17 DE MAIO DE 2023

10ª SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

        

Presidência: ANDRÉ DO PRADO

Secretaria: ANDRÉA WERNER, DR. EDUARDO NÓBREGA, DELEGADA GRACIELA e TENENTE COIMBRA

        

RESUMO

        

ORDEM DO DIA

1 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Abre a sessão. Coloca em discussão o PLC 75/23.

        

2 - PAULO FIORILO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

3 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Responde ao questionamento do deputado Paulo Fiorilo.

        

4 - ENIO TATTO

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

5 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Responde ao questionamento do deputado Enio Tatto.

        

6 - EDUARDO SUPLICY

Discute o PLC 75/23 (aparteado pelo deputado Luiz Claudio Marcolino).

        

7 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Solicita verificação de presença.

        

8 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.

        

9 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Para questão de ordem, faz pronunciamento.

        

10 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Responde à questão de ordem feita pela deputada Monica Seixas do Movimento Pretas.

        

11 - DR. JORGE DO CARMO

Discute o PLC 75/23.

        

12 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Discute o PLC 75/23.

        

13 - GILMACI SANTOS

Para questão de ordem, faz pronunciamento.

        

14 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Responde à questão de ordem do deputado Gilmaci Santos.

        

15 - PAULO MANSUR

Discute o PLC 75/23 (aparteado pelo deputado Bruno Zambelli).

        

16 - CARLOS GIANNAZI

Discute o PLC 75/23 (aparteado pelo deputado Tomé Abduch).

        

17 - PROFESSORA BEBEL

Para questão de ordem, faz pronunciamento.

        

18 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Responde à questão de ordem da deputada Professora Bebel.

        

19 - TOMÉ ABDUCH

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

20 - CONTE LOPES

Discute o PLC 75/23 (aparteado pelo deputado Paulo Fiorilo).

        

21 - PAULO FIORILO

Solicita verificação de presença.

        

22 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Determina que seja feita a chamada de verificação de presença, que interrompe quando observado quórum.

        

23 - DONATO

Discute o PLC 75/23.

        

24 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Anuncia a presença de autoridades do parlamento alemão (Bundestag) no plenário desta Casa.

        

25 - GUTO ZACARIAS

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

26 - LUCAS BOVE

Discute o PLC 75/23.

        

27 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Discute o PLC 75/23.

        

28 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Retifica o horário de convocação da segunda sessão extraordinária de hoje, a realizar-se às 19 horas e 25 minutos. Encerra a sessão.

        

* * *

 

- Abre a sessão o Sr. André do Prado.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior.

Ordem do Dia.

 

* * *

 

- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Discussão e votação adiada do Projeto de lei Complementar nº 75, de 2023, de autoria do Sr. Governador.

Para discutir a favor, o nobre deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Paulo Fiorilo.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, o senhor colocou o PLC 75 na ordinária ou na extraordinária?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Extraordinária. Já estamos na extraordinária.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Isso. E os requerimentos que podiam ser votados na ordinária, o senhor não os votará?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Não. A gente vai votar oportunamente, que vou colocar amanhã, na sessão de amanhã.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Ok, Sr. Presidente.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Enio Tatto.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Desculpa, talvez eu não tenha prestado atenção. O senhor foi direto para a extra, não entrou na sessão ordinária?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Já foi levantada a sessão.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Foi levantada a sessão?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Foi levantada a sessão.

 

O SR. ENIO TATTO - PT - Tudo bem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Já estamos na extraordinária.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro presidente André do Prado, Sras. Deputadas, Srs. Deputados; gostaria de aqui falar sobre o Projeto de lei Complementar 75, de 2023, que trata sobre a reclassificação dos vencimentos dos integrantes das carreiras de delegado de Polícia, das carreiras de policiais civis e da Polícia Militar.

Desde que o projeto foi enviado a esta Casa pelo governador Tarcísio de Freitas, recebi centenas de mensagens de diversas outras carreiras, solicitando que também fossem inseridas na proposição, uma vez que ficaram de fora, desde dentistas da própria Polícia, passando por oficiais administrativos e membros da Polícia Penitenciária.

Nós, parlamentares da bancada do Partido dos Trabalhadores, apresentamos sete emendas em nome do líder Paulo Fiorilo, que entre outras coisas tem como proposta incluir a Funap, os agentes de segurança penitenciária, os agentes de escolta e vigilância e os agentes da Fundação Casa que ficaram de fora.

Além disso, as emendas propõem que se garanta a isonomia entre as diversas carreiras, o que não está garantido na forma como está o projeto, tendo em vista que cargos do mais alto escalão estão com percentual de aumento maior que os demais, de em média 4 por cento. Também foi proposto que os vencimentos não sejam inferiores, que os ajustes não sejam inferiores a 20%, além de aumento do valor do auxílio alimentação.

Além disso, diversos outros parlamentares, como os deputados Barba, Reis, Antonio Donato, Professora Bebel, Márcia Lia, Luiz Claudio Marcolino e Emídio de Souza também apresentaram emendas com o objetivo de aprimorar o projeto através do debate. As emendas não contrariam o objetivo do projeto, que é o de reclassificação salarial, mas evidenciam que o projeto precisa ser mais debatido para ser melhorado e assim atender aos anseios das classes dos trabalhadores que dispõem, incluindo as que ficaram de fora.

Por isso, entre as propostas do Partido dos Trabalhadores, é que possamos realizar uma audiência pública com o governo, chamando os trabalhadores e as trabalhadoras para que possam expor melhor as suas demandas, inclusive, sobre o que ainda não foi dito e o que não foi debatido no projeto, conforme a proposta do deputado Reis da audiência pública.

Dessa forma, reitero o compromisso que assumi ao longo da minha trajetória pública de sempre defender os direitos dos servidores públicos pela relevante contribuição na implementação das políticas públicas, e não poderia ser diferente no caso desse projeto de lei. Por isso, também defenderei os direitos de todas as polícias do estado de São Paulo.

Por se tratar de uma profissão de alta periculosidade, temos recebido diversos relatos de sofrimentos psíquicos, e parte da melhoria das condições de trabalho passa, obviamente, pelo reconhecimento salarial da categoria. Dessa forma, estarei empenhado na defesa das pautas trabalhistas e de salário dignos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando ali...

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Queria um aparte.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Claro.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Pode ser, Sr. Presidente, um aparte?

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Deputado Marcolino.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Suplicy retornou e tem um aparte, sim. É regimental.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Então, é importante, Suplicy, esse projeto que nós apresentamos. É muito importante. É o projeto da Segurança Pública no estado de São Paulo. É importante deixar claro para quem nos acompanha que a nossa bancada, a bancada do Partido dos Trabalhadores, vai defender a proposta ora apresentada.

Só que nós apresentamos, deputado Suplicy, 45 emendas.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Sim.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Quarenta e cinco emendas. Emendas que dialogavam para fazer uma adequação na carreira da Polícia Militar, com os tenentes, com os quadros iniciais da Polícia Militar, que a gente percebeu que tinha percentuais diferenciados. Uns com 13%, outros com 17%, outros com 23%, outros com 28%, outros com 34 por cento.

E nós fizemos - dessas emendas, nós apresentamos 45 emendas -, uma forma de a gente poder fazer uma adequação. Importante um projeto como esse que veio para a Assembleia Legislativa já no início da legislatura. Mas é importante que um projeto dessa envergadura, que nós estamos falando que é um projeto que vai mobilizar muitos servidores da Segurança Pública no estado de São Paulo... Teve um erro. Um erro fundamental.

Primeiro erro, que o governador apresenta esse projeto e encaminha para a Assembleia sem conversar com os sindicatos, sem conversar com as associações. Nós sabemos que toda vez que tem um projeto ligado aos servidores públicos, seja da Educação, seja da Saúde, da Segurança Pública, da Defensoria Pública, do Tribunal de Justiça...

Toda vez que tem algum projeto vinculado a algum órgão público do estado de São Paulo, sempre foi praxe ter um diálogo com a Casa Civil, um diálogo com a Secretaria de Gestão, um diálogo com as representações. E esse projeto nós não vimos, em momento algum, o Governo do Estado chamando essas entidades para um diálogo sobre a proposta que seria apresentada.

Depois disso, nós temos aqui na Assembleia Legislativa, vários deputados que representam os policiais, seja da Polícia Militar, seja da Polícia Civil. O governador também não chamou nenhum membro dos deputados estaduais que são da Polícia Militar e da Polícia Civil para dialogar sobre o projeto.

Nós temos aqui na Assembleia Legislativa o líder de diversos partidos. Nós temos o líder do governo, temos o líder de cada um dos partidos, temos o Colégio de Líderes. O Colégio de Líderes sempre foi um espaço aqui na Assembleia Legislativa para fazer uma adequação, para fazer uma construção e um diálogo dos projetos que vêm aqui para a Assembleia.

Porque pra gente... Nós somos 94 deputados. Desses 94 deputados, toda vez que tem um projeto de lei que é encaminhado para a Assembleia, o nosso papel na Assembleia é fazer uma alteração, uma revisão no projeto que vem. Tem projeto que já foi discutido antes e já vem, praticamente, bem encaminhado.

E tem projeto, como é o caso desse da Segurança Pública, um projeto que vem direto do governador, direto para a Assembleia Legislativa, sem ter um diálogo com as representações de classe. E sem ter um diálogo também com os deputados ligados à base da Segurança Pública, e nem com o Colégio de Líderes aqui na Assembleia.

Para a gente, essa construção, quando a gente vai fazendo essa construção, e nós estamos discutindo no plenário, nós temos 45 emendas. Dessas 45 emendas que nós apresentamos, nós faríamos uma ótima adequação a esse projeto.

Muitas vezes, o que nós não entendemos nos últimos dias, agora, é que nós solicitamos, seja na Comissão de Finanças, Orçamento, seja na Comissão de Segurança Pública, nós solicitamos que houvesse uma audiência pública, porque a audiência pública é parte integrante do Poder Legislativo, na Assembleia, para fazer adequações e melhorias nos projetos.

Nós conversamos com diversas associações e sindicatos nesses últimos dias. E todos eles vieram e trouxeram sugestões.

Essas sugestões eram as 45 emendas que nós apresentamos. Foi fruto de uma audiência pública, que foi chamada pelo deputado Reis, que foi chamada pela bancada do PSOL, para conversar com essas representações, para poder fazer um diálogo mais amplo para o projeto ora apresentado.

 Então, o que nós não entendemos, até agora, é por que não tem, por parte do governo, nenhuma sinalização de melhoria do projeto que foi apresentado.

Como eu disse, 45 emendas. E tem emendas de todos os partidos. Tem do PSB, tem do Rede Sustentabilidade, tem do PT, tem do PSOL, tem, inclusive, da base do Governo. A bancada da Segurança Pública, que tem deputados do PL, deputados do PR, também fez emendas.

Nem essa emenda, inclusive, que foi pela base do Governo, aqui na Assembleia Legislativa, do governador Tarcísio, sequer essa emenda foi aceita pelo relator. Nem no dia de ontem, no congresso de comissões, nem no dia de hoje, depois das emendas que foram apresentadas no dia ontem.

Então, para a gente, esse projeto é muito significativo, porque virão outros projetos para a Assembleia. Vai vir projeto da Saúde. Vai vir projeto da Educação. Vai vir projeto das diversas áreas do serviço público do estado de São Paulo.

O que nós estamos percebendo é que não tem, por parte do governador, esse desejo de fazer o diálogo. Nós vamos conversar aqui, seja a partir da TV Assembleia, seja no plenário, com quem for nos acompanhar, mostrando cada uma das emendas que nós apresentamos, mostrando que todas elas, era factível do governo aceitar essas emendas apresentadas, como aconteceu com outros projetos.

Quando a gente, percebendo a construção do projeto, da envergadura que foi, nós não queremos, quando o governador apresenta um projeto, que ele crie uma crise entre a Polícia Militar e a Polícia Civil. Dentro da Polícia Militar, ele cria diferenciações. Dentro da Polícia Civil, também tem as suas diferenciações. Quando você constrói um projeto de lei, você tem que levar o princípio que a gente fala, da razoabilidade.

Podia ter sido apresentado, no projeto, um percentual linear para todos os servidores da Segurança Pública do estado de São Paulo, e depois você faz uma ou outra adequação.

Nós vamos apresentar um levantamento mostrando uma comparação, como é que está a Polícia Militar de São Paulo, com a Polícia Militar do Paraná, com a Polícia Militar do Rio de Janeiro, com a Polícia Militar de outros estados do nosso País, mostrando um pouco dessa comparação.

O nosso Estado é o mais rico da União. Nós temos o estado mais rico da União. Este Estado, quando a gente faz a comparação de quanto ganham os profissionais da Polícia Militar e da Polícia Civil do estado de São Paulo, comparado com os outros, a gente percebe que o do estado de São Paulo é muito menos do que outros estados com uma arrecadação muito menor.

Então, para a gente, é um projeto importante? É importante. É um projeto que tem percentuais de reajuste consideráveis? São consideráveis. Mas podia ter as suas adequações necessárias, que nós propusemos nas 45 emendas que nós apresentamos. Então nós não sentimos, por parte do governo, nenhum desejo, nenhuma vontade de melhorar o projeto.

E o nosso papel, aqui na Assembleia Legislativa, é fazer uma adequação para melhorar o projeto ora apresentado. Então quero reafirmar aqui, nobre deputado Suplicy.

Vossa Excelência já colocou o nosso voto, que foi votado no Congresso de Comissões no dia de hoje, que foi apresentado pelo nobre deputado Reis, hoje, no Congresso de Comissões. Todos os deputados foram lá, discutiram, apresentaram argumentos.

Vou deixar consignado: o voto do Partido dos Trabalhadores, de cada um dos nossos 18 deputados, será favorável ao projeto apresentado para a Segurança Pública. Mas nós queremos, até o último minuto do debate - que nós temos que fazer na Assembleia, para garantir que as emendas apresentadas - que possam ser adequadas, a partir de uma aglutinativa, que é possível ainda, durante aqui os debates das extras.

Para que a gente possa melhorar o projeto ora apresentado pelo governador do estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Obrigado, deputado Marcolino. Acho que as suas considerações são de muito bom senso. E o melhor caminho, racional, de bom senso, é justamente acatar essa sugestão de, antes de votarmos, ainda termos uma audiência pública.

Poderíamos, aqui, estar recebendo o secretário de Segurança Pública, os diretores da Polícia Civil e Militar. E dialogarmos com as diversas categorias de servidores para chegarmos ao melhor entendimento possível.

Muito obrigado.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Isso, esse é o nosso desejo. E queria, Sr. Presidente, aproveitando agora, fazer uma solicitação de verificação de presença. Num debate tão importante como este, queria solicitar a verificação de presença, para que mais deputados possam participar conosco desse debate.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Convido a deputada Andréa Werner, juntamente com o deputado Dr. Eduardo Nóbrega, para fazerem a verificação de presença. Andréa, Dr. Eduardo... Subir aqui, fazer a verificação.

 

* * *

 

- Verificação de presença.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado o quórum regimental, agradeço a nobre deputada Andréa Werner, juntamente com o deputado Dr. Eduardo Nóbrega, e, dando continuidade para falar contra a discussão do PL 75, o nobre deputado Dr. Jorge do Carmo.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Presidente, uma questão de ordem, rapidamente?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de ordem da deputada Monica Seixas.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Quando a Presidência pergunta: “há acordo de liderança?”, onde e quando vale a liderança se manifestar? Pergunto porque ontem eu gritei “sou contra”, e aí eu queria que o senhor instruísse o plenário quando a pergunta é: “há acordo de liderança?”. Qual é o método de a liderança se manifestar?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Tem que se manifestar nos microfones de aparte.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Só vale aí?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Só vale aí.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Existe um tempo de espera até que a liderança consiga chegar no microfone? Porque às vezes o comando vem no encerramento, e a gente está no fundo do plenário, e precisa chegar.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Eu acho que, assim, existe o bom senso. Quando esta Presidência está presidindo, ou demais deputados estiverem presidindo, tem que ter o bom senso, sim, de esperar. Porém, quando já esgotado o tempo, esta Presidência levanta a sessão.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Muito obrigada, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Então, com a palavra para discutir contra, o deputado Jorge do Carmo.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente; boa tarde, Sras. Deputadas e Srs. Deputados; boa tarde, assessoria; boa tarde aos policiais militares; boa tarde ao público da TV Alesp; boa tarde ao público da galeria, e, antes que vocês me olhem torto, ou achem que eu estou aqui para fazer o jogo contrário, eu quero afirmar para todas e todos, as deputadas e deputados, e o público presente, e àqueles que nos assistem pela Rede Alesp, que, em que pese eu me inscrever na parte contra, mas eu vou fazer uma fala aqui a favor do PLC 75, de 2023, porque é regimental.

E dizer para vocês, Excelências, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, que a gente, desde ontem, nós, deputadas e deputados que compõem as comissões do congresso de comissões, de três comissões, e uma delas é a Comissão de Constituição, Justiça e Redação, que este deputado é membro efetivo, desde ontem nós estamos nos esforçando aqui, tentando, senhoras e senhores, de todas as formas, sensibilizar o governo, sensibilizar o líder do Governo, sensibilizar os deputados e deputadas da base do governo, no sentido de que esse projeto de lei complementar é muito importante para as categorias da Polícia Civil e Militar.

Não há dúvidas sobre isso, e é, inclusive, um compromisso do governador Tarcísio de Freitas, mas eu quero que vocês saibam que existe um princípio, que é um princípio constitucional, chamado de isonomia.

O que é isso? A gente prega em todos os lugares que nós vamos - e a Constituição diz isso - que todos são iguais perante a lei, e que a gente defende direitos iguais para todas e todos, especialmente nas categorias que são tão sofridas e que são tão massacradas pelos governadores.

Foram e continuam sendo tão massacradas pelos governadores que há 30 anos governaram, os governos do PSDB, e agora nós temos a oportunidade ímpar de discutir, de aperfeiçoar, de melhorar um projeto de lei de tamanha magnitude, de tamanha importância.

Aliás, eu falava isso no congresso de comissões ontem e repeti hoje: nós apresentamos um voto separado no congresso de comissões, a bancada do meu partido, do partido dos trabalhadores, no sentido de que se acatassem as emendas.

Como foi falado aqui pelo deputado Marcolino, 40 e poucas emendas, não é, deputado? Quarenta e cinco emendas foram apresentadas por nós. As emendas não eram para piorar o projeto, as emendas eram para melhorar a categoria.

Eu falava do princípio da isonomia. Não tem o menor sentido o governador mandar um projeto para cá, a Secretaria de Segurança Pública, que certamente formatou esse projeto de lei, em que um policial militar tem direito, segundo a lógica do governador e da secretaria, a um percentual menor do que o delegado, do que o coronel. Isso não é justiça e nem é isonomia.

É por isso, por essas razões, que nós entendemos que, quando a gente vai na rua, se candidata para ser representante do povo, a gente diz para as pessoas que nós queremos ser a voz de vocês, aqui, na sociedade, porque, para usar esta tribuna, necessário se faz ser deputado eleito dentre os 94 proporcionalmente mais votados no estado de São Paulo.

Quando a gente vai pedir votos, a gente diz: “Olha, eu quero ser a sua voz lá”, e muitos deputados e deputadas, quando têm a oportunidade de serem a voz das pessoas aqui, se calam. Isso é estranho, porque a gente fica fazendo um discurso na rua, na campanha e, quando chega aqui, a gente tem outro comportamento, totalmente adverso, totalmente inverso e, muitas vezes, equivocado.

Como eu dizia, nós ficamos, ontem, a tarde inteira para a noite conversando na tentativa de melhorar esse projeto de lei complementar. Não houve nenhum gesto, nenhum gesto da bancada que defende o Governo, do relator do PL original, Carlos Cezar, nem do governador, nem do líder do Governo, ou seja, não houve nenhum gesto. Sobre as 45 emendas que foram apresentadas, também não se teve nenhuma tentativa de conversar, de dialogar.

Aí, pergunto para as Sras. Deputadas e os Srs. Deputados: o Parlamento não é para dialogar, não é para parlar, não é para a gente receber uma proposta do governador? Proposta essa que não poderia ser encaminhada por uma deputada ou um deputado, porque teria vício de iniciativa - vício de iniciativa é quando você apresenta um projeto que é de iniciativa exclusiva do Poder Executivo.

Nós não poderíamos apresentar esse projeto, mas o governador apresentou. Nós queremos melhorar, e é para isso que existe o Parlamento, mas não foi isso que nós... Esse gesto, infelizmente, faltou.

Ontem, não teve nenhum acordo. Viemos aqui para o plenário, apresentamos uma emenda de plenário composta por diversos deputados, mais de 19, que o mínimo necessário seria 19, mas aí o projeto voltou para o congresso de comissões, hoje, às 11 horas e com a segunda chamada às 11 e trinta.

Ficamos lá quase a tarde inteira, também, uma vez que já tinha sido rejeitada boa parte daquelas emendas, na tentativa de que ao menos fossem acatadas quatro emendas: 46, 47, 48 e 49, emendas de fundamental importância, inclusive propostas por representantes da base de sustentação, da base aliada, dos deputados que defendem o Governo aqui.

Para a nossa surpresa, mais uma vez, o relatório - muito sucinto, por sinal - do deputado Carlos Cezar, muito sucinto, simplesmente rejeitou todas as emendas, todas as propostas de cada deputado.

Dá a sensação, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, de que nós estamos aqui, e cada deputado é caro, cada deputado tem uma estrutura para representar bem a sociedade, dá a sensação de que estamos aqui trabalhando e não estamos produzindo, o que é lamentável.

E não é porque não queremos produzir, é porque isso nós já vimos na Legislatura passada e essa não é diferente, os deputados da base governista, simplesmente - com alguma exceção, evidentemente, para não ser injusto - silenciam. Parece que o projeto está perfeito, parece que o projeto apresentado aqui, inclusive rejeitando as emendas deles ou delas, dos deputados e deputadas, está perfeito.

A gente não pode pensar ou ver situações como essa e achar que isso é correto, por isso é que nós insistimos hoje no congresso de comissões, discutimos, debatemos, e quero que vocês saibam, debater projeto, o que estamos fazendo aqui hoje, discutir projeto para melhorar, apresentar sugestões, apresentar emendas, não é obstruir.

Obstruir é quando você está protelando para que aquele projeto não seja aprovado. Eu já disse aqui no início, em que pese eu ter me inscrito para falar contra, estou falando a favor.

A bancada do Partido dos Trabalhadores, por orientação dos nossos líderes, vai votar a favor, porque se tem algum partido, tem outros, mas vou falar do meu partido, se tem um partido que defende aumento de salário, melhoria da qualidade de vida, condições dignas de trabalho, é o Partido dos Trabalhadores.

E eu muito me orgulho de fazer parte do Partido dos Trabalhadores. Estou deputado pelo segundo mandato consecutivo, mas sou filiado a esse partido há mais de 30 anos, com muito orgulho.

E aí, Sr. Presidente, eu falava da isonomia, falava da exclusão dos policiais penais, falei lá, estou repetindo aqui, por que não incluir os policiais penais? Por que não incluir o pessoal da Fundação Casa?

Porque não tem vontade política. É uma oportunidade ímpar e não venha me dizer o governador, o presidente, que não dá para incluir porque iríamos infringir a lei, iria o governador infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Não é verdade, porque este Estado, graças a Deus, é o mais rico da Federação. Só um orçamento é maior, o da União. No entanto, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, temos, de baixo para cima, olhando os 27 estados, 26 mais o Distrito Federal, de baixo para cima o estado de São Paulo é o terceiro. Ou seja, olhando de forma inversa o Estado é o terceiro a ter o pior salário para os policiais do Brasil.

Eu sou um nordestino de Alagoas e muito me orgulha, deputada Professora Bebel, deputada Ediane Maria, saber que o meu estado, um dos menores orçamentos do Brasil, paga um salário para os policiais anos luz melhor do que São Paulo.

Muito me orgulho pelo meu estado e muito me entristece por saber que sou deputado, estou deputado pelo estado de São Paulo, uma Federação em que o Estado é o mais rico e a gente ter o terceiro pior salário do Brasil.

Penso que o que falta, na verdade, é ser coerente entre o discurso e a prática, porque as pessoas, como disse, quando o governador vai fazer campanha, todos os governadores... E eu defendi o candidato professor Fernando Haddad e certamente o que ele falou enquanto programa de governo, se tivesse sido eleito, estaria aqui e nós estaríamos aqui coerentemente defendendo aquilo que nós defendemos nas ruas, porque isso significa ter coerência com aquilo que nós pensamos e como agimos.

Vem um projeto para cá, com regime de urgência, como se, se a gente não aprovasse hoje, sem discussão nenhuma, no próximo mês, no próximo pagamento dos servidores da Polícia Militar e Civil, não se obtivesse esse aumento.

Não é verdade, mesmo porque esse aumento é só a partir de julho e as pessoas só vão receber em agosto. E vem com regime de urgência, como se fosse uma coisa urgente, urgentíssima.

Realmente, urge melhorar o salário dos policiais. É urgente, mas é necessário que a gente aprimore. É necessário que a gente esgote a discussão, no sentido de que possamos melhorar.

E aí, em que pese seja constitucional o regime de urgência, não seria necessário a gente, no afogadilho, de forma açodada, fazer essa discussão e aí, quando a gente esticar para discutir, dar a sensação de que estamos obstruindo.

Então, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, hoje, no congresso de comissões, a gente persistiu mais uma vez. Apresentamos outro parecer, outro voto em separado. O PSOL, através da deputada Ediane Maria, também apresentou um voto em separado.

O deputado Caio França, do PSB, apresentou voto em separado. E o governo apresentou, como eu disse, um voto muito sucinto, simplesmente rechaçando, rejeitando toda e qualquer emenda apresentada nas emendas de plenário de ontem.

Então, Sr. Presidente, para concluir, quero dizer e reafirmar que vamos votar a favor, mas fiquem sabendo os policiais: estamos aqui insistindo, persistindo, exaurindo a discussão com o objetivo único e exclusivo de melhorar o salário e as condições de vida de vocês, para que não precisem fazer bico para complementar o salário; não precisem, na sua folga, não precisem, no seu dia a dia, fazer bico para poder complementar o salário, ao invés de ficar com a sua família, ao invés de passear, ao invés de ter uma qualidade de vida melhor.

Então, seremos a favor desse Projeto nº 75, de 2023, por entendermos que é importante melhorar o salário dos policiais civis e militares.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Manifestação nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra a nobre deputada Monica Seixas.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Olá. Justificando: estou de máscara hoje porque estou terrivelmente gripada.

As crianças estão em um surto de gripe, depois de anos sem conviver coletivamente, desprotegidas. Meus filhos ficaram doentes. Ontem, depois de tanta briga, acho que estava com baixa imunidade, cheguei em casa e os abracei. Batata: estou resfriadíssima também.

Vou ficar assim e evitar tocar no microfone para não adoecer os senhores. Aproveito para avisar que a campanha de vacinação da gripe está “on”. Não façam como eu, que não fui me vacinar no primeiro momento. Vacinem-se, porque essa gripe está fortíssima e eu fui vitimada por ela.

Bom, como estou com muita dor de garganta e bastante doente, e gastei muito a voz ontem brigando pela valorização das mais diversas carreiras da polícia, hoje vou deixar os policiais falarem por eles mesmos. Então, vou pedir para a técnica soltar um vídeo, por favor.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

O SR. GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Sr. Presidente, eu queria só indagar a V. Exa., se não me falha a memória existe aqui uma questão de ordem já respondida e até aplicada na época do presidente Cauê Macris, que os vídeos exibidos aqui em plenário são somente no Pequeno e no Grande Expediente e este momento é o momento de os deputados discutirem o projeto em questão.

Eu não creio que seja razoável - para não dizer outra palavra - que possamos colocar um cidadão, embora tenha toda a legitimidade, para discutir o projeto aqui junto com os deputados. Então a minha questão de ordem com V. Exa. é se isso é legal, se isso está correto, porque na minha opinião isso não deveria estar acontecendo.

A tribuna é para a deputada que se inscreveu discutir os 15 minutos e não colocar um vídeo para que um cidadão - legitimamente também, concordo -, mas ele não tem o mandato para estar discutindo um projeto aqui neste momento. Essa é a minha questão de ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Gilmaci, o vídeo é relativo ao tema, ao projeto também, então por isso ele é permitido e está no tempo regimental da deputada Monica Seixas. Então, dando sequência para que o vídeo continue.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Pode encerrar, por favor. Bom, acho que a Polícia Militar falou por si mesma. De verdade, nos últimos dias eu aprendi muito com esse processo, a gente recebeu...

A Polícia Civil tinha mais intimidade, a Polícia Penal, que está em campanha porque quer servidores de carreira da Polícia Penal na SAP e não só coronel da Polícia Militar, eu já conhecia, mais visitas penitenciárias, o pessoal da Fundação Casa eu também acompanho e conhecia mais, mas a verdade é que a realidade da Polícia Militar vem se desenhando para a gente nos últimos dias.

E a gente entendeu desde o primeiro momento que esse projeto rivalizava as Polícias: rivalizava a Polícia Militar com a Polícia Civil, rivalizava com o pessoal da Polícia Penal, que está de fora, mas está sendo dirigida pela Polícia Militar na SAP etc, mas esse é o último pedaço da história que precisa ser contada. A própria Polícia Militar está sendo rivalizada nesse projeto, oficiais contra praças.

Ele disse muitas vezes - e eu vou repetir - que esse aumento para o coronel, o coronel vai saltar de 14 mil para 17 mil, esse sujeito vai trocar de carro, vai comprar uma casa. Agora, o soldado vai ter um aumento de 700 reais...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Para concluir, deputada Monica.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Para concluir, o tão proclamado aumento vai dar 700 reais para a base da pirâmide da Polícia Militar, que está na viatura, todos os dias, e nunca tem a esperança, porque não tem progressão de carreira, de chegar ao que o coronel ganha.

É um aumento muito discrepante na categoria que foi rivalizada pela mão do governador.

Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra o nobre deputado Paulo Mansur, para discutir contra.

 

O SR PAULO MANSUR - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar todos vocês, contra todo o teatro que a esquerda vem fazendo. A deputada Monica coloca um lado da história.

Eu tenho um programa no SBT, há 11 anos, policial. Todos os dias a gente fala da Polícia, combatendo o crime organizado no estado de São Paulo. O programa está em 300 cidades do Estado.

Eu falo a vocês que a maioria dos policiais clama por esse aumento. Teve um estudo do governo, porque o governo Tarcísio estuda para fazer tudo. Principalmente até os secretários que ele tem, são técnicos, de carreira. Que governador a gente teve, no estado de São Paulo, nesses últimos 50 anos, que colocou secretários técnicos de carreira? Era tudo apadrinhado político.

Agora ele coloca o projeto aqui para a Casa, ele não tem nem seis meses de mandato, e ele já coloca um aumento de 20% para a categoria da Segurança Pública. E promete que, no futuro, também olhará para a categoria que é da penitenciária, que clama também pelo aumento, que merece.

Nesse estudo que foi feito de 2014 a 2022, constataram que deveria ter um aumento, na Polícia, de 30%, não de vinte. Mas tem uma responsabilidade de subir, também, o salário, para não comprometer os cofres públicos.

É engraçado que o deputado Jorge do Carmo vem aqui, e fala que a primeira verba que tem mais recurso é da União. Por que então o presidente Lula não aumenta o salário mínimo? Por que ele não aumenta os salários da Polícia Federal? Por que ele não toma uma atitude, se a União tem mais recurso do que o governo estadual?

Logo nesse começo de mandato do governador Tarcísio, ele já aumentou o salário mínimo para o estado de São Paulo. Ele já tomou a atitude de trazer esse projeto para a Assembleia, para a gente aumentar o salário da Polícia Militar, da Polícia Civil. Esse aumento não é linear. Esse aumento foi estudado, pelo secretário Derrite, para fazer por categorias, para incentivar a polícia a querer crescer na carreira.

Então, foi feito um estudo para chegar até essa proposta. Eu falo a vocês que o importante é quando você promete, e você vai lá e cumpre a promessa. Você vem e traz para cá algo que realmente tem uma equivalência grande, 20 por cento. Não como eu escutei hoje, a baixa no bujão de gás, de 100 reais para 99 reais. Não é verdade?

Então você tem os 20% de aumento da polícia. Com certeza, isso vai ter uma elevação a mais nos próximos anos, em conversas aqui na Assembleia Legislativa. É tudo um começo de governo.

O governador Tarcísio está fazendo a diferença dentro do estado de São Paulo. Ele agora colocou projetos pré-moldados, fazendo casa rápida no Litoral Norte, entregando 715 casas em 100 dias, para a população.

Ele está fazendo toda a diferença no estado de São Paulo. A gente, que é base do Governo, recebe pelo Whatsapp só inauguração que ele está fazendo. Está trabalhando 24 horas pelo estado de São Paulo.

Esse vídeo, que a Monica coloca aqui, é uma aberração, esse rapaz falando do governador Tarcísio. Então, a gente está aqui como parlamentar, sim, para querer esse aumento para os policiais, que são uma categoria muito importante do nosso estado de São Paulo, que merece ser valorizada.

A gente pega a polícia, por exemplo, dos Estados Unidos: há muito tempo, está sempre com um carro bom, sempre com o melhor armamento, sempre valorizados, sempre com liberdade para fazerem o que querem. Eles dão liberdade para o policial lá. Aqui o policial tem medo de tomar alguma atitude e poder perder o emprego.

Então, a gente vê aqui os deputados da base da bala, vamos dizer assim, que já foram policiais - Conte Lopes, Mecca -, que dão para a gente exemplo dessa categoria. E é lógico que a gente os escuta muito e a gente sabe do anseio dessa categoria. E a gente discutiu. É claro que a gente sempre quer a mais o aumento, mas a gente acabou percebendo que chegou a um limite, que é isso que precisa ser votado para a gente não perder essa oportunidade de ajudar a categoria.

Então, quando a gente escuta aqui a base do PT falando mal, mal, mal e mal... E fala “eu vou votar a favor”, né Zambelli.

 

O SR. BRUNO ZAMBELLI - PL - Presidente, um aparte, um momento aqui... Regimental.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O orador que tem que...

 

O SR. BRUNO ZAMBELLI - PL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Você falou agora, o deputado falou agora a respeito do “vou votar a favor”. Não precisa nem pedir; pede para votar contra. Se está pouco 700 reais, na média, que dá o dobro - 1.400 - no final para o soldado, pede para votar contra. Não precisa votar a favor. Quero ver votar contra.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - Sim, Zambelli. E assim: nós precisamos realmente valorizar o policial. A gente acabou de entregar, agora, nesse mês retrasado... Os deputados acabaram entregando, junto com a base do Governo, um monte de ônibus escolares.

A gente é chamado para fazer, junto com o Governo do Estado, uma série de demandas com o governador. Eu estou ficando feliz com o governador; ele tem feito muitas coisas pelo Governo do Estado.

Homenageou a Beth hoje pela manhã que, infelizmente, sofreu um ataque numa escola, acabou falecendo; professora esfaqueada. Ele, com o coração bom, homenageou, colocando o nome do metrô em homenagem a ela. Ela acabou falecendo na zona leste. Então, é uma série de ações que a polícia vem fazendo, também, em todo o estado de São Paulo. E esse aumento que é pedido pela base da polícia é para ontem.

Então, a gente precisa realmente, neste Parlamento, se unir, agradecer ao governador e votar a favor. É isso que eu tenho a falar.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra o nobre deputado Carlos Giannazi, para discutir a favor.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, venho à tribuna no dia de hoje para discutir, logicamente, favoravelmente ao PLC 75, de 2023. Todos nós votaremos a favor do projeto. A questão não é votar a favor do projeto; é observar aqui quem vota contra as emendas apresentadas. Essa é a questão.

A votação será feita pelos 94 deputados e deputadas, a favor do projeto do reajuste. A questão é que nós apresentamos emendas para melhorar o projeto, porque muitos segmentos da própria Segurança Pública foram excluídos desse reajuste, que repõe, na verdade, apenas uma parte das perdas inflacionárias. Mas é um projeto que tem muitas contradições e muitas injustiças.

A primeira delas é que esse projeto não reconhece a data-base dos servidores do estado de São Paulo. Nós temos uma lei que foi aprovada aqui neste plenário, em 2006, a Lei 12.391/06, que determina a data-base do funcionalismo público estadual, que é no dia 1º de março, até o dia 1º de março.

Então, primeiramente, esse projeto deveria retroagir até o dia 1º de março. O pagamento no PLC 75 só ocorrerá a partir de julho, então os servidores da Segurança Pública estão sendo “tongados”, roubados e assaltados pelo menos em três meses.

Então esse é o primeiro ponto contraditório da lei, do projeto de lei, na verdade, que agride uma lei estadual. É um projeto que já começa mal. O projeto tem várias contradições: joga patentes contra patentes, marginaliza, exclui a patente do 2º tenente, do 3º sargento, como já foi demonstrado aqui exaustivamente no plenário, no congresso de comissões. Nós já apresentamos essa contradição.

O projeto também faz uma profunda injustiça com os servidores da Polícia Civil, com os vários segmentos da Polícia Civil que, em muitos casos, em muitos pontos, ficam com reajustes inferiores aos reajustes da Polícia Militar. O projeto deixa de fora a Polícia Penal.

Nós temos as três polícias hoje - Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Penal. Inclusive nós aprovamos a PEC da Polícia Penal aqui na Assembleia Legislativa no ano passado, que foi uma luta intensa dos servidores do sistema prisional para regulamentar a lei federal, porque isso é uma determinação da Constituição Federal. Nós legalizamos a Polícia Penal no ano passado. Ela tem que ser regulamentada imediatamente.

Mas e a Polícia Penal, como que a Polícia Penal ficou fora desse projeto da Segurança Pública? Isso é um absurdo. E nós temos informações agora de que já começa o golpe, porque nada é por caso, foi tudo planejado e deliberado. A Secretaria, a SAP já anunciou que vai encaminhar um projeto de lei dando o reajuste para os servidores da SAP, mas qual é o golpe? O golpe é que é através do subsídio.

Olha o golpe no servidor do sistema prisional: a Polícia Penal está sendo golpeada duas vezes, porque ficou de fora desse projeto e agora vai levar um novo golpe porque o reajuste virá via subsídio.

Subsídio significa o fim dos quinquênios, o fim da licença prêmio, o fim da sexta parte, o fim da evolução por tempo de serviço. Então nós temos aí mais um golpe contra os nossos colegas servidores da Polícia Penal, mas haverá luta e resistência, eu tenho certeza.

Olha, tem várias contradições. O projeto deixou de fora também os nossos colegas da Fundação Casa, que estão recebendo apenas a proposta de 6% de reposição das perdas da inflação.

Isso não repõe nem a inflação, tanto é que a categoria está em greve e eu manifesto, aqui da tribuna da Assembleia Legislativa, mais uma vez, o nosso total apoio à luta dos servidores e servidoras da Fundação Casa e à greve.

Exijo que o governador atenda as reivindicações, atenda o sindicato, o presidente da Fundação Casa, e que o secretário de Justiça e Cidadania abra um processo de negociação porque eles estão em greve desde o dia 3, e até agora o governo não negociou, não apresentou nenhuma proposta concreta para os servidores da Fundação Casa.

Então todo nosso apoio a vocês, servidores da Fundação Casa, e a essa importante greve dentro da lei, dentro da Constituição Federal que vocês estão realizando no estado de São Paulo.

E quero ir aos fatos aqui, porque hoje é o dia da verdade. Chegou o dia da verdade. Eu quero ver o que que vai acontecer hoje, porque todos nós vamos votar a favor do PLC 75, de 2023, a questão é na hora das emendas.

O relator, deputado Carlos Cezar, que eu respeito muito, é relator do projeto a serviço do governo. Hoje saiu uma matéria na Folha de São Paulo, deputada Paula da Bancada da Feminista, dizendo que o governo se reuniu aqui com deputados da base, da Segurança Pública, explicando a eles, convencendo os deputados de que não tem que ter nenhuma emenda nesse projeto, e nas falas dos deputados no congresso de comissões ficou muito claro isso, que o governo faz até uma chantagem, dizendo: “olha, se não aprovar desse jeito, não vai aprovar nada, porque o governo não tem recursos orçamentários”. Essa é a desculpa do governo.

Eu quero aqui apresentar os dados aos deputados, para dizer que isso não corresponde à realidade. São dados públicos, que mostram o quanto o governo não investe nos servidores públicos do seu Estado.

O governo fala em gasto com funcionalismo. Nós falamos em investimento nos servidores públicos. Eu trouxe um gráfico público aqui, para mostrar a V. Exas., para mostrar que o estado tem recursos.

Primeiramente, é bom saber que nós estamos com o maior Orçamento da história do estado de São Paulo. O estado de São Paulo nunca arrecadou tanto como agora, em 2023.

O nosso Orçamento é de aproximadamente 317 bilhões de reais. Guardem esse número, 317 bilhões de reais, e nós temos a Lei de Responsabilidade Fiscal, que nós somos contra.

Nós sempre criticamos essa lei, que foi aprovada pelos tucanos, lá pelo Fernando Henrique Cardoso, para confiscar os salários dos servidores públicos do Brasil, e fazer a transferência para o pagamento de juros da dívida pública.

Foi por isso que essa lei da Responsabilidade Fiscal foi aprovada. Não foi por um outro motivo. Mesmo assim, eu vou mostrar os dados da Lei de Responsabilidade Fiscal aqui no estado de São Paulo.

Vamos mostrar o quadro aqui. Nós temos aqui, o limite máximo que o estado não pode ultrapassar é de 49%, que chama o limite máximo da lei de responsabilidade fiscal.

Tem um limite prudencial que é de 46,55%, e depois o limite de alerta, que é de 44,10 por cento. O estado de São Paulo só está aqui investindo 37,93%, ele não chegou nem ainda no limite de alerta, está bem distante desse percentual, e sempre foi assim no estado de São Paulo. Os tucanos sempre com a sua política de ódio e de arrocho dos salários dos servidores, mantiveram exatamente esse modelo de investimento.

Ou seja, na verdade, o governo teria, ainda hoje, resumindo, 14 bilhões de reais, aproximadamente, para investir ainda nos servidores públicos, dando um reajuste digno para todo o funcionalismo público estadual, se ele tivesse interesse político, mas ele não tem interesse político. Ele vai manter os servidores na mesma situação em que o PSDB manteve.

Manteve os salários arrochados e defasados, porque aqui nós temos em São Paulo uma união de duas tendências políticas do Brasil, o bolsonarismo e o tucanistão. Então, por isso que São Paulo... Eu cunhei uma frase, que aqui nós temos o bolsotucanato, uma união das duas vertentes.

O Tarcísio de Freitas retoma as políticas do PSDB em relação às privatizações e em relação aos ataques aos servidores públicos. Por isso que ele vai manter essa política de arrocho salarial, e é por isso que ele excluiu uma boa parte dos servidores desse reajuste salarial. Sobretudo, agora, os nossos colegas servidores da Polícia Penal, que estão sendo golpeados com o subsídio. Olha só o absurdo.

Sem contar as outras categorias profissionais, os profissionais da Educação ficaram de fora, e tantos outros segmentos importantes do funcionalismo...

 

O SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Pela ordem, deputado Tomé Abduch.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, eu estou com a palavra. Se não for questão de ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Qual a questão de ordem?

 

O SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - O senhor me permite?

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, deixa eu só terminar o meu raciocínio.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O orador está na tribuna. Somente com a anuência do orador ele pode te dar aparte também.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pois não? É um aparte que ele quer?

 

O SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Prezado deputado, eu queria que a gente pudesse, nesse importante dia aqui, focar no nosso projeto, porque mais uma vez o senhor está falando coisas que não são relevantes, como bolsonarismo, como PSDB. Se for para tocar nesse assunto, nós vamos falar das políticas que foram feitas pelo PT no passado, pelos assaltos que aconteceram no Brasil e que todos nós sabemos.

Então, o que que eu sugiro? A gente até pode fazer um debate para poder falar de corrupção, poder falar de gestão, poder falar como foi entregue o Brasil no passado, mas o que eu acho é que a gente poderia manter o debate focado nas nossas pautas, que são os policiais civis e militares.

Eu queria só colocar esse ponto para o senhor para a gente refletir, senão a gente vai entrar em guerra aqui de novo e não vamos chegar a lugar nenhum.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Mas é exatamente isso que eu estou fazendo, apresentei um quadro aqui concreto com os investimentos e...

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Questão de ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - E eu sei que V. Exa. é bolsonarista, faz parte da extrema direita do Brasil, agora...

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Questão de Ordem.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Só um minutinho para eu explicar para ele... Então V. Exa. tem que explicar, como bom bolsonarista, por que V. Exa. apoiou a Lei Complementar 173, que congelou os quinquênios, a sexta-parte e a licença-prêmio de todos os servidores do Brasil, inclusive dos servidores da Polícia Civil, da Polícia Militar.

Vossa Excelência tem que explicar por que aprovou, concordou e não se manifestou contra a aprovação da reforma da Previdência do Bolsonaro...

 

O SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - O senhor pode explicar...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Tomé, só com a anuência dele.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Eu estou falando.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Eu estou pedindo uma questão de ordem, estou adiando.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Só um minutinho, Bebel, me deixa explicar para ele, porque é difícil falar com bolsonarista, porque eles são difíceis, têm que ser bem pedagógico, explicar, tem que desenhar, porque eles não entendem.

A Emenda 103 do Bolsonaro, do seu partido, que V. Exa. defende, que fez a reforma da Previdência contra os servidores públicos também, impôs o confisco das aposentadorias e pensões, inclusive a outra reforma dos militares também, que impôs o confisco das aposentadorias para todas as polícias militares do Brasil, para aposentados e pensionistas militares.

Foi o Supremo, que vocês tanto atacaram e atacam, que revogou essa medida, mas o Tarcísio está aqui no projeto. No projeto do Tarcísio ele reintroduziu o confisco do Doria para os policiais aposentados e militares. Então V. Exa. tem que se informar melhor para fazer um debate mais qualificado.

Mas aí houve uma movimentação, quero elogiar aqui os deputados da base do governo que se manifestaram contra, pressionaram, mas os policiais pressionaram também, pegou mal. Como o Tarcísio de Freitas reintroduz para os policiais militares o confisco das aposentadorias e pensões sendo que o Supremo proibiu, falou “não pode”? O governo federal não pode impor esse confisco aos estados, porque é outro ente federativo.

Com a mobilização feita pelos servidores da Polícia Militar, pelas entidades, ele teve que recuar, mas V. Exa. não se manifestou contra a reforma da Previdência do Bolsonaro.

Eu estou aqui colocando números, dizendo que tem recursos para dar reajuste para todos os servidores do estado de São Paulo, tanto é que a minha emenda, a Emenda nº 1, estende o reajuste para todos os servidores, principalmente para a nossa categoria, que são os profissionais da Educação.

Com a palavra, Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - É uma questão de ordem, deputado Giannazi, por isso nem quero que mecham no tempo dele.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de ordem, Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA QUESTÃO DE ORDEM - Precede então V. Exa. ter um tempo garantido ainda.

A questão de ordem que eu levanto é a seguinte, quando o orador, e isso com muito respeito ao colega deputado, mas nada acontece sem um conjunto de ações e sem atores que estão naquela conjuntura.

Então, quando V. Exa. situa personagens, não é uma tentativa de personificar o debate, mas pelo contrário, dizer que por detrás desse personagem tem um conceito, uma concepção, uma lógica de estado, por isso está implantada essa política.

Não pode nos apartear, a gente não pode ter o tempo cortado, deputado, porque faz contextualização. O contexto faz parte da argumentação.

Assim como quem vai contextualizar, por exemplo, o Governo Federal, no caso, neste momento, se referem ao presidente Lula, a gente não fica aqui aparteando. No mínimo, quando subimos lá a gente recoloca o debate.

Então a Questão de Ordem é não ser aparteado, porque a pessoa está fazendo contextualização.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - O deputado Tomé não sabia, mas logo em seguida o deputado Giannazi autorizou o aparte, então agora eu devolvo a palavra ao deputado Giannazi por 34 segundos, para finalizar a sua discussão.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Para concluir, Sr. Presidente, queria fazer um apelo aos deputados e deputadas para que assinem uma emenda aglutinativa, que estamos colhendo assinaturas, que é um pedido da Associação dos Policiais Militares com Deficiência do Estado de São Paulo, em relação ao seu percentual também de reajuste.

É uma emenda apresentada por eles, que estamos colhendo assinaturas. Esses valorosos servidores que foram afastados por conta do seu trabalho, que levaram tiros; são pessoas com deficiência, da Polícia Militar. Então, eles pedem aqui e estamos apoiando essa emenda aglutinativa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência aos oradores inscritos, para discutir contra, o nobre deputado Conte Lopes.

 

O SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - Uma breve comunicação, presidente?

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Uma comunicação, antes de o orador começar a discussão. Tem dois minutos.

 

O SR. TOMÉ ABDUCH - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Eu fui citado, então gostaria de poder debater um pouquinho esse assunto.

É muito difícil para nós, toda hora sendo taxados como extremistas. Quando se fala de extrema-direita, a conotação que se passa é de fascista, a qual todos nós aqui - todos, sem exceção - repudiamos. Todos aqui.

Da mesma maneira que todos aqui repudiam o comunismo. São políticas muito parecidas, políticas ditatoriais, políticas de controle da mídia, políticas de desrespeito, políticas de pobreza para todos. E a todo momento somos taxados de extremistas.

Então, gostaria que alguém da esquerda explicasse o que é ser de extrema-direita, porque ninguém aqui é de extrema-direita. Ninguém aqui. Somos de direita, conservadores, liberais. Temos respeito por cada um dos senhores. A gente vem aqui sempre para esses ataques. Eu me sinto extremamente desconfortável de ser chamado de algo que me compare a um fascista.

Fascismo e comunismo são a mesma coisa. São políticas que levaram à destruição, à morte, e muita gente aqui presente, de um certo lado, apoia. É isso que estamos vendo. Desrespeitam o tempo todo e sempre com falsas narrativas.

A reforma da Previdência foi extremamente necessária para poder trazer tranquilidade para cada brasileiro de que a Previdência seria paga. Se não houvesse uma reforma da Previdência responsável e consciente, não teria dinheiro para pagar a Previdência em poucos anos, e muitas dessas pessoas aposentadas não receberiam nada. Só que não se conta.

Aí vem a esquerda sempre com as mesmas narrativas, que são narrativas simplesmente dando uma pequena ótica da verdade dos fatos. É importante levarmos em consideração que nós temos, sim, que seguir uma regra orçamentária, a que muitas vezes não se presta atenção por uma parte desta Casa.

Muito obrigado.

Vou falar ali em cima e termino o meu raciocínio.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Está ok. Dando sequência, então, com a palavra o deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha na tribuna da Assembleia, eu vou voltar ao projeto.

Primeiramente, queria cumprimentar o governador Tarcísio de Freitas. Estou na Polícia Militar desde 67. A deputada Monica não está aqui; ontem, estava até pedindo a extinção da Polícia Militar. Desde 67, entrei na Polícia Militar como soldado, fiz curso de cabo, fui para a Academia do Barro Branco, fui trabalhar na Rota.

Depois, vim para cá como deputado, porque fui afastado das ruas pelo Michel Temer, porque a gente combatia o crime. Fui encostado no Hospital Militar. Isso aí me levou a disputar uma campanha política. Ganhei dez eleições e estou aqui.

Então, a Polícia Militar dá condições de a pessoa crescer lá. Só estou falando isso. Se a pessoa quiser ser soldado e quiser ficar soldado, ela também fica. É um direito dela. Agora, é óbvio que cada um tem um salário, o soldado, o cabo, o sargento, o tenente e o coronel. Não dá para todo mundo ganhar o mesmo salário.

Eu queria cumprimentar o governador Tarcísio de Freitas, que, nesses 56 anos que estou na Polícia Militar, desde quando a Polícia Militar era Força Pública, que depois de 70, com a revolução de 64, ou com a ditadura militar - cada um chama de uma forma -, virou Polícia Militar, juntando com a Guarda Civil. Essa é a grande verdade.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Deputado Conte Lopes, pela relação histórica que nós temos, o senhor pode me permitir um aparte?

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Vossa Excelência tem um aparte.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Será rápido. Eu sei que o senhor vai fazer o elogio ao governador...

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Falar do projeto.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Isso, era do projeto. Eu queria, se o senhor pudesse, aproveitar o tempo do senhor para contar um pouco para a gente a parte que a gente não acompanhou desse debate, que é importante até para todo mundo entender. Então, por exemplo, é possível o senhor relatar os diálogos que ocorreram com o governador sobre a proposta do Major Mecca que vocês subscrevem?

Ou mesmo o que o governador está propondo, por exemplo, para poder fazer com que a base vote? São essas duas questões. O senhor viu que eu nem tomei o meu tempo para poder deixar o senhor responder. Eu agradeço imensamente o aparte.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Vossa Excelência sabe que eu não fujo do debate e realmente estivemos com o governador e explicamos para ele os problemas do terceiro sargento, do segundo tenente. Foi explicado pelo Major Mecca, os demais companheiros que estavam lá. E ele demonstrou que tinha, o governador foi claro.

Ele falou: “Eu cumpro o que eu prometo. Eu estou aqui para cumprir o que eu prometi na campanha. Eu tenho cinco bilhões para a Segurança Pública”. Ele não falou da Fundação Casa, ele não falou da Polícia Penal.

O que ele falou é que vai reestruturar que está reestudando a Polícia Penal; ele falou. Só que para a Segurança Pública, que é a área que ele está hoje mandando projeto, ele tinha cinco bilhões e foi feita a divisão.

Quando nós trabalhamos em cima do terceiro sargento e do primeiro tenente, não conseguiu fechar em cima daquilo, a equipe que fez o estudo sobre o aumento, que deve ter vindo da Secretaria de Segurança Pública então. O que aconteceu foi isso. Nós somos favoráveis à emenda do Major Mecca e, inclusive, assinamos a emenda, mas eu volto a repetir.

Então o governador cumpriu o que ele prometeu. Em 56 anos, é o melhor aumento que eu vejo na polícia de São Paulo. Então a gente tem que valorizar o governador. Ele está cumprindo o que ele prometeu. Ele está cumprindo aquilo que ele prometeu em todos os aspectos, tanto é que tem 65% da aprovação do povo de São Paulo.

Agora, não é um político; ele é um técnico. Ele é um engenheiro. Então a gente tem que ver também que ele não tem o jogo de cintura da política. Ele está começando e a gente tem que realmente valorizar e apoiar, não é verdade? Como ele disse: “O que eu prometi na campanha eu vou cumprir, custe o que custar”. Então, na verdade, o que a gente tem?

Nós temos uma Polícia Militar que eu queria até explicar para a deputada Monica Seixas, grande deputada, que tem quase 200 anos. Não dá para extinguir a Polícia Militar assim. Duzentos anos, desde a Força Pública de 1831, veja bem. E outra, a Polícia Militar recebe milhares de telefonemas por dia, milhares, milhares.

Todo mundo que tem um problema na vida liga 190 e é atendido e bem atendido. Dificilmente a gente vê alguém criticando o trabalho da Polícia Militar, que não foi atendido; da mesma forma o Corpo de Bombeiros, que pertence à Polícia Militar, o trabalho inclusive da Polícia Civil que o governador está somando.

Eu nunca vi o que está acontecendo na Secretaria de Segurança Pública, que o governador Tarcísio de Freitas teve a coragem. Porque desde que eu entrei lá, em 1967, nós tínhamos generais na Secretaria de Segurança Pública, tivemos coronéis, tivemos promotores, juízes, juristas.

Tivemos tudo, menos homens que entendem de segurança pública. E hoje ele colocou a Secretaria de Segurança Pública ao comando de homens que entendem de Segurança Pública, homens realmente com bastante experiência como o delegado Nico.

Ninguém pode dizer que o delegado Nico não tem experiência. O delegado geral, Dr. Artur, ninguém pode falar que ele não tem experiência, o coronel Cássio, e também à frente da secretaria está o capitão Derrite.

Então ele está confiando a Segurança Pública para homens da Segurança. Estamos cobrando deles. Vai ter que realmente fazer um trabalho para a população. A isso eu sou favorável também. Quando o PSOL vem com discurso ou o próprio PT...

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente, uma questão de ordem.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Questão de ordem, deputado.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Para que os parlamentares prestigiem o deputado Conte, eu queria pedir uma verificação de presença.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - O meu grande amigo Paulo Fiorilo, quando eu vou explicar, ele para.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - No momento, tem quórum ainda. Devolvo a palavra ao deputado Conte Lopes. Vocês contam quórum, deputado Paulo Fiorilo. Pode contar.

Pode contar. Mas é regimental, vamos convidar aqui a deputada Graciela, juntamente com o deputado Coimbra, para fazer a verificação de presença. Quando V. Exa. pediu, Paulo Fiorilo, tinha quórum.

 

* * *

 

- Verificação de presença.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Constatado o quórum regimental, devolvo a palavra ao nobre deputado Conte Lopes.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Retornando, até respondendo às colocações do nobre deputado Paulo Fiorilo: o governador também falou do aumento, inclusive com relação aos terceiros sargentos e segundo tenente, que o aumento que está sendo dado a essas pessoas, palavra dele, não adianta vocês ficarem me xingando, palavras dele, quinze por cento de aumento, que é três vezes a inflação. Então ele está valorizando tanto o policial da ativa, como o inativo.

É como ele falou: “Eu vou reestudar, esse é o meu primeiro aumento. Eu vou reestudar. O que eu prometi eu vou cumprir.” Foram essas as palavras do governador, já que o deputado Paulo Fiorilo perguntou. Foi isso que ele falou. É um primeiro aumento, são quatro meses de governo. Então a gente tem que acreditar no governador.

Cadê os aumentos do PSDB da polícia? Cadê a valorização do funcionalismo público? Falou também que vai valorizar a Educação, vai valorizar a Saúde. Foram as colocações do governador. Então nós temos que dar um voto de confiança. Temos que dar um voto de confiança. Ele não se esquivou. Quem foi lá falou com ele. Quem foi lá fala com ele.

Então, obviamente, como eu disse, é um homem que está chegando agora na política, nunca se candidatou a nada, não foi vereador, não foi deputado. Foi um homem de confiança do Bolsonaro e o Bolsonaro conseguiu elegê-lo governador. Veja a força do Bolsonaro.

Bolsonaro criou lideranças pelo Brasil inteiro. Ele não se elegeu, mas o que tem de cara eleito aí, inclusive general, coronel, tem um monte. Precisam trabalhar um pouco eles também, não é? Precisa abrir a boca no trombone, criticar um pouco lá em Brasília, fazer alguma coisa, porque hoje em dia também os caras estão tudo em Tiktok, não é?

A maior parte dos políticos hoje é Tiktok, o cara pá, não sei o que, tal, ninguém fala, ninguém cobra nada, ninguém. Então fica só no Tiktok. Tem não sei quantos caros que acompanham, para ele está bom. Mas é o que está aí, então é mais ou menos por aí.

Então volto a dizer: o projeto, pelo que eu vi, é bom, e pelo que o governador falou. Agora, é lógico que ele acompanhou o que veio para a Casa, tanto é que ele tirou o desconto da Previdência. Não vou dizer que ele acompanhou o aumento do cabo, do soldado, do sargento, mas ele pagou missão, e o pessoal fez. Agora, tem de se aprovar o projeto? Tem.

Está valorizando a polícia, e tem que valorizar muito mais? Tem, para a Polícia prestar assistência à população. Eu não acho que a polícia tem que ser polícia dela mesma, eu nunca falei isso. Em dez mandatos que eu tenho nunca falei isso, eu acho que a polícia tem que servir ao povo. A polícia tem que servir ao povo

Se tem que mudar alguma coisa na polícia, da direita para a esquerda, vamos sentar e conversar. Vamos sentar e conversar, ver o que é melhor. Ver o que é melhor. Se tem que ficar atrelado ao Exército, acho também que não. Tem nada a ver, polícia é polícia. Polícia está numa guerra diária no combate ao crime e tem que ser apoiada pela população, não resta a menor dúvida. Não resta a menor dúvida.

Eu acho que a polícia de São Paulo, pelo menos a Rota onde eu trabalhei, Tático Móvel, sempre combateu o crime. Bandido nunca teve nome, hoje infelizmente tem com a política que criaram. “Colocaram uma câmera no peito do policial” e vai a imprensa, a Globo: “Que maravilha, não é? Acabaram os tiroteios.” É lógico, policial tem medo de trabalhar.

Policial se envolve no entrevero, vai o promotor denunciá-lo dizendo que ele não viu o bandido atirando e o policial vai para a cadeia. Então, o policial fica meio que na dele também, não é? E também o problema não é se a câmera é boa para o policial ou não, eu quero saber se a câmera é boa para o cidadão de bem.

Eu quero saber qual é a diretora de escola... Porque no meu trabalho quantas vezes eu fui parado, em grandes ocorrências que eu peguei, o povo que entregava a ocorrência. “Olha, tenente, está acontecendo isso em tal lugar. Tem cativeiro, tem tráfico de drogas.”

Uma diretora de escola, hoje ela vai e fala para um policial militar que tem alguém numa Kombi, num carro vendendo drogas, para ser gravada, ela tem coragem de falar isso, ou qualquer funcionário de escola? Ou denunciar um cativeiro, o povo tem?

Então, por que? É lógico eu venho de outra época, no meu tempo não tinha nem colete à prova de balas, tinha um 38 e você tinha que se virar com ele. E se tomava tiro você morria, porque nem colete havia. Então, mudou o tempo.

O policial hoje com uma câmera dessas que colocaram, lógico, vai haver entrevero? Não, não morre nem polícia, nem bandido e o povo? Está protegendo o povo? Se estiver protegendo o povo eu lavo as minhas mãos. É o povo que sabe o que está bom ou ruim.

A gente vê o centro de São Paulo está um terror, que o governador está tentando mudar com a polícia. Bandido nenhum usa mais arma; pega tiozinho, como eu, pelo pescoço e arranca a roupa, fica pelado na rua. Tanto é que um vozão como eu não anda na rua de bobeira, senão arrancam a roupa, não é?

Então, é isso no centro de São Paulo. Quando eu analiso, eu tento analisar o povo porque na Rota a gente dava segurança para o povo, a gente não dá segurança para nós, coisa boa para nós. Polícia tem que trabalhar para o povo. Se a polícia está boa ou ruim, cadê todo mundo? Cadê Brasília? O Lula vê lá o que vai fazer, melhora a polícia. Melhora a polícia.

Eu acho que essa é a função para dar segurança para o povo, não o bandido fazer o que quiser, não o bandido mandar em São Paulo, não o bandido mandar matar gente dentro da cadeia, como os seus Marcolas e outros bandidos da vida. Então, é isso que nós temos que impedir. E o governador tem essa finalidade e está unindo a polícia para isso.

Nunca fizeram isso, nunca fizeram isso, a união da polícia. Aliás, para dizer que não uniu, na época do Erasmo, um dia secretário, ainda se fazia isso. Unia a Polícia Militar e nós, da Rota, para sair em patrulhamento. Naquela época do Erasmo Dias ainda. Hoje, o governador está tentando fazer isso, então merece um voto de confiança.

Nós vamos votar num projeto que é bom, é bom para a polícia. E, como ele mesmo disse, virão outros aumentos, outros anos. Se a polícia melhora a Segurança Pública, melhora a economia do estado, como aconteceu em Nova Iorque.

Se a polícia dá segurança, o cidadão vai para o cinema, vai para o teatro. Se melhorar a segurança do centro de São Paulo, evidentemente, que melhora a economia do Estado.

Se houver segurança no campo, no agro, que não haja invasões de terra nas fazendas. Deixe o agro trabalhar, que está carregando hoje o Brasil nas costas, permitindo que o fazendeiro trabalhe, cumpra a sua missão.

É isso que tem que se fazer, segurança para o povo. E isso também falei para o governador, falei para o governador: “Tem que dar apoio à polícia para dar segurança para a sociedade.” E eu convido a esquerda, a direita, o centro para se unir para ver o que é melhor.

Não é falar: “Vamos extinguir a Polícia Militar”, e nós fazemos o quê? Chamamos o Batman, e vê se ligar 190 chama o Batman? Se acabar com a Polícia Militar, chama quem? O Batman? Quando se está em perigo todo mundo liga 190. Quero ver quem que não liga quando está em perigo, quando está numa situação difícil. Seja lá quem for., liga 190 de cara.

Então, temos que melhorar a polícia? É o nosso intuito, esse aumento é uma maneira e aprimorar, reunirmos para aprimorar as cidades. Quantos prefeitos nós temos aqui, tem que melhorar a segurança da cidade? Temos que melhorar. Então, a priori, esse projeto que chegou a essa Casa, mandado pelo Tarcísio de Freitas, governador, ele está cumprindo o que ele prometeu na campanha política.

Agora, aqui entre nós, na Polícia, tem gente que gosta e não gosta, eles não gostam de mim, fazer o quê? E tem gente que gosta. Tem gente também que não gosta de ninguém, tem gente que acha que ele é soldado, ele tem que ganhar como coronel. Também acho, mas não dá para você pagar o soldado igual o coronel. É impossível.

Como você não pode pegar o porteiro do hospital e o médico cirurgião; cada um tem sua função na vida, sem demérito a ninguém, mas você pode estudar, você pode trabalhar, você pode fazer curso, concurso.

Foi o que o governador falou também. Ele está prestigiando certo as classes para a pessoa se interessarem e continuar na corporação, estudar para ficar na corporação, subir na vida nas corporações, civil e militar.

Essa foi a classificação dele, já que o deputado Paulo Fiorilo perguntou. E ele falou sobre o problema do terceiro sargento e que ele pretende... e o segundo tenente, que ele pretende posteriormente verificar e dar um apoio melhor, sempre dizendo que todos eles estão ganhando 15% de aumento, que é três mais do que a inflação, e provavelmente bem melhor, mais do que muitos funcionários vão ganhar, infelizmente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, para falar a favor, o nobre deputado Donato.

 

O SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, todos os que nos acompanham aqui nas galerias, aqueles que nos acompanham pelas redes sociais da Alesp; é sempre um prazer falar aqui depois do deputado Conte Lopes, que foi vereador comigo na Câmara Municipal de São Paulo e alguém que defende suas ideias de maneira correta, ainda que eu não concorde com alguns aspectos, mas nunca é agressivo, é uma pessoa que a gente tem que valorizar muito, e é por isso que ele está aqui com tantos mandatos. E queria dizer que é um prazer falar aqui depois dele.

Eu queria falar sobre três aspectos, primeiro um pouco de método desse projeto. Aí eu queria dizer o seguinte, que pode soar como provocação, mas é o que eu acredito mesmo. Existe uma obstrução aqui por parte da base, da liderança do Governo, dos principais líderes partidários da base.

Eles estão obstruindo a nossa atividade legislativa. Essa é a verdadeira obstrução que está acontecendo aqui, porque nós estamos sendo impedidos de legislar na medida que o Executivo fala: “vocês não podem mexer no projeto.” Se não pode mexer no projeto, o que nós estamos fazendo aqui?

O projeto é perfeito? O governador disse hoje que o projeto não é perfeito, ele disse, e a gente pode melhorar o projeto, talvez não em todos os aspectos, mas em alguns aspectos. A gente precisa resgatar um pouco do espírito dessa Casa, como Casa, não como situação e oposição, mas como poder. A Constituição é clara, os três poderes são independentes e harmônicos, mas harmonia não quer dizer submissão. E aqui a gente tem um exercício de submissão ao governador. Ele não quer que mexa, aí não se pode mexer em nenhum aspecto.

Deputado Milton Leite Filho, eu venho de um outro ambiente parlamentar que eu aprendi muito, fui vereador 18 anos na Câmara Municipal de São Paulo. E eu falo do deputado Milton Leite Filho porque o pai dele, apesar de eu ter inúmeras divergências de visão de mundo, ele é alguém que defende o Parlamento, sempre defendeu.

Eu lá fui oposição, fui situação, fui base de governo, fui líder da oposição, fui presidente da Casa, fui presidido pelo pai do deputado Milton Leite, e a gente tinha uma máxima de todos os partidos: nenhum projeto do Executivo sai como entrou. Era uma máxima. Às vezes a gente conseguia uma pequena mudança, mas a gente conseguia uma pequena mudança.

Isso é de um ambiente parlamentar, que eu estou aqui há dois meses, fico um pouco chocado com o ambiente daqui, porque a gente não pode fazer mudança, não pode sugerir, não pode votar emenda, não pode incluir emenda.

A base não pode, e são emendas razoáveis. Se tiver alguma emenda maluca, o governador tem a prerrogativa final de vetar. Mesmo que a gente cometa algo que seja muito agressivo à concepção do governador, ele tem a prerrogativa de vetar.

Então, eu não entendo o porquê esta Casa não pode melhorar um pouco o projeto. Não é virar de cabeça para baixo, não é explodir os gastos do projeto. Nada disso. E por que eu falo isso nesta votação? Porque aqui todo mundo vai votar a favor. Ninguém tem dúvidas sobre isso.

Agora, eu vou ler aqui o Tarcísio... Eu peguei hoje aqui na “Folha”, “Tarcísio admite falha na apresentação do reajuste dos policiais.”. Ele fala: “- Tem insatisfação? Tem. Mas é preciso entender a lógica do primeiro passo que foi dado.”. Bom, se tem insatisfação e a gente pode resolver alguma insatisfação, porque nós não podemos resolver? Proposta pela base, não tem problema. Não precisa ser emenda de autoria da oposição, não.

O que me incomoda é essa submissão. Essa submissão não é boa para o Parlamento em conjunto. Não é para a oposição. É para todos nós. Se a gente não se valoriza enquanto Poder, nenhum outro vai valorizar, porque os Poderes são harmônicos mas disputam porque é próprio, são Poderes. Tem um grau de tensão natural do processo democrático para buscar essa harmonia. A gente tem que nos afirmar enquanto Poder.

Enquanto Poder a gente tem que dizer, nós temos o que dizer sobre o projeto, ainda que seja uma linha, um pequeno artigo, uma pequena mudança. Pelo menos, para que a gente não seja só um carimbador do Executivo.

Porque se for esse o ritmo, bom, não precisa, a gente faz uma teleconferência. Ninguém precisa vir aqui gastar horas de debate, deputado Conte Lopes. Se a gente não puder interferir minimamente no projeto, nem a base, quanto mais a oposição.

Então, essa é a primeira questão que eu queria colocar de método, para uma reflexão conjunta aqui enquanto Poder Legislativo do estado de São Paulo. Em outro momento, eu... Uma coisa que também sempre me chamou atenção aqui, os discursos.

O maior Parlamento da América Latina, mármore para todo lado, carpete, bronze, gastam aí... Eu não sei o que chama, pessoal da... Dos trabalhadores da limpeza, imagina para lustrar esse corrimão aí, quanto kaol - na minha época, chamava kaol, não sei como é que chama agora, para deixar...- Quando servi o exército, eu tinha que lustrar o cinto com o kaol, senão era anotado. Mas isso é em 79, faz tempo. Na ditadura militar, mas servi.

Mas, enfim, isso tudo, se não servir para o povo, é só uma ostentação, só uma amostra de um poder oco sem poder de fato. A gente não pode ser um Poder oco, tem que ser um Poder real para mudar a vida do povo, para melhorar a vida dos policiais, para melhorar a vida dos servidores em conjunto, porque os policiais são trabalhadores e trabalhadoras que merecem ser valorizadas, mas as outras categorias também.

A gente vai querer discutir as outras categorias. Aquelas que deveriam estar nesse projeto, como os policiais penais, os trabalhadores da Fundação Casa, mas também todo o conjunto do funcionalismo que tem perdas históricas ao longo desse período todo.

Mas eu queria falar de um segundo aspecto, entrar em um debate melhor um pouquinho. Eu queria que a técnica pudesse pôr, exatamente esse... Aqui é a execução orçamentária deste ano. Não precisa olhar tudo, porque é só a primeira linha, receitas correntes.

Por que essa primeira linha é importante? Porque todo o cálculo da Lei de Responsabilidade Fiscal que o deputado Giannazi colocou aqui, sobre os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, é feito sobre as receitas correntes líquidas. E o limite aqui no Estado é de 49 por cento. Hoje está por volta de 37% de gasto com pessoal em relação às receitas correntes líquidas.

Vamos ver aquela coluna lá, arrecadado até abril de 2022; o primeiro quadrimestre de 2022. Arrecadado 104 bilhões e trezentos e oitenta e oito. Quanto foi arrecadado até abril de 2023, nesse primeiro quadrimestre? Foram 118 bilhões, 14 bilhões a mais, 13,7% de aumento.

Ou seja, é um aumento real, acima da inflação, na arrecadação do Estado. Aqui nós soubemos, pelo deputado Conte Lopes, a gente viu que o limite é 5 bilhões para gastar com a Polícia Militar.

Agora, só no primeiro quadrimestre desse ano, de janeiro a abril, a arrecadação aumentou 14 bi em relação ao ano passado, 14 bi só no primeiro quadrimestre.

Bem acima da inflação, que está por volta de 5 por cento. A primeira linha, 13,7% na última coluna. Então nós não estamos falando de um estado falido, de um estado quebrado, de um estado que não tem condições de repor perdas.

Nós estamos falando de condições objetivas de poder melhorar a vida dos funcionários públicos. E, nesse caso, dos policiais militares, dos policiais civis, e das demais categorias da área de Segurança Pública.

Então vamos fazer um debate racional. Porque o governador Tarcísio, na segunda-feira, esteve num grupo de empresários, chamado Esfera. E aí vai para o modelito neoliberal.

Porque, segundo esses empresários, não pode dar aumento nenhum, reposição nenhuma. Aí ele fala: “Para eu cobrir o reajuste...” Porque é um reajuste, porque são perdas do passado que não estão sendo cobertas. Então a gente não pode falar em aumento, porque não é um aumento real. Está se recuperando perdas do passado, e não totalmente.

Ele fala: “Eu vou vender ativos do Estado para recuperar as finanças públicas. Eu vou vender terrenos no Centro, prédios no Centro, fazendas no interior, para cobrir essa despesa”.

Olha, isso é uma bobagem sem tamanho. Quando você vende ativo - e isso é possível ser vendido e avaliado em cada momento - você tem que usar, ou para investimento, ou para abater dívida. E não para custeio, porque custeio acaba.

O custeio é o dia a dia. Você não pode contar com receitas extraordinárias para financiar custeio. Mas é pressionado, por esses empresários que ele quer dialogar, e ele fala uma bobagem, sendo que estou mostrando que tem dinheiro em caixa. Tem dinheiro a mais do previsto, por incrível que pareça. Está aí. Esse quadro é retirado do sistema de execução orçamentária do Estado.

Não é inventado. São os dados oficiais do Estado. Ainda a gente está esperando o relatório do primeiro quadrimestre, mas esses números são números do sistema de execução orçamentária.

Então eu queria dizer o seguinte: se tem recursos, se os recursos estão acima da previsão de crescimento da arrecadação, por que não se pode fazer ajustes nesse projeto? Vai quebrar o Estado, eu só tenho 5 bi e acabou?

Aí é essa herança. Porque, quem define a política salarial não é o secretário Derrite. Infelizmente, nesse caso, é um secretário chamado Kinoshita, discípulo do Paulo Guedes.

Para ele, dá urticaria falar em reajuste de funcionalismo. Ele passa mal, porque vai contra as concepções dele, de um estado mínimo, de um estado que presta poucos serviços, de um estado privatizado, que terceiriza tudo o que pode. Então esse secretário vai impor outras condições para o funcionalismo estadual, infelizmente.

E o governador o trouxe, sabendo quem ele era. Então não é por acaso. Ele tinha que fazer uma promessa, é um compromisso de campanha. Ele tinha que dar alguma sinalização para a base política eleitoral importante dele. E a gente não mistura as coisas.

A Polícia, independente se é bolsonarista, lulista, o que for, ela merece ter reajuste, como outros setores do funcionalismo. Mas é evidente que ela foi uma base política, importante, eleitoral, espraiada por todo o Estado, do governador Tarcísio. Então isso faz parte. Não estou... E por isso que ele fez esse reajuste. Mas estou alertando, o conjunto do funcionalismo, que a vida vai ser muito dura.

Com esse tipo de concepção, filiado à Escola de Chicago, os Chicago Boys aí, os Chicago “netos” já agora, que eram o Paulo Guedes e esse discípulo do Paulo Guedes, que é esse secretário Kinoshita, que é um...

É só ler: dá um “google” e vê o que ele fala e o que ele escreveu. Ele acha que o Estado é um problema, que tem que privatizar tudo, vender tudo. E pronto. Não sei para que serve o Estado.

Na verdade, o Estado serve, sim, para ser privatizado pelos grandes interesses financeiros do país. Serve para pagar juros da dívida, altíssimo, como o Banco Central está impondo ao país hoje. Você joga os juros lá em cima, o serviço da dívida vai lá em cima, a dívida pública; e daí um naco do orçamento público vai para o sistema financeiro. É para isso que esse tipo de concepção serve.

Não serve para melhorar serviço público, não serve para melhorar a atenção à população. Serve para engordar os já bilionários que existem no Brasil, principalmente no sistema financeiro.

Aliás, na pandemia aumentou o número de miseráveis no Brasil, mas aumentaram paradoxalmente os bilionários brasileiros. Não por acaso: nesse processo de transferência de renda, com vários mecanismos...

Mas um mecanismo clássico é a taxa de juros alta, que tanto sequestra uma parte do orçamento público, como sequestra ali quem vai fazer um crediário para comprar uma televisão, e paga duas ou três televisões, por conta do custo financeiro. E é evidente que alguém ganha com isso. E ganha com isso a Havan da vida, a Casas Bahia da vida, e o sistema financeiro como um todo.

Então, eu queria que a gente pudesse fazer essa reflexão de método e de conteúdo. De método: esta Casa não pode ser só um carimbador do Executivo. Ela tem que ser um Poder com capacidade de formular, de sinalizar para a sociedade e, enfim, de se exprimir como Poder e dialogar com os interesses do conjunto das categorias - nesse caso, do funcionalismo e da polícia.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos, convido para se dirigir à tribuna o nobre deputado Lucas Bove. Antes, porém...

 

O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - Fazer uma breve comunicação, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Passar a palavra ao Guto Zacarias. Gostaria de dar as boas-vindas a três deputados federais da Alemanha, que estão aqui a convite do deputado Reis, junto com ele. Então, eu gostaria de saudar a deputada Gabriela Heinrich, o deputado Dr. Matthias Miersch e o deputado Adis Ahmetovic. (Palmas.) Sejam todos bem-vindos ao Parlamento Paulista.

Uma comunicação, deputado Guto Zacarias.

 

O SR. GUTO ZACARIAS - UNIÃO - PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, só para destacar aqui que ontem o governador Tarcísio de Freitas deu uma declaração indicando que ele pretende vender alguns imóveis no estado de São Paulo.

E destacar que há pouco, aqui nesta Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, eu protocolei um projeto que cria um catálogo dos bens e imóveis do estado de São Paulo. Porque muitas das vezes o próprio estado de São Paulo, o próprio poder público não sabe os prédios públicos que tem.

E a população, a sociedade paulista no geral só vai descobrir esses prédios públicos quando um prédio público cai, porque não está sendo cuidado há décadas, eventualmente há um século; ou então quando ele é invadido por algum movimento.

Então, esse projeto cataloga os prédios, os imóveis públicos do estado de São Paulo, para que as secretarias possam saber se esse prédio pode virar uma escola, pode virar um hospital, pode virar um mecanismo de habitação, ou então ser vendido para ajudar o orçamento do estado de São Paulo.

Então, protocolei esse projeto há pouco. O governador indicou que quer ir por essa linha. E convido os outros deputados a também defenderem, e quem quiser ser coautor também. Não acredito que seja um projeto nem à direita, nem à esquerda, mas sim um projeto para ajudar o orçamento do estado de São Paulo.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência, então, com a palavra o deputado Lucas Bove.

 

O SR. LUCAS BOVE - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa noite a todos os que nos acompanham pela TV Alesp, aos presentes aqui na galeria, aos deputados, aos servidores, aos policiais militares e civis que sempre nos guardeiam aqui, garantem a nossa segurança. Primeiramente, antes de iniciar minha fala aqui, parabenizar o deputado Guto pelo projeto protocolizado na Casa, de suma importância mesmo.

E infelizmente acho que não é um projeto de todos; nós ouvimos há pouco aqui um deputado na tribuna dizendo que o Kinoshita é o capitalista malvadão, que é da Escola de Chicago. Talvez eles prefiram a escola da Argentina, que está alcançando aí 100% de inflação; a escola de Cuba; a escola da Venezuela; a picanha mágica que nunca chega, enfim.

Mas é um projeto realmente de suma importância. O estado de São Paulo tem uma quantidade absurda de imóveis que só servem para trazer custo de manutenção, que só servem para gerar despesa, e, por outro lado, poderiam, de fato, ser vendidos.

Isso traria, com certeza, utilidade para os imóveis e dinheiro para o caixa, para pagar não só essa como os outros aumentos que certamente virão por parte do Governo do Estado.

O governador Tarcísio, assim como o secretário Kinoshita, assim como todos nós da direita, nós prezamos, sim, por uma redução do estado, mas uma redução do estado no sentido prático, no sentido efetivo, no sentido de trazer mais celeridade às coisas, de trazer mais eficiência à coisa pública, como, por exemplo, ocorreu nas escolas do estado de São Paulo, onde fechamos cerca de 300 escolas, mas antes havíamos aberto três mil escolas desde o começo do ano. Para quê?

Para que os alunos sejam condensados nas salas, respeitando o limite dos professores, os limites das salas de aula, mas trazendo eficiência para as salas de aula. Então, retomando o tema aqui de hoje, que é o tema da recomposição salarial das polícias paulistas - esse é o tema que nós viemos tratar aqui hoje -, não se enganem  quando vocês veem deputados da esquerda aqui, de partidos que têm em suas páginas nas redes sociais frases dizendo que a Polícia Militar tem de acabar, que a Polícia é responsável por isso, que a Polícia é responsável por aquilo.

Meu Deus do céu, é a Polícia que garante a nossa Segurança. São esses mesmos - talvez não os mesmos - correligionários que andam de carro blindado, que têm segurança armada.

Enfim, é a hipocrisia da esquerda, que sobe aqui nesta tribuna para dizer defender policial, como aconteceu ontem mesmo. Assim que solta o microfone, diz que a Polícia Militar tem que acabar. Então, não caiam nessas narrativas. Quem defende a Polícia, quem defende o cidadão de bem, quem está do lado direito da coisa, vocês sabem quem são.

Vir aqui com propostas falaciosas, falando em aumentar, como algumas emendas aí, para 28%, 30%, linear para todo mundo, seria maravilhoso. Ninguém tem dúvida da boa vontade do governador.

Ninguém tem dúvida do respeito que o governador tem pelas polícias paulistas, e é por isso que nós, da direita, nós, base do governo, estamos aqui defendendo hoje a proposta do Poder Executivo, do governador Tarcísio e do secretário Derrite da forma como ela veio.

Porque nós temos o compromisso do Governo do Estado em melhorar ainda mais, ao longo dos quatro anos, a situação das polícias, não só das polícias contempladas nessa proposta, mas também da Polícia Penal, por exemplo, que, infelizmente, ficou de fora desta primeira revisão e recomposição salarial, mas é uma Polícia Penal que vai ser sim valorizada pelo Governo do Estado. Nós temos esse compromisso.

Nós temos esse compromisso do governador, e eu tenho certeza de que todo e qualquer policial pode vir aqui daqui a quatro anos e cobrar esses mesmos deputados que estão aqui, e que sempre estiveram aqui defendendo as polícias paulistas, como o Major Mecca, como o deputado Conte Lopes.

São pessoas que viveram dentro da corporação, e hoje vivem aqui, neste plenário, neste Parlamento, nesta Casa de Leis, defendendo as polícias paulistas, e isso eu, que cheguei agora - estou há dois meses nesta Casa - posso garantir aos senhores e às senhoras que nos assistem aqui do plenário e pela TV Alesp.

Agora, a esquerda diz, como disse ontem aqui em microfone, que fomos calados pelo secretário Derrite, que o governador mandou e nós estamos obedecendo. É porque eles desconhecem como as coisas funcionam no mundo normal, porque no mundo vermelho é na base da emenda, é na base do “cala a boca”, é na base da ameaça.

Nós estamos vendo, a nível federal, o que vem acontecendo. Milhões e milhões e milhões em emendas, o tal Orçamento secreto, outrora tão achincalhado, tão malversado pela esquerda, e agora é usado como principal instrumento para garantir apoio, que nem assim está sendo conquistado, lá em Brasília.

Aqui é diferente. O governo do governador Tarcísio é o governo do diálogo. O governador Tarcísio, nós fizemos quatro, cinco reuniões lá, a bancada da Segurança, a qual eu pude acompanhar nessas reuniões, com muita honra e com muita humildade, para ouvir esses servidores que têm experiência dentro das polícias colocando ao governador e ao secretário as demandas dos seus eleitores, e as demandas foram ouvidas.

O governador Tarcísio e o secretário Derrite, tecnicamente, explicaram linha a linha da planilha. A esquerda não está preocupada com isso, não está preocupada com a responsabilidade fiscal, não está preocupada em conceder o aumento que efetivamente possa ser cumprido sem quebrar o Estado.

O governador Tarcísio tem o compromisso de vender ativos, de fazer uma reforma administrativa séria, de enxugar a máquina pública para, aí sim, conceder mais e mais aumentos.

Nós temos certeza de que esse não é o primeiro. É compromisso do governador e o governador é um homem de palavra. O governador concedeu, no seu primeiro quadrimestre, 20% de aumento no salário mínimo paulista.

O governo federal, a título de comparação, pois é inevitável para compararmos a realidade, concedeu 18 reais. Quanto está o quilo da picanha? Será que compra uma peça? Eu acho que não.

Então, promessas falaciosas são do lado de lá. Aqui existe compromisso com a verdade, aqui existe um governo que dialoga e que explica. O governador Tarcísio não precisou oferecer um cargo, uma emenda, nada.

Ele ofereceu a sua explicação técnica e a sua palavra de que outros aumentos virão e de que as classes que não foram contempladas, como alguns da reserva, 2º tenente, 3º sargento, Polícia Penal, enfim, e outras, serão contempladas num segundo momento.

Por que não dar esse voto de confiança a um governador que vem cumprindo rigorosamente as suas promessas de campanha, que vem adotando um tom ameno, dialogando com todos os lados? Por que a esquerda quer uma audiência pública no último dia, na última hora?

Não dá para entender que é uma narrativa, que é algo construído num vazio, dentro de uma falácia, num sonho de uma noite de verão, para tentar trazer a discórdia entre nós, que estamos todos aqui imbuídos no mesmo objetivo?

O menor aumento que vai ser concedido, repito, no primeiro quadrimestre de governo, coisa nunca vista antes, é de três vezes o valor da inflação; o que vai receber menos.

Para nós, é motivo de infelicidade, obviamente, porque nós, assim como o governador Tarcísio falou, gostaríamos de dar um aumento ainda maior para todos os servidores, mas quem vai receber menos vai receber três vezes a inflação. Três vezes a inflação, isso não é um bom aumento?

Não é o ideal? Não é o ideal, mas é na conta do governador, que está pagando o aumento de 20% dado no ano passado pelo João Doria e já está se comprometendo a dar mais um aumento na média de 20 por cento.

Existe uma matemática por trás daquela tabela que, a princípio, todos nós estranhamos, de fato. Alguns percentuais maiores aqui, outros menores ali, mas existe um plano de carreira sendo desenhado, sendo construído.

Os últimos concursos abertos tinham duas mil, duas mil e poucas vagas; apenas 500, 600 eram preenchidas. Por quê? Os salários não eram atrativos. Deputado Mecca, quem é que quer ir trocar tiro com um bandido pelo salário que o PSDB deixou com 30 anos de governo aqui? É cada vez mais difícil.

Então, é uma recomposição que está sendo feita pensando nisso, porque foi dito aqui que a Polícia Militar, a Polícia Civil, as polícias paulistas precisam ser valorizadas não só em relação a salário, e é exatamente isso que está sendo feito.

Os homens e mulheres que estão nas fileiras das corporações, tendo mais efetivo, tendo mais gente entrando, mais gente junto, tendo mais gente para combater o crime, vão ter suas vidas facilitadas.

Então, o que o governador está buscando é justamente isso, é trazer uma situação onde todos possam ganhar paulatinamente, ainda que, num primeiro momento, não seja o ideal para todo mundo. Não é.

Eu estava na reunião. Major Mecca demonstrou, junto com a bancada da Segurança... Falo ele, pois ele é o presidente da Comissão de Segurança Pública, mas estavam lá Danilo Balas, Rafael Saraiva, Gil Diniz, Conte Lopes, Delegado Olim. Estavam todos da Comissão de Segurança Pública, da bancada de Segurança Pública, defendendo um aumento ainda maior para aqueles que foram menos privilegiados nesse primeiro momento.

Com o diálogo, com o convencimento, com a palavra de homem, firme, o governador Tarcísio nos convenceu, e nos convenceu, como eu disse, sem cargo, sem emenda, sem toma lá, dá cá, como estão acostumados alguns lá em Brasília. Nos convenceu nos mostrando qual era o embasamento técnico da planilha, nos mostrando qual era o cálculo, o coeficiente por trás de tudo aquilo.

Então, se eu posso, aqui, com muita humildade, colocar alguma palavra para os policiais que nos acompanham, é que tenham confiança no governador. Nunca foi visto um Governo do Estado que chegou e logo de cara deu um aumento de, em média, 20% para as polícias. Nunca.

E vocês sabem que a política também é feita de gestos. Alguém em sã consciência imagina que o governador Tarcísio não vai conceder mais nenhum aumento? Que é isso e acabou? É claro que não, é compromisso de campanha do governador.

Então, não tenham dúvidas de que isso vai acontecer, porque tem um lado aqui que quer tumultuar, que quer jogar a polícia contra, que quer jogar a polícia contra os seus representantes aqui.

Nós não vamos permitir, porque nós estamos com a verdade. E é muito simples como se demonstra, porque vocês escutam aqui “dinheiro tem, caixa tem”. Sim, é claro que tem, é São Paulo, é o estado mais rico da Federação, mas e a dívida? E os outros servidores? E os investimentos que precisam ser feitos? Vejam como a conta da esquerda não fecha.

Eles dizem que querem aumentar o salário e valorizar a polícia, mas são contra a polícia. Eles dizem que têm que dar o aumento real, mas são contra a privatização e a venda de ativos para levantar dinheiro.

O estado não gera um real de receita. A receita vem do tributo que nós pagamos, que vocês pagam. O estado não gera lucro, ele precisa vender os ativos que estão parados lá.

A alternativa é aumentar imposto, como o arcabouço fiscal do superministro Haddad prevê. Que saudade do Paulo Guedes, alguém falou em Paulo Guedes aqui na tribuna.

Que saudade do Paulo Guedes, agora, o arcabouço fiscal não diz que o teto de gastos vai ser respeitado, que os impostos não serão aumentados. O governador Tarcísio, por outro lado, no início do seu mandato, já reduziu carga tributária para diversos setores.

Esse é um governo comprometido com a eficiência, com a melhora real dos serviços, com a melhora real dos salários. E eu tenho até aqui uma colinha, porque são tantos feitos em quatro meses, são mais de 50 mil empregos gerados só em março, formais. Crescimento de 2% do PIB do Estado no primeiro bimestre, edital para contratação de 15 mil professores, Professora Bebel. Olha que maravilha!

Vamos comemorar, 15 mil professores com piso salarial de 5 mil reais. Olha que maravilha de governo, por isso tem deputado que vem aqui e chama o Tarcísio de nosso governador, deputado da esquerda aqui, porque ele é o nosso governador mesmo, 15 mil professores.

O que mais? Vinte por cento de aumento no salário mínimo, em abril, o número de furtos na Cracolândia foi o menor, em 15 meses, mais de 40 bilhões de investimentos privados atraídos pelo estado de São Paulo, mais de três mil salas de aula abertas no estado de São Paulo, redução de pedágios, redução de impostos, o rodoanel norte finalmente vai sair do papel, depois de 20 anos do PSDB.

Vamos ver se ele chama o vice-presidente Alckmin para participar da inauguração do rodoanel, porque há 20 anos eles enrolavam. O que mais? O trem de São Paulo/Campinas, que foi prometido para a Copa do Mundo pela presidente Dilma, deputado Gil Diniz, é o Tarcísio que vai tirar do papel, mais de 400 milhões de créditos de ICMS liberados, São Sebastião, a condução exemplar do governador.

Então é um governo que realiza. Por que não dar o voto de confiança ao governador? Por que tumultuar e protelar uma discussão que deveria ser encerrada com um aumento de média de 20% para os policiais? Coisa antes nunca vista neste Estado. Eu respondo por que, porque eles querem tumultuar, eles querem atrapalhar, porque eles estão vendo que Brasília está afundando e São Paulo está voando.

E vai continuar voando, porque nós somos base porque acreditamos no governador Tarcísio, nós somos base pois acreditamos no projeto que a direita tem para São Paulo e para o Brasil, se Deus quiser, no futuro. É por isso que nós estamos na tribuna defendendo esse projeto. Não tem emenda, não tem cargo, não tem toma lá, dá cá, aqui não.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Dando sequência à lista de oradores inscritos para discutir a favor, deputado Luiz Claudio Marcolino.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas, funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, população que nos acompanha pela TV Alesp, que acompanha no plenário aqui da Assembleia, nobres deputados Simão Pedro e Enio Tatto, eu vi agora o deputado Lucas Bove falando que tem saudades do Paulo Guedes.

Eu tenho saudades do Major Olímpio. Quando foi deputado comigo, de 2011 a 2015, era o único deputado que representava a Segurança Pública nesta Assembleia Legislativa e conseguia fazer uma movimentação nesta Casa que, de fato, a gente via que a Polícia Militar se sentia representada. Ela se sentia representada na Assembleia Legislativa, porque ele vinha e defendia de corpo e alma a corporação da Polícia Militar.

Eu não vejo a mesma coisa com os representantes da Polícia Militar, hoje, nesta legislatura. Se alguém tem saudades do Paulo Guedes, nós temos saudades da gestão de 2011 a 2015, do Major Olímpio. Que Deus o tenha.

Mas eu queria fazer outra reflexão ainda, antes de entrar nos pontos do projeto. Nós trouxemos aqui diversas informações durante todos esses dias. Na semana passada, vimos vários deputados... Quando o projeto foi apresentado, o pessoal vinha e falava assim: “Eu estou cansado de ver tanta gente pedindo para a gente votar o projeto.

O projeto não foi conversado com a base do governo, não foi conversado com a base que representa a Polícia Militar, não foi conversado com os líderes e eu tenho que ficar respondendo um monte de emails falando que são contra o projeto”. Isso na semana passada.

Aí a gente vê os mesmos deputados, que, na semana passada, estavam reclamando que, primeiro, os policiais começaram a cobrar que tinham que ser contra o projeto; depois passaram os familiares dos policiais militares e civis, cobrando também a questão da adequação do projeto; e, nesta última semana, começaram as pessoas próximas aos policiais militares e civis do estado de São Paulo, falando que tinham que mexer no projeto. E nós vimos vários deputados da base do governo falando que tinha que adequar o projeto.

De ontem para hoje, mudou completamente o discurso: “Não, fomos convencidos pelo governador, fomos recebidos pelo governador e o governador falou que não, que vai adequar, que vai melhorar”.

O que será que mudou da semana passada para esta semana? Foi a conversa com o governador? É isso? Então, a representação dos deputados aqui está representando a categoria pela qual eles foram eleitos ou está subordinada à relação com o governador?

Até a semana passada, a base do governo reclamava que o projeto era ruim, que foi apresentado goela abaixo e que não foi discutido com eles. Essa semana, mudou completamente.

Nós apresentamos 45 emendas, inclusive emendas que foram apresentadas pela bancada de Segurança Pública aqui da Assembleia, comandada pelo Major Mecca. Vamos ver aqui, das emendas apresentadas, com quais nós concordamos.

“Propõe um patamar mínimo de reajuste de 20,25 nas diversas carreiras.” Nobre deputado Mecca, a bancada do Partido dos Trabalhadores concorda com a emenda de Vossa Excelência. Nós falamos isso hoje no Colégio de Líderes: abrimos mão de todas as emendas que apresentamos para que essa emenda fosse aprovada. E a base de V. Exa. simplesmente desconsiderou a proposta.

Uma outra proposta apresentada: “Um reajuste de 20,57 aos 3ºs sargentos da PM e aos 2ºs tenentes”. Reajuste do deputado Reis, de 25% do vencimento para o posto de 2º tenente da PM e a graduação de 3º sargento da PM. Propusemos novamente: abrimos mão das nossas emendas para votar favoravelmente à emenda do deputado Mecca. E também, nobre deputado Mecca, foi recusado.

A gente não entende. Até a semana passada, todos os deputados da base estavam reclamando do projeto e agora, nesta semana, simplesmente: “Não, o projeto está maravilhoso, está ideal”.

E nós estamos mantendo a mesma posição que tivemos na semana passada. Esse projeto tem que sofrer alterações. Esse projeto tem que sofrer ajustes, porque dificilmente o governador vai voltar a apresentar um projeto de adequação para a Polícia Militar, para a Polícia Civil, para a Polícia Penal e para a Fundação Casa ainda este semestre ou no próximo semestre.

Vai ser muito difícil ele apresentar. Vai ser muito difícil e nós não podemos acreditar em Conto da Carochinha. O momento do debate, de adequar o projeto, é este momento. Então o que que nós esperamos de V. Exas. a partir do debate feito no congresso de comissões, aqui no plenário?

Que possamos cobrar aqui do presidente da Casa, o deputado André do Prado, do deputado Xerife, que é o líder do Governo? Temos que conversar com o governador, temos que conversar com o secretário de Segurança Pública e fazer a adequação necessária que este projeto merece.

Como eu disse, foram 45 emendas debatidas e apresentadas ao longo desses últimos dias. Aí temos emendas importantes também: “Estende o Gate aos escrivães, investigadores de polícia”; “Reajustar o auxílio alimentação dos servidores de R$ 12,00 para R$ 30,00, em 20% da retribuição global, que dá direito ao recebimento de auxílio”.

Deputada Ediane, olhe quanto é o auxílio alimentação para os servidores hoje: 12 reais. É o auxílio alimentação que os servidores públicos têm hoje no estado de São Paulo. Vocês acham, quem está nos ouvindo: é injusto aumentar para 30 reais? Será que vai quebrar o Governo do Estado São Paulo se fizer uma adequação no auxílio alimentação dos servidores públicos do estado de São Paulo, principalmente da Segurança Pública?

Não vai quebrar o Estado. A gente vê aqui uma outra emenda, o reajuste que eu já coloquei aqui, do deputado Mecca. Tivemos propostas de emendas: “Assegura o reajuste de 30% para a carreira da Polícia Penal”; “Assegura os 25% para a Segurança Penitenciária e aos integrantes da Fundação Casa”; “Reclassifica e reajusta o reajuste dos policiais civis”, que têm um problema muito sério na hora que apresenta a tabela que veio para esse projeto.

Queria mostrar para vocês aqui um pouco como é que está a configuração desse projeto. Primeiro, o da Polícia Militar e, na sequência, o da Polícia Civil. E eu queria que vocês guardassem aqui um pouco os valores do coronel, de R$ 16.443,00; do tenente coronel, de R$ 15.300,00; do major, de R$ 14.400,00; do capitão, de R$ 13.600,00; do primeiro tenente, de R$ 12.697,00; do segundo tenente, de R$ 8.615,00; do aspirante a oficial, de R$ 8.253,00; do subtenente, de R$ 7.013,00, e por aí vai. Mas eu queria mostrar para vocês aqui dois itens.

O segundo tenente vai ter apenas 13,71% de reajuste pela proposta apresentada. O aspirante a oficial vai ter 15,24% e o terceiro sargento vai ter 15,18 por cento. A base do governo disse que falou que foi convencida pelo governador de que esses percentuais apresentados fazem parte de uma estrutura de carreira.

Eu fui presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores e fui negociador da categoria bancária durante seis anos, quando era presidente do sindicato. A gente negociava com os banqueiros, nobre deputada Ediane, e nós nunca debatemos uma proposta que não fosse minimamente linear, primeiro, e depois fosse adequando os reajustes ao longo da carreira.

Respeitava a base mínima para todos os trabalhadores e aqui não veio desse jeito, porque não foi uma proposta construída. Não foi uma proposta discutida. Não foram ouvidos os sindicatos, as associações, a bancada da Segurança Pública aqui na Assembleia Legislativa. Então só para olhar aqui esses percentuais diferenciados que vão destruir a carreira da Polícia Militar no estado de São Paulo.

E não é diferente também para a Polícia Civil. Pode passar para a próxima tabela. Aqui temos a Polícia Civil e aí vão aqui os valores. Delegado da classe especial: R$ 14.303,00; 14,27 por cento. Se a gente olhar para a Polícia Militar, o reajuste foi de 20,52%; para o delegado da Polícia Civil, 14,27 por cento. Por que teve diferença entre a Polícia Militar e a Polícia Civil?

Se a gente olhar aqui para os demais delegados, percebemos que teve para o escrivão de classe especial 16,78%, 17,3% e vai apresentando cada vez percentuais menores para a Polícia Civil. Mas eu queria que vocês guardassem queria que vocês guardassem esses dados e essas informações, que eu vou fazer agora uma comparação, nobre deputado Paulo Fiorilo, que não é só o problema da distorção que eles estão criando dentro da própria Polícia Militar e dentro da própria Polícia Civil, e criando uma briga entre a Polícia Civil e a Polícia Militar no estado de São Paulo.

Mas vamos olhar aqui os dados do Paraná. Daqui é a Polícia Militar do Paraná. Pode passar para a gente aqui.

 

* * *

 

- É exibido o eslaide.

 

* * *

 

Vou mostrar para vocês aqui agora, pode seguir. Queria que colocasse do Paraná. Essa aqui é a tabela de salários da Polícia Militar do Paraná. Vou pedir para vocês guardarem as informações em relação a São Paulo.

O coronel de São Paulo vai ganhar, pelo projeto apresentado, 16.443 reais. O coronel da Polícia Militar no Paraná recebe 29.610 reais. O tenente coronel aqui em São Paulo, 15.397 reais; o do Paraná, 28.215 reais.

O major aqui no estado de São Paulo, 14.495 reais; no Paraná, 26.635 reais. O capitão, aqui em São Paulo, 13.699 reais; no Paraná, 25.381 reais. O 1º tenente, 12.697 reais aqui. No Paraná, 17.597 reais.

O 2º tenente vai ter 13,71 %, aqui em São Paulo, 8.615 reais; lá no Paraná, 15.341 reais. Aqui embaixo também, vamos pegar aqui, o 3º sargento, que vai ter 15,18 % de reajuste: aqui ganha 4.800 reais; no Paraná, o dobro, 8.279 reais.

Isso vale para a Polícia Militar, isso vale para a Polícia Civil. Pode passar agora ao da Polícia Civil. Está aqui o quadro da Polícia Civil. Não é diferente o salário da Polícia Civil e da Polícia Militar no Paraná e em outros estados, que nós comparamos. Então, no Paraná, a Polícia Militar...

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Deputado Marcolino, um momentinho. Peço desculpas a V. Exa., mas tenho que fazer uma retificação aqui de convocação.

Esta Presidência retifica a convocação da segunda sessão extraordinária, a realizar-se hoje, para que tenha início 20 minutos após o término desta sessão, mantendo os demais tempos. Devolvo a palavra a Vossa Excelência.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado, Sr. Presidente. Então o mesmo quadro que eu apresentei da Polícia Militar aqui também tem da Polícia Civil, comparando com o estado do Paraná e comparando com a tabela da cidade do Rio de Janeiro. Também, olha, coronel, 24.050 reais; tenente coronel, 21 mil reais e 600; major, 17.300 reais; capitão, 13.800 reais; e por aí vai.

Para concluir minha fala ainda dentro do meu tempo, aqui também da Polícia Civil. Aqui é o ranking salarial dos delegados da Polícia Civil no Brasil. A gente olha aqui, o maior salário hoje da Polícia Civil no País, delegados, no Mato Grosso, é de 22.446 reais. Olha, 22.446 reais. Em Alagoas, 21.890 reais. Em Goiás, 21.615 reais.

Em Santa Catarina, 20.847 reais. No Rio de Janeiro, 20.590 reais. Aí vai descendo, descendo, descendo, descendo, para chegar no estado de São Paulo, aqui no valor de 12.458 reais e, aí, corrigindo pela tabela apresentada, o delegado vai passar agora de 12.000 para 14.303 reais aqui no estado de São Paulo, mostrando que tem estado como Mato Grosso, Alagoas, Goiás, Amazonas, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Pará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Roraima, Paraná, Distrito Federal, mostrando aqui a comparação que tem dos onze estados com o estado de São Paulo.

O último gráfico que quero mostrar para vocês, o do escrivão, na mesma proporção. O estado de São Paulo é o 18.º comparando com os onze estados do nosso País. Então o Estado mais rico da nação, o Estado mais populoso da nação, os policiais militares e os policiais civis recebem um dos piores salários que nós temos no País.

Então, poderia, sim, muito bem ajustar e adequar o projeto. São 45 emendas, e repito, o Governo do Estado de São Paulo, o secretário da Segurança Pública não acataram sequer uma única emenda apresentada pelos deputados da Assembleia Legislativa.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Esgotado o tempo regimental dessa presente sessão, está encerrada. Lembramos ainda os nossos deputados que daqui a 20 minutos teremos a segunda sessão extraordinária.

 

* * *

 

- Encerra-se a sessão às 19 horas e cinco minutos.

 

* * *