10 DE FEVEREIRO DE 2025
5ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI, REIS, SIMÃO PEDRO e MAJOR MECCA
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h02min.
2 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - REIS
Assume a Presidência.
4 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - SIMÃO PEDRO
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - PRESIDENTE REIS
Registra o aniversário, hoje, de 45 anos de fundação do PT.
7 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - SIMÃO PEDRO
Assume a Presidência. Parabeniza o deputado Eduardo Suplicy por seu trabalho.
9 - MAJOR MECCA
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - MAJOR MECCA
Para comunicação, faz pronunciamento.
12 - REIS
Para comunicação, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
13 - MAJOR MECCA
Para comunicação, faz pronunciamento.
14 - PRESIDENTE SIMÃO PEDRO
Comenta o aniversário de 45 anos de fundação do PT.
15 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
16 - MAJOR MECCA
Assume a Presidência.
17 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
18 - PRESIDENTE MAJOR MECCA
Tece comentários ao pronunciamento do deputado Conte Lopes.
19 - GIL DINIZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
20 - CARLOS GIANNAZI
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
21 - GIL DINIZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
22 - GIL DINIZ
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
23 - PRESIDENTE MAJOR MECCA
Defere o pedido. Concorda com o pronunciamento do deputado Gil Diniz. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 11/02, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão às 15h45min.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Carlos Giannazi.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos
trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e
recebe o expediente.
Lista de
oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Dr. Jorge do
Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis, que fará uso regimental da
tribuna. Deputado Reis, com a palavra.
O SR. REIS - PT -
Cumprimentar o presidente, deputado Carlos Giannazi, cumprimentar também o
deputado Simão Pedro, o deputado Suplicy, os funcionários da Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo, os integrantes da Polícia Militar, da
Polícia Civil, da Polícia Técnico-Científica, da Polícia Penal.
Cumprimentar os professores, diretores de escolas, os ATEs,
todos os profissionais da Educação, todos os profissionais da Saúde Pública e
todos aqueles que estão nos acompanhando pela Rede Alesp.
Sr. Presidente, publicou hoje no “Diário Oficial” o Decreto
nº 69.348, de sete de fevereiro de 2025. Foi publicado na edição do dia dez de
fevereiro. Esse decreto institui o Comitê de Assessoramento Estratégico para
Políticas de Segurança Pública, o Caesp.
O governador Tarcísio está muito preocupado, deputado Simão
Pedro, com esta questão da Segurança Pública, que acho que é o grande calcanhar
de Aquiles deste governo. A oposição não está aproveitando bem o momento para
mostrar para a sociedade o caos em que se encontra a Segurança Pública do
estado de São Paulo.
E por isso que ele criou esse comitê, porque acho que ele
estava meio arredio, meio assim, desconectado. Um governo que fala muito e faz
pouco. Desconectado dessas questões da Segurança Pública.
E se a gente observar o que se publicou de notícias ruins
para a Secretaria de Segurança Pública no mês de dezembro, no mês de janeiro,
todos os dias nós tivemos notícias ruins, notícias envolvendo escândalos dentro da Polícia Civil, da
Polícia Militar, escândalos dentro da Rota, que era aquele órgão intocável.
Acho que é por isso que o governador está sentindo o baque, porque dizia ele
que ia ser a melhor Segurança Pública do estado de São Paulo, a melhor polícia,
bem remunerada, bem estruturada. Nada disso, até agora, aconteceu.
E obviamente
que Segurança Pública elege, mas também destrona, porque é aquele sentimento
que o cidadão tem que ter lá na ponta, deputado Carlos Giannazi, de estar
seguro, de não ser perturbado, de ir, vir, ficar, de não ser assaltado, de não
ser furtado, de não perder os seus bens, de não ser vítima de violência.
Aí nós temos a
violência dentro da própria polícia e também nós temos a corrupção, que acabou
sendo desvendada com a morte do Gritzbach. Quem acompanhou pôde ver todos os
dias matérias mostrando policiais presos. Capitão de polícia, tenente de
polícia, cabo, sargento, presos por conta da morte do Gritzbach. E também
policiais presos por envolvimento com corrupção, por conta desse esquema do
PCC, mostrando que o governador, que o governo estava bem perdidinho.
Parece-me que
não há controle sobre a questão da Segurança Pública, e aí ele cria esse
comitê. Esse comitê é formado pelo secretário da Segurança Pública, pelo
comandante geral da Polícia Militar, o delegado geral da Polícia Civil, o
controlador geral do Estado, o procurador geral do Estado, o procurador geral
de Justiça, o defensor público geral do Estado. Esses são os integrantes desse
comitê de assessoramento para assuntos de Segurança Pública.
Na Agência do
estado, aparece lá a matéria que o governo... Da criação do comitê. Ele fala
aqui: “Entre as responsabilidades do grupo, está a recomendação de medidas,
protocolos, soluções de gestão e de informação na formulação de políticas
públicas, apoiar a implementação de ações, projetos e programas. ‘Nosso
compromisso é trabalhar com inteligência, eficiência e diálogo para garantir
mais segurança para todos os paulistas’, completou o governador Tarcísio”.
Então deixo
registrado, hoje, na condição de primeiro orador deste Pequeno Expediente, esse
comitê que foi criado pelo governador do estado de São Paulo, buscando que seja
assessorado nessa questão da Segurança Pública que está muito a desejar.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência
à lista de oradores inscritos, com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino.
(Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Bruno Zambelli. (Pausa.)
Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.)
Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.)
Chamo o deputado Reis para continuar conduzindo
esta sessão.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Reis.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Assumindo a
Presidência dos trabalhos, chamo para fazer uso da palavra o combativo deputado
Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, deputado Suplicy, deputado
Simão Pedro, telespectador da TV Assembleia, Sr. Presidente, o secretário da
Educação tem conseguido êxito em destruir a Educação do estado de São Paulo.
Se nada for
feito... Porque nós já fizemos várias denúncias no Ministério Público, no
Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, no Tribunal de Justiça, na nossa
Comissão de Educação aqui da Assembleia Legislativa, mas me parece que, até
agora, isso não foi suficiente para deter o projeto dessa gestão Tarcísio/Feder
em destruir a rede estadual de ensino, começando já pela redução do orçamento
da Educação, que foi o grande projeto dessa destruição, PEC aprovada aqui pela
base do governo.
Essa PEC do
governador Tarcísio reduziu em mais de 11 bilhões de reais o investimento em
Educação, em escola pública, do estado de São Paulo. Mas nós tivemos, ainda
dentro desse contexto de destruição, um processo, agora no início de ano, de
atribuição de aulas, extremamente injusto e autoritário, sem nenhuma
transparência. Onde o governo criou uma legislação, sobretudo editando
resoluções, impedindo praticamente que os professores possam escolher aulas.
Ele mudou todo
o processo, todos os critérios foram alterados. De tal forma que a recondução,
que a atribuição de aulas, ela vem de cima para baixo. Não há mais
transparência, não se leva mais em conta a classificação das professoras e dos
professores. Não se leva mais em conta a experiência, o tempo dos nossos
professores e professoras em sala de aula.
São critérios
subjetivos, utilizados pelas diretorias de ensino e pelas escolas. De tal forma
que milhares de docentes da rede estadual ficaram de fora, ficaram inclusive
desempregados. São pessoas que têm trajetória, que têm experiência, que têm
tempo em sala de aula.
Tanto é que
saiu matéria agora, saiu no “Globo”, saiu também em outros órgãos da grande
imprensa, falando exatamente desse desemprego em massa que ocorreu, agora no
início do ano, por conta desse processo de atribuição de aulas. Está ali: “Mudanças
promovidas pela gestão Tarcísio deixam professores sem aulas e levam à busca de
empregos fora de São Paulo”.
Ou em outras
redes, ou até mesmo em outros estados, porque o governo vem fechando salas de
aula, fechando turnos, tentando fechar escolas, como foi o caso aqui da escola
de São Paulo.
Para reduzir o
investimento, que ele considera gasto, na verdade, em Educação. Ele reduziu
também a carga horária, em mais de 30%, das matérias de formação básica, das
matérias de Humanas, como Filosofia, Sociologia, História, Geografia, Artes e
Educação Física.
Houve uma
redução drástica do número de aulas dessas disciplinas. Isso também gerou um
esvaziamento, gerou mais desemprego. Houve também alteração do aumento da
hora-aula, de 45 para 50 minutos. Isso prejudicou milhares de professoras e
professores que acumulam cargos, ou em prefeituras, ou no próprio Estado.
Então houve uma
promoção pelo governo, uma indução do governo, para que houvesse esse
desemprego e a saída de milhares de professoras e professores. Fechamento de
salas e de turnos.
Mudança na
redução da grade curricular, do número de aulas em várias matérias, sobretudo
dessa área de Humanas. Redução do orçamento da Educação. E a situação também do
professor categoria “O”, que teve o vencimento do seu contrato, de 2021, que
também foi exposto à quarentena.
Então tudo isso
gera uma grande crise na Educação. Sem contar outras denúncias que nós já
fizemos aqui pela tribuna. Acionando, repito, o Ministério Público e o Tribunal
de Contas, em relação às perícias médicas autoritárias, que estão também
impedindo que os professores possam assumir as suas aulas. São professores que
foram aprovados no último concurso público de provas e títulos.
Então essa é
uma parte do contexto de crise da Educação, uma crise que é fabricada, é
produzida, de uma forma deliberada, pelo governador Tarcísio de Freitas,
juntamente com o seu secretário da Educação, que é o empresário da Educação,
Renato Feder. Ele só pensa em privatizar escolas, em militarizar escolas, e comprar
as plataformas digitais de empresas que lucram bastante com esse tipo de venda
para o Estado.
Então essa é a
educação do estado de São Paulo. Mas, repito, tem que ter aí uma intervenção do
Ministério Público, do Tribunal de Contas e do Tribunal de Justiça. Porque nós
já fizemos inúmeras denúncias, representações.
Nós temos ação
popular, mais de uma ação popular, no Tribunal de Justiça nessa área, nós temos
várias ações, várias denúncias para que haja a mudança radical dessa... Não há
nem política educacional mais no estado de São Paulo, nós temos um projeto de
destruição da Educação.
Eu sempre
repito aquela famosa frase do Darcy Ribeiro, que a crise da Educação não é uma
crise, é um projeto, aqui em São Paulo também. A crise da Educação no estado de
São Paulo não é uma crise qualquer, é um projeto da gestão Tarcísio de
Freitas/Renato Feder, para destruir a rede estadual de ensino, Sr. Presidente,
mas nós estamos em luta e cobrando do Tribunal de Contas, Ministério Público e
Tribunal de Justiça para que as providências sejam tomadas.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo na lista dos
oradores do Pequeno Expediente, chamo para fazer uso da palavra, deputado Gil
Diniz. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino.
(Pausa.) Deputado Delegado Olim. Agora na lista suplementar. Deputado Luiz
Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Lucas
Bove. (Pausa.) Deputado Simão Pedro.
Tem, Vossa Excelência, o tempo
regimental de cinco minutos.
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, nobre deputado Reis, Srs.
Deputados e Sras. Deputadas, público que nos acompanha aqui na Assembleia,
funcionários e quem nos acompanha pelas redes sociais e pela TV Alesp. Vou
falar hoje, presidente, sobre uma grande ameaça que paira sobre o mundo, que é
esse presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Eleito no ano
passado, tomou posse recentemente e, desde a sua posse, vem ameaçando colocar
fogo no mundo, com agressões, com ameaças, com o sentimento de insegurança na
própria população dos Estados Unidos e do mundo afora.
Essa semana que
passou, ele fez um pronunciamento dos mais asquerosos, deputado Suplicy, que
foi se manifestar dizendo o seguinte, que a faixa de Gaza, que recentemente
conquistou a paralisação daquela guerra insana que tirou a vida de mais de 50
mil palestinos, da maior parte crianças, jovens, mulheres, senhoras.
Foi um apelo
que nós fizemos durante mais de um ano para que cessasse o fogo entre Hamas e
Israel, principalmente por parte de Israel, que estava promovendo uma
destruição, um massacre, um genocídio.
E agora que o
povo palestino, mostrando um apego pela sua terra, voltando a ocupar o que de
fato é verdade, os escombros que sobraram dessa guerra insana, vem o presidente
dos Estados Unidos dizendo que a população dali tem que ser retirada, expulsa
dali. Os Estados Unidos administrarem aquele território, transformando ali numa
área de veraneio da população mais rica da Europa, dos Estados Unidos ou mesmo
do mundo árabe.
Não temos como
classificar uma fala dessa, se não lembrar o que foi o nazismo ou os piores
momentos da espécie humana sobre a Terra. Então, todo o nosso repúdio a essa
fala e essa intenção do novo presidente dos Estados Unidos em relação a essa
situação. Mas não é só isso. Desde que assumiu, ele vem promovendo uma guerra
comercial entre parceiros comerciais dos Estados Unidos.
Uma hora é com
o México, ameaçando tributar os bens exportados do México para os Estados
Unidos. Outra hora é com a China, outra hora é com o Brasil, outra hora é com o
Canadá. Outra hora ele resolve dizer que vai anexar a Groenlândia aos Estados
Unidos. Outra hora ele fala que quer anexar o Canadá.
Então, é um ser
que está criando problemas no mundo inteiro, ameaçando o mundo inteiro. Mais do
que isso, Suplicy, ele vem ameaçando a saúde do Planeta, a existência da
espécie humana, quando ele nega a existência da crise climática. Tira os
Estados Unidos dos acordos internacionais, como o Acordo de Paris, que busca um
esforço difícil de diminuir a temperatura da Terra, que cada vez sobe mais.
E não é mais
algo assim do futuro, nós já estamos sentindo na pele, nós hoje, por exemplo...
Ontem, foi noticiado que este janeiro que nós tivemos foi o janeiro mais quente
dos últimos anos. Ou seja, é uma ameaça real esse modelo de produção que só é
baseado na produção a partir do petróleo, a partir de recursos escassos.
Então, esse
presidente precisa sofrer um basta. É lógico que ele faz isso orientado por um
mentor intelectual, que é um outro demente chamado Steve Bannon, que inclusive
deu essa estratégia para o Trump: “Vamos fazer ataques ao mundo inteiro em
várias frentes, com vários assuntos que aí você distrai o mundo e a gente
consegue passando aquilo que interessa, que é, no fundo, no fundo, defender os
interesses os interesses dos super-ricos desta Terra.”
Daqueles que
não têm mais... Pode a pessoa viver mil anos que não tenho como gastar todo o
dinheiro que acumulou. Aliás, isso é um tema que uma hora eu queria tratar com
V. Exa., deputado Suplicy, que defende uma renda básica universal de cidadania,
porque ontem eu li uma bela entrevista de uma pesquisadora que propõe uma
limitação aos ganhos dos super-ricos.
Porque não tem
sentido o mundo aumentando a miséria, a pobreza, a fome, o desespero... Olho,
por exemplo, uma outra frente de ataque do Trump é contra os imigrantes que
entram ilegalmente nos Estados Unidos em busca de uma oportunidade de uma vida
melhor como fizeram os europeus quando, nos séculos XVIII e XIX, migraram para
aquele território que era um território dos indígenas americanos e ocuparam
aquele território.
E continua
vindo gente de todo mundo, mas ele cria uma ameaça tratando essas pessoas como
bandidos, como pessoas que são a escória da sociedade, inclusive deportando em
massa, ameaçando, criando uma situação muito ruim.
Então, quero
aqui neste discurso dar um protesto ao Trump e um protesto àqueles que aqui no
Brasil, como, por exemplo, o ex-presidente Bolsonaro, que fica puxando o saco
desse presidente, esse facínora que defende os piores crimes do mundo.
O Bolsonaro
ontem, por exemplo, disse que se um dia voltar a ser presidente vai tirar o
Brasil dos Brics. Ora, ele tem é que fazer a sua defesa cuidar pra não ser
preso agora e deixar que o Brasil, a nossa democracia, as nossas instituições
cuidem dessas coisas, e não entrar nesse discurso que está ameaçando o mundo,
criando problemas, ameaçando a nossa espécie e gerando todo tipo de injustiça e
problemas para a nossa humanidade.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Obrigado, deputado
Simão Pedro. Eu chamo pra fazer o uso da palavra o deputado Eduardo Matarazzo
Suplicy. Enquanto ele se dirige à tribuna, eu quero, aqui da Presidência,
deputado Simão Pedro, deputado Suplicy, deputado Major Mecca, público presente,
deixar registrado que hoje o PT completa 45 anos.
Hoje, dia dez de fevereiro, são 45 anos
de história de lutas, resistências, conquistas. Firme na missão de construir
uma sociedade mais justa e igualitária, transformar o presente e preparar o
futuro. O Partido dos Trabalhadores e das trabalhadoras completa, neste dia dez
de fevereiro, 45 anos de fundação.
Então, eu quero deixar registrado aqui
o aniversário do Partido dos Trabalhadores. Deixar... Fazer uma saudação
especial a todos os integrantes desse partido que há 45 anos vem construindo e
lutando, buscando uma sociedade mais justa e igualitária.
Parabéns, Partido dos Trabalhadores; 45
anos.
Deputado Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Minha primeira palavra é de apoio a essa exaltação
que o presidente Reis, deputado Reis, coloca, porque hoje de fato o Partido dos
Trabalhadores completa 45 anos de quando houve a fundação.
E eu,
felizmente, faço parte da história do PT. Foi o partido que muito me ensinou.
Sempre me permitiu trabalhar por uma sociedade justa, humana e igualitária,
onde todas e todos tenham oportunidade de crescer e de se desenvolver.
Com esse
objetivo, inclusive, elaborei e ainda luto pela renda básica de cidadania,
sendo o PT o partido que me permitiu aprová-la como lei. A primeira que existe
dentre as nações do mundo sobre esse assunto.
A política é o
campo onde podemos promover a dignidade humana, o bem-estar social. Por
isso, mantenho a convicção de que, apesar dos momentos críticos, o Partido dos
Trabalhadores ainda é o que melhor representa os anseios e luta
democrática do povo brasileiro. Parabéns a todas e todos que constroem o nosso
PT desde 1980.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Simão Pedro.
* * *
Mas eu gostaria
hoje de completar o relato, do meu primeiro ano, do ano 2024, que eu iniciei na
semana passada. Em relação aos direitos dos migrantes e refugiados, meu
mandato foi muito acionado devido a diversas violações de direitos que
essa população sofre. Fizemos audiências públicas sobre justiça para Falilatou Sarouna, imigrante togolesa
vítima de injustiças dos temas judiciários.
Também sobre a
morte de Talla Mbaye, senegalês, que supostamente caiu do prédio em que
morava após a Polícia Militar invadir seu apartamento sem mandato. Sobre a
prisão de haitiano Sanglerge Clergy, ambulante preso no Brás, após
confronto com a PM, que havia agredido gravemente uma colega de trabalho e
que finalmente saiu semana passada da penitenciária.
Outro tema que
meu mandato está atuando, acompanhando de perto, é a situação
dos imigrantes e refugiados retidos no aeroporto de Guarulhos. Os que ali
ficam retidos sofrem diversas violações de direitos humanos, passam frio, fome,
não têm onde dormir, não têm acesso a banho e higiene pessoal, ficam
doentes e não conseguem atendimento médico, o que acarretou, inclusive,
uma morte: a morte do ganense Evans Osei Wusu, que morreu devido a uma infecção
urinária não tratada.
Temos atuado
fortemente para que essa situação seja resolvida e para que as centenas de
imigrantes retidos lá, por meses, possam ter seu direito de solicitar
refúgio garantido. Juntamente com o mandato do deputado Maurici e com o
apoio de vários mandatos aqui desta Casa, após este difícil ano,
pretendemos criar um grupo de trabalho intersetorial de direitos dos
imigrantes e refugiados na Comissão de Relações Internacionais, com o
objetivo de discutir, planejar e elaborar políticas públicas, legislações
e ações para garantir a garantia dos direitos dos imigrantes e refugiados
no estado de São Paulo. Contamos com o apoio de todos os deputados e
deputadas.
No tema de uso
problemático do álcool e outras drogas, organizei as reuniões do grupo de
trabalho interinstitucional da Cracolândia, em conjunto com o mandato da
vereadora Luna Zarattini pela Câmara Municipal. Além
disso, tenho dialogado com os senadores sobre a PEC 45, promovendo um
alinhamento sobre os impactos relacionados à aprovação dessa PEC para as
pessoas que usam drogas.
Não posso
deixar de citar a questão da cannabis medicinal. Além de minha atuação na
frente parlamentar, participei de congressos nacionais e
internacionais. Realizei diversas entrevistas sobre cannabis medicinal, em
que tive a oportunidade de compartilhar minha experiência com o uso do
óleo de planta para tratar o Parkinson, buscando desmistificar e ampliar o
debate sobre o tema.
Além disso, fui
palestrante do curso de cannabis medicinal da Associação Cultive e
ministrei uma aula pública na Unicamp sobre o tema, promovendo a difusão
de conhecimento técnico específico. Em relação à pauta ambiental,
fiquei muito contente com a grande vitória de uma luta antiga que era a
desapropriação do terreno vizinho ao Teatro Oficina, para a criação do Parque
do Rio Bexiga.
Meu mandato
também esteve muito ativo no movimento “Nova Raposo, Não!” e na interrupção da
obra e corte de árvores da Av. Sena Madureira, por meio de ação civil pública
com a vereadora Luna Zarattini.
Em 2024, segui
acompanhando e fazendo a defesa da permanência de um adequado regime de
trabalho das cooperativas de ambulâncias do Parque Ibirapuera frente à
concessionária Urbia.
Na área da
moradia, além de processo de reintegração de posse, meu mandato seguiu
participando do grupo de trabalho pela regularização de água e energia elétrica
das ocupações de movimentos de moradia. Eu mediei processos, evitando que os
serviços das ocupações de áreas centrais fossem cortados.
Entro agora no
tema importante da minha vida, a Renda Básica de Cidadania. Na primeira semana,
tive a oportunidade de fazer muitas palestras sobre a RBC em diversos
municípios, como Uberlândia, São Lourenço, Rio de Janeiro, Recife e Franca.
Em julho, fui
para Costa Rica para o 1º Encontro Latino-americano da Renda Básica. E, em
agosto, para a Inglaterra, na Universidade de Bath, onde participei do 23º
Congresso Internacional da Basic Income Earth Network, a Rede Mundial da Renda
Básica.
E quero aqui
informar a todos e convidá-los para, no mês de agosto, do dia 26 até o dia 29
próximo, se realizará o 20º Congresso Internacional da BIEN, no Brasil, nas
cidades de Maricá e Niterói. Maricá, como muitos sabem, é a cidade que está
realizando uma experiência notável, onde quase metade da população já está
recebendo a Renda Básica de Cidadania.
E tenho uma boa
notícia, porque foram abertas as inscrições para um prêmio, que vai levar o meu
nome. Um prêmio para as teses e dissertações, para a seleção dos melhores
trabalhos sobre a Renda Básica defendidos entre janeiro de 2022 e abril de
2025. A chamada de trabalho vai até 18 de fevereiro.
Retomando o
balanço de 2024, no segundo semestre, tive que me afastar de agenda externa,
porque em julho recebi o diagnóstico de linfoma. Não, Hodgkin. E estive em tratamento
com seis sessões de imunoterapia sob os cuidados do hematologista, Dr. Celso
Arraes e sua equipe.
A baixa
imunidade levou ao meu afastamento de eventos presenciais, mas isso não me
impediu de contribuir com força e dedicação às eleições. Gravei 268 vídeos para
candidatos de todo o Brasil, e uma boa parte das candidatas e candidatos se
elegeu, inclusive aqui em São Paulo. Felizmente, em novembro, após exames, foi
confirmada a remissão, o término do linfoma, e assim estou recuperando a forma
e em breve estarei 100%, acredito e torço.
Voltando ao
tema da RBC, no início de 2024, o presidente Lula e o ministro Alexandre
Padilha me receberam em audiência para que pudéssemos compor um grupo de
trabalho da Renda Básica, junto ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e
Social Sustentável da Presidência da República, mais conhecido como
“Conselhão”, para Estudantes.
Os próximos
passos em direção à implantação da Renda Básica neste grupo de trabalho,
conforme me informou um dos coordenadores, Nicolau Beltrão, vai continuar o seu
trabalho ao longo de 2025. Diversos especialistas em cada tema abordado, e
então nós apresentamos o relatório ao vice-presidente Geraldo Alckmin, uma vez
que o presidente Lula se encontrava hospitalizado, e aos ministros presentes.
Estou muito
entusiasmado com o que significa o resultado desse trabalho. Espero ver o
quanto antes uma renda básica implementada para todos os cidadãos brasileiros
para que, assim, possamos elevar o grau de liberdade e dignidade para todos.
Para 2025,
espero seguir firme na atuação do meu mandato, trabalhando, articulando,
sobretudo ouvindo as vozes da população, para garantir a defesa dos direitos
humanos, o acesso a políticas públicas de qualidade, buscar a redução da
desigualdade, enfim, ver a renda básica de cidadania implementada em nosso País
e no mundo.
E quero
ressaltar, ainda ontem estive junto com diversos parlamentares, deputados
estaduais, vereadores dos mais diversos partidos, em solidariedade aos músicos
que cantam e tocam na Avenida Paulista aos domingos. Deputado Simão Pedro, não
é compreensível que o prefeito Ricardo Nunes tenha resolvido proibir que os
músicos se apresentem na Avenida Paulista, com diversas restrições que estão
sendo ali aplicadas, inclusive retirando diversos deles da Avenida Paulista.
Então, muito
obrigado por sua atenção.
Assim concluo.
O
SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Parabéns,
deputado Eduardo Suplicy, pelo seu excelente, brilhante trabalho, enfrentando
as adversidades da saúde, lutando para recuperá-la e sem parar de atender as
pessoas que procuram o mandato, que demandam o mandato de uma generosidade
incrível. A gente deseja muita saúde e que V. Exa. possa permanecer conosco
aqui por vários mandatos. Parabéns, Suplicy.
Dando sequência aqui à ordem dos
inscritos, chamo agora o deputado Major Mecca. Tem V. Exa., deputado, o tempo
regimental de cinco minutos.
O
SR. MAJOR MECCA - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos, deputado Simão Pedro, que preside
esta sessão, todos os deputados e deputadas que estão exercendo seu trabalho
nesta Casa ou fora dela, os nossos nobres policiais militares e policiais civis
que garantem o nosso trabalho legislativo aqui nesta Casa.
E
reforço mais uma vez: se não fossem os senhores, as senhoras, por muitas vezes
o processo democrático legislativo nesta Casa teria sido impedido por ações de
vândalos em projetos importantes do governo, vândalos esses trazidos pelo PT e
pelo PSOL.
E
nessa mesma esteira, nós continuamos trabalhando. Nos nossos primeiros contatos
com o governador Tarcísio de Freitas, nós reforçamos a importância da
continuidade do reajuste salarial dos nossos policiais.
Falamos sobre a
nossa prioridade nesta Casa hoje, que é o Projeto de lei Complementar nº 135. E
quando nós falamos dessas prioridades, é porque nós vimos dos últimos 30 anos,
onde nós sofremos um largo abandono pelo Governo do Estado.
Eu citava agora
há pouco para o deputado Reis os inúmeros ofícios que eu recebia logo após me
envolver numa troca de tiro com bandidos, defendendo a minha vida e defendendo
a população.
Já no outro
dia, nós recebíamos um ofício determinando o afastamento da atividade
operacional, devendo ser empregado somente em atividades administrativas. É por
isso que hoje o crime organizado tem a ousadia que tem, matar cidadãos nas ruas
de São Paulo, praticar o tráfego internacional de drogas, de armas, de pessoas,
de órgãos.
O crime
organizado atingiu esse patamar porque houve proteção política. Os governos
anteriores, em Brasília, o PT já está na presidência, já está no seu quarto
mandato. E desde então, o crime organizado só cresceu, só caminhou a passos
largos. E as críticas contra os nossos policiais, contra as nossas ações
permanecem até hoje.
Quando os
nossos policiais desceram a serra para retomar o controle do litoral paulista,
vários deputados do PT desceram lá para o Guarujá para fazer manifestação
contra os policiais e a favor dos bandidos, porque no Brasil as forças de
direitos humanos têm um conceito: o bandido foi morto num confronto, ele virou
trabalhador, vira estudante, vira a melhor pessoa que havia naquela localidade.
Ele tinha tantos sonhos. Tinha o sonho, sim, de matar, de estuprar, de roubar,
e vou falar mais.
Nós conhecemos
a realidade das ruas e o que o povo verdadeiramente precisa. Bandido, você pode
dar o auxílio, o dinheiro que for, a renda básica, que a gente respeita todos
os parlamentares em suas iniciativas, mas se der mil reais na mão de um
bandido, ele gasta depois de meia hora comprando droga, cocaína, crack.
E a grande
parcela não quer viver honestamente, como é a postura de 95% das pessoas que
moram nas periferias. São pessoas honestas, que acordam cedo, quatro horas da
manhã estão de pé para entrar num ônibus, onde o transporte público é
indecente, não transporta esses trabalhadores da forma digna como eles deveriam
ser transportados.
Sabe por quê?
Porque por trás de tudo isso está o crime organizado dentro do transporte
público, o crime organizado está dentro da educação, está dentro da segurança
pública e, principalmente, da política.
Hoje, o maior
sofrimento do nosso povo é por conta dos políticos corruptos, dos políticos que
prestam serviço ao crime organizado. E nós estamos confiantes e manteremos o
nosso trabalho porque, nesses dois anos, nós iniciamos o governo do Tarcísio
conseguindo com que o governador retirasse de pauta, aqui nesta Casa, porque
chegou a ser protocolado, o projeto que aumentava a alíquota previdenciária dos
policiais militares.
Conversamos,
articulamos e esse projeto foi retirado. Na sequência, o governador teve uma
iniciativa de que, nos últimos 100 anos, nenhum governador no estado de São
Paulo teve, de promover a valorização dos policiais nos primeiros quatro meses
de governo.
No ano
seguinte, batalhamos e continuamos cobrando o Governo quanto à continuidade do
reajuste salarial. No ano passado não teve, mas conseguimos, com os nossos
esforços e persistência, a aprovação do nosso Projeto de lei 1.637, que hoje é
o programa “Moradia Segura”, maior programa de habitação do Brasil. Nenhuma
polícia neste País tem um programa habitacional como os nossos policiais têm
hoje no estado de São Paulo. E continuamos trabalhando, porque nós queremos ver
as primeiras cartas de crédito chegar nas mãos dos nossos policiais.
Ao longo desses
dois anos, eu fui o parlamentar que mais enviou recurso para a Segurança
Pública no estado de São Paulo, porque nós acreditamos que, quando nós cuidamos
dos nossos policiais, nós estamos zelando pela segurança do cidadão de bem, que
acorda cedo, pega ônibus, vai trabalhar, retorna; no final de semana, quando
quer descansar, não consegue por conta do pancadão instalado ao lado da casa
dele.
Pancadão, este,
controlado e de iniciativa do crime organizado para o tráfico de drogas, para
subjugar os cidadãos de bem, vender cocaína para adolescentes, vender bebida
alcoólica para crianças e manter o controle territorial, que hoje é um trabalho
muito forte.
O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Para concluir, Sr. Deputado.
Passaram-se quatro minutos além dos cinco. Falou seis minutos.
O
SR. MAJOR MECCA - PL - Presidente, o deputado Eduardo Suplicy
passou oito minutos do horário dele.
O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Não, seis, quase sete, ele falou.
Vossa Excelência já está no nono minuto.
O
SR. MAJOR MECCA - PL - Mas o senhor não interrompeu nenhum dos
outros parlamentares.
O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Tem outro parlamentar para falar.
O
SR. MAJOR MECCA - PL - O senhor não quer que eu fale aqui o
que pensam os nossos policiais.
O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Inscreva-se novamente, deputado.
Eu terei o maior prazer de conduzir a palavra a Vossa Excelência.
O
SR. MAJOR MECCA - PL - Ok. Para concluir, hoje, no estado de São Paulo, há
um governador, um secretário de Segurança Pública, comandantes das polícias que
se preocupam em sanear, em colocar corrupto dentro da cadeia, porque todos os
policiais que foram denunciados estão presos.
Eles
foram presos pela polícia, pelos policiais, porque na polícia nós não toleramos
desvios de comportamento, diferente da política, que o cara pode roubar, pode
desviar dinheiro, pode fazer o que for, que daqui a pouco estará num cargo
político, inclusive presidente da República.
É
isso que o povo brasileiro não aceita mais, e nós não deixaremos às
trincheiras, porque é nessa trincheira que o povo de bem está morrendo, na mão
de bandidos, de criminosos e de corruptos.
O
SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Dando
sequência à ordem dos inscritos, chamo o deputado Carlos Giannazi. Não se
encontra em plenário. Então, deputado Carlos Giannazi, tem V. Exa. cinco
minutos. Perdão, deputado Reis. Giannazi será o próximo.
O
SR. REIS - PT - Sr.
Presidente, eu voltei à tribuna para falar um pouco da denúncia que aconteceu,
que está publicada no “Metrópoles”, mas eu não posso deixar de falar do
discurso do Major Mecca.
A gente pode
ter as nossas emoções no discurso, os acaloramentos, mas ele não pode fugir à
razão, ele não pode ser rasteiro. Ele não pode nivelar por baixo. Então dizer
que: “ah, o PT defende bandidos”, isso não é verdadeiro. O PT defende a
legalidade, a lei.
E o caso lá da
Baixada Santista, eu estive lá. Eu não defendo bandido; eu sou investigador de polícia,
concursado, de carreira. E o nosso senador Suplicy também esteve lá. Esteve lá
porque a sociedade nos chamou. Nós representamos o povo. E a polícia não é
plena, ela não tem poder pleno; a polícia trabalha de acordo com a lei.
Quando houver
denúncia de que está fugindo à legalidade, cabe aos representantes do povo ir
verificar, sim, deputado Major Mecca, como V. Exa. já disse que muitas vezes
foi afastado porque cumpria a lei.
Então a função
nossa, no caso, eu, que sou servidor público de carreira, é fiscalizar o
governo; é fiscalizar a polícia; é fiscalizar o Derrite; é fiscalizar quem quer
que seja; inclusive este Parlamento aqui. Aqui nós não estamos para passar mão
na cabeça de ninguém. “Ah, porque é amiguinho, porque é da corporação,
coitadinho”. Não existe isso, Major Mecca.
O deputado
Suplicy não defende bandido; ele foi lá porque ele foi chamado, eu fui lá
porque eu fui chamado. Tanto é que tem policiais indiciados lá. Se realmente
fosse essa legalidade plena, não haveria policiais indiciados. Se tem policiais
indiciados, é porque houve, sim, irregularidades.
Então a polícia
não está autorizada a trabalhar à margem da lei. O poder de polícia é legalista.
Cabe a nós fiscalizar; cabe a nós verificar e; onde houver ilegalidades,
denunciar, esse é o nosso papel.
Então V. Exa.
não pode vir aqui fazer esse discurso rasteiro: “ah, porque defende bandido”.
Não defende bandido. Defende a lei, a aplicação da lei. E tem regras, tem
protocolos. A polícia tem que seguir os protocolos, tem que seguir as regras.
Ela não tem poder pleno; não existe isso.
O poder dela é
o que está na lei, é o que está na Constituição Federal, é o que está na
Constituição do Estado. O papel dela está lá no Código de Processo Penal, no
Código Penal. É isso que nós temos que fazer que seja cumprido, doa a quem
doer.
E, se V. Exa.
vem aqui e fala de “pancadões”, o seu governo está aí. Por que o seu governo
não combate os “pancadões”? Ele é que assina as ordens de serviço, as
autorizações para a polícia poder trabalhar. Ou o governo, então, está inerte a
essas questões? O governo tem que fazer o seu papel.
É verdade que
tem “pancadões” para todo lado. Ué, por que não tem um programa de combate aos
“pancadões”? Por que o governo... Tem projetos, inclusive aqui nesta Casa, para
combater a poluição sonora, para combater os “pancadões”.
E o governador
veta, tanto é que eu o chamo de “vetador-geral do estado”. Vários projetos
foram vetados recentemente. Os deputados produzem, aprovam; chega lá na cozinha
dele e, é vetado. Tem projeto para combate da poluição sonora aqui nesta Casa,
que foi vetado.
Então o
governador é o chefe da polícia. Quem é o chefe da polícia? É o governador.
Obviamente que, se está o caos, se tem “pancadão”, se as pessoas não conseguem
dormir, é porque o governador não está conseguindo fazer o seu trabalho, ele
está sendo incompetente. Essa é a realidade. A verdade que precisa ser falada
aqui: o governador Tarcísio está sendo incompetente, porque ele não se importa
com esses problemas, ele não se importa com essas demandas.
Então aqui,
deputado Major Mecca, a gente defende o que a lei fala. Se o policial acertar,
nós vamos dizer “parabéns”. Se o policial errar, nós vamos falar “está errado”.
E, se aconteceu excesso de violência na Baixada e as pessoas denunciaram,
compete aos deputados ir lá verificar, sim.
Isso não quer
dizer que está defendendo bandido, não. Isso não quer dizer, em nenhum momento,
que está se defendendo bandido. Está se apurando, deputado, a verdade real; o
que realmente está acontecendo.
Se eles estão
acertando, parabéns; mas se estão errando, é o nosso papel, daqueles que
representam o povo, chegar e dizer “olha, isso está errado”, apontar os erros e
buscar que se acerte.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. MAJOR MECCA - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Tem V. Exa. o
tempo.
O SR. MAJOR MECCA - PL
- PARA
COMUNICAÇÃO - Deputado Reis, rasteiro é o seu discurso. Discurso que ataca
policiais. Quantos policiais militares ou civis foram condenados nas ações no
litoral? Nenhum, mas os senhores se adiantam, sim, a criticar, a apontar os
nossos policiais como violentos. Porque os senhores defendem, sim.
Não queira ser
hipócrita ao ponto de falar aqui que não defende bandido, que todo mundo sabe
que o PT defende bandido. Sempre defendeu, a vida inteira. Tudo o que eu falei
para o senhor e para todos os deputados desta Casa, sobre os nossos
afastamentos das ruas, é porque o PSDB nunca foi de direita, nunca foi de
centro e sempre esteve ao lado de vocês, tanto que Geraldo Alckmin é vice do
Lula hoje, e trabalha intensamente para continuar prejudicando a Segurança Pública,
para prejudicar o povo de bem, os trabalhadores.
Os “pancadões”
estão sendo combatidos sim, em vários pontos da periferia, mas não há policiais
em número suficiente, porque nesse estado nunca se respeitou ao menos um número
de policiais que se aposentava, para que fossem recolocados outros no local,
algo que o governador Tarcísio está fazendo, o secretário, o delegado-geral
Artur Dian, comandante-geral coronel Cássio.
Nesses últimos
dois anos, foram recordes os números de policiais que foram contratados, mas
está muito distante de chegar próximo ao que a gente precisa. O salário dos
nossos policiais está muito distante de chegar a um ponto de dignidade, mas foi
iniciado sim e nós estamos trabalhando nesse sentido.
O
SR. REIS - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Pela ordem,
deputado.
O
SR. REIS - PT - Para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Dois minutos.
O
SR. REIS - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Eu tenho que rebater o deputado Mecca. Ele tem que nos respeitar,
a forma desrespeitosa como V. Exa. se dirige à bancada do PT. O PT está
completando 45 anos, na data de hoje. Quarenta e cinco anos.
O senhor tem
que respeitar a nossa história, o senhor tem que respeitar a história do povo.
Porque se nós chegamos aqui, não é pela sua vontade, se o presidente Lula está
lá em Brasília, não é pela sua vontade, é pela vontade popular, então o senhor
respeite a vontade popular, o senhor respeite a vontade do povo.
O SR. MAJOR MECCA - PL - O senhor respeite a polícia,
então.
O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Deputado Major Mecca, V. Exa. teve
todo tempo, por favor, respeite o...
O SR. REIS - PT - Eu respeito a polícia. Ninguém aqui está desrespeitando a
polícia. Nós temos que valorizar os bons policiais, elogiar os bons policiais,
mas os erros têm que ser mostrados.
Hoje mesmo,
está aí, mostrando os jornais, investigador que foi preso, relacionado com o
PCC. Como eu vou apoiar isso, Major Mecca? Eu não posso apoiar coisas erradas,
não faz parte da minha cultura, da minha educação. Eu respeito V. Exa.,
respeito o seu partido, nunca falei isso do seu partido, nunca. Então o senhor
nos respeite, respeite o nosso partido.
Aqui ninguém
defende bandido, aqui defende a lei. Então se o senhor não concorda com a lei,
o senhor vira deputado federal, vai lá no Congresso, convence os deputados
federais a fazer alteração legislativa. Por enquanto, a gente segue o que está
lá, o que está na Constituição. E a polícia tem que seguir a legalidade, é um
dos princípios da Administração Pública, o princípio da legalidade.
Então nós não
estamos aqui falando mal da polícia, nós estamos falando dos erros, nós não
compactuamos com os erros, se está dentro da lei, que se cumpra a lei e dentro
do estado de respeito. Não cabe ao senhor vir aqui nos desrespeitar.
O senhor não
pode vir aqui desrespeitar o nosso partido, o Partido dos Trabalhadores, da
forma que o senhor faz. Isso é ser muito rasteiro sim, da forma como o senhor
chega e fala que o PT defende bandidos. O PT não defende bandidos, o PT não é
juiz, o PT não é advogado.
O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Deputado...
O SR. REIS - PT - O PT, simplesmente, é chamado pela sociedade e vai dizer se
aqueles atos estão dentro da legalidade ou não, cabe sim fazer a crítica. Está aqui
a matéria do “Metrópoles” hoje, que o secretário voou 74 vezes no helicóptero
de PM em dois anos.
Bom, de repente
ele voou a trabalho, realmente, mas a matéria está dizendo: “Olha, não foi uma
coisa normal esse ocorrido.” Cabe a esta Casa perguntar: “E aí, secretário?
Para onde foram essas viagens? O que foi feito?” É o nosso papel, fiscalizar.
Esse é o nosso
papel. Então, o senhor respeite o nosso papel de fiscalizadores. O senhor
respeite o nosso papel, porque nós somos escolhidos pelo povo para estar aqui,
e o senhor respeite o nosso partido, porque ele existe porque o povo escolheu.
Se o presidente
está lá, se o Simão Pedro está aqui, se eu estou aqui, é porque nós somos
escolhidos pela sociedade. Assim como nós respeitamos a população que o escolheu.
Então, nos respeite.
O
SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Deputados Reis,
para concluir. Encerrado o Pequeno Expediente, vamos entrar agora no Grande
Expediente.
* * *
- Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Convido o
deputado Delegado Olim para fazer uso da palavra. (Pausa.) Deputada Delegada
Graciela. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi,
tem V. Exa. a palavra por dez minutos.
O SR. MAJOR MECCA - PL - Pela ordem,
presidente. Para uma rápida comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Para uma
comunicação, deputado. Dois minutos, por gentileza.
O
SR. MAJOR MECCA - PL - PARA COMUNICAÇÃO -
Nós não defendemos policial corrupto, tanto que todos os que foram denunciados
estão presos, e nunca deixarei de falar a verdade na tribuna desta Casa. Nunca
deixarei de trazer o que pensa e o que sente o povo de bem, o cidadão
trabalhador do estado de São Paulo.
Muito obrigado, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Deputado
Carlos Giannazi, vou passar aqui a Presidência para o deputado Reis. Deputado
Major Mecca vai usar... Mas eu queria só, antes de sair, registrar e somar as
palavras do deputado Reis. Congratular-me com o Partido dos Trabalhadores, que
hoje faz 45 anos.
Eu milito no PT desde 1982, quando
adolescente ajudei na campanha do presidente Lula, então candidato a
governador. Já fui dirigente municipal, estadual, local, deputado por quatro
vezes por esta legenda. Participei de dois governos, da Luiza Erundina e do
prefeito Haddad, na sua gestão como secretário de Serviços da cidade.
Então muito orgulho, com muita honra
faço parte dessa agremiação que tanto ajudou o Brasil na luta pela democracia,
na construção de direitos, da participação popular, da defesa da nossa
soberania. Viva o Partido dos Trabalhadores.
Obrigado.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Simão Pedro. De volta à tribuna no
dia de hoje, eu gostaria de reafirmar aqui o nosso compromisso, a nossa luta em
defesa dos direitos e da dignidade dos aposentados e pensionistas do estado de
São Paulo e de todos os servidores do estado, Sr. Presidente.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Major Mecca.
* * *
Uma das lutas
que a gente tem travado aqui na Assembleia Legislativa... Além da luta contra o
confisco das aposentadorias, sobretudo em relação à devolução do que já foi
confiscado durante dois anos na gestão Doria/Rodrigo Garcia, nós temos uma
outra luta importante, que é a luta para que haja a agilização do pagamento dos
precatórios que são devidos aos servidores, sobretudo aos aposentados e
pensionistas.
Nesse sentido,
nosso mandato... Estive presente, juntamente com o vereador Celso Giannazi, com
a deputada Luciene Cavalcante, deputada federal, e também com a presidente da
Apampesp, a professora Walneide, nós estivemos presentes no Tribunal de Justiça
com o setor que cuida dessa área, do pagamento de precatórios.
Também nós
estivemos presentes na PGE, na Procuradoria Geral do Estado, também acompanhados
da professora Walneide. Então essa tem sido uma luta, Sr. Presidente.
Nós queremos
agilizar o pagamento dos precatórios para que os aposentados recebam esses
precatórios, os pensionistas e os servidores também da ativa. E dentro dessa
luta dos precatórios, nós temos uma aqui dentro da Assembleia Legislativa que é
fundamental, que é o projeto de lei que o meu mandato apresentou aqui. Eu me
refiro aqui ao PL nº 493, de 2024, que seja aprovado em regime de extrema
urgência.
É o projeto de
lei que altera, que revoga o artigo da Lei nº 17.205, de 2019, que foi uma das
primeiras leis aprovadas na gestão Doria, logo que ele assumiu em 2019. Uma lei
perversa, um projeto de lei, na verdade, que ele encaminhou e que foi aprovado
pela base do Governo.
Os deputados e
deputadas da base do governo aprovaram esse projeto de lei, prejudicando
milhares de aposentados, pensionistas e servidores, em que reduziu
drasticamente o pagamento, o valor do pagamento dos precatórios, esses de
pequeno valor, aqueles de obrigação, de pequeno valor, que era de 30 mil reais
na época, aproximadamente. Ele reduziu para 11 mil reais, prejudicando milhares
de pessoas em todo estado de São Paulo.
No entanto, eu
apresentei o projeto de lei, recompondo, Sr. Presidente, esse pagamento. Nós
queremos que seja de, no mínimo, 50 mil reais. Ou seja, acima de 50 mil reais,
porque hoje nós já temos um movimento favorável, é o primeiro deles. Primeiro
tem o projeto apresentado que tramita aqui na Assembleia Legislativa, que é o
PL que eu apresentei, nº 493. Sei que tem outros deputados que apresentaram
também. Nós podemos aqui aprovar o meu projeto ou podemos apensar um no outro.
Enfim, a
questão não é nem de autoria, a questão é resolver essa questão. Mas nós
tivemos... Também estamos tendo o apoio da OAB. No final do ano passado, eu
realizei uma audiência pública aqui na Alesp extremamente concorrida. Veio a
representação da OAB. A OAB está apoiando esse movimento, tanto é que ela já
protocolou um ofício aqui na Presidência, defendendo que haja o aumento desse
valor.
Nós tivemos
também, Sr. Presidente, como eu já até falei na tribuna, aqui na nossa
audiência pública, uma decisão do Supremo Tribunal Federal, em relação a uma
lei do Distrito Federal, aumentando em 50 mil reais o pagamento dessas pequenas
obrigações.
Então nós temos
todo um contexto para que nós possamos fazer justiça e recompor esse valor que
foi retirado lá atrás na gestão Doria, em 2019, através da edição dessa Lei nº
17.205, repito, aprovada pela base do governo. Então nós temos todas as
condições, agora objetivas, para mudar essa lei e devolver esse valor aos
aposentados, aos pensionistas e aos servidores também da ativa.
Por isso que
nós pedimos o apoio de todos os deputados e deputadas, para a aprovação do
nosso Projeto nº 493, de 2024. Então essa é uma luta fundamental, e todos os
deputados e deputadas comprometidos com os aposentados e pensionistas devem se
engajar nessa luta.
Um outro tema
também muito importante, Sr. Presidente, que faz parte de uma luta aqui na
Assembleia Legislativa, é a luta pelo descongelamento do adicional de
insalubridade, que também... Esse congelamento foi feito lá atrás pelo governo
Doria. O governo Doria congelou o reajuste, a atualização do adicional de
insalubridade de milhares e milhares de servidores do estado de São Paulo.
Isso aconteceu
exatamente na reforma administrativa. Aquela mesma reforma que acabou com as
faltas abonadas dos nossos servidores, mudando o Estatuto do Funcionalismo
Público que foi aprovado lá em 1968. Aquela reforma perversa e autoritária do
ex-governador Doria prejudicou milhares de servidores de todo o Brasil. Mas
também, naquela mesma reforma, nós tivemos a aprovação desse congelamento do
adicional de insalubridade.
Nós temos que
resolver isso. Eu apresentei um projeto de lei também, que está tramitando aqui
na Alesp. Sei que outros deputados também apresentaram. O meu projeto é o PL
34/24, que altera exatamente essa lei que o Doria aprovou aqui, a Lei nº 1.361,
que devolve, na verdade, o reajuste do adicional de insalubridade, que
praticamente ficou congelado.
Então isso é
muito importante, porque não é justo com os servidores que já estão com os
salários arrochados, defasados, que, no ano passado, não tiveram nenhum tipo de
reposição das perdas inflacionárias. No ano passado, o governador Tarcísio de
Freitas, imitando, se espelhando nos governadores do PSDB, deu 0,0000 de
reposição para todos os servidores públicos do estado de São Paulo.
Não respeitou a data base, que foi aprovada
aqui em 2006, a lei estadual. E muito menos respeitou a Constituição Federal,
que garante, no Art. 37, que todos os entes federativos, municípios, estados e
a União, façam a reposição das perdas inflacionárias. O governo não respeitou
nem a lei estadual, e nem a lei municipal.
E nós entramos
no Ministério Público e no Tribunal de Contas, para que providências sejam
tomadas imediatamente, e o reajuste, ou pelo menos a reposição das perdas
inflacionárias, seja feita. Espero que nesse ano ele dê o reajuste, de fato,
para os servidores. E que ele respeite também o piso nacional do Magistério.
Porque até agora não saiu decreto.
E que ele
respeite a legislação federal corretamente, não através de abono complementar,
mas dando o reajuste do piso nacional do Magistério, com repercussão em toda a
carreira. Então essa tem sido a nossa luta em relação a esse tema. Voltando ao
tema do adicional de insalubridade, nós temos que descongelar.
Nós temos que
garantir que haja, de fato, esse reajuste, a atualização do reajuste. Como era
antes da famigerada reforma administrativa do ex-governador Doria, que tanto
mal fez ao Estado de São Paulo, e sobretudo aos nossos servidores. Ele também
foi autor do confisco das aposentadorias e pensões.
Porque ele
implantou, em São Paulo, a mesma reforma previdenciária que o Bolsonaro tinha
aprovado em 2019 no Congresso Nacional. É bom lembrar que foi o Bolsonaro que
autorizou o confisco das aposentadorias e pensões.
Autorizou na
sua reforma previdenciária, lá na Emenda 103, no Art. 149. Ele deu carta branca
para que os municípios e estados pudessem confiscar aposentadoria de quem ganha
abaixo do teto do INSS.
E aí vários
prefeitos e vários governadores seguiram a orientação, a porteira aberta pelo
Bolsonaro. E começaram a confiscar. Mas em São Paulo nós derrubamos o confisco
aqui na Assembleia Legislativa, através da aprovação de um projeto de lei. E
agora tem municípios confiscando. Na cidade de São Paulo, o prefeito Ricardo
Nunes está confiscando 14% de mais de 100 mil aposentados e pensionistas da
Cidade de São Paulo.
Então nós estamos
em luta aqui para derrubar esse confisco do Sampaprev. Estamos acompanhando a
votação das Adins no Supremo Tribunal Federal. Que, na verdade, até agora nós
já temos até maioria na votação para derrubar esse confisco.
Então, Sr.
Presidente, é isso.
Nós precisamos
do apoio de todos os parlamentares para descongelar o adicional de
insalubridade.
Era isso.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Dando
continuidade à lista de oradores desse Grande Expediente, chamo o deputado Luiz
Cláudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Vitão
do Cachorrão. (Pausa.) Deputado Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Deputado Ortiz
Junior. (Pausa.)
Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.)
Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado
Luiz Fernando Teixeira. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputado
Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. Tem V. Exa. 10 minutos
regimentais para o uso da tribuna.
O
SR. CONTE LOPES - PL
- Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, povo que acompanha da
tribuna da Assembleia.
Estava no meu
gabinete, acompanhando aí o debate acirrado entre o major Meca e o deputado
Reis. É importante colocar que o deputado Reis foi policial militar, é
investigador de polícia, e conhece a polícia. Ele conhece a polícia. Mas é uma
realidade, como a Major Mecca fala. Infelizmente nós temos deputados de
esquerda, que criticam por criticar a polícia.
Se o policial
salvar 10 pessoas, ele vai lá e critica. Não são todos, tem alguns que
reconhecem o trabalho. Mas tem uns que não, que vêm aqui todo dia: “a violência
policial...”. Meu Deus do Céu, por que eles não veem a violência policial, ou
veem a violência no Rio de Janeiro?
Porque a
polícia de São Paulo funciona. Funciona, o povo confia na polícia em São Paulo.
Tanto é que confia, que tem um monte de gente da Polícia Militar aqui e na
Câmara Municipal que foi eleita pelo povo.
Tem gente que
não presta? Tem. Tem na igreja, tem na medicina, tem no mundo estudantil, tem
gente que não presta em tudo quanto é lugar. Os bandidos conquistam policiais,
estão conquistando, buscando policiais, corrompendo policiais, o PCC? Estão,
estão. Mas não é só o policial, não. Tem delegado de polícia preso, tem
investigadores presos, um monte. Um monte.
Tem advogados
que advogam para o crime. Tem juízes que ajudam o crime, até ministros do
Supremo. Não podemos falar muito de ministro do Supremo. Se a gente falar aqui
que o ministro do Supremo libera o André do Rap, que é o maior traficante do
mundo, num belo sábado, a gente está arriscado a ficar preso, Major Mecca. A
gente está arriscado.
E depois,
quando falam para ele: “Olha, Excelência, era sábado. E esse cara que o senhor
liberou é o maior traficante do mundo”. Ele escreve embaixo, polícia prenda,
cumpra-se. Só que a polícia fazia dez anos que procurava o cara, até pegar.
Tem juízes
soltando, como falou, deputado Reis, o nosso governador Tarcísio de Freitas -
grande governador, fazendo um grande governo - para o presidente Lula, lá em
Brasília, numa reunião da nossa audiência de custódia, nossa não, não é? Onde
um traficante foi solto por uma juíza com 800 quilos de cocaína.
Foi uma colocação
na frente dos governadores para o presidente Lula, feita pelo governador do
Estado. Como é que vai funcionar uma coisa dessa? Se um cara é preso... Falou
ainda o governador, Tarcísio de Freitas: “Presidente, não foram 80 gramas,
foram 800 quilos”, e ele foi solto no dia, no outro dia.
Sequestradores
que sequestraram um casal de idosos foram todos presos. No dia da audiência de
custódia, perguntaram para um dos presos se ele havia sido agredido. “Fui”.
Então libera todo mundo. Os caras armados foram pegos num cativeiro com dois
idosos, como nós outros. E são liberados na audiência de custódia, deputado
Reis.
Então tem que
ir todo mundo para Brasília, porque é o fim da picada. Não é só o soldado, o
cabo, que o investigou, está sendo conquistado pelo crime organizado. Aliás,
quando nós fizemos uma CPI do Crime Organizado, aqui nesta Casa, em 93, quando
começou o PCC em São Paulo, já existia, Major Mecca, essa ideia de realmente
financiar até estudantes das faculdades para que se tornem realmente advogados,
delegados, investigadores, promotores, policiais.
Eles investem
no cara. E é evidente que o cara vai defendê-los. Fora o dinheiro que corre.
Nós vimos as campanhas aqui desta tribuna, quantas vezes eu falei? Parecia
brincadeira a Prefeitura de São Paulo. Nos debates só se falava em PCC. Até
fazendo piadinha. O chefe do PCC, Pablito, não sei o quê.
Como se fosse
brincadeira, só que o crime não brinca. Eles pagam com sangue. É dívida de
sangue. Veja quantos morreram. Tem um amigo nosso aqui, deputado, que foi
baleado por tiro de fuzil. Quase morto. E foram os outros que foram mortos
mesmo. Então o crime está entrando em todo lugar.
Então, na
verdade, deputado Reis, deveria haver, como eu falo sempre aqui, uma união da
esquerda e direita para melhorar a segurança do povo. Não é justo que o cidadão
não possa andar nas ruas. Uma mulher andar na rua e ser espancada em praça
pública para levar o celular, bate, arranca, puxa os cabelos, joga no chão.
Idosos, idosas. É assim que é para tratar bandido?
E,
infelizmente, nesse aspecto é uma realidade. Se fala na Baixada, mas todo mundo
está batendo palmas para a Polícia Militar na Baixada. Por quê? Porque a
Baixada Santista está igual ao Rio de Janeiro. Pela própria situação
geográfica, os morros, os domínios, os fuzis. E a polícia foi lá e pôs ordem na
casa.
Ele queria aqui
cumprimentar o governador Tarcísio de Freitas, que é um homem de coragem, sim,
e que está enfrentando tudo isso aí. E a polícia tem agido. Maus policiais têm
desde quando eu entrei na polícia em 67 como soldado. Desde sessenta e sete.
Tem cara que vira a cabeça. A hora que bem... E vai virar. Então não é hoje...
E volto a
dizer, cumprimento o governador por ter colocado à frente da Segurança Pública
policiais, que nunca tiveram coragem. Outros governadores puseram até general,
coronéis, advogados, promotores, juízes, mas colocar a polícia sob comando de
polícia é a primeira vez.
E vou dizer uma
coisa aqui, deputado Mecca, que preside a nossa... Quem prende o mau policial
não é o político, não. Não é o jornalista. Não é a imprensa. Não é o promotor.
Não é o juiz. Quem prende o mau policial é o policial bom, porque o policial
bom não aceita o policial corrupto. Quem está prendendo esses policiais todos é
a própria polícia. É a própria...
E eu fico
feliz, deputado Reis, que esses caras estão todos presos, graças a Deus. Como
eu já prendi policial roubando. Bandido. Já prendi. Já prendi. É uma linha, não
é? O cara... É o fio da navalha. Aqui é a lei, é a sociedade, a ordem. Ele pula
para o outro lado, ele virou bandido. Se ele pulou para lá, ele é bandido. Ele
não é mais policial, ele tem que ser dado como bandido. Aí é problema dele. Aí
é problema dele.
Então, na
verdade, a polícia de São Paulo está de parabéns. Veja o Rio de Janeiro. Aqui
todo dia o PT fala do Ryan, que é um garoto de quatro anos que morreu vítima de
uma bala perdida na Baixada. No Rio de Janeiro, morre todo dia. Todo dia morre
gente vítima de bala perdida no Rio de Janeiro. Todo dia a gente acompanha pela
televisão o povo jogado no chão, os bandidos dando tiro de fuzil.
Lá tem
segurança? A Bahia tem segurança? Pernambuco tem segurança? Aqui, pelo menos,
se chama a polícia, ela age. Não tem um rabo preso com ninguém. A polícia não
tem, ela age. Agora, falhas, homens que erram, que se corrompem, tem no
Judiciário, tem na igreja. É. Tem padre que vai fazer sexo dentro da sacristia
e é conhecido nacionalmente.
Aí o bandido vai preso e: “não, é que eu e
minha namorada, olha o que a gente fazia na sacristia”. Aí não, não, vamos
tapar os ouvidos, isso aí não pode falar. Então, tem gente ruim em todo lugar.
Na política. E, graças a Deus, em São Paulo a polícia está funcionando e
prendendo inclusive os corruptos.
E espero que
continue prendendo. Espero que continue prendendo. E, infelizmente, nesse
aspecto o Major Mecca está totalmente certo. Infelizmente. Tem muitos políticos
da esquerda que só criticam a polícia. Se tiver polícia, para eles não presta.
Se tiver polícia, onde vem polícia para eles não presta. O bandido, ninguém
fala nada.
Gente não vai
falar nada. Mas eles são, muitos deles, infelizmente, contrários à polícia. É
um discurso que está ultrapassado. Já deviam mudar, não é? Já deviam mudar. Mas
continua. Se for para roubar para tomar uma cervejinha, você pode roubar com
celular. Mesmo que a vítima venha a morrer, como muitos vêm.
Obrigado, Sr.
Presidente.
Agradeço.
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito
obrigado, deputado Conte Lopes. Eu, como o senhor, deputado Gil Diniz, deputado
Capitão Telhada, nós também estivemos lá no litoral à época.
E era fantástico e muito grande o apoio
dos trabalhadores, dos cidadãos de bem, dos comerciantes, às ações dos
policiais militares e dos policiais civis no combate ao crime organizado. O
povo de bem sempre esteve e estará do lado da polícia.
Dando sequência à lista de oradores
desse Grande Expediente, chamo a deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputada Ana
Perugini. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba.
(Pausa.) Deputado Gil Diniz, por sessão de tempo do deputado Paulo Mansur.
Tem V. Exa. dez minutos regimentais
para o uso da tribuna.
O
SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Presidente, nobre
deputado Major Mecca, cumprimento os deputados presentes aqui no Grande
Expediente, nosso decano aqui, deputado Conte Lopes, que bem falou aqui nesta
tribuna nos momentos que me antecederam, cumprimentar aqui nossos
assessores, policiais militares e civis aqui desta Casa, público aqui na
galeria, quem nos assiste pela rede Alesp.
Presidente
Major Mecca, 45 anos de Partido dos Trabalhadores, olha, tem uma frase aqui
de Roberto Campos, eu gostaria de ler essa frase, que bem homenageia o
sentimento aqui que nós carregamos sobre o Partido dos Trabalhadores: “O
PT é um partido de trabalhadores que não trabalham, de estudantes que não
estudam e de intelectuais que não pensam”.
Roberto Campos,
deputado Conte Lopes, resumiu bem a sina do Partido do Trabalhadores. E
foi dito desta tribuna aqui hoje, e eu concordo, Major Mecca, o Partido
dos Trabalhadores hoje está engajado em defender bandido, em defender
marginal, em atacar profissionais de Segurança Pública que
são funcionários públicos também, deputado Conte Lopes.
Veja se teve
uma pequena notinha da nacional, da estadual do PT ou de algum deputado
essa semana aqui falando sobre o bárbaro assassinato do soldado Novais.
Não teve, nunca tem, mas é batata.
Se um bandido
morre em combate com a Polícia Militar, choro da bancada de esquerda,
principalmente do Partido dos Trabalhadores. Se um profissional de
Segurança Pública tombe em combate ou com a covardia que o crime
organizado usa contra os policiais, silêncio total, silêncio absoluto.
Quarenta e
cinco anos, eu falava aqui para a nossa assessoria que 45 eu não aperto
nem no micro-ondas, é um número maldito aqui no estado de São Paulo. É o
número do PSDB, partido em extinção.
E após, Mecca,
esse nosso movimento que acaba por extinguir o PSDB, está aí com os dias
contados, está procurando uma outra legenda para se fundir, provavelmente
com o MDB, com o PSD.
O próximo
partido a entrar em extinção será o Partido dos Trabalhadores. E eu digo
porquê. Nós tínhamos aqui uma figura terrível na política de São Paulo,
que era João Doria, que ajudou muito nesse processo de extinção do PSDB.
Obviamente, nós fizemos a nossa parte na oposição.
E hoje nós
temos, na figura do presidente Lula, esse antipolítico, essa pessoa
malquista que, dias atrás, dizia para a dona Maria em casa que a culpa da
inflação é dela, que ela precisa ser educada a comprar produtos similares,
deputado Conte Lopes, no mercado, porque se ela vai ao mercado e compra um
produto caro, então o dono do mercado, que é um “malvadão”, vai aumentar o
valor.
E hoje, para
minha surpresa, vi numa matéria que estão vendendo uma bebida com sabor de
café. Café está tão caro na mesa do trabalhador, para a mesa do
trabalhador, Major Mecca, que agora não é mais café. Café agora é
um produto de luxo na mesa do trabalhador. Agora é uma bebida com sabor de
café. Parabéns, Luiz Inácio, você conseguiu acabar com o bolo salarial do
trabalhador.
É um partido,
Mecca, que defende o bolso do rico. Os grandes empresários, aqueles
grandes investidores, nunca ganharam tanto dinheiro com um governo como
está aí. Diziam, deputado Conte Lopes, que o Bolsonaro tinha colocado ali,
no Banco Central, o Campos Neto. Neto, deixa aqui que eu li essa frase em
homenagem ao PT, então que ele boicotava o governo do PT, que ele
aumentava juros justamente para arrochar o salário do trabalhador. Campos
Neto não está mais aí.
O Banco
Central, praticamente, a sua direção é formada por indicados de Luiz
Inácio. Está à frente do Banco Central hoje o Galípolo. O que ele fez? Aumentou
a taxa de juros. E o PT, como não tem mais argumentos, o que ele diz?
O Roberto
Campos Neto, ele deixou uma arapuca para o Galípolo. A culpa do aumento é do
Campos Neto. A culpa de tudo isso, senhoras e senhores, que você vive hoje, é
do Bolsonaro. Esses caras aí não têm compromisso com nada.
Então, hoje,
nestes 45 anos de Partido dos Trabalhadores, digo a vocês, 45 em São Paulo, o
número da tragédia, um número maldito. Hoje eles completam este aniversário
justamente destruindo a família brasileira. Justamente lutando, trabalhando por
tudo aquilo, tudo aquilo que eles diziam lá no início combater.
Muitos de vocês
acreditaram, e nós temos aí mensalão, que começou nos Correios, Major Mecca.
Escândalo de corrupção a nível global. Petrolão. Temos aí hoje no noticiário
várias denúncias de desvio, emenda parlamentar, eles sabem muito bem trabalhar
com isso.
E nós temos
noticiário aí, preciso terminar essa fala aqui, homenageando o Partido dos
Trabalhadores. Estão roubando marmita, Mecca, estão roubando aí quem mora na
rua. Tem uma denúncia do Globo dizendo que o Ministério do Desenvolvimento
Social contratou, deputado Conte Lopes, ONGs, essas entidades angelicais, entre
aspas, que estão também aí acima do bem e do mal. Contrataram essas ONGs para
distribuir quentinha, marmita para morador de rua. E o que o PT conseguiu
fazer? Desviar esse dinheiro.
Então são 45
anos de escândalos e mais escândalos de corrupção. São 45 anos defendendo tudo
aquilo que nós combatemos. Então, senhoras e senhores, hoje, aqui no estado de
São Paulo, deputado Conte Lopes disse bem, vamos fazer aí uma crítica.
Bahia,
Segurança Pública na Bahia, deputado Conte Lopes. Segurança Pública em Pernambuco,
meu estado, meu estado natal, terra onde eu nasci. Estão empalando torcedor nas
ruas, briga generalizada, Major Mecca, barbárie.
Aqui,
obviamente, nós temos muito a melhorar, mas como diz o nosso governador
Tarcísio, nós temos a melhor polícia do Brasil. Isso é um fato, isso é um fato.
Deputado Conte Lopes disse aqui, não foi nenhum político que foi prender
policial não. Foi a própria Corregedoria da polícia, deputado Conte Lopes. A
própria polícia cortando na carne, como sempre foi.
A gente não
passa a mão aqui na cabeça de um marginal que, porventura, está nesse momento
nas fileiras da nossa tropa. Pelo contrário, esse aí é muito pior. Esse aí tem
que pagar dobrado. Obviamente é a exceção, como há em todas as carreiras.
Então eu deixo
aqui registrado os meus parabéns aqui ao Partido dos Trabalhadores, e espero
que nos próximos 45 anos essa legenda seja extinta, para o bem do Brasil, para
o bem da política nacional.
A gente
trabalha aqui diariamente colocando para a nossa população o que nós defendemos.
São Paulo é a locomotiva do Brasil. São Paulo é a maior economia do Brasil, né?
Nós temos aqui grandes empresas, nós temos aqui um povo trabalhador, um povo
que tem raízes.
Nós conseguimos
aí sobreviver aos governos do PSDB, mas nunca tivemos, Mecca, no governo
estadual, aqui em São Paulo, um governo do Partido dos Trabalhadores. Isso
também é um motivo para se comemorar.
São Paulo não
aceita o Partido dos Trabalhadores, e essa ideia nós precisamos levar para o
Brasil. Parabéns, Partido dos Trabalhadores, um partido dos trabalhadores que
não trabalham, dos estudantes que não estudam e dos intelectuais que não
pensam. E agora, dos políticos que desviam até marmita de morador de rua nas
ruas de São Paulo.
Muito obrigado,
Major Mecca.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado,
deputado Gil Diniz. Com a palavra o deputado Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Eu gostaria de usar a
tribuna, Sr. Presidente, pelo Art. 82 do Regimento Interno, pela liderança do
PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - É regimental.
Tem V. Exa. cinco minutos regimentais para o uso da tribuna.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
PELO ART. 82 - Sr. Presidente, deputado Mecca, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
é impressionante a fabricação de maldades da Secretaria da Educação contra os
nossos servidores.
Quando a gente
acha que o pior já passou, que a pior maldade já foi feita, vem uma outra. Eu
me refiro aqui a uma resolução que foi publicada agora no “Diário Oficial”, a
Resolução Seduc nº 30, que trata, Sr. Presidente, que dispõe sobre a
implementação do Projeto Apoio à Tecnologia da Informação, o PROAT - não é
PROATEC, é PROAT - nas unidades escolares da rede estadual de ensino. Então, a
Secretaria da Educação está implantando esse projeto, esse PROAT.
O que me chama
a atenção aqui, e também está gerando uma grande revolta, sobretudo entre os
agentes de organização escolar do estado de São Paulo, é que eles, aqui pela
resolução, poderão participar desse projeto, Sr. Presidente, mas sem nenhum
tipo de remuneração.
Olhe só, tem
aqui o Art. 9º, que diz o seguinte... Inclusive os agentes de organização
escolar, os efetivos e os não efetivos, aqueles contratados pela Lei nº 1.093,
que são os precarizados, que podem ficar apenas um ano trabalhando como agentes
de organização e depois ficam um ano fora, eles são vítimas da famosa
“duzentena” da Lei nº 1.093.
Mas, no Art.
9º, diz o seguinte: “Não haverá crédito remuneratório aos vencimentos do agente
de organização escolar que atuar no projeto tratado nesta resolução”.
Um absurdo, Sr.
Presidente, porque os agentes de organização escolar há muitos anos estão com
os salários arrochados, defasados. Eu quero reafirmar aqui que é o segmento do
funcionalismo público mais prejudicado pela política salarial do governo,
porque esse setor recebe um salário, Sr. Presidente, abaixo até do piso
estadual, com os descontos, até mesmo o valor cai e é inferior ao salário
mínimo nacional.
É um arrocho
salarial jamais visto na história do funcionalismo público. E esses servidores
e servidoras, agentes de organização escolar, que são reconhecidos pela LDB, já
pelo Fundeb, Sr. Presidente, eles são os responsáveis pelo funcionamento das
escolas estaduais.
Sem eles, as
escolas não abrem, as escolas não fecham, sem eles não há a organização do
recreio, do intervalo das escolas, sem eles não há a elaboração do histórico
escolar do aluno, nem mesmo o pagamento dos professores. Eles são responsáveis
por tudo isso, pelo funcionamento da escola.
Eles são
considerados trabalhadores, trabalhadoras da educação pública em São Paulo
Pública. Já há um reconhecimento da lei, mas não há reconhecimento salarial,
não há reconhecimento funcional, não há valorização das condições de trabalho.
E agora, mais
essa. Então o governo cria o PROAT, diz que os servidores, os agentes de
organização escolar poderão participar, tanto os efetivos como os contratados
pela Lei nº 1.093. No entanto, eles não vão receber absolutamente nada. É uma
categoria extremamente prejudicada e desvalorizada pelos sucessivos governos,
Sr. Presidente.
Eles não podem
acumular cargo, eles não recebem, inclusive, gratificação da escola PEI. Na
escola PEI, o professor recebe uma gratificação de aproximadamente 2.100 reais,
a direção da escola recebe uma gratificação de 3.000 reais e o agente de
organização escolar da escola PEI, desse programa de ensino integral, não
recebe gratificação, ele fica marginalizado.
O mesmo
acontece com o ALE. O ALE também ele recebe sempre um valor inferior, isso
quando ele recebe. Então, Sr. Presidente, eu quero aqui denunciar mais um
ataque aqui contra os agentes de organização escolar e dizer que nós vamos
pedir a alteração dessa Resolução nº 30 para que os servidores que por ventura
participarem da implantação desse projeto, do Proat, que eles tenham uma
remuneração extra, que eles recebam uma gratificação, porque não é justo isso,
Sr. Presidente.
É um absurdo.
Eles estão, repito, com salários arrochados, defasados, ganham salários
inferiores ao salário mínimo estadual e mesmo o salário mínimo nacional, com
todos os descontos.
Então,
nós temos que tomar providências e vamos tomar em relação a isso, exigindo a
alteração imediata dessa resolução, de tal forma que os agentes de organização
escolar recebam, sim, a gratificação, e também a nossa luta para que eles
recebam gratificação na escola PEI, para que eles tenham o reajuste salarial
adequado, porque, repito, Sr. Presidente, para encerrar, eles são profissionais
da Educação, trabalhadores e trabalhadores da escola pública.
Eles
têm uma função educacional, tanto é que a LDB reconhece isso, a nova lei do
Fundeb também autoriza, inclusive, que os recursos do Fundeb sejam canalizados
para a valorização salarial de todos os agentes de organização escolar.
Era
isso, Sr. Presidente.
Muito
obrigado.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo entre
as lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem,
presidente.
Antes de dar por levantados...
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado,
deputado Carlos Giannazi.
Tem a palavra o deputado Gil Diniz,
para uma comunicação.
O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Obrigado.
Presidente,
só pedir aqui aos amigos, seguidores e eleitores que se puderem façam uma
oração pelo Tiba Camargos. O Tiba Camargos, por 17 anos, foi um missionário da
Canção Nova.
Ele
é casado com a Deia Camargos, eles têm 11 filhos, e ontem ele sofreu um acidente
gravíssimo ao tentar salvar... conseguiu salvar um filho dele e bateu, teve um
choque na cabeça. Está gravemente ferido, internado. E agora, às 15 horas, ia
passar por uma cirurgia, e parece que não tinha os movimentos do pescoço para
baixo.
Então,
vou deixar registrado aqui a nossa solidariedade à família do Tiba Camargos, a
todos os amigos da Canção Nova e àqueles que hoje se unem nessa corrente de
oração pelo Tiba, presidente.
E
também manifestar aqui o meu repúdio. Na última sexta-feira, salvo engano, um
marginal entrou na cidade do Vaticano, na Basílica de São Pedro, e violou o
altar sagrado da Basílica de São Pedro.
Presidente,
nós estamos vendo por todo o mundo, mas aqui eu falo de São Paulo. Muitas
igrejas católicas, não só católicas, mas faço aqui essa referência, chamo aqui
essa atenção, estão sendo invadidas, depredadas, roubadas, furtadas, e a gente
precisa se debruçar sobre esse tema.
O
secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, em um dos casos passados
onde eu alertei, colocou-se rapidamente à disposição, elucidou o caso. Sou
muito grato a ele por conta disso, mas a gente percebe, presidente, que nos
últimos meses, nos últimos anos, essa violência contra cristãos, contra
evangélicos, contra católicos, tem aumentado.
Muitos
nos acusam daquilo que eles fazem a todo momento, e agora, publicamente, os
nossos templos são violados e, para quem não conhece, a Basílica de São Pedro,
o Vaticano, é a sede da Igreja Católica Apostólica Romana, é onde está ali a
Santa Sé, o Santo Padre, o Papa Francisco.
Então,
presidente, se um marginal tem a ousadia, a coragem de entrar na Basílica de
São Pedro e vandalizar o altar sagrado dessa basílica, olha o que esperar. São
sinais dos tempos, presidente, e a gente está atento a tudo isso aqui no estado
de São Paulo, justamente para combater o que nós chamamos de cristofobia.
Muito
obrigado, presidente.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Havendo acordo entre
os líderes aqui, levantar a presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - MAJOR MECCA - PL - Muito obrigado,
deputado Gil Diniz, que o Senhor Jesus ilumine o nosso irmão, Tiba Camargos,
sua família, os médicos que, nesse momento, fazem sua cirurgia.
E nós sabemos, deputado Gil, que a
luta do bem contra o mal é, inclusive, uma guerra espiritual muito grande. O
mal, a todo momento, tenta se apoderar do poder, subjugando os homens de bem,
os homens que creem no Senhor Jesus e que buscam, trabalhando com muito
sacrifício, dar o sustento à sua família e levar os ensinamentos cristãos aos
seus filhos para que nós possamos construir um mundo melhor.
É regimental o pedido de Vossa
Excelência. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo entre lideranças,
esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas.
para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia
da última quarta-feira.
Está levantada a sessão.
* * *
- Levanta-se a sessão às 15 horas e 45
minutos.
* * *