19 DE NOVEMBRO DE 2024
161ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: DANILO CAMPETTI e GILMACI
SANTOS
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - DANILO CAMPETTI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h01min. Convoca
sessão extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos, ou dez
minutos após o término da presente sessão. Convoca uma segunda sessão
extraordinária a ser realizada hoje, dez minutos após o término da primeira
sessão extraordinária.
2 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - EDIANE MARIA
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - SIMÃO PEDRO
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - PAULO MANSUR
Para comunicação, faz pronunciamento.
7 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI
Solicita comportamento regimental ao público presente nas
galerias.
8 - SIMÃO PEDRO
Para comunicação, faz pronunciamento.
9 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI
Cumprimenta alunos e professores do Colégio VIP, presentes
nas galerias.
10 - GUILHERME CORTEZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - CARLOS GIANNAZI
Para comunicação, faz pronunciamento.
12 - PAULO MANSUR
Por inscrição, faz pronunciamento.
13 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI
Solicita comportamento regimental ao público presente nas
galerias.
14 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
15 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
16 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
17 - REIS
Para comunicação, faz pronunciamento.
18 - REIS
Solicita a suspensão da sessão, por acordo de lideranças,
até as 16 horas e 30 minutos.
19 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI
Defere o pedido e suspende a sessão às 15h15min.
ORDEM DO DIA
20 - GILMACI SANTOS
Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h31min. Coloca em votação e declara aprovado requerimento, da deputada Paula da Bancada Feminista, de criação de comissão de representação com a finalidade de representar a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo na Assinatura no Seminário pela Prevenção e Enfrentamento da Violência Política de Gênero e Raça (VPGR), em Brasília-DF, a realizar-se no dia 27/11.
21 - ENIO TATTO
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
22 - PRESIDENTE GILMACI SANTOS
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 21/11, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 16 horas e 43 minutos. Levanta a sessão às 16h33min.
*
* *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Danilo Campetti.
*
* *
O SR. PRESIDENTE -
DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Boa tarde a
todos. Presente o número regimental
de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os
nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior
e recebe o expediente.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE -
DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Quero
cumprimentar todos que nos acompanham pela Rede Alesp, cumprimentar aqueles que
nos acompanham aqui nas galerias, cumprimentar as assessorias, servidores da
Casa, policiais civis e militares.
Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento
Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje,
às 16 horas e 30 minutos ou dez minutos após o término da presente sessão, em
cumprimento ao interstício mínimo previsto no § 3º, do Art. 100, do Regimento
Interno, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia:
* * *
- NR - A Ordem do Dia
para a 60ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 20/11/2024.
* * *
Temos uma
segunda convocação. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100,
inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma segunda sessão
extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos após o término da primeira
sessão extraordinária, com a finalidade de ser apreciada a seguinte Ordem do
Dia:
* * *
- NR - A Ordem do Dia
para a 61ª Sessão Extraordinária foi publicada no D.O. de 20/11/2024.
* * *
Srs. Deputados,
Sras. Deputadas, passamos agora à lista de oradores do Pequeno Expediente.
Convido para fazer uso da palavra o deputado Reis. Vossa Excelência tem a
palavra pelo tempo regimental de cinco minutos.
O SR. REIS - PT – Quero cumprimentar o público
presente, o presidente deputado Danilo Campetti, os funcionários da Alesp, o
deputado Carlos Giannazi, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar,
da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica e também todos aqueles que
estão nos acompanhando pela Rede Alesp.
Presidente,
ultimamente, vivemos a cada dia uma surpresa. Na semana passada, nós tivemos lá
o homem-bomba, um ex-candidato a vereador do PL, “PLdoB”, porque eu sempre digo
que tem o “PLdoV” e o “PLdoB”. O “PLdoB” é o partido do Bolsonaro e o “PLdoV” é
o partido do Valdemar da Costa Neto. O “PLdoB” é esse agressivo, esse
extremismo.
E
o ex-candidato a vereador do PL se encheu de bombas e foi lá, em frente ao
Supremo Tribunal Federal, explodir bombas, e se autoexplodir, o homem-bomba. E
aí a gente vai vendo onde está chegando o extremismo desse setor. Não é o
partido como um todo, mas esse setor do PL. E hoje nós ficamos sabendo, com
surpresa, dos “black kids”. A Polícia Federal prendendo general, coronéis.
O
que são os “black kids”? Ou os “kids pretos”, como são chamados. São
integrantes das Forças Especiais do Exército presos, suspeitos de planejar
matar o presidente Lula, o vice-presidente da República Geraldo Alckmin, e
planejando matar até o Xandão, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal.
Isso
após praticamente dois anos, quase dois anos, do 8 de janeiro, que a Polícia
Federal vem fazendo a sua investigação e cada dia vai descobrindo coisas a
partir dos celulares, porque mesmo que você apague os celulares, fica ali
gravado no HD.
Então,
a perícia da Polícia Federal, consegue identificar as mensagens que circularam
por aquele equipamento eletrônico. “Militares queriam envenenar Lula, Alckmin e
Moraes, e monitoram passos de autoridades”, diz a Polícia Federal.
“Polícia
Federal prendeu um policial e quatro ‘kids pretos’ do Exército nesta
terça-feira. Começaram cedo hoje. Grupo teria tramado golpe de Estado e
assassinato de autoridades para impedir a posse de Lula, em janeiro de 2023.
O
ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, tornou pública,
nesta terça-feira, a decisão que autorizou a operação da Polícia Federal, que
prendeu quatro militares do Exército e um agente da Polícia Federal.
O
grupo é suspeito de tramar um golpe de Estado em 2022 para prender e assassinar
Lula. Então, o presidente eleito, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro Moraes,
que à época presidia o Tribunal Superior Eleitoral”.
Olha
onde chegamos. Olha a coragem dessas pessoas. “O documento cita, por exemplo,
que os golpistas começaram a monitorar o deslocamento de autoridades ainda em
novembro de 2022, após a eleição e antes da posse de Lula.
O
monitoramento teve início após uma reunião na casa do ex-ministro da Defesa,
Walter Souza Braga Netto, que foi candidato a vice de Jair Bolsonaro, derrotado
nas eleições presidenciais”. E essa articulação toda surgiu ali, na cozinha da
Presidência da República, lá com o general golpista Braga Netto.
“As
atividades anteriores ao evento do dia 15 de dezembro de 2022 indicam que esse
monitoramento teve início temporalmente, logo após a reunião realizada na
residência de Walter Braga Netto, no dia 12 de novembro de 2022. A Polícia
Federal diz que entre as ideias cogitadas pelo grupo estava a de envenenar o
ministro Alexandre Moraes”.
Sr.
Presidente, é um tema muito grave, o tempo é muito curto para a gente discorrer
sobre ele. Tem muitas informações que precisam ser colocadas aqui de público,
trazidas para ficarem registradas aqui na Assembleia Legislativa. Fatos gravíssimos
que vêm acontecendo com relação a esse movimento golpista.
A
gente espera que, muito em breve, o seu chefe, o seu líder vá para a cadeia.
Porque, enquanto o líder não for para a cadeia, vão ficar pegando esses peixes
pequenos, mas tem que pegar o peixe grande, tem que pegar aquele que realmente
foi o mentor de toda essa operação que visou desestabilizar o processo político
em nosso País.
Eu
quero dar continuidade em outro momento, porque cinco minutos é insuficiente
para discorrer sobre tudo o que está acontecendo, sobre as prisões que foram
feitas na data de hoje, as prisões dos “black kids”.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Muito
obrigado, deputado Reis.
Convido para
fazer o uso da palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do
Carmo. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Ricardo Madalena. (Pausa.)
Deputada Marina Helou. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado
Major Mecca. (Pausa.) Deputado Bruno Zambelli. (Pausa.)
Deputado Carlos
Giannazi, V. Exa. tem a palavra pelo tempo regimental de cinco minutos.
O SR. CARLOS GIANNAZI
- PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, público aqui presente.
Sr. Presidente, hoje nós vamos... Nós não, não é? A base do governo vai tentar
retomar a discussão da PEC nº 9, a PEC que eu considero criminosa, que
representa um atentado criminoso contra a Educação do estado de São Paulo,
contra a nossa escola pública, que carece de recursos, que está sucateada,
degradada.
Nós
temos escolas de lata no estado de São Paulo, nós temos escolas sem
infraestrutura, escolas sem quadras para as aulas de educação física, escolas
com salas superlotadas, e o governo vai tentar reduzir o orçamento da Educação,
alterando a Constituição Estadual, reduzindo de 30 para 25 por cento. Isso, na
prática, vai representar uma retirada anual de 11 bilhões e 300 milhões de
reais do orçamento da Educação.
Eu
quero dizer que nós, do PSOL, estamos em obstrução total a esse projeto. Nós
estaremos aqui discutindo, pedindo verificação de presença, usando todos os
recursos regimentais para que esse projeto nem entre em discussão no dia de
hoje, muito menos que ele seja votado, porque eu repito: isso é um atentado
criminoso contra a Educação do estado de São Paulo.
Mas
eu quero, Sr. Presidente... Nós vamos voltar a esse tema hoje, à tarde, às 17
horas, depois à noite, novamente, porque V. Exa. chamou duas sessões
extraordinárias, então nós vamos até as oito, nove horas da noite, aqui,
fazendo esse debate. Mas nós - não só nós do PSOL, mas do PT, do PCdoB -
estaremos todos em obstrução a esse projeto.
Mas
eu queria, como eu vou voltar nesse tema depois, durante as outras sessões, eu
quero aqui, Sr. Presidente, fazer uma gravíssima denúncia contra a direção da CPTM,
que anunciou que vai tirar os mapas dos trens.
Tem
aqui, inclusive, uma matéria do “Diário do Transporte” que eu quero colocar
aqui, dizendo exatamente aqui, olha: “CPTM substitui Mapa do Transporte
Metropolitano completo por QR Code”.
Ou
seja, aquele mapa que tem em cada trem, cada vagão, em cada porta - quando a
pessoa pretende ver para onde ela vai, a conexão que ela vai fazer, a baldeação
- não vai existir mais, já não está existindo mais nos vagões dos trens da
CPTM. Olha só que absurdo. Ou seja, a pessoa vai ter que acessar pelo celular
esse QR Code.
Mas
e se a internet é ruim, se a pessoa não tem internet, se o trem está
superlotado? Como que ela vai se equilibrar com o celular e vai segurar onde
para colocar o celular no QR Code? É um absurdo.
E
quem não tem celular? Muita gente não tem celular, não sabe como acessar esse
mecanismo, e simplesmente a CPTM está retirando ou já retirou. Ela diz que só
vai deixar o mapa no primeiro e no último vagão.
Isso
vai prejudicar uma boa parte da população, dos usuários, das pessoas que estão
nesses trens. É uma falta de sensibilidade, de consideração com o povo; povo
pobre, que está lá, trabalhador, que tem dificuldade em ter acesso à internet.
Mas é isso o que está acontecendo.
Nós
vamos pedir explicações, vamos convocar o presidente da CPTM para ele depor
aqui na Assembleia Legislativa e vamos fazer um apelo a ele para que ele
cancele essa decisão, que os mapas continuem existindo.
Ele
pode até deixar essa opção também do QR Code - é importante. Mas não retirando
o mapa dos vagões. Isso vai prejudicar uma boa parte das pessoas que utilizam
esse tipo de transporte público.
O
mapa é importante, porque ele dá, ali, a noção para a pessoa, não só das linhas
e estações dos trens da CPTM, mas do metrô, dos ônibus, dos ônibus
intermunicipais, onde a pessoa consegue se localizar.
Então
nós exigimos que a CPTM volte atrás em relação a essa nefasta decisão de
retirar os mapas dos vagões dos trens, substituindo apenas pelo QR Code.
Repito: não é todo mundo que tem internet boa, não é toda hora que a internet
pega, os trens são superlotados, as pessoas às vezes nem conseguem ver. Então,
posicionar o celular de tal forma que ela tenha acesso a esse mapa através do
QR Code.
Então
nós exigimos que a CPTM coloque os mapas em todos os vagões, não só no primeiro
e no último. Essa foi a justificativa que a CPTM deu para imprensa, dizendo:
“não, mas vai ter um mapa no primeiro vagão e no último vagão”. E se a pessoa
não estiver nem no último e nem no primeiro vagão? Como é que ela vai ter
acesso ao mapa?
Então,
é uma decisão infeliz que não leva em conta a real necessidade e o real
interesse de quem anda nos trens da CPTM. Então, que essa decisão seja
imediatamente cancelada, mas nós já estamos tomando providências aqui pela
Assembleia Legislativa, Sr. Presidente.
Muito
obrigado.
O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputado Carlos Giannazi. Seguindo a lista de oradores, convido o deputado Luiz
Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Itamar
Borges. (Pausa.)
Agora passamos
à Lista Suplementar, convido para fazer o uso da palavra o deputado Sebastião
Santos. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife
do Consumidor. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio
Marcolino. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.)
Deputada Ediane
Maria, a senhora vai fazer uso da palavra?
Vossa
Excelência tem a palavra pelo tempo regimental de cinco minutos.
A SRA. EDIANE MARIA -
PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Quero saudar todo mundo que
está na galeria, quero saudar os funcionários desta Casa e os parlamentares
aqui presentes.
Bom,
subo aqui neste plenário para falar sobre a data de amanhã, o 20 de novembro,
20 de novembro esse que vai ter um gosto diferente, não é? O segundo ano que
nós temos o direito de, de fato, parar no 20 de novembro. É um feriado. Não é
mais só uma data no calendário, vamos parar.
Olha,
deputado Reis, e falando em parar, nós vamos olhar para o retrocesso. Amanhã é
o dia, deputado Reis, de a gente colocar nas ruas, na verdade, a indignação e a
insatisfação de uma Segurança Pública que não funciona, de um transporte
público com péssima qualidade.
Amanhã
vai ser o dia de a gente pautar nas ruas também o retrocesso nas universidades
- nas escolas públicas, nas escolas estaduais - onde, esse final de semana,
aconteceu o absurdo do absurdo, não é?
Jovens
da PUC se incomodaram, deputado Reis. Olha, um incômodo. Um incômodo que a
gente tem que avaliar muito bem. Avaliar bem, porque você imagina que a
política de cotas... Cortez, que vem da universidade, sabe disso.
A
política de cotas surge para os filhos de fazendeiros, para aqueles que tinham
direito a terra, a posses. A política de cotas, lá no início, quando se dá, não
vem para colocar o filho do pedreiro, da empregada doméstica, da diarista, da
babá, a população que foi por quase 400 anos explorada, escravizada, a acessar
a universidade.
Não
houve um processo de reparação de toda a violência, por mais que... Quem viveu
escravizado não teve como reparar feridas que, até hoje, nós, população preta,
carregamos. Mesmo quem não viveu aquele regime, mas que hoje tem que lidar com
escolas caindo o teto na cabeça quando chove.
Nós temos que levar os nossos filhos para a
escola sem ter uma garantia de que eles vão para a escola e vão voltar seguros.
Nós temos que lidar com uma escola, até hoje, com péssima alimentação,
desvalorização real dos professores.
Então,
quando a gente vê esse incômodo que rolou nesse final de semana, chama a
atenção de... Como diz Paulo Freire: “a educação precisa ser libertadora”.
Quando
não é libertadora, faz com que alguns se achem no direito de não aceitar um
jovem negro e pobre ocupando a universidade da USP. Universidade da USP, essa
que eu achava até então, faz pouco tempo que eu vim descobrir que ela não é uma
escola privada, uma universidade privada. Eu vim descobrir faz pouco tempo,
Cortez. Inclusive, que existe a prova.
Agora
que eu estou descobrindo coisas. Eu sou igual àqueles jovens da periferia, que
agora estão descobrindo alguns direitos que, historicamente... não chegou a
comunicação na periferia.
Bom,
quando eu vejo essas falas, que parece que é uma ofensa para nós, na verdade
mostra o incômodo daqueles que não queriam que a gente chegasse lá. Que queriam
nos ver em um lugar de, como que eu posso falar, de submissão, de um lugar de
servidão.
Nossos
filhos estão chegando lá, estão ocupando espaços. E eu quero saudar cada jovem
que foi fazer o Enem. Eu quero saudar cada jovem que foi fazer a prova da USP.
Eu quero saudar cada jovem que está conseguindo avançar.
Vocês
são referências para nós. Só nós sabemos a luta que é ocupar esses espaços, e
por isso é tão importante a gente continuar avançando. Porque se a gente não
avançar, o dia 20 de novembro vai ser uma data marcada por lutas.
Porque
parece que é uma grande festa pra nós. Mas no dia 14, quando a gente foi
libertado... no dia 13, dia 13 de maio, quando a gente foi libertado, dia 14
veio a solidão. Veio, de fato, uma realidade do que aconteceu com a gente.
Fomos largados, abandonados.
Daqui
a pouco, a gente vai votar novamente a discussão, a segunda votação, a
discussão da PEC 09, que reduz a Educação em mais de 11 bilhões. Ou seja, a
gente está vendo que o Tarcísio, o programa do Tarcísio...
E
é interessante, que é o mesmo governador que sancionou o dia 20 de novembro,
mas é o mesmo governador que reproduz a morte de preto e pobre com a sua
Segurança Pública. É o mesmo que coloca
nessa casa, enche de policiais para assistir, e ainda bem. Policiais, sejam
bem-vindos para assistir hoje o retrocesso da Educação.
Hoje
continua a sabatina. Eles vão retirar novamente de nós, da nossa juventude, dos
nossos filhos, o direito a ter um ensino de qualidade. É isso que vai ser
novamente, volta novamente essa discussão da PEC do retrocesso, que é a PEC 09.
Então, viva a luta de todos que, de fato, a
Zumbi, a Dandara, Lélia Gonzalez. Quero saudar a Carolina Maria de Jesus, eu
quero saudar a Laudelina de Campos Melo. São
essas mulheres, são essas pessoas negras que construíram, sim, um solo forte
para que a gente conseguisse chegar até aqui.
Um
lugar que ainda está em disputa. Está em disputa quando parlamentares não são
reconhecidas como parlamentares; está em disputa quando muitas vezes esta Casa,
e eu quero saudar esta Casa, porque foram muito generosos e solidários quando
eu sofri racismo aqui dentro. Mas dizer que nossa luta é para que, de fato,
essa consciência negra exista em todos os espaços, inclusive aqui nessa Casa de
Lei.
Muito
obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputada. Seguindo a lista de oradores, convido o deputado Simão
Pedro. Vossa Excelência tem a palavra pelo tempo regulamentar de cinco minutos.
O SR. SIMÃO PEDRO - PT
- SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados e público que nos
acompanha.
Sr.
Presidente, eu vim aqui à tribuna, fiz questão, para dizer que estou
estarrecido com as notícias que estão circulando nos grandes meios de
comunicação hoje.
Notícias
estarrecedoras a respeito do planejamento do golpe contra a posse do presidente
Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin, em 2022, planejado por membros do
alto escalão do governo anterior e das Forças Armadas, dentre eles o general
Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa do ex-presidente
Bolsonaro na última eleição.
Não
só dar um golpe impedindo a posse, mas um planejamento para assassinar o
presidente Lula, assassinar o vice-presidente Geraldo Alckmin, assassinar o
ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Inclusive,
membros de um setor das Forças Armadas chamado “kids pretos”, um grupo treinado
para intervenções em situações de guerra, decisões difíceis, que já tinham se
posicionado na frente da casa do ministro Alexandre de Moraes para
assassiná-lo.
Isso
é uma coisa que não é uma questão ideológica, político-partidária. Isso é um
atentado à nossa democracia. Se a nossa democracia, se as nossas instituições
não punirem esses golpistas, a democracia brasileira se acabou.
Precisamos
exigir uma apuração rigorosa, uma punição exemplar para que esse tipo de
situação não volte a acontecer. O Brasil estava no limite de um rompimento
democrático, um golpe militar, um ataque direto à nossa democracia, às nossas
instituições.
E
não era só tirar o governo, era planejamento de assassinatos. E não é ao PT. O
presidente Lula é do PT, o vice-presidente Geraldo Alckmin foi do PSDB, hoje
está no PSB, o Alexandre de Moraes foi filiado ao PMDB, foi indicado pelo
presidente Temer, do MDB.
Então,
é um atentado muito pesado. Alguns desses golpistas que estavam planejando e se
preparando para executar esse tipo de golpe foram identificados e presos já
pela Polícia Federal de ontem para hoje, mas o que é importante destacar aqui,
Sr. Presidente, é que esse tipo de crime não pode ficar impune. Se ficar
impune, a democracia brasileira acabou. Então, não tem que ter anistia. Punição
exemplar e viva a nossa democracia.
Aproveito,
Sr. Presidente, os últimos minutos a que tenho direito para fazer uma saudação
a todo povo negro, brasileiro e paulista, pelo dia de amanhã, que é feriado
nacional e feriado estadual agora, lei do nosso companheiro 1º secretário
Teonilio Barba: Dia de Zumbi dos Palmares, Dia da Consciência Negra.
Esta
Casa, dias atrás, para celebrar essa data, fez uma linda e forte homenagem a
lideranças do movimento negro, a entidades, personalidades, com o Troféu Zumbi
dos Palmares.
Tive
a honra de poder, como membro da Frente Parlamentar de Combate ao Racismo e
Promoção da Igualdade Racial, junto com outros colegas, sugerir a premiação de
duas lideranças quilombolas do Vale do Ribeira que muito me lembram a figura de
Zumbi dos Palmares; no caso, Ditão e Zé Rodrigues.
A
data de amanhã, como todos sabem, Dia de Zumbi dos Palmares, Dia da Consciência
Negra, é uma homenagem ao grande líder da resistência negra no Brasil, que
formou o Quilombo dos Palmares lá nas Alagoas e foi um exemplo de luta, de
resistência, contra uma das manchas mais fortes, não contra o povo brasileiro,
não na história do Brasil, mas na história da humanidade: a escravidão negra da
África, de que o Brasil, a colônia portuguesa brasileira foi uma das maiores
beneficiárias, trazendo para cá seis milhões de pessoas escravizadas por serem
negras. Zumbi é uma referência na luta da resistência dessa mancha que deixou
uma marca e páginas muito tristes na história brasileira.
Viva
o povo negro, viva a sua luta, viva Zumbi dos Palmares, viva o Dia da
Consciência Negra.
Obrigado.
O SR. PAULO MANSUR - PL - Uma breve
comunicação, presidente?
O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputado Simão Pedro. Para uma breve comunicação, o deputado Paulo
Mansur.
O SR. PAULO MANSUR -
PL - PARA
COMUNICAÇÃO - Olha, eu estava me preparando para dar o meu discurso, mas
escutar o deputado Simão Pedro, do PT, falando que no dia oito de janeiro foi
cometido um golpe no Brasil, realmente não dá para ficar sentado e ficar
escutando essa baboseira que ele vem falando, até porque a gente...
Eu
pergunto aqui e pergunto para vocês: morreu alguém no dia oito de janeiro? Teve
alguma morte no dia oito de janeiro? Se não teve morte, não teve golpe, porque
golpe é invasão, é com arma, é com metralhadora. Pessoas ali com a Bíblia,
pessoas ali com camisa do Brasil e vêm falar de golpe.
Morreu
gente, sim, passando mal na Papuda, porque estavam lá há muitos anos já, há
muito tempo, e passaram mal, com ataque cardíaco, com falta de ar dentro da
prisão. Então, pessoas inocentes, que estão com os filhos em casa, pais vivos
com filhos abandonados pela Justiça.
E
a gente sabe que a quebradeira que teve no dia 8 de janeiro vem da parte do
MST. As pessoas que estavam aqui, esses adolescentes que não estudam, não fazem
nada, que estavam aqui no dia da Sabesp, da privatização, que tentaram invadir
esse Parlamento, aí eu pergunto se eles pegaram 16 anos de cadeia. Ninguém
pegou cadeia.
Agora,
as pessoas que estavam lá no dia 8 de janeiro, que acabaram invadindo, alguns
ali e outras pessoas acabaram entrando junto, o que essas pessoas vão fazer?
Ficar 16 anos na cadeia ou devem pagar com um serviço público, que seja de
cesta básica? É isso que se deve pagar dentro de um ambiente saudável.
Agora,
é isso aí.
O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Sr. Presidente,
para uma comunicação.
O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Obrigado,
deputado Paulo Mansur.
Eu peço que o
público aguarde os oradores para se manifestar, por favor.
Para uma
comunicação, deputado Simão Pedro.
O SR. SIMÃO PEDRO - PT
- PARA
COMUNICAÇÃO - O deputado Paulo Mansur primeiro, assim, comete uma agressão,
dizendo que o meu discurso é uma baboseira, uma palavra assim desrespeitosa que
eu nunca vi a gente usar aqui entre um e outro.
A
gente pode ter divergência, podemos discordar, mas se referir ao discurso do
outro colega nesse tom, acho lamentável. E também desrespeita o público que
está aqui para acompanhar a sessão nesta Casa.
E
ele falou isso diante de uma coisa que eu não disse. Eu não me lembro de ter
discursado aqui que no dia 8 de janeiro houve um golpe. Eu disse que hoje está
estampado em todos os jornais, todos os noticiários, notícias relacionadas a
uma delação de membros do governo anterior que confessaram a tentativa de
golpe.
Houve
uma tentativa de golpe. Não houve golpe, porque as nossas instituições foram
firmes, o governo brasileiro foi firme e debelou a tentativa de golpe, porque
senão eu já estaria vivendo um momento assim, sem descrever, uma coisa triste
no nosso País que seria uma ditadura militar bolsonarista.
Infelizmente,
uma pessoa que participa de uma instituição, da democracia defende esse tipo de
coisa aqui dentro do Parlamento, que é um espaço próprio da democracia.
Lamentável, Sr. Presidente.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Seguindo
a lista de oradores, eu convido o deputado Guilherme Cortez para fazer uso da
palavra.
Enquanto o
deputado se dirige à tribuna, eu gostaria de cumprimentar os alunos do Colégio
VIP, zona norte, que estão aqui em uma visita monitorada, e os cumprimentos
também em nome dos professores Erik e Anahit.
Obrigado aos
professores por trazerem os alunos aqui para acompanhar a sessão no maior
Parlamento da América Latina.
Muito obrigado.
Vossa
Excelência tem a palavra, deputado Guilherme Cortez.
O SR. GUILHERME CORTEZ
- PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, deputado Danilo, todos os colegas deputados
presentes, servidores desta Casa e o público nas galerias, principalmente os
estudantes que estão nos visitando hoje.
Eu,
como um dos deputados mais jovens desta Casa, e comecei minha militância política
no movimento estudantil, lutando pela educação, como os estudantes estão
fazendo aqui, eu sei que esta Casa fica muito melhor quando os estudantes,
quando a juventude ocupa e é respeitada aqui dentro. Então, sejam todos muito
bem-vindos, vocês só tornam esta Casa melhor.
Também
quero cumprimentar quem acompanha a gente através da Rede Alesp.
Presidente,
assassinar o presidente da República, o vice-presidente e um ministro do
Supremo Tribunal Federal, simplesmente foi isso que foi discutido na casa do
candidato a vice, derrotado do Bolsonaro, que foi impresso um plano nas
impressoras do Palácio do Planalto.
Presidente,
só eu que vejo a gravidade disso? Deputado Paulo Mansur veio falar aqui de
morte, no dia em que a Polícia Federal prende quatro pessoas que planejaram
assassinar o presidente da República. Jura que vai falar de morte? Jura que vai
falar que não houve tentativa de golpe no Brasil? O que mais precisa para se
comprovar a tentativa de golpe?
Porque
tentativa de assassinato da pessoa que foi eleita para governar o País já teve;
tentativa de invadir os prédios, as instituições democráticas, republicanas, em
08 de janeiro, já teve; homem-bomba cometendo atentado no meio da Praça dos
Três Poderes na semana passada, já teve.
O
que mais é necessário para a gente cair na real, para que a gente entenda o
quão próximo o Brasil esteve do limiar entre a democracia e a barbárie, o
autoritarismo?
O
que a Polícia Federal revela hoje é que a tentativa de golpe no Brasil foi
muito mais do que uma conspiração de pessoas transloucadas em grupo de
WhatsApp, que nem o deputado fala, que estavam passando lá em Brasília e sem
querer invadiram o prédio do Senado, Palácio do Planalto, Supremo Tribunal
Federal.
Foi
muito mais do que isso, foi uma tentativa premeditada, organizada, articulada,
de dentro do Palácio do Planalto, pelas pessoas mais próximas do presidente da
República derrotado nas eleições, incluindo setores da cúpula das Forças
Armadas. Isso é muito grave, Sr. Presidente.
Certamente,
desde a redemocratização do nosso País, a gente não tem uma ameaça tão
explícita contra a democracia brasileira quanto a que a gente está vendo agora,
presidente. Se a democracia brasileira ainda tem algum valor e quer se
preservar, o mínimo, presidente, é que as pessoas envolvidas em todos os
âmbitos dessa armação sejam julgadas, sejam responsabilizadas e sejam
exemplarmente punidas.
Porque
agora se fala em anistia para quem quebrou tudo, para quem tentou dar um golpe
no 08 de janeiro. Anistia para esses terroristas, para esses criminosos, é você
dar um cheque em branco para que outras pessoas cometam crimes contra a
democracia brasileira, que nem o cara que se matou semana passada. Até onde
isso vai, presidente, eu pergunto.
É
preciso que a democracia, as instituições brasileiras deem uma resposta à
altura, que tentativas de golpe, tentativas de macular o resultado da eleição,
tentativas de assassinato, inclusive, não podem passar batidas, não podem ser
escondidas para debaixo dos panos, sob pena de ter consequências para a democracia
do nosso País, que a gente não vai conseguir retroceder nelas, presidente.
Acho
que as notícias que saem hoje só confirmam o que nós já vínhamos alertando e
denunciando há muito tempo, que Bolsonaro, o seu governo e os seus aliados mais
próximos tramaram diretamente uma tentativa de golpe de Estado no País.
Mais
grave ainda que se revela hoje é que tudo isso, além de tudo, envolvia
tentativas de assassinato contra autoridades da República, contra o presidente
e o vice-presidente eleitos, contra ministros do Supremo Tribunal Federal, o
que só torna isso mais absurdo, o que só torna mais revoltante. Por isso,
presidente, mais do que nunca, é hora de a gente dizer: sem anistia para
ninguém que tentou profanar a democracia.
Bolsonaro,
além de inelegível, o lugar dele é na cadeia, pagando pelos crimes que ele
cometeu contra a democracia brasileira, porque não é possível que o candidato a
vice dele tenha emprestado a casa onde se discutiu uma tentativa de
assassinato, e esse sujeito não vá para a cadeia.
As
digitais do Bolsonaro, de seus ministros e de seus auxiliares estão em todos os
lugares, seja como mentores ideológicos, seja como financiadores, seja como
arquitetos dessa tentativa de golpe no nosso País. Por isso, presidente, mais
do que nunca, Bolsonaro na cadeia, sem anistia para nenhum golpista no nosso
País.
E
o bolsonarismo, já está muito bem comprovado que não é um grupo político. Não é
uma facção ideológica. É uma organização criminosa. Porque, quem planeja
assassinar, quem planeja sequestro, quem planeja atentado, não é político. É
criminoso, é bandido e tem que ser condenado, com o rigor da lei, por todos os
seus crimes.
Muito
obrigado, Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)
O SR. CARLOS GIANNAZI
- PSOL - PARA
COMUNICAÇÃO - Presidente, nós recebemos uma informação importante. Que alunos
da Escola Estadual Dr. Antonio Ablas Filho, em Santos, fizeram agora uma
ocupação política, uma ocupação pacífica da escola, contra a PEC 9, contra a
redução do orçamento da Educação, contra a privatização da rede pública, das
escolas, contra os leilões. E sobretudo para que a escola seja reformada. A
escola está sucateada e degradada.
Então
já há movimentação também nas próprias escolas contra a PEC 9. Hoje nós temos
estudantes aqui no plenário. E nós já temos movimentação nas escolas. Mas eu
queria, primeiro, manifestar o nosso total apoio a esses alunos da Escola
Estadual Antonio Ablas Filho, em Santos, que estão exercendo a cidadania plena,
a cidadania ativa e crítica, defendendo a escola que é deles.
Isso
me lembra os movimentos de 2016, das ocupações das escolas, quando o governo
estadual pretendia fechar escolas. Pretendia fechar mais de 100 escolas.
Naquele momento houve uma reação. Os alunos ocuparam mais de 200 escolas, e o
governo foi obrigado a recuar daquela decisão. E as escolas não foram fechadas.
Então
nós estamos vendo aqui talvez o embrião de um grande movimento de resistência
contra a PEC 9, contra as privatizações das escolas, contra a militarização da
rede pública de ensino. Mas queria também destacar que houve uma repressão ali
da tropa de choque.
A
polícia foi chamada e reprimiu a manifestação, a ocupação pacífica e política
dos nossos alunos. Então é assim que esse governo trata a cidadania e a
manifestação dos alunos que lutam por uma educação pública de qualidade: com
repressão.
Então,
todo o apoio a vocês, alunos, e a toda a comunidade escolar da Escola Dr.
Antonio Ablas Filho, em Santos.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS
- Obrigado, deputado Carlos Giannazi. Seguindo a lista de oradores, convido o
deputado Paulo Mansur. Vossa Excelência tem a palavra pelo tempo regimental de
cinco minutos.
O SR. PAULO MANSUR -
PL - SEM REVISÃO
DO ORADOR - Cumprimentar você, presidente. Se você puder segurar o meu tempo,
porque eu sei que o pessoal vai gritar.
O
que é esperado do deputado Guilherme Cortez? Ele é um psolista radical, a gente
sabe disso. Segundo o Art. 163, do Código Penal, destruir, vandalizar o estado,
algo público, você tem uma pena de seis meses de cesta básica ou prestação de
serviço. A gente tem visto o Supremo Tribunal Federal colocando pena de 17 anos
de cadeia em pessoas que o histórico não é criminoso. São mães que têm filhos
em casa.
Então
realmente é algo que parte o nosso coração ver como foi conduzido, pela maior
instância da Justiça do nosso País, todo esse processo que colocaram como
golpe, para ter uma cortina de fumaça perante a eleição. Acabou de acabar a
eleição, teve todo aquele descontentamento, e jogaram a cortina de fumaça da
invasão como ato golpista.
Mas,
voltando ao meu discurso, é importante falar que o Brasil está vivendo... Sabe
quando a mulher vai querer fazer uma plástica no médico, ela gasta a maior
grana para fazer a plástica, e ela sai feia, toda destruída a cara dela, e ela
perdeu aquele dinheiro?
É
isso que está acontecendo no Brasil. O Brasil foi pego, pelo presidente Lula,
com dinheiro em caixa, e hoje a gente tem uma dívida, meu Deus do Céu, de sete
trilhões de reais. O Brasil está devendo sete trilhões de reais.
Então,
é isso que temos nos nosso País hoje. Mas vamos aos números, porque é
importante a gente falar. Se a gente fizer uma comparação passo a passo do que
vem acontecendo entre o governo Bolsonaro e o governo atual, agora falando por
exemplo sobre o Fies, que é importante vocês falarem.
Teve
juros retirados pelo governo Bolsonaro e agora devolvidos pelo governo Lula. Ou
seja, não é a favor dos estudantes, o governo Lula? E ele está colocando juros,
voltando para as pessoas que estão estudando no Fies.
Se
a gente fizer a comparação passo a passo, por exemplo, se a gente for falar
também das estatais, por exemplo, que davam lucro no governo Bolsonaro, agora
está tendo um colapso no governo Lula. É uma dívida de sete bilhões de reais
nas estatais, gente. Uma dívida de sete bilhões de reais. É o governo das
dívidas, é o governo do “Taxad”, que adora fazer taxas.
Se
a gente falar da Saúde, que o governo Bolsonaro apanhou para caramba nas
vacinas, na pandemia. Só apanhava na pandemia. Ele foi o terceiro país - o
Brasil - que mais deu vacina nos brasileiros, e o governo Lula, depois que
assumiu, deu um prejuízo de 1,7
bilhões de reais em vacina da Covid.
Vocês
têm que
escutar a verdade. Vocês são radicais do PT. É por isso que vocês não querem
escutar, mas estão escutando aqui no microfone, sim, vão ter que escutar na
orelhinha aí de vocês a verdade. Olha só, vamos continuando aqui, porque tem
muita coisa para falar para vocês.
Meio
Ambiente, que o governo Bolsonaro apanhou para caramba no Meio Ambiente. Era
“Salve a Amazônia”, era musiquinha de todos os artistas. A floresta não para de
queimar. Ninguém fala nada, está todo mundo quieto.
Bando de
vagabundo artista, esquerdista, quieto, que não fala nada. É isso que a gente
tem no nosso Brasil. Tudo para ganhar o seu dinheirinho do “Janjapalooza”. É
isso que eles querem, é dinheiro no bolso. Da tal da “Janjapalooza”.
Aí vamos
falar também... vamos falar também da energia limpa. O Bolsonaro isentou a
energia limpa no nosso Brasil. Hoje, se você quiser ter energia ali para dentro
da sua empresa, é 25% de taxação. É isso que vocês querem? Taxar as pessoas?
Vamos
falar da carne, da picanha que ele falava. Hoje não dá nem para comer essa
carne aqui, acém. O acém está mais de 30 reais. Quem gosta de acém aí? Nem dá
para comer essa carne mais, gente. Imagina filé mignon, imagina picanha. Não é?
Vocês não estão nem conseguindo comer acém mais.
Está assim
o Brasil hoje. E só para finalizar, só para finalizar aqui para todos vocês, a
liberdade de expressão. É o País que quer acabar com a liberdade de expressão,
é o governo Lula, e indo na contramão do governo Trump, que acabou de vencer as
eleições, que está colocando no seu Ministério pessoas para combater a censura
no mundo, e é claro que o Brasil vai estar nessa lista.
Muito
obrigado, presidente.
O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Muito
obrigado, deputado Paulo Mansur. Eu peço silêncio. Silêncio aqui aos que nos
acompanham, senão a gente não vai conseguir prosseguir com os oradores.
Obrigado.
Convido agora para fazer uso da palavra o
deputado Luiz Claudio Marcolino.
Vossa Excelência tem a palavra pelo tempo
regimental.
O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, alunos e
professores que nos acompanham aqui no Plenário. Primeiro, pedir desculpa para
vocês pelo orador anterior, que esse não é e nem pode ser a síntese do
Parlamento estadual.
Quero já
aproveitar, no próximo dia 25 agora, às 15 horas, nós vamos realizar aqui uma
audiência pública para discutir o futuro da pesca e da aquicultura no estado de São Paulo.
Vai
ser conduzida pela Frente Parlamentar para Desenvolvimento e Proteção da Pesca
Artesanal e Aquicultura, sob a nossa coordenação. E nós estaremos debatendo
aqui na Assembleia Legislativa que estamos debatendo junto ao Governo do Estado
um Código da Pesca.
Nós
tivemos aqui duas deputadas que ajudaram na construção desse Código da Pesca,
tanto a Maria Lúcia Prandi, como a deputada Ana do Carmo, que foram duas
deputadas que assumiram essa bandeira algumas décadas atrás e esse Código da
Pesca ficou paralisado por muito tempo.
E
nós temos hoje muitos pescadores, tanto no litoral como no continente, que
acabam não tendo preservado o seu direito ao trabalho. Nós estamos falando,
desde pescadores, estamos falando das marisqueiras, estamos falando de um grupo
de pessoas hoje no estado de São Paulo, que muitas vezes não têm o seu direito
respeitado.
Então,
nós estamos trabalhando para que esse Código da Pesca seja regulamentado para
que os pescadores possam ter o seu trabalho, o seu sustento garantido e que
preserve, que nós temos aqui em todo o litoral, muitos trabalhadores e
trabalhadoras que vêm da pesca, que hoje seus filhos, como os seus netos, não
querem mais seguir a profissão dos pais, dos avós.
São
comunidades tradicionais que sempre viveram da pesca e agora estão sendo
expulsas das suas regiões. Então, essa frente parlamentar tem o intuito...
Hoje
tivemos uma conversa no Ibama, estamos conversando com a Polícia Ambiental,
temos conversado com as comunidades da pesca no estado de São Paulo, do governo
federal, para criar a condição dos pescadores serem respeitados. Então, no
próximo dia 25, às 15 horas, aqui na Assembleia Legislativa teremos esse
debate.
Eu
quero falar sobre outro tema e há muito tempo que nós não vimos o Brasil ser
respeitado, como estamos vendo nesses últimos anos. Nós estivemos, nobre
deputada Paula, hoje pela manhã, vendo os noticiários, e dá orgulho para a
gente ver o Brasil sendo respeitado por diversos países do mundo, porque nós
não tivemos isso nos governos anteriores.
Está
acontecendo o G20, como aconteceu várias outras reuniões no mundo afora, onde a
gente vê o Brasil sendo ouvido, onde a gente vê que as pessoas que antigamente
deixaram de respeitar o País voltam a respeitar o Brasil novamente.
Há
muito tempo nós não víamos o Brasil voltar a ter pleno emprego, e nós estamos
voltando a ter pleno emprego, e sem atacar nenhuma instituição, e sem atacar
nenhum setor econômico do nosso País, fazendo um processo de construção, como
fizemos de 2003 até 2016. Então, nós voltamos agora a ter esperança no Brasil
novamente.
Nós
voltamos a mostrar que o Brasil é um país pujante, é um Brasil para todos e
todas. Um Brasil que respeita as minorias, um Brasil que respeita a
diversidade, um Brasil que respeita a democracia que outros governantes que por
aqui passaram não respeitaram.
Tanto
que nós teremos agora, no dia de amanhã, será pela primeira vez no nosso País
que nós teremos o dia 20 de novembro como feriado nacional, que é o Dia da
Consciência Negra.
Talvez
muitos não entendam o que é esse dia para nós. E quando as pessoas falam: “Ah,
não tem discriminação”. Eu falo: “Quando nós vamos ao hospital, dê uma olhada
quantos médicos negros nós temos nos hospitais, que atendem os nossos filhos,
que atendem os nossos netos e que nos atendem”.
Quando
nós vamos, e muitas vezes nós vamos numa agência bancária - eu sou oriundo do
movimento sindical bancário, fui presidente do Sindicato dos Bancários de
Osasco e Região -, e você não encontra um gerente negro, é raro, e você não
encontra, as pessoas que atendem a população na boca do caixa, quase que você
não vê o negro.
Se
você vai ao shopping hoje que a classe média ou mesmo a população utiliza de
uma maneira geral, você não encontra a população negra atendendo a população
nas lojas de departamento.
Quando
você vai procurar, agora você encontra engenheiro, mas alguns anos atrás você
não encontrava um engenheiro, um arquiteto, um advogado. Poucos nós
encontrávamos e depois nós tivemos de 2003 a 2016 um projeto, tanto pelo Prouni
como pelo FIES. Hoje nós temos alguns universitários negros, mas a
discriminação está colocada; ela é estrutural no nosso País.
Então,
o dia de amanhã é um dia de a gente fazer uma avaliação do racismo estrutural
no nosso País. E quem promulgou essa lei foi o presidente Lula, por isso que eu
falo, eu tenho orgulho de ter eleito o presidente do Brasil em 2022, que
assumiu em 2023 e já faz diferença. E o nosso Brasil voltou a ter orgulho, não
só aqui no Brasil, mas em todo o mundo.
Parabéns
ao presidente Lula por ratificar, por aprovar uma lei no Brasil que garante,
aqui em São Paulo o Barba foi o nosso deputado que aprovou a lei, em Brasília
foi o deputado Vicentinho, mas o presidente Lula promulgou a lei federal que
nós temos agora, o Dia da Consciência Negra, como um feriado para todo o
Brasil. E nós podemos fazer uma reflexão do racismo estrutural que nós temos
hoje no nosso País.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Obrigado, deputado Luiz Claudio Marcolino. Convido a deputada Paula da Bancada
Feminista, V. Exa tem a palavra pelo tempo remanescente do Pequeno Expediente.
A SRA. PAULA DA
BANCADA FEMINISTA - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, boa tarde aos deputados e
deputadas aqui presentes, especialmente as pessoas que nos acompanham na
galeria e também na Rede Alesp.
Sr.
Presidente, eu quero fazer coro com outros deputados que subiram aqui para
falar sobre o horror que nós vimos noticiado hoje, estampado em todos os
jornais do País. O nosso país amanheceu com a prisão de cinco pessoas, dentre
elas, quatro integrantes do alto comando do Exército, chamados “kids pretos”,
que são formados para operações especiais.
Por
que essa prisão aconteceu? Porque uma investigação da Polícia Federal demonstrou
um plano altamente planejado, arquitetado, com detalhes sórdidos para executar
o presidente Lula, para executar o vice-presidente Alckmin e para executar o
ministro do STF Alexandre de Moraes. Eu quero dizer que o que nós vimos hoje no
noticiário do Brasil todo, não pode ser apagado da nossa história.
Eu
vejo deputados subirem aqui, como acabou de acontecer, e tentar dizer que o que
aconteceu no dia 8 de janeiro não foi uma tentativa de golpe. Que o que
aconteceu no dia 8 de janeiro foi simplesmente um crime de dano.
E
eu digo para esse deputado e para todos os outros que ousarem subir aqui para
defender o horror que aconteceu no Brasil no dia 8 de janeiro, que vocês não
sabem o que é crime de atentado contra a democracia, porque vocês têm horror à
democracia.
Vocês
têm ojeriza à democracia, porque a única coisa que vocês defendem é a liberdade
de matar, é a liberdade de exterminar, é a liberdade de acabar com as pessoas
que pensam de uma forma diferente nesse País. Isso é o que vocês defendem de
verdade.
É
por isso que é tão tranquilo subir aqui e dizer que houve apenas crime de dano.
Dizer que na verdade o tio França, que se explodiu na frente do STF, que a
esposa queimou a casa para acabar com o vestígio, na verdade é um lobo
solitário. Lobo solitário não, crime de dano não.
O
que vocês tentaram fazer aqui no Brasil foi tomar à força o poder por aqui.
Tentaram fazer isso depois de perder as eleições. Tentaram fazer isso depois de
arrasar com o nosso país, de rir da cara dos mortos pela Covid-19, de banalizar
o que foi a ditadura militar no Brasil.
Nós,
por outro lado, não deixaremos por um único segundo esquecer que vocês são os
verdadeiros algozes da democracia. E eu digo mais. Tarcísio, veja bem, você é
muito rápido para falar que não está nem aí, que pode a ONU te denunciar quando
acontece algum tipo de crime, quando acontece execução. Muito rápido para falar
do crime organizado. E o crime que é organizado pelos seus?
Porque
quem sobe num palanque de golpista também é
golpista. Eu quero ver, Tarcísio, quando é que você vai se manifestar por fatos
que chegam cada vez mais perto do presidente Bolsonaro, que você sobe no
palanque. E que esses, sim, atentam diretamente contra a democracia brasileira.
Esses sim, riem da cara do povo brasileiro.
Nós
tivemos, gente, muito perto de um buraco profundo no nosso País. Nós arrancamos
da cadeira da presidência e tornamos inelegível Bolsonaro. Nós tiramos a
extrema direita da cadeira da presidência do Brasil. Eles tentaram e tentam
ainda, a todo custo, retornar.
Nós,
que somos os verdadeiros defensores da democracia, subimos aqui hoje para dizer
que as notícias que foram veiculadas hoje em todo o País precisam ser o
suficiente para ver na cadeia o Braga Netto. Porque foi na casa dele que esse
plano foi arquitetado. Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, da Defesa e
ex-candidato à vice-presidência com Bolsonaro nas eleições de 2022.
Braga
Netto, nós te queremos na cadeia e nós queremos investigação até o fim, para
entender quem são todos os golpistas. Para vê-los na cadeia, para vê-los
inelegíveis e para dizer que a defesa da democracia neste País será inabalável
da nossa parte.
O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Encerrada a lista de oradores do Pequeno Expediente, eu encerro o Pequeno
Expediente e imediatamente abro o Grande Expediente.
* * *
- Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Passo
a convidar as Sras. e Srs. Deputados, iniciando pelo deputado Paulo Mansur.
(Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.)
Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada
Letícia Aguiar. (Pausa.)
Deputado Reis,
em permuta com a deputada Thainara Faria. Vossa Excelência tem a palavra pelo
tempo regimental de dez minutos.
O SR. REIS - PT - Sr. Presidente, deputado Danilo
Campetti, Sr. Vice-Presidente da Assembleia Legislativa, o nosso “candidate
designated”, deputado Gilmaci Santos, retorno à tribuna para continuar falando
dos fatos ocorridos na data de hoje.
Quero
lamentar que o deputado Paulo Mansur falou e foi embora. Seria bom que ele
ficasse aqui para ouvir. Quero dar os parabéns para ele, pela coragem dele de
defender os golpistas, de se aliar aos golpistas, de defender os “kids pretos”,
de fazer a defesa do Bolsonaro, como ele faz.
Mas,
quero dizer para ele que, daqueles que foram presos no dia 8 de janeiro, nem
todos estão atrás das grades. Houve mais de 400 acordos. Está registrado, está
noticiado. Mais de 400 pessoas converteram a sua pena em prestação de serviço,
em 225 horas de prestação de serviço à comunidade.
Mas,
tem aqueles que respondem por crimes mais graves. É lógico que esses têm penas
de até 17 anos de prisão. Aqueles que foram indiciados por crimes de abolição
violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação
criminosa armada - porque tinha pessoas lá com facão, tinha pessoas com pedras,
com bolas de gude para derrubar os cavalos - crimes qualificados e deterioração
do patrimônio tombado.
Então,
esses não são crimes de dano comum, não é porque quebrou uma mesa. Eles
cometeram crimes gravíssimos. Obviamente, a mão do Estado está lá para punir
essas pessoas que fazem, que praticam crimes gravíssimos.
O
que aconteceu hoje também: a prisão do general de brigada Mario Fernandes, a
prisão do tenente-coronel Helio Ferreira Lima, a prisão do major Rodrigo
Bezerra Azevedo, a prisão do major Rafael Martins de Oliveira, os conhecidos,
os chamados “kids pretos” e, também, de um policial federal que foi abduzido
por esse bolsonarismo doentio, o agente de Polícia Federal Wladimir Matos
Soares.
É
grave que dois desses oficiais de Exército estavam lá fazendo parte da GLO no
Rio de Janeiro, fazendo parte da Lei de Garantia da Ordem.
Gente,
quando a gente começa a ler o que está escrito nas notícias, a gente vai
lembrando daqueles filmes de conspirações, daqueles filmes que têm agentes
infiltrados. Então, tínhamos pessoas do Estado, agentes do Estado infiltrados
para dar golpe, para cometer crimes.
Isso
é uma “ocrim”, uma organização criminosa. Esses agentes de Estado que se
demandaram para essa “ocrim” têm que ser duramente punidos. Duramente punidos!
Foram
consideradas diversas condições de execução do ministro Alexandre de Moraes,
inclusive com uso de artefato explosivo e por envenenamento em evento oficial
público.
É
como aqueles filmes que você vê, o cara está lá com um copo de água, eles vão
lá e põem um pozinho, você não sabe o que é, mas na hora que a pessoa bebe,
morre. Olha só a engenharia dessa “ocrim”.
Há
uma citação aos riscos da ação, considerando que os danos colaterais seriam
muito altos, que a chance de captura seria alta e que a chance de baixa, termo
relacionado à morte, no contexto militar, seria alto.
Mesmo
dentro dessa operação, desse planejamento, eles já se colocavam ali com a
possibilidade de alguns deles serem mortos nesse processo. Os envolvidos,
admitiam inclusive a possibilidade de eles mesmos morrerem no andamento da
suposta operação golpista.
O
grupo cogitou também neutralizar, assassinar Lula e Geraldo Alckmin, e quando
fala do Lula, eles começaram a observar, a ver todos os procedimentos, o dia a
dia do presidente Lula, porque ele diz que foi levantado, segundo as
investigações, para a execução do presidente Lula, a sua vulnerabilidade de
saúde, a sua ida frequente a hospitais, a possibilidade de utilização de
envenenamento ou uso de químicos.
Veja
bem, está o Lula no hospital sendo atendido por médicos, de repente entra um
médico falso, um pseudo médico, como nos filmes: vai lá e coloca um veneno no
remédio, eles cogitaram essa forma para causar um colapso orgânico, descreve a
Polícia Federal.
Ainda
de acordo com os investigadores, para que a tentativa de golpe tivesse êxito,
os suspeitos tratavam da necessidade também de assassinar o vice-presidente
Geraldo Alckmin, porque eles queriam tomar o poder.
Então,
tudo isso aconteceria antes da posse do presidente Lula, eles matariam o
presidente Lula, matariam o vice-presidente da República, e aí eles criariam um
gabinete de crise. Está tudo dentro daquilo que a Polícia Federal levantou, o
que eles estavam planejando.
Criariam,
então, um gabinete de crise. E esse gabinete de crise, então, é que iria
estabelecer as regras para poder tomar o poder, uma operação inclusive para
prender Moraes, caso eles não conseguissem matá-lo.
Mensagem
obtida pela Polícia Federal em celulares dos militares investigados por
articular um golpe de Estado, em 2022, indicam que naquele ano o grupo chegou a
se posicionar nas ruas de Brasília, para uma ação clandestina que teria como
alvo o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Pelo
menos seis pessoas participaram do plano no dia 15 de dezembro daquele ano,
segundo a Polícia Federal. E aí vêm as mensagens de WhatsApp. Lá no WhatsApp
aparece: “estacionamento da troca da vez. Está na posição? Ok.” Os criminosos
se comunicando para saber a hora que eles iriam agir para interceptar o
Alexandre de Moraes.
Aí
ele fala: “aguarde, ok,” e assim vai. E aí esse gabinete de crise pós-golpe
seria constituído pelo general Augusto Heleno, então ministro-chefe do Gabinete
de Segurança Institucional, e o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da
Casa Civil, e candidato a vice na chapa derrotada de Bolsonaro.
O
documento também coloca a necessidade de constituir um gabinete de crise para
restabelecer a legalidade e a estabilidade institucional, diz o trecho. Como o
golpe em 15 de dezembro não foi bem-sucedido, a ideia também foi abortada
naquele momento.
Aí
as pessoas falam: não, o pensamento não é crime, a cogitação não é crime.
Depende, depende. Atos preparatórios podem, sim, constituir crime. Então, nós
estamos falando da abolição, o que se propõe esse grupo, esse grupo intitulado
Kids Pretos, a abolição do Estado Democrático de Direito.
Imaginem
vocês que deputados que são eleitos democraticamente pelo voto do povo vêm aqui
usar esse microfone para defender o golpe, para defender, então, que eles
tomassem o poder sem que o povo os escolhesse. Isso não dá para aceitar.
O
plano previa envenenar Lula e Moraes e, em seguida, instituir o gabinete de
crise. E teria cinco núcleos, segundo a Polícia Federal. Um núcleo de ataques
virtuais a opositores. Então, imaginem aqueles que fossem contra, que se
colocassem contra esse grupo, ataques virtuais a eles.
Um
grupo de ataques às instituições, STF, Tribunal Superior Eleitoral, ao sistema
eletrônico de votação e à rigidez do processo eleitoral; um outro grupo
cuidaria da tentativa de golpe de Estado e da abolição violenta do Estado
Democrático de Direito; grupo de ataque às vacinas contra a Covid-19 e às
medidas sanitárias na pandemia.
E
o grupo de uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens, que é isso
que eles queriam, tomar o poder para a obtenção de vantagens, o qual se
subdivide em: grupo A - uso de suprimentos de fundos, cartões corporativos para
pagamentos de despesas pessoais; grupo B - inserção de dados falsos de
vacinação contra Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde para falsificação
de cartões; grupo C - desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por
autoridade estrangeira ao ex-presidente Jair Bolsonaro ou agentes públicos a
seu serviço e posterior ocultação com o fim de enriquecimento ilícito.
Então,
para terminar, Sr. Presidente, para deixar bem claro aqui que veio à tona essa
história dessa organização criminosa que hoje foi debelada pela Polícia
Federal, que nós temos que vir aqui falar, sim. Nós temos que falar e deixar
registrado que nós não podemos, de forma alguma, aceitar que isso possa ocorrer
em nosso País.
O SR. REIS - PT - Sr.
Presidente, para continuar um outro assunto que eu tenho aqui, eu peço uma
comunicação de dois minutos.
O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS -
Para uma comunicação, deputado Reis.
O SR. REIS - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, ontem eu estive na Câmara Municipal de São
Paulo, eu participei de dois eventos na data de ontem. Um foi a entrega do
Prêmio Hely Lopes Meirelles, um prêmio que eu criei na Câmara Municipal de São
Paulo. Alguns projetos de eficiência na administração pública, porque esse
prêmio visa premiar o gestor eficiente, alguns prêmios foram entregues lá
ontem.
Eu
fiquei muito grato pelo convite que me foi feito pela Câmara Municipal de São
Paulo para entregar esses prêmios e reconhecer os projetos que tem a Prefeitura
de São Paulo, projetos exitosos, dentre eles o Projeto “Smart Sampa”, que já
prendeu mais de mil pessoas sem dar um único tiro, através das câmeras que
estão instaladas na cidade de São Paulo.
Por
esse programa há o reconhecimento facial, e os criminosos - inclusive em postos
de Saúde, Unidade Básica de Saúde, estão ali para um atendimento - são pegos, a
câmera os detecta, faz o reconhecimento facial, e a Guarda Civil vai lá e
efetua a prisão.
Então
eu fiquei muito contente de ter participado desse evento e de ter sido o
primeiro lugar, a “Smart Sampa” ganhou em primeiro lugar, como um projeto de
eficácia na administração pública, de eficiência na administração pública. Eu
dou os parabéns aos seus organizadores, aquelas pessoas que estão à frente
desse projeto.
O
outro evento de que eu participei foi a abertura da Semana da Consciência
Negra. A Semana da Consciência Negra tem várias apresentações, vários
acontecimentos. Amanhã nós teremos a Marcha da Consciência Negra, que vai sair
do Masp e vai até o Theatro Municipal, a Praça Ramos de Azevedo.
A
Marcha da Consciência Negra também é uma lei de minha autoria. Ela existia há
mais de 20 anos, é a 21ª marcha que vai acontecer na data de amanhã, e eu fui
um dos autores que criou a lei que instituiu, no calendário da cidade de São
Paulo, a Marcha da Consciência Negra. Ela recebe o nome do Flávio Jorge, que
foi um grande lutador contra o racismo estrutural, um grande lutador pelas
políticas afirmativas.
Eu
quero deixar registrado e convidar a todos para que amanhã vão até o Masp para
participar da 21ª Marcha da Consciência Negra, a Marcha Flávio Jorge.
Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O SR. REIS - PT - Requeiro de V.
Exa. que os trabalhos sejam suspensos até as 16 e 30 horas.
O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS
- Muito obrigado, deputado Reis. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo
acordo de lideranças, os trabalhos estão suspensos até as 16 horas e 30 minutos.
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- Suspensa às 15 horas e 15
minutos, a sessão é reaberta às
16 horas e 31 minutos, sob a Presidência do Sr. Gilmaci Santos.
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O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Ordem do Dia.
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- Passa-se à
ORDEM DO DIA
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O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
Há sobre a mesa requerimento da nobre deputada Paula da Bancada Feminista, com
número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35, do Regimento Interno,
para constituição de uma comissão de representação, com a finalidade de
participar do Seminário pela Prevenção e Enfrentamento da Violência Política de
Gênero e Raça, a realizar-se no dia 27 de novembro do corrente ano, em
Brasília, sem ônus para este poder.
Em
votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que estiverem favoráveis
permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
O SR. ENIO TATTO - PT
- Pela ordem,
Sr. Presidente. Havendo acordo entre as lideranças presentes no plenário, peço
o levantamento da presente sessão.
O SR. PRESIDENTE -
GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS -
É regimental o pedido de Vossa Excelência. Havendo acordo entre as lideranças,
esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas.
para a sessão ordinária de quinta-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia,
lembrando-os, ainda, da sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos
após o término da presente sessão.
Está
levantada a sessão.
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Levanta-se a sessão às 16 horas e 33 minutos.
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