24 DE FEVEREIRO DE 2025
4ª SESSÃO SOLENE PARA O LANÇAMENTO DA FRENTE PARLAMENTAR EM DEFESA DA UNIÃO BRASIL E ISRAEL E SUAS SOBERANIAS
Presidência: DANILO CAMPETTI
RESUMO
1 - DANILO CAMPETTI
Assume a Presidência e abre a sessão às 20h34min.
2 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Nomeia a composição da Mesa e demais autoridades presentes. Pede que seja feito um minuto de silêncio em memória da família Bibas, vítima do Hamas. Anuncia a exibição de vídeo em sua homenagem.
3 - YOSSI ALPERN
Rabino, faz oração.
4 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional de Israel" e o "Hino Nacional Brasileiro".
5 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI
Informa que a Presidência efetiva convocou a presente sessão solene, para o "Lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da União Brasil e Israel e suas Soberanias", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Dá conhecimento de mensagens do governador Tarcísio de Freitas e do prefeito da Capital, Ricardo Nunes, alusivas a este evento. Destaca a importância da presente iniciativa.
6 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Discorre sobre a relevância desta solenidade.
7 - OSEIAS DE MADUREIRA
Deputado estadual, faz pronunciamento.
8 - LUCAS BOVE
Deputado estadual, faz pronunciamento.
9 - TOMÉ ABDUCH
Deputado estadual, faz pronunciamento.
10 - GUSTAVO MESQUITA
Vereador de Guarulhos, faz pronunciamento.
11 - RAFAEL ZIMERMAN
Sobrevivente do ataque de 07/10/23, faz pronunciamento.
12 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Anuncia a exibição de vídeo produzido pelo Memorial do Holocausto de São Paulo.
13 - SARITA MUCINIC SARUE
Coordenadora de Educação e Cultura do Memorial do Holocausto de São Paulo e integrante do conselho da Associação Janusz Korczak Brasil, faz pronunciamento.
14 - ESTEVAM HERNANDES
Fundador da Igreja Apostólica Renascer em Cristo e presidente internacional da Marcha para Jesus, faz pronunciamento.
15 - ANDRÉ LAJST
Presidente da StandWithUs do Brasil, faz pronunciamento.
16 - LAURA FELDMAN
Presidente da Congregação Israelita Paulista, faz pronunciamento.
17 - MARCOS KNOBEL
Presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo, faz pronunciamento.
18 - CLAUDIO LOTTENBERG
Presidente da Confederação Israelita do Brasil, faz pronunciamento.
19 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Reitera a importância deste evento.
20 - RAFAEL ERDREICH
Cônsul-geral de Israel em São Paulo, faz pronunciamento.
21 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Anuncia a exibição de um vídeo sobre Israel e sua história.
22 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI
Discorre sobre as motivações para a criação da Frente Parlamentar em Defesa da União Brasil e Israel e suas Soberanias. Presta homenagem às vítimas dos ataques de 07/10/23 em Israel. Tece críticas ao governo brasileiro, por não reconhecer o Hamas como grupo terrorista. Defende a tolerância religiosa. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 22h44min.
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- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Danilo Campetti.
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O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito bem, senhoras
e senhores. Tenho muito orgulho. Meu nome é Beetto Saad. Tenho muito orgulho de
poder conduzir essa cerimônia. Sejam todos muito bem-vindos à Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo.
Esta sessão solene tem a finalidade de
realizar o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da União Brasil e Israel
e Suas Soberanias. Comunicamos aos presentes também que esta sessão solene está
sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal Alesp do YouTube.
Vocês podem digitar para os amigos, parentes e
familiares, para poder pedir para irem à TV Alesp ou ao YouTube, àqueles que
não estão na televisão, para poderem nos assistir neste momento importante.
A gente vai compor a Mesa Diretora, e
eu peço que recebam com muito carinho a cada um dos integrantes aqui desta
Mesa, que é, sem dúvida alguma, a mesa importante para este momento solene.
Deputado estadual Danilo Campetti.
(Palmas.) Rafael Erdreich, cônsul-geral de Israel em São Paulo. (Palmas.) Meu
amigo, Dr. Claudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil.
(Palmas.) Marcos Knobel, presidente da Federação Israelita do Estado de São
Paulo. (Palmas.) Laura Feldman, presidente da Congregação Israelita Paulista.
(Palmas.) Ricardo Berkiensztat, presidente executivo da Federação Israelita do
Estado de São Paulo. (Palmas.)
Apóstolo Estevam Hernandes, fundador da
Igreja Apostólica Renascer em Cristo e presidente internacional da Marcha para
Jesus. (Palmas.) Bispa Sônia, líder da Igreja Renascer. (Palmas.) André Lajst,
presidente da StandWithUs. (Palmas.) Meu amigo advogado, Dr. Daniel Bialski,
ex-presidente da Hebraica, ex-vice-presidente da Conib. (Palmas.)
Vou convidar também, para compor a
nossa tribuna de honra, Avi Meizler. (Palmas.) Minha querida sobrinha, Bruninha
Anklam Altikes. (Palmas.) Célia Parnes. (Palmas.) Davi Brubrom. (Palmas.) Meu
amigo, presidente da Hebraica, Fernando Rosenthal. (Palmas.) João Campetti.
(Palmas.) Lara Knobel. (Palmas.) Meu querido sobrinho, Luis Altikes. (Palmas.)
Maurício Kubric. (Palmas.) Luiz Kignel. (Palmas.) Maria Clara Campetti. (Palmas.) Querida Sigal
Meizler. (Palmas.) Vanessa Campetti. (Palmas.) Cleber Tavares e Tânia Dias.
(Palmas.) Composta então a Mesa Diretora, prazer em vê-lo, Dani, na tribuna de
honra.
Eu convido a todos, senhoras e
senhores, a permanecerem em posição de respeito para que realizemos um minuto
de silêncio em memória da família Bibas. Recordando que Kfir, Ariel e Shiri
foram sequestrados de seus berços e de suas casas e
brutalmente assassinados pelos crápulas terroristas.
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- É feito um minuto de silêncio.
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Muito obrigado a todos.
Neste momento, assistiremos a um vídeo
em homenagem às vítimas deste atentado.
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- É exibido o vídeo.
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O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido agora o
rabino Yossi Alpern para realizar uma oração.
O
SR. YOSSI ALPERN - Boa noite. Em um momento
destes, na religião judaica, nós recitaríamos o “Kadish”, que é uma prece
curtinha que fala sobre a santidade da vida humana. Eu gostaria de falar
com todos juntos a última frase do “Kadish”, que fala sobre a paz. Eu vou
pedir, se possível, para as pessoas se levantarem. E vamos cantar juntos a
tradicional “Oseh Shalom”.
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- É entoada a
canção.
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O
SR. YOSSI ALPERN - Pedimos a Deus que ele traga a
paz para a terra de Israel, para o povo judeu e para toda a humanidade.
Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Senhoras e
senhores, convido a todos para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino
Nacional de Israel e logo após o Hino Nacional Brasileiro, executado
pela Camerata do Corpo Musical da Polícia Militar, aliás, um ensaio
maravilhoso, executado e regido pelo maestro primeiro-sargento Ivan Berg.
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- É executado
o Hino Nacional de Israel.
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- É executado
o Hino Nacional Brasileiro.
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O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradeço ao primeiro-sargento
Ivan Berg e à Camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São
Paulo.
Quero registrar aqui a presença das
seguintes personalidades: coronel Américo, secretário de Segurança Pública e
Defesa Civil de Bragança Paulista; meu amigo, Olyntho Voltarelli, vereador de
São Caetano do Sul; Aparecido Davi, vereador do Guarujá, e delegado Mesquita -
mais votado da história de Guarulhos -, muito obrigado, delegado de polícia e
vereador.
Gabriel Milevsky, CEO da Hebraica;
Murilo Basi, vereador de Santa Fé do Sul; Paulo Monteiro, vereador de Praia
Grande; Pedro Roberto Gomes, vereador de São José do Rio Preto, muito obrigado
pela presença de todos também.
Quero agradecer aqui a toda a
comunidade judaica, presidentes, diretores, conselheiros e demais colaboradores
de todas as instituições e entidades representativas da comunidade judaica.
Lideranças religiosas, senhoras e senhores, muito obrigado pelo carinho.
Vou passar a palavra, então, ao
presidente e proponente desta sessão solene, meu amigo, incansável deputado
estadual Danilo Campetti.
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Boa noite a todos. Sejam muito bem-vindos ao maior parlamento estadual da
América Latina. Quero cumprimentar inicialmente o nosso cônsul-geral de Israel
em São Paulo, Rafael Erdheich; o apóstolo Estevam Hernandes, fundador da Igreja
Apostólica Renascer em Cristo e presidente internacional da Marcha para Jesus;
Exmo. Sr. Claudio Ottenberg, presidente da Conib, Confederação Israelita do
Brasil, e Daniel Bialski, ex-presidente da Hebraica e ex-vice-presidente da
Confederação Israelita do Brasil.
Senhora Laura Feldman, presidente da CIP,
Congregação Israelita Paulista; Marcos Knobel, presidente da Fisesp, Federação
Israelita do Estado de São Paulo. Senhor Ricardo Berkiensztat, presidente
executivo da Fisesp, Federação Israelita do Estado de São Paulo. A bispa Sônia
Hernandes, fundadora da Igreja Apostólica Renascer em Cristo.
A minha família: minha esposa Vanessa
Mauri, meus filhos Maria Clara e João Otávio - meu sentido de vida, minha maior
bênção que Deus poderia me dar, meu suporte, que é a minha família; toda a
comunidade judaica, presidentes, diretores, conselheiros e demais colaboradores
de todas as instituições e entidades representativas das comunidades judaicas,
lideranças religiosas, senhoras e senhores, meus colegas aqui da Assembleia
Legislativa, deputado Tomé Abduch, deputado Oseias de Madureira, deputado Lucas
Bove.
Quero cumprimentar também o vereador
Gustavo Mesquita, de Guarulhos; cumprimentar o vereador de São José do Rio
Preto, Pedro Roberto; vereador Murilo Basi, Santa Fé do Sul; meus amigos do
Republicanos, Cléber e toda a equipe, senhoras e senhores que nos acompanham
pela Rede Alesp, servidores da Casa, policiais civis e militares que aqui nos
ajudam, o maestro Ivan Berg e toda a orquestra da Polícia Militar, que nos
brindam aqui com a sua apresentação.
Quero cumprimentar também, com muita
honra, os sobreviventes. Muito obrigado pela presença dos senhores e senhoras
aqui. Isso é muito representativo. Nós estamos honrados com a presença de todos
os senhores. (Palmas.) Merecida homenagem. Fico muito feliz com a presença dos
senhores e senhoras.
Cumprimentar a Beetto Saad, que nos
brinda com a sua presença como mestre cerimônias. Obrigado, meu irmão.
Cumprimentar a todos que estão na galeria, Luis Altikes, que também nos ajuda
muito aqui, e a ideia, Luis, para você ver como, de uma ideia, surge uma grande
realização.
Eu vou passar a ler agora os
comunicados do Exmo. Sr. Governador do Estado de São Paulo, Tarcísio Gomes de
Freitas.
“Exmo. Sr. Deputado Danilo Campetti, em
nome do Sr. Tarcísio de Freitas, governador do estado de São Paulo, venho
agradecer o convite para a sua participação na sessão solene de lançamento da
Frente Parlamentar em Defesa da União Brasil e Israel e suas Soberanias, e
informá-lo da inviabilidade de sua presença em razão de compromissos
anteriormente assumidos. Na oportunidade, envio em seu nome, cumprimentos e
votos de sucesso ao evento”.
Também do Exmo. Sr. Prefeito Municipal
de São Paulo, Ricardo Nunes:
“Exmo. Sr. Deputado Danilo Campetti,
prezado senhor, recebemos o convite para a sessão solene de lançamento da
Frente Parlamentar em Defesa da União Brasil e Israel e suas Soberanias, a
realizar-se dia 24 do corrente.
Agradecemos o envio e informamos que,
por impossibilidade de agenda, não será possível a participação do Sr. Prefeito
Ricardo Nunes. Com os nossos cumprimentos, desejamos sucesso ao evento.
Cordialmente, gabinete”.
É uma grande honra promover a presente
sessão solene e, antes de iniciar os atos em memória das vítimas, em nome da
Alesp, agradeço profundamente às lideranças políticas, religiosas e
comunitárias, aos diplomatas, sobreviventes do Holocausto e a todas as
instituições presentes, como a Conib, Confederação Israelita do Brasil; CIP,
Congregação Israelita Paulista; Fisesp, Federação Israelita do Estado de São
Paulo; Hebraica São Paulo; Associação Cultural e Comunitária Judaica; StandWithUs Brasil, que eu passo a
cumprimentar também o seu presidente André Lajst; KKL; Memorial do Holocausto;
Congresso Judaico Latino-Americano; IBI, Instituto Brasil Israel; Confederação
Brasileira Macabi; B’nai B’rith, e demais entidades que fortalecem nosso
diálogo e memória coletiva.
Seu compromisso com a justiça, educação
e a preservação de nossas raízes inspira ações que transcendem fronteiras. Que
este encontro reafirme nossa união em prol de um futuro onde a tolerância e o
respeito guiem cada passo.
Podemos prosseguir com a sessão, mestre
de cerimônias, Beetto Saad.
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigado. Salva
de palmas para o deputado Campetti pela iniciativa. (Palmas.) Eu, antes de dar
sequência, gostaria de me dirigir a todos vocês e dizer da honra que o Campetti
e que o Lu me deram esse privilégio.
Eu sou filho de libanês, assim como o
Tomé Abduch. Meu avô era padre da Igreja Ortodoxa e veio ao Brasil 64 anos
atrás, me batizou, prefeito, e voltou para o Líbano. O Brasil é um país tão
extraordinário que eu, como árabe, venho aqui e confesso a vocês com meu
coração absolutamente emocionado em me dirigir aos meus irmãos judeus. É um
grande privilégio.
Acho que um dos momentos mais
importantes, Daniel, da minha vida, da minha existência. Quero agradecer demais
ao Danilo Campetti, ao deputado, ao Lu, por me elegerem para poder fazer parte
e conduzir essa cerimônia. (Palmas.)
“Amém” é a palavra hebraica, deputado,
mais utilizada em português. Ganha do “aleluia”. Em hebraico, “verdade”,
“emet”, dá origem à palavra “amém”. Dizer “amém” ao final de uma oração ou
afirmação proclama adesão ativa àquela verdade. A verdade está no começo, no
meio e no fim e também deveria estar do começo ao final da vida do homem.
Para a tradição espiritual judaica
cristã, “amém” significa, sobretudo, adesão à busca da verdade. É um privilégio
poder abraçar todos vocês. É um privilégio estar ao lado de vocês, que
participaram da maior atrocidade da história da humanidade.
Eu não tenho palavras e me faltam,
realmente, palavras para agradecer a Deus e este privilégio de estar aqui ao
lado de vocês, de mãos dadas e com a minha alma repleta de felicidade.
Convido aqui, para fazer uso da
palavra, o deputado Oseias de Madureira. (Palmas.)
O
SR. OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - Senhoras e senhores,
muito boa noite. Eu quero cumprimentar meu querido amigo, o deputado Danilo
Campetti, que de forma brilhante nos presenteia esta noite com esta linda
sessão, desta frente parlamentar.
Cumprimentar o querido Dr. Marcos
Knobel, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo; Dr. Rafael,
cônsul-geral de Israel em São Paulo; querido Dr. Claudio Lottenberg, presidente
da Confederação Israelita do Brasil; Laura Feldman, presidente da Congregação
Israelita Paulista; querida bispa Sônia Hernandes, líder da Igreja Renascer.
Querido apóstolo Estevam Hernandes,
também fundador da Igreja Apostólica Renascer em Cristo e presidente
internacional da Marcha para Jesus; querido Ricardo, presidente executivo da
Federação Israelita do Estado de São Paulo; também Dr. André e, por fim,
cumprimentando o querido Dr. Daniel Bialski, advogado e ex-presidente da Conib,
também uma pessoa por quem nós nutrimos um carinho muito especial, como todos
aqui que citamos.
Gostaria de externar os meus mais
calorosos cumprimentos ao Exmo. Deputado Danilo Campetti, pela profícua
iniciativa de instituir a Frente Parlamentar em Defesa da União Brasil e Israel
e Suas Soberanias.
Em um contexto político e social
marcado por turbulências e incertezas, essa frente parlamentar emerge como um
baluarte, reafirmando os pilares que sustentam nossa identidade, a fé
inabalável, a liberdade como valor basilar e o amor incondicional à nossa
pátria.
Como apoiador convicto desta frente,
manifesto meu entusiasmo em trilhar este caminho de cooperação mútua entre o
Brasil e Israel, alicerçando os laços históricos de amizade e nos princípios
cristãos que nos moldam e moldam, sim, a nossa sociedade.
Israel, terra santa e berço da fé
cristã, ocupa, sem dúvida, um lugar muito especial em nossos corações. Defender
sua soberania transcende a mera formalidade política, configurando-se como um
imperativo moral a um compromisso com a verdade histórica.
Não posso deixar de destacar que, como
autor da lei estadual que institui o Dia Estadual do Combate ao Fascismo e ao
Antissemitismo, assumi um compromisso firme com a justiça e a memória
histórica. Essa iniciativa reflete a minha convicção de que devemos repudiar
qualquer forma de perseguição e garantir que a liberdade e a dignidade humana
sejam valores inegociáveis em nossa sociedade.
Além disso, ressalto que a Igreja
Evangélica, em especial a igreja de que eu sou membro, Assembleia de Deus do
Brás - Ministério de Madureira, representada pelo nosso querido bispo Samuel
Ferreira, que sem dúvida é uma igreja amiga do Estado de Israel. (Palmas.)
Os evangélicos brasileiros partilham
uma aliança histórica com Israel, baseada na fé, nos valores cristãos e no
reconhecimento da importância espiritual e profética desta abençoada nação.
A criação desta frente parlamentar
robustece os laços diplomáticos entre nossas nações e abre um leque de
oportunidades para parcerias estratégicas em áreas cruciais, como Segurança,
Tecnologia e Cultura.
Israel, paradigma de uma resiliência e
de uma inovação, ela oferece sempre ao Brasil um manancial de conhecimento e
expertise. Defender esta aliança significa impulsionar o desenvolvimento e o
progresso de nossa nação, além de salvaguardar nossos valores cristãos e
conservadores constantemente atacados por forças antagônicas.
Não podemos nos furtar ao dever de
denunciar as ameaças que visam solapar a soberania das nações. Como cidadãos
imbuídos de fé, somos compelidos a apoiar politicamente todos aqueles que
defendem e promovem a paz e a segurança, tanto ao povo de Israel quanto para o
nosso amado Brasil.
A Frente Parlamentar em Defesa da União
Brasil e Israel transcende a esfera política, configurando-se como um
chamamento àqueles que defendem a verdade, a justiça e o propósito divino.
Reitero mais uma vez, terminando as minhas palavras, meus parabéns ao querido
deputado Danilo Campetti e a todos os que tomaram junto com ele essa
iniciativa.
Que a graça divina abençoe o Brasil,
que a graça divina abençoe Israel e a todos aqueles que buscam pelo bem comum.
E para concluir, deixo aqui um versículo que nos lembra da aliança e da
promessa de Deus para com Israel:
“Israel é como um leão poderoso, quando
está dormindo ninguém tem coragem para acordá-lo. Quem abençoar o povo de
Israel será abençoado e quem amaldiçoar será amaldiçoado. Oremos pela paz de
Jerusalém e prosperarão aqueles que amam esta nação”.
Deus abençoe Israel. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Deus abençoe Israel.
Muito bem-dito, deputado. Faço então um convite ao deputado Lucas Bove para que
venha aqui, por favor, para suas palavras. (Palmas.)
O
SR. LUCAS BOVE - PL - Boa noite a todos.
“Erev tov”, é assim que se fala? “Erev tov”? “Erev tov.” Obrigado. Queria
iniciar, eu vou abreviar os cumprimentos aqui às autoridades presentes para não
me alongar muito na minha fala.
Não podia deixar de, primeiramente,
cumprimentar o meu amigo, o policial federal que prendeu o Lula, Danilo
Campetti, deputado estadual que faz um trabalho brilhante aqui na Assembleia.
Parabéns pelo trabalho, parabéns pela iniciativa. Totalmente desnecessário eu
me alongar aqui e explicar a importância da sua iniciativa, a importância desta
frente parlamentar.
Cumprimento também os nossos policiais
militares, tanto da Camerata quanto os que nos ladeiam aqui sempre, as
assessorias, quem nos acompanha pela TV Alesp, todo o público aqui presente.
Cumprimento o Sr. Rafael Erdreich, que
é o cônsul-geral de Israel em São Paulo, em nome de quem cumprimento todas as
autoridades aqui presentes. Cumprimento o meu amigo Daniel Bialski, que, apesar
de corintiano, é muito meu amigo, em nome de quem cumprimento todos os nossos
irmãos judeus aqui presentes.
Cumprimento da mesma forma a Sra. Laura
Feldman, em nome de quem cumprimento todas as nossas irmãs judias aqui
presentes. Cumprimento muito especial ao apóstolo Estevam e à bispa Sônia, em
nome de quem cumprimento todos os demais cristãos aqui presentes.
Nós, cristãos, não poderíamos estar
mais bem representados nessa Mesa do que com a presença dos senhores. (Palmas.)
E olha que eu sou católico, mas nós, cristãos, estamos muito bem representados.
Só faltou a bispa Sônia cantar uma música e nos encantar com a sua linda voz, mas
estamos muito bem representados.
Bem, hoje, mais uma vez, a gente se
junta aqui para falar sobre o Estado de Israel, para lembrar o Estado de
Israel. Já tivemos né, Campetti, diversos embates aqui, onde, infelizmente,
quem se senta à esquerda dessas tribunas acaba defendendo o outro lado.
A história do Estado de Israel nos faz
lembrar que é uma nação cuja existência é um testemunho da resiliência de um
povo que enfrentou perseguições, exílios e o maior genocídio da história
moderna. Desde a sua criação, em 1948, Israel tem sido um farol de democracia,
de inovação e de resistência em uma região tão marcada por desafios constantes.
Israel nasceu do direito inalienável do
povo judeu de retornar à sua terra ancestral, à sua terra onde há milênios de
cultura, fé e identidade e onde todo o povo de Israel e a sua cultura foram, de
fato, forjados. A criação do Estado de Israel não é apenas um capricho da
história, mas sim a concretização de um sonho legítimo e de uma luta justa por
soberania e segurança.
Diante disso, não posso me furtar de
trazer à tona um tema que a mim, como brasileiro, incomoda muito e demonstrar a
nossa profunda indignação em vermos as recentes posturas adotadas pelo Brasil,
que se afastam da verdade histórica e moral, ignoram a legitimidade da defesa
de Israel contra ameaças existenciais.
E, ao relativizar o terrorismo e se
omitir diante da violência perpetrada contra inocentes israelenses, o Brasil
compromete não só a sua tradição de equilíbrio diplomático, mas também desonra
os laços históricos de amizade entre os dois países.
Nós apoiamos a paz e o diálogo, mas a
paz verdadeira só pode existir quando há o reconhecimento da realidade e da
justiça. Israel tem o direito e o dever de se defender contra aqueles que
buscam a sua destruição.
E qualquer tentativa de igualar
terroristas a um estado legítimo e democrático, como é Israel, é uma afronta
aos valores que todos nós compartilhamos e os que devem nortear a nossa
comunidade e a comunidade internacional.
Portanto, parabéns, Danilo Campetti, o
estado de São Paulo, como vanguarda, como locomotiva do Brasil, não podia se
furtar a se posicionar e eu espero que a história sirva de lição e os que hoje
erram possam ter a humildade de rever suas posturas. Israel continuará a
existir e prosperar, com ou sem o apoio daqueles que escolhem ignorar a sua
luta. Mas aqueles que abandonaram a verdade um dia precisarão responder pelo
preço da omissão, aqui ou diante de Deus.
Muito obrigado.
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito bem, convoco o
deputado Tomé Abduch para que venha aqui fazer uso da palavra.
O
SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - Boa noite a
todos, muito obrigado, meu amigo Beetto Saad. Deputado Danilo Campetti, o
senhor nos enche de orgulho pela sua iniciativa com esse lindo povo que está
aqui presente. Eu me senti muito orgulhoso de ver o hino de Israel sendo tocado
nesta Casa e eu, desde pequeno, eu aprendi com o meu pai, que é sírio, a amar o
povo de Israel, e é muito simples o porquê. Vocês representam princípios,
valores, família, tradição, amor no coração.
Quando explodiu a bomba no Líbano, os
primeiros a ajudarem foram os judeus. Os maiores doadores sociais do mundo são
os judeus. Vocês representam as nossas famílias e eu tenho muito orgulho de
dizer do fundo do meu coração que eu amo o povo judeu.
É inaceitável, nós temos pessoas no
mundo que não compreendem o que é o Hamas, pessoas defendendo terroristas,
pessoas que não se posicionam contra o terrorismo.
E uma notícia muito boa que nós temos é
que aqui no estado de São Paulo, com o nosso governador Tarcísio, com o nosso
prefeito Ricardo Nunes e com grande parte da Assembleia Legislativa, vocês têm
aqui um porto seguro, o qual os respeita, os ama, os admira e com certeza vai
se levantar sempre que necessário para defendê-los. Muito obrigado por estarem
aqui e esta Casa é a casa do povo judeu.
Boa noite a todos.
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Você, como
descendente de sírio e árabe, fez um discurso absolutamente fantástico, Tomé.
O
SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - Os meus dois
filhos já são circuncisados, os dois pequenininhos.
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Doutor Claudio, foi
com o senhor? Não? Os filhos dele?
O
SR. CLAUDIO LOTTENBERG - Eu me ocupo de outras
especialidades.
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Com muito prazer,
chamo aqui à tribuna meu amigo, delegado Mesquita, vereador de Guarulhos. Venha
aqui, meu querido Mesquita, uma salva de palmas, o delegado mais votado da
história de Guarulhos.
O
SR. GUSTAVO MESQUITA - Muito boa noite a
todos. Em nome aqui da agilidade, eu quero, na pessoa do meu amigo presidente
aqui da sessão solene, deputado Danilo Campetti, cumprimentar todos os
parlamentares aqui presentes. Na pessoa da Sra. Laura Feldman, cumprimentar
todas as mulheres aqui presentes.
E na pessoa do apóstolo Hernandes,
cumprimentar todos os cristãos e demais presentes aqui também. Bom, é uma honra
imensa estar aqui presente neste momento. O meu respeito e admiração pelo povo
judeu vem desde o meu berço e do meu sangue.
Eu sou neto de uma avó judia, Ana
Mayrovich, que onde estiver tenho certeza de que está muito emocionada neste
momento, cuja família saiu da Polônia e veio para o Brasil, fugindo dos
horrores do nazismo, e aqui encontraram um lar.
O meu respeito, o meu contato com o
povo judeu e a fé judaica foi ensinado por ela e pelo meu pai, Claudio, que
sempre me levou nas datas comemorativas, especialmente o Yom Kippur, onde ele
me fazia jejuar, e eu não via a hora de chegar a hora da ceia para poder
degustar um “gefilte fish”.
E até hoje o meu pai mantém acesa essa
chama, fazendo os jantares de Rosh Hashaná, de Pessach, e então a minha
admiração pelo povo judeu vem desde berço. Mas não fosse por isso, a minha
admiração e o meu respeito pelo povo judeu viriam pelas características que
esse povo expressa durante toda a história da humanidade.
Um povo que representa a luta, a
resistência, a resiliência, a coragem. Um povo que, se não fosse o povo
escolhido, não teria como a gente explicar que está ainda presente, vivo e
forte no mundo todo, com tantas histórias de tantas perseguições e sofrimento.
E aqui eu faço minha homenagem, é uma honra imensa estar ao lado aqui dos
senhores e senhoras sobreviventes.
É de fato indizível a emoção que a
gente sente por estar ao lado de vocês. E eu penso que nós celebrarmos,
valorizarmos e defendermos a soberania de Israel vai muito além do que
simplesmente nós valorizarmos, nos simpatizarmos ou respeitarmos o povo judeu.
É uma questão de fato de defendermos a civilização à frente da barbárie, a
democracia à frente da tirania, a humanidade à frente da crueldade e do
terrorismo.
Portanto, contem sempre comigo.
Deputado Danilo Campetti, parabéns novamente. Que a Frente Parlamentar União
Brasil e Israel seja um marco, de fato, de cooperação, de bênçãos entre os
nossos povos e tenham em mim um aliado sempre de primeira hora.
Muito obrigado por esse momento, Deus
abençoe a todos, “Am Yisrael Chai”.
Muito obrigado.
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Peço que venha aqui
ao palco o Sr. Rafael Zimerman, sobrevivente do ataque de 7 de outubro de 2023.
Vamos receber o Rafael de pé. (Palmas.)
O
SR. RAFAEL ZIMERMAN - Boa noite a todos.
Obrigado, deputado Danilo, pelo convite, pelo ato.
Gostaria de agradecer em público
também ao André Lajst, presidente do StandWithUs Brasil, que hoje eu faço parte
do time, e se não fosse por você e pelo StandWithUs Brasil, eu não estaria
aqui, eu garanto. Então, obrigado, de coração.
Bom, eu me mudei para Israel por
uma questão de segurança, por incrível que pareça. Depois de tentarem me
assaltar duas vezes aqui no Brasil, à mão armada, eu acabo me mudando para
Israel, e eu estava no fatídico dia 7 de outubro, eu estava na festa,
curiosamente organizada por brasileiros.
Eu estava nessa festa junto com
dois amigos, Ranani Glazer e a Rafaela Treistman, e quando começou o ataque com
foguetes eu acabei indo me esconder em um bunker junto com os dois, e o nosso
bunker foi atacado.
A gente foi atacado por gás,
granadas, tiros. Foi difícil, foi muito difícil, e das 40 pessoas que estavam
lá dentro, somente nove sobreviveram. Eu tive que ficar quase cinco horas
fingindo de morto embaixo dos corpos.
Mas, apesar disso, apesar de todo
esse ódio, toda essa raiva que eu presenciei - porque, só para vocês
entenderem, os terroristas riam enquanto nos atacavam, eles se divertiam com
aquilo -, eu aprendi que, na verdade, isso não é a gente, isso não é ser
humano, isso não é o que a vida nos propõe.
E, se eu estou aqui hoje, é porque
eu realmente acredito na paz, eu acredito na coexistência entre árabes, entre
judeus, entre pessoas que realmente enxergam a vida como algo único e como algo
para se aproveitar.
Eu queria finalizar pedindo um
favor. Abracem seus filhos, abracem seus pais, digam que amam, perdoem, porque
eu tive uma segunda chance, mas muitos de nós podem não ter. Principalmente,
hoje, esse ato é para lembrar em relação aos bebês Kfir, Ariel, a mãe que
acabou também falecendo e que não pôde dar esse abraço final, não pôde se despedir
dos seus filhos e que eles foram mortos, estrangulados pelos terroristas.
Então, novamente, agradecer e
finalizar agradecendo aos sobreviventes do Holocausto que, hoje, eu sou
comparado a vocês. Eu sei um pouco do que é ser assim. E o que mais me pegou no
Holocausto foi que as pessoas deixaram isso acontecer. Ninguém falou, ninguém
fez nada.
Então, se a gente está aqui hoje
no Brasil fazendo esse ato, é porque tem pessoas que se importam com a gente e
tem pessoas que enxergam a vida como algo bom. Que a gente consiga ser feliz,
que a gente consiga coexistir, e que a paz reine entre todos.
Obrigado. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Obrigado a você, Rafa.
Bom, neste momento, vamos assistir
a um vídeo produzido pelo Memorial do Holocausto de São Paulo.
*
* *
- É exibido o vídeo.
*
* *
Aproveito para registrar também a
presença de Gustavo Reis, ex-prefeito de Jaguariúna, da Região Metropolitana de
Campinas. No sábado, estivemos junto com o governador Tarcísio, e você passou o
bastão para o prefeito Dário Saadi, de Campinas. Uma honra ter você aqui,
Gustavo.
Muito bem, dando continuidade,
então, quero convidar a fazer uso da palavra a professora Sarita Mucinic Sarue
- venha para cá -, coordenadora de Educação e Cultura do Memorial do Holocausto
de São Paulo, membro do conselho da Associação - você vai me ajudar aqui, vem
cá, você vai me ajudar, Sarita - Janusz Korczak do Brasil.
É isso?
Então está bem.
Obrigado, prazer em vê-la.
A
SRA. SARITA MUCINIC SARUE - Boa noite.
Representando o Memorial do Holocausto, em nome do deputado Danilo Campetti,
idealizador do evento, e toda a liderança aqui presente, ao público e aos meus
queridos sobreviventes do Holocausto agradeço a honra de participar da sessão
solene de lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da União Brasil e Israel e
Suas Soberanias.
Estou olhando para os meus amigos
aqui nas primeiras fileiras. São pessoas maravilhosas, octogenários e nonagenários,
com uma alma pulsante e jovem. São os sobreviventes do Holocausto que estão
aqui, pelo passado, pelo presente e pelo futuro: Margot Rotstein, Ariella Pardo
Segre, Suzana Venetianer, Jorge Weiser, Joshua Strul, Daniel Roth, Zofia
Davidowicz e Josef Kurc. (Palmas.)
Vou incluir o nome da minha mãe,
Leia, e do meu falecido pai, Israel, de abençoada memória, ambos sobreviventes
do Holocausto, para repetir a frase que sempre ouço da minha mãe: “O Brasil é o
melhor país do mundo.”
Esse é o sentimento que ouvimos
dos imigrantes que aqui chegaram, da sensação de acolhimento, de liberdade,
livre de preconceitos e do isolamento, a oportunidade de recomeçar suas vidas
com esperança e resiliência, sem perseguição religiosa e longe dos pogroms,
palavra em russo que significa violência descontrolada e apoiada pelo governo.
No entanto, nossos heróis aqui
presentes são bem informados, atualizados, didáticos e, acima de tudo,
amorosos. Hoje estou falando por eles, mas são eles que falam com os estudantes
do ensino médio, com os alunos das Etecs, com os alunos do Senac, com os alunos
da Polícia Militar, do setor de Direitos Humanos e com os estudantes das
universidades e o público em geral.
A memória do Holocausto é um meio
para ensinar o que é o pior que pode acontecer quando somos indiferentes aos
preconceitos e ao ódio sem sentido. A nossa missão no Memorial do Holocausto,
junto com esse time de heróis, é combater o antissemitismo e a negação do
Holocausto por meio da educação.
E, por fim, quero deixar aqui a minha
homenagem ao Yarden Bibas. A família Bibas é a nossa família. Somos um povo só.
Queremos a volta de todos os sequestrados. A união entre Brasil e Israel
representa a nossa vida. Somos partes integrantes da sociedade brasileira.
Queremos a paz. Obrigada, deputado Danilo Campetti. O povo de Israel vive. “Am
Yisrael Chai”. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Chamo o apóstolo
Estevam Hernandes, fundador da Igreja Apostólica Renascer em Cristo. Perdoe-me,
que no começo eu falei “Apostólica Católica”; é “Apostólica Renascer”.
Mas estou absolutamente alinhado com
vocês e fico muito feliz por essa Marcha de Jesus levar milhares de pessoas há
décadas para o encontro realmente com Cristo. Isso é de fundamental
importância, principalmente para nós, católicos, em um momento como esse.
Por favor. (Palmas.)
O
SR. ESTEVAM HERNANDES - Boa noite a todos.
E há um protocolo, mas eu não vou seguir o protocolo. Vou cumprimentar os
irmãos, amigos que aqui estão. Meu querido irmão Campetti, obrigado. Claudio
Lottenberg, querido irmão, amigo, o judeu mais evangélico da história. Meu
querido Marcos Knobel, Daniel Bialski, os nossos deputados, o Oseias, o Tomé, o
Lucas, cada um de vocês.
Eu vou ser bem breve naquilo que eu vou
falar, porque nós precisamos falar com conhecimento de causa. Eu estive lá no
kibutz onde houve aquele ataque cruel, violento e covarde. E nós nos espantamos
muitas vezes com a omissão, com aqueles que querem enxergar apenas o lado do
seu interesse.
Mas, reportando-me à Bíblia e à palavra
de Deus, vemos que o povo de Israel nasceu de uma luta. E no livro de Gênesis,
no capítulo 32, quando Jacó saía da casa do seu sogro, Labão, passando no vau
de Jaboque, ele teve um encontro com Deus.
E ali ele, persistentemente, segurou o
anjo e disse: “Não te deixarei enquanto não me abençoares”. E o anjo disse a
ele: “Você lutou como um príncipe; por isso o seu nome não será mais Jacó, mas,
sim, Israel”. E nasce então Israel.
E nós poderíamos recordar de tantas
lutas, como a luta de Gideão, que, sete anos oprimido pelos midianitas, pelos
amalequitas, envergonhados, até que chega o momento em que Deus o chama, para
que ele possa encarar aqueles inimigos, que são descritos, que vinham todo
início de ano e levavam a colheita, e eram como gafanhotos.
E Gideão vai à batalha com 32 mil
homens, mas Deus filtra e eles chegam a trezentos. E aqueles 300 foram chamados
de “valentes”, porque, mesmo na sua autoimagem destruída, Deus falou a Gideão:
“Homem valente, o Senhor é contigo”. Partindo dali eles tiveram uma vitória
sobrenatural.
Eu poderia me recordar também de Josué,
quando, na conquista da terra prometida, ele tem batalhas e vê muralhas, como a
de Jericó, caírem debaixo do poder de um Deus vivo e poderoso, que é o nosso
Deus. E hoje nós estamos aqui para realmente darmos continuidade a essa luta.
Nós tivemos aqui tantas falas
importantes e, sem dúvida nenhuma, nós somos um povo só. Nós temos o mesmo Deus
e todos nós ansiamos pela justiça e pela paz. E que verdadeiramente, através
desta luta, que nos cabe não a fazer armada, mas, sim, com o nosso
posicionamento diante de uma sociedade que é resistente, uma sociedade que
pratica o ódio, muitas vezes, por informação de internet.
Mas nós temos uma missão: a de
levantarmos realmente, através da nossa luta, através de posicionamentos, como
esse do nosso querido Campetti e de todos que aqui fazem coro.
E é tão maravilhoso nós vermos pessoas
de origem árabe aqui, falando exatamente aquilo que é a verdade, que nós
lutamos exatamente pela verdade e que ela prevaleça. Que, a exemplo das
vitórias sobrenaturais que a Bíblia mostra, de um povo pequeno, porém com um
Deus grande, que as vitórias venham, e nós possamos ver realmente um novo tempo
e a paz.
Muito obrigado, Deus abençoe a todos.
(Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - A cada fala uma
emoção, a cada fala um movimento que vem da alma. Confesso a vocês que nós
todos aqui vamos sair muito mais fortalecidos. Tenho certeza absoluta disso.
André
Lajst, presidente da StandWithUs. Por favor. (Palmas.)
O
SR. ANDRÉ LAJST - Caro deputado Danilo Campetti,
cumprimentar você e todos aqui presentes para encurtar o tempo. Eu estava vindo
para cá hoje e estive pensando sobre a palavra “escuridão” e pensando no
enterro da família Bibas, e não só dela, mas de todas as pessoas que perderam
seus entes desde o 7 de outubro. Não só desde o 7 de outubro, Israel tem mais
de 5.600 vítimas do terrorismo e mais de 23 mil soldados caídos desde a
contagem, em 1860, que é o início do Yishuv, em Eretz Yisrael.
Escuridão é, na verdade, falta de luz,
ausência de iluminação. E um lugar totalmente iluminado tem ausência de
escuridão. Nos últimos 16 meses, o povo judeu, o Estado de Israel, a comunidade
judaica no Brasil e no mundo passou por inúmeros momentos de escuridão, que é a
ausência de luz.
Sentimo-nos desamparados, abandonados
de solidariedade coletiva, do poder público, muitas vezes, de determinados
políticos, muitas vezes, de determinadas parcelas importantes e respeitadas da
sociedade brasileira; e não só, mas do mundo: organizações internacionais de
Direitos Humanos, de proteção à vida da mulher. É como se as vítimas não
valessem uma nota de repúdio. Isso é escuridão. É muito parecido com o que
aconteceu durante e logo depois do Holocausto.
E, caro deputado, a criação de um grupo,
uma frente como essa, que visa a proteger a amizade, as soberanias brasileira e
israelense e os laços entre os dois países, é um ponto de luz que ilumina uma
imensa escuridão. Isso é extremamente importante. Que sirva de exemplo para
todos os outros estados e municípios da Nação.
Para terminar, eu queria citar o saudoso
Moacyr Scliar, gaúcho, escritor brasileiro, judeu, que escreveu o prefácio do
livro de Theodor Herzl aqui no Brasil, a versão brasileira.
E ele escreveu o seguinte: “Israel não
é perfeita. Como dizia o autor, toda realidade é imperfeita, mas é muito melhor
a realidade ainda que imperfeita do que a mais perfeita das lendas”.
Continuaremos a existir, e essa é uma mensagem a todos aqueles que não desejam
que nós continuemos a existir. Não iremos perder nenhuma guerra. ‘Am Yisrael
Chai’”.
Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito bem, faço
então... Com muita honra chamo aqui a presidente da Congregação Israelita
Paulista, Laura Feldman. (Palmas.)
A
SRA. LAURA FELDMAN - Boa noite a todos.
Também vou agradecer ao deputado, é uma grande honra estar aqui nesta Casa
Legislativa para celebrar a criação da Frente Parlamentar em Defesa da União
Brasil, Israel e Suas Soberanias, Danilo Campetti.
Em nome dele e da sua iniciativa e liderança,
cumprimento todos os parlamentares e todos os cidadãos aqui presentes, que
compreendem a importância dessa aliança estratégica histórica.
Brasil e Israel compartilham valores
fundamentais, o compromisso com a democracia, com a liberdade e a soberania
nacional. Nossa parceria não se resume apenas a laços diplomáticos, ela se
estende a cooperação econômica, cientifica, tecnológica e cultural. Israel tem
sido um modelo global de inovação, e o Brasil, com sua diversidade e força
econômica, é um parceiro fundamental para Israel na América Latina.
Nosso governador, Tarcísio de Freitas,
recentemente reafirmou o seu compromisso com essa relação bilateral; destacou
que o Brasil e Israel tem um longo histórico de amizade. Essa parceria só tende
a crescer, trazendo benefícios mútuos, principalmente nas áreas de segurança,
tecnologia e inovação.
Esse compromisso reforça que o estado
de São Paulo reconhece a importância de Israel como um aliado estratégico e
como um exemplo de resiliência e desenvolvimento.
Mas, além da cooperação econômica e
tecnológica, há um princípio essencial que nos une: a defesa da soberania das
nossas nações. Israel tem o direito inegociável de existir e de proteger o seu
povo e a sua terra.
Assim como o Brasil, Israel enfrenta
desafios e ameaças e, apesar de incomparáveis às ameaças contemporâneas
sofridas pelo Brasil, como a Amazônia - é nossa, não é? E não queremos que seja
um patrimônio global -, mas Israel sofre com várias tentativas de defensores de
que Israel não é um país soberano e prende palestinos em Gaza e na Cisjordânia,
como se fosse uma prisão a céu aberto.
Mas nós brasileiros, defensores da
democracia, reafirmamos o nosso compromisso com a paz e a segurança do estado
soberano de Israel, que o Brasil, através de Oswaldo Aranha, presidindo a
Assembleia da ONU em 47, teve um papel fundamental na sua fundação. Desistir de
Israel hoje é apagar a história da diplomacia brasileira.
Vivemos tempos em que é necessário ter
clareza moral. O combate ao terrorismo, ao antissemitismo e a qualquer forma de
intolerância não é uma questão de opinião, mas de princípios. Quando nos unimos
em torno desta frente parlamentar, estamos dizendo claramente que não
aceitaremos relativismos quando se trata da defesa da vida, da liberdade e da
soberania das nações democráticas.
Nosso compromisso, portanto, vai além
das palavras. Ele se traduz nos fortalecimentos das relações Brasil-Israel, no
apoio ao desenvolvimento mútuo e na construção de pontes para um futuro mais
seguro e próspero para ambos os povos e para a humanidade.
Desde os bárbaros ataques de 7 de
outubro aos civis israelenses, a posição de uma grande maioria justificou o
terrorismo em prol da causa de um grupo extremista palestino. A comunidade
judaica se viu isolada de compreensão. Hoje, com essa iniciativa, deputado,
sentimos um acolhimento genuíno.
É emocionante ver, através da criação
desta frente parlamentar, o reconhecimento de que Israel contribuiu ativamente
para a humanidade por meio de sua tecnologia e ações humanitárias e que nessa
guerra não apenas luta pelo seu povo, mas pela civilização.
Como brasileiros, judeus e sionistas,
esta iniciativa nos fortalece, pois reforça que a liberdade, a justiça e a
dignidade humana são valores inegociáveis. Que esta frente parlamentar seja um instrumento
de cooperação, de esclarecimento e de resistência contra qualquer tentativa de
enfraquecer os valores que nos sustentam; que possamos seguir juntos com
coragem e determinação para que o Brasil e Israel continuem sendo faróis de
liberdade e democracia no mundo.
Muito obrigada. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido o presidente
da Federação Israelita do Estado de São Paulo, Marcos Knobel. Por favor.
(Palmas.)
O
SR. MARCOS KNOBEL - Boa noite a todos,
queria agradecer, do fundo do coração, ao deputado Campetti por esta
maravilhosa homenagem e dizer que cada um de vocês, deputados, que proferiram
as suas palavras aqui, nos emocionaram cada vez mais.
A comunidade judaica foi extremamente
bem recebida aqui no nosso estado, aqui no nosso País, e uma das missões da
comunidade judaica é, exatamente, retribuir esse acolhimento que o nosso País,
a nossa cidade, o nosso estado, deu para todos nós vindos de países árabes.
Vindos fugindo do Holocausto, vindos os sobreviventes do Holocausto. Nada mais
justo do que nós fazermos tudo isso aqui pela nossa querida cidade.
Deputado, quando nós recebemos uma
homenagem como essa, André, a nossa escuridão fica mais clara, ela vai embora,
nós sabemos que não estamos sozinhos. Muitas vezes a nossa comunidade fica
pensando que nós estamos sós, todos contra nós, mas é isso que nós vemos, uma
quantidade enorme de deputados, uma quantidade enorme de pessoas que estão com
a comunidade judaica, as pessoas que estão com Israel, as pessoas que estão com
o bem.
Eu nasci aqui, eu sou paulista, tenho
orgulho de ser paulista. Sou brasileiro, muito orgulho de ser brasileiro,
independente de quem nos governa. Eu sou um sionista, amo Israel. Israel é o
lar nacional do povo judeu. Israel é muito mais do que isso. Israel é de todos
nós. Israel é de todas as pessoas do bem.
Desde a minha escola - minha escola
judaica, que é a Escola Bialik -, eu aprendi que nós temos que nos dedicar
tanto a nossa pátria, que é o Brasil, mas também a um país que nós amamos, que
é Israel.
No hino da Escola Bialik, nós falávamos
que o Brasil e Israel são um todo, é por eles que nós queremos viver e é isso
que nós estamos fazendo como comunidade, é isso que nós estamos fazendo como
sociedade, como sionistas e como brasileiros.
Deputado, mais uma vez, muito obrigado
pelo que o senhor está fazendo pela nossa comunidade e por toda São Paulo.
Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Chamo agora para
fazer o uso da palavra, meu amigo, presidente da Confederação Israelita do
Brasil, Dr. Claudio Lottenberg. (Palmas.) Aliás, Claudio, quando eu me referi a
circuncisão, eu queria dizer que você representa a classe médica israelita. É
por isso.
O
SR. CLAUDIO LOTTENBERG - Prezado deputado
Campetti, a quem eu saúdo em nome de todos os deputados aqui presentes, meu
prezado Estevam Hernandes, amigo, irmão de todos os momentos, meu querido
Marcos Knobel, que me antecedeu aqui, presidente da nossa federação, querido
Rafa Erdreich, cônsul do Estado de Israel. E a festa é, sim, também, não em
nome só do Brasil, mas em nome de Israel.
Uma salva de palmas para o nosso
cônsul, que, aliás, vereador, teve um papel durante esses quinhentos dias, da
maior responsabilidade, papel de defesa, defesa de um país que tem o direito e
o dever de defender os seus cidadãos, por incrível que alguns até queiram
colocar algo absolutamente natural, mas alguns querendo inverter até a própria
natureza dos fatos.
Quero, na presença do rabino Weitman,
saudar também todos os rabinos. Rafael Zimerman, é um prazer ter você aqui. Você
representa, e talvez para quem está aqui em cima, vereador, assistir, meu
prezado Tomé, os nossos sobreviventes do Holocausto cantando o Hino Brasileiro,
orgulho que sentimos, brasileiros, judeus e sionistas, somos todos nós.
A relação entre o Brasil e Israel tem
raízes profundas e simboliza uma aliança baseada em valores democráticos e no
compromisso, essencialmente, com a paz, Sr. Prefeito. Desde o voto histórico do
embaixador Oswaldo Aranha, o Brasil se posicionou como ator fundamental na
criação do Estado de Israel.
Esse momento marcou o início de um laço
que deveria transcender governos e conjunturas políticas, pois reflete
princípios que unem dois países: a busca pela liberdade, o respeito à
diversidade e a defesa dos Direitos Humanos. Ambos os países possuem
democracias vibrantes, sociedades plurais e o espírito de inovação.
Israel, um país pequeno, mas gigantesco
em resiliência e avanços tecnológicos, tornou-se, para quem quer ver e para
quem não quer ver, uma referência mundial em diversas áreas como segurança
cibernética e agricultura sustentável e aqui, meu caro Saad, até na medicina.
O Brasil, por sua vez, com sua
diversidade cultural e potencial econômico, sempre foi visto por Israel como um
parceiro estratégico e um amigo histórico. O que esperamos, esperávamos e
esperaremos, é que essa relação continue sendo pautada pelo diálogo e pela
cooperação, independentemente de mudanças políticas temporárias.
Eu tive a oportunidade, Sr. Deputado, de dizer
isso ao primeiro ministro de Israel. Agora, quando convidado pelo presidente do
Paraguai, tive a oportunidade de visitar Israel. O povo brasileiro ama Israel,
queira ou não queira o governo brasileiro. (Palmas.)
E quem sabe, minhas senhoras e meus
senhores, é que nós temos acompanhado com séria preocupação as recentes
manifestações do atual governo brasileiro em relação ao Estado de Israel.
Essa condenação sistemática, a falta de
reconhecimento do direito de Israel de se defender contra o terrorismo, a
ausência de uma postura firme contra grupos extremistas, representam o desvio
de uma tradição diplomática que sempre prezou pelo equilíbrio e pela justiça.
O terrorismo não é uma ameaça local em
Israel, o terrorismo é uma ameaça global, e a luta contra ele não é uma questão
política ou ideológica, mas sim uma luta de pessoas do bem contra aqueles que
não reconhecem a vida como valor absoluto, como vimos agora no episódio dos
filhos da família Bibas.
Ainda assim, é importante ressaltar
que, no Brasil, existem vozes corajosas, como a voz do Sr. Deputado Campetti.
Eu faço questão de registrar que não é simplesmente uma frente parlamentar, mas
é o momento em que V. Exa. escolhe para reforçar esse laço de aliança.
No momento de omissão, a sua voz se faz
ainda mais forte, e nós judeus brasileiros sabemos o que é lealdade, nós judeus
brasileiros sabemos o que é fraternidade e temos orgulho, sim, apóstolo
Estevam, da relação com nossos irmãos mais jovens, que são os evangélicos do
nosso Brasil. (Palmas.)
Parlamentares, lideranças, formadores
de opinião seguem se posicionando em defesa do Estado de Israel e contra
qualquer forma de antissemitismo, e nós não vamos esquecer isso. Essas figuras
contrastam com a retórica oficial e demonstram que há, sim, um Brasil que não
compactua com discursos distorcidos, meu prezado Tomé, nem com posturas que
relativizam a violência e o terrorismo.
Infelizmente não se trata apenas de uma
postura crítica ao governo de Israel, mas de uma tendência preocupante que, em
alguns momentos, flerta com o antissemitismo ao tratar o único estado judeu do
mundo com rigor absolutamente seletivo e totalmente desproporcional.
Contudo, é fundamental destacar que o
Brasil é maior que qualquer governo. O povo brasileiro, este povo, de forma
geral, nutre uma amizade real, verdadeira e sincera por Israel e reconhece a
sua importância como bastião democrático do Oriente Médio. Da mesma forma, Israel continua vendo o
Brasil como um país amigo, esperando que essa relação possa ser resgatada e
fortalecida em bases mais sólidas.
E nós seguiremos lutando por isso,
porque nós somos, sim, brasileiros. O diálogo e o respeito entre as nações não
podem ser substituídos por narrativas que relativizam o terrorismo ou ignoram a
complexidade dos desafios enfrentados pelo Estado de Israel.
O nosso papel enquanto liderança não se
restringe a representar os judeus brasileiros, mas todos aqueles que acreditam
em um bem maior e, portanto, estou convicto e tenho certeza de que falo em nome
de todos aqueles que acreditam na democracia, na liberdade de expressão, no
respeito à pluralidade e à diversidade.
Por isso, em momento algum, como não
fiz em nenhum desses quinhentos dias, não irei me calar, nem nesta tribuna, nem
em outro qualquer espaço, muito menos dos meios de comunicação.
Tenho um compromisso permanente com o
mundo do bem, com o mundo do respeito e da diversidade. E saibam, meus amigos,
estes jamais foram os valores do totalitarismo comandado pelo Irã, um regime
teocrático absolutista, que financia e coordena ações terroristas no Oriente
Médio.
Tenho convicção disso e, dentro dessa
convicção, assumo aqui, uma vez mais, o meu compromisso de fazer valer as
minhas palavras e as minhas atitudes na defesa do Brasil em que eu acredito, em
nome da comunidade judaica, em nome dos valores democráticos e em nome da
verdade.
A crueldade que assistimos dos grupos
terroristas, e do Hamas em particular, ultrapassou os limites da brutalidade
física para atingir níveis profundos de perversidade psicológica. Não bastava
assassinar civis indiscriminadamente, é necessário agora, Rafael, humilhar seus
corpos, desumanizá-los, até mesmo na morte, transformando-os em peças de
barganha política.
A capacidade desses grupos de armazenar
cadáveres em estados avançados de decomposição durante meses e depois
devolvê-los como se fossem um troféu, celebrando com cânticos e festividades,
não é apenas uma afronta aos familiares das vítimas, mas também uma
manifestação de um desprezo absoluto da dignidade humana. Trata-se de um ritual
macabro que inverte os valores mais básicos da civilização onde a dor de uns se
transforma na glória de outros.
Enquanto isso, muitos governos e
organismos internacionais que deveriam, sim, se levantar, André, como você bem
lembrou, em defesa das vítimas, permanecem agora em silêncio ou pior, tentam
justificar tais atos como relativismos políticos e ideológicos. Esse silêncio é
cúmplice e se traduz em condenações sistemáticas que Israel vem recebendo,
independentemente de toda e qualquer circunstância.
A máquina diplomática internacional
parece operar sob uma lógica distorcida, em que o único Estado judeu do mundo é
alvo preferencial de censura, mesmo quando reage a massacres e sequestros
bárbaros.
Muitos governos, ao invés de
expressarem solidariedade às vítimas do terror, preferem alimentar narrativas
que distorcem os fatos e invertem responsabilidades. Há uma tendência
ideológica clara disfarçada de preocupação com Direitos Humanos. Disfarçada em
preocupação com Direitos Humanos que acaba sendo apenas uma repetição de
antigos preconceitos antissemitas que levaram ao Holocausto e que negam ao povo
judeu o direito à autodefesa e, digo mais, o direito à dignidade.
Diante desse cenário, a única resposta
possível para Israel e para aqueles que prezam pela dignidade humana é a
resiliência. Nenhuma nação pode aceitar que seus cidadãos sejam massacrados e
seus mortos transformados em troféus sem reação. A luta contra o terrorismo não
é apenas um dever de defesa nacional, mas um compromisso moral de todos nós
como uma civilização.
Enquanto parte do mundo insiste em
ignorar essa realidade, cabe aos que enxergam a verdade continuar falando,
resistindo e existindo. Que a barbárie não seja normalizada. “Am Yisrael Chai”.
Estamos juntos.
Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Eu queria agradecer
aqui a você, Leonardo Coutinho, e a Daniela Salvador, que são do Cerimonial
aqui da Assembleia, pelo apoio que vocês me deram. É muito relevante. Aqui eu
peço uma salva de palmas, porque, graças a eles, a gente conseguiu conduzir e
pudemos criar um cenário absolutamente importante. (Palmas.)
Eu confesso que, dos meus 64 anos, 46
de imprensa, de empresariado, eu acho que nunca vivi uma emoção tão intensa,
tão forte, tão substancial. Eu comecei a minha vida no Bom Retiro, em uma
agência de promoções na Rua Neves de Carvalho. O Lu estava lá comigo.
De lá a gente prosperou. Eu formei
amigos judeus e vivo em Higienópolis, Perdizes, Dani, com grandes amigos que me
fizeram observar a vida com um motivo extraordinário. Resiliência, viver a
vida, mas, como a grande maioria disse aqui, deputado Campetti, de mãos dadas.
Quando o deputado Tomé Abduch diz: “Eu
amo Israel”, eu quero dizer a vocês que hoje vocês me fazem ser um ser humano
melhor. A minha existência está absolutamente consolidada em cada palavra, Dr.
Claudio, em cada movimento e em cada manifestação, principalmente por ver você,
Rafa, aqui com uma serenidade absoluta, com uma tranquilidade, assim como vocês
que são sobreviventes.
Você consegue nos fazer olhar a vida de
um modo diferente. Você consegue, tanta a sua simplicidade. Eu não sei de onde
você arrumou forças para poder sair de lá, ficar embaixo de cadáver e poder
dizer para nós todos aqui: “Amemos as nossas famílias, amemos os nossos
filhos”. Como diz os amigos: “Amemos uns aos outros”. É um privilégio muito grande.
Vamos seguir com essa cerimônia maravilhosa. (Palmas.)
Muito bem, eu vou precisar da ajuda
aqui do meu amigo Léo. Vou chamar o presidente da Federação Israelita do Estado
de São Paulo. Não, já... O cônsul de Israel, doutor... Vamos lá.
É muita emoção, me desculpe. É muita
emoção. A gente acaba... É o senhor, senhor cônsul. Sr. Cônsul-Geral de Israel,
citado por todos aqui. Senhor Rafael Erdreich. (Palmas.) É muita emoção. A
gente acaba se perdendo, não é?
Muito obrigado.
O
SR. RAFAEL ERDREICH - Prezados, senhoras e
senhores, hoje é um dia especial, um marco que espero que sirva como ponto de
partida para uma série de iniciativas, fortalecendo a cooperação entre o estado
de São Paulo e Israel.
Antes de mais nada, gostaria de
expressar a minha gratidão ao deputado Danilo Campetti, idealizador desta
frente parlamentar, e a todos os demais deputados que apoiam esta iniciativa.
Seu comprometimento é fundamental para
enfrentarmos desafios urgentes de nosso tempo. A criação desta frente é mais do
que necessária, é crucial não apenas para Israel, mas para todas as sociedades
ocidentais que hoje enfrentam uma ameaça silenciosa e persistente. Há guerra de
narrativas. Vivemos em um mundo onde, além dos conflitos somados, existe um
campo de batalha ainda mais traiçoeiro. Não só balas que disparam, mas
palavras.
A proliferação das fake news
amplificadas pela internet e pelas redes sociais vem sendo usada para distorcer
realidades e minar a legitimidade de que se defende do pior ataque terrorista
de sua história. O resultado? Inocentes sem qualquer ligação com o conflito são
alvos de linchamentos virtuais e perseguições. Boicotes surgem, campanhas de
difamação se espalham, esforços legítimos de defesa são desmoralizados.
Isso é o que chamamos de guerra
híbrida, quando as narrativas e confrontos tradicionais se entrelaçam, criando
um cenário cada vez mais complexo. Diante disso, a cooperação e a defesa da
verdade tornaram-se mais essenciais do que nunca.
Esta luta não é apenas de Israel, mas
de todos que prezam pela liberdade, pela democracia e pela justiça. Precisamos
romper a bolha do sensacionalismo e da apatia midiática para alcançar a maioria
silenciosa que ainda não compreende a gravidade desse embate.
Nos últimos 30 anos, muitos acreditavam
que conflitos como os de hoje eram coisas do passado. Essa ilusão permitiu que
inimigos da liberdade fortaleçam as suas narrativas, ocupando espaços
estratégicos nas universidades, na mídia e na cultura. Agora estamos no
epicentro de uma guerra cultural, cujo desfecho determinará o futuro do mundo.
E não há melhor forma de reagir do que com iniciativas como esta.
Que a criação desta frente parlamentar
não seja apenas um símbolo, mas um canal ativo para fortalecer a comunicação e
a defesa de Israel nessa batalha. Além disso, espero que a frente se torne um
ponto central de cooperação para o desenvolvimento econômico.
Israel se destaca por sua tecnologia
avançada e seu ecossistema de inovação, enquanto o estado de São Paulo lidera
como a maior economia do Brasil, com um mercado dinâmico e diversificado. Dessa
união espera-se nada menos que prosperidade, impulsionando novos investimentos,
parcerias estratégicas e avanços que beneficiem ambas as sociedades.
No entanto, não podemos ignorar os
desafios que se impõem. Se não agirmos agora, estaremos entregues ao
fundamentalismo e ao autoritarismo. A omissão não é uma opção. É preciso
fortalecer os valores democráticos e a cooperação para garantir um futuro de
liberdade e progresso.
Mais uma vez, ao deputado Campetti, e
aos demais parlamentares, meu mais sincero agradecimento. Contem comigo nessa
missão.
Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Bom, eu queria
agradecer, então, deputado Campetti, as palavras de todos os membros da Mesa,
de todas as pessoas que aqui manifestaram, com muita emoção, um sentimento
mútuo, um sentimento único, Sarita. Importante demais este momento. E vamos
agora a mais uma exibição de um vídeo sobre Israel e a sua história.
Acompanhem.
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É exibido o vídeo.
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Muito bem, estamos chegando ao final
deste momento tão importante, Daniel, e eu vejo aqui este plenário cheio, tanto
na parte de baixo como na parte superior, e vocês, atentamente, em um movimento
extraordinário de civismo, conseguem, através dos olhares de cada um de vocês,
da expressão de cada um de vocês, nos emocionar.
Eu quero aqui, antes de finalizar, mais
uma vez agradecer ao meu querido deputado Campetti, ao governador Tarcísio de
Freitas, ao prefeito Ricardo Nunes.
Eu estava, sábado, no Clube Monte
Líbano e comentei com alguns amigos que viria aqui, teria esse privilégio. E me
fez portador Miled El Khoury, cônsul honorário do Líbano, Marcos Zarzur e
outros, Marcos Efeiche, presidente do Monte Líbano, está aqui representado por
você, deputado Tomé, para abraçar vocês. Mande o nosso abraço a eles. Nós
estamos no mesmo barco e remando para o mesmo lado. Então fica aqui registrado
esse momento importante.
Eu estou vendo aqui algumas bandeiras
de Israel que vocês trouxeram, vocês podem levantar as bandeiras, vocês que
trouxeram as bandeiras? E eu quero me permitir, com o meu querido advogado,
alvinegro, Daniel, se vocês me permitirem antes de terminar... (Palmas.) Muito
obrigado.
Eu vou tirar você da zona de conforto
para poder encerrar daqui, da tribuna, essa figura extraordinária, um policial,
um exímio policial, que driblou adversidades, conquistou um lugar ao lado do
seu fiel escudeiro, o governador Tarcísio, dentro deste plenário para defender
os interesses também, ao lado de vocês todos, das pessoas de bem. E ser direita
não é defeito para ninguém.
E você sabe bem, Tomé, porque nas
eleições você foi lá, subia em caminhão e mostrava realmente qual que era o
caminho.
Vem para cá, deputado Campetti, uma
salva de palmas. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Bom, quero reiterar aqui os cumprimentos a todos, agradecer imensamente a
presença de cada um dos senhores e senhoras neste momento histórico aqui na
Assembleia Legislativa, bem como agradecer aos meus pares pela presença, pelos
brilhantes discursos.
Registrar também a presença do Leo, que
esteve aqui, o Leo Siqueira, que teve que nos deixar; a minha alegria em tê-lo
aqui também, Gustavo. Estivemos com o Beetto, no último sábado, um legado
brilhantíssimo que você deixa na Região Metropolitana de Campinas. Parabéns.
E política bem-feita é política que
deixa legado, assim o governador Tarcísio nos inspira e nos incentiva. Ele, que
é meu líder maior aqui no estado de São Paulo, é um grande amigo, um grande
defensor também da causa aqui de Israel.
Eu teria prerrogativa, caro cônsul
Rafael, de encerrar os trabalhos ali da Presidência, mas fiz questão de vir
aqui, porque foi aqui que tudo começou. A ideia de se criar esta frente começou
aqui, meu caro Oseias, meu caro Tomé, quando, no dia 7 de outubro de 2024, eu
vim até esta tribuna para fazer uma homenagem, para fazer um ato em memória das
vítimas e pedir para que todos os esforços fossem envidados para que todos os
reféns voltassem para casa.
E aqui eu agradeço, Dr. Daniel, pela
medalha “Bring Them Home”, eu tenho certeza de que todos os reféns retornarão
ao lugar de onde nunca deveriam ter saído. Cidadãos de bem, israelenses, judeus,
de um povo resiliente, de um povo guerreiro, e que eu, particularmente - o
Beetto falou muito bem do momento que eu passei -, era suplente, e passei um
ano muito difícil, não vou entrar em detalhes aqui, mas o que importa é que
nesse ano em que eu estive, caro delegado Gustavo, afastado das minhas funções
por seis meses, sem a possibilidade de estar armado, depois de 24 anos como
policial, foi-me tirado esse direito por seis meses.
Fiquei vulnerável à bandidagem, fiquei
vulnerável a toda e qualquer situação, minha família sabe - Vanessa, João,
Maria... (Palmas.) Amo muito vocês, viu? -, o que nós passamos. E foi nesse
momento que eu passei a me dedicar a um estudo que eu nunca tinha feito na
minha vida, mas que, através de Deus, tocou meu coração e me colocou, apóstolo
Estevam, com intimidade a história do povo de Israel.
Eu praticamente fiquei seis meses
estudando toda a história, que eu não tinha me aprofundado. Eu que sou
descendente de italianos. E aí passei a admirar esse povo que sofreu tanto, que
teve tantas perdas.
Corrija-me, Luiz, eram 18 milhões no
mundo, foram seis milhões assassinados no Holocausto. Até hoje, a nação
israelense não recuperou esse número de 18 milhões, e nesse período eu me
prendi muito a Deus, bispa Sônia, me prendi muito a Deus. Confiei realmente,
confiei isso tudo, e estava certo de que isso tudo ia passar.
Não se vive o propósito se não
passarmos por todo o processo, e depois de um ano eu assumi uma cadeira aqui na
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, na exata semana da Marcha para
Jesus, com o apóstolo Estevam me abençoando naquele dia, e anunciando que eu
assumiria uma cadeira aqui, com a presença do prefeito Ricardo Nunes, com a
presença do governador Tarcísio.
E a presença do senhor e da senhora
hoje tem um valor muito significativo para mim aqui. Muito obrigado, é uma
bênção de Deus vocês estarem aqui. Obrigado mesmo.
Também fiz questão de trazer minha
família, porque essa causa não é uma causa de um parlamentar, é uma causa de um
cidadão, é uma causa de um cidadão que quer trazer a verdade, e que hoje tem
voz.
E naquele dia, e eu volto, Rafael,
aquele dia em que eu estava aqui e que eu fui contraposto por um deputado de
uma outra ideologia, que disse: “Israel está cometendo um genocídio contra o
povo palestino”. Naquele momento, eu fui tocado por Deus e imaginei até onde
vai o cúmulo do absurdo de manifestações como essa.
O Holocausto, ele não começou com as
câmaras de gás, ele começou com a omissão, com a falta de repúdio de pequenas
ações que tomaram proporções e levaram esse caos, meu caro André Lajst, e
depois daquele dia que eu ouvi esse absurdo aqui nessa tribuna, eu voltei,
estava com a minha equipe, aliás, minha equipe que ajudou a promover todo esse
evento, eu gostaria que todos, juntamente com os servidores aqui, recebessem
uma salva de palmas. (Palmas.) Porque nós não fazemos nada sozinho, nós não
fazemos nada sozinho.
E naquele dia, eu tive a certeza de que
eu não poderia me omitir, nunca mais, e eu pedi que Deus me usasse de
instrumento, enquanto eu estiver aqui. Não existe nada mais efêmero que o poder
de um mandato, que o poder de um cargo aqui. Nós estamos aqui em nome e por
obra do Senhor Jesus Cristo, nosso Deus.
Enquanto aqui estiver, ninguém vai se
levantar contra o povo escolhido, ninguém vai dizer um absurdo desse sem ter
uma contraposição aqui, e eu tenho certeza que os meus pares agirão do mesmo
jeito.
A Frente Parlamentar em Defesa da União
Brasil e Israel e Suas Soberanias hoje tem quase um terço dos membros desta
Casa. Esta Casa está aberta para toda a comunidade, Dr. Claudio. Esta Casa está
aberta. Aqui vocês terão voz.
Não é uma frente simplesmente para
fazer essa solenidade, nós queremos toda a comunidade aqui dentro, e nós vamos realizar
muitos eventos aqui para esclarecer toda a sociedade paulista, aqueles que
ainda têm uma versão distorcida do que é a verdade, nós vamos trazer a verdade.
E nesse dia, eu propus também o Projeto
de lei nº 787, que institui o Dia Estadual em Memória das Vítimas do Ataque
Terrorista promovido pelo Hamas em Israel, em homenagem a Kfir Bibas, refém
mais jovem desse terrível acontecimento, incluindo no Calendário Oficial do
Estado, e será em todo o dia 7 de outubro esse dia estadual.
O projeto hoje encontra-se em
tramitação na Comissão de Constituição e Justiça. Depois da Comissão de
Constituição e Justiça ele vai à comissão de mérito e tramitará em caráter
conclusivo. Eu vou envidar todos os esforços, Marcos, para que seja aprovado o
quanto antes. E nesse dia, nós não sabíamos desse desfecho cruel contra essa
família, Kfir, Ariel, Shiri, todos eles voltaram em um caixão, foram retirados
covardemente de seus kibutzim e retornaram a Yarden, seu familiar, em um
caixão, olha o tamanho da dor.
Que tipo de ser vivente - eu não vou
falar ser humano -, que tipo de ser vivente que habita nesse mundo, tem a
coragem de esganar uma criança de quatro anos e um bebê de nove meses. Olha
contra quem nós estamos lutando.
Como que nós podemos não conceber o
direito de defesa de Israel, que não defende apenas a nação dos judeus, mas que
defende toda a civilização ocidental, toda a civilização judaico-cristã. É
dessa forma, e é por isso que nós estamos com essa fita laranja, que remete à
cor do cabelo dessas crianças. Não é possível que nós tenhamos vozes que apoiem
esses terroristas, não é possível.
Nós, como cristãos, não concebemos.
Fica aqui o meu mais absoluto repúdio. O dia 7 de outubro não é um dia triste
apenas para Israel e para a comunidade judaica no mundo, está marcado com
sangue e lágrimas na história da humanidade, como mais uma tragédia que afetou
todas as pessoas de bem.
Os horrores e a crueldade impostas
pelos terroristas do Hamas e seus aliados mostraram-nos que essas pessoas não
só disseminam ódio, como não têm limites em sua perversidade. Porém, semana
passada, no último dia 20, todos nós recebemos a notícia estarrecedora da
devolução dos corpos de duas crianças da família Bibas, aqueles anjinhos
ruivinhos, e de sua mãe, mortos.
A jornalista Sabrina Abreu, que também
é diretora do documentário “Ainda é Sete de Outubro”: “Kfir Bibas foi retirado
do seu berço por terroristas do Hamas e levado para a Faixa de Gaza, de onde
voltou em um caixão”.
Isso é tudo que importa saber sobre os
métodos do Hamas. Estive em janeiro, no dia da recordação do Holocausto, e
passados 80 anos da libertação dos campos de concentração e vitória sobre o
nazismo, ainda somos surpreendidos com tamanha malignidade. Estamos no século
XXI, e então peço a cada um de vocês que reflitam sobre qual o mundo em que
queremos viver e qual o futuro de nossos filhos e descendentes.
Vamos deixar o Brasil se tornar berço
de perseguição, onde as pessoas não mais poderão professar sua religião ou ter
medo de expô-la e admiti-la? Efetivamente, esse não é o País que quero para mim
e para os meus filhos, e enquanto deputado jamais deixarei de lutar para
combater essa intolerância.
Esse império de maldade financiado pelo
Irã coloca em risco não só a segurança dos judeus, mas de todos nós, porque
esses facínoras já juraram aniquilar todos que se opuserem ao seu regime,
independentemente do credo, fé ou religião. O escritor Elie Wiesel, tão
conhecido da grande maioria de vocês, bem disse: “nenhuma raça é superior,
nenhum credo é inferior”.
Todos têm direito de viver em paz, por
isso precisamos apoiar Israel em todas as suas ações, desde o direito de se
defender, como o direito de buscar eliminar essa ameaça à sua soberania e à sua
população.
A sobrevivência de Israel é
imprescindível para a comunidade judaica e para todos nós. Notáveis são as
descobertas tecnológicas e mais incríveis são as centenas de judeus que
ganharam prêmios Nobel, destacando-se em suas mais diversas profissões.
Pode até parecer incrível, mas
infelizmente é verdade, que o governo brasileiro não reconheça o Hamas, o
Hezbollah, a Jihad Islâmica e outros grupos terroristas. O que mais é preciso?
Basta ver a tipificação de terrorismo na nossa legislação e ver o que fizeram.
Devemos e iremos nos preocupar para que
a nossa zelosa e mavórtica Polícia Federal, da qual eu faço parte, fique
vigilante e, além de evitar que esses criminosos entrem no nosso país, diante
da complacência do governo federal, os que os apoiam aqui sejam investigados.
Albert Einstein bem disse que, abre
aspas: “O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que
fazem o mal, mas sim, por causa daqueles que observam e deixam o mal
acontecer”.
Esse alerta não é sem razão. Eu não vou
me calar e nem me omitir jamais. Fico abismado do silêncio da imprensa, especialmente
dos políticos de esquerda, que possuem visão turva e, como sempre, só enxergam
o que lhes interessa. Hoje ainda há mais de 60 reféns sequestrados. Estão
vivos? Como estão? Por que a Cruz Vermelha nunca foi visitá-los, até para
trazer algum alento para familiares e amigos?
Eu não admito e nem admitirei que
pessoas balancem bandeiras desses terroristas na avenida mais importante de São
Paulo. Não admito. (Palmas.) Não admito que ovacionem ações terroristas. Minha
vida toda, profissional, e agora pública, foi pautada pelo combate à
criminalidade.
Agora estou expandindo minhas ações
para além disso: me solidarizar ao povo judaico e ser mais um a protegê-los com
minha voz, minha função e minhas ações, porque não ficarei de braços cruzados
vendo o aumento desse preconceito e antissemitismo.
Nesta Casa Legislativa, a relação
Brasil-Israel está formalmente fortificada, na data de hoje, com a celebração
da frente parlamentar. Sinto-me extremamente privilegiado de poder liderar esse
movimento, com a anuência do governador Tarcísio de Freitas, do presidente
André do Prado, e da grande maioria dos deputados. Israel e seu povo aqui são e
sempre serão muito bem-vindos. Que Deus abençoe a todos, que Deus abençoe
Israel. “Am Yisrael Chai”. Um grande abraço. (Palmas.)
A gente só vai para o encerramento
regimental, porque senão nosso presidente vai me chamar a atenção. Agora que
nos encaminhamos para o final do evento, quero agradecer ao presidente desta
Casa de Leis, André do Prado, que convocou esta sessão solene, atendendo a
minha solicitação.
Esgotado o objeto da presente sessão,
eu agradeço a todos os envolvidos na realização desta solenidade, assim como
agradeço a presença de todos. Um grande abraço, muito obrigado pela presença.
Que Deus abençoe a todos.
Está encerrada esta sessão solene.
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- Encerra-se a sessão às 22 horas e 44
minutos.
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