22 DE MAIO DE 2023
44ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI, LUIZ CLAUDIO MARCOLINO e REIS
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Endossa o pronunciamento do deputado Luiz Claudio Marcolino.
4 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Assume a Presidência.
6 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - REIS
Assume a Presidência.
8 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
10 - PRESIDENTE REIS
Defere o pedido. Faz aditamento à Ordem do Dia. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 23/05, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Carlos Giannazi.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio
Marcolino. (Pausa.) Com a palavra a deputada Professora Bebel. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Luiz Claudio
Marcolino, que fará o uso regimental da tribuna por até cinco minutos.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Bom dia a todos e a todas, Sr. Presidente, Srs. e Sras. Deputadas, funcionários e
funcionárias da Assembleia Legislativa.
Sr. Presidente,
hoje eu quero dirigir minha fala aos servidores e às servidoras da Fundação
Casa. Eles já estão paralisados há 20 dias, desde o dia três de maio, nobre
deputado Reis.
E quando
começou o debate da Segurança Pública
aqui na Assembleia Legislativa, uma das
pautas que a bancada do Partido dos Trabalhadores tinha apresentado era a
adequação do projeto de lei da Polícia Militar, da Polícia Civil, que também
não só a Fundação Casa, mas como a Polícia Penal também tinham que ter
garantidas as suas reivindicações.
O presidente da
Fundação Casa não negocia e alega que não tem governabilidade para isso, ou
seja, não está autorizado pelo governador Tarcísio a dar aumento salarial e a
discutir as reivindicações dos servidores.
Se vem um
projeto para a Assembleia Legislativa,
que era para discutir justamente os impactos que tinham em relação à Segurança Pública, e hoje, tanto os
colaboradores da Fundação Casa, como os servidores têm uma vinculação direta ao
Governo do Estado de São Paulo, inclusive em relação à Segurança Pública do nosso estado.
O principal
motivo, nobre deputado Reis, temos hoje um acampamento aqui em frente à Assembleia Legislativa porque o
pessoal está debatendo a questão do Projeto nº 75, de 2023.
Os servidores e
servidoras da Fundação Casa querem ser reconhecidos pelo Governo do Estado de São
Paulo e incluídos no
PL das polícias, que realizam um trabalho de segurança comparado a qualquer
outro método de privação de liberdade como a Polícia Militar, Civil e
Científica.
Ficaram fora do
PL da Polícia Civil, Penal e a do Sistema Socioeducativo. Hoje eles trabalham
com adolescentes de altíssima complexidade. Tanto os servidores, como os
internos precisam de segurança no local de trabalho. Em 2022 dois servidores
foram assassinados e adolescentes cometeram suicídio.
O Estado é o
responsável pela segurança dos internos, como exemplo hoje temos o adolescente
que matou a professora na escola da Vila Sônia na Capital. O que ocorre é risco
de morte também na Fundação.
Outras
reivindicações que os funcionários, que hoje fazem parte da Fundação de Casa no
estado de São Paulo... Tem a questão da
reivindicação do convênio médico, que subiu nesse período em torno de 26% e o governador tem apresentado
apenas 6% de reajuste, bem abaixo da inflação.
Nós estamos
discutindo o que foi apresentado tanto para a Polícia Militar, como para a
Polícia Civil, primeiro que não teve um índice linear, que foi uma das
solicitações que nós fizemos nas emendas que nós apresentamos. Fizemos uma
sugestão para que o reajuste fosse aplicado não a partir do dia primeiro de
julho, mas retroativo ao mês de março.
Fizemos,
inclusive, algumas emendas, escalonando, a partir do escalonamento que foi
feito, que varia de 13 até 34% de reajuste, que pudesse fazer uma adequação em
relação a algumas carreiras, tanto em relação aos tenentes, agentes, mas que
também pudesse ter uma majorada em relação aos valores da Polícia Civil.
Agora, além de
toda essa diferença que já tem relação à Polícia Militar e à Civil, os
trabalhadores da Fundação Casa ficaram fora desse projeto apresentado.
Nós
teremos amanhã ainda aqui uma votação na Assembleia Legislativa, e a proposta
que o governo apresentou até agora foi apenas de 5,75%, que não repõe nem a
inflação do período.
Então,
a Fundação Casa, hoje, está em greve. É importante, quem nos acompanha agora
pela TV Assembleia, quem nos acompanha aqui dentro da Assembleia Legislativa
sabe que foram feitas várias tratativas, várias tentativas de diálogo com o
governo do estado de São Paulo, mas até agora o governo não tem dado a resposta
à altura para esses servidores.
Então,
esperamos que até o dia de amanhã, na votação, possam ser inclusos os
trabalhadores da Fundação Casa. Esperamos que haja uma solução, a mais rápida
possível. Hoje os servidores da Fundação Casa montaram um acampamento aqui em
frente à Assembleia Legislativa, e esperamos que seja resolvido o mais rápido
possível, porque não dá para tratar trabalhadores na sua totalidade, e da Segurança
Pública tratar de forma diferenciada.
Então,
nós já fizemos esse pleito, não só em relação à Fundação Casa, mas também à
Polícia Penal, e esperamos que rapidamente o governo do estado de São Paulo
possa resolver a atual situação. Enquanto isso os servidores estão acampados em
frente à Assembleia Legislativa e não sairão até que o governo do estado de São
Paulo resolva.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado,
deputado Marcolino.
Com a palavra a deputada
Professora Bebel. (Pausa.) Com a palavra o deputado Agente Federal Danilo
Balas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Major Mecca. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Oseias de Madureira. (Pausa.) Com a palavra o deputado Jorge Wilson
Xerife do Consumidor. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Simão
Pedro. (Pausa.) Com a palavra a deputada Marta Costa. (Pausa.) Com a palavra a
deputada Andréa Werner. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis, que fará uso
regimental da tribuna.
Enquanto V. Exa. se dirige à
tribuna, gostaria só de me associar ao que disse o deputado Marcolino, e dizer
que a greve começou no dia três, deputado Marcolino. Hoje é dia 22, quase 20
dias de greve. Já é uma das greves mais longas do funcionalismo público do
estado de São Paulo e até agora o governo não atendeu as reivindicações justas
dos servidores.
É um absurdo isso, porque o
governo tem três opções. Ele pode negociar, sim, porque ele já deu, está
oferendo um reajuste de quase 6%, que não repõe minimamente as perdas
inflacionárias. Ele pode muito bem aumentar esse percentual, se ele quiser.
Então, ele tem esse mecanismo. Tem o mecanismo de liberar as emendas que nós
apresentamos aqui ao PLC nº 75, que será votado amanhã.
Tem várias emendas incluindo,
deputado Reis, deputado Marcolino, os servidores da Fundação Casa para que eles
tenham um reajuste digno. Ou o governo pode encaminhar outro projeto de lei à
Assembleia Legislativa. Havendo interesse, o governo pode reajustar.
Então, todo nosso apoio aqui aos
servidores e servidoras da Fundação Casa, ao acampamento aqui todo o nosso
apoio e solidariedade ao acampamento, à vigília que está sendo realizada na
frente da Assembleia Legislativa para sensibilizar os deputados da base do
governo a aprovarem pelo menos as emendas que nós apresentamos, aumentando esse
reajuste.
Com a palavra o deputado Reis.
O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito bem, deputado Carlos Giannazi,
cumprimentar Vossa Excelência.
Tem
emenda também para os policiais penais, deputado Carlos Giannazi. Seria bom que
o governo pudesse aceitar e resolver essas demandas que afligem esses
funcionários da Fundação Casa e também da Polícia Penal, da Segurança e os
demais servidores, porque até agora não veio projeto das outras categorias
também, que estão clamando pela sua valorização.
Mas
eu quero saudar aqui, Sr. Presidente, o público presente, os integrantes da
Polícia Militar, os integrantes da Polícia Civil, os funcionários dessa Casa,
cumprimentar o deputado Marcolino, o deputado Nóbrega, cumprimentar todos
aqueles e aquelas que nos acompanham pelas redes sociais, pela Rede Alesp.
E
quero falar um pouquinho, Sr. Presidente, sobre o que aconteceu com o jogador
Vini, o Vini Jr., na Espanha. É inaceitável o que aconteceu com o Vini Jr. na
Espanha e o que vem acontecendo nos estádios de futebol europeus, mas também no
Brasil.
Chamar
um negro de macaco é rebaixá-lo à condição de animal. Atacar uma pessoa com
xingamentos e insultos por ela ser negra é querer viver como se ainda existisse
escravidão negra e desejar manter o negro numa situação inferior de
subalternidade às classes mais altas.
Para os
discriminadores, negros não podem fazer sucesso, negros não podem ter talento e
não devem ser respeitados. Pelo ódio de raça, os agressores não aceitam que um
negro ocupe um lugar no principal time espanhol, muito menos que ele seja um
dos principais jogadores do mundo, que tenha sucesso e que tenha um salário que
a maioria nunca receberá.
O preconceito é
algo muito sério, ele está enraizado no inconsciente coletivo da sociedade dos
países que viveram a escravidão de negros africanos. Esse enraizamento faz com
que ações lamentáveis como essas que vimos no campeonato espanhol sejam
naturalizadas. O preconceito visa marginalizar os negros.
O caso de Vini
Jr. assumiu repercussão importante em toda a mídia porque ocorreu em estádio de
futebol com o testemunho de milhares de pessoas e o registro dos veículos de
comunicação, mas ocorre frequentemente nas sociedades espanhola, brasileira,
americana, por exemplo, atingindo negros que não têm notoriedade, em
supermercados e lojas e nas ruas.
Alguns desses
casos ganham o noticiário, e depois são esquecidos, mas a maioria é deixada
para lá, porque as próprias vítimas decidem não denunciar por estarem cansadas
e não acreditarem que as coisas podem mudar.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.
* * *
Racismo dói,
discriminação ofende, afeta a autoestima e a crença na humanidade e no futuro,
nega aos negros direitos legítimos de todo cidadão. Nega, por exemplo, o acesso
às oportunidades de instrução, de trabalho, entre outros. Em geral, os racistas
invocam a falácia da meritocracia para justificar a situação social dos negros
e seus descendentes.
Para os que já
se sensibilizaram com a questão da igualdade racial, é preciso decisão e
vontade política para uma nova postura frente aos negros, é preciso
autovigilância para uma reeducação social, para o respeito à diversidade
racial.
O presidente
Lula declarou que o governo federal adotará medidas oficiais em relação ao
racismo contra Vini Jr.
Todos os que
não toleram a discriminação devem ter ação semelhante no dia a dia do convívio
social, nas mais diversas atividades humanas.
Mas no esporte,
que tantas vezes se atribui a responsabilidade de formar os cidadãos,
discriminar, diminuir, xingar e agredir negros é muito grave, porque o exemplo
educa muito mais que as lições escritas. Então somente a conscientização das
pessoas e a vigilância social com mecanismos severos de punição e o
envolvimento ativo de todas as instituições sociais serão capazes de acabar com
o racismo.
Espero que esse
movimento racista, Sr. Presidente, seja severamente combatido na Espanha e em
todos os lugares do mundo, inclusive aqui no Brasil.
Racismo
não!
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado,
nobre deputado Reis. Dando sequência aos oradores inscritos no Pequeno
Expediente, com a palavra o nobre deputado Lucas Bove. (Pausa.) Com a palavra o
nobre deputado Carlos Giannazi. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos
no Pequeno Expediente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Marcolino, público aqui
presente e telespectador da TV Assembleia.
Sr. Presidente,
o governador Tarcísio de Freitas anunciou que vai reduzir o orçamento da
Educação, vai mudar a Constituição Estadual, que nós aprovamos aqui, neste
plenário, em 1989. Foi uma luta imensa da sociedade civil organizada, do
Magistério estadual, das universidades, das escolas técnicas, as Etecs, as
Fatecs.
Na época eu era
professor da rede estadual e nós participamos ativamente do movimento para que
se fosse aprovada uma Constituição Estadual naquele momento que nós tínhamos
instalada aqui na Alesp uma Constituinte, uma Assembleia Nacional Constituinte
Estadual, porque antes disso nós tínhamos aprovado a Constituição Estadual de
88, também através de uma ampla mobilização.
Nós
conquistamos os 30% do orçamento na Educação estadual, incluindo as
universidades estaduais. No entanto, agora, o Tarcísio de Freitas, governador
do estado de São Paulo, anunciou que vai reduzir, que vai encaminhar uma PEC
para a Assembleia Legislativa, reduzindo.
Isso significa,
na prática, anualmente, uma perda de dez bilhões de reais para a Educação no
estado de São Paulo, para as nossas escolas, para os profissionais de Educação,
para as nossas universidades públicas, Unesp, USP, Unicamp. Dez bilhões por ano
serão desviados da Educação, Sr. Presidente. É isso que significa.
Agora, nós
estamos com uma rede sucateada, degradada, nós temos aqui um dos piores
salários do Brasil para os profissionais da Educação, para o Magistério, para o
quadro de apoio escolar, para os gestores. Então, não tem cabimento, não tem
lógica um governo reduzir em dez bilhões o orçamento da Educação.
Sr. Presidente,
quando eu digo isso, eu digo com propriedade. Primeiro, eu sou professor,
diretor de escola pública e conheço profundamente o chão da escola do estado de
São Paulo, da rede pública de ensino. Visito escolas quase que diariamente,
como fiz hoje, mais uma vez. Quero mostrar aqui, Sr. Presidente, umas fotos que
eu tirei da Escola Estadual João XXIII, que fica no bairro aqui perto do
Butantã. João XXIII é o nome do bairro e é o nome da escola.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Reis.
* * *
Essa escola
pertence à Diretoria de Ensino da Região Centro Oeste. Olha só, a situação da
quadra dessa escola. Ela está... Uma parte da quadra está interditada, deputado
Reis. Olha aí, a escola do governo estadual. Essa situação já dura um tempão,
desde 2016, 2017, que a quadra, uma parte da quadra da escola, está desabando,
interditada.
A única coisa
que a FDE teve a coragem de fazer, foi colocar esses tapumes há muito tempo
atrás. Acho que em 2017 que ela foi lá - a única coisa. Não fez a reforma até
hoje, apesar de todos os pedidos da gestão escolar, das várias diretoras que já
passaram pela escola, da atual diretora, a diretora professora Ana. A Diretoria
de Ensino também já solicitou a reforma dessa quadra, mas até agora nada, Sr.
Presidente.
Isso é grave.
Olha só a escola, a quadra desabando. Então nós temos aqui uma meia quadra, com
uma parte da quadra interditada. Isso dificulta, logicamente, as aulas de
educação física dos alunos.
É uma escola
grande, que tem ensino fundamental, ensino médio. É uma vergonha que a rede
estadual de ensino, que é a maior rede de ensino do Brasil, que tem o maior
orçamento, inclusive, de quase 50 bilhões de reais, mantenha uma escola nessas
condições.
Mas não é só
essa. Esse é o retrato da rede estadual de ensino. Existem, talvez, milhares,
mas centenas, com certeza, de escolas degradadas e sucateadas. Então, não tem
sentido o governador retirar dinheiro da Educação. A Educação precisa de mais
recursos, governador Tarcísio.
Eu quero ver
qual vai ser o deputado, presidente Reis, que vai ter coragem de deixar as suas
digitais na votação de um projeto que vai reduzir o orçamento da Educação.
Porque eu vou mostrar todas as fotos, de todas as escolas que eu fui, das que
eu recebo, desse sucateamento generalizado da rede.
Se isso
acontecer, vai ser um crime. Mas haverá resistência e luta. Nós não vamos,
jamais, aprovar esse projeto. Tenho certeza que a sociedade civil vai se
manifestar, porque um ataque desse à Educação seria um verdadeiro crime.
Então, nós
vamos reagir, Sr. Presidente. Faço também aqui já, um pedido e uma exigência da
tribuna da Assembleia Legislativa, para que a Secretaria da Educação
providencie, imediatamente, em caráter de extrema urgência, a reforma da
escola, que a FDE, o governador.
Por isso que eu
solicito que cópias do meu pronunciamento sejam encaminhadas ao secretário
estadual de Educação, ao presidente da FDE, e ao governador Tarcísio de
Freitas, para que providências sejam tomadas.
Caso contrário,
nós vamos acionar já imediatamente o Ministério Público estadual. Porque o
governo está prevaricando, colocando em risco, inclusive, a vida de crianças e
adolescentes. Porque, se essa quadra desabar, tem uma ribanceira. Fui lá,
estive lá, tem a foto minha lá. Não é que eu vi: eu fui, eu vou às escolas. Eu
frequento escolas públicas, quase que diariamente, para ver exatamente a
situação.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado
Carlos Giannazi. Defiro o pedido de V. Exa., e assim o seu discurso será
encaminhado.
Seguindo no Pequeno Expediente, o
próximo orador, deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo
Balas. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.)
Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor.
(Pausa.) E deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, de volta à tribuna no dia de hoje.
Não posso
deixar de manifestar a nossa preocupação, e a minha contrariedade, logicamente,
contra a tentativa, agora, da Câmara dos Deputados e do Congresso Nacional, em
sabotar o Fundeb, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica, que
nós aprovamos, em 2020.
Ele foi reformulado,
só que agora o governo federal encaminhou a nova regra fiscal, para a Câmara
dos Deputados, que é o PLP nº 93, de 2023. Ele está sendo descaracterizado.
Porque o relator do projeto, que é o deputado Cláudio Cajado, do PL, de outro
partido, ele alterou o projeto original que veio do Executivo. E piorou o
projeto.
O que ele fez?
Ele colocou o Fundeb no teto de gastos, Sr. Presidente. Ou seja, nós já
tínhamos a emenda constitucional, da antiga PEC 95, que já era o terror, que já
prejudicava o Brasil.
E prejudica o
Brasil, porque ela impôs um congelamento das áreas sociais, do investimento nas
áreas sociais por 20 anos - Educação, Saúde, todas as áreas.
Mas, depois de
uma ampla mobilização, o Fundeb ficou fora da emenda constitucional. Nós
conseguimos, por um milagre, e com muita mobilização. Agora nós estamos num
outro momento, de reconstrução do Brasil.
Esse deputado
Cláudio Cajado, do PL é um ex-apoiador, era ex-vice-líder, me parece, do
governo passado, do governo Bolsonaro. Está a serviço dos rentistas, a serviço,
logicamente, da lógica rentista, da lógica dos banqueiros nacionais e
internacionais, e dos investidores, de quem faz a jogatina do sistema
financeiro. Ele colocou o Fundeb, e também colocou os servidores públicos no
teto de gastos.
Isso significa
que nós vamos ter um retrocesso jamais visto na Educação brasileira, caso o
relatório seja aprovado dessa maneira, o chamado arcabouço fiscal, mas que é a
nova regra fiscal do governo.
O Brasil
precisa ter desenvolvimento econômico, sustentável, logicamente. Mas ele não
pode sacrificar a Educação pública, jamais. Muito menos os servidores públicos.
Eles devem ser retirados desse limite de gastos, Sr. Presidente.
Então, aqui da
tribuna da Alesp, eu manifesto o meu apoio. Nós estamos fazendo uma ampla
mobilização, pelas redes sociais e pelo Twitter, pressionando os deputados a
votar contrariamente a esse projeto, da maneira como ele está constituído hoje.
Nós queremos a retirada imediata, tanto do Fundeb, como também do investimento,
e na valorização dos servidores públicos do Brasil.
Porque, caso
isso não ocorra... Lembrando que isso não está no projeto original. Isso é
colocado pela extrema direita, que quer sabotar o governo, e quer sabotar o
desenvolvimento, para inviabilizar o investimento, voltando a um passado que
nós queremos superar, que é o da emenda constitucional fruto da famigerada
“emenda da morte”, lá do governo Temer ainda, que congelou os investimentos nas
áreas sociais por 20 anos. Então, é o momento de fazer a mudança.
Mas aqui seria
um retrocesso, porque até o Fundeb nós já tínhamos retirado da emenda do teto
de gastos. Agora, esse Cláudio Cajado, que é do PL, retrocede o Brasil em 50,
60 anos. Ele faz voltar o relógio da história.
Então,
mobilização total aqui em São Paulo, em Brasília, em todos os estados, todas as
entidades representativas do Magistério, em defesa, Sr. Presidente, da Educação
Pública e do Fundeb: que eles tirem as mãos do Fundeb, que hoje é o principal
instrumento de financiamento da Educação Pública brasileira.
Nós conseguimos
até aumentar o investimento em 2020, obrigando o governo federal a investir não
10%, mas 23% até 2026. Se esse relatório do PLP 93/23 for aprovado dessa
maneira, será um verdadeiro retrocesso para o nosso país.
Então, por isso
que nós temos que fazer a luta agora, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, não
havendo mais nenhum orador inscrito e havendo também acordo entre as
lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o pedido
de Vossa Excelência. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência,
cumprindo determinação constitucional, adita à Ordem do Dia o Projeto de lei no
197, de 2021, vetado. Convoca, ainda, V. Exas. para a sessão ordinária de
amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de quarta-feira, com o
aditamento ora anunciado.
Está levantada a presente sessão.
Tenham todos uma boa tarde.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 14 horas e 28
minutos.
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