29 DE FEVEREIRO DE 2024

16ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI, ENIO TATTO, REIS, EDUARDO SUPLICY e SIMÃO PEDRO

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão.

        

2 - ENIO TATTO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI

Endossa o pronunciamento do deputado Enio Tatto acerca da falta de pagamento de funcionários terceirizados em Fatecs no estado.

        

4 - ROGÉRIO SANTOS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - ENIO TATTO

Assume a Presidência.

        

6 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - PRESIDENTE ENIO TATTO

Comenta o pronunciamento do deputado Reis. Salienta que a Presidência efetiva desta Casa tomará as medidas cabíveis para apurar o ato de vandalismo cometido contra o gabinete da Liderança da Federação PT/PCdoB/PV.

        

8 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - REIS

Assume a Presidência.

        

10 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência.

        

13 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - SIMÃO PEDRO

Assume a Presidência.

        

15 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

16 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

17 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

18 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

19 - ANDRÉA WERNER

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

20 - ANDRÉA WERNER

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

21 - PRESIDENTE SIMÃO PEDRO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 01/03, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

        

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

                                                                                               

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra, a deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Com a palavra, a deputada Ana Perugini. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.)

Com a palavra, o deputado Enio Tatto, que fará o uso regimental da tribuna.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, nobre deputado Carlos Giannazi, deputados presentes aqui no plenário, funcionários e quem nos assiste pelas redes ou pela TV Alesp. Venho trazer uma preocupação dos funcionários que prestam serviços de segurança em unidades do Centro Paula Souza, as Fatecs e Etecs, que estão sem receber salário há dois meses, desde janeiro.

Só na Fatec de Ourinhos, que tem mais ou menos 200 matriculados, os vigilantes não recebem o salário. São profissionais da segurança. O pior de tudo é que eles deram um prazo até hoje, às 18 horas, caso contrário, se a empresa não resolver o problema, eles vão entrar em greve.

Chamo a atenção que não é só na Fatec e Etec de Ourinhos, é na Fatec e Etec de Marília, na de Assis, na de Paraguaçu Paulista, na de Tupã, na de Ipaussu, na de Garça e na de Cândido Mota, naquela região. É a mesma empresa e simplesmente não está pagando os funcionários que prestam serviço nessas Fatecs e Etecs, nesses estabelecimentos de ensino.

A empresa que presta serviço é a Portec Segurança Patrimonial Ltda. O Centro Paula Souza apenas informa que notificou judicialmente a empresa, mas até o momento nada foi feito, ou seja, o Centro Paula Souza provavelmente vai falar: “É um problema da empresa com os funcionários”. Não é desse jeito que você resolve o problema.

O Centro Paula Souza, a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado têm que chamar a empresa, ver o que está acontecendo e resolver o problema para não deixar os funcionários entrarem em greve, porque o último recurso do trabalhador é entrar em greve. Porque o cara recebe aquele salário que muitas vezes ou a maioria das vezes é pouca coisa, nem recebe, e o cara não tem dinheiro para levar comida para dentro de casa.

Então a gente está denunciando aqui, informando e pedindo para o Centro Paula Souza chamar essa empresa. Aqui na Assembleia Legislativa já ocorreu isso, quando eu era primeiro secretário e também há pouco tempo, da empresa terceirizada não pagar os funcionários.

O que pode ser feito? Parar de pagar a empresa, segurar o dinheiro e pagar direto aos funcionários, para também rescindir o contrato e não mandar os funcionários embora. É isso que precisa ser feito. Chamo a atenção, mais uma vez, que além de Ourinhos também é nas cidades de Marília, de Assis, de Paraguaçu, de Tupã, de Ipaussu, de Garça e de Cândido Mota.

Não é pouca coisa, devem ser muitos funcionários e se eles entrarem em greve o que vai acontecer? Vão parar também as atividades das Fatecs, das Etecs, do Centro Paula Souza.

Então, antes que aconteça a paralização, que o Centro Paula Souza interfira e resolva esse problema, chame a empresa, veja o que está acontecendo. Está pagando, a empresa? A empresa é obrigada a pagar. O salário é uma coisa sagrada do funcionário. Alguma coisa está acontecendo errado.

Então tem sim como resolver se tomar iniciativa, dos diretores do Centro Paula Souza, quem cuida dessa área deve chamar os donos da empresa, os diretores da empresa e resolver esse problema, porque pode acontecer uma greve. Depois da greve, vai ter que ter uma negociação, paralisa as aulas, os trabalhos, e a gente sabe como é que termina isso. Então dá para se antecipar e resolver.

Pediria a V. Exa. que enviasse cópia para o Centro Paula Souza, para a Secretaria de Ciência e Tecnologia, para que tomassem conhecimento desse pronunciamento e que se resolvam o mais rápido possível, já que o prazo para os funcionários entrarem em greve, depois de dois meses sem receber, é hoje às 18 horas.

Era isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Esta Presidência acolhe o pedido de V. Exa. e encaminhará o seu discurso ao Centro Paula Souza, ao superintendente do Centro Paulo Souza. E parabenizo V. Exa. também pelo pronunciamento dessa gravíssima denúncia contra o pagamento dos vigilantes das Etecs do estado de São Paulo.

Com a palavra, o deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.)

Com a palavra, o deputado Rogério Santos, que fará uso regimental da tribuna por até cinco minutos.

 

O SR. ROGÉRIO SANTOS - MDB - Muito boa tarde, Sr. Presidente deputado Carlos Giannazi, aos deputados aqui presentes, a todos que estão nos assistindo aqui pela TV Alesp e aos nossos canais de comunicação.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Enio Tatto.

 

* * *

 

Quero aqui cumprimentar... Nesta semana, na última terça-feira, o deputado Barros Munhoz esteve aqui nesta tribuna e, em acordo com a bancada do PSDB, o deputado Vinicius Camarinha, que é o líder, e os deputados que compõem a Federação PSDB Cidadania aqui na Alesp, fez um pronunciamento sobre o apoio que a maioria dos deputados da Federação PSDB Cidadania manifestaram ao Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo e pré-candidato à reeleição.

O prefeito Ricardo Nunes assumiu com muita responsabilidade a prefeitura, dando continuidade ao trabalho que o Bruno Covas havia iniciado. Foi com respeito à vontade da população que havia escolhido um plano de governo para a cidade, com a responsabilidade de quem sucedia um grande líder político, como foi Bruno Covas, e, sobretudo, com a capacidade pessoal e um trabalho incansável, que o prefeito administrou e permanece administrando a cidade de São Paulo.

Algumas informações interessantes, algumas das ações aqui merecem destaque. Em 2023, as filas da creche e da pré-escola seguiram zeradas na cidade de São Paulo; mais de 100 mil novas vagas foram criadas nessa gestão; 12 novos Céus foram entregues entre 2017 e 2020 e mais 12 estão sendo viabilizados ainda nesta gestão.

São 33 Céus da cidade que estão com obras de reforma em andamento. O programa de metas prevê 46 Céus. Mais de 12.400 salas de aula digitais, em 1.096 escolas, até o final de maio estarão implantadas.

Na Saúde, presidente, dez novos hospitais entregues; no ano passado também foi entregue o Centro Oncológico Bruno Covas, que está para atingir a marca de 50 mil consultas. São 20 novas UPAs, das quais nove desde 2021. E até 2016, só para se ter uma ideia, haviam apenas três UPAs na cidade, 19 novos CAPS e 17 novas UBSs desde 2017 e o programa “Avança Saúde”, com um bilhão de investimento na cidade de São Paulo.

São 107 obras que já foram contratadas e 88 concluídas, sendo 84 obras de reformas de UBSs. Na Habitação, o maior programa habitacional da cidade de São Paulo, com 21.300 novas moradias entregues desde 2017, e o novo programa “Pode Entrar”, com um chamamento para 40 mil novas unidades, sendo que 38.870 já foram selecionadas e o novo edital para aquisição de 20 mil novas unidades será publicado em breve.

Por fim, nós sabemos que ainda há muito o que ser feito pela cidade de São Paulo e, por isso, nós, deputados do MDB, queremos agradecer por mais este relevante e importante apoio da Federação PSDB Cidadania ao Ricardo Nunes, por mais essa demonstração de que a verdadeira frente ampla é esta, constituída por esses partidos e lideranças que sabem que a cidade de São Paulo precisa continuar crescendo e se desenvolvendo.

Então, os nossos agradecimentos e cumprimentos à Federação PSDB Cidadania, pelo menos à maioria dos deputados que decidiram dar esse apoio ao nosso prefeito Ricardo Nunes.

Eram essas as palavras.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ENIO TATTO - PT - Obrigado, nobre deputado Rogério Santos. Dando continuidade à lista do Pequeno Expediente, nobre deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Nobre deputado Dr. Elton. (Pausa.) Nobre deputado Itamar Borges. (Pausa.) Nobre deputada Thainara Faria. (Pausa.) Nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.)

Nobre deputado Mauro Bragato. (Pausa.) |Nobre deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Nobre deputada Carla Morando. (Pausa.) Nobre deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Nobre deputado Reis. Vossa Excelência tem um prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. REIS - PT - Presidente Enio Tatto, deputado Rogério Santos, deputado Carlos Giannazi, público presente, eu quero trazer uma nota da bancada do Partido dos Trabalhadores na Assembleia Legislativa por conta do ato de vandalismo que a sala da liderança no Hall Monumental sofreu.

Eu gostaria que o Machado pudesse apresentar o layout que foi desenvolvido pela Liderança da bancada do Partido dos Trabalhadores. Está lá o PT, o partido que defende você. Aqui dentro da Assembleia, vandalismo aqui dentro da Assembleia, não foi lá na rua, não! Não foi lá fora, foi aqui dentro da Assembleia.

Então, a bancada do PT elaborou a seguinte nota.

“A liderança do PT foi surpreendida na manhã desta quinta-feira, dia 29/02, com ação de vandalismo no envelopamento de sua sala de recepção e chefia de gabinete, situada no Hall Monumental, sala M04.

A bancada dos deputados e deputadas da Federação PT/PCdoB/PV está em um processo de renovação do seu layout, comunicação visual, e estendeu a aplicação da nova identidade ao ambiente de trabalho, assim como foi feito por vários mandatos, para destacar e facilitar a localização de seus gabinetes.

O envelopamento dos vidros externos da sala de recepção e chefia de gabinete da liderança ocorreu ontem, quarta-feira, 28/02, por volta das 16 horas, quando profissionais fixaram o material.

O curioso é que, a parte do adesivo danificado e arrancado é justamente onde figurava a estrela do PT e o slogan “Partido que defende você”, ou seja, houve um ataque deliberado à identidade do Partido dos Trabalhadores.

Nós, deputadas e deputados do Partido dos Trabalhadores, protestamos e repudiamos veementemente esse tipo de violência política, que não pode ser tolerada em nenhuma circunstância, quiçá em uma casa onde a pluralidade e diversidade política é prerrogativa.

Diante do exposto, solicitamos à Presidência da Assembleia Legislativa ações imediatas para analisar as imagens das câmeras que cobrem o corredor do andar monumental, de modo a apurar e determinar as punições cabíveis ao autor ou autores deste ataque de vandalismo.

Deputadas e deputados da bancada da Federação PT/PCdoB/PV na Assembleia Legislativa de São Paulo.”

Então, Sr. Presidente, aconteceu isso, lamentavelmente. Um ataque ao nosso partido, um ataque à sala da liderança do PT. E isso dentro da Assembleia. E aqui nós respeitamos todos os partidos, nós vemos aí gabinetes que têm o adesivo do Bolsonaro; a gente respeita aquele deputado que está com o Bolsonaro, mesmo não concordando com certas práticas, mas a gente é contra essa violência.

Nós somos contrários a essa violência, repudiamos essa violência que foi feita contra a liderança do Partido dos Trabalhadores. A gente espera que o presidente André do Prado tome as providências cabíveis. Não é possível que isso aconteça dentro desta Casa.

Isso é um absurdo, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ENIO TATTO - PT - Obrigado, nobre deputado Reis. Tenho certeza absoluta de que o presidente da Casa e a Mesa Diretora tomarão todas as providências, mesmo porque a Casa está bem equipada de câmeras, e acho que não vai ser fácil de identificar esses vândalos irresponsáveis.

Dando continuidade aos oradores do Pequeno Expediente, nobre deputado Eduardo Suplicy.

Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Enio Tatto, Srs. Deputados, Carlos Giannazi e Reis, eu vou ler a carta que estou enviando àquelas pessoas que poderão compor o grupo de trabalho para estudar a gradual transição do programa “Bolsa Família” até a “Renda básica de cidadania Universal e Incondicional”, conforme assinalados na carta anexa.

“Feliz estou de lhes transmitir uma boa nova: em audiência em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva me recebeu no último dia primeiro de fevereiro, juntamente com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, conversamos sobre a proposta que eu havia encaminhado em outubro passado, conforme carta anexa, sobre a formação de um grupo de trabalho para estudar como será o processo gradual e progressivo da transição do programa ‘Bolsa Família’ até a implementação da ‘Renda básica de cidadania’, na forma estabelecida nas Leis nos 10.835, de 2004, e 14.601, de 2023.

Nesta ocasião, o presidente Lula solicitou ao ministro Alexandre Padilha que tomasse as providências para que esse propósito venha a ser tratado junto ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, conhecido como Conselhão, que hoje tem 246 pessoas.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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O ministro Padilha, então, solicitou que eu tivesse um encontro com o Sr. Paulo Pereira, secretário executivo do Conselhão. No encontro que tive com Paulo Pereira, presente o presidente da Rede Brasileira da Renda básica de cidadania, Leandro Teodoro Ferreira, mostramos a lista de 105 pessoas, dentre os cientistas sociais, economistas, filósofos, assistentes sociais, representantes de movimentos sociais, dentre aqueles que têm estudado as diversas formas de transferência e garantia de renda, com vistas à erradicação da fome e da pobreza, à promoção de maior igualdade e à realização de justiça social em nosso País e em outros países.

Avaliamos que será adequado fazer uma primeira reunião, em caráter misto, presencial e também virtual, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, com os nomes que constam da carta enviada ao presidente Lula, ao vice-presidente Geraldo Alckmin e aos ministros Fernando Haddad, Simone Tebet, Wellington Dias, Alexandre Padilha, Rui Costa, Luiz Marinho, Marina Silva e Silvio Almeida, em outubro último.

Esse primeiro encontro será dia 21 de março, quinta-feira, a partir das 16 horas, no auditório Dom Pedro I, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, na avenida Pedro Álvares Cabral 201.

Na presença dos ministros Alexandre Padilha, Wellington Dias e do secretário executivo do ‘Conselhão’, Paulo Pereira. Será também a primeira audiência neste ano da Frente Parlamentar em Defesa da Renda básica de cidadania, que tem como coordenador e vice-coordenador os deputados Eduardo Suplicy e Marina Helou.

Aqueles e aquelas que tiverem alguma indisponibilidade ou impedimento em participação, neste dia ou no grupo, peço que, por gentileza, possam nos comunicar por meio de uma resposta, por este canal, que em breve trará maiores detalhes a respeito do encontro, para o qual se aguardam contribuições para montar a programação.”

Assinam a carta, respeitosamente, o abraço amigo, deputado Eduardo Matarazzo Suplicy e Paulo Pereira, secretário executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, e de Sustentabilidade.

Então, muito obrigado, presidente Reis, deputado Reis. Esta é a comunicação sobre a importante reunião que logo mais, dia 21 de março, acontecerá aqui na Assembleia Legislativa.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem. Seguindo a lista de oradores, o próximo orador, deputado Luiz Fernando Teixeira Ferreira. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Reis, deputado Suplicy, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia.

Na tarde de ontem nós fomos surpreendidos por mais um ataque da Secretaria da Educação, da gestão Tarcísio/Feder, aos profissionais da Educação da rede estadual. Dessa vez, eles estão repetindo o mesmo procedimento, o mesmo erro, a mesma injustiça, a mesma perversidade que foi realizada no ano passado. Inclusive, que eu denunciei aqui na tribuna, e nós pressionamos a Secretaria da Educação. O que eu estou dizendo?

Que os professores, ontem, ao acessarem, na internet, os seus holerites, perceberam que o governo não vai pagar o ALE, que é o Adicional de Local de Exercício. É um adicional que o professor recebe, uma parte da rede, porque nem todos recebem. Mas, os que recebem, não receberão no mês de março.

Por que, Sr. Presidente? Porque o governo não editou o novo decreto, como estava estabelecido no decreto anterior. O decreto anterior já exigia a publicação de um novo decreto pela Seduc, pela Secretaria da Educação. Isso não aconteceu até agora, Sr. Presidente.

Com isso, os professores estão, até esse exato momento, privados de receber, no seu pagamento, o adicional, que é um valor baixo, porém, faz diferença, Sr. Presidente, nos salários arrochados e defasados dos profissionais da Educação.

Então, aqui da Assembleia Legislativa, desta tribuna, quero exigir que o governo pague imediatamente, que ele publique o decreto, porque é de uma leviandade, de uma perversidade, de uma irresponsabilidade criminosa o que a Seduc está fazendo com os profissionais da Educação em todos os níveis. Até isso, Sr. Presidente, publicar um decreto, que é algo simples, o governo não faz, para prejudicar.

Por isso eu digo que essa é uma política deliberada contra os profissionais da Educação, que vai penalizar os agentes de organização escolar, os professores, os gestores. Todos os profissionais da Educação, das escolas que têm o ALE, estão sendo prejudicados por conta dessa leviandade da Secretaria da Educação.

Quero lembrar ainda, Sr. Presidente, que a nossa luta é para que todos os professores, todas as escolas tenham o pagamento do ALE, e que não haja diferença entre o pagamento do ALE do agente de organização escolar e do professor, porque há essa diferença ainda. É um absurdo.

Queremos que a Seduc faça essa correção e estenda esse benefício a todas as escolas do estado de São Paulo, até porque tem muitas incoerências. Existem escolas que têm o ALE e, ao lado dessa escola, tem uma outra escola, que é dividida por um muro, e essa outra não tem, o que é uma incoerência gritante, solar, Sr. Presidente.

Então, queremos exigir, da Assembleia Legislativa, da tribuna da Alesp, que a Secretaria faça o pagamento imediato do ALE, que publique o decreto e faça o pagamento. É um direito, o ALE é uma conquista dos profissionais da Educação.

O governo, no ano passado, fez a mesma coisa, Sr. Presidente. Em meados do ano passado, acho que era maio ou junho, isso aconteceu. Nós denunciamos, eu vim à tribuna da Assembleia Legislativa e o governo corrigiu imediatamente, mas está repetindo o mesmo erro, a mesma injustiça. Isso só mostra a incompetência administrativa, a leviandade e a perversidade desse governo contra todos os profissionais da Educação.

Então, pagamento do ALE já! Que o governo faça então uma folha suplementar, que publique o decreto, porque ele tem todos os instrumentos, tem a caneta na mão para resolver essa questão gravíssima, esse atentado contra os direitos e a dignidade dos profissionais da Educação do estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem. Seguindo a lista de oradores, a próxima oradora é a deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Ah, o deputado Simão Pedro está aí.

Chamamos V. Exa. para fazer uso da palavra pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, nobre deputado Reis, senhoras e senhores que nos acompanham aqui na galeria, pelas redes sociais, pela TV Alesp, eu venho usar esta tribuna hoje para fazer uma crítica às contradições na postura do atual prefeito, Ricardo Nunes.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy.

           

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É uma pessoa com quem tenho uma relação respeitosa. Quando fui secretário de Serviços na prefeitura, na gestão Fernando Haddad, ele era o presidente da Comissão de Finanças e sempre tivemos uma relação respeitosa, até hoje, mas não dá para não observar, por exemplo, o que o prefeito faz de um lado contra a Enel...

Todo mundo se lembra que ele foi um crítico da Enel por conta dos eventos que ocorreram no dia 10 de janeiro em São Paulo, aquela tempestade que deixou a cidade, muitos munícipes e muitas empresas sem energia elétrica por muitos dias.

Depois convocamos o presidente da Enel para explicar, já denunciamos que a Enel cortou mais de 26% dos funcionários, diminuindo os custos da empresa para aumentar os lucros, e depois o prefeito foi a Brasília reivindicar o rompimento do contrato da Enel com a Aneel, com a agência brasileira que fez a licitação, a contratação da empresa e o Governo do Estado fiscaliza. Ou seja, agora ele entra na justiça contra a Enel, recentemente ele entrou na justiça contra a Enel pedindo reparação de danos e etc.

Ele faz essa guerra com a Enel, na minha impressão... Eu queria perguntar para o prefeito se ele faz isso para esconder a incompetência da sua administração que não faz a limpeza correta das galerias, que não faz o corte de árvores de forma correta, as podas e uma série de providências que a prefeitura tem responsabilidade de fazer para garantir o bom funcionamento da nossa cidade. Quando ocorrer um evento assim, a cidade vai estar preparada, nobre deputado Reis.

Mas, veja bem, ele faz essa crítica à concessão da Enel, desse serviço de fornecimento de energia elétrica para a cidade, para os municípios. No fundo há uma crítica dele indireta também ao sistema de concessão, mas ao mesmo tempo ele abraça o governador Tarcísio na defesa da privatização da Sabesp, da entrega dessa empresa fantástica que é a Sabesp, patrimônio do povo paulista. Ele facilita, vamos dizer assim, o jogo para que o governador Tarcísio privatize a Sabesp.

Então, há contradição. Essa contradição é própria de quem não tem uma opinião firme a respeito de determinadas situações da gestão pública. Porque ele faz a crítica à Enel, entra na justiça, pede o rompimento do contrato, mas ao mesmo tempo continua incentivando as concessões, por exemplo o que fez no serviço funerário, um desastre para a cidade de São Paulo.

A Sabesp, nós estamos na iminência de termos um desastre, em termos de aumento das tarifas, em termos de falta de abastecimento de água em pequenas cidades, da interrupção de serviços, daquela lógica de que paga tem, quem não pode pagar não vai ter, que é própria desse tipo de comportamento.

Então, eu queria chamar a atenção disso, fazer essa crítica ao prefeito Ricardo Nunes. A gente podia perguntar: “Simão, mas você é um deputado estadual, você tem que fiscalizar o Tarcísio”, estamos fazendo combate e criticando essa política de privatização, de concessões do serviço.

Agora está fazendo audiências públicas. Depois que aprovou aqui na Assembleia, depois que já contratou empresas para avaliar o preço, agora que vai fazer audiência pública? O que o governador está querendo disfarçar?

Nós temos criticado e feito oposição dura aqui na Assembleia, mas a privatização da Sabesp passa pela prefeitura de São Paulo, 37% da receita da Sabesp, do volume de serviço é aqui na capital.

A prefeitura tem um contrato com a Sabesp que diz que, se a empresa for privatizada, rompe-se esse contrato e a prefeitura tem que fazer uma nova licitação ou mudar a lei, aí o debate é lá na Câmara.

Mas não dá para não criticar essa postura dúbia, dois pesos e duas medidas que o prefeito da cidade de São Paulo utiliza quando critica a Enel de um lado, contra a continuidade dos seus serviços, entra na justiça, mas ao mesmo tempo ele faz o jogo do governador para facilitar a privatização da Sabesp.

Queria registrar isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Obrigado, deputado Simão Pedro. Agora tem a palavra o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Deputado Felipe Franco. (Pausa.) Deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Daniel Soares. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.)

Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Monica Seixas do Movimento Pretas. (Pausa.) Deputado Enio Tatto.

Deputado Reis, tem a palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. REIS - PT - Presidente deputado Eduardo Suplicy, eu me surpreendi hoje ao seu filho com uma matéria no Metrópoles sobre o secretário de Educação, Renato Feder, com relação à questão autista.

Nós temos uma deputada aqui, a deputada Andréa Werner, do PSB, e ela milita muito nessa questão da defesa dos autistas, inclusive aprovou um projeto aqui nesse sentido.

A matéria diz que a deputada estadual Andréa Werner afirma que o secretário da Educação paulista alegou risco de acompanhantes terapêuticos de alunos autistas cometerem abuso sexual contra estudantes, para justificar o veto à presença desses auxiliares nas escolas da rede estadual de ensino.

A parlamentar é mãe de um aluno autista de 15 anos e anunciou que estava processando o Governo de São Paulo, por não oferecer inclusão ao seu filho, na rede estadual. Ao Metrópoles, Andréa disse que ouviu o argumento do secretário, durante uma reunião que teve com ele, em outubro do ano passado.

No encontro, ela apresentou ao titular da Educação uma sugestão de decreto para regulamentar a Lei nº 17.798, que fala sobre a Política Estadual de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.

A ideia, segundo ela, era conseguir incluir no decreto a autorização para que acompanhantes terapêuticos pudessem participar do dia a dia de alunos autistas nas escolas estaduais, atuando no apoio aos estudantes dentro e fora da sala de aula.

Andréa diz que já tinha conversado sobre o tema com Feder em outra ocasião e que o secretário, inicialmente, teria recebido bem a ideia. Na reunião do dia 26 de outubro, no entanto, a deputada afirma que foi questionada pelo secretário sobre a possibilidade de envolvimento sexual dos acompanhantes com estudantes da escola. Olhe a mente desse secretário! Olhe o que passa pela mente do Renato Feder!

“Ele mandou a seguinte frase - isso está na matéria, está na matéria do Metrópoles: ‘E se o acompanhante terapêutico, o AT, de um aluno autista ‘comer’ uma aluna na escola?’” - um absurdo isso aqui, deputado Simão Pedro - disse a deputada ao Metrópoles. “Eu fiquei paralisada, não esperava ouvir aquela expressão do secretário. Meu chefe de gabinete e minha chefe do jurídico também ficaram paralisados”, afirma a parlamentar.

 Segundo ela, o secretário ainda repetiu a frase durante a conversa. “A gente - a equipe da deputada - tentou dar uma mexida no decreto depois, para contemplar alguma coisa nesse sentido, de proteção, mas não faz sentido.

O Código Penal está aí para ser usado, se acontece esse tipo de coisa, abuso sexual”, diz a deputada. Segundo a assessoria de Feder, o secretário nega ter usado o termo citado pela deputada na reunião ocorrida em outubro.

Em nota ao Metrópoles, a Secretaria da Educação afirmou que Feder recebeu Andréa para discutir avanços na educação inclusiva do estado e que o secretário fez uma sugestão ao projeto da parlamentar, para ampliar a segurança dos alunos com deficiência. Dias depois, segundo a secretaria, a deputada escreveu ao secretário concordando com as sugestões e enviou um arquivo com a alteração do artigo proposto.

O texto alterado diz o seguinte: “Em caso de suspeita de violência ou atos ilícitos praticados pelo acompanhante pessoal contra a pessoa com deficiência ou qualquer pessoa no ambiente escolar, a gestão escolar deverá notificar a família, bem como as autoridades, podendo ser solicitada imediatamente a retirada e afastamento do acompanhante do ambiente escolar”, diz a pasta, em nota.

Por fim, a secretaria informou que disponibiliza cerca de oito mil profissionais de apoio a alunos com transtorno do espectro autista, deficiência intelectual, deficientes múltiplos e outros tipos de deficiência que necessitem de apoio. Andréa Werner fez menção pela primeira vez à suposta fala de Feder durante uma sessão - ela falou aqui na Assembleia Legislativa.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Simão Pedro.

 

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Eu estou repercutindo essa matéria, deputado Simão Pedro, justamente para a gente fazer uma análise do que é esse governo do Tarcísio e desse governo de estrangeiros - não vou dizer de estrangeiros -, de pessoas que não conhecem o nosso estado, pessoas que vêm para cá, que ocupam os cargos, que assumem cargos na secretaria e que não conhecem, que têm um comportamento e uma visão absurda, que é o caso desse secretário Renato Feder, com a forma como ele pensa, como ele enxerga o mundo e a forma como ele falou com a deputada Andréa Werner.

Na ocasião ela também anunciou que estava processando o governo por não oferecer a inclusão na rede estadual de ensino. Segundo a deputada, a escola estadual em que o adolescente está matriculado não fornece profissionais especializados para ajudá-lo a acompanhar as aulas.

A família também teria sido proibida de enviar um acompanhante particular para auxiliar o estudante no colégio. Quero aqui reconhecer o trabalho da deputada Andréa Werner e repudiar essa forma como o secretário Renato Feder enxerga o mundo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Dando continuidade aos oradores inscritos, convido o deputado Eduardo Suplicy para fazer uso da tribuna.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Simão Pedro, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia, público presente na galeria, funcionários desta Casa, vou ler aqui o nome daquelas pessoas que indiquei para compor o grupo de trabalho para estudar como será a transição do Programa Bolsa Família até a universalização da Renda básica de cidadania, que compõe a sugestão feita de grupo de trabalho para estudar como será feita essa transição.

Então são os seguintes nomes: Aldaíza Sposati, da PUC de São Paulo; Aloizio Mercadante Oliva, presidente do BNDES; Ana Lucia Lobato, da Universidade Federal do Pará; Anderson Lopes Miranda, do Ministério dos Direitos Humanos e Movimento Nacional de Luta e Defesa da População em Situação de Rua; André Janones, deputado federal do Avante, de Minas Gerais; André Lara Resende, ex-presidente do BNDES; André Mountian, da EACH, da USP.

Andrea Gama, da Universidade Federal Fluminense; Antonio Corrêa de Lacerda, da PUC de São Paulo e do BNDES; Barbara Cobo, do IBGE; Bernard Appy, do Ministério da Fazenda; Bruna Augusto Pereira, da Recivitas, que tem realizado experiências locais da renda básica; Bruna Cristina Neves Carnelossi, da PUC de São Paulo, também da Rede Brasileira da Renda Básica.

Camila Jara, deputada federal do PT do Mato Grosso do Sul; Carolina Requena Justos, da Universidade Federal de São Carlos; Celia Lessa Kerstenetsky, da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Ciro Gomes, ex-ministro da Fazenda e ex-governador do Ceará; Clóvis Roberto Zimmermann, da Universidade Federal de Minas Gerais; Darcy Costa, do Movimento Nacional da PopRua.

Diego Zeidan, secretário de Desenvolvimento Econômico Solidário do Rio de Janeiro e vice-prefeito de Maricá licenciado; Ed Fuloni, do DPU, do GT; Edmar Lisboa Bacha, da Casa das Garças; Eduardo Braga, senador pelo MDB do Amazonas, autor da emenda constitucional que inclui a renda básica na Constituição Federal,

Eduardo Matarazzo Suplicy, hoje deputado estadual, autor do Projeto de lei n.º 10.835, de 2004, que institui a renda básica de cidadania; Eulália Barbosa, do Ministério do Desenvolvimento Social; Fabiano Horta, prefeito de Maricá, que está desenvolvendo a Renda Básica em Maricá.

Fábio Domingues Waltenberg, da Universidade Federal Fluminense; Fernando José Gomes Freitas, da Universidade Federal Fluminense; Frei Betto, da Ordem de São Domingos, escritor; Georgio Endrigo, da Defensoria Pública da União do Rio Grande do Sul; Geyze Marchesi Diniz, coordenadora do Pacto Contra a Fome.

Guilherme Mello, da Unicamp e do Ministério da Fazenda; Gustavo Zortea, da Defensoria Pública da União do Rio Grande do Sul; Jéssica Maldonado, Universidade Federal Fluminense; Jimmy Medeiros, da FGV do Rio; João Henrique Campos, prefeito de Recife, proponente e primeiro presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Renda Básica quando deputado federal.

João Joaquim de Mello, do Banco Palmas; João Saboya, da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Jorge Abrahão, do Instituto Cidade Sustentáveis, da Rede Nossa São Paulo; José Márcio Camargo, da PUC do Rio de Janeiro; José Ricardo Bezerra Nogueira, da Universidade Federal de Pernambuco.

José Whellinson dos Santos, da Bien; Josué Pereira da Silva, da Unicamp; Júlio Lancellotti, padre da Paróquia São Miguel Arcanjo e da Pastoral do Povo da Rua; Ladislau Dowbor, da PUC de São Paulo; Leandro Teodoro, presidente da Rede Brasileira da Renda Básica.

Lena Lavinas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Leonardo Boff, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, da Ordem dos Franciscanos; Letícia Bartholo, do MDS; Luciana Costa, do BNDES; Luiz Carlos Bresser Pereira, da FGV.

Sr. Presidente, na minha próxima fala eu vou concluir a lista dos que compõem o grupo de trabalho para estudar a implantação da Renda Básica Universal no Brasil.

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Dando sequência à ordem dos oradores inscritos, convido o deputado Guilherme Cortez para fazer uso da palavra.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa tarde presidente, deputado Simão Pedro, deputados presentes, todos os servidores desta Casa e o público que nos assiste da galeria ou pela Rede Alesp. Presidente, hoje eu venho aqui fazer duas denúncias da minha região de Franca. A primeira é de Jardinópolis: mais um caso de LGBTfobia institucional.

Eu queria aqui me solidarizar com o vereador Caio Jardim, do PDT, um aliado da luta LGBT na cidade, que, por iniciativa de uma emenda parlamentar para que a assistência social do município produzisse uma cartilha informativa para combater os casos de LGBTfobia no município, tem sofrido uma severa perseguição política e ideológica na cidade de Jardinópolis, pelo simples fato de incentivar algo mais do que necessário e completamente respaldado pela legislação, que é que o Poder Público municipal de Jardinópolis cumpra o seu papel de informar, de conscientizar e de prevenir os casos de intolerância motivados pela diversidade sexual e de gênero.

 E, por conta dessa emenda apresentada pelo vereador Caio, foi protocolado um outro projeto de lei por parte da bancada de vereadores bolsonaristas proibindo a distribuição de qualquer material que, na opinião deles, representasse, divulgasse a tal ideologia de gênero.

Um termo que não existe, que ninguém sabe definir o que é, mas que virou o grande chavão na boca dos extremistas, dos fundamentalistas, dos LGBTfóbicos que acham que você falar que você não pode discriminar uma pessoa por conta da sua orientação sexual ou da sua identidade de gênero é ideologia de gênero.

Que acha que o Poder Público tem que ficar inerte enquanto a gente tem a população LGBT no Brasil sendo o país que mais mata pessoas por conta da sua orientação sexual e da sua identidade de gênero.

A LGBTfobia é um problema crasso do nosso País que precisa ser combatido e que é responsabilidade do Poder Público buscar os caminhos necessários, inclusive, através da informação e da conscientização.

Por isso, essa iniciativa do vereador Caio é mais do que oportuna, mais do que necessária, sobretudo no interior do estado de São Paulo, que a gente sabe que é uma região ainda muito intolerante e muito violenta contra a população LGBT.

É muito importante que cartilhas como essa que ele pretende veicular na cidade de Jardinópolis sejam realizadas, para que elas possam servir de material para a gente combater e para a gente informar contra a LGBTfobia.

Por isso, quero me solidarizar com ele, com toda a população e com o movimento LGBT de Jardinópolis, que estão sendo covardemente atacados com fake news, com desinformação e com esse discurso de ódio que acontece contra todo mundo que busca políticas públicas para proteger a população LGBT.

Em segundo lugar, presidente, eu quero falar sobre uma denúncia da minha cidade, de Franca. Este ano, Franca completa 200 anos. É uma data muito importante e muito especial para a gente refletir sobre a situação da nossa cidade, sobre o nosso passado - do qual a gente tem muito orgulho -, mas, também, o que a gente quer fazer de Franca nos próximos anos que virão.

Mas, lamentavelmente, já há muito tempo a gente vem denunciando que a Prefeitura de Franca pratica uma verdadeira antipolítica cultural. A Prefeitura de Franca não tem qualquer respeito pelos nossos produtores culturais. A Feac, que é a fundação que cuida de esporte e cultura, negligencia completamente de diversas frentes a produção cultural e os artistas da nossa cidade.

Agora, isso se refletiu em uma denúncia feita pela orquestra sinfônica do munícipio. A Orquestra Sinfônica de Franca, uma instituição que já tem décadas de trabalho na valorização da cultura, da arte e da música no nosso munícipio, e que, agora, recentemente, teve interrompido o seu financiamento mensal pela Fundação Esporte Arte e Cultura e pela Prefeitura de Franca de maneira completamente injustificável.

É muito triste a gente imaginar que, no ano em que Franca completa 200 anos, a gente não vai poder contar com o reforço, com o apoio da Orquestra Sinfônica de Franca, por ação da própria prefeitura que resolveu descontinuar o investimento.

Essa é a cara da Prefeitura de Franca, que acha que você investir em cultura, em arte é desperdício de dinheiro público, como a gente viu no Carnaval, que pelo quarto ano consecutivo Franca não teve carnaval de rua por falta de apoio da prefeitura. Mas, a gente segue insistindo e segue lutando por um outro projeto de cidade.

Franca tem uma grande riqueza cultural e artística, tem grandes produtores e artistas que precisam ser valorizados. É papel da prefeitura e do Poder Público fazer isso, porque investir na arte e na cultura não é desperdício, é investimento, porque a cultura transforma vidas.

Portanto, quero me solidarizar também com todos os membros, com todo o pessoal e todos os voluntários da Orquestra Sinfônica de Franca, e todos os fazedores, agentes e produtores culturais da nossa cidade.

Dizer que o nosso mandato, apesar da relutância, da resistência e da antipatia da prefeitura para valorizar a arte e a cultura como elas devem ser valorizadas, a gente vai seguir procurando, por todos os caminhos, uma solução para recuperar o financiamento da Orquestra Sinfônica, que orgulha muito a nossa cidade e que não pode ter o seu serviço prejudicado por conta desse preconceito com a nossa cultura.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Senhoras e senhores, esgotados os inscritos para falar no Pequeno Expediente, faltando menos de um minuto para as 15 horas, já vamos, então, entrar na parte seguinte, que são as inscrições para o Grande Expediente, no qual os deputados têm dez minutos.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Vou começar a lista dos oradores inscritos para o Grande Expediente, deputado Rui Alves. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputado Emídio de Sousa. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)

Deputada Valeria Bolsonaro. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputado Guto Zacarias. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.)

Deputado Reis. Tem V. Exa. o tempo regimental.

 

O SR. REIS - PT - Presidente deputado Simão Pedro, deputado Suplicy, deputado Guilherme Cortez, público presente eu quero também aqui, deputado Simão Pedro, falar do que aconteceu na Câmara Municipal de Embu das Artes.

O vereador Abidan Henrique, do PSB, único parlamentar de oposição entre os 17 membros da Câmara Municipal de Embu das Artes, na Região Metropolitana de São Paulo, foi cassado no final desta quarta-feira, por quebra de decoro parlamentar.

Em 4 de outubro, em um discurso feito para um plenário vazio, ele criticou a gestão do prefeito Ney Santos, do Republicanos, por transferir cerca de 2 milhões em recursos da Saúde, para custear um festival que teria a apresentação de artistas como Wesley Safadão, Leonardo e a dupla Jorge e Mateus.

Contudo, ao fazer as críticas... Imagina isso, o vereador não pode fazer críticas. Transferem 2 milhões da Saúde para um show com a participação do Wesley Safadão e outros, e, ao fazer críticas, ele terminou por mirar também os demais parlamentares que haviam deixado a sessão. Ele disse: “Os vereadores foram em bando embora, como ratos”, afirmou Abidan.

Para o restante da Câmara, a fala deu embasamento para a abertura do processo de cassação. Na sessão desta quarta-feira, que durou quatro horas, 14 vereadores votaram pela perda de mandato e fizeram discursos de ataque ao vereador Abidan. A gente repudia esse comportamento dos vereadores da Câmara de Embu.

O Partido dos Trabalhadores de Embu das Artes emitiu uma nota. “Nota de repúdio à cassação do vereador Abidan Henrique. O Partido dos Trabalhadores de Embu das Artes vem a público manifestar seu repúdio à injusta e vergonhosa cassação do vereador Abidan Henrique.

Representante da periferia da cidade, jovem, negro, símbolo da política honesta de nossa cidade, o vereador Abidan vem sendo alvo de perseguição política por ser o único representante do Legislativo de nossa cidade de oposição à atual gestão de Embu das Artes. O vereador Abidan não cometeu ato ilícito ou crime algum e não há nenhum indício que justifique tamanha perseguição contra o vereador.

Com uma série de irregularidades sendo cometidas durante todo o processo, a cassação do vereador Abidan é um triste episódio na história da Câmara Municipal de Embu das Artes e envergonha a política do nosso município, que já chegou a absolver parlamentares envolvidos com racismo comprovado, desacato à autoridade, suspeita de tentativa de crime, entre outros.

O PT continuará ao lado do jovem vereador, que não se calou ou não se submeteu a cargos de livre nomeação e mantém, durante o seu mandato, sua postura aguerrida, cumprindo seu papel e denunciando as mazelas da cidade de Embu das Artes.”

Então essa é a nota de repúdio do Partido dos Trabalhadores, deputado Suplicy, que eu tinha que repercutir neste Grande Expediente. E da injustiça praticada pelos demais vereadores, porque ele ousou denunciar, né? Denunciar práticas irregulares da Prefeitura de Embu das Artes.

Tem que entender que o vereador tem a imunidade da fala. Ele tem a imunidade da fala e de suas opiniões. Eu tenho certeza de que isso vai ser derrubado na Justiça e ele vai ser reconduzido ao cargo, porque não dá para aceitar que as pessoas sejam proibidas, que aqueles que são eleitos para falar em nome do povo, aqueles que são eleitos para falar aquilo que o povo muitas vezes não pode falar, que o povo não tem oportunidade de falar e que o seu representante, que tem esse papel, seja cassado porque ousou falar, porque ousou cobrar, ousou buscar a verdade, demonstrar a verdade, fazer sua crítica, porque se trata de dinheiro público, dinheiro de impostos, dinheiro do povo que tem que ser gasto com responsabilidade e, por conta disso, ser cassado na Câmara Municipal de Embu das Artes.

O nosso repúdio a esse comportamento dos vereadores, o nosso repúdio a essa perseguição sofrida por esse vereador do PSB - ele não é do PT, é um vereador do PSB - é o único vereador de esquerda que tem na cidade, um jovem negro.

Eu tive o privilégio de conhecê-lo em uma reunião na cidade de Embu e no debate que aconteceu na cidade de Embu. Ele é um líder bastante comprometido, alguém que realmente defende as pessoas sofridas, as pessoas periféricas. E por conta de sua opinião, por conta da sua cobrança, do seu papel de fiscalizar, foi cassado.

Isso é um absurdo, e com isso nós não podemos concordar.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Dando continuidade à lista dos oradores inscritos, chamo o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Com a palavra o deputado Eduardo Suplicy, por permuta com a deputada Thainara Faria.

Tenha a palavra V.Exa. pelo tempo regimental.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Simão Pedro; eu vou continuar a leitura da lista dos membros que sugeri para comporem o grupo de trabalho para estudar como será a transição do programa “Bolsa Família” até a gradual universalização da Renda básica de cidadania.

Então, continuando a lista, Luiz Carlos Bresser Pereira, da Escola de Administração de Empresa de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas; Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, da Unicamp; Luiz Guilherme Schimura Oliveira, da Escola de Pós-graduação de Economia da GV; Luiza Erundina, deputada federal; Mani Tebet, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Marcelo Lessa, da Rede Brasileira da Renda Básica; Marcelo Neri, da FGV do Rio; Márcia Helena Carvalho Lopes, ministra do Desenvolvimento Social; Márcio Pochmann, da Unicamp, hoje presidente do IBGE; Marcos Brancaleone dos Santos, também da Retivitas; Margareth Alves Dallaruvera, presidente do Conselho Nacional de Assistência Social; Maria Ozanira Silva e Silva, da Universidade Federal do Maranhão.

Marilena Chauí, da Universidade de São Paulo; Marília Gabriela dos Santos Silva, da Rede Brasileira da Renda Básica; Nelson Marconi, da EAESP/FGV; Oded Gragew, do Instituto Ethos e da Rede Nossa São Paulo; Paola Loureiro Carvalho, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, também da Rede Brasileira da Renda Básica; Paul Ryan Katz, do Jain Family Institute.

Paulo de Tarso Hebling Meira, da PUC/São Paulo; Paulo Jannuzzi, do IBGE; Paulo Paim, senador; Pedro Paulo Alexandre Barbosa, procurador-geral da União; Pedro Herculano Ferreira de Souza, do Ipea; Pedro Rossi, da Unicamp; Pérsio Arida, ex-presidente do BNDES e do Banco Central do Brasil; Randolfe Rodrigues, senador; Raquel Costa, da PUC de São Paulo, também da Rede Brasileira da Renda Básica.

Renata Mirandola Bichir, da EACH/USP/CEBRAP; Ricardo Henriques, do Instituto Unibanco; Ricardo Paes de Barros, do Insper e do Instituto Ayrton Senna; Roberta Mendes, da Jain Family Institute; Roberto Mangabeira Unger, de Harvard, ex-ministro do governo Lula; Robson Mendonça, do Movimento Estadual da PopRua; Rodrigo Orair, do Ipea, do Ministério da Fazenda; Rogério Carvalho, senador do PT.

Rozane Bezerra de Siqueira, da Universidade Federal de Pernambuco; Samir Cury, da FGV e também da Rede Brasileira da Renda Básica; Sergei Suarez Dillon Soares, do Ipea; Sergio Luiz de Moraes Pinto, da FGV de São Paulo; Shirley Samico, do MDS; Sidarta Ribeiro, do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Sidhya Balakrishnan, do Jain Family Institute; Tabata Amaral, deputada federal; Tatiana Roque, da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Tereza Campello, diretora socioambiental do BNDES; Thiago Rocha dos Santos, da Rede Brasileira da Renda Básica e da Unoesc; Vicente Faleiros, da Universidade Católica de Brasília; Vinicius Amaral, do Senado Federal.

Walquíria Leão Rego, da Unicamp; e Washington Quaquá, da Câmara dos Deputados e prefeito, que pioneiramente instituiu a renda básica em um município, que está em processo de andamento, com 93 mil pessoas já sendo beneficiadas por uma renda básica que um dia vai se tornar universal em Maricá.

Também são convidados para participar e colaborar no grupo de trabalho sobre a renda básica os maiores estudiosos da Basic Income Earth Network, da Bien, Rede Mundial da Renda Básica, quais sejam: Claus Offe, da Hertie School of Governance, de Berlim; Guy Standing, da Universidade de Londres; Karl Widerquist, que está na Georgetown University.

Peter Knight, que foi do Banco Mundial e é da Bien; Philippe Van Parijs, da Universidade Católica de Louvain, pioneiro em se criar a defesa da renda básica no planeta Terra; Sarath Davala, chair da Basic Income Earth Network; e Yannick Vanderborght, da Universidade Católica de Louvain.

Eu acredito que esse grupo de pessoas ressaltará o quão importante é chegarmos à renda básica incondicional e universal, inclusive, para estar atendendo os propósitos da presente reunião que está reunindo aqui em São Paulo os ministros da Fazenda e da Economia das 20 principais economias do mundo e que, ainda hoje, ressaltaram o objetivo de chegar à construção de uma sociedade mais igualitária.

Hoje o ministro da Fazenda Fernando Haddad fez um pronunciamento em que ele ressaltou que há um procedimento tal que permite a pessoas que tenham extraordinária riqueza que venham a pagar muito menos tributos do que seria adequado fazer, então está justamente se levando em conta uma reforma tributária que possa tornar o sistema tributário brasileiro mais equitativo e justo.

Muito obrigado, presidente Simão Pedro.

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Parabéns, deputado, senador Eduardo Suplicy. Agora, dando continuidade à lista dos inscritos, convido a deputada Andréa Werner para fazer uso da palavra.

 

A SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos e todas, colegas deputados. Eu falei aqui na terça-feira sobre um processo que eu entrei contra o estado de São Paulo, mais especificamente contra a Secretaria da Educação, do secretário Renato Feder.

Eu comentei aqui uma fala que ele fez comigo na reunião, na qual também estavam o meu chefe de gabinete e a minha chefe do jurídico, em outubro. E dando o motivo de por que ele não podia aceitar a entrada de acompanhantes pessoais de alunos autistas na sala de aula. Lembrando que as escolas vêm proibindo esses acompanhantes de entrarem, mas, no entanto, não dão nada em troca.

E a gente está falando de autistas de alto nível de suporte, como o meu filho, que não fala, tem deficiência intelectual e que só conseguiu ser incluído na escola regular municipal porque tinha um acompanhante do lado, tinha tudo o que a lei prevê, o que não acontece nas escolas estaduais.

Hoje cedo saiu uma matéria no “Metrópoles”. Queria pedir para colocar o print ali na tela. E eu queria deixar claro que eu estou lendo o título da matéria: “Feder alegou risco de auxiliar de autista ‘comer’ alunas, diz deputada”. Foi esse o motivo que ele me deu, que era a preocupação dele sobre acompanhantes de autistas entrarem na escola.

Hoje cedo, a primeira versão da matéria saiu assim: “Em nota ao ‘Metrópoles’, a Secretaria Estadual da Educação não confirmou e nem negou a suposta declaração de Feder”. Lembrando que meu chefe de gabinete e minha chefe do jurídico estavam comigo também lá; são duas testemunhas.

Depois - eu não sei se tem mais um print aí -, a matéria foi atualizada, falando que o secretário estava negando. Ou seja, o secretário está me chamando de mentirosa, o que é muito grave, porque eu vim aqui na tribuna falar isso.

E ele não tem ideia de como me ofende me chamar de mentirosa, ainda mais eu, uma pessoa autista, que tem que treinar para mentir na frente do espelho. Isso me prejudica na política, inclusive.

Eu queria falar um pouquinho sobre isso, não sobre o fato de ele ter me chamado de mentirosa, mas sobre a questão das escolas estaduais e as crianças autistas, adolescentes autistas. Eu trouxe aqui algumas coisas que aconteceram na gestão do secretário Feder nos últimos 14 meses.

Eu vou fazer um alerta de gatilho, porque são situações que com certeza são traumáticas, principalmente para quem é mãe de um adolescente com deficiência. São relatos muito traumáticos e dolorosos.

Em Votuporanga, no dia três de outubro, foi noticiado que um adolescente autista de 13 anos, que não tinha um acompanhante ou professor especializado, como a lei manda ter com ele na escola, e nem um acompanhante pessoal que a família pudesse deixar com ele durante as aulas, foi levado ao banheiro de uma escola estadual e foi estuprado por um grupo de colegas.

Um menino autista, que não tinha acompanhante, foi estuprado na escola estadual. A escola não contou para os pais; eles souberam porque os alunos agressores filmaram e compartilharam as imagens. O que o secretário falou sobre isso?

Na escola Salles Oliveira, uma diretora disse para um aluno que o que faltava para ele era uma surra - aluno autista. Os pais descobriram porque o mandaram para a escola com um gravador escondido. Ele não tinha acompanhamento na sala de aula e estava sozinho na sala, quando foi ameaçado pela docente. O que o secretário falou sobre isso?

Em Carapicuíba, um grupo de mães denunciou que os filhos delas com deficiência, sem acompanhantes, ficam com as fraldas sujas ou, quando têm, são fraldas geriátricas, em crianças pequenas. Vocês imaginam o que é para uma criança de seis anos com deficiência ficar com uma fralda suja, geriátrica? E, colegas que têm filhos, vocês imaginam o que é uma criança de seis anos com uma fralda que é maior que ela? O que o secretário falou sobre isso?

A Associação Alma Preta, que fez as denúncias, chegou a mandar para a gente uma foto de uma criança preta com deficiência chorando com aquela fralda. A foto está aqui, depois se alguém quiser ver, eu posso mostrar; algum colega que está aqui.

Na zona leste, na Escola Estadual Amadeu Amaral, um aluno com deficiência intelectual foi espancado por colegas enquanto era alvo de ofensas racistas e homofóbicas. O que o secretário falou sobre isso?

A gente também viu no “Fantástico” aquela cena de uma professora que jogou longe a carteira de uma aluna com deficiência intelectual.

Nos últimos dois meses do ano passado, a gente também viu dois casos de crianças que foram esquecidas em vans escolares e morreram de calor. E não é só isso que está na imprensa; quer dizer, a gente tem problemas reais acontecendo nas escolas do estado. Eu mandei ofícios para a Secretaria Estadual da Educação que nunca foram respondidos.

Vocês sabem que o ofício que a gente manda tem que ser respondido, teoricamente, em até um mês. Não foram. O Ofício nº 18, de 2023, foi sobre a Escola Estadual Eduardo Prado, onde a gente recebeu denúncia de que um aluno autista, com nível três de suporte, que é o maior nível de suporte, e com deficiência intelectual, sem acompanhamento e sem nenhum banheiro adaptado na escola, ficou largado.

A mãe relatou que a opção que deram é que ela mesma acompanhasse o filho na escola. Ou seja, a mãe não pode trabalhar. A mãe é abandonada pelo marido, ela tem que botar dinheiro dentro de casa para sustentar o filho.

Mas ela não pode nem fazer isso, porque a escola quer que a mãe fique lá, com o menino com deficiência. Foi a mesma coisa que, curiosamente, eu ouvi da escola estadual onde eu fui matricular o meu filho.

Eu ouvi da diretora, e eu tenho isso gravado, que o problema era que não tinha o acompanhante especializado lá, e o acompanhante que eu estava propondo era pago por mim. “O problema é ele ser pago, mãe. Se fosse você a vir aqui ficar com ele, estaria tudo bem.” Eu, deputada estadual, sair aqui da Alesp, e acompanhar o meu filho na escola, porque não tem acompanhante lá.

Foi isso que foi proposto para mim, e é proposto para muitas mães. Eu fico pensando se o governador colocaria uma deputada como acompanhante do filho dela dentro da escola. Não sei, dependendo, isso é chamado de reforma administrativa também.

Quem sabe, o secretário da Educação não está sendo transparente, com o governador, sobre como tem tratado os alunos com deficiência na rede estadual. De verdade, eu acho que o governador não sabe. Porque, quando eu sentei com ele, e mostrei o vídeo do meu filho incluído, na rede municipal, o governador Tarcísio chorou. Ele ficou realmente emocionado.

O Ofício nº 174, de 2023, foi sobre um caso na Escola Estadual Tereza Delta. Sem profissionais de apoio, um aluno autista foi agredido e, há mais de um ano, era alvo de bullying de colegas. Também não foi respondido. O Ofício nº 228, de 2023, era sobre um aluno autista, que foi agredido na Escola Estadual Paulino Nunes Esposo.

Esse aluno foi colocado no canto da sala, ameaçado repetidamente com um cinto, pelo professor. Nesse caso, ele tinha uma cuidadora da escola, mas ela não fez nada a respeito.

Esses cuidadores de escola estadual normalmente ficam no corredor, e normalmente só servem para levar no banheiro. Eles não são acompanhantes pedagógicos, o que um autista de grau três de suporte precisa, e está previsto em lei.

Sobre esses casos, eu sei o que o secretário disse: nada. Porque ele nem respondeu. Nenhum desses ofícios foi respondido. Eu falei o quanto eu tentei dialogar. Falei isso na terça: meses tentando.

Eu acho que é importante eu trazer para a tribuna que eu tentei. Isso está documentado. Eu mandei 25 ofícios, e oito foram respondidos. Se a gente fosse usar isso para dar nota, a secretaria não passava de ano.

Parece-me que a preocupação é seletiva, especialmente porque não tem sequer um caso desses, que ele fala de acompanhante terapêutico, acompanhante pessoal de aluno autista... - desculpa repetir, é o que está na matéria do Metrópoles - que comeu aluna na sala de aula. Enfim, isso não faz o menor sentido.

Levantar problemas que não existem, isso, em ciência, a gente chama de falácia do espantalho. É você levantar um problema que não existe, para você abafar os problemas reais. Foi exatamente isso o que aconteceu na nossa conversa. Usar um risco hipotético para negar um recurso que protegeria, de fato, esses alunos que eu citei, de riscos reais e recorrentes. Recorrentes! Isso é muito desonesto.

Eu ainda estou à disposição para conversar. O governador tem o meu telefone. O secretário Arthur Lima tem, sempre foi muito cordial comigo. Mas, para apresentarem soluções. A gente precisa resolver. Estou há mais de um ano no diálogo. A gente precisa resolver, as famílias precisam de uma resposta.

É para isso que eu fui eleita. É para isso que o governador foi eleito. É para isso que os secretários foram colocados ali. Eu tenho esperança de que a gente vai conseguir. Mas, se não apresentarem as soluções, a gente vai buscá-las até que a gente encontre, onde for necessário.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Parabéns, deputada Andréa Werner. Continuando a lista dos oradores inscritos, deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. Vou declinar. Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.)

Deputado Daniel Soares. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.)

 

A SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - Pela ordem, presidente. Pelo acordo de lideranças, eu gostaria de solicitar o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - É regimental.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 25 minutos.

 

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