25 DE ABRIL DE 2025

17ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO DIA DAS TRABALHADORAS DOMÉSTICAS E DE CUIDADOS

        

Presidência: EDIANE MARIA

        

RESUMO

        

1 - EDIANE MARIA

Assume a Presidência e abre a sessão às 19h41min.

        

2 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Anuncia a composição da Mesa. Convida o público para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

        

3 - EDIANE MARIA

Informa que a Presidência efetiva convocara a presente solenidade para "Homenagem ao dia das trabalhadoras domésticas e de cuidados", por solicitação desta deputada, na direção dos trabalhos. Relembra a dificuldade da sua trajetória até ser eleita deputada nesta Casa. Agradece a todos aqueles que além de votarem nela, pediram votos nas ruas em seu nome. Ressalta a atuação dos sindicatos e dos movimentos sociais. Diz ser a categoria a base que sustenta o País, composta por mais de seis milhões de trabalhadoras. Considera hoje um dia histórico, por ser a primeira vez em que uma solenidade da categoria das empregadas domésticas acontece neste Parlamento. Menciona o avanço ocorrido desde 2013, quando surgiram as leis próprias para a categoria. Afirma ser esta uma solenidade para que sejam ouvidas todas as necessidades das presentes. Destaca a luta pelos direitos. Pede respeito para a história da categoria. Cita a liberdade com direito garantido por esta Casa de Leis.

        

4 - LUCIANA LACERDA

Chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Cuidados e Família, faz pronunciamento.

        

5 - VERONICA OLIVEIRA

Influenciadora e idealizadora da página “Faxina Boa”, faz pronunciamento.

        

6 - VERA LÚCIA SILVA

Diretora do Sindicato das Trabalhadoras Domésticas de Campinas, faz pronunciamento.

        

7 - FERNANDA SOUZA

Coordenadora do “Contrate Quem Luta”, faz pronunciamento.

        

8 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Lê histórico de Laudelina de Campos Mello, importante representante da categoria. Anuncia homenagens, com entrega de placa comemorativa, para representantes da categoria.

        

9 - PRESIDENTE EDIANE MARIA

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 21h02min.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Ediane Maria.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Para começar, gente, para todo mundo se ambientar, para a gente chegar, a gente vai abrir com uma mística, com uma apresentação cultural que o MTST preparou. Essa mística começa com uma releitura do filme “Que Horas Ela Volta?”. Quem já assistiu “Que Horas Ela Volta?”? Muita gente, não é?

Então vamos lá. Pode começar, gente.

 

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- É feita a apresentação teatral.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigado ao MTST por essa abertura tão bonita. Agora eu vou convidar para compor a Mesa, já, as nossas convidadas que vão fazer algumas falas nessa noite tão importante de muitas homenagens.

Bom, vou começar com ela que é deputada estadual, a primeira trabalhadora doméstica eleita aqui no estado de São Paulo, nossa companheira de luta, deputada Ediane Maria. (Palmas.)

Bom, gente, vou convidar agora a Luciana Lacerda, que é chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Cuidados e Família, do Ministério do Desenvolvimento Social. Muito bem-vinda, Luciana. (Palmas.) Convidar também essa pessoa que é diretora do Sindicato das Trabalhadoras Domésticas de Campinas, a Vera Lúcia. (Palmas.)

Vem para cá também a coordenadora do “Contrate Quem Luta”, Fernanda Souza. (Palmas.) Para fechar essa Mesa com chave de honra, vou convidar a Veronica Oliveira, que é influenciadora, escritora e idealizadora da página “Faxina Boa”. (Palmas.)

Neste momento, gente, vou pedir para todo mundo ficar de pé. Como parte deste evento oficial do estado de São Paulo, a gente vai cantar o Hino Nacional. Então, fiquem em pé, em posição de respeito, e aí vai começar o Hino Nacional. “Bora lá.”

 

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- É reproduzido o Hino Nacional Brasileiro.

 

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Sem anistia, né, gente? Isso aí.

Bom, gente, vou fazer já algumas saudações, porque esta noite está muito representativa, tem muitas entidades, muitos movimentos que durante essas últimas semanas se mobilizaram para estar aqui nesta sexta-feira à noite, nesta sexta-feira chuvosa.

Então, queria saudar o Sindicato de Campinas, que está aqui presente; a Casa Laudelina; saudar o Sindicato das Trabalhadoras Domésticas de Piracicaba, do ABC, da Grande São Paulo, do município de São Paulo; saudar o Sindicato de Catanduva, que está aqui presente; de Franca.

Fenatrad - Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas também se faz presente hoje; saudar o “Conexão Babás”, esse grupo que também está aqui representado hoje; o Movimento dos Trabalhadores sem Direitos; saudar também a Ocupação Elza Soares, que também está aqui; o “Contrate Quem Luta”, que está aqui também; o MST Taboão, que veio. (Palmas.) O MTST, que veio também. (Palmas.)

Todo mundo aqui comeu uma janta maravilhosa, que foi preparada com muito carinho, com muito amor, pelas Cozinhas Solidárias. (Palmas.) Então, agradecer às Cozinhas Solidárias e agradecer à chefe, dona Rosa, também, que preparou tudo isso, muito amor. (Palmas.) Saudar também o VAT, o Movimento Vida Além do Trabalho, que está aqui nesta noite. (Palmas.)

Priscila, muito obrigada pela sua presença e a luta que o VAT vem fazendo é revolucionária e muito necessária. Então, palmas para o VAT, gente. (Palmas.) E, bom, ao longo da cerimônia, vamos saudando todo mundo que está aqui, muita gente vai ser homenageada também.

Então, não vou me prolongar, já vou passar a palavra para a deputada Ediane Maria, para ela fazer a abertura regimental e também já fazer a primeira fala da Mesa.

 

A SRA. PRESIDENTE - EDIANE MARIA - PSOL - Boa noite. Eu queria ficar em pé, gente, é tão ruim ficar sentado, não é? Aqui não tem microfone, acho que vou ficar em pé. Primeiro, eu quero saudar a cada trabalhadora doméstica que, inclusive, hoje estava trabalhando e que conseguiram chegar até aqui. Eu quero uma salva de palmas para todas vocês. (Palmas.)

Quero saudar esta Mesa maravilhosa que já foi falada aqui, a Fernanda, a Luciana, a Vera, a Veronica e todos vocês que chegaram, que vieram os movimentos, sindicatos, organizações que chegaram até aqui. A gente sabe que nossos passos vêm de muito longe, mas muito longe mesmo. A gente é aquela que atravessa a cidade para conseguir chegar no centro.

E para chegar nesse lugar aqui, nesta Casa, foi muito difícil. Foram quase 190 anos para a gente pisar o pé aqui. Então, sou muito grata a cada uma de vocês que acreditaram, a cada um que foi nas ruas, que pediram voto, que viraram voto, que convenceram os patrões e que mostraram que seria possível a gente se colocar nesse espaço.

Quando cheguei aqui, gente, e é muito importante a gente falar isso, porque já são dois anos que estamos neste espaço, mas muita gente falou uma coisa que, naquele primeiro momento, me entristeceu. Primeiro, falaram que não ia dar em nada, que aqui era uma Casa onde nada acontecia, onde não passaria nenhum projeto. E eu falo que a nossa construção, que a minha construção aqui dentro é...

Uma coisa que nós vamos deixar marcada na história do estado de São Paulo, nós temos uma data. Hoje nós existimos para o estado de São Paulo. Esse é um passo para nós muito importante, porque, para que venham os outros direitos, é necessário que eu exista.

Então, nossos passos são os passos da Laudelina de Campos Mello, é o passo da Benedita da Silva, são os passos de tantas de nós que constroem sindicatos, mas que constroem também movimentos sociais. É importante a gente trazer que a base, a base das lutas deste país são as trabalhadoras domésticas.

É importante falar que quando uma trabalhadora doméstica, uma babá, uma mulher que hoje está no trabalho do cuidado tiver direitos, todas as outras categorias já tiveram, porque nós somos a base que sustenta este País. Somos mais de seis milhões, mais de seis milhões que estamos nesse espaço.

Então, esta sessão solene, para quem está assistindo, acompanhando em casa, eu quero saudar a TV Alesp, quem está acompanhando hoje ao vivo esse momento histórico.

É a primeira vez que a gente faz uma atividade como essa, é a primeira vez que nós podemos falar de nós. E quero saudar também o setor de arte e cultura do MTST, eu quero uma salva de palmas, porque abrimos muito bem, onde várias de nós se emocionaram. (Palmas.)

Então, eu quero saudar também, gente, aqui... Porque para que isso tudo acontecesse no lugar que não iria dar em nada, nossos projetos tramitam aqui nesta Casa, quando é “pautão” da trabalhadora doméstica, em regime de urgência. É urgente que nós passamos, é urgente a denúncia que a gente faz nesta Casa.

Então, eu quero, essa também é audiência pública, está sendo puxada e foi possível, também eu quero que vocês saúdem o presidente desta Casa, que é o presidente André do Prado, porque é importante a gente também falar como é o andamento desta Casa.

Então, depois das saudações, hoje é um dia histórico, a gente está fazendo história, porque é pela primeira vez... E quando as pessoas falavam para nós que, olha, não vai dar em nada, olha, nada disso vai acontecer, olha o que a Laudelina fez, olha o legado de tantas mulheres que se organizam na base.

Eu estava aqui olhando, várias de vocês estavam aqui chorando, mas também estavam aqui festejando na hora do samba, quando a dona Lucia estava aqui cantando, que também é uma trabalhadora doméstica, que trabalhou, várias de nós estão doentes. Nós somos as mulheres que, depois dos 40 anos, 45, nós adoecemos. É um trabalho árduo.

A gente cuida de casas, sem muitas vezes ter casa para voltar. A gente cuida de lares seguros, sendo que o nosso nem comida tem muitas vezes, e é um lar violento. Somos aquelas também que sofremos violência doméstica, somos aquelas, na sua grande maioria, hoje é importante...

Falaram para mim: “Ediane, você tem que falar de dados”. É importante falar dos dados, mas é importante... Nesses dados, estamos nós, pessoas físicas. Vimos um avanço muito grande, muito importante lá em 2013, foi um avanço muito duro, para nós foi o único momento na história do nosso país que nós pudemos negociar com os nossos patrões.

Quantas de nós estavam ali há 12, há 13, há 20, há 30 anos, sem registro em carteira, sem poder negociar? Foi o único momento que, inclusive, eu pude olhar e falar, olha, eu quero meu registro em carteira, mas porque eu sabia que tinha alguém me protegendo, que tinha uma lei me protegendo.

Quando a gente fala das Casas de Leis, é importante falar que esta Casa, hoje sim, eu estou a vendo muito bem representada. Hoje eu estou sentindo o nosso cheiro, a nossa angústia, mas também a nossa luta.

Porque esta Casa é um lugar que mostra para nós que parece que não é possível chegar aqui. Quantas vezes viemos aqui em ato e nem éramos recebidas? Às vezes, era uma bomba de gás lá na porta, e hoje, nós ocupamos uma cadeira aqui dentro.

Não sou só eu, somos nós que ocupamos esse espaço aqui dentro da Assembleia Legislativa de São Paulo. E agora sim, nós podemos falar de nós aqui, da nossa necessidade. Então, eu estou muito feliz por estar abrindo caminhos para que mais mulheres possam falar, manifestar-se e dizer qual é a sua necessidade.

Quando a gente fala do “banquetaço”, que vai acontecer dia 27, a gente olha e fala: “Nossa, que coisa linda!” Pela primeira vez, quem sempre serve será servida. Pela primeira vez, várias de nós vão pisar na Paulista. Pela primeira vez, várias de nós pisaram nesta Casa.

Então, esta sessão solene é para ouvir vocês, é para dizer que sejam bem-vindas. Esta Casa é nossa. Tem que entrar de cabeça erguida. E que bom que o estado de São Paulo me elegeu.

Que bom que eu posso fazer um processo. (Palmas.) Que bom que a gente pode fazer juntas um processo de reparação. Muita gente fala de reparação. Reparação. A reparação se faz quando todas as categorias podem falar e quando a gente pode ser ouvida. Que bom que a gente está sendo ouvida aqui hoje.

Quando eu saio com um projeto aqui na mão, quero saudar também a minha equipe. Eu quero uma salva de palmas para toda a minha equipe, que faz com que a gente consiga caminhar nesse espaço. (Palmas.) Não é um espaço fácil. Não é fácil caminhar aqui, mas que bom que eu tenho vocês que caminham junto comigo. Que bom que a gente consegue ouvir as reivindicações. Que bom que a gente pode pensar projetos e pensar leis.

Então, hoje, gente, hoje é uma sessão para nos homenagear. Hoje é um dia em que nós vamos chorar, nós vamos sorrir, nós vamos dançar. Eu falo sempre o seguinte: o quarto da empregada doméstica, essa travessia que a gente faz, vindo de outros estados, assim como eu, que vim lá do sertão de Pernambuco, é uma travessia árdua, mas é também uma travessia que mostra que o estado de São Paulo tem jeito.

Aquele ônibus de Itapemirim, ele traz sonhos, ele traz perspectiva, ele traz uma jovem, muitas vezes uma mulher preta ali dentro, na sua grande maioria, até porque a categoria hoje, 66% é composta por mulheres negras. Ele traz muito sonho. É uma mulher que vem do lugar de uma família muito sofrida e que olha para São Paulo, assim como Luiz Gonzaga dizia: que São Paulo tem muito ouro, correm pratas pelo chão. O dinheiro corre tanto que várias de nós não pegam, não.

Então, chegar aqui, esses ônibus, essa travessia, traz sonhos. O quarto da empregada, ele prende a nossa carne, somente a carne, porque a nossa alma é livre. Nossa alma é livre, e a gente pensa o tempo inteiro. E quando a gente olha para as periferias do Brasil, mas o estado de São Paulo, que é composto por nordestinos, a gente olha para aquela periferia que está de braços abertos.

O quarto da empregada nos espera no centro, mas a periferia nos espera de braços abertos e sempre disposta a construir, a pensar, a se movimentar. É isso que me enche de orgulho. É isso que me enche de orgulho de ocupar esses espaços. (Palmas.) Existir no calendário significa lutar por direito. Nós iremos passar por esta Casa, mas o calendário não.

Daqui a cem anos, duzentos anos, trezentos anos, nós existimos nesta Casa. Nós mudamos esta Casa. Nós entramos com outra perspectiva. O estado de São Paulo, esse lugar que é tão frio para várias de nós, que vêm às vezes com uma roupa de calor lá do norte e do nordeste, e que chega aqui e tem que se adaptar a passar, às vezes, muito frio, a tomar banho gelado, porque não sabe que existe chuveiro quente.

Aquele quarto, que nos condiciona também, vai nos condicionando e vai nos mostrando essa realidade. É lá no fundo. Quem já morou, quem já conheceu um quarto de empregada como ele é? Ele é no fundo. Ele é lá na área de serviço. Na área de serviço. É um quarto pequeno. Na área cabe só uma cama. Uma cama e um sonho gigante de quem o ocupa.

Você passa pela área de serviço, você passa pela cozinha, e essa menina ou essa mulher, que era tão livre na sua cidade, no seu estado, ela é condicionada a trabalhar. A trabalhar dez horas, 12 horas.

Acorda muito cedo, dorme muito tarde. Para quem é do nordeste, sabe disso: a gente dorme muito cedo. A gente tem um carinho na nossa mãe, um carinho no nosso pai. Nós temos nossos irmãos, nossos tios. A gente pertence à cidade. As pessoas nos conhecem.

São Paulo, eu falo que a primeira coisa que eles tiram de nós é a nossa identidade, é quem a gente é. Mas olha como São Paulo é acolhedora também. Porque são os nossos que a constroem. São eles que nos ensinam. É aquele ônibus que vai para tal canto: “Ó, tem um forrozinho ali, vamos junto?” “Que dia que é sua folga?” A gente sabe o dia da folga.

E várias de nós, que moram na casa de família, às vezes não sabem que têm uma folga. A gente não sabe que tem direito ao registro em carteira. E são as nossas amigas, nossas cúmplices. Nós somos cúmplices. Somos nós que orientamos as mais novas que chegam. Que esse estado respeite a nossa história. Que esse estado respeite os nordestinos que o constroem.

Então, estar aqui hoje é para dizer, e para falar e reivindicar: aqui, nós estamos reivindicando respeito e memória. É memória, as paredes têm memória, nós construímos este estado. Não é possível que a única imagem que nós temos, retratadas em nós, é uma mulher quando é resgatada em trabalho análogo à escravidão.

Então eu quero gritar aqui mais uma vez, Sônia Maria de Jesus livre! Não é possível que continuemos falando de uma mulher negra que está, ainda, em situação de trabalho análogo à escravidão. Com esses patrões, nós precisamos gritar mais.

Então hoje é um dia de uma sessão solene emocionante, para falar de nós, para olhar para nós mesmas e dizer que nós somos livres. Somos felizes e essa Casa aqui tem um papel fundamental, que é de garantir essa liberdade, mais direitos, porque liberdade sem direito não é liberdade. Não adianta um estado que abre a porta e fecha a janela. Precisamos de um Estado, de fato, que garanta direitos.

Então estamos aqui hoje é para dizer: nós existimos gente, existimos finalmente. Nossa presidenta nos viu, a Benedita nos viu, o sindicato nos viu, os movimentos sociais nos viram, nós existimos e resistimos. Então viva a luta das trabalhadoras domésticas e de cuidados aqui do estado de São Paulo. (Palmas.)

O poder é popular, é para criar, é para criar, o poder é popular. Bom, gente, e assim começa a nossa sessão solene maravilhosa. Aqui está o povo sem medo, sem medo de lutar, aqui está o povo sem medo, sem medo de lutar. Muito obrigada, gente, sigamos a nossa sessão solene. (Palmas.)

Ah gente, tem as questões regimentais, agora vamos lá. Iniciamos os nossos trabalhos, nos termos regimentais. Senhoras e senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa de Leis, deputado André do Prado, atendendo à minha solicitação, com a finalidade de homenagear as trabalhadoras domésticas e de cuidados, em virtude do seu dia, 27 de abril, instituído pela Lei nº 1.611, de 2023. É isso, gente, que comece a sessão solene nossa. (Palmas.)

E agora é a Tabata que vai, não é, Tabata? Vamos lá.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Vamos, “simbora”. Depois eu só falo, é até difícil continuar, mas eu vou passar a palavra agora para a Luciana Lacerda. Ela vem representando a Secretaria Nacional de Cuidados e Família do Ministério do Desenvolvimento Social, do governo federal. Ela é a chefe de gabinete desta secretaria.

Então, Luciana, bem-vinda e fique à vontade para fazer a sua fala.

 

A SRA. LUCIANA LACERDA - Boa noite a todas e a todos. Bom, para honrá-las e honrá-los também, porque nós temos alguns homens presentes também, que são trabalhadores domésticos e representam a classe, eu honro vocês por meio de Laudelina de Campos, por meio de Luiza Batista, por meio da nossa deputada Ediane Maria.

E digo, ainda, que é uma honra para mim estar aqui com vocês, não só representando o nosso Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, não só a Secretaria Nacional da Política de Cuidados e Família, mas a mim também é uma questão muito particular, porque a primeira vez que eu vi a deputada Ediane, eu fui correndo atrás dela pelas escadas para dar um abraço nela, superemocionada. Eu estava chorando e tudo, porque minha mãe, eu sou filha de empregada doméstica. (Palmas.)

Minha mãe foi empregada doméstica por grande parte da vida dela, e trabalhou desde os 13 anos e só terminou, só saiu para casar com meu pai. Então, assim, depois de 20, 24 anos, mais ou menos, trabalhando como empregada doméstica, ela foi fazer o trabalho de cuidados não remunerado.

Portanto, eu digo aqui a vocês, o trabalho doméstico, o trabalho de cuidados, ele abre as cidades. A gente costuma dizer que ele abre as cidades, porque é o nosso trabalho dentro de casa, seja dentro de casa que a gente já começa o trabalho de forma não remunerada. Na realidade, a gente não para de trabalhar. Então, especialmente quem trabalha fora, quem trabalha de maneira não remunerada, que depois chega em casa, tem mais trabalho de cuidado para fazer.

Então, o trabalho de cuidado, o trabalho remunerado, ele abre as cidades. Se não fosse o trabalho doméstico, se não fosse o trabalho de cuidado, as cidades não existiriam, porque, para eu estar aqui hoje, para vocês estarem aqui hoje, para a deputada estar aqui hoje, alguém fez um trabalho de cuidado por nós, seja ele indireto, seja ele direto.

Mas tem sempre lá, o cuidado com a comida, o cuidado com a roupa, o cuidado com a filha ou com o filho, isso a gente já começa para poder depois ir para os nossos locais de trabalho. E aí, nesse local de trabalho, você ainda vai exercer o trabalho doméstico remunerado, o trabalho de cuidado também, porque você vai cuidar de alguém, você vai cuidar de uma pessoa idosa, você vai cuidar de uma casa, você vai cuidar de criança, enfim.

Nunca para, não é gente? Nunca para. A gente fica até assim, meio sufocado, mas é importante dizer que este trabalho agora não é mais invisível, principalmente para o nosso governo federal, que nós conseguimos, por meio da Secretaria Nacional da Política de Cuidados e Família, instituir uma lei, ou seja, nós temos uma lei, a Lei nº 15.069, que foi instituída no dia 23 de dezembro, agora de 2024.

Nós tivemos muita articulação, muita ajuda dos nossos parlamentares, seja nos estados, seja os nossos parlamentares federais, nós tivemos muito apoio da deputada Benedita, que é assim uma rocha. Ela é, eu falo, uma entidade. A gente passa perto dela assim, chega, começa a tremer.

Então, nós tivemos apoio de vários parlamentares de base, os parlamentares de oposição também, porque é um problema, não é um problema, é um trabalho que na realidade perpassa por todo mundo: seja de classe média, seja de classe C, classe D, classe A, enfim, claro que de uma maneira muito particular, como a gente viu, inclusive, na representação que iniciou a nossa sessão solene.

Então, nós temos hoje uma lei que institui a Política Nacional de Cuidados. A Política Nacional de Cuidados visa garantir o direito ao cuidado. E uma coisa que é superinovadora, porque a política de cuidados, na realidade, já tem várias iniciativas pela América Latina, pelo mundo, mas, aqui no Brasil, nós não sabíamos o que é o trabalho de cuidados. Ou seja, as pessoas não entendiam que esse trabalho doméstico, remunerado ou não, é um trabalho de cuidado. Então, ele perdeu agora essa invisibilidade.

Hoje, o trabalho é visto como um trabalho, seja ele dentro de suas casas, ou seja, dentro das casas onde nós trabalhamos. Então, não somos mais invisíveis. Hoje a gente tem uma lei, uma lei nacional que visibiliza o trabalho doméstico e de cuidado. E essa lei também tem como principal, tem como público prioritário as trabalhadoras domésticas e trabalhadores do cuidado.

E nós temos públicos prioritários, nós temos públicos específicos, e dentre esses é a trabalhadora doméstica, a trabalhadora de cuidados, trabalhadoras/trabalhadores, para deixar bem claro, mas a maioria de nós mulheres é que exercemos esse trabalho de cuidado dentro das nossas casas e fora das nossas casas.

E além de ser um trabalho feminizado, é um trabalho racializado. Nós percebemos que, em grande parte, ou seja, mais de dois terços, o trabalho doméstico remunerado ou não remunerado é feito por mulheres e por mulheres negras.

Então, eu quero assim... (Palmas) Gente, eu fico aqui falando. A gente fica mais à vontade aqui e tudo mais, e vai falando sobre isso. Então eu quero dizer que nós temos uma lei que vai também garantir o trabalho decente à trabalhadora e ao trabalhador doméstico e de cuidados. Está na lei.

A lei também diz que nós temos um plano nacional de cuidados a ser lançado. Então, ela estabelece isso e a gente está finalizando, já trabalhando para que esse plano nacional saia ainda este ano, e o que também não impede que os nossos estados e municípios façam seus planos estaduais e municipais de cuidados com base na lei que já está instituída.

Então, assim, não sei se vocês perceberam, eu estou um pouquinho nervosa, porque também estou do lado dessas pessoas aqui. Mas eu queria deixar registrada a importância do trabalho doméstico de cuidado, remunerado, principalmente, porque é o que hoje a gente representa aqui, vejo em vocês representados.

E agradecer, agradecer por vocês poderem abrir as cidades para nós. E para vocês poderem abrir a cidade de São Paulo, o estado de São Paulo, que é uma máquina de moer gente, mas mesmo assim vocês estão aqui, nós estamos aqui, firmes, fortes e vamos seguir.

Então, muito obrigada.

Eu agradeço demais a vocês me permitirem estar aqui hoje compartilhando desse momento.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigada, Luciana.

Vou passar a palavra agora para Veronica Oliveira, influenciadora, escritora e idealizadora da página Faxina Boa e que vem levando essa luta, esse debate para outros espaços, o espaço da rede social. Vai lá, Veronica.

 

A SRA. VERONICA OLIVEIRA - Eu queria muito usar esse daqui rapidão. Obrigada, gente. Eu nunca pude fazer isso antes, estou emocionada. Não, mas tudo bem, eu posso falar com esse daqui. É, inclusive é, a falta de costume de ocupar um lugar como esse é que me faz pedir desculpa. Eu gosto porque todo evento sempre tem uma cota para a pessoa esquisitinha, meio doida. Obrigada por me deixar fazer parte desse evento como a cota da pessoa maluca.

Digo isso porque além de nunca ocupar um espaço como esse, eu tinha certeza de que eu não conseguiria. Eu não falo bonito como a Ediane fala, dá uma vontade de chorar, você é louco. E aí, tem o vocabulário; é um vocabulário muito específico que eu não consigo utilizar.

Eu fico pensando: como que se fala com a Ediane? Vossa Excelência, majestade, porque tem formas e formas de se falar com alguém que tem um cargo como o dela, então eu nem isso eu sei, e eu acho bonito falar o “data vênia”.

A pessoa fala “data vênia” e depois ela manda lá um esculacho em cima da outra pessoa, eu acho maravilhoso. Eu gosto demais, eu gosto demais deste lugar aqui, mas o fato de me sentir não pertencente a isso aqui pela forma de as coisas funcionarem, não faz com que a minha militância ocupe um outro lugar.

Então, a minha existência é política, o que eu faço hoje nas redes sociais é político, e eu consigo, dentro do meu jeitinho, fazer com que as pessoas reflitam sobre a forma que elas cuidam, que elas tratam as trabalhadoras domésticas, a forma que a gente cuida de nós mesmos e dos nossos clientes, que a gente atende.

Então, eu acredito que tendo esse espaço para fazer uma transformação, a gente tem que usar. Até então, eu não me lembro, eu comecei a atuar nas redes sociais em 2016. Até então, eu nunca tinha visto uma trabalhadora doméstica que usasse aquele espaço para fazer uma reflexão social. Para fazer, não só os questionamentos, mas apontamentos de cuidado, de carinho para nós mesmas.

Eu não conseguia também achar que era muito importante o que eu fazia. Até receber uma mensagem de uma seguidora que disse: "Eu trabalho como empregada doméstica, eu ganho bem, eu ganho mais do que a minha irmã que é professora, mas a minha mãe só tem vergonha de mim, porque é indigno o que eu faço”.

Eu comecei a acreditar nisso. Aí eu vi você, e você fala com tanta firmeza, com tanto orgulho, que você gosta do que você faz, que eu também gosto agora. E eu sou uma faxineira, uma empregada doméstica que tem muito orgulho de quem eu sou e do que eu faço.

E eu fiquei extremamente feliz de perceber que tinha esse cunho. Para mim, eu estava só postando, não sabia, não fazia ideia de quem estava lendo, se tinha gente lendo. De repente, perceber que eu abri um espaço para algo inédito até então, foi muito importante.

Eu acho que tudo isso veio, a brincadeira de falar: "Meu Deus, eu estou aqui, vou falar no microfone e tal, tal, tal", é uma forma de honrar quem veio antes, quem vai vir depois. Porque eu tenho uma família que eu brinco muito, que eu falava que a minha mãe não trabalhava. Com 25 anos de idade, a minha mãe já tinha cinco filhos. E na minha cabeça ela não trabalhava, ela não fazia nada, porque ela estava dentro de casa.

Só depois de adulta e depois de ser mãe é que eu fui entender que a minha mãe trabalhava, e trabalhava para caramba. E eu sou neta de uma empregada doméstica. A minha avó, ela trabalhou mais de 30 anos na mesma casa. Embora ela tenha criado os filhos da patroa dela, ela nunca foi permitida comer a mesma coisa.

Aí por outro lado, em 30 anos ela observou tanto, ela desenvolveu um gosto gastronômico impressionante, ela aprendeu a apreciar bons vinhos e ela aprendeu a falar o básico de francês prestando atenção na patroa dela. Então, a minha avó não tem estudo, ela não teve estudo formal. Ela era tipo o guia de São Paulo.

Assim, você perguntava qualquer coisa, porque ela via o que a família da patroa fazia, e aí ela me contava tudo. E eu fui crescendo com várias referências de lugares chiques. Para mim, isso é bem impressionante.

Porque eu comecei a ver a mulher que era a minha avó muito tempo depois, quando ela já estava para partir. De perceber a grandeza, a potência dela, a força dela, mas ao mesmo tempo ela não pôde sentir esse orgulho que eu senti. Ela não teve essa mesma percepção do trabalho, porque ela não tinha nenhum direito garantido.

Aí eu penso: começo a fazer faxina aos 37 anos de idade. E começo a impor respeito, a dizer o que eu quero, o que eu não quero, o que eu aceito, o que eu não aceito, como eu vou cobrar, se o que eu cobro faz sentido para mim. Porque com este dinheiro eu vou ter um plano de saúde, eu vou pagar a minha condução, eu vou comprar minha comida.

Eu percebi que são gerações diferentes, com histórias diferentes, com trabalhos diferentes. Depois de tudo que nós passamos, a minha filha está aqui, ela tem 25 anos, e ela é formada na faculdade, e eu também não tenho estudo. Então eu não queria que ela viesse a trabalhar com a faxina, como a mãe, como a avó, a bisavó.

Não porque é um trabalho ruim, mas porque a gente não vê os direitos serem garantidos para quem trabalha com isso. Então, pelo contrário, eu tenho um baita de um orgulho do meu trabalho. Mas eu queria que os direitos fossem resguardados.

Então eu penso que essa trajetória de acompanhar, dentro da minha família, diferentes três formas de viver o trabalho, de lidar com o trabalho, é o que faz com que a gente continue lutando, que a gente continue tendo força para batalhar e desejar o melhor. É isso que eu espero fazer quando eu entro nas redes sociais.

Obrigada.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigada, Veronica, que relato importante. Vou passar a palavra agora para Vera Lúcia, que veio representando o Sindicato das Trabalhadoras Domésticas de Campinas, o sindicato mais antigo, fundado por Laudelina de Campos.

 

A SRA. VERA LÚCIA SILVA - Bora lá! Boa noite, pessoal. Deputada, toda a Mesa, prazer. Gente, nós de Campinas temos a honra de estar instalado, o sindicato, na casa onde a Laudelina viveu. É uma casa em uma vila popular. O acesso, isso nem é muito fácil. Mas eu digo que lá tem a energia, porque você não consegue entrar lá, até porque tem objetos que são dela. Deputada, já fui lá. E é uma honra para a gente.

Eu penso assim: que o nosso sindicato não é mais importante que nenhum outro. Não é o mais antigo, né, também, mas a luta de lá deu muita força para que fossem formados mais sindicatos.

Então eu acho, como a deputada falou, nossos passos não vêm, não são de hoje. A gente tem muito a caminhar na questão de direitos. É uma luta árdua por conta de... Está mudando, a trabalhadora doméstica. Hoje nós temos que ter a luta pela diarista. Nós temos as babás, nós temos as cuidadoras. E está sendo uma luta, assim, árdua. Mas é de passos lentos que a gente está conseguindo as coisas.

Eu queria também dizer que a gente precisa equiparar direitos com os outros trabalhadores. Nós não somos menores; pelo contrário. O deputado ou o médico estão atarefados, estão estudando, quem está cuidando da casa dele? Quem é que está deixando os seus, atravessando a cidade para ir cuidar da casa dos outros? Então, assim, nós merecemos a equiparação dos direitos.

E uma outra coisa: quando se fala que os passos vêm de longe, nós temos várias outras mulheres, temos a Laudelina, e seguindo muitas outras, né? E eu queria citar uma aqui também, mulher preta, trabalhadora doméstica - a dona Luiza Batista, que trabalhou tanto pela nossa categoria e, infelizmente, nos deixou, recentemente. Então, assim, ela foi uma lutadora. Eu a vi não muitas vezes, mas sei da história.

E quero falar que lá em Campinas, no dia 29, terça-feira, nós também vamos entregar uma medalha para as trabalhadoras que se dedicaram e ajudaram no direito da nossa categoria, nos avanços. Então vai ser uma sessão solene na Câmara Municipal, onde nós vamos homenagear a dona Creuza Maria de Oliveira, doutora “honoris causa”, que é de Salvador, e também a dona Zenilda, que é do sindicato de São Paulo. Estão todos convidados para comparecerem lá.

E meu muito obrigado.

Essa é a minha fala. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigada, Vera. Para encerrar as falas da Mesa, vou convidar Fernanda Souza, que é coordenadora do “Contrate Quem Luta”.

 

A SRA. FERNANDA SOUZA - Gente, difícil, né. Depois de todas essas mulheres maravilhosas, como que eu falo agora? Aperta o botão primeiro.

Boa noite meu povo, “minha pova” de luta, gente linda! (Palmas.) MTST! É pra criar, é pra criar! Fé na luta! Ai que delícia! Ainda bem que eu fiz uma colinha, né gente? Porque falar depois de vocês, gente... Primeiramente, Ediane maravilhosa, é muito bom estar aqui, obrigada pelo convite.

Veronica, já vi a Veronica lá fora. Meu, eu acompanho todos os dias tudo o que ela posta; é muito linda. As companheiras que estão aqui também: é uma honra estar aqui ao lado de vocês.

Estou fazendo o curso na UFABC, estou adorando. Amanhã já vou chegar lá: “gente, olha do lado de quem eu estive”. Falando da dona Laudelina, que iniciou nos anos 70, deixando o seu legado para nós. E aqui temos mulheres maravilhosas continuando esse legado.

A primeira vez em que eu pisei aqui na Alesp... A gente fala muito do quartinho da doméstica. E a gente veio aqui dois anos atrás, quando a Ediane trouxe a APL, que hoje está aqui homenageando a todas nós, trabalhadoras. Foi num outro lugar aqui, outro plenário, como é que chama? O Teotônio Vilela. A gente estava lá, eu estava me sentindo como se estivesse lá no quartinho da doméstica. Estava apertadinho, um monte de gente, e a gente ainda meio que invisível, né? Porque a Ediane estava começando a trazer.

E hoje é muito maravilhoso ouvir que a Ediane trouxe o primeiro dia para a gente comemorar, que é dia 27 de abril. E olha aqui, que lugar lindo onde nós estamos. Nós viemos ocupar, viemos fazer história e estamos começando a partir daqui, né? Então é uma honra muito grande estar aqui.

Eu tenho uns agradecimentos para fazer. E assim, recordando esse dia em que a gente esteve aqui, eu fico pensando: se a gente está aqui hoje, nesta sala enorme, maravilhosa, daqui para a frente, a gente vai só aumentar os espaços que nós vamos ocupar.

A Ediane está iniciando isso para nós, é uma honra muito grande. Eu quero agradecer aos clientes que nós temos, do “Contrate Quem Luta”. Porque o “Contrate Quem Luta” veio através do núcleo de tecnologia do MTST, trazendo a soberania digital e popular, porque toda a periferia tem que ter internet, todo pobre tem que ter acesso à internet.

E é isso. Eu estou muito honrada, muito feliz. Que a gente tenha nossos direitos de aposentadoria, que a gente tenha direito de férias. Pode cutucar, minha flor. Ai meu Deus, a minha vida antes do “Contrate Quem Luta”... Eu era bem invisível, né? Eu fui assistente financeira. Trabalhei muito tempo em RH. Eu era CLT e não podia sair para levar minha filha ao médico. Eu não podia chegar atrasada, era descontado. Eu perdia a DSR, perdia a cesta básica.

Aí eu falei: “Cansei, não quero mais ser CLT”. Eu comecei a fazer faxina. Quando entrou o “Contrate Quem Luta”, eu conheci pessoas maravilhosas e hoje eu faço a comparação. Antes de eu entrar no “Contrate”, eu trabalhava em casas enormes e o salário era pouco. E eu tinha que comer regulado.

A mulher servia, a patroa servia para mim. E eu ficava com fome, porque lavar o chão, esfregar a parede, cansa e dá fome. A gente tem que comer. Pelo menos um cafezinho a gente tem que ter, e não tinha. E, no “Contrate Quem Luta” tudo isso começou a mudar. O “Contrate Quem Luta” veio para fazer a revolução.

E hoje eu falo, é interessante, a gente começa a falar com cafezinho. Estou me tremendo, desculpe, gente. Quando eu chego nas casas, eu falo: “Primeiro eu vou tomar meu café”. E os clientes falam, vem cá, vem tomar café com a gente. O que você quer comer? No almoço, a mesma coisa.

Vou pedir aqui uma comida para nós. O que você gostaria hoje? Então, o “Contrate Quem Luta” veio trazendo revolução para nós. E, com a Ediane, os nossos direitos. E, daqui para frente, vamos alcançar muito mais coisas. Hoje, nós temos trabalhadoras que são CLT, domésticas, que têm o salário justo, mas, infelizmente, ainda é a minoria. A maioria está no trabalho informal.

A maioria ainda é diarista, é faxineira, não tem seus direitos. A maioria está invisível. Mas, agora, vamos começar a ser visíveis. Eu sou faxineira e diarista. Não sou CLT, mas estou programando a minha aposentadoria, estou programando as férias com as crianças através de estudos, educação financeira.

E isso a gente vem buscando trazer também para as “manas” dentro do contrato. A gente tem “mana” que tem MEI, que, para poder trabalhar nos lugares, tem que ter os seus... O MEI a ajuda a ter a aposentadoria, a ter os seus direitos, mas ainda não é o suficiente.

Eu não gosto de falar “nosso”, mas o governador atual não quer que nós tenhamos esses direitos. A Ediane estava falando isso ontem no vídeo e eu fiquei observando. Como pode o governador não querer que nós tenhamos os nossos direitos? Então, é isso.

Vamos ocupar mais espaços, vamos lutar mais por nossos direitos e vamos conquistar a visibilidade de todas as trabalhadoras domésticas.

Muito obrigada a todos.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Obrigada, Fernanda.

 

A SRA. FERNANDA SOUZA - Eu tenho uma frase. Desculpe. Eu tenho uma frase. Falar sentado - eu sou que nem a Ediane - é difícil, é muito difícil. E eu quero que vocês ouçam com bastante atenção que é da ocupação que venho, que é a Rosa Luxemburgo.

A Rosa Luxemburgo foi uma filósofa que, durante o seu tempo de política, foi presa e, enquanto estava presa, escrevia seus pensamentos. E um deles eu gosto demais: “É por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres”. MTST! É para criar, é para criar.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigada. Todas as falas da Mesa foram muito importantes, e a Fernanda falou que esse primeiro evento foi o lançamento da Frente Parlamentar do Trabalho Doméstico e de Cuidados, a primeira também no País e no estado de São Paulo. E foi realmente no Teotônio Vilela, pequenininho.

A professora Eliete estava lá também. E, hoje, olhe onde estamos. Sabe quem senta nessas cadeirinhas aí? Os deputados. Então, chegamos aqui, gente. Fizemos uma Mesa de trabalhadoras domésticas, ocupamos o lugar onde que os deputados sentam, porque as trabalhadoras domésticas chegaram com força.

E aí, gente, vocês chegaram aqui e sentaram na cadeira dos deputados para serem homenageadas. Então, agora, vamos começar esse momento tão importante das homenagens. Vou convidar a Ediane para ficar aqui na frente, neste momento.

Enquanto ela vem aqui para frente, vamos fazer essa primeira homenagem para figuras históricas e uma entidade também que está fazendo história, que é histórica também para a história desse país. E essas duas pessoas que vamos homenagear já foram citadas aqui e isso demonstra o quanto elas precisaram caminhar, elas caminharam para que pudéssemos chegar aqui hoje.

Então, vamos homenagear essa primeira pessoa, que é a Laudelina de Campos Mello, na figura de Dogmar Camisão, Manoele Vitória Rocha e Eliete Silva, que são parte da Casa Laudelina de Campos Mello, de Campinas.

Vou convidar essas três companheiras que eu citei o nome para virem aqui na frente, por favor. Enquanto elas vêm, só queria reforçar o que todo mundo aqui já sabe, boa parte das pessoas aqui já sabem, que a Laudelina foi a pioneira na luta pelos direitos das trabalhadoras domésticas, porque ela fundou, em 1936, a primeira associação da categoria, lá em Campinas. Ela dedicou a sua vida à valorização do trabalho doméstico, à formação política das trabalhadoras.

E, se a gente está aqui hoje, é porque a Laudelina abriu esse caminho lá atrás. Então, queria pedir uma salva de palmas para essas companheiras que estão aqui, que partilharam desse momento com a Laudelina também, que fazem permanecer seu legado lá em Campinas.

Muito obrigada.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A segunda pessoa que vai ser homenageada aqui também, uma homenagem em memória, é a Luiza Batista. E vou convidar a Rosa Maria, que é diretora da Fenatrad e também do Sindicato das Trabalhadoras Domésticas de Franca, para vir aqui na frente.

A Luiza Batista nos deixou este ano, mas ela foi uma das principais e maiores lideranças das trabalhadoras domésticas do Brasil e da América Latina, do mundo, a gente pode dizer assim. Ela foi coordenadora-geral da Fenatrad por bastante tempo, presidenta do Conselho Nacional dos Trabalhadores Domésticos.

Ela dedicou a sua vida à luta por dignidade, justiça e direitos da categoria. Ela viveu 68 anos dedicando a sua vida à luta das trabalhadoras domésticas e esse é um legado que a gente não pode deixar morrer nunca. Então, Luiza Batista, presente. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Bom, gente, para fechar este primeiro bloco de homenagens, a luta de Laudelina chegou em Luiza Batista, chegou aqui e deu origem também à Secretaria Nacional de Cuidados, da Política de Cuidados e Família, do Ministério do Desenvolvimento Social.

Então, vou convidar a Luciana para vir aqui na frente para receber esta homenagem também. (Palmas.) Porque esse espaço institucional no governo federal é a realização de muitos sonhos, como a Ediane trouxe, e é uma conquista indispensável para o nosso país. Então, uma salva de palmas para essa Secretaria, na figura de Luciana, que vem representando o Ministério. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Eu vou pedir para a Luciana permanecer aqui na frente, pode deixar a homenagem aí em cima, que agora a gente vai homenagear um segundo bloco de pessoas que têm levado essa discussão para outros lugares, como a Veronica trouxe e como outras pessoas aqui também têm feito.

E a primeira pessoa que eu vou chamar é uma pessoa que tem levado essa discussão para dentro da academia, para dentro da universidade. Vou chamar aqui a Prof.ª Dra. Eliete Barbosa, que é pesquisadora, tem uma trajetória toda voltada na luta dos direitos das mulheres negras e das trabalhadoras do cuidado.

Ela é autora do livro “Negras Lideranças, Mulheres Ativistas da Periferia de São Paulo”, e ela vem sendo essa ponte entre os movimentos sociais e a produção de conhecimento. Eliete, esta homenagem é para você, para honrar toda a contribuição que você tem feito e a luta que a gente sabe que não é fácil dentro da academia. Uma salva de palmas, gente. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Vou convidar, agora, a Veronica Oliveira, que vem fazendo essa disputa no espaço das redes sociais também - Luciana, permanece -, que é um espaço tão importante de a gente ocupar, porque a gente sabe que as trabalhadoras domésticas estão nesse lugar e é importante que a gente fale dos nossos direitos, da importância dessa categoria dentro desse espaço também. Então, que emocionante, não é, gente? Uma salva de palmas para a Veronica. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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E vou convidar também uma outra pessoa que a Ediane conheceu aqui, trabalhando aqui na Alesp, e que vem ganhando cada vez mais espaço dentro do TikTok. Quem está no TikTok aqui, gente? Todo mundo! Que é a Ana Paula Osório, trabalhadora da limpeza aqui da Alesp por bastante tempo, e que hoje vem levando essa discussão, vem levando para dentro do espaço do TikTok, para chegar em mais pessoas. Muito obrigada, Ana Paula.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Bom, gente, para dar continuidade aqui às nossas homenagens, a gente vai convidar agora... Pode sentar, viu, Veronica. Fica à vontade. Vocês ainda não, vocês ficam aí.

Agora a gente vai convidar os sindicatos e as entidades que há muito tempo vêm lutando para que a nossa categoria seja visibilizada. E a gente entende que estar aqui hoje também é um resultado da luta cotidiana dessas trabalhadoras que se organizaram em sindicatos e em entidades. Porque só tem um caminho para resolver uma questão que não é individual, é coletiva: organizando-se.

Então vou convidar novamente a Rosa Maria, representando a Fenatrad e também o Sindicato das Trabalhadoras Domésticas de Franca. Mas espera aí, Rosa, só um minutinho. Vou convidar quatro pessoas por vez. Então vou chamar quatro, vêm as quatro, depois vou chamar mais quatro.

Então, representando a Casa Laudelina de Campos Mello, Creuza; representando o Grupo “Conexão Babás”, Mariana Senna e representando o “Contrate Quem Luta”, a Fernanda Souza. Venham para cá, por favor. (Palmas.)

Nayara, do “Contrate Quem Luta”, pode vir também, vem cá. Vamos fazer uma foto bem bonita.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Vou convidar também, agora, a Vera Lucia Alves dos Santos, a tia Vera, aqui representando o Movimento dos Trabalhadores Sem Direito. (Palmas.)

Vou convidar também a Janaína Souza, representando o Sindicato das Empregadas e Trabalhadores Domésticos da Grande São Paulo e a Federação das Trabalhadoras Domésticas da Grande São Paulo também.

Venha para cá, Janaína. Sindicato das Trabalhadoras Domésticas de Campinas, venha para cá, Terezinha. E o Sindicato das Trabalhadoras Domésticas de Piracicaba, Ivone Rodrigues, pode vir também. Presidente do sindicato, venha. (Palmas.)

Podem ficar aqui na frente, que a gente vai fazer uma “fotona geral” no final. Bom, gente, para encerrar vou convidar também, do Sindicato dos Empregados Domésticos de São Caetano do Sul e Região, Jorge Ednar, do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos, no Município de São Paulo, Regina Maria da Silva, dos Sindomésticas de Catanduva e Região, Maria Amélia Pereira. Uma salva de palmas, gente. (Palmas.) Vamos fazer uma foto, todo mundo? Juntem mais. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Bom, gente, eu vou pedir para todo mundo se sentar, porque nós vamos homenagear, agora... Você fica. Depois a gente vai ter um momento para tirar foto de todo mundo, gente. Bom, mas eu vou convidar agora as trabalhadoras.

Como a Luciana disse, se a gente saiu de casa hoje, se a gente conseguiu chegar até aqui hoje, encontrar este espaço próprio para a gente usar, para a gente, enfim, confraternizar, foi porque muitas trabalhadoras e muitos trabalhadores aqui da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo estão aqui fazendo o seu turno ainda.

Então eu vou chamar aqui à frente, agora, as trabalhadoras, os trabalhadores da limpeza aqui da Alesp, para receberem esta homenagem também. Então venham para cá, por favor. Podem ficar em pé e virem para cá. Estou vendo vocês aí atrás, se escondendo. Podem vir, este momento é de vocês também. Se vocês não vierem, a gente vai aí.

 

A SRA. PRESIDENTE - EDIANE MARIA - PSOL - E a gente vai mesmo, hein! Bom, quero uma salva de palmas, com muito amor, com muito carinho, assim como é nas ocupações dos sindicatos. Estas trabalhadoras resistem aqui dentro, fazem um trabalho maravilhoso, me receberam com muito carinho.

Então, gente, ocupar os espaços é mudar as estruturas, é garantir que estas mulheres tenham visibilidade.

Muito obrigada, meninas.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - São poucas as que estão aqui hoje. O turno está mais curtinho, está mais enxuto - elas estão descendo -, mas todas elas vão receber a sua homenagem ao longo da semana também, gente. (Palmas.) Um grande viva a vocês.

Muita gratidão e muita luta por direitos também.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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Bom, gente, vou pedir para vocês sentarem novamente. Permanece a Ediane e Luciana aqui embaixo, porque agora chegou o momento da homenagem que eu acho que é o que dá sentido a tudo isso, que é homenagear as trabalhadoras domésticas e as trabalhadoras do cuidado, os trabalhadores também. Para isso, vou pedir para cada um ficar em pé agora. Todas vocês que já foram, que são hoje trabalhadoras domésticas e trabalhadoras do cuidado, fiquem em pé.

A gente tem aqui o nome de todas vocês. Eu vou citar Conceição Evaristo, em nome de todas vocês. Ela tem um poema que muita gente aqui já conhece, mas acho que demonstra o que a gente está fazendo aqui hoje, não é?

“A voz da minha bisavó / ecoou criança / nos porões do navio / Ecoou lamentos / de uma infância perdida. / A voz de minha avó / ecoou obediência / aos brancos-donos de tudo. / A voz de minha mãe / ecoou baixinho revolta / no fundo das cozinhas alheias / debaixo das trouxas / roupagens sujas dos brancos / pelo caminho empoeirado
rumo à favela / A minha voz ainda / ecoa versos perplexos / com rimas de sangue e fome. / A voz de minha filha / recolhe todas as nossas vozes / recolhe em si / as vozes mudas caladas / engasgadas nas gargantas. / A voz de minha filha / recolhe em si / a fala e o ato. / O ontem – o hoje – o agora. / Na voz de minha filha / se fará ouvir a ressonância / O eco da vida-liberdade.”

Então vocês, hoje, são filhas de muitos sonhos e na voz de vocês, no momento em que vocês vierem para receber esta homenagem, estão ecoando muitos sonhos, muitas vozes de liberdade e lutas por direitos. Gente, então uma grande salva de palmas para vocês. Se olhem e se aplaudam, é para vocês essa homenagem. (Palmas.)

E por fileiras, a gente vai convidar vocês para virem aqui. Podem se sentar. Todas as que estão nesta primeira fileira podem vir aqui receber a homenagem, na sequência já vem a segunda.

A gente vai chamando, gente. Pode vir a segunda fileira fazendo a fila. Se tiver gente nas galerias que também é trabalhadora doméstica, que já foi trabalhador doméstico, podem descer aqui também para receber a sua homenagem.

Pode vir a terceira fileira. Venham para cá. E já prepara a quarta fileira aqui. Levanta a mão. A quarta fileira pode vir também. Podem ficar aqui na frente, porque vamos fazer uma foto geral. Podem ficar aqui no cantinho perto de mim. Podem ficar aqui pertinho de mim. Quem já recebeu vem para cá. Vem as duas últimas fileiras também. Podem ficar aqui na frente.

 

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- São entregues as homenagens.

 

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Agora vamos juntar todo mundo aqui para a gente tirar a nossa foto. Quem já recebeu? Fica aqui na frente. Todo mundo que está aqui do meu ladinho vai indo para lá. Podem vir para cá, gente, por favor. Levanta o seu certificado. Vamos ali para o cantinho.

 

A SRA. PRESIDENTE - EDIANE MARIA - PSOL - Gente, quero saudar aqui todas as companheiras de Guarulhos, da zona leste de São Paulo que vieram, que estão aqui, inclusive, companheiras que estavam comigo na ocupação Maria da Penha, em Guarulhos, fazendo uma denúncia muito importante, uma denúncia da violência doméstica e o descaso do Estado.

Então hoje é um dia de muita festa, é um dia de comemorar a nossa luta, os nossos passos, dizer que veio de muito longe e dizer que vai continuar avançando nos nossos filhos, nossos netos.

Então aqui é apenas um começo, um começo muito importante para todas nós. É isso gente. Está maravilhoso demais. Vamos tirar aquela “fotona” bonita. Todo mundo aqui bonito agora. Professor Denis, vem para cá, não fica triste aí não, professor.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Vira para cá, vira para frente, levanta o certificado.

 

A SRA. PRESIDENTE - EDIANE MARIA - PSOL - Viva a luta de todas as trabalhadoras domésticas e as cuidadoras do estado de São Paulo.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Gente, todo mundo pode se sentar de volta agora, todo mundo que está aqui na frente. Vou pedir para a Ediane, a Luciana voltarem, também, para a Mesa. Todo mundo voltando para os seus lugares. Todo mundo já sentou? Agora nós vamos encerrar a nossa sessão, mas para encerrar a Ediane tem que fazer uma fala regimental. Então, Edi, vou pedir para você fazer esta fala, por favor.

Todo mundo que está sentado, gente, a gente vai fazer uma foto agora com o certificado, então levantem os certificados, por favor. O fotógrafo vai fazer a foto aqui de cima. Vamos lá, um, dois, três e viva a luta das trabalhadoras. (Manifestação das galerias.) Luiza Batista, presente. Laudelina. (Manifestação das galerias.) Isso aí, uma salva de palmas, gente. (Palmas.)

Bom, para encerrar, agradeço a presença de todas as pessoas aqui, que todo mundo tenha um bom retorno para casa. A Ediane vai fazer a última fala para encerrar.

 

A SRA. PRESIDENTE EDIANE MARIA - PSOL - Bom, gente, o horário está se estendendo, a caminhada é longa, até porque muita gente vai para Guarulhos, vai para Taboão da Serra, vai para o ABC, vai para Campinas, vai para vários lugares.

Eu quero, primeiro, agradecer a todas e a todos que chegaram até aqui hoje, dizer que essa luta é nossa. Estou muito feliz por cada sorriso, por cada abraço, por cada afeto.

Dizer que a política do cuidado da trabalhadora doméstica é feita disso, é feita de amor, é feita de afeto, é feita de empatia, até porque a gente não reproduz um carro, um copo, a gente reproduz a vida.

Então que essa vida seja justa com a gente e que esta Casa seja sinônimo de garantia de direitos sociais e trabalhistas. Viva as trabalhadoras domésticas, viva as trabalhadoras do cuidado. É isso, gente, “simbora”. “Simbora”, trabalhadora doméstica. (Palmas.)

Agora vou encerrar esta sessão de um jeito, que aí tem que encerrar mesmo, gente, porque as trabalhadoras, os trabalhadores e os funcionários desta Casa moram também no fundão. Então eles precisam também ir embora. Amanhã é sábado, é dia de alguns descansarem e outros não.

Esgotado o objeto da presente sessão, agradeço a todos os envolvidos na realização desta solenidade, assim como agradeço a presença de todos.

Está encerrada esta sessão solene.

Então, muito obrigada.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 2 minutos.

 

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