14 DE OUTUBRO DE 2024

139ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI e REIS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h07min.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - REIS

Assume a Presidência.

        

4 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

        

6 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - REIS

Assume a Presidência. Registra a troca do diretor do Iamspe, Dr Takano.

        

8 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

10 - PRESIDENTE REIS

Registra a presença dos alunos da Fundação Armando Álvares Penteado nas galerias. Defere o pedido.  Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 15/10, à hora regimental, com Ordem do Dia, para a qual faz aditamento. Levanta a sessão às 14h44min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente. Com a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) 

Com a palavra o deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Donato. (Pausa.) Com a palavra a deputada Leci Brandão. (Pausa.) Com a palavra o deputado Barros Munhoz. (Pausa.) Com a palavra o deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Reis, que fará uso regimental da Tribuna. 

 

O SR. REIS - PT Quero saudar o presidente, deputado Carlos Giannazi, que preside os trabalhos, o público presente, os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Técnico-Científica, da Polícia Penal, todos os funcionários públicos, todos que estão em suas residências e nos acompanham pela Rede Alesp.

Presidente, nós temos vários assuntos para falar hoje. Pena que os deputados estão nos seus bairros, nos seus territórios, pois, seria importante que pudessem estar os 92, porque têm dois aqui, faltam 92, para falarmos dos problemas que estão afligindo a nossa população. As pessoas estão no breu.

Muitas pessoas não tiveram mais energia elétrica, de sexta-feira para cá. Muitos tiveram suas casas destelhadas, prédios foram destelhados, árvores para todos os lados. E a Prefeitura com dificuldade de dar resposta. Fica um colocando a culpa no outro. Olha, é Enel, não é a Prefeitura, é um que não desliga a luz e outro que não poda as árvores. 

Enquanto isso, o povo está sofrendo pela ineficiência da Administração Pública, pela ineficiência da concessionária Enel, uma empresa ineficiente e que, já no passado, mostrou que não tinha competência para resolver esses problemas. Não é o primeiro vendaval que acontece aqui em São Paulo. 

Lá nos Estados Unidos, chamaram de furacão Milton, aqui eles estão chamando de Hamilton. Mas, no ano passado, nós tivemos um vendaval semelhante a esse e houve pessoas que ficaram até dez dias sem energia elétrica.

A Enel foi muito criticada e houve até uma CPI aqui, a “CPI da Enel”, mas me parece que essas CPIs que tem aqui na Assembleia - assim como as CPIs que ocorrem na Câmara Municipal e eu pude presenciar várias CPIs - chegam em sua finalização, sem resolverem nada. Parece que é uma coisa para inglês ver, não é? Um faz de conta.

Aliás, a administração pública está virando um grande faz de conta. E, enquanto isso, o povo sofre. O povo sofre e o povo muitas vezes reconduz os mesmos que criaram, que causaram esse sofrimento, os que pensam que é só privatizar, é só vender.

Vendem a empresa de energia elétrica, vendem a empresa de água, vendem o cemitério, vendem os parques, vendem as ruas de São Paulo, porque as ruas de São Paulo foram vendidas para a Estapar. Ainda tem algumas ruas em que eles não estão cobrando, mas, muito em breve, se a Estapar quiser, pode cobrar de todas as ruas, porque ela tem a concessão das ruas de São Paulo.

Então, é um grande movimento de privatizações, de entrega do patrimônio público, mas quando realmente se busca respostas, se busca eficiência, a gente não vê. Critica-se muito os órgãos públicos, mas as empresas privadas também têm dificuldade de dar a resposta para a população e a Enel tem muita dificuldade. A Enel tem muita dificuldade, teve no passado, continua tendo e a população está sofrendo com isso.

E a prefeitura... Não vi a prefeitura no sábado, nem no domingo na rua. Eu não vi os caminhões das terceirizadas, porque também todo o serviço de poda, de corte de árvores, de manejo é de empresas privadas, empresas terceirizadas.

E não vi o prefeito na rua comandando a operação. Faltou isso para o atual prefeito, essa vontade de resolver as coisas, mostrando para a sociedade que ele estava à frente da operação, para poder dar resposta para a nossa população.

Ele se escondeu, ficou escondido e, hoje, começou um culpar o outro: “Ah, não é a Enel”. A Enel fala: “Não, é a prefeitura que não cortou as árvores, é a prefeitura que não poda as árvores”. É fato que quem faz a poda das árvores é a prefeitura e quem cuida da energia elétrica é a Enel.

E aí fica um culpando o outro, enquanto as pessoas estão perdendo, estão tendo prejuízo, porque muitos alimentos perecíveis que estão em suas geladeiras estão se decompondo por falta de energia elétrica. Muitos estão perdendo, porque os seus negócios dependem da energia elétrica e, com a falta de energia elétrica, não puderam funcionar – é o caso de restaurantes e pizzarias.

Então, esse é o grande prejuízo que a população está sofrendo com a ineficiência da Prefeitura de São Paulo e com a ineficiência dessa empresa chamada dona Enel.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Gostaria de chamar V. Exa. para continuar presidindo esta sessão de tal forma que eu possa utilizar a tribuna agora no Pequeno Expediente para fazer o meu pronunciamento.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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 O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Continuando a lista de oradores do Pequeno Expediente, chamo para fazer uso da palavra o deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Reis, telespectador da TV Assembleia, na semana passada, eu denunciei que o governador Tarcísio de Freitas está afrontando a legislação estadual e agora também a federal.

Eu me refiro aqui ao Dia do Professor, que é amanhã, dia 15 de outubro, Dia do Professor, da Professora. Um feriado, inclusive, escolar nacional, porque há um decreto de 1963, Sr. Presidente, um decreto ainda do governo João Goulart.

Me refiro aqui ao Decreto nº 52.682, de 1963. E também há uma lei estadual aprovada aqui no plenário da Assembleia Legislativa, Sr. Presidente. Eu me refiro aqui à Lei nº 174, de 1948, ainda na época do governador Adhemar de Barros.

Então está aqui a lei. Eu vou colocar aqui, Sr. Presidente. Eu quero desenhar para o governo: “Lei Estadual nº 174, que declara "Feriado Escolar" a data de 15 de outubro, considerada o "Dia do Professor".” Feriado escolar, aqui a lei está em vigor. Agora o decreto federal, aqui o decreto federal também: “Art. 1º - O dia 15 de outubro, dedicado ao Professor, fica declarado feriado escolar.”

Só que o governador Tarcísio de Freitas, com seu ódio contra os professores, contra o Magistério Estadual, que tem colocado em curso vários ataques em todos os níveis contra o Magistério Estadual, está negando até mesmo o Dia do Professor. Por que, Sr. Presidente? Pensa só. Daí tem um comunicado das diretorias de ensino.

Este é o comunicado que as escolas estaduais receberam na semana passada, dizendo o seguinte. Todas as escolas receberam isto daqui, é de uma das diretorias de ensino, da Sul 1, mas todas receberam exatamente este informe, que diz: “Prezados, boa tarde” - Prezados, diretores das escolas estaduais das cinco mil escolas do estado de São Paulo - “Informo que o expediente nas escolas estaduais está mantido nos dias 14 e 15 de outubro, ou seja, haverá aula normalmente, uma vez que não há publicação em ‘Diário Oficial’ em sentido contrário”.

Significa que a lei não será respeitada. Essa é a orientação da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, a gestão Tarcísio/empresário Renato Feder, que se diz secretário da Educação do estado de São Paulo, o dono da Multi - antiga Multilaser. Sr. Presidente, isso é grave, é uma afronta não só à lei, mas à dignidade do Magistério Estadual e de todos os profissionais da Educação, porque o governador está negando o feriado escolar.

Todas as escolas, por exemplo, aqui da rede municipal, estarão fechadas. Escolas particulares, Sr. Presidente, não vão funcionar amanhã, e a rede estadual vai funcionar amanhã. Não vai dar o dia para os professores da rede estadual, Sr. Presidente. Isso é uma humilhação, é uma afronta jamais vista na história aqui do estado de São Paulo. Isso porque tem um aparato legal garantindo aqui o Dia do Professor. É feriado, a lei é clara, feriado escolar...

Mas nós estamos tomando providências, porque a gente denuncia aqui, mas anunciamos também medidas, nós reagimos a esses ataques. Então, no nosso coletivo Educação em Primeiro Lugar - que é formado pelo mandato da deputada federal Luciene Cavalcante, que é professora, supervisora de ensino da rede aqui de São Paulo, da rede pública; do vereador Celso Giannazi da Câmara Municipal, que é membro da Comissão de Educação da Câmara Municipal, e pelo nosso mandato aqui da Assembleia Legislativa - nós entramos com várias medidas...

Nós oficializamos o Conselho Estadual de Educação com o pedido de reconsideração de ato administrativo ilegal do governo, que não está respeitando a lei. Estamos oficializando o governo, o governador Tarcísio de Freitas. Estamos representando também o Ministério Público estadual e o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo para que providências sejam tomadas, Sr. Presidente, e a lei seja cumprida e o Dia do Professor seja respeitado por esse governo Tarcísio de Freitas.

É um absurdo isso estar acontecendo, Sr. Presidente. Os professores já perderam as faltas abonadas. O professor não pode mais ir ao médico, ele fica com falta médica, licença médica... Ele tem sérios prejuízos no sistema de bônus, na escolha de aulas, na atribuição de aulas. Ele perde, ele é punido, ele tem que trabalhar doente.

Hoje o professor da rede estadual não tem um dia de folga. Ele perdeu vários direitos ao longo das últimas gestões, e até mesmo o Dia do Professor foi retirado do Magistério estadual, Sr. Presidente.

Então, isso demonstra claramente a política de ódio contra o Magistério estadual. Na verdade, contra todos os profissionais da Educação. E essa política de ódio é estendida também aos servidores públicos, em geral, do estado de São Paulo.

Ela alcança os servidores da Segurança Pública, da Assistência Social, da Saúde, da Cultura, e ela se espraia também, até mesmo pelos outros poderes. Pelo Poder Judiciário, porque é o governo que libera os recursos para o pagamento dos servidores do Judiciário, do Ministério Público, do Tribunal de Contas, da Defensoria Pública do Estado de São Paulo.

Então, essa política de ódio, de achatamento salarial, ela se espraia por toda a administração estadual. Mas nós estamos em luta, Sr. Presidente, fazendo aqui a resistência e acionando, como eu disse, o Conselho Estadual da Educação.

Está aqui a nossa representação. Vamos ao Tribunal de Contas, ao Ministério Público Estadual e oficializando o próprio governador do estado de São Paulo, para que amanhã, dia 15, seja considerado feriado estadual também na rede estadual de ensino, como está acontecendo em várias prefeituras do estado de São Paulo, e até mesmo na rede particular.

Sr. Presidente, as escolas particulares não vão funcionar. Amanhã, só a rede estadual. Então, isso demonstra, repito mais uma vez, a política de ódio e de ataque do governador Tarcísio de Freitas e do seu empresário da Educação, Renato Feder, contra o Magistério estadual.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo na lista de oradores, chamamos o deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada Beth Sahão.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. PRESIDENTE – CARLOS GIANNAZI - PSOL - Entrando agora na Lista Suplementar do Pequeno Expediente, dos oradores inscritos. Ah não, ainda não entramos, vamos entrar ainda. Ele parou aqui.

Então, ainda no Pequeno Expediente, com a palavra a deputada Beth Sahão. (Pausa.) Com a palavra o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rogério Santos. (Pausa.)  Com a palavra o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)

Agora sim, na Lista Suplementar dos oradores inscritos no Pequeno Expediente. Com a palavra o deputado delegado Olim. (Pausa.)  E com a palavra, o deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - Presidente, eu retorno à tribuna para falar de um grande problema que vem acontecendo nas delegacias de polícia de São Paulo. Sabe que o trabalho nas delegacias de polícia se tornou muito insalubre, muito nocivo ao policial civil, por falta de funcionários. Não há funcionários nas delegacias.

Faltam escrivães de polícia, investigadores, agentes policiais e agentes de telecomunicação. E agora, o problema está se aprofundando com a falta de pessoas para fazer a limpeza da delegacia. Esse governo está no fundo do poço.

Aliás, eu acho que não está no fundo do poço, porque não tem mais fundo. Está além do fundo do poço. É um governo que, desde a sua chegada aqui, fez várias promessas de recuperar as condições de trabalho das forças de Segurança Pública. Mas o que a gente está identificando no dia a dia, quando visitamos as delegacias, não é isso.

E saiu, então, no Metrópoles, uma notícia, “Faxipol”. Faxipol quer dizer faxineiro de polícia, faxipol.

Tem o delegado de polícia, tem o investigador de polícia, tem o escrivão de polícia e o agente de polícia. Agora, há também faxineiros de polícia, que são policiais obrigados a faxinar a delegacia, porque não há mais empresas responsáveis pela limpeza.

E a matéria diz: “Sem contrato de limpeza, policiais lavam até banheiro em distrito policial”. Após rescisão com a empresa que fazia limpeza nas delegacias, policiais assumiram a função de limpar banheiro, lavar louça e tirar o lixo.

Obviamente, quando o policial vai limpar o banheiro, ele está deixando de investigar os crimes; ele está deixando de apurar os crimes, porque a função dele que era de apuração, de investigação e de persecução penal, passou a ser limpar a delegacia de polícia.

Agentes de delegacias na Zona Oeste e Sul de São Paulo, na área da 3a Seccional, ganharam mais uma função durante o expediente: fazer atividades básicas de limpeza, como lavar banheiros e tirar os lixos. O “Metrópoles” teve acesso a relatos de agentes denunciando a sujeira nos postos de trabalho.

Os “faxipol”, como eles apelidaram os funcionários do 15.º DP. O 15.º DP é aqui no Itaim Bibi, uma delegacia em área nobre, o Itaim Bibi é uma área nobre, Sr. Presidente. O 37o DP no Campo Limpo, o 47o DP no Capão Redondo, o 91o DP no Ceagesp se queixam da ausência de faxineiro nas unidades de polícia.

Houve um caso em que se esqueceram de separar os resíduos para a coleta seletiva e tiveram que correr atrás do caminhão de lixo. A reportagem apurou que a empresa responsável pelo serviço de limpeza das delegacias que estão sob a administração da 3a seccional sofreu bloqueio judicial das contas e por essa razão o contrato de prestação de serviço foi rescindido.

Essas denúncias não são de agora. Já tem alguns meses que estão sendo trazidas. Nós fizemos os questionamentos, e agora chegou na mídia, chegou aos jornais de grande circulação essa ausência das empresas que tinham contratos com a Secretaria de Segurança Pública para fazer, para prover a limpeza das delegacias de polícia.

Então, os policiais, além do trabalho deles no dia a dia, agora eles têm que se dedicar a fazer a faxina nos prédios das delegacias de polícia. O governo, há muito que eu venho denunciando esse governo, que deixou um pouco a Polícia Civil de lado. Ele fala: “Não, eu contratei quatro mil e tantos policiais”. Muitos já pediram baixa, já pediram exoneração. E muitos estão se aposentando.

Então, nessa velocidade do governo, quando ele terminar todo o processo em que esses policiais forem para as delegacias trabalhar, o déficit vai continuar lá em cima, além de que há um concurso em andamento de mais 3.500 policiais que, provavelmente, só vão entrar na polícia quando terminar o governo que aí está.

Então, é uma falta de zelo com a Polícia Civil de São Paulo, é uma falta de cumprimento de promessas. E além de não valorizar os policiais, além do vale-refeição continuar 12 reais e não atingir o grande número de policiais civis, além de ter dado aumentos diferenciados, ainda agora estão colocando os policiais que têm o papel de investigar, que têm o papel de apurar os crimes, para fazer faxina nas delegacias. Isso é uma vergonha, Sr. Tarcísio de Freitas.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Gostaria de chamar V. Exa. para continuar presidindo a nossa sessão, para que eu possa utilizar novamente a tribuna. Então eu chamo o deputado Reis.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Reassumindo a Presidência, antes de passar a palavra para o deputado Carlos Giannazi, quero deixar registrado que o governo trocou o diretor do Hospital do Servidor Público, do Iamspe.

Conforme denúncia que V. Exa. fez inclusive aqui na tribuna sobre o não recolhimento do INSS dos funcionários, o Dr. Takano não é mais diretor do Iamspe; ele foi exonerado do cargo. Deputado Carlos Giannazi, V. Exa. tem o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, V. Exa. lembrou bem. O Dr. Takano saiu, graças a Deus, e saiu tarde, Sr. Presidente, deputado Reis, porque havia uma denúncia contra ele. Aliás, várias denúncias contra a gestão desastrosa dessa pessoa no Iamspe, no Hospital do Servidor Público.

Inclusive ele já foi acusado na prefeitura de ter destruído o Samu. Espero que eles reorganizem o Hospital do Servidor Público de tal forma que haja um atendimento digno para os servidores e servidoras.

Mas, Sr. Presidente, quero aqui também repercutir e manifestar, na verdade, a nossa indignação com o que está acontecendo em São Paulo, sobretudo na cidade de São Paulo, que ficou no escuro desde sexta-feira e está ainda no escuro.

Nós temos milhares e milhares de famílias, de pessoas que não estão tendo acesso ainda à energia elétrica, comerciantes perdendo seus produtos, tendo vários prejuízos, famílias também perdendo os alimentos que ficam no freezer, na geladeira.

Os prejuízos são imensos para uma boa parte da população, sobretudo da cidade de São Paulo, por conta do último temporal que ocorreu na última sexta-feira. É a repetição do que já tinha acontecido no ano passado, Sr. Presidente. Nós já tínhamos presenciado um evento como esse.

E aí fica o jogo de empurra. O prefeito empurra a responsabilidade para a Enel, a Enel empurra a responsabilidade para o prefeito. Primeiro, Sr. Presidente, vamos ser claros aqui.

Nós sempre fomos contra essa privatização da energia elétrica, serviços essenciais de energia, de água, de esgoto, serviços como educação, saúde, não podem ser privatizados. Isso é um absurdo. Privatizar energia elétrica é uma tragédia anunciada.

O pior é que privatizaram a Sabesp. Vamos imaginar, Sr. Presidente, que daqui a um tempo não muito distante vai acontecer a mesma coisa com o fornecimento de água e o tratamento de esgoto no estado de São Paulo e, sobretudo, na cidade de São Paulo, porque a Assembleia Legislativa aprovou o criminoso projeto do Tarcísio de Freitas entregando a água, privatizando a água da cidade de São Paulo. Então, amanhã vai acontecer a mesma coisa com a água, vai faltar água; todos nós sabemos.

É o que aconteceu no mundo todo onde houve privatização e é o que está acontecendo em vários estados e municípios que privatizaram. E em vários países do mundo estão voltando atrás, estão reestatizando as empresas de água, porque não funciona privatizar a água.

A água é um direito fundamental humano, principalmente agora, na crise climática. O que acontece, Sr. Presidente, vamos aqui: o prefeito Ricardo Nunes se omitiu o tempo todo. É um prefeito omisso, um prefeito que não investiu na poda, no manejo de árvores, no corte de árvores.

Uma pessoa aqui em São Paulo que pede a poda de uma árvore ou o corte de uma árvore que vai cair vai ter a resposta daqui a um ano, dois anos, três anos; eu já acompanhei várias pessoas. Vossa Excelência também, que também foi vereador da cidade de São Paulo, não tem poda de árvore. A pessoa espera um século para chegar lá a subprefeitura, uma empresa terceirizada, para fazer esse serviço, porque não há investimento na zeladoria da cidade de São Paulo.

E quero ressaltar, Sr. Presidente, que nós aprovamos - eu era vereador ainda, em 2005 - uma lei na Câmara Municipal. Tem até aqui, a Lei nº 4.023, de 2005, Sr. Presidente. Eu me lembro que o prefeito, na época, era ainda o José Serra. Nós aprovamos a lei obrigando a prefeitura a fazer o aterramento dos fios, de 250 km por ano de aterramento.

A lei municipal que foi sancionada, nós aprovamos na Câmara Municipal essa lei, repito, nº 4.023, lei de 2005, Sr. Presidente, que não foi respeitada. Em 2015, houve uma portaria reforçando a legislação, mas o que aconteceu?

O sindicato, a entidade das empresas de energia, esse sindicato, essa entidade, entrou com uma ação na Justiça para derrubar a portaria. Não a lei, a lei está valendo ainda, na nossa opinião.

Entrou com um mandado de segurança inviabilizando a portaria, dando a impressão de que a lei é inconstitucional. E não é. A lei não é inconstitucional, ela não foi revogada, ela está valendo, está em vigor e tem que ser respeitada.

Tem que aterrar os fios da cidade de São Paulo, como já acontece em várias cidades do mundo. A cidade de São Paulo é uma das maiores cidades do mundo, tem orçamento para isso e o prefeito, ao invés de ter aterrado os fios, ou ter iniciado esse processo, ele gastou bilhões de reais asfaltando ruas desnecessárias para tentar a sua reeleição, porque asfalto aparece, dá visibilidade; aterrar fios, não. Mas olha só a tragédia que aconteceu. Então, a culpa é sim do prefeito - não há dúvidas em relação a isso -, que abandonou a zeladoria da nossa cidade.

A culpa também é da Enel. Nós debatemos aqui, teve uma CPI que não deu em nada, não houve nenhuma punição para a empresa, e nós denunciamos exaustivamente, Sr. Presidente.

Quero ressaltar ainda, e desmentir o prefeito Ricardo Nunes, que está jogando a culpa agora no governo federal, dizendo que é o Lula o culpado, que é o governo federal. Então, vamos aos fatos: quem fiscaliza a Enel, a empresa de energia elétrica, é a Aneel, que é a Agência Nacional de Energia Elétrica.

Nessa agência, todos os membros da Aneel, uma agência federal que fiscaliza as empresas do Brasil inteiro, todos os seus diretores, os seus membros, inclusive o seu presidente, foram todos eles nomeados pelo governo Bolsonaro. O Bolsonaro nomeou todos eles, Sr. Presidente, como aconteceu com o Banco Central.

Quem é o presidente do Banco Central hoje? Foi o nomeado também pelo Bolsonaro. O Lula não pode tirá-lo, porque tem mandato. O Lula, se quiser tirar hoje o presidente do Banco Central, Campos Neto, que joga contra a economia do Brasil, que boicota a economia brasileira, o crescimento da economia, não pode, porque tem mandato, tem lei que estabelece isso.

Então, a culpa é do próprio governo Bolsonaro, que é apoiado pelo governador Tarcísio e pelo próprio Nunes, que tem o apoio eleitoral dele. Então, não tem nada a ver com o governo federal.

A agência teria que agir e não age. Aliás, Sr. Presidente, deputado Reis, essas agências não funcionam em lugar nenhum. A Artesp, a Cesp, são todas elas, em geral, 99% - pode ter alguma exceção por aí, mas eu não conheço -, todas elas trabalham para favorecer não o povo, mas sim as próprias empresas privadas.

Vejam a Artesp aqui em São Paulo. Vejam a farra dos pedágios. A Artesp autoriza os aumentos e autoriza inclusive a construção de mais praças de pedágios no estado de São Paulo, que tem os pedágios mais caros do Brasil, talvez do mundo. Só aquele da Imigrantes custa mais, acho que já está em quase 40 reais para você descer a serra, Sr. Presidente.

Então, elas não funcionam. As agências reguladoras estão a serviço das empresas, são controladas pelas empresas. Elas não beneficiam a população, o usuário.

Eu quero ainda, Sr. Presidente, para terminar aqui, dizer que eu fico revoltado, porque eu vejo jornais falando que tem um milhão de clientes da Enel sem luz. Eles falam em “clientes”. Não são clientes, Sr. Presidente. São pessoas, são famílias.

A pessoa não tem a opção de escolher a empresa que vai fornecer energia elétrica para ela. Tem uma concessão pública, uma empresa que fornece um serviço essencial. Não tem nada de cliente aqui.

Eles querem colocar o neoliberalismo em todos os lugares. É a população. O acesso à energia elétrica é um direito essencial garantido pela Constituição Federal. Não tem nada de cliente aqui, não. Isso é cidadania, ter acesso... Mas os jornais ficam falando nos “clientes da Enel, clientes da Sabesp”. Não! Água e energia elétrica são serviços essenciais.

Por fim, Sr. Presidente, como eu digo, eu não sou de ficar só denunciando. Nós agimos também em relação a todas as denúncias que nós fazemos aqui. Então, nós entramos com uma ação popular aqui no Tribunal de Justiça responsabilizando o prefeito - está aqui a nossa ação -, o prefeito Ricardo Nunes por conta do apagão que houve aqui na cidade de São Paulo.

Quando eu digo nós, estou falando do nosso coletivo Educação em Primeiro Lugar, que é constituído, que é formado pelo mandato da deputada federal Luciene Cavalcante, aqui de São Paulo, supervisora de ensino, o vereador Celso Giannazi, aqui da Câmara Municipal, e pelo nosso mandato aqui na Assembleia Legislativa.

Então, três mandatos parlamentares acionaram agora, nesse final de semana, o Tribunal de Justiça, responsabilizando a Prefeitura, o prefeito Ricardo Nunes, pela tragédia, pelos estragos, pela incompetência, pelo descaso e pela irresponsabilidade, Sr. Presidente, que está sendo vitimada uma boa parte da população da cidade de São Paulo.  

Vamos continuar denunciando, acionando outros órgãos públicos para que as providências sejam tomadas imediatamente, e a população se livre dessa “privataria” aqui no estado de São Paulo.

Está acontecendo a mesma coisa com os cemitérios que foram privatizados, Sr. Presidente. Morrer hoje em São Paulo é uma fortuna, não dá para morrer mais na capital, porque você paga, houve um reajuste, um aumento de 400% no velório na cidade de São Paulo. Não dá para morrer mais. É difícil.

Tem a questão da Sabesp também, que é uma tragédia anunciada. Daqui a pouco tempo, ainda mais com a crise climática, com a seca que a gente vive hoje no mundo, e sobretudo aqui no Brasil. Então, era isso, Sr. Presidente. Nós vamos continuar reagindo e denunciando o que está acontecendo no nosso estado e na nossa cidade.

Por fim, Sr. Presidente, para concluir o meu pronunciamento de hoje, queria dizer que nós recebemos a triste notícia do falecimento de uma diretora de escola histórica na região da Capela do Socorro, eu me refiro a Dona Zenaide, que foi nossa diretora da Escola Municipal Paulo Setúbal, lá no Jardim Primavera.

Uma diretora querida por toda a comunidade escolar, pelos alunos, pelos pais, pelos professores e pelos servidores. Uma figura história, uma pessoa que dedicou toda a sua vida para o trabalho no Magistério, sobretudo, depois na gestão da rede municipal de ensino.

Essa foto aqui, Sr. Presidente, nós fizemos uma homenagem a ela ainda em vida, lógico, e eu era vereador ainda. Isso foi em 2002. Nós fizemos um ato lá no Jardim Primavera. Eu tinha aprovado lá o dia municipal do bairro, do Jardim Primavera, e nós fizemos um evento em praça pública.

Ela recebeu uma homenagem. Nesse dia, ela foi até a escola. Ela foi minha diretora. Eu era aluno ainda na época do ensino, hoje ensino fundamental, na época ainda o primeiro grau, que a gente falava ainda no primário e no ginásio. Ela foi a nossa diretora.

Estava viva hoje. Nós tínhamos notícia da vida dela, do que ela estava fazendo, mas infelizmente ela nos deixou, ela partiu. Então, eu faço aqui uma homenagem a essa grande diretora, essa grande gestora, a essa grande educadora, que nós chamávamos carinhosamente de Dona Zenaide.

Então, Sr. Presidente, muito obrigado.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo entre as lideranças, e não havendo mais nenhum orador inscrito, eu solicito o levantamento desta sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Antes, eu quero anunciar a visita à Assembleia Legislativa dos alunos da Fundação Armando Alvares Penteado, que estão aqui assistindo os trabalhos na data de hoje. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Sras. Deputadas e Srs. Deputados, esta Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita a Ordem do Dia com os seguintes projetos vetados:

- Projeto de lei nº 268, de 2023

- Projeto de lei nº 539, de 2023

- Projeto de lei nº 562, de 2023

- Projeto de lei nº 605, de 2023

- Projeto de lei nº 868, de 2023

- Projeto de lei nº 1.357, de 2023

- Projeto de lei nº 1.637, de 2023

- Projeto de lei nº 388, de 2024.

Havendo acordo de líderes, antes de dar por levantados os trabalhos, convoco V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da última quarta-feira, com os aditamentos ora anunciados.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 44 minutos.

 

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