13 DE OUTUBRO DE 2025

59ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM ÀS PERSONALIDADES DAS COMUNIDADES – REALIZADO PELO CONSCRE – CONSELHO ESTADUAL PARLAMENTAR DE COMUNIDADES DE RAÍZES E CULTURAS ESTRANGEIRAS

        

Presidência: DELEGADO OLIM

        

RESUMO

        

1 - DELEGADO OLIM

Assume a Presidência e abre a sessão às 19h18min.

        

2 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Anuncia a composição da Mesa. Convida o público para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro", executado pela Camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Discorre sobre o Conscre - Conselho Estadual Parlamentar de Comunidades e Raízes e Culturas Estrangeiras.

        

3 - PRESIDENTE DELEGADO OLIM

Informa que a Presidência efetiva convocara a presente solenidade para a "Homenagem às personalidades das comunidades - realizado pelo Conscre - Conselho Estadual Parlamentar de Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Cumprimenta as autoridades presentes. Demonstra sua alegria em presidir esta tradicional homenagem. Menciona a instalação do Conscre em 2001. Destaca a valorização da diversidade cultural, o diálogo, união e a colaboração, além da convivência harmoniosa entre os povos e o respeito mútuo. Considera este conselho uma celebração do compromisso da paz e harmonia entre os povos. 

        

4 - WALTER FELDMAN

Ex-deputado estadual e idealizador do Conscre, faz pronunciamento.

        

5 - PAULO DIAS DE MOURA RIBEIRO

 Ministro do Superior Tribunal de Justiça, faz pronunciamento.

        

6 - MARINA HISSAKO MAEDA TIKAZAWA

Presidente do Conscre, faz pronunciamento.

        

7 - PAULO FIORILO

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

8 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Anuncia a exibição de vídeo institucional do Conscre; e a entrega de placas comemorativas para os homenageados da solenidade. Lê a biografia de todos os homenageados.

        

9 - CHRISTIAN WALTER BUELAU

Homenageado da Alemanha, faz pronunciamento.

        

10 - FUAD ANTACLI

Representante da Homs Administração e Participações S/A, homenageada da comunidade sírio-libanesa, faz pronunciamento.

        

11 - HELIO BALUKIAN

Representante do Comitê Brasileiro dos Jogos Pan-Armênios, homenageado da Armênia, faz pronunciamento.

        

12 - OHANNES SEMERDJIAN NETO

Representante do Comitê Brasileiro dos Jogos Pan-Armênios, homenageado da Armênia, faz pronunciamento.

        

13 - VERONICA QUISPE YUJRA

Homenageada da Bolívia, faz pronunciamento.

        

14 - IOANNIS TZOVAS MOUROUZIS

Embaixador da Grécia, país homenageado, faz pronunciamento.

        

15 - CLAUDIO CARSUGHI

Homenageado da Itália, faz pronunciamento.

        

16 - TEODORO SATO

Representante da Fundação Kunito Miyasaka, homenageada do Japão, faz pronunciamento.

        

17 - FERNANDO LOTTENBERG

Homenageado de Israel e da comunidade judaica, faz pronunciamento.

        

18 - SAMIA TAYEH

Representante da Fepal – Federação Árabe Palestina do Brasil, homenageada da comunidade palestina, faz pronunciamento.

        

19 - ADINA JANZEN DE AVALOS

Consulesa do Paraguai, país homenageado, faz pronunciamento.

          

20 - MANUEL JULIO VERA DEL CARPIO

Representante de Vilma Chipana Ayquipa (in memoriam), homenageada do Peru, faz pronunciamento.

        

21 - WALDINEI JOÃO CHIPANA GASPAR

Filho de Vilma Chipana Ayquipa, homenageada do Peru, faz pronunciamento.

        

22 - MARIA OLÍVIA ESTEVES ALVES

Homenageada de Portugal, faz pronunciamento.

        

23 - SERGIO IGOR CHNEE

Representante do Lar São Nicolau – Sociedade Filantrópica Paulista, homenageado da Rússia, faz pronunciamento.

        

24 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Anuncia a entrega de placa comemorativa para o deputado Delegado Olim pela diretoria do Conscre.

        

25 - PRESIDENTE DELEGADO OLIM

Agradece ao Conscre. Diz estar honrado com esta homenagem. Menciona o fim da guerra no Oriente Médio. Afirma que São Paulo é de todos. Diz que todos são bem-vindos à esta Casa sempre. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 21h26min.

 

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ÍNTEGRA

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Delegado Olim.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Senhoras e senhores, boa noite. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal Alesp no YouTube.

Esta sessão solene tem a finalidade de homenagear as personalidades das comunidades, realizada pelo Conscre, Conselho Estadual Parlamentar de Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras.

O Conscre é um conselho de comunidades de natureza permanente e deliberativa, criado pela Mesa da Alesp através da Resolução nº 817, de 22 de novembro de 2001, em uma iniciativa pioneira que tem o intuito de integrar as comunidades estrangeiras de diversas origens e etnias residentes no estado de São Paulo.

Convidamos para compor a Mesa Diretora o deputado estadual Delegado Olim, proponente e presidente desta sessão solene. (Palmas.) Convidamos o deputado estadual Paulo Fiorilo, presidente da Comissão de Relações Internacionais da Alesp. (Palmas.) Convidamos a Sra. Marina Hisako Maeda Tikazawa, presidente do Conscre. (Palmas.)

Convidamos o Dr. Paulo Dias de Moura Ribeiro, ministro do Superior Tribunal de Justiça. (Palmas.) Convidamos o Sr. Gabriel Sayegh, 1º vice-presidente do Conscre. (Palmas.) Convidamos o Sr. Manuel Julio Vera Del Carpio, 2º vice-presidente do Conscre. (Palmas.)  Convidamos ainda o Sr. Ricardo Magalhães, 3º vice-presidente do Conscre. (Palmas.)

Convidamos a todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do maestro 1º sargento PM Ivan Berger.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos à Camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo pela execução do Hino Nacional Brasileiro.

Neste momento, gostaríamos de convidar para integrar a Mesa principal o Sr. Walter Feldman, sempre deputado estadual e idealizador do Conscre. (Palmas.)

Nós registramos e agradecemos a presença das seguintes autoridades e personalidades que se apresentaram a este cerimonial: cônsul-geral da Alemanha, Martina Hackelberg; cônsul-geral da Grécia, Thomas Matsoukas; Sra. Hilda Diruhy Burmaian, cônsul-honorária da República da Armênia.

Agradecemos a presença do deputado da Assembleia da República de Portugal, Manuel Magno Alves. Agradecemos a presença do Conselho Nacional Armênio, Vartinê Kalaydjian. Agradecemos a presença do presidente do Fundo Armênio do Brasil, Hayastan All Armenian Fund, Vartan Moumdjian.

Agradecemos a presença do presidente do Bunkyo, Sr. Roberto Yoshihiro Nishio. Agradecemos a presença da vice-presidente do Bunkyo, Teruco Araki Kamitsuji. Agradecemos a presença do vice-presidente do Kenren, Mauro Takanori Tada. Agradecemos a presença da diretora-presidente, Nailize Naim Kaba, da Associação Beneficente A Mão Branca.

Agradecemos a presença do presidente da Federação Árabe-Palestina do Brasil, Ualid Rabah. Agradecemos a presença da presidente, Giulia Fargolia Barbieri, da associação Friuli Venezia Giulia. Agradecemos a presença do presidente da Japan House, Carlos Augusto Roza. Agradecemos a presença do vice-presidente, Marcelo Stori Guerra, do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Estado de São Paulo.

Agradecemos a presença do secretário-geral, Emir Murad, da Confederação Palestina Latino-Americana e do Caribe. Agradecemos a presença da Sra. Rita Blasioli Costa, coordenadora do Patronato Acli. Agradecemos a presença do secretário do Conselho Deliberativo do Clube Homs, Gabriel Borges Balducchi.

Agradecemos a presença do comendador, Hector Silva, da Itália. Agradecemos ainda a presença, representando a Sama Clube Armênio, Eduardo Marzbanian. Agradecemos a presença de Azad Gananian, da Sociedade Beneficente Cultural Marachá. Por favor, agradecemos a presença da deputada Bruna Furlan.

Com a palavra o deputado estadual Delegado Olim, para que proceda à abertura desta sessão solene.

 

O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Bruninha, quer se sentar aqui? Não? Tranquila? Tá bom. Obrigado.

Iniciamos nossos trabalhos nos termos regimentais. Senhoras e senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa de Leis, deputado André do Prado, atendendo à minha solicitação, com a finalidade de homenagear as personalidades das comunidades, realizado pelo Conscre, Conselho Estadual Parlamentar de Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras.

Quero, primeiramente, cumprimentar aqui, então vou começar pelas mulheres também, pela deputada Bruna Furlan, que veio aqui. Agradeço a sua presença, dar esse apoio aqui no Conscre. Quero cumprimentar o nosso deputado estadual, Paulo Fiorilo, parceiro, amigo desta Casa. Ele é do PT, eu não sou do PT, mas a gente se dá bem aqui, viu? Então aqui está todo mundo em casa hoje, todo mundo se dando bem, sem problema nenhum.

Quero cumprimentar o excelentíssimo Sr. Paulo Dias de Moura Ribeiro, ministro do Superior Tribunal de Justiça, presente aqui. Muito obrigado pela sua vinda aqui, muito obrigado por comparecer junto, sei que a sua esposa será homenageada. É uma honra tê-lo aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Quero cumprimentar aqui o meu sempre presidente desta Casa, foi deputado estadual por muitos anos, deputado federal, deputado Walter, Dr. Walter Feldman. Sempre eu digo que ele é idealizador do Conscre, então o senhor sempre terá, aqui nesses 20 anos que o Conscre - é 20 ou um pouco mais de 20 - e o senhor sempre será o primeiro lugar aqui nesta Casa, pode ter certeza. (Palmas.)

Quero cumprimentar a Sra. Marina Maeda, nossa presidente do Conscre, sempre jovem, sempre bonita, sempre, olha, sempre do mesmo jeito, e alegria de vê-la, sempre risonha, sempre um amor; o Sr. Gabriel Sayegh, vice-presidente do Conscre, também quero cumprimentá-lo aqui; o Sr. Manuel Julio Vera Del Carpio, segundo vice-presidente do Conscre; e Ricardo Magalhães, o terceiro vice-presidente do Conscre.

E aqui eu vou falar rapidamente, vou deixar (Inaudível.) os homenageados estarão hoje aqui. Eu quero... É com uma grande alegria que nos reunimos mais uma vez para prestar nossa tradicional e merecida homenagem ao Conscre - Conselho Estadual Parlamentar de Comunidades de Raízes Culturais Estrangeiras. Estou muito feliz de vê-los todos hoje aqui.

Desde a sua instalação nesta Assembleia, em 2001, o Conscre tem sido um símbolo vivo da integração entre os povos e da valorização da diversidade cultural que faz São Paulo um estado único. Reunindo mais de 20 comunidades estrangeiras, o Conselho atua com dedicação exemplar na promoção do diálogo, da união e da cooperação entre descendentes de diferentes nações que escolheram o Brasil como lar e São Paulo.

As ações promovidas pelo Conscre, seminários, festivais, projetos sociais e culturais, expressam a força de um ideal: de que a verdadeira grandeza de um povo está na convivência harmoniosa entre suas diferenças. É essa união de identidade e tradições que molda a alma plural, vibrante do estado de São Paulo.

Ao homenagear o Conscre, celebramos não apenas sua trajetória, mas o compromisso permanente com a paz, a fraternidade e o entendimento entre os povos. O trabalho realizado por esse conselho é, acima de tudo, um exemplo de solidariedade e uma contribuição valiosa para um mundo mais justo e harmonioso.

Sintam-se todos honrados por esta homenagem, que é, também, um tributo à coragem de manter viva a chama de convivência pacífica e do respeito mútuo.

Em nome desta Casa de Leis, manifesto minha sincera gratidão ao Conselho Estadual Parlamentar de Comunidades e Raízes Culturais Estrangeiras e a todos os seus representantes, que ajudam a construir um estado de São Paulo mais humano, diverso e unido.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos as palavras do deputado Delegado Olim.

Nós gostaríamos de registrar e agradecer a presença da Fernando Ferreira, secretário do município de São Paulo de Relações Internacionais. Agradecemos a presença do Dr. Ricardo Mair Anafe, desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Agradecemos a presença da Dra. Ana Luiza Liarte, desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo. Agradecemos a presença da Dra. Flora Maria Nesi Tossi Silva, desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo. Agradecemos a presença da Sra. Natália Nahas, presidente do Instituto da Cultura Árabe. E agradecemos a presença de Alberto Mayer, presidente do Comitê.

E, neste momento, convidamos para fazer uso da palavra o Sr. Walter Feldman, sempre deputado estadual e idealizador do Conscre.

 

O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Deputado, por gentileza, ocupe o seu espaço, que é sempre seu.

 

O SR. WALTER FELDMAN - Presidente, eu estava desacostumado a falar, a usar a tribuna, há muitos anos que eu não faço, mas no ano passado V. Exa. me deu a oportunidade de falar também na sessão do Conscre. Eu queria fazer um corte aqui na questão cerimonial, cumprimentar o presidente Olim, o presidente do Conscre, em nome de vocês cumprimentar a todos.

E dizer que as ideias se estabelecem no concreto, senão são apenas ideias. E eu, como todos sabem, eu tenho uma origem judaica, vim cumprimentar meu amigo Fernando Lottenberg pela homenagem que ele recebe, mas eu, em nome dele, quero estender a minha homenagem a todos que estão sendo homenageados e lembrados hoje por conta da representação das suas comunidades.

O Conscre nasceu exatamente por conta - não sei se os senhores se lembram - do momento dramático que vivemos com a explosão das torres gêmeas. Esse foi exatamente o período 2001, se não me engano. E, nesse período, nós recebemos aqui na Assembleia, eu estava na Presidência, todas as comunidades do Brasil, todos aqueles que propugnavam pela paz, e nós criamos o Conselho Estadual pela Cultura de Paz.

Depois, como deputado federal, criei também o Conselho Nacional pela Cultura de Paz, que é uma expressão que é diferente da paz. É, na verdade, a tentativa permanente de nós estabelecermos mecanismos pelos quais as populações, os conflitos, eles se estabelecem através do diálogo.

Conflito sempre haverá. O Foucault, o grande pensador Foucault, Michel Foucault, dizia que onde há poder, há conflito e há resistência. Portanto, Olim, a sua relação com o PT aqui está tudo tranquilo, mas não está, porque há conflito, há diferenças de opinião. Isso é muito positivo, é assim que se constrói o processo democrático. Sempre será assim, sempre foi assim.

E, naquele período, nós criamos o Conselho Estadual pela Cultura de Paz, que eu pedi, vou pedir para o Olim, para a minha queridíssima Bruna - faz tempo que eu não te vejo - e para o Paulo Fiorilo, para retomar o Conselho Estadual pela Cultura de Paz. Teve um papel importante naquele período.

Estou trabalhando para retomar também em Brasília, porque esse é um tema fundamental para as nações, nos conflitos que vivemos hoje em Gaza, na Palestina, em Israel, na Ucrânia, mas em tantos outros lugares - eu tenho acompanhado muito as movimentações na África -, e nós temos que trabalhar permanentemente pela questão da cultura de paz.

E São Paulo, particularmente, tem uma característica única no mundo: ela tem um abrigo em relação a todas as comunidades do mundo, que nem Nova Iorque tem, nem Roma, nem Paris. É uma característica absolutamente diferenciada de todos os países do mundo. Nenhuma cidade da importância de São Paulo tem aquilo que nós temos, mas elas têm as suas atividades, suas atividades culturais, gastronômicas, seus clubes.

E o Conscre exatamente veio, Olim, com essa ideia, de juntar as comunidades e mostrar que elas têm, no final, identidades, como as religiões. As religiões, no final, elas propugnam por ideias muito semelhantes. Não há por que haver conflitos, inclusive de guerra, por conta das religiões.

E nós queríamos demonstrar São Paulo como um Estado, particularmente uma cidade onde essa característica poderia e deveria ser exemplo para o mundo. Mostrar que aqui é possível a comunidade árabe e judaica, os palestinos, se integrarem, tendo conflitos extraordinários tão distantes.

Os russos, os ucranianos, os japoneses, os chineses, tudo que existe de tão valioso naquilo que eles fizeram nos seus países, na contribuição que deram para o nosso País e, particularmente, para o nosso Estado. Eu sou absolutamente contra a guerra, em qualquer hipótese.

Não há motivação para um conflito que leve à morte de crianças, de jovens, inclusive de soldados. Não há motivo. Nós estamos num nível do processo civilizatório, após a Segunda Guerra Mundial, que é inaceitável estados que não se entendam nas suas diferenças para encontrar um mecanismo de paz. Sou a favor dos dois estados. Tem que haver, no Oriente Médio os dois estados para que haja paz. (Palmas.)

Eu, uma vez, levei uma delegação de 17 deputados federais a Israel e a Gaza, 17 deputados de todos os partidos políticos. Nós ficamos lá durante 14 dias. E eu me lembro de uma conversa com Ariel Sharon. Ariel Sharon, ministro que depois teve aquele derrame cerebral. Nós estivemos com ele no ministério, ele dizia o seguinte: “nós vamos ter que fazer as pazes com os nossos irmãos palestinos”.

Ariel Sharon, que tinha uma posição, que nós sabemos de direita. Ou seja, era de se imaginar que era favorável... Ele dizia isso: “Nós fazemos as pazes com os vizinhos, com eles, com os familiares, com os próximos. As pazes são quase naturais. É onde há o conflito, que a inteligência humana, essa enorme contribuição civilizatória do pensamento humano, nos dá os elementos para que o diálogo leve àquilo que seja a necessidade do convívio permanente”.

O Conscre é isso. Por isso que eu acho que tem uma relevância, eu quis só contar essa história para não parecer que é apenas um evento anual onde nós homenageamos os representantes ou líderes escolhidos pelas comunidades. Tem um aspecto cultural profundo.

Tem um espírito humanitário, civilizatório, para que a gente permanentemente esteja ao lado daqueles que acreditam no convívio das pessoas, permanente, nas suas diferenças. Porque é na diferença que a gente produz a síntese, é nessa diferença que a gente constrói uma sociedade mais humana, mais fraterna e mais justa. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Gostaríamos de registrar e agradecer a presença do embaixador António Pedro Rodrigues, cônsul geral de Portugal em São Paulo. Agradecemos a presença do Sr. Jorge Rodrigues, cônsul geral adjunto de Portugal em São Paulo. Agradecemos a presença da Sra. Ana Karin, presidente da Associação das Prefeitas e Vice-Prefeitas do Estado de São Paulo.

Neste momento, ouviremos as palavras do Dr. Paulo Dias de Moura Ribeiro, ministro do Superior Tribunal de Justiça.

 

O SR. PAULO DIAS DE MOURA RIBEIRO - Dr. Jorge, boa noite a todos, é uma alegria muito grande voltar a essa benfazeja Casa de Leis. Nós aqui, nascidos no estado de São Paulo, temos muito orgulho desta belíssima Casa.

Eu quero fazer uma saudação à presidente do Conscre, a Sra. Marina Tikazawa; ao vice-presidente do Conscre, Gabriel Sayegh; ao Manuel Julio Vera Del Carpio, 2º vice-presidente do Conscre; Ricardo Magalhães, 3º vice-presidente.

Esse idealizador, que merece todos os aplausos, todos os elogios. Eu não sabia da existência do Conscre, que é uma atividade espetacular, que precisa ser mais divulgada. Porque essa união é um congraçamento extremamente importante para todos nós.

Nos anos 60, Bobbio já falava da importância da união de todos, o deputado estadual Paulo Fiorilo, a deputada Bruna Furlan e o presidente da Mesa, o deputado Olim. É um gosto muito grande de poder estar aqui presente. Eu quero deixar claro que estou aqui acompanhando minha mulher para fazer uma saudação a todos os presentes. Eu tenho algumas palavrinhas para dizer.

Uma delas é dizer que eu preciso fazer uma saudação ao sempre presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, onde eu me formei, me forjei, me formei. Ricardo Anafe, meus cumprimentos. E quero fazer também uma saudação apenas, e justificar a razão pela qual vou saudar esse jurista. 

É porque nós fazemos parte de um grupo dos pensadores e, todo dia de manhã, nós nos cumprimentamos. Então, ao jurista Fernando Lottenberg, na sua pessoa, eu saúdo todos aqueles que participam deste movimento maravilhoso.

Saúdo todas as mulheres na pessoa da minha mulher, sem o mais mínimo medo de errar. E dizer a ela que onde quer que eu vá, o que quer que eu faça, sem você não tem graça, minha querida. (Palmas.)

E, para mim, há um poema que eu acho extremamente lindo, muito bonito, que eu acho que sintetiza toda a alma do Conscre, pelo que eu estou vendo aqui. Dizem que é de um autor desconhecido, outros dizem que é de um radialista de Campinas, mas a conclusão desse poema é espetacular. E, a mim, é a síntese, é a conclusão do que significa, porque eu aprendi hoje o que é o Conscre.

Já ouvi silêncios sábios

Já ouvi conselho vão

Já vi beijo sem tocar os lábios

E toque sem usar a mão

E dessa visão calma

Um verso eu deixo de lição

Feliz é quem toca com a alma

E enxerga com o coração.

E todos os senhores aqui são exatamente essas pessoas que enxergam com a alma, enxergam com o coração, e tocam com a alma. Parabéns a todos, que assim continue essa fraternidade.

Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Anunciamos as palavras da Sra. Marina Hissako Maeda Tikazawa, presidente do Conscre.

 

A SRA. MARINA HISSAKO MAEDA TIKAZAWA - Boa noite a todos, em nome do Conscre, Conselho Estadual Parlamentar das Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras. Foi criado na Resolução nº 817, no dia 22 de novembro de 2001, pelo então presidente da Câmara dos Deputados, Walter Feldman.

Agradecemos a presença do ministro do Superior Tribunal da Justiça, Paulo Dias de Moura Ribeiro; do deputado estadual Paulo Fiorilo, das Relações Internacionais; da deputada Bruna Furlan, que está presente; e do então presidente da Câmara dos Deputados, Walter Feldman, eterno deputado, presidente deputado.

Quero agradecer a todos aqui presentes, autoridades, conselheiros e nosso estimado apoiador Delegado Olim, deputado Delegado Olim, ao instituir o Conscre, e estimado Walter Feldman, membros do Conscre, do gabinete do Delegado Olim e do cerimonial da Alesp, pelo trabalho incansável realizado nesta Casa.

O nosso conselho tem por intuito a integração das comunidades estrangeiras de diversas origens e etnias do estado de São Paulo. A integração tem como objetivo preservar a cultura de cada comunidade, sempre por meio da convivência pacífica e humana, sem distinção de natureza religiosa, social, política e econômica.

Foi esse o caminho seguido pelos nossos imigrantes que chegaram em nosso País e que permitiram a construção por cada um deles de família, de fortuna e de histórias, todos integrados uns com os outros, com o povo no nosso País, Brasil.

Hoje o conselho conta com o apoio de 16 comunidades: árabe, alemã, armênia, grega, italiana, portuguesa, palestina, judaica, peruana, paraguaia, russa, chilena, argentina, boliviana, japonesa e nigeriana.

Como os destacados, nosso trabalho é pautado pela integração, que é obtida por meio de atividades esportivas, caso das Olimpíadas das Comunidades de Raiz Estrangeira, o Ocre, e por meio das atividades artísticas, culturais, recreativas e gastronômicas, tradicionalmente realizadas no nosso estacionamento aqui, da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, chamadas de “Viva as Nações”.

Esta solenidade, a homenagem a personalidades das comunidades em que estamos presentes, visa celebrar e homenagear o trabalho realizado por membros de cada comunidade em suas sociedades. Teve sua primeira edição realizada em formato de ato solene. A partir de 2022, passou a ser realizada em formato de sessão solene, com apoio do deputado estadual Delegado Olim.

É dividida em duas partes, a homenagem realizada neste plenário e a parte cultural e artística realizada no Hall Monumental, na qual será possível conhecer a culinária e outras formas pela qual a cultura de cada comunidade se manifesta, como, por exemplo, a dança, o canto e a arte.

Estamos honrados por receber cada um nesta Casa e compartilhar este momento com muita alegria e gratidão, principalmente, como o eterno deputado Walter Feldman falou, do Acordo de Paz assinado no Oriente Médio. Porque a nossa sociedade, nós temos que criar um objetivo de ter mais saúde, prosperidade e paz para melhorar o nosso convívio na nossa sociedade.

Eu gostaria de citar uma palavra muito importante do intelectual e filósofo Meishu-Sama. O ser humano depende do seu pensamento. É realmente verdade que gratidão gera gratidão, lamúria atrai lamúria. Isso ocorre porque o coração agradecido comunica-se com Deus, e o queixoso, com as forças malignas. Assim, quem vive agradecendo torna-se naturalmente feliz, e quem vive lamuriando torna-se infeliz.

Então essa foi uma grande palavra dentro de mim, que eu tenho que agradecer a este País que nos acolheu.

Então viva, Brasil!

Viva, estado de São Paulo! (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Gostaríamos de registrar e agradecer a presença do Sr. Renato Gonçalves, presidente da Casa de Portugal de São Paulo.

Neste momento, ouviremos as palavras do deputado estadual Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Boa noite a todos e a todas, bem-vindas a esta Casa, bem-vindos a esta Casa.

Queria saudar aqui o Deputado Olim, que assumiu essa responsabilidade de continuar com esses eventos. O Deputado Olim tem uma vasta agenda, mas se dedica aqui todo ano a fazer este evento tão importante. E este ano em especial, nesta data em especial, nós temos muito o que comemorar, porque a gente acordou mais alegre, mais esperançosos de que a gente possa construir a paz no Oriente Médio.

Acho que esse é um passo importante num momento tão difícil que a gente viveu ao longo dos últimos dois anos. Então não podia deixar, deputado Walter Feldman, de começar a minha fala sem fazer esse registro. E eu espero que a gente possa avançar mais.

O Walter falou, a gente ainda tem muitos conflitos. Mesmo aqui, como o Olim disse, do PP, do PT, a gente tem conflitos de ideias, o que é natural, o que é importante, mas nunca conflitos de arma, mesmo que o deputado seja delegado. Jamais faria isso.

Bom, quero aproveitar...

 

O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Você ia ter desvantagem.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Desvantagem minha.

Quero aqui saudar a deputada Bruna. Ela me disse que está com um propósito hoje, ficar ali, ao longo deste evento, sem vir aqui com a gente na Mesa. Então, bem-vinda aqui sempre, deputada Bruna, é um prazer tê-la conosco. Deputado Olim, que eu já fiz a referência.

Deputado Walter Feldman, que é o idealizador do Conscre, mas, mais do que isso, falava para ele ali, o Walter, por onde passou, deixou legislações, deixou propostas longevas. Esta é uma delas, mas não é a única. O Walter tem uma lei em São Paulo, como vereador, que todo ônibus tem a sua lei impressa lá. Foi a primeira, que fala sobre o direito e os deveres do cidadão que é transportado pelos ônibus.

Eu segui os passos dele e propus uma que estabelecia informar a data da fabricação do ônibus. Eu copiei sua ideia e ampliei. Aperta o botãozinho aí.

 

O SR. WALTER FELDMAN - Transporte, um direito do cidadão, um dever do Estado.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Um dever do Estado. Muito bem.

 

O SR. WALTER FELDMAN - Eu era vereador, tinha 26 anos. Foi o primeiro projeto que eu apresentei.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Eu estou trilhando o seu caminho aqui, espero que isso me leve aonde te levou.

Bom, queria saudar aqui o ministro do STJ, Dr. Paulo Dias de Moura Ribeiro, e aproveitar para informar que o Dr. Paulo também será homenageado aqui por uma medalha desta Casa. Já deixo o convite aqui a todos, inclusive ao Dr. Claudio, que está no Tribunal Regional Eleitoral. Bem-vindo aqui, doutor.

Queria saudar aqui a presidente do Conscre, a Marina. Tivemos uma conversa importante. Olim, vou fazer um pedido aqui, de público, para você. O deputado Walter, quando propôs o Conscre, tinha aqui a ideia de que o Conscre tivesse um espaço. Eu tive uma conversa com os representantes do Conscre, e uma demandas que me trouxeram era que depois a gente pudesse, de novo, ter um espaço aqui do Conscre, e que a gente pudesse também fazer um trabalho junto com a Comissão de Relações Internacionais. (Palmas.)

Então, Marina, vamos fazer isso. Em seu nome, eu quero saudar o Dr. Gabriel, o Sr. Manuel Julio Vera Del Carpio e o Sr. Ricardo Magalhães, que compõem a direção.

Eu vou ser breve, até porque a gente quer ouvir os homenageados, não é justo que eu tome todo o tempo. Mas eu preciso aqui fazer uma deferência ao embaixador do Paraguai, o Dr. Avalos, que me convidou para esse evento, até porque tem a sua esposa sendo homenageada aqui nesta data.

Então eu quero, em nome do embaixador Avalos, estender o meu cumprimento a todos os representantes consulares. Eu vi aqui de Portugal, da Alemanha, do Peru. Vou ser injusto, que eu vou esquecer alguém. Então, que todos esses aqui se sintam abraçados e homenageados.

E eu, em nome tanto da consulesa Adina, como também da Sra. Dra. Maria Olívia Esteves Alves, cumprimento todas as mulheres que são homenageadas. E, em nome do Christian Walter Buelau - acho que eu falei correto -, que a gente tenha aqui todos os homens cumprimentados, Buelau. (Pronunciamento em língua estrangeira.). Todos os homens cumprimentados aqui, os que serão homenageados.

Eu queria dizer que esta Casa tem um espaço enorme para o debate internacional. A gente tem a Comissão de Relações Internacionais, mas a gente criou, Walter, os grupos de amizade. A gente tem grupo de amizade com a Alemanha, com Cuba, com Israel, com a Palestina, com a China, e outros grupos que estão sendo criados.

Eu acho que o Parlamento Estadual dá uma resposta importante para que a gente possa trazer as comunidades, as representações consulares e, mais do que isso, para que a gente possa construir pontes entre os países que têm aqui as suas representações consulares e este estado, que é tão rico, tão diverso.

Estou vendo aqui a Dra. Martina, que teve a oportunidade de conhecer o Petar, o Vale do Ribeira. Visitou uma comunidade quilombola, visitou um espaço que discute e que protege o Meio Ambiente lá em Iporanga.

Nós vamos levar agora o cônsul embaixador Avalos, do Paraguai, para fazer essa mesma imersão. Junto com ele, nós queremos levar o Chile e queremos levar também o Uruguai. Espero que a gente consiga fazer uma ótima visita. E desejar a vocês toda a felicidade, para que a gente possa continuar construindo essas relações tão importantes aqui para o estado de São Paulo.

Parabéns a todos que serão homenageados.

Um grande abraço. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos as palavras dos membros da Mesa. E neste momento assistiremos a um vídeo institucional do Conscre.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Neste momento daremos início à entrega de homenagens aos representantes das comunidades homenageadas. Convidamos à frente o deputado Delegado Olim e a presidente do Conscre, Marina Hissako Maeda Tikazawa.

Nossa primeira homenagem é ao homenageado da Alemanha, Christian Walter Buelau. Também convidamos os representantes da comunidade alemã, Thomas Walker e Walter Magenschab.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Christian Walter Buelau nasceu em 1959 em São Paulo, descendente de uma família de origem alemã, formou-se em administração de empresas pela Fundação Armando Alvares Penteado e construiu sua trajetória profissional ligada à companhia Hering, tradicional empresa têxtil com raízes alemãs.

Em 2000, passou a integrar o conselho da Fundação Visconde Porto Seguro, tradicional escola alemã fundada em 1878, com o desejo da comunidade alemã de preservar a sua língua e cultura.

Hoje o colégio representa a maior escola alemã do mundo, conta com cerca 8.800 alunos e 1.700 colaboradores, mantendo uma sólida parceria com o governo alemão. Em 2016, assumiu a Vice-Presidência da mesma fundação, e também a presidência do Instituto Martius-Staden, cuja missão é preservar as relações culturais entre Brasil e Alemanha.

Uma das unidades em Porto Seguro atende gratuitamente 1.200 crianças de comunidades carentes e representa o importante legado social. Sua trajetória foi marcada pelo compromisso com a Educação, a Cultura e a preservação das raízes alemãs no Brasil, um legado que inspira e conecta gerações. (Palmas.)

Homenageado, por favor.

Tem um breve agradecimento.

 

O SR. CHRISTIAN WALTER BUELAU - Boa noite e muito obrigado. Gostaria de agradecer a todos os presentes nesta sessão solene, ao Conscre e às autoridades. Sra. Martina Hackelberg, muito obrigado, cônsul-geral da Alemanha de São Paulo; nosso diretor Sr. Mauritius von Dubnitz, diretor da nossa escola; familiares e todas as comunidades.

Um agradecimento especial ao Sr. Thomas Walker e ao Sr. Walter Magenschab, representantes da comunidade alemã, que me honraram com a indicação a esta maravilhosa homenagem. Muito obrigado.

Quando citei a Mathias a importância da imigração alemã para o estado de São Paulo, é necessário voltar quase 200 anos na história, quando, em 1827, os primeiros falantes do idioma alemã chegaram ao nosso estado e em nossa cidade, mais especificamente na região de Santo Amaro.

Esses imigrantes deixaram contribuições importantes para o nosso desenvolvimento em várias áreas, desde Economia, Cultura, religião, arquitetura, Artes, na imprensa e também na área de Educação.

A cidade de São Paulo figura até os nossos dias como a maior cidade industrial alemã fora da Alemanha, com mais de mil empresas de capital alemão, o que justifica a existência da maior escola alemã de excelência no exterior igualmente em nossa cidade. O Colégio Visconde Porto Seguro foi fundado em 1878, quando o Brasil ainda era uma monarquia e ainda vivíamos uma época escravagista. A cidade tinha aproximadamente 32 mil habitantes.

Logo após a sua fundação, o colégio recebeu a visita de Dom Pedro II, que era falante do idioma alemão e veio prestigiar o nosso colégio. O colégio possui atualmente quatro campi, continua em franca expansão planejando inaugurar o quinto campus na cidade de Porto Feliz.

Finalizando, o colégio mantém em seu campus o Martius-Staden, o instituto cultural de ciências e letras, igualmente centenário e sem fins lucrativos, que tem como objetivo cultivar, estreitar e expandir os laços e relacionamentos entre o Brasil e os países falantes do idioma alemão.

O Instituto Martius-Staden - para o qual eu gostaria de estender a todos um convite para uma visita, ou para segui-lo através das redes sociais pelo @martiusstaden - mantem o maior acervo sobre a imigração alemã para o Brasil da América Latina, além de realizar publicações, exposições, palestrar e promover apresentações gratuitas dos corais e da orquestra Visconde Porto Seguro.

Agradeço mais uma vez pela homenagem recebida, que muito me honra na noite de hoje nesta importante Casa.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Gostaríamos de registrar e agradecer a presença do cônsul-geral do Peru em São Paulo, Sr. Luis Armando Monteagudo Pacheco.

Nossa segunda homenageada da comunidade sírio libanesa, Homs Administração e Participações S/A, representada por Fuad Antacli. Também convidamos os representantes da comunidade sírio-libanesa, Gabriel Sayegh, Nailize Naim Kaba e Natália Nahas Carneiro Calfat.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Clube Homs, 105 anos. Os sírios fizeram parte de uma grande vinda de imigrantes provenientes de vários países, constituindo uma importante força de trabalho. Vinham sozinhos, sem família, e tinham a necessidade de apoio entre os conterrâneos. Foi quando 22 jovens vindos da cidade de Homs se uniram e fundaram o Clube Homs em 1920, preservando suas culturas e local de encontro entre todos.

Desde então o clube cresceu em número de associados de atividades sociais, culturais e recreativas. Em 1930, o clube tinha a sua sede alugada na Rua João Brícola. Em 1936, com uma biblioteca, sala de bilhar, xadrez, taule tradicional da cultura árabe, no Edifício Martinelli. Em 1943, foi adquirida a mansão na Avenida Paulista. Em 1957, comprou a segunda casa ao lado.

Em 1961, foi lançada a “Pedra Fundamental”, um projeto ousado que previa mais de 4.200 metros quadrados de área, com três pavimentos no subsolo e quatro acima do nível da Paulista, perfazendo um total de  11 mil metros quadrados, incluindo piscina aquecida, quadra esportiva, solário, salão gran real e outras salas de lazer e administrativo, garagem subterrânea e muito mais, tudo preservado para o bem do associado.

Parabéns ao Club Homs pelos seus 105 anos de existência. (Palmas.)

           

O SR. FUAD ANTACLI - Muito boa noite a todos. Prometo ser rápido. Excelentíssimo deputado Walter Feldman, idealizador e fundador do Conscre, muito boa noite, prazer em revê-lo depois de muitos anos; excelentíssimo Sr. Deputado estadual Antônio Assunção de Olim, presidente desta sessão solene; Sra. Marina Hissako Maeda Tikazawa, presidente do Conscre; Sra. Nailize Naim Kaba; Sr. Gabriel Sayegh, e Sra. Natália Calfat, conselheiros da comunidade Árabe Sírio-Libanesa; senhoras e senhores, em nome do Club Homs, do qual sou o atual presidente, recebo com gratidão e emoção esta homenagem.

É uma honra para nós sermos reconhecidos por nossas histórias e pelo compromisso que temos mantido ao longo desses 105 anos com nossa comunidade e com os valores que nos inspiram. Essa distinção representa mais que um reconhecimento, representa o esforço de todos aqueles que com dedicação, espírito de equipe e amor ao clube contribuíram para que chegássemos até aqui.

Tudo o que conquistamos foi fruto da união e comprometimento dos diretores anteriores e atuais, seus associados e funcionários. Agradecemos ao Conscre por esta homenagem que nos enche de orgulho e nos motiva a seguir em frente, buscando fortalecer ainda mais o papel do nosso clube na sociedade.

Esta homenagem pertence a todos os que fazem parte da história do clube. Aos que iniciado este projeto com visão e coragem e aqueles que hoje continuam a construir o futuro do clube, em nome de todos que integram o Club Homs, reitero o nosso agradecimento, o nosso compromisso com os valores que nos trouxeram até os dias atuais.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Nós gostaríamos de registrar e agradecer a presença do bispo Nareg Berberian, prelado titular da Igreja Apostólica Armênia do Brasil. (Palmas.)

Convidamos o Comitê Brasileiro de Jogos Pan-Armênios, representado por Helio Balukian e Ohannes Semerdjian Neto. Também convidamos os representantes da Comunidade Armênia: Archavir Mário Doneli e Vartinê Kalaydjian. (Palmas.)

Helio Balukian, desde 1973 na União Geral Armênia de Beneficência, conselheiro e diretor executivo da Igreja Apostólica Armênia no biênio de 1986 a 1988; coordenando o setor de esporte até 1985; e parte da diretoria, biênio de 1994 a 1996. Exerceu a Presidência entre 2012 e 2016, tornando-se o primeiro presidente da América do Sul.

O Sr. Ohannes Semerdjian Neto, engajado com a sua família na coletividade Armênia do Brasil e nas instituições comunitárias, foi presidente no biênio 2011 e 2012 do Clube Armênio; participou do Fundo Armênia; conselheiro e diretor da Igreja Apostólica Armênia, vice-presidente da diretoria executiva e vice-presidente da Sociedade Beneficente e Cultura Maracha.

O Comitê Brasileiro de Jogos Pan-Armênios foi instituído em 2012 por sua excelência Achot Yeghiazarian, tendo como missão promover a integração e o espírito esportivo entre os jovens descendentes de armênios. Desde sua criação, Helio Balukian representou Ohannes Semerdjian Neto na Sama. Foram realizadas sete edições de jogos, reunindo cerca de quatro mil atletas de origem armênia provenientes de cinco continentes, mais de 500 atletas armênio-brasileiros participaram das competições até a última edição, ocorrida em 2023. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. HELIO BALUKIAN - Boa noite a todos. Cito e parabenizo o presidente da sessão, deputado Delegado Olim; a presidente do Conscre, a Sra. Marina Tikazawa; a Sra. Hilda Diruhy Burmaian, cônsul honorária da República da Armênia em São Paulo; o bispo Nareg Berberian, prelado titular da Igreja Apostólica Armênia do Brasil; e todas as autoridades civis e religiosas presentes.

É com grande orgulho e satisfação que recebo esta homenagem do Conscre, sendo indicado pela coletividade Armênia de São Paulo pelo trabalho frente ao comitê Pan-Armênio do Brasil, trabalho esse iniciado em janeiro de 2002, após o chamado do nosso cônsul da época, Achot Yeghiazarian para assumir a titularidade do comitê em conjunto com o meu colega Ohannes Semerdjian Neto e com o apoio da nossa coletividade, representada pelas seguintes entidades: União-Geral Armênia de Beneficência e Sama Clube Armênio.

Com todas as suas infraestruturas físicas e institucionais demos início ao grande projeto. O início realmente foi trabalhoso ao extremo, pois nunca estivemos engajados em um evento desta proporção.

Após um ano e meio de tratativas, treinamento, logística de viagens e principalmente a responsabilidade do bem-estar de 30 jovens atletas com idade média de 17 anos, viajando ao outro lado do mundo, foi uma verdadeira aventura. Enfim, no início do mês de agosto de 2003 partimos para Armênia, tornando realidade o nosso sonho.

A importância maior, digo, os resultados positivos foram o congraçamento dos descendentes de armênios no mundo todo com a participação expressiva de quase 4.500 atletas por edição das olimpíadas, sendo que passamos sete edições, chegamos ao número de 30 mil jovens nesses 20 anos. Quando eu digo 30 mil, são do mundo todo. E nossa delegação aqui contou com a participação de 500 atletas até hoje.

Repito e afirmo que a prioridade desse projeto não é a competição esportiva, e sim a oportunidade de nossos jovens brasileiros descendentes de armênios conviverem com o povo, costume e da terra dos seus avós.

O ponto primordial foi mostrar a todos o nosso DNA brasileiro. Características marcantes como auxiliar o próximo e o acolhimento aos necessitados. A maior prova foi a acolhida que o nosso povo proporcionou aos refugiados armênios há quase 100 anos atrás, foragidos do primeiro genocídio do mundo, perpetrado pelo Império Otomano.

E findando as minhas palavras, agradeço a todos os que colaboraram conosco para com o sucesso durante esses 20 anos. E também, uma homenagem especial que eu faço aí é o conselheiro da Conscre, o Sr. Archavir Doneli, pelo trabalho realizado e pela dedicação com a coletividade armênia de São Paulo.

Parabéns a todos nós. (Palmas.)

 

O SR. OHANNES SEMERDJIAN NETO - Boa noite a todos. Vou ser breve, porque ele já falou quase tudo.

Eu gostaria de iniciar prestando homenagem ao proponente desta sessão, deputado estadual Delegado Olim, à presidente da Conscre, Marina Hissako Maeda Tikasawa, aos demais membros desta Mesa que compõe.

A todos, muito obrigado, Malter Feldman, iniciador desse projeto maravilhoso; cônsul honorária da República da Armênia em São Paulo, Hilda Diruhy Burmaian; corpo eclesiástico da Igreja Apostólica Armênia, bispo Nareg Berberian e arciprestes Yeznig Guzelian e Boghos Baronian; e todos os representantes e autoridades das comunidades estrangeiras, em especial a comunidade armênia, que estão nos prestigiando com todas as entidades constituídas hoje neste plenário.

Complementando a fala do meu antecessor Helio, gostaria de compartilhar com vocês a honra desse reconhecimento do trabalho que há mais de 20 anos desse projeto pode propiciar aos jovens da nossa colônia a oportunidade, através do esporte, de conhecer a terra dos nossos ancestrais.

É uma alegria e satisfação poder sentir e observar no rosto e nos corações de cada participante o primeiro contato com a Armênia e, consequentemente, notar uma grande transformação.

Finalizando, compartilho esse prêmio com todos aqueles que trabalharam conosco acreditando no sucesso desse projeto. Especial agradecimento aos patrocinadores que nos acompanham desde o primeiro momento, que são: Andre Kissajikian, Arthur Kalajian e Irmãos Sarafian, assim como todos os diretores, atletas e técnicos que se empenharam desde a primeira edição.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Homenageada da Bolívia, Veronica Quispe Yujra. Também convidamos a representante da comunidade boliviana, Ruth Myrian Camacho Kalubs.

Veronica, mestrado e doutorado em patologia da Unifesp e Universidade de Michigan. Especialista em Estomatologia, Associação Brasileira de Odontologia, residência multiprofissional em saúde coletiva, graduação em Odontologia na Unesp, em São José dos Campos, docente da Faculdade Santa Marcelina, dentista, semiologista, estomatologista na US Santa Marcelina e cirurgiã dentista na Associação Saúde da Família, no município de São Paulo.

Tem livros como o “Saúde de Imigrantes e Refugiados” e é fundadora e coordenadora do coletivo “, Yo Puedo”, projeto social em prol de acesso à educação das comunidades imigrantes de São Paulo.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. VERONICA QUISPE YUJRA - Boa noite a todos. Cumprimento a Mesa, no nome do nosso deputado Olim, no nome da nossa presidenta Marina. Cumprimento as comunidades migrantes aqui presentes no nome da minha comunidade boliviana, que está aqui também. (Palmas.)

Não poderia deixar de transmitir a emoção que é receber um reconhecimento enquanto sociedade civil. Ainda não somos uma instituição, mas enquanto sociedade civil tem muito valor. E eu queria pedir permissão de todos para dedicar este prêmio às gerações que nos antecederam de migrantes sul-americanos, que não estão mais com a gente, inclusive os meus pais. Eles quem ajudaram a construir São Paulo mais multicultural, multilíngue, intercultural e tão potente.

Se fala muito, na televisão, a respeito da migração do sul para o norte, mas São Paulo é a prova da força que a migração sul para o sul tem. A gente sabe que a gente precisa avançar em algumas coisas. Apesar de toda a cultura de paz, a gente sabe que a xenofobia ainda existe. Então são trabalhos como esses que são importantes para esse combate.

A gente sabe que o direito político dos migrantes ainda precisa ser reconhecido. Migrante precisa poder votar. Mas a gente também entende que grandes avanços vêm acontecendo. O trabalho das comunidades migrantes mais recentes tem sido reconhecido não só na manufatura, na indústria, mas também na Educação e na Saúde, por exemplo, que é o segmento para o qual eu pertenço.

Então é muito emocionante estar aqui. E, para me despedir, eu só queria compartilhar com todos a respeito de uma palavra que, na cultura aymara, na etnia indígena aymara, não tem tradução no português. A palavra chama “ayni”. “Ayni”, do aymara, quer dizer você conseguir devolver ao mundo tudo o que ele te dá. Mas essa devolução não é por obrigação. Ela é por gratidão, por recíproca, por retribuição.

Então eu só quero dizer que receber esta homenagem é mais ainda uma responsabilidade de continuar retribuindo com a minha comunidade boliviana, com as comunidades migrantes do País e com o povo brasileiro.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. RUTH MYRIAN CAMACHO KALUBS - (Pronunciamento em língua estrangeira.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Gostaríamos de registrar e agradecer a presença do padre Gregório e do diácono Geórgios, da Catedral Ortodoxa.

Homenageado da Grécia, o embaixador Ioannis Tzovas Mourouzis. Também convidamos os representantes da comunidade grega, Carlos Roberto de Oliveira Melo, Claudia Lopes Kakouris e Ioannis Petros Makris.

Embaixador Ioannis Mourouzis fez Direito na Grécia, Ciências Políticas em Paris, doutorado em Ciências Políticas na Sorbonne, advogado em Atenas e Paris e Academia Diplomática do Ministério das Relações Exteriores em Atenas.

Exerceu como secretário do Ministério das Relações Exteriores em Atenas, secretário da Embaixada da Grécia em Paris, conselheiro da Embaixada da Grécia em Bratislava, na Eslováquia, cônsul-geral da Gjirokastër, Albânia, vice-diretor de Direção dos Países do Sudoeste Europeu, chefe da unidade do Parlamento Europeu na representação permanente da Grécia na União Europeia, diretor do Bureau do Parlamento Europeu do Ministério das Relações Exteriores da Grécia, diretor do Gabinete Diplomático do Ministro Alternativo para Assuntos Europeus, do Ministério das Relações Exteriores da Grécia, embaixador no Chile, embaixador na Espanha e Andorra e, desde 2022, embaixador da Grécia no Brasil. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. IOANNIS TZOVAS MOUROUZIS - Boa noite a todos e a todas, excelentíssimas autoridades, ilustres membros do Conscre, dignos representantes do poder público, estimados colegas do corpo diplomático, distintos representantes das comunidades estrangeiras, prezadas senhoras e senhores.

É com sincera emoção e profunda reverência que recebo esta honraria, conferida pelo Conscre. Agradeço com uma gratidão verdadeira por este gesto que enaltece não apenas minha trajetória como representante diplomático da Grécia, mas, sobretudo, a história comum de amizade, convivência e intercâmbio entre o povo grego e o povo brasileiro. Reconheço desde já que esta distinção transcende minha pessoa. Ela simboliza o reconhecimento coletivo da longa e fecunda presença helénica em solo brasileiro.

Uma presença marcada pela contribuição inestimável da comunidade grega, que ao longo de gerações enriqueceu o tecido social, econômico e cultural do Brasil, com seus valores, seu trabalho, sua identidade e, sobretudo, sua história, longa história, e sua nobreza também.  Somos um povo muito histórico e, sempre, onde os gregos migrantes moram, contribuem à história do país que lhes acolhe.

Não posso deixar de prestar homenagem também aos embaixadores e representantes da Grécia que me antecederam nesta missão. Cada um deles, à sua maneira, contribuiu para edificar uma ponte sólida entre Grécia e Brasil. Uma ponte feita de respeito mútuo, admiração recíproca e cooperação adoradora. Foi sobre essas bases que procurei desempenhar meu papel, sempre com dedicação e apreço profundo por esta Nação amiga.

Ao me aproximar do término da minha missão, prevista para o final deste ano, recebo esta homenagem como um símbolo eloquente do que mais valorizo em minha trajetória, a construção de vínculos humanos, culturais e institucionais, que perduram além dos mandatos e que resistem ao tempo.

Sinto-me verdadeiramente um elo, um laço entre nossas duas nações e mesmo ao encerrar minha missão, continuarei a cultivar em espírito e ação a amizade entre a Grécia e o Brasil, pois certos compromissos não cessam com o final da carreira. Ao contrário, se tornam parte indelével da nossa eternidade.

Reitero meus mais profundos agradecimentos ao Conscre, à sua presidenta, ao deputado estadual Olim, a todos os amigos, e parabenizo esta importante instituição por seu papel singular na valorização das comunidades de raízes estrangeiras que tanto contribuem para a pluralidade e a riqueza do Brasil contemporâneo. A todos que compartilham este momento comigo, deixo meu respeito, minha admiração e minha sincera gratidão.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convidamos o homenageado da Itália, Claudio Carsughi. Também convidamos os representantes da comunidade italiana, Bruno Ghiotto, Fabio Pizzighello e Matteo Arcari.

Claudio Carsughi, natural de Arezzo, coincidindo hoje com o seu aniversário de 93 anos.  Então, “congratulazioni”, Carsughi. (Palmas) Chegou ao Brasil em 1946, após o fim da Segunda Guerra. Estudou no Colégio Dante Alighieri, formou-se engenheiro pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Desde os 16 anos, foi correspondente do diário italiano “Corriere dello Sport”, por onde cobriu a Copa do Mundo de 1950.

Entre 1957 e 2015, foi jornalista e comentarista da Rádio Jovem Pan, onde cobriu cinco Copas do Mundo consecutivas, entre 1970 e 1986. Entre 1960 e 1963, esteve na Rádio Bandeirantes. Jornalistas esportistas, entre eles os pilotos Rubens Barrichello, Felipe Massa e o jornalista Milton Neves, referem-se a ele como “Mestre Carsughi”. Foi editor das revistas “Quatro Rodas” e também trabalhou na “Gazeta Esportiva”, ESPN Brasil, Jornal da Tarde e o canal SportTV. É torcedor apaixonado pelo Clube Italiano de Futebol Fiorentina.

Sr. Carsughi constitui uma linda família, ao lado da Sra. Hilda, sendo pai de Odoardo e Claudia, que também é jornalista e concluiu, em quatro anos, um livro que reúne lembranças do mestre, o livro “Claudio Carsughi, 50 anos de Brasil”, que foi lançado em 22 de outubro de 2012. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - O quanto eu conheço o senhor pela Rádio Jovem Pan, seus comentários, quando eu era jovem e escutava o senhor. Sou palmeirense e o senhor fala de todos os times. É uma honra entregar para o senhor esta homenagem para o Conscre e para o senhor.

 

O SR. CLAUDIO CARSUGHI - Muito obrigado. Agradeço do profundo do meu coração. E quero lembrar, assim, rapidamente, não tenho receio, não vou fazer discurso nenhum, mesmo porque discurso é muito chato.

Apenas quero dizer que nos muitos países que eu conheci, a trabalho ou a prazer, todos me receberam muito bem. Não tenho queixa de nenhum. Alguns tinham, graças a Deus não tem mais, algumas particularidades, como o apartheid na África do Sul, onde, quando cheguei, em 1975, para o Grande Prêmio de Kyalami de Fórmula 1, a primeira coisa que eu vi foram dois bancos separados, “white” e “no-white”.

Uma coisa que, mesmo naquele momento, levava para um passado remoto, um passado em que havia escravidão, em que os povos derrotados na guerra viravam escravos. Felizmente, isso é um passado que não voltará nunca mais. (Palmas.)

E eu fico muito contente em sentir que, ao longo de minha caminhada, os vários países que eu vi, todos foram muito agradáveis, mas o Brasil ocupa um lugar todo especial, é o país que me faz sentir mais perto do meu, que é a Itália.

Brasil, muito obrigado! (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - ...Você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida! Parabéns para você, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida!

Homenageada do Japão, a Fundação Kunito Miyasaka, representada por Teodoro Sato. Também convidamos os representantes da comunidade japonesa, a presidente Marina Hissako Maeda Tikazawa, juntamente com Teruco Araki Kamitsuji e Neide Hissae Nagae.

A Fundação Kunito Miyasaka, criada em 1998, entidade sem fins lucrativos, contribuindo para a integração cultural entre o Brasil e o Japão, apoiando causas humanitárias, sociais, educacionais e ambientais, promovendo o desenvolvimento sustentável.

Em novembro de 2018, foi inaugurado o Parque Ecológico Imigrantes, localizado no coração da Mata Atlântica, às margens da Rodovia dos Imigrantes, no quilômetro 35, com sustentabilidade e acessibilidade a pessoas com baixa mobilidade, adotando a filosofia japonesa do “Mottainai”, que presenta um conceito de vida que valoriza o respeito pela essência das coisas, a gratidão pelos recursos e a eliminação de qualquer forma de desperdício.

Com a finalidade do estudo de sua fauna e flora, foram estabelecidas parcerias com as universidades e centros de pesquisa diversos. Todos os métodos empregados na construção renderam ao Parque Ecológico Imigrantes a certificação internacional de alta qualidade ambiental, sendo o primeiro, e talvez ainda o único, empreendimento desta natureza a conquistar tal honraria. O Parque Ecológico Imigrantes é um presente da comunidade japonesa à sociedade brasileira, em retribuição à acolhida dos imigrantes japoneses. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. TEODORO SATO - Boa noite, senhoras e senhores. É com muita honra que eu estou aqui hoje representando, como presidente, a Fundação Kunito Miyasaka. Essa fundação já há 27 anos vem trabalhando em prol da filantropia. Essa fundação veio trabalhando junto às comunidades nipo-brasileiras nas raízes de cultura, filantropia e meio ambiente.

Nesses anos todos, viemos trabalhando com afinco em prol daquilo que estava previsto para se fazer. Nós queremos homenagear o deputado Delegado Olim, a presidente Tikazawa e os demais membros da Mesa e demais membros e personalidades presentes.

O Conscre realiza um trabalho dignificante com as várias comunicadas radicadas no Brasil, celebrando de forma elogiosa para que as raízes e cultura de cada povo sejam cada vez mais miscigenadas com o povo brasileiro. É um evento especial, em que se celebra a rica história, tradições e contribuições às comunidades e raízes estrangeiras no estado de São Paulo e em todo o Brasil.

Agradeço as palavras que foram ditas na apresentação pela senhora que fez a descrição da fundação e agradecemos a homenagem que hoje está sendo outorgada à Fundação Kunito Miyasaka, como um reconhecimento do trabalho desenvolvido nesses últimos 27 anos. Como eu já repeti, a serviço da cultura, do meio ambiente e das pessoas.

Todo esse mérito se deveu ao trabalho dos voluntários, que, por todo esse período de existência da fundação, tendo durante os 13 anos da Presidência do nosso ilustre presidente Dr. Roberto Yoshihiro Nishio, trabalham de forma íntegra e conscienciosa para administrar em prol do cumprimento das disposições estatutárias.

O Parque Ecológico Imigrantes, desde quando foi idealizado, em 2010, foi com a premissa de construir um legado da colônia japonesa à sociedade brasileira, para que as futuras gerações possam usufruir de um parque com sentido cultural. Na construção, com a filosofia “Mottainai”, que é uma filosofia japonesa de não desperdiçar nada. Dos materiais utilizados na construção, 98% dos materiais foram materiais reciclados ou reutilizados.

Queria destacar o trabalho das pessoas envolvidas, que se dedicaram de todo o coração a cada pedaço da construção do parque, que, além das premissas da sustentabilidade e da acessibilidade, se preocuparam nos objetivos do conceito da filosofia da cultura japonesa. A equipe que hoje cuida do parque trabalha com o espírito de preservar o conceito da construção.

Hoje estamos empenhados na construção de uma célula que servirá como um centro cultural de estudo da Mata Atlântica. A Fundação Kunito Miyasaka agradece ao Conscre pela outorga deste reconhecimento e estende esta homenagem a todos os funcionários e voluntários que por todos esses anos se dedicaram em prol dos objetivos da fundação.

Na pedra fundamental do Parque Ecológico Imigrantes, está gravado um haicai - um haicai é um poema curto de origem japonesa - de autoria do Sr. Kunito Miyasaka, que deu o nome a nossa fundação: “Por este caminho, faço planos de seguir flores de ipê”.

Como consta no próprio folheto do Conscre: viva as diferenças.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convidamos o homenageado de Israel e da comunidade judaica, Dr. Fernando Lottenberg. Também convidamos os representantes da comunidade judaica: Sergio Serber, a Dra. Amália Pelcerman e Jairo Roizen. (Palmas.)

Dr. Fernando Lottenberg, advogado e sócio titular da Lottenberg Advogados Associados. Formado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, com mestrado e doutorado em direito internacional público. Foi bolsista “fullbright” na Lyndon Johnson School of Public Affairs, em Austin, Texas.

É membro dos conselhos do Hospital Israelita Albert Einstein, do Museu Lasar Segall, da Fundação Fernando Henrique Cardoso e do Movimento de Defesa da Advocacia, entre outros. Foi membro do Conselho da Secretaria de Relações Internacionais do Município de São Paulo e do Governo do Estado de São Paulo.

Ex-presidente da Confederação Israelita do Brasil - Conib, de 2014 a 2020; presidente do Comitê Executivo da Memorial Foundation for Jewish Culture e membro do Conselho da Sessão Latino-americana, do Comitê Judaico Americano. Foi membro do Conselho da Administração, do Comitê de Auditoria e do Comitê de Ética, desde 2024, da Porto S.A.

Foi agraciado com o Prêmio Raymundo Faoro de Mérito na profissão de advogado e com a Medalha Anchieta e Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo, concedidos pela Câmara Municipal de São Paulo, e com o Prêmio David Harris concedido pela American Jewish Committee, em 2023. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. FERNANDO LOTTENBERG - Boa noite a todos e todas. Inicio minhas palavras saudando os presentes e as presentes, em especial os deputados Delegado Olim, Bruna Furlan, Paulo Fiorilo, o ministro Moura Ribeiro, o sempre deputado Walter Feldman, que me honram ao respaldarem a iniciativa do Conselho Estadual Parlamentar de Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras concedendo esta homenagem.

Foi aqui em São Paulo que dois padres, Nóbrega e Anchieta, com a colaboração de um cristão novo português, João Ramalho, e sob a proteção de um dirigente indígena, o cacique Tibiriçá, seu sogro, ajudaram a criar esta cidade, embrião do nosso estado.

Foi aqui também que, há cerca de 100 anos, na década de 20 do século passado, meus avós, vindos da Europa antes da tragédia que seria a Segunda Guerra Mundial, foram recebidos como amigos, como vizinhos, como iguais.

Foi aqui também que, não muito tempo após essa chegada, os seus filhos, a primeira geração nascida aqui, tiveram a oportunidade de frequentar faculdades da recém-criada Universidade de São Paulo. Foi aqui que, imigrantes, ao contrário dos seus países de origem, não lhes foi negada a possibilidade de progredir na vida e de proporcionar Educação de qualidade e gratuita a seus filhos.

E foi neste ambiente paulista que a minha família se aclimatou, cresceu e se desenvolveu. Na Faculdade de Direito da mesma Universidade de São Paulo, eu me formei, fiz mestrado, fiz um doutorado e, como eu, vários da minha família tiveram essa mesma oportunidade.

Atuo profissionalmente como advogado e conselheiro, mas sempre achei que a vida não é apenas o trabalho remunerado. Como foi mencionado pela nossa mestre de cerimônias, entre atividades sociais, políticas e comunitárias, procuro me dedicar a diversas instituições de forma voluntária. É uma maneira modesta de procurar retribuir a São Paulo e ao Brasil o que deles eu e minha família recebemos.

Tive a honra de presidir, por dois mandatos, a Conib, e algo que me deixa muito honrado: fui a primeira pessoa a ser indicada como comissário da Organização dos Estados Americanos para o monitoramento e o combate ao antissemitismo. Nesta função, tenho me dedicado a enfrentar, em escala continental, a mais antiga forma de ódio e, muitas vezes, esquecido.

Muita coisa? Dizem que, quando você precisa de algo, deve procurar a pessoa mais ocupada que você encontrar para ajudá-lo. É essa pessoa que vai encontrar tempo para fazer o que é necessário.

Concluindo: hoje, esta homenagem é prestada em um dia muito especial. Setecentos e trinta e oito dias depois, os reféns que estavam nos túneis do Hamas foram liberados. (Palmas.) Em abril de 2024, Bruna, na mesma praça em que estivemos em Tel Aviv, eu ganhei este símbolo, que é o símbolo dos reféns, de que eles não seriam esquecidos. A partir de hoje, eu vou tirá-lo, porque ele não é mais necessário. (Palmas.)

O cessar-fogo que foi assinado hoje não é já a paz, é uma primeira fase, mas que ele possa trazer em definitivo a cessação das hostilidades naquela região e trazer de fato o que todos esperamos.

(Pronunciamento em língua estrangeira.)

Paz.

Muito obrigado, São Paulo. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Homenageada da comunidade palestina, a Fepal - Federação Árabe Palestina do Brasil, representada por Samia Tayeh.  Também convidamos os representantes da comunidade palestina Rita de Cássia Halti, Mohamed Salem e Mustafa Al Khatib. (Palmas.)

Fundada em 1979, é a entidade que representa a diáspora palestina no Brasil, constituída por 60 mil imigrantes e refugiados e seus descendentes. Afiliada à Confederação Palestina da América Latina e do Caribe e reconhecendo a Organização para a Libertação da Palestina como única e legítima representante do povo palestino, atua na defesa dos interesses das comunidades de origem palestina que vivem no Brasil representando-as em espaços políticos e sociais.

A Fepal reúne e congrega associações e sociedades palestino-brasileiras espalhadas por mais de 100 cidades brasileiras em praticamente todos os estados da Nação, mais o Distrito Federal.

A entidade promove a preservação da cultura palestina nas comunidades, com especial atenção à juventude, e fomenta atividades que estimulam as pessoas a manter suas conexões com a mãe-pátria e com a resistência palestina.

No plano político nacional, apoia a tradição diplomática brasileira de respeito e as resoluções da Organização das Nações Unidas, que buscam promover a paz, os direitos humanos e a harmonia entre os povos de diferentes etnias, credos e religiões. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. SAMIA TAYEH - Boa noite a todos, Sr. Presidente da mesa, Delegado Olim, Sra. Presidente do Conscre, Sra. Marina, conselheiros deste Conscre, a quem agradecemos pelo trabalho, a todos aqui presentes. Hoje não sou eu que recebo essa homenagem, e sim a Fepal.

A Fepal recebe essa homenagem em reconhecimento ao cumprimento do seu grande papel em esclarecer à sociedade brasileira toda a verdade sobre tudo o que vem acontecendo com o povo palestino. Eu estou aqui hoje não só em nome da Fepal, mas de todos os brasileiros palestinos desta diáspora, imigrantes, refugiados e seus descendentes, hoje contados entre duzentos e trezentos mil palestinos no Brasil.

Meu pai, um refugiado palestino de 1948, casado com uma brasileira descendente de sírios. Meu pai, muçulmano; minha mãe, cristã. Ele sempre dizia para a gente: “Para sermos um bom brasileiro, antes de tudo, nós temos que ser um bom palestino, para agradecer sempre esta terra, este País que nos recebeu de braços abertos.” Muito obrigada, Brasil. (Palmas.)

Neste momento trágico para a humanidade, ao qual assistimos, nesses dois anos, ao vivo e todos os dias, a tentativa de extermínio do povo palestino, estendemos essa homenagem a todas as vítimas desse genocídio, as que se foram e as que são sobreviventes dessa tragédia avassaladora às quais peço uma salva de palmas em honra e memória. (Palmas.)

Estamos falando aqui de mais de 80 mil mortos, entre eles 23 mil crianças e mais de 13 mil mulheres, mães, ventres, das quais mais de mil estavam grávidas, 1.701 profissionais da Saúde assassinados, 500 pessoas sequestradas e torturadas, 113 funcionários da Defesa Civil, 1.000 funcionários da Educação, 276 profissionais de comunicação - mais que os 69 em toda a Segunda Guerra Mundial -, 203 funcionários da ONU. Mais de 500 pessoas morreram de fome, sendo 150 crianças, 3.000 pessoas fuziladas na fila da comida.

Segundo a revista científica “The Lancet”, o número de mortos em Gaza pode ultrapassar 350 mil, a maior devastação de todos os tempos. A história será lembrada como o antes e o depois do genocídio do povo palestino.

Não podemos deixar de agradecer à maioria esmagadora da humanidade, que está ao lado do povo palestino. Todos os dias assistimos às multidões e multidões nas ruas, em todos os cantos deste mundo, milhões de pessoas clamando por justiça e o fim dessa matança desordenada do nosso povo.

Nosso grito é para que o nunca mais seja nunca mais mesmo e nunca mais para todos.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Neste momento, convidamos a homenageada do Paraguai, a consulesa Adina Janzen de Avalos. Também convidamos os representantes da comunidade paraguaia, Maria Esther Sanches Galeano e Patrícia Rivarola. A consulesa Adina Janzen de Avalos construiu uma trajetória exemplar de dedicação à cultura paraguaia e à arte do Ñanduti.

Fundadora da Associação Les Dentelles de Nanduti, em Paris, participou de feiras e exposições internacionais, ensinou as técnicas de Ñanduti e Ao Po’i em diferentes países e criou o grupo Ju Jeroky, em São Paulo. Também foi painelista no “Conectividades Mulher”, estudou o bordado coreano - chasu - com Madame Kim, participando da exposição coletiva na Still Tower.

Sua vida e obra revelam uma mulher guerreira, exemplo e inspiração para muitas gerações, mostrando que não existem obstáculos para quem possui a virtude de servir e compartilhar a riqueza do artesanato paraguaio. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. ADINA JANZEN DE AVALOS - Boa noite a todos. Cumprimento a todos os integrantes da Mesa, na pessoa do Delegado Olim e também da presidenta do Conscre, Marina. É uma alegria enorme estar aqui com vocês.

Meu nome é Adina Janzen de Avalos e tenho o privilégio de acompanhar meu marido, o cônsul-geral do Paraguai em São Paulo. Mas, acima de tudo, estou aqui como paraguaia orgulhosa de sua terra e profundamente grata por este momento.

Quero começar agradecendo ao povo brasileiro, especialmente aos paulistas, por acolher com tanto carinho nossos compatriotas. Muitos paraguaios encontraram aqui não só trabalho e oportunidades, mas também amizade e um novo lar.

Ao longo da vida, vivi em países muito diferentes - França, Coreia do Sul e agora Brasil - e aprendi que onde quer que estejamos, o mais bonito é poder ajudar e estar perto dos nossos. É por isso que me dedico com tanto amor a ensinar Ñanduti e Ao Po’i, duas joias do nosso artesanato tradicional, hoje reconhecidas como patrimônio cultural do Paraguai.

Essas aulas se tornaram muito mais do que um espaço para aprender. São encontros entre paraguaias, brasileiras e várias mulheres de outros países. Trocamos histórias, risadas e, acima de tudo, amizades. Confesso que nunca imaginei que algo tão simples como compartilhar o que amo fazer pudesse me trazer tantas alegrias e tantas pessoas queridas.

Hoje, receber este reconhecimento do Conscre é uma emoção que as palavras não conseguem descrever. Sinto-me apenas uma humilde mensageira das técnicas ancestrais do meu país. As verdadeiras homenageadas desta noite são o Ñanduti e o Ao Po’i, saberes que cruzam fronteiras e encantam o mundo. Em nossas mãos, as agulhas dançam e se transformam em delicadas expressões da alma do Paraguai.

Quero agradecer especialmente à Maria Esther e à Patricia, que tiveram essa iniciativa tão carinhosa. Este gesto me dá ainda mais vontade de continuar nesse caminho de fé, solidariedade e amizade, valores que definem também o coração paraguaio. (Pronunciamento em língua estrangeira.)

Muito obrigada de todo o meu coração. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convidamos a homenageada do Peru, Vilma Chipana Ayquipa, “in memoriam”, representada por Waldinei João Chipana Gaspar. Também convidamos os representantes da comunidade peruana, Manuel Julio Vera Del Carpio e Óscar Vásquez-Solís. E convidamos também o cônsul-geral do Peru em São Paulo, Luis Armando Monteagudo Pacheco. (Palmas.)

Vilma Chipana Ayquipa, nascida em Lima, em 1953, chegando a São Paulo em 1982. Sempre teve uma atuação bastante intensa com a comunidade peruana. Excelente cozinheira, fez comida peruana nas festas familiares da colônia peruana radicada em São Paulo. Sempre de bom humor, alegre, com serviços eficientes, tornou-se muito querida.

A sensação de estar um pouco lá e um pouco cá define a alma de tantos imigrantes que decidiram sair do Peru e vir morar no Brasil por causa de uma desilusão amorosa. Chegou sozinha, apenas com o endereço de um amigo que nunca foi encontrado.

Lá se vão 38 anos. Ela trabalhou no garimpo em Alta Floresta, grávida do primeiro filho, e na colheita de café em Rondônia, quando esperava o segundo. Depois, em São Paulo, foi a primeira a vender quentinhas de comidas peruanas na Praça da República.

Com seu talento na gastronomia, conseguiu criar os filhos e fez comida típica em confraternizações e eventos. Era devota da Nossa Senhora Aparecida e dizia que já havia recebido milagres. Era fã de Roberto Carlos e, quando escutava sua música, se sentia com o coração em Lima.

Às vezes sentia muita vontade de ir embora, mas, para ela, assim como para muitos imigrantes, sair do Brasil também seria deixar parte de si para trás. Ela amava o Brasil. Aqui tem os seus filhos, seus cinco netos e muitas raízes. História de um coração com duas pátrias e muita força e coragem para se inspirar. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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 O SR. MANUEL JULIO VERA DEL CARPIO - Eu vou falar em nome da nossa homenageada, que infelizmente faleceu faz duas semanas. Ela sabia que ia ser homenageada. Por isso está aqui o filho dela, presente, para receber a homenagem. Mas eu, como representante da colônia peruana, tenho que dizer que a Vilma, como era conhecida, era uma pessoa humilde, podemos dizer assim, porém, trabalhadora e dona de uma simpatia incrível.

Foi ela, 40 anos atrás, quando chegou aqui, em São Paulo, que começou a fazer comida peruana, como foi dito, vendendo comida peruana na Praça da República. Mas ela se fez conhecida pelas famílias peruanas aqui residentes em São Paulo, de tal forma que ela foi sempre trabalhando, fazendo comida peruana nas casas dos peruanos residentes aqui em São Paulo, com muita simpatia, a ponto de ser disputada por várias famílias, porque era realmente, em primeiro lugar, uma excelente cozinheira, uma excelente criatura, que se fazia a simpatia, que conquistava a todos com sua simpatia, com seu carinho e, principalmente, com seu profissionalismo.

Ela chegava pontualmente, ela fazia exatamente tudo o que havia prometido. Não lembro de ninguém que tenha alguma queixa com relação ao seu trabalho. Por isso, com muito orgulho, não chamamos uma pessoa qualquer, estamos falando de uma excelente representante da colônia peruana, humilde, corajosa, trabalhadora e dona de uma simpatia incrível.

Eu vou passar aqui a palavra ao filho dela, que dirá algumas palavras. (Palmas.)

 

O SR. WALDINEI JOÃO CHIPANA GASPAR - Boa noite a todos. Só agradecendo à Mesa, ao cônsul, ao cônsul Sr. Armando. É isso, agradecer. (Palmas.) E é isso aí, desculpa, minha mãe faleceu recentemente, a gente está meio abalado ainda.

Obrigado a todos. (Palmas.)

 

O SR. MANUEL JULIO VERA DEL CARPIO - Parabéns.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Neste momento, convidamos a homenageada de Portugal, Dra. Maria Olívia Esteves Alves. Também convidamos os representantes da comunidade portuguesa, Armando Lopes Baptista, Ricardo Magalhães, Fábio Ferreira Durço e o ministro Dr. Paulo Dias de Moura Ribeiro.

Maria Olívia Pinto Esteves Alves, brasileira e portuguesa; nascida no Porto, em Portugal; bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Católica de Santos; pós-graduação em Direito Civil; professora assistente de Direito Penal; colaboradora da Escola Paulista da Magistratura, área de Infância e Juventude; é desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo, atualmente integrante da 6ª Câmara de Direito Público, cargo desde 2011.

Exerceu Advocacia de 1983 a 1985; juíza de direito titular de Miracatu; juíza de direito titular da 1ª Vara da Praia Grande; juíza corregedora de presídios; juíza da Infância e Juventude; integrante da Comissão Estadual de Adoção Internacional; integrante do Conselho Supervisor do Sistema dos Juizados Especiais de São Paulo; atuação na Casa de Portugal de São Paulo, onde foi diretora-adjunta para Assuntos Sociais e Culturais; secretária-geral, e 3ª vice-presidente da Diretoria Executiva da Casa de Portugal de São Paulo. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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A SRA. MARIA OLÍVIA ESTEVES ALVES - Muito boa noite a todas e a todos. Eu cumprimento os integrantes da Mesa, na pessoa do presidente desta sessão, o deputado Olim; na pessoa da Sra. Marina Hissako, presidente do Conscre; também na pessoa do embaixador António Pedro Rodrigues, cônsul de Portugal em São Paulo. E eu cumprimento todas as autoridades presentes, na pessoa do meu apoiador incondicional, por coincidência, meu marido, o ministro Paulo Dias de Moura Ribeiro. (Palmas.)

Eu agradeço muito emocionada a presença da minha filha, Marina, que está até fotografando aqui... (Palmas.) Das minhas amigas e dos meus amigos do Tribunal de Justiça de São Paulo, do Ministério Público, da Advocacia, da Casa de Portugal.

É uma honra e uma alegria muito grande receber esta homenagem como imigrante, como representante da comunidade portuguesa. Eu agradeço a toda a diretoria da Casa de Portugal, especialmente ao seu presidente, o Dr. Renato Afonso, e aos meus colegas diretores, o Ricardo, o Fabio, o Freixo, que está aí, que são responsáveis pela indicação do meu nome para receber este carinho.

Eu também queria dar um testemunho a todos vocês e dizer que, desde que eu cheguei aqui no Brasil, em 1962, de navio, desembarquei em Santos com a minha família, sempre fui muito bem acolhida. Aqui eu aprendi a falar o “brasileiro”. Aqui eu aprendi praticamente tudo, eu me desenvolvi com condições dignas. Eu, minha irmã Aurora, que infelizmente não está mais presente, e meus pais. E de tal forma que galguei ser hoje uma das integrantes do Poder Judiciário do Estado de São Paulo. Fui uma das primeiras juízas - fui a 15ª no estado de São Paulo.

Por isso, para mim, é muito triste ver o que acontece aí pelo mundo em relação a um imigrante. Há um movimento inverso, incompreensível, incompreensível. Eu queria dizer que a imigração, para mim, é um ato de muita coragem, é um ato de luta. Foi a luta vivenciada pelos meus pais. Vi isso no exemplo deles.

Hoje, eu até apurei recentemente, com informações do Sr. Embaixador, que a nossa comunidade portuguesa é a maior em São Paulo - somos mais de 50 mil. E eu queria finalizar dizendo o seguinte, como dizia o papa Francisco: “Não existem pessoas com moradias fixas. Somos todos imigrantes”.

Quero agradecer muito ao estado de São Paulo e ao Brasil.

Muito obrigada a todos. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Homenageado da Rússia, o Lar São Nicolau, da Sociedade Filantrópica Paulista, representada por Sergio Igor Chnee. Também convidamos os representantes da comunidade russa, Tamara Kalinin e Daniel Pasiznick.

A história do Lar São Nicolau remonta à grande diáspora do povo russo, causada pela Revolução Bolchevista e pelas duas grandes guerras do século XX. A maioria das famílias imigrantes levava tempo até se situar na nova pátria.

No caso da comunidade russa, alguns poucos conseguiram um pequeno destaque através da lavoura de café, já nas primeiras décadas do século XX, como o Sr. Arkadij Selianinov. Um dia, ele estava andando pelo centro da cidade de São Paulo e avistou um idoso deitado com feições e trajes que lhe pareceram familiares. Tratava-se de um conterrâneo.

Com o apoio do Sr. Razguliaev, criou a Sociedade Filantrópica Paulista ou Lar São Nicolau, como é carinhosamente chamado. O residencial acolheu milhares de pessoas ao longo desses 80 anos, abrigando inicialmente descendentes de eslavos, mas, com o passar do tempo, também de outras culturas e brasileiros.

Nos anos de 1990, a instituição estava com sérias dificuldades. Assumiu a direção o Sr. Igor Chnee, administrador de carreira. Com sua liderança, a instituição conseguiu se refazer e vem, desde então, buscando sempre melhorar e atender os membros da comunidade eslava e brasileira. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. SERGIO IGOR CHNEE - Muito boa noite à Mesa, ao deputado, ao presidente, às senhoras e aos senhores. Eu queria dizer, começar dizendo uma palavra, perdoem minha pronúncia, e essa palavra que eu vou dizer é (Pronunciamento em língua estrangeira.) Obrigado. (Palmas.)

Eu enxergo a nós todos - e eu vejo muitos entre nós de cabelinhos brancos, alguns me acompanham na falta deles - como árvores. Muitos de nós somos descendentes de pessoas que vieram - e já foi falado por várias pessoas hoje -, famílias que vieram e lutaram para conseguir sobreviver e estar em um outro país, em uma outra nação. E o Brasil nos recebeu - aos meus pais e avós, no caso - de braços abertos. Somos árvores, sim, porque temos raízes, as raízes dos países dos nossos ancestrais.

Mas essas árvores dão frutos, felizmente. E é essa alegria que eu quero aqui compartilhar com os senhores, de poder pertencer, neste momento, a uma instituição que tem tido o privilégio de abrigar, no início, eslavos, ucranianos, russos, húngaros, búlgaros e, hoje, descendentes de todas as comunidades.

Que nós possamos ter o coração sempre aberto, como este país que nos abrigou.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - E, para finalizar a noite, realizaremos mais uma homenagem. Convidamos a diretoria do Conscre a vir à frente e entregar uma homenagem ao deputado Delegado Olim, proponente desta solenidade. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Bom, primeiramente, Feldman, estou maior que você já, viu? Tenho mais homenagens que você, já não sei quantas. Bom, quero agradecer muito ao pessoal do Conscre. E hoje quero dizer o seguinte: todos aqui falaram hoje, as pessoas de todas as raças desabafaram. Esse é o Brasil, este é São Paulo, que é o coração do mundo.

Então, a Assembleia Legislativa de São Paulo está honrada pelo que foi feito hoje aqui, pelo que foi falado aqui. Eu estou muito, muito feliz que eu vi que todo mundo falou o que quis falar, todo mundo ouviu educadamente, e é isso aí.

Isso aí é uma democracia, nós somos irmãos. E, hoje, nada mais justo que acabou a guerra, pode ter certeza que a guerra acabou. Isso vai ser importante para todo mundo, para todos. (Palmas.)

Todos voltarão para suas casas, todos estarão felizes. E quero deixar aqui bem claro: São Paulo é de todos, São Paulo é um país, o Brasil é o coração de todos. Sejam sempre bem-vindos aqui na Assembleia Legislativa de São Paulo e muito, muito obrigado. E Deus vai dar a paz para nós.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - A foto oficial, por favor. Solicitamos que retornem aos seus lugares. Com a palavra, o deputado Delegado Olim para que proceda o encerramento desta sessão solene.

 

O SR. PRESIDENTE - DELEGADO OLIM - PP - Primeiro, quero agradecer a todos os presentes, nossos deputados aqui presentes. Quero também agradecer à Polícia Militar, à Polícia Civil, que estão aqui dando a nossa segurança.

Esgotado o objeto da presente sessão, agradeço a todos os envolvidos na realização da solenidade, assim como agradeço a presença de todos e também da minha assessoria.

Está encerrada esta sessão. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 26 minutos.

 

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