3 DE DEZEMBRO DE 2024
169ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CONTE LOPES, DANILO CAMPETTI, REIS e GILMACI SANTOS
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CONTE LOPES
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h02min.
2 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PROFESSORA BEBEL
Para comunicação, faz pronunciamento.
4 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - DANILO CAMPETTI
Assume a Presidência.
6 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - CONTE LOPES
Assume a Presidência.
9 - DANILO CAMPETTI
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - PAULO FIORILO
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - DANILO CAMPETTI
Para comunicação, faz pronunciamento.
12 - PAULO FIORILO
Para comunicação, faz pronunciamento.
13 - MAJOR MECCA
Para comunicação, faz pronunciamento.
14 - PAULO FIORILO
Para comunicação, faz pronunciamento.
15 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
16 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
17 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
18 - REIS
Assume a Presidência.
19 - GUILHERME CORTEZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
20 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
21 - DANILO CAMPETTI
Para comunicação, faz pronunciamento.
22 - DANILO CAMPETTI
Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.
23 - PRESIDENTE REIS
Anota o pedido. Parabeniza os delegados de polícia pelo Dia do Delegado de Polícia, comemorado na data de hoje. Suspende a sessão às 15h48min.
ORDEM DO DIA
24 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h30min. Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovados, separadamente, requerimentos de urgência ao PR 24/24, ao PLC 55/24, ao PLC 56/24, PL 489/24, ao PL 909/23, ao PL 426/21, ao PL 395/24, ao PR 44/23, ao PL 546/24, ao PL 343/24, ao PL 714/23, ao PL 268/24, ao PL 835/19, ao PL 726/24, ao PL 470/21, ao PL 102/24, ao PL 491/24, ao PL 624/23 e ao PL 885/21. Coloca em votação e declara aprovados, separadamente, requerimentos de constituição de comissão de representação dos deputados: Gil Diniz, com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo em missão diplomática oficial em Taiwan, entre os dias 05 e 13/12; e Eduardo Suplicy, com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa de São Paulo na 4ª Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República, nos dias 11 e 12/12, em Brasília/DF.
25 - SOLANGE FREITAS
Para comunicação, faz pronunciamento.
26 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Convoca sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 18 horas e 30 minutos.
27 - DANILO CAMPETTI
Para comunicação, faz pronunciamento.
28 - CARLOS CEZAR
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
29 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 04/12, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 18 horas e 30 minutos. Levanta a sessão às 16h40min.
*
* *
- Assume a Presidência e
abre a sessão o Sr. Conte Lopes.
*
* *
-
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Deputados inscritos no Pequeno
Expediente: deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio
Marcolino. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Delegado
Olim. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Vossa Excelência tem o prazo
regimental de cinco minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Conte Lopes, eu acabei de
acionar agora o Ministério Público Estadual contra uma decisão perversa, cruel,
nefasta e criminosa da Secretaria da Educação, em fechar uma escola estadual
aqui na capital.
Uma escola que
fica dentro do Parque Dom Pedro, na região do Brás. Ontem, toda a comunidade
escolar foi surpreendida - os alunos, pais de alunos, professores, a direção da
escola - com o anúncio da transferência dos alunos e dos professores para
outras escolas, sem nenhuma consulta, sem nenhuma conversa, Sr. Presidente.
Eu me refiro
aqui à Escola Estadual de São Paulo, praticamente a escola mais antiga do
estado de São Paulo. A primeira escola criada no estado de São Paulo está sendo
fechada por esse governo, Sr. Presidente. Esse é um ato criminoso.
O governo está
destruindo a rede estadual de ensino. Já denunciei que o governo está fechando
salas em todo o estado de São Paulo, fechando turnos, sobretudo fechando salas
no período noturno, impedindo a criação de novas salas do ensino médio regular
e também de educação de jovens e adultos.
Também já tinha
acionado o Ministério Público em relação a esse tema, o Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo, porque o governo está, na verdade, Sr. Presidente,
induzindo a exclusão escolar para os alunos trabalhadores. Ou seja, excluindo
os alunos trabalhadores da rede estadual de ensino, porque não vai ter mais
curso noturno na rede estadual. É isso que está acontecendo.
Então o aluno
trabalhador, que tem o amparo da LDB, da Constituição Federal, da Constituição
Estadual, porque está na lei que o ensino noturno é obrigatório... E ele tem
que se adaptar à realidade dos alunos trabalhadores. E não é isso que vem acontecendo
aqui no estado de São Paulo.
O governo
Tarcísio, essa gestão Tarcísio/Feder está destruindo a educação de São Paulo e
impedindo o acesso de alunos trabalhadores ao ensino noturno regular do ensino
médio e EJA. E agora está fechando escolas, Sr. Presidente. A primeira escola
que está sendo fechada é a escola mais antiga.
A primeira
escola do estado de São Paulo está sendo fechada pelo governo Tarcísio de
Freitas, pelo secretário da Educação Renato Feder, dono da Multilaser, que
agora mudou de nome, é Multi. Isso é um crime contra a Educação. O Ministério
Público tem que atuar. Não se pode fechar uma escola estadual.
Então nós
acionamos o Ministério Público, Sr. Presidente, porque é sério. O governo está
destruindo - repito - a rede estadual, e em todos os níveis: no nível
pedagógico, na estrutura, na redução do orçamento da Educação, privatizando
escolas, leiloando escolas na bolsa de valores do estado de São Paulo, aqui na
B3.
O governo está
militarizando escolas, demitindo professores em massa, humilhando os
professores nas perícias médicas. A rede estadual nunca foi tão atacada como
agora. E, para finalizar, o governo agora está fechando uma escola estadual
aqui no centro da cidade, a Escola Estadual de São Paulo, Sr. Presidente.
Isso é grave,
porque é uma escola PEI, é uma escola de educação integral, uma escola que no
passado já teve mais de 2.000 alunos. Hoje é uma escola de tempo integral que
tem uma comunidade escolar que não foi avisada: nem os professores, nem a
direção da escola, nem a gestão, nem os alunos, nem os pais dos alunos foram
informados de qualquer tipo de alteração, Sr. Presidente.
Isso é grave, é
um desrespeito, é um ataque jamais visto à nossa educação. Então por isso que
nós acionamos, hoje, o Ministério Público Estadual, para que haja uma
intervenção nessa Secretaria da Educação. Não se pode fechar escola estadual,
Sr. Presidente; não se pode fechar sala de aula. Os nossos alunos querem
estudar no período noturno; alunos trabalhadores, que querem estudar no ensino
médio regular noturno, como determina a lei, repito.
E também em
Educação de Jovens e Adultos, que é uma garantia constitucional, e da LDB. Toda
pessoa que não teve acesso, na idade própria, ao ensino fundamental, ao ensino
médio, tem o direito de retornar à escola pública, seja ela municipal ou
estadual, através dessa modalidade de ensino, que é Educação de Jovens e
Adultos.
Então todo o
nosso repúdio à Secretaria da Educação Estadual nessa decisão criminosa,
nefasta e cruel de fechar a Escola Estadual de São Paulo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Pela ordem,
nobre deputada Professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Para fazer uma
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Vossa
Excelência tem o prazo regimental de dois minutos.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Dois minutos. A
comunicação que quero fazer é face ao levantamento que a Apeoesp, Sindicato dos
Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, fez com relação ao
fechamento de classe noturno.
Essa luta, nós
começamos a fazer desde setembro, demonstrando para o secretário e também para
o governador que estava havendo um fechamento desenfreado, sem nenhum critério,
sem nenhuma explicação. A explicação é: “tem um nono ano, nós não vamos abrir o
primeiro do noturno”.
Mas tem que ler
a demanda de que, lamentavelmente, aqueles que terminam o ensino integral, que
é do ensino fundamental, podem ou não ter oportunidade de ter ensino médio em
tempo integral. Eles têm condições ou não? Não têm condições.
Para o senhor
ter uma ideia, tem uma região em Piracicaba que, na verdade, tem uma única
escola com condições de funcionar no noturno e para atender aos estudantes de
Educação de Jovens e Adultos, porque são aqueles que não puderam estudar em
idade própria. De novo, ele é cortado.
Então, por
óbvio, nós já acionamos, não o Ministério Público... Nós pegamos todas as
demandas de vaga, e nós vamos forçar o secretário da Educação a abrir. Porque,
em havendo demanda, a Constituição assim assegura: o direito à educação é de
todos e cabe ao estado garantir este direito à educação.
Por óbvio, isso
causa transtornos: professores desempregados, as famílias preocupadas, porque
não sabem se os seus filhos vão estudar muito longe de casa. Então é um
transtorno em todo o estado de São Paulo.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Agradecemos as
palavras da nobre deputada Professora Bebel. Chamando o próximo orador
inscrito, o deputado Reis. Vossa Excelência tem o prazo regimental.
O
SR. REIS - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Saudar os deputados, os Srs. Deputados, as Sras.
Deputadas, o presidente deputado Conte Lopes, o presidente deputado Danilo
Campetti, o público presente, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia
Militar, da Polícia Técnico-Científica, da Polícia Penal, todos os funcionários
da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e também saudar todos aqueles
e aquelas que estão nos acompanhando pelas redes sociais, através da Rede
Alesp, Sr. Presidente.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Danilo Campetti.
* * *
Eu quero dizer
para todos vocês que eu estou muito preocupado com a política de Segurança do
governador do estado de São Paulo. Não só eu, mas a sociedade como um todo.
Parece que o governador perdeu o controle das ações da Polícia de São Paulo. E
ele perdeu o controle quando nós ligamos a televisão, quando nós abrimos as
páginas dos jornais de grande circulação e quando abrimos as mídias no celular
ou no computador e nos deparamos com tantas reportagens mostrando esse
descontrole.
O governador
chegou falando grosso, rosnando, dizendo que ia fazer e acontecer para combater
o crime. Mas não é o que está acontecendo. Aliás, na cozinha de seu gabinete,
na cozinha de seu palácio tinha lá um integrante do PCC, um capitão de polícia
responsável lá pelas fintechs para lavar dinheiro do Primeiro Comando da
Capital, que estava lá dentro da sua cozinha.
E vamos
observando as ocorrências que estão vindo nas reportagens. “Homem é morto pelas
costas após roubar sabão”. Olha, todo... O deputado Conte Lopes sabe, ele é
muito experiente, que não se atira em ninguém pelas costas, que não se atira em
ninguém desarmado. Foi lá fazer um furto. Furtou um sabão, saiu e o policial de
folga acabou desferindo vários tiros nessa pessoa que estava desarmada.
Bom, roubou e
saiu correndo, eu tenho que correr atrás dele, ou chamar apoio, chamar reforço.
Tem o protocolo para ser seguido. Tem um protocolo. “Olha, 190, eu estou aqui,
o indivíduo acabou de praticar um furto, está correndo. Estou no seu encalço.
Solicito apoio, solicito reforço.” É um protocolo simples.
Criança de
quatro anos que morreu lá na Baixada. A criança brincava, houve o tiroteio.
Quem levou a pior? O menino Ryan, de quatro anos. E o aluno de medicina. Bateu
no retrovisor da viatura, saiu correndo, os policiais correm atrás dele, entra
no hotel, chega lá, desfere um tiro em uma pessoa desarmada. Não usaram as
técnicas de imobilização. Então está faltando treinamento. Está faltando
preleção. Está faltando orientação.
E agora,
recentemente, hoje, domingo agora, detiveram uma pessoa. E aí, pega ele e,
simplesmente, joga dentro do córrego, dentro do rio. Claro que o governador
foi: “Olha, isso não é orientação. Será duramente punido.”
O que eu estou
enxergando e pela minha experiência de rua, é que está faltando treinamento,
está faltando orientação, está faltando o Governo entender que tem que fazer
segurança, tem que ser duro com a bandidagem, mas tem que respeitar os
cidadãos.
E essa dureza é
dentro da legalidade, é dentro da lei que tem que fazer. Não se pode sair
pegando, abordando as pessoas e jogando no rio, jogando no córrego, jogando da
ponte. Isso só está demonstrando que o Governo está sem rumo, que o Governo
perdeu o rumo, perdeu a mão, perdeu o controle.
Então nós
queremos sim, Sr. Presidente, uma polícia bem paga, nós queremos uma polícia
bem treinada, nós queremos uma polícia reconhecida, nós queremos uma polícia
valorizada.
Mas uma polícia
que seja dura com os bandidos, mas que respeite o cidadão, mas que respeite as
pessoas e que trabalhem às margens da lei. Ou seja, que trabalhe seguindo os
princípios da administração pública, princípio da moralidade, da eficiência,
princípio da legalidade.
Então nós
queremos que o Governo dê essa orientação não da forma que está sendo feito. O
Governo se perdeu, o Governo perdeu o controle de como se deve fazer Segurança
Pública.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputado Reis. Seguindo a lista de oradores, convido o deputado Paulo
Fiorilo. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.)
Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Dr. Eduardo
Nóbrega. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.)
Deputado Eduardo Suplicy, V. Exa. tem a
palavra pelo tempo de cinco minutos, tempo regimental.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Danilo Campetti, deputado Conte Lopes,
deputado Reis, eu também terei que falar hoje, me sinto na responsabilidade de
falar sobre esses novos casos de violência policial. Subo a esta tribuna com
indignação e pesar para, mais uma vez, abordar o tema da violência policial.
Hoje duas novas
notícias chocaram o País, evidenciando a banalização da vida. Não podemos nos
calar diante destas barbaridades. A primeira notícia é de um homem, ainda não
identificado, jogado de uma ponte em São Paulo por um policial militar na noite
de ontem. A cena registrada em vídeo é de uma crueldade avassaladora, a vítima
estava completamente rendida quando o policial, conforme mostra a imagem,
decide arremessá-la de cima da ponte.
A segunda
notícia é sobre a execução, no último dia 03 de novembro, do jovem Gabriel
Renan da Silva Soares, de 26 anos, morto por um policial militar de folga após
tentar furtar uma caixa de sabão em pó em um supermercado. O pai da vítima,
inconsolável, disse ao “Estadão”: “Foi execução, não tem outro nome para isso.
Tinha 13 furos no corpo do meu filho”. Esses episódios têm em comum não só o
abuso policial, a violência desmedida e a banalidade da vida, mas também a
certeza da impunidade.
De acordo com
os dados do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública de Controle Externo
da Atividade Policial, do Ministério Público, 673 pessoas foram mortas por PMs
até o dia 17 de novembro deste ano, em comparação com 460 ocorrências
registradas em todo o ano passado, registrando, portanto, um aumento de 46% no
ano de 2024, em São Paulo.
O que o
governador Tarcísio de Freitas e o secretário Guilherme Derrite têm a dizer em
relação a isso? É urgente que o Governo e o secretário da Segurança Pública
atuem para a redução deste quadro de letalidade para investigação e para
responsabilização exemplar dos autores desses crimes.
É fundamental
que se fortaleça a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo, criada pela Lei
Complementar nº 826, de 20 de junho de 1997, e que se formem policiais que
atuem dentro da legalidade democrática e do respeito aos direitos da dignidade
humana.
É fundamental
que o Ministério Público de São Paulo exija, como responsável constitucional,
pelo controle externo das polícias, que o Governo do Estado ponha fim a essa
política de morte, e que o Poder Judiciário puna exemplarmente os crimes
daqueles que deveriam proteger a vida da população.
Precisamos
exigir respostas imediatas. Não há segurança pública sem respeito à vida. Não
há justiça enquanto houver impunidade. Que essa tribuna ecoe o clamor por um
país onde ninguém, principalmente os agentes do estado, esteja acima da lei.
Encerrando, trago as palavras de hoje da jornalista Mônica Bergamo, publicada
em sua rede social “X”, que resume bem o cenário de descontrole em que vivemos.
“É normal a PM
atirar um homem de uma ponte? Em São Paulo, é! É normal a PM fazer um cerco ao
velório e constranger a família de uma criança de quatro anos morta em uma de
suas operações? Em São Paulo, é! É normal a PM dar tapa na cara de mulher
indefesa? Em São Paulo, é! É normal a PM matar estudante de medicina desarmado?
Em São Paulo, é!
É normal a PM
matar um homem negro com 11 tiros pelas costas? Em São Paulo, é! É normal
lentidão em processos contra PMs acusados de homicídio? Em São Paulo, é! É
normal a PM fazer escolta privada de integrante do PCC? Em São Paulo, é! É
normal a PM fazer uma operação que resulta na morte de uma criança de quatro
anos? Em São Paulo, é!”
Esses
questionamentos não são retóricos, exigem resposta, apuração e resultados
concretos. Não podemos normalizar o inaceitável. Nenhuma vida a mais pode ser
perdida, nenhuma violência deve ficar impune. Portanto, é hora de agir.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Muito
obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Convido o deputado Conte Lopes. Vossa
Excelência tem a palavra pelo tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. CONTE LOPES - PL -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, ontem estive no Batalhão
Tobias de Aguiar. Cheguei lá como aspirante, tive duas promoções por bravura,
trabalhei, saí de lá como capitão, afastado das ruas, do combate ao crime por
Michel Temer, secretário de Segurança Pública na época, e tenho que comentar o
que está acontecendo hoje. Inclusive cumprimentar e ficar satisfeito com a
volta do sempre senador Eduardo Suplicy a este plenário. Saúde pelo retorno.
Mas sou
obrigado a refutar o deputado Reis e o próprio deputado Suplicy, não pelas
palavras dele, mas da Mônica Bergamo, se não me falha a memória. Não é normal
nada disso que foi lido aqui pelo nosso deputado e sempre senador.
Não, não é nada
normal. Eu estou na Polícia há mais de 50 anos, entrei nela em 1967. Eu nunca
vi policial nenhum jogar pessoa de cima da ponte, é a primeira vez que eu vejo.
Pois é, eu nunca vi isso aí não, entendeu?
Também não é
justo o menino Ryan, por querer passar isso para a Polícia Militar em um
entrevero entre polícia e bandido lá em Santos, o Ryan de sete anos foi
baleado.
Ontem foram
baleadas algumas crianças no Rio de Janeiro. Todo dia morre criança no Rio
de Janeiro, vítima de balas perdidas. Sabe por quê? Porque o bandido está
cada vez mais armado.
No que
aconteceu aqui em Cumbica, que também envolve policiais corruptos e alguns
dando segurança para membros do PCC, as armas usadas lá são do exército
americano, uma 556 e dois AK-47 do exército russo.
Então o que
acontece em São Paulo e no Rio de Janeiro, que um tiro desse ele atinge
dois quilômetros, três quilômetros e pode matar qualquer pessoa. Pode ser o
Ryan ou qualquer um que estiver lá no caminho e vai morrer mesmo. Os caras
estão com essas armas todas aqui.
E entra
tranquilamente pelos aeroportos, pelos portos, pelas fronteiras e as forças
armadas deviam também fazer alguma coisa nesse sentido, e a própria
federal também. Então não é comum nada disso que foi lido aqui pelo nosso
senador Suplicy, deputado Suplicy, não é comum. E nós não aceitamos isso, a
Polícia Militar não aceita isso. Pelo contrário, aceita que ela trabalhe
cada vez mais para a população, defenda mais a população.
O que eu sempre
falei aqui, eu não vejo polícia de direita e de esquerda, eu acho que a
sociedade teria que ver que tipo de polícia que ela quer. Ninguém
quer erros desse aí não, tanto é que se nós formos ao presídio Romão
Gomes da Polícia Militar, está cheio de PM preso lá. É condenado, vai
ser preso e condenado.
Então, é agora
aquilo lá, o primeiro princípio do direito que a gente aprende na
faculdade de direito: a subjetividade, o crime é subjetivo, não é a
PM. A colocação está errada, não é a PM. É o policial tal que jogou o
cara, eu não joguei, os policiais estão de serviço aqui, também ninguém
jogou.
Nós não podemos
assumir essa responsabilidade como se qualquer um de nós jogasse
alguém ali de cima de uma ponte. Eu participei de vários entreveros,
vários entreveros, sete ocorrências com reféns , e todas as vezes quem
levou a pior foi o bandido, nenhum refém foi baleado.
Então, nenhum
policial quer balear inocente. Agora, tem erros? Tem. Talvez,
precise reajustamento mesmo, quando a gente vê o capitão que está lá no
palácio na escolta do governador, envolvido com um crime organizado, sei
lá, com um banco lavando dinheiro, é de assustar.
Quando o cara
vai lá na Corregedoria da Polícia Civil e denuncia um monte de policial
corrupto e é morto no aeroporto de São Paulo. Mas ninguém aceita isso
aí. Ninguém aceita, vai aceitar o que disso aí? Seria normal
isso? Agora, uma coisinha que eu vou colocar aqui nesses 37 segundos que
me faltam.
Quando a gente
pune o bom policial por enfrentar o crime, por enfrentar os bandidos, a
gente facilita a coisa para os maus policiais, para os policiais que estão
no meio da polícia e são bandidos. Como tem também no Poder
Judiciário, a gente já sabe disso. Tem no Ministério Público.
O crime está
formando advogados no direito para serem juízes, serem promotores,
entrar na polícia até. O dinheiro está aí, o dinheiro está
aí. Então, só essa colocação, na colocação do nobre deputado Suplicy, e
também do nobre deputado Reis. Não é normal acontecer isso na
polícia. Não é normal. Isso aí é aberração e essas pessoas vão ser
punidas severamente, não resta a menor dúvida.
Infelizmente, é
isso aí. Ninguém gosta de ocorrências dessa natureza. Obrigado, Sr.
Presidente. Só que o crime, volto a dizer, é subjetivo. Se eu cometo um
crime, eu cometi o crime. Não foi meu pai, meu irmão, meu avô, minha tia,
meu filho, fui eu. Então, quando um policial comete o crime, o crime é dele. Não
é dos outros policiais.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputado Conte Lopes. Seguindo a lista de oradores, convido o
deputado Rafael Saraiva. (Pausa) Deputada Carla Morando. (Pausa)
Deputada Ediane Maria. (Pausa) Passamos agora a Lista Suplementar.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Pela ordem deputado Paulo Fiorilo. Estamos na Lista Suplementar. Iniciando a
Lista Suplementar, quero convidar o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa)
Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.)
Deputado Jorge Wilson Xerife do
Consumidor. (Pausa.) Deputada Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada.
(Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.)
Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada
Solange Freitas. (Pausa.) Deputada Professora Bebel.
E eu passo a Presidência ao nobre
deputado Conte Lopes para fazer uso da palavra. Muito obrigado, deputado.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Conte
Lopes.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - O próximo
orador inscrito na Lista Suplementar é o nobre deputado Danilo Campetti. Vossa
Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, nobre presidente
deputado Conte Lopes, a quem eu cumprimento. Quero cumprimentar também os Srs.
Deputados, as Sras. Deputadas, assessorias, servidores da Casa, aqueles que nos
acompanham nas galerias, os que nos acompanham pela Rede Alesp, policiais
civis, policiais militares, senhoras e senhores.
Sr. Presidente,
faço uso da palavra por uma questão extremamente preocupante e importante para
a nossa ordem democrática e constitucional - eu peço que o Machado coloque a
imagem, por favor -, que se trata, Sr. Presidente, de uma atitude não da
Polícia Federal; de uma atitude de delegados da Polícia Federal, que na última
sexta-feira - foi noticiada em todos os jornais e mídias - indiciaram dois
parlamentares, porque criticaram um delegado.
Sr. Presidente,
V. Exa., melhor do que ninguém sabe como são importantes as prerrogativas do
Parlamento, não para o deputado, mas para a representatividade que nós temos
que ter aqui diante da população que nos confiou o nosso voto. Nós
representamos indiretamente a população e, quando falamos, não falamos em causa
própria; falamos a bem de uma parcela da sociedade, falamos a bem dessa parcela
da sociedade que nos utiliza para ter voz.
E, Sr.
Presidente, esse avanço nas prerrogativas parlamentares é de extrema
preocupação, e aqui eu parabenizo o presidente da Câmara dos Deputados, o
deputado Arthur Lira, porque de imediato já se propôs a reagir a um fato
gravíssimo que fere a nossa Constituição, que fere o Art. 53 e a nossa
imunidade material.
São
invioláveis, civil e penalmente, os deputados e senadores por suas palavras,
opiniões e votos - não só isso, quaisquer palavras, opiniões e votos, Sr.
Presidente. A Polícia Federal e os deputados federais indicaram ali críticas a
um delegado que estava conduzindo um inquérito policial, e o delegado, ao invés
de acioná-los, seja por injúria, difamação, não. O delegado indiciou os dois
deputados, utilizou aquele inquérito em proveito próprio.
Nisso está
claro, Sr. Presidente, o abuso de autoridade. A democracia, senhoras e senhores
que nos acompanham pela Rede Alesp, não é um fim em si mesma. A democracia só
existe para preservar direitos e garantias individuais e coletivos e dos
parlamentares e da sociedade, senão não tem sentido.
E um ataque
desse, Sr. Presidente, fere mortalmente, aí sim, fere mortalmente o Estado de
Direito e a nossa democracia. O deputado Eduardo Suplicy falou aqui do ocorrido
hoje, V. Exa. também falou, e eu me alio à V. Exa., mas nunca iria defender a
possibilidade de o deputado Suplicy não falar, porque é não comum da mesma
ideia dele. Nós vamos debater aqui fatos e nós vamos contrapor aqui em
argumentos na nossa tribuna.
Eu estendo, por
exemplo, Sr. Presidente, e agradeço V. Exa., cumprimento até pelo... Através de
cumprimentar V. Exa., cumprimento o Batalhão Tobias de Aguiar pelos 133 anos.
Vossa
Excelência é o maior representante aqui da Segurança. É o deputado, é o nosso
decano da Segurança. Vossa Excelência sabe que a atuação policial não pode ser
generalizada, nós não podemos culpar uma instituição inteira, um governo
inteiro por atitudes de um ou outro policial que se desviou.
Eu vejo que,
por exemplo, quando V. Exa., e eu agradeço, veio aqui me defender de um
processo em que eu sofro da Polícia Federal, um processo administrativo... A
mim, no indiciamento, não foi considerado, Sr. Presidente, um acórdão que eu
tenho transitado em julgado no Tribunal Superior Eleitoral, o que contradiz
todos os argumentos que uma comissão de três delegados da Polícia Federal
sustentou após o trânsito em julgado desse acórdão no indiciamento do processo
administrativo.
Então, Sr.
Presidente, são desvios. Não da instituição, são desvios de alguns membros que
utilizam politicamente a Polícia Federal. Aí, nós temos que dar um basta nisso
senão virá um ciclo vicioso. Hoje, é um espectro político que está no poder e
que vai aparelhar a Policia Federal. Amanhã pode mudar o espectro político no
poder, e nós vamos continuar com esse aparelhamento?
Então, a
Polícia Federal, para concluir, Sr. Presidente, é uma instituição de Estado. E
nós prezamos que a Polícia Federal continue sendo uma instituição de Estado e
não às conveniências e aos propósitos de qualquer governo que esteja no poder.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Eu quem
agradeço as palavras. Continuando com a Lista Suplementar, nobre deputado líder
do PT, Paulo Fiorilo. Vossa Excelência tem cinco minutos para o uso da palavra.
O
SR. PAULO FIORILO - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, público que nos
acompanha pela tribuna, pela Rede Alesp, assessorias, militares, assessorias
das lideranças.
Eu quero
retomar o debate trazido pelo deputado Campetti. O Estado é constituído de
instituições e elas não podem e não devem ser apropriadas pelos governos de
plantão. Esse é o grande erro.
Esse é o erro
que comete, ou que cometeu, por exemplo, quando a Polícia Rodoviária Federal
foi usada para fiscalizar ônibus na hora da votação, que precisa ser explicado.
Isso é uso de governo. Está errado. Nós temos que repudiar.
Como nós temos
que repudiar, por exemplo, o que está acontecendo no estado de São Paulo hoje.
É inadmissível o que está acontecendo na Segurança Pública, deputado.
Eu tenho o
maior respeito pela instituição. Eu vou repetir, nós precisamos defender a
instituição. Instituição que tem uma importância grande para defender o
cidadão, para combater o crime organizado, para poder dar ao estado a segurança
necessária àqueles que moram nesta cidade e neste estado.
Agora, nós não
podemos permitir que a polícia continue - não a polícia -, que alguns policiais
continuem cometendo atrocidades como nós estamos vendo. O governador e o
secretário não podem se manifestar apenas quando morre uma pessoa da classe
média, deviam ter se manifestado quando morreu a criança lá na Baixada. Não o
fez.
Aliás, na
operação de Santos disse: “Vai reclamar com a Liga da Justiça”. Que governador
é esse que não tem a consciência do que está acontecendo no estado? Que
secretário é esse que não tem a consciência do que está acontecendo com as suas
forças policiais? Porque o grande problema é quando você permite que o policial
comece a cometer o que ele não pode e não deve.
O policial,
primeiro, continua sendo mal remunerado. Eu vou dizer aqui de novo, o
governador prometeu recuperar o salário dos profissionais da Segurança Pública
e não o fez. Segundo, se o Governo do Estado, se o secretário não tomarem as
providências necessárias, não com notinhas dizendo: “Nós temos que afastar os
policiais”. Claro que tem que afastar os policiais, faz parte da definição e do
regimento, mas só isso não basta. É preciso ter orientação.
Nós precisamos
discutir a formação dos policiais, a orientação que é dada para os policias e
avaliar o que está acontecendo. O senhor e os senhores acompanharam o caso que
a gente viu agora do policial que jogou um cidadão da ponte.
Eu vou pedir
para pôr, porque a gente precisa olhar o que está acontecendo com a segurança
pública. O secretário não pode simplesmente fazer uma notinha dizendo “a
instituição é fundamental e eu vou continuar defendendo-a aqui”.
Aliás, não só
defendendo como colocando emenda, como dialogando com os policiais, como
defendendo o salário deles. Agora, nós não podemos permitir que o estado
continue permitindo esse tipo de atrocidade.
* * *
-
É exibido o vídeo.
* * *
Essas são as
imagens do canal UOL. Não tem áudio, óbvio, mas a gente vê os policiais que
estão recolhendo a moto - são quatro, se eu não estiver enganado. São quatro,
exatamente.
A gente vê o
policial trazendo o cidadão que deve ter sido detido, que não tem nenhum risco,
ele está com quatro policiais e sozinho. E o que a gente vê? O policial atirar
uma pessoa da ponte. Eu confesso, deputado Suplicy, que eu não consigo
entender. Ele não empurrou, ele pegou no colo e jogou deliberadamente.
Nós tivemos o
caso do policial que não estava em serviço e que deu 11 tiros em uma pessoa que
roubou quatro produtos de limpeza, um usuário de drogas. Eu me pergunto, Sr.
Presidente, qual é a orientação da Secretaria de Segurança Pública? Como é que
ela vai se portar? Porque é um caso atrás do outro.
Nós tivemos a
operação em Santos, nós tivemos o menino da Baixada. A gente teve o menino
agora ali na Vila Mariana, a gente teve agora esse caso. Tivemos os 11 tiros
nas costas de uma pessoa que roubou quatro produtos de limpeza.
O secretário e
o governador precisam dizer o que esperam da Polícia Militar do ponto de vista
da valorização do seu salário, da valorização dos profissionais. Nós já
trouxemos esse debate aqui, e eu propus publicamente. Quantos policiais estão
sofrendo de depressão? Nós tivemos casos de policial que se suicidou, então ou
a gente olha para a segurança pública com o olhar de quem está preocupado, ou a
gente olha para a segurança pública com o olhar de quem está olhando pesquisa,
o que nós não podemos permitir.
Nós sugerimos,
deputado Campetti, e o senhor acompanhou, que o secretário e o MP viessem ao Colégio
de Líderes para a gente discutir a situação da segurança pública no que diz
respeito ao crime organizado, porque a cada dia a gente tem uma notícia.
Aliás, o
policial que foi detido era da cozinha do governador, e o governador “Não, não,
não tenho nada a ver com isso”. Beleza, não tem mesmo, agora, tem que se
apurar, tem que se apurar, porque o cara estava em uma posição privilegiada.
Quantas ações
foram feitas em que vazaram informações? Então nós merecemos, como deputados
estaduais, todos os esclarecimentos e todos os detalhes, até para poder ajudar.
E eu termino,
para poder igualar o tempo que o senhor utilizou, dizendo o seguinte: o
secretário tem que vir aqui e prestar informações. Não pode vir a esta Casa
para tripudiar em deputados e deputadas, como fez na comissão. Eu disse aqui do
microfone de aparte.
Minha
solidariedade à deputada Paula, do PSOL, porque o que ele fez é inadmissível.
Ou o secretário vem aqui para dizer o que está fazendo, ou não vem aqui para
tripudiar ninguém, porque isso nós não vamos permitir.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Para uma comunicação, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Com a palavra o
deputado Danilo Campetti, para comunicação.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Deputado Paulo, ninguém aqui
concorda com o que foi feito pelo policial do vídeo. Não tem a menor
possibilidade de ter qualquer concordância pelo absurdo que foi feito.
Agora, estender
ao governo, estender a mais de 80 mil policiais militares uma conduta dessa, a
ponto de comprometer toda uma instituição? Aí é demais. Aí não dá, deputado.
Nós temos
policiais ali que têm familiares e que atuam dia e noite defendendo a nossa
sociedade. Defendem pessoas que nem conhecem. Como o senhor disse, nós vamos
lutar aqui, sim, pela restituição de salário, que já teve uma melhora. O maior
aumento da história foi no começo, em 2023.
Temos a questão
que o senhor falou também do pequeno Ryan, que foi a questão da deputada Paula
com o secretário Derrite. Até agora ninguém sabe de onde saiu o disparo,
deputado, e por que nós vamos colocar esse peso na PM?
A PM estava
combatendo o crime. O errado nos Estados Unidos, deputado, para o senhor ter
uma ideia, em uma situação dessa o criminoso leva o ônus, mesmo sendo ele ou
sendo o policial que efetuou o disparo. Por quê? Porque foi ele que está
cometendo o crime. A polícia não entrou lá para matar ninguém, nesse caso.
Então, foi essa a defesa do secretário Derrite diante da comissão, deputado.
Foi essa. Eu estava lá.
Então, o que
acontece? O secretário Derrite veio prestar contas sobre a segurança do estado
de São Paulo, que sim, deputado, vai muito bem, vai muito bem. Os indicadores
criminais todos baixaram, os homicídios baixaram. O menor indicador da história
nós temos de homicídios.
Então, fica
aqui, realmente, a nossa defesa da instituição policial Militar e da
instituição policial Civil.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Para uma comunicação,
Sr. Presidente?
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Vossa
Excelência tem dois minutos.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Igualzinho. Deputado, o senhor não ouviu o que eu disse, eu vou
repetir. Aqui eu vou defender a instituição, os 80 mil policiais. Agora, o que
eu não vou permitir é que o governador e o secretário não atuem para que essa
corporação tenha clareza do que deve ser feito.
Por que nós
estamos tendo tantos casos de morte dessa forma? O senhor sabe explicar? Por
que o Governo tem sido tolerante em alguns casos e não em outros? Porque o cara
é da classe média ou porque ele é da Baixada?
O governador
precisa ter postura e ter força, assim como o secretário. Não pode simplesmente
fazer uma nota. É disso que eu estou falando. Nós temos que defender a
corporação, porque é uma instituição do Estado.
Agora, nós não
podemos permitir, temos que jogar, sim, a responsabilidade ao governador, que é
governador de plantão, de plantão. Veja quantos policiais foram assassinados.
Veja qual é a situação dos policiais que vivem a insegurança permanente. Agora,
o senhor quer passar a mão? Passe a mão, não na instituição. Nós não podemos
permitir isso.
E vou dizer
mais, Sr. Presidente. Eu acompanhei a audiência do Derrite, do secretário. Se
portou como deputado, não como secretário, jamais poderia tripudiar a deputada,
dizendo que ela estava fazendo cortes. Que absurdo.
Então, vou aqui
de novo dizer o que eu vou falar para o senhor e para todos da corporação. Eu
sou um defensor da corporação. Tenho feito emendas, fiz ao bombeiro, fiz à
polícia e vou continuar fazendo, porque eu acredito na instituição. Agora, nós
não podemos permitir que o Governo perca a mão.
Se perder a
mão, nós vamos ter problema. E eu acho que está perdendo, porque a cada semana,
a cada dia a gente tem uma situação que não pode ser permitida, assim como o
senhor disse, “não posso concordar com o que o policial fez”. Aliás, acho que
ninguém concorda. Nem o Mecca, nem o senhor, nem o Conte.
E nós vamos
defender a instituição. Nós vamos brigar para ter aumento, porque teve um só. O
governador prometeu pagar o melhor salário do País. Não conseguiu ainda. E eu
acho que não vai. Tem mais dois anos. Agora, nós precisamos ter clareza.
Se a gente não
tiver aquela (Inaudível.), Sr. Presidente, a gente perde a mão, que eu acho que
é o que está acontecendo.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Esta
Presidência continua no Pequeno Expediente.
Vossa Excelência, deputado Carlos
Giannazi, está inscrito. Vossa Excelência tem o prazo fundamental.
O
SR. MAJOR MECCA - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente, para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Está assumindo
a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Tudo bem. Com a
palavra o deputado Major Mecca.
O
SR. MAJOR MECCA - PL - PARA
COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, deputado Giannazi.
Eu ouvi
atentamente as palavras do deputado Paulo Fiorilo, e quero dizer ao senhor,
deputado Paulo Fiorilo, que quando o senhor fala que respeita a polícia, com
esse tipo de discurso o senhor não respeita a polícia. A Polícia Militar do
Estado de São Paulo é a polícia que tem o processo de correção mais rígido
desse País. O Presídio Romão Gomes está lá cheio de ex-policiais presos.
Quando um
capitão foi preso agora em uma operação, é importante que vocês saibam que, na
polícia, pode ser quem for, pode ser ajudante de ordem do governador, pode ser
quem quiser. Se fizer coisa errada, vai pagar, vai responder, e se for
condenado, vai ser expulso da instituição. E muitos, mesmo sem serem
condenados, são expulsos da instituição.
Agora, não é
correto os senhores quererem julgar um policial, uma ação durante uma
ocorrência, sendo que o policial, como todo brasileiro, tem o direito à ampla
defesa, ao contraditório. Quando vocês acusam o policial, mesmo desrespeitando
todos os direitos constitucionais dele, isso não é demonstração de respeito à
Polícia.
Eu sei que o
senhor ajuda muitos quartéis com emenda parlamentar, nós já conversamos sobre
isso aqui. Mas o tipo de discurso do senhor, bem como o tipo de discurso da
esquerda, nos ofende, e o discurso do senhor aponta o dedo para toda a
instituição.
Não é só para
aquele policial, porque nós sabemos que a intenção é essa: atacar a polícia,
atacar o secretário de Segurança Pública, que está fazendo o melhor serviço que
já foi feito nesse Estado, de combate ao crime organizado.
O senhor é uma
pessoa inteligente. O senhor sabe que ele não vai conseguir resolver um
problema dessa proporção durante um mandato, ou dois mandatos, ou três
mandatos. Mas o trabalho já foi iniciado.
Então, quando o
senhor se coloca dessa maneira, o senhor está sendo injusto com os policiais do
estado de São Paulo e com os policiais militares.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PAULO FIORILLO - PT
- PARA COMUNICAÇÃO - Pela ordem, presidente. Fui citado nominalmente. Quero
pedir dois minutos, se o orador permitir, só para fazer a resposta. Deputado
Mecca, o senhor não estava aqui quando eu fiz uso da palavra, e eu vou repetir
o que eu disse. O senhor não estava aqui, eu vou dizer o que eu disse, o
deputado Campetti e o deputado Conte ouviram.
Eu vou defender
a instituição. Instituição de estado deve ser defendida. Nós não podemos jogar
fora. Então esse discurso que o senhor faz, eu não concordo com ele, porque eu
não estou cobrando a instituição, os 80 mil policiais, não estou. Aliás, com os
80 mil policiais, a gente deve brigar para melhorar o salário, para discutir
assistência psicológica, para saber por que tem morrido mais policiais.
Agora, o senhor
não pode vir aqui e achar que vai passar pano no secretário e no governador...
(Voz fora do microfone.) Sr. Presidente, eu ouvi o deputado na minha; agora ele
não vai deixar eu falar? O senhor quer que eu troque? O senhor não vai permitir
que o secretário e o governador não sejam responsabilizados pelo que está
acontecendo na segurança.
A cada dia a
gente tem uma situação. Deputado, o senhor acha correto o que o policial fez:
pegar a pessoa que já estava dominada, que não tinha absolutamente nenhum risco
- eram quatro policiais - e jogar em um córrego? Onde o senhor vai defender
isso aqui?
Eu estou
embasbacado, porque o senhor pode defender a instituição, como eu posso. Eu não
sou policial, eu sou professor concursado, sei da importância da educação, como
sei da segurança, como sei da saúde, e o senhor não vai colocar na minha boca,
nas minhas palavras, nenhum ataque à instituição.
Agora, eu vou
cobrar o governador e o secretário. Até porque, eu vou terminar, o que o
secretário fez na comissão, eu vou repetir aqui, não se faz com nenhum deputado
ou deputada. Já prestei minha solidariedade à deputada Paula.
O secretário
tem que vir aqui como secretário, servidor do Estado. Se quiser ser deputado,
vá a Brasília. Agora, aqui não.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Tem a
palavra o nobre deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta
Casa, quero comentar a entrevista que foi dada ontem, na TV Cultura, no Roda
Viva, pelo diretor-presidente do Masp, o Sr. Heitor Martins. Sr. Presidente,
lamentável, né?
Primeiro que
ele foi indagado sobre a não presença de escolas públicas no Masp, porque não
há. Uma jornalista perguntou a ele por que não há visitas guiadas com escolas
públicas.
No entanto, o
Masp tem um programa com cinco escolas particulares. Então já começa aí algo
elitista, porque o Masp realiza um programa com escolas particulares, mas não
realiza o mesmo programa com escolas públicas. Ele tentou justificar que está
pensando talvez um dia, quem sabe, isso aconteça.
Mas o meu foco
não é isso, o meu foco é em relação ao que ele disse quando foi indagado sobre
a feira de antiguidades do Masp, do Vão Livre do Masp, que é uma feira que
existe há quase 50 anos, uma feira tradicional, que já é um patrimônio cultural
e turístico da cidade de São Paulo, e que faz parte da própria existência do
Masp.
E,
simplesmente, o prefeito Ricardo Nunes publicou um decreto agora, dando uma
concessão de 20 anos para o Masp, mas entregando tudo, inclusive o Vão Livre.
Aquele vão livre não é do Masp, é da Prefeitura, é do povo de São Paulo. Então
nem o prefeito quer mais a feira ali, me parece, porque ele não colocou, no
decreto de concessão, uma exigência de que a Feira de Antiguidades, que é uma
feira de artes, permanecesse naquele espaço, como já está há quase 50 anos. Faz
parte da tradição do estado de São Paulo, da cidade de São Paulo. Então isso
não aconteceu no decreto.
O Masp também
lavou as mãos e disse que a feira que se vire, que busque outro espaço, porque
ela vai se recuperar em outro espaço, porque ela já está do outro lado da
avenida, no Parque Mário Covas.
Está lá
precariamente, pagando taxa ainda, sem que todos os feirantes possam ocupar os
espaços. Porque aquele espaço é muito pequeno. Mas a feira tem uma tradição, é
lá no vão livre do Masp.
Ele descartou
completamente. Eu fico imaginando... Primeiro eu quero discordar da posição do
Masp, da direção do Masp, sobretudo da dele. Primeiro dizendo, reafirmando, que
o vão livre do Masp não é do Masp. Aquele vão livre é da Prefeitura de São
Paulo, é do povo de São Paulo.
Aquele espaço é
um lugar, é um espaço de manifestações artísticas, de atos públicos, de shows.
Aquele espaço pertence à cidade de São Paulo. É um patrimônio da cidade de São
Paulo. Não é do Masp.
Segundo, que a
feira, repito, faz parte quase que da própria existência do Masp. Ela sempre
existiu naquele local. Ele disse que vai ocupar aquele espaço fazendo
exposições, e que a feira iria atrapalhar exposições mais prolongadas, porque a
feira é feita somente durante os domingos, mas ele colocou esse óbice.
Primeiro, que o Masp tem vários espaços para fazer exposições, e agora está
inaugurando um prédio ao lado, com mais espaços ainda.
Então espaço é
o que não falta para o Masp nos dias de hoje. Não tem justificativa retirar a
feira de antiguidades. Então nós queremos nos irmanar à luta, não só dos
feirantes, dos expositores, mas de toda a sociedade, de toda a cidade de São
Paulo, que defende a permanência da feira no vão livre do Masp. Nós já pedimos
uma reunião com o senhor Heitor Martins, que é o diretor presidente do Masp.
Também nós já
iremos realizar uma audiência pública aqui, no próximo dia 12, às 19 horas, em
defesa da permanência da feira de antiguidades no vão livre do Masp. Nós
apresentamos projeto de lei aqui, transformando a feira de antiguidades do vão
livre do Masp em patrimônio cultural e turístico do estado de São Paulo.
Na Câmara
Municipal, o vereador Celso Giannazi apresentou um PDL para revogar o decreto
do prefeito Ricardo Nunes, que faz a concessão de 20 anos, e não põe um artigo,
um inciso, para proteger a feira. Ele também apresentou um outro projeto de
lei, semelhante ao nosso aqui, tornando a feira de antiguidades patrimônio
cultural da cidade de São Paulo.
Além disso, nós
estamos indo ao Ministério Público, com uma representação contra essa medida.
Então nós estamos tomando todas as providências para que a feira permaneça no
mesmo lugar, porque lá é o lugar dela.
Para concluir,
sobre essa questão da violência policial, da letalidade. Eu acabei de
protocolar na Comissão de Segurança Pública, e também na Comissão de Direitos
Humanos, um requerimento convocando o secretário Derrite, para que ele venha
depor e explicar o aumento da letalidade.
Só em 2024, nós
tivemos um aumento de mais de 70% da letalidade policial no estado de São
Paulo. E o que aconteceu ontem foi deplorável. Aquilo tem que ser investigado.
O fato é que o governador Tarcísio de Freitas, que tenta instrumentalizar a
Polícia Militar sobretudo, ele abriu as portas do inferno para a violência
policial, que já existia. E agora aumentou. O policial joga uma pessoa, um
homem negro, motociclista, de uma ponte, sem mais nem menos.
No mesmo dia,
um outro policial mata, com 11 tiros, um homem negro, dentro de um mercado,
aqui na Cupecê. No outro dia, a polícia mata um menino de quatro anos, e depois
vai aterrorizar no velório do menino, vai intimidar as pessoas. Isso é muito
grave.
Então o Derrite
tem que voltar à Assembleia Legislativa e tem que explicar essa política de
insegurança pública, que só está aumentando ainda mais a letalidade policial no
nosso Estado.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Encerrado o
Pequeno Expediente, passamos ao Grande Expediente.
*
* *
- Passa-se ao
* * *
O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Primeira oradora inscrita, nobre deputada
Delegada Graciela. (Pausa.) Nobre deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Nobre
deputado Reis, por permuta com a deputada Beth Sahão. Vossa Excelência tem o
prazo regimental de dez minutos.
O
SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Deputado Conte Lopes, volto à tribuna. Ouvir o seu discurso.
Vossa Excelência disse que tinha que refutar aquilo que eu disse, que o
deputado Suplicy também falou aqui na tribuna.
Para dizer, presidente, deputado
Conte Lopes, que eu entendo também o lado dos policiais. Eu entendo que eles
estão sendo sacrificados por conta do salário. O salário bruto em torno de seis
mil reais líquido dá quatro mil e poucos reais.
Aí ele tem que se desdobrar em
bicos. Então ele sai da jornada de 12 horas e vai para o bico, não tem lazer,
não tem família. No outro dia, a folga dele, ele tem que ir para o bico.
Obviamente que uma pessoa que
tem que trabalhar todos os dias sem folga, ele está com os nervos à flor da
pele, e ele desconta no primeiro que ele encontra. Isso aí é uma transferência
de violência.
Ele recebe uma violência dentro
da instituição, promovida pelo governador de plantão, e a gente tem que falar.
A política é do governador. Não é do policial, não é do soldado, não é do cabo,
não é do sargento. A política de Segurança é do governador do Estado.
Então o grande culpado, quem
empurrou, quem jogou aquela pessoa dentro do córrego foi o Sr. Tarcísio de
Freitas. Ele que jogou. Quem deu o tiro lá naquele estudante foi o Sr.
Governador.
Porque se ele tivesse feito a
lição de casa, valorizado os policiais, pago salários dignos para que eles não
tenham que trabalhar todos os dias do mês, para que eles possam ter lazer, para
que eles possam folgar, para que eles possam ter tempo com a sua família.
Se ele tivesse feito isso, pago
um salário digno, falasse: “olha, policial, você aqui vai ter toda assistência
psicológica. Você só vai trabalhar no dia do seu plantão. Nós estamos pagando
bem para exigir uma contrapartida eficiente em prol da sociedade”, não
aconteceria isso. Não teríamos esse resultado.
Então, falta treinamento, falta
valorização, falta acompanhamento psicológico, falta estado, falta governo.
Então nós temos que dizer, sim. O grande responsável pela política de Segurança
é o governador do estado de São Paulo. Ele é o chefe das polícias, ele é o
comandante supremo das polícias.
É ele que escolhe os seus
dirigentes, o seu delegado-geral, o seu comandante-geral, o seu diretor-geral.
Então tem que vir aqui sim, à tribuna, presidente Conte Lopes, mostrar o que
está acontecendo, mostrar esse descontrole, e mostrar que o grande responsável
é o governador de plantão. Porque ele não é eterno, daqui uns dias ele vai
embora.
Mas eu quero também aqui dizer
para Vossa Excelência. Porque toda hora vem um deputado da base aqui do
governador falar que foi o maior aumento que foi dado para os policiais. Uma
mentira que vai sendo contada a vida inteira vira verdade, deputado Marcolino.
Vai contando aquela ladainha, aí daqui a pouco todo mundo está acreditando. E
não é verdadeiro isso.
Aliás, o governador Tarcísio de
Freitas está perdendo para o João Agripino Doria. O próprio secretário da
Segurança Pública, na Comissão de Segurança, ele falou que o aumento foi de
20,02% na sua totalidade. Só que como foi um aumento escalonado, nós temos, por
exemplo, os veteranos, que estão reclamando até hoje.
Inclusive, deputado Conte Lopes,
eu aditei a Frente Parlamentar em Defesa da Polícia Penal, para atender, para
dar voz para os veteranos da Polícia
Militar, eu aditei para que também... Para que seja frente parlamentar em
defesa da Polícia Penal e dos veteranos da Polícia Militar.
Nós vamos dar
espaço para eles virem aqui falar, em audiências públicas, para eles exporem
o que o governador fez com eles. Aumento de 13% para o sargento, para o
terceiro-sargento, e de 14% para o segundo-tenente. E que não vai conseguir
recuperar isso, porque é onde está a maioria dos aposentados,
deputado Marcolino.
Agora, o maior
aumento... eu já apresentei essa tabelinha aqui, eu já apresentei, mas eu
vou falar de novo, porque volta e meia vem aqui um deputado... não, que já deu
um grande aumento, e não é verdadeiro. Foi dado um aumento de 20,02%,
escalonado. Teve alguns que ganharam mais e outros que ganharam menos.
Então, nós
temos lá o sargento, o terceiro-sargento, com 13%, e temos um capitão
com 32%, o coronel com 28 por cento. Na Polícia Civil também os
aumentos foram escalonados. O aumento que eu tive foi 20%; o 3ª classe, 24%; o
classe especial, 15%; o 1ª classe, 16 por cento. Então os aumentos foram
nesse tom.
Agora, em 1995,
o governador deu 95% de aumento para os policiais, e foi aprovada a Lei
Complementar nº 795. Então, se a pessoa não quiser acreditar, vai lá
e levanta o número da lei, leia o texto de lei. PLC 795, de 18 de julho de
1995, concedeu 95% para os policiais.
Em 1996, a Lei
Complementar nº 823, de 96, estabeleceu 175% de reajuste para os
policiais. Em 97, teve aumento zero; 98, aumento zero; 99, aumento zero;
2000, aumento zero. Em 2001, 6% de aumento, Lei Complementar nº 901. Em
2002, 7% de aumento. Em 2004, 8% de aumento.
Em 2005, 10% de
aumento. Em 2006, zero por cento. Em 2007, 3% de aumento. Em 2008, 8%
de aumento. Em 2009, 7% de aumento. Em 2010, zero por cento de
aumento. Em 2011, 15% de aumento. Em 2012, 11% de aumento. Em 2013,
26% de aumento, já bem mais do que os 20,02 do atual governador.
Em 2014, e aí
teve aumento, ó, teve aumento em 2012, 2013, 2014, não como está sendo
agora, aumento em 2023 e depois só Deus sabe quando, porque não teve
aumento esse ano e não tem previsão na Lei Orçamentária para aumento para
o ano que vem. Mas em 2012, você soma 11%; em 2013, 26%; em 2014,
16%, já é bem mais do que o governo aí, do que as pessoas vêm aqui e falam
que é o maior aumento.
Em 2015, zero
por cento. Em 2016, zero por cento. Em 2017, zero por cento. Em 2018,
quatro por cento. Em 2019, cinco por cento. Em 2020, zero por
cento. Em 2021, zero por cento. Em 2022, 20 por cento. Em 2023, aí
esse 2022 é o aumento do Dória.
O Dória deu 5%
no primeiro ano dele, primeiro ano de gestão dele, ele deu 5% - aliás, ele
fez aquele estardalhaço, “não, porque a polícia de São Paulo vai ser o
maior salário do Brasil perdendo só para a Polícia Federal”.
Vai ser o maior,
isso ele falava. A polícia de São Paulo vai ter o maior salário do
Brasil. Aí a hora que ele foi anunciar, 5%, não é, deu aquele rebuliço na
polícia, não é. Mas, no último ano do governo dele, 20 por cento.
Então, se eu
somar 20% com 5%, está dando 25 por cento. E o governo aqui, o governo atual,
no seu montante, declarado pelo secretário, está dando 20,02 por cento. Então,
não é o maior aumento; não é o maior aumento. Não adianta vir aqui falar: “Não,
porque deu o maior aumento”.
Srs. Deputados,
defensores, sustentadores da base do Sr. Governador Tarcísio de Freitas, o
aumento que foi dado até hoje não é o maior aumento da história; não é o maior
aumento da história.
Pesquisem,
assim como eu fiz. Pesquisei todas as leis complementares que deram os reajustes,
para constatar que governos anteriores valorizaram muito mais os seus policiais
do que o atual governo. Parem de fazer enganação aqui na tribuna. Parem com
isso. Se atentem para a verdade real.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Agradeço as
palavras do deputado. Em seguida, está inscrito o nobre deputado Luiz Claudio
Marcolino, em permuta com o deputado Donato. Vossa Excelência tem o prazo
regimental de dez minutos.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, quero só, rapidamente,
dar continuidade ao que falou o nobre deputado Reis, que está ao lado de Vossa
Excelência.
Ele fez aqui um
levantamento, um diagnóstico em relação aos servidores da Segurança Pública,
mas não é diferente em relação também aos servidores da Saúde, da Educação e os
demais servidores do Estado de São Paulo.
Então, na hora
que a gente analisa a Peça Orçamentária para 2025, a gente percebe que não tem
nenhuma previsão de adequação salarial, de reajuste de salário para os
servidores públicos do estado de São Paulo.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Reis.
* * *
Isso não é
diferente em relação também aos benefícios, porque tinha, pelo menos, um
debate, um compromisso, no ano passado que, em setembro de 2023, seria
apresentado um projeto de lei para fazer a adequação do vale-refeição dos
servidores públicos do estado de São Paulo.
Então, concluiu
o ano 2023, estamos concluindo o ano de 2024 e, até agora, a gente não viu esse
projeto de lei que era para fazer a adequação em relação ao vale-refeição dos
servidores públicos do estado de São Paulo. E esse problema que a gente percebe
não só na Segurança Pública, mas também estamos vendo na Saúde do estado de São
Paulo, é a questão da extrapolação da jornada.
A gente vê os
baixos salários, tanto na Segurança Pública como os baixos salários com os
servidores da Saúde. A gente vê enfermeiros trabalhando, às vezes, em dois hospitais,
para ter o mínimo de remuneração. E a preocupação sempre é... Nós temos ali na
ponta o nosso papel, o nosso trabalho, enquanto servidor público é fazer um bom
atendimento à população do nosso Estado.
E quando há uma
sobrecarga de trabalho, quando há uma falta de funcionário, tanto na estrutura
da Saúde como na Segurança Pública, isso acaba impactando também no convívio e
no funcionamento da sociedade.
O nosso papel,
como parlamentares, é justamente cobrar que haja uma adequação. Nós temos hoje
menos servidores do que é necessário, tanto para a Educação, como para a Saúde,
como para a Segurança Pública.
Então, o nosso
papel é estar cobrando ao governador que, de fato, faça concurso público, que
amplie a contratação, que, com isso, você vai diminuir o ritmo intenso de
trabalho que tem hoje em cima dos servidores e garante o melhor atendimento
para a população do nosso Estado.
Então, é
simples assim. Aí a pessoa fala: “Mas não tem recurso no Orçamento”. A gente
olha o Orçamento do Governo do Estado de São Paulo e eu acompanho bastante o
Orçamento do Estado, o Orçamento sobe no ano que vem para 370 bilhões de reais.
Se o Governo
faz uma adequação das desonerações tributárias, que hoje vai chegar na casa de
mais de 70 bilhões para o ano 2025, se tirar um terço, como foi previsto ou,
pelo menos, alardeado pelo governo no primeiro semestre desse ano, se a gente
tirar 20 bilhões das desonerações tributárias, só o reajuste do servidor da
Segurança Pública, no ano passado, gira em torno de cinco bilhões.
Nós estamos
falando que, mesmo que tivesse um novo reajuste para a Segurança Pública, na
mesma proporção que teve em 2023, ainda sobrariam 15 bilhões, que hoje tem das
desonerações tributárias, para fazer investimento no funcionalismo do estado de
São Paulo.
Então, o
problema não é falta de recurso; o problema é como eu adequo o recurso que
tenho no Orçamento para valorizar o servidor público do estado de São Paulo. A
gente percebe que, em diversas áreas, o que vem acontecendo é uma substituição
do trabalhador concursado pelos trabalhadores da OS.
A gente percebe
isso nos hospitais. A maioria dos hospitais públicos estão sendo, ou
inaugurados ou que estão sendo restruturados, o que vem agora são OSs fazendo a
gestão desses hospitais.
E não é que
diminui custo, porque cada OS tem um contrato que é firmado junto ao governo do
estado de São Paulo para garantir o custeio, para garantir os medicamentos, que
são os insumos para fazer os atendimentos. Então, não é feito de graça, não é
um trabalho filantrópico. As empresas, as OSs, recebem pelo trabalho que
desenvolvem.
A gente tem
percebido cada vez mais ter menos servidores públicos na estrutura da Saúde, da
Educação. Eu comentei um pouco sobre o PJ exclusivo na semana passada. A
reforma trabalhista de novembro de 2017 trouxe para o cenário trabalhista do
nosso País a figura do PJ exclusivo, que hoje está na Saúde, está na Educação.
É importante que briguemos para que não garanta que isso aconteça também na
Segurança Pública do estado de São Paulo, que seria terrível, nobre deputado
Conte Lopes.
Imagine um
trabalhador da Segurança Pública, um servidor, trabalhando de forma temporária.
Ele pode ser contratado de forma temporária, de repente, só alguns dias da
semana. Eu posso contratar uma pessoa sem ter uma instrução necessária, é isso
que está acontecendo na Saúde.
Hoje, nós temos
médicos trabalhando uma semana, trabalhando três dias. Nós temos enfermeiros
que acabam atuando de forma temporária, como o PJ. Então, é uma
descaracterização do mercado de trabalho.
E é isso que a
gente tem visto no estado de São Paulo. Uma crescente de desestruturação também
do serviço público do estado de São Paulo. E o nosso papel, como parlamentar, é
cobrar, sim, do governo do estado de São Paulo, mais servidores públicos, mais
concurso público em todas as áreas do serviço público do estado de São Paulo.
Porque, às vezes, o pessoal não tem a dimensão da importância do servidor
público hoje no nosso estado.
A gente olha
hospitais importantes, como o Hospital das Clínicas, aqui, como o Dante,
hospitais de referência, hoje, no estado de São Paulo, e a gente roda, nobre
deputado Guilherme Cortez, pelo estado de São Paulo e a gente percebe que todo
lugar que tem um hospital público direto, todo mundo quer ser atendido nesses
hospitais.
Por que o
pessoal gosta de ser atendido no Hospital das Clínicas? Porque lá no Hospital
das Clínicas, além de você ter um trabalhador, um profissional que é de
carreira, além de fazer o atendimento ele também pesquisa, ele quer resolver o
problema não só quando o problema aparece.
Ele vai e
descobre qual é o problema que gerou o eventual problema, seja cardíaco, seja
renal, seja hepático. E tem ali uma preocupação de fazer um estudo sobre as
origens das doenças para você resolver lá atrás. Nós não queremos só fazer o
atendimento.
E quando o
serviço público vai para as OSs, a preocupação - e é digno -, diminuir as
filas, fazer as cirurgias eletivas, fazer o atendimento que a população
precisa. Mas a tecnologia do saber, a tecnologia daquelas pessoas que ficam
cinco, dez, 15, 20, 30 anos no serviço público do estado de São Paulo, essa
riqueza, esse acúmulo, essa tecnologia que vai sendo aprendida ao longo do
tempo, ela desaparece quando você tem uma organização social, ela não fica no
tempo.
Eu falo isso,
vale para os educadores, isso vale para o servidor de Segurança Pública. Isso
vale para o servidor da Saúde, vale para o pessoal da Receita, vale para o
pessoal das diversas áreas do estado de São Paulo, porque tem um acúmulo.
Mesmo aqui na
Assembleia Legislativa, a gente tem aqui os nossos servidores de carreira da
Assembleia Legislativa, e vê o acúmulo, vê o aprendizado que vai tendo ao longo
do tempo. E se a gente não tem esses servidores, esses trabalhadores
concursados que vão construir uma tecnologia de gestão e serviço para o Estado,
você perde.
Hoje a gente
percebe o governo do estado de São Paulo cada vez mais, e essa crítica é
importante que se faça, ela está vindo num tom muito maior do que governos
anteriores que passaram pelo governo do estado de São Paulo, do desmonte do
público.
O público é
para todos. E quando o público é para todos, nós tivemos investimentos
importantíssimos na CPTM e no Metrô. Nós vimos hoje, mais uma vez, o governador
apontando privatizações de mais algumas das linhas da CPTM no estado de São
Paulo. A gente vai perdendo todo aquele acúmulo que foi construído pelo
servidor público ao longo das últimas décadas.
Então, quando
nós questionamos aqui que nós não concordamos com a terceirização, ou com o
desmonte, a privatização, de forma descontrolada, em áreas do estado, é porque
nós vamos perder esse patrimônio que é para toda a sociedade.
Nós não somos
contrários a que haja em algumas áreas, em alguns momentos, a privatização, a
terceirização, a concessão. Mas não pode ser feito do jeito que é feito hoje,
pelo governador Tarcísio, que é uma lógica de desmonte do estado como um todo.
Se a gente não
for acumulando esse patrimônio e acumular a tecnologia do trabalho do servidor
público ao longo das últimas décadas, quem perde isso é toda a população do
estado de São Paulo.
O Tarcísio está
de passagem, ele é um governador por quatro anos; mas, na hora que ele desmonta
as empresas importantes do estado de São Paulo, quem perde é a população do
estado de São Paulo, que é permanente. O governador passa; o cidadão, o
eleitor, é permanente.
Então, é
importante que também o eleitor, daqui a dois anos, quando vai ter a eleição
para o Governo do Estado de São Paulo novamente, faça uma avaliação sobre o
papel do desmonte que o Governo do Estado de São Paulo tem feito, não só em
relação ao serviço público, aos servidores públicos, mas à estrutura de Estado.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de
oradores, chamo para fazer uso da palavra o deputado Guilherme Cortez, em
permuta com a deputada Márcia Lia.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa tarde, presidente, deputado Reis, deputado
Conte Lopes, meus colegas servidores desta Casa, quem acompanha a gente aqui na
Assembleia ou por meio da Rede Alesp.
Presidente, com
muita revolta, venho falar da grande notícia do dia, de mais uma abordagem
imoral, criminosa e que se afasta completamente do que deveria ser a postura da
Polícia Militar e das forças de Segurança do estado de São Paulo.
Hoje todos nós
amanhecemos com um vídeo de policiais militares, servidores públicos do estado
de São Paulo, jogando um homem de cima de uma ponte. Certamente é mais um caso
isolado, certamente é mais um problema só daqueles policiais.
Outro caso isolado
que tivemos há alguns meses foi quando um garoto de quatro anos de idade,
chamado Ryan, foi assassinado em meio a uma operação da mesma Polícia Militar
na Baixada Santista.
E, também de
maneira isolada, a Polícia Militar interrompeu um velório, embora eu não sei
qual é a competência, qual que é a atribuição da Polícia Militar para
regulamentar os velórios e as atividades funerárias no estado de São Paulo.
Também de
maneira extremamente isolada, a gente teve o caso de um homem que foi
assassinado com 11 tiros pelas costas por um policial militar dentro de um
supermercado no estado de São Paulo. E igualmente, de maneira isolada, a gente
viu um estudante de medicina ser assassinado pela Polícia Militar.
Esses são só
quatro casos extremamente isolados e que certamente não guardam nenhuma relação
entre eles. Da mesma maneira como o assassinato de um delator do PCC, que
estava sob guarda da Polícia Militar do Estado de São Paulo em pleno Aeroporto
Internacional de Guarulhos, certamente é um outro caso isolado, que não deve
despertar a atenção de ninguém.
Agora,
presidente, de tantos casos isolados atrás de casos isolados, a gente começa a
suspeitar que, na verdade, fazem parte de um mesmo problema. Quando nós
estávamos na campanha eleitoral, eu alertava, nós alertávamos de que o perigo
de importar o governador Tarcísio do Rio de Janeiro - nada contra as pessoas
que vêm construir a sua vida aqui no nosso Estado, que são sempre muito bem-vindas
-, mas que o perigo de trazer uma pessoa que vier do Rio de Janeiro para
governar São Paulo era de ele trazer junto as milícias e tudo o que tem de ruim
no estado do Rio de Janeiro.
Agora, prestes
a completar dois anos do governo Tarcísio, a gente vê o quanto avançou,
deputado Conte Lopes, o processo de milicianização no estado de São Paulo. Eu
tenho o maior respeito por todos os servidores públicos do estado de São Paulo,
inclusive os servidores das forças de segurança pública.
Inclusive da Polícia
Militar, aqueles que cumprem com o seu dever adequadamente. Porque o servidor
público é o responsável por fazer a população ter acesso aos seus direitos,
principalmente a população mais pobre não teria acesso se não fosse pela
existência do serviço público.
Aliás, nós, da
bancada da oposição, estamos todo dia aqui, lutando para fortalecer o serviço
público. Para pagar melhor os servidores. Para dar condições de trabalho
adequadas, para que os homens e mulheres possam prestar o seu serviço da melhor
maneira possível. Inclusive os policiais militares. Inclusive os agentes de
Segurança Pública.
Porque essa
dita Segurança Pública dura do Tarcísio, na verdade, ela não faz bem, nem para
a nossa sociedade, nem para os nossos policiais. Porque também coloca os nossos
policiais em risco. Também leva os nossos policiais ao adoecimento.
Todos os
policiais militares do Estado de São Paulo, com certeza, conhecem colegas que
se afastaram das ruas, da profissão, por conta do adoecimento, por conta da
pressão, porque conta da violência a que eles são submetidos.
Tampouco essa
lógica de Segurança protege mais a população. Pelo contrário. Ela coloca as
próprias forças do Estado, que deveriam servir para proteger a população, em
entidades que ameaçam a população.
Ou, a partir do
momento em que uma pessoa vê um policial militar jogando uma pessoa de cima de
um viaduto, essa pessoa vai ficar mais segura? Ou uma criança, que vê uma outra
criança, de quatro anos de idade, ser assassinada, e não ter direito nem ao seu
velório, ela vai crescer confiando mais na Polícia Militar, e se sentindo mais
segura?
É claro que não!
E daí isso desmoraliza os servidores que, ao contrário dos que seguem essa
lógica, de fato cumprem o seu dever e o seu serviço de garantir a proteção, a
segurança, a dignidade e a integridade da população.
Presidente,
acho que a gente tem que começar a parar de tratar tudo isso como casos
isolados. E começar a tratar todos esses casos como sintomas de uma política de
Segurança Pública nefasta no nosso Estado. Que faz mal para a população civil,
e faz mal para os nossos policiais militares.
E a gente precisa,
identificando os sintomas, reconhecer quais são as causas deles. E a causa, na
minha visão, é de uma administração estadual que tem a política da violência,
do genocídio, da arbitrariedade como a sua política de segurança pública. Como
se isso fosse resolver a insegurança da população de São Paulo. Não! Isso só
gera mais medo, só gera mais violência, só gera mais terror.
E antes que
essa crise escale para proporções inimagináveis... Se a gente já tem criança
sendo mortas, se já tem gente sendo jogada da ponte, eu não sei aonde a gente
pode chegar.
Eu tenho medo
aonde a gente pode chegar se a gente continuar tratando como casos isolados,
como exceções, sobre situações fortuitas que não merecem uma resposta mais
contundente.
Eu acho que a
gente tem que cortar o mal pela raiz. Por isso eu estou representando, no
Ministério Público, pedindo a investigação e o afastamento preventivo do
secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, e do comandante geral da
Polícia Militar do Estado de São Paulo. Porque tantos casos, supostamente
isolados, como esse, têm que servir para chamar a nossa atenção.
E têm que
servir para que as pessoas que têm a responsabilidade, têm o dever de zelar
pelo bom funcionamento da Segurança Pública do Estado de São Paulo, eles têm
que ser, no mínimo, investigados e responsabilizados quando as coisas saem do
normal. A gente não pode continuar tolerando.
A gente não
pode continuar achando normal que, todo mês, a gente veja uma notícia de um
crime mais bárbaro, de uma abordagem policial mais irresponsável, e que a gente
vá esticando cada vez mais os limites do razoável, até que ninguém mais, no
estado de São Paulo, se sinta seguro.
A gente precisa
cortar esse mal pela raiz enquanto é tempo, em memória das pessoas que já
sofreram, que já foram despedaçadas das suas famílias com essa violência e com
essa lógica de Segurança Pública atrasada. Ela não torna o estado de São Paulo
mais seguro. Torna o estado de São Paulo mais despreparado.
Torna o estado
de São Paulo mais violento e torna a ação das nossas forças de Segurança
Pública mais arbitrárias.
E volto a
dizer, Sr. Presidente, que isso
não tem nada a ver com os servidores públicos da Segurança Pública de São
Paulo, que sabem que os únicos que os defendem de verdade nesta Casa são os
parlamentares da oposição, são os parlamentares de esquerda.
Vou dar um
exemplo. Eu recebo mensalmente os servidores da Fundação Casa e as suas
famílias. Ou melhor, as viúvas dos servidores da Fundação Casa, porque o dito
governo da Segurança Pública, o governo Tarcísio, deixa os agentes
socioeducativos da Fundação Casa abandonados à própria sorte. Por isso eles
adoecem, por isso eles tiram a própria vida ou por isso eles são abandonados em
condição de insegurança e eles perdem a vida no trabalho.
E o que o
Governo do Estado de São Paulo faz para respaldar, para apoiar esses
servidores? Nada. E quem diz isso não sou eu. Quem diz isso são eles próprios,
são as esposas que perderam seus maridos para essa violência, e que não
receberam uma carta da Fundação Casa ou do Governo do Estado de São Paulo,
muito menos receberam os EPIs necessários; muito menos receberam uma política
de saúde mental e de saúde geral enquanto ainda era tempo; muito menos foram
remunerados adequadamente pelo trabalho tão difícil, tão custoso e tão
arriscado que eles praticam e que eles cumprem para a população do estado de
São Paulo.
Esse não é nem
de longe um governo da Segurança do estado de São Paulo. Isso é o que ele tenta
passar. Ele é um governo para tornar o estado de São Paulo um estado mais
violento, um estado mais perigoso e um estado absolutamente mais desqualificado
para conseguir enfrentar os grandes problemas de Segurança Pública no Estado -
o crime organizado, por exemplo.
Recentemente,
houve um afastamento, inclusive, de pessoas próximas ao governador por ligação
com o crime organizado, que depois ele vai acusar os outros de terem essa
ligação. Todo mundo conhece as relações do prefeito de São Paulo com o crime
organizado, já foi amplamente noticiado, só que depois, no dia da eleição, ele
vai lá e culpa o Boulos por ter relação com o crime organizado.
Às vezes as
pessoas culpam os outros do que elas sabem que elas são culpadas, para tentar
expiar e disfarçar a própria culpa. Não podemos deixar, deputado Reis, que é,
assim como o deputado Conte, um agente da Segurança Pública do estado de São
Paulo, não podemos deixar esse trem descarrilhar sem a gente saber onde ele vai
parar. Agora é a hora de a gente interromper e rever essa política fracassada
de Segurança Pública, antes que a gente veja mais sangue derramado e mais vidas
perdidas de policiais e de civis.
Então, espero
que o Ministério Público dê encaminhamento à nossa representação, para poder
investigar e poder afastar do cargo esses que hoje são os dois grandes responsáveis
pelo fracasso da política de Segurança Pública do estado de São Paulo: o
secretário Guilherme Derrite e o comandante da Polícia Militar.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de
oradores, chamo para fazer uso da palavra o deputado Capitão Telhada. (Pausa.)
Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Valdomiro
Lopes. (Pausa.) Deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Deputada Dani Alonso.
(Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Atila
Jacomussi. (Pausa.)
Deputado Agente Federal Danilo Balas.
(Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.)
Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputado
Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Teixeira Ferreira. (Pausa.)
Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Gerson Pessoa. (Pausa.) Deputada
Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Conte Lopes.
O
SR. CONTE LOPES - PL -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, público que nos
acompanha pela TV Assembleia, subo a esta tribuna para rebater as colocações do
deputado Guilherme Cortez, que é advogado,
formado na Unesp. Então, um grande
advogado.
Nós nos
formamos em Direito lá nas Faculdades Integradas de Guarulhos na época de 70,
74 até 78. Não (Inaudível.) no Direito. Fomos ser policiais e viemos para a
Assembleia. Agora a coisa vira um tanto quanto política.
Eu
vejo o inquérito da Polícia Federal, indiciando Bolsonaro e mais 36 pessoas,
prendendo até alguns coronéis, generais, sei lá o que do Exército, e vejo a
Globo e outras emissoras divulgar isso 24 horas por dia. Que ouviu o “Zap”. Se
você mandar o “Zap” para alguém, você pode ser preso.
E agora eu
pergunto, deputado Reis, e os primeiros princípios do Direito? Perguntaria até ao nobre deputado, Dr.
Guilherme Cortez, Dra. Paula e outros. O que é a iniciação de um crime? Porque o que a gente aprende no caminho do
crime, iter criminis é cogitação: “Ora, eu posso cogitar matar qualquer
governador, presidente. Eu quero ver o cara morto. E daí? Não gosto dele, quero
ver ele morto.” Isso é uma cogitação.
Preparação: “Eu
posso até comprar uma arma para matar o presidente, um governador, um deputado.
E posso até ser pego na rua, na porta da casa do deputado, do governador, do
presidente”. Eu vou ser preso por porte ilegal de arma, porque eu não iniciei
executar ninguém.
Como é se eu
for assaltar um banco. Não é? Pelo menos foi o que eu aprendi na Faculdade de
Direito ou na Academia do Barro Branco. Eu penso em assaltar o banco da
Assembleia Legislativa, me reúno com mais quatro pessoas para assaltar o banco
da Assembleia Legislativa.
Arrumo as armas
e sou preso na porta da Assembleia Legislativa. Deputado Reis, eu sou preso por
quê? Por porte de arma? Formação de quadrilha ou bando? Eu não entrei no banco
e falei: “É um assalto”. Então não silenciou nada.
Então o que eu
quero dizer? Que o inquérito da Polícia Federal é uma mera peça informativa que
nós aprendemos, deputado Reis, na própria Polícia. Essa mera peça informativa
vai para o Judiciário, recebe um novo número e aí vira processo. E os
indiciados viram réus. Só que lá eles vão ter direito à defesa, vão ter direito
ao contraditório, apresentar as suas defesas, os advogados.
Então veja bem.
Então não é como colocou. A partir daí o que acontece? Se tornará o presidente
Bolsonaro realmente inelegível? É inelegível? Se ele for inelegível, dizem à
boca pequena, que as pesquisas dizem que o governador de São Paulo, Tarcísio de
Freitas, é um grande candidato, a presidente da República. É um grande
candidato à presidência da República. É governador de São Paulo, não é de
Goiás, é de São Paulo.
O estado de São
Paulo é bem maior do que Goiás, bem maior do que Minas Gerais, até
financeiramente. Minha opinião. Não vão me prender por causa disso, não é?
Porque hoje em dia se prende porque você fala alguma coisa.
Então o que
existe lá é o inquerido da Polícia Federal e por enquanto o Bolsonaro está
inelegível. Não sei se vai mudar. O Lula ficou 600 dias preso, 587 contados,
que ele troca cartas com a Janja todos os dias. Todo dia ele mandava uma carta
para Janja, e Janja mandava outra carta para ele. Quinhentos e oitenta e sete
cartas. Ele virou presidente da República. Presidente da República hoje. Então
a gente não sabe o futuro.
A política é
como nuvem, não é? Hoje ela está de um jeito e amanhã pode estar de outro.
Então é evidente que os partidos de esquerda, PSOL, PCdoB, PT, vão bater duro
no Tarcísio de Freitas. Vão bater duro.
Eu também
contrario o deputado Guilherme Cortez. Que ele fala de vários casos isolados, o
deputado Cortez. O doutor sabe que cada caso é um caso. Cada caso é um caso. O
menino que morreu lá na Baixada, vítima de uma bala perdida, usada por bandidos
que hoje têm fuzis. E no Rio de Janeiro todo dia morre gente por bala perdida.
Bahia da mesma forma.
Aqui foi um
caso que eu me lembro, ontem mesmo, no Rio, morreu criança por causa de bala
perdida morreram crianças. O policial que aborda uma pessoa... Nunca vi isso.
Entrei na polícia em 1967, há quase 60 anos. Juro por Deus, deputado Reis, dá
até vontade de rir. É a primeira vez que eu vejo o cara catar o cara e jogar o
cara pela ponte. Está tudo doido.
O cara que fez
aquilo lá que é o culpado. Não sou eu, não é a PM, não é o treinamento que está
errado. É um xarope, um débil mental que fez uma coisa daquela lá, da mesma
forma o que mata um médico, um estudante de Medicina. E por que eu falo,
deputado Reis?
Porque V. Exa.,
Campetti, que também é policial, várias vezes eu tive que ter usado a força
para segurar bandido, porque o cara dá porrada, dá chute, dá cabeçada e a gente
tem que usar a força necessária para dominar o cara.
Se toda vez que
um cara me enfrentasse eu tivesse que matar ele, eu estava ferrado. E, lógico,
você matou um cara desarmado, você vai ser condenado, não resta a menor dúvida.
Então são casos isolados, meu Deus do céu, e cada caso deve ser tratado dessa
maneira.
O cara que
estava lá no mercado e vê o cara furtar, praticando um crime, e ele, ao vivo e
a cores, saca a sua pistola, o cara sai correndo e ele dá onze tiros na costa
do cara? Quer dizer, ele pagou com um crime de furto um homicídio que ele vai
parar na cadeia, vai ficar vários e vários anos na cadeia, vai perder o
salário, vai perder a família, vai perder tudo.
Quem é que acha
que é bom fazer isso? Agora aqui é um caso isolado. Não é isso que o governador
está pregando. Ele melhorou a Segurança pública? Melhorou, colocou a Segurança
pública na mão de policiais.
Capitão Derrite
trabalhou na Polícia Militar, trabalhou um tempo na Rota, o coronel Cássio é
experiente na Polícia Militar, um grande comandante, onde da mesma forma que o
Dr. Artur é policial.
Olha aqui,
desde que eu entrei na polícia, em 1967, é a primeira vez que eu vejo a polícia
de São Paulo estar sendo comandada por policiais, porque sempre foi general,
coronel do Exército, o juiz de Direito, promotor. O governador Tarcísio teve
coragem de colocar a polícia sob o comando de policiais.
E é lógico que
os policiais devem reconhecer isso e prestar melhor serviço à sociedade, para
demonstrar que nós não temos que tirar os que estão aí, o comando de policiais,
que até V. Exa., Deputado Reis, amanhã ou depois em um governo V. Exa. pode ser
o secretário de Segurança pública.
Aliás, hoje
pode até ser cogitado a ser, porque o Tarcísio de Freitas teve coragem de
colocar o policial, porque senão nunca ninguém teria coragem para isso, pelo
amor de Deus. Então estão batendo em fatos isolados como se fossem
generalizados, se está falhando alguma coisa, tem que se consertar. Não resta a
menor dúvida, cabe ao governador consertar.
Agora que estão
batendo muito na política é porque o Tarcísio de Freitas, realmente, está
aparecendo aí nas pesquisas, fazendo uma bolha e reconhecido pelo povo, porque
o político é uma coisa, o povo vê outra.
E aqui a boca é
pequena, não é? As pessoas começam a ver que é mais fácil ganhar do Lula com o
Tarcísio do que com o Bolsonaro até. Por quê? Porque um está inelegível, tem um
globo todo contra e o outro não tem.
Será que é isso
que querem? Então eu vou dar um conselho, vamos falar com o Supremo para o
Supremo liberar o Bolsonaro para disputar a eleição, tornar ele elegível como
tornaram o Lula elegível depois de quase dois anos preso, acho que foram 587
dias. Estou falando porque ele trocava carta com a Janja. E não sou contra ele
trocar carta, ele faz o que bem entender, só estou dizendo uma coisa e outra.
O que nós temos
é um inquérito da Polícia Federal, um inquérito que vai virar processo e o
Poder Judiciário, espero que comece a fazer justiça, agir como Justiça. E com
relação aos casos da polícia de São Paulo, ela está trabalhando, está
defendendo a sociedade, está diminuindo a criminalidade e quem fala isso é o
povo.
E, na política,
a voz do povo é a voz de Deus.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Para uma
comunicação, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Vossa Excelência tem
o tempo regimental de dois minutos.
O SR. DANILO CAMPETTI
- REPUBLICANOS - PARA
COMUNICAÇÃO - Muito obrigado, Sr. Presidente, deputado Reis. Quero cumprimentar
aqui novamente o deputado Conte Lopes, parabenizá-lo pelo brilhante discurso e
dizer que nós comungamos, deputado, do posicionamento de Vossa Excelência.
Dizer que eu
também fui policial civil, fui policial estadual aqui em São Paulo como o
deputado Reis, e nós tínhamos lá atrás esse sonho de que a Secretaria de
Segurança, comandante, fosse conduzida por um policial. Hoje nós temos essa
realidade. Como V. Exa. disse, nós não podemos transferir atos isolados como se
fossem imputados a toda uma corporação.
Então quero
novamente aqui reiterar o meu posicionamento e acrescentar que, como foi citado
anteriormente por outros deputados, o membro da Polícia Militar, o capitão da
Polícia Militar que foi preso durante a operação da Polícia Federal, passou por
cinco governadores, deputado Conte Lopes. Cinco! Então transferir qualquer
responsabilidade para o secretário Derrite e para o governador Tarcísio não é
razoável.
Então
parabenizo V. Exa. e quero dizer aqui que as instituições policiais do estado
de São Paulo serão defendidas institucionalmente aqui neste Parlamento por este
deputado e pelos deputados que comungam da nossa opinião.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Sr. Presidente,
havendo acordo de lideranças, solicito a V. Exa. que suspenda os trabalhos até
as 16 horas e 30 minutos.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - É regimental o
requerimento de V. Exa., mas, antes de suspender os trabalhos, eu quero deixar
registrado que hoje, dia três de dezembro, é o Dia do Delegado de Polícia. O delegado
de Polícia... A lei que criou o cargo de delegado de Polícia é a Lei nº 261, de
três de dezembro de 1841, que foi promulgada pelo imperador Dom Pedro II.
Então Dom Pedro II criou o cargo de
delegado de Polícia, no dia três de dezembro foi promulgada essa lei. Nós
queremos aqui, em nome da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, render
homenagens a todos os delegados de polícia do País, em especial a todos os
delegados de Polícia do estado de São Paulo.
Havendo acordo de lideranças e seguindo
o requerimento do deputado Danilo Campetti, estão suspensos os nossos trabalhos
até as 16 horas e 30 minutos.
*
* *
- Suspensa às 16 horas e 30 minutos, a sessão é reaberta
às 16 horas e 30 minutos, sob a Presidência do Sr. Gilmaci Santos.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Reaberta
a sessão. Ordem do dia.
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-
Passa-se à
ORDEM DO DIA
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O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Há
sobre a mesa o requerimento de urgência ao Projeto de resolução n° 24, de 2024, de
autoria da Mesa.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado
o requerimento.
Há sobre a mesa o requerimento de
urgência do Projeto de lei Complementar n° 55, de 2024, de
autoria da Mesa.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras.
Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado.
Há sobre a mesa o requerimento de
urgência ao Projeto de lei Complementar n° 56, de 2024, de autoria da
Mesa.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras.
Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado.
Há sobre a mesa o requerimento de
urgência ao Projeto de lei n° 489, de 2024, de autoria do Tribunal de
Justiça.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado.
Há sobre a mesa o requerimento de
urgência ao Projeto de lei n° 909, de 2023, de autoria do
deputado Marcio Nakashima.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras.
Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado.
Há sobre a mesa o requerimento de
urgência ao Projeto de lei n° 426, de 2021, de autoria do
deputado Agente Federal Danilo Balas.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras.
Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado.
Há sobre a mesa o requerimento de
urgência ao Projeto de lei n° 395, de 2024, de autoria do Sr.
Deputado Alex Madureira.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras.
Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado.
Há sobre a mesa o requerimento de
urgência ao Projeto de resolução nº 44, de 2023, de autoria do
deputado Maurici.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras.
Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado.
Há sobre a mesa o requerimento de
urgência ao Projeto de lei n° 546, de 2024, de autoria dos Srs.
Deputados Carlos Cezar e Marcos Damasio.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras.
Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado.
Há sobre a mesa o requerimento de
urgência ao Projeto de lei n° 343, de 2024, de autoria da
deputada Dani Alonso.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs.
Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
Há sobre a mesa o requerimento de
urgência ao Projeto de lei n° 714, de 2023, de autoria do senhor
deputado Rodrigo Moraes.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras.
Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado.
Há sobre a mesa o requerimento de
urgência ao Projeto de lei n° 268, de 2024, de autoria do Sr.
Deputado Paulo Mansur.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. Os Srs. Deputados e as Sras.
Deputadas que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado.
Há sobre a mesa o requerimento de
urgência ao Projeto de lei n° 835, de 2019, de autoria
do deputado Thiago Auricchio.
Em discussão. Não havendo oradores
inscritos, está encerrada a discussão. Em votação. As Srs. Deputadas e os Srs.
Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado.
Há sobre a mesa requerimento de
urgência ao Projeto de lei nº 726, de 2024, de autoria dos deputados Oseias de
Madureira e Rafa Zimbaldi. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está
encerrada a discussão.
A
SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Pela ordem, deputada.
A
SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Posso fazer uma breve
comunicação?
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Permite
só eu terminar, encerrar aqui esses requerimentos? Pode ser, deputada?
A
SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Claro, claro, pode
ser sim.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado. Vamos repetir aqui. Há sobre a mesa requerimento de urgência ao
Projeto de lei nº 726, de 2024, de autoria dos deputados Oseias de Madureira e
Rafa Zimbaldi. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a
discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de
acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
Há sobre a mesa requerimento de
urgência ao Projeto de lei nº 470, de 2021, de autoria do Sr. Deputado Barros
Munhoz. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a
discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de
acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
Há sobre a mesa requerimento de
urgência ao Projeto de lei nº 102, de 2024, de autoria da deputada Ana
Perugini. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a
discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de
acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
Há sobre a mesa requerimento de
urgência ao Projeto de lei nº 491, de 2024, de autoria do deputado Emídio de
Souza. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a
discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de
acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
Há sobre a mesa requerimento de
urgência ao Projeto de lei nº 624, de 2023, de autoria do deputado Luiz Claudio
Marcolino. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está encerrada a
discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de
acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
Há sobre a mesa requerimento de
urgência ao Projeto de lei nº 885, de 2021, de autoria do deputado Jorge Wilson
Xerife do Consumidor. Em discussão. Não havendo oradores inscritos, está
encerrada a discussão. Em votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que
estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, há
sobre a mesa requerimento do nobre deputado Gil Diniz, com o número regimental
de assinaturas, nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para constituição
de uma comissão de representação com a finalidade de desempenhar missão
diplomática oficial em Taiwan, a realizar-se entre os dias 5 e 13 de dezembro
do corrente ano, sem ônus para este Poder. Em votação. As Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, há
sobre a mesa requerimento do nobre deputado Eduardo Suplicy, com o número
regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35 do Regimento Interno, para
constituição de uma comissão de representação com a finalidade de participar da
4ª Plenária do Conselho de Desenvolvimento Social Sustentável da Presidência da
República, a realizar-se nos dias 11 e 12 de dezembro do corrente ano, em
Brasília, a ser custeada via verba de gabinete parlamentar. Em votação. As
Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se
encontram. (Pausa.) Aprovado.
Pela ordem, deputada Solange Freitas.
A
SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO - PARA COMUNICAÇÃO -
Obrigada, Sr. Presidente. Queria fazer um convite a todos. Amanhã, às 10 horas,
aqui na Alesp, nós vamos ter mais uma reunião da Frente Parlamentar de Apoio à
Terceira Pista, com a presença do Governo do Estado, com a presença da Ecovias,
que vai falar sobre o projeto que já tem feito, e também com as prefeituras e
representantes do Porto de Santos.
Então, um convite para todos que possam
participar presencialmente aqui na Alesp, amanhã, às 10 horas, ou então pelas
redes sociais ou pelo canal do YouTube da Rede Alesp.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputada. Parabéns pela iniciativa. Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento interno, convoco V. Exas. para
uma sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 18 horas e 30 minutos, ou dez
minutos após o término da presente sessão, em cumprimento ao interstício mínimo
previsto no § 3º, do Art. 100, do Regimento Interno, com a finalidade de ser
apreciada a seguinte Ordem do Dia.
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* *
-
NR - A Ordem do Dia para a 65a Sessão Extraordinária foi publicada
no D.O. de 04/12/2024.
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* *
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Pela ordem, deputado Danilo Campetti.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - PARA
COMUNICAÇÃO - Para uma breve comunicação, apenas, Sr. Presidente, para
parabenizar todos os delegados de Polícia pelo seu dia, dia 3 de dezembro. Em
especial cumprimento aqui o Dr. André Santos Pereira, que é o presidente da
Associação dos Delegados de São Paulo, e a Dra. Jacqueline Valadares,
presidente do Sindicato dos Delegados do Estado de São Paulo.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Muito
obrigado, deputado.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Pela
ordem o deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Sr. Presidente,
havendo acordo de lideranças, eu requeiro o levantamento da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - É
regimental o pedido de Vossa Excelência.
Havendo acordo de lideranças, esta
Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a
sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de
hoje, lembrando-os ainda da sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 18
horas e 30 minutos.
Está levantada a sessão.
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* *
- Levanta-se a sessão às 16 horas e 40
minutos.
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