4 DE NOVEMBRO DE 2024

72ª SESSÃO SOLENE PARA A 21ª EDIÇÃO DO PRÊMIO ZUMBI DOS PALMARES

        

Presidência: TEONILIO BARBA

        

RESUMO

        

1 - TEONILIO BARBA

Assume a Presidência e abre a sessão às 20h53min.

        

2 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Anuncia a composição da Mesa.

        

3 - PRESIDENTE TEONILIO BARBA

Informa que a Presidência efetiva convocou a presente sessão solene para a "21ª Edição do Prêmio Zumbi dos Palmares", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Convida todos a ouvirem, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro" e o "Hino da Negritude". Agradece a presença de todos.

        

4 - FRANCISCO EDUARDO LOUREIRO

Desembargador e corregedor-geral da Justiça do Estado de São Paulo, faz pronunciamento.

        

5 - PRESIDENTE TEONILIO BARBA

Discorre sobre o projeto “Cidades Antirracistas”. Agradece o Poder Judiciário.

        

6 - VICENTINHO

Deputado federal, faz pronunciamento.

        

7 - DONATO

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

8 - NILTO TATTO

Deputado federal, faz pronunciamento.

        

9 - EDIANE MARIA

Deputada estadual, faz pronunciamento.

        

10 - SIMONE NASCIMENTO

Codeputada, representando a deputada estadual Paula da Bancada Feminista, faz pronunciamento.

        

11 - PAULO FIORILO

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

12 - SIMÃO PEDRO

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

13 - DR. JORGE DO CARMO

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

14 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

15 - MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS

Deputada estadual, faz pronunciamento.

        

16 - RÔMULO FERNANDES

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

17 - PRESIDENTE TEONILIO BARBA

Agradece a todos os presentes nesta solenidade. Diz ser o seu terceiro mandato nesta Casa. Lembra o seu primeiro projeto apresentado, de enfrentamento à intolerância religiosa. Explica os motivos que o levaram à apresentação deste projeto. Afirma que o mesmo foi tema da redação do Enem em 2016. Reafirma o seu compromisso com o povo negro e fala sobre as suas origens e movimentos que o apoiaram. Esclarece que já apresentou sete ou oito projetos de combate ao racismo e que apresentará mais dois no mês de novembro. Discorre sobre a aprovação do projeto do Dia Estadual da Consciência Negra. Parabeniza todos os homenageados.

        

18 - TAMIRES SABOTAGE

Cantora, líder comunitária e filha do rapper Sabotage, faz pronunciamento.

        

19 - IARA BENTO

Coordenadora do SOS Racismo da Alesp, faz pronunciamento.

        

20 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Anuncia apresentação musical do grupo de samba Amigos do Mestre Miro. Anuncia a entrega de placas aos homenageados, pela coordenadora do SOS Racismo Iara Bento, e a entrega de troféus aos homenageados nesta solenidade pelos deputados.

        

21 - TEONILIO BARBA

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 21h20min.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Teonilio Barba.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Senhoras e senhores, boa noite, sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de homenagear os indicados do 21º Prêmio Zumbi dos Palmares. Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal Alesp no Youtube.

Convido para que componha a mesa solene o deputado estadual Teonilio Barba, proponente e presidente desta sessão solene. (Palmas.) Desembargador Francisco Eduardo Loureiro, corregedor geral da Justiça do estado de São Paulo. (Palmas.) Iara Bento, coordenadora do SOS Racismo Alesp. (Palmas.)

Sabotage Junior, criador de conteúdo digital e filho do cantor Sabotage. (Palmas.) Tamires Sabotage, cantora, líder comunitária e filha do rapper Sabotage. (Palmas.) Deputada Ediane Maria. (Palmas.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Palmas.) Deputada Marina Helou. (Palmas.) Deputada Monica Seixas. (Palmas.)

Paula da Bancada Feminista, representada neste ato pela codeputada Simone Nascimento. (Palmas.) Deputado Paulo Fiorilo. (Palmas.) Deputado Simão Pedro. (Palmas.) Deputado federal Nilto Tatto. (Palmas.)

Passo a palavra ao proponente desta sessão solene, deputado estadual Teonilio Barba. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - TEONILIO BARBA - PT - Anunciar a presença do deputado Rômulo Fernandes. (Palmas.) Boa noite, senhoras e senhores, como diria lá no sindicato, boa noite, companheiras e companheiros do Movimento Negro, da classe trabalhadora.

Iniciamos os nossos trabalhos nos termos regimentais. Senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa de Leis, o deputado André do Prado, atendendo a minha solicitação, com a finalidade de homenagear os indicados ao 21º Prêmio Zumbi dos Palmares.

Convido a todos, senhoras e senhores, para ficarem de pé para ouvirmos o Hino Nacional.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Neste momento, convido os deputados Nilto Tatto, Donato e Vicentinho, para que subam à tribuna de honra.

 

O SR. PRESIDENTE - TEONILIO BARBA - PT - Não, espera um minutinho só, cerimonial. Ainda tem o Hino da Negritude aqui. Segura aí um pouquinho. Estão subindo?

 

* * *

 

- É reproduzido o Hino da Negritude.

 

* * *

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Neste momento, convido, para fazer o uso da palavra, os parlamentares que compõem a tribuna de honra. Convido o deputado Nilto Tatto.

 

O SR. PRESIDENTE - TEONILIO BARBA - PT - Só um minutinho, cerimonial. Nós vamos ter que fazer uma inversão aqui, porque o corregedor precisa sair. Ele veio prestigiar, ele tem uma tarefa. Eu peço licença ao deputado Nilto Tatto para cumprimentar todas as autoridades primeiro e passar a palavra para o corregedor, porque depois a gente deixa à vontade para ele poder sair. Então só um minutinho.

Primeiro eu quero agradecer aos deputados que indicaram: o deputado Bruno Zambelli; Delegado Olim; deputado Donato se faz presente; Ediane Maria, presente; deputado Guilherme Cortez, que também indicou; deputado Guto Zacarias; deputado Jorge do Carmo; deputado Lucas Bove; deputado Luiz Claudio Marcolino, presente; deputada Márcia Lia, representada pela querida Meire, que está ali presente; deputada Marina Helou; deputada Monica Seixas, presente; Paula da Bancada Feminista; a codeputada Simone, junto ali com a deputada Monica; o deputado Paulo Fiorilo; deputado Rômulo Fernandes, presente; deputado Danilo Campetti; deputado Simão Pedro, presente; deputada Thainara Faria.

Cumprimentar aqui o Sabotage Jr.; cumprimentar a Tamires Sabotage, filha do nosso querido rapper Sabotage; cumprimentar o desembargador Francisco Eduardo Loureiro; o deputado Vicentinho, que o nome não está aqui presente; e o deputado federal Nilto Tatto, que também não está na minha lista aqui.

Então (Voz fora do microfone.) Oi? Deputado Vicentinho, estou dizendo aqui. É que não está na minha lista aqui, o Vicentinho. (Voz fora do microfone.) Oi? Tem mais gente? (Voz fora do microfone.) Esse eu já falei, esse eu já falei. Acho que eu não me esqueci de nenhum deputado que está aqui presente. Dr. Jorge está presente também.

Então agradeço a presença de todos os deputados. A dinâmica nossa aqui vai ser a seguinte: os deputados vão falar em torno de dois minutos, o corregedor vai falar, e depois nós vamos anunciar os recebedores dos prêmios, as indicações.

Então tem bastante gente. São 36 indicações, então, se nós não formos rápidos aqui, a gente só vai sair daqui uma hora da manhã. Eu não quero fazer isso com vocês, nem vocês querem fazer isso comigo, mas, desde já, quero agradecer a presença de todos vocês aqui.

Este prêmio é o 21º da edição Zumbi dos Palmares, portanto foi criado 21 anos atrás. Esta Casa recepcionou, foi uma luta da nossa bancada que instalou o SOS Racismo, sob a coordenação do 1º secretário, que indica o coordenador ou a coordenadora do SOS Racismo.

Então, saudando todos vocês, a bênção para quem é de bênção, axé para quem é de axé. Salve, Zumbi dos Palmares. Então agradeço a todos aqui presentes. Quero passar a palavra para o corregedor Francisco, que tem aí o seu tempo. Fique depois à vontade, corregedor.

 

O SR. FRANCISCO EDUARDO LOUREIRO - Bom, boa noite a todas e todos, é um prazer estar aqui nesta cerimônia da entrega do 21º Prêmio Zumbi dos Palmares. Eu trago a palavra do Tribunal de Justiça e do Poder Judiciário de São Paulo.

Eu agradeço o convite do deputado estadual Teonilio Barba, e na sua pessoa lhe cumprimento, todas as pessoas aqui presentes, em especial o desembargador Luiz Guilherme da Costa Wagner Junior, que hoje receberá o Prêmio Zumbi dos Palmares.

Esta cerimônia é extremamente significativa, e é extremamente significativa porque marca um simbolismo muito forte àqueles que, durante todo o ano, trabalharam pela causa racial. Eu quero dizer que o Poder Judiciário é inteiramente solidário à causa, comprometido com o combate ao racismo.

Hoje nós temos, no Brasil, leis que são eficientes, foram votadas no Congresso Nacional para o combate ao racismo e para o estímulo da política de cotas, mas de nada adiantaria uma lei eficiente se não houvesse um Poder Judiciário que dê efetividade, que dê cumprimento às leis. Essa é a nossa tarefa.

O Poder Judiciário de São Paulo está 100% comprometido, tanto na questão criminal - os crimes de injúria racial, os crimes de racismo - quanto na questão preventiva, quanto na questão de controle de legalidade do cumprimento da política de cotas.

Nós somos parceiros tanto da Assembleia Legislativa, quanto do Poder Executivo, e estamos aqui mais uma vez para fortalecer a questão de defesa da política racial.

Muito obrigado a todos os senhores.

Boa noite. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - TEONILIO BARBA - PT - Só para fazer um agradecimento, corregedor, em reconhecer que, realmente, aqui, sob a Presidência do Mario Sarrubbo, o Ministério Público, o Tribunal de Justiça, a Corregedoria, implementaram um projeto chamado “Cidades Antirracistas”.

É por adesão. A cidade tem que fazer a adesão para se declarar uma cidade antirracista, e nós fomos recebidos lá para debater esse tema, porque para nós foi muito importante. Então muito obrigado ao senhor e a todo Poder Judiciário, está bem? O senhor fique à vontade, está bem?

Pode seguir, mestre.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos as palavras do desembargador. Passamos a palavra, neste ato, para o deputado federal Vicentinho.

 

O SR. VICENTINHO - Boa noite, meus irmãos e minha irmãs de fé, raça e classe. Saúdo o meu querido companheiro Barba, em nome de quem saúdo toda a Mesa, e meus colegas parlamentares aqui do âmbito estadual e também do federal.

Eu confesso que estou emocionado por duas coisas: uma porque vocês tomaram o cuidado de colocar o Hino à Negritude, os amigos sabem que este hino é de minha autoria, foi a presidenta Dilma que sancionou. (Palmas.) E por isso estou muito contente. Quanto mais a gente cantar pelo mundo afora e nas escolas, mais todos entenderão que nós temos os mesmos direitos que qualquer pessoa também tenha.

Estou emocionado também... Queria pedir dez segundos de palmas, porque eu estive ontem, com muita emoção, na cidade de Itatiba, e lá acompanhei. Perdemos, ela foi para outra dimensão, mas muito querida, muito lutadora.

Sempre esteve conosco em todo momento contra todo tipo de preconceito e discriminação. Eu queria pedir uma salva de palmas para a Mãe Maurina, muito querida e muito amada de todos nós. (Palmas.)

Apesar dos problemas em Brasília, apesar de uma câmara que, lamentavelmente, não tem mais diálogo - é o racismo, é o machismo, é a violência, é o preconceito -, nós temos, querido Barba, conseguido avançar em vários propósitos. Vocês sabem que esta Casa lotou quando eu consegui aprovar o Dia Nacional da Umbanda.

Foi aqui que nós comemoramos e lançamos o selo comemorativo. Também nós vibramos quando o outro projeto meu aprovou o Dia Nacional das Comunidades e Matrizes Africanas e Nações do Candomblé. Conseguimos um salto agora. Queremos agora aprovar o Dia das Culturas Bantu.

Queremos aprovar uma lei que endurece o Código Penal contra quem cometer crime de religião - ninguém pode andar de branco, ninguém pode proteger a sua casa, seus símbolos sagrados -, mas conquistamos uma iniciativa do companheiro Barba aqui no estado de São Paulo e nós lá conquistamos o direito de ter a primeira na história do Brasil: a primeira bancada negra.

A primeira conquista foi aprovar o feriado de Zumbi de Palmares, de Dandara de Palmares, para 20 de novembro deste ano em todo o Brasil. Então queria comemorar com vocês esta conquista. (Palmas.)

Como é para falar só dois minutos, Barba, eu quero saudar os artistas, as artistas, as instituições aqui que receberão os prêmios. Peço licença para falar do Instituto Solano Trindade, que também será homenageado hoje aqui, que cuida de meninos - não vou falar nomes, porque eu não quero aqui me estender, mas é um prêmio muito merecido.

Essa iniciativa que já faz 21 anos, não é Paulo Fiorilo? Vinte e um anos. Ela é fantástica para que nós compreendamos que nós somos iguais. Que nenhum de nós jamais seja julgado pela cor da pele, e sim pelo nosso caráter e pela nossa competência.

E, se a gente tiver a oportunidade, nós seremos doutores, nós seremos grandes neste País em todos os sentidos, não apenas uma parte, mas quem sabe todo o nosso povo, para promover harmonia, igualdade e respeito, e plantar amor e solidariedade.

Viva Zumbi, viva Dandara. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Obrigado, deputado federal Vicentinho, agradecemos o uso da palavra. E convidamos à tribuna o deputado Donato.

 

O SR. DONATO - PT - Boa noite, queria cumprimentar o presidente desta sessão, o deputado Barba, a Iara, coordenadora do SOS Racismo, dizer que é muito importante este evento, 350 anos de escravidão marcam profundamente a história do nosso País e é necessário reparação. Reparação em todos os aspectos, e a reparação simbólica faz parte desse processo, e é isso que a gente faz aqui.

Então eu queria cumprimentar os organizadores e falar rapidamente da pessoa que eu escolhi para homenagear, que é a Ruth Lopes, que por sua história já mereceria o prêmio, mas recentemente ela é articuladora da Frente Negra Online, que reúne influenciadores negros e negras na internet e que discute um tema que cada vez mais vocês vão escutar, que é o racismo algorítmico, ou seja, a invisibilidade que também na internet existe para influenciadores negros e negras.

Então, registrando aqui meus parabéns à Ruth, eu queria estender esses parabéns a todos os homenageados no dia de hoje. Parabéns, deputado Barba, por essa iniciativa e por levar à frente aqui, pela vigésima primeira vez, a Assembleia Legislativa, o Prêmio Zumbi dos Palmares.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - TEONILIO BARBA - PT - Obrigado, deputado Donato. Micael, tem que retomar a palavra do deputado Nilto Tatto, está bom?

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos a palavra e convidamos para falar o deputado Nilto Tatto.

 

O SR. NILTO TATTO - Boa noite. Eu quero primeiro aqui, Barba, no seu nome, cumprimentar todos os deputados estaduais e deputadas, por mais esta sessão de Prêmio Zumbi dos Palmares, que já está indo aí na sua vigésima primeira edição, e tão importante para esta Casa, para a gente construir no dia a dia uma consciência antirracista dentro do Parlamento e que ecoa para toda a sociedade. Quero cumprimentar e agradecer, deputado Simão Pedro, pelo convite.

E fiz questão de vir para cá hoje, hoje nós temos inclusive sessão em Brasília, não é, Vicentinho? Porque dentre os homenageados - e eu quero cumprimentar todos - está aqui também Ditão e Zé Rodrigues, lá do Quilombo de Ivaporunduva, e vieram com eles também vários representantes de vários quilombos lá do Vale do Ribeira.

E fiz questão de vir para cá, Barba, porque se hoje a gente tem uma atuação da luta antirracista, mas também pelos direitos, em especial, ao território, para as comunidades quilombolas, como essencial para a própria sobrevivência, eu aprendi na convivência com essas comunidades muito antes de estar como deputado. Então, como mestres, esses que estão sendo homenageados, preciso fazer esta homenagem também para eles, porque aprendi muito.

E aprendo no dia a dia, lá em Brasília e no convívio que eu tenho todas as vezes que tenho oportunidade de ir para o Vale do Ribeira, e no convívio com essas comunidades. Mas principalmente de uma coisa que é muito cara para toda a humanidade, todo mundo vem acompanhando a intensidade e a frequência cada vez maior dos eventos climáticos.

E aí as comunidades negras rurais têm muito a ensinar de como a gente se relacionar com o meio ambiente para a gente recuperar coisas que a humanidade perdeu ao longo do tempo e levou a uma situação de risco para a própria vida no Planeta, que são as mudanças climáticas que vêm ocorrendo.

Então, parabéns, Assembleia Legislativa, no nome de vocês, deputados e deputadas, por mais esta edição do prêmio, porque isso fortalece esta luta em defesa da vida.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos as palavras do deputado Nilto Tatto. Convidamos para fazer uso da palavra a deputada Ediane Maria. (Palmas.)

 

A SRA. EDIANE MARIA - PSOL - Boa noite. Quero saudar aqui todos os deputados presentes, quero saudar esta homenagem tão importante a Zumbi, do nosso companheiro e primeiro-secretário desta Casa, Barba, também à Iara. Quero saudar também os parlamentares aqui, vereadores, que estão aqui hoje presentes, artistas e todo mundo que constrói uma sociedade que a gente acredita.

Falar de reconstrução é trazer as nossas vozes, as nossas lutas para este espaço. A gente sabe que não é fácil ainda, somos a minoria nos espaços de poder, somos as minorias ainda nos espaços de representatividade, que de fato conseguem trazer esse processo de reconstrução tão sonhado por nós, povo preto.

Sou a Ediane Maria, deputada estadual, a primeira empregada doméstica eleita no estado de São Paulo e é uma grande honra poder trazer a luta das trabalhadoras domésticas, das diaristas, dos nordestinos que constroem a cidade de São Paulo, mas não só, que constroem o nosso País.

Então, estar aqui hoje, poder homenagear a Adriana e a Bárbara Quirino, isso traz para mim também um processo muito bom, que é de olhar para os nossos. Eu estou hoje aqui me sentindo, Barba, e todos os parlamentares aqui presentes, estou me sentindo com meu coração quente, meu coração muito feliz, porque finalmente esta Casa hoje tem a nossa cara, tem a cara do Brasil que a gente quer, a cara de pessoas que acordam cedo, que muitas vezes vieram aqui hoje sem nem sequer, às vezes, ter o dinheiro da condução, que ontem estavam até trabalhando, fazendo a faxina para estar aqui hoje recebendo essa homenagem.

Então, estar aqui hoje é dizer que a reconstrução começa quando a gente olha para os nossos e reconhece a luta de cada um para se manter vivo neste País. Então, axé para quem é de axé, amém para quem é de amém, dizer que a luta não para, ela continua todos os dias. Enquanto a mãe não conseguir dormir à noite pensando no que vai dar para os seus filhos de manhã, a gente não mudou a política.

Dizer que enquanto nós continuarmos sendo colocadas compulsoriamente para o trabalho informal, este País ainda não mudou. A nossa luta continua. O processo de reparação está aqui, representado nesta sala, mas também está agora no transporte público, está agora naquela mulher que está sofrendo violência doméstica, que o estado não consegue chegar nessa mulher e acolher.

O processo continua. Então, que a gente consiga, juntos, fazer esse processo de reconstrução.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - TEONILIO BARBA - PT - Micael, primeiro agradecer aqui, depois vocês vão informando se tiver mais, agradecer a presença da vereadora de São Bernardo do Campo, Ana Nice, e recebê-la com uma salva de palmas. (Palmas.) O nosso também ex-vereador e agora vereador eleito em Mauá, José Luiz Cassimiro. (Palmas.) Se tiver mais algum vereador ou vereadora presente, por favor, vocês informem à Mesa, está bom?

Muito obrigado. Pode continuar, Micael.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos novamente o uso da palavra pela deputada Ediane Maria. Agora damos a palavra à Paula da Bancada Feminista, representada neste ato pela codeputada Simone Nascimento. (Palmas.)

 

A SRA. SIMONE NASCIMENTO - Boa noite a todos. Gente, nós ficamos muito felizes e impressionados com este novo momento no País, no último domingo, quando nós vimos a notícia da redação do Enem, deputado Barba, dos desafios para a valorização da herança africana na história do Brasil.

Sem dúvida alguma, o 21º Prêmio Zumbi dos Palmares aqui na Alesp é uma dessas formas de valorização e, por isso, eu quero saudar o deputado Barba e a Iara do SOS Racismo por estarem proporcionando este momento de valorização e dignificação do nosso povo, neste que é o maior Parlamento paulista que nós temos no estado de São Paulo. (Palmas.) Obrigada.

Zumbi dos Palmares é uma das maiores lideranças da história do nosso País. Imaginemos os nossos ancestrais podendo subir, durante um regime violento como foi a escravidão, a Serra da Barriga, encontrar um território sem senhores.

Zumbi dos Palmares foi morto em 1685, depois de 100 anos de resistência desse território, maior quilombo da história do nosso País, lutando pela nossa liberdade. E é por isso que a gente vai comemorar o 20 de novembro este ano como feriado nacional.

Mas Zumbi dos Palmares, no seu tempo, foi vítima da violência de um estado e é por isso que nós, da Bancada Feminista do PSOL, um mandato coletivo na Alesp representado por cinco mulheres negras, resolvemos este ano homenagear Débora Maria da Silva, Mãe de Maio, nesta homenagem hoje.

Débora Maria, 18 anos atrás, transformou seu luto em luta ao perder o seu filho barbaramente nos crimes de maio, em 2006. Ela soube da notícia da morte do seu filho pela rádio, o locutor da rádio disse naquele momento que mataram “alguns neguinhos”. Débora, então, ao lado de várias mães, tornou-se uma lutadora contra a violência policial e em defesa dos direitos humanos.

E nós acreditamos que essa luta que Débora faz, junto a outras mães, é uma luta urgente no nosso País e no estado de São Paulo, estado onde a violência policial aumentou muito, onde dois a cada três pessoas que foram mortas, segundo os dados do Sou da Paz, nos últimos dias divulgados, foram negras e negros.

Então hoje a gente dá as nossas vivas à Débora Maria, Mãe de Maio, e a gente se lembra também de Sabina, mãe de Zumbi, que morreu também vítima do racismo no Brasil.

Estamos juntos. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos o uso da palavra à codeputada Simone Nascimento. Gostaríamos de consignar agradecimentos especiais pela presença do professor Dinailton, presidente do Sindicato dos Servidores de São Bernardo do Campo. Agradecemos também ao Luis Crem, presidente do Sintelmark. Agradecemos também ao Marco Aurélio Coelho, presidente do Sintratel.

Ato contínuo, damos a palavra, neste ato, ao deputado federal Paulo Fiorilo.

 

O SR. PRESIDENTE - TEONILIO BARBA - PT - Enquanto o Paulo chega, só para fazer uma correção, o presidente dos Servidores de São Bernardo é o Dinailton. (Palmas.) Também está presente aqui o presidente do Sindalesp, Filipe Carriço.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - Deputado Teonilio Barba, que preside esta sessão, companheira Iara, do SOS Racismo, primeiro, saudar cada um de vocês, cada uma que veio de longe e está aqui em um espaço que nós precisamos referenciar sempre como um espaço de combate ao racismo, porque esta Casa também vive permanentemente o risco de termos atitudes racistas. Aqui deputadas e deputados já passaram por isso, então nós precisamos valorizar constantemente este espaço democrático.

Temos aqui a possibilidade de entregar, nesta edição, a 21ª, para pessoas que representam essa luta só fortalece esse espaço. O meu homenageado é o Edson Negão. Estava procurando-o aqui, e não estou achando, mas ele está aqui.

O Edson é de Ribeirão, é um mineiro de Passos, que se muda para Ribeirão na adolescência, vai morar na periferia e lá enfrenta o racismo permanente. O Edson hoje é um dos responsáveis pelo Instituto Plural da Vila Bela, lá em Ribeirão, e tem um trabalho de conscientização importantíssimo, por isso merece ser homenageado por esta Casa.

Parabéns a todos.

Viva Zumbi, viva o Quilombo dos Palmares! (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos as palavras do deputado Paulo Fiorilo e concedemos a palavra ao deputado Simão Pedro.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - Boa noite a todas, boa noite a todos. Mais uma vez, sejam muito bem-vindos, muito bem-vindas, nesta noite tão especial em que a gente celebra o Dia da Consciência Negra, antecipadamente, o dia de entrega do Prêmio Zumbi dos Palmares para tantas lideranças, entidades, personalidades que merecem.

Eu também fico muito honrado de poder participar deste momento mais uma vez. Queria cumprimentar o deputado Barba, que preside esta sessão, a Iara, do SOS Racismo, agradecer-lhes por todo o apoio que nos deram para que essas homenagens pudessem acontecer, cumprimentar minhas colegas e meus colegas deputados, também cada um de vocês que vão receber esse prêmio, tantas pessoas amigas, tantas pessoas queridas.

Eu acho que, neste momento, também não dá para a gente se esquecer de um fato que ocorreu esta semana, deputado Vicentinho, deputado Barba, meus colegas, que foi a condenação dos assassinos da Marielle e do Anderson.

Marielle, como bem sabemos, uma liderança política, comunitária, uma liderança feminista, uma liderança política, por ser negra, por ser uma mulher atuando na política com tanto combate, foi eliminada por forças do crime organizado, da política do Rio de Janeiro, daquele estado paralelo.

E a condenação, descobrir quem foram os assassinos. Agora estamos chegando nos mandantes. É muito importante que isso tenha acontecido. (Manifestação nas galerias.) Porque o crime, o racismo contra as pessoas negras não pode ficar impune neste País. Então eu estava me lembrando deste fato para destacar aqui.

Mas, por conta do tempo exíguo, eu queria dizer da honra que eu tive, de propor e eles terem aceitado ser homenageados com este troféu, justa homenagem por conta da sua luta, que são os dois companheiros do Quilombo do Ivaporunduva, como bem já falou o deputado Nilto.

Que é o Zé Rodrigues, nós vamos poder ver o seu currículo daqui a pouco, de muitas lutas em defesa dos direitos e do território, porque o Quilombo do Ivaporunduva é um quilombo muito icônico, por conta da resistência.

E também além do Zé Rodrigues, o Ditão, que é esse que está de boné vermelho na frente, e o Zé Rodrigues está logo ali. São pessoas que eu admiro tanto, com quem eu aprendi muito. Para mim, têm esse símbolo da resistência negra aqui no estado de São Paulo.

Eu fico impressionado, deputado Vicentinho, o senhor conhece bem aquela região, assim como o Nilto, e os demais devem conhecer também, como aquelas comunidades resistiram, durante séculos, à perseguição e ao preconceito! E resistiram convivendo com a natureza e defendendo o rio Ribeira, porque fundaram organizações como o Moab, além das suas associações. É muito importante para o estado de São Paulo e para o Brasil.

Hoje a gente se orgulha de ter o Vale do Ribeira como uma das regiões mais bem preservadas. Mas graças ao trabalho das comunidades indígenas, e principalmente o trabalho das comunidades quilombolas.

Então eu fico muito feliz. Acho que vocês merecem.

E nós precisamos homenagear em vida esses companheiros, para que eles possam receber a homenagem da sociedade, deste Parlamento. Mas que também continuam servindo como referência e exemplo para as novas gerações. Muita luta nós temos pela frente.

Parabéns, viva Zumbi! (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos as palavras do deputado Simão Pedro. Agradecemos também especialmente a presença de Izaura Panfili, presidente da Associação dos Destaques de Escola de Samba do Estado de São Paulo. Agradecemos também o professor Márcio Bico, diretor-geral da Unip. Agradecemos também Max de Yairá. Neste ato, convidamos para fazer uso da palavra o deputado Jorge do Carmo. (Palmas.)

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Boa noite a todas, boa noite a todos. Agradecer a Deus por essa oportunidade de estar aqui. Cumprimentar o deputado Teonilio Barba, presidente desta sessão. Cumprimentar a Iara, nossa coordenadora do SOS Racismo. Cumprimentar os meus colegas deputados e deputadas, vereadores e vereadoras aqui deste plenário.

Maravilha, deputado Barba, ver este plenário cheio, e a galeria também, de pessoas que defendem e que estão aqui, sempre na luta, na resistência contra o racismo. Dizer da minha alegria de poder, junto com os colegas deputados, a gente escolher, indicar algumas pessoas que possam ter essa justíssima homenagem. Cumprimentar a todos os homenageados e homenageadas.

E dizer que gostaria de indicar outras tantas pessoas, mas, como o número certamente é restrito, a gente acaba tendo que fazer um debate para escolher as pessoas. Então eu quero dizer a vocês que, cada mandato popular, cada mandato que tem essa resistência, faz essa luta aqui na Casa. E este é o maior parlamento estadual da América Latina.

Eu quero falar rapidamente das pessoas que eu apresentei, que eu indiquei. É o seu José Ferreira Dias. Está ali presente, levanta aí. É o famoso e popular Maguila, por parecer com o Maguila, e pela sua resistência. (Palmas.)

Maguila é um parceiro, é um cara que tem uma luta em sua trajetória toda, sempre em defesa e pela resistência contra o racismo e contra a discriminação, em nosso estado e onde a gente estiver. Então eu tenho muito orgulho de ter apresentado o nome dele. E hoje aqui ele está para receber essa justa homenagem, assim como cada uma e cada um que vão receber essa justa homenagem.

Viva Zumbi dos Palmares! Racismo nunca mais! Estamos juntos nesta luta.

Um abraço. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos as palavras do deputado. Agradecemos também especialmente a presença do senhor Robson Silva Ferreira, coordenador estadual de Políticas para a População Negra, da Secretaria da Justiça e Cidadania.

Agradecemos também Edilson Martins, diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá. Agradecemos também a presença do Jefferson, vereador eleito em Registro. Por fim, agradecemos a presença de Rodrigo, vereador quilombola eleito em Eldorado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - TEONILIO BARBA - PT - Queria agradecer a presença da vereadora Luana Alves. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Neste momento, convido a fazer uso da palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Palmas.)

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Boa noite a todas, boa noite a todos. Quero primeiro parabenizar o Barba, proponente desta sessão. E a Iara, que coordena o SOS Racismo. Quero fazer uma constatação, Iara.

No ano passado, tivemos o 20º prêmio aqui no auditório do lado. Hoje, no nosso espaço principal da Assembleia. Com certeza, o ano que vem vamos ter que reservar um ginásio, porque vai ser pouco para o tamanho do prêmio que vocês estão conseguindo. Então, parabéns pelo trabalho do SOS Racismo e pela participação de cada um e cada uma de vocês no dia de hoje. (Palmas.)

No ano passado, nós fizemos aqui, como homenagem, e até pela minha origem, de vir do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região... Aqui nós temos várias entidades que combatem o racismo em São Paulo e em todo o País, ou entidades, ou personalidades. No ano passado, eu indiquei a presidente do Sindicato dos Bancários, Ivone Silva, primeira negra que conduziu o nosso sindicato.

Esse ano a gente estava trabalhando com uma pretensão, e vamos fazer, no dia de hoje. Mas era uma tesoureira do Sintratel. Só que ela, nesse período entre o ano passado e esse ano, ela veio a falecer, e não está entre nós. Mas, mesmo assim, nós fizemos questão de manter a homenagem a Valmira Silva. (Palmas.)

Mesmo não estando entre nós, “in memoriam”, mas é uma pessoa que merece todo o nosso respeito.

E o irmão da Valmira, que é o Valdir Gomes da Silva, preparou um texto longo, mas não vou colocar ele inteiro, até pelo tempo que nós temos, curto, mas rapidamente um pouco do que ele traz em memória da irmã.

“Valmira nasceu a 10 de abril de 1972 e desde muito cedo conheceu a exploração e a opressão de classe, de gênero e de raça, como muitas outras meninas pobres e negras, muitas Silvas como ela. Conheceu o trabalho da mãe, pois trabalho era sua sina, sua bênção e maldição.

Valmira sempre foi prática, mas também perceptiva, curiosa e laboradora. Ainda pequena, envolvia-se em complicadas discussões sobre feminismo, religião e racismo, mesmo não sabendo os complexos conceitos históricos, filosóficos e sociológicos que no futuro conheceria tão bem.

Mas, mesmo que instintivamente, sabia e sentia na pele que aquele mundo machista e racista em que nascera era injusto e deveria ser transformado, pois, como dizia Rosa, só não sente as correntes quem não se movimenta.

E movimento era com a Valmira. Nesse sentido, em sua praticidade e ânsia de liberdade, sabia que, para mudá-lo, deveria rebelar-se pela sobrevivência e pela dignidade, lutando para vencer, lutando para viver, pois viver é lutar. E a Valmira vive entre nós.”

Valmira presente. Valmira presente. Valmira presente.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos novamente à vereadora de São Paulo, Luana Alves. Agradecemos o uso da palavra pelo deputado Luiz Claudio Marcolino. Gostaríamos de agradecer aos vereadores.

Marina Bragante, de São Paulo, o vereador Marcelo Saranti, de Panorama, a vereadora Ana Nice, de São Bernardo do Campo, e a vereadora Cida Maia, de Mauá. Agradecemos também à Celma Dias, vice-prefeita de Mauá.

E, neste ato, convidamos para fazer o uso da palavra a deputada Monica Seixas.

 

A SRA. MONICA SEIXAS DO MOVIMENTO PRETAS - PSOL - Boa noite a todas e a todos. Licença para chegar. Antes de começar, eu gostaria de dizer a todas vocês... vou usar feminino, porque durante muito tempo a gente se acostumou a usar a totalidade no masculino, então, me perdoem. Mas, para ser mais breve, vou usar no feminino, mas eu estou me referindo a todos os corpos presentes.

E eu quero começar a agradecer a todas vocês que estão aqui hoje, porque eu sei que todas vocês que estão aqui hoje construíram e fizeram contribuições incríveis para o povo preto, porque nascer negro não basta.

Aqui estão aqueles e aquelas que eu tenho certeza de que fazem da sua vida um ato de protesto, que têm consciência que a emancipação é coletiva, que a liberdade ainda não está dada, que temos muito o que fazer.

Cada um aqui, dentro da sua dor, da sua angústia, do seu sofrimento, do seu saber, da sua alegria, está lutando para construir a memória de um estado que é preto e indígena, a justiça de um estado que é preto e indígena e um sonho de um estado que ainda vai se reconhecer preto e indígena. Então, muito obrigada a todas vocês.

Eu fico muito feliz quando novembro chega. Estar aqui também não é fácil, como eu sei que não é fácil o caminho que cada um de vocês trilhou até estar sentado aí. Estar aqui na Assembleia Legislativa, que ainda retrata o meu povo preto, escravizado, sangrando, debaixo das chibatas dos bandeirantes, pelos corredores, é uma tarefa adoecedora.

Mas quando chega novembro, e a Casa se enche de gente negra, de gente indígena e a gente pode, enfim, celebrar a nossa vida, eu tenho um pouco de alegria. Então, por isso, por essa noite, muito obrigada de novo.

Nós temos muito o que fazer e eu sei que nós estamos todos unidos nessa jornada. Eu sei que está todo mundo construindo, mas o futuro não é nada promissor. Além do sonho da representação, e eu falo aqui do alto de quem se elegeu pela segunda vez e carrega no nome parlamentar, Monica do Movimento Pretas, que é o movimento que eu represento de ocupação de Parlamento etc., o futuro não é nada promissor.

Tem a crise climática, tem o avançar da insegurança pública, a destruição da coisa pública, a educação calamitosa, a fome, o salário que não dá mais para pagar a conta do mês.

E é por isso que a gente está homenageando tanta gente que faz assistência social popular, tanta gente que é líder religiosa e dá esperança no futuro, tantos professores, tanta gente que nos encanta com a arte, com a Cultura e com o saber, mas está todo mundo tentando nos dar uma esperança de futuro e nós vamos continuar construindo isso juntos.

Essa noite eu tive aqui, como todos os deputados, a pequena enorme responsabilidade de, em dois nomes, trazer para cá a representação de tudo, porque o povo preto construiu tudo e continua construindo tudo.

Esse mármore branco que a gente vê pelas paredes foi construído por nós. Essas poltronas de centenas de milhares de reais que vocês estão sentados foram construídas por nós. A arquitetura foi construída por nós, a ciência foi construída por nós, a arte foi construída por nós, o lazer, a cultura, tudo foi construído por nós.

Mas ainda os sambas de bumbo, os sambas de umbigada, os terreiros de axé, as comunidades tradicionais indígenas e quilombolas têm dificuldade de se verem e entrarem na Casa do povo. Hoje eu estava falando com um monte de gente que está falando: “Que legal que nós estamos aqui pela primeira vez, num dos parlamentos mais antigos do estado de São Paulo”.

Por isso, para vocês que estão aqui essa noite... Tem gente que viajou sete horas, vieram lá dos quilombos do fundo do estado. Há centenas de comunidades quilombolas, assim como há dezenas de comunidades indígenas.

Há imensuráveis comunidades de matrizes africanas, que são os terreiros que a gente desconhece, e que a gente quer conhecer, porque, eu repito, São Paulo é solo preto e indígena, e essa história é que a gente quer começar a contar.

Antes de partir para os meus homenageados, eu só quero fazer uma pausinha, uma aspinha, Barba ao meu querido companheiro de luta, Iara, com quem eu também tenho o prazer de conviver nessa minha jornada aqui na Assembleia Legislativa, para desejar feliz aniversário para a minha companheira, minha “codepu”, Ana Laura, que está aqui hoje militando no aniversário dela (Palmas.).

Ana Laura traz para a gente a responsabilidade de defender a liberdade religiosa do povo preto, tão estigmatizado no estado de São Paulo. Lembrando que o povo preto é a maioria entre os evangélicos, mas as religiões de matrizes africanas são as que sofrem violência policial todos os dias e a gente defende a liberdade religiosa para todas as pessoas. Obrigada pelo companheirismo, Ana Laura, mas hoje tivemos que escolher duas pessoas para homenagear.

E, ausente aqui hoje, com a dificuldade que é trazer uma comunidade quilombola, escolhemos o Quilombo Cafundó, da cidade de Salto de Pirapora, e escolhemos trazer aqui o pai e mestre David. O pai-mestre David, que não é apenas uma liderança religiosa, mas é um mestre no sentido acadêmico da palavra.

E dedicou a sua vida, a sua jornada acadêmica para mostrar como... Ele estava me dando uma aula aqui agora... Como a Umbanda pode ser, a partir da sua sabedoria ancestral, uma ferramenta de organização política e de futuro para o povo brasileiro. Ele me inspira muitíssimo. Me ajuda a organizar aqui, junto com a Ana Laura, a Frente em Defesa dos Territórios de Matriz Africana no Estado de São Paulo.

Mas me ensina também a não me esquecer de onde eu vim, que o nosso povo fez tudo, mas fez tudo diferente e fará tudo diferente. Por isso, pai David, muito obrigada. Todos que estão resistindo no Axé, muito obrigada. Todos que estão construindo as comunidades tradicionais, muito obrigada. Os povos indígenas, aqui estou vendo só uma indígena, mas deve ter mais por aí. Muito obrigada a todos que estão construindo as suas entidades.

Muito obrigada.

Viva a Zumbi, mas viva vocês, viva a nós.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradeço as palavras da deputada Monica Seixas e gostaria de agradecer a desembargadora do TJ, Cristina Zucchi. Agradeço também o desembargador federal, Marcos Moreira, pela sua presença. Agradecemos ainda o defensor público e coordenador do Núcleo de Igualdade Racial (Nupir), Vinícius Conceição da Silva.

Agradecemos ainda o diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Edilson Martins. Agradecemos ainda a diretora social da Escola de Samba Rosas de Ouro, Vanessa de Rosas.

Agradecemos ainda a presidente do Sindicato dos Professores do ABC, Edilene Arjoni. E, por fim, agradecemos a vereadora de São Paulo, Luana Alves. Agradecemos as palavras dos deputados da Casa e passo a palavra para o deputado Teonilio Barba.

 

O SR. PRESIDENTE - TEONILIO BARBA - PT - Falta o deputado Rômulo Fernandes. Com a palavra o deputado Rômulo Fernandes.

 

O SR. RÔMULO FERNANDES - PT - Está difícil hoje aqui. Queria cumprimentar todos e todas, em nome do Barba, em nome da Iara, todos os meus colegas de trabalho aqui, e falar rapidamente da importância desse momento.

Eu queria quebrar o protocolo aqui, queria falar especificamente sobre a minha homenageada, sobre a dona Diva Alves. Por favor, Diva. Eu queria que a senhora se levantasse. Por favor, se levante, Diva.

A dona Diva é um exemplo. Por exemplo, eu tenho muita felicidade de falar em nome dessa mulher. Essa mulher não é acadêmica. Essa mulher começou com uma associação na década de 70 e de 80, chamava-se ADC, Associação das Donas de Casa. Começou com o fundo de greve, quando muita gente não sabia o que era isso, as comunidades eclesiais de base, ela foi uma grande lutadora.

E eu tive um orgulho danado de conhecer essa mulher, de conhecer a história dela, porque tem muita gente nesse País que assiste a história. Esta mulher fez a história, numa época muito difícil, uma época onde a gente morava num lugar, uma cidade chamada Mauá, que a maioria das pessoas que a gente trouxe aqui conhece bem, não tinha rua, não tinha água, não tinha esgoto, não tinha escola, não tinha absolutamente nada.

O que eles tinham era um monte de gente querendo mudar a sociedade. Mulheres como a Diva Alves, mulheres como Dona Ana Terra, uma comunista que veio fugida do Pernambuco, que tirava areia do rio e construiu aquela localidade. A Dona Clarice, Dona Diva. Dona Tereza. Dona Celsina, minha mãe, que junto com essa mulher fez a história. Fez a história.

É a história deste País, que às vezes a gente não reconhece. Tem muita gente que... Tem um livro do Bertolt Brecht, um poema, que fala muito sobre isso. Que a gente fala muito sobre os reis, mas quem construiu os castelos, quem carregava o tijolo, ninguém falava. E esta mulher fez a história.

Por isso, a minha singela, humilde homenagem em vida dessa grande mulher, Dona Diva Alves.

Parabéns, Diva.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradeço as palavras do deputado. E, neste ato, passamos a palavra ao deputado Teonilio Barba.

 

O SR. PRESIDENTE - TEONILIO BARBA - PT - Bem, mais uma vez, quero agradecer todas as vereadoras aqui presentes, todos os vereadores, todas as deputadas, minhas companheiras aqui de Assembleia, todos os deputados aqui, companheiros de Assembleia, agradecer a Iara, coordenadora do SOS Racismo, agradecer a todos vocês presentes aqui, pais de santo, mães de santo, filhos de santo, e dizer para vocês que estou no meu terceiro mandato nesta Casa.

O primeiro projeto, Vicentinho, deputado federal, que eu apresentei nesta Casa, quando eu cheguei aqui, em 2015, foi um projeto de enfrentamento à intolerância religiosa. O porquê disso? Quando eu cheguei nesta Casa, a minha amiga e deputada Leci Brandão estava enfrentando todo tipo de violência em relação à religião de matriz africana, em relação à Umbanda. Ela estava sendo muito atacada, os templos no Rio de Janeiro estavam sendo atacados, vários templos e terreiros.

Em Diadema, a GCM, uma violência do município contra a Mãe Menininha do Gantois, e nós fomos lá no batalhão conversar com o comandante do batalhão e com o secretário de Segurança. E esse projeto foi apresentado em 2015. Em 2016, o tema da redação do Enem foi o enfrentamento à intolerância religiosa para mais ou menos oito milhões de alunos do Enem naquele ano.

Eu, quando virei deputado, tinha um compromisso com o povo negro, porque a minha origem é negra. Eu sou neto de escravizado, meu avô nasceu na senzala em 1866. A minha mãe era filha de bugre, então eu sou mestiço.

Bugre, para quem não sabe, é o nosso índio brasileiro. Então, nós, quando viemos para esta Casa, nós viemos com apoio de vários movimentos: Movimento da Comunidade LGBTQIAPN+ do ABC, Movimento de Mulheres no ABC, Movimento do Povo Preto no ABC, Movimento Sindical; então a minha origem é do movimento sindical.

Então nós apresentamos nesta Casa algo em torno de sete a oito projetos que tratam da nossa questão do combate ao racismo. E vamos apresentar mais dois agora, no mês de novembro, que é o mês da consciência negra; é o mês do combate ao racismo.

É o mês do Zumbi dos Palmares, mas é o mês de Lélia Gonzalez, lá de Minas Gerais. Aliás, a Leci Brandão não está aqui, porque ela está sendo homenageada hoje no Rio de Janeiro pelo Movimento Favela. Hoje é o Dia Nacional da Favela.

Hoje também é o dia em que morreu Marighella. Então, o mês de novembro, a homenagem aos Zumbi dos Palmares. Nesta Casa, três deputados haviam apresentado o projeto do Dia Estadual da Consciência Negra e nenhum deles foi exitoso.

O deputado, em memória ao nosso amigo José Cândido, muito amigo nosso, lá de Suzano; o deputado Vicente Cândido, esse está vivo - Vicente Cândido também meu amigo -; e minha amiga Leci Brandão também havia apresentado, e não conseguiram. E aí nós fomos debatendo durante o ano passado, apresentamos o projeto, ele foi aprovado aqui por unanimidade, ninguém botou óbice nenhum, e o governador acabou sancionando.

Mas o problema que nós enfrentamos é tão grande que até hoje a tribuna, a tribuna não, a grande mídia, a grande imprensa, fala que o governador aprovou o projeto que criou o Dia Estadual da Consciência Negra. Já falei com a CBN, já falamos com a Bandeirantes, já falamos com a Globo e eles continuam dizendo a mesma coisa. Então eles tentam nos invisibilizar o tempo todo.

Portanto, a nossa luta será muito longa, muito grande, porque é assim que os negros são tratados. Eu, como não sou retinto, muita gente não me considera como negro, que não sou retinto. Vai falar que eu sou pardo. Lá na ditadura militar, meu documento está lá, é pardo.

E eu, quando passei a militar no movimento sindical, assumi que eu sou negro. Mas muita gente, como não sou retinto, que nem a Iara, não me considera negro. Então é uma luta que não será uma luta fácil de ser vencida, mas nós vamos continuar lutando.

Então tentam invisibilizar o nosso projeto. Aprovamos aqui no ano passado, foi feriado no ano passado, e este ano é feriado nacional, porque a bancada preta brigou e aprovou lá. O que acontece no estado de São Paulo acaba influenciando no poder econômico lá em Brasília.

Aqui, quando aprovou o feriado na Capital, o Donato era vereador no governo da Marta em que foi aprovado o feriado, a Fiesp judicializou o projeto. Nós ganhamos no STF, e não judicializaram o nosso porque já tem uma jurisprudência em relação a isso, em relação ao feriado.

Então por isso os caras não judicializaram, mas tem muita gente ainda dos setores econômicos criticando o nosso projeto. Então a imprensa brasileira esconde tudo, só foi reconhecer Machado de Assis como negro 100 anos depois da sua morte, em 2019.

Então nós temos várias tarefas para enfrentar, nós não vamos parar de lutar, porque assim, quem luta pode perder, mas quem não luta já perdeu. Nós somos de luta e jamais vamos parar de lutar.

Os meus homenageados aqui hoje são o Mirão da Cuíca, está sentadinho ali, de camisa e levantou a mão, o Mirão que é um cara aí do pagode, grande amigo; o Instituto Solano Trindade, que é sustentado pelos trabalhadores da Volkswagen, está aqui representado pelo Charles. Cadê o Charles? Fique de pé, Charles.

É o instituto que cuida, um projeto que cuida de 50 crianças por ano e no entorno das 50 crianças você tem lá as famílias, então acaba atendendo mais de 200 famílias por ano e é sustentado por parte dos trabalhadores da Volkswagen.

E o outro homenageado nosso é em memória, que é o meu amigo Adão Preto. Cadê a família do Adão, está aí? Quem está ali? A Nayara, está todo mundo ali, Helena, minha amiga há mais de 40 anos, lá da Curva dos Pretos. A rua que eu moro tem um pedaço da rua chamado Curva dos Pretos e das Pretas, que a Iara reivindicou que fosse “das Pretas”.

Aí eu fico lá brigando com os caras e falo: “Aqui não tem essa não, é Curva dos Pretos, fomos nós que botamos o nome”. Mas brincadeira à parte, para mim é uma grande honra estar homenageando essas pessoas, está bom? E agradecer muito a família do Adão Preto e o Adão em memória, porque ele é um dos responsáveis de eu ser deputado estadual, viu, Vicentinho?

A gente jogava bola no mesmo time, trabalhamos juntos na Volkswagen e ele me tirou depois de uma bela noite que eu passava fazendo farra, era solteiro, e aí ele me tirou do bar pela manhã, falou: “Vamos para a primeira assembleia minha no sindicato, em setembro de 1985”, e aí eu virei o que eu virei. É uma homenagem ao Adão Preto. Então, parabéns a todos os homenageados e acho que ainda falta falar uma pessoa aqui da mesa, falta falar a Tamires, está faltando ela, está bom?

Muito obrigado a todos e viva Zumbi dos Palmares, um axé para todo mundo.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos as palavras do deputado Teonilio Barba e neste ato convidamos a fazer uso da palavra exatamente a Tamires Sabotage, cantora, líder comunitária e filha do rapper Sabotage.

 

A SRA. TAMIRES SABOTAGE - Boa noite a todos e a todas. Eu achei que eu ia passar batido, mas não passou, né? Gente, eu estou muito feliz por estar aqui.  Quando eu cheguei aqui, eu senti uma energia muito boa, uma emoção muito grande, porque meu pai estaria muito feliz de estar aqui. Porque eu cresci dentro de um barraco de madeira, vendo um homem preto militando através das letras pela... Ele denunciava a desigualdade racial, social, que a gente, dentro da periferia, enfrentava.

Hoje eu sou líder comunitária. Eu atendo 1.200 crianças na favela nos meus projetos. Eu tenho um instituto, “Todos Somos Um, Centro Cultural Sabotage”, e faço parte de um projeto... Chama “Princesas Negras”, em que a gente atua com meninas negras de periferia, que elas não aceitavam sua cor, seu cabelo, por sofrer racismo, bullying nas escolas. E hoje elas entenderam o lugar delas, o papel delas, e como esses eventos, essas coisas são importantes.

Meu pai lutava muito. Eu cresci vendo e ouvindo ele falando que o negro não para no tempo. Ele fez uma música chamada “Cabeça de Nêgo”, em que ele relata essa história. E tem uma música dele, também, chamada “Sai da Frente”, que eu até escrevi um trechinho que ele fala assim: “Quem nasce preto e pobre, joga o jogo da glória. Guerreiro, nasceu guerreiro, encara a trajetória. Então acorde, levante, erga-se, erga-se, raciocine e lute.”

Meu pai foi assassinado com quatro tiros, sendo um homem preto de periferia, por fazer o que ele fazia pela favela, pela comunidade. E, enquanto todos estavam falando aqui, vinha na minha mente: o que seria se Zumbi dos Palmares, Sabotage, Marielle, Malcolm X, Martin Luther King tivessem morrido e todo o seu legado tivesse sido esquecido? De nada adiantaria a luta deles. Mas não. Então, assim, o que eu vejo?

Através das pessoas que falaram aqui, de vocês que não estão tendo esse momento de fala, mas apoiam a causa, lutam pela causa, porque estão aqui... A gente vê que as vozes deles, o legado deles continua ecoando. A gente continua ouvindo as vozes. Isso que é o legado.

Então, não é porque eles morreram que tudo acabou. Não, realmente. Tem uma frase que eu ouço dos fãs do meu pai que é assim: O Sabotage, o Maurinho morreu, mas a lenda vive; o legado vive. O legado de cada um deles vive. E isso eu sempre falo para as pessoas, para os fãs de Sabotage, que a gente, sozinho, não vai carregar esse legado. E a gente continua essa luta que cada um deles implantou e que cada um deles fez.

Então, que nós venhamos continuar sendo e fazendo aquilo que nós estamos fazendo, porque eu estou vendo que estamos realmente conquistando o nosso poder de fala, o nosso lugar de direito. E isso vai refletir no nosso futuro, porque eles lutaram no tempo deles. Nós estamos aqui vivenciando tudo isso.

Eu tenho uma filha de oito anos e eu luto para que, amanhã, ela viva no Brasil onde ela tenha poder de fala, ela tenha direitos, por ser uma menina negra, preta, de periferia, mas tenha o poder de ir e vir, de cabeça erguida, por quem ela é, da forma que ela nasceu.

E muito obrigada por essa oportunidade de estar aqui esta noite. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos as palavras da Tamires Sabotage. Agradecemos também a presença do seu irmão, Sabotage Jr. E agora concedo a palavra à coordenadora do SOS Racismo da Alesp, Iara Bento.

 

A SRA. IARA BATISTA BENTO - Boa noite. Nossa, pessoal. Boa noite!

 

TODOS - Boa noite!

 

A SRA. IARA BATISTA BENTO - Agora sim. Pessoal, quero agradecer, com muita alegria no coração, a cada um de vocês que estão aqui e dizer que hoje eu estou feliz demais de ver este plenário cheio, que esse era um dos meus grandes sonhos, meu desejo. Eu trabalhei para isso, para que a gente pudesse ocupar este espaço.

Foi dito aqui por um dos deputados que no ano passado foi feito no plenário aqui ao lado, estava cheio, mas o trabalho era para que a gente pudesse ocupar este espaço, o espaço do povo preto.

E é assim que a gente tem que ser. E eu quero ver... Nós tivemos um aumento, deputados e deputadas, no número de deputados e deputadas negras nesta Casa, de mulheres, mas eu quero ver muito mais. E eu acho que hoje a gente está dando um recado importante nesta Casa.

Mas eu quero aqui agradecer também ao meu amigo, meu vizinho, meu companheiro, o deputado Teonilio Barba. Sem ele, nada disso aconteceria; à minha militância, eu devo parte dela a ele também, com quem eu aprendo muito.

Agradecer ao deputado federal Vicentinho, à Tamires e ao irmão dela, o Sabotage Jr., que está aqui conosco; eles que atenderam o nosso pedido, de pronto, para poder compor esta Mesa. E dizer que estou muito feliz com a presença de vocês e pela luta e a história do pai de vocês, que vocês levam até hoje. E não precisa chorar não, viu? Senão eu vou chorar também.

E agradecer a vocês, deputados e deputadas, vereadoras e vereadores, que sem vocês também, sem a contribuição, a colaboração de cada um de vocês, também não aconteceria esta noite.

E quero aproveitar e agradecer à minha equipe, agradecer ao pessoal da nossa assessoria. Vou tomar liberdade de não citar o nome de ninguém, para não correr o risco de não me esquecer de ninguém, mas agradecer, de todo o coração, a cada um de vocês para que esta noite pudesse ocorrer, pudesse acontecer.

Peço desculpas se alguma falha aconteceu no meio do caminho. E vocês sabem que fazer uma atividade grande dá sempre trabalho e sempre acaba acontecendo algum tipo de falha. A gente sempre deixa de falar de alguém.

Agradecer aqui o mestre de cerimônias, o Micael, que topou essa parada. Ele está um pouco nervoso aqui, mas ele está fazendo de coração para a gente também. (Palmas.) É um amigo querido. E acho que a gente precisa fazer com que novas lideranças, novas oportunidades, pessoas, possam cumprir essas tarefas.

Agradecer a todos os trabalhadores aqui da Casa: o pessoal da Polícia Militar, o pessoal da TV Alesp, o pessoal da Audiofonia, o pessoal da copa, o pessoal da limpeza. Enfim, todos os trabalhadores e trabalhadoras desta Casa, porque sem vocês também nada disso aconteceria. E deixar o meu imenso carinho a cada um de vocês.

Eu quero pedir desculpas. Tem algumas pessoas que estão aí embaixo, que deveriam estar aqui, mas vocês sabem que não dá para a gente colocar todo mundo aqui. Mas todo mundo ocupa um local de destaque.

Estou vendo a Rozina ali também, que representa a deputada Leci Brandão, a quem quero mandar o meu abraço, o meu carinho. (Palmas.) Eu acredito que ainda vão ser lidas algumas justificativas que foram encaminhadas para nós, mas o deputado Eduardo Suplicy também nos encaminhou uma justificativa, por questões de saúde. Nós temos acompanhado a situação dele.

Mas enfim, eu quero dizer que neste ano, 2024, século XXI, eu cumpro uma tarefa dos meus ancestrais, que é de ocupar este espaço e de ocupar com a Casa cheia, com a nossa cara, com o nosso corpo e com a nossa voz. E aí, como disse a deputada Simone, ver o tema da redação ontem, assim, só nos diz que nós estamos no caminho. E os nossos ancestrais estão sempre soprando aqui no nosso ouvido aquilo que a gente precisa fazer, aquilo que a gente precisa conduzir.

Eu não vou falar aqui de alguns homenageados, porque daqui a pouquinho a gente vai fazer aqui embaixo; o Barba citou o nome de alguns, mas tem tantos outros que também foram feitos aqui a indicação e que vão receber daqui a pouquinho essa homenagem.

Mas, só para concluir, eu queria pedir para que um jovem pudesse ficar de pé, o Paulinho, que está ali. Por favor, Paulinho. (Palmas.) Esse jovem passou por uma situação de violência, de racismo, no prédio que ele mora, e eu venho acompanhando o caso dele já há bastante tempo.

Nós tivemos, há questão de um mês, um mês e pouco, o resultado da sentença. A pessoa que cometeu essa violência com ele foi condenada, vai ter que pagar para a Justiça. (Palmas.)

E o Paulinho, quando aconteceu essa situação, ele quase não falava, mas a gente criou uma rede de proteção em torno dele. Ele já gravou o programa aqui com a gente, já está quase fazendo palestra, e é assim que a gente tem que ser, assim que a gente tem que fazer.

Tem uma outra jovem que é do Senai que está aqui também, queria que você também pudesse levantar. (Palmas.) Obrigada. E eu fiz a menção desses dois jovens, porque eles são o futuro do nosso País e nós temos que proteger os nossos adolescentes para que nenhum tipo de violência ocorra no ambiente escolar, como já foi citado aqui.

E nós temos visto esse tipo de violência tomando conta desses espaços. Inclusive, apesar do governador ter sancionado o nosso projeto, Barba, nós sabemos como a Educação tem sido atacada no estado de São Paulo e nós precisamos preservar e fazer com que a escola seja um local seguro para os nossos adolescentes, para os nossos jovens.

Então, em nome deles, eu saúdo a todos os demais jovens do nosso estado de São Paulo e do Brasil. Em nome da dona Diva, em nome do meu companheiro Manuel, em nome do Paulinho, eu saúdo a todos os meus companheiros.

Em nome dos deputados aqui presentes, saúdo todos os deputados desta Casa, especialmente a Mesa Diretora, o nosso presidente André do Prado, o Rogério Nogueira, que é o 2º secretário, e o Barba, que está aqui conosco, e a vocês que estão presentes.

Obrigada. (Inaudível.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos as palavras da coordenadora do SOS Racismo Alesp, Iara Bento. Gostaria de ler nesse ato as justificativas concedidas pelo Eduardo Suplicy, que disse em breves palavras: “Prezada Iara, boa tarde.

Acuso o recebimento da sua mensagem e agradeço as informações e o convite. Infelizmente, devido a orientações médicas, o deputado Eduardo Suplicy não poderá participar das atividades presenciais.

Dessa forma, ele não estará na cerimônia da 21ª premiação Zumbi dos Palmares 2024, que ocorrerá no próximo dia 4/11, nesta Casa Legislativa. Em tempo, agradece o convite.”

O deputado André do Prado também apresentou sua justificativa escrita. Ele disse: “Sra. Coordenadora Iara Bento, com meus cordiais cumprimentos, agradeço-lhe o honroso convite para compor a Mesa da sessão solene do 21º Prêmio Zumbi dos Palmares de 2024, em referência ao Dia Estadual da Consciência Negra.

Contudo, em razão de compromissos já assumidos, não será possível comparecer ao importante evento, ao qual formulo votos de sucesso. Aproveito o ensejo para reiterar meus protestos de apreço e distinta consideração. Atenciosamente, deputado André do Prado.”

Por fim, o Sr. Tarcísio de Freitas, governador do estado de São Paulo, também apresentou justificativa que, em termos, diz: “em nome do Sr. Tarcísio de Freitas, governador do estado de São Paulo, venho agradecer o vosso honroso convite para sua participação na sessão solene em comemoração ao 21º Prêmio Zumbi dos Palmares e informá-los da inviabilidade da sua presença em razão de compromissos anteriormente assumidos. Na oportunidade, envio em seu nome cumprimentos e votos de sucesso.”

Agradecemos as palavras de todos os presentes na Mesa e neste momento assistiremos a uma apresentação musical do grupo de samba Amigos do Mestre Miro.

 

O SR. - Um boa noite a todos. Nós viemos aqui representar o Miro, seu Valdomiro Barbosa. Esse homem, eu posso dizer para vocês que a grande maioria dos sambistas, eu acredito que não só de São Bernardo, ABC, como daqui de São Paulo, ele incentivou, inclusive a mim, não é?

Katinguelê, Exaltasamba, foram as pessoas que ele pôde acompanhar na época do Choppapo, não é, Mirão? Rappin’ Hood, Thaíde e outros passaram pela mão desse homem, foram incentivados por ele e toda essa rapaziada que vocês estão vendo aqui, inclusive a mim.

Foi ele que chegou e falou: “para aprender a tocar, tem que ser dessa forma”. E foi com pandeiro, não é, Mirão? Que o Jair Meneguelli, lá em São Bernardo, eu acredito, eu ali para os anos 80 e alguma coisa, me deu um pandeiro de presente.

Aí foi onde eu encontrei esse homem aqui e ele me incentivou a entrar para o mundo do samba. Então, nós estamos aqui para representar esse homem aqui. E eu gostaria que vocês batessem palmas para ele. É isso aí, Mirão. Fala, Mirão.

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos a apresentação do Grupo Amigos do Samba, do Mestre Miro. E, nesse momento, convido para vir à frente a nossa querida Iara Bento, coordenadora do SOS Racismo Alesp, para iniciar as homenagens da noite. (Palmas) Convido que se apresente Canal do Saravá, representado nesse ato por Ana de Oxum. (Palmas.) 

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Em sequência, peço que se apresente Filipe Leonardo Carriço, do Sindalesp. (Palmas)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Peço ainda que se apresente Dr. Manoel Florêncio Domingos. (Palmas) 

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Peço que venha à frente Dener de Souza. (Palmas)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Priscila Araujo Cardoso dos Santos. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Paulo Victor Arjoni Moda. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Parabenizo todos os premiados. (Palmas.) E, neste momento, assistiremos a mais uma apresentação musical do Grupo de Samba Amigos do Mestre Miro. 

 

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- É feita a apresentação musical.

 

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O SR. PRESIDENTE - TEONILIO BARBA - PT - Obrigado, Marcinho do Cavaco. Vou pedir para todos os deputados e deputadas que estão aqui em cima descerem. Nós vamos fazer a entrega do prêmio agora, Zumbi dos Palmares.

Peço desculpa a todos aqueles que estão sendo indicados, porque a coordenação fez um ajuste, não vai dar para ler o currículo de cada um, se não nós vamos sair daqui meia-noite. Então nós vamos apenas entregar aí embaixo os prêmios a todos os homenageados e, mais uma vez, muito obrigado, tá bom? Vamos lá? (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Mais uma vez agradeço a apresentação do grupo de samba Amigos do Mestre Miro e gostaria de agradecer a presença do Elias Candido, secretário estadual de Combate ao Racismo do PT, Partido dos Trabalhadores em São Paulo. (Palmas.) Agradeço também a presença do Claudinho, ouvidor das polícias do estado de São Paulo. (Palmas.)

Neste momento, começamos então a entrega dos troféus dos indicados ao 21º Prêmio Zumbi dos Palmares.

Convido que os primeiros a receberem se apresentem. Convidados pelo deputado Simão Pedro, José Rodrigues da Silva e Benedito Alves da Silva. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradeço os convidados do Sr. Simão Pedro. Informo que a homenageada Débora Silva Maria, infelizmente, não pôde comparecer.

Portanto, convidamos para se apresentar a homenageada do proponente dessa sessão solene, deputado Teonilio Barba, Iara Bento. Convido para que se apresentem o Centro Cultural Afro-Brasileiro Francisco Solano, representado por Erlaine e Charles Aurélio. E, neste ato, representados por Charles de Lima.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido a que se apresente o homenageado da noite, Emerson Félix da Silva, pelo deputado Teonilio Barba. (Palmas.) O “Dentinho de Oxóssi”, homenageado pelo deputado Teonilio Barba. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Chamo nossa próxima homenageada: Dra. Natalie Ribeiro Pletsch, do Innocence Project Brasil, ainda pelo deputado Teonilio Barba. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Ainda pelo deputado Teonilio Barba, chamamos o homenageado Miro da Cuíca. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Ainda pelo deputado Barba, convidamos os homenageados Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba Mocidade Alegre, representado pelo mestre de harmonia Nyder Alcides e o casal de mestre-sala e porta-bandeira Carolina Garroti e Vinícius Bichara. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convidamos a que se apresente o Ilê Axé Oxossi Caçador, representado por Ekedi Maria Amélia Geraldo e Babá Max de Ayrá. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Ainda pelo deputado Barba, convidamos a Dra. Alessandra Benedito. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convidamos a se posicionar o próximo homenageado, o Dr. Fred Nicácio, que recebeu a indicação da deputada estadual Thainara Faria e que receberá o prêmio das mãos do deputado Teonilio Barba. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido a se posicionar, neste momento, Nayara, representando a memória do eterno Adão Preto, neste ato representado por Helena da Silva. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Neste momento, convido a homenageada Adriana Arcebispo, que receberá os prêmios das mãos de Ediane Maria. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido para vir à frente Bárbara Querino de Oliveira, recebendo ainda pela deputada Ediane Maria. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido para virem à frente o deputado Rômulo Fernandes e a homenageada Diva Alves da Silva. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Meus cumprimentos à homenageada Diva, que recebeu os prêmios das mãos de Rômulo Fernandes, deputado.

Agora, que se apresente a homenageada Ruth Lopes, que receberá o prêmio de Donato, deputado estadual. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido o deputado estadual Simão Pedro a homenagear José Rodrigues da Silva. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agora, em homenagem a deputada estadual Márcia Lia, representada por Meire Silva, apresentará o prêmio ao homenageado Elvio Aparecido Motta. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Neste momento, convido para descer e se posicionar à frente para a entrega da homenagem o deputado estadual Paulo Fiorilo e o homenageado Edson Arantes de Oliveira. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Neste momento, convido para descer o homenageado Valdir, irmão da homenageada, e o deputado Marcolino, em memória de Valmira do Rocio da Silva. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - O deputado Paulo Fiorilo entregará homenagem a Edson Arantes de Oliveira. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agora o deputado Dr. Jorge do Carmo entrega o prêmio ao homenageado José Ferreira Dias. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - O deputado estadual Barba entregará agora a homenagem ao desembargador Luiz Guilherme da Costa Wagner Junior. (Palmas.) O desembargador em questão está representado por Adriano Caldeira. Apresentou justificativa à sua ausência, a qual leio neste momento:

“Senhor Presidente, dirijo-me nesse ato a V. Exa. para cumprimentá-lo pelo acerto na escolha do Dr. Luiz Guilherme da Costa Wagner Junior, desembargador do insigne Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, como recepcionário do Prêmio Zumbi dos Palmares.

O TJSP, como é sabido, consiste no maior tribunal do mundo em volume de processos. Dessa feita, em meio a tamanho desafio para pacificar a nossa sociedade, corroborando com os elevados institutos e índices de estudos de justiça que inspiram a nossa Constituição, nada mais correto do que homenagear homens como o Dr. Luiz Guilherme, cuja vida tem sido devotada ao serviço público e cujas origens nos tocam neste Mês da Consciência Negra.

Além dos inegáveis predicados intelectuais que bem o posicionam para o desempenho de suas funções, o Dr. Luiz Guilherme serve de inspiração para todos os homens e mulheres públicas que se dedicam à construção de um país mais oportuno.

Ao transmitir meus votos de estima aos ilustres representantes do povo paulistano, faço votos de que gosto, como valoroso e apreciador da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Cordialmente, presidente do Tribunal.”

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Neste momento, chamo o próximo a receber a homenagem, David Dias, que receberá o prêmio da deputada estadual Monica Seixas. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido agora o homenageado Gilmar Borges, representado por Marcelo Araújo, que receberá o prêmio do deputado estadual, representando o deputado Danilo Campetti, entregando o prêmio.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido agora a receber o prêmio da deputada Marina, Rachel Maia. Marina Bragante, representando Marina Helou.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Parabéns a todos os homenageados.

Para finalizar a 21ª premiação Zumbi dos Palmares, vamos prestigiar a última apresentação do grupo Amigos do Samba do Mestre Miro. O Barba pediu para esperar um pouco.

Antes de iniciar a música, vamos entregar, pela deputada Simone Nascimento, o prêmio da primeira homenageada da noite, Débora Maria, Débora Silva Maria. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. PRESIDENTE - TEONILIO BARBA - PT - Pessoal, encerrado aqui. Cadê?

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Chegou mais um homenageado, Barba.

 

O SR. PRESIDENTE - TEONILIO BARBA - PT - Chegou mais um homenageado?

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Chegou mais um homenageado.

Receberá o prêmio do deputado Olim, Cristina Tais. Jacaré, Prof. Jacaré.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Peço desculpas e volto a palavra ao deputado Barba.

 

O SR. PRESIDENTE - TEONILIO BARBA - PT - Esgotado o objeto da presente sessão, eu agradeço a todos os envolvidos na realização dessa solenidade, assim como agradeço a presença de todos.

Está encerrada a presente sessão, e aí vamos ouvir o Marcinho do Cavaco, o Mirão, toda a banda aí, rapaziada.

Marcinho do Cavaco, quem te deu o pandeiro foi o Davi Meirelles, né?

 

O SR. MARCINHO DO CAVACO - Davi Meirelles, (Inaudível.) Meneghelli.

 

O SR. PRESIDENTE - TEONILIO BARBA - PT - Você falou Meneghelli.

Foi uma vaquinha que nós fizemos para ele te dar o pandeiro lá no bar da Rosa.

 

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- É feita a apresentação.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 20 minutos.

 

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