24 DE ABRIL DE 2023
6ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO DO CENTENÁRIO DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE SÃO PAULO, OSASCO E REGIÃO
Presidência: LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
RESUMO
1 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Assume a Presidência e abre a sessão. Informa que a Presidência efetiva convocou a presente sessão solene, em "Comemoração do Centenário do Sindicado dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos.
2 - DANIELA SANTANA
Mestre de cerimônias, convida todos para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".
3 - PRESIDENTE LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Discorre sobre a importância desta solenidade em homenagem ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Elenca as conquistas obtidas pela categoria ao longo da história da entidade. Defende as empresas públicas. Tece críticas ao governo Tarcísio de Freitas, por conta da política de privatizações.
4 - DANIELA SANTANA
Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeo sobre os 100 anos do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
5 - PRESIDENTE LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Presta homenagem ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, com a entrega de uma placa à atual presidenta da entidade, Ivone Silva.
6 - IVONE SILVA
Presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, faz pronunciamento.
7 - DANIELA SANTANA
Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeo sobre os presidentes anteriores do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
8 - PRESIDENTE LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Presta homenagem, com a entrega de uma placa, a Gilmar Carneiro, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região de 1988 a 1994.
9 - GILMAR CARNEIRO
Presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região de 1988 a 1994, faz pronunciamento.
10 - PRESIDENTE LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Presta homenagem, com a entrega de uma placa, a Juvandia Moreira Leite, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região de 2010 a 2017.
11 - JUVANDIA MOREIRA LEITE
Presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região de 2010 a 2017, faz pronunciamento.
12 - PRESIDENTE LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Dá conhecimento de autoridades presentes nesta solenidade.
13 - EDUARDO SUPLICY
Deputado estadual, faz pronunciamento.
14 - PAULO FIORILO
Deputado estadual, faz pronunciamento.
15 - DOUGLAS IZZO
Presidente da CUT-SP, faz pronunciamento.
16 - DANIELA SANTANA
Mestre de cerimônias, anuncia homenagem do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região ao deputado Luiz Claudio Marcolino, com a entrega de uma placa. Anuncia a exibição de vídeo sobre o futuro do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
17 - PRESIDENTE LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Destaca a importância de haver mulheres à frente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Comenta que a entidade sempre prezou pela renovação de seus quadros. Discorre sobre as características da categoria representada pelo sindicato. Observa que a entidade sempre teve os olhos voltados para o futuro. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.
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* *
- Assume a
Presidência e abre a sessão o Sr. Luiz Claudio Marcolino.
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A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - DANIELA SANTANA - (Inaudível.)
Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem como
finalidade homenagear o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
pelos seus 100 anos e pela sua atuação defendendo os direitos da categoria.
Esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal do
YouTube da Alesp.
Convidamos,
para compor a Mesa Diretora desta sessão solene, o deputado estadual Luiz
Claudio Marcolino. (Palmas.) Convidamos também Ivone Silva, atual presidenta do
Sindicato dos Bancários de São Paulo. (Palmas.) Gilmar Carneiro, presidente do
Sindicato durante os anos de 1988 a 1994. (Palmas.)
Para a abertura
desta sessão solene, ouviremos o deputado estadual Luiz Claudio Marcolino.
O SR. PRESIDENTE
- LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Sob a proteção
de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos regimentais, esta
Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.
Sras.
Deputadas, Srs. Deputados, minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene
foi convocada pelo presidente desta Casa de Leis, deputado André do Prado,
atendendo minha solicitação, com a finalidade de “Comemorar o Centenário do
Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região” pela passagem dos 100
anos de sua fundação.
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - DANIELA SANTANA - Convido todos
os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro
executado pela cantora Maria Graça Braga e pelo violonista Rodrigo de Souza
Carneiro.
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* *
- É executado o
Hino Nacional Brasileiro.
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* *
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - DANIELA SANTANA - Agradecemos à
Maria da Graça Braga e ao Rodrigo de Souza Carneiro pela execução do Hino
Nacional Brasileiro.
Convidamos,
então, o deputado Luiz Claudio Marcolino para o seu pronunciamento de abertura
da sessão solene.
O SR.
PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Um bom dia a
todos. Um bom dia a todas. Queria saudar aqui o nosso ex-presidente Gilmar
Carneiro, também saudar aqui a Ivone, que é a nossa atual presidenta, e cada
diretor, cada funcionário e cada parceiro que hoje estão aqui acompanhando a
sessão solene. Saudar aqui o secretário-geral da CUT São Paulo, Calazans.
Renato, nosso tesoureiro. Amaro, presidente do Sindicato dos Vigilantes, também
aqui presente.
Para a gente, é
muito importante, Ivone, realizar esta sessão solene aqui na Assembleia,
Gilmar, porque nós sempre defendemos - além de defender o sindicato
corporativo, que é o sindicato que defende emprego, defende os salários,
defende as condições de trabalho - que o sindicato tenha que ser um sindicato
cidadão. Que posso ocupar todos os espaços do Legislativo, do Judiciário e do
Executivo a partir dos nossos trabalhadores.
Então hoje nós
temos bancários no Brasil inteiro como vereadores, deputados estaduais,
deputados federais, já tivemos governadores, como o Wellington Dias, no Piauí,
Zeca, do PT, no Mato Grosso, Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul. Já tivemos e
temos hoje diversas lideranças no Brasil afora.
E a gente sabe
que, além do nosso trabalho, das nossas condições de trabalho e do nosso
emprego, o trabalhador e a trabalhadora precisam de educação, de saúde, de
segurança pública, de defesa do meio ambiente. E tudo passa e perpassa pelos
espaços legislativos. Então poder hoje, Ivone e Gilmar, comemorar os 100 anos
do Sindicato em uma Casa Legislativa, para a gente é muito importante.
E quando a
gente comemora esses 100 anos aqui na Assembleia Legislativa, nós estamos
demonstrando para a sociedade a importância da categoria bancária. Estamos
falando de uma categoria bancária que perpassou, ao longo desses 100 anos, por
muitos desafios.
Nós
conquistamos a jornada de seis horas, a licença-maternidade, a igualdade de
oportunidade, o vale-refeição e vale-alimentação, a participação nos lucros e
resultados, a licença-maternidade de seis meses. Tudo isso foi conquista de
muita luta e muita organização.
Passamos por
alguns desafios, como privatizações do Banespa, da Nossa Caixa, dos bancos
estaduais, Banerj, Bemge, Banestado, BEG, pelo Brasil afora foi o desmonte dos
bancos públicos do nosso Estado.
E todas as
vezes que esses movimentos aconteceram nos seus estados, as assembleias
legislativas e os deputados sempre tiveram um papel importante, muitos na linha
da defesa dos trabalhadores e da empresa pública, e outros, inclusive,
defendendo que esses bancos fossem privatizados.
Neste momento,
nós temos alguns ataques colocados também no estado de São Paulo, como é o caso
da Sabesp, da CPTM, da Emae, que são empresas importantes e públicas no estado
de São Paulo que já estão na mira de privatização deste atual governo. A gente
percebe, Ivone e Gilmar, que é uma contradição em relação aos governos que aí
estão.
Enquanto no
Brasil o presidente Lula suspende o processo de privatização dos Correios, a
retomada da Eletrobrás, a retomada de parte da Petrobrás, você tem, do outro
lado, o governador do estado Tarcísio apontando para as privatizações. Então
nós temos dois governos diferentes gestando o País neste momento.
De um lado, um
governo que quer fortalecer as empresas públicas, fortalecer a população e as
políticas públicas do nosso País. Do outro lado, um governo que o desmonta. E
estar no Parlamento estadual, para a gente, é muito importante. São nessas
lutas que nós estamos praticamente em nosso cotidiano.
Nós estamos
vendo agora o desafio do Poder Público, seja ele federal, estadual ou
municipal, nessa questão da educação, na qual, nas duas últimas semanas, a
gente viu o caos que se criou no Brasil aforam em relação aos ataques na
escola, seja ela na educação infantil, seja ela na educação básica. Nós estamos
buscando mecanismos e políticas o tempo todo de tentar criar mecanismos de
proteção às nossas crianças, que também passam pelo Parlamento.
Mas para a
gente, quando falamos do Sindicado dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região,
dos 100 anos de lutas e 100 anos de conquistas, é um sindicato que passou pelas
“Diretas Já”, é um sindicato que passou pela redemocratização do nosso País, é
um sindicato que passou pelo impeachment do Collor e sempre teve o seu papel na
vanguarda, na linha de frente das organizações sociais deste momento.
É um sindicato
que ajudou na criação do Partido dos Trabalhadores e da Central Única dos
Trabalhadores. São os espaços de representação também da sociedade. Nós
representamos o trabalhador no seu local de trabalho, mas também é necessário
que representemos os trabalhadores também na sociedade.
Então, o nosso
sindicato tem muita história, o nosso sindicato tem muita luta e o nosso
sindicato tem muita organização.
Mas nada seria
possível, nesses 100 anos de conquistas que nós tivemos, se não fossem os
funcionários, os dirigentes e principalmente a categoria que sempre esteva ao
lado do nosso sindicato. Eu tenho orgulho de ter presidido o Sindicato dos
Bancários de São Paulo, Osasco e Região de 2004 a 2010.
Sucedi o nosso
companheiro João Vaccari Neto, que me presidiu antes; antes do Vaccari, o
Ricardo Berzoini; antes do Berzoini, o Gilmar Carneiro, que se encontra aqui
com a gente; e depois quem acabou me sucedendo na presidência do sindicato foi
a Ivone que, junto com o Gilmar, fez um brilhante trabalho à frente do nosso
sindicato. É por isso que comemorar os 100 anos aqui na Assembleia Legislativa,
para a gente, é muito importante.
E essa história
com certeza não teria sido a história que foi se não fosse cada um e cada uma
de vocês que estão aqui presentes, cada um e cada uma de vocês que estão nos
ouvindo e também participaram dessa história maravilhosa, que são os 100 anos
de luta e 100 anos de conquista. Então, uma boa sessão solene para todos e
todas e muito obrigado pela presença de vocês.
Muito obrigado.
(Palmas.)
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - DANIELA SANTANA - Agradecemos as
palavras do deputado. Neste momento, nós assistiremos a um vídeo dos 100 anos
do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
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* *
- É exibido o
vídeo.
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* *
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - DANIELA SANTANA - Convidamos,
para compor a Mesa Diretora desta sessão solene, Juvandia Moreira Leite, presidente
da gestão de 2010 a 2017. (Palmas.)
Convidamos o
deputado estadual Luiz Claudio Marcolino para vir à frente entregar a placa de
homenagem para o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, e
também para a atual presidenta, Ivone Silva. (Palmas.)
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* *
- São entregues
as homenagens.
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* *
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - DANIELA SANTANA – Passamos, então,
a palavra para a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e
Região, Ivone Silva.
A SRA. IVONE
SILVA - Bom dia. Emocionada aqui de receber a
placa das mãos do Luiz Claudio, né? Bom, primeiro eu quero cumprimentar todos
os presentes, os funcionários, os dirigentes sindicais aqui presentes. Também o
Suplicy, que está aqui, muito obrigada por ter vindo aqui na nossa solenidade,
estou muito contente. (Palmas.) É uma honra para nós aqui.
Agradecer muito
ao Luiz Claudio Marcolino, que fez aqui esta homenagem ao sindicato, que é uma
homenagem merecida pelo papel do sindicato não só na categoria bancária, mas
pela transformação de toda a sociedade.
Como o vídeo
ali disse, são 100 anos em que nós lutamos pela democracia do País. Então, em
todos os momentos mais importantes do País em que a democracia esteve ameaçada,
o Sindicato dos Bancários sempre esteve ali defendendo a democracia.
E no último
período foi em relação ao golpe que sofremos da presidenta eleita Dilma, que
foi em forma de impeachment, mas foi um golpe. E nós fomos para as ruas contra
esse golpe e sempre dizíamos: “Esse golpe não é contra a presidenta, é contra
todos os trabalhadores e trabalhadoras”. E isso infelizmente isso se
concretizou depois, porque logo depois tivemos uma reforma trabalhista que
tirou vários direitos.
Mas a categoria
bancária soube muito bem se organizar, defender os seus direitos e ir para a
rua também para defender os direitos de todos os trabalhadores. E hoje a gente
conseguiu retomar a democracia no País, conseguimos retomar com vários
parlamentares eleitos dos trabalhadores, parlamentares negros - principalmente
mulheres negras.
É uma coisa que
nós lutamos muito, porque a sociedade tem gênero, tem raça, e é importante que
a classe trabalhadora... Não é uma coisa só. Ela tem diferenças entre ela e tem
que ser assim a luta, para igualar todos em questões de direitos, em questões de
respeito da sociedade.
E é para isso
que o sindicato existe, para que realmente todos sejam o que quiserem ser, que
as mulheres ocupem o espaço onde elas quiserem estar, seja sendo presidenta do
sindicato, seja sendo deputadas.
E eu fico muito
orgulhosa de ver as deputadas desta Casa aqui, sejam vereadoras, seja
presidenta da República, sejam presidentas de bancos públicos - como agora
temos duas mulheres -, que sejam ministras.
Que tenhamos
ministros negros, mulheres negras, também indígenas. Então é para isso que o
sindicato está, para uma sociedade realmente democrática, livre e que tenha
respeito por todos.
A nossa luta
vai muito além da categoria bancária por isso. Então por isso eu estou muito
feliz de estar aqui, de ser a atual presidenta nestes 100 anos do sindicato, e
um sindicato que é o seu tempo. Então o Sindicato dos Bancários, apesar dos
seus 100 anos, é extremamente moderno nas suas pautas, viu, Luiz?
Nós já estamos
discutindo, por exemplo, a questão - já discutimos - de teletrabalho. Nós sabemos
que isso não é nem uma regulamentação ainda do País, mas nós já temos, não é?
Nós também
discutimos, por exemplo, a redução de jornada, de você ter quatro dias de
jornada por semana. Por que não? Porque a tecnologia hoje permite que você
diminua várias formas de trabalho. Então por que não o trabalhador também se
apropriar disso?
Nós também
colocamos isso na nossa reivindicação aí do ano passado, na nossa minuta, e nós
queremos que todos os trabalhadores brasileiros também tenham a diminuição da jornada,
né? Porque nós pensamos nessa questão da tecnologia que vai ocupando o espaço
de todos, e como nós vamos fazer futuramente para realmente ter trabalho? Então
uma das formas é ter diminuição da jornada de trabalho.
Muito obrigada
pela presença de todos. Agradeço a presença de todos os sindicatos presentes
aqui em nome aqui do nosso secretário-geral Calazans, da CUT, muito obrigado. O
Douglas chegou aqui também, o nosso presidente da CUT, obrigada. (Palmas.)
Obrigada também
a presença de todo o nosso Sindicato dos Bancários de São Paulo, que está aqui
presente, agradeço em nome da presidenta Aline, que também está aqui, muito
obrigada. (Palmas.)
E mais uma vez,
Luiz, muito obrigada por essa homenagem.
Eu fico muito
feliz e muito emocionada de estar aqui.
Obrigada.
(Palmas.)
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - DANIELA SANTANA – Assistiremos,
agora, a um vídeo sobre os presidentes que já passaram nesses 100 anos do
Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
*
* *
- É reproduzido
o vídeo.
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* *
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - DANIELA SANTANA - Convidamos
então, para vir à frente receber a placa de homenagem das mãos do deputado, o
presidente da gestão de 1988 a 1994, Gilmar Carneiro. (Palmas.)
*
* *
- É entregue a
homenagem.
*
* *
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - DANIELA SANTANA - Passamos então
a palavra a Gilmar Carneiro. (Palmas.)
O SR. GILMAR
CARNEIRO - É difícil falar, não é fácil. Para quem
já falou por uma hora e quarenta minutos na porta de banco, falar por cinco
minutos aqui é uma eternidade.
Porque o que a
gente não prevê na luta de classe é como se comportar com a doença, e como eu
desenvolvi a doença de Parkinson e depois tive um AVC, tudo isso interfere,
porque... (Palmas.)
Mas a
simbologia de estar aqui com vocês do Brasil inteiro, do estado de São Paulo,
com nosso eterno senador, vereador e deputado Suplicy. É sempre um prazer com o
Douglinhas e com os companheiros das CUTs estaduais.
Nós somos
petistas aqui na grande maioria, mas poderia ter mais petistas aqui, porque
essa parceria do PT com a CUT e com os sindicatos dos bancários no Brasil
inteiro é fundamental.
Eu acho que é
uma ausência que precisa ser mais bem trabalhada, mas tem os companheiros de
São Bernardo aqui dos metalúrgicos, dos químicos, dos funcionários da CUT, tudo
isso é importante.
E lembrar
também, já que nós estamos falando em 100 anos, que o Boris Fausto faleceu
semana passada, e o Boris Fausto é um historiador que revolucionou o ensino da
História e a pesquisa da História. Eu convivi um pouco com ele, eu acho que o
Suplicy pode falar mais sobre a importância do Boris Fausto na historiografia
brasileira.
Que a nossa
missão, o nosso papel, é de dar esse caráter de classe e de massa ao
sindicalismo, que não teve, porque a direita não deixava a esquerda crescer.
(Palmas.) O Losacco, quando criou o Dieese em 1950, foi fundamental, para dar
qualidade aos estudos analíticos da economia. E também como agitador o Losacco
foi fundamental, Salvador Romano Losacco.
Agora, a gente
tem que associar a categoria com a evolução do Brasil e do mundo. Foi fundada
em 23. O que houve em 22, logo antes de começar o sindicato dos bancários? Nós
tivemos a Semana da Arte Moderna, que foi o início da modernização do Brasil, e
também tivemos a fundação do Partido Comunista Brasileiro em 1922.
E é claro que o
Partido Comunista aqui sempre sofreu uma repressão violenta por causa da guerra
com a União Soviética, da Segunda Guerra e também da luta de classes
propriamente dita. E não é à toa que depois vem a Revolução de 30, Getúlio
Vargas cria o Estado Novo e cria o sindicalismo vertical, com imposto sindical,
com o sindicato único e com intervenção dos sindicatos e tudo.
Mas mesmo com
as dificuldades de Getúlio, o movimento sindical cresceu. Foi importante criar
o IAPB, Instituto da Aposentadoria e Pensão, criar várias organizações e fomos
crescendo juntos.
As mulheres,
que não tinham o direito de trabalhar nos bancos, ganharam na justiça o direito
de serem bancárias, começaram pelo Banespa, o Banco do Brasil foi crescendo, a criação
dos bancos do nordeste e a evolução dos bancos.
A gente tem
poucos livros sobre a história dos bancos. O estado de São Paulo chegou a ter
mais de 300 bancos. O meu sogro, que é um japonês do Japão, foi sócio de banco.
O Bradesco, que é o maior banco da América Latina - que era -, foi criado pela
Casa Almeida, em Marília, no interior de São Paulo.
Quando se fala
em São Paulo, o que valia era o interior. O que valia era Presidente Prudente,
o que valia era Araçatuba, o que valia era Bauru e o valia era a plantação de
café e as ferrovias para a exportação de café. E junto a isso, vem a
industrialização. E com a industrialização e o café, vinha o quê?
Em 1970, quando
eu vim para São Paulo, a minha conta bancária foi no Banco Holandês Unido, que
agora é o Santander na evolução, mas era um banco holandês chamado Banco
Holandês Unido, que negociava café para a exportação para o porto de Amsterdã.
Depois, fui trabalhar no primeiro emprego bancário, em 1971. Foi no Citibank,
ali na praça Antonio Prado. Um prédio pomposo, no segundo andar, era o
Citibank.
Depois de dois
anos, eu fui para o Banco Guanabara, que era na Líbero Badaró. E era engraçado,
porque o que era Guanabara? Era um município-estado que era a capital do País,
como foi Brasília.
Agora o Rio de
Janeiro ficou pobre quando juntou o estado da Guanabara com o estado do Rio de
Janeiro, porque o Rio de Janeiro era pobre. Era pobre não, ainda é pobre. Por
isso que a violência é (Inaudível.) lá no Rio de Janeiro. E nesse processo
todo, a gente vem evoluindo.
Eu entrei na
GV, na Fundação Getúlio Vargas, o Gushiken também. E quando o Gushiken me
chamou para ir para o sindicato, eu falava: “Mas eu não fiz GV para ser
sindicalista. Eu fiz GV para ajudar a entender o capitalismo, para ver como
melhorava a situação do Brasil”.
E conversando
com o Gush, o Gush insistindo, e eu falei para ele: “Olha, eu só topo ir para o
sindicato se a gente topar fazer uma luta contra a ditadura, porque tem que
democratizar o Brasil”. Aí fomos para o sindicato.
Fui preso na
greve de 78, no Banco do Brasil. Depois, em 79, fizemos uma greve meio doida,
de braços cruzados e nem lembro qual era a palavra de ordem. Mesmo perdendo,
foi fundamental para melhora a autoestima da categoria. E ganhamos o sindicato
de 79, em uma chapa única de frente ampla, isso é importante lembrar a todos.
Junto com o pessoal do partidão, junto com o pessoal da (Inaudível.), da
Convergência.
Tinham os
nossos maluquinhos. Eu, maluquinho, a Tita Dias, uma incendiária. Tinha a turma
boa de briga. E era na porrada, era na prisão. Enfrentava a porrada. O Vaccari
ia lá, levantava os policiais: “Ele está me agredindo, está me agredindo”, mas
levantava o policial, encaramos a compensação em tudo.
E uma grande
surpresa para nós: já nessas greves de 79 e 80, as mulheres já eram maioria nos
piquetes, é uma coisa interessante. Porque os homens, como eram comissionados
os gerentes, eles se escondiam mais.
As mulheres,
não. As mulheres faziam passeata, piquete, paravam vendedor de peixe, botavam
carro de som dos peixeiros para pressionar os bancos e essas coisas todas.
Então, assim, isso é importante.
E nesse
processo de redemocratização do Brasil, eu me lembro que, na campanha salarial
de 76, da campanha eleitoral, eu trabalhei no comitê do Suplicy para deputado
estadual. Era Suplicy para estadual, professor Suplicy. Eu era da GV também, e
tinha também o Angarita, que foi candidato a deputado federal.
E lá no Colégio
Mackenzie, o Suplicy foi o mais votado de todos. E hoje eu moro do lado do
Mackenzie. Esse processo de construção do PT e de construção da CUT foi tudo na
briga, na pressão. E a Assembleia aqui foi importante. Houve greve em que
passamos a noite aqui, dormimos aqui, porque a repressão estava em cima de nós.
Então, tem que continuar.
E o bom é que,
nessa evolução toda, hoje quem está na maioria da categoria? Os presidentes
começando com o Luiz Claudio... É o Fiorilo. E nesse processo de evolução, nós
evoluímos muito. Tivemos o papel do Gushiken na Constituinte, que foi
extraordinária.
O maior
estrategista nosso até hoje que eu conheço foi o Augusto Campos. Ele precisa
ser mais recuperado na história, porque foi uma pessoa fundamental.
Diretor-representante, conhecedor de banco, lia em francês, assinava o “Le
Monde”, era uma erudição extraordinária e uma humildade maravilhosa. Ensinava
para a gente o que era a luta de classes e o que era o sistema financeiro. Daí
a importância da formação do trabalhador, da condição de... Então, é um
processo.
E ter o Luiz
Claudio como presidente, qual é o simbolismo disso? É o primeiro presidente de
banco privado dos últimos 30, 40 anos. Isso é um marco histórico. Quando nós
começamos em 79, não tinha ninguém direito para cuidar do Bradesco.
Eu fui cuidar
do Bradesco. Eu sempre gostei de cuidar dos mais simples, não tem problema. Fui
trabalhar à noite com o Zé Roberto, com o Bodo, toda terça e quinta eu estava
na compensação, havia 20 mil trabalhadores à noite.
E nós parávamos
à noite. Daí o Jânio foi trabalhar à noite, depois a Dozina veio para a noite.
A noite passou a ser fundamental, estratégica, as compensações, os CPDs. Então
assim, esse processo, nós temos que conhecê-lo. E nós estamos vivendo agora um
desafio muito grande: a categoria está diminuindo, está desaparecendo não só no
Brasil, mas no mundo inteiro. Está tudo sendo informatizado e digitalizado.
E qual vai ser
o nosso papel? Nós temos que refletir sobre isso. Em vez de discutir só banco,
discutir o sistema financeiro nacional e internacional, conhecer bem isso. E o
estado de São Paulo? O estado de São Paulo, o interior de São Paulo, tem que
pensar a economia para o interior do estado. Como vai estar o crescimento, a
formação de mão de obra profissional do interior?
Nós temos que
dialogar com os professores da rede pública. Se deixar como está, vai diminuir,
vai haver cada vez menos professor na rede pública. É a privatização do ensino
no interior todo. É a privatização da medicina, da saúde, criminosamente.
Vão acabar com
os grandes hospitais das grandes redes e vai ficar só o atendimento básico nos
postos de saúde. Os pobres vão para o posto de saúde, e quem tiver dinheiro,
paga para ir para os hospitais particulares e essa coisa toda.
Então, esse
modelo não serve para a maioria do povo brasileiro. É um modelo elitista,
privatista e destruidor. Quando se fala em destruidor, a maior destruição que
São Paulo teve foi a privatização do Banespa.
Foi uma coisa
tão vergonhosa que, em quatro anos, o lucro do Banespa, com a nova direção do
Santander, pagou o banco em quatro anos. Dilapidação do patrimônio público no
estado de São Paulo.
E o Banespa era
o terceiro maior banco do Brasil. Controlava 25% do crédito rural do Brasil.
Era do Banespa. E não é à toa que o interior de São Paulo ficou mais pobre. E
nós temos que recuperar o desenvolvimento e a qualidade de vida do interior do
estado de São Paulo, porque São Paulo ainda é a vanguarda do Brasil.
O PT e a CUT
cresceram em São Paulo para depois crescer no Brasil inteiro. E até hoje é São
Paulo que financia os golpes de direita e as manifestações de esquerda. Então
nós temos que continuar o trabalho no estado de São Paulo.
O Douglas, o
pessoal, nós temos que fazer uma parceria estratégica com os professores, com
os funcionários públicos e principalmente com a agricultura, porque a
agricultura do interior de São Paulo está definhando.
Então, assim, é
para dar parabéns, valorizar o trabalho maravilhoso. Nós fizemos história, nós
todos juntos. Agora temos mais desafios pela frente. Mesmo o Lula, coitado, nós
temos que ajudar muito o Lula, porque é uma época de recessão, uma época de
desemprego violento e sem perspectiva econômica de para onde vai o mundo. Vai
ser tudo chinês? Não vai ser chinês, nem vai ser russo e nem vai ser americano.
O brasileiro é diversificado, e nós temos que continuar na vanguarda.
Eu acho que,
por mais que tenha dificuldades aqui na Assembleia Legislativa, nós temos gente
valorosa, gente extraordinária aqui do PT e de outros partidos. E temos que ir
para o interior.
Voltar a ter o
espírito de bandeirante, mas não o bandeirante escravagista, mas o bandeirante
libertador, que coloca São Paulo a serviço do Brasil e a serviço do mundo. Esse
é o recado principal dessa experiência.
E desculpem as
emoções, mas quem não se emociona em uma hora dessas, não é? (Palmas.)
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - DANIELA SANTANA - Para então
finalizarmos as homenagens aos ex-presidentes, convidamos Juvandia Moreira
Leite, presidente da gestão de 2010 a 2017, para receber a sua placa de
homenagem das mãos do deputado. (Palmas.)
*
* *
- É entregue a
homenagem.
*
* *
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - DANIELA SANTANA - Passamos agora
a palavra à Sra. Juvandia Moreira Leite.
A SRA. JUVANDIA
MOREIRA LEITE - Bom dia, companheiros, bom dia,
companheiras. Queria cumprimentar aqui a nossa presidenta, companheira Ivone,
cumprimentar o Marcolino, também ex-presidente do sindicato, nosso deputado
estadual.
Cumprimentar
aqui o companheiro Gilmar Carneiro, dizer que é um orgulho muito grande estar
aqui com você, e é difícil falar depois de Gilmar com essa emoção toda. É o
nosso “nego veio”, né? A gente tem o “veio do rio”, a gente tem o “nego veio”.
Enfim.
Eu estava
lembrando aqui que esta é a minha segunda placa. Eu recebi a placa dos 90 anos
aqui pelo Marcolino, quando eu era presidenta, e tenho muita alegria de estar
aqui com a companheira Ivone recebendo aqui esta placa dos 100 anos dessa
história tão linda, dessa história feita por homens, por mulheres, e é uma
história feita por pessoas notáveis que a gente homenageia, mas feita por
muitos anônimos, que construíram essa história.
E a gente vê lá
no sindicato, nos painéis nos murais, nas fotos, quantas pessoas, né, Gilmar,
naquelas assembleias, nas greves? Nós já tivemos mais de um milhão de bancários
na categoria e, como o Gilmar falou, nós temos uma redução. Hoje nós temos um
pouco mais de 400 mil, 450 mil bancários. Mas no sistema financeiro, no ramo
financeiro, nós temos mais de um milhão e meio. Então nós temos uma mudança.
Nesses 100 anos
de história, nós temos uma mudança da categoria, do processo do trabalho, dos
bancos, do papel do sistema financeiro, de como vivia o sistema financeiro. São
100 anos de história, mas são 100 anos que se misturam com a história do
Brasil, e isso é muito bonito.
E é muito bom
estar aqui com o companheiro Douglas, presidente da CUT, que também faz parte
da nossa história, que nós ajudamos a construir. Fomos uma das categorias que
estava lá desde o processo de pensar a criação da Central.
E a gente está
lá construindo essa história com os nossos militantes, com o Gushiken, com o
Augusto, com o Gilmar, com o Vaccari, com tantos outros militantes que ajudaram
a construir essa história tão bonita de luta dos bancários e da classe
trabalhadora. Nossa história se mistura.
E é muito bom
também estar aqui com o companheiro Suplicy, que faz parte da história dos
batalhadores, dos lutadores da esquerda, das pessoas que estavam nessa criação
também da CUT, que esteve conosco em vários momentos das nossas lutas. Está
aqui o deputado também Paulo Fiorilo, também um parceiro e um companheiro das
nossas lutas.
E nesses 100
anos, acho que uma marca nossa é a defesa da democracia, essa é uma grande
marca. Pensar a organização da classe trabalhadora é outra grande marca. Nós
que construímos - acho que - a maior negociação nacional que tem no Brasil, a
negociação coletiva que tem no Brasil é a dos bancários.
Está aqui a
companheira Aline, a quem cumprimento todos os sindicatos presentes, o Renato e
o Calazans aqui representando as várias categorias com as quais a gente se
relaciona bastante e durante muito tempo.
A construção
dessa organização nacional, dessa negociação nacional... Que é uma referência,
viu, Gilmar? Acho que é o futuro da nossa luta, para fazer a mudança na
legislação sindical exatamente para ampliar, para que outras categorias se
agreguem, se organizam, tenham mesas nacionais, mesas mais amplas.
E a luta da
democracia foi uma luta sempre presente na militância do nosso sindicato. Nós
passamos por cinco intervenções militares, né? A última foi muito recente, eu
diria historicamente muito recente. Em 1983, a diretoria foi deposta, mas a
gente já tinha passado por mais outras quatro. Ou seja, uma entidade como a
nossa ser atacada dessa forma é porque lutava.
É porque lutava
por direitos, lutava pela democracia, lutava por um Brasil melhor, para fazer
as reformas de base, para que a classe trabalhadora fosse respeitada, fosse
incluída, pudesse participar e ter voz no País. Então é um orgulho muito grande
fazer parte dessa história, desses 100 anos com tantos militantes.
E, claro, não
podia deixar de falar das mulheres também. As mulheres, na construção dessa
nossa história, desde 1923 que as mulheres podem ser sindicalizadas, mas
naquela época elas ainda não podiam fazer concurso público para trabalhar nos
bancos públicos. Isso só foi acontecer na década de 60. Então, foi uma luta
muito grande.
Homenagear
também aqui a Consuelo, que é uma das mulheres que entraram na diretoria lá na
década de 40, e eu tive o prazer de conhecê-la. Com mais de 80 anos de idade,
ela estava lutando por creche no bairro dela e dizendo que... Eu lembro que,
quando ela foi a um debate que a gente fazia na internet, um programa que era
um momento bancário, ela falava assim: “Eu quero contribuir até depois de
morta, porque estou doando meu corpo para hospital-escola da USP, porque eu
quero contribuir”.
E eu pensei:
“Meu deus, que coisa”. Primeiro que ela me fez chorar, que eu pensei: “Agora
vai começar o programa e eu não vou conseguir falar”, porque é, de verdade, uma
história muito bonita de consciência política, de luta, de participação, de
desejo de transformação. E saber que ela veio para o sindicato na década de 40,
com certeza não era fácil fazer parte de um sindicato, né? Atividade coletiva,
naquela época...
E ver hoje
tantas mulheres na nossa direção, tantas mulheres na executiva. Quando eu e Ivone
entramos, havia duas mulheres na executiva do sindicato de 12, viu, Renato?
Hoje vão ser dez mulheres e dois homens. Inverteu-se. Mas é parte da história,
não é? Eu acho que é um momento importante, é um momento, eu acho, em que as
mulheres estão tentando conseguir a igualdade.
E olha que a
gente lutou muito, e ainda há muita coisa a se fazer por essa igualdade e pela
equidade, para a gente chegar até a igualdade de oportunidades, igualdade de
direito, respeito, acabar com a violência, essa luta vai ainda muito longe.
Então eu acho
que é importante, como símbolo para os sindicatos, símbolo para as mulheres,
símbolo para a classe trabalhadora, um símbolo de luta, de inclusão, de busca
dessa igualdade de oportunidades, é muito bom ver o nosso sindicato sendo
liderado aí por mulheres.
Obviamente, com
todos os companheiros juntos e apoiando essa luta, porque ninguém faz nada
sozinho, não é? Não construímos 100 anos de história sozinhos, não é? Nós
construímos com a coletividade. E o movimento sindical tem muita dessa característica
do coletivo, da luta coletiva e da luta também...
Eu acho que nós
somos exemplo disso, os sindicatos cotistas têm muita essa característica de um
sindicato cidadão, de um sindicato que luta pela democracia, que luta pelo
País, que luta pela soberania, que luta pelo desenvolvimento econômico com
distribuição de renda, com geração de emprego e renda.
A gente está
sempre fazendo os debates nacionais, e é por isso que nós somos uma entidade
centenária que tem tanto respeito e que tem uma história tão bonita que
contribuiu tanto para a história da classe trabalhadora.
Então eu quero
encerrar aqui parabenizando todos os militantes anônimos, as pessoas que não
têm seus nomes marcados, não presidiram sindicato, mas foram extremamente
importantes nessa luta.
A todos e
todas, eu deixo aqui os meus parabéns a todos que construíram essa história, a
todos os parceiros dessa história. Meu muito obrigada aos funcionários que
fizeram, ao longo dessa história. E eu queria aqui, para homenagear um
funcionário - não é, Ivone? - que, quando nós entramos, estava lá e fazia parte
dessa história da retomada, que é o Nelson Silva.
Então, na
pessoa do Nelson Silva, eu homenageio todos os funcionários dos sindicatos
nesses 100 anos de história, porque eles foram extremamente importantes para a
gente. (Palmas.)
É isso, gente.
Obrigada,
Marcolino, e a Assembleia Legislativa por esta homenagem. (Palmas.)
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - DANIELA SANTANA - Convidamos
então, para uma breve saudação, o deputado estadual Eduardo Suplicy. (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Enquanto o
Suplicy se dirige até a tribuna, quero citar aqui também a presença do deputado
estadual Paulo Fiorilo, uma salva de palmas ao deputado que nos acompanha.
(Palmas.) O Wanderley Ramazzini, presidente do Sindicato dos Bancários de
Guarulhos, que está lá em cima, na galeria. (Palmas.)
Citar a
presença da Aline Molina, presidente da Fetec da CUT São Paulo. (Palmas.)
Presença do Camilo Fernandes, presidente da Afubesp, Associação dos
Funcionários do Santander. (Palmas.)
Também da Maria
Rosalina Greguchi, que é a nossa tesoureira e também da Afubesp aqui de São
Paulo. (Palmas.) O Gheorge Vitti, que é o presidente do Sindicato dos Bancários
do ABC. (Palmas.)
Também presente
o Belmiro, que está lá na galeria, também o nosso secretário de Comunicação.
(Palmas.) O Otoni, coordenador da CUT ABC. (Palmas.) Fernanda Henrique,
presidente do PT de Ribeirão Pires. (Palmas.) Flávio Monteiro Moraes,
diretor-presidente da Bancredi. (Palmas.) Antonio Marcelo Benz Ribeiro,
presidente da Abaesp, Associação dos Bancários Aposentados de São Paulo.
(Palmas.)
Amaro Pereira,
presidente do Sindicato dos Vigilantes de Barueri. (Palmas.) Daniel Calazans,
secretário-geral da CUT, e Renato Zulato, o nosso tesoureiro da CUT São Paulo,
uma salva de palmas, companheiros. (Palmas.) Marcelo Borges, coordenador da
Sub-7 da CUT Mogi das Cruzes. (Palmas.) E Leandro Marafon, representando o delegado-geral
Artur Dian. (Palmas.)
E mandou para a
gente aqui uma carta o companheiro Barba, que é o 1º Secretário hoje da Alesp:
“Impossibilitado de comparecer à sessão solene em comemoração aos 100 anos do
Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, por meio do companheiro
da bancada, Luiz Claudio Marcolino, cumprimento a presidenta do sindicato,
companheira Ivone, em nome de quem saúdo todas as demais autoridades presentes.
Parabenizo toda
a categoria por esse século de lutas, no qual bancárias e bancários levantaram
bandeiras que serviram de exemplo a todo movimento sindical nacional,
constituindo-se hoje em um dos maiores sindicatos da América Latina.
Desejo que o
próximo século seja de mais avanço para a categoria e que junto possamos
impulsionar as trabalhadoras e os trabalhadores do estado de São Paulo a seguir
conquistando direitos que sirvam de modelo aos demais trabalhadores de todo o
Brasil. Deputado estadual Teonilio Barba”. (Palmas.)
Com a palavra,
o nobre deputado Eduardo Suplicy.
O SR. EDUARDO
SUPLICY - PT - Deputado Luiz Claudio Marcolino,
que coisa boa essa sua iniciativa de estar aqui comemorando tão merecidos os
100 anos do Sindicato dos Bancários. Cumprimento a querida presidente Ivone
Silva, do Sindicato dos Bancários, o Douglas Izzo, nosso presidente da CUT.
Queria, Paulo
Fiorilo, convidá-lo para estar aqui ao meu lado, porque você pediu para eu
falar por você. No entanto, só se você estiver aqui ao meu lado e eventualmente
fazemos um dueto.
Se eles
pedirem, você canta comigo. (Palmas.) E Juvandia Moreira Leite, que aqui
relembrou tantas ocasiões em que eu estive interagindo com vocês do Sindicato
dos Bancários.
E desde que eu
ingressei na vida pública... Vocês sabem que é a segunda vez que eu venho para
esta Casa. Em 76, com 40 amigos assim, mais ou menos, ajudei na eleição de
Flávio Flores da Cunha Bierrenbach para ser vereador.
Estávamos
comemorando em uma pizzaria e eis que então alguns companheiros vieram à minha
mesa e disseram: “Olha, os seus artigos na ‘Folha de S. Paulo’ sobre política
econômica estão sendo muito lidos, sobretudo pelos jovens. Seria bom você
pensar, em 78, em ser candidato”.
E eu então fui
falar com André Franco Montoro, Ulysses Guimarães, Plinio de Arruda Sampaio,
Chopin Tavares de Lima: “O que é ser um representante do povo, um deputado?”.
Interessei-me
e, em 78, fui eleito pela primeira vez deputado estadual para esta Casa. E
naquela época eu interagia já com um companheiro de vocês que foi presidente do
Sindicato dos Bancários, o Gilmar Carneiro, que foi meu aluno na GV. (Palmas.)
Ele deve se
lembrar de alguns momentos assim especiais, porque certo dia eu convidei, para
fazer uma palestra, o ex-presidente Jânio Quadros. E não era ainda eleito
prefeito.
Eis que ele
falou, e de repente o Gilmar teve um momento de diálogo com ele assim muito
firme, muito assertivo, como é próprio da sua história. Mas, como ele falou,
com Gushiken e tudo, eu, professor na GV.
E daí quando eu
fui em 79, por tudo que tinha acontecido, nós aqui, deputados estaduais, alguns
do MDB - tínhamos seis -, que, pela solidariedade prestada aos indiciados na
Lei de Segurança Nacional, eu aqui fiz um discurso da história dos 13
indiciados, o Lula, Djalma Bom e outros que haviam sido detidos.
Mas por tudo
que aconteceu em 79, quando chegou o segundo semestre, os que estavam formando
o PT vieram a nós. E eu, Irma Passoni, João Baptista Breda, Marco Aurélio
Ribeiro, Serginho Santos, Geraldo Siqueira: “Nós queremos que vocês participem
da fundação do PT”.
E eu procurei
constar, não tinha ainda internet e tal: “Quem votou em mim,” - tinha uns 78
mil por aí - “por favor, diga o que vocês acham”. A maioria disse: “É o que nós
esperamos de você”.
E daí eu me
tornei mais e mais companheiro de todos vocês que estão aqui, sobretudo no
início dos anos 80, a grande batalha pelas “Diretas Já”. Em 79 aqui, nós não
admitíamos de maneira alguma - mas perdemos - que o Paulo Maluf indicasse um
prefeito não eleito pelo povo, que acabou sendo o Reynaldo de Barros. Mas agora
toda essa luta continua.
Permitam-me que
eu lhes dê uma notícia: amanhã, Paulo, não vou poder estar aqui, porque fui
convidado pelo senador Fabiano Contarato, da comissão que analisa medida
provisória para estudar tudo que aconteceu nessa medida provisória de 02 de
março, assinada pelo presidente Lula, que restitui a Bolsa-Família e acaba com
o Auxílio-Brasil, que o Bolsonaro quis pôr no lugar.
E também diz
que essa medida provisória trata do programa Bolsa-Família e do que está
previsto na Lei nº 10.835 e na Constituição Brasileira, que será a Renda Básica
de Cidadania, que até chegar à sua universalização... (Palmas.)
Eu quero lhes
dizer que me senti honrado, porque o presidente da comissão me convidou para
amanhã, às 14h30, estar lá falando no Congresso Nacional sobre a Renda Básica.
E eu vou
explicar para eles que o dia em que tivermos a Renda Básica, certamente, dada a
percepção de muito maior igualdade de direitos, vai diminuir significativamente
a criminalidade, os assaltos, os roubos, os assassinatos e inclusive aqueles que
estão preocupando o prefeito e o governador no centro da cidade.
Houvesse uma
renda básica garantida, tantas mulheres não precisariam vender o seu corpo para
se prostituírem, para dar de comer em casa, e tantos rapazes não precisariam
por falta de meios de ajudar no orçamento, não precisariam seguir o exemplo do
“Homem na Estrada”, que hoje não vou cantar aqui, porque já estou abusando.
E vou deixar a
última despedida para o meu líder, Paulo Fiorilo.
Você permite,
Marcolino?
O SR.
PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Claro.
O SR. PAULO
FIORILO - PT - Eu agradecer ao Suplicy, que não
vai me fazer cantar “O Homem na Estrada”, porque eu ia estragar o discurso
dele. Parabéns ao Sindicato dos Bancários, parabéns à direção e aos
funcionários. Cem anos de luta. O sindicato, que tem uma história e que tenho
certeza de que vai continuar sendo nossa referência nessa luta.
E eu tive o
prazer de acompanhar vários dos representantes do sindicato no Parlamento, na
Câmara de São Paulo e agora aqui. Então, para mim é uma honra muito grande, são
quadros fundamentais. Termino dizendo que comentei com Douglas que o Sindicato
dos Bancários nos dá uma lição, que é a possibilidade de ter presidentas na
direção.
Parabéns, a
luta continua.
Suplicy,
parabéns. (Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado, Paulo
Fiorilo, que é o nosso líder. Obrigado, Suplicy, hoje um dos deputados mais
assíduos aqui desta Casa.
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - DANIELA SANTANA - Convidamos
também, para uma breve saudação, Douglas Izzo, presidente da CUT de São Paulo.
(Palmas.)
O SR.
PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Enquanto o
nosso presidente Douglas Izzo chega à tribuna, quero citar aqui também a
presença do representante do deputado Enio Tatto, assessor Nicolas, e,
representando o deputado estadual Maurici, Natanael Boldo. Com a palavra,
Douglas Izzo, presidente da Central Única dos Trabalhadores do estado de São
Paulo, com o qual pude dividir a vice-presidência nesse último período.
O SR. DOUGLAS
IZZO - Bom dia aos companheiros, bom dia às
companheiras. Quero saudar aqui os presidentes, né? Gilmar aqui, que deu uma
aula de história do século, porque ele falou desde 22 até chegar aos dias
atuais.
Cumprimentar
meu companheiro, vice-presidente da CUT, que nós elegemos deputado estadual,
importante ter a representação dos trabalhadores aqui na Assembleia
Legislativa, meu companheiro Luiz Claudio Marcolino, e parabenizá-lo por esta
solenidade.
Cumprimentar
aqui a Ivone Silva, nossa presidente do Sindicato dos Bancários. Cumprimentar a
Juvandia, que também foi presidenta aqui do sindicato. Hoje é a presidente da
Contraf, que é a Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, dos
trabalhadores bancários de todo o Brasil.
E esse
centenário é de luta, de muitas vitórias, uma luta que se confunde um pouco com
a história do Brasil. E eu fiquei prestando atenção na militância naqueles
quadros. Viu, Marly? Você, que também faz parte da história da CUT. Eu costumo
dizer que a Marly é o “Google” da CUT: tudo que você perguntar, ela te
responde.
Mas os
bancários apresentaram grandes quadros na história recente do Brasil: Gushiken,
Berzoini, o Gilmar, o nosso Marcolino. Então, não é, Daniel? É um sindicato que
trouxe e que tem sido muito importante na organização dos trabalhadores aqui no
estado de São Paulo e uma grande parceria com a CUT São Paulo.
Eu vou falar
com mais propriedade da história recente desse sindicato, de uma grande
parceria com a CUT São Paulo, uma parceria em que nós estivemos presentes aí na
luta contra o fascismo, na luta contra o golpe, que construímos duas das
maiores greves gerais do País, né?
Movimentos que
tiveram um retrocesso com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, mas que
nós, em nenhum momento - Gilvan, depois a Ivone - nós recuamos um milímetro de
fazer a luta política em defesa primeiro dos trabalhadores, mas uma luta
política em defesa da democracia, em defesa da justiça social no nosso País.
E por sempre
acreditar na luta é que nós, inclusive, defendemos aquele que é o maior líder
operário do Brasil. Lá em Curitiba, estivemos, com o apoio dos companheiros
bancários, dizendo: “Bom dia, boa tarde e boa noite, presidente”.
Conseguimos
fazer a luta para provar que aquele julgamento foi uma farsa, Daniel, e
construímos, dessa forma, um movimento e recolocamos o Brasil na democracia e
em um governo de reconstrução nacional.
E eu quero
encerrar aqui, obviamente, parabenizando esse sindicato pelos 100 anos, mas
dizer que o dia 1º de maio é um dia de luta. E nós temos uma tarefa de fazer um
grande 1º de maio. Teremos a presença do presidente Lula nesse evento. É um
evento em que teremos o anúncio de medidas que atendem às necessidades e às
reivindicações dos trabalhadores brasileiros.
Então, a tarefa
do movimento é a tarefa de mobilizar, de fazer um grande 1º de maio e mostrar
para o Brasil e o mundo que o Brasil mudou, que é um Brasil do acolhimento, que
é um Brasil que trabalha em direitos, que é um Brasil que constrói a cada dia
uma nova perspectiva para o seu povo e para os trabalhadores do Brasil.
Parabéns,
Sindicato dos Bancários, parabéns, direção.
Continuamos
juntos na luta. Aquele abraço. (Palmas.)
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - DANIELA SANTANA - Convidamos
então, para vir à frente, toda a Mesa Diretora, para entregar uma homenagem ao
deputado estadual Luiz Claudio Marcolino.
O SR.
PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Enquanto
descemos para receber a placa, queria solicitar ao pessoal que está no
plenário, na parte de cima, nós estamos quase no processo de encerramento da
sessão solene, depois vamos tirar uma foto coletiva com todos os presentes.
Então, quem
puder, que está lá em cima, já ir descendo, para depois a gente tirar uma foto coletiva
com todo mundo aqui.
*
* *
- É entregue a
homenagem.
*
* *
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - DANIELA SANTANA - Antes do
encerramento, assistiremos a um vídeo sobre o futuro do sindicato.
*
* *
- É exibido o
vídeo.
*
* *
A SRA. MESTRE
DE CERIMÔNIAS - DANIELA SANTANA - Para o
encerramento desta sessão solene, ouviremos o deputado estadual Luiz Claudio
Marcolino.
O SR.
PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado.
Queria também citar a presença do companheiro Gilmar Mauro, que é coordenador
do MST aqui, sempre junto com a gente também na construção dessa luta.
(Palmas.)
Também está
aqui o Boldo, que é do Comitê Betinho, Silvana, presidente do PT de Guarulhos,
também presidente. Também o Paulo Salvador, que tem conduzido os trabalhos da
rede Brasil Atual e da TVT.
Então, para a
gente, é muito importante fazer essa ação. Quando a gente conversou com a Ivone,
além da festa, que já aconteceu nesta semana, que se fizesse também uma sessão
solene aqui na Assembleia Legislativa.
Como a Juvandia
falou, nós fizemos aqui a de 90 anos, e naquela época eu também estava como
deputado estadual, e para a gente foi muito importante aquela sessão solene.
Passaram-se dez
anos, e nesses dez anos, tanto a Juvandia estava como presidenta como a Ivone
também assumiu a presidência do sindicato nesse período. E para a gente ter
duas mulheres à frente do nosso sindicato nesse período - agora nós teremos a
terceira, a partir da semana que vem, também como presidenta do nosso
sindicato, a companheira Neiva, que hoje não pôde estar presente em virtude de
uma gripe forte, mas estará à frente também do sindicato no próximo período.
E esses dias eu
estava conversando com a Ivone na quadra e falei: “Ivone, a gente fez muita
luta durante 2004 e 2010, quando eu estava na presidência do sindicato. E nós
tivemos várias conquistas nesse período.
Mas daqui a 100
anos, quando a pessoa olhar para a história, vai olhar para a história dos
bancários e falar: ‘O Luiz Claudio Marcolino, de 2004 a 2010, foi o último
presidente homem no Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região’”. De
alguma forma, estarei na história desse sindicato.
Quando a
Juvandia assumiu a presidência - e ela fala isso em todo lugar que vai, é
correto -, nós ficamos durante 87 anos em que quem conduziu e coordenou o
Sindicato dos Bancários foram homens, mesmo quando as mulheres, em um período
atrás, não tinham direito a fazer concurso público.
Passaram a
fazer concurso público, passaram a ingressar na categoria bancária. Hoje, as
mulheres são a maioria na categoria bancária, mas não tinham assumido a
presidência.
E na década de
90... E eu falo para vocês que estão chegando agora que o nosso sindicato tem
uma marca talvez diferente dos outros, que a gente preza muito pela renovação.
Se a gente olhar aqui as gerações que aqui estão, nós temos dirigentes novos.
Eu assumi a direção
do sindicato com menos de 30 anos, a presidência. A Juvandia e a Ivone também.
Então, nós fomos presidentes muito novos do nosso sindicato. Então, uma das
tradições é a questão da renovação.
Uma outra
tradição que nós tivemos no sindicato é que nós sempre defendemos que o
conjunto do sindicato tem que defender todas as políticas. Nós, da década de
90, reunimos o Coletivo de Gênero do sindicato e falamos: “Não são só as
mulheres que têm de cuidar não só do 08 de março, mas da discussão de gênero. É
do conjunto do sindicato”.
Com os
trabalhadores negros, também foi a mesma coisa. Falamos: “Não são só os negros
que têm de cuidar da política antirracismo no nosso sindicato, tem que ser o
conjunto de toda diretoria”. Não é só quem representa a população LGBT que tem
que discutir as questões em relação a LGBT em nosso sindicato: tem que ser o
conjunto de toda diretoria.
Nós tivemos, na
década de 90 também - o Gilmar deve se lembrar desse processo - em que a
maioria dos nossos bancários eram caixas e escriturários. Caixas e
escriturários, naquele período, eram 90% da categoria.
Tínhamos dois
ou três gerentes em uma agência e 40 ou 50 caixas e escriturários em uma
agência bancária. E aí nós debatemos naquele momento que era importante que o
sindicato representasse o conjunto dos funcionários, seja caixa, escriturário
ou corpo gerencial.
Hoje nós
entramos em uma agência bancária, a maioria que há em uma agência bancária hoje
é o corpo gerencial. E se não fosse essa leitura estratégica da década de 90,
hoje nós não teríamos mulheres ocupando espaços, negros ocupando espaços, corpo
gerencial ocupando espaço sentindo-se representado pelo sindicato, que foi uma
leitura estratégica. É mesma leitura estratégica que agora a Ivone e a Juvandia
trazem em relação às novas tecnologias.
O Gilmar fala
um pouco da mudança da categoria bancária, mas eu lembro que, quando eu entrei
no banco em 89, eu entrei no caixa eletrônico, e a gente supria o caixa
eletrônico do banco Itaú.
Havia só 72
caixas eletrônicos. Aí na década de 90 e nos anos 2000, espalharam-se caixas
eletrônicos em todo lugar. E todo mundo falava que o caixa eletrônico vai
substituir a categoria bancária.
Aí nós vimos em
92 que os bancos começarem o atendimento telefônico. Nós tínhamos, até pouco
tempo atrás, lugares com sete mil trabalhadores atendendo o telefone. Então
diminuiu o trabalhador da agência bancária, mas aumentou o trabalhador em
atendimento telefônico, no caixa eletrônico, na área de sistema. Então, a
categoria bancária vai migrando.
Quando eu assumi
o sindicato em 2004, nós tínhamos 97 mil bancários. Eu deixei a presidência do
sindicato em 2010, nós tínhamos 134 mil bancários. Pulou de 97 mil para 134 mil
bancários, e vem se mantendo boa parte desses bancários até então. Por que
aumentou o número de bancários de 2004 a 2010?
Porque nós
tivemos um governo democrático e popular que tinha crédito para pessoa física,
crédito para agricultura, crédito para financiamento imobiliário, tínhamos
crédito para micro e pequena empresa. Então o crescimento do País e o aumento
do crédito em abundância fez com que aumentasse também a categoria bancária.
Nós tínhamos
acordos coletivos em que a cada ano aumentava o número do Banco do Brasil,
aumentavam os trabalhadores da Caixa Econômica Federal, porque tinham programas
sociais e era necessário pagá-las pela Caixa Econômica Federal. Então foi
aumentando o número de agências e o número de trabalhadores. Então tudo isso é
história.
E tudo isso é
importante que vocês, que estão chegando agora para conduzir o sindicato pelos
próximos 100 anos, façam o que sempre fizemos, tanto com Juvandia como com a Ivone,
com o Gilmar, com Vaccari, com Berzoini, com Augusto Campos, com Luiz Gushiken
e agora com a Neiva, que vai assumir a presidência: o tempo todo ir discutindo,
olhando o atual momento. Olhar para o passado, que é importante, do que foi
feita a construção, mas sempre pensar as ações para o futuro.
Foi desse jeito
que o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região sempre foi um dos
sindicatos mais fortes, não só daqui de São Paulo e do Brasil, mas de toda a
América Latina, e se quiser, podemos falar de todo o mundo.
Porque hoje nós
só temos no mundo três grandes sindicatos que são hoje de esquerda: no Brasil,
os bancários; na Espanha, as comissões obreiras; e os italianos da CGIL. O
restante dos bancários do mundo basicamente são trabalhadores de direita, são
sindicatos de direita.
Então nós temos
a honra e o orgulho de fazer parte de uma categoria revolucionária, que ajuda
não só nas construções de políticas para a categoria bancária no Brasil, mas a
gente ajuda a construir também esse diálogo no mundo. E vocês serão o nosso
futuro nos próximos 100 anos.
Com certeza
vocês estarão trilhando o caminho que nós já trilhamos e agora está nas mãos de
vocês conduzir o sindicato por mais 100 anos. Muito obrigado pela presença de
cada um e de cada uma de vocês. E aqui nós concluímos a nossa sessão solene.
(Palmas.)
Esgotado o
objeto da presente sessão, eu agradeço às autoridades, à minha equipe, aos
funcionários do serviço de som, da taquigrafia, da fotografia, do serviço de atas,
do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da imprensa da Casa, da TV
Alesp e das assessorias policiais Militar e Civil, bem como a todos que, com
suas presenças, colaboraram para o pleno êxito desta solenidade.
Está encerrada
a presente sessão.
Muito obrigado
a todos e todas. (Palmas.)
Lembrando que
hoje também, às 15 horas, teremos uma audiência pública em que discutiremos que
temos um processo aqui na Assembleia contra a privatização da Linha 9 da CPTM e
a retomada também das linhas 8 e 9 de novo para o governo do estado. Então quem
puder, compareça às 15 horas na sessão solene contra a privatização da CPTM.
Queria
solicitar que todos viessem aqui à frente para a gente fazer a nossa foto
oficial dos 100 anos do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Às 14 horas, a sessão solene. E citar também o presidente Cleyton, presidente
do Sindicato dos Bancários de Mogi.
*
* *
- Encerra-se a
sessão às 11 horas e 25 minutos.
*
* *