20 DE MAIO DE 2025
14ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Presidência: ANDRÉ DO PRADO
RESUMO
ORDEM DO DIA
1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Abre a sessão às 16h47min. Coloca em discussão o PL 20/25.
2 - DR. JORGE DO CARMO
Discute o PL 20/25.
3 - EDUARDO SUPLICY
Para comunicação, faz pronunciamento.
4 - THAINARA FARIA
Discute o PL 20/25.
5 - EDIANE MARIA
Discute o PL 20/25.
6 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Encerra a discussão, coloca em votação e declara aprovado o requerimento de método de votação ao PL 20/25. Coloca em votação o PL 20/25, salvo emendas.
7 - DONATO
Encaminha a votação do PL 20/25, salvo emendas, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
8 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Coloca em votação e declara aprovado o PL 20/25, salvo emendas.
9 - DONATO
Solicita verificação de votação.
10 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Defere o pedido. Determina que seja feito o processo de verificação de votação, pelo sistema eletrônico.
11 - ANDRÉA WERNER
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSB.
12 - RICARDO FRANÇA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Podemos.
13 - ALTAIR MORAES
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do Republicanos.
14 - CARLOS CEZAR
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PL.
15 - DONATO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
16 - MILTON LEITE FILHO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do União.
17 - MAURO BRAGATO
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSDB Cidadania.
18 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome da Federação PSOL REDE.
19 - DELEGADO OLIM
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PP.
20 - OSEIAS DE MADUREIRA
Declara obstrução ao processo de votação, em nome do PSD.
21 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Declara aprovado o PL 20/25, salvo emendas. Coloca em votação e declara rejeitadas, englobadamente, as emendas nºs 1 a 3 ao PL 20/25.
22 - DONATO
Declara voto favorável às emendas de autoria da Federação PT/PCdoB/PV, em nome da Federação PT/PCdoB/PV.
23 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO
Encerra a sessão às 17h52min.
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-
Abre a sessão o Sr. André do Prado.
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O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior.
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- Passa-se à
ORDEM DO DIA
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O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Discussão e
votação do Projeto de lei nº 20, de 2025, de autoria do Sr. Governador. Em
discussão. Temos uma lista de oradores inscritos. Com a palavra a Dra. Paula da
Bancada Feminista. Ausente. Com a palavra o Dr. Jorge do Carmo, para discutir
contrário.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT -
Boa tarde, Sr. Presidente, deputado André do Prado, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, público da TV Alesp, assessores aqui presentes.
Sr. Presidente,
me inscrevi para falar sobre o Projeto nº 20, de 2025, que dispõe sobre a
inspeção, fiscalização e auditoria sanitária industrial de produtos de origem
vegetal e derivados, produtos de agricultura e da fungicultura.
Sr. Presidente,
queria, antes de adentrar na questão do mérito, dizer que me inscrevi para
falar contra, mas de fato, a nossa bancada, por orientação do nosso líder e
conversamos esse assunto na nossa reunião da bancada, nós vamos votar
favorável, até porque o projeto não é ruim.
Tem algumas
críticas que merecem a gente esboçar aqui. Mesmo quando a gente quer melhorar
um projeto, que a gente apresenta emendas, é porque a gente acha que o projeto
pode ser bom, mas pode melhorar.
É para isso que
serve o Parlamento, é para isso que servem os deputados e as deputadas:
ocuparem aqui a tribuna para discutir e apresentar emendas aos projetos aqui,
sejam de autoria do governador, ou sejam de autoria de colegas deputadas e
deputados. Já vou tecer algumas críticas sobre esse assunto.
Mas antes, como
disse, Sr. Presidente, quero falar de outro assunto que também é importante
para o nosso estado e que está acontecendo na nossa cidade, aqui em São Paulo,
que é sobre a Cracolândia.
Todos nós temos
visto aí na cidade de São Paulo que acho que o prefeito Ricardo Nunes quer
acabar mesmo com a Cracolândia. Eu me lembro de quando o Collor era presidente
da República, ele disse que queria acabar com a pobreza. Acabar com a pobreza
era matar os pobres. Aí você acaba, você encerra, acaba o problema matando
todos os pobres, matando de fome, matando de outras maneiras.
Então a maneira
que o prefeito provavelmente encontrou para acabar com a Cracolândia é
expulsando as centenas de usuários que ocupam ou que ocupavam aquela região que
a gente, já há alguns anos, vê que o prefeito e nem os prefeitos anteriores
conseguiram resolver, em que pese o nosso ex-prefeito, Fernando Haddad, tinha
um programa muito bom chamado “Braços Abertos”, que ajudou e muito naquele
período mas que, infelizmente, não foi dado continuidade nos governos
posteriores, que foram o João Doria, o falecido Bruno Covas e depois, e até
então, o prefeito Ricardo Nunes.
Mais que isso,
tem cenas de violências que a gente viu acontecerem na cidade, de forma como
aquelas pessoas foram convidadas a saírem daqueles locais. Eu moro lá na Cidade
Tiradentes, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, que é lá no fundão da zona leste,
deputado Conte Lopes. E lá tem Cracolândia também, viu? A Cracolândia agora não
é mais naquela região central. Aliás, agora, pelo que aconteceu da semana
passada para cá, estranhamente, ela saiu dali.
Ela foi
pulverizada, seja para os bairros... E eu estou falando do exemplo lá perto do
Terminal Cidade Tiradentes. É lamentável, é lastimável a situação em que a
gente verifica lá. Todos os dias que eu passo por lá, porque eu moro lá, eu
passo nesse trajeto, onde eu vejo lá os usuários de crack ou de outra droga, as
pessoas que têm problemas de saúde lá, morando de forma muito precária, sendo
que deveríamos tratar este assunto como Saúde pública e, como de forma decente,
resolver.
Mas não é isso
que vem acontecendo, não é isso que o prefeito nem o governador estão fazendo
para acabar com esse problema. Então, realmente, querendo acabar da forma como
“Vamos expulsar eles de lá, vamos mandar para os outros bairros”.
A denúncia que
está sendo apurada é de que lá no município de Guarulhos também recepcionou de
forma inadequada. Quando eu falo “recepcionou”, é usando um termo adequado
aqui, mas que foram jogadas, levadas até o município de Guarulhos pessoas lá da
Cracolândia. E o prefeito lá certamente não gostou dessa forma como está sendo
tratada essa questão lá na cidade.
Então só para
dizer para as Sras. Deputadas e Srs. Deputados que este assunto da Cracolândia,
realmente, precisa, deveria ser tratado com seriedade, mas isso está sendo
investigado. Certamente o Ministério Público, certamente as entidades que têm
muita seriedade e responsabilidade com este assunto estão apurando e
investigando essa questão.
Vai vir à tona,
se realmente essas famílias foram expulsas, de forma a dizer: “Vamos acabar com
a Crocolândia”, tirando elas de lá de forma violenta - violenta em todos os
sentidos, tanto física como violência psicológica - e da maneira mais
inadequada possível.
É a mesma forma
que está usando o Netanyahu de acabar com a Faixa de Gaza. É só tirar todo
mundo de lá, matar todo mundo, que aí acaba. Acaba com... Israel quer acabar
com a Faixa de Gaza, exatamente tirando todo mundo de lá. Matando todo mundo
para que o Trump construa lá o seu resort, porque o povo que está lá certamente
não é bem-vindo e nem deverá permanecer lá.
Outra coisa que
é importante ressaltar, Sr. Presidente, é que hoje o nosso sempre senador,
deputado Suplicy, já passou aqui, exibiu aqui as cenas horríveis que a gente
viu da violência policial que aconteceu lá no Jardim das Imbuias. Eu acho
lamentável, certamente. Eu tenho certeza, quero acreditar que aquilo ali são
fatos isolados, porque a maioria esmagadora dos policiais não se comporta, não age
daquela forma. Tenho certeza disso.
Mas também não
é possível que as pessoas estejam fazendo aquilo por conta própria sem um
comando, porque a Polícia Militar tem um comando, tem uma ordem, tem uma
diretriz, tem os protocolos. Eu não quero entender que aquilo seja um
protocolo, a forma abrupta, violenta, inadequada e inaceitável como foi tratada
aquela pessoa lá no Jardim das Imbuias entre ontem e antes de ontem.
Voltando, Sr.
Presidente, à proposta aqui do Projeto nº 20, de 2025, para o qual me inscrevi,
vou citar aqui algumas questões do projeto: ele busca estruturar melhor a
responsabilidade de inspeção e fiscalização de produtos processados de origem
vegetal - de animais é a que já existe. A proposta executa as diretrizes do
Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal coordenado pelo
Ministério da Agricultura.
Qual é a
crítica que a gente faz a esse projeto? Como eu disse, nossa orientação é para
que nós votemos a favor desse projeto. Qual é a crítica? O Art. 31 do Projeto
de lei nº 20, de 2025, prevê a terceirização da fiscalização. Nós sempre, aqui
neste plenário, nesta tribuna, denunciamos essa forma do governador Tarcísio de
querer entregar tudo para a iniciativa privada, como se o estado não servisse
para administrar nada.
É o famoso
estado mínimo, não precisa administrar nada: “Vamos entregar a Sabesp, vamos
entregar as linhas da CPTM, vamos entregar tudo”. É desde a época do Doria e
continua no governo Tarcísio, porque, na verdade, a lógica é essa de que o
estado não tem que administrar nada, o estado tem que vender. A fiscalização é
um monopólio estatal, não deveria ser entregue a interesses privados, essa é a
nossa opinião.
E essa é uma
crítica que nós fazemos a esse projeto, por isso nós apresentamos emendas para
que esse projeto pudesse ser melhorado e, assim, a gente votar até de maneira
mais satisfatória nele, porque o projeto de tudo não é ruim, mas é como se diz:
o Parlamento aqui é para melhorar, é para discutir, não é só para homologar o
que vem lá do governador do estado.
É assim que o
governador quer tratar esta Casa e, lamentavelmente, os colegas deputados e
deputadas que dão sustentação ao governo Tarcísio simplesmente acham que todos
os projetos que vêm aqui não devem ser melhorados, não devem ser emendados,
tanto votam contrário às emendas que nós apresentamos lá nas respectivas
comissões ou no congresso de comissões, bem como aqui no plenário, a gente vê
que os deputados e deputadas simplesmente ignoram, não querem discutir, não
participam e acham que tudo que vem do governador deve ser melhorado, colocando
esta Casa de joelhos, como se a gente aqui não tivesse o papel de propor, de
sugerir, de melhorar, de fazer com que qualquer projeto de lei possa ser mais
bem adequado para que a sociedade paulista possa, de fato, ter o verdadeiro
papel desta Casa, que é legislar, que é fiscalizar, que é propor, alterar tanto
o Orçamento como as leis que para cá vêm.
Por essas
razões, Sr. Presidente, em que pese que nós vamos votar a favor, não podemos
deixar de pontuar aquilo de que nós discordamos, aquilo em que nós achamos que
esse projeto poderia ser melhorado.
Por essa razão
é que eu me inscrevi para falar contrário, mas dizendo para vocês, para os
deputados aqui, que vamos votar favorável, porque o projeto é bom, mas poderia
ser melhor se o governo, os deputados que defendem o governo aqui e os líderes
que se reúnem para discutir a pauta e o assunto que é tratado aqui, a gente
pudesse estar, de fato, melhorando esse projeto.
Por essas
razões, nós vamos votar favorável, mas não deixamos de apontar as críticas a
esse sentimento, essa vontade, esse afã do governador de entregar, de
terceirizar tudo o que é o nosso estado. Então, por essa razão, eu quero deixar
aqui a minha crítica, eu quero deixar aqui o meu apontamento e dizer que eu
discordo da forma como ele vai ser aprovado, mas como...
É a mesma coisa
que nós fizemos com o aumento dos servidores. Nós não queríamos o aumento dos
servidores de apenas cinco por cento. Foi por isso que nós votamos também para
o aumento do governador e para o aumento do vice-governador: porque baliza
também para que os funcionários - os servidores, aqueles que estão em
determinadas carreiras - possam também ter o seu cinco por cento. Agora, é
pouco.
Para o
governador, não é pouco. Para quem ganha o salário do governador, não é pouco,
mas para quem ganha os salários que a gente chegou a ver, aqui, muito baixos -
de forma humilhante, a gente vê os servidores aqui -, 5% é pouco. Mas nós não
iríamos votar contrários. Nossa intenção era que tivesse no mínimo nove, e nós
apresentamos emendas para isso.
Então quando eu
digo que a gente vem para este Parlamento, para esta tribuna, para discutir,
para fazer os nossos apontamentos, para fazer as nossas críticas, é para que as
pessoas que estão nos assistindo saibam que nós estamos votando a favor, mas
não é que nós estamos concordando na forma como está.
É que nós não
queremos que os servidores depois digam: “Olha, o PT, a bancada do PT está
votando contrária a um aumento para a gente”. Nós não somos contrários a nenhum
aumento, como foi também para o aumento do salário regional. E que pese,
aumentou, e não é para o governador pagar, é para terceiros; mas nós votamos a
favor porque nós não somos contrários a nenhum tipo de aumento.
O que nós somos
contrários é a determinadas posições, como essa desse Projeto nº 20, que é
exatamente terceirizar a fiscalização e entregar para que a iniciativa privada
possa, de fato, fazer o serviço que deveria ser feito pelo Poder Público.
Era isso, Sr.
Presidente.
Agradeço a
oportunidade e boa tarde a todos.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Dr. Jorge do Carmo.
Dando sequência então à lista de
oradores inscritos.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Eduardo Suplicy. Só um minutinho, Deputado Eduardo Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Pois não.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Luiz
Claudio Marcolino ausente, então já convido a deputada Thainara Faria, que fará
discussão contrária.
Antes, porém, tem o deputado Eduardo
Suplicy tempo regimental para uma comunicação.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PARA COMUNICAÇÃO -
Quero muito agradecer a atenção do presidente André do Prado, bem como a de
todos os colegas deputados que aprovaram o requerimento, pelo qual informo que
nesta semana estarei viajando primeiro para Niterói e Maricá, para lá dialogar
com ambos os prefeitos e a organização do 24º Congresso Internacional da Rede
Mundial da Renda Básica, que se realizará de 25 a 29 de agosto próximo, então
estarei lá visitando para conversar com diversas pessoas sobre a boa realização
desse congresso.
E também por terem aprovado que eu
possa atender o convite em Fortaleza, para ali fazer palestras tanto na
Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, bem como no Instituto Palmas de João
Joaquim de Melo, que criou a moeda Palmas, no bairro de Palmeiras, em
Fortaleza, e deu um exemplo que fez com que, hoje, 182...
Para que haja, hoje, 182 moedas sociais
nas mais diversas cidades brasileiras.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputado Eduardo Suplicy. Com a palavra então, a deputada Thainara Faria.
A
SRA. THAINARA FARIA - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada,
Sr. Presidente.
Boa tarde aos
senhores deputados, às senhoras deputadas, aos servidores, aos assessores, aos
policiais aqui no plenário. Muito boa tarde para o estado de São Paulo.
É importante
dizer que nós vamos falar agora da propositura 20, de 2025, que foi publicada
em regime de urgência no dia quatro de fevereiro de 2025 pelo governador.
Mas já que é
para falar do governador Tarcísio, governador do estado de São Paulo, eu quero
falar sobre a morte, por parte da Polícia do jovem de 19 anos que, em frente à
sua própria casa, pedindo para que a Polícia não atirasse, foi morto pela
Polícia.
É fato que o
jovem estava sem capacete, ferindo uma regra de trânsito. Agora, todos nós
podemos concordar que isso não é motivo de mais um assassinato violento por
parte da Polícia.
Essa Polícia
letal no estado de São Paulo e a inércia completa do nosso governador. O “G1”
publicou que o jovem de 19 anos que foi morto pela abordagem da Polícia em São
Paulo. A família disse que ele tinha ido comprar remédio e foi baleado em casa.
A família
contou que o rapaz saiu de moto e na volta fugiu dos policiais por estar sem
capacete, e a secretaria informou que os agentes usavam as câmeras na farda e
que analisará as imagens. Enfim, nessa matéria nós podemos observar. Assim como
nós tivemos a morte do senegalês que era um ambulante, por parte da Polícia,
agora nós temos um jovem de 19 anos sendo morto também.
E nós
precisamos nos perguntar, enquanto parlamentares, até quando nós vamos aceitar
essa inércia do governador, por parte da violência que está acontecendo pela
Polícia. Nós nos sentimos inseguros. Aqueles que deveriam defender as nossas
vidas, não, eles não o fazem.
O Natanael
Venâncio Almeida, 19 anos, foi morto por policiais militares na noite do
domingo, dia 18, durante uma abordagem na Vila Andrade, na zona sul de São
Paulo. A família disse que ele havia saído para comprar remédio para a mãe e
foi baleado quando já estava dentro de casa.
Segundo os
parentes, ele fugiu da abordagem policial apenas porque estava sem capacete e
temia perder a moto. Já os PMs afirmam que viram Natanael e outro homem em uma
moto com placa tampada em atitude suspeita. Isso é motivo de matar mais uma
pessoa? Uma hora é um jovem estudante, outra hora é um ambulante. Agora é um
jovem de 19 anos na frente da própria casa, na frente da família, pedindo para
não ser morto.
A gente não
pode banalizar a vida e normalizar isso aqui. E aí o governador, questionado,
já vou para uma matéria da “Folha”, eu estava em uma matéria do “G1”,
questionado sobre a questão da letalidade policial no estado de São Paulo, ele
fala: "Não vamos tolerar violência policial". Neste evento de
lançamento do programa “Superação”, o governador de São Paulo, Tarcísio de
Freitas, do Republicanos, foi genérico ao ser questionado sobre os casos de
violência policial.
Eu trago para
vocês que na semana passada, quando eu estive na comunidade do Moinho, nós nos
deparamos com vários, vários policiais sem as câmeras corporais. Como que nós
vamos garantir que, de fato, o devido processo legal foi cumprido sem analisar
as imagens?
Em um dos
casos, em uma das casas que foi demolida, os policiais alegaram que encontraram
drogas na casa. Só que os próprios proprietários da casa pediram as imagens da
câmera. Cadê as câmeras?
Então, vocês
acham que esses proprietários da casa tinham algo a esconder, se eles exigiam
que os policiais estivessem com a câmera, que é tão importante para garantir um
processo legal devido? São coisas que nós precisamos nos questionar a todo
momento.
Como que nós
vamos nos posicionar? E eu não estou
aqui defendendo “A” nem “B”. Eu estou defendendo a vida, a vida que muitos dos
senhores, quando é para falar do corpo da mulher, vêm defender, mas na hora de
sair matando todo mundo, pode matar. E aí, como que funciona?
Então, Sr. Presidente, seguindo aqui a
questão que eu venho colocando, o governador disse: “Então a gente não vai
tolerar a violência policial, não vai tolerar excessos, essas abordagens serão
investigadas imediatamente, esses policiais já são afastados, e o que aconteceu
nesses casos, eles ficam à disposição da corregedoria fora do serviço de rua
até o esclarecimento. Havendo constatação de que houve excesso, eles vão ser
punidos severamente e rigorosamente.”
Mas até agora,
em todos esses casos mencionados e tantos outros, e eu peço para que vocês
olhem nas minhas redes, @thainarafaria13, que nós estamos subindo várias
matérias que relatam a violência policial no estado de São Paulo, para analisar
se isso é aceitável, se o silêncio de vários deputados é aceitável, se aqueles
que deveriam nos defender e nos dar segurança o estão fazendo.
E aí, segundo
as PMs, em relação ao caso do Natanael, ele estaria com uma moto roubada.
Gente, matar à queima roupa, atirar sem conversar? Vocês acham que naquele caso
do ambulante senegalês que estava com a sua mercadoria, a defendendo como se
fosse a própria vida, a medida correta era assassiná-lo, sendo que toda a
família dele dependia do sustento através da mercadoria que ele vendia? Ou era
conversar, encaminhar para uma delegacia, de repente? Mas matar? Essa é a
medida?
Eu não tenho
segurança de andar nas ruas aqui do estado de São Paulo, em todas as ruas,
porque na Assembleia eu sou muitíssimo bem-tratada, muito obrigada, como
deputada; na rua, eu sou só mais uma, e as abordagens são violentas, são
desmedidas e a gente não pode se calar.
Voltando a
dizer da tramitação em regime de urgência desse Projeto nº 20, de 2025, que nós
estamos discutindo: urgência deveria ser uma medida para que a letalidade
policial no estado de São Paulo caísse. Essa é a verdadeira urgência agora:
defender a vida.
Mas sobre essa
propositura que dispõe sobre a inspeção, fiscalização e auditoria sanitária e
industrial de produtos de origem vegetal e seus derivados, e de produtos da
algicultura e da fungicultura, como colocou aqui o nobre deputado Dr. Jorge do
Carmo, a nossa bancada não é contra esse projeto.
Nós somos
favoráveis, mas nós apresentamos duas emendas que seriam importantes para
garantir a lisura de todo o processo e que também ele não seria maculado após a
aprovação nesta Casa. Então, ela foi publicada em 20/25 e recebeu as emendas do
nosso Paulo Fiorilo e também do deputado Simão Pedro.
Eu vou resumir
essa propositura no seguinte: ela dispõe sobre a inspeção, fiscalização e
auditoria sanitária e industrial de produtos de origem vegetal e seus
derivados, e de produtos da algicultura e fungicultura. A proposição busca
definir e estruturar melhor as responsabilidades de inspeção e fiscalização dos
produtos processados de origem vegetal, tal como já ocorre com os produtos de
origem animal, além de definir procedimentos para as atividades e criação de
algas e fungos.
Então, é um
projeto importante para o estado de São Paulo, sem dúvida nenhuma. O novo
organograma da Secretaria da Agricultura e Abastecimento de 22 já havia criado
por decreto o Centro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, cujas
responsabilidades legais ficarão melhor definidas por essa lei.
Os poderes de
fiscalização e aplicação de sanções poderão de fato existir, organizando melhor
as cadeias produtivas da agricultura paulista e garantindo melhor a
rastreabilidade e a sanidade dos produtos.
O aprimoramento
do serviço prestado pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária Paulista é de
interesse público e contribui com a sanidade dos alimentos que chegam à mesa da
população aqui do estado de São Paulo. A lei proposta busca executar diretrizes
previstas no Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, que
é coordenado nacionalmente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento.
Aí vem aquilo
em que nós propusemos emendas. Nós temos duas ressalvas a essa proposta, ambas
estão em dois pontos que foram abordados por meio de emendas ao projeto de lei.
O primeiro
refere-se ao Art. 31, que prevê a possibilidade de terceirizar o serviço de
inspeção e educação sanitária, restringindo apenas o poder de fiscalização aos
servidores concursados. O segundo ponto problemático é que não estão previstos
tratamentos diferenciados para estabelecimentos vinculados à agricultura
familiar. É importante a gente criar essa diferenciação, pela característica
também do serviço prestado.
Para entender
melhor a amplitude desse projeto de lei, é importante explicar que esse serviço
de inspeção e fiscalização será inicialmente implementado em produtores de
vinho, cachaça artesanal, sucos, geleias, shitake, cogumelos e algas. Esse tipo
de trabalho nunca foi feito no estado de São Paulo pela defesa estadual e era
executado apenas em pequenos estados pelo próprio Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento.
Aí eu vou apresentar
melhor para vocês as emendas que nós propusemos para esse projeto. Elas foram
protocoladas pela bancada, pelo nosso líder, com o teor: “não permitir a
terceirização do serviço de inspeção, exigindo que o trabalho seja realizado
por servidores concursados”.
E dois: “a
garantia de tratamento diferenciado para agricultura familiar, que deve receber
orientações e ações educativas antes de sanções. Isto porque o cumprimento das
normativas sanitárias não pode servir como forma de exclusão das atividades produtivas
para quem já enfrenta tantas dificuldades para acessar o mercado.
O deputado
também, Simão Pedro, protocolou uma terceira emenda, garantindo o tratamento
diferenciado ao agricultor familiar, ao empreendedor familiar rural, às hortas
comunitárias e aos grupos de consumo de economia solidária.
Esta emenda
protege os agricultores familiares, pela mesma razão da Emenda nº 2. Então nós
estamos aqui trabalhando para ampliar a proteção da lei, para ampliar a
qualidade do projeto de lei que foi apresentado. São emendas extremamente
importantes, tanto para garantir a lisura do processo, que o processo ocorra
tudo bem, que os concursados sejam protegidos contra essa terceirização, porque
tudo aqui quer terceirizar. Tudo aqui quer terceirizar, quer privatizar.
A gente conhece
o modelinho do governador do Estado, mas nós queremos proteger aí os servidores
públicos estaduais. E aí, todos nós da bancada do PT somos favoráveis às três
emendas.
Eu espero
também que todos os deputados sejam. Então, essa lei proposta cria novas
responsabilidades para a Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São
Paulo, que já está com servidores aquém do necessário, como sempre, sucateando
tudo, entregando tudo para privatização, é isso que a gente vê.
Para a sua
efetiva implementação se faz ainda mais urgente e necessária a organização do
concurso público e contratação de servidores aptos a desenvolver esse tipo de
trabalho inédito no estado de São Paulo.
Então, para
concluir aqui a minha colocação sobre o projeto, volto a dizer: a bancada do
Partido dos Trabalhadores, das Trabalhadoras não é contrária, de maneira
nenhuma, a esta propositura.
Mas nós
precisamos colocar essas três emendas para garantir que o projeto seja, de
fato, democrático para todos os produtores, para a agricultura familiar, para o
agricultor familiar, para a economia criativa e solidária, para proteger contra
as privatizações que o governador tanto gosta de fazer.
O povo que está
aí recebendo a conta de água mais cara depois da privatização da Sabesp, o povo
que está aí sofrendo porque não consegue acessar ali a tarifa social, sabe do
que eu estou falando.
Caminho não é
privatizar, caminho não é ficar terceirizando. Vamos valorizar os servidores
públicos estaduais, então as emendas também protegem essa questão.
Nós queremos
otimizar a fiscalização da produção de vegetais aqui no estado de São Paulo,
mas também protegendo toda a população do Estado e protegendo os servidores que
prestam serviço tão importante.
Para finalizar,
Sr. Presidente, tenho mais dois minutos para falar, vamos inscrever mais uns
três, quatro deputados aqui para a gente conseguir garantir a ampla discussão
desse projeto.
Quero pedir a
sensibilidade de todos os deputados e deputadas da base para que acolham tudo
isso que a gente está colocando, mas que também provoque o governador, que a
gente não aguenta mais acordar pela manhã, olhar os noticiários e ver que o
estado de São Paulo está sendo destruído. Destruindo famílias, atirando nos
filhos, nos jovens. Destruindo famílias, atirando nos ambulantes, destruindo
tantas coisas e mandando para cá projetos de urgência.
Nós precisamos
tratar a vida como a nossa maior urgência, porque, deputado Donato, nosso
líder, deputada Ediane, nós estamos aqui fazendo oposição ao governo, garantindo
contraditória e ampla defesa. Nós estamos aqui garantindo bom debate para não
passar tudo por aqui sem discussão.
Estou muito
feliz, presidente, que V.Exa. já está aí, publicou a questão das comissões.
Amanhã nós teremos nove eleições de Presidência, vice-Presidência, para a gente
conseguir colocar os trabalhos para andar nessa Casa.
Isso tudo é
muito importante, e o diálogo sempre tem que acontecer. As emendas que são
importantes para nós têm que ser acolhidas para a gente garantir que os
projetos de fato tenham um reflexo positivo na vida do povo do estado de São
Paulo.
Eu agradeço a
oportunidade para discutir o projeto, e peço aí para que a gente cada vez mais
possa debater, mas proteger a vida das pessoas que está se perdendo por muito
pouco.
Obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Obrigado,
deputada Thainara Faria.
Dando sequência à lista de oradores
inscritos, para discutir contra, com a palavra a deputada Ediane Maria.
A
SRA. EDIANE MARIA - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada,
Sr. Presidente.
Olha, hoje é
dia de discussão de projeto, projetos sempre muito urgentes do governador. O
que nós temos de urgente, que aconteceu semana passada, aqui no estado de São
Paulo, foi uma perda, eu falo de peito cheio, de peito aberto, uma perda
política para o Sr. Governador Tarcísio de Freitas.
Bom, todo mundo
acompanhou, na semana passada, estarrecidos, porque a desinformação foi o que
tomou conta do cenário. Um lado falava que a Favela do Moinho tinha bandidos,
que: “Olha, como o governador bonzinho queria garantir a moradia daquelas
famílias tão sofridas que estavam ali há mais de 30 anos; e que ele com esse
olhar de preocupação, amorosidade, de empatia com aqueles que mais sofrem,
queria garantir a moradia”.
Mas olha,
gente, que absurdo. Lembrando, a Favela do Moinho, o terreno é da SPU. Ou seja,
quem pode ceder a cessão do uso é o governo federal, que colocou os limites de
como seria feito esse processo. De “Ó, governador, se o senhor tem interesse em
fazer um parque aqui na Favela do Moinho, no terreno que é da União, então
vamos seguir aqui esse rito, vamos seguir aqui todo esse trâmite”.
Que é: garanta,
então, mostra para a gente, mostra para a SPU, mostra para o governo federal
onde que está o terreno que você vai construir as moradias. Mas também teremos
aqui alguns critérios.
A moradia das
famílias da Favela do Moinho - e são mais de 1.000 famílias - tem que ser no
entorno, ali no entorno da Favela do Moinho. Por que tem que ser no entorno?
Porque ali, quem mora ali há mais de 30 anos, tem a sua rede de apoio. Então é
o pai que mora ali perto, o trabalho é próximo, o médico que passa ali perto, a
creche da criança é ali próxima, tudo é no entorno.
Só que, o
Tarcísio de Freitas, ele olhou e falou assim: “Hum, eu vou ser mais esperto. Eu
vou fazer outra manobra aqui, para caracterizar de um jeito diferente. Então
agora eu vou mostrar que é diferente, que agora sim tem um governador que está
atuante e que vai fazer do seu jeito”.
Só que não é
assim não, Sr. Governador. Aqui não é terra sem lei, Sr. Governador Tarcísio de
Freitas. Como que funcionou ali? Semana passada, eu, assim como a Paula da
Bancada Feminista, assim como vários vereadores, vários deputados que estão
aqui, o Suplicy, que está aqui inclusive, estavam naquele dia, na quinta-feira,
que foi o dia fenomenal.
Que ali foi o
dia que falou: “Opa, aqui não. Você não vai tratar trabalhador, não vai tratar
moradores, aqueles que construíram suas moradias...” Que inclusive tem casas
que estão ainda terminando! Estão terminando aquela casa.
Porque não é
possível colocar toda aquela força policial ali dentro, inclusive com total
desrespeito conosco, parlamentares, que fomos nos identificar, apenas para
perguntar para o comandante daquela operação do Baep, quem era que estava
comandando aquela operação. E fomos recebidas com bombas de efeito moral.
Bom, para quem
sobreviveu à fome, para quem sobreviveu a todo o abandono do Estado, para quem
vem de outro estado para morar aqui no estado de São Paulo, sabendo da
invisibilidade, de todo o descaso, quem morou a vida inteira, morou em casas de
famílias, sem conseguir construir a sua própria casa, entendeu, no movimento
social, que a luta é para garantir dignidade. Que a moradia é o princípio
básico para que eu consiga todos os meus outros direitos.
Não adianta
estar em situação de rua e achar que a Saúde vai mudar a minha vida, porque o
princípio básico já não foi garantido. Mas o que, infelizmente, vi das falas...
Não vi, infelizmente, mas ouvi, da fala de alguns parlamentares desta Casa, que
nós estávamos na Favela do Moinho defendendo bandidos.
Por um instante
eu fiquei até decepcionada, mas não tanto. Não seria diferente. Quem não sabe o
que é luta por Moradia vai achar que é uma coisa a menos, que não é necessário.
Eu me orgulho
muito, viu gente? Porque fiquei ali, levei bomba, corri. Perguntei por que que
nós não podíamos entrar na Favela do Moinho. Mas estava lá todos os dias, mesmo
com os “não”, mesmo com alguns olhares, estava ali. E sabe por que a gente
conseguiu essa vitória tão grande na Favela do Moinho e deu um recado para o
estado de São Paulo, para o Tarcísio de Freitas?
Porque tinha a
sociedade civil, que estava ali, envolvida. Tinha moradores do entorno,
inclusive classe média, que estavam ali sem entender o que estava acontecendo,
o porquê de tanta violência.
Tinha
trabalhadores que saíam da Favela do Moinho e que estavam preocupados se eles
iriam voltar, se a sua casa estaria de pé. Porque era um trabalho
descoordenado, desorganizado da própria CDHU. Para eles entrarem e fazer a
derrubada das casas, a descaracterização das casas, muitas vezes mexiam na
estrutura da casa ao lado. Descaracterizar que não tem ninguém é tirar a
janela, tirar a porta. Não é quebrar paredes, não é derrubar telhados.
Deputada
Thainara Faria, assim como você acompanhou ali, várias casas de pessoas, que
falaram: "Enquanto estava batendo na martelada, na machadada a casa ao
lado, na marretada, a minha televisão caiu da parede. Quem vai pagar a minha
televisão que caiu da parede?” “Enquanto estava batendo, mexeu na estrutura da
minha casa. Quem vai ajudar? Porque eu não fiz acordo nenhum.”
Qual era o
acordo que estava sendo colocado ali? O acordo, gente, era o seguinte,
acreditem ou não, chegava alguém para você e falava assim: "É o seguinte,
seu Conte Lopes, você está aqui, não é, seu
Conte? Você mora aqui há quanto tempo, seu Conte Lopes?” “Ah, eu moro aqui há
20 anos”. “Bom, agora, a partir de agora você vai assinar este papelzinho aqui
e você vai fazer uma carta de crédito”.
O que é uma
carta de crédito para quem não entende o que é isso? Você vai fazer um
financiamento de uma casa agora, você vai financiar sua casa por 30 anos. Aí
essa pessoa olhava e falava assim: "Não, mas eu não tenho renda. Eu recebo
só o ‘Bolsa Família’”. Ou: “Eu trabalho, mas não sou registrado, eu não consigo
comprovar minha renda”. “Ah, não, mas você vai ter que assinar. Ou você assina,
ou você vai perder tudo.” Era esse o medo das pessoas.
E para você
também, e aí era R$ 800,00 de auxílio-aluguel. Sendo que todo mundo aqui, quem
já procurou um aluguel, inclusive eu, quando entrei nesta Casa, eu procurei
aluguel, sabe: você não acha um aluguel por R$ 800,00 naquela área ali, do
Campos Elíseos. Imagina! Você vai arrumar lá no fundão.
Mas e a pessoa
que o filho estava na creche, que passava ali no postinho, que trabalhava do
lado, como ela vai conseguir se manter em outro lugar? Em outra região? Não
consegue. E para você alugar uma casa hoje, você tem que ter três meses de
entrada. Três meses de entrada. Todo mundo sabe disso. Então as pessoas estavam
com medo e lutaram pela sua casa até o fim.
Na quinta-feira
nós conseguimos, apesar de muita bomba, apesar de muita desinformação, nós
conseguimos. A comitiva do governo federal, cansada de ver essa barbaridade que
estava acontecendo, mandou uma comitiva, porque na terça-feira descumpriram o
acordo. Na quinta-feira, descumpriram. O governador.
Nosso
presidente Lula mandou, colocou um comunicado oficial: se continuar essa
violência, essa barbárie, não iremos ceder a cessão do uso da Favela do Moinho.
Esse terreno não vai ser cedido para o Governo do Estado. Aí o Tarcísio, no
outro dia, novamente... aí foi pior, porque aí teve a operação canil logo cedo.
E aí, os moradores, para entrar, olha, uma luta.
Para nós
entrarmos então, gente, dificuldade total. Os parlamentares poderiam até
entrar, mas sem sua assessoria - não poderia ter ninguém da comunicação,
ninguém do jurídico. Só que eu vi parlamentares chegando lá que entraram com
toda a sua assessoria, toda. Da base do Governo, obviamente. Nós, da esquerda,
não pudemos entrar. É esse olhar que a gente traz, e é por isso que eu falo que
a luta não para.
Não é somente
chegar aqui, é continuar junto com o povo, brigando, resistindo, porque aquela
comitiva olhou e falou o seguinte: "Vamos sentar aqui. Tarcísio, vamos
sentar aqui agora. Já que você não está agindo dentro da lei, nós vamos sentar
aqui, porque a cessão do uso, esse parque que você tanto sonha, não vai
existir".
Ele olhou e
falou assim, o seguinte: "Esse auxílio-aluguel de R$ 800 vai para R$
1.200. Essa carta de crédito não tem que existir. Agora é o financiamento, é
chave na chave, vai ser chave na chave. Se você quer moradia dessa família, vai
ser chave na chave. Então garanta as moradias".
Mas o governo
federal, honestamente colocado, todo mundo lembra, aqui no Brasil, no estado de
São Paulo, quando o Bolsonaro extinguiu, acabou com a possibilidade de qualquer
trabalhador, qualquer pobre acessar moradia, quando ele acabou com o “Minha
Casa, Minha Vida”.
E colocou o tal
do “Casa Verde e Amarela”, que eu acho que acabou a tinta no meio do caminho,
ninguém viu essa casa, porque ninguém conseguia financiar, porque era acima de
três salários mínimos. Obviamente, uma família normal da periferia não consegue
fazer essa compra.
Mas aí voltou o
“Minha Casa, Minha Vida”. E aí é chave na chave. Como que funciona, gente? Bom,
o governo federal colocou ali no acordo: o governo federal entra com 180 mil e
o estadual com 70 mil. Ah, isso sim, essa sim é a dignidade. Esse sim é o
acordo que tem que ser firmado. Esse é o olhar de um governante que pensa na
moradia.
Então é sobre
isso gente. A luta não para. Só conseguimos avançar porque nenhum dos moradores
desistiu da sua luta. Nenhum dos moradores. Mesmo com medo, continuaram resistindo.
É na luta que a
gente conquista, é na luta, é na organização que a gente consegue avançar.
Então esse medo que foi colocado, essa insegurança que foi colocada, essa
quebra de braços, inclusive, gente... Talvez esteja errada, mas ali já era uma quebra,
era medir força com o governo federal.
Ali era medir
força, era falar: “Olha como que eu vou atuar aqui no estado de São Paulo”.
Esse vai ser o exemplo para o mundo, vai ser o exemplo para o Brasil inteiro.
Só que o Tarcísio encontrou um combatente. Ele encontrou a esquerda, ele
encontrou o governo federal, ele encontrou o nosso presidente Lula na frente,
que pensa para além do hoje, pensa para além da política, pensa na garantia de
uma moradia digna.
E eu faço o
desafio, viu, o convite: quando for ter uma desapropriação imprópria, que é
sempre assim que funciona... Está lá um bairro há 40 anos, há 50 anos, há 30
anos, há 60 anos; do nada, aparece um projeto mirabolante, aparece uma
urgência. Mas se é tão urgente, por que não pensaram antes? Por que que não se
organizaram antes, por que não tiraram as famílias antes?
É muito
simples. Chega até a ser meio insano quando qualquer prefeito ou governador
olha para uma casa, para um bairro e fala assim: “Eu vou retirar você daqui,
agora”, sem dar nenhuma condição real de você garantir sua moradia. Sendo que
quem construiu aquela moradia ali foi a pessoa que construiu com resto de obra;
muitas vezes ali são pedreiros que trabalham na construção civil, que trazem um
resto de material e vão construindo sua casa. Constroem ali trazendo piso,
trazendo alguma coisinha, um bloco.
Mulheres que
trabalham em casa de família, como empregada doméstica, diarista, babá, que vão
lá e a patroa dá uma cama, um móvel que não está usando mais. Essa mulher vai
arrumando a sua casinha ali aos poucos.
Não é fácil
arrumar, organizar uma casa - muitos de nós levam a vida inteira -, para depois
vir alguém e se achar no direito de arrancar a sua casa, e ainda numa tentativa
nefasta, vergonhosa, de criminalizar os moradores. Ou seja, Tarcísio de
Freitas, aqui não. Esse foi o recado dado pelo governo federal.
Bom, hoje nós
estamos aqui discutindo... Finalmente, nesta Casa voltam, Sr. Presidente,
agora, a funcionar as comissões. Eu confesso que estava até com saudade, viu,
gente? Com saudade desses grandes debates, porque, sem passar nossos projetos
pelas comissões, sem debater, a gente fica meio que... Né? A Casa precisa
funcionar.
Que bom que ela
voltou a funcionar, com tudo, com as comissões. Amanhã, a Presidência, a
vice-Presidência, todo mundo vai estar atuando, seus membros, né? Os titulares.
“Eita”, o negócio amanhã vai estar bom demais. Mas é isso, gente. “Simbora”.
Estamos votando
aqui o projeto de lei do governador. Autor: governador e vice-governador,
Felicio. Eu não conhecia o Felicio. É o vice-governador? Ah bom.
É isso, gente.
Muito obrigada.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não havendo
mais oradores inscritos para discussão, está encerrada a discussão.
Há sobre a mesa um requerimento de
método de votação apresentado pelo deputado Gilmaci Santos. Em votação o
requerimento de método de votação. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que
forem favoráveis ao requerimento permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento de método de votação.
Item 1 - Em
votação o projeto, salvo emendas. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que
foram favoráveis permaneçam como...
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem. Para encaminhar.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido de V. Exa., deputado Donato. O deputado Donato encaminhará o projeto,
salvo emendas, pela liderança do PT.
O
SR. DONATO - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, todos que
nos acompanham aí pela rede Alesp, a gente está aqui para colocar a posição da
bancada do PT, que é favorável ao Projeto de lei 20/25, que dispõe sobre a
inspeção, fiscalização e auditoria sanitária e industrial de produtos de origem
vegetal e seus derivados, e de produtos da agricultura, macroalgas e da
fungicultura.
A proposição
busca definir e estruturar melhor as responsabilidades de inspeção e
fiscalização dos produtos processados de origem vegetal, tal como já ocorre com
os produtos de origem animal, além de definir procedimentos para as atividades
de criação de algas e de fungos.
O novo
organograma da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de 2022 já havia
criado por decreto o Centro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, cujas
responsabilidades legais ficarão melhor definidas por essa lei.
Os poderes de
fiscalização e aplicação de sanções poderão de fato existir, organizando melhor
as cadeias produtivas da agricultura paulista, garantindo melhor a
rastreabilidade e a sanidade dos produtos.
O aprimoramento
do serviço prestado pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária Paulista é de
interesse público e contribui com a sanidade dos alimentos que chegam à mesa da
população. A lei proposta busca executar diretrizes previstas no sistema
brasileiro de inspeção de produtos de origem vegetal, que é coordenado
nacionalmente pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. No
entanto, temos duas ressalvas a essa proposta. Ambas estão em dois pontos que
foram abordados por meio de emendas ao projeto de lei.
O primeiro
ponto refere-se ao Art. 31, que prevê a possibilidade de terceirizar o serviço
de inspeção e de educação sanitária, restringindo apenas o poder de
fiscalização aos servidores concursados. O segundo ponto problemático é que não
estão previstos os tratamentos diferenciados para estabelecimentos vinculados à
agricultura familiar.
Para entender
melhor a amplitude deste PL, é importante explicar que esse serviço de inspeção
e fiscalização será inicialmente implementado em produtores de vinho, cachaça
artesanal, sucos, geleias, shitake, cogumelos e algas. Este tipo de trabalho
nunca foi feito no estado de São Paulo pela Defesa Estadual e era executado
apenas em pequena escala pelos próprios Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento.
Nós
protocolamos duas emendas da bancada pelo então líder do PT, o deputado Paulo
Fiorilo, com o teor sugerido acima: não permitir a terceirização de serviços de
inspeção, exigindo que o trabalho seja realizado por servidores concursados; e
a garantia de tratamento diferenciado para agricultura familiar que deve
receber orientações e ações educativas antes de sanções.
Isto porque o
cumprimento das normativas sanitárias não pode servir como forma de exclusão
das atividades produtivas, principalmente para quem já enfrenta tantas
dificuldades para acessar o mercado.
O deputado
Simão Pedro também protocolou uma emenda garantindo o tratamento diferenciado
ao agricultor familiar, ao empreendedor familiar rural, às hortas comunitárias
e aos grupos de consumo de economia solidária.
Essa emenda
protege os agricultores familiares da mesma razão que a emenda do deputado
Paulo Fiorilo. Por fim, a gente gostaria de alertar que a lei proposta cria
novas responsabilidades para a Coordenadoria de Defesa Agropecuária no estado
de São Paulo, que já está com servidores aquém do necessário.
Para sua
efetiva implementação, se faz ainda mais urgente e necessária a organização de
concurso público e contratação de servidores aptos a desenvolver esse tipo de
trabalho inédito no estado de São Paulo.
Então são essas
as considerações que a bancada do PT apresenta ao presente projeto. Nós
votaremos favoráveis, mas lamentamos que as emendas propostas pela bancada, que
aperfeiçoaria o projeto, não foram incorporadas. Então o nosso voto é “sim”,
esse é o nosso posicionamento.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL -
Obrigado, deputado Donato. Não havendo mais deputados interessados em fazer o
encaminhamento, em votação o projeto, salvo emendas. As Sras. Deputadas e Srs.
Deputados que forem favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente. Uma
verificação de votação.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Donato. É regimental o pedido de Vossa Excelência. Vamos convocar
então as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados e vamos então proceder,
primeiramente, à verificação de votação pelo sistema eletrônico.
Então a partir deste momento estamos
fazendo soar o sinal intermitente por quatro minutos para que as Sras. Deputadas
e os Srs. Deputados que não se encontrem em plenário tomem conhecimento da
votação que se realizará.
A SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - Pela ordem
Sr. Presidente. Para colocar o PSB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Andréa Werner. PSB em obstrução.
O
SR. RICARDO FRANÇA - PODE - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para colocar o partido Podemos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Ricardo França. Podemos em obstrução.
O
SR. ALTAIR MORAES - REPUBLICANOS - Pela ordem,
Sr. Presidente. Colocar o Republicanos em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Altair Moraes. Republicanos em obstrução.
O
SR. BARROS MUNHOZ - PSDB - Pela ordem, Sr.
Presidente. Colocar o PSDB e Cidadania em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Barros Munhoz. Teremos que pedir para o vice-líder da federação
solicitar. Vossa Excelência é membro da Mesa, não pode colocar em obstrução.
O
SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr.
Presidente. Colocar o Partido Liberal em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Carlos Cezar. Partido Liberal em obstrução.
O
SR. DONATO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.
Colocar a federação PT e PCdoB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Antônio Donato. Federação PT/PCdoB/PV em obstrução.
O
SR. MILTON LEITE FILHO - UNIÃO - Pela ordem,
Sr. Presidente. União Brasil em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Milton Leite Filho. Coloca o União Brasil em obstrução.
O
SR. MAURO BRAGATO - PSDB - Pela ordem, Sr.
Presidente. PSDB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Mauro Bragato. PSDB Cidadania em obstrução.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - Pela ordem,
Sr. Presidente. Quero colocar a federação PSOL REDE em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputada Dra. Paula. PSOL REDE em obstrução.
O
SR. ROGÉRIO NOGUEIRA - PSDB - Pela ordem, Sr.
Presidente. Colocar a nossa federação Cidadania PSDB em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Rogério Nogueira. Deputado
Mauro Bragato já assim o fez, deputado Rogério Nogueira.
O
SR. DELEGADO OLIM - PP - Pela ordem, Sr.
Presidente. Colocar o Progressistas em obstrução. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL -
Pela ordem, deputado Dr. Olim. Progressistas em obstrução. Tendo transcorrido
os quatro minutos, o sistema eletrônico, então, ficará aberto para que as Sras.
Deputadas e Srs. Deputados votem “sim”, “não” ou registrem “abstenção” nos
terminais dispostos em suas mesas.
O
SR. OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para colocar o PSD em obstrução.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem,
deputado Oseias de Madureira. PSD em obstrução.
Estão abertos, então, agora, os
microfones de aparte, para que as Sras. Deputadas e Srs. Deputados que não
conseguirem fazer o seu voto no sistema eletrônico possam, assim, fazê-lo nos
microfones de aparte.
Mais alguma das Sras. Deputadas e dos
Srs. Deputados gostaria de consignar o seu voto?
*
* *
- Verificação de votação
pelo sistema eletrônico.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não havendo
mais deputados interessados em consignar o seu voto, pergunto ao plenário, às
Sras. Deputadas e aos Srs. Deputados se algum dos senhores gostaria de alterar
o seu voto. (Pausa.)
Não havendo deputados interessados em
alterar o voto, passaremos então à proclamação do resultado. Votaram “sim” 59
deputados, mais este presidente, totalizando 60 votos, quórum suficiente para
aprovar o projeto, salvo emendas.
Item 2 - Em votação as emendas de nº 1
a 3 englobadamente. As Sras. Deputadas e os Srs. Deputados que forem contrários
permaneçam como se encontram. Rejeitadas.
O SR. DONATO - PT - Pela
ordem, presidente.
O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela
ordem, deputado Donato.
O SR. DONATO - PT - Para
consignar o voto favorável às emendas da bancada do PT.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o
pedido Vossa Excelência. Então peço que consignem o pedido do deputado Antônio
Donato.
Não havendo mais nada a tratar, esgotado
o objeto desta presente sessão, está encerrada a sessão.
*
* *
-
Encerra-se a sessão às 17 horas e 52 minutos.
*
* *