27 DE AGOSTO DE 2025

111ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: DANILO CAMPETTI, RÔMULO FERNANDES, CARLOS GIANNAZI, THAINARA FARIA e PAULO CORREA JR

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - DANILO CAMPETTI

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h01min. Cumprimenta o prefeito de Votuporanga, Jorge Seba, presente no plenário. Convoca sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos, ou dez minutos após o término da presente sessão.

        

2 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

3 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

4 - RÔMULO FERNANDES

Assume a Presidência.

        

5 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

        

7 - RÔMULO FERNANDES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - RÔMULO FERNANDES

Assume a Presidência.

        

9 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - THAINARA FARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

13 - THAINARA FARIA

Assume a Presidência. Cumprimenta a prefeita Sheila Maria, de Borborema, e sua comitiva, presentes nas galerias.

        

14 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

15 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

16 - PRESIDENTE THAINARA FARIA

Comenta o pronunciamento do deputado Gil Diniz.

        

17 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

18 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento (aparteada pelo deputado Gil Diniz).

        

19 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

20 - PRESIDENTE THAINARA FARIA

Cumprimenta representantes e comitivas das cidades de Castilho, Sorocaba, São Sebastião da Grama, Santa Cruz da Conceição e Andradina, presentes nas galerias.

        

21 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

22 - PROFESSORA BEBEL

Solicita a suspensão da sessão, por acordo de lideranças, até as 16 horas e 30 minutos.

        

23 - PRESIDENTE THAINARA FARIA

Defere o pedido e suspende a sessão às 15h46min.

        

ORDEM DO DIA

24 - PAULO CORREA JR

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h31min. Coloca em votação e declara aprovados, separadamente, requerimentos de constituição de comissão de representação dos deputados: Danilo Campetti, com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em viagem oficial a Israel, juntamente com membros e apoiadores da Frente Parlamentar em Defesa da União Brasil e Israel e suas Soberanias, nos dias 08 a 17/09; Ricardo Madalena, com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo no Encontro das Empresas de Fretamento, realizado pela Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo (FRESP), nos dias 25 a 28/09, em Foz do Iguaçu-PR.; Guilherme Cortez, com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo no evento Fórum Parlamentar Pré-COP30, no dia 27/08, no Rio de Janeiro-RJ;  Márcia Lia, com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em reuniões em Ministérios do Governo Federal, nos dias 08 e 09/09, em Brasília-DF; e Luiz Fernando, com a finalidade de participar da cerimônia de posse do Exmo. Sr. Dr. Carlos Brandão ao cargo de ministro do Superior Tribunal de Justiça e de reuniões com os ministros do Trabalho e da Agricultura e Pecuária, nos dias 04 e 05/09, em Brasília-DF.

        

25 - DONATO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

26 - PRESIDENTE PAULO CORREA JR

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 28/08, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 16 horas e 44 minutos. Levanta a sessão às 16h34min.

        

* * *

 

ÍNTEGRA

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Danilo Campetti.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Boa tarde a todos. Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Quero saudar todos que nos acompanham pela Rede Alesp, servidores da Casa, assessorias, policiais civis, militares, policiais penais, senhoras e senhores. Com uma grande honra também recebemos aqui na galeria de honra o prefeito de Votuporanga, Jorge Seba. Muito obrigado, prefeito, pela presença. É uma honra tê-lo aqui. É sempre bem-vindo, viu? Passamos então à convocação.

Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos ou dez minutos após o término da presente sessão, em cumprimento ao interstício mínimo previsto no §3º do Art. 100, do Regimento Interno, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:

 

* * *

 

- NR - A Ordem do Dia para a 33a Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 28/08/2025.

 

* * *

 

Seguimos agora a lista de oradores do Pequeno Expediente. Convido para fazer uso da palavra o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr. Presidente. Enquanto o Deputado Marcolino se dirige à tribuna, eu gostaria de fazer uma breve comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Para uma breve comunicação.

Deputado Luiz Claudio, passei pelo nome do senhor, o senhor tem a palavra após a comunicação.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado, Sr. Presidente.

Olha, eu queria fazer um apelo, um pedido a todos os deputados e deputadas para que assinem o nosso Requerimento de Urgência ao Projeto de lei Complementar nº 28, de 2025, protocolado aqui pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo no último dia 11 de agosto, Sr. Presidente, que foi um projeto de lei acordado, fruto de uma mesa de negociação das entidades representativas dos servidores do Judiciário, que trata da qualificação do adicional, do aumento do adicional de qualificação dos servidores do judiciário, que estão com salários arroxados, defasados, que têm uma defasagem de mais de 25 por cento.

Eles estão em campanha salarial e houve já uma greve, e essa greve conquistou, por meio de uma mesa de negociação, pelo menos, esse aumento do adicional de qualificação. Está aqui o projeto, vou colocar aqui no telão, mas é muito importante que ele seja aprovado em caráter de extrema urgência, para que nós possamos, de fato, valorizar os servidores do Judiciário paulista.

 

* * *

 

- É exibida a imagem.

 

* * *

 

É muito importante que todos os deputados e deputadas possam assinar o nosso requerimento. É um requerimento eletrônico, é muito fácil de fazer, para que ele entre imediatamente em votação, até porque há um acordo já entre o Tribunal de Justiça, o presidente do TJ, os servidores e as entidades representativas.

É um pedido que nós estamos fazendo a fim de fazer justiça aos servidores do Tribunal de Justiça, Sr. Presidente. Inclusive na nossa luta aqui para que seja implantada também o nível superior, o nível universitário, para todos os escreventes técnicos do Judiciário.

Então nesse sentido é importante a assinatura de todos para que na próxima semana a gente possa pautar e votar em caráter de extrema urgência o PLC, o Projeto de lei Complementar nº 28, que trata dessa questão do aumento do adicional de qualificação para os servidores do Judiciário.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado, deputado Carlos Giannazi. Deputado Luiz Claudio Marcolino, V. Exa. tem a palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar o Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, funcionárias e funcionários da Alesp. Sr. Presidente, hoje os trabalhadores do Banco do Brasil, coordenados pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo da nossa região, fizeram uma atividade em frente ao Banco do Brasil - se pudesse colocar aqui as imagens -, porque na semana passada, então está aqui a primeira informação, o Banco do Brasil sofreu um ataque por parte de parlamentares bolsonaristas e, principalmente, o deputado federal que fugiu para os Estados Unidos.

Primeiro fez um ataque às empresas brasileiras cobrando que o Trump fizesse a taxação dos empresários brasileiros e agora faz um ataque ao Banco do Brasil, um dos bancos mais sólidos que nós temos hoje no nosso País.

Então eu trouxe aqui algumas imagens que apresentam a Neiva, do Sindicato dos Bancários, os demais diligentes, os funcionários do Banco do Brasil, e aqui é um ato em defesa de uma instituição financeira, uma das mais antigas que nós temos no nosso País.

Pode passar para a próxima. Hoje o lucro do Banco do Brasil - pode passar a próxima - é um lucro de 37 bilhões de reais, quase 40 bilhões, foi 6% superior ao de 2023 e 18% superior ao de 2022. Hoje o Banco do Brasil tem uma carteira de crédito de 1,3 trilhão, aumentou 15% em 2024, uma carteira de crédito sustentável de 386 bilhões em 2024, aumento de 12 por cento.

Hoje o Conselho de Administração tem 50% de mulheres e no Conselho Diretor 44%, que foi um dos compromissos do presidente Lula de que iria colocar nas empresas públicas mulheres para fazer a gestão. Inclusive hoje a presidenta do Banco do Brasil é uma pessoa de carreira, muito competente, e hoje é gestora desse banco.

O banco tem 216 anos de história, é um exemplo de diversificação e hoje está com 125 mil trabalhadores. Pode passar a próxima. Aqui foi ali... O Antônio, que é um dos diligentes também da Central Única dos Trabalhadores, ali tem a margem financeira do banco de 103 bilhões, o índice de Basiléia de 13,75%; 10,89% o Índice de Capital Principal, e ali a Receita de Prestação de Serviços de 35 bilhões no ano passado.

Pode seguir. A participação na vida dos brasileiros, o Banco do Brasil destinou 60 milhões em recursos emergenciais para o Rio Grande do Sul, foram 50 milhões para a Fundação Banco do Brasil e 10 milhões provenientes de doações da sociedade de empresas que garantiram socorro e assistência imediata às famílias afetadas pelas cheias que deixaram 183 mortos, 27 desaparecidos e milhares desabrigados e desalojados em maio de 2024.

Pode seguir. O Banco do Brasil é pioneiro em negócios de crédito de carbono, o Banco do Brasil alcançou 755 milhões de hectares preservados ou recuperados, com meta de um milhão até o final do ano.

O banco investiu em questões (Inaudível.) 6,6 bilhões com investidores e acordos de cooperação técnica em órgãos multilaterais em 2024. Hoje tem o hub de bioeconomia e 60% do crédito agrícola no país tanto para o Pronaf, quanto para o agronegócio, quanto para a agricultura familiar é feito pelo Banco do Brasil, sessenta por cento.

Pode passar. Aqui tem mais uma informação... Sustentabilidade... a base institucional hoje dos prêmios que o Banco do Brasil vem recebendo ao longo dos últimos anos. Pode passar.

Aqui são as agências, hoje o Banco do Brasil está em todas as regiões do país: região norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul com 3.997 mil agências em todo o Brasil. O banco hoje, junto com a Caixa, que é um dos bancos que mais tem capilaridade em todo o território nacional.

Pode passar. E aí... Não, volta o anterior, que acho que é importante trabalhar com informação. Na semana passada, houve um ataque ao Banco do Brasil, “fake news” para disseminar informações, para causar pânico e induzir a população a decisões que poderiam prejudicar a saúde financeira.

O Banco do Brasil emitiu uma nota de alerta contra as publicações inverídicas da lista de sanções estrangeiras de bloqueio de ativos de ministros do STF; essa falsa informação recomendava a retirada dos recursos da instituição.

Lá no início nós colocamos, tem uma Lei nº 7.492, de 1986, que é crime hoje quando você atenta ao sistema financeiro trazendo informações falsas ou incompletas sobre essas instituições.

Então quero deixar aqui o nosso repúdio ao deputado Carlos Bolsonaro, aos demais deputados bolsonaristas de Brasília que têm feito essas “fakes news”, o que não ajuda o desenvolvimento e o crescimento do Brasil. Já prejudicaram parte do agronegócio quando o Eduardo Bolsonaro força a questão da taxação das empresas brasileiras e agora vem com esse ataque a um banco tão importante que é o Banco do Brasil.

Um banco que é sustentável, um banco que ajuda no desenvolvimento do crédito agrícola do nosso País e agora vem um ataque de forma dissimulada com informações falsas, inclusive, e com certeza as instituições, as entidades sindicais, o próprio banco já está entrando com medidas judiciais cabíveis contra esses deputados federais que se utilizam de informação falsa para disseminar informações falsas no nosso País.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Rômulo Fernandes.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - RÔMULO FERNANDES - PT - Muito obrigado, deputado. Seguindo a ordem dos inscritos: Delegado Olim. (Pausa.) Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.)  Deputado Itamar Borges. (Pausa.)  Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Reis.

O senhor tem o tempo regimental.

 

O SR. REIS - PT - Cinco minutos com direito à prorrogação. Cumprimentar o presidente, deputado Rômulo, também o público presente, os integrantes da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Polícia Técnico-cientifica, da Polícia Penal, todos os funcionários desta Casa, cumprimentar também o deputado Carlos Giannazi, a deputada Damaris, e todos aqueles e aquelas que estão nos acompanhando pela Rede Alesp.

Fiz questão de vir aqui no Pequeno Expediente, em que pese, que a Comissão de Segurança está recebendo o secretário da Administração Penitenciária, o Sr. Marcello Streifinger, nós vamos hoje ouvi-lo, a prestação de conta.

Em que pese que no primeiro semestre ele não compareceu aqui, não tentou para essa questão regimental que tem que prestar contas a cada seis meses. Então no primeiro semestre ele não apareceu, mas está aparecendo agora no segundo semestre, e a gente vai ouvi-lo sobre o sistema prisional.

Mas também deixar registrado, deputado Rômulo Fernandes, que os oficiais administrativos diuturnamente me mandam reclamações lá no meu e-mail, no meu WhatsApp, porque o governador de plantão, o governador Tarcísio de Freitas, até agora não deu a mínima atenção para eles.

Aliás, o governador é uma pessoa muito do mal, não sei se V. Exa. sabe disso, ele tem um coração ruim, não presta, seria bom que a bancada evangélica aqui, que cerca de 15% dos deputados aqui pertencem à bancada evangélica, que orassem pelo Tarcísio. Que orassem pelo Tarcísio para ele tirar essa maldade que tem no coração, esse rancor, essa perversidade que o acompanha. Porque eles reduziram, não sei se V. Exa. sabe, reduziram a insalubridade dos oficiais administrativos do grau máximo para o grau mínimo. Ou seja, a insalubridade está em torno de 785 reais, o grau máximo, reduziram para o grau mínimo, que fica em torno de 196 reais.

Imagina que tirar essa quantidade de recurso de quem tem um salário de 702 reais por mês e que o governo dá um bônus para poder chegar a um salário mínimo, é uma maldade muito dura para eles. É uma maldade e eles vêm reclamando o tempo todo. “Olha, tiraram a nossa insalubridade.” Não só a insalubridade, como agora também estão tirando o abono-permanência.

Tentaram tirar dos carcereiros, houve uma grita, o governo recuou com relação aos carcereiros de polícia, mas várias funções do estado estão sem o direito ao abono-permanência, por uma portaria lá, uma resolução lá da Secretaria de Gestão e Governo Digital.

O governo disse que ia mandar um projeto de reestruturação da carreira dos oficiais administrativos. Inclusive, eu os levei lá no Palácio dos Bandeirantes, formamos uma comissão, o secretário Sultani recebeu os oficiais administrativos, representantes.

Então, vem essa questão da insalubridade, a questão do salário muito baixo, a questão da reestruturação, mas o governo já está entrando aí para o último ano, porque já estamos agora em agosto, chegando em setembro, daqui a pouco chegou dezembro, acabou o ano.

O ano que vem é um ano eleitoral, tem uma série de questões que não se pode fazer nos meses próximos das eleições. Então, o governo tem dificuldade de dar resposta para essa questão dos oficiais administrativos. E é muito ruim as condições dos oficiais administrativos, que são funções essenciais para a administração da Polícia Civil.

E não tem oficial administrativo só na Polícia Civil, tem na Polícia Militar, tem na Polícia Penal, tem lá no Palácio do Governo, lá na casa do governador, na cozinha do governador, na sala do governador. Em que pese que lá eles têm uma gratificação, porque estão no Palácio do Governo, mas saiu de lá, não tem nada, deputado Rômulo.

Então, eles estão reclamando. Eles têm, realmente, esse direito de reclamar, eles têm que ser ouvidos, e a gente tem que pedir para a base do Governo, a base do Governo, a base evangélica, aqueles que conversam com o governador no dia a dia para tentar sensibilizá-lo, para ele tirar essa ruindade do coração e atentar para essa questão dos oficiais administrativos e resolver essa demanda, que há tanto tempo eles vêm cobrando e foi promessa. E a própria Secretaria de Segurança, a própria Delegacia Geral prometeram dar solução para a questão deles, mas até agora nada.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - RÔMULO FERNANDES - PT - Muito obrigado. Vou pedir para o nosso deputado Giannazi assumir por alguns instantes.

O próximo orador é esse deputado que vos fala, Rômulo Fernandes.

Obrigado, deputado.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, chamo para fazer uso da tribuna pelo tempo regimental o nobre deputado Rômulo Fernandes.

 

O SR. RÔMULO FERNANDES - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, a todos os funcionários, nosso presidente Giannazi.

Hoje, um momento bastante feliz, eu queria registrar aqui. Na segunda-feira passada, nós tivemos um projeto aprovado pelo governador Tarcísio, Projeto nº 18.186/25. Esse projeto é um projeto bastante importante, eu queria falar um pouco sobre ele, que a sociedade, de forma geral, não está se atentando para um grande problema que a gente tem passado não só no estado de São Paulo, mas no Brasil.

Esse projeto versa sobre o tratamento, sobre o vício desses jogos de azar, dessas “bets” que têm acontecido no Brasil e, principalmente, no estado de São Paulo. Esse projeto foi motivo, inclusive, de várias matérias nesses dois dias, na “Folha de São Paulo”, no “ICL”, no portal “Terra”, no jornal “O Globo”, no “Diário do Grande ABC”. São jornais de circulação que entenderam e enxergaram esse grande problema que o Brasil tem atravessado.

Eu queria dar alguns números para a gente poder justificar um pouco o problema que está acontecendo. Só para vocês terem uma ideia, em termos de valores de movimentação, em 2024, esse tipo de jogos circulou 20 bilhões de reais aqui no Brasil. Os lucros dessas bets chegaram a 17 bilhões.

São alguns números que eu quero compartilhar com vocês, mas o assustador de tudo isso não são os números na área econômica. São os números dos problemas que têm causado com relação a isso no tratamento de saúde.

Olha só que absurdo que tem acontecido aqui. Eu vou dar dois números para vocês. No ano de 2023, foram 1.290 pessoas que pediram tratamento no SUS. No ano de 2024, um ano, foram 2.406, um aumento de 86 por cento.

É disso que nós estamos falando. Hoje, esse tipo de vício, só para vocês terem uma ideia, ele só perde para o fumo e perde para o álcool, e agora nós temos essa nova pandemia, que eu estou chamando de pandemia, que é o vício com relação aos jogos, esses famosos jogos de azar, que têm um nome, que o próprio nome já diz, são jogos de azar.

Esse projeto de lei tem três pilares. Eu estou dizendo o seguinte. Primeiro, dá a possibilidade no acesso às redes de tratamento, nas UBSs, nos CAPs. Esse é o primeiro pilar que sustenta isso, dar a possibilidade de um tratamento dentro da rede pública de saúde. Esse é o primeiro pilar.

O segundo pilar, que eu tenho dito o tempo todo, é aprimorar os profissionais na área. É um negócio novo, é um vício novo. Eu tive o prazer de visitar o HC aqui em São Paulo, e a gente percebeu que ali existe uma preocupação, existe um trabalho realizado, e eu espero que o governador chame essas pessoas, essas entidades, esses experts nesse assunto, para poder fazer a regulamentação.

Porque agora o próximo passo é exatamente regulamentar. E a gente já pediu uma audiência com o secretário de Saúde aqui do estado de São Paulo, para a gente poder participar, inclusive trazendo os profissionais nesta regulamentação. E o último pilar, que eu sempre digo, é a conscientização, é a campanha.

Eu lembro muito bem, no meu tempo de juventude. Porque antigamente você via nos esportes propaganda de cigarro, propaganda de álcool. E hoje, qualquer jogo que você participa, que você assiste na televisão, o tempo todo você é bombardeado com relação a esses jogos de azar.

Por isso a importância da apresentação desse projeto, e eu quero destacar que foi um projeto aprovado por unanimidade aqui nesta Casa. Todo mundo a votou a favor, porque entendeu a importância e o perigo que nós estamos vivendo.

São suicídios que estão acontecendo, são famílias que estão perdendo o emprego, perdendo as suas casas, perdendo o seu vínculo familiar. Esse projeto vem exatamente para poder ajudar essas pessoas no tratamento.

Como a gente tem tratamento do tabaco, como nós temos tratamento do álcool, a gente tem que fazer um olhar muito especial com relação ao tratamento que a gente chama de ludopatia. É um nome bastante difícil, mas é um nome que se dá para essas pessoas que têm o vício em jogo.

Por isso a minha alegria de ter tido esse projeto sancionado. Foi aprovado por todos os deputados aqui desta Casa, para a gente poder agora trabalhar na regulamentação deste projeto e dizer que a gente tem que estar muito atento, muito atento mesmo. É uma nova pandemia que as famílias estão sentindo na pele o problema que são esses jogos de azar.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado, deputado Rômulo Fernandes. Chamo V. Exa. para continuar presidindo esta sessão no Pequeno Expediente, para que eu possa fazer uso da tribuna.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Rômulo Fernandes.

 

* * *

 

 O SR. PRESIDENTE - RÔMULO FERNANDES - PT - Seguindo a ordem das inscrições, deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, o senhor tem o tempo regimental.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Rômulo Fernandes, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, temos aqui uma notícia importante: nosso coletivo “Educação em Primeiro Lugar” - constituído pelo mandato da deputada federal Luciene Cavalcante, em Brasília, o vereador Celso Giannazi, na Câmara Municipal, e o nosso mandato aqui na Assembleia Legislativa - recentemente tinha protocolado uma representação no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo questionando a contratação de militares aposentados para trabalhar nesse famigerado projeto de escola cívico-militar, projeto doutrinador, que não tem amparo na lei, não tem amparo na LDB, na Constituição Federal, não tem nenhum amparo, nenhuma previsão nos planos de Educação, no nacional ou no estadual.

No entanto, o governador Tarcísio de Freitas quer implantar a qualquer custo esse projeto aqui em São Paulo como uma forma de fazer uma projeção eleitoral. É um projeto eleitoreiro, na verdade. Para agradar a sua base de extrema-direita bolsonarista, ele tenta, na marra, implantar o projeto pensando já na eleição do ano que vem, tanto é que ele vai tentar implantar agora, no meio do ano letivo, o que é grave.

Além de o projeto ser um projeto que atenta contra a Educação Pública, ele é implantado no meio do ano letivo. Isso mostra a irresponsabilidade, como esse governo é inconsequente. Não está nem aí para a aprendizagem dos alunos, para o projeto pedagógico de cada escola.

Ele quer implantar 100 escolas agora, no meio do ano, quebrando todo o processo educacional e pedagógico de 100 escolas. Então, é um projeto eleitoreiro, “palanqueiro”, para agradar e alimentar a base de extrema-direita protonazifascista que vota nele aqui em São Paulo.

O fato, Sr. Presidente, é que o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo recepcionou, aceitou o nosso pedido e deu 15 dias para o governo explicar a ilegalidade dessas contratações, a ilegalidade, sobretudo, também da aprovação da lei aqui na Assembleia Legislativa pela base do Governo.

Tenho aqui a matéria, eu gostaria de colocar, que saiu agora no “Metrópoles”, que é essa: “Tribunal de Contas do Estado de São Paulo dá 15 dias para Tarcísio explicar custos com escola cívico-militar”.

Porque isso é proibido. O dinheiro da Educação está lá nos Arts. 70 e 71 da LDB, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. O recurso da Educação não pode ser desviado para servidores de outras secretarias. Isso é proibido por lei. Então, é uma afronta à Constituição, à LDB.

É uma clara e solar ilegalidade que o governo estadual está cometendo aqui no estado de São Paulo, e também um desvio de finalidade da própria Segurança Pública, dos próprios servidores da Segurança Pública, que não podem ser desviados para lecionarem em escola pública. Em escola pública quem leciona é professor, professor com pedagogia, com licenciatura plena naquela área específica, como determina também a LDB.

E pior ainda: para afrontar ainda mais o Magistério Estadual, que está há muitos anos com salários arrochados e defasados, o governo vai pagar para os militares aposentados, sem nenhuma formação na área educacional, um salário acima do piso nacional do Magistério, ou seja, o militar aposentado sem nenhuma formação educacional vai ganhar mais do que os professores, de seis a nove mil reais; às vezes, mais do que o diretor da escola. Então, é uma afronta.

E nada contra os militares. Nós defendemos os militares, eles são importantes na Segurança Pública. Por isso que lutamos aqui na Assembleia Legislativa para que todos os profissionais da Segurança Pública, da Polícia Militar, da Civil, da Polícia Penal agora.

Então, que todos eles tenham salários dignos, que tenham valorização salarial e funcional. Essa é a nossa luta histórica aqui na Assembleia Legislativa. Agora, desvio de finalidade e usar a Educação e a Segurança Pública para um projeto eleitoreiro, nós não vamos permitir, Sr. Presidente, ainda mais atacando a educação estadual que já está tão massacrada por esse governo.

Então, nesse sentido, nós queremos saudar aqui a posição, a atuação, nesse caso específico, do Tribunal de Contas, que tomou uma atitude importante de, pelo menos, pedir explicações. Lembrando, Sr. Presidente, deputado Rômulo, que o nosso coletivo Educação em Primeiro Lugar também já acionou o Supremo Tribunal Federal com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a lei que foi aprovada aqui na Assembleia Legislativa.

Nós tínhamos conseguido, através de uma ação popular, suspender essas contratações, mas, infelizmente, o governador Tarcísio foi diretamente ao presidente do TJ, e o presidente do Tribunal de Justiça, estranhamente, Sr. Presidente, caçou a liminar que nós tínhamos conseguido, suspendendo essas contratações.

Porque isso só acontece, do presidente do Tribunal de Justiça caçar uma liminar quando há um risco econômico, um risco à Saúde pública para a população, que não é o caso. Então, estranhamente, a pedido do governador, o presidente do Tribunal de Justiça caçou a liminar da nossa ação popular, e depois o próprio TJ derrubou também a liminar da Apeoesp.

Então, o governo está ansioso para implantar esse projeto, Sr. Presidente, que não tem amparo legal. Tanto é que ele foi extinto pelo governo federal, por falta de legalidade, mas o governo quer agradar a sua base de sustentação.

Sr. Presidente, eu queria fazer mais um pronunciamento antes de fazer o levantamento, a suspensão. Por mais cinco minutos, que eu estou na lista.

 

O SR. PRESIDENTE - RÔMULO FERNANDES - PT - Pode ser, sim. Eu vou correr a lista até a suplementar. Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Emídio de Souza. (Pausa.)

Deputado Luiz Fernando Teixeira. (Pausa.) Deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.)

Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputada Camila Godoi. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputado Tenente Coimbra. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.)

Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Jorge Caruso. (Pausa.) Deputado Thiago Auricchio. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Deputado Mauro Bragato. Pela Lista Suplementar, deputada Thainara Faria. (Pausa.) Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.)

Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.) Deputada Marina Helou. (Pausa.) Deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Rômulo Fernandes, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia.

De volta à tribuna, Sr. Presidente, eu quero aqui comentar e, ao mesmo tempo, parabenizar, comemorar a vitória, ontem, na Câmara dos Deputados, pela aprovação do projeto de lei que descongela a evolução funcional de todos os servidores públicos do Brasil, que altera, na verdade, aquela famigerada e perversa Lei Complementar nº 173, aquela lei do Bolsonaro, da pandemia, que congelou os salários, congelou concursos públicos e congelou os reajustes salariais, e, sobretudo, a evolução funcional dos servidores públicos do Brasil.

Nós conseguimos, ontem, o nosso coletivo Educação em Primeiro Lugar, através da ação obstinada e corajosa da deputada federal Professora Luciene Cavalcante, do PSOL aqui de São Paulo. Ela conseguiu um fato inédito: aprovar o projeto.

Ela tinha aprovado em todas as comissões permanentes, fazendo um trabalho de militância, de convencimento, uma ação suprapartidária, dialogando com todos os partidos políticos da Câmara dos Deputados, dialogando com todos os deputados das comissões, da direita, da esquerda, da extrema-direita, do centro, da oposição, do governo.

Ela fez um diálogo profundo nas três comissões, fez com que o projeto andasse, depois teve um outro trabalho, mais difícil ainda, que foi pautar o projeto. Ela já vinha fazendo isso com o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, não tinha conseguido o êxito, mas agora ela conseguiu com o atual presidente da Câmara dos Deputados, o deputado Hugo Motta, e com os líderes partidários.

Ela fez toda uma articulação, junto com os líderes partidários, de tal forma que o projeto entrou ontem em votação e foi aprovado com mais de 370 votos favoráveis. Só me parece que dez votos contrários. Ou seja, o projeto foi agora aprovado, de fato, pela Câmara dos Deputados. Segue para o Senado e depois para a sanção presidencial.

Então, é uma vitória importante de todos os servidores públicos do Brasil, que terão agora - após a aprovação no Senado - o descongelamento do seu tempo de serviço, dos seus quinquênios, dos seus anuênios, dos seus biênios, da sexta-parte, da licença-prêmio, durante aquele período da pandemia.

Sei que tem muitos servidores esperando esse descongelamento para pedir a sua aposentadoria, para fazer uma incorporação, com uma forma de valorizar um pouco mais os salários dos servidores, que já estão arrochados, defasados, praticamente, em todo o Brasil, em quase todas as categorias profissionais.

Então, esse projeto é importante, porque, além de descongelar, ele também permite que haja devolução do dinheiro, porque houve um confisco também dos salários. Então, é possível que os entes federativos, a partir da aprovação desse projeto, devolvam esse desconto feito, esse confisco feito em cima dos salários dos nossos servidores e servidoras de todo o Brasil.

Então, eu quero aqui saudar, parabenizar, comemorar essa grande vitória. Agora só falta o Senado aprovar e o presidente da República sancionar esse projeto de lei. E parabenizar, mais uma vez, a atuação fundamental da deputada federal Luciene Cavalcante, aqui de São Paulo, professora, supervisora de ensino, que fez todo um trabalho, como eu disse, de convencimento, de articulação, junto aos partidos políticos.

Ela tornou essa luta, no Congresso, na Câmara dos Deputados, suprapartidária, dialogando com todos os partidos e com todos os parlamentares. Enfim, o projeto agora foi aprovado, o projeto “Descongela Já”, que vai descongelar, sobretudo aqui em São Paulo, os quinquênios e a licença-prêmio, que é uma reivindicação antiga aqui, que a gente tem travado já há um bom tempo, após a pandemia.

Então, parabéns, deputada federal Luciene Cavalcante, sem a sua atuação, nós não teríamos essa vitória importante, logicamente, que outros deputados participaram também, mas sem o seu empenho e o seu trabalho obstinado, nós não teríamos essa vitória na Câmara dos Deputados.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - RÔMULO FERNANDES - PT - Obrigado, deputado. Seguindo a ordem de inscrição da Lista Suplementar, convido o deputado Gil Diniz para subir à tribuna.

O senhor tem o tempo regimental.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente, meu companheiro Rômulo. Parabéns pela sanção do projeto aí nessa semana. Agora precisa dizer para o Reis que o governador não tem vetado tudo. Inclusive, um projeto da bancada do Partido dos Trabalhadores sancionado nessa semana. Chama a atenção.

Mas parabéns pelo projeto, era um bom projeto. Tive a oportunidade de relatar no congresso de comissões. Muito feliz pela sanção mais do que merecida. Cumprimentar aqui o deputado Giannazi, que estava aqui e me antecedeu. Cumprimentar os assessores, policiais militares civis, público aqui na galeria, quem nos assiste pela Rede Alesp.

Presidente, o motivo que me move a vir neste plenário hoje é a indignação que nós temos, a bancada bolsonarista nesta Casa, os apoiadores do presidente Bolsonaro, pelo tratamento indigno que a Justiça veio tratando. Não só a Justiça em si, essa pessoa tem nome e sobrenome: Alexandre de Moraes.

Um nome que impõe medo à maioria dos deputados neste plenário, talvez a maioria dos deputados federais, inclusive, senadores. Nós precisamos falar aqui sempre do mal que Alexandre tem feito ao nosso País.

Presidente, eu falo isso porque as notícias que chegam agora dizendo que dentro da casa do próprio presidente... Ele pode ter aí um, dois, três policiais dentro da casa dele, fazendo ali sabe-se lá o quê.

Presidente que já está em prisão domiciliar, já tem uma tornozeleira eletrônica o monitorando, e agora essa outra fase de tentativa de humilhação de Alexandre de Moraes. Isso é indigno, presidente. A gente precisa repudiar. Mas não só repudiar: mostrar à nossa população o que vem acontecendo.

Ontem, presidente, nós tivemos um velório da avó do Lucas Costa Brasileiro, esse é o sobrenome dele. O Lucas nunca teve um antecedente criminal. O Lucas é advogado. O Lucas foi disputar um concurso em Brasília.

Alguns dizem que estava na manifestação, outros que não. Não apontaram, não individualizaram ali a sua conduta, e o Lucas segue preso, presidente, há praticamente dois anos. E ontem a avó dele faleceu.

Queria mostrar, aqui, para vocês, o tratamento que deram ao Lucas ontem quando ele foi... Quando ele pediu à Justiça a liberação para homenagear, honrar a sua avó materna que faleceu. Por favor.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Presidente, esse tratamento nem os piores traficantes neste País têm. Esse tipo de tratamento, nenhum político corrupto, chefe de quadrilha, condenado em três instâncias, teve. Nenhum estuprador, pedófilo, criminoso da pior espécie, jamais vi. Eu volto a esta tribuna para denunciar as graves violações de direitos humanos que Alexandre de Moraes e seus cumplices têm tratado o presidente Bolsonaro.

Mas não só o presidente Bolsonaro. Mas pessoas como o Lucas e sua família. No vídeo aqui não mostrou, mas a mãe dele pede ao policial para abraçá-lo. E nem isso ela pôde.

Nem isso. E esse tratamento está sendo dado não só ao Lucas, um jovem formado em Direito, advogado, que nunca teve um antecedente criminal. Nunca. E agora está preso e tratado dessa maneira degradante. Mas esse tratamento tem sido dado a idosos, a idosas, a pessoas com deficiência. Isso é chocante.

E o mais chocante é ouvir aqui deputados e deputadas relativizar o direito fundamental que essa pessoa, enquanto cidadão brasileiro, tem. Deixo registrada não só a minha indignação, mas a minha solidariedade a estes que, neste momento, estão sequestrados pelo Estado brasileiro. O Lucas. O Clezão, que faleceu no cárcere, que poderia ter sobrevivido se tivesse sido liberado a ter o tratamento devido, no hospital.

Para finalizar, presidente, se ele tivesse tido o tratamento devido, e não teve. Faleceu em um cárcere. Mas a justiça ainda há de vir. E Alexandre de Moraes seus cúmplices ainda pagarão pelos graves crimes cometidos contra os direitos humanos de Lucas, sua família, de Clezão, de todas as vítimas sequestradas pelo Estado brasileiro, e por essa Justiça que não faz justiça coisa nenhuma. Faz vingança, neste momento.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - RÔMULO FERNANDES - PT - Seguindo a lista de inscrições, a deputada Thainara Faria. Dispõe do tempo regimental.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, nobre presidente Rômulo. Aos deputados aqui presentes, servidores, assessores, policiais, às pessoas do plenário, queridos, muito boa-tarde ao estado de São Paulo. Sempre muito bem-vindos nesta Casa.

Talvez, o que eu vá falar hoje não vai agradar muita gente não. Eu fico muito feliz e muito satisfeita de poder ouvir o nobre deputado Gil Diniz nesta Casa. A única satisfação que sinto nisso é exatamente por vivermos em uma democracia. Gil só pode falar, Thainara Faria só pode falar, qualquer deputada ou deputada pode subir aqui e se manifestar porque nós vivemos em um regime democrático.

Ele garante que as ideias diferentes sejam colocadas, que as pessoas possam se manifestar livremente, que elas não saiam daqui presas, que elas não sejam torturadas, como aconteceu no período em que este País viveu uma ditadura, com centenas de pessoas desaparecidas e ossadas encontradas tempo depois.

Então me alegra poder ouvir, da direita para a esquerda, qualquer deputado ou deputada que vem aqui se manifestar, porque isso é a maior manifestação da democracia. E aí eu ouvi aqui que há um exagero na maneira como que o inelegível está sendo tratado.

Nobre deputada Professora Bebel, eu coloquei aqui no Google. Eu gosto do Google. O Google é maravilhoso, porque você pesquisa e ele fala. E aí você pode olhar as fontes que as informações são dadas.

Sabe o que eu perguntei aqui, nobre Professora Bebel? “Quantos imóveis foram comprados com dinheiro vivo pela família Bolsonaro?”. Foi isso que eu perguntei aqui para o Google. Não mentiu, não. O Google não mentiu.

Eu não vou falar do “Brasil de Fato”, porque vocês vão falar que é um canal de esquerda. Eu vou falar do “UOL Notícias”: “Metade do patrimônio do clã Bolsonaro foi comprado em dinheiro vivo: 51 imóveis”.

Eu acho que não tem nem tanto Bolsonaro assim para morar em 51 imóveis comprados com dinheiro vivo. Aí, se a gente joga aqui: “Quanto dinheiro a família Bolsonaro ou o próprio ex-presidente da República movimentou em um ano?”. “Mais de 40 milhões”.

E se isso não for suficiente para ter o tanto de polícia que tem na frente da casa dele, eu falo agora pelas 700 mil vidas perdidas na pandemia, quando se podia comprar vacinas e não foram compradas.

Quando o ex-presidente inelegível, preso domiciliar, imitava pessoas asfixiando, não comprava oxigênio, pessoas em Manaus, artistas tendo que se movimentar, deputada Bebel, para comprar oxigênio para as pessoas. E o que fez o presidente? Foi sair correndo atrás de uma ema com um pote de cloroquina e dizer que se as pessoas tomassem vacinas elas iriam virar jacarés. Nós vivemos um período de trevas neste País.

Quatro anos onde a ciência foi negada, os municípios não foram valorizados. O que foi feito nesses anos? Comprados 51 imóveis em dinheiro vivo e serviram para agora ter mais de 40 milhões de reais movimentados numa conta de um cara que recebe cerca de 30 mil reais.

De onde veio esse dinheiro? Escândalo do propinaço, aqui com o governador Tarcísio, ontem jogando futebol com... Um gol arranjado, aquele gol foi arranjado, aquele pênalti foi feio, porque o pessoal nem reagiu na hora em que ele foi bater a bola. Então é tudo uma farsa, um teatro.

Eu não vim aqui para lacrar, não quero isso. Seguidor em rede social não é voto. Gente que segue daqui, segue de lá, fazer recorte. Eu não estou aqui para emburrecer a população, fazer cortezinho, nada.

Mas, se não forem suficientes 700 mil vidas perdidas na pandemia... Nós temos órfãos até hoje, nós temos famílias e pessoas que choram pelos seus entes queridos, por uma doença que tinha vacina.

Isso para mim é mais do que suficiente. Ele declara: “Eu não vou tomar vacina, quem tomar vai virar jacaré”. Foi impedido de andar em espaço porque não tinha carteira de vacinação, não apresentou.

Isso já seria suficiente para a polícia estar em frente à casa dele. Se a mídia não mostra, não fala e não pesquisa por que 48 milhões movimentados, 51 imóveis comprados, vamos falar. E ele estará mais uma vez no banco dos réus na semana que vem. Estarei atenta, acompanhando o nobre presidente para ver o julgamento no atentado violento contra o Estado Democrático de Direito.

Se alguém entrasse na sua casa, quebrasse computador, quebrasse vídeo, virasse cavalo, perseguisse polícia, alguém aqui ia achar legal? O mínimo era um boletim de ocorrência que vocês iam fazer. Reparação seria pedida. Porque, infelizmente, a gente tem que se colocar no lugar do outro para entender e sentir a dor.

Se alguém entrasse na casa de qualquer um de vocês hoje e fizesse o que foi feito no dia 8 de janeiro, em Brasília, qualquer um aqui ia querer que estivesse preso. E é isso que nós queremos também do Bolsonaro.

Muito obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - RÔMULO FERNANDES - PT - Muito obrigado, deputada Thainara. Encerrando o Pequeno Expediente, a gente já em seguida entra no Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - RÔMULO FERNANDES - PT - Tem a lista de oradores. Eu vou pedir para a nossa querida Thainara assumir o nosso papel. Eles têm uma CJJ agora.

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Thainara Faria.

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Seguindo então a lista de oradores do Grande Expediente desta quarta-feira, dia 27 de agosto de 2025, não sem antes saudar os queridos e queridas que estão aqui no plenário. Vocês são todos muito bem-vindos aqui.

Que alegria vê-los nesta Casa, que é de vocês, viu? Sempre. Borborema presente aqui no nosso plenário. Passem no gabinete, estou esperando vocês. Prefeita, é sempre muito bom ver mulheres na política. Meu beijo para você.

Seguindo, então, a lista de oradores do Grande Expediente, agora, chamar a nobre deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Atila Jacomussi. (Pausa.) Danilo Campetti. (Pausa.) Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado Gil Diniz, cessão de tempo da deputada Dani Alonso.

Tem V. Exa., Gil Diniz, o tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente Thainara.

Cumprimentar aqui a deputada Bebel, cumprimentar todos aqui na galeria. Meu gabinete é o 401, quarto andar, também todos estão convidados a passarem por lá, não só no gabinete da deputada Thainara, é de esquerda, do Partido dos Trabalhadores, sou um deputado de direita, um deputado bolsonarista, hoje, ainda hoje, na base do governador. Não sei até quando, mas ainda na base do governo. Então todos estão convidados a passarem no gabinete 401.

Deputada Thainara, fico feliz, realmente, de viver numa democracia e de não relativizar essa democracia. E também não vou querer criminalizá-la por tantas mentiras que a senhora contou desta tribuna agora. Poderia falar inverdades, há fatos talvez não checados.

Vossa Excelência disse que o presidente Bolsonaro merece policiais na porta da sua casa por conta da pandemia, por conta das vacinas e falou muitas coisas que eu gostaria de rebater ponto a ponto, talvez me falhe a memória.

Mas eu gostaria de saber, deputada Thainara, qual o processo pelo que o presidente foi condenado e qual a pena que ele tem pelo crime, suposto crime, de que a senhora o acusa na pandemia. Qual? Qual, deputada Bebel? Porque a deputada Thainara diz: “Só por isso ele já merecia”.

Senhoras e senhores, é um deputado, é um parlamentar, que representa o povo paulista, milhares, milhões, dizendo que o seu adversário político merece prisão, cadeia, merece o que está acontecendo, essa perseguição, policiais dentro e fora da sua casa, porque ela acha e ele merece.

É isso, o Brasil hoje é isso. Alguém acha, alguém, como Alexandre de Moraes, acha, e a companheirada tem medo, tem pavor, tem pânico de criticar Alexandre de Moraes. É surreal o medo que esse homem...

E ele é só um homem, porque sem a toga não é nada. Ele impõe, essa é a realidade, o pavor. Mas o presidente Bolsonaro pode ser tratado como um sub-humano, alguém que não deveria existir.

Então me mostre. Vossa Excelência diz sobre as vacinas. O presidente sempre foi claro, dizendo à população que não tomaria a vacina. Eu pergunto a Vossa Excelência. Vossa Excelência tomou a vacina no momento devido? Quando? Que ano que a senhora tomou a vacina? Que ano? A senhora lembra o ano?

Foi no governo Bolsonaro? Você tomou vacina, Bebel? Quem quis tomar vacina tomou vacina, e tomou vacina no governo Bolsonaro, comprada pelo governo federal. Quem quis tomar a vacina tomou a vacina.

A vacina do Doria, a Coronavac. É isso. O PT é assim, sempre que pode, elogia alguém do PSDB. É sempre assim. Faltava voto aqui para o PSDB aprovar algum projeto, vinha o PT e aprovava os projetos. E assim hoje é com o governador Tarcísio. É sempre assim.

Todos, todos que estão em casa agora, que se vacinaram naquele período conturbado quando, realmente, milhares de pessoas morreram, não só no Brasil. Parece que o Brasil está isolado no mundo. Em todos os países não teve nenhum país que foi imune a pandemia.

Todas as vacinas foram compradas pelo governo federal, todas. Talvez alguns aqui que rogam, que pregam pela vacina, não tenham tomado tantas, assim como o Doria queria, assim como o Mandetta queira, assim... Espero que quem roga aqui esteja aí com a sua caderneta de vacinação completa.

Uma dose, duas doses, três, quatro, cinco, talvez na sexta ganhe uma sanduicheira de tanta vacina que tomou, porque eu entendia que a vacina te imunizava, e essa vacina não, você precisa ficar repetindo. Até a gente muda o conceito do que é uma vacina, mas tudo bem.

Agora se a Thainara Faria - Faria? Acertei? - tomou a vacina durante a gestão o governo Bolsonaro, essa vacina foi comprada pelo governo federal. Claro que ela não vai agradecer ao presidente Bolsonaro, obviamente. É melhor imputar milhares de mortes na conta do presidente Bolsonaro, porque ele é indigno, ele é um sub-humano e ele merece tudo aquilo que está passando.

Não defendo, Thainara, para V. Exa., ou para nenhum petista aqui algo tão cruel como está acontecendo. Não defendo a invasão na casa de nenhum petista como fizeram na casa da mãe do Eduardo Bolsonaro, do Carlos e do Flávio - os avós maternos - lá no Rio de Janeiro, em Rezende.

Invadiram a casa deles e disseram: “Olha, a gente sabe que o Bolsonaro manda Pix para vocês, cadê esse dinheiro?” Amarram eles, amordaçaram. Não defendo isso para ninguém, nem para o meu pior adversário político.

Vossa Excelência diz aqui: “Compraram 50... O clã Bolsonaro”. Aí eu pergunto aqui, eu peço que V. Exa. retorne a esta tribuna e me diga, a senhora se refere a quem? Quem é esse clã Bolsonaro? Quem? Quem comprou 51 imóveis? Dê os nomes aqui.

Foi o Jair? Quantos imóveis? Foi o Carlos? Quantos imóveis? Foi o Eduardo? Quantos imóveis? O Flávio? Por que eu conheço a família do presidente Bolsonaro, conheço as irmãs, os irmãos, os sobrinhos.

Por que é muito fácil, senhoras e senhores - jogar tudo no bolo aqui. Imaginem só, chegam aqui e falam: “O clã do Diniz tem 15 imóveis”. Pegaram imóvel do meu tio, da minha tia, do cunhado do sobrinho do vizinho. Poxa, há maneiras de falar meias verdades, algumas verdades contando várias mentiras, então coloque aqui quem é esse clã Bolsonaro, quem comprou, coloque aqui.

“Ah, o Jair movimentou 40 milhões de reais, senhoras e senhores, isso é a prova que ele é criminoso. Ele precisa de escolta policial dentro de casa, fora de casa. Ele precisa ser preso, ele precisa ser eliminado”.

Senhoras e senhores, somente de Pix dos bolsonaristas, os simpatizantes do presidente Bolsonaro, no último ano quando nas redes sociais nós fizemos uma campanha de Pix a ele, até mesmo para que os advogados dele fossem pagos, somente ali foram enviados mais de 20 milhões de reais ao presidente Bolsonaro.

Então a deputada Thainara, quando ela vem para esta tribuna, não diz que se entra um milhão e sai um milhão, a movimentação na conta dele foram de dois milhões. Se entra 20 milhões e sai 20 milhões, a movimentação é de 40 milhões, mas ela quer colocar aqui sob suspeita. “Olha, 40 milhões de alguém que ganha 30 mil reais”.

Olha, poderia dizer aqui dos salários que os deputados ganham, coloque que entra na conta dos deputados 30 mil reais líquidos todo mês. Nem vou colocar as verbas aqui indenizatórias. Trinta mil, no ano, coloque aí 360 mil, Bebel,

Aí eu vou e digo: “Olha, deputada Bebel movimentou quase um milhão de reais na sua conta durante o ano de 2024. “Olha, como que ela movimentou um milhão? Quase um milhão de reais”. Quase porque deu 750, mas já arredondo um pouquinho para aumentar mais e estampo lá no “Jornal de Piracicaba”. Deputada Bebel movimentou em sua conta quase um milhão de reais, salário que a senhora recebeu. Simplesmente absurdo, inadmissível.

Aí quando vem um bolsonarista e dá uma informação que pode ser imprecisa ou não, “fake news”, precisa ser preso, regulamenta, derruba a rede dele, apelam para o Alexandre de Moraes, companheiro agora ali, lado a lado do Partido dos Trabalhadores, ex-filiado ao PSDB, tucano de carteirinha que faz política com a toga e esses deputados têm medo, pânico, pavor de falar dele.

Mas do presidente Bolsonaro e dos seus aliados, aí pode tudo, inclusive, desumanizá-lo, inclusive, pedir a prisão e a eliminação. Dias atrás o líder do PT, na Câmara Federal, dizia até mesmo que traidores da pátria teriam em outros países o direito ao fuzilamento.

Posso concluir, Sr. Presidente? É que os próximos dez minutos são meus também, se a senhora quiser começar a contar.

Encerrei, começo novamente.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Encerrando o uso da palavra do deputado Gil Diniz, por cessão de tempo da deputada Dani Alonso, agora iniciando a contagem de tempo: deputado Gil Diniz, por cessão de tempo do Agente Federal Danilo Balas.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sra. Presidente. Essa é uma ferramenta regimental que nós podemos utilizar. Como sou vice-líder da minha bancada do Partido Liberal, nós podemos fazer a cessão de tempo, Sra. Presidente, então lhe agradeço muito.

Mas nem vou usar esses dez minutos que me restam ou os outros dez minutos que possamos fazer ali a permuta, a cessão, para rebater aqui com verdade cada mentira que foi contada nesta tarde aqui.

A realidade é que desafio qualquer deputado, deputada Thainara, deputada Bebel, qualquer deputado da esquerda aqui a vir justificar as graves violações de Direitos Humanos que nós temos visto neste País, neste momento. Então quem diz aqui que se preocupa com a democracia, que se preocupa com...

Como que é que eles diziam? “Cem por cento Brasil”. Só para finalizar, senhoras e senhores, o cônsul chinês, hoje está aqui na Assembleia de São Paulo batendo em alguns gabinetes, reclamando com os deputados.

Ontem nós fizemos um evento, este deputado promoveu um evento com 25 empresários tailandeses, só que a China comunista, a China de Mao Tsé-Tung, a China aliada do Partido dos Trabalhadores, a China que não é exemplo de democracia para ninguém, a China de partido único é louvada por esses aqui que dizem defender a democracia.

Hoje, Thainara pode me corrigir, nós queríamos fazer uma moção de repúdio a Nicolás Maduro, ditador na Venezuela. A deputada pode me responder se algum deputado petista pediu vistas dessa moção de repúdio ao ditador narcoterrorista que sequestrou o seu povo na Venezuela? Não, sequer uma moção de repúdio a Maduro.

Aí eles sobem aqui na tribuna como bravos defensores da democracia. Talvez a palavra democracia está tão esgarçada que já tenha perdido o sentido e quando é para relativizar os Direitos Humanos daquele jovem advogado que foi, senhoras e senhores, para o velório da avó com uma escolta de oito policiais armados de fuzis, que não pôde sequer dar um abraço em sua mãe, dois anos preso.

É de deixar qualquer um indignado. Mas não, eles conseguem justificar, porque esse cidadão, ao aderir às ideias do presidente Bolsonaro, perde o seu direito básico, a vida, a liberdade e isso é, simplesmente, indigno. A gente não pode permitir esse tipo de coisa. A gente precisa rebater aqui e realmente defender essas pessoas, mas não só essas pessoas.

Deputada Thainara disse aqui também. Aí, deputada, eu preciso concordar com V. Exa. da questão do jogo de futebol ontem no Pacaembu.

Senhoras e senhores, no dia que estudam se colocarão um agente da Polícia Federal dentro da casa do presidente Bolsonaro, ele com tornozeleira eletrônica, sofrendo as mais graves violações que um ex-presidente está sofrendo aí nos últimos anos. Nem condenado foi e nós sabemos, deputada Thainara, que a condenação dele já está escrita aí, só falta a chancela, mas ainda não foi.

E nós vemos aquela partida de futebol, é de... Eu não digo “triste”, porque de onde nós não esperamos nada é que não vem nada mesmo.

Doria jogava futebol com os deputados aqui dessa Casa. João Doria era um bom gestor, João Doria tinha uma base até consolidada nesse Parlamento, João Doria é o que há de pior na política brasileira e é o que há de pior que já passou no Palácio dos Bandeirantes. E isso não sou eu que digo, não, tem muito tucano que fala isso.

João Doria conseguiu implodir um partido, por dentro, partido que dominou, que tinha a hegemonia aqui no estado de São Paulo e que venceu, por praticamente 30 anos, as eleições aqui.

João Doria foi prefeito, deputada Thainara, de São Paulo, foi governador, foi eleito governador, inventou o Bolsodoria. Quando descolou do Bolsonaro, aí deu um grande problema.

Então, eu deixo também, deputada Thainara, registrado aqui que estes que gostam muito de futebol, de jantares - jantares com a Faria Lima, com generais -, que estão costurando aí, estão tricotando a sucessão presidencial, falar para vocês, está todo mundo vendo. Está todo mundo vendo. É o Tarcísio, é o Zema, é o Caiado, é o Ratinho.

Vocês só precisam de uma coisa, combinar com o povo. O carisma, uma liderança de esquerda que tem carisma hoje, que ainda tem carisma é Luiz Inácio, isso é inegável. A liderança da direita que tem carisma e que por suas convicções, por suas ideias, por aquilo que acredita, pela sua trajetória, se chama Jair Messias Bolsonaro.

E no momento Bebel, e no momento que o presidente Bolsonaro mais precisa, é convescote para cá, é convescote para lá, é viagem internacional a gente sabe para quê, são grandes empresários costurando com partidos. E se todos esses que têm o poder político, o poder de decidir, que se dizem aliados do presidente Bolsonaro, pleiteiam o cargo de presidente da República, por que eles vão usar toda a sua força para tornar o Bolsonaro elegível novamente? Por quê?

É inconcebível isso, só que eu deixo o recado aqui, ainda como um colega de classe: está todo mundo vendo, está todo mundo vendo.

Repito aqui, João Doria teve votos, João Doria jogava futebol com os deputados aqui, em muitos momentos teve maioria e assim como outros políticos que traíram o presidente Bolsonaro, foram para a lata do lixo da história política deste Estado e deste País. É à lata do lixo da história política que traidores políticos vão. A política até perdoa a traição, mas a política, deputada Thainara, não perdoa o traidor.

Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Nós que agradecemos, nobre deputado Gil Diniz. Não cabe a mim, na Presidência, respondê-lo sobre o que falou de correto ou incorreto.

Vou seguir a minha postura regimental, lembrando da célebre frase do vosso presidente Jair Messias Bolsonaro, que dizia que Direitos Humanos são o esterco da vagabundagem. É engraçado o senhor pedir agora pelos Direitos Humanos.

Vamos seguir a lista de oradores do Grande Expediente desta tarde chamando a nobre deputada Maria Lúcia Amary. Está ausente. Agora sim, aquela que representa os professores e professoras do estado de São Paulo e do Brasil, nobre Professora Bebel, a voz de Piracicaba e de todo o estado de São Paulo. Tem V. Exa. o tempo regimental de dez minutos para fazer uso da palavra.

Enquanto isso, mais uma vez saudando a todos os presentes, em nome da nobre prefeita Sheila, de Borborema, que está aqui presente conosco junto a uma grande comitiva.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Uma breve comunicação, presidente? Rápido, três segundos!

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Uma breve comunicação, com certeza. Aqui tem democracia.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, no momento oportuno volto aqui a esta tribuna para fazer a discussão com V. Exa. e com a deputada Bebel. Vou ao gabinete, se algum prefeito ou vereador quiser visitar o gabinete, gabinete 401.

Vou estar atento, obviamente, à Rede Alesp, que transmite ao vivo e, com toda a certeza, a gente volta aqui para continuar a discussão, presidente.

Eu me ausento aqui, por enquanto.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Eu gostaria, deputado Gil, que pelo menos na primeira parte da minha fala o senhor estivesse, porque o senhor me citou e eu gostaria que o senhor tivesse até a oportunidade de refazer uma fala que me compromete, da forma como o senhor disse.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Eu fico, deputada Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Então, primeiro eu quero... Boa tarde, presidenta, nobre deputada Thainara Faria. Também cumprimento a Mesa Diretora de trabalhos, os assessores e assessoras a minha esquerda, a minha direita, o público presente, de Borborema, que está se fazendo presente.

É assim que a gente tem que verdadeiramente estar no Parlamento, e saber que tem uma prefeita, para nós, é ainda mais gratificante, porque nós mulheres gostamos de, cada vez mais... A gente não faz... Como é que eu diria? A gente não faz uma extinção dos homens, mas a gente quer, lado a lado, lutar junto com os homens. Então, parabéns para a prefeita.

Deputado Gil, até para liberá-lo, o senhor fala assim: “Veja bem, a deputada Bebel tem um milhão de reais.” Deputado, eu nunca movimentarei um milhão de reais, porque o dinheiro que a gente ganha, a gente gasta. A gente paga conta. Não é assim.

Então, estou querendo dizer o seguinte: se o senhor deixar essa frase isolada e tentar lacrar, e eu sem o direito ao contraditório, isso me deixa em uma situação muito ruim. Então, eu estou aqui, já neste momento, dizendo: eu não movimento um milhão de reais. Por que a gente não movimenta? Porque a gente não ganha 30 mil. Você tem a verba de gabinete, mas você paga o escritório político da sua cidade, você paga o carro, você paga os funcionários que lá estão. Então, não é algo assim exorbitante que dá para você...

 

O SR. GIL DINIZ - PL - A senhora permite um aparte?

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Rapidinho, e não corta o meu tempo, por favor.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Não, claro. É só para explicar. Então eu mudo o exemplo. Não é a deputada Bebel, é o deputado Gil Diniz.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pronto.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Se entram na minha conta 30 mil reais por mês e eu, em contas, em pensão alimentícia, em aluguel, gasto esses 30 mil, a movimentação é de 60 mil. A movimentação financeira.

Era isso que eu tentava explicar, dizendo que se, ao final do ano, os nossos rendimentos entram na nossa conta... De salário, não é nada ilegítimo, e aqui eu não quero, de maneira nenhuma... Não vou fazer recorte, não vou colocar na rede social, não é isso, criminalizar a atividade política ou insinuar qualquer coisa dos parlamentares. Jamais, não é esse o intuito.

É só para dizer o seguinte: quando a gente fala de movimentação financeira, a gente está falando do que entra em uma conta e do que sai de uma conta. Somente isso.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Agora só o segundo ponto, que eu quero aproveitar a sua presença. Veja, a deputada Thainara Faria tem uma retórica, uma oratória muito precisa e eu observo a fala de todos, até porque eu sou da área de letras, comunicação, expressão, eu sou dessa área.

Quando ela faz a fala dela, e eu estava aqui, ela não falou nos termos que o senhor falou. Ela disse: “A exemplo de”. Imagine, ela disse o seguinte: “Já é um crime muito grande, não ter tido ações mais efetivas para não permitir que 700 mil pessoas perdessem suas vidas por falta de vacina, por falta de oxigênio, por isso só...”, dizia ela, “Já é um grande crime”.

É isso que ela disse. Ela não está dizendo que está nesse inquérito, que esse inquérito, deputado Gil Diniz, está tratando do golpe de nove de janeiro... De oito de janeiro. Aí, o senhor lembra bem, de oito de janeiro, que, lamentavelmente, foi muito ruim para vocês bolsonaristas aquilo ter acontecido, porque eleição, quando...

Tem um processo eleitoral, a gente sabe, haverá um ganhador e um perdedor, isso é óbvio, dois não vão caber no mesmo cargo. Ora, ou eu respeito a democracia, ou eu respeito a democracia. O contrário disso, desculpe, é golpe.

Foi isso, e mais ainda, e daí aquela peça quilométrica que demonstra que para além do golpe, ainda teve indicações de morte, aliás, de suicídio, de suicídio não, homicídio, matar. O próprio presidente Lula, o vice Alckmin e também o presidente do STF, o ministro STF, Alexandre de Moraes.

Então, são por essas razões e o conjunto de provas que ali estão, é que na terça-feira estará lá o líder de V. Exa. para ser acusado ou não, eu não sou dona da verdade. Poderá ser condenado ou não, isso aí é o correr do processo.

E eu sempre disse para V. Exa. que eu estou entre aquelas que... Diferentemente do que fizeram com o presidente Lula, não lhe deram o direito da livre e ampla defesa na segunda instância e imediatamente o prenderam.

E para nós foi uma dor muito grande, como deve ter sido para V. Exa. isso que está ocorrendo. Por que foi uma dor muito grande? Porque a gente tinha na perspectiva de que ele poderia ter o direito de comprovar aquilo que estavam dizendo dele. E provou, ele não devia nada. Ele não deve nada para a Justiça.

E não venha me dizer que comprou Alexandre de Moraes, que Alexandre de Moraes nem foi indicado por ele, foi indicado por Michel Temer. Ele é um ministro, ele é um ministro hoje indicado por Michel Temer. Ele é o quê? Um garantista, ele é um ministro, ele é garantista.

Há aqueles juristas: “Ele exagera”, mas é visão de jurista. Mas ele é um garantista, está bem? Ele é um constitucionalista, ele cita os preceitos constitucionais. Agora, me explique, por exemplo, a Lei Magnitsky, que vem aqui tentar, enfim, intervir nas ações de um ministro do Supremo Tribunal Federal, um ministro da Saúde, chegou até no Alexandre Padilha.

Como isso? Gente, isso não pode ser normal. Isso, para mim, é um ataque frontal à soberania nacional. Não é por acaso, vocês vão estar na Paulista pedindo anistia, e nós vamos estar na Praça da República pedindo o quê? Soberania nacional. Porque esse que é o Trump, que aí tem que dizer, Eduardo Bolsonaro está fazendo um desserviço para o Brasil junto com o filho do Paulo... Paulo Figueiredo, que também está...

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Neto. Ele é neto.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Oi?

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Ele é neto do vice-presidente.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Neto do vice-presidente. Então, que seja. Natural que sim.

Então eu acredito que isso é um desserviço. Esse é um ataque à democracia nacional. Então V. Exa. tem que entender que não é qualquer coisa esse momento. Eu arrisco dizer, deputado Gil, que terça-feira vai ser clima de copa do mundo. Não é “Fla-Flu”.

Clima de copa do mundo. Por que eu vou dizer isso? Todo mundo vai ficar em casa para assistir a esse julgamento, porque quer entender. E é bom isso. Você pode analisar uma coisa, um ponto de vista, outro ponto de vista, e por aí vai.

Mas digo para o senhor o seguinte: o que for, a Justiça vai dizer. Agora, a deputada Thainara também toca no... Está dito aqui. Uma parte até o próprio Jair Messias Bolsonaro, o presidente também, está envolvido na compra das casas naqueles valores que aqui foram ditos.

Então eu acho que, como ainda vai ter julgamento, cada um tem um posicionamento. Nós sabemos ler, não é? Ninguém... A gente está acompanhando um processo que vem desde o processo eleitoral de 2022 até o presente momento. E essa não aceitação do resultado das urnas que refletiram na vitória do nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Então é isso que eu tinha para dizer.

Vossa Excelência não quer aparte, não é? Depois vai fazer uma comunicação.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Uma comunicação.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Não, eu vou ter dois tempos seguidos. Então acho que é bom você se sentar.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Eu vi. Mas a senhora não me dá a comunicação no meio-tempo?

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Não pode. Pode?

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Quando terminar.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Em meio à fala, apenas o aparte. Só quando terminar a fala da Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Só quando terminar, meu amigo.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - É que vai começar novamente.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Posso ceder a ele?

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Ceda.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Muito obrigada, nobre Professora Bebel.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Uma comunicação, presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Tem V. Exa. o tempo de dois minutos.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Não, só para dialogar com a deputada Bebel, muito respeitosa aqui na sua fala. Às vezes eu acabo me excedendo, mas não é por mal em si. É um modo, é o jeito. Eu gostaria de ser mais polido, e acabo não sendo.

Deputada Bebel, são vários pontos. Nós vamos falando de... A senhora falou de Magnitsky e tudo mais, do Eduardo, do Paulo Figueiredo. O Alexandre de Moraes não só viola os direitos humanos fundamentais de centenas ou milhares de cidadãos brasileiros, como ele cometeu várias arbitrariedades contra cidadãos americanos também. Há cidadãos americanos que estão nos inquéritos.

Professora, tem ideia? Um assessor direto do presidente Trump, Jason Miller, é CEO de uma empresa de comunicação, o “Gettr”. Ele foi intimado dentro de um aeroporto quando saía do País para voltar aos Estados Unidos. A Polícia Federal o pegou, a Polícia Federal que, hoje, parte dela parece mais uma “Stasi”, uma “Gestapo”. Estão agindo dessa maneira.

Não vou, por enquanto, generalizar, mas estão fazendo dessa maneira. E há várias outras questões. O próprio alinhamento do governo federal, liderado pelo presidente Lula: a China, alguns países do BRICS, as falas do presidente Lula em tom de resposta, muitas vezes de provocação ao presidente Trump, a fala do presidente Lula, quando ele coloca a tentativa ou pelo menos a ideia de mudança, ali, do dólar para uma outra moeda que seja dos BRICS.

Então há uma reação. Isso... Isso... Nós teremos uma reação, obviamente. Então, na verdade, eu não quero justificar aqui. O Eduardo Bolsonaro é um aliado.

Já finalizo, presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Concluindo.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - É um aliado de primeira hora. É o meu padrinho político. Então sempre eu vou defendê-lo, obviamente. Há todo um contexto dentro de tudo isso. Mas eu espero fazer essa discussão com V. Exas., justamente para ouvi-las e colocar aqui os meus pontos também. Obviamente, cada um defendendo a sua visão de mundo oportuna.

Mas eu preciso, realmente, deputada Bebel, subir agora ao meu gabinete e retorno aqui em momento oportuno.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Muito obrigada.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Obrigada.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Obrigado, presidente, pela tolerância.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Muito obrigada, nobre deputado Gil Diniz. Imagina, foi toda da Professora Bebel.

Além de Borborema, eu ouvi que tem outras cidades aí. Alguém gritou uma cidade. Platina? Castilho.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Castilho, é.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Sorocaba, Castilho, São Sebastião da Grama. Muito bom. Santa Cruz da Conceição, Andradina. Estão todos aí pelo MIT. Mais tarde teremos a votação dos Municípios de Interesse Turístico aqui na Casa. Vocês são todos muito bem-vindos aqui.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Será um projeto da Casa. Com certeza, será até uma votação mais simbólica, do que uma votação de disputa. Isso tem acordo com todos os líderes da Casa. Porque, eu vejo, nós conseguimos, individualmente, que Piracicaba se transformasse em Município de Interesse Turístico, exatamente porque tem os seus atributos turísticos, assim como cada uma das cidades. São cerca de 80 cidades, 70 cidades que vão entrar na categoria de cidades que têm interesse turístico.

Pessoal, a gente vem para a ampla disputa, mas eu tenho que vir para a disputa de Estado, e para a minha categoria. A gente está passando um período muito difícil. Os professores, para ter reajuste, têm que ter provinha.

Teve a regulamentação da 1.374, que é aquela lei do subsídio, que não é plano de carreira. Mas, na verdade, é um subsídio, conforme eu digo aqui. E professor e professora precisam de um plano de carreira atraente, que ele tenha a possibilidade de se desenvolver na carreira.

E nós conseguimos, deputada Thainara Faria, e presidenta neste momento, que o Ministério Público desse um parecer favorável, em uma ação nossa, da Apeoesp. A Apeoesp é o sindicato dos professores. Quem conhece a Apeoesp aqui? Acho que todos vocês têm um Apeoesp. É o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo.

Então a gente entrou com essa ação contra as regras de avaliação do estágio probatório de integrantes. Aí vocês vão falar: “Mas, professora, como a senhora é contra?” Não, o que está dito aqui é o seguinte: o que é o estágio probatório.

Estágio probatório é aquele período em que o professor já fez o concurso, já foi avaliado, e aí ele tem que comprovar, com alguns quesitos: saúde, enfim, que não tem nenhum problema com o serviço público. Esse é o estágio probatório. E ainda leva dois anos para isso.

Então a gente tem hoje, pelo menos tinha, até então, um curso de formação continuada. Que eu super concordo, que é uma forma de, lá na frente, comprovar os cursos que fez. Mas aqui, não.

Aqui, eles refazem e fazem uma avaliação de novo. Quer dizer, além de você, V. Exa. passar em um concurso público, cada um de vocês, passar em um concurso público, está sendo dito que, após o concurso público, vai fazer de novo uma avaliação.

Então esse parecer nos ajudará na ação. E os professores, porque há falta de professores. Nós queremos professores que não fiquem como temporários, que estão aí. Vocês convivem, devem ouvir falar da chamada categoria “O”, aquele que é contratado temporariamente sem direito nenhum. Sem nenhum direito. Eu chego a defender, porque não os coloca em uma categoria de celetista.

Porque, sendo celetista, pelo menos sai com os direitos gerais do trabalhador. E, ao mesmo tempo, na hora que ele perde o emprego, ele tem o salário desemprego. Da forma como está, não. Eles estão no limbo, esses que não são efetivos, que não conseguem comprovar a sua aprovação em concurso.

Então, a gente entende que isso é uma forma de manter o maior número possível de professores da categoria “O”, porque, em mantendo o maior número de professores da categoria “O”, a gente passa a ter um domínio maior, porque pode demitir com uma periodicidade mais curta. Então, quer dizer, digamos que este ano você deu aula e criou um monte de critério, o professor acaba não tendo aulas.

Então, é triste isso. Eu não sei quantos municípios estão aqui, mas vejo que está bastante representativo, mas digo que cada um de vocês sabe da importância do professor na vida de vocês. Os professores formam todos os profissionais. A causa da minha vida é a Educação.

Só para os professores que eu luto? Ontem eu até tive um interessante... Deputada Thainara, um dos alunos me perguntava ontem: “Mas a senhora luta só para os professores?”. Como quem diz: “E nós?”.

Não, quando a gente tem uma reunião na Secretaria da Educação, a gente discute com a secretaria desde o projeto arquitetônico das escolas, portanto, como elas são construídas, o número ideal de alunos para as salas de aulas, ao mesmo tempo as condições de ensino, aprendizagem do aluno.

Não dá para falar em qualidade de ensino, se a gente também não olhar a carreira, mas a carreira não só com o holerite, porque a gente também trabalha as interfaces, que têm a ver com tudo isso que eu acabei de dizer. Estão aqui vários municípios do estado de São Paulo.

Logo, logo, senhores, nós vamos chamar para esta Casa, porque, deputada Thainara Faria, essa luta não poderá ser só minha, porque sou da Educação. É da senhora, é da bancada, do Partido dos Trabalhadores, como a grande maioria aqui na Alesp.

Assim como no município é um problema do prefeito, que vai ter que ter o Plano Estadual da Educação, mas também os vereadores, as vereadoras, têm que ter esse compromisso. Então, nós vamos chamar estado e municípios para trabalhar as diretrizes e fazer com que os municípios também debatam lá seus planos, aliás, seus Planos Municipais de Educação.

Que pressupõem ter o quê? Objetivos, metas e estratégias por dez anos. Isso é muito importante, porque o município se planeja, não fica aquela coisa, correndo atrás de coisas que vão acontecendo. Então, por óbvio, faremos essa luta para termos Plano Estadual da Educação novo, porque vai vencer no ano que vem.

Então, ele tem que ser refeito. E, ao mesmo tempo, acredito que a maioria dos municípios também estão com seus planos sendo vencidos. E dizer para os senhores, se tem um ponto que eu quero debater no Plano Estadual da Educação e nos municípios, tudo tem a ver com o que eu já falei aqui.

Mas um foco central em ter uma política de estado para atender as pessoas com deficiência. As mães atípicas não podem se virar com esse problema. Tem que ter verbas, sim, oriundas do governo federal, do governo estadual, para que os municípios lá possam contratar professores com formação para lidar com essa especificidade.

Porque, para além da educação, que já é uma especificidade, lidar com aluno que tem autismo, que tem altas habilidades, é muito difícil para um professor que, enfim, lida com classes superlotadas e por aí vai. Então, eu termino dizendo: é um chamado.

Espero que V. Exas., se tiver vereadores, secretários, secretárias de Educação... Uma prefeita, eu sei que tem, não sei se tem mais prefeitos.

Dizer para os senhores que deve ser também uma política da Casa, não uma política da Professora Bebel, nem tampouco da Comissão de Educação e Cultura. Porque a educação hoje, já se comprova, ela é global, e por ser global precisa contar com o esforço de todo mundo para que dê certo. Muito obrigada, cumprimento a todos e todas que estão presentes neste Grande Expediente.

E dizer para os senhores e para as senhoras que é tão gostoso ver este plenário lotado, né, deputada Thainara, que dá vontade de dizer o seguinte: “poderiam ter por aqui mais falas”. Sejam cada vez mais bem-vindos e bem-vindas para esta Casa. Forte abraço. Obrigada, deputada Thainara, e agradeço aqui a oportunidade.

Muito obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Nós que agradecemos, nobre Professora Bebel, grande representante da educação de Piracicaba e todo o estado de São Paulo. Quero também saudar a presença do nobre deputado Alex Madureira ao meu lado, também um representante da região de Piracicaba, mas de todo o estado de São Paulo.

Professora Bebel, quer fazer uma fala?

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Sim, eu quero pedir a suspensão dos trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - É regimental. Nós vamos suspender os trabalhos desta sessão até as 16 horas e 30 minutos, oportunidade em que então faremos a votação dos municípios de interesse turístico do estado de São Paulo, 70 municípios, teremos a votação aqui, e os demais deputados estarão presentes.

Está suspensa a sessão, dando as boas-vindas aos prefeitos, secretários, vereadores e todos que estão nesta Casa.

Muito obrigada.

 

* * *

 

- Suspensa às 15 horas e 46 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 31 minutos, sob a Presidência do Sr. Paulo Correa Jr.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

                                                                

O SR. PRESIDENTE - PAULO CORREA JR - PSD - Há sobre a mesa requerimento do nobre deputado Danilo Campetti com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para constituição de uma comissão de representação, com a finalidade de participar de viagem oficial a Israel juntamente com apoiadores e membros da Frente Parlamentar em Defesa da União Brasil e Israel e suas Soberanias, a realizar-se no período de 8 a 17 de setembro do corrente ônus, sem ônus para este Poder.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.

Há sobre a mesa requerimento do nobre deputado Ricardo Madalena com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para constituição de uma comissão de representação, com a finalidade de participar do Encontro das Empresas de Fretamento, a realizar-se pela Federação das Empresas de Transporte de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo, nos dias 25 a 28 de setembro do corrente ano, em Foz do Iguaçu/PR, sem ônus para este Poder.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Há sobre a mesa requerimento do nobre deputado Guilherme Cortez com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para constituição de uma comissão de representação, com a finalidade de participar do Fórum Parlamentar Pré-COP 30, a realizar-se no dia 27 de agosto do corrente ano, na cidade do Rio de Janeiro, a ser custeada verba de gabinete parlamentar.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Há sobre a mesa requerimento da nobre deputada Márcia Lia com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para constituição de uma comissão de representação, com a finalidade de participar de reuniões em ministérios do governo federal, nos dias 8 e 9 de setembro do corrente ano, em Brasília, a ser custeada via verba de gabinete parlamentar.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

Há sobre a mesa requerimento do nobre deputado Luiz Fernando com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para constituição de uma comissão de representação, com a finalidade de participar da cerimônia de posse do Exmo. Sr. Dr. Carlos Brandão ao cargo de ministro do Superior Tribunal de Justiça, e de reuniões com os ministros do Trabalho e da Agricultura e Pecuária, a realizarem-se nos dias 4 e 5 de setembro do corrente ano, em Brasília, a ser custeada via verba de gabinete parlamentar.

Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras. Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

 

O SR. DONATO - PT - Pela ordem, presidente. Por acordo de lideranças, solicito o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO CORREA JR - PSD - É regimental. Havendo acordo de lideranças esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os, ainda, da sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término desta sessão.

Está levantada a sessão.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 16 horas e 34 minutos.

 

* * *