3 DE DEZEMBRO DE 2024
65ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: ANDRÉ DO PRADO e ALEX
MADUREIRA
Secretaria: CARLOS CEZAR, PAULO MANSUR
e DANILO CAMPETTI
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão às 18h31min.
2 - PAULO FIORILO
Solicita verificação de presença.
3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de
verificação de presença, que interrompe quando observado quórum. Coloca em
votação requerimento de método de votação ao PL 1510/23.
4 - ALTAIR MORAES
Para comunicação, faz pronunciamento.
5 - DONATO
Encaminha a votação do requerimento de método de votação ao
PL 1510/23, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
6 - MARINA HELOU
Encaminha a votação do requerimento de método de votação ao
PL 1510/23, em nome da Federação PSOL REDE.
7 - PAULO MANSUR
Encaminha a votação do requerimento de método de votação ao
PL 1510/23, em nome do PL.
8 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Coloca em votação e declara aprovado requerimento de método
de votação ao PL 1510/23.
9 - PAULO FIORILO
Solicita verificação de votação.
10 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feito o processo de
verificação de votação, pelo sistema eletrônico.
11 - PAULO FIORILO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da
Federação PT/PCdoB/PV.
12 - MILTON LEITE FILHO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do União.
13 - CARLOS CEZAR
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PL.
14 - DR. EDUARDO NÓBREGA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do
Podemos.
15 - BARROS MUNHOZ
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da
Federação PSDB Cidadania.
16 - CAPITÃO TELHADA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PP.
17 - ALTAIR MORAES
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do
Republicanos.
18 - GUILHERME CORTEZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
19 - OSEIAS DE MADUREIRA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSD.
20 - CARLOS GIANNAZI
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da
Federação PSOL REDE.
21 - ITAMAR BORGES
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do MDB.
22 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Cumprimenta a vereadora de Serra Negra, SP, Anna Scachetti,
presente nas galerias.
23 - CAIO FRANÇA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSB.
24 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Anuncia o resultado da verificação de votação, que não
atinge quórum regimental, restando adiada a votação do PL 1510/23. Coloca em
discussão o PL 1632/23.
25 - MÁRCIA LIA
Discute o PL 1632/23.
26 - PAULO MANSUR
Para comunicação, faz pronunciamento.
27 - ALEX MADUREIRA
Assume a Presidência.
28 - TEONILIO BARBA
Discute o PL 1632/23.
29 - SIMÃO PEDRO
Discute o PL 1632/23.
30 - SIMÃO PEDRO
Solicita verificação de presença.
31 - PRESIDENTE ALEX MADUREIRA
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de
verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.
32 - DONATO
Discute o PL 1632/23.
33 - PRESIDENTE ALEX MADUREIRA
Convoca sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez
minutos após o término desta sessão.
34 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Discute o PL 1632/23.
35 - PROFESSORA BEBEL
Discute o PL 1632/23.
36 - PRESIDENTE ALEX MADUREIRA
Encerra a sessão às 21h.
*
* *
-
Abre a sessão o Sr. André do Prado.
* * *
-
Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Ordem do Dia.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Sr. Presidente, nós vamos entrar na Ordem do Dia?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Sim, senhor.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - E o primeiro
projeto?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O primeiro
projeto é uma votação adiada. Projeto de lei nº 1.510, de 2023, de autoria do
Sr. Governador. Com requerimento de método em fase de votação adiada.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Para encaminhar o
método, eu queria pedir antes uma verificação de presença. Até para que os
deputados da base possam ouvir os nossos argumentos.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental
o pedido de V. Exa., deputado Paulo Fiorilo, líder da Federação PT/PCdoB/PV.
Então solicito ao deputado Carlos Cezar, juntamente com o deputado Paulo
Mansur, que façam a verificação de presença.
*
* *
-
Verificação de presença.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado o
quórum regimental, agradeço ao deputado Carlos Cezar, líder do PL, e ao
deputado Paulo Mansur, pela verificação de presença. Então nós vamos agora para
o item n° 1. Pela ordem deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Para encaminhar o
método, eu indico o deputado Antonio Donato.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então eu vou
primeiro falar aqui o item nº 1, votação adiada, o Projeto de lei n° 1510,
de 2023, de autoria do Sr. Governador, com requerimento de método em fase de
votação adiada. O deputado Paulo Fiorilo encaminha o deputado...
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Antonio Donato.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Donato para
encaminhar pela federação PT/PCdoB/PV.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Pela ordem,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Altair Moraes.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - PARA
COMUNICAÇÃO – Presidente, só para uma breve comunicação. Hoje é considerado o
Dia do Delegado. Nós temos aqui no parlamento o Delegado Olim, o deputado aqui,
o Delegado Olim, o Dia dos Delegados. Nós estamos aqui parabenizando
a todos os delegados de polícia, que têm feito um
excelente trabalho. Temos a Dra. Graciela também, cadê, a nossa
deputada aqui também.
E quero parabenizar todos os delegados
que têm feito um excelente trabalho no estado de São Paulo. Muito
obrigado pelo trabalho dos senhores. Fica aqui a nossa singela homenagem.
Eu peço uma salva de palmas para todos os delegados.
Obrigado, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra o
deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente,
Srs. Deputados, Sras. Deputadas, todos que nos acompanham pela Rede Alesp,
eu queria também me somar à homenagem feita aqui, a todos os delegados e, em
particular, presidente, aos delegados da Polícia Federal, que fizeram um
excelente trabalho, mais de 800 páginas, com provas robustas contra a
tentativa de golpe liderada por Bolsonaro, Braga Netto, Heleno, enfim, e
saudar também o povo coreano.
Hoje, na Coreia
do Sul, um presidente de extrema direita também tentou um golpe e foi
rechaçado pelo povo, o golpe foi derrotado, como foi aqui e será, espero
que na Coreia, com a punição dos envolvidos, e aqui no Brasil
também. Então, saudar o trabalho da Polícia Federal, através dos seus
delegados, nesse relatório muito bem fundamentado, que espero que agora se
transforme num processo e na condenação dos culpados.
Mas eu estou
aqui hoje, presidente, para debater o PL 1510 de 2023 e, enfim, explicar
como ele representa um grave retrocesso ambiental. Eu queria pedir
para a técnica colocar isso, obrigado, colocar aí no telão. Ele representa
um grave retrocesso ambiental.
No ano passado,
eu aprovei nesse plenário um projeto de lei, inspirado já numa lei que
existe na cidade de São Paulo também, que foi proposta por mim, de isenção
de IPVA para carros elétricos e híbridos e a hidrogênio, e a ideia era que
pudesse se espalhar por todo o estado de São Paulo essa isenção, no
sentido de fomentar uma frota descarbonizada ou de baixo carbono, de baixo
impacto ambiental.
O governador
vetou essa proposta e apresentou um projeto a esta Casa, enviou em
seguida, dizendo, inclusive, que foi a partir da motivação do projeto que
eu apresentei que ele trouxe esse PL 1510. Mas ele tem problemas
gravíssimos nesse PL e o principal deles é que ele exclui a tecnologia mais
limpa, que é o veículo puramente elétrico, que não polui.
Ele beneficia
veículos a etanol, mas não existem híbridos puramente etanol,
existe híbrido de gasolina e etanol. E todas as pesquisas dizem que
as pessoas colocam, 70% daqueles que têm carro “flex” colocam
gasolina. Então nós estamos beneficiando o carro a gasolina, uma
tecnologia poluente e que a gente deveria estar superando.
Então esses são
alguns dos dados que eu queria apresentar. Ele exclui os elétricos, a
partir dos veículos “flex”, 70% dos donos abastecem com gasolina, a
exclusão dos veículos elétricos ignora o potencial desses veículos em
contribuir significativamente para a sustentabilidade ambiental, especialmente
considerando que mais de 94% da energia elétrica no Brasil provém de fontes renováveis
limpas.
Lamentavelmente,
num debate que a gente teve na Comissão de Transportes com a secretária
Natália, ela veio com um argumento de desconhecimento absurdo, dizendo que o
veículo é elétrico, mas a fonte que gera energia é à carvão. Ela copiou um argumento
europeu, que na Europa ainda pode-se discutir isso.
No Brasil não é
verdade, 94% da nossa fonte é de energia renovável, inclusive boa parte dela é
do Agro. Trinta por cento da energia do estado de São Paulo é biomassa do
Agronegócio, que gera energia elétrica.
Portanto, o
Agronegócio a privilegiar só o etanol - achando que está privilegiando o etanol
-, e, na prática, nem está. Ele está com uma visão míope de desenvolvimento do
País, inclusive do seu próprio desenvolvimento.
A gente tem os
estudos da saúde pública que mostram que só na cidade de São Paulo se perdem 15
mil vidas por ano. Além do benefício da zero emissão de poluentes, os veículos
elétricos são mais silenciosos - mas aqui a gente não está pedindo uma isenção
apenas para o veículo elétrico. Uma política de descarbonização não é “ou uma
ou outra”, é “e”. É a possibilidade de ter várias tecnologias se apresentando.
Próximo slide.
Portanto, não é justo que veículos com maiores emissões tenham desconto de
IPVA, prejudicando aqueles que têm menos emissões. Então, isso não é política
ambiental, isso não tem nada a ver com sustentabilidade. Isso é o atraso, mais
uma vez, guiando os passos do governador.
A tecnologia
híbrida, evidentemente é uma tecnologia intermediária, mas será superada e a gente
vai ficar para trás na medida que a gente não vai dar espaço para ela ou vai
dificultá-la. Vamos para o próximo. Agora tem um caso mais grave ainda, isso
que eu queria discutir com mais tempo com os senhores e com as senhoras.
Agora nós temos
os micro-híbridos. A Stellantis, que tem a Fiat, a Peugeot, outras empresas, a
Volkswagen, elas estão colocando um motorzinho elétrico minúsculo, minúsculo,
que gera uma economia minúscula e elas vão ter o benefício de um híbrido que
economiza mais combustível. Então a gente está vendo aí, vai se inundar de
carros híbridos, mas é um híbrido fake, um híbrido de araque.
Ele só tem um
motorzinho elétrico lá que economiza um pouquinho de gasolina e mais nada. Na
estrada, aliás, eu vou mostrar que ele consome mais gasolina. Vamos para o
próximo.
Olha, no Brasil
foram emplacados 2.658.000 carros, ou melhor, no estado de São Paulo, até
setembro de 2024. Híbridos e micro híbridos representam até hoje 1,36% das
vendas, mas a Anfavea estima um crescimento de 400% para o ano de 2025, com um
total de até 5% das vendas contemplando híbridos não plug-in e micro híbridos.
Híbrido não plug-in é o que não tem a tomada, não tem o carregamento elétrico.
Então, esses
carros terão uma renúncia fiscal de R$ 868 milhões por ano para incentivar uma
tecnologia de araque, fake. É como se a gente falasse: “Olha, tem energia
elétrica hoje e eu tenho uma fábrica de velas, mas eu tenho que proteger a
fábrica de velas porque a energia elétrica talvez mude os empregos, mude a
forma de organizar a economia”.
Mas eu falo:
“Não, mas vamos aproveitar pelo menos o pavio”. Então não vamos ter energia
elétrica, vamos fazer uma fábrica de lamparina. Ponha lá no óleo, Conte Lopes,
ponha lá no óleo, pelo menos o pavio aproveita da fábrica de velas.
É isso que nós
estamos fazendo, nós estamos abandonando a energia elétrica para fazer uma
farsa de lamparina aí para esconder a falência da fábrica de velas. A renúncia
fiscal pode chegar a R$ 5 a 8 bilhões ao ano, muito maior do que estava no
proposto no meu projeto, porque o meu projeto preservava os recursos para
Educação, preservava as vinculações para os municípios.
Vamos ao
próximo slide. Olha só, híbrido e micro-híbrido. Vamos lá: no urbano, no espaço
urbano, o híbrido economiza 25%, e o micro-híbrido de 5% a 10 por cento. Na
rodovia, o híbrido economiza 5% e o micro-híbrido gasta mais 5%, porque na
rodovia vocês não tem o anda e para, e a energia cinética que é gerada pela
frenagem e tal não existe. Você está em velocidade de cruzeiro, então você não
tem geração de energia elétrica, portanto você consome mais. Vamos lá para o
próximo.
E, por último,
o IPVA é um imposto que é de 4% sobre o valor do veículo - 2% é do município,
2% do estado. Com a política do estado de gradualmente chegar até 4% de isenção,
ele não está com nenhuma política de compensação aos municípios. Ele está
tirando o recurso dos municípios sem nenhuma política de compensação.
Então é grave,
é um projeto totalmente na contramão do ponto de vista ambiental, de justiça
fiscal, e é por isso que a bancada do PT é contra esse projeto.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL -
Para indicar para encaminhar pela bancada da Federação PSOL REDE a deputada
Marina.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra a
deputada Marina Helou para encaminhar pela Federação PSOL REDE.
A
SRA. MARINA HELOU - REDE -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada,
presidente; obrigada, líder Mônica. Boa noite, caros colegas deputados, caras
colegas deputadas, todos aqueles que estão aqui trabalhando para que a gente
possa representar a população paulista, todos aqueles que nos acompanham.
O deputado
Donato subiu aqui nesta tribuna hoje e já mostrou e exemplificou o absurdo que
é esse projeto... o absurdo, o retrocesso que é esse projeto para o estado de
São Paulo.
Eu começo
trazendo uma pergunta, mais uma vez, para os meus colegas da base,
principalmente aos meus colegas liberais que se colocam na defesa deste governo
e desse projeto: me expliquem o projeto. Por que ele é bom? Porque eu já sentei
com vários deputados e colegas, com o Governo, e não conseguem justificar um
projeto desse sendo colocado por um governo liberal.
Ué, se o nosso
governador gosta tanto de dizer que é liberal, por que está fazendo um projeto
que intervém na economia, trazendo subsídios, trazendo de novo isenção fiscal
para uma parte específica do mercado, criando distorção no mercado, usando o
Governo como mecanismo de distorção no mercado? Não tem nada mais antiliberal
do que isso, e o projeto não faz sentido.
O pior de tudo
é que o projeto não faz sentido, porque, quando a gente olha da perspectiva do
que a gente está querendo estimular com esse incentivo fiscal, não é o
agronegócio, como um dos nossos grandes colegas falam, pelo etanol, porque esse
projeto não estimula o etanol. Setenta e cinco por cento das pessoas que têm
carros híbridos abastecem com gasolina, usando o carbono, então não usam o
etanol.
Então não é
pelo nosso agronegócio. Não estimula um desenvolvimento sustentável, o meio
ambiente. Ainda que isso seja uma prioridade para mim, para o mundo, e que
deveria ser uma prioridade para esta Casa, não teria tanta expectativa que
fosse essa a orientação, mas não pode ser essa justificativa, porque esse
projeto é um retrocesso, vai na contramão do desenvolvimento sustentável, de um
ar mais limpo e de menos carbono na atmosfera.
Ao excluir os
carros elétricos unicamente, a gente tira a possibilidade do argumento do
desenvolvimento sustentável desse projeto e estimula que as pessoas possam ter
a possibilidade de pagar menos para usar gasolina, para emitir carbono. Então
não é um projeto que é para ser sustentável, é um projeto que não apoia o nosso
etanol. Não é um projeto para ser sustentável, não é um projeto que estimula as
nossas indústrias.
“Ah, a gente
precisa desse projeto para estimular uma indústria importante para gerar
empregos no estado de São Paulo”. Não é verdade, porque, ao incluir os
micro-híbridos no escopo do projeto, a gente simplesmente abre a possibilidade
de dar incentivo fiscal para carros produzidos em outros estados, em outros
países, em sua maioria, que têm 5% de sua utilização provendo de energia
elétrica e 95% vindo de gasolina, vindo de emissão de carbono. Ou seja, também
não é para proteger o emprego no estado de São Paulo.
É um projeto
ruim que promove um retrocesso no estado de São Paulo, que, para um governo
liberal, intervém vergonhosamente no setor econômico e que não traz nenhum
benefício para o nosso Estado, mas traz muito retrocesso.
E me espanta
mesmo a falta de clareza do porquê a gente está aprovando isso. Não conseguem
me justificar por que é bom, não conseguem trazer para o estado de São Paulo
uma defesa coerente e importante, porque é um projeto que exclui carros
elétricos, que estimula carros micro-híbridos, que não trazem ar, qualidade do
ar, que não trazem uma menor destinação de carbono, menor emissão de carbono na
atmosfera, mas que não geram emprego no estado de São Paulo.
Por que isso é
bom? A quem beneficia esse projeto? Por que a gente está aprovando um projeto
que patrocina um retrocesso no estado de São Paulo? E eu... O deputado Donato
trouxe com muita propriedade os dados, os números, mas não só isso, como traz
um impacto significativo no Orçamento do estado, o quanto a gente está abrindo
mão dessa arrecadação das pessoas mais ricas do nosso Estado.
Porque, para
complementar, a gente está dando uma isenção fiscal para carros que são
extremamente caros, com um valor, um volume absurdo, porque os micro-híbridos
estão na esteira de se tornarem populares de mainstream com carros mais caros.
Então, a gente
vai ter muito carro sendo micro-híbrido, gastando e emitindo carbono, com
isenção fiscal, abrindo mão de Orçamento do Estado para que a gente possa
destinar para quem realmente precisa.
Ou para uma
transição energética justa, que pense e combata as injustiças climáticas, que
combata o racismo ambiental, que coloque as pessoas que realmente são mais
impactadas como prioridade no estado de São Paulo.
Esse é um
projeto que interfere na economia, que não traz benefícios para ninguém e que
abre mão de recursos em prol das pessoas mais ricas do estado de São Paulo, que
não faz sentido.
É por isso que
a gente está aqui se colocando mais uma vez contra esse projeto, contra esse
retrocesso e contra o quanto é inexplicável a gente estar hoje, esta noite,
aprovando esse retrocesso aqui no estado de São Paulo, emitindo mais carbono,
abrindo mão de recursos em prol das pessoas mais ricas. Não faz sentido.
Convoco aqui
todos os liberais desse plenário a virem tentar justificar um projeto como
esse, que é muito ruim.
E quero
aproveitar meus últimos minutos para fazer um testemunho importante do que esta
Casa precisa assumir de responsabilidade. Em nome do Gabriel, do Marco, do
menino Ryan, a gente não pode mais ser conivente com uma polícia do estado de
São Paulo que permita assassinatos como esses pela mão do Estado. O deputado
Derrite subiu aqui ontem, subiu aqui, não, falou ontem publicamente que foram
casos isolados e que não podem manchar a imagem da polícia.
E aqui eu faço
um convite ao deputado federal, secretário Derrite: que não entenda isso como
casos isolados. Em 2024, até junho de 2024, a polícia de São Paulo matou 441
pessoas, mais do que o ano de 2022 e 2023 inteiros.
A gente entende
que tem muita gente muito valorosa na Polícia Militar, que tem muita gente
importante que se dedica a proteger a população na Polícia Militar. A Polícia é
importante para o estado de São Paulo e por isso não pode ser conivente com
casos como esse.
Por isso que
não pode não ter uma punição adequada e grave para casos como o policial que
jogou uma pessoa pela ponte, isso é inaceitável. E não é sobre manchar a imagem
da Polícia Militar, é sobre garantir uma polícia que esteja a serviço da nossa
população, como a gente sabe que tem policiais valorosos lá dentro, como a gente
sabe que a gente tem potencial. E o secretário Derrite tem responsabilidade em
coibir violências e impedir que esses casos aconteçam para garantir que a gente
não tenha dados e nomes aqui para subir e falar.
É inaceitável
que a gente continue com esse nível de violência e que a gente possa dar,
secretário Derrite, uma resposta a essas famílias, garantindo a polícia como
ela deve ser. Uma polícia de qualidade e que proteja e siga as leis do nosso
País.
Era isso,
presidente.
Obrigada.
O
SR. PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputada Marina Helou.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Para encaminhar pela
bancada do Partido Liberal, eu indico o deputado Paulo Mansur.
O
SR. PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO - PL - Com a palavra,
deputado Paulo Mansur, para encaminhar pela bancada do Partido Liberal.
O
SR. PAULO MANSUR - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite,
presidente, a todos os deputados aqui presentes. A gente vive um momento
realmente entre a direita e a esquerda no nosso Brasil. A direita colocando que
é contra a ideologia de gênero, que somos contra o comunismo, que a gente é a
favor de um comércio aberto, liberal.
E o que a
esquerda quer? A esquerda quer o comunismo. Eles querem que todo mundo ganhe
igual, o mesmo salário, que a pessoa que não pode se arriscar a ser empresário
nesse País, não pode se arriscar a ser médico, a estudar.
Eles querem o
quê? A ideologia deles é o aumento de impostos. Nunca se arrecadou tanto
imposto nesse Brasil. E a gente tem uma dívida, como que se teve na época da
pandemia, sem pandemia.
Então, nós
temos um governo desastroso e que não é a favor do livre comércio, como o
governador Tarcísio, que está buscando achar soluções para trazer empregos para
o nosso estado de São Paulo, diminuindo o IPVA, zerando o IPVA para quem
fabricar carros híbridos.
Isso movimenta
o emprego no nosso estado de São Paulo, traz indústrias para o nosso estado de
São Paulo, movimenta a venda de carros, movimenta o emprego. E é isso que a
gente precisa no nosso estado. Nós precisamos, hoje, se defender do governo
federal que desemprega.
Hoje, as
pessoas que não compram, não conseguem mais comprar a blusinha no site, elas
não conseguem mais comprar aquela blusinha importada, isso afeta o quê? Afetou
os Correios.
O correio hoje
está com um prejuízo histórico no nosso País. As estatais estão dando prejuízo.
E na época do governo Bolsonaro, ele conseguiu dar lucro nas estatais,
principalmente nos Correios, em 59 bilhões de reais.
Nós temos hoje
os Correios dando prejuízo, e vocês sabem por quê? Porque foram colocadas
pessoas incompetentes para comandar essa oligarquia, que é uma das principais
no País. E os Correios, que é tão importante no nosso País, é comandado por um
famoso advogado que faz churrasco para o Lula. Advogado que faz churrasco para
o Lula. Ele é famoso por isso no nosso Brasil.
E ele
simplesmente quis pegar os resultados da contabilidade de 2023, que eram de
dívidas, e jogar para 2022. Mas não colou. Então, isso é o PT. Eles querem o
quê? Driblar, fazer essas incoerências, mas não conseguem.
O que é
importante a gente deixar claro aqui é que o governador Tarcísio procura ações
para o nosso estado de São Paulo. E essa verdadeira ação que é zerar o IPVA,
trazer empresas para o nosso País e fomentar o nosso estado de São Paulo.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando
sequência à nossa sessão, deputado Paulo Fiorilo, não vai encaminhar pela
Minoria?
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Não. Eu vou pedir
uma verificação. Fica tranquilo.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então está
bom. Vamos colocar em votação agora a nossa votação adiada.
Em votação o Requerimento de Método de
Votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem favoráveis ao
requerimento permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente. Solicito uma verificação de votação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental
o pedido de Vossa Excelência. Faremos então uma verificação de votação ao
método de votação. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, vamos proceder à
verificação de votação pelo sistema eletrônico.
A partir deste momento, estamos fazendo
soar o sinal intermitente por quatro minutos para que as Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados que não se encontrem em plenário tomem conhecimento da votação
que se realizará.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Primeiro quero
agradecer ao senhor a deferência de perguntar se eu queria encaminhar ou não,
diferente da semana passada.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É que hoje
estamos tranquilos, não tem barulho, está mais fácil para a gente poder ouvir,
entender e dialogar melhor.
O
SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Não esquecer de
transmitir os parabéns ao filho do deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, eu
pediria respeito ao orador no microfone de aparte. No momento oportuno, o
senhor se manifesta. Sr. Presidente, quero colocar a Federação PT/PCdoB/PV em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação
PT/PCdoB/PV em obstrução. Pela ordem, deputado Milton Leite Filho.
O
SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - União Brasil em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - União Brasil
em obstrução. Pela ordem, deputado Carlos Cezar.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Para colocar a
Bancada do Partido Liberal em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Partido
Liberal em obstrução. Pela ordem, deputado Dr. Eduardo Nóbrega.
O
SR. DR. EDUARDO NÓBREGA - PODE - Podemos em
obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Podemos em
obstrução. Pela ordem, deputado Barros Munhoz.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Federação PSDB
Cidadania em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Federação
PSDB Cidadania em obstrução a pedido do deputado Barros Munhoz. Pela ordem,
deputado tenente Capitão Telhada.
O
SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Coronel, major.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Coronel. É a
família Telhada dominando tudo.
O
SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado pela
deferência, presidente. Colocar o Partido Progressistas em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL -
Progressistas em obstrução. Pela ordem, deputado Altair Moraes.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Colocar o
Republicanos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Republicanos
em obstrução, deputado Altair. Pela ordem, deputado Guilherme Cortez.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - É possível fazer
uma comunicação enquanto a gente aguarda?
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pode sim,
deputado.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL
- PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, só queria aproveitar para registrar a presença
da vereadora Anna Beatriz Scachetti, uma amiga minha de faculdade que hoje é
vereadora no município de Serra Negra, agora reeleita. Cumprimentá-la, ela, sua
mãe, e toda a população da cidade de Serra Negra pelo trabalho e pela eleição.
E aproveitar
para falar de uma situação muito crítica, que está gerando uma mobilização de
toda a comunidade escolar de São Paulo, sobretudo em Franca. É a precarização e
a terceirização da educação especial no nosso estado.
O governador
Tarcísio terceirizou o acompanhamento pedagógico especializado dos estudantes
com deficiência, no nosso estado, para uma deficiência, cujos requisitos, para
a contratação desses profissionais, estão muito abaixo do necessário. Seja em
relação à formação profissional, seja em relação ao valor do salário desses
profissionais.
Tudo isso causa
uma precarização do acompanhamento pedagógico, da condição de trabalho dos
profissionais de apoio, que são tão importantes para a educação especial do
nosso estado, e para o atendimento dos alunos com deficiência. Que tanto o
governo fala hoje em dia, mas não está na prática do governo.
Por conta
disso, existe um movimento, dos profissionais, das famílias desses estudantes,
contra a terceirização, contra a precarização da educação especial. Sobretudo
no município de Franca, é um movimento muito importante e muito forte que está
se organizando. Para pressionar, através do Ministério Público e da Justiça,
por condições dignas de trabalho e de ensino.
Portanto, só me
solidarizar com esse movimento, e manifestar todo o nosso repúdio a essa
pratica do governo, de terceirizar e precarizar a educação especial no nosso
estado.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Muito
obrigado, Sr. Deputado Guilherme Cortez.
Então, a partir desse momento, estamos
fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos. Me desculpa, já foi.
Tendo transcorridos os quatro minutos, o sistema eletrônico ficará aberto para
que as Sras. Deputadas e Srs. Deputados votem “sim”, “não”, ou registrem
abstenção nos terminais postos em suas mesas. Pela ordem, deputado Oseias de
Madureira.
O
SR. OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - Pela ordem, Sr.
Presidente. Colocar o PSD em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSD em
obstrução. Pela ordem, deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para colocar a Federação PSOL Rede em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL – PSOL Rede em
obstrução. Pela ordem, deputado Itamar Borges.
O
SR. ITAMAR BORGES - MDB - Pela ordem, Sr.
Presidente. Colocar o MDB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - MDB em obstrução.
E dar as boas-vindas à nossa vereadora reeleita na cidade de Serra Negra, Ana
Beatriz e a sua mãe. Sejam sempre bem-vindas nesta Casa. Uma salva de almas
para esta vereadora. (Palmas.)
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para colocar a bancada do PSB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - PSB em
obstrução.
Estão abertos agora os microfones de
aparte para que as Sras. Deputadas e Srs. Deputados que não conseguiram fazer
pelo sistema eletrônico possam assim fazer nos microfones de aparte.
O
SR. PAULO MANSUR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente. Pela geração de
emprego no estado de São
Paulo, voto “sim”.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Paulo
Mansur vota “sim”.
*
* *
- Verificação de votação pelo sistema
eletrônico.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Consulto o
plenário, se mais algum dos Srs. Deputados gostaria de consignar o seu voto.
Não havendo mais deputados
interessados em fazer o seu voto nos microfones de aparte, passaremos agora à
alteração de voto.
Consulto o plenário se mais algum dos
senhores gostaria de alterar seu voto. Não havendo deputados interessados em alterar o seu voto, passaremos então à
proclamação do resultado do método de votação.
Votaram “sim” 43 deputados, mais este presidente, 44,
quórum insuficiente para aprovar o método de votação, que fica com votação
adiada.
Item nº 2 - Discussão e votação do
Projeto de lei nº 1.632, de autoria do Sr. Governador. Em discussão. Para
discutir a favor, deputada Márcia Lia.
A
SRA. MÁRCIA LIA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa
noite a todos os companheiros, a todos os amigos, deputados e deputadas que se encontram nesta Casa.
O que nos traz
a esta tribuna é o Projeto de lei 1.632, de 2023, um projeto que pretende
instituir um passaporte equestre paulista, alterando, dessa forma, a Lei nº
15.266, de 26 de dezembro de 2013, que dispõe sobre o tratamento tributário
relativo às taxas no âmbito do Poder Executivo estadual.
Sr. Presidente,
nós demos uma breve olhada aqui num documento que nos foi entregue
pela nossa assessoria jurídica da bancada do Partido dos Trabalhadores e
entendemos que é uma mudança que vai trazer sérias consequências para o
transporte dos animais no estado de São Paulo.
Inclusive, nós
temos algumas entidades que trabalham com medidas sanitárias para esse tipo de
transporte que discordam veementemente desse Projeto de lei, porque
entendem que esse Projeto de lei que substitui a Guia do Transporte Animal
por esse “Passaporte Equestre”, ele vai significar prejuízos para o
nosso estado de São Paulo.
A emissão desse
documento ocorre mediante comprovação do cumprimento de medidas
sanitárias que são estabelecidas para a espécie do animal, indicação da
finalidade do trânsito, do destino do animal, do pagamento de taxa de
vigilância epidemiológica, bem como da apresentação da documentação
zoossanitária exigida da nota do produtor ou nota fiscal, documento hábil
emitido pela Secretaria da Fazenda.
Fica muito
claro para todos nós que esse documento vai trazer sérias consequências. Porque
a Guia de Transporte Animal, ele não é vinculado apenas à identificação do
animal em si, a sanidade, os cuidados com o animal, a saúde desse animal,
atestada por análise de curto prazo, o percurso do deslocamento, finalidade do
transporte são de interesse das nossas autoridades sanitárias e das nossas
autoridades fazendárias também.
A validade
desta documentação tão curta com essa mudança, pois na realidade pode mudar em
pouco tempo e pode ser necessário para fins sanitários identificar o local
por onde o animal passou, qual foi o trajeto, qual foi a situação de
transporte desse animal.
Eu me lembro
que no final do ano de 2021, nesta Casa, nós fizemos longos debates sobre a
questão do transporte dos nossos animais e nós, infelizmente, não
conseguimos aprovar um projeto que, no nosso entendimento, era um projeto
justo, era um projeto que cuidava da saúde animal, era um projeto que se
permitia melhorar as condições dos nossos animais quando transportados.
Bom, agora
chega esse projeto que, inclusive, eu tenho um dado aqui interessante, que o
deputado Itamar Borges, ele apresentou no final do ano de 2021 um Projeto
de lei que foi aprovado nesta Casa, o Projeto de lei 741 de 2020, que
tinha um objetivo praticamente idêntico ao desse PL que nós
estamos discutindo aqui, que é o 1632 de 23, que era a instituição também
de um “Passaporte Equestre”.
E foram
apresentadas várias razões pelo governo de São Paulo e vetou-se, então, aquele
projeto, dizendo que havia um posicionamento do governo contrário, ao
Projeto de lei, e também àquela emenda.
E nós, agora,
vemos um projeto muito semelhante àquele projeto que veio no ano de
2020, o Projeto de lei 741 de 2020. E assim, nós entendemos que a bancada
do Partido dos Trabalhadores não tem como votar favoravelmente a esse
projeto.
Nós vamos nos
posicionar contrariamente a esse projeto de lei, porque nós entendemos que é de
suma importância o acompanhamento epidemiológico do animal, a viabilidade de a
gente rastrear a movimentação de todos os animais que são deslocados pelo
estado, não só do ponto de vista da vida e da saúde animal, mas também do ponto
de vista econômico.
Porque taxas
são recolhidas quando do transporte desses animais, e também que nós tenhamos o
acompanhamento à origem desses animais, os locais de contaminação em caso de
surtos endêmicos, e que nós entendemos que substituir a Guia de Transporte Animal
pelo passaporte equestre acaba por dificultar, por todas as condições objetivas
desse projeto de lei, a investigação, a vigilância, o combate às doenças
listadas pela Organização Mundial da Saúde Animal, a OIE.
Então nós vamos
nos posicionar contrariamente a esse projeto, e seria inclusive interessante
que, quando da apresentação do projeto do deputado Itamar Borges aqui nesta
Casa, no ano de 2021, quando esse projeto foi aprovado, foi discutido aqui na
Casa, o Conselho Regional de Medicina Veterinária se posicionou contra a
substituição da Guia de Transporte Animal, porque exatamente se perdia a
rastreabilidade do animal.
O Conselho
inclusive enviou um ofício para esta Casa de Leis dizendo que eles defendiam
contrariamente a substituição da Guia de Transporte pelo passaporte equestre.
Então nós votaremos contrariamente ao projeto de lei, bem como à emenda que foi
apresentada a esse projeto de lei.
E para encerrar
o meu tempo, não obstante eu tenha acompanhado somente parte do debate que foi
feito aqui por um deputado que me antecedeu, eu quero dizer que é no mínimo
risível, é absolutamente inaceitável a gente achar que neste País as pessoas
que não concordam com os governos de direita são comunistas.
Oxalá fôssemos
socialistas, mas não somos. Não somos, porque o que se estabelece como sistema
é o capitalismo. É um capitalismo perverso, é um capitalismo que conduz
milhares de pessoas, Xerife do Consumidor, à miséria, à fome, à exclusão
social, à falta de condições de habitabilidade, à falta de moradia, à falta de
uma saúde digna, à falta de uma educação pública de qualidade.
É isso que esse
capitalismo desenfreado, querido deputado Barba, nos coloca como sendo o que
pauta a vida de milhares, de milhões de brasileiros. Nós não concordamos com
alguns posicionamentos que são trazidos aqui para esta Casa, mas daí dizer que
o governo do presidente Lula vai mal, eu quero contraditar essas colocações que
foram feitas aqui nesta tribuna.
Eu faço isso,
porque sei que a economia do País melhora, porque sei que as condições dos
trabalhadores que estavam desempregados e hoje estão empregados estão
melhorando, porque sei que este governo tem compromisso de fato com a educação
pública, com a saúde pública, com restabelecimento de milhares de obras que
estavam paradas por incompetência, por falta de condições de tocar as obras na
área da educação, na área da saúde, na área da cultura e do esporte.
E sei que este
governo, o governo do presidente Lula, retoma um país que estava à beira de ter
um colapso por um golpe de Estado, onde o Exército Brasileiro, vergonhosamente,
descaradamente, impunemente...
Mas não vão
ficar, porque não vai ter anistia. Impunemente, tramavam contra a vida do
presidente Lula, tramavam contra a vida do vice-presidente e, por várias vezes,
governador do Estado de São Paulo, que V.Exas., inclusive, defendiam, mas
tramava-se, tramava-se lá no covil do Palácio do Planalto...
Eu não vou lhe
dar a palavra.
Tramava-se lá
um golpe de Estado com o apoio do Sr. Garnier, almirante, responsável pela
tropa da Marinha, tramava-se também contra a vida do ministro do Supremo
Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Só não conseguiram concluir aquilo que
foi iniciado porque um general sensato, chamado Freire Gomes, abortou aquela
intentona golpista, que se materializava depois da eleição, pelo povo
brasileiro. Uma eleição que foi absolutamente correta, atestada pelo Tribunal
Superior Eleitoral, atestada por aqueles que acompanharam a lisura do processo
eleitoral.
E nós vivemos
nos dias que antecederam à diplomação do presidente Lula e que antecederam
também a posse do presidente Lula. Situações inimagináveis, absurdas com...
E a gente tem
visto aí nas redes sociais, os áudios, as conversas, a barbaridade que se
materializou naquele pós-eleição do presidente Lula por esses que defendem o
fim das políticas públicas, que defendem um país só para os ricos, que defendem
a não taxação das grandes fortunas, que defendem a fome, a miséria, a falta de
educação, a falta de saúde, a falta de cultura, a falta de tudo aquilo que
melhora a condição de vida do povo brasileiro.
Mas nós continuamos
firmes, acreditando numa sociedade mais justa, numa sociedade mais humana, numa
sociedade mais solidária, numa sociedade onde o povo mais pobre, o povo que
teve menos oportunidades, consiga, efetivamente, participar da riqueza deste
País. Porque o Brasil é um país muito rico, mas é um dos países mais desiguais
que nós temos no nosso planeta Terra.
E nós queremos
dizer que somos, sim, pela igualdade, que somos, sim, pela construção coletiva
de um mundo mais solidário. E é por isso que nós, do Partido dos Trabalhadores,
trabalhamos, lutamos e nos empenhamos todos os dias.
E viva este
País, e viva o Brasil, mas o Brasil dos brasileiros, não o Brasil dos ricos.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência
aos oradores inscritos para discutir contra, com a palavra a deputada Thainara
Faria. Ausente. Dando sequência, deputado Teonilio Barba para discutir
contrário.
O
SR. PAULO MANSUR - PL - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Paulo Mansur.
O
SR. PAULO MANSUR - PL - Uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem dois
minutos Vossa Excelência.
O
SR. PAULO MANSUR - PL -
PARA COMUNICAÇÃO - É claro que o PT, o Partido dos Trabalhadores, tem um viés
comunista. Eles são a favor da regulamentação da mídia, eles querem fazer uma
moeda única no Brics. Os vieses são ideológicos. Eles são a favor do aumento de
imposto, são a favor da invasão de terra e de que todos recebam igualmente. É
isso que o PT é a favor.
Só que tem
muitas coisas que eles não conseguem implementar no nosso Brasil, mas o viés
ideológico deles é de comunismo. Eles são amigos dos amigues, dos venezuelanos,
enfim, a gente sabe o quanto o PT gosta desse viés. Mas olha só, o governo
fecha 2023 com um déficit primário de 230 bilhões de reais; 2023, sob o Lula,
rombo recorde nas estatais, chega a 7,4 bilhões de reais no ano de 2024.
Com o governo
Bolsonaro, o superávit foi de 40 bilhões de reais, impulsionando o recorde de
arrecadação. E ele diminuiu, em 700 itens, impostos no nosso Brasil. Ou seja,
ele diminuiu o imposto e arrecadou mais, conseguiu colocar o País com
superávit. Isso é um modelo de economia livre, que era o que os Estados Unidos
tinham com o governo Trump e que agora voltou. E isso é o que o País quer e
isso é o que o mundo quer.
O mundo quer
uma economia livre, quer geração de emprego, e é o que o Lula está indo na
contramão. E a gente tem que ficar escutando aqui no plenário os deputados
falando que são a favor.
É isso.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Alex
Madureira.
*
* *
O
SR. TEONILIO BARBA - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente Alex Madureira, senhoras deputadas,
senhores deputados, as trabalhadoras, os trabalhadores, os assessores que nos
assessoram aqui, o público que nos acompanha pela TV Alesp, o público que nos
acompanha aqui na galeria.
Primeiro, eu
quero voltar, presidente, um pouco no primeiro projeto que vocês não conseguiram
dar quórum aqui à votação e falar sobre ele. Primeiro que ele é um projeto que,
se for para ter um viés importante, se realmente é para ter um viés importante,
o projeto que trata da isenção do IPVA, de 100% de isenção durante dois anos.
Depois começa a recuperar de maneira gradativa até voltar aos quatro por cento.
Precisa
discutir como é que vai fazer a compensação para os municípios, porque tem
perda para os municípios. Precisa discutir como é que vai fazer a compensação
para a Educação, porque tem perda para a Educação.
E se é para
aplicar isenção, então vamos aplicar isenção para todo mundo que tem o carro
flex, independente do ano. Porque, mais uma vez, o governo Tarcísio mostra que
só privilegia os ricos, porque quem vai comprar um carro de 250 mil reais,
deputado Conte Lopes, o cara não está preocupado com dez mil reais de IPVA que
ele vai pagar.
Por isso que o
governo Tarcísio só está ajudando os ricos. Mas, e o carro do pedreiro, do
carpinteiro, o do jardineiro, do pessoal que cuida do asseio aqui dessa Casa,
de prestadores de serviço, que tem um carro que custa 45 mil reais, 46 mil
reais. Então tem que dar isenção de IPVA para toda a frota de álcool, não só
para os ricos.
Portanto,
deputados e deputadas que votaram a favor, agradeçam de não ter dado quórum,
porque vocês vão entrar para a história como deputadas e deputados que só
querem dar privilégio para os ricos nesse projeto do IPVA.
Olha só, vocês
votaram a favor das terras devolutas para os fazendeiros, terras griladas desde
1850; vocês votaram a favor das escolas cívico-militar; vocês votaram a favor
da privatização da Sabesp, uma empresa que, no ano de 2022 deu 3 bilhões e 200
milhões de reais de lucro líquido.
Não é receita
bruta, é lucro líquido. Vocês votaram para entregar na mão dos empresários, dos
ricos. Vocês votaram a questão da retirada de 5%, em dois turnos aqui, nos
derrotaram. Faz parte da disputa política, mas vocês perceberam que vocês estão
votando tudo, mas tudo que é contra a classe trabalhadora. É o que vocês têm
votado. Então eu estou chamando a atenção de vocês por isso.
Há um certo
deputado aqui que fala de comunismo, de socialismo, mas que talvez, não sei se
ele chegou a ler alguma coisa, se ele chegou a ler o Primeiro Manifesto
Comunista e o Segundo Manifesto Comunista, porque é lá que você vai discutir o
que é o socialismo e como é que se transita para o comunismo.
E o presidente
Lula, o presidente Lula tem relação, o governo do presidente Lula tem relações
com todas as economias do mundo que querem ter relação com o Brasil. O Brasil
foi recolocado na ordem do dia nas relações internacionais, coisa que o capitão
mal caráter não conseguiu fazer.
A relação do
capitão mal caráter era só com o Trump e com Israel; relação péssima com a
China, que é o país número um, é o primeiro país que mais consome, onde a nossa
balança comercial é superavitária, com a China. Primeiro é com a China, depois
é com a Argentina, depois é o Estados Unidos, e depois é a Europa.
Eu vou
recomendar ao deputado também que vá para o dicionário e olhe o que significa a
palavra “gênero”. Não tem ideologia de gênero. A palavra “gênero” é masculino
ou feminino. É homem ou mulher. É moça ou rapaz. É menino ou menina. Ideologia
se discute na política. Se eu sou comunista, se eu sou capitalista, se eu sou
social-democrata, se eu sou as várias posições políticas existentes.
Esse deputado
precisa aprender que não existe ideologia de gênero. O que existem são pessoas
que, na vida, têm uma outra orientação sexual, têm uma outra opção sexual. Isso
é problema da pessoa, é de cada ser humano. Nós temos que tratar a questão do
ser humano. Eu quero ver se alguém discorda disso. Não estamos discutindo pauta
identitária, não estamos discutindo costumes.
Então os
deputados precisam entender, deputados e deputadas: nós lutamos pelas pautas
identitárias, nós lutamos pelo combate ao preconceito, o combate ao machismo, o
combate à violência contra as mulheres, porque os homens praticam quatro tipos
de violência contra as mulheres.
A primeira é
quando ele dá uma cantada na mulher e a mulher fala que não para ele, e ele
fica lá constrangendo ela. Isso é uma violência contra a mulher. A segunda
violência se dá na relação do poder de hierarquia se ele é o chefe e ele quer
obrigar a mulher a sair com ele porque ele é o chefe dela e ele quer que ela
seja amante dele. Então é a segunda violência.
A terceira
violência é quando ela não aceita nenhuma das duas coisas, começa o assédio
moral. E a quarta violência, além da violência física, tem a violência do poder
econômico, porque os homens acham que têm dinheiro no bolso e podem submeter as
mulheres ao poder econômico deles. E tem a violência física.
Então, nós
combatemos todo tipo de preconceito, nós, da esquerda. Conheço várias pessoas
de centro e de centro-direita que também combatem esses mesmos preconceitos.
Nós combatemos o racismo, nós combatemos a intolerância religiosa. Se isso é
ser comunista, podem me chamar de comunista. Eu não tenho problema em ser
comunista. Eu não tenho problema em ser socialista.
Eu dialogo, eu
vivi 41 anos na indústria. Eu negociei, de 97 até 2013, com todos os setores
patronais da indústria do estado de São Paulo: Sinfavea, Sindipeças,
Sindimáquinas, Sindicato de Parafusos, todos patronais. Porque todo mundo acha
que só tem sindicato de trabalhadores.
Tem os
sindicatos patronais. A Fiesp é uma grande federação das empresas paulistas. O
estado que mais tem empresa no Brasil é o estado de São Paulo, com mais de 250
mil indústrias.
Eu sou um
defensor da indústria e dos trabalhadores da indústria. Porque a indústria gera
emprego de melhor qualidade. Eu sou defensor do setor de serviços. Eu sou
defensor do comércio. Até do agronegócio eu sou defensor.
Mas do
agronegócio que não mata, do agronegócio que não expulsa famílias da terra,
aquele agronegócio que, no passado, era dono da chibata, que escravizou, que
bateu, que matou e que plantou negros nos canaviais. Morriam e plantavam lá.
Então, esses,
eu sou contra. Esses, eu vou combater. Agora, tem empresários sérios neste
País. Eu sei disso, e lidei muito tempo com eles. Agora, tem maus empresários.
Assim como o Brasil teve um capitão... Uma pena, deputado Conte Lopes, coronel
Conte Lopes. Em nosso País, as Forças Armadas são uma instituição extremamente
importante. Ela não é um instrumento do governo que está no momento. Ela é um
instrumento do País.
Não é para ser
de nenhum governo de plantão, nenhum governo de exercício. E produziu um
capitão mau caráter. Mas não foi só um capitão mau caráter, um general mau
caráter. Produziu vários maus caráteres, que lutaram e conspiraram para tentar
assassinar o presidente Lula, o Geraldo Alckmin e o Alexandre de Moraes no dia
15 de dezembro. Então eu acho que nós precisamos botar em dia a nossa conversa.
A segunda
coisa, ainda para responder o deputado. Investigue, deputado. Vai estudar.
Deputado Barros Munhoz, o senhor, que é um decano desta Casa. Na História do
Brasil, é o maior número de carteira registrada no País, passando de 38 milhões
de trabalhadores no setor privado. Fora o pessoal que está no setor público.
Quando você soma o setor privado e o público, está próximo de 48 milhões de
trabalhadores com carteira registrada neste País.
Então o
deputado não acompanha, não está vendo que o crescimento do PIB vai ser 3,5 a
3,4 por cento, enquanto todos os economistas estavam dando que ia ser 1,9 por
cento.
Voltando para o
projeto do equestre. Veja bem. O que querem fazer com esse projeto? Hoje você
tem uma Guia de Transporte de Animal. O senhor foi ministro da Agricultura,
deputado Barros Munhoz. O senhor sabe da importância da GTA, que é a Guia de
Transporte de Animal.
Porque, para
transportar o animal, tem que estar vacinado, tem que estar protegido das
questões epidemiológicas. Ele tem que estar protegido de tudo. E vai criar um
passaporte para quê? Olhe novamente, para que o passaporte?
Para os grandes
donos e criadores de cavalos do estado de São Paulo. O passaporte é para
transitar, inclusive, sem controle. Porque, se a gente pegar o Conselho de
Veterinária do Estado de São Paulo, eles são contrários a este projeto. Porque
a Guia de Transporte de Animal, hoje, já dá conta de examinar o animal a cada
vez que ele vai ser transportado. A proteção, olhar a vacina, olhar tudo,
gente.
Nós temos um
dos maiores sistemas públicos de vacina do mundo. Não é só para o ser humano, é
para os animais também. Os nossos rebanhos equino, caprino, bovino, as nossas
aves, são todos vacinados. Isso é uma obrigação de um país: de zelar não só
pela saúde dos seus habitantes, mas pela saúde dos animais, porque, senão, você
não consegue ter relação comercial internacional, com os outros países.
Nós somos o
maior produtor de carne bovina do mundo. Nós exportamos para o mundo inteiro a
nossa carne, para todos os tipos de sociedade. Porque no Oriente Médio se
consome a vaca matada de um outro jeito. Até isso o Brasil tem para poder
garantir o seu poder de exportação. E aí nós ouvimos aqui algumas bobagens, que
é difícil, mas faz parte aqui no Parlamento.
Então esse
projeto que o governador está encaminhando para cá é para atender meia dúzia de
grandes produtores de animais aqui no estado de São Paulo, que participam de
competições importantes.
Alguns
participam de corridas, outros de rodeio, outros de várias competições que você
faz com os cavalos. Tem gente que faz procissão com os cavalos. São Bernardo
tem uma marcha dos cavalos, é uma procissão de carroceiros e cavaleiros que
andam só a cavalo. Entendeu? Tem.
Então, agora,
isso aqui inclusive acaba privilegiando um grupo, que é um grupo seleto, mais
uma vez, que é a prática da política do Tarcísio, e é aqui novamente que nós
vamos estar discutindo aqui e encaminhando contrários a esse projeto, porque
entendemos que esse projeto, ao tentar substituir a GTA, que é a Guia de
Transporte Animal, com um passaporte, ele comete um equívoco muito grande.
A Guia de
Transporte Animal tem que continuar valendo para todo tipo de transporte dos
animais com segurança, zelando pelo estresse, para não deixar o animal ficar
estressado, zelando pela condição física do animal. Por isso que nós somos
contrários a esse projeto.
Muito obrigado,
senhor presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Obrigado,
deputado Barba. Seguindo aqui a lista dos oradores inscritos para discutir
contra. Deputada Ana Perugini. Ausente. Deputado Reis. Ausente. Deputado Simão
Pedro. Deputado Simão Pedro tem o tempo regimental para discutir contra.
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, público que nos acompanha aqui na TV Assembleia, nas redes sociais.
Queria, antes
de iniciar aqui a minha fala sobre o aspecto desse Projeto de lei nº 1.632, de
2023, queria parabenizar o deputado Barba pela excelente aula que ele nos deu
aqui a respeito de conceitos importantes da política, do nosso cotidiano.
Sr. Presidente,
eu queria lamentar, porque estamos chegando no final do ano. Foi um ano muito
importante, tivemos uma interrupção, vamos dizer assim, deputada Bebel, de
vários meses, que nós tivemos as eleições.
Muitos aqui
foram candidatos, que nem V. Exa., lá em Piracicaba, outros coordenaram
campanhas, estiveram ajudando, e a gente podia estar aqui discutindo nesta
noite de terça-feira, uma noite importante, que a maioria dos deputados vêm
para a Assembleia, temas, deputado Marcolino, que, por exemplo, são gravíssimos,
como habitação.
Nós temos um
déficit habitacional gigantesco no Brasil, no estado de São Paulo. Temos
problemas crônicos para resolver, que poderiam ter a atenção desta Assembleia.
Poderíamos estar discutindo aqui o Orçamento, o que fazer com a CDHU, que
continua na lista de empresas a serem extintas pelo Governo do Estado. Nós
poderíamos estar discutindo aqui os temas de habitação.
Por exemplo,
nós vamos terminar um ano, vamos começar outro e vamos, de novo, ter aquele
sofrimento dos professores categoria “O”, que não têm certeza se vão ter
trabalho no ano que vem.
Poderíamos
estar discutindo, por exemplo, a CPI das Santas Casas, que terminou depois de
mais de quase cinco meses da constituição dela, e teve apenas uma reunião, para
ouvir uma pessoa para discutir a crise que passam as Santas Casas, de dinheiro,
de recurso, de atenção.
Mas não, nós
estamos discutindo aqui um Projeto de lei para criar uma pulseirinha vip,
como disse aqui um amigo que está aqui nos acompanhando, para um grupo
social do estado de São Paulo, privilegiado, porque quem cria cavalos,
transporta cavalos para competições, para exposições, não sou eu, não
somos nós, é um grupo privilegiado socialmente, privilegiado
economicamente.
E nós estamos
aqui discutindo um projeto que só interessa a esse grupo, paralisar a
Assembleia, paralisar uma terça-feira para discutirmos um Projeto de lei que
não... Vou dizer aqui que não é uma discussão política, é uma discussão
técnica.
Por que não se
fez um projeto mais abrangente? Não, porque esse governo tem interesses,
tem relações e trabalha e legisla para pequenos grupos de interesses, como
já foi falado aqui, dos mais privilegiados do estado.
Há pouco nós
estávamos discutindo aqui um Projeto de lei para isentar de IPVA
aqueles que comprarão ou serão proprietários de carros que custam acima de
R$ 250 mil, não é a realidade da maioria do povo brasileiro, do povo
paulista. Então lamento muito a gente estar aqui discutindo um projeto
como esse.
E um projeto
cheio de contradição, porque o deputado Itamar Borges, que é um deputado
veterano nessa casa, experiente, já foi prefeito, ele apresentou um
projeto aqui de igual teor, aprovado por este Parlamento e o governo
vetou, com argumentos que depois eu vou ler aqui. Então vetou o projeto
e agora manda um projeto igual.
Primeiro passa
aquilo que eu já citei aqui, um desprezo por este parlamento. Os vetos, as
desmarcações de audiências públicas, como ocorreu a semana passada, nunca
aconteceu nesta Casa de uma comissão como a de infraestrutura, que é uma
comissão poderosa, importante, de transportes.
Marca uma
audiência pública para discutir um projeto fundamental, de ser debatido,
aprofundado e discutido, que é a concessão do trecho urbano da Raposo
Tavares, aqui de São Paulo, Butantã até Cotia, e a audiência é
marcada para o último dia três, segunda-feira.
Os movimentos
sociais, a população, as entidades representativas do povo ali, os
prefeitos, vereadores, todos interessados. Aí no domingo, dia antes, o secretário
liga para a Assembleia para dizer que não pode vir, desmarcando, quando já
tinha um leilão para ocorrer na quarta-feira. Então, assim, um desprezo,
um absurdo o que acontece com esta Casa.
Esse Projeto de
lei é um exemplo de como o governo trata esse Parlamento. Quando é de
iniciativa de um deputado, ele veta, depois ele manda um projeto com a maior
cara de pau, de igual teor, assim, sem mais, sem menos. Então, é o
que aconteceu, V. Exa., o deputado Marcolino está bem lembrando, é o caso
do Projeto de lei que a gente estava discutindo aqui.
Deputado
Antonio Donato, esse deputado experiente no Parlamento, no executivo, que
estuda o assunto, que milita nessa área, apresenta um projeto aqui, o
governo veta e depois manda um de igual teor.
Então, um
descaso, e é o que acontece com esse Projeto de lei 1632. O que ele quer
fazer é mudar uma situação que hoje está consolidada, que é a Guia de
Transporte Animal, e a coisa mais importante é o controle sanitário.
É lógico que dá
trabalho você comunicar que vai ter que tirar o seu animal aqui do sítio,
transportar ele para outro lugar. Dá trabalho, mas é importante, é
necessário para defender a saúde desses animais, defender os interesses da
sociedade.
Agora, não se
trata de mudar para todos. Por exemplo, aquele agricultor familiar que tem
ali no seu sítio algumas vaquinhas, ah não, esse aí vai continuar tendo o
trabalho que tem hoje.
Agora, aquele que
cria o cavalo de raça para exposições, para corridas e assim por diante, não,
esse aí vai ser diferenciado, ele não vai precisar mais fazer a guia, ele está
liberado. Tem um passaporte, deram um nome até bonito para que esse animal
possa ser deslocado, transportado sem qualquer controle. Então um problema
gravíssimo.
E olha aqui, eu
queria destacar aqui o que o Governo alegou quando vetou o PL 741/20, do
deputado Itamar Borges, que tinha um teor praticamente idêntico, de instituir o
passaporte equestre.
De início, a
alegação do Governo: vale assinalar que em cumprimento à diretriz contida no
Art. 184, incisos V e VI, da Constituição estadual, da lei tal, dispõe sobre as
medidas destinadas à vigilância e defesa animal.
O Art. 12, §
1º, prevê que os animais em trânsito deverão estar acompanhados da Guia de Transporte
Animal, GTA, emitida mediante comprovação do cumprimento das medidas sanitárias
estabelecidas para espécie animal e indicação de finalidade do trânsito,
podendo a Coordenadoria de Defesa Agropecuária proceder vistorias e outras
diligências que se fizerem necessárias para a emissão.
Ou seja, o
Governo... São os argumentos que ele põe na justificativa para mandar o projeto
aqui, pedir para a gente aprovar, e é o que ele usou para vetar o projeto do
deputado Itamar Borges.
Então, assim, é
um acinte, é um absurdo, por que só para os criadores de cavalos? Por que não
para os demais proprietários de outros animais que são tão importantes para a
nossa Agropecuária, para a alimentação e assim por diante?
Eu queria,
deputados e deputadas, aproveitar esse tema... Então, por isso que nós nos
inscrevemos aqui para falar contra esse projeto, que também, bem lembrado aqui
pelo deputado Barba, ele recebeu uma... Nós recebemos aqui na Assembleia uma
carta do Conselho de Veterinário Animal pedindo para a gente combater esse
projeto de lei e não deixar que ele seja aprovado.
Então, são
essas as minhas considerações. Mas antes, presidente, de falar sobre, continuar
debatendo esse tema, eu queria pedir uma verificação de presença do deputado,
que está bem esvaziado aqui o plenário, eu gostaria agora de falar um tema que
é importante ter o quórum regimental aqui.
Por gentileza.
O SR. ALEX MADUREIRA - PL - É regimental o pedido de Vossa
Excelência. Gostaria de chamar aqui o deputado Danilo Campetti e o deputado
Paulo Mansur para nós procedermos à verificação de presença.
* * *
- Verificação
de presença.
* * *
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Constatado quórum regimental,
devolvo a palavra ao deputado Simão Pedro, para continuar a discussão contra.
O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Presidente, deputado Alex
Madureira, eu estava aqui discorrendo sobre os argumentos que nós temos para
dizer que somos contra esse projeto. Primeiro, ele beneficia um setor muito
pequeno, privilegiado já socialmente, coloca em risco a sanidade dos animais.
Já temos um
histórico de que o governo vetou um projeto aprovado aqui pelo deputado Itamar
Borges. Temos a recomendação do Conselho Regional de Medicina Veterinária
contrário, não sei por que nós insistimos e o governo insiste com isso.
Será que tem
algum pedágio que tem que pagar? Por que esse privilégio a esse setor? Por que
não estender então esse benefício aos demais produtores, criadores de outros
animais?
Então, é um
absurdo. Mas eu queria, Sr. Presidente, dentro desse tema ainda em defesa dos
animais, queria lembrar. Eu estive em Jundiaí na sexta-feira passada, tem a ver
com isso, e visitei a Associação Mata Ciliar.
Essa associação
faz um trabalho fantástico há décadas de recuperação de animais que são
atropelados nas estradas, com cada vez mais frequência, animais que sofrem
traumas ou sofrem acidentes por colheitadeiras de cana, colheitadeiras do
agronegócio, animais que são abandonados, que perdem a referência do seu
habitat por conta da expansão urbana.
E usam uma área
ali em Jundiaí, perto do aeroporto - há anos, recuperaram, inclusive - que era
um antigo sítio que teve problemas, e essa associação, com a autorização da
Prefeitura, do Estado, em convênios com o DER recuperou essa área, uma coisa
fantástica, vale a pena os deputados visitarem.
Qual é o
problema? Desde o ano passado, essa entidade que tem convênio com diversas
prefeituras do Estado, que quando tem esse problema de um animal que foi
atropelado e tal, encaminha para lá; muitas concessionárias de estrada de
rodagem têm convênio e encaminham os animais para lá, porque têm obrigação de
dar um encaminhamento.
Eu vi lá um
lobo guará lindo, mas sem uma das patas; eu vi lá uma onça parda sem a pata
dianteira, esses animais que não conseguem, inclusive, voltar para o seu
habitat, para a sua vida natural e precisam da proteção dessa entidade, uma
entidade que presta educação ambiental, cursos, uma coisa fantástica,
reconhecida internacionalmente, mas o azar é que está ali ao lado do aeroporto
e qual é o problema?
O Governo do
Estado concedeu dez aeroportos para uma empresa privada administrar. Ela ganhou
o nome de VoaSP.
O problema é
que essa empresa agora inventou de querer pegar metade da área que a Associação
Mata Ciliar utiliza para construir ali um hotel, dizendo que ela tem direito porque
a concessão permite que ela tenha receitas acessórias, e causando assim um
transtorno, um estresse, causando uma insegurança ao trabalho desenvolvido pela
Associação Mata Ciliar, que não são só profissionais que têm ali, como médicos
veterinários, oito ou dez, fazendo cirurgias diariamente.
Ali eles
recebem de 20 a 40 animais por dia, deputado Mauro Bragato, e agora essa
concessionária quer porque quer, dizendo que tem direito à metade da área onde
está a mata ciliar, querendo criar um transtorno, um problema e colocando em
risco esse trabalho de excelência desenvolvido aqui no nosso estado, uma
prestação de serviço para a nossa sociedade, o que essa associação faz com
muitos voluntários.
E essa empresa
só não conseguiu entrar ali com tratores, colocando em risco a vida dos animais
que estão ali em recuperação, assustando-os mesmo, porque a sociedade de
Jundiaí imediatamente se mobilizou, 350 pessoas se colocaram ali na frente dos
tratores, na frente da mata ciliar para defender o trabalho dessa entidade. A
empresa, então, agora recorreu à justiça, e está um imbróglio no Judiciário.
Precisamos da
intervenção do Estado, deputado Barros Munhoz, para não deixar essa atrocidade,
essa violência, esse desserviço acontecer em nome da busca de um lucro qualquer
que essa empresa quer tirar ali daquela concessão.
Que utilize a
área do aeroporto, mas não que queira, então, ir para cima de uma entidade que
presta um serviço, que eu duvido que outra vai fazer, ou que aqui no Brasil a
gente tenha um serviço de tão excelência como a mata ciliar.
Então, toda a
minha solidariedade, à associação, à população ali de Jundiaí, para que essa
entidade possa seguir o seu trabalho tranquilamente e pelo qual a gente é muito
grato.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE ALEX MADUREIRA - PL - Para discutir
contra, deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, senhores deputados, senhoras deputadas,
todos que nos acompanham pelas redes sociais da Alesp.
Como disse o
deputado Simão, que me antecedeu, essa Casa tem sido tratada com muito
desprezo, não é? Muito desprezo. A gente vê um projeto aqui que não tem nada de
estruturante, para atender um pequeno grupo, ao custo de prejudicar a saúde dos
animais. É disso que se trata.
Ele, na
verdade, muda um artigo de uma lei, que é a lei... vamos lá: Lei nº 15.266 de
2013, que regulava o transporte de todo e qualquer animal e de ovos férteis. A
vigilância epidemiológica sobre o trânsito de animais e de ovos férteis com a
emissão da Guia de Transporte Animal, a GTA.
E agora tem uma
excepcionalização para o trânsito de equídeos. Do ponto de vista
epidemiológico, qual é a diferença dos animais? Eles têm doenças, todos eles
têm doenças típicas de cada um - algumas comuns a todos.
E por que um
grupo de animais vai ter privilégio para atender uma demanda de algum setor?
Que parece que são os criadores de cavalos que querem ter facilidades, querem
ter menos custos. Porque tem um custo, mas a custa é de colocar em risco a
saúde desses animais. Enfim, toda vigilância sanitária e epidemiológica no
estado.
Então, me
parece que é um projeto bastante sem sentido. Não está explicado por que um
grupo específico. Essa é a resposta que a base do Governo, o líder do Governo
tinha que vir aqui dar: explicar o projeto, porque a gente vem aqui discutir
contra, na esperança que alguém discuta a favor para explicar o projeto, mas
ninguém explica.
Impressionante,
fico impressionado com essa dinâmica aqui. Você faz perguntas, faz colocações,
e ninguém vem aqui para colocar o porquê esse projeto está aqui na Casa.
Aqui já não tem
a tradição de audiências públicas, que outros parlamentos têm, que a gente
poderia ter a oportunidade ou de dar tramitação nas nas comissões, para que
pessoas do governo viessem explicar. Então veio um texto simplório, com uma
justificativa rasa, e a gente não sabe por que tem o projeto aqui.
Então,
infelizmente, essa é a situação no Parlamento Paulistano, em um momento em que
a gente poderia estar discutindo coisas muito mais importantes, num momento em
que a gente tem que aproveitar esse bom momento do País. Hoje saiu o PIB do
terceiro trimestre, superando todas as expectativas do mercado mais uma vez. É
impressionante como eles erram. O ano passado a previsão do PIB era de um por
cento. Deu mais de três. Esse ano eles dobraram a aposta.
O mercado
dobrou a aposta e falou: “Não, esse ano vai crescer só um por cento.” Já está
crescendo quatro por cento anualizado. Está aumentando o emprego, pleno
emprego, menor taxa de desemprego da última década. Aumentando o consumo das
famílias acima desse crescimento, ou seja, melhorando o bem-estar da população,
preparando as condições para o País voltar a crescer.
É evidente que
tem muitos obstáculos, tem muita sabotagem, a gente vê o mercado jogando
contra, porque ele quer jogar nas costas do povo o chamado ajuste fiscal. E é
evidente que a gente considera que é necessário ajuste das contas públicas.
Mas ele tem que
ser feito em quem paga pouco imposto, porque o povo trabalhador paga muito
imposto. A classe média paga muito imposto. Mas, no Brasil, quem não paga
imposto é bilionário, porque não tem taxação de grandes fortunas, de
dividendos, de lucros.
Então o imposto
médio de quem ganha mais de 50 mil reais por mês é de seis por cento, quando
qualquer trabalhador aí tem um imposto real de 20% pelo menos na renda. É 27,5%
a alíquota, mas tem lá aqueles descontos, na média dá 20 por cento. Isso para
um trabalhador que ganha 3, 4, 5 mil reais.
Enquanto um
bilionário, quando paga, é 5, 6% de imposto. E o presidente Lula e o ministro Fernando
Haddad fizeram uma proposta de justiça fiscal. Vamos isentar, até porque foi
prometido na campanha de 2022 e, vamos lembrar, foi prometido na campanha de
2018 pelo Jair Bolsonaro, que não cumpriu, naturalmente. Aliás, piorou a
situação do imposto de renda, porque ele não corrigiu nem a tabela.
Mas agora o
presidente Lula vai cumprir o compromisso de campanha, dando a isenção para
quem ganha até 5 mil reais e compensando esses quase 30 bilhões de reais que
vão para o bolso do povo para ativar a economia, o consumo, e o consumo gerar
produção e gerar emprego.
Vai ser
compensado com a taxação de no mínimo 10% daqueles que não pagam nada, dos
grandes capitalistas do país, que não querem perder nada, querem impor ao povo
cortes e mais cortes, mas não querem fazer uma mínima contribuição para que
este País seja um País mais justo. Mas nós continuamos seguindo.
O mercado
reagiu, chantageou, jogou o dólar lá pra cima, o Banco Central, o Campos Neto,
sabotador número um da economia brasileira, que poderia ter agido contra a
especulação contra o dólar, porque o Brasil tem 350 bilhões de reservas,
bilhões de dólares em reserva, constituídas no governo Lula e Dilma, 350
bilhões de reserva.
Para vocês
terem uma ideia, durante a gestão Bolsonaro, o Campos Neto fez leilões, swaps e
outros mecanismos para conter a alta do dólar 27 vezes. E agora que tem um
ataque especulativo ao dólar, ele não faz nenhuma medida para conter essa
especulação.
Mas ele vai
sair agora no fim do ano, está dando o seu canto do cisne, tentando sabotar
pela última vez a economia brasileira, mas não vai conseguir. Não vai conseguir
porque a economia brasileira é dinâmica, tem muita pujança e a gente acredita
que a gente vai poder construir um País muito melhor, principalmente
distribuindo renda, que é isso que a elite brasileira não consegue entender com
a sua herança escravocrata, 350 anos de escravidão moldou uma elite que tem
ódio do nosso povo, que olha para Miami, mas é incapaz de olhar para o Capão
Redondo.
Então, se
entender como o mesmo povo, e a gente superar essa situação. Então a gente
deveria estar fazendo debates de como o estado de São Paulo pode avançar nisso,
contribuir com isso. Qual é a política industrial do estado de São Paulo? A
gente viu no debate passado. Um debate pobre, a partir de uma visão atrasada de
política industrial e de política ambiental.
Tem um artigo,
agora eu estava lendo aqui. Não lembro agora se é do “Financial Times”.
Traduzido, naturalmente, dizendo o seguinte: que essa euforia do híbrido vai
durar pouco, porque os elétricos vão se impor. E a gente está impedindo que os
elétricos avancem no ritmo que precisa no Brasil. Primeiro pela questão
ambiental, mas também pela política industrial.
Se a gente não
incorpora tecnologia, quando isso acontecer, a gente já vai estar para trás,
como aconteceu na abertura do governo Collor. Porque a indústria brasileira
ficou fechada um tempão. Quando veio a abertura indiscriminada, veio a
desindustrialização. A gente precisa industrializar o País sob os marcos de uma
indústria sustentável, de uma indústria verde.
Para isso, é
necessário que a gente tenha política para isso. Não só política industrial:
política educacional. A gente está vendo o que esse governo tem de política
educacional.
É a
antipolítica educacional, é cortar dinheiro da educação, em vez da gente
investir para que a gente tenha mais escolas técnicas, que a gente forme mais
mão de obra qualificada. Eu não vou saber os números de cabeça, mas eu tenho
certeza de que são números grandiosos, por exemplo, da falta de programadores
brasileiros.
Indústrias
brasileiras, até porque você pode fazer isso online, contratam programadores na
Argentina, ou em outros países, por falta de formação de mão de obra nossa.
Isso é papel de quem? É papel do estado ter uma política que forme mão de obra
qualificada.
Nossa
juventude, sedenta por esses espaços, para que ela possa crescer, ingressar na
nova economia, essa economia da tecnologia, na economia da internet, na
economia da informação. Enfim, essa economia que hoje é fundamental você ter
jovens bem preparados, bens formados.
Para isso,
precisa ter uma escola de qualidade, com professores bem remunerados, com
condições físicas adequadas. A gente está vendo o contrário: o desmonte da
escola pública, com os cortes que a gente discutiu essa semana, de 11 a 12 bi
por ano. E a dívida de 50 bi, com a educação do Estado, já que os inativos
foram colocados irregularmente como despesa mínima dos 30 por cento.
Então a gente
tem essa situação. A gente tem muito mais coisa para discutir do que discutir
um privilégio para criador de cavalo. Mas é isso que nós estamos discutindo:
privilégio para criador de cavalo. Não sei quem é o amigo do governador que é
criador de cavalo, mas vem dessa tradição.
Aqui, os cabeça
branca, como eu, vão lembrar. O general Figueiredo, último ditador da ditadura
militar, falava que preferia cheiro de cavalo ao cheiro do povo. Ele era da
cavalaria.
Então acho que
é isso que está inspirando o capitão Tarcísio. Acho que é essa herança. Não sei
se ele era da cavalaria também. Mas eu acho que é essa coisa que remonta lá a
85, 86, 84, 83, quando o general Figueiredo, aquele que preferia o cheiro do
cavalo ao cheiro do povo, essa foi uma frase famosa dele.
Aqui a gente
está vendo que se prefere o privilégio dos cavalos, o privilégio dos criadores
de cavalo a se debater os grandes problemas do povo. Então é um governo que,
quando tem alguma coisa estrutural, é contra o povo. É tirar dinheiro da
educação, é privatizar a Sabesp. Fora isso, o que discutimos aqui em relação ao
estado de São Paulo? Qual é a política ambiental do estado de São Paulo? Qual é
a política industrial?
Não discutimos.
Essas coisas pontuais que vêm aqui mostram que é um governo que não tem rumo,
não tem uma estratégia para o Estado. A não ser vender, vender. Amanhã teremos
uma audiência pública.
Olha o desprezo
pelo Parlamento. Nós aprovamos, na Comissão de Transportes, há meses, uma
audiência pública sobre a concessão da Nova Raposo. Há meses, aprovamos. Aí,
finalmente, foi marcada para semana passada, em função que haveria o leilão,
dia 28, da Nova Raposo.
A gente marcou
acho que para o dia vinte e cinco. Era uma segunda-feira. Na sexta, oito horas
da noite veio um e-mail do Sr. Rafael Benini e do Sr. André Isper com o mesmo
texto. “Por compromisso assumido anteriormente, não poderemos estar”.
Sugerimos dia
quatro de dezembro, amanhã, às dez horas da manhã. Uma audiência pública quatro
de dezembro às dez horas da manhã, para ninguém participar, e depois que já
aconteceu o leilão. Mas nós vamos estar lá para debater, até porque esse leilão
tem uma coisa escandalosa, que é você fazer um leilão sem ter projeto.
O projeto,
deputado Barros Munhoz, vai ser feito pela concessionária. Tem lá um traçado,
como diriam os antigos, em “papel de pão”, ali mais ou menos desenhada onde vai
passar a rodovia, onde vai duplicar, mas não está explicado. Não tem um projeto
executivo, não se sabe quantas árvores serão removidas - e serão muitas -, não
se sabe quantas residências serão desapropriadas, e serão muitas.
Mais uma vez,
se aposta a Raposo Tavares. Todos que conhecem aqui sabem que de São Paulo a
Cotia ela é uma rodovia urbana. Tinha que ter corredor de ônibus. Ela é parada,
congestionada.
A Linha 20 do
Metrô que vai do Butantã a Cotia deveria ser priorizada, mas a gente vai para
uma solução antiga, que em breve estará congestionada, como é da lógica do
sistema viário. Você dá mais espaço para o carro, ele rapidamente congestiona
mais.
A gente viu
isso aqui na duplicação das marginais, em qualquer espaço viário, porque é da
lógica da demanda. Você amplia as pistas, você vai trazer mais carros que iam
por outros caminhos para aquelas pistas, e elas vão se congestionar, mas o que
na verdade interessa para a concessionária é o pedágio, e teremos seis praças
de pedágios na cidade de São Paulo, três para ir e três para vir.
Não é praça de
pedágio, é o free flow. Com o free flow você vai passar lá no “Sem Parar” e vai
pagar por trecho do pedágio, e quem mora na Cohab Raposo, quem mora lá no
Jardim João XXIII vai ter que pagar pedágio para ir para casa. Lamentavelmente,
e essa é a política do governador Tarcísio.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Para discutir
contra, deputado Emídio de Souza. Ausente. Para discutir contra, deputado
Maurici. Ausente. Para discutir contra, deputada Beth Sahão.
A
SRA. BETH SAHÃO - PT - Sr. Presidente, eu vou transferir meu tempo para
o deputado Marcolino.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Deputado
Marcolino tem o tempo regimental. Antes porém, Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, nos termos do Art. 100, Inciso I, do Regimento Interno, convoco V.
Exas. para uma segunda sessão extraordinária, a realizar-se hoje, dez minutos
após o término da primeira sessão extraordinária, com a finalidade de ser
apreciada a seguinte Ordem do Dia:
* * *
-
NR - A Ordem do Dia para a 66a Sessão Extraordinária foi publicada
no D.O. de 04/12/24.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Deputado
Marcolino tem a palavra.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu vou começar
aqui a minha intervenção, no final do deputado Donato, que faz justamente essa
comparação da diferença de um estado indutor do desenvolvimento, em relação ao
estado de desmonte das principais ações que nós estamos desenvolvendo.
A gente percebe
que, durante nos últimos seis anos, o estado de São Paulo praticamente não teve
os investimentos necessários para criar base da industrialização, e mesmo do
desenvolvimento do nosso Estado.
Eu lembro que,
ainda no período de 2011 a 2014, havia pelo menos uma reflexão e um diálogo
aqui no estado de São Paulo, que era necessário pensar pelo menos uma base de
desenvolvimento do estado de São Paulo. E tinha ali uma parceria, tanto do
presidente Lula como da presidenta Dilma, de fazer esses investimentos.
Já tinha essa
preocupação. Eu lembro que nós aprovamos muitos projetos entre o Governo do
Estado e o governo federal, seja para estruturação, na época ainda do Rodoanel,
que era para ter concluído até 2014 - no investimento no monotrilho -, que
também a previsão da conclusão era 2014. O próprio monotrilho, que era uma
previsão na Copa 2014, a gente tem a conclusão do monotrilho no estado de São
Paulo.
Então, eram
obras estruturantes para o estado de São Paulo, tanto o metrô, a CPTM, o
monotrilho e o Rodoanel, eram obras que poderiam estar gerando
desenvolvimento do nosso estado. E, durante seis anos, essas obras que
seriam importantes para o estado de São Paulo, simplesmente paralisaram.
Nós não tivemos
aqui um governo do estado de São Paulo que tivesse essa preocupação
desenvolvimentista e, ao mesmo tempo, não tínhamos no governo federal
também governos com essa mesma preocupação. E agora, essa preocupação ela
volta. A gente tem visto hoje, pelo governo federal, um olhar para o
estado de São Paulo.
Então, a partir
do presidente Lula que assume a presidência do Brasil, a gente olha para a
região da Baixada Santista, uma demanda que nós tínhamos ao longo das
últimas décadas, a ligação Santos e Guarujá. E agora, teremos um
investimento do governo federal para que, de fato, essa obra tão
importante para o estado de São Paulo possa ser desenvolvida.
E isso não é
diferente também, quando a gente olha também para a lógica metro
ferroviária que nós tivemos e tem o debate do trem intercidades. O governo
do estado de São Paulo também tem colocado essa proposta, mas temos
recurso e temos investimento do governo federal para que o trem
intercidades possa sair do papel.
E nós vimos
isso durante governos anteriores e governos anteriores que iam fazer essa
obra importante para o estado de São Paulo. E ele volta, passa a ser realidade
agora, com o governo Lula assumindo a presidência do Brasil.
E é importante,
quando a gente olha para trás de 2003 até 2016, e a gente olha para o
Brasil que nós passamos a ter a partir de 2000, 2003, tivemos
investimento no Brasil como um todo, seja em obras de infraestrutura, como
em estruturas metro ferroviárias.
Tivemos aqui
porto seco, tivemos investimento no sistema fluvial do nosso País. Foram
construídas diversas hidrelétricas, investimento em
rodovias, investimentos no sistema de energia gerado pelas eólicas. Então
nós tínhamos ali um olhar desenvolvimentista do nosso Estado e do nosso
País.
Então, quando o
nobre deputado Simão Pedro, o nobre deputado Donato, traz aqui uma
reflexão do projeto que nós estamos debatendo aqui na Assembleia
Legislativa, que é o “Passaporte Equestre”, demonstra que a Assembleia
Legislativa, o mesmo projeto que o governador encaminha para a Assembleia
Legislativa, não está à altura dos debates que os parlamentares aqui
do estado de São Paulo, nobre deputada Bebel, poderia estar fazendo.
Hoje, a gente
olha o estado de São Paulo, o deputado Donato falou da questão da
industrialização, e nós tivemos aqui ao longo dos últimos anos, esse
olhar para o desenvolvimento do estado de São Paulo deixou de existir. E agora
nós voltamos a ter o governo federal com esse olhar da industrialização,
com esse olhar do desenvolvimento.
E aí quando a
gente olha, e estamos olhando novamente para o estado de São Paulo e
também para o Brasil, passamos a ter uma redução do desemprego. E a
redução do desemprego é fruto de um processo de desenvolvimento econômico.
Eu lembro que
quando eu estava na presidência do sindicato dos bancários de São Paulo,
Osasco e região, eu assumi a categoria bancária com 97 mil bancários em
2004, e deixei a categoria bancária, nobre deputada Bebel, com 134 mil
bancários.
Passou de 97
mil para 134 mil de 2004 a 2010, que é justamente no período da
presidência do presidente Lula. Então você tinha crescimento econômico,
você tinha crédito para pessoa física, tinha crédito para o
desenvolvimento para comprar um automóvel, para financiar uma casa. A
micro e pequena empresa tinha recurso para financiamento.
Nós tivemos
várias empresas aqui no estado de São Paulo e em todo o Brasil trocando as
suas máquinas e equipamentos, porque naquele período de 2003 a
2010, o governo Lula criou e conseguiu criar uma condição no nosso
País não só jurídica, mas política, que o investidor estrangeiro olhava
para o Brasil e via no Brasil uma potencialidade.
Então a geração
de emprego na categoria bancária, na indústria química, na indústria
metalúrgica, na área de serviços, no setor de comércio, foi fruto de um
processo de desenvolvimento do Brasil que impactou o desenvolvimento do
estado de São Paulo e também em todas as cidades do nosso Estado, nos 645
municípios.
A gente via no
setor de comércio, principalmente na área de alimentação, e na época conversávamos
com diversos empresários do setor de alimentação, que falavam: “Eu tinha três
restaurantes, eu tinha dois restaurantes, e hoje eu estou com nove, hoje eu
estou com dez, estou com doze”.
A gente via o
processo de expansão da área de alimentação no nosso País, porque você teve a
correção da tabela do Imposto de Renda, você teve um investimento para o
salário mínimo. Para o salário mínimo, com o aumento baseado no PIB, com
crescimento, além da inflação, da reposição, tinha o crescimento do PIB.
Nós tínhamos
mais de 60 milhões de pessoas que recebiam o salário mínimo aposentados,
pessoas que ganhavam o salário mínimo, que passou a ter um aumento real de
salário todo ano, que era baseado no crescimento do PIB. E o PIB brasileiro
cresceu praticamente todos os anos, enquanto a presidenta Dilma e o presidente
Lula eram os presidentes do Brasil.
E o estado de
São Paulo tinha um reflexo e nós estamos vendo esse reflexo de novo no estado
de São Paulo. E esse reflexo no estado de São Paulo dialoga, seja com a indústria
da construção civil, seja com a indústria química.
A gente olha
que o estado de São Paulo, e para a gente é uma tristeza, porque no estado de
São Paulo ainda, nós não conseguimos produzir o IVA, que seria o elemento hoje
para produzir antibiótico aqui no nosso estado de São Paulo, mesmo no Brasil.
Boa parte do
antibiótico que nós utilizamos no Brasil vem de fora. Eu estive, semana
passada, conversando no HC, fiz questão de ir na área de hemodiálise. Todas as
máquinas que tinham para fazer hemodiálise no Hospital das Clínicas, ou eram
alemãs, ou eram americanas, ou eram japonesas.
Não tem, nobre
deputado Simão Pedro, nenhum aparelho hoje de hemodiálise que seja de uma
empresa brasileira. Então quando a gente fala no processo de industrialização
do Brasil e o papel que o estado de São Paulo tem, para que a gente possa ter
desenvolvimento do Estado, passa pela valorização do nosso Parlamento estadual.
E a gente tem
visto, de novo, os projetos que acabam sendo encaminhados aqui para a
Assembleia Legislativa, por mais que sejam para representar um pequeno grupo de
pessoas hoje no estado de São Paulo, como é a questão do Passaporte Equestre,
ele poderia ser feito, mas desde que estivesse combinado e baseado em todo esse
projeto de desenvolvimento do estado de São Paulo, que a gente poderia estar
desenvolvendo.
A gente passa
hoje e a gente vê o Rio Tietê, a beleza, a formosura que é o Rio Tietê no
estado de São Paulo, e o Rio Tietê é um sinônimo de desenvolvimento no interior
de São Paulo, que hoje poderia estar sendo melhor tratado, melhor beneficiado,
melhor estruturado, para que a gente pudesse ter aqui no estado de São Paulo um
desenvolvimento, uma industrialização, combinada também com um sistema
hidroviário.
E tudo isso é
possível, seja na estrutura metroferroviária, seja na estrutura rodoviária. São
ações e são elementos que nós temos hoje no estado de São Paulo que podíamos
estar aprofundando. Nas próximas duas semanas, nós estaremos discutindo aqui o
Orçamento do Estado.
Nós estamos
falando do Orçamento para 2025, de 370 bilhões de reais. Esse Orçamento de 370
bilhões de reais para o estado de São Paulo é menor do que o governo federal
tem colocado para o desenvolvimento da indústria para o ano de 2025.
Então a
indústria paulista, ou indústria do Brasil, terá um investimento superior ao
investimento ou ao recurso que o Governo do Estado de São Paulo tem para manter
o seu custeio e para fazer o seu investimento.
Então, para a
construção desse processo de investimento e desenvolvimento do Brasil, é necessário
um bom diálogo com o governo federal. E nós estivemos essa semana, e vimos lá
tanto o prefeito de São Paulo como o governador do estado de São Paulo
conversando com o presidente Lula justamente nessa linha. É necessário que a
gente possa ter um desenvolvimento do Brasil nesse diálogo entre os prefeitos,
os governadores e o nosso presidente.
Isso é
importante. Por isso que, para a gente, quando olhamos e vemos projetos como
esse apresentado pelo governador e os nobres deputados já comentaram sobre ele,
para a gente é uma tristeza, porque nós temos tantos projetos, tantos debates
para que sejam feitos aqui na Assembleia Legislativa e pautamos para discutir
aqui o Passaporte Equestre.
Uma outra área
que é importante debater é a questão da habitação. Não tem uma cidade que a
gente passa pelo estado de São Paulo em que a gente não ouve dos prefeitos e
dos vereadores que tem ainda um déficit habitacional no estado de São Paulo, em
todas as cidades.
Hoje nós temos
o projeto “Minha Casa, Minha Vida”, que muitas prefeituras têm feito parcerias
e têm conseguido ampliar e diminuir o déficit habitacional no estado de São
Paulo.
Nós temos hoje,
aqui pelo estado de São Paulo, a Casa Paulista, que é uma parceria que tem
também com o “Minha Casa, Minha Vida” e ajuda a potencializar a construção de
moradias no estado de São Paulo. Mas nós não temos ainda no estado de São Paulo
um projeto como o “Minha Casa, Minha Vida-Entidades”.
Temos a CDHU,
temos hoje o “Casa Paulista”, mas o estado de São Paulo já poderia ter a
possibilidade de ter o “Minha Casa, Minha Vida”, ou um projeto habitacional do
Estado, dialogando com os movimentos sociais, com o movimento de moradia, que
têm feito e têm produzido muita moradia no estado de São Paulo, que também faz
parte do projeto do desenvolvimento do Estado.
Então, para a
gente, quando a gente faz esse debate na Assembleia Legislativa e solicita e
cobra a valorização do Parlamento, mesmo hoje pela manhã, os nobres deputados
que estavam acompanhando o debate sobre segurança pública, no Congresso, agora,
está sendo feito um debate sobre a segurança pública no Brasil, dialogado com a
inteligência artificial. Esse debate está no Senado.
Esse debate
volta para a Câmara nos próximos dias, mas aqui na Assembleia Legislativa nós
não paramos ainda para fazer uma reflexão e um debate sobre o impacto da
inteligência artificial que vai ter no estado de São Paulo, também na segurança
pública.
E eu te falei
aqui pela manhã, é importante que a gente aumente o número de policiais
militares no estado de São Paulo, que diminua a carga horária, que melhore a
estrutura salarial, o plano de carreira. Mas nós teremos agora, e está sendo
debatido no Senado Federal, como é que a segurança pública no nosso Brasil vai
impactar no estado de São Paulo, vai impactar nos nossos municípios.
Está sendo
feito esse debate no Senado nessa semana, esse debate vai voltar e vai para a
Câmara dos Deputados e a Assembleia Legislativa não tem feito e não está
fazendo uma reflexão do impacto da inteligência artificial para ter uma
segurança pública.
Então, tudo
isso faz parte de um projeto de desenvolvimento das cidades, do Estado e do
Brasil que tem que ter essa sinergia, reafirmando o que eu tenho falado, o Simão
Pedro falou, o deputado Donato falou, do projeto ora apresentado.
Nós esperamos
que, no ano de 2025, que o Governo do Estado de São Paulo perceba a importância
que o estado de São Paulo tem para o desenvolvimento do nosso País e possa
encaminhar projetos de desenvolvimento, projeto de fortalecimento das regiões
metropolitanas do estado de São Paulo.
Nós temos hoje
oito regiões metropolitanas aprovadas, e nós só temos cinco regiões
metropolitanas regulamentadas desde o governo passado. Estão faltando pelo
menos três regiões metropolitanas: de Jundiaí, de Piracicaba, de Ribeirão Preto
para serem regulamentadas hoje no estado de São Paulo, para que a gente possa
pensar no desenvolvimento do estado de São Paulo a partir das regiões
metropolitanas.
Os consórcios
não têm percebido que nem sempre uma cidade consegue consolidar uma ação de
forma individual. Ela tem que fazer de forma coletiva e o consórcio tem sido
uma solução.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Para discutir
contra, seguindo a lista dos oradores inscritos, deputada Professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa noite, Sr. Presidente. Cumprimento a Mesa Diretora de
trabalhos, assessores à minha esquerda, à minha direita, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, público que nos acompanha e assiste através da Rede Alesp; eu subo a
essa tribuna, há um PL para dizer, no mínimo, esquisito, que é o 1632/2023, que
trata, na verdade, de substituir, instituir, aliás, o Passaporte Equestre Paulista,
assim como asininos, enfim, e muares.
Eu acredito, e
pelas falas que me antecederam, sempre uma forma não de atender o que já vinha
sendo implementado que tem que ter regras claras aí para transporte animal. Mas
eu queria trazer esse debate para um âmbito, talvez por uma perspectiva um
pouco mais ampla, que é de tudo que nós estamos debatendo em termos de
sustentabilidade.
A gente debateu
sustentabilidade nas eleições e muitas pessoas entendem que sustentabilidade só
se atém ao meio ambiente. Mas não, sustentabilidade tem a ver com uma
construção de um mundo, de um Estado que tem o bem-estar social, minimamente o
bem-estar para todos e também para os animais, todas as espécies.
Então, quando
nós debatemos, isso está interligado com a sustentabilidade, vamos assim fazer
o recorte ambiental. Os animais estão aí. Então, quando um projeto de lei vem
desta forma, de uma forma - como é que eu diria? - mais financista do que
preocupada mesmo com o transporte do animal, não é? Porque, como foi dito aqui,
nós não temos dinheiro para ter cavalo.
Pobre, a gente
tem um, talvez um cavalo lá para curtir o cavalo, enfim, para dar uma voltinha,
para uma coisa. Mas transporte de cavalo, no mínimo, é comercialização, não tem
outra razão de ser.
E isso tem que
ser... essa Casa tem que deixar, ficar claro com isso. Isso não é pouca coisa.
Ah, é uma questiúncula. Não é questiúnculas.
Essa é uma coisa muito séria. No momento em que se debate o meio ambiente no
mundo, a causa animal tomou um contorno, que... sabe, eu acho interessante que
está passando por cima disso.
Até os grandes
defensores de animais são a favor disso aqui. Por exemplo: o proponente da
emenda. Propor emenda em um projeto de lei que vai na contramão do que ele diz
defender, tá certo? Eu quero dizer que acho que não tem claro o que é a causa
animal.
E a causa
animal, na minha opinião, tem que ser tratada com o seu devido rigor dentro das
normas, que tem a Guia de Transporte Animal, que tem que ter exigência, sim, de
saber para onde vai esse animal, onde ele está, de que forma ele está tratado e
também como é que está a saúde dele, sanitariamente, como é que ele está, não
é?
Então, isso, no
mínimo, é algo para estarrecer e estalar os olhos daqueles que defende
verdadeiramente a causa animal verdadeiramente. Eu não acredito que quem
defende causa animal faça emenda em um projeto de lei desse.
Tinha que
convencer o governador a retirar isso da pauta. E, no mínimo, abrir um debate
com toda a sociedade e colocar claramente o que é que significa esse passaporte
animal, e estabelecendo os equinos, os asininos e os muares também.
Então, quer
dizer, eu acho que essa Casa, lamentavelmente, depois do ocorrido da semana
passada, eu acho que ela está “tanto faz”, não é? Basta o governador querer,
vem para cá, faz e toca a vida.
Tanto faz.
Vocês vão pagar um preço aqui, nisso aqui, tá? Porque eu tenho certeza de que a
sociedade que, de fato, defende a comunidade, que defende a causa animal, vai
se levantar. Eu queria muito que um ex-deputado desta Casa estivesse aqui. O
Bruno Lima, aquele que defendia animal.
Aquele menino
não é do meu partido, hein? Era PSL, foi para outro partido. Mas aquele menino,
eu posso dizer, defendia a causa animal. Agora, quem faz uma emenda nisso aqui,
deputado Rafael Saraiva, por favor, se a causa do senhor é animal, eu quero ser
gente mesmo, porque a causa animal é muito mais do que isso que o senhor propõe
a dizer que faz: causa animal. O senhor não tem causa. A causa do senhor é a
causa de quem leva os bichinhos para ser vendidos. Está tudo na contramão aqui.
Eu acho que a
gente tem que enfrentar isso aqui, isso aqui não é brincadeira, não. Isso não é
brincadeira. Isso não é coisa de botar um passaporte ou sei lá o que, um chip,
pronto. Não.
Aqui tem que
ter fiscalização, aqui tem que estar dentro das leis do Meio Ambiente; tem que
estar no projeto de sustentabilidade ambiental; tem que estar em tudo, porque
nós temos que levar a sério os acordos internacionais que firmamos. Desta
forma, quero dizer que a bancada do Partido dos Trabalhadores é contra, com muita
honra, porque está coerente com o projeto que defende. Por isso é contra.
Quero me ater
também às questões que a gente tem enfrentado na Educação. Eu quero dizer que
na próxima terça-feira, portanto, vem prestar contas na Comissão de Educação e
Cultura o Sr. Secretário de Educação, Renato Feder.
Quero dizer que
no final do ano é natural que, sim, tem que prestar contas, por força do Art.
52-A. É lamentável, porque eu presto conta de tudo, deputados. Se eu sou lá do
sindicato, a gente vai lá, vive fazendo avaliação, avaliação, avaliação,
avaliação. Por quê? Porque a gente presta conta para a categoria. Agora, aqui é
impressionante.
Era para ser
natural secretários virem e de boa quererem prestar conta. Quererem. Não; a
gente usa a força do Art. 52-A da Constituição, que foi o que eu tive que fazer
hoje. Eu vou fazer uso do artigo.
Ou vem, ou eu
vou fazer uso do Art. 52-A, vou recorrer à Promotoria. Ainda bem que eles ouvem
um pouco, e a gente acaba sendo atendido. Então, às vezes, ser da minha forma
pode ser bom ou não. Mas eu tenho dito que é bom ser da forma que a gente é,
porque é dessa forma que a gente consegue explicitar aquilo que a gente pensa.
Estou muito
preocupada com a Educação no estado de São Paulo. Todo mundo tem clareza, e eu
fico contente quando todo mundo vem aqui, fala da categoria “O”, da forma de
contratação indigna.
A falta de
salário, gente, pelo amor de Deus, como isso? O Piso Salarial Profissional
Nacional consegue ser maior do que o salário dos professores no estado de São
Paulo, quando, em 2010, nós éramos 60% acima do Piso Salarial Profissional
Nacional.
Então, eu quero
dizer que a nossa luta tem que ser incessante, e não parou aqui, não. Nós já
fomos para a justiça. Nós vamos lutar, porque entendemos que falta dinheiro na
Educação do estado de São Paulo, senão as escolas não estariam arrebentadas da
forma como estão.
Vamos fazer
dessa luta a nossa luta cotidiana. Aonde o governador Tarcísio for, ele vai
ouvir sobre os 11 bi que eles tiraram da Educação. Os senhores me desculpem: aonde
os senhores forem, os senhores que votaram favoravelmente, nós vamos estar lá
dizendo que os senhores erraram em ter retirado 11 bilhões da Educação.
Por quê?
Porque, em um projeto de futuro, os senhores vão ter que rever essa posição, e
eu tenho certeza de que sim. Tenho certeza, já falta e vai faltar mais ainda
para as escolas. Já estão entregando para a iniciativa privada antes até mesmo
de o dinheiro faltar, quanto mais quando o dinheiro faltar. Aí não vai. E vai
ter reação. Eu não falei...
O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Deputada Bebel, encerrou o
tempo da sessão.
A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Muito obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Nós vamos
ter uma segunda sessão extraordinária convocada, daqui a 10 minutos. Então,
desta sessão, a senhora tem um tempo remanescente de 3 minutos e 51 segundos
para a próxima sessão.
Esgotado o tempo da presente sessão,
está encerada esta sessão. Lembrando os nobres deputados e nobres deputadas que
nós temos uma sessão extraordinária convocada para aqui a 10 minutos.
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- Encerra-se a sessão às 21 horas.
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