18 DE OUTUBRO DE 2024

143ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: EDUARDO SUPLICY, LUCAS BOVE e CARLOS GIANNAZI

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h05min.

        

2 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - LUCAS BOVE

Assume a Presidência.

        

4 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

        

6 - LUCAS BOVE

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência. Anuncia a visita de alunos da Faculdade de Americana, do bairro Jardim Luciane.

        

8 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

        

10 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - EDUARDO SUPLICY

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

12 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 21/10, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h51min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Eduardo Suplicy.

 

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O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da ata da sessão anterior e recebe o expediente.

 

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Lista de oradores do Pequeno Expediente. Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputado Olim. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.)

Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.

Tem a palavra pelo tempo regimental, prezado líder do PSOL.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Eduardo Suplicy, telespectador da TV Assembleia.

Sr. Presidente, ontem o Supremo Tribunal Federal, através do ministro Flávio Dino, tomou uma decisão muito importante. Ele deu uma liminar, na verdade, com medida cautelar, na ação direta de inconstitucionalidade, na Adin nº 7000727, da Adepol, que é a Associação de Delegados de Polícia do Brasil, que vai beneficiar as servidoras da Segurança Pública de todo o Brasil, de todo o território nacional, das polícias civis e da Polícia Federal. Então, em que consiste essa Adin?

Ela questiona um dos trechos da Reforma da Previdência, aquela de 2019. Refiro-me à Emenda 103, que foi aprovada, que foi enviada à Câmara dos Deputados pelo governo Bolsonaro. Logo que o Bolsonaro chegou e assumiu o poder, ele encaminhou uma proposta de reforma previdenciária que prejudicou os trabalhadores e as trabalhadoras do Brasil.

Inclusive, impondo, autorizando, na verdade, o confisco das aposentadorias e pensões. E dificultando ainda mais o acesso dos trabalhadores e trabalhadoras à aposentadoria, elevando a idade mínima e também o tempo de contribuição. Foi isso que aconteceu com a famigerada Emenda 103, de 2019. Foi isso que aconteceu.

Aí aumentou, igualou, na verdade, essa Reforma da Previdência, ainda do governo Bolsonaro, ela prejudicou as mulheres; as servidoras mulheres, por exemplo, da Educação, que foram obrigadas, estão sendo obrigadas a trabalhar sete anos a mais, quando já poderiam estar aposentadas.

Mas prejudicou também as servidoras da Segurança Pública, da Polícia Civil e também da Polícia Federal, porque igualou a idade para a aposentadoria de homens e mulheres.

O que fez agora o ministro do Supremo Tribunal Federal, que já foi governador do estado do Maranhão, já foi senador, já foi deputado federal, e já foi ministro da Justiça do atual governo Lula?

Ele entendeu que a Adin era constitucional, e ele suspendeu os efeitos desse trecho, da eficácia do trecho da reforma previdenciária. E com isso, na prática, o que aconteceu? As mulheres trabalhadoras da Segurança Pública vão poder se aposentar aos 52 anos, e não aos 55 anos.

Então é uma vitória importante das mulheres, das trabalhadoras da Segurança Pública, tanto da Polícia Civil quanto da Polícia Federal. É uma liminar com medida cautelar. Então já está valendo agora. É uma vitória importante que nós conseguimos resgatar esse direito para as mulheres trabalhadoras da Segurança Pública.

O que me chama a atenção é que a extrema direita, quando assume o poder, ela retira direitos trabalhistas, direitos sociais, direitos previdenciários. Foi o que aconteceu na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, extrema direita.

O que ele fez? Congelou a evolução funcional de todos os servidores do Brasil: quinquênio, sexta-parte, licença prêmio, autorizou o confisco das aposentadorias e pensões em todo o território nacional, e prejudicou, como eu disse, as mulheres.

Criticavam muito, ainda, o atual ministro Flávio Dino, enquanto ele estava no governo Lula. Ele era muito criticado pela extrema-direita, mas quero aqui, Sr. Presidente, lembrar que foi ele, que era acusado de comunista, globalista.

Ele foi muito atacado enquanto foi ministro e ainda é atacado. Então, foi ele, esse ministro considerado pela extrema-direita comunista, lulista, de esquerda, que resgatou o direito previdenciário das servidoras da Segurança Pública. Olha só, Sr. Presidente, qual é a ironia do destino.

Então, hoje as servidoras da Segurança Pública, repito, as servidoras da Polícia Civil, das polícias civis de todo o território nacional, de todos os estados e também da Polícia Federal podem se aposentar com 52 anos, porque foram suspensos, Sr. Presidente, foi na verdade suspensa a eficácia do artigo que aumentou, que dizia que ambos os servidores e as servidoras iriam se aposentar aos 55 anos.

Então, é um avanço e é uma luta das mulheres trabalhadoras da Segurança Pública e um avanço que foi resgatado aqui, com essa decisão, repito, do ministro do Supremo Tribunal Federal, tão atacado pela extrema-direita, Flávio Dino. Ele resgatou agora a dignidade da aposentadoria das servidoras, repito, da Segurança Pública, que a extrema-direita, através do governo Bolsonaro, tinha retirado com a reforma da Previdência, com a Emenda nº 103.

 Estou desenhando aqui, sendo bem didático para mostrar quem defende de fato os servidores públicos do nosso Brasil e sobretudo, também, as servidoras. E agora vocês, servidoras, da Polícia Civil e também da Polícia Federal, vão se aposentar não com 55 anos, mas com 52 anos, graças a... lógico, à Adin da Adepol.

 Quero parabenizar a Adepol por ter ingressado com esta importante Adin, mas sobretudo com a correta decisão que tem todo o apoio constitucional do ministro Flávio Dino.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Lucas Bove.

 

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O SR. PRESIDENTE - LUCAS BOVE - PL - Pela lista de oradores inscritos, deputado Luiz Fernando Teixeira. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.)

Pela Lista Suplementar, o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos, senador.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente e deputado Lucas Bove, Srs. Deputados, deputado Carlos Giannazi, Sras. Deputadas, hoje o prefeito Ricardo Nunes cancelou sem qualquer justificativa sua participação no debate organizado pelo SBT, em parceria com o Portal Terra e a Rádio Nova Brasil, que ocorreria na manhã de hoje.

Ontem o prefeito já não compareceu ao debate da “Folha”, UOL e Rede TV. Faltando poucas horas para o debate, o prefeito Ricardo Nunes desistiu, alegando uma reunião com o governo. Na semana passada, já havia faltado no debate organizado pela Rádio CBN, e os jornais “O Globo” e o “Valor Econômico”. Ou seja, já é o terceiro debate a que ele não comparece, e quem sai prejudicado é o povo.

Os eleitores de São Paulo têm o direito ao maior número de debates possível, para poder ouvir as propostas e os questionamentos dos dois candidatos à Prefeitura da maior cidade da América Latina, que foram justamente eleitos para participarem do segundo turno.

Por causa do cancelamento de Nunes, Guilherme Boulos promoveu hoje, às dez horas, um debate com a população de São Paulo em frente ao Theatro Municipal, na Praça Ramos de Azevedo, com o púlpito vazio, simbolizando a ausência do prefeito em mais um encontro. O debate contou com um grande número de pessoas.

Destaco aqui que o Guilherme Boulos e a Marta Suplicy têm apresentado importantes propostas para a nossa cidade nas mais diversas áreas como: a Saúde, a Educação, a moradia, a Segurança, o Transporte, a Cultura, entre outros, inclusive, com políticas de transferência de renda, como a Renda Básica de Cidadania - que, em breve, poderá se tornar universal e incondicional - que eu defendo há tanto tempo.

Finalizo com o apelo para que o Ricardo Nunes compareça aos debates com o Guilherme Boulos, por respeito aos eleitores. A população de São Paulo tem o direito de conhecer as propostas, ideias e questionamentos para escolher com mais embasamento e convicção aquele que está melhor preparado para governar. Quem sabe, assim, ajudando a diminuir a alta taxa de abstenção que tivemos no primeiro turno, que foi de 27,35%, 2,55 milhões de eleitores.

Gostaria também de assinalar aqui que o Supremo Tribunal Federal determinou ao governo: adotar medidas para garantir o acesso de pessoas trans à serviços de saúde. O Supremo Tribunal Federal concluiu nessa quinta-feira, 17, o julgamento sobre as medidas para garantir o atendimento em saúde de pessoas transexuais e travestis, de acordo com o gênero com o qual o paciente se identifica. Em ambiente virtual, a Corte já havia definido que o poder público deve tomar uma série de providências.

Na sessão dessa quinta, os ministros detalharam o que deve ser feito: o Ministério da Saúde deve adaptar os sistemas de informação do Sistema Único de Saúde, de forma a garantir a marcação de exames e consultas em todas as especialidades, independentemente do registro do sexo biológico da pessoa. As alterações vão ser feitas em todos os sistemas do SUS, não apenas os de consultas, para que a população trans tenha acesso pleno à saúde em condições de igualdade.

O Ministério da Saúde deve informar as mudanças às secretarias estaduais e municipais e ajudar as gestões locais a adaptar os seus sistemas. O Ministério da Saúde deverá alterar o formato da Declaração de Nascido Vivo, para incluir as categorias “parturiente mãe”, de preenchimento obrigatório, e “responsável legal pai”, de preenchimento facultativo. A DNV é o primeiro documento que identifica o recém-nascido.

Os ministros julgaram uma ação de 2021, apresentada pelo PT, que voltou-se contra ações e omissões do Ministério da Saúde, à época sob a gestão do governo Jair Bolsonaro. O partido sustentou que os procedimentos do sistema de saúde para exames e consultas desrespeitava os direitos da população trans e pediu que o Sistema Único de Saúde se adaptasse para garantir o atendimento ao grupo de forma igualitária.

No dia 21 de maio deste ano, o Ministério da Saúde mudou a classificação de gênero para mais de 200 procedimentos do Sistema Único de Saúde. A proposta, com a mudança, é ampliar o acesso aos tratamentos da rede pública para pessoas transexuais.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Com a palavra agora o deputado Lucas Bove, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, nobre deputado Carlos Giannazi. Boa tarde aos demais parlamentares aqui presentes, nossos bravos policiais militares que sempre garantem a nossa segurança, policiais civis, assessoria, aqueles que nos assistem aqui da tribuna e também pela TV Alesp, pelas redes sociais, pelas mídias.

Eu venho aqui hoje a esta tribuna para colocar alguns fatos e colocar algumas coisas sobre os acontecimentos dos últimos dias. Primeira delas, na verdade, não é dos últimos dias, refere-se ao mês, eu estou aqui utilizando o símbolo do outubro rosa que outubro é o mês de prevenção ao câncer de mama. Então, gostaria apenas aqui de fazer esse primeiro relato, essa primeira lembrança, a todas as mulheres que nos assistem.

Façam o autoexame, procurem o hospital mais próximo, o posto de saúde, façam regularmente os exames, o Estado tem obrigação de garantir. O secretário Eleuses, junto ao governador Tarcísio tem tomado diversas medidas neste sentido. Temos, por exemplo, a carreata da mamografia - é um consultório itinerante que vai parando de cidade em cidade fazendo verdadeiros mutirões.

Se você na sua cidade não recebeu, pode nos procurar. Por exemplo, nós oficiamos a Secretaria de Saúde para que ela envie essas carretas da mamografia para a sua cidade, com ampla divulgação para que sejam todas as mulheres bem atendidas, para que sejam todas as mulheres diagnosticadas precocemente caso haja algum problema, enfim, para garantir mais tranquilidade e mais saúde para as senhoras, seus filhos e seus familiares.

Segundo ponto, Sr. Presidente, é em relação ao Dia dos Professores. Devido às agendas, eu não estive aqui em plenário no dia 15 de outubro, mas estou aqui hoje e tive uma alegria muito grande quando cheguei de um outro evento no qual estava, que vou comentar, em ver, Sr. Presidente Giannazi, as professoras que participaram da homenagem que o senhor proferiu aqui hoje, que o senhor conferiu aqui hoje.

Então, ideologias à parte, estamos em campos totalmente opostos, parabenizo o senhor pela bela homenagem às professoras aposentadas hoje. Então, com todo respeito, eu cheguei aqui hoje e tinha um monte de senhorinhas, aquelas senhorinhas com cara de professora mesmo, as professoras de antigamente, não que as de hoje tenham menos qualidade, mas aquelas professoras raiz, como nós dizemos.

E foi uma cerimônia muito linda, as nossas professoras atuais precisam, devem ser valorizadas. São elas que são responsáveis por todas as outras profissões e as antigas também. Assim como nós homenageamos os bombeiros, os policiais militares, até os políticos veteranos, muitas vezes sem a devida necessidade, temos que nos lembrar de homenagear também as nossas professoras.

Então, fiquei muito contente em ver o nosso plenário, o nosso Salão dos Espelhos lotado de professoras aposentadas com um sorriso no rosto. Parabéns, e parabéns a todas as professoras, a todos os professores que de maneira brava, de maneira heroica, tentam todos os dias competir com o celular, competir com o TikTok, competir com as drogas, competir com a violência para ensinar os nossos alunos, principalmente, nas escolas públicas.

Aliás, temos dois projetos de suma importância aqui na Casa, um projeto eu sou coautor, que é o projeto São Paulo sem Tela, para que as crianças não possam mais utilizar os celulares em sala de aula.

Nós precisamos criar os métodos corretos para fiscalização do que ocorre em sala de aula, porque criança com celular não é, porque o TikTok é muito mais atrativo do que, sem dúvida nenhuma, um professor ensinando álgebra. Então, é algo até maldoso você colocar o professor nesta mesma linha.

O projeto de autoria da Marina Helou - excelente deputada, principalmente no que se refere no termo da primeira infância e em outras questões que divergimos -, de coautoria minha. Fui o primeiro a pedir coautoria, depois o Altair, do Republicanos, partido do governador, Professora Bebel, do PT, também uma pessoa da esquerda, então, um projeto suprapartidário.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Eduardo Suplicy

 

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O governador já se mostrou positivo, a Secretaria de Educação, na qual fizemos algumas reuniões, também se mostrou positiva, e tenho expectativa de que mais deputados assinem o projeto em coautoria com a devida autorização da deputada Marina Helou, que já fez este convite a todos, para que seja aprovado aqui na Casa, e São Paulo continue sendo como sempre a locomotiva, a vanguarda do nosso País.

Tenho certeza de que com a aprovação deste projeto aqui outros estados, inclusive o governo federal, também seguirão na mesma linha. Para finalizar, Sr. Presidente, duas coisas rápidas, hoje de manhã estive na Escola de Sargentos, onde formamos 594 novos honrados sargentos, que agora comandarão frações de tropa, São Paulo adentro, para continuar combatendo a criminalidade, assim como a nossa polícia, o nosso secretário Derrite, o nosso governador Tarcísio vem fazendo.

Parabéns ao secretário Derrite, parabéns ao coronel Cássio, ao governador, ao Nico - que é o executivo -, e principalmente a esses 594 homens e mulheres que têm a honra de vestir essa farda cinza bandeirante e que têm a vocação de - se necessário for, esperamos que não - dar a vida pela vida do povo de São Paulo.

Para finalizar, Sr. Presidente, hoje é dia de São Lucas. O meu nome é em homenagem a São Lucas. A minha mãe leu o livro - quando grávida - “São Lucas: Médico de Homens e de Almas”; uma história muito bonita, recomendo a todos que leiam.

Então, nessa minha esteira aqui de comemorações, de parabenizações, eu finalizo a minha fala - agradeço a extensão do tempo - para honrar o nome de São Lucas e recomendar a todos que leiam a história de São Lucas, porque é - de fato - muito bonita, muito inspiradora e muito emocionante.

Senador Suplicy, muito obrigado, Sr. Presidente. Um excelente final de semana ao senhor, a todos os servidores, ao deputado Giannazi e a todos que me acompanharam aqui na fala.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Cumprimentos, deputado Lucas Bove, e possa São Lucas, sempre, lhe dar muita força.

Eu gostaria de, agora, anunciar a visita guiada no plenário JK, nesta sexta-feira, 18 de outubro de 2024, dos visitantes da escola, da universidade, da organização Faculdade de Americana, do bairro Jardim Luciane.

Então, sejam muito bem-vindos os estudantes, as estudantes, os professores e professoras. Se, em algum momento, considerarem que eu possa, por exemplo, dialogar com vocês, em uma palestra na Faculdade de Americana, sobre a proposta da Renda Básica de Cidadania universal e incondicional - que já é lei.

O Brasil é o primeiro país do mundo que aprova uma lei nesse sentido, só falta agora implementá-la -, podem me chamar que eu, com prazer, se não der esse ano ainda, no próximo ano, com certeza...

Tem agora a palavra o deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Eduardo Suplicy, quero cumprimentar os alunos e professores da Faculdade de Americana. Sejam bem-vindos e bem-vindas aqui à Assembleia Legislativa.

Sr. Presidente, hoje nós fizemos uma importante homenagem à Apampesp, que é a Associação das Professoras Aposentadas do Estado de São Paulo. A Apampesp está fazendo aniversário - neste ano são 30 anos de existência.

É uma entidade combativa que defende os direitos e a dignidade das professoras aposentadas do estado de São Paulo, que tem lutado contra as reformas previdenciárias, inclusive a última delas, que impôs o confisco das aposentadorias e pensões, contra as reformas administrativas que retiraram direitos não só do Magistério, mas de todo o funcionalismo público estadual - como, por exemplo, as faltas abonadas.

Então, a Apampesp sempre participou de muitas lutas. É uma entidade já histórica, sempre esteve presente aqui na Assembleia Legislativa, no Congresso Nacional, fazendo essas lutas e muitas outras: a luta em defesa do Iamspe, para que o Iamspe tenha mais recursos e possa atender não só no Hospital do Servidor Estadual, mas também no Interior Paulista, na Grande São Paulo, na Baixada Santista.

Então, hoje foi uma grande homenagem aqui. Nós tivemos a oportunidade, inclusive, ontem, Sr. Presidente, na Câmara Municipal, de - através do vereador Celso Giannazi - ofertar à presidente da Apampesp, a professora Walneide Romano, o título de cidadã paulistana, que ela recebeu, e a Apampesp esteve presente também. Então, nós estamos homenageando, parabenizando essa importante entidade, essa já importante instituição do estado de São Paulo.

Mas eu quero, Sr. Presidente, aqui, continuar denunciando as perícias médicas, na verdade, o Departamento de Perícias Médicas e as empresas terceirizadas, que estão fazendo perícias nos servidores, sobretudo agora, nos professores que foram aprovados no último concurso público.

Eu já utilizei a tribuna, já fiz alguns pronunciamentos, acompanhei também pessoalmente, ali na R. Itapeva, uma travessa da Av. Paulista, os servidores, os professores que estavam lá fazendo perícia, Sr. Presidente, numa empresa que se chama Ambiental, que é uma empresa terceirizada pelo Departamento de Perícias Médicas, que tem humilhado as professoras e os professores do estado de São Paulo. Tem várias denúncias contra o Departamento de Perícias Médicas e contra também essa empresa.

Então, o que os professores estão dizendo, Sr. Presidente? Que, por exemplo, uma professora que já trabalha na rede estadual, contratada pela Lei nº 1.093, há dez, 15, 20 anos, anos, ela passou no concurso, que foi um concurso difícil, que tinha videoaula, que ela passou por várias etapas, agora a última etapa era o exame médico.

Mas essa professora já trabalha, Sr. Presidente, há muito tempo na rede estadual, ela está apta, logicamente, mas o Departamento de Perícias Médicas tem dificultado a aprovação no exame médico dessa professora e de tantas outras e tantos outros.

Tem várias denúncias de assédio, de perseguição, de humilhação nessas perícias. Uma professora falando que o médico queria ver as varizes dela, pediu para ela tirar a roupa.

Uma outra falou que queria ver a cicatriz da cesárea que ela tinha feito. Tem denúncias de gordofobia. Se o professor está um pouquinho acima do peso, ele não é aprovado no exame médico do concurso, mas ele já dá aula na rede estadual. Então, é preconceito, é discriminação, Sr. Presidente.

Se a pessoa está um pouco acima do peso, então, por exemplo, se o governador estiver acima do peso, ele também não vai poder ser governador do estado. Ou parlamentares que estejam acima do peso não poderão também atuar aqui na Assembleia Legislativa. É um absurdo o que o Departamento de Perícias Médicas está fazendo com os nossos professores.

Tem denúncia de etarismo, professor que tem acima de 40 anos e usa óculos - e uma boa parte do Magistério usa óculos - eles estão sendo barrados na perícia médica, são obrigados a fazer novos exames complementares, que custam caro, Sr. Presidente.

Então, a todo momento, ou o professor é já reprovado, ou ele é obrigado a fazer exames complementares, que ele tem que pagar. E custa muito caro, Sr. Presidente. Tem professor que está fazendo exame, pagando três, quatro mil reais em exames.

Então, parece - e eles estão dizendo que é - uma máfia das clínicas. Parece que é algo um pouco estranho para fazer tantos exames. Uma boa parte dos professores que estão fazendo as perícias estão voltando para fazer novos exames que eles são obrigados a pagar em clínicas particulares.

Então, nós vamos investigar isso, Sr. Presidente. Há indícios de algum tipo de irregularidade ou uma máfia dessas clínicas querendo faturar em cima desses exames.

Tem várias denúncias aqui, Sr. Presidente. Olhe, os médicos não estão aceitando os atestados do Iamspe, Sr. Presidente. Então, esse médico da Ambiental, do Departamento de Perícias Médicas, muitas vezes não aceita o atestado médico, veja bem, de um hospital público, que é o Iamspe, que é o hospital do servidor público, que atende os servidores públicos. Então, esse atestado médico não tem validade na perícia médica do próprio Estado. Ou seja, o Estado não acredita no próprio Estado.

E os médicos criminalizam e culpam os professores por estarem com algum tipo de doença, Sr. Presidente. Isso é um absurdo. Mas isso não acontece só com os professores aprovados no último concurso público. Acontece também, por exemplo, um professor que pede uma readaptação tem que fazer perícia médica.

Então, a perícia médica evita dar a readaptação para o professor. Faz de tudo para ele continuar trabalhando, mesmo sem condições, Sr. Presidente, de saúde. É uma denúncia que aparece bastante.

Licenças-saúde negadas, obrigando os professores a trabalharem adoentados. Tem várias, até mesmo professores aposentados com doenças graves, que precisam da perícia para ter a isenção no imposto de renda, também são barrados.

Ou seja, aquilo que eu já denuncio há anos aqui, Sr. Presidente, desde 2007, aqui na Tribuna da Assembleia Legislativa, continua acontecendo e agora, inclusive, com empresas terceirizadas. 

O Departamento de Perícias Médicas do Estado é a casa dos horrores. Um servidor que precisa de uma perícia médica, se ele estiver doente, ele fica mais doente ainda quando ele sai da perícia médica, porque ele é vítima de etarismo, de gordofobia, de perseguição, de humilhação. É isso que está acontecendo hoje nas perícias médicas do estado de São Paulo. 

Por isso que eu já pedi a convocação aqui na Assembleia Legislativa para depor tanto o diretor do Departamento de Perícias Médicas do Estado e também o representante dessa empresa terceirizada que está fazendo perícias, que é a Ambiental. E nós também estamos acionando já o Ministério Público Estadual para que haja uma investigação.

São muitas denúncias, muitos relatos que eu estou aqui organizando, através de um dossiê, para que haja uma profunda investigação contra esse assédio, esse terrorismo que está sendo feito contra os servidores em todo o estado de São Paulo que necessitam de uma perícia médica.

Era isso, Sr. Presidente. 

Muito obrigado.

O deputado vai falar ainda? 

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Eu agradeço se o deputado Carlos Giannazi puder presidir mais uma vez a sessão, para que possa falar de mais um tema aqui a respeito, hoje, de qual a proporção de eleitores que conhecem o vice de Nunes e o vice de Boulos. 

 

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- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, no Pequeno Expediente. Agora, já na Lista Suplementar, o deputado Eduardo Suplicy, que fará uso regimental da tribuna.

                                      

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente Carlos Giannazi, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, hoje, o Datafolha informa, em matéria de Joelmir Tavares, que 86% dos eleitores de Nunes desconhecem o vice, enquanto 80% dos de Boulos sabem quem é a dele. 

O nome do vice de Ricardo Nunes é desconhecido por 86% dos eleitores que declaram intenção de votar no candidato à reeleição segundo a Datafolha. A situação é inversa no caso de Guilherme Boulos, com 80% de seus apoiadores respondendo que sabem quem está na vice dele.

O nome do coronel Mello Araújo, do PL, vice do prefeito, é de conhecimento de uma fatia de 11% dos que declaram intenção de escolher a chapa do próximo dia 27. Uma parcela de 4% dá outras respostas. Já o nome da ex-prefeita Marta Suplicy, do PT, é desconhecido por um grupo minoritário, 20% dos que optam pelo deputado federal quando questionados sobre o assunto. Eles afirmaram não saber quem o psolista tem como vice. 

O Datafolha entrevistou 1.204 eleitores paulistanos de terça a esta quinta-feira 17, encomendado pela Folha. O levantamento está registrado na Justiça Eleitoral sobre o código 05561, de 2024. O nível de confiança é de 95 por cento. A margem de erro é de três pontos, para mais ou para menos. Em intenções de votos, Nunes conservou a dianteira com 51%, enquanto Boulos registrou 33 por cento.

O instituto também perguntou como o entrevistado avalia a escolha dos vices pelos candidatos. No caso de Nunes, os eleitores se dividem. 39% veem a decisão como ótimo ou boa, 33% como regular, 6% como ruim ou péssimo: uma parcela de 22% não sabe opinar.

No eleitorado de Boulos, a escolha da vice é majoritariamente aprovada, com 75% dos entrevistados afirmando que a decisão foi ótima ou boa. Já 19% a consideram regular e 5% como ruim ou péssima. O percentual dos que não sabem é de 1 por cento.

A escolha dos vices se refletiu diretamente à participação dos padrinhos de Jair Bolsonaro e Lula nas campanhas dos respectivos aliados Nunes e Boulos, que acataram as indicações para chapas.

Ex-comandante da Rota, batalhão de elite da PM, conhecido pelo histórico de letalidade e truculência, Mello Araújo se aproximou de Bolsonaro ao ser chamado pelo então presidente para presidir a Ceagesp, Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo.

Mello Araújo, que nunca tinha disputado a eleição antes, não era a primeira opção para a vaga de vice, mas acabou aceito pela campanha para assegurar a aliança com Bolsonaro. O militar da reserva passou a aparecer em agendas públicas com Nunes, que usa a figura do vice para acenar à área de Segurança Pública e à ideia de ordem, num contraponto ao rótulo de baderneiro que impõe a Boulos.

Apesar da relação com Bolsonaro, Mello Araújo é desconhecido pela maioria dos eleitores de Nunes que dizem ter votado em 2022 no ex-presidente. Segundo o Datafolha, 83% são os que disseram não saber quem é o vice do prefeito.

Os que sabem são 12% e 5% dão outras respostas. Nesse cruzamento entre os simpatizantes de Bolsonaro e Nunes, a escolha do policial é considerada ótima e boa por 47%, regular por 29% e ruim ou péssima por 4%, 20% não sabem.

A aliança entre Lula e Boulos para a eleição de 2024 em São Paulo, prefeita da capital entre 2001 e 2004, Marta foi convidada por Lula, no ano passado, para retornar ao PT após sair em 2015, fazendo duras críticas, e se unir a Boulos. Para isso, ela deixou o cargo de secretária municipal de relações internacionais da gestão Nunes, sob o argumento de rejeição à aliança dele com Bolsonaro.

A petista fez o governo considerado pelo eleitorado o melhor da cidade nos últimos 40 anos, segundo pesquisa Datafolha de março deste ano. A presença de Marta na chapa é um esforço para tentar conferir um atributo de experiência ao deputado Guilherme Boulos, já que ele está em seu primeiro mandato eletivo.

A memória de feitos como os CEUs, o Bilhete Único, o programa de garantia de renda mínima por ela introduzido, também é ativada pelos estrategistas.

Entre os eleitores que optaram por Lula em 2022 e agora declaram voto em Boulos, 82% sabem que Marta é a vice e 18% não sabem quem acompanha o psolista na chapa. Na interseção entre apoiador de Lula e Boulos, a aprovação ao nome da ex-prefeita como vice chega a 78%, enquanto 17% consideram a escolha regular e 4% avaliam como ruim ou péssimo, 1% não sabe.

Relembrar que na história recente de São Paulo, o vice assumiu a prefeitura em definitivo em diversas ocasiões. Nunes em 2021, Covas em 2018, Kassab em 2006. A escolha do vice é muito importante.

Finalmente, Sr. Presidente, gostaria de ressaltar uma boa notícia dada hoje pelo “Valor”, de que o trabalho infantil fica no menor patamar da história, segundo o IBGE. O número de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em situação de trabalho infantil voltou a cair em 2023 e atingiu o menor contingente da série histórica da pesquisa iniciada em 2016.

O Brasil ainda tem, no entanto, 1,607 milhão de crianças nesta condição. Os dados são da PNAD, Contínuo Trabalho de Crianças e Adolescentes, do Instituto IBGE.

O contingente caiu 14,6% em 2023, antes de 2022, quando existiam 1,881 milhão de crianças nessa situação. Em relação ao ano 2016, quando eram 2,112 milhões, a queda é de 23,9 por cento. Antes da pandemia, entre 2016 e 2019, o indicador seguia em queda.

O número de crianças que trabalham caiu 16,8% no período enquanto o recuo no contingente total de pessoas entre 5 e 17 anos foi inferior, de apenas 4,1 por exemplo. Em 2022, antes de 2019, o número total de crianças e adolescentes continuou em queda, mas o grupo em situação de trabalho infantil aumentou sete por cento. A pesquisa não foi realizada em 2020 e 2021 por causa da dificuldade coleta de dados durante a crise sanitária.

O número de crianças em situação de trabalho infantil voltou a cair em velocidade bastante acentuada, afirma o responsável pela pesquisa, Gustavo Jean Quinto. Entre as crianças em situação de trabalho infantil, há um grupo que enfrenta situações ainda piores, no que o IBGE classifica como a pior forma por envolver vagas de maior perigo.

Em 2023, o Brasil tinha mais de meio milhão, 586 mil, de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de idade exercendo as piores formas de trabalho infantil que envolviam risco de acidentes ou eram prejudiciais à saúde.

Essas atividades são descritas na chamada lista TIP, que inclui envolvimento com atividades ilícitas ou de exploração sexual e práticas análogas à escravidão. Apesar de elevado, esse contingente foi o menor da série histórica e caiu 22,5% frente a 2022, quando 756 mil crianças e adolescentes do País estavam nessa situação. Para Jean Quinto, três fatores podem ajudar a explicar a redução do trabalho infantil no País em 2023, inclusive em suas formas mais perigosas.

A melhora do mercado de trabalho, o aumento da renda domiciliar via “Bolsa Família” e a continuidade das políticas públicas para eliminar o fenômeno. O ano de 2023 foi bastante favorável para o mercado de trabalho.

A renda das famílias e dos domicílios aumentou tanto por causa do trabalho como pelo rendimento geral dos domicílios cobertos pelo “Bolsa Família”, assim como o próprio rendimento médio do benefício, mas também pode ter efeito das políticas públicas voltadas para a meta de eliminação do trabalho infantil.

É uma soma de fatores disso. O que é o trabalho infantil? Pela metodologia do IBGE, crianças em situação de trabalho infantil são aquelas entre cinco e 17 anos que realizam atividade econômica com remuneração ou em ajuda a algum parente ou de autoconsumo quando há produção de bens voltados para uso exclusivo de domicílio ou parentes como pesca. Na classificação do trabalho infantil, há uma diferença de acordo com a faixa etária da criança e adolescente estabelecida pela legislação brasileira.

Até os 13 anos é proibida qualquer forma de trabalho. No grupo de 14 a 15 anos, é permitido o trabalho na condição de aprendiz. Na faixa de 16 a 17 anos, o trabalho é permitido desde que seja uma carteira de trabalho assinada e não seja em atividades insalubres, perigosas e em horário noturno. Assim, nem todas as pessoas de cinco a 17 anos que trabalham são enquadradas na situação de trabalho infantil.

Quero aqui reiterar o quanto acredito que a gradual implementação, desde o “Bolsa Família” até a Renda Básica de Cidadania, universal e incondicional, também muito contribuirá para essa evolução da diminuição do trabalho infantil inadequado no Brasil.

Muito obrigado, presidente Carlos Giannazi.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Havendo acordo de lideranças, solicito o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Caro deputado Eduardo Suplicy, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 51 minutos.

           

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