24 DE JUNHO DE 2025
21ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: ANDRÉ DO PRADO e ALEX MADUREIRA
Secretaria: CARLOS CEZAR, FÁBIO FARIA DE SÁ, DANILO CAMPETTI e MAJOR MECCA
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão às 16h48min. Coloca em discussão o PL 482/25.
2 - DONATO
Solicita verificação de presença.
3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.
4 - THAINARA FARIA
Discute o PL 482/25.
5 - CARLOS GIANNAZI
Discute o PL 482/25.
6 - ENIO TATTO
Discute o PL 482/25.
7 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Discute o PL 482/25.
8 - PROFESSORA BEBEL
Discute o PL 482/25.
9 - ALEX MADUREIRA
Assume a Presidência.
10 - DONATO
Solicita verificação de presença.
11 - PRESIDENTE ALEX MADUREIRA
Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.
12 - EDUARDO SUPLICY
Discute o PL 482/25.
13 - PRESIDENTE ALEX MADUREIRA
Cumprimenta os vereadores de Américo Brasiliense, Maicon Rios e Rogelma Mascarenhas de Almeida, presentes no plenário.
14 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Discute o PL 482/25.
15 - PRESIDENTE ALEX MADUREIRA
Determina um minuto de silêncio em respeito ao falecimento de Juliana Marins.
16 - PAULO FIORILO
Discute o PL 482/25.
17 - PAULO MANSUR
Discute o PL 482/25 (aparteado pelo deputado Danilo Campetti).
18 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS
Para comunicação, faz pronunciamento.
19 - DANILO CAMPETTI
Para comunicação, faz pronunciamento.
20 - DR. JORGE DO CARMO
Discute o PL 482/25.
21 - PRESIDENTE ALEX MADUREIRA
Encerra a sessão às 19h16min.
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-
Abre a sessão o Sr. André do Prado.
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O SR. PRESIDENTE -
ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número
regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior.
Ordem
do Dia.
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- Passa-se à
ORDEM DO DIA
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O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Discussão e
votação adiada do Projeto de lei nº 482, de 2025, de autoria do Sr. Governador.
Em discussão. Para discutir a favor,
com a palavra a deputada Thainara Faria.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT - Eu queria requerer uma
verificação de presença.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Solicito ao deputado Carlos Cezar e ao deputado
Fábio Faria de Sá que façam a verificação de presença.
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- Verificação de presença.
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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL -
Constatado quórum regimental.
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- Verificação de presença.
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O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado
quórum regimental. Agradeço o deputado Carlos Cezar e ao deputado Fábio Faria
de Sá e devolvo a palavra para a oradora inscrita. Para discutir a favor, deputada
Thainara Faria.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada,
Sr. Presidente. Uma boa tarde aos Srs. Deputados, Sras. Deputadas, ao plenário,
quem nos acompanha, assessores, policiais. Muito boa tarde ao estado de São
Paulo.
É importante
dizer que ninguém em sã consciência é contra um projeto, um programa de
superação da pobreza. Por óbvio que nós somos a favor, desde que exista um
projeto de fato estruturado para isso.
Eu me debrucei
no estudo desse projeto, porque não precisou muito tempo, até porque são só
duas páginas. Veja, disse duas páginas, não duas folhas. E eu quero que a TV
Alesp possa colocar aqui o nosso slide para a gente dizer por que que esse
projeto é tão ruinzinho. Parece que é um pouco da qualidade de quem enviou ele
para esta Casa. Próximo slide, por gentileza.
Então, ele tem
duas páginas. Mandar um projeto de superação da pobreza para um estado do
tamanho de São Paulo, com 645 municípios, mais de 44 milhões de pessoas, em
duas páginas, é difícil dizer que de fato há a intenção de combater ou de
superar a pobreza no nosso Estado.
Isso é
questionar inclusive a inteligência dos deputados que estão nesta Casa, 94
deputados, dizendo: "Assinem esta folha em branco, porque o resto eu faço
por decreto como eu bem quiser". Próximo slide, por gentileza. Eu elenco
então os problemas deste projeto. Ele não parte de um diagnóstico.
Não há um
diagnóstico anexado no programa “SuperAção da Pobreza”, esse “SuperAção” de
marketing, que explique o porquê ele precisa ser executado dessa forma e essa
folha, esse cheque em branco para que o governador possa fazer o restante da
regulamentação por decreto.
Importante
dizer, povo do estado de São Paulo: não é um investimento novo, ele não
aumentou o recurso da pasta de Assistência de Desenvolvimento Social para fazer
esse programa. Ou seja, ele vai arrancar do que já está em funcionamento.
Então, não é um investimento novo. Volto a dizer, não é um investimento novo.
Ele também não
explica critérios, não define metodologia, não dialoga com o Sistema Único de
Assistência Social e nem com as prefeituras. Veja você que está em casa.
Imagine que alguém, seu vizinho, ou alguém que não mora contigo vai querer
arrumar uma solução para um problema que está dentro da sua casa, sem conhecer a
sua realidade, sem viver o seu dia a dia.
Não tem como
fazer um projeto que não dialogue com a base, que não dialogue com as
prefeituras e que não esteja de acordo com o Sistema Único de Assistência e
Desenvolvimento Social.
No próximo
slide, eu mostro por que esse é um projeto de “SuperAção” de marketing
eleitoreiro. O governador Tarcísio quer passar R$ 150,00 por mês para 70.000
famílias ou até R$ 450,00 para só 23.000 famílias. Veja, o programa “Bolsa
Família” do governo Lula transfere mais de R$ 650,00 por família para mais de
dois milhões e meio de paulistanos, paulistanas e paulistas.
A diferença é
gritante, porque diante desses 500 milhões que o governador Tarcísio quer
colocar no “SuperAção” de marketing, que já está na Assistência e Desenvolvimento
Social e que não é um recurso novo, o nosso governo Lula transfere bilhões para
o estado de São Paulo para o programa “Bolsa Família”.
No próximo
slide, eu coloco para vocês também terem noção... Provar, não é? Porque aqui
muita coisa é dita, mas pouca coisa está no papel. Então aqui a gente prova que
não tem um remanejamento de recurso de outra pasta, isso já existe na
Assistência e Desenvolvimento Social.
Eles vão tirar
de onde, do “VIVALEITE”? De que projeto que já está em andamento que serão tirados
os 500 milhões para poder aplicar no “SuperAção” de marketing, que eles chamam
de Superação da pobreza?
No próximo
slide, que nós temos uma charge aqui comparativa, os 21 bilhões transferidos
pelo governo Lula para o estado de São Paulo - para as famílias em situação de
extrema vulnerabilidade social - diante aí dos 135 e dos 500 milhões que o
governador Tarcísio quer fazer, a gente coloca 135, porque a primeira fase ele
quer fazer um teste antes de conversar com a Prefeitura, antes de conversar com
o CRAS das cidades. Ele quer fazer um teste, então serão esses 135 milhões.
Próximo slide,
por gentileza. Aqui a gente pergunta: transfere ou não transfere renda? Se sim,
para quantas famílias?
Então, para
confundir ainda mais, a secretária declarou que o valor de transferência de
renda seria de R$ 150,00 per capita ou R$ 450,00 por família, o que nesse caso
reduziria drasticamente o universo de beneficiários para cerca de 23 mil
famílias. Ou seja, ele não atinge nem 70 mil famílias, que seria 0,6% da população
em situação de extrema vulnerabilidade social no estado de São Paulo.
O próximo
slide, por favor. Diz então que a taxa de pobreza no estado é de 16,7%, e desse
jeito, como está o “SuperAção” de marketing, atingiria aí no máximo 0,6% da
população. Ou seja, completamente ineficaz, não dialoga com a necessidade real
do povo do estado de São Paulo, ele apenas fala que está combatendo.
Então é bonito,
chama-se os prefeitos... Prefeitos que, inclusive, estão muito bravos com o Sr.
Governador, porque não está pagando as emendas, porque não está transferindo o
recurso necessário para as cidades se desenvolverem. Os prefeitos que acabaram
de tomar posse, coitadinhos, ficaram mais de seis meses sem receber recurso.
Há cidades
pequenas que não conseguem arrecadar para ter investimento e estão sofrendo
demais. O governador chamou a galera aqui e falou: "Olha, eu vou anunciar
para vocês investimento para saúde", os prefeitos chegaram e eram as
emendas que os deputados tinham mandado para as cidades.
Então assim como
ele faz o marketing com o dinheiro que ele não está transferindo, um dinheiro
novo para as prefeituras que são os recursos legalmente transferidos através
das emendas pelos deputados estaduais, ele quer te enganar dizendo que está
promovendo um programa de Superação da Pobreza que, na verdade, não vai atingir
quem mais precisa, até porque ele disse que tem que rezar para ter vaga de
emprego nas cidades que o programa será aplicado.
Para concluir,
a situação da pobreza extrema no estado de São Paulo segue alarmante, que
inclusive não é só a situação de extrema pobreza. Eu não sei se os senhores e
as senhoras viram depois da execução violenta do senegalês, o novo episódio da
polícia do Tarcísio foi agredir uma senhora.
Então não é um
governo que se posiciona a favor das pessoas em situação de vulnerabilidade
social, é um governo que quer exterminar aqueles que mais precisam de políticas
públicas, aqueles que mais precisam de acolhimento do estado. Ele não dialoga
com a realidade da necessidade das pessoas que estão na ponta.
Não tem como
fazer um programa genérico para um estado do tamanho de São Paulo que tem a
Baixada Santista, que tem o Alto Tietê, que tem a macrorregião de Ribeirão
Preto, que é totalmente diferente uma região da outra - assim como aqui na
capital. Faz um programa genérico, passa R$ 150,00 per capita que com certeza
não vai combater a pobreza do jeito que deveria.
Inclusive, eu
ouvi de uma querida amiga, ontem, que me disse o seguinte: “Existe aquela
falácia que a direita adora falar mal do “Bolsa Família” - é uma coisa
impressionante - e fala que o pessoal parou de trabalhar porque quer viver de
“Bolsa Família”, que quer viver de 650 reais”. Vão querer dizer que o povo vai
querer parar de trabalhar agora para ganhar 150.
Voltando o raciocínio,
essa amiga diz então: “Se você acha tão bom parar de trabalhar para ganhar 650
reais de auxílio, por que você não deixa o seu emprego e vai para o ‘Bolsa
Família’ para ganhar 650 reais?” Por óbvio que a pessoa que está em situação de
extrema vulnerabilidade social não quer viver de auxílio. Ela precisa.
Nós temos que
parar de chamar o povo trabalhador do estado de São Paulo e do Brasil de
vagabundo. Ninguém quer viver de auxílio. Se você, que está em casa, acha tão
bom não trabalhar e viver de “Bolsa Família”, por que não testa viver com 650
reais? E aqui no estado de São Paulo, o Tarcísio quer que você viva um mês de
30 dias com 150 reais. Isso não existe.
A outra grande
frase do governador Tarcísio é que não quer dar o peixe, quer ensinar a pescar.
Eu disse então que ele é um grande professor de pescaria. O grande
“Tarciságio”, que colocou pedágio pelo estado de São Paulo inteiro.
O “Tarcinco”,
que só deu 5% de reajuste para os servidores. O “Tarcinóquio”, porque mente
para a população do estado de São Paulo. Agora quer ser um professor de
pescaria, porque diz que não quer dar o peixe para o povo do estado de São
Paulo, quer ensinar a pescar.
Então, senhor
governador, pare de chamar o povo do estado de São Paulo de vagabundo, pare de
dizer que não querem trabalhar e que você quer ensinar o caminho do rio junto
com a pescaria.
Nesse sentido,
Sr. Presidente, para encerrar a minha fala e minha contribuição nesta tarde, eu
gostaria que o projeto “SuperAção da Pobreza” fosse realmente um programa sério
que atendesse e dialogasse com 45 milhões de pessoas, que atendesse e
dialogasse com 645 municípios do estado de São Paulo, com a robustez do nosso Estado
e que tivesse um investimento sério, porque o estado de São Paulo tem um terço
do PIB deste País. Nós poderíamos fazer muito mais e melhor pelo nosso povo.
Muito obrigada
pela oportunidade.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputada Thainara Faria.
Dando sequência à lista de oradores
inscritos para discutir contrário. Com a palavra, o deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado André do Prado, Srs. Deputados,
Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia.
Sr. Presidente,
venho à tribuna para debater o PL, o Projeto de lei nº 482, conhecido como
projeto “SuperAção da Pobreza” que, na verdade, é uma verdadeira hipocrisia. O
governo Tarcísio preocupado em superar a pobreza.
Um governo que
ataca os serviços públicos, que reduz o orçamento da Educação - com o apoio da
sua base de sustentação aqui na Assembleia Legislativa -, que retirou 11
bilhões de reais da Educação estadual, prejudicando as pessoas que mais
precisam da escola pública estadual.
Um governo que
privatiza, que terceiriza os serviços públicos e os equipamentos públicos da
área da Saúde, do Sistema Único de Saúde, como está fazendo agora exatamente
com o hospital estadual Darcy Vargas, um hospital especializado na área de
crianças e adolescentes, um hospital que é referência nacional e até
internacional de doenças graves.
Esse hospital
está na lista agora para ser privatizado, para ser terceirizado, para ser
entregue a uma organização social de caráter privado. O Hospital de Heliópolis,
o Hospital de Sumaré, o Hospital Ipiranga. São vários os hospitais que estão na
lista para serem privatizados.
Isso vai
dificultar ainda mais o acesso da população pobre, da população da nossa
periferia, das nossas periferias, das nossas cidades, que precisam exatamente
desses serviços, tanto na área da Educação pública como na área da Saúde
pública.
Por isso, eu
vejo uma contradição, um abismo enorme entre a intenção do governador Tarcísio
em combater a pobreza do estado de São Paulo, que, embora o estado de São Paulo
seja um Estado rico, é o Estado mais rico, com certeza, da América Latina.
Se o estado de
São Paulo fosse um país, ele teria um PIB semelhante ao da Argentina ou do
Chile, com certeza. Mas, no entanto, é um Estado que tem gravíssimas
desigualdades sociais e econômicas, com uma pobreza imensa, sobretudo nas
periferias das nossas cidades e das grandes cidades, como é o caso da cidade de
São Paulo, em Santos, em Guarulhos, em Osasco.
Todas essas
cidades, e muitas outras, são marcadas por essas desigualdades sociais e
econômicas, porque o governo, sobretudo o governo estadual, que detém um
orçamento de aproximadamente 370 bilhões de reais, não investe, na verdade, nas
áreas sociais.
E nós denunciamos
exaustivamente, todos os anos, tanto na aprovação da LDO, como também na Lei
Orçamentária, que o governo não faz esses investimentos, apesar dos nossos
apelos, apesar das emendas que nós apresentamos à LDO e à Lei Orçamentária.
Então, eu
queria fazer primeiro essa observação de que há um abismo entre esse projeto
apresentado, conhecido como "SuperAção da Pobreza” do estado de São Paulo,
e as políticas efetivas do governo estadual nessas áreas. E, sobretudo, na
questão orçamentária, onde a gente percebe claramente que não há investimento.
E nós não
podemos deixar também de denunciar que esse projeto não passa de um projeto
eleitoreiro, de um projeto marqueteiro. Porque todos sabem aqui, todos estão
acompanhando, que o governador Tarcísio é um forte candidato da extrema-direita
para a Presidência da República no ano que vem, em 2026.
Ele já foi
ungido, já foi escolhido por setores da extrema-direita, porque esses setores
sabem muito bem que o Bolsonaro está inelegível - mesmo que ele não seja preso,
tomara que seja preso, encarcerado por todos os crimes que cometeu, sobretudo
os crimes durante a pandemia -, mas ele já está inelegível e não há mais
recurso, não tem aonde recorrer mais. Ele estará inelegível no ano que vem.
E o Tarcísio é
o candidato de vários setores da extrema-direita, mas, sobretudo, também dos
setores da mídia empresarial. É o candidato da “Folha de S. Paulo”, do
“Estadão”, da “Rede Globo”, da Faria Lima, do mercado financeiro, das elites
econômicas, das elites empresariais.
Não é ainda o
candidato do povo de São Paulo e do povo brasileiro, mas há toda uma
movimentação das elites econômicas e desses setores que citei - dos setores
midiáticos, da mídia empresarial, da mídia que está a serviço do poder
econômico - para que ele seja esse candidato.
De tal forma
que seja um candidato, sim, da extrema-direita, dos fascistas, mas que seja
mais, talvez, palatável, que não seja tão “bronco” como o Bolsonaro. Ele está
em plena campanha, se preparando, já acenando para os vários segmentos, e lançou
esse projeto marqueteiro e eleitoreiro para competir com o “Bolsa Família”, do
governo federal, do governo Lula. É disso que se trata esse projeto.
Então, quero
fazer aqui essa observação e essas duas críticas: projeto eleitoreiro,
marqueteiro e, ao mesmo tempo, um projeto que contradiz o orçamento aprovado,
que não traz investimentos nessa área de combate à pobreza. Isso é muito
importante. Nós temos que debater com profundidade esse projeto.
Logicamente que
ninguém vai votar contra esse projeto, eu acho, eu entendo. Porém, nós temos
que ter uma posição crítica e dizer a verdade à população de todos os ataques
que esse governo tem feito às áreas sociais, à Assistência Social, à Educação
pública, à Saúde pública.
Eu não posso
deixar de registrar esses ataques aqui, já que nós estamos debatendo o combate
à pobreza, que se manifesta aí nas várias áreas sociais. Por exemplo, agora na
área da Educação pública, que é uma área que nós militamos bastante.
Sr. Presidente,
Srs. Deputados e Deputadas, estamos vivendo um verdadeiro genocídio da Educação
do estado de São Paulo. O governador Tarcísio, com o seu secretário empresário,
dono da Multilaser, está destruindo a Educação pública do estado de São Paulo
de várias maneiras, militarizando escolas, privatizando escolas, vendendo
escolas estaduais na Bolsa de Valores de São Paulo, jogando alunos contra os
professores através de uma falsa avaliação.
Os alunos agora
são obrigados a avaliar os professores sem nenhuma condição, criança de oito,
nove anos avaliando o professor, vingando-se dos professores, demissão em massa
de professores, afastamento em massa agora de diretores da rede estadual.
Porque o governo já anunciou, através de seus secretários, que pretende
privatizar as escolas da rede estadual, na Bolsa de Valores, inclusive.
Já privatizou
33, agora anunciou que vai privatizar mais 143 e, recentemente, houve um
anúncio da intenção do governo em privatizar as 5.500 escolas. E para isso ele
precisa se livrar dos professores efetivos e, sobretudo, dos diretores das
escolas estaduais, que seriam uma espécie de empecilho para que isso fosse
realizado.
Por isso que
estamos vivendo também, agora, nesse momento, o afastamento de muitos diretores
e diretoras, em várias diretorias de ensino. Estou acompanhando agora uma
denúncia gravíssima, Sr. Presidente,
lá da Leste 3, da Diretoria de Ensino Leste 3, onde a dirigente de ensino
afastou, em uma canetada só, mais de sete diretores e diretoras.
Foram
afastados, com a desculpa de que as escolas não atingiram as metas da
utilização das malditas plataformas digitais, que é um outro ataque também à
Educação do estado de São Paulo.
Nós temos aí a
máfia e a ditadura das plataformas digitais, que estão enriquecendo as empresas
que vendem essas plataformas para a Secretaria da Educação. Nós denunciamos
aqui, e já entramos com representação, sobretudo no Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo, para que haja uma profunda investigação sobre a compra
dessas plataformas digitais.
Nós temos
informações, estamos acompanhando todo esse processo. Uma única plataforma
custou para a Secretaria da Educação, ao Erário Público, mais de 70 milhões de
reais. Isso depois tem que ser renovado, após 18 meses. Isso tem prejudicado
imensamente a aprendizagem dos alunos e, sobretudo, liquidado quase que
definitivamente a autonomia pedagógica dos nossos professores.
Então, as
escolas que não atingirem as metas da utilização dessas plataformas, essas
escolas são punidas, em primeiro lugar, com afastamento da diretora ou do
diretor, mesmo que o diretor seja concursado, efetivo, que a sua lotação seja
naquela escola, mesmo que a escola nem seja PEI. Então, essa dirigente de
ensino, que assumiu agora, recentemente, a Diretoria Leste 3, que era da Leste
4, já fez uma limpeza lá. Começou uma limpeza.
Inclusive hoje
saiu aqui um edital, estou chocado, para o preenchimento das vagas desses
diretores que foram afastados, as escolas que foram já penalizadas. Eu quero
citar o nome de algumas delas.
A Escola
Estadual Brenno Rossi, a Escola Estadual Cláudia Dutra Viana, a Escola Estadual
Cesar Donato Calabrez, a Escola Estadual Jardim Wilma Flor, a Escola Estadual
Maria de Lourdes, a Escola Estadual Oswaldo Gagliardi, a Escola Estadual Salim
Farah Maluf.
Tem outras
também que não aparecem aqui no edital. A Escola Estadual Zipora Rubenstein.
São algumas delas, e o edital cita essas escolas, menos a Zipora Rubenstein,
que não é citada aqui, mas o edital diz assim: “e outras que vêm a surgir no
período deste edital”. Isso significa que vamos ter mais afastamento, mais
demissão de diretoras e diretores aqui. Porque o edital é bem claro, cita essas
escolas, porém fala: “E outras escolas que venham a surgir no período desse
edital”.
Então o edital
já está anunciando, na prática, que haverá mais afastamentos. Isso vem
acontecendo também com professores que são penalizados, são afastados através
dessa falsa avaliação, dessa famigerada avaliação 360.
Então, por tudo
isso e muito mais é que esse projeto representa, na verdade, uma verdadeira
farsa da superação da pobreza no governo Tarcísio de Freitas.
É um governo
que é contra a Educação pública, contra a Saúde pública, contra a Assistência
Social. É um governo que privatiza, que aumenta o custo de vida para a
população, colocando pedágios. O governo anunciou que vai pedagiar, vai colocar
mais de 100 pedágios no estado de São Paulo.
Agora mesmo
estava lá, recentemente, ele esteve presente na Baixada Santista, e reafirmou
que vai colocar nove praças com pedágios na Rodovia Manoel da Nóbrega, naquele
trecho que vai de Praia Grande até Peruíbe. As pessoas ali vão pagar.
São nove
praças. Não é nem praça agora. Agora tem um modelo mais sofisticado para
extorquir a população, que é o “Free Flow”, o passe rápido. Você passa, nem
percebe que vai pagar um pedágio depois e, se você não pagar, você vai ter uma
multa, perde cinco pontos na carteira, e tem que depois ficar com a multa
pendente, um absurdo.
Ele está
fazendo isso em várias rodovias do estado de São Paulo, no Circuito das Águas,
na região de Campinas. Em alguns lugares, ele está sinalizando que talvez volte
atrás por conta da pressão.
Inclusive, tem
deputado da base do governo aqui, se manifestando contra esses pedágios, tão
grave que é a situação. Então não tem nada de superação da pobreza, de
compromisso social com esse projeto, Sr. Presidente. Todas as práticas do
governo vão na contramão desse projeto que nós estamos debatendo exatamente
agora.
Era isso, Sr.
Presidente.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL
- Obrigado, deputado Carlos Giannazi. Para discutir a favor, dando sequência à
lista dos oradores inscritos, com a palavra, deputado Enio Tatto.
O SR. ENIO TATTO - PT - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos assiste e funcionários da Assembleia Legislativa.
Esse projeto, dado com um nome marqueteiro de “SuperAção”, deixa a gente cabisbaixo, desanimado e pensando que o governador Tarcísio, na verdade, só tem um objetivo com esse projeto.
Um projeto que envolve 500 milhões, atende em torno de 105 mil famílias, ou 400 mil pessoas, em um Estado que tem mais de 40 milhões de habitantes. O governo deixou de gastar na Secretaria da Assistência Social, em 2023 e 2024, 700 milhões.
Agora ele vem com um projeto que vai terminar com 29 programas da Assistência Social, e se coloca como uma alternativa para atender as pessoas mais vulneráveis e o combate à fome. O que não acontece.
Mesmo porque, em 2021, o ex-governador Doria mandou um projeto, aqui na Assembleia Legislativa, que era o “Bolsa do Povo”. E nesse projeto, em 2021, tinha uma destinação de dinheiro de 1 bilhão por ano. E nós lutamos, discutimos, achando que era muito pouco.
Esse projeto, de 1 bilhão, do
Doria, que foi aprovado aqui, ele agora está sendo extinto. Era de 1 bilhão, e
agora está sendo colocado 500 milhões. Não chega a lugar nenhum, atendendo um
número muito pequeno de famílias.
Quando se cria um projeto ou programa voltado às famílias
mais vulneráveis, é preciso considerar a real dimensão da demanda. No estado de
São Paulo, são seis milhões de famílias inscritas no CadÚnico.
Famílias em pobreza e extrema pobreza: 2,5 milhões. Valor médio do “Bolsa Família” aqui no estado de São Paulo: 657 reais e 99 centavos. São bilhões de investimentos do governo federal.
E aí chega o Tarcísio com um projeto aqui chamado de “SuperAção”, com apenas 500 milhões. E há um ponto que chama ainda mais atenção: trata-se da Secretaria de Desenvolvimento Social, tema constantemente debatido — especialmente nas audiências públicas. Afinal, ao percorrer o estado, visitar diversos municípios, conversar com prefeitos, vereadores e com representantes da sociedade civil — como as APAEs e entidades voltadas ao TEA (transtorno do espectro autista) — a urgência dessas pautas se revela com clareza.
No campo de ao atendimento
da população em situação de vulnerabilidade, o Governo do Estado destinou este
ano apenas 1% do já limitado orçamento de R$ 542 milhões reservado à
assistência social. Até maio, esse percentual mínimo foi efetivamente gasto.
O que a gente conclui? Em mais um levantamento que realizei,
dos 1,7 bilhão previstos para a assistência social, 670 milhões estavam
congelados até maio deste ano. Como esperar que uma entidade, uma prefeitura ou
uma APAE — que dependem desses repasses — aceitem um congelamento numa área tão
sensível e essencial como a assistência social?
É por isso que, em todos os municípios por onde passamos — e
tenho certeza de que isso vale para todos os deputados desta Casa — ao
conversarmos com os prefeitos, percebemos a decepção generalizada com a falta
de repasses por parte do governo do estado de São Paulo. Os dados comprovam
essa realidade.
Agora o secretário Samuel Kinoshita, que na semana passada, veio à Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Alesp, falou: “Estou começando a liberar dinheiro”. Mas começou a liberar dinheiro do quê? De uma secretaria da assistência social de um estado que tem mais de 370 bilhões, e não tem nem meio por cento do orçamento na assistência social.
E o governo faz um programa, dá o nome de “SuperAção”, que ele quer se defender quanto ao Bolsa Família do governo federal, proposto pelo governo Lula, que se mantém até hoje, passa governo, mas virou uma política de estado, que atende aos 645 municípios. E atende a uma multidão – aqui em São Paulo, uma grande quantidade de pessoas. E o governador vai atender apenas 105 mil famílias.
Então, dá para perceber que o Tarcísio não tem sensibilidade com a área social. É só a gente verificar, além da assistência social, quando você fala de esporte, de cultura, é tudo menos de meio por cento, não é, deputado Marcolino? A gente faz esse debate todo ano.
E agora, nesse projeto, que é muito tímido, muito pequeno e nós percebemos que é simplesmente um marketing para as eleições do ano que vem, porque ele não vai poder falar nada sobre o que ele fez em combate à pobreza, à distribuição de renda no estado de São Paulo.
Ele vai querer usar isso para falar nos debates, na sua propaganda. Mas o dinheiro é muito pouco, em um estado que tem muito dinheiro. Isso nós percebemos no dia a dia.
As entidades têm uma dificuldade enorme de fazer um cadastramento, por exemplo, para pegar uma cota de leite, que estava na Secretaria da Agricultura, e hoje está na Secretaria do Desenvolvimento Social. Fazer um convênio, uma APAE, não tem dinheiro. Uma Santa Casa que precisa de um repasse, não tem dinheiro. Por isso acontecem muitos descredenciamentos.
Então, essa é a política do Tarcísio aqui no governo do estado de São Paulo. E esse projeto é muito pequeno, pequeno demais. Quando a gente fala do governo federal aqui no estado de São Paulo, contempla 2,5 milhões de famílias.
Olha a diferença. Projeto do
governo federal, 2,5 milhões de famílias. Projeto do governo do Estado, aqui no
estado de São Paulo, que deveria dar o exemplo, apenas 105 mil famílias a serem
beneficiadas. Investimentos do governo federal no “Bolsa Família”, aqui no
estado de São Paulo, um bilhão e 670 milhões.
Quanto que o Tarcísio está colocando nesse programa, nesse projeto de lei? Quinhentos milhões. É muita diferença. É vergonhoso para o estado de São Paulo. E eu sempre falo, um Estado rico, um Estado pujante, mas o povo pobre. E nós teríamos condições de fazer um projeto exemplar para todo o Brasil aqui no estado de São Paulo. E isso não ocorre.
Então, a bancada do Partido dos Trabalhadores não tem como votar favorável a esse projeto. Por mais que a gente defenda distribuição de renda, atacar os problemas da população mais vulnerável, não dá para assinar um projeto desse tão pequeno, tão medíocre e tão eleitoreiro como esse “SuperAção” do Tarcísio.
Repito mais uma vez: não é esse ano, são todos os governos, desde os governos tucanos sempre relevaram a questão da assistência social. A gente sabe que uma família, quando passa por dificuldade, quando passa por perda do emprego, despejo, quando tem problemas climáticos, a primeira coisa que ela procura no município, no Estado é assistência social.
E infelizmente o estado de São Paulo não tem políticas públicas na área da assistência social, não coloca dinheiro. Apenas, vou repetir mais uma vez, 0,33% do orçamento, nem 0,5 por cento.
Então, a bancada do Partido dos Trabalhadores com certeza vai votar contra, por quê? Porque nós queremos registrar a nossa indignação. Tem emendas da bancada do Partido dos Trabalhadores para melhorar esse projeto, mas não foram acatadas. Não acatando, não dá para a gente assinar um projeto, votar favorável, com tanta insignificância para um Estado com tanto dinheiro, com tanto recurso e com tanta necessidade da população aqui do estado de São Paulo.
Era isso, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Enio Tatto.
Dando sequência à lista de oradores
inscritos para discutir contrário, com a palavra a deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde
a todos. Boa tarde aos que nos acompanham pela TV Alesp, ao público presente. Vamos
à matéria.
O anunciado
“SuperAção da Pobreza” não é muita coisa. Eu já fiz esse exercício nas
comissões, no congresso, com os colegas. Vou fazer aqui de novo para quem está
em casa, para a imprensa presente, para todo mundo conseguir acompanhar o raciocínio.
Vou ler o projeto, licença; prometo ser breve.
O projeto é curto, permite.
“Fica
instituído no âmbito do estado de São Paulo o programa Superação da Pobreza com
a finalidade de romper o ciclo intra e intergeracional da pobreza e promover
autonomia e melhoria nas condições de vida das famílias em situação de
vulnerabilidade.” Legal. Ótimo. Que bom. Precisamos.
Aí você espera
que a partir daqui o governador diga como, certo? Como é que vai se desenvolver
esse projeto. “Parágrafo Único. Para os fins dessa lei, considera a família em
situação de vulnerabilidade aquela constante no Cadastro Único para Programas
Sociais.”
É um parâmetro,
posso discordar, mas é um parâmetro; o governador poderia dizer que no seu
programa seriam mulheres vítimas de violência, seriam mães solo, seriam
catadores e catadoras que trabalham de forma autônoma, mas ganham pouco etc.
Ele colocou aqui uma regra: ele vai atender aquelas já atendidas por outros
programas, por isso no Cadastro Único para programas sociais.
Aí você espera,
ok, então o que ele vai trazer de novo para as pessoas já inscritas e já
beneficiárias a partir do Cadastro Único? As finalidades do programa “SuperAção
da Pobreza” serão viabilizadas por meio da conexão das famílias a projetos e
iniciativas estaduais e municipais da assistência, da segurança alimentar, da
geração de renda, da Educação, da Habitação, da Saúde, da integração ao mercado
de trabalho, inclusive mediante estímulo ao empreendedorismo, podendo
contemplar a concessão de benefícios financeiros e o acesso a bens e serviços.
É muita coisa.
Aí você espera
ele desenrolar. Bom, se pode haver acesso à habitação, é o quê? É apartamento
da CDHU para as pessoas no Cadastro Único? Educação é o quê? Acesso à Educação
das crianças que estão fora da escola ou é acesso ao ensino superior de adultos
que não concluíram o ensino superior?
Empreendedorismo
é o quê? É um programa de formação para que tipo de empreendedorismo? O que nós
vamos fazer com os camelôs que estão em conflitos com a polícia lá no Brás? É o
que o projeto? É transferência de renda? Vai dar um dinheiro para as pessoas em
situação de vulnerabilidade? Porque ele coloca “podendo”, mas não escreve como.
E aí o projeto
diz: conselho participativo em decreto posterior, regras do projeto em decreto
posterior, orçamento para o programa na Lei Orçamentária em dezembro, portanto,
posterior. É isso. É isso. Isso não é um projeto. Isso não é um projeto. Vamos
lá. O que é o “Bolsa Família”?
Está escrito: é
- não é “podendo” -, é um projeto de transferência de renda. Vão ser
contempladas pessoas cuja renda per capita familiar não superem duzentos e
dezoito reais. O benefício é para crianças da família que estejam acessando a
escola, com a vacinação em dia, em acesso à Saúde, R$ 150 por pessoa. Está escrito
como vai ser. Aqui não está escrito nada.
E o pior,
quando o relator fez o projeto, fez o relatório do projeto na comissão, ele
disse que não é um projeto de transferência de renda. Aí eu perguntei: "É
o quê? O que é? O que vai ser?" Não está escrito nada. "Ah, mas,
Monica, o governador tem o desejo de ter um programa que pode ser qualquer
coisa, porque ele fala de acesso a emprego e renda, até habitação etc., pode
ser qualquer coisa, ele tem o desejo de fazer.”
O problema é
que nas entrevistas que o governador está dando, e eu não sou obrigada a
estudar entrevistas, nem slides que ele coloca na internet, ele deveria
escrever aqui, no projeto de lei, o que é o “SuperAção”. Nas entrevistas que
ele vem dando, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, o governador não tem a
mínima pretensão de aumentar o recurso da pasta de Assistência Social, de
Desenvolvimento Social.
Se ele não tem
a pretensão de colocar mais dinheiro para o “SuperAção”, ele vai usar o
dinheiro que tem. Ele está dizendo que vai custar 500 milhões por ano, ou seja,
metade do dinheiro da pasta da Assistência Social, do Desenvolvimento Social.
Se vai usar metade para esse novo programa, que não é nada, o que existe vai
acabar.
O que a
Assembleia Legislativa está me pedindo para votar agora é nada, porque ele diz
que pode ser qualquer coisa, mas não escreve, de fato, o que vai ser, não diz
como vai ser.
Isso aqui é
incumprível. Quem estiver na ponta trabalhando para executar isso daqui é
incumprível, não tem nada escrito aqui. É genérico, é um treco lá chamado
“SuperAção”, mas que vai abocanhar 50% do valor disponível na Secretaria de
Desenvolvimento Social.
Sabe uma
certeza que eu tenho? É que o “Bom Prato” vai acabar. Vai comer todo o recurso
do “Bom Prato”. O “VIVALEITE” vai acabar. Vai comer o recurso do “VIVALEITE”. O
programa de assistência às mulheres gestantes em situação de vulnerabilidade
vai acabar.
E até o
programa que já se chama “SuperAção”, dentro da Assistência Social, ou aquele
outro programinha criado pelo Doria de acesso a emprego e renda vai acabar.
Então, as
pessoas estão me pedindo para votar um treco lá que se chama “SuperAção”, que a
gente não sabe o que é, em troca de acabar com o pouco que tem. O pior: ainda
prestando atenção no que diz o governador - mas que não escreveu - nas
entrevistas que ele dá e no site que ele colocou na internet.
Ele diz que 27%
desses 500 milhões utilizados vão ser para transferência direta, ou seja, para
dar uma mesadinha para as pessoas participantes. Embora o relator aqui da
Alesp... E eu vou jogar isso até o fim na cara dos colegas, porque o relator
disse e garantiu na comissão que não é um projeto de transferência de renda.
Mas o
governador está dizendo em entrevistas que vai usar 27% dos 500 milhões para
transferência, para dar uma mesadinha para as pessoas participantes - aqueles
150 reais que ele vem anunciando na imprensa.
E os outros? Os
outros 73% dos 500 milhões? Ele vai usar para contratar a iniciativa privada
para ensinar pobre a trabalhar. Ele vai pegar quase 50% do orçamento da Secretaria
de Desenvolvimento Social, vai transferir para a iniciativa privada,
privatizando a Assistência Social para contratar coach para ensinar pessoas a
trabalhar, como se pobre não trabalhasse.
Não existe um
sinal de igual entre vulnerabilidade social e desemprego. Como eu já disse, a
gente tem aqui os catadores, que ganham 500 reais por mês. Tem famílias
enormes, estão inscritas no CadÚnico e são trabalhadoras.
Se você pegar
na risca do lápis, a gente tem assistentes sociais, psicólogos, pedagogos no
estado de São Paulo ganhando valores que dão a eles o direito a se inscrever no
CadÚnico; e são servidores públicos do estado de São Paulo. Pelas regras do
CadÚnico, eles poderiam se inscrever e ser contemplados. Ou seja, situação de
vulnerabilidade social não é igual a desemprego.
O problema é
pegar dinheiro da Assistência Social e colocar para coach dizer que pobre não
sabe trabalhar. Isso não é superação da pobreza, mas uma distorção da
Assistência Social num estado, um dos únicos dois que ainda não estão dentro do
Sistema Nacional de Assistência Social.
Se o Tarcísio
quer criar um programa de acesso a emprego, um programa de formação para o
trabalho, que crie dentro da Secretaria do Trabalho. É uma hipocrisia
desmanchar o Centro Paula Souza, as escolas técnicas, as Fatecs - que estão
aqui chorando por emenda, que querem ensinar as pessoas a trabalhar, que querem
formar as pessoas, que querem possibilitar que as pessoas tenham acesso a
outras posições de trabalho - e vir tirar dinheiro da assistência das mulheres
gestantes em situação de vulnerabilidade para criar um programa vazio.
O que o
“SuperAção” vai fazer é a privatização da Assistência Social. Hoje, quase 50%
das vagas da Assistência Social do estado de São Paulo estão vazias, porque o
estado não fez nem fará concurso público.
Quem está
atendendo no CRAS, quem está na Assistência Social do município sabe que falta
estão fazendo esses servidores, que poderiam estar facilitando o acesso das
pessoas aos programas assistenciais existentes ou ajudando a criar um
necessário, sob medida, para a população do estado de São Paulo. Mas o que o
“SuperAção” vai fazer é pegar o recurso da Assistência Social e enfiar na
iniciativa privada, pagar gente para dar cursinho para pobre.
Aí eu fico
perguntando: aquela mãe solo... E quem é mãe aqui sabe. Eu sou mãe e, mesmo
tendo esse empregão aqui que eu tenho, é muito difícil administrar a rotina com
as crianças. Garantir que elas vão e voltem da escola todos os dias, façam
todas as refeições, estudem. É muito conflitante com a minha agenda de
trabalho.
Tem mãe solo
que não consegue trabalhar para cuidar dos seus filhos e tem mãe solo que
trabalha e deixa os filhos sem cuidados. Não dá para dizer que ela está em
situação de vulnerabilidade porque ela precisa aprender a trabalhar.
Para superar a
situação de vulnerabilidade das mães solos, a gente precisa construir redes de
apoio, creche noturna, outros tipos de cuidado com as crianças para que elas
possam acessar o mercado de trabalho. O que eu estou dizendo mais uma vez é que
é um erro passar um sinal de igual entre “vulnerabilidade social” e “aprenda a
trabalhar”.
As pessoas
trabalham, trabalham muito, só não têm condições, só não têm condições muitas
vezes de cuidar da família para além do que o Cadastro Único considera situação
de vulnerabilidade. Ontem a gente reuniu no mandato fóruns da Assistência
Social do estado todo. Na Baixada Santista, gente, uma tristeza, o maior índice
de prostituição infantil.
O projeto de
Assistência Social e o repasse a recursos a abrigos - sabe, abrigos que cuidam
de crianças órfãos, crianças afastadas da família por decisão judicial? - estão
sem repasse, sem repasse. Tem abrigo na Baixada Santista em que as crianças
estão passando fome.
E nós estamos
tentando sustentar isso com emenda parlamentar. Você vai conversando com os
fóruns de Assistência Social do estado inteiro, todos eles, porque o governador
congelou quase 700 milhões de reais só esse ano e está fazendo muita falta.
Está se traduzindo em fome na ponta.
Todos eles
falaram: "É um absurdo trocar o nosso trabalho, pegar o pouco recurso já
necessário e escasso do Desenvolvimento Social e colocar para a iniciativa
privada contratar gente para dizer que pobre não sabe trabalhar e precisa
aprender para sair da pobreza. Por isso eu não tenho dúvidas em votar “não”.
Ainda que o
Tarcísio quisesse criar um programa de Assistência Social, ele deveria pelo
menos escrever o que colocou nos slides. Ele deveria pelo menos ter o cuidado
de mandar aqui para a Assembleia Legislativa em texto o que ele está dando em
entrevista, porque nada disso está escrito. Vou repetir o conflito. Ele fala
que vai ter 150 reais para as pessoas participantes de início.
O relator no
seu relatório, posso disponibilizar para a imprensa, e escrever um veemente
não; não é um programa de transferência de renda. É o quê? É o que isso daqui?
Pode ser, pode ser, pode ser, pode ser, pode ser, não é nada. Escreva alguma
coisa.
A única coisa
que o governador escreveu e que a gente sabe é que quer abocanhar quase 50% do
recurso disponível para a Secretaria de Desenvolvimento Social. E isso, como
não existe mágica na Matemática, usar 50% do Orçamento da Assistência Social
para um programa novo que a gente sequer sabe o que que é, vai acabar com os
demais, vai acabar com os demais. E aí é uma troca que não compensa.
A Assistência
Social é uma política séria que precisa de programa, público-alvo,
desenvolvimento, metas. Na ponta da Assistência Social, estão crianças em
situação de drogadição, de violência doméstica, órfãos, prostituição.
Estão mulheres
mães solo, estão pessoas com deficiências, estão pessoas negras faveladas,
estão os catadores, estão os ambulantes, estão os autônomos e informais. Essas
pessoas merecem a dignidade de uma política séria. Por isso hoje eu vou sem
dúvidas contra o programa “SuperAção”.
Obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência
à lista de oradores inscritos para discussão, com a palavra para discutir, a
favor, deputada Professora Bebel.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente. Cumprimento a Mesa Diretora de
trabalhos, os assessores à minha esquerda, à minha direita, Sras. Deputadas,
Srs. Deputados, enfim, todo o público presente aqui na galeria e também todos
que nos ouvem e assistem através da Rede Alesp.
A gente
debater... É importante a gente ter claro o seguinte, Dr. Jorge, quando a gente
vê um programa, talvez, que diz: “olha, a gente vai fazer uma superação - eu
não sou apelativa -, eu estou falando de uma superação das desigualdades
sociais ou, sejamos mais precisos, da vulnerabilidade social”.
Então a gente
não pode ficar triste, a gente fica feliz. Eu sinceramente fico, mas quando a
gente vai no corpo da lei e vê a abrangência do programa a gente pensa: “poxa
vida, mas como é que vai dar conta de tratar de vulnerabilidade social, por
exemplo, com 500 milhões de reais?” Como disse deputado Enio aqui
anteriormente.
O “Bolsa
Família”... “Bolsa Família” não, a renda família do governo Doria... “Bolsa
Família” era de um milhão de reais, e nós batemos pesado. Empinamos e dizemos:
“Não, isso aí é coisa para inglês ver”.
É saudosismo?
Não, não é saudosismo, é comparar o quanto vai decaindo, na verdade, o
sentimento do que é vulnerabilidade social e se de fato está interessado - o
interessado, no caso o governador - em combater.
Isso que eu
chamo de chagas, que é essa vulnerabilidade. Ela vem do que exatamente? Da
concentração de grandes riquezas. Ela vem também da desoneração, da isenção
fiscal, todas essas ações que são feitas para, sim, tornar quem já é poderoso
mais poderoso e quem é pobre fica na marginalidade, não no sentido de
marginalidade como muitos... A margem daquilo que é de seus direitos.
Eu acredito que
esse PL 482, de 2025, na verdade, já começa com um grande pecado capital. O
grande pecado capital é: como é que se implementa uma política pública? Para
ser de Estado deveria passar pela regulamentação do SUAS, ou implantar de forma
correta o SUAS - que está na Constituição do Estado de São Paulo aprovada aqui
pela Assembleia Legislativa -, o SUAS é o Sistema Único da Assistência Social.
Se tivesse
implantado o SUAS por certo, deputado Jorge do Carmo, nós estaríamos com um
mapa da vulnerabilidade em todo o Estado, porque a gente tem mais, ou menos, ou
profundas vulnerabilidades?
Você falar do
estado de São Paulo até uma altura, até um trecho do Estado e você não vê ou
você vê a vulnerabilidade, talvez, na praça, mas quando você vai lá para o
fundão da Gaivota um; Gaivota dois - V. Exa. sabe disso -; vai para o Marsilac,
que é outro bairro da zona Sul; a gente vê o que é vulnerabilidade social, a
gente vê os córregos passarem praticamente palafitas.
Um dia eu, na
campanha eleitoral de 2022, parei para pensar e fui lá conversar com as
famílias, conversar nos bairros e comecei a ver que nós estávamos em cima de um
córrego fétido, com mau cheiro. E eu pensava: “meu Deus, como é que eu vou
falar de Saúde, como é que eu vou falar de Educação?” Porque eu fui lá para...
É a minha praia e eu fui lá dizer que nós vamos lutar, toda essa coisa, toda a
Educação.
Pois
eu tive que refazer, porque não ia fazer sentido para uma criança uma escola se
também não vier acompanhada de uma moradia digna, se não tiver um posto de
saúde ou um atendimento médico ao lado, se não tiver também áreas de lazer e a
escola.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Alex Madureira.
* * *
Então, quando a
gente está tratando da vulnerabilidade, é olhar a pobreza na totalidade, e não
olhar somente o que causou a pobreza. É importante nós entendermos, mas olhar
na totalidade.
E eu quero
dizer que: pretender com 500 milhões atacar a vulnerabilidade social começando
com cerca de, parece-me, 35 mil famílias, é nada. É 0.9; ou para chegar até 105
mil atendidos. Agora, nós já tivemos o programa anterior, que atendia 117 mil,
“Renda Cidadã”, e essa acabou.
Então, quer
dizer, o que se pensa? Nesses 29 projetos, programas que tem, transformar em um
“super”, que não vai ser “super”, não é? Porque é isso: é uma grande jogada de
marketing.
É uma coisa que tenta nos jogar também para o
gueto, porque vai dizer: “Não, olha, veja lá, o PT é contra”. Eu não tenho
problema de ser contra. Eu não tenho problema de ser contra aquilo que não
atende a mais profunda vulnerabilidade na sua totalidade.
Porque eu sei
exatamente de onde o governador pode tirar recursos para acabar com a
vulnerabilidade social no estado de São Paulo. É só acabar com a isenção fiscal
que está em um índice muito alto.
Aliás, ouvindo
o debate sobre o IOF, que era para ser votado no Congresso Nacional, enfim, a
isenção do imposto de renda para quem ganha até 5 mil, e depois, posteriormente
7 mil, gradativamente vão tendo os descontos, a gente observa o quê?
O que disse - e
não foi o Fernando Haddad que disse, foi nada mais nada menos do que o
Alcolumbre, que é presidente do Senado, ele é o presidente lá do Senado. Ele
disse o quê?
Veja, há uma
desoneração fiscal de 800 bilhões de reais. E o gasto com a Saúde e a Educação
não chega a 400 bilhões. É uma comparação lógica. Ora. Você quer tirar áreas
importantíssimas? Então vamos enfrentar quem tem... Quem está com mais dinheiro
aí.
E é corajoso,
na minha opinião, quem quer sim taxar os supersalários, as grandes riquezas,
porque graças a esses é que a vulnerabilidade se instalou neste País e neste
Estado. Isso precisa ser corrigido. Mas precisa ser corajoso, Dr. Jorge.
Senão, você faz
um “SuperAção” e não tem nada de superação. Superação, uma superação que é
marqueteira e, na verdade, vai tentar ganhar mentes e corações, mas que, na
prática, nós não veremos acontecer.
Como de resto
não vimos acontecer, nem com o programa do Doria. Nem com o programa do Doria,
que era um bilhão de reais, o dobro. Então, quero, aqui terminando com isso,
dizer que a minha bancada hoje fechou que votará contra. E nós acompanharemos o
que a bancada assim determinou. Por que nós vamos votar contra? Por que somos
contra? Não. Porque não resolve o problema, é simples assim.
É tão simples
entender que não precisa nem ficar falando, porque todo mundo já falou de
número, já falou quem fica fora, quem fica dentro. Tivemos a explicitação do
que significa, pela professora Dra. Aldaíza Sposati, na nossa bancada, e que
brilhantemente explicou isso para nós com muita clareza. Então, eu acredito que
nós temos que votar contra - e não é um “contra” porque somos oposição.
Naquilo que
fosse bom, se abrisse um espaço para dizer: “vamos abrir um GT, vamos debater o
estado de São Paulo, para ver onde está a vulnerabilidade absoluta e,
gradativamente, se eu puder fazer um projeto deste tamanho”, eu sinceramente
não teria problema. Mas este, eu tenho problema. Sinceramente, eu tenho problemas.
Aliás,
acompanhei V. Exa., o líder, na primeira reunião do dia. Hoje, por força de um
companheiro, a gente meio que... Eu não fui a favor, mas continuei numa posição
e acompanho a minha bancada.
Eu preciso
falar também de um projeto, um PLC, que entrou na Casa ontem, às 22 horas e 45
minutos da noite, porque estávamos batalhando, batalhando, batalhando desde
março, abril, maio, junho.
Ontem chegou na
Casa. Para esticar... Eu vou ser curta e grossa. Curta, por causa do tamanho, e
também grossa, na forma de dizer. Gente, o que vai fazer, na verdade, é uma
equalização. Ninguém vai ganhar mais ou menos, é isso que vai acontecer. Mas,
de certa forma, isso, para um futuro reajuste, pode dar um impacto melhor.
Para essa
faixa, nós temos uma faixa de 100 mil professores que ia ficar abaixo dos 5%,
0,7%, de 0,6% até 0,8 por cento. Com esse acréscimo que dá, então, ele vai ter
impacto nos quinquênios, na sexta parte, no salário base, inclusive. Não chega
àquilo que queremos.
Estendemos,
inclusive, o prazo de conversa para isso. A gente retoma no segundo semestre
para fazer um complemento, que deve passar na LOA, na LDO, com indicativos para
que a gente venha a poder alterar.
Mas uma coisa
ficou legal, porque a gente meio que, nesse debate, conseguiu instaurar que os
6,24% - que é do piso salarial profissional nacional -, esse 1,24% fosse
acrescido.
Não dá um
grande impacto, mas pelo menos você diz que: “Nós estamos conseguindo
sensibilizar que o piso salarial profissional nacional seja respeitado no
estado de São Paulo”. E esse foi o momento de jogarmos essa pecha na mão do
secretário, que, por conseguinte, o governador, ao ver as contas, falou que não
estava errado. Estava certo.
Pela primeira
vez, o governo admite que nós estávamos certos, porque estávamos mesmo. Estão
lá os números. O Dieese, assim, apresentou. E veio para esta Casa ontem, com
muito sacrifício ainda, deputado. Muito sacrifício, líder, muito. Mas veio.
Vamos nos
penalizar até terça-feira. Eu vou pedir desculpas para V. Exas., mas eu
trabalhei bem antes disso. Venho trabalhando, venho mostrando aqui. Mas enfim,
jogou-se para esta última semana, e até terça nós vamos estar aqui.
E dizer, para
terminar, que nós estamos na luta pela escola pública. Nós conseguimos alterar
a atribuição de aulas também. Eu considero um avanço a metodologia de
atribuição de aulas, o que significa uns avanços que a gente pode ir tendo,
ainda que ínfimos.
O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Para concluir, deputada.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Para
concluir, eu agradeço.
Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Seguindo aqui a
lista dos oradores inscritos para falar contra, deputado Eduardo Suplicy.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Uma verificação de
presença.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - É regimental o
pedido de Vossa Excelência. Vou pedir aqui ao nosso deputado, querido Danilo
Campetti, nosso agente federal, e o deputado Major Mecca.
Por favor, se o senhor puder nos ajudar
aqui, nos auxiliar. Sei que o senhor é um soldado, um comandante, para nos
auxiliar aqui na verificação de presença. Coronel Mecca.
* * *
- Verificação de presença.
* * *
O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Constatado
quórum, quero chamar, para seguir ao plenário, para fazer uso da palavra, o
deputado Eduardo Suplicy, para discutir contra.
Tem o deputado
Eduardo Suplicy o tempo regimental.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente deputado Alex Madureira, prezados
Srs. Deputados e Sras. Deputadas, cumprimentando o presidente Alex Madureira e
todos os demais deputados.
Gostaria de
trazer ao debate o Projeto de lei nº 482, de 2025, que institui o “Programa
Estadual de Superação da Pobreza”. Algumas considerações que já abordei na
audiência pública realizada no último dia 4, e nos congressos de comissões, mas
que ainda considero fundamentais para que possamos avançar nesta discussão.
Reitero a importância de discutir o tema da pobreza e os caminhos para
superá-la.
Como defensor
da renda básica de cidadania universal e incondicional, acredito firmemente na
importância de políticas públicas que garantam condições mínimas de
sobrevivência a todos os cidadãos, principalmente aquelas que envolvem a
transferência de renda.
Para que esse
debate tenha consequência prática, é necessário reconhecer uma distinção. No
texto do projeto de lei não está o conteúdo divulgado pelo Governo do Estado
como programa “SuperAção”.
O projeto em
análise nesta Casa não apresenta diretrizes claras, não define princípios,
metas ou objetivos, tampouco assegura benefícios concretos. O dispositivo que
trata da transferência de renda afirma apenas que o programa poderá contemplar
benefícios financeiros.
Ou seja, nem
mesmo garante a existência de tais repasses. Não há referência ao SUAS, nem
definição de público prioritário, critérios de acesso, estrutura de governança
ou fontes de financiamento.
É necessário
dizer, com objetividade, que o programa divulgado não consta no projeto de lei.
Está apenas no site do governo e em propagandas do governador. Cabe a esta Casa
legislativa assumir a responsabilidade que lhe compete. Não podemos aprovar um
texto legal genérico, que não assegura direitos nem estrutura uma política pública
perene.
A lei deve
fixar obrigações ao Estado e garantir proteção à população. O projeto, tal como
apresentado, representa uma autorização vaga ao Executivo para decidir
posteriormente se implementa ou não o que vem sendo anunciado.
Dada essa importância,
reconheço também que é fundamental que programas dessa natureza sejam
elaborados em diálogo com a sociedade civil, com os futuros beneficiários e com
especialistas do tema.
De forma a
construir arranjos que levem em conta a complexidade dos SUAS (Sistema Único de
Assistência Social), as outras políticas já existentes, e possíveis falhas de
implementação. Infelizmente, vemos que a construção do programa “SuperAção” tem
sido pouco participativa.
A única
audiência pública que se realizou sobre o tema não foi capaz de esgotá-lo. Por
isso, volto a repetir que seria importante que pudéssemos nos debruçar com
maior profundidade e em maior tempo sobre o PL apresentado. Na segunda-feira,
dia 16, estive com a secretária de Desenvolvimento Social, Andrezza Rosalém,
para dialogar sobre essas questões.
Entreguei
pessoalmente o substitutivo apresentado pela Federação PT/PV/PCdoB, elaborado
com apoio técnico da professora Aldaíza Sposati, e defendi a necessidade de um
texto consistente que institua efetivamente uma política de Estado.
A secretária se
comprometeu a analisar a proposta e dialogar com a liderança do Governo na
Assembleia Legislativa. Infelizmente, ainda não tivemos notícia alguma acerca
de novos acordos do governo para a aprimoração do novo programa.
Além das
lacunas do texto legal, é necessário avaliar criticamente o conteúdo do
programa conforme apresentado nos canais oficiais do governo. Um ponto
preocupante diz respeito à abrangência limitada do programa.
Dados oficiais
do Cadastro Único indicam que mais de 3,7 milhões de famílias vivem com até
meio salário mínimo per capita no estado de São Paulo. No entanto, até o
momento, a “SuperAção” prevê alcançar apenas 105 mil famílias, o que representa
menos de três por cento desse total. Sabemos que é uma fase inicial, mas ao
criar uma política por meio de lei, é essencial prever mecanismos de ampliação.
Também preocupa
a lógica condicional da proposta. O acesso aos benefícios está vinculado à
realização de cursos e à inserção no mercado de trabalho formal, como se a
superação da pobreza dependesse apenas do emprego formal.
Isso ignora
realidades concretas, como a falta de creches, a precariedade do transporte, o
trabalho de cuidado não remunerado, a deficiência e a discriminação. A
vinculação entre renda e desempenho individual desconsidera a função da
assistência social como política de proteção incondicional.
Gostaria de
relembrar que dados do “Bolsa Família” mostram que mais de 65% dos contemplados
possuem outras fontes de renda e que o benefício, longe de desestimular o
trabalho, é um instrumento que amplia a autonomia das famílias.
Aliás, de
acordo com o próprio site do governo, o auxílio de R$ 150,00 por integrante da
família será concedido por apenas seis meses, podendo ser prorrogado por igual
período, ou seja, por um ano no máximo.
Já os auxílios
financeiros mais robustos são destinados exclusivamente àqueles que ingressarem
na chamada trilha de superação vinculada à realização de cursos
profissionalizantes e à inserção em empregos formais.
Diante dessa
estruturação de benefícios, a lógica criada não leva em conta uma parcela
significativa da população que, por inúmeros motivos, não consegue trabalhar
nos moldes exigidos. Gostaria aqui de fazer a ressalva já aventada pela
professora Bruna Carnelossi com respeito ao modo de funcionamento do SUAS.
A política
pública da Assistência Social é fundada no princípio da proteção social não
contributiva, o que a diferencia de outras iniciativas, como o
seguro-desemprego, por exemplo. Nesse caso, vincular o acesso a direitos de
inclusão produtiva e a geração de renda é prejudicial à lógica de dar apoio
justo às parcelas sociais que mais precisam.
Além disso, a
limitação temporal na concessão dos benefícios esquece que a pobreza é
multidimensional, estrutural e intergeracional, envolvendo incontáveis
desigualdades e limitações de acesso. Pressupor que todos os beneficiários irão
conseguir superá-la em um prazo pré-estabelecido é ingênuo e não dará conta da
realidade da implementação da política pública.
Outros aspectos
deste programa também chamam a atenção. Um deles é o fato de que já existem
vários programas estaduais de benefício financeiro vinculados à inclusão
produtiva. É o caso do “Ação Jovem”, do “Via Rápida”, do “Prospera Família”, do
“Bolsa Empreendedor”, do “Novotec Expresso”, sobre os quais pouco sabemos e
cujos impactos pouco vemos.
Nem mesmo após
o discurso da secretária de Desenvolvimento Social, Andressa Rosalin, na
audiência pública, pudemos compreender qual será o destino desses programas, ou
diferencial, do “SuperAção” em relação aos demais.
Outro ponto
preocupante diz respeito à priorização de municípios com maior PIB para
implementação inicial. Isso contraria o princípio da equidade. Municípios mais
pobres, com maior vulnerabilidade social, menor arrecadação, deveriam ser os
primeiros a serem atendidos. A priorização dos municípios mais ricos reforça
desigualdades e compromete o alcance redistributivo da política.
Diante desses
apontamentos, considero que diversas modificações no projeto poderiam ser
realizadas a fim de melhorá-lo, principalmente levando em conta documentos como
o relatório final do grupo de trabalho que estudou a Renda Básica no Conselho
de Desenvolvimento Econômico Social e Sustentável ao longo de 2024.
Esse relatório
que estuda a gradual transição do programa “Bolsa Família” em direção à Renda
Básica de Cidadania Incondicional e Universal, nos termos das Leis Federais
14.601, de 2023, e 10.835, de 2004, é um reconhecimento formal do Estado
Brasileiro de que o recebimento de uma renda suficiente para viver uma vida
digna e livre deve ser entendido como um direito e não como um prêmio
condicionado ao desempenho no mercado de trabalho.
Por isso,
entendo que seria importante a discussão de um novo arranjo do programa
“SuperAção” que estivesse alinhado a essa perspectiva. O estudo de impacto
orçamentário, apresentado pelo Executivo à Assembleia Legislativa, prevê um
investimento de 500 milhões de reais em 2025 para a execução do programa
“SuperAção” São Paulo, valor correspondente a seis meses de operação, o que,
segundo notícia da “Folha” de hoje, está muito abaixo dos 831 milhões de reais
previstos e não executados pelas sedes desde 2023.
Ao analisarmos
mais atentamente a distribuição desse recurso, fica evidente que o desenho
atual do programa subutiliza seu potencial de alcance social. Se esses mesmos
500 milhões de reais fossem divididos igualmente entre as 105 mil famílias
previstas no programa ao longo de seis meses, cada uma poderia receber cerca de
R$ 793,65 por mês, mais de cinco vezes o valor atualmente proposto de 150 mil
reais mensais por pessoa.
Por outro lado,
se o programa quisesse manter o valor de 150 reais mensais por pessoa, poderia
atingir cerca de 554 mil pessoas com o mesmo orçamento, ou seja, muito mais do
que o público estimado originalmente.
Melhor ainda,
se usássemos a linha de pobreza definida pelo Banco Mundial de 637 reais
mensais e também o valor do benefício proposto pelo relatório do grupo de
trabalho do Conselhão com os 500 milhões de reais, seria possível financiar uma
Renda Básica Incondicional até o fim do ano para mais de 130 mil pessoas,
retirando-as efetivamente da situação de pobreza econômica.
Essa proposta,
embora ainda tímida diante da meta condicional de universalidade, representaria
um avanço significativo do sistema de desenvolvimento social do Estado,
atendendo muito mais paulistas com valores expressivamente maiores do que o
previsto no programa “SuperAção”.
Permita-me
elencar brevemente algumas das principais vantagens da Renda Básica de
Cidadania: elimina qualquer burocracia em ter que se comprovar a situação
financeira de cada pessoa; extingue qualquer estigma associado ao recebimento
de benefícios financeiros; impede a armadilha do desemprego, que aumenta o
poder de barganha do trabalhador; assegura o direito de todas as pessoas de
participar da riqueza comum da nação.
A maior
vantagem é que, do ponto de vista da liberdade, da dignidade humana, de que nos
fala o Prêmio Nobel de Economia, Amartya Sen, ele argumenta que o
desenvolvimento, se for para valer, deve significar um maior grau de liberdade
para todos.
Gostaria de dar
uma sugestão ao PL. O governo estadual deveria utilizar a estrutura já
existente do “Bolsa Família” e do Cadastro Único, evitando custos com novos
cartões e operadores financeiros e outras despesas administrativas.
Essa medida
garantiria maior agilidade, segurança e eficiência na execução do programa.
Assim, ao investir recursos diretamente na população com menor custo
operacional, o Estado alcança o maior impacto social possível, de forma
eficiente e justa.
Diante de tudo
isso, reitero o pedido para que a votação desse projeto seja adiada. Não se
trata de oposição por obstrução, mas de responsabilidade com o conteúdo da lei.
O tema exige um texto consistente, duradouro e eficaz.
A “SuperAção da
Pobreza” no estado de São Paulo não pode depender de decretos e discursos,
precisa estar garantida por uma lei que esteja à altura do desafio. Defendo,
portanto, que seja aprovado o substitutivo apresentado pela Federação
PT/PV/PCdoB, pois se trata de uma construção de um novo modelo de enfrentamento
à pobreza, fundado em princípios constitucionais, evidências técnicas e
compromissos históricos com os direitos sociais.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Muito
obrigado, deputado Eduardo Suplicy. Para discutir a favor, a deputada Paula da
Bancada Feminista.
Quero aproveitar aqui a oportunidade
para cumprimentar os vereadores de Américo Brasiliense: Maicon Rios, que, além
de vereador, é presidente da Câmara Municipal; e também a vereadora Rogelma
Mascarenhas, ambos de Américo Brasiliense. (Palmas.)
Sejam bem-vindos à Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Sejam
bem-vindos.
A SRA. PAULA DA
BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde. Boa tarde, Sr.
Presidente, boa tarde nobres colegas deputados, pessoas que nos acompanham na
galeria, funcionários desta Casa e também quem nos acompanha pela Rede Alesp.
Sr. Presidente,
eu queria, antes de começar a minha fala, pedir um minuto de silêncio pela
jovem Juliana Marins, uma brasileira de 26 anos de Niterói que foi,
infelizmente, encontrada depois de quatro dias, sem vida, de busca, na
Indonésia, em um vulcão.
Ela fazia uma
trilha. Eu quero pedir um minuto de silêncio com os desejos, meu desejo de que
as mulheres, todas, tenham sempre a coragem, a liberdade, a ousadia de viver e
perseguir os seus sonhos, como Juliana teve. Juliana, presente. Peço, por
favor, um minuto de silêncio.
O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Gostaria de pedir a manutenção do
tempo da deputada Paula. Que nós possamos prestar um minuto de silêncio, em
favor ao pedido da deputada.
* * *
- É feito um
minuto de silêncio.
* * *
O SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Respeitado um minuto de silêncio,
devolvo a palavra à deputada Paula da Bancada Feminista.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Muito obrigada, Sr. Presidente.
Depois de dias
intensos de debate no congresso de comissões, nós subimos hoje à tribuna, no
plenário, para iniciar a discussão e provavelmente votar o projeto “SuperAção”,
esse dito projeto “SuperAção da Pobreza”, implementado pelo Governo do Estado
de São Paulo e que hoje é discutido pelos deputados desta Casa.
Assim como
disse, apresentei no voto em separado da bancada do PSOL no congresso de
comissões, como membro da Comissão de Direitos Humanos, eu reitero aqui o
desejo de que, na verdade, nós estivéssemos debatendo esse projeto em outros
termos.
Digo em outros
termos porque é muito importante que se debatam projetos de transferência de
renda, que se debatam projetos de “SuperAção da Pobreza”, como nomeia o Governo
do Estado de São Paulo, que se debatam projetos que diminuam a desigualdade
social e, por que não, a desigualdade racial, a desigualdade de gênero, que são
existentes, que existem aqui no nosso Estado?
Entretanto,
infelizmente, não é isso que nós debatemos hoje aqui. Infelizmente, o que nós
debatemos é um projeto extremamente raso, um projeto bastante curto e um
projeto que não traz as diretrizes reais de debate, de discussão sobre o que
vai ser ou o que o governador pretende que seja esse projeto “SuperAção”.
E eu vou dizer
que isso muito me entristece. Porque como já disse anteriormente, e repito, eu
gostaria muito de discutir aqui, inclusive com o governador, inclusive com a
base do Governo aqui nessa casa, soluções reais para a superação da
desigualdade social no estado de São Paulo.
E não um
projeto raso, com poucos artigos, que não traz de fato quais são as diretrizes
desse programa. Tudo o que nós sabemos sobre o programa, nós sabemos porque o
governador disse em entrevistas, porque o governador disse à imprensa,
inclusive provavelmente mandou um release à imprensa antes mesmo de o projeto
ser apresentado, porque eu fui procurada pela imprensa para debater esse
projeto muito antes da chegada dele aqui nesta Casa Legislativa, do protocolo
nesta Casa Legislativa.
Então, na
verdade, isso só reforça o argumento, que a oposição tem trazido aqui, de que
esse é um projeto essencialmente marqueteiro. E desigualdade social não se
combate com marketing, desigualdade social se debate com seriedade política.
Se combate
ouvindo especialistas na área, ouvindo assistentes sociais do estado de São
Paulo, ouvindo movimentos sociais que lidam todos os dias com essa desigualdade
profunda de direitos, de moradia, de trabalho, de emprego, de lazer, de cultura
e tantas outras formas de desigualdade, de diferenças que existem no nosso
Estado.
Mas
infelizmente não foi nada disso que o governador fez. O que o governador fez
foi se ater a trazer para a Assembleia Legislativa um projeto muito curto,
muito simples e muito raso, que na verdade debate com a Assembleia Legislativa
o que é o essencial para que o projeto seja aprovado ou não nesta Casa.
E é por isso
que nós temos tanto receio de chancelar esse projeto. É por isso que nós temos
tanto receio. A despeito de sermos favoráveis a qualquer programa de
transferência de renda, a qualquer forma de tentativa de superação da pobreza,
nós nos preocupamos muito em entregar uma carta branca, um cheque em branco ao
governador para que, por meio de decreto, ele estabeleça o que quer ou não
fazer com esse programa.
E o que ele diz
sobre o programa, nós também temos uma série de críticas. Críticas que, eu
repito, não estão no projeto, porque o projeto infelizmente é bem pouco
transparente. E é por isso, inclusive, que a oposição, seja a bancada do PT, do
PCdoB, do PV, seja a bancada do PSOL, da Rede, apresentou emendas a esse
projeto; emendas de plenário, inclusive.
Duas emendas de
plenário, que nós lutamos no congresso de comissões para que fossem aprovadas,
e foram rejeitadas integralmente pelo Governo do Estado. Emendas que dizem
respeito à transparência, emendas que dizem respeito à criação de um comitê
gestor desse programa, que tenha uma composição paritária e igualitária entre
governo e entre movimentos sociais e famílias atendidas pelo programa.
Da mesma forma,
nós queríamos, desde já, agora, no projeto de lei, no texto da lei, algo que é
concreto, algo que é duro, que é mais difícil de ser mutável do que é um
decreto. Nós queríamos estabelecer prioridades no atendimento a esse programa.
Porque é verdade - e isso nós já sabemos - que o programa não tem orçamento
necessário para acabar com a pobreza no estado de São Paulo.
Na verdade,
parlamentares da oposição, inclusive o deputado Paulo Fiorilo aqui, já
demonstraram que o orçamento destinado para esse programa é inferior ao recurso
que foi retirado pelo Tarcísio da Assistência Social. Se houvesse de fato uma
preocupação, por parte do governador, de acabar com a pobreza no estado de São
Paulo, ele investiria, como deveria investir, com seriedade, na Assistência Social,
nos programas de Assistência Social existentes, no SUAS, no CRAS, no CREAS e
tantos outros equipamentos que são responsáveis por lidar com a Assistência
Social no estado de São Paulo. Mas não o faz.
Por outro lado,
cria um projeto que, repito, é um projeto marqueteiro, é um projeto simples
demais da forma como foi apresentado para esta Casa. É um projeto pouco
transparente e que não dedica o valor que deveria, o cuidado que deveria para o
combate à desigualdade social no estado de São Paulo.
Portanto, é
importante que se diga que uma das emendas apresentadas pelas bancadas, por
parlamentares de oposição aqui nesta Casa, foi para que existissem critérios de
determinação de prioridade nesse projeto.
Critérios como,
por exemplo, mãe solo, critérios como, por exemplo, pessoas em situação de rua,
critérios como, por exemplo, pessoas com deficiência, mas esses critérios não
foram estabelecidos e não foram acatados pelo governador.
E muito me
preocupa essa forma de governar. Muito me preocupa o menosprezo que o
governador do estado de São Paulo tem com o Parlamento do estado de São Paulo.
Porque, ora, o
nosso papel é simplesmente chancelar os projetos do governador do jeito que
eles chegam aqui? Não se pode ter críticas, não se pode ter sugestões, não se
pode ter formas de melhorar projetos que são enviados pelo governador do estado
de São Paulo para esta Casa?
Desculpem-me
senhores, desculpem-me V. Exas., mas não foi para isso que eu fui eleita, não
foi para isso que nós fomos eleitos. Nós não fomos eleitos para chancelar,
canetar, para avalizar qualquer projeto que é enviado pelo governador para esta
Casa. Nós temos sim o direito de debater os projetos, de apresentar emendas, de
melhorar os projetos, de exigir transparência na forma como a lei será
aplicada.
E é por isso
que nós lutamos pela aplicação das emendas. É por isso que nós lutamos pela
aprovação das emendas. Porque nós queremos sim que o estado de São Paulo
combata as desigualdades sociais, mas nós sabemos que, infelizmente, não será
da forma como esse projeto pretende que seja.
E aí, eu quero
debater um pouco do que não está escrito no projeto, mas que o governador tem
dito por aí na imprensa. E dizer, como já disse no congresso de comissões, que
muito me preocupa a forma como o governador do estado de São Paulo enxerga a
saída para a superação da pobreza no nosso Estado.
Em primeiro
lugar, porque eu realmente não acho que o governador descobriu dois anos depois
do início do seu mandato que existe desigualdade social no estado de São Paulo,
não é mesmo?
Na verdade,
talvez ele tenha descoberto, porque a gente sabe que o governador quer governar
para a Faria Lima. O governador não quer governar para os de baixo. O
governador não quer governar para quem é pobre.
O governador
não quer governar com o pé no barro, com o pé no chão. Porque se quisesse, aí
sim, saberia que, na verdade, a desigualdade social existe há muito tempo no
estado de São Paulo e que por isso precisa de soluções sérias para que sejam
combatidas.
E por soluções
sérias, eu não falo um projeto marqueteiro que simplesmente transfere para uma
solução absolutamente individual o combate à pobreza ou a superação da pobreza.
Veja só,
governador, as pessoas não são pobres, desempregadas, não exercem um ofício,
não conseguem não colocar dinheiro na mesa da sua família, comida na mesa da
sua família porque elas não querem, porque elas não têm uma jornada individual,
compatível com a existência da desigualdade e a inexistência de postos de emprego.
Elas vivem essa
realidade porque, infelizmente, não existe emprego de qualidade, postos de
trabalho de qualidade, com salário digno, com direitos para todas as pessoas.
Inclusive, nas
entrevistas, o senhor tanto se vangloria da existência do empreendedorismo no
estado de São Paulo, inclusive, estabelece prêmio para que as pessoas
desenvolvam atividades de empreendedorismo.
E eu vou dizer
para o senhor o que é o empreendedorismo para a mãe negra de família, para a
mãe solo que tem que se virar pra colocar comida dentro de casa, quando na
verdade não existe emprego que garanta a ela o direito de trabalhar e cuidar
dos seus filhos e participar de reuniões escolares, levar o filho no médico sem
que seja demitida. Não existe emprego desse jeito.
Na verdade, não
existe emprego que seja compatível com o horário da creche, que é a entrada às
7 horas da manhã e saída às 16 horas. Quem é a mãe solo que consegue deixar o
seu filho na creche e consegue ir trabalhar e voltar a tempo para casa de pegar
o seu filho?
Isso não existe
na nossa cidade. Isso não existe no nosso estado em que, na verdade, muitas de
nós, muitas de nós sequer temos acesso pleno à creche, porque em muitas cidades
por aí no interior do estado de São Paulo as crianças só podem entrar na creche
com dois, três anos.
Então o senhor
sabe o que é o empreendedorismo que o senhor tanto vangloria? É uma forma de se
virar, é o que a gente costuma chamar de sevirologia. Essa é a ciência do nosso
povo, essa é a ciência da mulher preta trabalhadora do estado de São Paulo que
usa o empreendedorismo como uma forma de se manter, de colocar comida dentro de
casa.
É por isso que
a gente sai na rua para vender brigadeiro, bolo de pote, artesanato, crochê,
tantas outras formas de venda e de empreendedorismo, não porque nós temos o
sonho de empreender, é porque é o que nos resta.
Então, Sr.
Governador, eu venho aqui deixar uma sugestão para V. Exa. - V. Exa. que, como
eu já disse, é muito mais o governador da Faria Lima do que o governador do pé
no barro, do que o governador do pé no chão. Vossa Excelência que tem tanta
entrada no empresariado, por que não pleiteia a criação de mais postos de
emprego no estado de São Paulo?
Por que não
cria condições para que o desemprego diminua no estado de São Paulo? Não como
uma aposta em uma jornada individual com coach de pessoas para que elas,
sozinhas, descubram como vão conseguir empregos e sejam premiadas por isso, que
é o que o seu programa prevê.
Por que V. Exa.
não luta pela ampliação de postos de trabalho com qualidade, com direitos para
todas as pessoas no nosso Estado, especialmente para nós mães; especialmente
para mães solo; especialmente para pessoas que têm tanta dificuldade de se
colocar no mercado de trabalho, que ainda é um mercado de trabalho extremamente
desigual e extremamente arredio; especialmente as mulheres e as mulheres que
tem filhos.
Então hoje a
gente vem aqui dizer que esse projeto, infelizmente, é um projeto bem pouco
transparente, que traz o mínimo para esta Casa Legislativa, que menospreza a
Assembleia Legislativa, porque não se propõe a debater com 94 deputados eleitos
pelo estado de São Paulo. Quais são as diretrizes reais de um programa que se
diz querer superar a pobreza, mas que, na verdade, é essencialmente um programa
de marketing político?
Obrigada, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX DE MADUREIRA - PL - Para discutir
contra, deputado Paulo Fiorilo. Para discutir contra.
O SR. PAULO FIORILO - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados,
Sras. Deputadas, público que nos acompanha, TV Alesp e assessorias. Só para que
o presidente não tenha dúvida, eu me inscrevi para falar contra, vou votar
contra o projeto e quero dizer aqui o porquê.
Primeiro acho
que era importante a gente deixar claro qual é a posição desse governador,
governador que está deixando de ser governador para querer disputar a
Presidência da República, e eu vou dizer por que eu tenho certeza disso.
Eu tive a
oportunidade de conversar com um secretário - que eu não vou declinar o nome
dele aqui -, e ele me disse o seguinte, há um mês e meio atrás: “Nós vamos
ganhar a Presidência da República e vamos acabar com todos os programas sociais
que existem na Presidência da República”.
Falei: “bom,
ganha a eleição primeiro, daí você faz o que você quiser”. Bom, passados dois
meses, o governador apresenta um projeto pífio para bater bumbo, para dizer que está apresentando uma proposta de
superação.
Eu quero dizer
aqui que eu não estou entendendo mais nada, esse governo não é um governo que
está preocupado com os pobres, esse governo entregou o estado, está entregando
o resto do Estado, ou alguém tem dúvida?
Vamos nos
lembrar aqui da Sabesp, que foi uma guerra aqui. Aliás, o deputado Xerife do
Consumidor era o líder do governo e entregaram a empresa mais importante do
Estado, entregaram.
Sabe quem
fiscaliza a Sabesp? É a Arsesp. Sabe quantos funcionários eles têm para
fiscalizar? Poucos. Aliás, o que tem de reclamação de tarifa, da falta de
diálogo, da forma como eles estão parcelando as dívidas. Bom, ninguém está
muito preocupado com isso, não é? Porque
são os pobres aqueles que mais precisam e que estão sofrendo.
E esse
governador que virou a chave, que agora vai ser candidato a presidente da
República em vez de governar o estado, começa a fazer vídeo de brincadeirinha.
Aliás, eu vi um de mau gosto.
Primeiro
aparece o presidente dos Estados Unidos, o Trump. Aliás, era bom a gente
lembrar aqui o Trump, que agora taxou vários produtos, o que inclusive impacta
no estado de São Paulo. Não só no estado de São Paulo, no País e em outros
países.
E aí ele faz um
videozinho colocando o Trump como se fosse a referência dele para o que há de
melhor de governo. Não, eu não posso acreditar, não posso. E aí é o Trump com
um grande, sei lá, avatar atrás. Depois ele coloca os outros presidentes que
ele admira, como, por exemplo, o de Israel, e assim por diante.
Eu me pergunto:
governador, o senhor está preocupado com o estado, de verdade? O senhor está
preocupado em administrar, em gerir este Estado? Porque assim, o senhor entrega
as casas que têm recursos do governo federal e nem cita. A gente poderia se
lembrar de Marília aqui. Tem vários deputados que acompanham o governador. Hoje
mesmo, alguns estavam lá em São José do Rio Preto. Tem alguns que nem chegaram
ainda, estão na estrada.
Porque assim,
agora virou uma coisa de acompanhar o governador. Não tivemos sessão aqui na
semana retrasada porque o pessoal estava em Pontal do Paranapanema.
Impressionante, não é? E vão lá para bater palmas para projetos... Porque, por
enquanto, parar em pé não estou vendo nenhum.
Assim, tirando
os recursos do governo federal, que está aportando aqui no estado para casa
popular, para túnel... Aliás, o Túnel Santos-Guarujá ainda vai ter aditivo,
estão mudando. É esse governo, o governo que, assim, faz de tudo.
Eu propus ao
deputado Campetti, que não está aqui agora... Opa, desculpa, desculpa, eu peço
desculpas porque eu tinha visto só o deputado que está presidindo, o Alex
Madureira, e não tinha visto o senhor.
Mas nós ficamos
de fazer uma visita no Rodoanel. Rodoanel que é um projeto já antigo. Agora o
governo vai tentar terminar esse projeto. Nós vamos lá fazer a visita, até
porque, possivelmente, deve ser a grande obra do governador, porque não vai ter
muitas outras. As outras em 2026, 2027, 2028, 2030. Mas obra, que é bom, não.
Bom, eu queria
pedir para o pessoal colocar aqui o meu material, até para ajudar nesse debate.
Eu sei que a base do governo já está enquadrada. Eu vou falar aqui, mas não vai
mudar muito. Mas é importante, porque nós precisamos lembrar que o governador,
em 2024, não está nesse slide, lançou um programa.
Aqui todo mundo
conhece o programa que o governador lançou. Chama: “Programa Superação da
Vulnerabilidade Social”. Repare que nem criatividade esse governo tem para criar
um outro nome. Copiou o de 2024.
“Programa da
Secretaria de Desenvolvimento Social e da Secretaria de Desenvolvimento
Econômico”, portanto também multissetorial. “Destinado ao combate à pobreza e
vulnerabilidade social”, prova de que esse governo não está preocupado com os
pobres. Olha só o que aconteceu. Estavam orçados 31 milhões. A execução, no
final de 2024: 6,7 milhões; 21% do que ele mesmo formulou.
Desculpa, se o
governo estivesse preocupado com os pobres, em 2004 ele tinha feito esse
projeto funcionar. De novo, está batendo o bumbo de um projeto pífio e que o
que ele propôs não funcionou. E eu não estou entendendo porque que tem muita
gente aqui acreditando que vai funcionar esse.
Aliás, vocês
vão ver aqui que o projeto carece de uma série de informações. Mas vamos lá.
Ainda sobre o projeto do governador. “Secretaria de Assistência Social”. Pode
voltar lá para o pessoal ir lendo, porque aí decora, na prova ninguém vai
esquecer. Ou na hora de votar.
“Assistência
Social”. A partir de 24, com a elaboração e aprovação de um novo plano
plurianual 24-27, o governador Tarcísio definitivamente extinguiu o programa
“Bolsa do Povo”, criado pelo governador Doria. E mais algumas ações que já
existiam antes mesmo do “Bolsa do Povo”, foram continuadas e descentralizadas
em algumas secretarias.
A exemplo, por
exemplo, do apoio habitacional, “Auxílio Moradia”, “Bolsa Talento Esportivo”,
“VIVALEITE”, mas sem o cumprimento das metas. Esse é o governador Tarcísio.
Vamos voltar
para a primeira lá. Bom, o governador foi para a mídia - como disse aqui a
deputada Paula - e distribuiu o “release” dizendo o seguinte: "Vamos
superar a pobreza, incluir famílias no mercado de trabalho, ampliar a
assistência social”. É bom a gente registrar.
E aí o projeto
e as promessas se esvaem. Não é uma transferência de renda, não diz como vai
selecionar os municípios e beneficiários, não tem diagnóstico sobre quem serão
os atendidos, não tem metas de aumento de renda ou emprego. Que projeto é esse?
Aqui, a
deputada Thainara trouxe o texto da lei: sete artigos. Cinco tratam do projeto,
dois não têm nada a ver, que é só para regulamentar e tal. Bom, pobreza em São
Paulo é massiva, mas é inviabilizada pelo projeto. A previsão é que cerca de 70
mil famílias receberão cento e cinquenta reais. No total, apenas 105 mil
famílias serão atendidas.
A cobertura do
programa é pífia, se a gente considerar que tem 2,4 milhões no CadÚnico, ou
aqueles que estão precisando de ajuda do Governo do Estado. O governador propõe
um projeto, bate bumbo, mas não vai atender as pessoas que precisam. Então, nós
vamos fazer o quê? Marketing político, para usar possivelmente na eleição.
O deputado Olim
com certeza vai passar na prova e não vai aprovar o projeto. Bom, vamos lá,
próxima tela. A assistência social do Estado está sucateada. Faltam classes,
faltam técnicos, faltam condições de trabalho social. Esse governo acabou com a
secretaria.
Se a gente
olhar o que foi a execução da secretaria, eu vou mostrar em seguida, vocês vão
perceber: o que o governador se preocupa, na realidade, não é com a assistência
social, não é com os pobres. Demora de meses para atendimento em São Paulo. A
secretaria tem menos da metade dos cargos técnicos ocupados. Carreira nova
aprovada sem previsão de quando haverá concurso.
O projeto não
define quem serão os agentes de “SuperAção”. Contratados por ONGs, sem
definição de vínculo ou jornada, sem garantia de trabalho digno, sem integração
clara com o CRAS. Próxima. Bom, vamos lá. O desenvolvimento social nunca foi
prioridade do Tarcísio. Está na cara.
Sob o Tarcísio,
o orçamento da área despencou: de 1,6 bi gasto em 2022 contra 1,02 bi, em 2023.
Menos 36 por cento. Bom, alguém pode acreditar que o Governo do Estado está
preocupado com os pobres? Se a Secretaria da Assistência Social vai reduzindo o
orçamento, se o governo não gasta, se acaba com programas?
Estamos falando
do quê? Estamos enganando quem? O eleitor? Só se for. Bom, vamos lá. O
governador cortou recursos para os mais pobres. Em 2023, executou apenas 19%
dos 2 bilhões de reais disponíveis para o “Bolsa do Povo”.
Vou repetir: em
2023, o governo executou apenas 19% dos 2 bilhões de reais disponíveis para o
“Bolsa do Povo”, o principal programa de superação de vulnerabilidade social do
estado. 19 por cento.
Em 2024,
extinguiu as principais ações do programa e destinou apenas 31 milhões de reais
para a superação da pobreza. Mas gastou 6 milhões de reais. 21 por cento.
Desculpa,
contra números, contra números não tem contestação. Não tem. Vocês podem aqui
pintar o governador como ele está fazendo nas suas redes. Aliás, cada dia ele
tem um videozinho impressionante, porque acho que ele está querendo dialogar
fora da bolha.
Mas contra
números, não tem argumentos. Não tem. Não tem. Aliás, pode trazer a secretária aqui
para explicar o que aconteceu com o dinheiro da Assistência. Acho que nem ela
vai conseguir.
Bom, vamos lá
para o próximo slide. Está impressionado, não é? Eu sei que o senhor está
impressionado. Eu queria só trazer aqui alguns dados do governo federal com
relação aos programas sociais.
Só em 2025, o
governo já transferiu para os paulistas: 8,08 bilhões de reais em “Bolsa
Família”; 4,61 bilhões de reais em Benefícios de Prestação Continuada; 105,7
milhões de reais em “Auxílio-Gás”; 3,46 bilhões de reais em Seguro Desemprego;
35,25 bilhões de reais em benefícios previdenciários; 58 milhões de reais com o
programa “Pé-de-Meia”. O meu último slide. O que o Tarcísio propõe? Baixa
cobertura, sem transferência de renda, infraestrutura precária, agentes desvalorizados.
Não enfrenta a
situação real de pobreza no Estado. O que São Paulo precisa? Renda básica
estadual. Aliás, temos aqui o deputado Eduardo Matarazzo Suplicy, que dialogou
com a secretária, que propôs mudar o programa, tentar ver se era possível o
pessoal entender a importância de um programa de fato que pudesse atender os
pobres - como tem debatido ao longo da sua carreira como senador, vereador e
deputado.
Mas não conseguiu convencer o governo de que está errado esse programa. Ampliação da rede socioassistencial, investimento em CRAS e pessoal, critérios claros, transparentes, no texto da lei sobre quem será beneficiado, e o monitoramento por dados e metas reais.
Esse é o programa do governador Tarcísio. Esse é o programa que o governador pede urgência, quer votar logo, para bater bumbo. Pra dizer: “não, nós temos o maior programa de superação da pobreza”.
O maior programa, será que era o de 2024, que não conseguiu investir e aplicar? Será que vai ser esse? Para fazer campanha eleitoral? Porque é com isso que o governador está preocupado.
Então, nós precisamos aqui fazer um debate sério. Não precisava ter urgência, nós podíamos continuar discutindo e votar o semestre que vem. Até porque os projetos que esse governador tem mandado aqui com urgência, eu não sei a vida de quem está mudando.
Aliás, a gente tinha que olhar de perto, com lupa. Cada dia aparece uma novidade. Agora tem aí as imobiliárias. A gente podia dar uma olhada, ver quem é que tem relações.
Agora, se a gente tá interessado, de fato, em discutir e acertar a vida do povo, o que eu queria sugerir aqui aos deputados da base governista, que são sempre enquadrados, mesmo quando não recebem as emendas.
Deputado Luiz Claudio Marcolino, que acompanha o Orçamento, sempre uma gritaria. Agora, a gritaria é tamanha que o governador, ele, quando vai anunciar verba para os municípios, anuncia as nossas emendas.
E eu queria, inclusive, perguntar para a oposição aqui, e eu já vou dizer minha resposta, se alguém foi convidado para ir no Palácio dizer que aquelas emendas eram nossas. Nossas. O governador fez embaixada com o chapéu dos deputados. Me falaram: “Não, lá ele falou, é dos deputados”. Você faz um baita evento no Palácio, e não chama quem tem o direito para entregar as emendas? Desculpa.
Eu não sei se o deputado Dr. Jorge foi convidado, a Ediane foi convidada, Luiz Claudio, Suplicy, Ana Perugini, Márcia Lia. Eu não fui, não fui. Aliás, por acaso, eu estava tomando um café lá no quiosque do Palácio, encontrei vários parlamentares, todos da situação, para anunciar as nossas emendas.
Então, assim, eu queria terminar dizendo o seguinte. Esse governo é um governo, infelizmente, que se preocupa agora com o processo eleitoral, o que é uma pena para a cidade e para o Estado, e não está preocupado com os pobres. Está demonstrado aqui.
Por isso eu quero deixar claro, meu voto “não” a esse projeto, o projeto é eleitoreiro. Sem o fortalecimento da Secretaria de Assistência Social, sem ampliação orçamentária adequada e clareza nas diretrizes, que não constam nesse projeto de lei, o programa não passa de uma ação de marketing do governo.
Por isso, Srs. Deputados, deputados, eu queria sugerir aqui àqueles que têm a autonomia, a independência, que não receberam as suas emendas, que proponham que não se vote nesse semestre, que a gente possa continuar esse debate em agosto e aprofundar com as contribuições do deputado Suplicy, com as contribuições das emendas que foram feitas pelo PSOL, pelo PT, pelo PSB, por todos os partidos que estão preocupados, de fato, com a pobreza, inclusive com os do PL, do MDB, do Podemos, do Cidadania e de todos os outros partidos.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR.
PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Seguindo a ordem dos oradores
inscritos, para falar a favor do projeto,
deputado Paulo Mansur. Tem o deputado Paulo Mansur o tempo regimental.
O SR. PAULO
MANSUR - PL - SEM REVISÃO
DO ORADOR - Uma boa noite,
presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados. Se falou muito em marketing
político aqui do governador Tarcísio, mas o maior marketing político é o Lula,
porque as ações que o Lula faz viram um marketing político para o governador
Tarcísio.
Por exemplo, o Lula foi para
Paris com a comitiva dele, gastou cinco milhões na viagem. Agora o governador
Tarcísio passou uma semana na Noruega para falar sobre o túnel Santos-Guarujá.
Com a comitiva dele, gastou 22 mil reais. Isso é exemplo de dinheiro público.
Quando o Bolsonaro assumiu, em
2019, o “Bolsa Família” era R$ 233,00, e ele foi o único presidente da história
do Brasil a dar 13º no “Bolsa Família”, e foi além. Ele transformou o “Bolsa
Família” em 600 reais. Se ele não tivesse aumentado o “Bolsa Família”, com
certeza o “Bolsa Família” hoje estaria em trezentos reais.
Porque é isso
que o governo Lula faz. Não sabe administrar o Brasil. O Bolsonaro zerou os
impostos da gasolina. As estatais todas deram lucro quando ele estava na
gestão.
Inclusive, ele
pegou o Porto de Santos dando prejuízo de 80 milhões de reais e entregou com
500 milhões de reais de lucro. Mesma coisa nos Correios. Pegou com 2 bi de
prejuízo e entregou com 2 bi de lucro. No governo Lula, agora, deu 4 bilhões em
déficit. É isso que é o pai dos pobres? É isso que é governar para os pobres?
Governar para
os pobres é você dar lucro, enxugar a máquina pública, respeitar o dinheiro
público. Esse projeto é um projeto que fala, no seu DNA, que é a superação da
pobreza, para aquela família realmente superar, poder chegar lá.
Aliás, todos os
projetos do governador Tarcísio são muito bem estudados. Como foi muito bem
estudado, por exemplo, o projeto da privatização da Sabesp. Foi um contrato
altamente bem feito, assim como esse, agora.
Esse projeto da
superação da pobreza não é para dar a esmola, é para ensinar a pescar, é para
dar a vara. É para aquela família que vive com um salário mínimo, que mora
cinco pessoas em uma casa, e aí vai ter um auxílio estadual. Nesse auxílio
estadual vão ser colocadas diretrizes, e saber quem é naquela família que não
está trabalhando.
O que que ela
precisa? Ela precisa de um curso? O Estado vai disponibilizar. Ela precisa de
saúde para ela voltar a trabalhar? O Estado vai estar ali para auxiliar. Ela
precisa de um emprego? O Estado vai estar ali para auxiliar até ela andar com
as pernas dela. E aí esse recurso vai ser retirado. Não é que nem um “Bolsa
Família”.
Ali, quando a
gente fala em Educação, por exemplo, que o Giannazi vive batendo no governador
Tarcísio, foi o governador que mandou as crianças das escolas para irem para
outros países estudarem.
Foi o
governador que disponibilizou 15 mil bolsas para as faculdades de Medicina,
para as pessoas que estão indo bem no colégio. Foi o governador que colocou
metas para os professores, para eles ganharem mais salários, mas com metas.
Foi o
governador Tarcísio que trouxe mais de 320 bilhões de reais, em investimento de
privatização, para esse estado de São Paulo. Foi o governador que fez o trem
Intercidades sair do papel, ligando São Paulo a Campinas e todo o nosso estado
de São Paulo. É o governador que vai fazer a terceira pista da Imigrantes.
É o governador
que privatizou as balsas aqui neste Parlamento. É aquele governador, sim, o
governador Tarcísio, que está fazendo o túnel Santos-Guarujá sair do papel.
E é o
governador que vocês falaram aqui, os deputados do PT, que não é o governador
dos pobres, mas foi o único governador da história desse estado de São Paulo
que eu vi que vai acabar com as palafitas. E aí o Lula quis embalar nesse
projeto.
O governador
Lula falou: “Ó, se vocês colocarem ali no Google, o governador quer acabar com
as palafitas na Baixada Santista”. Aparece lá o Lula querendo fazer um bem
bolado com o Tarcísio.
Porque ele quer
surfar na onda do túnel Santos-Guarujá. Agora ele quer surfar em acabar as
palafitas. Aliás, o governador Tarcísio é uma pessoa de visão, é uma pessoa de
projeto. E sabe como é que ele vai acabar com as palafitas?
É um sonho que
eu sempre tive, na Baixada Santista, que é fazer os apartamentos modulares, que
você faz em três meses. É isso que a gente precisa para acabar com as
palafitas: uma entrega rápida de moradia para a população.
Mas é o
governador Tarcísio que está entregando 200 mil moradias até o final desse ano.
Na regulamentação fundiária dele, entregando terras assinadas para a população.
Esse é o governador que a gente tem no estado de São Paulo. É um governador de
que a gente pode falar aqui, por exemplo: 350 bilhões em privatização.
A “Tabela SUS
Paulista” paga três vezes mais do que o SUS federal. E foi feito pelo
governador Tarcísio. Se ele não tivesse feito isso, os hospitais do estado de
São Paulo não estariam vivos, não estariam nem funcionando.
Então é fácil
debater com o PT. É fácil, Campetti, a gente falar sobre a comparação do
governador Tarcísio com um governador, por exemplo, com o governador que
governa o nosso país, que é o Lula. São 39 ministérios. Eram 22 ministérios que
o Bolsonaro tinha, com uma máquina enxuta.
Agora, como é
que a esquerda sobe a este púlpito para falar alguma coisa em termos de que
quem combate a pobreza são eles, se eles se lambuzam com o nosso dinheiro, se
lambuzam com o dinheiro dos nossos impostos, Campetti?
O SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - O
senhor me permita um aparte, nobre deputado. É exatamente isso. E quando falam
de política eleitoreira, o governo Lula acabou de emitir a Medida Provisória nº
1.300, que estende a tarifa social. O governo Lula quer estender o “vale-gás”
agora para todos do Cadastro Único. Então não se pode falar em política
eleitoreira.
O governador
Tarcísio... Eu sinto, deputado Paulo, que, às vezes, a oposição não está
acostumada com processos estruturados, com programas estruturados. E eu digo: eu
sou o relator desse projeto de lei, que está muito maduro. Está muito maduro
para ser votado. Foi discutido, a secretária esteve aqui, respondeu a todas as
perguntas.
Agora, não dá
para transformar uma lei em algo analítico e colocar tudo lá, porque existem os
decretos, existem as resoluções. Isso foi aprovado aqui nesta Casa, no
congresso de comissões. Inclusive, eu acolhi duas emendas que entraram no
projeto na forma de subemendas, da oposição. Então o caráter democrático da
construção desse programa “SuperAção São Paulo” está totalmente consolidado.
O projeto está
maduro, o projeto é inédito, é inovador. Ele ataca diretamente a questão
principal do combate à pobreza, que é a aferição da eficácia do programa
social, que deve ser pela porta de saída, não pela porta de entrada. Porque, se
você só transferir renda, só transferir renda, você perpetua a condição daquela
pessoa à pobreza e perpetua a condição à informalidade.
Sabe o que
acontece hoje, deputado Paulo? As pessoas vão para a informalidade porque não
querem perder o benefício. Então não se tem emprego formal. Então o que
acontece? As pessoas, para manterem essa condição... Na minha concepção, se
você só transferir renda, você mantém um estado de pobreza remunerada.
É óbvio que o
programa contempla - eu vou defender isso na sustentação depois, no
encaminhamento -, contempla duas trilhas. A trilha de proteção social, que é
para aquelas pessoas que realmente estão em uma condição de maior
vulnerabilidade, e a trilha da superação da pobreza, que faz com que aquelas
pessoas, aquelas famílias vençam as barreiras para que elas possam ser
inseridas no mercado de trabalho novamente. Traz dignidade para essas pessoas,
traz autonomia, emancipa as famílias.
A atuação, por
exemplo, dos agentes de superação. Cada agente vai cuidar de 20 famílias. Vai
ter um acompanhamento, um suporte. E sim, não há transferência de renda, mas há
sim a prestação de auxílios com metas totalmente determinadas, que assim que
superadas... E são auxiliadas.
As famílias são
auxiliadas a alcançar essas metas para se direcionarem, sim, para que tenham
autonomia, para que tenham a porta de saída do programa social. É por isso que
esse programa é inédito e inovador e é sim o maior programa de Assistência
Social do País.
Muito obrigado
pelo aparte, deputado.
O SR. PAULO MANSUR - PL - Obrigado, Campetti. A todos que
estão assistindo a gente na TV Alesp: é muito importante vocês saberem por que
o PT subiu aqui, o partido PSOL, falando o que eles queriam, mas a realidade é
esse meu discurso agora, o discurso do Campetti.
Só para vocês
terem uma ideia, depois da privatização da Sabesp, esse ano foram investidos, vão
ser até o final do ano, 11 bilhões de reais em saneamento básico no Estado.
Antigamente era investido um bilhão por ano. Este ano, gente, vai ser, meus
deputados, queridos, 11 bilhões de reais e nós fazemos parte disso. E o PT
votou contra.
Aliás, o PT é
contra todos os projetos que o governador Tarcísio coloca aqui, mas esse de
combate à pobreza, eu realmente achei que eles iriam fazer um discurso aqui a
favor do governador Tarcísio. Eu não sabia que seria tanta birra, até que o
líder do PT, Paulo Fiorilo, sobe aqui para falar em emenda parlamentar, que a
gente tem que esperar pagar as nossas emendas parlamentares, Sras. Deputadas e
Srs. Deputados. Eu nunca pensei em emenda parlamentar para votar projeto nesta
Casa.
Aliás, o PT, o
Lula, soltou cinco bilhões de reais para esse tipo de deputado, esse tipo de
deputado para ficar com ele. Mas, graças a Deus, a nossa direita conservadora
não é assim. Não tem toma lá dá cá. A gente tem a nossa ideologia, sim, que é a
ideologia da baixa de impostos, que é a ideologia do menos governo, menos
estado e mais população. A nossa ideologia é essa. Então, a gente não faz tomar
lá dá cá.
Agora, a gente
fala que o governo Bolsonaro, a gente comparar com o governo Lula é uma
brincadeira, não dá nem para brincar.
Muito obrigado
a todos vocês.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pela
ordem, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Pela ordem,
deputada Monica Seixas.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Uma
comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Deixe-me chamar
o próximo orador inscrito: Dr. Jorge do Carmo vai se dirigindo à tribuna
enquanto a deputada Monica faz a sua comunicação.
A
SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PARA
COMUNICAÇÃO - Agradeço, presidente.
Eu escutei atentamente a defesa do
deputado Paulo e a intervenção do relator Danilo. Atentamente mesmo, porque é
de interesse público entender o projeto, do que se trata na verdade. E eu
repito o que eu venho dizendo aos colegas: nada disso está escrito no projeto,
relator. Nada disso está escrito, Paulo, no projeto.
Eu gostaria muitíssimo que o relatório
tivesse incorporado as trilhas, tivesse incorporado o sujeito que vai
desenvolver as trilhas e qual é a sua formação, quais são suas metas, quais são
suas métricas, quem serão as pessoas, como elas se cadastram. O projeto não diz
nada. O projeto diz assim: pode ser de habitação, pode ser de emprego, pode ser
de empreendedorismo, pode ser de..., pode, pode, pode, mas não diz o que é,
entende?
Para eu poder discutir com vocês à
altura da veemência com que vocês debatem as coisas, tinha que estar no texto,
porque o governador não escreveu o que vocês estão defendendo no texto. Só
coloca no texto, aí a gente tem a possibilidade de dizer: "É, está bom,
isso é legal ou isso é ruim". Mas o texto é vazio, relator. Não tem nada
disso.
O senhor está me pedindo para acreditar
na sua palavra, mas eu não fui eleita para acreditar na palavra. Eu preciso de
um projeto de lei. O governador esqueceu de mandar o projeto de lei.
Essa é a questão.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr.
Presidente. Só para uma rápida comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Deputado Danilo
tem a palavra.
O
SR. DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO
- Só para dizer à deputada Monica que existe um processo legislativo que
contempla a lei, regulamentos e decretos. A opção em se regulamentar a
posteriori foi desta Casa.
Foi desta Casa, lá no congresso de
comissões agora. A senhora tem o tempo de convencer os colegas para que os
colegas coloquem, coloquem no projeto de lei e seja um projeto analítico.
A nossa opção, conforme a secretária
veio aqui e expôs, conforme a secretária veio aqui e expôs, ela apresentou o
plano e convenceu os deputados. Então, a opção é essa, a senhora tem a opção de
votar agora. Não, mas vai ser regulamentado, existem decretos e regulamentos
para isso.
Era só, era só, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Obrigado,
deputado Danilo.
Deputado Dr. Jorge do Carmo, só
lembrando, deputado Jorge, nós vamos terminar essa sessão às 19 horas e 16
minutos, e lógico que o senhor terá o seu tempo guardado, remanescente para a
próxima sessão.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente.
Boa noite a
todos; boa noite, Srs. Deputados e Sras. Deputadas. Eu vou aproveitar esse um
minuto e meio que falta e vou falar rapidamente, Sr. Presidente, de um outro
assunto que iria falar durante a minha exposição aqui, a minha fala contra o
Projeto 482.
Hoje
eu assisti no “SP1”, por volta de meio-dia, a uma matéria sobre a Lei de
Diretrizes Orçamentárias da Capital, do município de São Paulo, que é o maior
município do nosso Estado, e vi lá que - é lógico que nós vamos votar a nossa
Lei de Diretrizes Orçamentárias aqui - falta tanta política pública ainda,
igual falta no Estado. Uma das coisas que me chamou a atenção foi lá no Itaim
Paulista.
No Itaim
Paulista tem a estação da CPTM e tem a necessidade de fazer um terminal para
melhorar a mobilidade daquela região. Mas, infelizmente, como isso
provavelmente não vai estar no orçamento, ou a Lei de Diretrizes Orçamentárias
do município não vai apontar isso como uma diretriz necessária, a gente
provavelmente não vai ver a construção da chamada perimetral, que foi na gestão
do então prefeito Fernando Haddad, foi aprovada para construir um corredor na
zona leste ligando o terminal de São Mateus, passando pela Avenida Ragueb
Chohfi, Estrada do Iguatemi, Estrada da Passagem Funda, Rua Saturnino Pereira,
Estrada do Lajeado Velho, Estrada Dom João Nery, Estrada Marechal Tito até o
terminal de Itaim Paulista.
O
SR. PRESIDENTE - ALEX MADUREIRA - PL - Nós não temos
mais sessão por conta do tempo. Lembrando que o seu tempo remanescente está
salvo para a próxima sessão. Então esta sessão está sendo encerrada, lembrando
os deputados que daqui 10 minutos nós voltaremos para a próxima sessão
extraordinária.
* * *
- Encerra-se a sessão às 19 horas e 16
minutos.
* * *