17 DE OUTUBRO DE 2024

142ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI e REIS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h04min.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - REIS

Assume a Presidência.

        

4 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

7 - PRESIDENTE REIS

Cumprimenta os alunos da Etec Professora Dra. Doroti Quiomi Kanashiro Toyohara, de Pirituba, presentes nas galerias.

        

8 - ALTAIR MORAES

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

10 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência.

        

11 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - REIS

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

13 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI

Defere o pedido. Endossa o pronunciamento do deputado Reis. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 18/10, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h57min.

        

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra, o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra, a deputada Márcia Lia. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.)

Com a palavra, o deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Com a palavra, a deputada Carla Morando. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Luiz Fernando Teixeira. (Pausa.) Com a palavra, o deputado Sebastião Santos. (Pausa.)

Com a palavra, o deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar o público presente, o presidente, deputado Giannazi, os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Tecnocientífica, e cumprimentar também todos aqueles e aquelas que estão nos acompanhando pela Rede Alesp. Presidente Carlos Giannazi, eu quero registrar aqui relatos do evento que nós fizemos aqui na Assembleia Legislativa, na data de ontem.

Um ato solene em comemoração ao Dia de Valorização do Policial civil. E compareceram aqui vários policiais civis, vários delegados, escrivães de polícia, investigadores de polícia, papiloscopista, auxiliar de papiloscopista, agente policial, o agente de polícia civil, auxiliar de necropsia, fotógrafo policial.

Foi muito significativo a participação desses valorosos colegas que trabalham diuturnamente para garantir a Segurança Pública do estado de São Paulo. E nós fizemos esse dia para lembrar, quando nós fomos até o Palácio dos Bandeirantes, eu tenho que registrar sempre isso aqui, e fomos atacados pelo governador Serra.

O governador José Serra jogou bombas de gás lacrimogêneo na gente, jogou bombas de efeito moral, balas de borracha. E até hoje o atual governador continua fazendo a mesma coisa.

E ele faz a mesma coisa quando nem sequer recebe a comissão de policiais civis lá no Palácio dos Bandeirantes. É um governador que tem dificuldade de diálogo. Tanto é que a deputada, a Professora Bebel, aprovou um projeto aqui para criar uma comissão permanente de negociação entre os funcionários públicos e o governo. E ele vetou esse projeto.

E desde quando eu cheguei aqui, eu estou pedindo para o líder do Governo - pedi inicialmente para o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor -, para marcar uma audiência do governador com os representantes classistas da Polícia Civil, os sindicatos, dos investigadores, dos escrivães, dos papiloscopistas.

E até hoje essa audiência não foi marcada. Veja bem, um governador que tem dificuldade de conversar com o povo, que tem dificuldade de conversar com seus funcionários.

Ele se coloca no topo da pirâmide como imperador e não quer ouvir ninguém. Então nós pedimos, trocou-se o líder, trocou-se o líder do Governo. Agora o deputado Gilmaci Santos, pedi para ele também, para que ele agendasse essa reunião, e até hoje nem o primeiro líder, nem o segundo líder consegue agendar.

Por quê? Porque quando eles vão falar com o governador, o governador fala, eu não quero ouvir, eu não quero falar com os policiais civis, eu não quero falar com o povo. Esse é o retrato do comportamento do imperador, que acha que o povo só tem que carregá-lo, carregá-lo no andor.

Não sei se vocês lembram do andor, o andor, os escravos carregavam os seus senhores no andor, às vezes hoje as pessoas falam “devagar com ao dor”, não é devagar com o a dor, é devagar com o andor, e ia os escravos ali abanando ele. Assim é o governador de São Paulo, assim é o imperador. Ele está lá achando que nós temos que carregá-lo no andor.

Foram homenageados vários policiais na data de ontem. Vários policiais foram homenageados vários policiais na data de ontem. Vários policiais foram homenageados pela sua luta, pela luta pela valorização do policial.

 O Sr. Adilson Ferreira da Silva, investigador de polícia de primeira classe; a Dra. Ana Paula Aparecida Garcia Rodrigues, delegada de polícia, também foi homenageada; o Sr. Anderson Evandro Urbano de Souza, investigador de polícia, também foi homenageado; o Sr. Ciro Ribeiro Giacomelli, também, investigador de polícia de classe especial, foi homenageado; o Sr. Daniel Simplicio da Silva, escrivão de polícia, também foi homenageado; o Sr. Élcio Domingos de Lima, atendente de necrotério policial, foi homenageado ontem no Dia de Valorização dos Policiais Civis.

 A Sra. Ildete dos Santos, investigadora de polícia, também foi homenageada; o Sr. Jean Lourenço da Silva, agente policial; a Sra. Juliana Liguori Imbernon, investigadora de polícia; o Sr. Leandro Marafon da Silva, delegado de polícia; o Sr. Luiz Miguel, investigador de polícia; o Sr. Marcio Cursino, delegado de polícia; o Sr. Marcelo de Souza Dias, investigador de polícia; o Sr. Mario Sergio, investigador de polícia; o Sr. Mario Morano Martins, agente policial; o Sr. Ricardo Tagamo, também, investigador de polícia; a Sra. Teresinha Aparecida da Silva, agente policial; o Sr. Walter Ribeiro da Silva, papiloscopista policial; o Sr. Wolney Marçal dos Santos, escrivão de polícia. Então, todos foram homenageados.

 A indicação da homenagem deles foram os que foram homenageados na segunda edição. E foi bastante significativo a participação dos policiais civis na Assembleia Legislativa na data de ontem. E todos aqui lutando para serem ouvidos pelo governador, lutando pela valorização dos policiais civis, e a gente espera que o...

A Enel, a dona Enel. Será que vai ligar o gerador? É o “Tarcinóquio”. Houve uma pausa aqui no nosso discurso, por conta da intervenção da Enel. Ainda não voltou, né?

 

* * *

 

- Interrompida por falta de energia elétrica, a sessão é reaberta sob a Presidência do Sr. Carlos Giannazi.

 

* * *

 

O SR. REIS - PT - Peço desculpas aos nossos telespectadores, houve uma falha técnica, provocada por falta de energia, de autoria da dona Enel, que tem feito um péssimo serviço no estado de São Paulo, na cidade de São Paulo. Mas continuando aqui o nosso discurso sobre a valorização dos policiais civis.

Então, Sr. Presidente, a gente espera que o líder do governo, o atual líder do governo, possa, sim, agendar essa reunião para que a gente possa levar todos os anseios dos policiais civis, que nós ouvimos ontem na fala deles, na expressão de cada um, quando cada um fez o uso da palavra, para que a gente possa levar essas reivindicações da valorização do policial civil ao governador.

O projeto de lei orçamentária está aqui. Nós estamos analisando o projeto de lei orçamentária. Não vimos ainda, presidente Carlos Giannazi, ali recursos destinados ao reajuste dos servidores públicos.

Não sei se V. Exa., que também está fazendo a leitura da lei orçamentária, se V. Exa. identificou em algumas daquelas linhas se tem ali a previsão de reajuste para os servidores públicos. Mas, ao que me parece, eu ainda não identifiquei. Estamos procurando.

Parece que o governador tem a intenção de, no ano que vem, também, não dar nem um centavo de reajuste para os servidores públicos, nem para os servidores públicos de um modo geral, nem para os policiais civis, para os policiais militares, para os policiais técnico-científicos, para os policiais penais.

Então, a reunião de ontem, a sessão solene ontem, também foi um ato solene de cobrança, cobrança desta valorização. E a valorização se dá na carreira, na evolução funcional, se dá na questão salarial e se dá na questão estrutural.

Então, nós cobramos sim do governo. Esperamos que, por toda essa cobrança e os apelos que eu tenho feito, o governador amoleça o seu coração e receba as entidades classistas da Polícia Civil do Estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Eu que agradeço, deputado Reis. Convido V. Exa. para continuar presidindo esta sessão. Com a palavra, deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Teonilio Barba. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.)

Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputada Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Felipe Franco. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.)

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Continuando aqui no Pequeno Expediente, chamo o deputado Carlos Giannazi para fazer uso da tribuna pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, telespectador da TV Assembleia, Sr. Presidente, mais um ataque do governo Tarcísio/Feder à carreira do Magistério Estadual. Estou recebendo várias reclamações dos gestores das escolas estaduais.

Me refiro aqui às diretoras, às supervisoras de ensino que receberam um comunicado, Sr. Presidente, que inclusive eu vi também essa denúncia feita pela Udemo, pelo Sr. Presidente Chico Poli, dando conta de que esse comunicado que está circulando nas redes sociais...

E alguns supervisores e diretores já receberam esse informativo, inclusive sem assinatura. É muito estranho esse informativo. Mas falando, determinando a repartição, a divisão das férias dos gestores, impedindo, por exemplo, que um gestor tenha direito a 30 dias de férias, ou seja, o estado interfere.

Está aqui esse comunicado que foi divulgado nas escolas, na rede estadual, entre os diretores e entre os supervisores de ensino. Ou seja, um gestor não terá mais o direito de tirar 30 dias de férias, ele terá que repartir, necessariamente, as suas férias.

Primeiro que isso é ilegal, Sr. Presidente, isso afronta o Estatuto do Funcionalismo Público Estadual. É lei aprovada aqui na Assembleia Legislativa, ainda em 1968.

Eles estão agredindo, violando o Estatuto do Funcionalismo Público, determinando que os gestores só podem sair de férias com férias repartidas, divididas, não levando em conta as necessidades, os interesses dos próprios gestores, supervisoras e diretoras de escolas da rede estadual, determinando que essas férias sejam tiradas apenas em 15 dias, mas no início do ano, em janeiro, no início também de julho, no período de recesso escolar, e no final do ano, a partir do dia 17 de dezembro, ou seja, entrando no recesso, entrando nas férias escolares.

Isso é um absurdo, é inaceitável, é ilegal, é mais uma afronta, Sr. Presidente, demonstrando a política de ódio que esse governo tem contra o Magistério, porque esses profissionais que eu estou citando aqui, essas profissionais, diretoras e supervisoras de ensino, pertencem à carreira do Magistério Estadual.

Então, o governo, não contente em atacar os servidores do quadro de apoio escolar, não contente em atacar o Magistério, os docentes, agora também ataca a gestão, as diretoras e as supervisoras de ensino.

Nós estamos questionando, Sr. Presidente, tomaremos providências contra esse ataque que é ilegal, que afronta o Estatuto do Funcionalismo Público e o direito de férias do trabalhador, da trabalhadora em escolher o período de férias que vai tirar. Todo trabalhador, toda trabalhadora no Brasil tem direito a 30 dias de férias. Se essa pessoa vai dividir ou não, é vontade dela, é por iniciativa da própria gestora e não uma imposição que venha da Secretaria de Educação.

Então, nós estamos questionando a Secretaria da Educação para que ela confirme ou não esse comunicado, que é muito estranho que ele não tenha assinatura. Espero que não seja verdadeiro, que seja fake, tomara que seja porque se não for, Sr. Presidente, nós vamos tomar providências contra mais esse ataque promovido pela Secretaria da Educação, desconsiderando, repito, as necessidades e os interesses das diretoras e supervisoras de ensino da rede estadual,

Então, tomaremos essas providências, Sr. Presidente, para rechaçar imediatamente essa possibilidade de afronta, repito, ao direito de férias, que é um direito garantido pela Constituição Federal.

É uma conquista histórica da classe trabalhadora que também, logicamente, é um direito estendido a todos os servidores e servidoras públicos do Brasil, os municipais, os estaduais e os federais. O governo não pode interferir desta maneira neste direito conquistado pela classe trabalhadora.

Gostaria ainda, Sr. Presidente, aqui da tribuna da Assembleia Legislativa, ainda na mesma toada, dentro da nossa luta dos direitos e da dignidade dos profissionais da Educação da rede estadual, de dizer, Sr. Presidente, que o Feder, o secretário da Educação - que é, na verdade, o empresário da Educação -, ele se comprometeu publicamente,  em uma live, a fazer o reenquadramento dos secretários de escolas, porque é um cargo que foi colocado em extinção e não houve o reenquadramento.

Essas pessoas que permanecem neste cargo em extinção, até a aposentadoria, estão sendo prejudicadas na sua evolução funcional. O secretário Feder se comprometeu em fazer, Sr. Presidente, o quê?

O reenquadramento, a valorização, para que essas pessoas, que estão trabalhando e trabalhando muito nas nossas escolas estaduais, tenham valorização salarial, mas isso não aconteceu até agora.

E também o governo até agora não promoveu nem a promoção e nem a progressão dos servidores do quadro de apoio escolar, Sr. Presidente, nada disso aconteceu até agora; eles estão esperando. Já saiu a prova de mérito do Magistério, mas não saiu ainda a promoção e a progressão dos agentes de organização escolar, do QAE e do QSE.

É um absurdo isso, como que esse segmento importantíssimo da Educação, que são os profissionais da Educação, que estão lá na porta abrindo as escolas, fechando as escolas, trabalhando na secretaria, no pátio da escola...

Sem eles a escola não funciona. No entanto, além do grande arroxo salarial, além da grande desvalorização salarial, eles também estão sendo privados exatamente da promoção, da progressão, do reenquadramento dos secretários.

E mais, Sr. Presidente, para concluir essa primeira parte do meu pronunciamento, a questão do concurso público. O que o governo está fazendo é contratando agentes de organização escolar através da Lei nº 1.093, que impõe a famosa duzentena. Esse contrato só vale por um ano.

Olha, é um absurdo, as escolas precisando de agentes de organização escolar, há um déficit enorme nesta área e o governo não promove concurso público. O último concurso que ele promoveu, ele deixou de chamar centenas de servidores. Agora nós denunciamos isso, cobramos, acionamos o Ministério Público e nada de o governo fazer a chamada.

Então, ele está contratando por um ano; então, esse agente de organização escolar é contratado e fica um ano e vai embora, porque ele não pode ser recontratado por um prazo de 200 dias, ou seja, ele fica um ano fora da escola. Depois que ele aprendeu o serviço, que ele criou laços com a comunidade escolar, com a escola, ele é obrigado a sair por conta do rompimento do contrato, por conta da famigerada Lei nº 1.093 e da duzentena.

Nós queremos e exigimos que o governo faça o concurso público de provas e títulos e efetive os agentes de organização escolar, Sr. Presidente, principalmente no momento que nós temos essa questão da violência contra as escolas, é muito importante ter agentes de organização escolar nas nossas escolas.

É fundamental que o governo faça o concurso público e pare com essas contratações precarizadas, que têm prejudicado as escolas da rede estadual de ensino.

Então nós queremos reenquadramento de secretários, e de outros cargos também. Porque tem outros cargos que estão em processo de extinção. E queremos também concurso público.

Espero que o secretário não implante a política que ele implantou, no estado do Paraná, na Secretaria da Educação, quando ele era secretário, de colocar em extinção todos os cargos do quadro de apoio escolar, para terceirizar, para trazer empresas terceirizadas, para transferir dinheiro público da Educação para as empresas terceirizadas.

Foi isso que ele fez no estado do Paraná, esse secretário empresário, Renato Feder. Aqui nós não vamos aceitar terceirização. Nós queremos concurso público para todos os cargos dos profissionais da Educação.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de oradores, deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Barros Munhoz. (Pausa.) Deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.)

Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)

Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Jorge Caruso. (Pausa.) Deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado André Bueno.

Entrando na Lista Suplementar. Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT- SEM REVISÃO DO ORADOR – Sr. Presidente que preside a sessão, nobre deputado Reis, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa. Sr. Presidente, hoje eu trago um dos projetos que eu apresentei nesta Casa.

O Projeto 656, de 2024, não é diferente dos demais que eu apresentei. Todos eles, a gente faz questão de fazer uma audiência pública, um chamamento das pessoas interessadas em relação ao projeto, para ter um projeto aperfeiçoado e dialogado com as entidades a qual esse projeto vai representar.

No dia 7 de agosto eu realizei aqui na Assembleia uma reunião da Frente Parlamentar para o Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia, Inovação e sua Integração com o Mercado de Trabalho. Compareceram 31 entidades. Entre essas entidades, que foram à reunião da frente parlamentar, o Parque Tecnológico de São José dos Campos, a Embrapa, a Infabras, o Instituto de Tecnologia Social (ITS), a USP, a Fapesp, a Abimed, e a Inova HC.

Essa reunião da frente parlamentar, que nós fizemos aqui na Assembleia, o objetivo dessa reunião foi discutir a elaboração de dois projetos de lei. O primeiro, é o projeto de lei geral de inovação. E o segundo projeto de lei, é de economia de impacto. E o Enimpacto, coordenado pelo Ministério da Indústria e Comércio.

Esse projeto, alguns estados, a partir do programa nacional, já têm aprovada essa legislação. E aproveitando o debate que nós fizemos, a partir da frente parlamentar, foi feita toda uma reflexão e todo um debate da importância de também ter esse projeto estruturado aqui no estado de São Paulo.

Esse Projeto de lei, o 656, de 2024, que institui a Política Estadual de Negócios de Impacto, foi protocolado nesta Casa no dia 6 de setembro de 2024. Esse projeto já tramitou pela CCJ. É um projeto que, para a gente, também é uma prioridade para que seja aprovado entre os pares, os 94 deputados daqui da Assembleia Legislativa.

É um projeto que tem por objetivo desenvolver, no estado de São Paulo, uma política de impacto social e estadual. Ao mesmo tempo, a gente tem desenvolvido um trabalho, junto à Inova USP, da Universidade de São Paulo, de pensar mecanismos de poder dialogar com prefeituras, com entidades sociais da nossa cidade, do nosso estado.

E no dia 15 de outubro, terça-feira, em parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia estadual, e a Aliança pelos Negócios de Impacto, a frente parlamentar e o Ministério do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços, e a Estratégia Nacional da Economia de Impacto, realizamos, no centro de inovação Inova USP, uma reunião denominada Ensaios para o Fórum Estadual de Impacto de São Paulo. Um encontro de trabalho para discutir o avanço do Sistema Nacional de Economia de Impacto, o Simpacto, no estado de São Paulo.

É necessário também reafirmar, e eu queria aqui agradecer publicamente, o esforço que o pessoal do InovaUSP tem feito junto com a nossa frente parlamentar, onde nós ajudamos na estruturação de um observatório digital de transformação.

Então, esse observatório de transformação digital, a perspectiva é que possa apoiar prefeituras, apoiar as nossas Etecs e Fatecs do estado de São Paulo, apoiar entidades que têm interesse de ajudar no processo de formação, pensando as novas tecnologias para o futuro dos nossos jovens, mas combinado também com a inclusão desses jovens no mercado de trabalho.

Então, considerando a relevância desse projeto ora apresentado - como eu falei, está na CCJ, deve passar nas demais comissões - seria importante que os 94 deputados desta Casa entendessem a importância desse projeto para que a gente possa ter um projeto aprovado que muito vai ajudar no desenvolvimento tecnológico do estado de São Paulo.

A gente olha o Orçamento para ser executado a partir de 2025, e pelo menos um terço do Orçamento agora, depois da Saúde, da Educação e da Segurança Pública, passa a ser um item importante, um debate importante do governo do estado de São Paulo, que é a questão da inovação em tecnologia.

A gente olha hoje, vê o InovaHC, a gente percebe que tem tido um processo de investimento em várias áreas, quando se pensa em tecnologia, mas nós temos que discutir a tecnologia.

Mas temos que discutir a inclusão também da população no resultado desse investimento em tecnologia, e nós temos que discutir também a importância do mercado de trabalho para a população, que vai ver o mundo transformado nas próximas décadas na questão digital.

Então é importante esse projeto que nós estamos trabalhando via Frente Parlamentar de Inovação, Tecnologia e Inclusão no mercado de trabalho, que é uma forma também de a gente pensar o futuro e garantir não só o desenvolvimento do estado, mas combinado também com a inclusão da população nesse mundo digital.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamo para fazer uso da palavra o deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, deputado Marcolino, telespectador da TV Assembleia, olha, eu fiz um requerimento aqui de convocação do secretário de Agricultura.

Tem que vir aqui na Assembleia Legislativa e explicar as gravíssimas denúncias que estão sendo feitas por conta da privatização da agenda de fazendas do estado e de áreas experimentais de pesquisa, Sr. Presidente. Isso é um absurdo.

Quem faz essas denúncias é a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo. Está aqui, porque são várias matérias publicadas na imprensa. Uma delas aqui do jornal “Globo Rural”: “Governo de São Paulo planeja vender parte de fazenda histórica de café na área pertencente ao Instituto Agronômico de Campinas. No IAC está o maior banco de germoplasma de café do Brasil, o que permitiu o desenvolvimento de diferentes variedades do grão”.

É um absurdo, Sr. Presidente.

Estão atacando a Pesquisa, a Ciência de uma área importante da nossa Agricultura estadual. Então, ele pretende, o secretário de Agricultura, vender uma parte dessa fazenda Santa Luzia. Lá tem uma gleba, a Gleba São José, que tem, Sr. Presidente, exemplares únicos de diversas espécies de cafés.

Olha só, isso será destruído, será vendido para a iniciativa privada. E também tem a população mais antiga do mundo de café arábica. Olha só do que esse governo é capaz, de destruir todo esse patrimônio, Sr. Presidente, esse acúmulo de pesquisa feita por servidores públicos, por pesquisadores concursados, pesquisadores e cientistas de carreira do Estado. Então, é uma denúncia gravíssima. Nós estamos pedindo a convocação urgente do secretário.

Ele tem que explicar esse desmonte dessas fazendas, dessas áreas de pesquisa. E nós vamos tomar outras providências, acionando o Ministério Público estadual, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Muitas dessas áreas são áreas tombadas, inclusive.

É grave isso, Sr. Presidente. Desmonte do Estado, essa privataria bolsotucana que está se alastrando, está se espraiando por todo o estado de São Paulo, por todas as secretarias.

O governo já anunciou até fazer leilão de escolas estaduais, colocando escolas da rede estadual no leilão da Bolsa de Valores de São Paulo, algo inédito que nem a privataria tucana fez, mas a privataria bolsotucana avança no processo de privatização, querendo privatizar a Fundação Casa, 500 escolas estaduais, mais o leilão de escolas estaduais, que o governo já anunciou que será feito em breve, ainda neste semestre, a privatização das linhas de metrô, da CPTM, das estradas, das rodovias, com mais pedágios que serão instalados em todo o estado de São Paulo.

Então, essa privataria se alastra, a venda de terrenos e equipamentos públicos. Inclusive havia um site que foi retirado do ar por conta da nossa denúncia, vendendo todos os equipamentos, vendendo o prédio da Rota, vendendo o prédio até mesmo da Assembleia Legislativa. Estava à venda. O governo do Tarcísio virou uma imobiliária. Vende-se tudo, Sr. Presidente.

Então, eu quero fazer essa denúncia e dizer que vamos tomar providências, acionando o Ministério Público, o Tribunal de Contas e também já solicitei a convocação imediata do secretário de Agricultura, para que ele venha explicar aqui esse desmonte, na verdade, da pesquisa do estado de São Paulo na área da Agricultura.

Quero ainda, Sr. Presidente, no meu último pronunciamento de hoje, dizer que não podemos aceitar a manipulação que está sendo feita no estado de São Paulo, sobretudo na cidade de São Paulo, sobre essa questão do apagão da Enel, em que tanto o governo estadual como a Prefeitura de São Paulo, tanto o governador Tarcísio como também o prefeito Ricardo Nunes, eles tentam jogar a culpa, para desviar a atenção, para tentar evitar o desgaste que estão tendo no processo eleitoral, estão tentando jogar a culpa no governo federal.

Queria fazer alguns esclarecimentos: primeiro que os grandes culpados da crise, do apagão que estamos vivendo aqui em São Paulo, são os privatistas, é quem defende essas privatizações, essa privataria bolsotucana.

Segundo: um dos grandes culpados é o próprio governo do ex-presidente Bolsonaro, porque a Aneel, que é a agência nacional que deveria fiscalizar a Enel aqui em São Paulo, é toda constituída por diretores bolsonaristas, da extrema direita.

Eles foram nomeados pelo ex-presidente Bolsonaro; eles têm mandato de cinco anos e não podem ser tirados pelo presidente Lula até que o mandato seja cumprido. Têm um mandato de cinco anos e eles foram nomeados exatamente em 2022. Então, esses bolsonaristas não fiscalizaram a Enel aqui em São Paulo.

Mas a Aneel, essa agência, também tem um convênio com a Arsesp, que é a agência estadual cujos diretores e representantes foram nomeados pelo governador Tarcísio de Freitas também. Então, nem a Aneel fiscalizou, bolsonarista, nem a Arsesp, que é nomeada - essa sim - pelo governador Tarcísio de Freitas.

Então, vejam só: a Arsesp tem culpa, a Aneel tem culpa e o prefeito Ricardo Nunes também, que não fez a zeladoria da cidade, não fez as podas das árvores, não fez o manejo das árvores, não investiu na CET. A gente não vê os funcionários da CET nos faróis, coordenando o trânsito, porque ele sucateou a CET.

Então, eles são os verdadeiros culpados do apagão que está ocorrendo na cidade de São Paulo. Eles tentam jogar a culpa agora no governo federal para desviar a atenção da população, com medo do desgaste eleitoral.

Então, queria fazer esses esclarecimentos para que a população tenha conhecimento da verdade e não caia nessa ladainha, em fake news de Tarcísio de Freitas e de Ricardo Nunes, que são os verdadeiros culpados do apagão aqui na cidade de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado Carlos Giannazi. Chamo para fazer uso da palavra o deputado Altair Moraes.

Ao mesmo tempo, anuncio aqui a visita dos alunos da Etec Doroti Quiomi Kanashiro Toyohara, de Pirituba. Então, todos os alunos da Etec Profª Doroti Quiomi sejam muito bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

 

O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Posso, presidente?

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

 O SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, querido. Quero cumprimentar aqui os alunos da Etec. Sejam muito bem-vindos a esta Casa de Leis. Que Deus os abençoe, que vocês aprendam um pouquinho sobre as leis que acontecem no nosso País.

Mas me deixem fazer um contraponto em relação à Enel. É impressionante, rapaz, como a gente vê esse pessoal da esquerda querendo apontar o dedo para o governador Tarcísio de Freitas e, em especial, para o prefeito Ricardo Nunes. Vamos analisar friamente a coisa. Quem pode ser responsabilizado é o governo federal. É o governo federal.

A Enel, pelo que eles estão falando, acusando o prefeito Ricardo Nunes e o governador Tarcísio de Freitas de não ter feito poda de árvores e tal... É simples. É só você entrar agora e ver o que a Enel está fazendo, um monte de carro parado.

Um dia desses mostraram aqui uma reportagem simples e objetiva mostrando que o camarada foi religar um disjuntor, um cara da Enel foi religar um disjuntor. Sabe o que é que faltou? Faltou lanterna. “Ah, nós não temos lanterna. Não tem como religar.”

Pelo amor de Deus, ninguém é criança aqui. Até parece que está tendo boicote. Nós queremos, sim, responsabilizar a Enel, e não tem nada a ver com o governo federal, não tem nada a ver com o governo municipal, até porque, quando se acusa o prefeito Ricardo Nunes de não ter tomado as providências cabíveis...

Presta muita atenção você, que está do outro lado me vendo. Existem mais de 20 cidades em que até hoje não foi religada a luz, em vários bairros, na parte do ABC, na parte de Cotia, Barueri, 20 cidades.

O prefeito Ricardo Nunes é prefeito de 20 cidades agora, é? Ele é prefeito da cidade de São Paulo, ele responde por São Paulo, mas, em relação a ele, é unânime: não pode religar um disjuntor, porque isso é função da Enel, não é função da Prefeitura, não é função do governo.

Parece que o pessoal da esquerda acha que os paulistanos são burros, e, se tem uma coisa que o paulistano não é, é burro. Então, meu irmão, vamos parar de besteira aqui, de estar subindo e estar apontando o dedo para os outros sem necessidade.

A primeira coisa que tinha que haver é uma intervenção federal. Uma intervenção federal é a primeira coisa que tinha que acontecer com a Enel. A segunda coisa é a declaração de caduquice: se não está funcionando, tira essa porcaria e ponto.

A terceira coisa, que eu até criei aqui: uma criação de plano de ressarcimento para os consumidores, porque a uma hora dessas, meus amigos, tem um monte de consumidor que está com tudo estragado dentro de casa.

Comerciantes que não podem abrir, que estão perdendo dinheiro, tendo que colocar funcionário para fora por causa dessa canalhice que está acontecendo com a Enel, culpa do governo federal sim.

Então não venha me apontar o dedo para o governador Tarcísio de Freitas e muito menos para o prefeito, porque existem mais de 20 cidades. Mais de um milhão de pessoas estão sem energia, e me sobe gente aqui falando isso? Está de brincadeira, pô.

Então, gente, por favor, raciocina, pensa. São mais de 20 cidades. Não é só a Capital não, são mais de 20 cidades. O prefeito não responde por 20 cidades, ele responde pela Capital, e quem responde pela Enel é o governo federal.

Obrigado a todos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, para uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Tem V. Exa. o tempo regimental de dois minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Estou aqui dialogando com o deputado Altair, que eu respeito muito. Eu venho aqui fazer o debate, Sr. Presidente. Olha, deputado Altair, quem autoriza a concessão e quem faz a concessão da Enel é o governo estadual.

Só refrescando a memória de V. Exa., a atual energia elétrica, a atual empresa concessionária no passado já foi estatal, e, antes de ser estatal, era privada, era a Light. Depois ela foi estatizada na gestão do Paulo Maluf ainda, deputado Reis, olha só. E depois veio o PSDB, em 1998, que privatizou a energia elétrica no estado de São Paulo.

Então quem faz a concessão, quem autoriza a privatização é o governo estadual da energia elétrica. Ele é o responsável. O Tarcísio, se quisesse, se tiver interesse político, pode acabar com esse contrato. Ele pode reincidir, porque me parece que vai vencer no ano que vem, em 2025, 25 ou 2029. Então ele pode, se quiser, não renovar o contrato, né?

E nós podemos reestatizar a prestação de serviço público na área de energia. Agora, os privatistas privatizaram a Sabesp, Sr. Presidente. Vai acontecer a mesma coisa, é uma questão de meses, de um tempo não muito distante que nós vamos ter o apagão da água, porque eles entregaram a gestão da água para a iniciativa privada. E quem ganhou a licitação foi a empresa Equatorial, que não tem nenhuma experiência em gestão de água, em tratamento de água, em fornecimento de água e tratamento de esgoto.

Essa Equatorial... o principal acionista é o Daniel Dantas, aquele banqueiro, Sr. Presidente, que foi preso pela Polícia Federal, envolvido em um grande escândalo. Então, é uma questão de tempo a gente ter agora o apagão da água aqui.

E eles, esses deputados da base do Governo, foram os responsáveis. Eles aprovaram a privatização da água, como defendem todas as privatizações - da CPTM, do Metrô.

Olha só o que está acontecendo com as linhas privatizadas da CPTM. Os trens estão explodindo, pegando fogo. Eles atrasam, eles quebram, todo mundo acompanha. E esses parlamentares têm culpa no cartório e serão cobrados para sempre, sobretudo com a privatização da Sabesp, quando começar o apagão da água.

Era isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

E havendo acordo entre as...

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Peço a V. Exa. para assumir a Presidência, porque eu vou fazer uso da palavra por cinco minutos.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Carlos Giannazi.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, mas já na Lista Suplementar, com a palavra o deputado Reis, que fará uso regimental da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, deputado Carlos Giannazi, eu voltei à tribuna, reescrevi-me para falar um pouco desse tema, porque os deputados vêm aqui e falam, constroem essas narrativas...

Outro dia, tinha um deputado aqui dizendo que o Boulos era o culpado. Olha só, o Boulos, candidato a prefeito de São Paulo, um deputado federal, era responsável pelo apagão. Ele teve coragem de falar isso aqui.

Então, eu até fiz um histórico do que é essa empresa Enel. Lá no passado, um pouco distante, se chamava Light. Nós tínhamos aqui a responsável, a concessionária, pelo fornecimento, pela distribuição - na realidade, a empresa distribui, compra energia das usinas produtoras de energia elétrica.

Tem as empresas que transportam a energia, entregam a energia para ela, essas empresas que têm todo esse sistema de torres, de cabos aéreos, são outras empresas, não são a empresas que distribuem aqui.

Então, ela compra lá de Furnas, compra uma quantidade de energia, a empresa transporta e ela distribui na região que ela tem a concessão. Então, inicialmente, era a Light.

Na época do governador Paulo Maluf, ela foi estatizada, passou a se chamar Eletropaulo, e depois, quando veio a privataria tucana, o advento dos “privateiros”, que são os mesmos que estão aí com o Sr. Tarcísio de Freitas.

O Sr. Tarcísio de Freitas que é um cara da Faria Lima, que é um cara de negócios, ele só pensa em negócios. Ele não pensa em governar o estado de São Paulo, ele não está pensando em resolver os problemas do estado, o problema da Educação, da Saúde, da Segurança Pública. O negócio dele é vender São Paulo.

Vamos vender a Sabesp, vamos vender o Metrô, vamos vender a CPTM, vamos vender a Emae, só pensa em negócios. Então, é também desse time dos “privateiros”, aqueles que fazem a privataria.

Então, dentro daquele momento, daquele período dos “privateiros”, a Eletropaulo foi vendida para os americanos, para uma empresa americana, a AES Eletropaulo... ela passou a se chamar AES Eletropaulo.

E, não muito tempo atrás, essa empresa foi vendida para uma empresa italiana que se chama Enel. A responsabilidade da Enel é distribuir energia elétrica, ela compra energia e distribui, esse é o papel dela.

Agora, tem o papel da Prefeitura. A Prefeitura de São Paulo é responsável pelo manejo de árvores, pela poda de árvores, pela saúde das árvores. Qual é o grande problema, deputado Carlos Giannazi?

Há muito tempo que não se tem um concurso para engenheiros agrônomos na Prefeitura. O último, se eu não me engano, foi feito na gestão do prefeito Fernando Haddad, então faltam engenheiros agrônomos que vão atestar a saúde das árvores. Então nós temos um universo de árvores que estão comprometidas e que não aguentam muito vento, não aguentam um vendaval como aquele que aconteceu na sexta-feira passada e como aquele que está previsto para amanhã.

Não sei se V. Exa. sabe, mas tem previsão amanhã de tempestades e de vendaval. Ou seja, novamente as pessoas poderão ficar sem energia elétrica. Novamente.

Por quê? Porque tem árvores comprometidas que deveriam ter sido podadas, removidas, e quem faz esse papel é a Prefeitura de São Paulo. Então a Prefeitura de São Paulo tem muita culpa no cartório. Ela é devedora dos paulistanos, porque ela não faz a lição de casa.

Mesmo após o vendaval e tendo as árvores caídas, cabe à Prefeitura ir lá fazer o corte, fazer o manejo e removê-las. Nós tivemos um desleixo do prefeito, porque ele poderia já no sábado estar na rua convocando as empresas para fazer esse trabalho.

E as empresas não estavam com todas as suas equipes no sábado, nem no domingo. Parece-me que eles estavam de folga, que eles folgaram sábado e domingo e só foram para a rua na segunda-feira.

Então tudo isso prejudicou e muito que o serviço de restabelecimento de energia elétrica fosse feito, fosse tomado. Eu andei nas ruas, inclusive, deputado Giannazi, com o Guilherme Boulos.

Nós fomos a vários locais onde as árvores estavam caídas no chão, árvores que até hoje a Prefeitura ainda não removeu. Caíram cerca de 300 árvores na cidade de São Paulo, e quem remove as árvores é a Prefeitura.

Tem que ser entendido, tem que explicar isso para esses deputados, tem que desenhar para eles. Porque, se a prefeitura não remove as árvores, como vai se restabelecer a energia elétrica? A empresa vai ligar os fios, mas a árvore está caída em cima dos fios.

Então depende, sim, do trabalho da Prefeitura. E a Prefeitura não foi eficiente, o prefeito ficou de folga no sábado e domingo, ele só apareceu na segunda-feira para fazer o seu discurso e aí colocar a culpa no Lula, colocar a culpa no Boulos, colocar a culpa em todo, menos nele.

Então tudo isso que aconteceu e que poderá voltar a acontecer com o vendaval que está previsto para amanhã é, sim, responsabilidade da Prefeitura de São Paulo e é, sim, ineficiência da Enel. A Enel também, a gente tem que entender que é uma empresa ineficiente que é fiscalizada por uma agência nacional, mas também é fiscalizada por uma agência estadual.

Então isso mostra que a administração pública que tem esse compromisso, esse poder de cobrar e dar resposta para a população, também se demonstrara ineficiente, porque esse problema não aconteceu pela primeira vez nessa semana passada.

No ano passado, nós tivemos o mesmo problema. Tivemos vendaval e as pessoas ficaram até dez dias sem energia elétrica. Essa empresa já demonstrava a sua ineficiência. Então nós temos que cobrar, sim, cobrar a Enel e cobrar a Prefeitura de São Paulo, que ela tem muita responsabilidade nesse processo, Sr. Presidente.

 

O SR. REIS - PT - Para que a gente possa fazer o encerramento, Sr. Presidente, eu requeiro de V. Exa. que esta sessão seja levantada.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito obrigado, deputado Reis.

Antes de levantar a sessão, gostaria de me associar ao que disse V. Exa., acrescentando ainda que eu faço um desafio, deputado Reis, à população. Qualquer pessoa que fizer um pedido para a subprefeitura de uma poda ou de um corte de uma árvore já condenada, ela vai demorar um ano, dois anos, três anos para ter a presença da Prefeitura fazendo esse tipo de trabalho, porque não tem zeladoria na cidade de São Paulo.

Havendo acordo entre as lideranças, esta Presidência, cumprindo determinação constitucional, adita à Ordem do Dia o Projeto de lei nº 988, de 2023, vetado.

Havendo acordo entre líderes, antes de dar por levantados os trabalhos, convoco V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 14 horas e 57 minutos.