24 DE FEVEREIRO DE 2025

4ª SESSÃO SOLENE PARA O LANÇAMENTO DA FRENTE PARLAMENTAR EM DEFESA DA UNIÃO BRASIL E ISRAEL E SUAS SOBERANIAS

        

Presidência: DANILO CAMPETTI

        

RESUMO

        

1 - DANILO CAMPETTI

Assume a Presidência e abre a sessão às 20h34min.

        

2 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Nomeia a composição da Mesa e demais autoridades presentes. Pede que seja feito um minuto de silêncio em memória da família Bibas, vítima do Hamas. Anuncia a exibição de vídeo em sua homenagem.

        

3 - YOSSI ALPERN

Rabino, faz oração.

        

4 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional de Israel" e o "Hino Nacional Brasileiro".

        

5 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI

Informa que a Presidência efetiva convocou a presente sessão solene, para o "Lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da União Brasil e Israel e suas Soberanias", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Dá conhecimento de mensagens do governador Tarcísio de Freitas e do prefeito da Capital, Ricardo Nunes, alusivas a este evento. Destaca a importância da presente iniciativa.

        

6 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Discorre sobre a relevância desta solenidade.

        

7 - OSEIAS DE MADUREIRA

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

8 - LUCAS BOVE

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

9 - TOMÉ ABDUCH

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

10 - GUSTAVO MESQUITA

Vereador de Guarulhos, faz pronunciamento.

        

11 - RAFAEL ZIMERMAN

Sobrevivente do ataque de 07/10/23, faz pronunciamento.

        

12 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Anuncia a exibição de vídeo produzido pelo Memorial do Holocausto de São Paulo.

        

13 - SARITA MUCINIC SARUE

Coordenadora de Educação e Cultura do Memorial do Holocausto de São Paulo e integrante do conselho da Associação Janusz Korczak Brasil, faz pronunciamento.

        

14 - ESTEVAM HERNANDES

Fundador da Igreja Apostólica Renascer em Cristo e presidente internacional da Marcha para Jesus, faz pronunciamento.

        

15 - ANDRÉ LAJST

Presidente da StandWithUs do Brasil, faz pronunciamento.

        

16 - LAURA FELDMAN

Presidente da Congregação Israelita Paulista, faz pronunciamento.

        

17 - MARCOS KNOBEL

Presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo, faz pronunciamento.

        

18 - CLAUDIO LOTTENBERG

Presidente da Confederação Israelita do Brasil, faz pronunciamento.

        

19 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Reitera a importância deste evento.

        

20 - RAFAEL ERDREICH

Cônsul-geral de Israel em São Paulo, faz pronunciamento.

        

21 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Anuncia a exibição de um vídeo sobre Israel e sua história.

        

22 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI

Discorre sobre as motivações para a criação da Frente Parlamentar em Defesa da União Brasil e Israel e suas Soberanias. Presta homenagem às vítimas dos ataques de 07/10/23 em Israel. Tece críticas ao governo brasileiro, por não reconhecer o Hamas como grupo terrorista. Defende a tolerância religiosa. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 22h44min.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Danilo Campetti.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito bem, senhoras e senhores. Tenho muito orgulho. Meu nome é Beetto Saad. Tenho muito orgulho de poder conduzir essa cerimônia. Sejam todos muito bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Esta sessão solene tem a finalidade de realizar o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da União Brasil e Israel e Suas Soberanias. Comunicamos aos presentes também que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal Alesp do YouTube.

 Vocês podem digitar para os amigos, parentes e familiares, para poder pedir para irem à TV Alesp ou ao YouTube, àqueles que não estão na televisão, para poderem nos assistir neste momento importante.

A gente vai compor a Mesa Diretora, e eu peço que recebam com muito carinho a cada um dos integrantes aqui desta Mesa, que é, sem dúvida alguma, a mesa importante para este momento solene.

Deputado estadual Danilo Campetti. (Palmas.) Rafael Erdreich, cônsul-geral de Israel em São Paulo. (Palmas.) Meu amigo, Dr. Claudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil. (Palmas.) Marcos Knobel, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo. (Palmas.) Laura Feldman, presidente da Congregação Israelita Paulista. (Palmas.) Ricardo Berkiensztat, presidente executivo da Federação Israelita do Estado de São Paulo. (Palmas.)

Apóstolo Estevam Hernandes, fundador da Igreja Apostólica Renascer em Cristo e presidente internacional da Marcha para Jesus. (Palmas.) Bispa Sônia, líder da Igreja Renascer. (Palmas.) André Lajst, presidente da StandWithUs. (Palmas.) Meu amigo advogado, Dr. Daniel Bialski, ex-presidente da Hebraica, ex-vice-presidente da Conib. (Palmas.)

Vou convidar também, para compor a nossa tribuna de honra, Avi Meizler. (Palmas.) Minha querida sobrinha, Bruninha Anklam Altikes. (Palmas.) Célia Parnes. (Palmas.) Davi Brubrom. (Palmas.) Meu amigo, presidente da Hebraica, Fernando Rosenthal. (Palmas.) João Campetti. (Palmas.) Lara Knobel. (Palmas.) Meu querido sobrinho, Luis Altikes. (Palmas.) Maurício Kubric. (Palmas.) Luiz Kignel. (Palmas.)  Maria Clara Campetti. (Palmas.) Querida Sigal Meizler. (Palmas.) Vanessa Campetti. (Palmas.) Cleber Tavares e Tânia Dias. (Palmas.) Composta então a Mesa Diretora, prazer em vê-lo, Dani, na tribuna de honra.

Eu convido a todos, senhoras e senhores, a permanecerem em posição de respeito para que realizemos um minuto de silêncio em memória da família Bibas. Recordando que Kfir, Ariel e Shiri foram sequestrados de seus berços e de suas casas e brutalmente assassinados pelos crápulas terroristas. 

 

* * *

 

- É feito um minuto de silêncio.

 

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Muito obrigado a todos. 

Neste momento, assistiremos a um vídeo em homenagem às vítimas deste atentado.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido agora o rabino Yossi Alpern para realizar uma oração.

 

O SR. YOSSI ALPERN - Boa noite. Em um momento destes, na religião judaica, nós recitaríamos o “Kadish”, que é uma prece curtinha que fala sobre a santidade da vida humana. Eu gostaria de falar com todos juntos a última frase do “Kadish”, que fala sobre a paz. Eu vou pedir, se possível, para as pessoas se levantarem. E vamos cantar juntos a tradicional “Oseh Shalom”.

 

* * *

 

- É entoada a canção.

 

* * *

 

O SR. YOSSI ALPERN - Pedimos a Deus que ele traga a paz para a terra de Israel, para o povo judeu e para toda a humanidade. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Senhoras e senhores, convido a todos para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional de Israel e logo após o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Camerata do Corpo Musical da Polícia Militar, aliás, um ensaio maravilhoso, executado e regido pelo maestro primeiro-sargento Ivan Berg.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional de Israel.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradeço ao primeiro-sargento Ivan Berg e à Camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Quero registrar aqui a presença das seguintes personalidades: coronel Américo, secretário de Segurança Pública e Defesa Civil de Bragança Paulista; meu amigo, Olyntho Voltarelli, vereador de São Caetano do Sul; Aparecido Davi, vereador do Guarujá, e delegado Mesquita - mais votado da história de Guarulhos -, muito obrigado, delegado de polícia e vereador.

Gabriel Milevsky, CEO da Hebraica; Murilo Basi, vereador de Santa Fé do Sul; Paulo Monteiro, vereador de Praia Grande; Pedro Roberto Gomes, vereador de São José do Rio Preto, muito obrigado pela presença de todos também.

Quero agradecer aqui a toda a comunidade judaica, presidentes, diretores, conselheiros e demais colaboradores de todas as instituições e entidades representativas da comunidade judaica. Lideranças religiosas, senhoras e senhores, muito obrigado pelo carinho.

Vou passar a palavra, então, ao presidente e proponente desta sessão solene, meu amigo, incansável deputado estadual Danilo Campetti.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Boa noite a todos. Sejam muito bem-vindos ao maior parlamento estadual da América Latina. Quero cumprimentar inicialmente o nosso cônsul-geral de Israel em São Paulo, Rafael Erdheich; o apóstolo Estevam Hernandes, fundador da Igreja Apostólica Renascer em Cristo e presidente internacional da Marcha para Jesus; Exmo. Sr. Claudio Ottenberg, presidente da Conib, Confederação Israelita do Brasil, e Daniel Bialski, ex-presidente da Hebraica e ex-vice-presidente da Confederação Israelita do Brasil.

 Senhora Laura Feldman, presidente da CIP, Congregação Israelita Paulista; Marcos Knobel, presidente da Fisesp, Federação Israelita do Estado de São Paulo. Senhor Ricardo Berkiensztat, presidente executivo da Fisesp, Federação Israelita do Estado de São Paulo. A bispa Sônia Hernandes, fundadora da Igreja Apostólica Renascer em Cristo.

A minha família: minha esposa Vanessa Mauri, meus filhos Maria Clara e João Otávio - meu sentido de vida, minha maior bênção que Deus poderia me dar, meu suporte, que é a minha família; toda a comunidade judaica, presidentes, diretores, conselheiros e demais colaboradores de todas as instituições e entidades representativas das comunidades judaicas, lideranças religiosas, senhoras e senhores, meus colegas aqui da Assembleia Legislativa, deputado Tomé Abduch, deputado Oseias de Madureira, deputado Lucas Bove.

Quero cumprimentar também o vereador Gustavo Mesquita, de Guarulhos; cumprimentar o vereador de São José do Rio Preto, Pedro Roberto; vereador Murilo Basi, Santa Fé do Sul; meus amigos do Republicanos, Cléber e toda a equipe, senhoras e senhores que nos acompanham pela Rede Alesp, servidores da Casa, policiais civis e militares que aqui nos ajudam, o maestro Ivan Berg e toda a orquestra da Polícia Militar, que nos brindam aqui com a sua apresentação.

Quero cumprimentar também, com muita honra, os sobreviventes. Muito obrigado pela presença dos senhores e senhoras aqui. Isso é muito representativo. Nós estamos honrados com a presença de todos os senhores. (Palmas.) Merecida homenagem. Fico muito feliz com a presença dos senhores e senhoras.

Cumprimentar a Beetto Saad, que nos brinda com a sua presença como mestre cerimônias. Obrigado, meu irmão. Cumprimentar a todos que estão na galeria, Luis Altikes, que também nos ajuda muito aqui, e a ideia, Luis, para você ver como, de uma ideia, surge uma grande realização.

Eu vou passar a ler agora os comunicados do Exmo. Sr. Governador do Estado de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas.

“Exmo. Sr. Deputado Danilo Campetti, em nome do Sr. Tarcísio de Freitas, governador do estado de São Paulo, venho agradecer o convite para a sua participação na sessão solene de lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da União Brasil e Israel e suas Soberanias, e informá-lo da inviabilidade de sua presença em razão de compromissos anteriormente assumidos. Na oportunidade, envio em seu nome, cumprimentos e votos de sucesso ao evento”.

Também do Exmo. Sr. Prefeito Municipal de São Paulo, Ricardo Nunes:

“Exmo. Sr. Deputado Danilo Campetti, prezado senhor, recebemos o convite para a sessão solene de lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da União Brasil e Israel e suas Soberanias, a realizar-se dia 24 do corrente.

Agradecemos o envio e informamos que, por impossibilidade de agenda, não será possível a participação do Sr. Prefeito Ricardo Nunes. Com os nossos cumprimentos, desejamos sucesso ao evento. Cordialmente, gabinete”.

É uma grande honra promover a presente sessão solene e, antes de iniciar os atos em memória das vítimas, em nome da Alesp, agradeço profundamente às lideranças políticas, religiosas e comunitárias, aos diplomatas, sobreviventes do Holocausto e a todas as instituições presentes, como a Conib, Confederação Israelita do Brasil; CIP, Congregação Israelita Paulista; Fisesp, Federação Israelita do Estado de São Paulo; Hebraica São Paulo; Associação Cultural e Comunitária Judaica;  StandWithUs Brasil, que eu passo a cumprimentar também o seu presidente André Lajst; KKL; Memorial do Holocausto; Congresso Judaico Latino-Americano; IBI, Instituto Brasil Israel; Confederação Brasileira Macabi; B’nai B’rith, e demais entidades que fortalecem nosso diálogo e memória coletiva.

Seu compromisso com a justiça, educação e a preservação de nossas raízes inspira ações que transcendem fronteiras. Que este encontro reafirme nossa união em prol de um futuro onde a tolerância e o respeito guiem cada passo.

Podemos prosseguir com a sessão, mestre de cerimônias, Beetto Saad.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigado. Salva de palmas para o deputado Campetti pela iniciativa. (Palmas.) Eu, antes de dar sequência, gostaria de me dirigir a todos vocês e dizer da honra que o Campetti e que o Lu me deram esse privilégio.

Eu sou filho de libanês, assim como o Tomé Abduch. Meu avô era padre da Igreja Ortodoxa e veio ao Brasil 64 anos atrás, me batizou, prefeito, e voltou para o Líbano. O Brasil é um país tão extraordinário que eu, como árabe, venho aqui e confesso a vocês com meu coração absolutamente emocionado em me dirigir aos meus irmãos judeus. É um grande privilégio.

Acho que um dos momentos mais importantes, Daniel, da minha vida, da minha existência. Quero agradecer demais ao Danilo Campetti, ao deputado, ao Lu, por me elegerem para poder fazer parte e conduzir essa cerimônia. (Palmas.)

“Amém” é a palavra hebraica, deputado, mais utilizada em português. Ganha do “aleluia”. Em hebraico, “verdade”, “emet”, dá origem à palavra “amém”. Dizer “amém” ao final de uma oração ou afirmação proclama adesão ativa àquela verdade. A verdade está no começo, no meio e no fim e também deveria estar do começo ao final da vida do homem.

Para a tradição espiritual judaica cristã, “amém” significa, sobretudo, adesão à busca da verdade. É um privilégio poder abraçar todos vocês. É um privilégio estar ao lado de vocês, que participaram da maior atrocidade da história da humanidade.

Eu não tenho palavras e me faltam, realmente, palavras para agradecer a Deus e este privilégio de estar aqui ao lado de vocês, de mãos dadas e com a minha alma repleta de felicidade.

Convido aqui, para fazer uso da palavra, o deputado Oseias de Madureira. (Palmas.)

 

O SR. OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - Senhoras e senhores, muito boa noite. Eu quero cumprimentar meu querido amigo, o deputado Danilo Campetti, que de forma brilhante nos presenteia esta noite com esta linda sessão, desta frente parlamentar.

Cumprimentar o querido Dr. Marcos Knobel, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo; Dr. Rafael, cônsul-geral de Israel em São Paulo; querido Dr. Claudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil; Laura Feldman, presidente da Congregação Israelita Paulista; querida bispa Sônia Hernandes, líder da Igreja Renascer.

Querido apóstolo Estevam Hernandes, também fundador da Igreja Apostólica Renascer em Cristo e presidente internacional da Marcha para Jesus; querido Ricardo, presidente executivo da Federação Israelita do Estado de São Paulo; também Dr. André e, por fim, cumprimentando o querido Dr. Daniel Bialski, advogado e ex-presidente da Conib, também uma pessoa por quem nós nutrimos um carinho muito especial, como todos aqui que citamos.

Gostaria de externar os meus mais calorosos cumprimentos ao Exmo. Deputado Danilo Campetti, pela profícua iniciativa de instituir a Frente Parlamentar em Defesa da União Brasil e Israel e Suas Soberanias.

Em um contexto político e social marcado por turbulências e incertezas, essa frente parlamentar emerge como um baluarte, reafirmando os pilares que sustentam nossa identidade, a fé inabalável, a liberdade como valor basilar e o amor incondicional à nossa pátria.

Como apoiador convicto desta frente, manifesto meu entusiasmo em trilhar este caminho de cooperação mútua entre o Brasil e Israel, alicerçando os laços históricos de amizade e nos princípios cristãos que nos moldam e moldam, sim, a nossa sociedade.

Israel, terra santa e berço da fé cristã, ocupa, sem dúvida, um lugar muito especial em nossos corações. Defender sua soberania transcende a mera formalidade política, configurando-se como um imperativo moral a um compromisso com a verdade histórica.

Não posso deixar de destacar que, como autor da lei estadual que institui o Dia Estadual do Combate ao Fascismo e ao Antissemitismo, assumi um compromisso firme com a justiça e a memória histórica. Essa iniciativa reflete a minha convicção de que devemos repudiar qualquer forma de perseguição e garantir que a liberdade e a dignidade humana sejam valores inegociáveis em nossa sociedade.

Além disso, ressalto que a Igreja Evangélica, em especial a igreja de que eu sou membro, Assembleia de Deus do Brás - Ministério de Madureira, representada pelo nosso querido bispo Samuel Ferreira, que sem dúvida é uma igreja amiga do Estado de Israel. (Palmas.)

Os evangélicos brasileiros partilham uma aliança histórica com Israel, baseada na fé, nos valores cristãos e no reconhecimento da importância espiritual e profética desta abençoada nação.

A criação desta frente parlamentar robustece os laços diplomáticos entre nossas nações e abre um leque de oportunidades para parcerias estratégicas em áreas cruciais, como Segurança, Tecnologia e Cultura.

Israel, paradigma de uma resiliência e de uma inovação, ela oferece sempre ao Brasil um manancial de conhecimento e expertise. Defender esta aliança significa impulsionar o desenvolvimento e o progresso de nossa nação, além de salvaguardar nossos valores cristãos e conservadores constantemente atacados por forças antagônicas.

Não podemos nos furtar ao dever de denunciar as ameaças que visam solapar a soberania das nações. Como cidadãos imbuídos de fé, somos compelidos a apoiar politicamente todos aqueles que defendem e promovem a paz e a segurança, tanto ao povo de Israel quanto para o nosso amado Brasil.

A Frente Parlamentar em Defesa da União Brasil e Israel transcende a esfera política, configurando-se como um chamamento àqueles que defendem a verdade, a justiça e o propósito divino. Reitero mais uma vez, terminando as minhas palavras, meus parabéns ao querido deputado Danilo Campetti e a todos os que tomaram junto com ele essa iniciativa.

Que a graça divina abençoe o Brasil, que a graça divina abençoe Israel e a todos aqueles que buscam pelo bem comum. E para concluir, deixo aqui um versículo que nos lembra da aliança e da promessa de Deus para com Israel:

“Israel é como um leão poderoso, quando está dormindo ninguém tem coragem para acordá-lo. Quem abençoar o povo de Israel será abençoado e quem amaldiçoar será amaldiçoado. Oremos pela paz de Jerusalém e prosperarão aqueles que amam esta nação”.

Deus abençoe Israel.  (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Deus abençoe Israel. Muito bem-dito, deputado. Faço então um convite ao deputado Lucas Bove para que venha aqui, por favor, para suas palavras. (Palmas.)

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - Boa noite a todos. “Erev tov”, é assim que se fala? “Erev tov”? “Erev tov.” Obrigado. Queria iniciar, eu vou abreviar os cumprimentos aqui às autoridades presentes para não me alongar muito na minha fala.

Não podia deixar de, primeiramente, cumprimentar o meu amigo, o policial federal que prendeu o Lula, Danilo Campetti, deputado estadual que faz um trabalho brilhante aqui na Assembleia. Parabéns pelo trabalho, parabéns pela iniciativa. Totalmente desnecessário eu me alongar aqui e explicar a importância da sua iniciativa, a importância desta frente parlamentar.

Cumprimento também os nossos policiais militares, tanto da Camerata quanto os que nos ladeiam aqui sempre, as assessorias, quem nos acompanha pela TV Alesp, todo o público aqui presente.

Cumprimento o Sr. Rafael Erdreich, que é o cônsul-geral de Israel em São Paulo, em nome de quem cumprimento todas as autoridades aqui presentes. Cumprimento o meu amigo Daniel Bialski, que, apesar de corintiano, é muito meu amigo, em nome de quem cumprimento todos os nossos irmãos judeus aqui presentes.

Cumprimento da mesma forma a Sra. Laura Feldman, em nome de quem cumprimento todas as nossas irmãs judias aqui presentes. Cumprimento muito especial ao apóstolo Estevam e à bispa Sônia, em nome de quem cumprimento todos os demais cristãos aqui presentes.

Nós, cristãos, não poderíamos estar mais bem representados nessa Mesa do que com a presença dos senhores. (Palmas.) E olha que eu sou católico, mas nós, cristãos, estamos muito bem representados. Só faltou a bispa Sônia cantar uma música e nos encantar com a sua linda voz, mas estamos muito bem representados.

Bem, hoje, mais uma vez, a gente se junta aqui para falar sobre o Estado de Israel, para lembrar o Estado de Israel. Já tivemos né, Campetti, diversos embates aqui, onde, infelizmente, quem se senta à esquerda dessas tribunas acaba defendendo o outro lado.

A história do Estado de Israel nos faz lembrar que é uma nação cuja existência é um testemunho da resiliência de um povo que enfrentou perseguições, exílios e o maior genocídio da história moderna. Desde a sua criação, em 1948, Israel tem sido um farol de democracia, de inovação e de resistência em uma região tão marcada por desafios constantes.

Israel nasceu do direito inalienável do povo judeu de retornar à sua terra ancestral, à sua terra onde há milênios de cultura, fé e identidade e onde todo o povo de Israel e a sua cultura foram, de fato, forjados. A criação do Estado de Israel não é apenas um capricho da história, mas sim a concretização de um sonho legítimo e de uma luta justa por soberania e segurança.

Diante disso, não posso me furtar de trazer à tona um tema que a mim, como brasileiro, incomoda muito e demonstrar a nossa profunda indignação em vermos as recentes posturas adotadas pelo Brasil, que se afastam da verdade histórica e moral, ignoram a legitimidade da defesa de Israel contra ameaças existenciais.

E, ao relativizar o terrorismo e se omitir diante da violência perpetrada contra inocentes israelenses, o Brasil compromete não só a sua tradição de equilíbrio diplomático, mas também desonra os laços históricos de amizade entre os dois países.

Nós apoiamos a paz e o diálogo, mas a paz verdadeira só pode existir quando há o reconhecimento da realidade e da justiça. Israel tem o direito e o dever de se defender contra aqueles que buscam a sua destruição.

E qualquer tentativa de igualar terroristas a um estado legítimo e democrático, como é Israel, é uma afronta aos valores que todos nós compartilhamos e os que devem nortear a nossa comunidade e a comunidade internacional.

Portanto, parabéns, Danilo Campetti, o estado de São Paulo, como vanguarda, como locomotiva do Brasil, não podia se furtar a se posicionar e eu espero que a história sirva de lição e os que hoje erram possam ter a humildade de rever suas posturas. Israel continuará a existir e prosperar, com ou sem o apoio daqueles que escolhem ignorar a sua luta. Mas aqueles que abandonaram a verdade um dia precisarão responder pelo preço da omissão, aqui ou diante de Deus.

Muito obrigado.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito bem, convoco o deputado Tomé Abduch para que venha aqui fazer uso da palavra.

 

O SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - Boa noite a todos, muito obrigado, meu amigo Beetto Saad. Deputado Danilo Campetti, o senhor nos enche de orgulho pela sua iniciativa com esse lindo povo que está aqui presente. Eu me senti muito orgulhoso de ver o hino de Israel sendo tocado nesta Casa e eu, desde pequeno, eu aprendi com o meu pai, que é sírio, a amar o povo de Israel, e é muito simples o porquê. Vocês representam princípios, valores, família, tradição, amor no coração.

Quando explodiu a bomba no Líbano, os primeiros a ajudarem foram os judeus. Os maiores doadores sociais do mundo são os judeus. Vocês representam as nossas famílias e eu tenho muito orgulho de dizer do fundo do meu coração que eu amo o povo judeu.

É inaceitável, nós temos pessoas no mundo que não compreendem o que é o Hamas, pessoas defendendo terroristas, pessoas que não se posicionam contra o terrorismo.

E uma notícia muito boa que nós temos é que aqui no estado de São Paulo, com o nosso governador Tarcísio, com o nosso prefeito Ricardo Nunes e com grande parte da Assembleia Legislativa, vocês têm aqui um porto seguro, o qual os respeita, os ama, os admira e com certeza vai se levantar sempre que necessário para defendê-los. Muito obrigado por estarem aqui e esta Casa é a casa do povo judeu.

Boa noite a todos.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Você, como descendente de sírio e árabe, fez um discurso absolutamente fantástico, Tomé.

 

O SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - Os meus dois filhos já são circuncisados, os dois pequenininhos.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Doutor Claudio, foi com o senhor? Não? Os filhos dele?

 

O SR. CLAUDIO LOTTENBERG - Eu me ocupo de outras especialidades.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Com muito prazer, chamo aqui à tribuna meu amigo, delegado Mesquita, vereador de Guarulhos. Venha aqui, meu querido Mesquita, uma salva de palmas, o delegado mais votado da história de Guarulhos.

 

O SR. GUSTAVO MESQUITA - Muito boa noite a todos. Em nome aqui da agilidade, eu quero, na pessoa do meu amigo presidente aqui da sessão solene, deputado Danilo Campetti, cumprimentar todos os parlamentares aqui presentes. Na pessoa da Sra. Laura Feldman, cumprimentar todas as mulheres aqui presentes.

E na pessoa do apóstolo Hernandes, cumprimentar todos os cristãos e demais presentes aqui também. Bom, é uma honra imensa estar aqui presente neste momento. O meu respeito e admiração pelo povo judeu vem desde o meu berço e do meu sangue.

Eu sou neto de uma avó judia, Ana Mayrovich, que onde estiver tenho certeza de que está muito emocionada neste momento, cuja família saiu da Polônia e veio para o Brasil, fugindo dos horrores do nazismo, e aqui encontraram um lar.

O meu respeito, o meu contato com o povo judeu e a fé judaica foi ensinado por ela e pelo meu pai, Claudio, que sempre me levou nas datas comemorativas, especialmente o Yom Kippur, onde ele me fazia jejuar, e eu não via a hora de chegar a hora da ceia para poder degustar um “gefilte fish”.

E até hoje o meu pai mantém acesa essa chama, fazendo os jantares de Rosh Hashaná, de Pessach, e então a minha admiração pelo povo judeu vem desde berço. Mas não fosse por isso, a minha admiração e o meu respeito pelo povo judeu viriam pelas características que esse povo expressa durante toda a história da humanidade.

Um povo que representa a luta, a resistência, a resiliência, a coragem. Um povo que, se não fosse o povo escolhido, não teria como a gente explicar que está ainda presente, vivo e forte no mundo todo, com tantas histórias de tantas perseguições e sofrimento. E aqui eu faço minha homenagem, é uma honra imensa estar ao lado aqui dos senhores e senhoras sobreviventes.

É de fato indizível a emoção que a gente sente por estar ao lado de vocês. E eu penso que nós celebrarmos, valorizarmos e defendermos a soberania de Israel vai muito além do que simplesmente nós valorizarmos, nos simpatizarmos ou respeitarmos o povo judeu. É uma questão de fato de defendermos a civilização à frente da barbárie, a democracia à frente da tirania, a humanidade à frente da crueldade e do terrorismo.

Portanto, contem sempre comigo. Deputado Danilo Campetti, parabéns novamente. Que a Frente Parlamentar União Brasil e Israel seja um marco, de fato, de cooperação, de bênçãos entre os nossos povos e tenham em mim um aliado sempre de primeira hora.

Muito obrigado por esse momento, Deus abençoe a todos, “Am Yisrael Chai”.

Muito obrigado.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Peço que venha aqui ao palco o Sr. Rafael Zimerman, sobrevivente do ataque de 7 de outubro de 2023. Vamos receber o Rafael de pé. (Palmas.)

 

O SR. RAFAEL ZIMERMAN - Boa noite a todos. Obrigado, deputado Danilo, pelo convite, pelo ato.

Gostaria de agradecer em público também ao André Lajst, presidente do StandWithUs Brasil, que hoje eu faço parte do time, e se não fosse por você e pelo StandWithUs Brasil, eu não estaria aqui, eu garanto. Então, obrigado, de coração.

Bom, eu me mudei para Israel por uma questão de segurança, por incrível que pareça. Depois de tentarem me assaltar duas vezes aqui no Brasil, à mão armada, eu acabo me mudando para Israel, e eu estava no fatídico dia 7 de outubro, eu estava na festa, curiosamente organizada por brasileiros.

Eu estava nessa festa junto com dois amigos, Ranani Glazer e a Rafaela Treistman, e quando começou o ataque com foguetes eu acabei indo me esconder em um bunker junto com os dois, e o nosso bunker foi atacado.

A gente foi atacado por gás, granadas, tiros. Foi difícil, foi muito difícil, e das 40 pessoas que estavam lá dentro, somente nove sobreviveram. Eu tive que ficar quase cinco horas fingindo de morto embaixo dos corpos.

Mas, apesar disso, apesar de todo esse ódio, toda essa raiva que eu presenciei - porque, só para vocês entenderem, os terroristas riam enquanto nos atacavam, eles se divertiam com aquilo -, eu aprendi que, na verdade, isso não é a gente, isso não é ser humano, isso não é o que a vida nos propõe.

E, se eu estou aqui hoje, é porque eu realmente acredito na paz, eu acredito na coexistência entre árabes, entre judeus, entre pessoas que realmente enxergam a vida como algo único e como algo para se aproveitar.

Eu queria finalizar pedindo um favor. Abracem seus filhos, abracem seus pais, digam que amam, perdoem, porque eu tive uma segunda chance, mas muitos de nós podem não ter. Principalmente, hoje, esse ato é para lembrar em relação aos bebês Kfir, Ariel, a mãe que acabou também falecendo e que não pôde dar esse abraço final, não pôde se despedir dos seus filhos e que eles foram mortos, estrangulados pelos terroristas.

Então, novamente, agradecer e finalizar agradecendo aos sobreviventes do Holocausto que, hoje, eu sou comparado a vocês. Eu sei um pouco do que é ser assim. E o que mais me pegou no Holocausto foi que as pessoas deixaram isso acontecer. Ninguém falou, ninguém fez nada.

Então, se a gente está aqui hoje no Brasil fazendo esse ato, é porque tem pessoas que se importam com a gente e tem pessoas que enxergam a vida como algo bom. Que a gente consiga ser feliz, que a gente consiga coexistir, e que a paz reine entre todos.

Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Obrigado a você, Rafa.

Bom, neste momento, vamos assistir a um vídeo produzido pelo Memorial do Holocausto de São Paulo.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Aproveito para registrar também a presença de Gustavo Reis, ex-prefeito de Jaguariúna, da Região Metropolitana de Campinas. No sábado, estivemos junto com o governador Tarcísio, e você passou o bastão para o prefeito Dário Saadi, de Campinas. Uma honra ter você aqui, Gustavo.

Muito bem, dando continuidade, então, quero convidar a fazer uso da palavra a professora Sarita Mucinic Sarue - venha para cá -, coordenadora de Educação e Cultura do Memorial do Holocausto de São Paulo, membro do conselho da Associação - você vai me ajudar aqui, vem cá, você vai me ajudar, Sarita - Janusz Korczak do Brasil.

É isso?

Então está bem.

Obrigado, prazer em vê-la.

 

A SRA. SARITA MUCINIC SARUE - Boa noite. Representando o Memorial do Holocausto, em nome do deputado Danilo Campetti, idealizador do evento, e toda a liderança aqui presente, ao público e aos meus queridos sobreviventes do Holocausto agradeço a honra de participar da sessão solene de lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da União Brasil e Israel e Suas Soberanias.

Estou olhando para os meus amigos aqui nas primeiras fileiras. São pessoas maravilhosas, octogenários e nonagenários, com uma alma pulsante e jovem. São os sobreviventes do Holocausto que estão aqui, pelo passado, pelo presente e pelo futuro: Margot Rotstein, Ariella Pardo Segre, Suzana Venetianer, Jorge Weiser, Joshua Strul, Daniel Roth, Zofia Davidowicz e Josef Kurc. (Palmas.)

Vou incluir o nome da minha mãe, Leia, e do meu falecido pai, Israel, de abençoada memória, ambos sobreviventes do Holocausto, para repetir a frase que sempre ouço da minha mãe: “O Brasil é o melhor país do mundo.”

Esse é o sentimento que ouvimos dos imigrantes que aqui chegaram, da sensação de acolhimento, de liberdade, livre de preconceitos e do isolamento, a oportunidade de recomeçar suas vidas com esperança e resiliência, sem perseguição religiosa e longe dos pogroms, palavra em russo que significa violência descontrolada e apoiada pelo governo.

No entanto, nossos heróis aqui presentes são bem informados, atualizados, didáticos e, acima de tudo, amorosos. Hoje estou falando por eles, mas são eles que falam com os estudantes do ensino médio, com os alunos das Etecs, com os alunos do Senac, com os alunos da Polícia Militar, do setor de Direitos Humanos e com os estudantes das universidades e o público em geral.

A memória do Holocausto é um meio para ensinar o que é o pior que pode acontecer quando somos indiferentes aos preconceitos e ao ódio sem sentido. A nossa missão no Memorial do Holocausto, junto com esse time de heróis, é combater o antissemitismo e a negação do Holocausto por meio da educação.

E, por fim, quero deixar aqui a minha homenagem ao Yarden Bibas. A família Bibas é a nossa família. Somos um povo só. Queremos a volta de todos os sequestrados. A união entre Brasil e Israel representa a nossa vida. Somos partes integrantes da sociedade brasileira. Queremos a paz. Obrigada, deputado Danilo Campetti. O povo de Israel vive. “Am Yisrael Chai”. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Chamo o apóstolo Estevam Hernandes, fundador da Igreja Apostólica Renascer em Cristo. Perdoe-me, que no começo eu falei “Apostólica Católica”; é “Apostólica Renascer”.

Mas estou absolutamente alinhado com vocês e fico muito feliz por essa Marcha de Jesus levar milhares de pessoas há décadas para o encontro realmente com Cristo. Isso é de fundamental importância, principalmente para nós, católicos, em um momento como esse.

Por favor. (Palmas.)

 

O SR. ESTEVAM HERNANDES - Boa noite a todos. E há um protocolo, mas eu não vou seguir o protocolo. Vou cumprimentar os irmãos, amigos que aqui estão. Meu querido irmão Campetti, obrigado. Claudio Lottenberg, querido irmão, amigo, o judeu mais evangélico da história. Meu querido Marcos Knobel, Daniel Bialski, os nossos deputados, o Oseias, o Tomé, o Lucas, cada um de vocês.

Eu vou ser bem breve naquilo que eu vou falar, porque nós precisamos falar com conhecimento de causa. Eu estive lá no kibutz onde houve aquele ataque cruel, violento e covarde. E nós nos espantamos muitas vezes com a omissão, com aqueles que querem enxergar apenas o lado do seu interesse.

Mas, reportando-me à Bíblia e à palavra de Deus, vemos que o povo de Israel nasceu de uma luta. E no livro de Gênesis, no capítulo 32, quando Jacó saía da casa do seu sogro, Labão, passando no vau de Jaboque, ele teve um encontro com Deus.

E ali ele, persistentemente, segurou o anjo e disse: “Não te deixarei enquanto não me abençoares”. E o anjo disse a ele: “Você lutou como um príncipe; por isso o seu nome não será mais Jacó, mas, sim, Israel”. E nasce então Israel.

E nós poderíamos recordar de tantas lutas, como a luta de Gideão, que, sete anos oprimido pelos midianitas, pelos amalequitas, envergonhados, até que chega o momento em que Deus o chama, para que ele possa encarar aqueles inimigos, que são descritos, que vinham todo início de ano e levavam a colheita, e eram como gafanhotos.

E Gideão vai à batalha com 32 mil homens, mas Deus filtra e eles chegam a trezentos. E aqueles 300 foram chamados de “valentes”, porque, mesmo na sua autoimagem destruída, Deus falou a Gideão: “Homem valente, o Senhor é contigo”. Partindo dali eles tiveram uma vitória sobrenatural.

Eu poderia me recordar também de Josué, quando, na conquista da terra prometida, ele tem batalhas e vê muralhas, como a de Jericó, caírem debaixo do poder de um Deus vivo e poderoso, que é o nosso Deus. E hoje nós estamos aqui para realmente darmos continuidade a essa luta.

Nós tivemos aqui tantas falas importantes e, sem dúvida nenhuma, nós somos um povo só. Nós temos o mesmo Deus e todos nós ansiamos pela justiça e pela paz. E que verdadeiramente, através desta luta, que nos cabe não a fazer armada, mas, sim, com o nosso posicionamento diante de uma sociedade que é resistente, uma sociedade que pratica o ódio, muitas vezes, por informação de internet.

Mas nós temos uma missão: a de levantarmos realmente, através da nossa luta, através de posicionamentos, como esse do nosso querido Campetti e de todos que aqui fazem coro.

E é tão maravilhoso nós vermos pessoas de origem árabe aqui, falando exatamente aquilo que é a verdade, que nós lutamos exatamente pela verdade e que ela prevaleça. Que, a exemplo das vitórias sobrenaturais que a Bíblia mostra, de um povo pequeno, porém com um Deus grande, que as vitórias venham, e nós possamos ver realmente um novo tempo e a paz.

Muito obrigado, Deus abençoe a todos. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - A cada fala uma emoção, a cada fala um movimento que vem da alma. Confesso a vocês que nós todos aqui vamos sair muito mais fortalecidos. Tenho certeza absoluta disso.

André Lajst, presidente da StandWithUs. Por favor. (Palmas.)

 

O SR. ANDRÉ LAJST - Caro deputado Danilo Campetti, cumprimentar você e todos aqui presentes para encurtar o tempo. Eu estava vindo para cá hoje e estive pensando sobre a palavra “escuridão” e pensando no enterro da família Bibas, e não só dela, mas de todas as pessoas que perderam seus entes desde o 7 de outubro. Não só desde o 7 de outubro, Israel tem mais de 5.600 vítimas do terrorismo e mais de 23 mil soldados caídos desde a contagem, em 1860, que é o início do Yishuv, em Eretz Yisrael.

Escuridão é, na verdade, falta de luz, ausência de iluminação. E um lugar totalmente iluminado tem ausência de escuridão. Nos últimos 16 meses, o povo judeu, o Estado de Israel, a comunidade judaica no Brasil e no mundo passou por inúmeros momentos de escuridão, que é a ausência de luz.

Sentimo-nos desamparados, abandonados de solidariedade coletiva, do poder público, muitas vezes, de determinados políticos, muitas vezes, de determinadas parcelas importantes e respeitadas da sociedade brasileira; e não só, mas do mundo: organizações internacionais de Direitos Humanos, de proteção à vida da mulher. É como se as vítimas não valessem uma nota de repúdio. Isso é escuridão. É muito parecido com o que aconteceu durante e logo depois do Holocausto.

E, caro deputado, a criação de um grupo, uma frente como essa, que visa a proteger a amizade, as soberanias brasileira e israelense e os laços entre os dois países, é um ponto de luz que ilumina uma imensa escuridão. Isso é extremamente importante. Que sirva de exemplo para todos os outros estados e municípios da Nação.

 Para terminar, eu queria citar o saudoso Moacyr Scliar, gaúcho, escritor brasileiro, judeu, que escreveu o prefácio do livro de Theodor Herzl aqui no Brasil, a versão brasileira.

E ele escreveu o seguinte: “Israel não é perfeita. Como dizia o autor, toda realidade é imperfeita, mas é muito melhor a realidade ainda que imperfeita do que a mais perfeita das lendas”. Continuaremos a existir, e essa é uma mensagem a todos aqueles que não desejam que nós continuemos a existir. Não iremos perder nenhuma guerra. ‘Am Yisrael Chai’”.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito bem, faço então... Com muita honra chamo aqui a presidente da Congregação Israelita Paulista, Laura Feldman. (Palmas.)

 

A SRA. LAURA FELDMAN - Boa noite a todos. Também vou agradecer ao deputado, é uma grande honra estar aqui nesta Casa Legislativa para celebrar a criação da Frente Parlamentar em Defesa da União Brasil, Israel e Suas Soberanias, Danilo Campetti.

Em nome dele e da sua iniciativa e liderança, cumprimento todos os parlamentares e todos os cidadãos aqui presentes, que compreendem a importância dessa aliança estratégica histórica.

Brasil e Israel compartilham valores fundamentais, o compromisso com a democracia, com a liberdade e a soberania nacional. Nossa parceria não se resume apenas a laços diplomáticos, ela se estende a cooperação econômica, cientifica, tecnológica e cultural. Israel tem sido um modelo global de inovação, e o Brasil, com sua diversidade e força econômica, é um parceiro fundamental para Israel na América Latina.

Nosso governador, Tarcísio de Freitas, recentemente reafirmou o seu compromisso com essa relação bilateral; destacou que o Brasil e Israel tem um longo histórico de amizade. Essa parceria só tende a crescer, trazendo benefícios mútuos, principalmente nas áreas de segurança, tecnologia e inovação.

Esse compromisso reforça que o estado de São Paulo reconhece a importância de Israel como um aliado estratégico e como um exemplo de resiliência e desenvolvimento.

Mas, além da cooperação econômica e tecnológica, há um princípio essencial que nos une: a defesa da soberania das nossas nações. Israel tem o direito inegociável de existir e de proteger o seu povo e a sua terra.

Assim como o Brasil, Israel enfrenta desafios e ameaças e, apesar de incomparáveis às ameaças contemporâneas sofridas pelo Brasil, como a Amazônia - é nossa, não é? E não queremos que seja um patrimônio global -, mas Israel sofre com várias tentativas de defensores de que Israel não é um país soberano e prende palestinos em Gaza e na Cisjordânia, como se fosse uma prisão a céu aberto.

Mas nós brasileiros, defensores da democracia, reafirmamos o nosso compromisso com a paz e a segurança do estado soberano de Israel, que o Brasil, através de Oswaldo Aranha, presidindo a Assembleia da ONU em 47, teve um papel fundamental na sua fundação. Desistir de Israel hoje é apagar a história da diplomacia brasileira.

Vivemos tempos em que é necessário ter clareza moral. O combate ao terrorismo, ao antissemitismo e a qualquer forma de intolerância não é uma questão de opinião, mas de princípios. Quando nos unimos em torno desta frente parlamentar, estamos dizendo claramente que não aceitaremos relativismos quando se trata da defesa da vida, da liberdade e da soberania das nações democráticas.

Nosso compromisso, portanto, vai além das palavras. Ele se traduz nos fortalecimentos das relações Brasil-Israel, no apoio ao desenvolvimento mútuo e na construção de pontes para um futuro mais seguro e próspero para ambos os povos e para a humanidade.

Desde os bárbaros ataques de 7 de outubro aos civis israelenses, a posição de uma grande maioria justificou o terrorismo em prol da causa de um grupo extremista palestino. A comunidade judaica se viu isolada de compreensão. Hoje, com essa iniciativa, deputado, sentimos um acolhimento genuíno.

É emocionante ver, através da criação desta frente parlamentar, o reconhecimento de que Israel contribuiu ativamente para a humanidade por meio de sua tecnologia e ações humanitárias e que nessa guerra não apenas luta pelo seu povo, mas pela civilização.

Como brasileiros, judeus e sionistas, esta iniciativa nos fortalece, pois reforça que a liberdade, a justiça e a dignidade humana são valores inegociáveis. Que esta frente parlamentar seja um instrumento de cooperação, de esclarecimento e de resistência contra qualquer tentativa de enfraquecer os valores que nos sustentam; que possamos seguir juntos com coragem e determinação para que o Brasil e Israel continuem sendo faróis de liberdade e democracia no mundo.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido o presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo, Marcos Knobel. Por favor. (Palmas.)

 

O SR. MARCOS KNOBEL - Boa noite a todos, queria agradecer, do fundo do coração, ao deputado Campetti por esta maravilhosa homenagem e dizer que cada um de vocês, deputados, que proferiram as suas palavras aqui, nos emocionaram cada vez mais.

A comunidade judaica foi extremamente bem recebida aqui no nosso estado, aqui no nosso País, e uma das missões da comunidade judaica é, exatamente, retribuir esse acolhimento que o nosso País, a nossa cidade, o nosso estado, deu para todos nós vindos de países árabes. Vindos fugindo do Holocausto, vindos os sobreviventes do Holocausto. Nada mais justo do que nós fazermos tudo isso aqui pela nossa querida cidade.

Deputado, quando nós recebemos uma homenagem como essa, André, a nossa escuridão fica mais clara, ela vai embora, nós sabemos que não estamos sozinhos. Muitas vezes a nossa comunidade fica pensando que nós estamos sós, todos contra nós, mas é isso que nós vemos, uma quantidade enorme de deputados, uma quantidade enorme de pessoas que estão com a comunidade judaica, as pessoas que estão com Israel, as pessoas que estão com o bem.

Eu nasci aqui, eu sou paulista, tenho orgulho de ser paulista. Sou brasileiro, muito orgulho de ser brasileiro, independente de quem nos governa. Eu sou um sionista, amo Israel. Israel é o lar nacional do povo judeu. Israel é muito mais do que isso. Israel é de todos nós. Israel é de todas as pessoas do bem.

Desde a minha escola - minha escola judaica, que é a Escola Bialik -, eu aprendi que nós temos que nos dedicar tanto a nossa pátria, que é o Brasil, mas também a um país que nós amamos, que é Israel.

No hino da Escola Bialik, nós falávamos que o Brasil e Israel são um todo, é por eles que nós queremos viver e é isso que nós estamos fazendo como comunidade, é isso que nós estamos fazendo como sociedade, como sionistas e como brasileiros.

Deputado, mais uma vez, muito obrigado pelo que o senhor está fazendo pela nossa comunidade e por toda São Paulo.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Chamo agora para fazer o uso da palavra, meu amigo, presidente da Confederação Israelita do Brasil, Dr. Claudio Lottenberg. (Palmas.) Aliás, Claudio, quando eu me referi a circuncisão, eu queria dizer que você representa a classe médica israelita. É por isso.

 

O SR. CLAUDIO LOTTENBERG - Prezado deputado Campetti, a quem eu saúdo em nome de todos os deputados aqui presentes, meu prezado Estevam Hernandes, amigo, irmão de todos os momentos, meu querido Marcos Knobel, que me antecedeu aqui, presidente da nossa federação, querido Rafa Erdreich, cônsul do Estado de Israel. E a festa é, sim, também, não em nome só do Brasil, mas em nome de Israel.

Uma salva de palmas para o nosso cônsul, que, aliás, vereador, teve um papel durante esses quinhentos dias, da maior responsabilidade, papel de defesa, defesa de um país que tem o direito e o dever de defender os seus cidadãos, por incrível que alguns até queiram colocar algo absolutamente natural, mas alguns querendo inverter até a própria natureza dos fatos.

Quero, na presença do rabino Weitman, saudar também todos os rabinos. Rafael Zimerman, é um prazer ter você aqui. Você representa, e talvez para quem está aqui em cima, vereador, assistir, meu prezado Tomé, os nossos sobreviventes do Holocausto cantando o Hino Brasileiro, orgulho que sentimos, brasileiros, judeus e sionistas, somos todos nós.

A relação entre o Brasil e Israel tem raízes profundas e simboliza uma aliança baseada em valores democráticos e no compromisso, essencialmente, com a paz, Sr. Prefeito. Desde o voto histórico do embaixador Oswaldo Aranha, o Brasil se posicionou como ator fundamental na criação do Estado de Israel.

Esse momento marcou o início de um laço que deveria transcender governos e conjunturas políticas, pois reflete princípios que unem dois países: a busca pela liberdade, o respeito à diversidade e a defesa dos Direitos Humanos. Ambos os países possuem democracias vibrantes, sociedades plurais e o espírito de inovação.

Israel, um país pequeno, mas gigantesco em resiliência e avanços tecnológicos, tornou-se, para quem quer ver e para quem não quer ver, uma referência mundial em diversas áreas como segurança cibernética e agricultura sustentável e aqui, meu caro Saad, até na medicina.

O Brasil, por sua vez, com sua diversidade cultural e potencial econômico, sempre foi visto por Israel como um parceiro estratégico e um amigo histórico. O que esperamos, esperávamos e esperaremos, é que essa relação continue sendo pautada pelo diálogo e pela cooperação, independentemente de mudanças políticas temporárias.

 Eu tive a oportunidade, Sr. Deputado, de dizer isso ao primeiro ministro de Israel. Agora, quando convidado pelo presidente do Paraguai, tive a oportunidade de visitar Israel. O povo brasileiro ama Israel, queira ou não queira o governo brasileiro. (Palmas.)

E quem sabe, minhas senhoras e meus senhores, é que nós temos acompanhado com séria preocupação as recentes manifestações do atual governo brasileiro em relação ao Estado de Israel.

Essa condenação sistemática, a falta de reconhecimento do direito de Israel de se defender contra o terrorismo, a ausência de uma postura firme contra grupos extremistas, representam o desvio de uma tradição diplomática que sempre prezou pelo equilíbrio e pela justiça.

O terrorismo não é uma ameaça local em Israel, o terrorismo é uma ameaça global, e a luta contra ele não é uma questão política ou ideológica, mas sim uma luta de pessoas do bem contra aqueles que não reconhecem a vida como valor absoluto, como vimos agora no episódio dos filhos da família Bibas.

Ainda assim, é importante ressaltar que, no Brasil, existem vozes corajosas, como a voz do Sr. Deputado Campetti. Eu faço questão de registrar que não é simplesmente uma frente parlamentar, mas é o momento em que V. Exa. escolhe para reforçar esse laço de aliança.

No momento de omissão, a sua voz se faz ainda mais forte, e nós judeus brasileiros sabemos o que é lealdade, nós judeus brasileiros sabemos o que é fraternidade e temos orgulho, sim, apóstolo Estevam, da relação com nossos irmãos mais jovens, que são os evangélicos do nosso Brasil. (Palmas.)

Parlamentares, lideranças, formadores de opinião seguem se posicionando em defesa do Estado de Israel e contra qualquer forma de antissemitismo, e nós não vamos esquecer isso. Essas figuras contrastam com a retórica oficial e demonstram que há, sim, um Brasil que não compactua com discursos distorcidos, meu prezado Tomé, nem com posturas que relativizam a violência e o terrorismo.

Infelizmente não se trata apenas de uma postura crítica ao governo de Israel, mas de uma tendência preocupante que, em alguns momentos, flerta com o antissemitismo ao tratar o único estado judeu do mundo com rigor absolutamente seletivo e totalmente desproporcional.

Contudo, é fundamental destacar que o Brasil é maior que qualquer governo. O povo brasileiro, este povo, de forma geral, nutre uma amizade real, verdadeira e sincera por Israel e reconhece a sua importância como bastião democrático do Oriente Médio.  Da mesma forma, Israel continua vendo o Brasil como um país amigo, esperando que essa relação possa ser resgatada e fortalecida em bases mais sólidas.

E nós seguiremos lutando por isso, porque nós somos, sim, brasileiros. O diálogo e o respeito entre as nações não podem ser substituídos por narrativas que relativizam o terrorismo ou ignoram a complexidade dos desafios enfrentados pelo Estado de Israel.

O nosso papel enquanto liderança não se restringe a representar os judeus brasileiros, mas todos aqueles que acreditam em um bem maior e, portanto, estou convicto e tenho certeza de que falo em nome de todos aqueles que acreditam na democracia, na liberdade de expressão, no respeito à pluralidade e à diversidade.

Por isso, em momento algum, como não fiz em nenhum desses quinhentos dias, não irei me calar, nem nesta tribuna, nem em outro qualquer espaço, muito menos dos meios de comunicação.

Tenho um compromisso permanente com o mundo do bem, com o mundo do respeito e da diversidade. E saibam, meus amigos, estes jamais foram os valores do totalitarismo comandado pelo Irã, um regime teocrático absolutista, que financia e coordena ações terroristas no Oriente Médio.

Tenho convicção disso e, dentro dessa convicção, assumo aqui, uma vez mais, o meu compromisso de fazer valer as minhas palavras e as minhas atitudes na defesa do Brasil em que eu acredito, em nome da comunidade judaica, em nome dos valores democráticos e em nome da verdade.

A crueldade que assistimos dos grupos terroristas, e do Hamas em particular, ultrapassou os limites da brutalidade física para atingir níveis profundos de perversidade psicológica. Não bastava assassinar civis indiscriminadamente, é necessário agora, Rafael, humilhar seus corpos, desumanizá-los, até mesmo na morte, transformando-os em peças de barganha política.

A capacidade desses grupos de armazenar cadáveres em estados avançados de decomposição durante meses e depois devolvê-los como se fossem um troféu, celebrando com cânticos e festividades, não é apenas uma afronta aos familiares das vítimas, mas também uma manifestação de um desprezo absoluto da dignidade humana. Trata-se de um ritual macabro que inverte os valores mais básicos da civilização onde a dor de uns se transforma na glória de outros.

Enquanto isso, muitos governos e organismos internacionais que deveriam, sim, se levantar, André, como você bem lembrou, em defesa das vítimas, permanecem agora em silêncio ou pior, tentam justificar tais atos como relativismos políticos e ideológicos. Esse silêncio é cúmplice e se traduz em condenações sistemáticas que Israel vem recebendo, independentemente de toda e qualquer circunstância.

A máquina diplomática internacional parece operar sob uma lógica distorcida, em que o único Estado judeu do mundo é alvo preferencial de censura, mesmo quando reage a massacres e sequestros bárbaros.

Muitos governos, ao invés de expressarem solidariedade às vítimas do terror, preferem alimentar narrativas que distorcem os fatos e invertem responsabilidades. Há uma tendência ideológica clara disfarçada de preocupação com Direitos Humanos. Disfarçada em preocupação com Direitos Humanos que acaba sendo apenas uma repetição de antigos preconceitos antissemitas que levaram ao Holocausto e que negam ao povo judeu o direito à autodefesa e, digo mais, o direito à dignidade.

Diante desse cenário, a única resposta possível para Israel e para aqueles que prezam pela dignidade humana é a resiliência. Nenhuma nação pode aceitar que seus cidadãos sejam massacrados e seus mortos transformados em troféus sem reação. A luta contra o terrorismo não é apenas um dever de defesa nacional, mas um compromisso moral de todos nós como uma civilização.

Enquanto parte do mundo insiste em ignorar essa realidade, cabe aos que enxergam a verdade continuar falando, resistindo e existindo. Que a barbárie não seja normalizada. “Am Yisrael Chai”. Estamos juntos.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Eu queria agradecer aqui a você, Leonardo Coutinho, e a Daniela Salvador, que são do Cerimonial aqui da Assembleia, pelo apoio que vocês me deram. É muito relevante. Aqui eu peço uma salva de palmas, porque, graças a eles, a gente conseguiu conduzir e pudemos criar um cenário absolutamente importante. (Palmas.)

Eu confesso que, dos meus 64 anos, 46 de imprensa, de empresariado, eu acho que nunca vivi uma emoção tão intensa, tão forte, tão substancial. Eu comecei a minha vida no Bom Retiro, em uma agência de promoções na Rua Neves de Carvalho. O Lu estava lá comigo.

De lá a gente prosperou. Eu formei amigos judeus e vivo em Higienópolis, Perdizes, Dani, com grandes amigos que me fizeram observar a vida com um motivo extraordinário. Resiliência, viver a vida, mas, como a grande maioria disse aqui, deputado Campetti, de mãos dadas.

Quando o deputado Tomé Abduch diz: “Eu amo Israel”, eu quero dizer a vocês que hoje vocês me fazem ser um ser humano melhor. A minha existência está absolutamente consolidada em cada palavra, Dr. Claudio, em cada movimento e em cada manifestação, principalmente por ver você, Rafa, aqui com uma serenidade absoluta, com uma tranquilidade, assim como vocês que são sobreviventes.

Você consegue nos fazer olhar a vida de um modo diferente. Você consegue, tanta a sua simplicidade. Eu não sei de onde você arrumou forças para poder sair de lá, ficar embaixo de cadáver e poder dizer para nós todos aqui: “Amemos as nossas famílias, amemos os nossos filhos”. Como diz os amigos: “Amemos uns aos outros”. É um privilégio muito grande. Vamos seguir com essa cerimônia maravilhosa. (Palmas.)

Muito bem, eu vou precisar da ajuda aqui do meu amigo Léo. Vou chamar o presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo. Não, já... O cônsul de Israel, doutor... Vamos lá.

É muita emoção, me desculpe. É muita emoção. A gente acaba... É o senhor, senhor cônsul. Sr. Cônsul-Geral de Israel, citado por todos aqui. Senhor Rafael Erdreich. (Palmas.) É muita emoção. A gente acaba se perdendo, não é?

Muito obrigado.

 

O SR. RAFAEL ERDREICH - Prezados, senhoras e senhores, hoje é um dia especial, um marco que espero que sirva como ponto de partida para uma série de iniciativas, fortalecendo a cooperação entre o estado de São Paulo e Israel.

Antes de mais nada, gostaria de expressar a minha gratidão ao deputado Danilo Campetti, idealizador desta frente parlamentar, e a todos os demais deputados que apoiam esta iniciativa.

Seu comprometimento é fundamental para enfrentarmos desafios urgentes de nosso tempo. A criação desta frente é mais do que necessária, é crucial não apenas para Israel, mas para todas as sociedades ocidentais que hoje enfrentam uma ameaça silenciosa e persistente. Há guerra de narrativas. Vivemos em um mundo onde, além dos conflitos somados, existe um campo de batalha ainda mais traiçoeiro. Não só balas que disparam, mas palavras.

A proliferação das fake news amplificadas pela internet e pelas redes sociais vem sendo usada para distorcer realidades e minar a legitimidade de que se defende do pior ataque terrorista de sua história. O resultado? Inocentes sem qualquer ligação com o conflito são alvos de linchamentos virtuais e perseguições. Boicotes surgem, campanhas de difamação se espalham, esforços legítimos de defesa são desmoralizados.

Isso é o que chamamos de guerra híbrida, quando as narrativas e confrontos tradicionais se entrelaçam, criando um cenário cada vez mais complexo. Diante disso, a cooperação e a defesa da verdade tornaram-se mais essenciais do que nunca.

Esta luta não é apenas de Israel, mas de todos que prezam pela liberdade, pela democracia e pela justiça. Precisamos romper a bolha do sensacionalismo e da apatia midiática para alcançar a maioria silenciosa que ainda não compreende a gravidade desse embate.

Nos últimos 30 anos, muitos acreditavam que conflitos como os de hoje eram coisas do passado. Essa ilusão permitiu que inimigos da liberdade fortaleçam as suas narrativas, ocupando espaços estratégicos nas universidades, na mídia e na cultura. Agora estamos no epicentro de uma guerra cultural, cujo desfecho determinará o futuro do mundo. E não há melhor forma de reagir do que com iniciativas como esta.

Que a criação desta frente parlamentar não seja apenas um símbolo, mas um canal ativo para fortalecer a comunicação e a defesa de Israel nessa batalha. Além disso, espero que a frente se torne um ponto central de cooperação para o desenvolvimento econômico.

Israel se destaca por sua tecnologia avançada e seu ecossistema de inovação, enquanto o estado de São Paulo lidera como a maior economia do Brasil, com um mercado dinâmico e diversificado. Dessa união espera-se nada menos que prosperidade, impulsionando novos investimentos, parcerias estratégicas e avanços que beneficiem ambas as sociedades.

No entanto, não podemos ignorar os desafios que se impõem. Se não agirmos agora, estaremos entregues ao fundamentalismo e ao autoritarismo. A omissão não é uma opção. É preciso fortalecer os valores democráticos e a cooperação para garantir um futuro de liberdade e progresso.

Mais uma vez, ao deputado Campetti, e aos demais parlamentares, meu mais sincero agradecimento. Contem comigo nessa missão.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Bom, eu queria agradecer, então, deputado Campetti, as palavras de todos os membros da Mesa, de todas as pessoas que aqui manifestaram, com muita emoção, um sentimento mútuo, um sentimento único, Sarita. Importante demais este momento. E vamos agora a mais uma exibição de um vídeo sobre Israel e a sua história.

Acompanhem.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Muito bem, estamos chegando ao final deste momento tão importante, Daniel, e eu vejo aqui este plenário cheio, tanto na parte de baixo como na parte superior, e vocês, atentamente, em um movimento extraordinário de civismo, conseguem, através dos olhares de cada um de vocês, da expressão de cada um de vocês, nos emocionar.

Eu quero aqui, antes de finalizar, mais uma vez agradecer ao meu querido deputado Campetti, ao governador Tarcísio de Freitas, ao prefeito Ricardo Nunes.

Eu estava, sábado, no Clube Monte Líbano e comentei com alguns amigos que viria aqui, teria esse privilégio. E me fez portador Miled El Khoury, cônsul honorário do Líbano, Marcos Zarzur e outros, Marcos Efeiche, presidente do Monte Líbano, está aqui representado por você, deputado Tomé, para abraçar vocês. Mande o nosso abraço a eles. Nós estamos no mesmo barco e remando para o mesmo lado. Então fica aqui registrado esse momento importante.

Eu estou vendo aqui algumas bandeiras de Israel que vocês trouxeram, vocês podem levantar as bandeiras, vocês que trouxeram as bandeiras? E eu quero me permitir, com o meu querido advogado, alvinegro, Daniel, se vocês me permitirem antes de terminar... (Palmas.) Muito obrigado.

Eu vou tirar você da zona de conforto para poder encerrar daqui, da tribuna, essa figura extraordinária, um policial, um exímio policial, que driblou adversidades, conquistou um lugar ao lado do seu fiel escudeiro, o governador Tarcísio, dentro deste plenário para defender os interesses também, ao lado de vocês todos, das pessoas de bem. E ser direita não é defeito para ninguém.

E você sabe bem, Tomé, porque nas eleições você foi lá, subia em caminhão e mostrava realmente qual que era o caminho.

Vem para cá, deputado Campetti, uma salva de palmas. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Bom, quero reiterar aqui os cumprimentos a todos, agradecer imensamente a presença de cada um dos senhores e senhoras neste momento histórico aqui na Assembleia Legislativa, bem como agradecer aos meus pares pela presença, pelos brilhantes discursos.

Registrar também a presença do Leo, que esteve aqui, o Leo Siqueira, que teve que nos deixar; a minha alegria em tê-lo aqui também, Gustavo. Estivemos com o Beetto, no último sábado, um legado brilhantíssimo que você deixa na Região Metropolitana de Campinas. Parabéns.

E política bem-feita é política que deixa legado, assim o governador Tarcísio nos inspira e nos incentiva. Ele, que é meu líder maior aqui no estado de São Paulo, é um grande amigo, um grande defensor também da causa aqui de Israel.

Eu teria prerrogativa, caro cônsul Rafael, de encerrar os trabalhos ali da Presidência, mas fiz questão de vir aqui, porque foi aqui que tudo começou. A ideia de se criar esta frente começou aqui, meu caro Oseias, meu caro Tomé, quando, no dia 7 de outubro de 2024, eu vim até esta tribuna para fazer uma homenagem, para fazer um ato em memória das vítimas e pedir para que todos os esforços fossem envidados para que todos os reféns voltassem para casa.

E aqui eu agradeço, Dr. Daniel, pela medalha “Bring Them Home”, eu tenho certeza de que todos os reféns retornarão ao lugar de onde nunca deveriam ter saído. Cidadãos de bem, israelenses, judeus, de um povo resiliente, de um povo guerreiro, e que eu, particularmente - o Beetto falou muito bem do momento que eu passei -, era suplente, e passei um ano muito difícil, não vou entrar em detalhes aqui, mas o que importa é que nesse ano em que eu estive, caro delegado Gustavo, afastado das minhas funções por seis meses, sem a possibilidade de estar armado, depois de 24 anos como policial, foi-me tirado esse direito por seis meses.

Fiquei vulnerável à bandidagem, fiquei vulnerável a toda e qualquer situação, minha família sabe - Vanessa, João, Maria... (Palmas.) Amo muito vocês, viu? -, o que nós passamos. E foi nesse momento que eu passei a me dedicar a um estudo que eu nunca tinha feito na minha vida, mas que, através de Deus, tocou meu coração e me colocou, apóstolo Estevam, com intimidade a história do povo de Israel.

Eu praticamente fiquei seis meses estudando toda a história, que eu não tinha me aprofundado. Eu que sou descendente de italianos. E aí passei a admirar esse povo que sofreu tanto, que teve tantas perdas.

Corrija-me, Luiz, eram 18 milhões no mundo, foram seis milhões assassinados no Holocausto. Até hoje, a nação israelense não recuperou esse número de 18 milhões, e nesse período eu me prendi muito a Deus, bispa Sônia, me prendi muito a Deus. Confiei realmente, confiei isso tudo, e estava certo de que isso tudo ia passar.

Não se vive o propósito se não passarmos por todo o processo, e depois de um ano eu assumi uma cadeira aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, na exata semana da Marcha para Jesus, com o apóstolo Estevam me abençoando naquele dia, e anunciando que eu assumiria uma cadeira aqui, com a presença do prefeito Ricardo Nunes, com a presença do governador Tarcísio.

E a presença do senhor e da senhora hoje tem um valor muito significativo para mim aqui. Muito obrigado, é uma bênção de Deus vocês estarem aqui. Obrigado mesmo.

Também fiz questão de trazer minha família, porque essa causa não é uma causa de um parlamentar, é uma causa de um cidadão, é uma causa de um cidadão que quer trazer a verdade, e que hoje tem voz.

E naquele dia, e eu volto, Rafael, aquele dia em que eu estava aqui e que eu fui contraposto por um deputado de uma outra ideologia, que disse: “Israel está cometendo um genocídio contra o povo palestino”. Naquele momento, eu fui tocado por Deus e imaginei até onde vai o cúmulo do absurdo de manifestações como essa.

O Holocausto, ele não começou com as câmaras de gás, ele começou com a omissão, com a falta de repúdio de pequenas ações que tomaram proporções e levaram esse caos, meu caro André Lajst, e depois daquele dia que eu ouvi esse absurdo aqui nessa tribuna, eu voltei, estava com a minha equipe, aliás, minha equipe que ajudou a promover todo esse evento, eu gostaria que todos, juntamente com os servidores aqui, recebessem uma salva de palmas. (Palmas.) Porque nós não fazemos nada sozinho, nós não fazemos nada sozinho.

E naquele dia, eu tive a certeza de que eu não poderia me omitir, nunca mais, e eu pedi que Deus me usasse de instrumento, enquanto eu estiver aqui. Não existe nada mais efêmero que o poder de um mandato, que o poder de um cargo aqui. Nós estamos aqui em nome e por obra do Senhor Jesus Cristo, nosso Deus.

Enquanto aqui estiver, ninguém vai se levantar contra o povo escolhido, ninguém vai dizer um absurdo desse sem ter uma contraposição aqui, e eu tenho certeza que os meus pares agirão do mesmo jeito.

A Frente Parlamentar em Defesa da União Brasil e Israel e Suas Soberanias hoje tem quase um terço dos membros desta Casa. Esta Casa está aberta para toda a comunidade, Dr. Claudio. Esta Casa está aberta. Aqui vocês terão voz.

Não é uma frente simplesmente para fazer essa solenidade, nós queremos toda a comunidade aqui dentro, e nós vamos realizar muitos eventos aqui para esclarecer toda a sociedade paulista, aqueles que ainda têm uma versão distorcida do que é a verdade, nós vamos trazer a verdade.

E nesse dia, eu propus também o Projeto de lei nº 787, que institui o Dia Estadual em Memória das Vítimas do Ataque Terrorista promovido pelo Hamas em Israel, em homenagem a Kfir Bibas, refém mais jovem desse terrível acontecimento, incluindo no Calendário Oficial do Estado, e será em todo o dia 7 de outubro esse dia estadual.

O projeto hoje encontra-se em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça. Depois da Comissão de Constituição e Justiça ele vai à comissão de mérito e tramitará em caráter conclusivo. Eu vou envidar todos os esforços, Marcos, para que seja aprovado o quanto antes. E nesse dia, nós não sabíamos desse desfecho cruel contra essa família, Kfir, Ariel, Shiri, todos eles voltaram em um caixão, foram retirados covardemente de seus kibutzim e retornaram a Yarden, seu familiar, em um caixão, olha o tamanho da dor.

Que tipo de ser vivente - eu não vou falar ser humano -, que tipo de ser vivente que habita nesse mundo, tem a coragem de esganar uma criança de quatro anos e um bebê de nove meses. Olha contra quem nós estamos lutando.

Como que nós podemos não conceber o direito de defesa de Israel, que não defende apenas a nação dos judeus, mas que defende toda a civilização ocidental, toda a civilização judaico-cristã. É dessa forma, e é por isso que nós estamos com essa fita laranja, que remete à cor do cabelo dessas crianças. Não é possível que nós tenhamos vozes que apoiem esses terroristas, não é possível.

Nós, como cristãos, não concebemos. Fica aqui o meu mais absoluto repúdio. O dia 7 de outubro não é um dia triste apenas para Israel e para a comunidade judaica no mundo, está marcado com sangue e lágrimas na história da humanidade, como mais uma tragédia que afetou todas as pessoas de bem.

Os horrores e a crueldade impostas pelos terroristas do Hamas e seus aliados mostraram-nos que essas pessoas não só disseminam ódio, como não têm limites em sua perversidade. Porém, semana passada, no último dia 20, todos nós recebemos a notícia estarrecedora da devolução dos corpos de duas crianças da família Bibas, aqueles anjinhos ruivinhos, e de sua mãe, mortos.

A jornalista Sabrina Abreu, que também é diretora do documentário “Ainda é Sete de Outubro”: “Kfir Bibas foi retirado do seu berço por terroristas do Hamas e levado para a Faixa de Gaza, de onde voltou em um caixão”.

Isso é tudo que importa saber sobre os métodos do Hamas. Estive em janeiro, no dia da recordação do Holocausto, e passados 80 anos da libertação dos campos de concentração e vitória sobre o nazismo, ainda somos surpreendidos com tamanha malignidade. Estamos no século XXI, e então peço a cada um de vocês que reflitam sobre qual o mundo em que queremos viver e qual o futuro de nossos filhos e descendentes.

Vamos deixar o Brasil se tornar berço de perseguição, onde as pessoas não mais poderão professar sua religião ou ter medo de expô-la e admiti-la? Efetivamente, esse não é o País que quero para mim e para os meus filhos, e enquanto deputado jamais deixarei de lutar para combater essa intolerância.

Esse império de maldade financiado pelo Irã coloca em risco não só a segurança dos judeus, mas de todos nós, porque esses facínoras já juraram aniquilar todos que se opuserem ao seu regime, independentemente do credo, fé ou religião. O escritor Elie Wiesel, tão conhecido da grande maioria de vocês, bem disse: “nenhuma raça é superior, nenhum credo é inferior”.

Todos têm direito de viver em paz, por isso precisamos apoiar Israel em todas as suas ações, desde o direito de se defender, como o direito de buscar eliminar essa ameaça à sua soberania e à sua população.

A sobrevivência de Israel é imprescindível para a comunidade judaica e para todos nós. Notáveis são as descobertas tecnológicas e mais incríveis são as centenas de judeus que ganharam prêmios Nobel, destacando-se em suas mais diversas profissões.

Pode até parecer incrível, mas infelizmente é verdade, que o governo brasileiro não reconheça o Hamas, o Hezbollah, a Jihad Islâmica e outros grupos terroristas. O que mais é preciso? Basta ver a tipificação de terrorismo na nossa legislação e ver o que fizeram.

Devemos e iremos nos preocupar para que a nossa zelosa e mavórtica Polícia Federal, da qual eu faço parte, fique vigilante e, além de evitar que esses criminosos entrem no nosso país, diante da complacência do governo federal, os que os apoiam aqui sejam investigados.

Albert Einstein bem disse que, abre aspas: “O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim, por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer”.

Esse alerta não é sem razão. Eu não vou me calar e nem me omitir jamais. Fico abismado do silêncio da imprensa, especialmente dos políticos de esquerda, que possuem visão turva e, como sempre, só enxergam o que lhes interessa. Hoje ainda há mais de 60 reféns sequestrados. Estão vivos? Como estão? Por que a Cruz Vermelha nunca foi visitá-los, até para trazer algum alento para familiares e amigos?

Eu não admito e nem admitirei que pessoas balancem bandeiras desses terroristas na avenida mais importante de São Paulo. Não admito. (Palmas.) Não admito que ovacionem ações terroristas. Minha vida toda, profissional, e agora pública, foi pautada pelo combate à criminalidade.

Agora estou expandindo minhas ações para além disso: me solidarizar ao povo judaico e ser mais um a protegê-los com minha voz, minha função e minhas ações, porque não ficarei de braços cruzados vendo o aumento desse preconceito e antissemitismo.

Nesta Casa Legislativa, a relação Brasil-Israel está formalmente fortificada, na data de hoje, com a celebração da frente parlamentar. Sinto-me extremamente privilegiado de poder liderar esse movimento, com a anuência do governador Tarcísio de Freitas, do presidente André do Prado, e da grande maioria dos deputados. Israel e seu povo aqui são e sempre serão muito bem-vindos. Que Deus abençoe a todos, que Deus abençoe Israel. “Am Yisrael Chai”. Um grande abraço. (Palmas.)

A gente só vai para o encerramento regimental, porque senão nosso presidente vai me chamar a atenção. Agora que nos encaminhamos para o final do evento, quero agradecer ao presidente desta Casa de Leis, André do Prado, que convocou esta sessão solene, atendendo a minha solicitação.

Esgotado o objeto da presente sessão, eu agradeço a todos os envolvidos na realização desta solenidade, assim como agradeço a presença de todos. Um grande abraço, muito obrigado pela presença.

Que Deus abençoe a todos.

Está encerrada esta sessão solene.

 

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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 44 minutos.

 

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