20 DE FEVEREIRO DE
2025
3ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM AO DR. OGARI DE CASTRO PACHECO
Presidência: BARROS MUNHOZ
RESUMO
1 - BARROS MUNHOZ
Assume a Presidência e abre a sessão às 19h28min.
2 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Nomeia a Mesa e demais autoridades presentes. Convida o público para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".
3 - PRESIDENTE BARROS MUNHOZ
Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene para "Homenagem ao Dr. Ogari de Castro Pacheco", por solicitação deste deputado. Ressalta a relevância desta solenidade. Menciona convivência com o homenageado.
4 - DANTE ALARIO JUNIOR
Presidente da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil, faz pronunciamento.
5 - CARLOS GADELHA
Secretário de Ciência, Tecnologia, Informação e Complexo da Saúde do Ministério da Saúde, a representar Nísia Trindade, ministra da Saúde, faz pronunciamento.
6 - EDUARDO GOMES
Senador por Tocantins e 1° vice-presidente do Senado Federal, faz pronunciamento.
7 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Tece considerações sobre o Título de Acadêmico Emérito da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil.
8 - NILCE CARDOSO BARBOSA
Membro da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil, faz pronunciamento.
9 - EDUARDO GOMES
Senador por Tocantins e 1° vice-presidente do Senado Federal, faz pronunciamento.
10 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Anuncia o Ato de Posse do Dr. Ogari de Castro Pacheco como Acadêmico Honorário Nacional da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil.
11 - OGARI DE CASTRO PACHECO
Médico, faz leitura do Termo de Compromisso da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil.
12 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Anuncia o Ato de Incorporação, a entrega do Colar Acadêmico e do Diploma da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil ao Dr. Ogari de Castro Pacheco.
13 - DANTE ALARIO JUNIOR
Presidente da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil, declara o Dr. Ogari de Castro Pacheco membro honorário da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil.
14 - LIDIA ANDREATTA
Assessora do Dr. Ogari de Castro Pacheco, faz pronunciamento.
15 - FÁBIO PRIETO
Secretário estadual da Justiça e Cidadania, a representar o governador Tarcísio de Freitas, faz pronunciamento.
16 - OGARI DE CASTRO PACHECO
Médico homenageado, faz pronunciamento.
17 - PRESIDENTE BARROS MUNHOZ
Tece considerações sobre participação do homenageado em projeto social de habitação em Itapira. valoriza o ensino técnico. Parabeniza a Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 20h53min.
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- Assume a
Presidência e abre a sessão o Sr. Barros Munhoz.
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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Esta sessão
solene tem a finalidade de “Homenagear o Dr. Ogari de Castro Pacheco”, e celebrar
o ato de incorporação do Dr. Ogari de Castro Pacheco como acadêmico honorário
da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil. Comunicamos aos presentes que
esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal da
Alesp no YouTube.
Sou Henry
Suzuki, acadêmico titular da cadeira de número dois e terei a honra de conduzir
a solenidade desta noite. Inicialmente, apresento os componentes da Mesa
Diretora.
Deputado
estadual Barros Munhoz, proponente e Presidente desta sessão solene, que peço
uma salva de palmas. (Palmas.) Fábio Prieto, secretário de estado de Justiça e
Cidadania do Estado de São Paulo, neste ato representando o governador
Tarcísio de Freitas. (Palmas.)
Dr. Dante Alario
Júnior, presidente da Academia de Ciências Farmacêuticas do
Brasil. (Palmas.) Especiais palmas para o Dr. Ogari de Castro Pacheco,
homenageado da noite. (Palmas.) Eduardo Gomes, primeiro vice-presidente do
Senado e senador pelo estado de Tocantins. (Palmas.) Carlos Gadelha, secretário
de Ciência e Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde do Ministério da
Saúde, neste ato representando a ministra Nísia Trindade. (Palmas.)
Convido a todos
os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional
Brasileiro, executado pela Camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do
Estado de São Paulo, sob regência do maestro primeiro sargento Ivan Berg.
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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.
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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Registramos
e agradecemos a presença dos acadêmicos e acadêmicas da Academia de
Ciências Farmacêuticas do Brasil e passo a palavra ao proponente dessa
sessão solene, deputado estadual Barros Munhoz.
O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB - Iniciamos
os nossos trabalhos, pedir desculpas pela rouquidão, nos termos
regimentais. Senhores, esta sessão solene foi convocada pelo Presidente
desta Casa de Leis, deputado André do Prado, atendendo a minha solicitação
com a finalidade de “Homenagear o Dr. Ogari de Castro Pacheco”, e celebrar o ato de
incorporação do Dr. Ogari de Castro Pacheco como acadêmico honorário
nacional da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil.
Bem, cabe a mim
usar a palavra na abertura dos nossos trabalhos. Eu quero reiterar aqui todos os membros da Mesa já
mencionados, quero agradecer a presença de todos e quero dizer que é um
dia extremamente importante para mim pessoalmente e para todos nós.
Para mim, por
quê? Porque tive a felicidade de ser prefeito três vezes de Itapira e,
nesses três mandatos, eu tive uma oportunidade extremamente feliz de
conhecer e de conviver com o Dr. Ogari de Castro Pacheco. Eu acompanhei o
início do Laboratório Cristália. Um
pouquinho antes de eu ser prefeito pela primeira vez, o Cristália começou
a funcionar.
Eu acompanhei a
evolução impressionante do Laboratório Cristália. Começou com a fabricação
de alguns medicamentos, muito simples, feito com uma maquininha chamada
pica-pau, “telectec, telectec, telectec” e quem comandava essa maquininha
está aqui presente hoje, Paganini, também ex-prefeito de Itapira, ele é
que fazia os primeiros remédios. (Palmas.)
Daquela empresa
que começou tão pequena assim e se transformou em uma empresa tão grande
quanto o nosso Laboratório Cristália de hoje. O Dr. Pacheco é um paradigma
de político. Eu, quando o apresentei ao presidente Jair Bolsonaro, porque
o Cristália já recebeu três presidentes da República, o Lula, a Dilma e o
Bolsonaro, e dois governadores de São Paulo, o Serra e o Geraldo Alckmin.
Mas, quando eu
o apresentei ao Bolsonaro e disse, presidente, esse daqui é o Bill Gates
brasileiro, agora eu tenho que modificar. Bill Gates já caiu de moda. Eu
quero dizer que este é o Elon Musk do Brasil, está mais atualizado. Brincadeira
à parte, minha gente, é difícil para mim conter emoção. Está tão avacalhada a
nossa política, não é em São Paulo, não é no Brasil, é no mundo. Está tão
lastimável viver como nós estamos vivendo na atualidade.
O tráfico
tomando conta do País, eu já disse e vou repetir, se um dia eu ganhar na
loteria mais alta que possa existir e comprar uma empresa gigantesca, eu vou
contratar para CEO o Marcola. Esse é o melhor CEO do Brasil. É impressionante.
Onde gera, nasce o dinheiro do tráfico, minha gente?
Então eu faço
essa colocação, Dr. Pacheco, pedindo desculpas até, mas para mostrar o
contrapeso desta triste realidade. Qual é o contrapeso? Gente honesta, gente
séria, gente trabalhadora, gente idealista, gente que queira o bem. E o exemplo
de tudo isso está aqui nesta mesa conosco hoje.
Eu tenho
orgulho de dizer, eu sou de Itapira, terra do Pacheco, porque ele é itapirense
também, terra do Cristália. Orgulho para todos nós. Começou pequenininha,
pequenininha. Eu tenho a felicidade de conversar com ele e vejo a intenção dele
de fazer. E como é difícil no Brasil se fazer as coisas, minha gente. É
difícil, é óbice, de todo jeito e de todo lado.
Mas, além de
falar do Dr. Pacheco, eu quero prestar uma homenagem também à nossa academia
nacional da indústria farmacêutica, porque nesse conjunto de potências
farmacêuticas no mundo, a do Brasil tem orgulho. E, por isso, eu estou aqui
também para homenageá-los. E agradecê-los por terem promovido essa homenagem ao
Dr. Pacheco.
Então, eu não
quero me estender mais. Mas eu quero dizer: quem é o Dr. Pacheco? Um empresário
como qualquer outro? Não. Ele é melhor do que a grande maioria. Sabe por quê?
Porque ele cuida bem de todos aqueles que trabalham com ele. Ele é humano, ele
é justo. É impressionante o respeito que todos os funcionários do Cristália têm
pelo Dr. Pacheco.
Então, diante
de tudo isso, eu quero dizer de coração aberto, Dr. Pacheco. Hoje é um dia de
esperança, hoje é um dia de seguir exemplos como o seu, que Deus o abençoe
sempre, que Deus o tenha e que, sobretudo, a indústria farmacêutica do Brasil,
através da academia, continue levando o nosso País adiante.
Deus abençoe,
Pacheco.
Deus abençoe a
nossa academia.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS -
Agradecemos o deputado Barros Munhoz e, neste momento, convidamos para fazer
uso da palavra o Dr. Dante Alario Junior, presidente da Academia de Ciências
Farmacêuticas do Brasil.
O SR. DANTE ALARIO JUNIOR -
Boa noite a todos. Sejam muito bem-vindos a esta solenidade, onde a Academia de
Ciências Farmacêuticas do Brasil, juntamente com seus diretores e membros
associados, sente-se muito honrada em acolher o Dr. Ogari de Castro Pacheco
como acadêmico honorário.
Pacheco, nós
nos conhecemos há quase 50 anos. Eu só agora fiquei sabendo que você tinha
Castro no nome, incrível. Ainda bem. Enfim, eu falei rápido com o Pacheco lá
fora, quando fui cumprimentá-lo. E vou repetir para vocês também alguma coisa,
porque eu não vou falar muito sobre o Pacheco, porque eu acho que tem várias
outras pessoas que falarão e aí se torna repetição. Eu não gosto disso.
Mas vou repetir
para vocês o que eu falei para ele, que ele tem a sorte, o privilégio de gozar
de uma situação que muitos não têm. Por quê? Eu ouvi isso muitas vezes de
várias pessoas em diferentes locais, etc.
Então, eu não
associo quem pode ser o primeiro que disse isso, mas é algo assim: que quando
nós somos crianças, nós ouvimos histórias; quando adultos, nós fazemos história;
quando idosos, nós contamos histórias; e quando nós formos, nós viramos
história.
O Pacheco tem o
privilégio de ter virado história, presente, vivo e usufruindo de todas as
condições. Isso é um privilégio. A academia tem algumas formalidades e que a
gente faz questão de segui-las. Então, eu vou dedicar agora algumas palavras
breves sobre o que é a Academia.
A Academia, com
seus 100 anos de constituição, completados no ano passado - ela foi instituída
em 10 de setembro de 1924 -, na verdade, é uma história um pouco mais antiga do
que isso, mas não vamos entrar em detalhes. Vamos considerar que nós temos 101
anos.
Ela tem sido
uma das forças motrizes para o desenvolvimento das ciências farmacêuticas no
Brasil. Ela estimula, entre seus associados, a contínua busca pelo estudo, pela
pesquisa, pela educação, pelo desenvolvimento profissional, o debate e a
divulgação das atividades científicas e tecnológicas no campo das ciências
farmacêuticas e afins, enaltecendo e unindo os diversos fatores e segmentos.
Atua também
como órgão consultivo e informativo, colaborando e promovendo o intercâmbio
científico e cultural, tanto em âmbito nacional como internacional, através de
seus correspondentes mundo afora.
Tornando-se uma
referência nacional nas questões relacionadas às ciências farmacêuticas, sempre
em defesa da ciência, da transparência nas ações, na valorização da vida, do
homem e do meio ambiente, e desempenhando um papel de liderança na formação de
gerações de farmacêuticos, médicos e outros cientistas.
Para não me
alongar, porque tem vários oradores, eu só gostaria de citar algo que a gente
vem se dedicando já há algum tempo, e mais nos últimos anos, com muito mais
afinco, que é a preservação do acervo que a Academia tem. Pacheco, você precisa
conhecer aquele acervo, é um negócio maravilhoso, impressionante, com coisas
que vêm do tempo do império e trazidas até agora.
E nós já
fizemos uma primeira exposição na Anvisa, no mês passado, que foi muito bem
acolhida, e é hoje um dos focos nossos, que é mostrar a belíssima história que
existe nesta área e que é conservada pela Academia. Isto é apenas uma gotinha
do que é a Academia.
O que nós temos
certeza, e gostaríamos, é que com a chegada sua, Dr. Pacheco, nós temos certeza
que estamos ganhando um excelente reforço para as nossas atividades que eu
rapidamente descrevi aqui e que esperamos contar com a sua presença durante
ainda muitos e muitos anos.
Obrigado.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS -
Com os agradecimentos ao presidente Dante Alario Junior, registramos e
agradecemos a presença das seguintes personalidades: Dr. Walker Magalhães
Lahmann, acadêmico titular e secretário-geral da Academia de Ciências
Farmacêuticas do Brasil; Dr. Lauro Domingos Moretto, presidente emérito da
Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil; Toninho Bellini, prefeito de
Itapira; vereadores de Itapira, Edison da Auto Escola, Rogério Codogno e
Maurício de Lima.
Adauto Marques
Batista, presidente da regional norte da Federação das Indústrias do Estado de
Minas Gerais, FIEMG; Nelson Mussolini, acadêmico da nossa Academia e presidente
executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Farmacêuticos; Andrey Freitas,
presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina,
Biotecnologia e Suas Especialidades.
Iara Froelich
Taniguchi, presidente da Unifar, União Farmacêutica do Estado de São Paulo;
Michel Kfouri Filho, presidente emérito da Academia de Ciências Farmacêuticas
do Brasil; José Antônio Batistuzzo, acadêmico titular da Academia de Ciências
Farmacêuticas do Brasil; e Florisvaldo José Lesses, vice-presidente do Grupo
Cristália, em nome de quem cumprimento todos os membros do Grupo Cristália aqui
presentes.
Seguindo com as
nossas atividades, convidamos a fazer uso da palavra Carlos Gadelha, secretário
de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde do Ministério da Saúde.
Neste ato, representando a ministra, Nísia Trindade.
O SR. CARLOS GADELHA - Boa noite. Eu
queria primeiro dizer da honra de representar aqui a nossa ministra, uma
ministra que vem da Ciência e Tecnologia, primeira ministra mulher do Brasil e
que tem a marca da honestidade, do compromisso com a ciência, com o cuidado do
povo brasileiro, com a vacinação, a marca da saúde pública, da saúde coletiva,
e é uma honra representá-la aqui.
Também,
modestamente, eu viria aqui para ficar ali sentado aplaudindo o Dr. Pacheco,
porque acompanhei uma parte da história empreendedora do Dr. Pacheco. Isso eu
iria falar no final, mas eu já inverti aqui, da história empreendedora do Dr.
Pacheco, onde eu estudei a história da Cristália, estudei um pouco a história
dele, e hoje, depois vou falar umas breves palavras reforçando, mas é um exemplo
para todos nós aqui.
Quero saudar o
deputado Barros Munhoz, e que iniciativa importante, como proponente e
presidente também desta sessão. É um marco mesmo este momento aqui, esta
iniciativa. O secretário Fábio Preto, representando aqui o governador, e toda
essa ação aí que a gente tem que fazer sempre em parceria do governo federal
com os estados.
O meu colega
Dante Alario Junior, também já conheço há muito tempo. Hoje estou conhecendo a
Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil, já impressionado e já queria
saudar a todos os acadêmicos que estão aqui presentes, de modo muito afetivo.
O senador
Eduardo Gomes, todos aqui estão ajudando um pouco a fazer história. Tem um
projeto de lei que eu estou me debruçando, ajudando os relatores, projeto de lei
da autoria do senador Eduardo Gomes, que mudará um pouco a história da saúde no
Brasil, passando-se a ter um marco jurídico para pensar como a saúde é
importante para o desenvolvimento, para a geração de emprego, renda. Aliás, o
Dr. Pacheco representa tudo isso. O Brasil é possível, o Brasil é viável, e
estamos aqui no evento para mostrar isso.
Quero saudar
também todos os acadêmicos, aqui na pessoa do nosso mestre de cerimônia, Henry
Suzuki, acadêmico aqui também, e dizer para a família toda do Dr. Pacheco:
podem se orgulhar muito do Dr. Pacheco.
As jovens da
família, os jovens que aprendem com a família, os jovens que seguem o exemplo,
às vezes os jovens que estão na Cristália, é emocionante ir à Cristália. Quem
não foi, eu recomendo. Tanto jovem, com olho brilhando, com emprego de boa
qualidade, com futuro, com trajetória, com esperança. Faz bem para a alma ir à
Cristália.
Queria também
saudar aqui a todos os presentes, em duas pessoas. Um, o representante aqui da
Cristália, sempre já esteve comigo em diversas situações, tem alguma história
aí, o Dr. Odilon aqui presente. E eu posso dizer que um amigo também nessa
trajetória de vida que temos.
E saudar aqui
toda a Academia, as pessoas da Saúde Pública, na pessoa do Gonzalo Vecina, que
está aqui presente. Eu o vi ali no campo, vi, e é um marco, o primeiro
presidente da Anvisa, um marco de mostrar como é possível, sim, termos
servidores públicos, pessoas comprometidas com o Estado brasileiro, e que podem
fazer a diferença na construção de um país melhor, mais justo e comprometido
com a Saúde.
O doutor,
fiquem tranquilos que eu não vou falar muito, apesar do meu desejo, mas eu
queria falar, eu li um pouquinho sobre essa trajetória do Dr. Pacheco, pegando
um pouquinho o lado que eu não conhecia tanto, pessoal.
E eu comecei a
entender melhor, quando eu vejo que o pai dele foi professor, a mãe servidora
pública, ele médico, criando uma clínica de Saúde. Eu consigo entender como um
empresário depois entra no Senado também.
Ele acredita no
país, acredita na coisa pública, sabe que não é negando a política que a gente
vai avançar, e sim a gente trabalhando na política com pessoas com a seriedade
que ele tem, que tem o senador Eduardo Gomes, que têm as pessoas que estão aqui
presentes, que a gente vai poder mudar este País.
Mas tendo um pé
no ensino, um pé na formação de pessoas, que certamente vem do pai dele,
professor de Educação Física, se não estou enganado, e da mãe dele, servidora
pública.
E quero dar o
meu depoimento de que o Dr. Pacheco talvez seja, no campo da Saúde, dos
empresários mais inovadores que conheci. Quando ninguém acreditava que era
possível produzir os tais - que ficaram famosos - insumos farmacêuticos ativos
no Brasil, a Cristália já tinha começado antes.
Quando se
lançou uma política pública, foi a primeira empresa a abraçar a causa, que
fazer tecnologia no Brasil, inovar no Brasil, gerar emprego para esses jovens
talentosos que vêm da academia e que muitas vezes são obrigados a trabalhar
para aplicativos, em empregos precários, muitas vezes com títulos de mestre ou
doutor. Ele, acreditando nisso, se comprometeu não apenas a distribuir
remédios, mas a fazer tecnologia, se comprometer com a ciência e com a inovação
no nosso País.
Eu acho que é
um privilégio para a academia o Dr. Pacheco agora, com essa trajetória que
passa pela sua trajetória pessoal, sua trajetória na Saúde, sua trajetória na
Medicina, como empresário e no Senado. Eu, se fosse acadêmico, estaria muito
honrado e estaria muito feliz. Acho que todos aqui estão muito felizes com o
Dr. Pacheco agora ser acadêmico.
Queria marcar
que é um homem público, um empresário marcado pela honestidade, direto na fala.
Não tem falas de corredor, é direto na fala e nas suas afirmações, mas, ao
mesmo tempo, uma pessoa que tem um enorme coração, afável, que sabe que ser
empresário é uma missão social também.
Ter um lucro
justo é correto e faz parte da atividade empresarial, empreendedora, mas não
aquele lucro abusivo, aquele lucro que não vem da sua atividade principal. O
Dr. Pacheco é um exemplo, um exemplo que a gente pode seguir.
E aqui vou
voltar ao início, eu aqui representando a nossa ministra, que é um exemplo da
área pública da Ciência, da Tecnologia, do potencial das mulheres deste País.
O Dr. Pacheco,
como um grande exemplo da área farmacêutica empresarial, permitam-me dizer... É
uma frase dele. Ele sempre falava da nossa política, das nossas iniciativas,
ele falou: “Melhor só se for verdade”. Eu quero dizer: Dr. Pacheco, é verdade.
A gente pode acreditar
no nosso País, a gente pode acreditar que a saúde pública é possível e que o
Brasil é possível, é um país possível de se desenvolver com equidade e justiça
social.
Obrigado por
estar aqui, Dr. Pacheco. De coração, em nome da nossa ministra, de todo o
Ministério da Saúde, e posso falar, junto aqui com o Gonzalo, em nome da saúde pública.
Obrigado por
todo o seu trabalho em prol da Saúde das pessoas deste país. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS -
Com os agradecimentos ao secretário Carlos Gadelha, convido a fazer uso da
palavra o Eduardo Gomes, primeiro vice-presidente do Senado e senador pelo
estado de Tocantins.
O SR. EDUARDO GOMES - Boa noite a
todas as pessoas presentes, àquelas que estão aqui nesta solenidade importante
e às que assistem pela TV Assembleia.
Quero cumprimentar o secretário Fábio Prieto e, em nome dele,
cumprimentar o governador Tarcísio de Freitas.
Tive a
oportunidade de, no mês passado, estar aqui em São Paulo com o nosso
governador. Quero cumprimentar o presidente André do Prado, do nosso partido,
que preside a Assembleia Legislativa, e o deputado Barros Munhoz, que é um
grande amigo que preside esta sessão, autor dessa homenagem.
Quero
cumprimentar o Dr. Carlos Gadelha pelo seu trabalho na modernização da
indústria farmacêutica brasileira; independente de qualquer questão ideológica,
deixou seu nome marcado e vai deixar por muito tempo, porque tem muito a fazer
ainda pelo complexo farmacêutico do País.
Em nome dele,
cumprimentar a ministra da Saúde, ministra Nísia, cumprimentar o nosso
presidente da Academia Brasileira de Farmácia, que, na verdade, dá posse hoje
ao Dr. Pacheco e faz com que a gente fique muito orgulhoso disso, o estado de
Tocantins, o Senado.
O Dr. Ogari
Pacheco tem se especializado em instituições centenárias. O Senado completa 200
anos hoje. A Academia, 101 anos. Então, é um inovador de instituições
consagradas. Quero também cumprimentar a família toda do Dr. Pacheco, meu
querido amigo, nosso senador, a Tuani, todos os funcionários, servidores e
colaboradores da Cristália e todo complexo industrial.
Bom, fiz
questão de falar daqui, Dr. Pacheco, para deixar registrado para o nosso
estado, para o seu estado, o estado do Tocantins, um abraço do governador
Wanderlei Barbosa; um abraço da senadora Dorinha, que hoje assumiu a
presidência da Comissão de Desenvolvimento Regional, um ponto importante para o
nosso estado; do prefeito da Capital, Eduardo Siqueira Campos, filho do nosso
saudoso amigo e criador do estado do Tocantins, Siqueira Campos.
Quero registrar
o que deixa a gente, Odilon, mais impressionado com o que é conhecer o Dr.
Ogari Pacheco e a sua luta, a sua saga, pela capacidade que ele tem de
conversar com as pessoas, preocupado com a consolidação do que foi feito no
passado, com o que está acontecendo no presente.
Mas, talvez, a
maior característica do Dr. Pacheco seja conversar com a gente e projetar o
futuro com uma facilidade impressionante, conversar sobre coisas que mudam o
destino do Brasil, a médio e longo prazo, com a mesma energia do que se fosse
funcionar amanhã.
Isso foi
acompanhado por três presidentes da República. Tive a oportunidade e trago aqui
também o abraço do presidente Jair Bolsonaro, com quem estive ontem falando
sobre esta homenagem. Estive em Itapira com o presidente, com o ministro da
época, deputado Ricardo Barros.
Portanto,
quando a gente fala, presidente, do PL 1.505, é preciso deixar claro que é uma
marca efetiva do Dr. Ogari Pacheco, com toda consultoria do Senado, com o
presidente à época, senador Rodrigo Pacheco - que também me mandou uma mensagem
e deve falar com o senhor nos próximos dias -, naquilo que posso dizer de
maneira muito leiga que o Dr. Pacheco tem o IFA da teimosia e da coragem,
porque sempre imprime ali, a todos nós, perspectiva de algumas coisas que nos
surpreendem.
Vou dar um
exemplo. O PL 1505 que, na verdade, eu sou coautor - a autoria é do Dr. Ogari -,
visa o fortalecimento da indústria farmacêutica no Brasil, um novo parque, todo
o arcabouço legal sobre esse importante segmento da economia brasileira, no
atendimento da população brasileira, mas, principalmente, ousa no
relacionamento direto com o Ministério.
Acompanhei,
através do ministro Padilha, através das lideranças de governo, através do
trabalho do Dr. Gadelha, que é um projeto muito ousado, relatado pelo senador
Cid Gomes, já aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça, e, para nossa
surpresa, aqueles que ainda percebiam no projeto um tempo de maturação.
Fomos
surpreendidos positivamente, na semana passada, quando, em uma reunião com
vários ministros de Estado, juntando as prioridades do governo para esse ano
vigente de 11 projetos prioritários, está lá o 1505.
Então, mais uma
vez, o Dr. Pacheco vendo à frente do seu tempo, participando diretamente das
ideias que dão trabalho, que são difíceis, mas que, assim que assumidas e
construídas, fazem com que o Brasil tenha um destino melhor, assim como a gente
viu.
Cumprimento
prefeitos, ex-prefeitos de Itapira, vereadores que estão aqui, autoridades que
estão aqui, nessa visão. Eu imagino, há 45 anos, há 50 anos, o que era falar
sobre a Cristália em Itapira e na região, e os que hoje têm o prazer de visitar
e ver essa beleza da engenharia, da modernidade, principalmente do serviço e da
ciência brasileira a serviço do campo farmacêutico.
Então, Dr.
Pacheco, eu queria só dizer que eu não vou deixar barato. Eu vim aqui trazer um
abraço também do presidente Davi Alcolumbre. Vice-presidente tem algumas responsabilidades
diretas no mandato do presidente, mas também pode se ausentar de vez em quando.
Então, o senhor
se prepare para ainda esse ano, como acadêmico, voltar ao Senado para aprovar o
projeto e cuidar do Brasil.
Parabéns, muito
obrigado. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS -
Com os agradecimentos ao senador Eduardo Gomes, damos procedimento à nossa
cerimônia. De acordo com o Estatuto da Academia de Ciências Farmacêuticas do
Brasil, o título de acadêmico emérito é conferido àquele que, ao longo de sua
trajetória, se destacou pela relevância de sua atuação para o avanço das
ciências farmacêuticas e da saúde pública, suas ações e serviços prestados à
sociedade.
A concessão do
título de membro honorário ocorre mediante à indicação de três membros titulares
ou eméritos da academia, acompanhado de um memorial que evidencia a importância
das contribuições. Ao ser nomeado, o acadêmico honorário passa a integrar um
seleto e respeitado grupo, que é referência nacional nos temas relacionados às
ciências farmacêuticas.
Este grupo tem
como valores fundamentais a defesa da ciência, a transparência nas ações e a
valorização da vida do ser humano e do meio ambiente, desempenhando, assim, um
papel primordial no avanço das ciências farmacêuticas no Brasil e no mundo.
A Academia de
Ciências Farmacêuticas do Brasil espera que o acadêmico honorário participe
ativamente, contribuindo com sua vasta experiência e conhecimento para o
fortalecimento de parcerias e para a promoção da imagem institucional da nossa
academia, tanto no cenário nacional quanto internacional.
O acadêmico
honorário desempenha um papel essencial ao conectar a nossa instituição à
comunidade científica global, contribuindo significativamente para o
desenvolvimento das ciências farmacêuticas, tanto em território nacional quanto
no exterior.
Neste momento,
convido a oradora, acadêmica Nilce Cardoso Barbosa, para a saudação oficial em
nome da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil.
Peço uma salva
de palmas para a acadêmica Nilce. (Palmas.)
A SRA. NILCE CARDOSO BARBOSA
- Ilustríssimo Sr. Deputado Estadual Barros Munhoz, presidente desta sessão
solene; Ilustríssimo Sr. Presidente da Academia de Ciências Farmacêuticas do
Brasil, acadêmico Dante Alario Junior; e em nome dos senhores tomo a liberdade
de cumprimentar todos os membros da Mesa Diretora.
Acadêmicos e
acadêmicas, novel acadêmico-honorário, demais autoridades presentes, convidadas
e convidados, boa noite. Esta é a primeira sessão solene do ano de 2025 de
nossa academia, e quero mais uma vez agradecer à diretoria a honra e o
privilégio de saudar em seu nome o novo membro honorário, cuja biografia vem
conferir ainda mais peso e relevância aos nossos quadros.
O medicamento é
um insumo essencial à resolutividade das ações de saúde, e os avanços tecnológicos
nos últimos 60 anos, neste campo, mudaram marcadamente a prática médica,
aumentaram a esperança de vida dos indivíduos e melhoraram sobremaneira a sua
qualidade.
Todos sabemos
que ele não é o único componente dos resultados em saúde, mas é seguramente o
de maior visibilidade. Como profissionais das ciências farmacêuticas, temos
plena consciência da importância dos medicamentos no cotidiano das pessoas,
seja pela frequência com que estes são utilizados, seja pelo seu custo que
impacta os orçamentos domésticos, seja pelos potenciais riscos a quem os
utiliza, seja pelos benefícios que possam advir de seu uso racional.
Assim, inicio
destacando não somente a importância dos medicamentos para a humanidade, mas
reafirmando o compromisso social da Academia de Ciências Farmacêuticas do
Brasil, que há 100 anos tem demandado esforços para seguir viva e atuante com a
finalidade de ser um instrumento poderoso de apoio ao desenvolvimento desta
complexa cadeia que inicia na produção de intermediários químicos e culmina na
produção dos medicamentos.
Saudação ao
novo membro honorário da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil, Dr.
Ogari de Castro Pacheco, que tem como patrono Adolfo Lutz. Ogari de Castro
Pacheco nasceu na cidade de São Paulo em 20 de julho de 1938, no Bairro da Luz.
Filho de dois funcionários públicos, Ari de Castro Pacheco e Olga Silveira
Pacheco, que tudo fizeram para que seus três filhos tivessem o ambiente e as
oportunidades de estudo que lhes faltou. Bom aluno, Ogari é fruto, desde o ensino
fundamental, de escolas públicas.
Em 1964
graduou-se em medicina pela Universidade de São Paulo e concluiu, em 1966, sua
residência médica em cirurgia do aparelho digestivo no Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da USP. Nesse mesmo ano foi convidado por um colega
médico a se estabelecer em Itapira, no interior de São Paulo, onde teve seu
primeiro contato com a produção de medicamentos por meio de uma farmácia
semi-industrial do Instituto Bairral de Psiquiatria; que ficou sob sua
supervisão. Essa experiência se revelou de grande importância para os
acontecimentos que se seguiram.
Em 1969, Ogari
funda, com um grupo de médicos, a clínica de repouso de Itapira, que mais tarde
se transformaria na Clínica Cristália. Iniciando uma etapa em sua trajetória
profissional com desdobramentos impensáveis. O médico de formação se dará cada
vez mais espaço ao administrador autodidata.
Em 1972, para
suprir as necessidades de medicamentos dos pacientes da clínica, decide começar
um pequeno laboratório farmacêutico que dará origem ao Laboratório Cristália
Produtos Químicos e Farmacêuticos, do qual é diretor-presidente desde a sua
fundação. Nesses cinquenta e três anos a inovação tem sido o pilar de sua
gestão à frente do Laboratório Cristália.
Sob sua
liderança foram conquistadas 129 patentes. E para tornar isso realidade, mantém
um conselho científico formado por alguns dos maiores nomes da ciência do País
e parcerias com universidades brasileiras. Destina 6% do faturamento à pesquisa
de desenvolvimento e inovação e conta com uma planta exclusiva para o
desenvolvimento de novos insumos farmacêuticos ativos e medicamentos.
Atualmente
cerca de 40% dos projetos de pesquisa do laboratório são considerados inovações
radicais, enquanto os demais buscam aprimoramento incrementais. Todos,
entretanto, têm como meta final oferecer ganho terapêutico aos pacientes, com
maior eficácia, segurança e acessibilidade - nas palavras do próprio Ogari. O
laboratório hoje produz 350 medicamentos em 500 apresentações.
Quando
perguntado quais as contribuições às ciências farmacêuticas e à sociedade que
mais lhe orgulham ele destaca: “Primeiro foi ter investido, com certeza, em
ciência e ter um centro de pesquisa e desenvolvimento próprio, no qual
trabalham dezenas de cientistas e do qual já saíram algumas das maiores
inovações farmacêuticas e farmoquímicas do país;
Segundo: ser
pioneiro na fabricação de insumos farmacêuticos ativos, possuindo duas
farmoquímicas, sendo uma farmoquímica oncológica - a primeira da América Latina
dedicada à produção de insumos oncológicos de alta potência; Terceiro: ter sido
capaz de responder ao Brasil durante as maiores emergências de saúde pública,
propondo soluções que pudessem garantir o acesso dos pacientes aos
medicamentos.
Notadamente
quando da quebra de patentes dos medicamentos do coquetel pra tratamento de HIV
e aids, iniciando a produção para distribuição pelo Sistema Único de Saúde, e
mais recentemente durante a pandemia de Covid-19, em que quadruplicou a
produção de medicamentos utilizados para entubação de pacientes;
Em quarto, e
não menos importante, é ser o primeiro laboratório brasileiro a ter uma planta
de insumos e medicamentos biológicos habilitada para entrar em operação. Em uma
dessas plantas é produzida a Somatropina Cristália - o primeiro medicamento
biossimilar brasileiro -. É um medicamento de alto custo distribuído pelo SUS
para crianças com déficit de crescimento por meio de uma PDP com a Fiocruz
instituto Bio-Manguinhos.”
Por fim, nos
relata que seus maiores legados ainda estão por vir, pois nesse momento lidera
pesquisas para colocar em breve no mercado medicamentos inéditos. São produtos
que poderão salvar milhares de vidas no Brasil e no mundo, todos aguardando
aprovação da Anvisa.
Quando decidi
revisitar algumas reportagens sobre o doutor Ogari de Castro Pacheco e
renunciar a uma leitura fria de seu currículo, optando por destacar algumas de
suas qualidades, feitos e ideias que considero de especial relevância, penso
que tomei a decisão correta. Os documentos, como sempre digo, que narram datas,
compromissos, trabalhos, publicações, prêmios e honrarias recebidos podem ser
consultados por qualquer um a qualquer tempo.
São os valores
as características humanas e as contribuições das sociedades que se escondem sob
esses documentos que fazem Ogari de Castro Pacheco ser um exemplo de liderança
e de realização no contexto da farmácia e do medicamento. Criando para si a
possibilidade de ser incluído como membro honorário da academia de ciências
farmacêuticas do Brasil.
Um homem que
acreditou na importância estratégica da ciência para promover o desenvolvimento
tecnológico, econômico, social e cultural do Brasil, que com entusiasmo assumiu
quadros diretivos em entidades setoriais importantes, - como Sindusfarma,
Alanac e Abifina - dedicando parte significativa do seu tempo a trabalhar pelo
coletivo.
Com o mesmo
entusiasmo assumiu uma cadeira como suplente no Senado para o exercício de 2019
a 2027 onde tem trabalhado com projetos na área da Saúde marcando
indelevelmente sua trajetória nesse campo. Considera-se um ser privilegiado por
ter tido e aproveitado tantas oportunidades na vida.
Caríssimo Dr.
Ogari de Castro Pacheco, a academia de ciências farmacêuticas do Brasil, ao
reconhecer os seus méritos e ao incorporá-lo como membro honorário, tenha
certeza de que ampliará seu espaço de pensar e de agir frente a questões
nacionais e internacionais no campo das ciências farmacêuticos, seja muito
bem-vindo ao nosso sodalício.
Muito obrigada.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS -
Dizem que tem uma quebra de protocolo, a gente não quebra nunca na academia,
então a gente flexibiliza o protocolo. Então eu devolvo a palavra ao senador.
O SR. EDUARDO GOMES - Apenas para
fazer um comunicado do presidente Davi Alcolumbre, que eu esqueci, ia falar
disso com o Odilon, O Dr. Mussolini, e comuniquei ao presidente Dante, que nós
faremos, ainda no primeiro semestre, uma sessão solene, dos 101 anos da academia,
no Plenário do Senado Federal, para homenagear e dar divulgação ao trabalho da
academia para o Brasil inteiro.
Então estou
registrando aqui que levei uma bronca do presidente Davi.
Só para deixar
registrado.
Muito obrigado.
(Palmas.)
O SR.
MESTRE DE CERIMÔNIAS - Flexibilização realizada. Vamos seguir aqui com o
nosso ato. O ato de incorporação... aliás, quando a gente se confunde, não é?
Para dar sequência, eu convido para que suba à frente conosco o presidente
emérito Michel Kfouri, o presidente emérito também, Dr. Lauro Domingos Moretto,
o secretário-geral Walker Magalhães Lahmann, também peço para que retorne aqui
a frente a acadêmica Nilce Barbosa e que também venham os acadêmicos José
Antonio Batistuzzo e Nelson Mussolini, para nós darmos sequência aqui então ao
ato de incorporação do Dr. Ogari de Castro Pacheco na nossa academia.
O ato de incorporação, está simbolizado na
posição do Colar Acadêmico e na outorga do diploma, gesto esse que representa a
consagração e a integração oficial do membro honorário.
Este colar é o
símbolo de honra, responsabilidade e compromisso com os valores e objetivos que
a Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil preza e promove. Solicito ao Dr.
Ogari de Castro Pacheco que faça a leitura do compromisso.
O SR.
OGARI DE CASTRO PACHECO - Boa noite a todos. “Prometo respeitar os
princípios éticos e profissionais, as disposições estatutárias e regimentais, e
deliberações da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil. Prometo cultivar
o sentimento de fraternidade e lealdade, bem como zelar pelo engrandecimento
desta academia.”
Muito obrigado.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Solicito
agora ao presidente emérito Michel Kfouri e ao secretário-geral Walker
Magalhães Lahmann, que procedam a posição do Colar Acadêmico.
*
* *
- É entregue a
homenagem.
*
* *
O SR.
MESTRE DE CERIMÔNIAS - E finalmente solicito ao presidente emérito Lauro
Domingues Moretto, que proceda à entrega do diploma.
*
* *
- É entregue a
homenagem.
*
* *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - E
finalmente solicito ao acadêmico presidente Dante Alario Junior, para que se
celebre o ato de incorporação.
O SR.
DANTE ALARIO JUNIOR - Na qualidade de presidente, declaro Ogari de Castro
Pacheco, membro honorário da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil.
Receba as congratulações da diretoria, nossos acadêmicos e de toda a sociedade.
(Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido
agora a todos os componentes da Mesa, que junto com o quadro de acadêmicos, se
posicione para uma foto. Deixem um lugarzinho para mim, porque eu também quero
sair, também sou acadêmico.
Convido a todos
a retornarem aos seus lugares. Deixamos aqui, mais uma vez, os parabéns ao
nosso novo membro da academia. E antes de passarmos a palavra ao Dr. Ogari, eu
convido Lidia Andreatta, assessora do Dr. Pacheco, a vir aqui a tribuna
transmitir uma mensagem enviada por uma pessoa muito querida e que não pode
estar presente aqui conosco. Lidia Andreatta.
Uma salva de
palmas. (Palmas.)
A SRA. LIDIA ANDREATTA - Saudação ao acadêmico Ogari de Castro
Pacheco, por Regina Scivoletto: “Sinto-me um tanto nervosa diante da enorme
responsabilidade para estar à altura da sua grandeza. Conheci Ogari de Castro
Pacheco - permita-me, de agora em diante, chamá-lo simplesmente de Ogari, assim
sentirei que falarei mais perto de seu coração - durante o curso de graduação
na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, no qual nos graduamos em
1964.
Nossas escolhas profissionais muito distintas - mas nem
tanto como veremos a seguir-nos levou por caminhos que nos afastaram por alguns
anos. Ele queria ser cirurgião, e eu pesquisadora na área de Farmacologia.
Ogari fez a residência médica em cirurgia, período no qual um dos assistentes
já havia apreciado nele qualidades que o destacou dos demais. Competência
aliada a um perfil de liderança e criatividade.
Foi então convidado a fazer parte de um pequeno grupo, cujo
objetivo era de montar uma clínica cirúrgica em uma região carente dessa
especialidade. A cidade escolhida foi a cidade de Itapira.
Sendo um jovem cirurgião oriundo de família de parcos
recursos financeiros, teria que achar uma forma de se manter enquanto a clínica
não se concretizava. Foi então contratado como clínico geral em uma clínica
psiquiátrica. Não cabe aqui detalhar o desenrolar dessa experiência, mas sim o
resultado final.
Para enfrentar o desafio de diminuição de custos da clínica,
ocorreu ao Ogari começar a produzir alguns produtos farmacêuticos, os mais
simples e de menor complexidade. Mas a produção superava o consumo. Solução:
vendê-los para outras clínicas e hospitais da região. Percebam os senhores que
não se trata simplesmente de uma produção para enfrentar um déficit no caixa da
clínica, mas sim a manifestação de um espírito criativo e empreendedor.
Nasce, assim, o Cristália, em 1972, e o desafio de um
aumento da complexidade dos produtos e, portanto, de maior valor agregado.
Sendo médico cujo lema é curar e/ou aliviar o sofrimento, aliado ao
empreendedorismo, que agora se revela na área farmacêutica, sua visão de
atuação na área da Saúde se amplia, sonhando em oferecer às pessoas
medicamentos melhores e mais acessíveis.
Medicamentos melhores, inovando, tendo conseguido registrar
129 patentes em 15 países diferentes. E mais acessíveis, dependendo menos de
importação de insumos farmacêuticos. Engajou-se, então, no desenvolvimento da
Farmoquímica.
Hoje, 60% dos insumos farmacêuticos consumidos em suas
fábricas são fabricados sintetizados em suas plantas farmacêuticas, enquanto
que na maioria da indústria nacional, essa dependência é maior do que 90 por
cento.
Vem, desde então, batalhando para que a indústria
farmacêutica nacional seja menos dependente de importações, o que o levou a
ocupar papel de liderança nos diversos órgãos de classe da indústria farmacêutica
nacional. Essa visão mostrou-se de importância crucial durante a pandemia,
recente ocasião em que os outros países exportaram o menor número de kits de
intubação, enquanto que o Cristália teve que quadruplicar a sua produção, a sua
fabricação dos mesmos.
E montou...” - além de tudo, gente - “um sofisticado
programa de distribuição para que nenhum de nossos hospitais ficassem sem.
Assim muitas vidas foram salvas. A preservação da vida é a sua prioridade, de
tal forma que mantêm, em seu portfólio, o dantroleno, dantrolene. Uso
exclusivo, felizmente restrito. Porém a sua existência em um centro cirúrgico
significa a diferença entre a vida e a morte, em caso de incidência de
hipertermia maligna.
Na sua visão, Ogari não bastava inovar e ser independente,
mas também os produtos que iriam ser de qualidade. Cinco de seus medicamentos
integram a farmacopeia americana, constituindo-se em padrões de referência para
a sua fabricação no mundo. São eles: sufentanila, alfentanila, droperidol,
ropivacaína e sevoflurano.
Prêmios? Foram muitos, das mais diversas categorias,
inclusive acadêmica, outorgado pela Finep. Foi a primeira indústria nacional a
construir uma planta de biotecnologia. E hoje o nosso sistema de saúde, o SUS,
tem, em seu arsenal terapêutico, o hormônio do crescimento totalmente nacional,
por um preço justo e acessível para o atendimento de uma população mais
carente.
Falando em produto biotecnológico, não posso deixar de
mencionar a velha colagenase. O Cristália fabrica uma colagenase verde e amarela
- como eu, Regina Scivoletto gosto de falar. Integra o time do Cristália um
respeitável número de pesquisadores titulados e muitos com pós-doc feito no
exterior.
A partir de nossa biodiversidade, foi descoberta no solo de
determinado sítio uma bactéria “clostridium” que, através de processos
fermentativos, produz uma colagenase sem ter nenhum animal na sua cascata de
obtenção. Essa colagenase verde e amarela é 40 vezes mais potente do que a
obtida pela bactéria “clostridium” de origem animal.
Longe de investir suas energias apenas intramuros, Ogari
sempre trabalhou para a promoção da indústria farmacêutica nacional, atuando
ativamente na política industrial, ocupando cargos importantes nas várias
entidades que lutam nessa área.
Como se não bastasse essa incansável atuação, para o
engrandecimento da indústria farmacêutica nacional e, portanto, do País,
concordou em participar na eleição de senadores, sendo hoje senador suplente no
nosso Congresso Nacional, com a bandeira de luta na área da Saúde no Brasil.
É um empreendedor nato, patriota e lutador incansável. Há
uma famosa frase de Jean Cocteau, que eu diria que resume bem o perfil
acadêmico de Ogari de Castro Pacheco: ‘Não sabendo que era impossível, foi lá e
fez’.
Portanto, o convite para integrar como membro à Academia
Nacional de Ciências Farmacêuticas do Brasil é mais do que justa.
Parabéns à Academia, e parabéns ao acadêmico Ogari de Castro
Pacheco.”. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE
CERIMÔNIAS - Já
com os agradecimentos, a participação de Lidia Andreatta, agora sim, convido a
proferir o seu discurso de posse o Dr. Ogari de Castro Pacheco.
O SR. PRESIDENTE -
BARROS MUNHOZ - PSDB - Pela ordem aqui. Eu farei uma solicitação, Dr. Pacheco,
antes da sua fala, de ouvir as palavras também do Fábio Prieto, que é quem
representa o governador Tarcísio de Freitas. Por favor, Dr. Fábio.
O SR. FÁBIO PRIETO - Boa noite a todos. Fico até com medo de
quebrar o protocolo depois de ouvir um currículo desse aqui. É uma dupla
infração. Mas queria cumprimentar o nosso líder, o deputado
Barros Munhoz, por toda a trajetória que tem e não quero vê-lo tão pessimista.
O deputado é
considerado pelo nosso governo uma das lideranças mais importantes da
Assembleia, tanto que foi escolhido pelo Tarcísio para ser o relator do projeto
mais importante do nosso governo, que é o projeto da privatização da Sabesp e,
como sempre, o nosso líder se portou da melhor forma aqui e aprovamos um
projeto moderno, sem nenhum precedente igual no mundo.
A Sabesp não é
só a maior privatização da história de uma empresa de saneamento, ela é a mais
inteligente que foi feita no mundo inteiro, ela vai universalizar a prestação
do serviço.
Nós temos ainda
no Brasil metade da população que vive na Idade Média, Dr. Pacheco, é um número
com o qual a gente não pode se conformar e nós vamos chegar lá com esse projeto
que é moderno, que foi saudado e premiado agora em Nova Iorque, repito, não
apenas com o maior projeto de privatização da área de saneamento, mas com
aquele que tem o maior cunho social. E nós devemos isso, muito, ao nosso líder
aqui, ao deputado Barros Munhoz.
Queria
cumprimentar o nosso presidente da academia, Dr. Dante Alario; o nosso querido
senador Eduardo Gomes, que nós temos o prazer de ver agora como vice-presidente
do Senado; meu colega aqui, o Carlos Gadelha, secretário do Ministério da
Saúde, enfim, acho que saudei a todos aqui; especialmente familiares que estão
aqui do homenageado, as senhoras e os senhores.
Queria trazer
um abraço do Tarcísio, como eu brinquei com o senhor, o Palácio recebe muitos
convites e chegou o convite de homenagem aqui para o nosso Dr. Pacheco. E, por
essas demandas imensas que o Palácio tem, o secretário, que é mais próximo da
área da atuação dele, já estava escalado fora.
Aí se pensou em
alguém mais próximo da área do senhor, também já tinha assumido um compromisso,
aí o Palácio me ligou e falou: “olha, você é da Justiça e Cidadania, então você
pode ir lá”.
E aí me
passaram toda a trajetória que o senhor tem e eu falei para o Palácio: “eu vou
com o maior prazer”, porque uma coisa que eu disse para o Tarcísio é que essa
secretaria, enquanto eu estivesse lá, não seria da Justiça e Cidadania, mas
seria da Cidadania e da Justiça.
Então eu acho
que eu estou aqui em toda condição de saudar uma figura como o senhor, com uma
prestação de serviço para o Brasil gigantesca, um médico ousado, empreendedor,
uma liderança que não pode deixar o nosso líder Barros com esse pessimismo aí
que ele demonstrou no começo da fala. A gente tem muita coisa boa no Brasil, é
possível fazer muita coisa boa, e o senhor é um grande exemplo disso.
A nossa
indústria farmacêutica, que eu conheço um pouco - porque eu estava advogando
antes de assumir a Secretaria e acabei tendo contato com o setor farmacêutico
na advocacia -, é uma coisa impressionante o que aconteceu nesse setor no
Brasil nos últimos 20, 30 anos e a gente depende da ousadia, da criatividade,
do compromisso público.
Nós dependemos
de figuras como o nosso homenageado aqui, que desbravaram, que foram ousados, que
entraram no setor onde a concorrência internacional tem uma grande dianteira na
nossa frente. E nós conseguimos conquistar uma posição que já é bastante
relevante nesse quadro, atender a população, desenvolver ciência, enfim,
prestar um serviço amplo nesse setor.
Então, eu
queria aqui dar um abraço para o senhor, de Tarcísio, dizer do apreço que ele
tem e como alguém aqui mencionou que foram dois governadores, foi você, Barros,
que foram lá? Dois governadores? Então, precisamos levar o terceiro.
Você está já
designado relator também, para a gente levar mais um governador lá, levar o
Tarcísio para visitar a empresa, ele gosta muito disso, tem uma óbvia atração
por essa questão da produção, é um entusiasta. Se há um assunto que ele gosta
de falar, é produzir coisas para o Brasil e para São Paulo.
Então a gente
vai ter o prazer de visitá-lo lá e ele vai poder abraçá-lo pessoalmente, e
fazer jus a esta homenagem que o senhor recebe aqui, numa trajetória cheia de
sucesso, mas também muito cheia de prestação de serviço para o País. E, também
como secretário, queria manifestar a minha alegria de estar aqui.
Eu, como o
Barros, também vi muita coisa errada no Brasil. Tenho uma carreira em outra
área, que é na área jurídica, tive oportunidade de ser tudo na área jurídica. Fui
promotor de justiça, fui juiz federal, fui desembargador federal, presidente do
Tribunal Federal, representei o Brasil em instituições internacionais na área
da Justiça e vi muita coisa errada. Mas continuo otimista, continuo contente em
estar numa noite como esta felicitando um brasileiro da sua envergadura, do seu
compromisso e do seu sucesso.
E a gente tem
todos os motivos, não obstante esses fatores negativos, que nós não somos
ingênuos, de empurrar a canoa para frente.
Parabéns e
parabéns ao nosso líder aqui, que acertou mais uma vez. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS -
Agora sim, nessa nova flexibilização do nosso protocolo, Dr. Pacheco, agora é
com você.
O SR. OGARI DE CASTRO PACHECO -
Boa noite a todos. Eu vou me permitir falar sentado, assim eu poupo as minhas
pernas cansadas.
Eu já sabia que
ia ser difícil, porque eu teria que falar depois do Barros Munhoz, e ainda mais
agora, ouvindo os demais oradores, o Dante, ao Prieto, o Gadelha, cada vez fica
mais difícil. Entretanto, “noblesse oblige”, eu tenho que falar alguma coisa.
Vocês não têm
ideia da felicidade que eu estou sentindo de ser homenageado nestas condições.
Eu tive, infelizmente, há questão de alguns anos atrás, um episódio de covid
com diversas intercorrências que me afastaram do combate por quatro anos. Um
desafio enorme para voltar.
Felizmente não
me faltaram nem os produtos para intubação, que eu fui entubado com o produto
do Cristália, nem oxigênio. Vários de nossos compatriotas não tiveram a mesma
sorte. E isso permitiu que, pelo menos parcialmente, a minha cabeça fosse
mantida. Sendo assim, eu vou tentar aceitar o desafio de falar depois do
Munhoz.
É uma noite de
agradecimentos, certamente, a todos, desde o padre Martins, que foi o meu
primeiro professor, de quem eu recebi os primeiros pitos, até a professora
Lenir Mathias, que era assistente de obstetrícia e ginecologia na USP, quando
eu, como residente de cirurgia, passei pela gineco. Vocês não fazem ideia. Já
vou agradecer, já, já. Doutora Regina? Que maravilha, ótimo.
Mas eu,
voltando ao foco, vou me permitir um sincericídio, dado o estado, quase o
estado de graça, que me sinto agora. Há alguns anos atrás, não muitos, durante
a comemoração de um aniversário meu, o meu filho mais novo me chamou de lado e
falou: “pai, você sabe que você é o cara, né?”.
Depois da
surpresa inicial, eu falei: “filho, eu sempre admirei seu tino, seu raciocínio
lógico, sua capacidade de fazer diagnósticos, porém, dessa vez, você se
enganou”. E eu contei para ele a história de por que eu achava que quem era o
cara não era eu, era meu pai.
Meu pai foi um
menino muito pobre, que ficou órfão aos seis anos de idade de pai e mãe, quando
a tuberculose varria o país e meus pais, meus avós, morreram em função dessa
doença, da mesma maneira que o irmão mais velho dele. Só sobraram ele e minha
irmã. Pois bem, eles foram recolhidos por uma família de amparo e a minha tia
teve a oportunidade de ser matriculada no colégio interno, onde ficou até se
formar, e a ele foi dada a oportunidade de fazer o Primário.
Terminado o
Primário, ele se tornou serviçal na propriedade dessa família e ficou assim até
a maior idade, quando eclodiu a Revolução de 1932, e ele se alistou na Força
Pública e foi para o campo de batalha. Foi soldado, voltou cabo por ato de
bravura. Conseguiu concluir os estudos na Força Pública. Fez Enfermagem, fez
Educação Física e, por concurso, posteriormente tornou-se professor do estado
em duas cadeiras.
Naquela época
era permitido, desde que as escolas não distassem mais do que 60 quilômetros
uma das outras. O que esse homem trabalhou, muitas vezes em jornada dupla,
ainda como militar, em um período, e trabalhando em demolições de prédio à
noite, para que não faltasse nada para a família. Por isso, eu e meus irmãos
pudemos estudar e é por isso que eu pude chegar até aqui.
Eu acho que ele
entendeu o recado. O cara foi velho, mas, como eu dizia, falar depois do Barros
não é fácil. Quando se é amigo dele, piorou, porque ele aumenta, amplia as suas
qualificações.
Hoje
extrapolou. Elon Musk, pelo amor de Deus. Mas, como eu dizia, eu acabei fazendo
residência médica em cirurgia na USP, e naquele tempo, não sei se ainda
continua sendo assim, os residentes de cirurgia rodavam nas diferentes clínicas
cirúrgicas, tórax, gineco etc. etc.
E foi rodando
na gineco que eu conheci a professora doutora Lenir Mathias, a quem eu sou
profundamente grato, porque praticamente tudo que eu sei na especialidade devo
a ela.
E isso foi de
fundamental importância. Por quê? Porque quando me convidaram, logo depois de
formado, para montar uma clínica em Itapira, eu fui com um diferencial de
conhecimento razoavelmente grande.
Em consequência
disso, a clientela de gineco ficou comigo. A de cirurgia ficou com o cara que
me levou. E isso deu um casamento perfeito que permitiu que nós nos
transformássemos depois em um hospital, e esse hospital gerasse um laboratório
que é o Cristália, onde eu trabalho até hoje.
Eu tenho que
fazer um agradecimento em primeiro lugar a Deus, por poder estar aqui, estar
aqui nesse momento. E, segundo, a todos os presentes, porque vocês me
sensibilizam enormemente, me honram com a presença. Eu sou extremamente feliz
por poder ter sido incorporado na academia, e não podia deixar de fazer um
agradecimento especial aos que me indicaram. Dante, principalmente, muito
obrigado.
Para que não me
critiquem em casa, que eu esqueci de alguma coisa, eu vou me permitir fazer uma
referência jocosa. Quando eu entrei na Faculdade de Medicina, nós morávamos em
Lucélia, uma cidadezinha pequena do interior de São Paulo. Perto dessa cidade
tinha outra cidade pequena, Osvaldo Cruz, e um colega nosso, que está aqui, por
sinal, o Jorge Naufal, o Baby morava em Osvaldo Cruz.
No meio do ano,
durante as férias, houve um campeonato, jogos abertos o inteiro, em Osvaldo
Cruz. E eu fui jogar por Lucélia. O Baby assistiu ao jogo. Ganhei uma
empresária de graça. E, quando ele voltou para a faculdade, foi procurar o
pessoal da Atlético e falou assim: “Vocês têm que dar uma chance para o Ogari,
tem que deixar esse cara jogar”. Vocês precisavam ver. Insistiu, insistiu,
insistiu, até que me deram a chance.
Eu entrei no
time, só saí depois de formado. Mas quem era bom mesmo não era eu. Era o meu
garçom, que talvez esteja aqui, o Dirceu Cantareira. Da maneira como ele me
servia, da maneira como entregava a jogada, ser artilheiro foi fácil. Então, a
turma do Galo Branco tem alguns representantes aqui, que são os remanescentes
da minha turma.
Eu quero saudar
em especial, e Cantareira e Baby em especial. (Palmas.) Há coisa de quatro anos
eu fui acometido pela covid. Tive uma série de intercorrências médicas. Isso me
acabou alijando no trabalho, me afastando do trabalho por quatro anos, penosos
anos. Felizmente, como eu disse, não me faltou oxigênio. Tive uma série de
complicações. Mas a cabeça continuou razoavelmente funcionando. E o que é pior:
fica funcionando e você não pode executar aquilo que você está pensando.
Isso foram
quatro anos, quatro longos anos. Eu voltei ao trabalho agora, faz cinco meses.
E estou começando a colocar em prática uma série de projetos que, ainda doente,
estava desenvolvendo. Me aguardem.
Vocês só vão
ser surpreendidos por alguns desenvolvimentos radicais, de enorme importância
para a saúde pública, de enorme importância para o País. Espero ter forças
suficientes para concluí-los. E, com isso, poder contribuir para o
desenvolvimento da (Inaudível.).
Muito e muito
obrigado. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Com o
discurso doutor Ogari, acho que eu só posso dizer: não percam os próximos
episódios. Vai fazer então o encerramento aqui da nossa sessão, passo a palavra
ao deputado Barros Munhoz, para que, faça aqui o nosso encerramento, deputado.
O SR. PRESIDENTE - BARROS MUNHOZ - PSDB
- Bem, pessoal, chegamos ao final da nossa reunião. Eu gostaria de dizer
algumas coisas também sobre o doutor Pacheco, que eu reputo importantes e
significativas. Nós precisávamos fazer casas populares em Itapira. Aliás, todas
as cidades precisam de casas populares, no Brasil, infelizmente.
E aí me ocorreu
uma ideia, de comprar uma área muito boa de Itapira para fazer um conjunto de
1.000 casas. Era um desafio gigantesco. Ninguém acreditava que fosse possível.
E pensei o seguinte: a infraestrutura tem que ser feita pela prefeitura. Depois
você faz o tipo de casa que você pretende. É um conjunto habitacional modelo
para São Paulo e para o Brasil.
Tem cinco
modalidades de casas populares dentro desse empreendimento chamado Istor Luppi.
Então procurei o doutor Pacheco. “Doutor Pacheco, todo final de ano, o senhor
premia os seus funcionários. Então eu vim pedir aqui para o senhor colocar como
um presente, pelo menos, 100 lotes do loteamento que nós estamos empreendendo”.
“Lote
imobiliário? O que isso tem a ver com o laboratório Cristália?”. “Tem a ver com
você, Pacheco. O Cristália, talvez tenha pouco. Com o seu espírito de ajudar,
de batalhar, de acreditar, a gente vai conseguir levar adiante”.
E ele comprou
100 lotes. E fez, juntamente com João Maria Stevanatto. E tornou possível esse
loteamento, esse empreendimento, que é fantástico, é modelo para São Paulo e
para o Brasil, o conjunto Istor Luppi. Aí veio a pandemia, melhor dizendo, a covid,
dominando tudo e todos.
Nós nos
reunimos - doutor Maurício está aqui, Paganini também está aqui, Modolo também
está aqui -, lá na minha casa. “Como nós vamos fazer para enfrentar essa
tragédia?” Cristália, doutor Pacheco: não fosse ajuda dele, teria sido uma
tragédia muito maior do que foi a covid naquela época. E assim por diante.
Esse é o doutor
Pacheco. Não é à toa, Itapira tem duas grandes escolas. O Brasil e o mundo só
vão se desenvolver mediante o ensino técnico. Nenhum país do mundo se
desenvolveu sem o desenvolvimento do ensino técnico. Nenhum país do mundo.
Nos Estados
Unidos eu me encontrava com indianos, pobres, pobres, pobres. Estou falando
isso de 1968. E hoje vejo o que é Índia. E por que que eu estou falando disso,
e o que que tem a ver com o doutor Pacheco, com Cristália? Não é por acaso que
a Etec de Itapira, que nós levamos para Itapira, chama-se João Maria
Stevanatto. E a Fatec de Itapira, que nós estamos batalhando para ampliar, para
aumentar, chama-se Ogari de Castro Pacheco.
Então, minha
gente, eu quero dizer que, o meu pessimismo, eu enfrento e domino quando eu
vejo gente como Pacheco, com essa fibra, com essa garra, com essa vontade de
prosseguir, não entregar e não desistir.
E é isso que
nós precisamos fazer, minha gente. Está preta a coisa? Está. Querer tapar o sol
com a peneira não resolve nada. Existe esperança? Existe. Como? Com gente como
o Pacheco.
Assim eu
termino a minha fala. Muito obrigado, doutor Pacheco, pelo exemplo que você dá.
Obrigado pelo jeito, pela maneira que você trata os seus servidores, por tudo
aquilo que você faz com que a gente encha a alma de vontade de prosseguir.
Assim sendo, e
com essas palavras de parabéns a nossa academia brasileira, e esgotado o objeto
da presença sessão, agradeço a todos os envolvidos na realização dessa
solenidade. Os membros da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil, assim
como agradeço a presença de todos, e os convido para o coquetel servido no
Salão dos Espelhos.
Está encerrada
a sessão solene de hoje. (Palmas.)
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- Encerra-se a
sessão às 20 horas e 53 minutos.
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