 anos, e vêm tudo morrer aqui em São Paulo. Eles vêm tudo para cá: Einstein, Sírio Libanês. Não estou criticando. É só uma colocação, nobre deputado Suplicy, que foi senador tanto tempo.

O pessoal não consegue fazer um hospital para o Nordeste, para o Norte? Porque o povo precisa também. É mais fácil vir para cá, se tratar aqui? É muito mais fácil? O Gil está falando da necessidade também, desse pessoal, do mundo político, criar nesses locais um hospital de ponta.

Não é vir só para São Paulo não. Todo mundo quer vir se tratar em São Paulo, e São Paulo também tem dificuldades, como é o caso do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, que acaba atendendo toda Minas Gerais. Uma parte das Minas Gerais toda vem para o hospital. Então falta verba, faltam condições realmente de atender a população.

Então é essa a nossa colocação. O governador está aí, batalhando, valorizando as polícias. Temos dificuldade. Hoje mesmo, em Salto, um sargento da Polícia Militar mata um capitão, mata um sargento dentro do quartel, de tiro de fuzil. É um negócio meio desesperador, né? Umas coisas que a gente não via no passado e está vendo hoje.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Agente Federal Danilo Balas.

 

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“A tropa está doente”. Não sei. A tropa não está doente, ué. O cara que quer se matar, me perdoe. Vai fazer o quê? Como você impede alguém de cometer suicídio?  “Ah, alguém tem que saber antes”.

Pode ser, eu não sei. É possível, fazer o quê. Mas hoje em dia é uma atrás da outra. Dias atrás um capitão mata um sargento aqui, e agora é um sargento que mata um capitão e mais um sargento em Salto.

Então está na hora realmente de o pessoal parar um pouco para pensar. Em vez de que tentar se matar entre si, combater o crime, que é o objetivo da Polícia Civil e Militar.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. VINICIUS CAMARINHA - PSDB - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

 O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - Pela ordem, deputado Camarinha.

 

O SR. VINICIUS CAMARINHA - PSDB - Para uma comunicação?

 

 O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - Uma breve comunicação.

 

O SR. VINICIUS CAMARINHA - PSDB - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, nós estamos no mês de maio, uma data importante para todos nós, brasileiros, principalmente os portadores de doença inflamatórias intestinais.

Neste mês de maio, nós queremos dar visibilidade aos cidadãos brasileiros portadores destas doenças: retocolite ulcerativa e doença de Crohn, que, por serem consideradas raras, são pouco notificadas ou têm pouca atenção da mídia e da política em geral, mas que interferem grandemente na qualidade de vida dessas pessoas.

Acredito que no meio de nós, aqui presentes, temos algum familiar ou algum conhecido que é portador de doença inflamatória intestinal. Neste Maio Roxo, presidente, mês de conscientização e visibilidade das doenças inflamatórias intestinais, venho a este Parlamento em nome desses cidadãos que sofrem com as consequências dessas enfermidades que, embora sejam consideradas raras e não apareçam nas grandes estatísticas de Saúde, já acomete mais de 200 mil brasileiros.

Em estudo epidemiológico recente de um conterrâneo meu de Marília, foi demonstrado que apenas no estado de São Paulo mais de 22 mil paulistas são portadores ou da doença de Crohn, ou da retocolite ulcerativa, que são as principais doenças inflamatórias intestinais.

O estado de São Paulo possui o maior número de pacientes de todo o Brasil, e minha região, a região de Marília, é uma das regiões de maior incidência, Sr. Presidente.

Portanto, Sr. Presidente, desta tribuna, peço a este plenário para que nós possamos dar mais visibilidade a esse tema. Faço aqui a minha parte. Agradeço o destaque da Organização Brasileira de Doença de Crohn e retocolite e da ABCD - Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn, pelo trabalho de excelência realizado em prol desses pacientes.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

 O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - Encerrando o Pequeno Expediente, damos sequência com a abertura do Grande Expediente.

 

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- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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 O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - Deputada Marina Helou. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Gil Diniz, por cessão da deputada Dani Alonso. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente Danilo Balas. Cumprimento os deputados aqui no Grande Expediente mais uma vez. Mais uma vez cumprimento o deputado Conte Lopes pelo seu aniversário, 76 anos. Como eu disse, é uma honra, uma satisfação dividir este plenário com ele.

Deputado Balas, encontrei com o deputado Conte na sua campanha, acho que em 2016, ele fazendo sua campanha pela Paulista. Pude ali tirar uma foto com ele e dizer que ele tinha todo o meu apoio, a minha consideração e a minha admiração.

Anos depois, vim aqui ao Parlamento de São Paulo, na mesma bancada, com ele. Então é um grande professor, aprendo muito diariamente com ele e deixo aqui registrados os meus cumprimentos pelo seu aniversário de 76 anos. Conte, meus parabéns.

Presidente, venho aqui a esta tribuna. O deputado Reis não me respondeu quanto aos meus questionamentos sobre a fala do “descondensado”, as mentiras que ele diz, pronuncia na grande mídia ou nas suas viagens a turismo que faz todos os dias.

Ele sim tenta encontrar uma narrativa. Coloquei aqui no telão e ele resolveu não me responder. Geralmente responde, presidente. Hoje parece que não teve tanta firmeza assim de responder.

O “descondensado” disse que mais de 300 milhões de brasileiros morreram por conta da Covid-19. Nós sabemos que a população do Brasil não atinge esse número. Então, mais uma narrativa, mais uma fake news, mais uma vez o presidente da República falando mentiras sobre o país, apenas para atingir um adversário.

Mas o deputado Reis colocou uma questão importante, que nós começaremos a discutir, deputado Conte Lopes, esta semana. O projeto de reajuste salarial dos servidores da Segurança Pública.

Deputado Balas, nós vamos votar a favor do projeto que o governador enviou a esta Casa aqui. Nós entendemos que é um bom projeto. Nós entendemos que o que o governador tem feito pela Segurança Pública é algo inédito, é algo histórico.

Mais de cinco bilhões de reais investidos agora na Segurança Pública. Em média, aí, um reajuste de 20% deputado Conte Lopes. Tem aquela questão do escalonamento, mas nós precisamos lembrar que são, em média, 20 por cento.

Eu digo isso porque os outros governos que nos antecederam fizeram alguns reajustes aos servidores da Segurança Pública. No primeiro ano de governo, o governador João Doria enviou a esta Casa um projeto de 5% de reajuste.

Nos dois anos posteriores, houve a questão da pandemia. No último ano, houve um aumento de 20% e agora, de início, o governo do Tarcísio coloca, deputado Vinicius Camarinha, um aumento médio de 20 por cento.

É um “start”, é um início dessa campanha de recomposição salarial que o governador prometeu durante sua campanha, e vem cumprindo. Então, terá o nosso apoio. Nós nos posicionamos.

Nós colocamos aqui inclusive uma emenda ao projeto, algo também que será discutido, debatido, que tem sido discutido e debatido, e colocamos aqui às claras, em cima da mesa, colocando o nosso posicionamento, sempre ali tentando fortalecer a Segurança Pública, sempre visando ali os homens e mulheres que estão na linha de frente.

Tenho certeza de que o governador é sensível a essa questão e, no final, nós teremos aí um bom entendimento. Mas deixo registrados aqui mais uma vez os meus parabéns ao governador Tarcísio Gomes de Freitas, pela coragem de, tendo cerca de 25 bilhões para fazer esse investimento, tirar dessa fatia cinco bilhões e injetar aí na Segurança Pública, deputado conte Lopes. Nunca vi algo desse montante nos primeiros quatro, cinco meses de governo. Mais uma vez, uma promessa de campanha realizada.

Semana passada nós tivemos aqui a aprovação do salário mínimo paulista, também uma promessa de campanha que este Parlamento votou favoravelmente, e foi realizado.

Presidente, só para finalizar, eu queria trazer a lembrança também, a repercussão do noticiário desses dias. A feira do MST, que houve no Parque da Água Branca, que eu julgo... Eu disse aqui, eu manifestei que eu sou contrário à utilização do Parque da Água Branca, um equipamento do estado de São Paulo para uma feira como essa, de um ente como o MST. Me parece que nem CNPJ esse grupo tem.

Estavam proibidos de utilizar o parque, mas utilizaram no último final de semana, nos últimos quatro dias ali. Me parece que utilizaram, dentre outras coisas, para a sua militância político-partidária também. Não trouxe as imagens aqui, em outro momento as trago.

Entre bandeiras do PT, CUT, camisetas de Che Guevara, Lenin, uma série de coisas ali, deputado Camarinha, um evento político-partidário num equipamento público. Vou, obviamente, representá-los no Ministério Público. A gente vai pedir que se investigue, deputado Balas, o uso desse equipamento público para, praticamente, um comício.

 

O SR. DELEGADO OLIM - PP - O senhor me dá um aparte?

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Por favor, deputado Olim.

 

O SR. DELEGADO OLIM - PP - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -Só para falar: a gente está aqui, eu estou ouvindo você falar, com toda a razão, e eu me lembro de que, no ano passado ou retrasado, esse mesmo pessoal tentou ir na Água Branca e o João Doria não deixou.

Agora, eu te pergunto: por que a TV Cultura continua daquele jeito e o Tarcísio não faz nada? Então, você, que é um homem forte do Governo - eu sou base do Governo, mas eu não sou forte -, você tem que conversar com ele. Eu não aguento mais assistir àquele jornal nojento, jornal das 20 horas da TV Cultura, o qual o Governo é o que mais banca com dinheiro.

Então, você precisa deixar isso aí no seu radar e unir todo mundo para a gente conversar com ele sobre isso. É o jornal mais nojento que existe hoje no Brasil, falou? Obrigado.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Assino embaixo de vossas palavras, deputado Olim. Inclusive, isso é motivo de um pedido de convocação da minha parte, e olhe que sou base do Governo também, da secretária Martone, aqui na Comissão de Cultura, e do presidente da Fundação Padre Anchieta. Esse pedido, essa solicitação, deputado Camarinha - V. Exa., que acredito que concorda comigo - foi mudada para um convite, a princípio.

Mas concordo com o deputado Olim: a programação da TV Cultura, em partes ali, de cultura não tem absolutamente nada, é praticamente uma militância política ao extremo. Então, vamos verificar com o presidente da Fundação Padre Anchieta e com a secretária Martone aqui o motivo dessa programação que, a meu entender, de cultura não tem nada. Vossa Excelência quer um aparte, deputado Suplicy?

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Se me permite.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Por favor.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Deputado Gil Diniz, às vezes, nós iremos discordar aqui com respeito ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra.

Primeiro, a minha percepção a respeito desse movimento é de que se trata de uma organização popular de trabalhadores, sobretudo, nas mais diversas regiões do País, que tem batalhado para que seja cumprida a Constituição, especialmente naquele artigo que diz que a propriedade de terras precisa ser utilizada de maneira socialmente produtiva.

Como há um número muito significativo de áreas não produtivas, eles têm procurado chamar a atenção.

Grandes pensadores brasileiros, como Celso Furtado, Florestan Fernandes, diversas vezes saudaram o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, assim como Sebastião Salgado e tantos outros.

Desde 1984, quando o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra se formou, eu tenho acompanhado de perto, inclusive em situações como aquela quando houve um massacre de trabalhadores ali no Pará.

Eu estive como senador; fui até lá acompanhado de senadores dos mais diversos partidos para transmitir... Era o governo Fernando Henrique Cardoso. Nós, inclusive, levamos depois fotos daquilo que havia ocorrido ao presidente, que ficou impressionado.

Lá no Parque da Água Branca, um parque público, por que não haver uma feira em que, por exemplo, eu testemunhei ontem à noite Chico César, Lenine e outros cantores? Havia ali cerca de 100 mil pessoas lotando o Parque da Água Branca. Quer dizer, esse final de semana, mais de 100 mil pessoas compareceram, e dessa vez houve a decisão correta.

Aí, talvez eu discorde do deputado Gil Diniz, mas, sabendo de toda essa história, o governador Tarcísio de Freitas autorizou e eu, inclusive, na semana passada, aqui, elogiei o governador Tarcísio de Freitas por ter autorizado a realização da feira.

Então, em alguns momentos iremos discordar, mas sempre o tratando com todo o respeito.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Agradeço, nobre deputado Eduardo Suplicy.

Presidente, só para finalizar o meu tempo, uma breve comunicação antes de os oradores utilizarem a tribuna.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Respeito muito o deputado Suplicy. Como eu disse, eu sou contrário a essa feira do MST no Parque da Água Branca, um dos motivos aqui o Delegado Olim disse muito bem, o próprio Doria proibiu a feira ali na Água Branca e esse governo que eu ajudei a eleger, me sinto responsável por ele, autorizou.

Como eu disse, deputado Marcolino, contra a minha vontade. Obviamente o Executivo que manda nessas determinações, mas eu queria aqui colocar só umas imagens do que houve nessa feira só para vocês terem uma ideia. Olhem lá na feira, Che Guevara, o que tem a ver Che Guevara com MST? Tem mais imagens? Pode ir passando.

Olhem, Lula, PCdoB, mais uma vez Che Guevara, camisa do Trótski, CPX. CPX! Então, foi um evento, deputado Conte Lopes, inclusive teve ali um grupo teatral simulando, deputado Balas, a prisão de patriotas, de bolsonaristas. Eles fazendo ali o seu sarcasmo, justamente, obviamente elogiando Alexandre de Moraes e seus desmandos. Essa galera gosta de um ditador de estimação e agora eles têm aí a figura de Alexandre de Moraes.

Alexandre de Moraes que aqui em São Paulo era agredido por eles. Hoje, provavelmente, suas decisões são elogiadas. Então eu trago aqui essas imagens porque virou, deputado Suplicy, com todo o respeito, um evento político-partidário, e nós discordamos disso.

O senhor imagina um equipamento público federal autorizado pelo governo federal a ser utilizado pelo nosso grupo, deputado Conte Lopes, e lá virar um comício ou um showmício bolsonarista? Acho que não é o caso.

Eu mostrei ali várias camisetas do Lula, por exemplo, sendo vendidas, exibidas, Partidos dos Trabalhadores, Partido dos Comunistas do Brasil e uma série de outros partidos ali.

Mas para finalizar, presidente, eu só queria convidar, já que estamos falando de feira, os amigos a participarem da Expo Católica, que vai acontecer agora, do dia 18 a 21 de maio no Pro Magno - Centro de Eventos.

Vou deixar aqui nas minhas redes sociais, acompanhem aí, @carteiroreaça, o endereço correto vai ser no Pavilhão Pro Magno, ali na Casa Verde, faltam três dias para essas feiras serem realizadas. Nas redes sociais vocês vão conseguir fazer a inscrição.

É a maior feira católica do Brasil, teremos vários eventos sendo realizados, vários estandes também sendo realizados ali justamente para a promoção do turismo religioso, das atividades, das editoras católicas, é um trabalho que vem sendo feito aqui em São Paulo e por todo o Brasil.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - Obrigado, deputado Gil Diniz. Chamamos para a lista do Grande Expediente o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, eu não vou entrar no pântano para o qual o deputado Gil Diniz nos convida para desmerecer a 4ª Edição da Feira Nacional da Reforma Agrária porque a feira, para todo mundo que participou, deputado Suplicy, foi um retumbante sucesso.

Foram 560 toneladas de alimentos produzidos, uma grande quantidade de trabalhadores rurais envolvidos, 38 toneladas de alimentos doados para populações em situação de vulnerabilidade.

Então, para quem defende um governo que trouxe o Brasil de volta para o mapa da fome, eu imagino que tenha muita coisa para criticar o MST e criticar quem trabalha alimentando o povo brasileiro.

Mas não vamos nos abalar com isso, porque o Parque da Água Branca ficou lotado durante quatro dias com apresentações culturais, com muita arte, com muita cultura, com muito alimento orgânico e saudável, que são típicos do MST, que é o maior movimento social da América Latina.

Como estava se falando de religião, Dom Pedro Casaldáliga dizia: “se o MST não existisse, o Brasil deveria criá-lo”, e de fato o MST é do tamanho do Brasil. O MST é uma necessidade histórica do Brasil para corrigir as desigualdades que remontam do período da colônia.

Também quero falar aqui do meu máximo respeito à Fundação Padre Anchieta e à TV Cultura. Eu, deputado Marcolino, fui de uma geração que cresceu assistindo à TV Cultura, que fazia programas de muita qualidade para o público infanto-juvenil na minha infância, e a TV Cultura não é imprensa oficial de governo: a TV Cultura tem que ter liberdade.

Então não entendi o que o deputado disse aqui, que tinha que se conversar com o governo. Eles querem censurar a TV Cultura e os trabalhos da TV Cultura? Esse não é o papel da Fundação Padre Anchieta, nem dos trabalhadores da Fundação Cultura, mas sim oferecer informação com independência de qualquer governo. Então quero manifestar aqui todo o meu respeito a esses trabalhadores.

Mas quero falar de coisa mais importante porque essa semana, mais precisamente dia 17 de maio, quarta-feira, é o Dia Internacional de Combate à LBGTfobia.

E para mim, como um dos parlamentares assumida e orgulhosamente LGBTs desta Assembleia, é uma data muito importante, presidente, porque a realidade da população LGBT no Brasil e no estado de São Paulo é muito difícil. Só no ano passado, foram registrados 273 casos de morte de pessoas por conta da orientação sexual, por conta da identidade de gênero.

Não estou falando, Sr. Presidente, de um caso de acidente: estou falando de um caso de um crime endereçado e que tem uma motivação muito clara, que é o ódio à diversidade, o ódio ao diferente.

Não à toa, a maior parte desses casos tem requintes de crueldade brutais, porque são crimes que têm um objetivo de exterminar a dignidade não só daquela pessoa que é vítima, mas também de todas as pessoas que também sofrem com a discriminação por conta da orientação sexual ou da diversidade de gênero.

Ano passado, no Brasil, em 2022, houve um assassinato, uma morte de pessoa LGBT neste país a cada 32 horas. Passam-se 32 horas, e uma pessoa LGBT no Brasil é assassinada por conta do ódio, ou tira a própria vida por conta da violência que sofre, do adoecimento, e o estado de São Paulo contribui com essa estatística como o segundo estado com mais números de casos de morte e de violência contra as pessoas LGBTs.

Então eu acho que essa realidade, presidente, não deveria sensibilizar só a nós que somos LGBTs - e que bom que hoje a gente tem aqui, na Assembleia Legislativa de São Paulo, uma bancada histórica de parlamentares assumidamente LGBTs e, acima disso, que trazem a bandeira e as lutas históricas do movimento LGBT com protagonismo para dentro desse debate -, mas eu acho que isso deveria sensibilizar cada um dos 94 deputados desta Casa, porque ninguém deveria dormir em paz pensando que a expectativa média de vida de uma pessoa travesti ou transexual neste País é de 35 anos. Hoje, em 2023.

Eu gosto muito de história, 30 ou 35 anos era a expectativa de vida da população na Idade Média, mas no Brasil de 2023, pessoas travestis ou transexuais continuam vivendo uma expectativa de vida medieval porque é uma população completamente marginalizada, completamente vulnerável, que não encontra espaço no mercado de trabalho formal e que está sujeita a todo tipo de violência neste país transfóbico.

Dá-me asco ver que, diante dessa situação, alguns parlamentares e alguns políticos, ao invés de cumprirem os seus papéis como representantes públicos, olhar sobre essa situação e pensar o que pode ser feito para resolver a situação, apresentam projetos de lei em série nesta Casa para restringir os já poucos direitos e as poucas condições de dignidade da população trans e da população LGBT.

Então, dizer que o dia 17 de maio não é um dia para se comemorar nada, e o Brasil e o estado de São Paulo não têm nada para comemorar quando a gente vai falar da realidade da população LGBT.

É um dia para a gente refletir sobre a necessidade de a gente promover um acerto de contas no nosso país e de todas autoridades públicas refletirem sobre o seu papel e sobre o que elas podem fazer para superar, para transformar essa realidade.

É escandaloso que o Brasil, que já há alguns anos não é considerado o campeão mundial do futebol, seja considerado o campeão mundial da LGBTfobia, da violência, da intolerância e discriminação.

Então, deixo aqui registrado o compromisso público do nosso mandato e a exigência para todos os demais mandatos desta Casa para que tomem com prioridade, com centralidade, com respeito e sensibilidade, a realidade da população LGBT, que precisa ser olhada com urgência. Não pode ser uma pauta tratada como uma caixinha, não pode ser uma pauta tratada como nicho.

No tempo que me falta, presidente, quero aproveitar para falar de duas coisas. Na semana passada, estive nesta tribuna para falar de uma denúncia que a gente tem recebido dos trabalhadores do Metrô de que o novo dirigente do Metrô, indicado pelo governador Tarcísio de Freitas, que assumiu recentemente, anunciou um plano antigreve.

Eu não sei que plano antigreve é esse, a não ser que ele queira fazer uma emenda à Constituição para tirar do texto da Constituição o direito legítimo à greve. Mas ele falou que iria fazer um plano antigreve.

A melhor forma de acabar com greve não é essa. A melhor forma de trabalhar com greve... (Fala fora do microfone.) Exatamente, o plano antigreve, ou ele está sugerindo uma mudança na Constituição para tirar um direito constitucional, ou ele está falando que a partir de agora vai começar a conceder todos os direitos que os metroviários merecem, mas não era disso que ele estava falando, curiosamente.

O plano antigreve a que ele se referia dizia respeito a aumentar o plano de contingenciamento da empresa. Fazendo o quê? Pegando servidores do setor administrativo do Metrô e dando um treinamento fajuto para eles, supostamente, estarem capacitados para comandar um trem; treinamento esse que deveria ser dado em quatro meses e que está sendo oferecido por vinte dias. Isso é um absurdo sem tamanho.

Além de precarizar ainda mais a condição de trabalho no Metrô, coloca em risco a vida e a segurança dos trabalhadores e também dos milhões de usuários que o Metrô recebe todos os dias. Isso é inaceitável.

Por isso, nosso mandato acionou o Ministério Público do Trabalho para que investigue esse plano antigreve anunciado pelo presidente do Metrô, mas a gente também vai reivindicar a convocação dele para prestar depoimento a nós, deputados desta Casa, sobre essa situação.

Sou membro da Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho e, se essas denúncias procederem, a gente estará diante de prática antissindical e, além de tudo, de uma prática que coloca em risco a vida da população. Isso não pode ficar assim. Como fiscais que somos do Poder Público, vamos requerer a convocação do presidente do Metrô para nos dar explicações aqui.

Por último, parece que o governador Tarcísio já está adiantando seu projeto de privatizar a Sabesp, que é uma das empresas públicas mais importantes do estado de São Paulo.

Eu venho de uma região do interior que tem um dos melhores índices de saneamento básico do país por conta do serviço que é oferecido pela Sabesp, que cobre 375 cidades do estado de São Paulo, mas, apesar disso, o governador Tarcísio insiste em dizer que quer privatizar a Sabesp.

Esse debate ainda não chegou à Assembleia. Por isso, fui surpreendido hoje quando tivemos a notícia de que a direção da Sabesp está apresentando um plano de demissão incentivada para abrir mão de dois mil postos de trabalho e demitir dois mil servidores, servidores esses que dedicam a sua vida, que fazem o melhor que eles podem, apesar de toda a realidade de vulnerabilidade, de precarização e de desmonte que a Sabesp vive.

São dois mil trabalhadores que se dedicam para garantir que o povo do estado de São Paulo tenha acesso à água e tenha acesso a saneamento.

Por isso, não sei qual é o intuito da Sabesp com esse PDI, que oferece como vantagem, como incentivo, como benefício, nada mais do que já é direito desses trabalhadores.

Alguns dos incentivos apresentados pela Sabesp nesse PDI: saldo de salário, 13º proporcional, férias vencidas ou proporcionais e o correspondente em gratificação de férias, metade do aviso prévio indenizado de 30 dias mais três dias por ano de trabalho.

Incentivos indenizatórios: metade do aviso prévio indenizado e percentual da multa sobre o saldo do FGTS para fins rescisórios, além da indenização adicional proporcional ao tempo de serviço da Sabesp.

Então essa proposta de PDI da Sabesp não engana ninguém. Ela só serve para tentar confundir trabalhadores que estão desesperados porque trabalham em condições de sobrecarga, em condições absolutamente precárias.

E é mais um passo do governo estadual tentando dilapidar uma empresa que é um patrimônio do estado de São Paulo e que, acima de tudo, presta um serviço público essencial para que a população tenha acesso a um bem fundamental para que a vida exista, que é a água, que é o saneamento básico.

Portanto, deixar todo o nosso repúdio a essa atitude do governo de São Paulo e da Sabesp e dizer que se depender de nós, não vamos permitir que a Sabesp seja privatizada.

 

O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - Obrigado, deputado Guilherme Cortez. Dando sequência ao Grande Expediente, chamamos o deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino, em permuta com o deputado Luiz Fernando. Vossa Excelência tem o tempo regimental.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, primeiro, agradecer ao nobre deputado Luiz Fernando pela cessão de tempo.

Mas eu vou retomar, Sr. Presidente, aqui a fala da semana passada em que nós trouxemos aqui uma informação referente à secretaria federal do governo federal. O Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas e Exames Complementares e Consultas Especializadas para o Brasil inteiro.

E aqui no estado de São Paulo teria uma responsabilidade - e estou vendo aqui algumas informações - a Portaria nº 90, de 2023, cada estado teria a responsabilidade de apresentar um plano para que o recurso pudesse chegar ao seu estado. São 600 milhões de reais no País; o estado de São Paulo ficaria com 131,2 milhões de reais para atendimento da população.

Só que dentro do prazo de 30 dias que foi estabelecido, 19 estados já apresentaram o seu plano de trabalho e o Governo do Estado de São Paulo até hoje ainda não conseguiu apresentá-lo.

Então o prazo foi 30 de março. O conselho deferiu pela execução de um plano e eu mostrei para vocês aqui na semana passada. Está no Diário Oficial nº 64, de 30 de março de 2023.

A Comissão Intergestores Bipartite do Estado de São Paulo apresentou; está aqui o documento que foi apresentado. Saiu no Diário Oficial no dia 30 de março de 2023, mas até agora o Governo do Estado de São Paulo ainda não fez o seu encaminhamento ao Ministério da Saúde. Mas a impressão é que não há necessidade de contar com esse tipo de recurso.

Dá a impressão que 131 milhões de reais para o estado São Paulo não são importantes, e essa é a primeira parcela. Tem mais três outras parcelas para chegar aos 131 milhões que vão ser destinados ao estado de São Paulo. Nobre deputado Suplicy, na sexta-feira, eu estive conversando com o Hospital do Câncer, o pessoal do Hospital do Amor.

Falei sobre a atual situação e o pessoal achou muito estranho, porque falou: “Nós já encaminhamos tudo o que foi pedido pelo Governo do Estado de São Paulo. Nós já fizemos o encaminhamento a partir do Sistema Cross para que fosse incluída a necessidade do Hospital do Amor”, que é o Hospital do Câncer lá de Barretos, como os outros hospitais no estado de São Paulo fizeram o mesmo movimento em relação a esse tratamento.

E eu fiz aqui alguns levantamentos - você que está nos ouvindo em casa e aqui no plenário também da Assembleia - de alguns procedimentos ambulatoriais hospitalares cirúrgicos eletivos que 131 milhões de reais... Pode voltar a tabela anterior. São 600 milhões de reais no total. No caso do estado de São Paulo, são 200 milhões de reais e 400 milhões de reais para fazer aqui as suas apresentações.

Então nós estamos falando aqui de alguns procedimentos: tireoidectomia parcial, mastoidectomia radical, mastoidectomia subtotal, vários tipos de hérnia, hérnia diafragmática, hérnia diafragmática torácica, hérnia epigástrica, hérnia incisional, helios plastia umbilical, a inguinal, videlaparoscopia umbilical, videolaparoscopia, questão de artroplastia de quadril, anterior parcial de quadril, reconstrução ligamentar de articular do joelho, reconstrução ligamentar articular do joelho cruzado posterior com ou sem anterior, ressecção de cisto sinovial, retirada de fio de pino intraósseo, retirada de placa ou parafusos, entrada de próteses.

Entre muitas outras, deputado Suplicy, tenho aqui uma relação de vários procedimentos que poderiam estar sendo feitos já a partir do mês de abril, ou no começo do mês de maio, por diversos hospitais no estado de São Paulo.

Então a impressão que dá é de que a Secretaria do Estado de São Paulo... E não dá para vir com esse argumento que alguns deputados usam, nobre deputado Suplicy. “Ah, mas o Tarcísio acabou de assumir.”

Dezenove estados do Brasil já apresentaram seu plano de trabalho. Dezenove estados. E o estado de São Paulo, que, em tese, é um dos estados mais bem-organizados do nosso País, que tem a melhor medicina do nosso País, a gente percebe que não consegue montar um plano de trabalho para receber recursos.

São 131 milhões que o Governo do Estado de São Paulo está deixando de receber desses 600 milhões apresentados pelo governo federal.

A gente vê que tem estados, como o estado do Maranhão, que já recebeu seus 20 milhões, já recebeu a primeira parcela de seis milhões e setecentos. O estado de Rondônia tinha cinco bilhões para receber, já recebeu um milhão e setecentos.

Estados, como o estado da Paraíba, que tinha 11 milhões para receber, já recebeu três milhões de reais. Pernambuco, que tinha 27 milhões para receber, já recebeu nove milhões. Bahia, que tinha 42 milhões para receber, já recebeu 14 milhões de reais. Minas Gerais, que tinha 60 milhões para receber, já recebeu 20 milhões de reais.

E São Paulo, que tem 131 milhões para receber, deveria ter recebido já 43 milhões, 737 mil da primeira parcela, ainda não o recebeu.

Aqui no Pequeno Expediente, eu falei um pouco sobre a questão da Sucen, do impacto que está tendo em relação à dengue aqui no estado de São Paulo. Quando a gente fala da dengue, que é um problema sério hoje no estado de São Paulo, nós estamos demonstrando aqui vários procedimentos, que hoje tem muitas pessoas nas filas dos hospitais aguardando uma cirurgia - são as cirurgias eletivas - todos esses recursos, deputado Suplicy, advêm de recursos do SUS.

Estamos falando que são 600 milhões no Brasil, 131 milhões para o estado de São Paulo, porque a distribuição dos recursos é de acordo com a população, mas a população do estado de São Paulo, que é a maior do País, tem mais recursos do governo federal para ser aplicado.

Mas espero que não seja, que o Tarcísio é de outro partido, que não é o presidente Lula, que não queira aqui no estado de São Paulo abrir mão de recursos a que nós temos direito, porque esse recurso é um recurso que a população do estado de São Paulo, que os hospitais que atendem o SUS hoje no nosso Estado, têm direito a receber. É direito.

Já liberou 600 milhões de reais desde o mês de março. Em 30 dias, era para esse recurso, era para ter um plano para receber já no final do mês de abril, começo do mês de maio.

Estamos chegando no final do mês de maio, a primeira parcela já saiu para os estados que apresentaram plano de trabalho, e o estado de São Paulo ainda não recebeu. Isso não é diferente.

Eu já mostrei para vocês em relação às rondas escolares, porque logo na semana em que aconteceram os homicídios nas escolas aqui no estado de São Paulo, em Santa Catarina e em outros estados, o governo federal apresentou ali uma série de leis abrindo recursos fundo a fundo, recursos que sairiam do governo federal para o Estado, recursos que sairiam do governo federal para os municípios, municípios onde tem Guarda Civil Metropolitana e o estado de São Paulo onde tem a Polícia Militar, que são recursos para ajudar a complementar a Ronda Escolar, que é um programa que já existe no Brasil.

Então, o que o governo federal fez? O governo Lula liberou esse recurso. E nós vamos levantar, será que o Governo do Estado de São Paulo aderiu a esse programa em relação ao Ministério da Justiça no estado de São Paulo?

O governo federal já liberou diversos recursos para o projeto Minha Casa, Minha Vida, diversos municípios do nosso País. Vamos ver se os municípios estão se qualificando para receber o recurso do Minha Casa, Minha Vida.

Porque muitas vezes o que acontece é que os prefeitos e os governadores têm uma obrigação legal de encaminhar os projetos, de encaminhar os pedidos. E muitos prefeitos e governadores estavam mal-acostumados, nobre deputado Suplicy, com o Orçamento Secreto porque os deputados federais tinham lá milhões de reais para usar, usavam o Orçamento Secreto.

E o governo federal mudou, agora os recursos têm que passar pelos ministérios para serem aplicados pelos estados e municípios. Então, nós estamos percebendo, por parte de estados e municípios, um procedimento. Espero que não seja isso, em relação ao Governo do Estado de São Paulo, que seja apenas um processo ainda de falta de informação ou de não conseguir ainda fazer a gestão pública do estado de São Paulo.

Espero que não seja um boicote às políticas públicas que têm no governo federal, que têm que ser aplicadas no estado de São Paulo, porque quem perde com isso é a nossa população, quem perde com isso é quem está precisando do atendimento nos hospitais pelo SUS no estado de São Paulo.

Repetindo, 131 milhões no estado de São Paulo, que já era para estar sendo recebido a partir do mês de maio. Quarenta e três milhões já é a primeira parcela e até agora o Governo do Estado de São Paulo não encaminhou o plano de trabalho como deveria.

Então, eu quero trazer aqui essas informações. Já trouxe, na semana passada, em relação à Guarda Civil Metropolitana e à Polícia Militar. Em relação às rondas escolares que é muito importante, é um apoio à Polícia Militar, que hoje já faz um bom trabalho no nosso Estado, mas a Ronda Escolar vai ajudar também em relação às escolas do nosso Estado.

Então, são recursos que estão chegando e parece que o Governo do Estado de São Paulo não quer usar o recurso que o governo federal tem mandado para o nosso Estado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Queria aproveitar, inclusive, havendo acordo entre os líderes, solicitar o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - Deputado Marcolino, eu sigo com o Grande Expediente porque eu estou inscrito para falar posteriormente. Peço até que V. Exa. se dirija à Presidência enquanto eu chamo os demais deputados inscritos.

Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Emídio de Souza. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputado Danilo Balas, em permuta com o deputado Conte Lopes.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Dando sequência aos oradores no Grande Expediente, com a palavra o nobre deputado Danilo Balas. Tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, senhores deputados, senhoras deputadas, servidores desta Casa, todos que nos acompanham pela TV Assembleia.

Hoje pela manhã tivemos um importante evento na Capital, APAS Show 2023. A abertura da 37ª edição desse evento importantíssimo da Associação Paulista de Supermercados.

Presença do nosso governador Tarcísio de Freitas, mesmo após uma viagem longa dos Estados Unidos para o Brasil fez questão de estar presente para cumprimentar empresários, parlamentares, todos aqueles que estão nesse importante setor, um dos que mais emprega no estado de São Paulo.

O presidente da Assembleia, deputado André do Prado, presente também prestigiando o evento, representando a Assembleia Legislativa e demais deputados estaduais presentes. Tivemos o prefeito de São Paulo Ricardo Nunes no evento.

O próprio presidente da APAS, o Sr. Pedro Lopes, que fez o uso da palavra falando sobre a importância do setor em relação ao apoio que o Governo do Estado dá, as secretarias dão ao setor importantíssimo, que é o setor produtivo em relação aos supermercados.

Também o presidente da Associação Brasileira de Supermercados João Galassi, que fez o uso da palavra. Os deputados, senadores, entre outras autoridades, prefeitos e vereadores e os empresários do setor.

Esse é o maior evento de alimentos e bebidas das Américas está ali no Expo Center Norte, APAS Show 2023. Quatro dias de eventos serão movimentados, deputados, mais de 14 bilhões de reais de investimentos até quinta-feira.

Então, faço o convite a todos os deputados e também aos que nos acompanham pela TV Assembleia para comparecerem a esse evento muito importante, presidente, em relação ao setor supermercadista, mais de 200 estandes em exposições, alimentos, bebidas diversas ali no Expo Center Norte.

E agradecer a esse setor sensacional, setor de supermercado, sofreu muito na pandemia. No nosso primeiro mandato, o setor teve muito apoio do deputado Danilo Balas, não vai ser diferente agora em relação ao posicionamento do governo anterior, o fecha tudo do comércio.

Nós estivemos aqui defendendo a APAS, defendendo um setor importantíssimo, presidente, em relação ao alimento do dia a dia de cada brasileiro. Representa nada mais, nada menos, esse setor, do que mais de 7% do PIB do Brasil.

Então, agradeço mais uma vez ao governador Tarcísio de Freitas, que fez um esforço para ir até o evento, prestigiar esse evento importante no Expo Center Norte, e também parabenizar a todos do setor supermercadista, a todos os organizadores, a todos os presentes ali naquele evento gigante de hoje pela manhã, APAS Show 2023, na figura do presidente Pedro Lopes.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - Presidente, havendo acordo de lideranças, solicito a V.Exa. o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V.Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da última quarta-feira.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 47 minutos.

 

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