14 DE AGOSTO DE 2025
103ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI e EDUARDO SUPLICY
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h09min. Cumprimenta o atleta Sandro Viana, presente no plenário. Cita a importância de sua participação na luta contra a privatização do Ginásio do Ibirapuera. Manifesta-se contra a proposta da Prefeitura de Cananéia de encerramento das atividades da Biblioteca Municipal Eduardo Boechat Ramos. Combate a decisão da Prefeitura de São Paulo de afastar diretores de escolas municipais de seus cargos.
2 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - EDUARDO SUPLICY
Assume a Presidência. Cumprimenta o deputado Carlos Giannazi por sua atuação em defesa da Educação. Comunica que solicitou informações à Secretaria de Segurança Pública a respeito da investigação sobre o assassinato de Jeferson de Souza. Defende políticas públicas que tenham como objetivo diminuir a letalidade policial. Informa que o Ministério Público de São Paulo abriu ação civil pública contra a Prefeitura de São Paulo, para tratar do número de vagas em abrigos para crianças e adolescentes. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 15/08, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h39min.
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ÍNTEGRA
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-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.
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Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
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O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Gostaria, antes de dar início à lista
de oradores inscritos, de saudar e registrar ao mesmo tempo a honrosa presença
aqui de um grande esportista brasileiro, medalhista que participou de várias
competições internacionais e aqui no Brasil também, o medalhista Sandro Viana.
Sandro, muito obrigado pela sua presença, parabéns pelo seu trabalho. E
sobretudo registrar, Sandro, que você tem o papel fundamental na nossa luta
aqui no estado de São Paulo contra a privatização aqui de todo o complexo do
Ibirapuera.
Naquele momento em que foi aprovada,
infelizmente, uma lei na Assembleia Legislativa que teve o nosso voto contrário
e teve também um trabalho intenso de vocês, você e outros medalhistas e outros
esportistas se movimentaram para convencer os deputados a votar contra o
projeto, mas, infelizmente, naquele momento era na gestão Doria ainda e ele
tinha a maioria aqui na Casa, o projeto foi aprovado.
No entanto, nós acionamos o Ministério
Público, fomos ao Iphan, e conseguimos que fosse aberto um processo de tombamento
do Complexo do Ibirapuera, e, com isso, a privatização foi impedida, foi
inviabilizada.
Mas eu quero te agradecer por tudo,
pela sua representação, por você representar tão bem o Brasil nas Olimpíadas,
nos trouxe muito orgulho, e pela sua ação também concreta em defesa de um
espaço histórico, que é um templo do esporte brasileiro, que formou muitos
medalhistas, e que você participou ativamente.
Então, é uma honra para a Assembleia
Legislativa receber aqui a sua participação, sei que você esteve conversando
com a Secretaria de Esportes, e tem boas notícias hoje para trazer aqui, sobre
a reforma do espaço, e nós vamos conversar daqui a pouco. Muito obrigado.
E quero, ainda, aproveitar para
manifestar aqui o nosso total repúdio e a nossa indignação com a tentativa da
Prefeitura de Cananéia em extinguir uma biblioteca, a única biblioteca da
cidade, biblioteca municipal. Nós temos lá uma grande mobilização contra esse
ataque à Biblioteca Municipal de Cananéia, conhecida, que tem o nome de Eduardo
Boechat Ramos.
E o prefeito lá, me parece, pelas
informações que nós estamos recebendo aqui, disse que vai fechar porque tem
pouca movimentação aquela biblioteca. Ele encaminhou um projeto de lei, o PL
14, de 2025.
Olha só, tem aqui o projeto, vou
colocar no telão aqui, por favor. Está aqui o projeto de lei do prefeito, da
Prefeitura de Cananéia, extinguindo uma biblioteca, que cumpriu um papel muito
importante também durante a pandemia.
Lá as pessoas utilizam a internet, ela
tem uma função importante, não só na cidade de Cananéia, mas é a única
biblioteca municipal de toda a região. Uma região carente, uma região pobre,
que não tem investimento social, não tem recursos do governo estadual, recursos
do governo federal também.
Então, é uma excrescência, nós temos que
repudiar veementemente e saudar o movimento organizado naquela região, há muita
resistência, e se não fosse a resistência, a biblioteca já teria sido fechada.
E faço um apelo também aos vereadores
da cidade para que não deixem, para que votem contrariamente, para que devolvam
esse projeto para o prefeito, que é o Projeto de lei nº 14, de 2025. E é muito
claro aqui, ele fala: “...dispõe sobre a revogação da Lei Municipal nº
2.191/2013, o encerramento das atividades da Biblioteca Municipal Eduardo Boechat
Ramos”.
Olha só, encerramento, vai fechar uma
biblioteca. Isso é um absurdo. Então, nós vamos, inclusive, aqui fazer um
estudo jurídico para acionar talvez o Ministério Público Estadual contra esse
ataque ao patrimônio público cultural da cidade, e também o Tribunal de Contas
do Estado de São Paulo, que julga as contas dos municípios.
Nós queremos que o Tribunal de Contas
se manifeste em relação a esse crime contra a cultura. Então, todo o nosso
apoio à população, que está mobilizada, está participando desse movimento.
Quero ainda manifestar também aqui o
nosso repúdio, minha gente, ao prefeito Ricardo Nunes. O prefeito Ricardo Nunes
voltou com carga total para afastar diretores da rede municipal, porque ele
pretende privatizar escolas da rede, então ele está afastando 25 diretores de
escolas.
Nós tínhamos conseguido, através de uma
ampla mobilização, pressão, ação popular no Tribunal de Justiça; o Sindicato
Sinesp conseguiu uma liminar, suspendendo esse afastamento para um possível e
“fake” curso de requalificação de diretores que têm um trabalho já histórico
nas suas respectivas escolas.
No entanto, na data de ontem, a 6ª Vara
de Direito Público revogou, cassou a liminar que o Sinesp tinha conseguido. E o
Ricardo Nunes, o prefeito... Está aqui a matéria, hoje saiu na “Folha de
S.Paulo” a matéria: “Nunes consegue aval na Justiça para afastar diretores de
escolas municipais de São Paulo”, uma afronta à Educação, afronta aos
profissionais da Educação. Lembrando que ele diz, o prefeito, a Secretaria da
Educação alega que esse afastamento é por conta do péssimo desempenho no Ideb
dessas escolas.
No entanto, nós temos dados aqui da
REPU dizendo que apenas 12 escolas tiveram desempenho menor no Ideb. Então,
isso mostra contradição do discurso da Prefeitura, da gestão Ricardo Nunes, que
tem no seu secretariado, na Secretaria da Educação, o Fernando Padula, que é o
secretário municipal, que coordena esse ataque aos diretores. E é um velho
conhecido aqui da Assembleia Legislativa, que foi chefe de gabinete das gestões
do “tucanato” na Secretaria da Educação.
Inclusive, o nome dele estava
envolvido, exatamente, na famosa máfia da merenda escolar, o nome dele estava
envolvido também na guerra aos alunos que estavam lutando contra o fechamento
de escolas aqui no estado de São Paulo, 2015, 2016, aquele movimento vitorioso
que todos acompanharam, que obrigou o governador a recuar do fechamento de mais
de 100 escolas e a demitir o secretário da Educação, do qual ele era o chefe de
gabinete.
Então, esse é o secretário que comanda
esse processo de afastamento de 25 diretores para a realização de um curso de
requalificação, só que esses diretores, uma boa parte, já têm mestrado e
doutorado na USP, têm projetos reconhecidos até internacionalmente pela Unesco.
Então, a gente sabe que não há
argumentação técnica para o afastamento desses diretores. É perseguição
política e é a implantação já do projeto de privatização da rede municipal,
como o estado já está fazendo. O estado, o governador Tarcísio, que é o
padrinho agora do Ricardo Nunes, do prefeito de São Paulo, já está leiloando
escolas na Bolsa de Valores, para entregar as nossas escolas para a iniciativa
privada.
Então, primeiro quero lamentar essa
decisão da Justiça de São Paulo, da 6ª Vara, que cassou uma liminar importante
que impedia o afastamento desses diretores, mas nós vamos recorrer, o Sinesp
está recorrendo.
Nós temos também uma ação popular, do
nosso coletivo “Educação em Primeiro Lugar”, que é constituído pela deputada
federal Luciene Cavalcante, pelo vereador Celso Giannazi, pelo nosso mandato
aqui da Assembleia Legislativa. Nós temos lá uma ação que vai ser julgada ainda
e vamos continuar pressionando e denunciando a privatização das escolas da rede
municipal e, sobretudo, a perseguição a esses importantes diretores e diretoras
da rede municipal.
Então, dou sequência aqui à lista de
oradores inscritos do Pequeno Expediente. Com a palavra a deputada Márcia Lia.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Com a palavra a
deputada Thainara Faria. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rafa Zimbaldi.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Donato. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Dr. Jorge do
Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra
o deputado Reis. (Pausa.) Com a palavra o deputado Guilherme Cortez. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra a deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Luiz Claudio
Marcolino. (Pausa.) Com a palavra a deputada Professora Bebel. (Pausa.) Com a
palavra a deputada Marina Helou. (Pausa.) Com a palavra o deputado Carlos
Giannazi. Pulo aqui, que eu já falei. Com a palavra a deputada Marina Helou.
(Pausa.) Desculpa, pulei a Marina Helou. Carlos Giannazi. Com a palavra agora a
deputada Leci Brandão. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Capitão
Telhada. (Pausa.) Com a palavra a deputada Carla Morando. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Conte Lopes. (Pausa.) Com a palavra a deputada Dani Alonso.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Rogério Santos. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rômulo Fernandes.
(Pausa.)
Com a palavra a deputada Ediane Maria.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Bruno Zambelli. (Pausa.) Com a palavra o deputado Itamar Borges. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Alex
Madureira. (Pausa.) Com a palavra a deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Com a
palavra a deputada Profª Camila Godoi. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra a deputada Solange Freitas. (Pausa.)
Com a palavra agora o deputado Eduardo
Suplicy, que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente, deputado Carlos Giannazi, eu trago
hoje uma surpresa muito especial que quero apresentar à V. Exa., que é o meu
querido amigo, professor Philippe Van Parijs, o principal fundador da Basic
Income Earth Network, e que hoje nos visita.
E ele veio a
São Paulo para estar participar, veio ao Brasil, chegou ontem à noite, para
participar do 24º Congresso Internacional da Basic Income Earth Network, que
ocorrerá nos dias 25 até 29 de agosto, nas cidades de Maricá e Niterói.
E eu quero
apresentá-lo ao presidente desta sessão, que é o deputado Carlos Giannazi,
líder do PSOL, um dos principais partidos da oposição, muito parceiro do
Partido dos Trabalhadores. Eu ontem já anunciei a presença de que ele estaria
aqui, e hoje ele está presente, e é aqui...
E eu ontem li
uma parte do prefácio do livro “Renda Básica: uma proposta radical para uma
sociedade livre e economia sã”, e, se me permite, eu gostaria de acabar de ler
este prefácio, onde eu digo que a boa notícia é que, aos 14 anos após a aprovação
da Lei 10.835, diversos candidatos à presidência da República, para as eleições
de 7 de outubro próximo - e aí eu estava escrevendo em junho de 2018 - fazem
menção de estudos sobre a perspectiva de se instituir uma forma de renda
básica.
Está incluído
no programa do PT, aprovado no 6º Congresso Nacional do Partido, em 2017, que
se promoverá a transição do programa “Bolsa Família” para a Renda Básica de
Cidadania. As equipes de economistas de outros candidatos têm mencionado que
consideram a forma de garantia de renda mínima universal como parte da sua
plataforma.
Pedro Herculano
Souza e Sergei Soares têm considerado a unificação dos programas como o
“Salário Família”, o “Bolsa Família” e o desconto do imposto de renda permitido
de maior renda por dependentes até 16 anos. Sua proposta é substituí-los por um
benefício infantil universal para todas as pessoas até 16 anos.
Há também
estudos de economistas como Bernardo Appy, Eurico de Santi, Isaias Coelho,
Nelson Machado e Vanessa Rahal Canado, que propõem uma mudança coordenada de
benefício, como benefício de prestação continuada, entre outros, pela criação
de um benefício universal e não contributivo para idosos, denominado Renda
Básica para Idosos e desoneração da folha de salário de todos os trabalhadores
até o valor da renda básica universal.
Escrevo este
prefácio na expectativa de logo visitar o presidente Lula, na superintendência
da Polícia Federal, em Curitiba, ou de vê-lo livre da pena que lhe foi imposta
para relatar a evolução da RBC no mundo. Faço questão de entregar um livro ao
Lula, um exemplar deste livro que foi editado pela Cortez Editora.
E recomendo
fortemente a todas as pessoas, inclusive aos candidatos e candidatas dos mais
diversos partidos e cargos, para que leiam este livro de Philippe e Yannick,
pois aqui encontrarão um formidável histórico sobre os fundamentos e as origens
da renda básica. Este é o livro mais completo, é o estudo mais completo sobre a
história da renda básica que eu conheci.
Então, se me
permite, quero, além desta... Eu até perguntei há pouco, no gabinete do
presidente André do Prado, se ele estava na Casa para apresentar o professor
Philippe Van Parijs, mas ele não está.
Se me permite, Sr.
Presidente, eu tenho uma fala sobre a morte de Jeferson de Souza por policiais militares,
e agradeço se puder...
O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Deputado Suplicy, eu gostaria só
que V. Exa. falasse aqui da tribuna, porque eu estou indo aqui para uma outra
atividade... Que V. Exa. presidisse e falasse por aqui...
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Ah, pois não.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Se não for muito incômodo para
Vossa Excelência. Vossa Excelência já continua no comando aqui dos trabalhos da
Presidência e já fala por aqui.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Eu vou pedir ao professor
Philippe para estar ao nosso lado para apresentá-lo pessoalmente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Então chamo V.
Exa. para presidir a sessão.
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* *
- Assume a Presidência o Sr. Eduardo
Suplicy.
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* *
O
SR. PRESIDENTE - EDUARDO SUPLICY - PT - (Expressão em
língua estrangeira.) “Renda Básica, uma proposta radical para uma sociedade
livre”, que dá para o professor, para o deputado Carlos Giannazi. Eu agradeço
ao deputado Carlos Giannazi e quero cumprimentá-lo pela sua batalha tão forte
em defesa da boa educação para todos no estado de São Paulo.
Mas eu gostaria hoje de falar sobre a
morte de Jeferson de Souza por policiais militares. Mais uma vez, preciso falar
de um crime perverso que se soma aos recorrentes e crescentes casos de
letalidade policial no estado de São Paulo, que expressa um total
descompromisso com a vida e com a proteção daqueles que estão em situação de
maior vulnerabilidade.
Refiro-me à execução de Jeferson de
Souza, um jovem em situação de rua, natural de Alagoas, morto por policiais
militares no dia 13 de junho de 2025, no Viaduto 25 de Março, no centro da
Capital. As imagens das câmeras corporais obtidas pelo portal G1 e veiculadas
no último dia cinco de agosto revelaram que a versão dos policiais de que a
vítima tentou desarmá-los era falsa.
Jeferson aparece nas imagens desarmado,
acuado, chorando e rendido, sendo assassinado com três tiros de fuzil, um deles
na cabeça. Um dos policiais tapou a câmera corporal com a mão no momento dos
disparos, evidenciando tentativa de obstrução da justiça.
Eu peço a gentileza do Sr. Machado e do
pessoal da TV Alesp, passe um trecho desse vídeo, por favor.
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* *
- É exibido o vídeo.
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* *
Pois bem, este vídeo dispensa muitas
palavras. Ele desmonta a versão oficial apresentada pelos policiais e confirma
aquilo que o próprio Ministério Público já declarou: que o assassinato de
Jeferson foi cometido com sadismo e desprezo pela vida, e que Jeferson foi
executado sem qualquer chance de defesa, em uma ação que viola frontalmente os
direitos humanos e o princípio da legalidade.
Como sabemos, São Paulo lidera o
ranking do crescimento da letalidade policial entre todos os estados da
Federação, conforme o Mapa da Segurança Pública de 2025, divulgado em junho
passado pelo Ministério da Justiça, enquanto o Brasil apresentou uma queda de
4,02% nas mortes decorrentes de intervenção policial, o estado de São Paulo
seguiu tendência contrária.
Apenas no ano de 2024, São Paulo
registrou 813 mortes por intervenção policial contra 504 no ano de 2023. Essa
realidade impôs, impõe ao poder público uma atuação enérgica, tanto para
assegurar a responsabilização dos agentes envolvidos, como para evitar que
protocolos... Evitar os protocolos e supervisionar a atuação das forças de
segurança, especialmente em abordagem de pessoas em situação de
vulnerabilidade.
Diante disso, protocolei ontem um
requerimento de informações dirigido ao secretário de Segurança Pública,
exigindo respostas sobre essas questões, sobre a investigação em curso e sobre
que providências de apoio à família da vítima - desde o translado do corpo até
a assistência jurídica e psicológica - foram tomadas pelo estado de São Paulo.
A polícia tem o dever de ser legalista,
de ser antirracista e de proteger a todos de igual maneira. E o governo do
estado tem a obrigação de coibir e de punir com rigor qualquer ato de abuso dos
seus agentes. É papel desta Casa Legislativa exercer o seu dever constitucional
de fiscalização dos órgãos públicos, especialmente diante de situações que
envolvem violações de direitos humanos e uso abusivo da força dos policiais.
O aprofundamento das informações
solicitadas por mim visa garantir transparência, justiça, prevenção de novos
casos e reparação à família da vítima, bem como contribuir para a formulação de
políticas públicas de Segurança condizentes com o Estado Democrático de
Direito.
Então, eu aqui apresento a íntegra do
requerimento de informações que estou enviando ao secretário da Segurança
Pública, com as inúmeras perguntas - no total são 33 perguntas -, que solicito
que sejam respondidas o quanto antes. Eu peço a gentileza de ser parte do meu
pronunciamento a íntegra de meu requerimento de informações.
Quero assinalar também uma notícia
importante: que o Ministério Público de São Paulo está cobrando a prefeitura
para resolver a falta de vagas em abrigos infantis. A promotora diz que a
gestão age com descaso e cobra o levantamento sobre crianças encaminhadas para
abrigos longe de suas casas.
O Ministério Público de São Paulo abriu
uma ação civil pública contra a Prefeitura de São Paulo para cobrar uma solução
sobre a falta de vagas em abrigos para crianças e adolescentes na cidade.
Então, esse é um outro assunto que nós vamos acompanhar nos próximos dias.
Agora, havendo acordo de lideranças,
esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas.
para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a sessão.
Muito obrigado.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 14 horas e 39
minutos.
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