17 DE MARÇO DE 2025

27ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: EDUARDO SUPLICY e SIMÃO PEDRO

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - EDUARDO SUPLICY

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h05min.

        

2 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - SIMÃO PEDRO

Assume a Presidência. Tece elogios ao deputado Eduardo Suplicy.

        

4 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

8 - PRESIDENTE SIMÃO PEDRO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 18/03, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h34min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Eduardo Suplicy.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Oradores inscritos no Pequeno Expediente. Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Deputado Simão Pedro, tem a palavra pelo tempo regimental.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente desta sessão, nobre deputado e sempre senador Eduardo Suplicy, Sras. Parlamentares e Srs. Parlamentares, público que nos prestigia aqui na galeria e funcionários desta Casa.

Sr. Presidente, o meu comentário hoje não podia ser outro a não ser sobre esse ato que ocorreu no Rio de Janeiro ontem, com a presença do Bolsonaro e do seu pupilo aqui de São Paulo, o governador Tarcísio. Aliás, eu queria fazer aqui, desta fala minha, um protesto pela presença do Tarcísio nesse ato fascista, porque ataca as instituições, tenta jogar o povo contra o Judiciário e contra as instituições do nosso País.

Um ato fracassado, deputado Suplicy, porque, segundo pesquisas da USP, por exemplo, tinham 18 mil pessoas; segundo “UOL/Folha”, 30 mil. A Polícia Militar, que se presta a esse serviço para agradar ao governador do Rio de Janeiro, diz que foram 400 mil, mas muito longe do um milhão que o Bolsonaro esperava receber lá no Rio de Janeiro ontem, para tentar convencer a sociedade e convencer os parlamentares de que tem que votar uma anistia.

Porque ele sabe, essa anistia não é para aqueles que foram condenados pelas depredações e tentativa de golpe no 8 de janeiro, que ele estava por trás, como já está bem provado pelas denúncias que o Mauro Cid fez, pelas denúncias que a Procuradoria Geral da República já encaminhou ao Judiciário, ao Supremo. Mas essa anistia que ele pede, e que eles pedem, é para ele mesmo, porque ele sonha em concorrer de novo à Presidência da República.

Mas o governador Tarcísio foi lá... Poderia participar, mas eu estou indignado, e o meu protesto é pelo que ele falou. Pelo que ele falou. Primeiro ele vai lá e ataca o presidente Lula, ataca o Governo Federal, dizendo que este Governo está para sair, que vai perder a eleição do ano que vem, etc.

Quando é conveniente, o governador Tarcísio, para agradar aos setores extremistas e fascistas da nossa sociedade, faz um discurso conveniente para esse público, como ele fez ontem. Mas, quando ele precisa do Governo Federal, precisa da União...

Como, por exemplo, quinze dias atrás, lá em Santos, quando ele esteve com o presidente da República para anunciar a construção do túnel submerso que vai ter ali no Porto de Santos, ligando Santos a Guarujá, ele elogiava o presidente da República. Elogiava o Lula pela parceria que tem com o Estado, porque quase todas as obras aqui do estado de São Paulo, aquelas de maior magnitude, como por exemplo a continuidade da Linha 2 - Verde do Metrô, da Vila Prudente para a Penha, recurso federal, BNDES.

A continuidade da linha Capão Redondo, agora Jardim Ângela, tem dinheiro do Governo Federal; a modernização da linha que vai da CPTM de São Paulo a Campinas, Governo Federal; rodoanel, Governo Federal; e assim por diante. Então as grandes obras aqui são do Governo Federal. Como é que ele fala mal do Governo Federal como ele fez nesse ato ontem? Então não sei, não é só contradição; me parece um traço de mau-caratismo nesse tipo de fala do governador Tarcísio.

Em vez de ele estar aqui governando o estado de São Paulo, ajudando a resolver os problemas que nós temos... Por exemplo, problema de Segurança Pública: aumento de assaltos, aumento da letalidade policial, aumento dos furtos de celulares, aumento dos feminicídios no estado de São Paulo.

Onde está o governador Tarcísio? Passou o governo hoje para o seu vice. Ontem estava no Rio de Janeiro para fazer política - de baixa qualidade. Hoje está em Londres comemorando as privatizações; diz que vai receber um prêmio pela privatização da Sabesp, deputado Suplicy.

Em vez de estar aqui cuidando dos interesses do povo paulista, que é para isso que ele foi eleito, e não para ficar fazendo essa política rasteira, como ele fez ontem, lá no Rio de Janeiro.

Então essa minha fala indignada é por conta dos problemas que a gente vive aqui em São Paulo, os problemas climáticos, problemas de Segurança Pública, os problemas que a população passa nas periferias, os problemas na Educação, os problemas na Saúde, que se avolumam todo dia.

Ele vai fazer esse tipo de política, vendendo nosso estado, privatizando, terceirizando tudo. Quando é conveniente, fala bem do governo Lula e, quando é pra agradar os setores fascistas da sociedade, que tentaram dar um golpe... Aquelas pessoas que foram condenadas e estão presas, não é que nem ele falou, que passaram batom e foram para uma festa, foram para um ato cívico.

Foram lá para depredar, para ajudar a criar o clima e as condições para se ter um golpe militar, para que ele continuasse presidente ou que ele voltasse triunfante lá do Estados Unidos, onde ele estava escondido, para voltar.

Então eu quero também saudar, aqui nessa fala, aquela imagem de ontem, que está estampada em todos os sites, redes sociais e jornais, daquele jovem estudante de direito que teve aquela brilhante ideia de colocar, acima de onde ia ser o ato, lá no Rio de Janeiro, as palavras “sem anistia”.

Não podemos anistiar os fascistas que tentaram dar um golpe, que querem acabar com a democracia no Brasil.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - Muito bem, deputado Simão Pedro. Agora tem a palavra a Professora Bebel. (Pausa.) O deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy.

Para que eu possa falar, solicito a atenção do deputado Simão Pedro, para presidir a sessão.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Simão Pedro.

 

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O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Tem a palavra agora, pelo tempo regimental, nosso querido, sempre presente aqui no plenário, senador Eduardo Suplicy, que foi homenageado nessa semana que passou.

Nós pudemos ver aqui belas imagens pelo Senado Federal, onde ele exerceu a representação do nosso estado por 24 anos. Uma honra ter nosso querido Suplicy de volta aqui neste Parlamento.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente, deputado Simão Pedro, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, quero primeiro cumprimentar os estudantes da Universidade Mackenzie, da área de Direito, que estão aqui hoje presentes. Sejam muito bem-vindos.

Coloco-me à disposição de vocês, de estar um dia fazendo uma palestra para vocês, estudantes lá do Mackenzie. Eu já estive lá diversas vezes, mas terei o maior prazer. Por exemplo, se desejarem que eu possa fazer uma palestra sobre como atender os apelos do Papa Francisco a todos os governantes, para que coloquem em prática os instrumentos de política econômica que possam elevar o grau de justiça na sociedade, e dentre esses instrumentos, além da melhor qualidade de Educação possível, além do melhor atendimento de Saúde na cidade e no campo, além de estímulo às formas de economia solidária das cooperativas e outros.

Também poderei falar da renda básica de cidadania universal e incondicional como um dos principais instrumentos de política econômica, que inclusive já é lei no Brasil. E diz a lei que será instituída por etapas a critério do Poder Executivo, começando pelos mais necessitados até que todos venham a ter o direito inalienável de participarmos da riqueza da Nação, através de uma renda básica de cidadania que será suficiente para atender às necessidades vitais de cada pessoa.

Mas hoje compartilho com todas e todos que, ontem, José Dirceu completou 79 anos. Houve uma linda comemoração no sábado, no galpão cultural Elza Soares, no armazém do campo do MST. José Dirceu reuniu mais de 600 pessoas para uma deliciosa feijoada. Estive lá também para dar um abraço e, como o deputado Simão Pedro também fez, parabenizar nosso querido amigo.

Além desse assunto, gostaria de compartilhar um outro, que é a reportagem da “Folha de S. Paulo” que fala hoje sobre “Um estudo que elencou desigualdades socioeconômicas como um aspecto envolvido para compreender a distribuição dos casos de Alzheimer em diferentes regiões do mundo. Países de média e baixa renda, por exemplo, concentram cerca de 2/3 dos casos mundiais de todo o Planeta.

A pesquisa recém-publicada na revista científica ‘American Journal of Preventive Medicine’ analisou o dado sobre o Alzheimer em 204 países, entre 1990 e 2021. Durante esse período, os diagnósticos da doença e de outros tipos de demências aumentaram em todo o mundo, e a tendência é de mais crescimento. Projeções indicam que, em 2050, 152 milhões de pessoas irão viver com demência - em 2019, essa cifra foi de 57 milhões.

Alguns exemplos de fatores econômicos considerados pelos pesquisadores foram a renda média populacional, o nível de escolaridade, gastos públicos com saúde. Os autores concluíram que tais aspectos podem representar maior risco para o desenvolvimento ou agravamento da condição cognitiva; esse é o caso dos gastos públicos com saúde que influenciam diretamente o acesso a serviço de cuidados ou de prevenção do Alzheimer.

Em entrevista para a ‘Folha de S. Paulo’, Adalberto Studart, vice-coordenador do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia, ABN, afirmou que a conclusão do novo estudo vai ao encontro de evidências já consolidadas acerca de fatores de risco para demências. Baixa escolaridade, perda auditiva, colesterol ruim, depressão, sedentarismo, diabetes, tabagismo, hipertensão, obesidade e abuso do álcool são alguns exemplos.

Nos países de baixa renda, as populações têm menor acesso aos cuidados de saúde para tratar doenças crônicas que são fatores de risco para o Alzheimer. Esse menor acesso leva a maior reincidência dessas doenças e, portanto, a maior incidência de demência’, exemplificou.

Os pesquisadores do estudo apontam que a conclusão do artigo repercute a necessidade de prestar atenção em países ainda em desenvolvimento. Ao fazer isso, seria possível desenhar melhores estratégias para barrar o avanço do Alzheimer ao redor do mundo, como por meio de colaborações internacionais.” E acho que o Brasil tem muito a fazer nessa direção.

Presidente, deputado Simão Pedro, havendo ainda, por enquanto, mais oradores, eu me inscrevi para falar também na folha suplementar...

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Deputado Suplicy, eu pediria que o senhor ficasse aí na tribuna. Eu vou dar continuidade aqui na leitura e já vou chamá-lo na Lista Suplementar. Então, Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Teixeira Ferreira. (Pausa.)

Esgotados os oradores inscritos no Pequeno Expediente, vou passar agora a chamar a Lista Suplementar. Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Edna Macedo. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy, tem V. Exa. o prazo regimental de cinco minutos.

E me despedir dos alunos do Mackenzie que estão aqui.

Uma boa tarde, obrigado pela visita.

Até uma próxima oportunidade.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Se quiserem visitar meu gabinete, daqui a pouco estou lá... Estarei lá à disposição. Mas outro assunto que quero tratar, presidente Simão Pedro, é mais uma reportagem da “Folha de S. Paulo” que saiu hoje sobre uma ONG aqui em São Paulo que ajuda mulheres a romper relações violentas e reconstruir a vida.

Segundo a reportagem: “a ONG ‘Bem Querer Mulher’ há 20 anos mantém um trabalho multidisciplinar para acolher vítimas de violência doméstica. Lá, recebem assistência jurídica, psicológica, orientação de assistente social e participam de cursos profissionalizantes.

A Folha conversou com quatro mulheres que procuraram ajuda da ONG há pouco menos de um ano. Com os apoios que receberam, dizem que se sentem fortalecidas, compreendem os abusos que viveram e se veem livres para estudar, trabalhar e fazer aquilo de que gostam. Também relatam o uso de antidepressivos, identificam quais violências viveram e algumas classificam os agressores como narcisistas.

Uma das entrevistadas foi a Paula - nome fictício - que em casa era constantemente agredida e xingada. O medo de apanhar era tão grande que ela mantinha distância de cômodos quando reclamava de alguma coisa com o marido. Descontava nos filhos a frustração da relação. O mais velho reclamou da rigidez da mãe a uma funcionária do posto de saúde, que a chamou para uma conversa. Foi lá que começou a se abrir e relatar as agressões que sofria.

Depois da orientação, tomou coragem, fez um boletim de ocorrência e conseguiu uma medida protetiva contra o marido. Não sabia, porém, o que fazer com o documento e, com esse na gaveta, continuou vivendo com o marido até que voltou a ser agredida. Cansada, ligou para a polícia, o marido foi levado e se separaram. Atualmente, além de fazer curso profissionalizante, ela ajuda a levar outras mulheres a buscarem ajuda da ONG.

 E nem sempre a violência surge já no início do relacionamento. Joana - nome fictício - calcula que, das três décadas de casamento, foram nos três últimos que acabou submetida a um ciclo de violências, que culminaram em agressões físicas.

Tudo começou a ruir, segundo ela, quando o marido arrumou uma amante. ‘Eu pedi para ele olhar o que estava fazendo com a nossa vida’, lembra ela, que ouvia dele: ‘Cuida da sua vida’. Hoje ela vive com uma medida protetiva contra o ex. ‘Antes...” - abrindo aspas para ela - “...Eu não sabia dizer não, mas agora estou dizendo’, diz ela, que mantém o bom humor mesmo quando se lembra do relacionamento.

Ao ser questionada sobre como se sente fora da relação, prefere definir o atual momento da vida com o samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense, de 1989: ‘Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós!’, cantarola, enquanto fala sobre a antiga relação.”.

A cidade de São Paulo, só no ano passado, teve uma média diária de 357 casos de violência contra mulheres registrados. Os trabalhos das organizações como essa e do Poder Público são essenciais para o suporte às vítimas e o combate às violências. Relembro, no caso de urgência, ligue para o 190 e, para denúncias, ligue para o 180.

Para atendimento multiprofissional aqui na cidade de São Paulo, temos a Casa da Mulher Brasileira, um serviço público localizado na Rua Vieira Ravasco 26, no Cambuci. O local funciona 24 horas, todos os dias. A mulher tem acesso à delegacia, Ministério Público, Tribunal de Justiça e alojamento provisório, se não puder voltar para casa.

Muito obrigado, deputado Simão Pedro.

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Senhores e Sras. Deputadas... Opa, chegou aqui o nobre deputado Luiz Claudio Marcolino, que está inscrito na Lista Suplementar. Perdoe-me, deputado. Tem V. Exa. o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, senhoras e senhores deputados, funcionários da nossa Assembleia Legislativa. Sr. Presidente, eu tenho acompanhado aqui algumas cidades e tenho visto que alguns prefeitos, talvez até por não entenderem a dinâmica da gestão pública, têm priorizado fazer algumas ações por decretos.

Eu já trouxe, na semana passada, a denúncia em relação à Prefeitura de Ribeirão Pires, onde o prefeito acabou, por decreto, deixando várias crianças sem transporte escolar. Hoje eu trago aqui uma denúncia em relação à Prefeitura de Taubaté. Eu queria que colocassem aqui. Eu tenho aqui a informação.

Por decreto, o governo retira direitos e prejudica servidores da Saúde em Taubaté. É um decreto que o prefeito tenta utilizar para retirar direitos. É o decreto que alega, o Decreto nº 16.026, de 2025...

O prefeito hoje faz uma análise em relação a um TAC com o Ministério Público, mas ele faz uma avaliação equivocada em relação ao TAC apresentado, porque, em momento algum, o TAC, que foi feito com o Ministério Público em relação à adequação para os servidores de Taubaté, fala em relação à insalubridade.

Então pode passar aqui a próxima. Então aqui está o decreto. O prefeito é o Sérgio Luiz Victor Junior, prefeito municipal do Partido Novo. Às vezes o Partido Novo tem aquela pré-perspectiva, que fala que é governo neoliberal, que é governo de direita, que é governo para fazer adequação e ajuste fiscal, mas na prática sempre tirando direito de trabalhador e trabalhadora.

Então pode seguir aqui. A justificativa é adequar os apontamentos do TAC do Ministério Público do Trabalho, na realidade ele está mexendo nos adicionais de periculosidade e insalubridade dos servidores municipais de Taubaté. Atinge em torno de dois mil e quinhentos servidores. Uma perda de 20 a 40% do salário dos servidores.

O programa que ele analisa, a partir desse TAC, é um cumprimento de normas regulamentadoras, mas quando você pensa na NR 15 e na NR 16 do Ministério do Trabalho sempre é para adequar e a melhoria do funcionamento, principalmente em relação à área da Saúde dos trabalhadores, e não de retirar direito.

Então é uma análise equivocada do prefeito e para... Aproveita essa análise equivocada para fazer retirada de direito. A questão da implementação da PGE deveria garantir a segurança e não reduzir direito. É um descaso de Saúde com a população, tem aqui as imagens. Primeiro vai desmotivar os servidores, vai ter queda na qualidade do serviço e risco de sobrecarga nos hospitais e postos de saúde.

Os profissionais que serão atingidos pelo decreto do prefeito são os profissionais da enfermagem, agentes comunitários, técnicos de laboratório, todos esses serão prejudicados e a pergunta que os servidores colocam para a população: quem vai cuidar da população se o prefeito não cuida dos servidores?

Então pode passar aqui. As manifestações estão sendo feitas na cidade de Taubaté. Já fizeram protesto em frente à Câmara Municipal, em frente à Prefeitura. Já tiveram ali o apoio de boa parte dos vereadores, sindicatos e a população está se unindo em defesa dos servidores e esse deputado que vos fala, outros deputados também deverão fazer esse mesmo movimento cobrando a extinção do decreto do prefeito.

O prefeito está ignorando em um primeiro momento essa fala e essa voz da população. Amanhã terá uma votação na Câmara Municipal, esperamos que os vereadores derrubem esse decreto do prefeito, porque se ele está insensível à cobrança da população, dos servidores e com medo de vários vereadores que já colocaram...

Principalmente, nós temos lá o vereador nem Isaac do Carmo, o Isaac do PT. Ele já encampou essa luta dos servidores terem organizado os demais vereadores. Esperamos que amanhã esse decreto seja derrubado.

As exigências dos servidores são a revogação imediata do Decreto nº 16.026, de 2025, revisando os critérios de concessão dos adicionais com participação dos servidores e a implementação de um programa de gerenciamento de riscos que garanta a segurança e a saúde dos trabalhadores e valorização dos profissionais da Saúde.

São esses pontos, Sr. Presidente, que os servidores municipais de Taubaté têm questionado. Queria solicitar à V. Exa. que esse meu pronunciamento seja encaminhado a todos os vereadores de Taubaté, ao prefeito municipal e ao secretário de Saúde da cidade de Taubaté.

Porque é importante uma ação como essa que o prefeito faz de revogação de um direito dos servidores... Acabei de dizer, em relação a Ribeirão Pires, a mesma coisa. Os prefeitos começam a querer fazer ações por decreto que prejudicou os alunos do transporte escolar na cidade de Ribeirão Pires e agora o prefeito Taubaté quer prejudicar os servidores, principalmente da área da Saúde, mexendo num decreto que mexe na insalubridade, que mexe na periculosidade.

E não é esse o entendimento que tem, inclusive, uma análise feita pela Câmara de que o governo está se utilizando de forma equivocada de um decreto, um TAC que foi feito com o Ministério Público, com o Tribunal de Contas do Estado para retirar direito dos trabalhadores e das trabalhadoras. Isso nós não aceitamos e eu peço que o meu pronunciamento seja encaminhado às autoridades, as quais solicitei.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Será encaminhado, Sr. Presidente?

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Será encaminhado.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Então queria solicitar o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas.  para sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da última quarta-feira.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 34 minutos.

 

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