7 DE ABRIL DE 2025
42ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI e SIMÃO PEDRO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h11min.
2 - SIMÃO PEDRO
Assume a Presidência.
3 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência. Informa a realização de ato solene em homenagem à Aspal, ocorrida no Auditório Teotônio Vilela. Ressalta a atuação da entidade, que diz ser combativa e essencial na defesa do direito dos trabalhadores.
5 - SIMÃO PEDRO
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - SIMÃO PEDRO
Assume a Presidência.
7 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
9 - SIMÃO PEDRO
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 08/04, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h45min.
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* *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Carlos Giannazi.
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-
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
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O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Com a palavra, deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Com a palavra, deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra,
deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Com a palavra, deputado Paulo Fiorilo.
(Pausa.) Com a palavra, deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a
palavra, deputada Dani Alonso. (Pausa.) Com a palavra, deputado Jorge Wilson
Xerife do Consumidor. (Pausa.) Com a palavra, deputado Reis. (Pausa.) Com a
palavra, deputada Leci Brandão. (Pausa.)
Com a palavra, deputado Donato. Com a
palavra, deputado Major Mecca. (Pausa.) Com a palavra, deputado Rômulo
Fernandes. (Pausa.) Com a palavra, deputada Paula da Bancada Feminista.
(Pausa.) Com a palavra, deputado Caio França. (Pausa.) Com a palavra, deputado
Capitão Telhada. (Pausa.) Com a palavra, deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Com
a palavra, deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Com a palavra, deputado Dr.
Elton. (Pausa.)
Com a palavra, deputado Sebastião
Santos. (Pausa.) Com a palavra, deputado Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Com a
palavra, deputado Conte Lopes. Com a palavra, deputado Luiz Fernando Teixeira.
(Pausa.) Com a palavra deputado Barros Munhoz. (Pausa.) Com a palavra, deputado
Valdomiro Lopes. (Pausa.) Com a palavra, deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Com
a palavra, deputado. Tomé Abduch. (Pausa.) Com a palavra, deputada Thainara
Faria. (Pausa.)
Passo agora a palavra para o deputado
Simão Pedro continuar aqui os nossos trabalhos, já entrando na Lista
Suplementar.
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- Assume a Presidência o Sr. Simão
Pedro.
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O
SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Uma boa semana
para nós todos. Bons trabalhos aqui na Casa essa semana. Quero então dar
continuidade aqui na Lista Suplementar. Convidar o deputado Sebastião Santos.
(Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi, tem V. Exa. o
tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Simão Pedro, telespectador
da TV Assembleia. Sr. Presidente, eu quero repercutir aqui na tribuna um ofício
que nós recebemos, uma denúncia gravíssima da Udemo, que é o sindicato dos
diretores e diretoras das escolas estaduais.
Um documento
assinado aqui pelo seu presidente, o professor e diretor de escola, o Francisco
Poli, o Chico Poli, que trata, Sr. Presidente, de um tema muito importante que
nós estamos denunciando já há um bom tempo aqui na Assembleia Legislativa, que
é a falta de concurso público para os profissionais da Educação.
O documento
apresentado aqui pela Udemo é muito importante porque ele dá conta de que o
último concurso que teve para diretor de escola da rede estadual foi em 2017.
E hoje nós
temos uma quantidade imensa de cargos ocupados não mais por diretores que
fizeram concursos públicos. Isso fragiliza totalmente a gestão escolar. Isso
acontece também com a supervisão de ensino e sobretudo com o Magistério
estadual.
Nós estamos
denunciando isso exaustivamente. Houve agora o concurso e o governo só chamou
15 mil professores, sendo que nós temos mais de 100 mil professores categoria
“O” na rede estadual. Categoria “O” são os professores precarizados,
contratados pela Lei 1.093. Então, é grave essa situação.
O Ministério
Público Estadual já entrou com ação civil pública a partir das denúncias que
nós fizemos lá no MP, no Geduc. Então, há uma ação civil pública para obrigar o
estado a realizar concurso público, Sr. Presidente, a fazer a chamada dos
professores já aprovados no último concurso e realizar concurso.
Tem que ter
concurso para direção de escola, para supervisão, para agente de organização
escolar, para todos os cargos, como diz aqui o documento da Udemo, Sr.
Presidente.
Citando toda a
legislação que obriga a realização de concurso público, é o que diz a lei, é o
que diz a Constituição Federal: que o ingresso no Magistério público tem que
ser feito através do concurso público de provas e títulos.
O que reza a
Constituição Federal de 88, a Constituição Estadual, a LDB, a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional, o Plano Nacional de Educação, o Plano Estadual de
Educação, a Lei Complementar 1.372, a Lei Federal 14.817, de 2024, e a Súmula
Vinculante n° 43, do Supremo Tribunal Federal.
Existe, então,
uma ampla legislação, tanto federal como estadual, obrigando o Estado a
realizar concurso público para garantir a efetivação de todos os profissionais
da Educação, desde o quadro de apoio escolar até a supervisão escolar,
passando, logicamente, pelo Magistério e pela direção das escolas, Sr.
Presidente.
Então, eu
queria repercutir esse importante documento que todos os deputados receberam da
Udemo, e dizer que nós vamos continuar cobrando o governo. Tem que realizar
concurso público, porque a rede está precarizada.
É uma vergonha,
Sr. Presidente, deputado Simão Pedro, que é professor também, olha, a Rede
Estadual de Ensino, que é a maior rede de ensino do Brasil, tem 60% dos seus
funcionários, sobretudo do Magistério, em contratação precarizada pela Lei
1.093.
Houve uma
inversão total de valores, se há um tempo atrás, nós tínhamos mais professores
efetivos, concursados na carreira, hoje isso se inverteu completamente,
aproximadamente 60% do Magistério não têm efetivação na rede, não são
professores concursados, Sr. Presidente.
Então, nós
temos que efetivar esses professores. Já teve um concurso público
classificatório; se o governo quiser, se ele tiver interesse, ele pode efetivar
uma boa parte desses professores que foram aprovados, que fizeram o concurso,
porque ele foi classificatório. Então, isso é possível, Sr. Presidente, nós já
fizemos vários apelos aqui ao governo para que isso ocorresse, para que isso
ocorra ainda, porque há tempo.
Mas o governo
só chamou 15 mil professores, sendo que ele dificultou a efetivação desses
professores através das perícias médicas, onde ele eliminou uns três ou quatro
mil professores.
Então, na
verdade, só uns 12 mil conseguiram se efetivar, assumir os seus cargos. E agora
o governo impôs um estágio probatório através de uma resolução impossível de
serem atendidas as exigências.
Atendidos os
critérios dessa Resolução 115, que nós já judicializamos. Nosso Coletivo
Educação em 1° Lugar entrou com uma ação na Justiça, e através do nosso
mandato, através da deputada Luciane Cavalcante e do vereador Celso Giannazi,
de tal forma que a gente pede que ela seja anulada, porque ela vincula, Sr.
Presidente, deputado Simão Pedro, a aprovação do professor no estágio
probatório aos resultados do aluno no Saresp, como se o professor fosse
responsável por isso.
Temos que
considerar que a aprendizagem do aluno não depende só do professor, depende de
questões econômicas, sociais, culturais, familiares, da própria infraestrutura
da escola, da rede estadual, que tem sala superlotada, sem infraestrutura
nenhuma, sem ventilação, sem arejamento. Nós estamos já denunciando isso há um
bom tempo, a falta de funcionários, o governo não contrata agentes de
organização escolar através de concurso público.
Então, tudo
isso influencia na aprendizagem do aluno. Não é o professor o culpado da não
aprendizagem dos nossos alunos da rede estadual, mas o governo fez essa
vinculação. O professor só vai ser aprovado no estágio probatório se o aluno
for bem, por exemplo, na nota do Saresp. Por isso que nós judicializamos essa
questão.
Então, só para
finalizar, Sr. Presidente, todo o nosso apoio a essa manifestação da Udemo,
assinada aqui pelo seu presidente, professor Chico Poli, que foi direto ao
ponto. E espero que a ação do Ministério Público Estadual, que obriga o estado
a realizar concursos públicos em todas as áreas da Educação, e, sobretudo, para
que ele faça chamada dos aprovados no último concurso.
Que essa ação
civil pública seja julgada rapidamente e acatada pelo Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo. Isso vai fazer com que a gente possa avançar na nossa luta
em defesa de uma Educação pública gratuita e de qualidade para todo o estado de
São Paulo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PREDIENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Parabéns,
deputado Carlos Giannazi, sempre preocupado com as temáticas da defesa da Educação
pública. Eu vou dar prosseguimento aqui à lista dos oradores inscritos, ou
melhor, vou passar para o deputado Carlos Giannazi, para que eu possa fazer uso
da tribuna também.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Enquanto o
deputado Simão Pedro se dirige à tribuna, eu queria informar a todos que hoje
nós realizamos um grande ato solene em homenagem à Aspal, que é a Associação
dos Servidores Aposentados e Pensionistas aqui da Assembleia Legislativa.
Foi um ato que aconteceu agora há
pouco, pela manhã, no auditório, no plenário Teotônio Vilela, com a presença de
várias entidades parlamentares, onde nós fizemos uma homenagem aqui, através da
Assembleia Legislativa, à Aspal, que é uma entidade importante, combativa, que
luta em defesa dos direitos e da dignidade dos aposentados e pensionistas. Não
só dos servidores da Alesp, mas de todo o estado de São Paulo e de todo o
Brasil.
Destacando que a Aspal participou
ativamente da luta contra o confisco das aposentadorias e pensões, luta para
que haja o pagamento correto dos precatórios, enfim, a Aspal é uma entidade
fundamental hoje na luta em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil.
Com a palavra, então, a deputada
Thainara Faria. (Pausa.) Com a palavra o deputado Lucas Bove. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Simão Pedro, que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. SIMÃO PEDRO - PT –
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente dessa sessão, deputado Carlos
Giannazi. Queria fazer dois comentários aqui, Sr. Presidente.
Primeiro, algo
muito positivo, que é uma conquista dos movimentos populares de luta por
moradia, que do estado de São Paulo nós vamos ter assinatura logo mais às 16
horas, quero estar presente no Palácio dos Bandeirantes, com a presença do
ministro Jader Filho, das Cidades, e o secretário Marcelo Branco, presidente do
CDHU, Reinaldo Iapequino, parece que o governador do estado estará presente
também, Tarcísio, e também a secretária de Habitação Nacional da Caixa
Econômica Federal, Inês Magalhães.
Nós vamos ter
assinatura, então, Sr. Presidente, um acordo de que o estado de São Paulo vai
complementar os recursos do “Minha Casa, Minha Vida”, para os projetos habitacionais
feitos através de mutirão de autogestão. Muitos projetos estão parados, alguns
deles há 10 anos.
Todo mundo sabe
que o governo federal, no nível nacional para o “Minha Casa, Minha Vida”, faixa
1, principalmente, que é a população de baixa renda, quem mais precisa de
habitação, o governo coloca 170 mil e, normalmente os estados complementam,
fazem um aporte, junto com as prefeituras. E aqui em São Paulo, há dois anos
que isso não acontecia.
Então, eu mesmo
apresentei um projeto de lei para regulamentar esse aporte dos recursos do
estado, permitindo, autorizando que isso aconteça. E bom, depois de muito tempo
de tratativa, o movimento ocupou a frente da CDHU, depois ocupou e acampou em
frente à Caixa Econômica Federal, idas e vindas a Brasília, muitas reuniões
entre os dois entes federados, reuniões na CDHU, a gente conseguiu entrar em um
acordo, então.
E hoje esse
acordo vai ser assinado, e o Estado vai poder aportar dez mil, 20 mil, 30 mil
para complementar os recursos do “Minha Casa Minha Vida”, e isso, deputado
Carlos Giannazi, permitirá a construção de moradias para quase dez mil famílias
aqui no estado de São Paulo.
Provavelmente,
teremos também anúncios de acordos para a construção, dentro do “Minha Casa
Minha Vida”, junto com o “Casa Paulista”, de mais milhares de outras unidades
pelo Estado. Isso foi necessário porque o custo da construção civil aqui em São
Paulo é alto, o custo do terreno é alto, a mão de obra. Então, só o estado de
São Paulo que não conseguia se adequar a esse valor.
Então foi
necessário esse entendimento para que o governo paulista possa participar, e
assim a gente vai destravar e colocar em prática dezenas de mutirões
habitacionais, permitindo que milhares de famílias possam ter uma moradia
digna, construindo, através das suas organizações, entidades cooperativas, a
sua própria moradia, supervisionando, decidindo a melhor qualidade dos
materiais.
E eu tenho sido
testemunha do nível e da qualidade das moradias feitas dessa forma. Parabéns ao
movimento de moradia, parabéns ao Governo do Estado e ao governo federal por
esse entendimento, vamos em frente.
Sr. Presidente,
por último, uma fala aqui de protesto. O Governo do Estado hoje determinou o
uso da Polícia Militar, helicópteros, tropa de choque, um grande contingente,
para despejar, reintegrar 400 famílias do MST que ocuparam uma fazenda aqui no
município de Rio das Pedras. Fazenda não, uma usina de cana, que tem sido
recorrente em praticar crimes ambientais, crimes trabalhistas, e o movimento
fez isso não para ficar ali dentro, mas para protestar e exigir que o governo
federal tome uma providência em relação a essa usina.
Essa usina
ficou conhecida em julho do ano passado. Todo mundo aqui acho que se lembra dos
250 mil peixes mortos ali no rio Piracicaba, porque essa usina, São José, do
Grupo Faria, despejou melaço de cana, contaminou riachos, que chegou essa
contaminação ao rio Piracicaba, causando um desastre ambiental.
Foi multada em
18 milhões pela Cetesb, mas fica por aí, provavelmente nem pagou. E ela,
também, acumula muitas dívidas trabalhistas, por não recolher INSS, por não
recolher fundo de garantia, tem sido multada.
E a legislação
brasileira é clara. Quando uma propriedade, quando uma empresa, quando uma
fazenda não cumpre a função social, seja ela para ser produtiva, por exemplo,
uma área rural, normalmente você produz alimentos, mas também ela tem que
cumprir com obrigações ambientais, ela tem que ajudar a preservar o meio
ambiente.
Quando ela não
faz isso, ela está passível a ser desapropriada. Para quê? Para assentar
famílias ou para cumprir projetos de recuperação, defesa ambiental. E essa
usina não tem feito isso.
Agora, foi
desproporcional o uso da força hoje, sem mandado de segurança. A Justiça não
pediu reintegração. Foi um ato voluntário do governo que foi lá para proteger
essa usina, os interesses dos seus donos, colocar uma instituição pública que
tem a função de defender a sociedade, combater o crime. E então a repressão foi
desproporcional.
As famílias
fizeram o protesto. Saíram - foram para a praça lá no município de Rio das
Pedras para fazer o protesto e já voltaram para casa -, para chamar a atenção
do governo para esse tipo de situação, quando a gente tem milhares de famílias
acampadas com o sonho de entrar em um pedacinho de terra para construir um
futuro para ela e para os seus filhos, para as suas futuras gerações,
produzindo alimentos, dando uma função importante para as terras. E aqui, no
estado de São Paulo, temos muitas situações onde propriedades não cumprem essa
função, ao contrário.
Então, o nosso
protesto aqui, e vamos exigir que o governo, quando for fazer uma ação dessa,
seja acionado pela Justiça, e não de forma voluntária, usando a instituição
pública, como a gloriosa Polícia Militar, para defender interesses privados e
principalmente daqueles que não cumprem função social, não respeitam o meio
ambiente e não respeitam a legislação brasileira.
Obrigado, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Gostaria de
chamar V. Exa. para continuar aqui presidindo a nossa sessão, de tal forma que
eu ainda possa fazer mais um pronunciamento.
O deputado Simão Pedro então vai
continuar presidindo a nossa sessão aqui no Pequeno Expediente.
Nós já estamos, na verdade, na Lista
Suplementar.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Simão
Pedro.
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O
SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Então, dando
sequência aqui à lista de oradores, na Lista Suplementar, deputado Carlos
Giannazi. Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Simão Pedro, de volta à
tribuna no dia de hoje, eu quero repercutir um importante documento que nós
recebemos da APQC, que é a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado
de São Paulo, que dá conta de uma denúncia agora do feirão de imóveis do
governo Tarcísio.
O governo
Tarcísio instalou aqui em São Paulo a privataria bolsotucana. Nós tínhamos até
então, nos governos tucanos do PSDB, a privataria tucana. Agora nós temos a
privataria bolsotucana. Ele está leiloando escolas na Bolsa de Valores de São
Paulo, já fez isso com 33 escolas. Agora vai vender, transferir, privatizar
mais 143 escolas aqui da capital, Sr. Presidente.
É uma
privataria jamais vista. Mais de cem praças de pedágio serão instaladas no
estado de São Paulo. Os anúncios já foram feitos, nós estamos denunciando isso,
privatização da Fundação Casa...
O governo está
vendendo tudo e agora está vendendo, Sr. Presidente, áreas públicas de pesquisa
da Secretaria da Agricultura. Queria até colocar aqui não esse, o outro post
que eu coloquei, que fala... Este daqui: “Governo de São Paulo confirma feirão
de imóveis”.
Olha só a que
ponto nós chegamos. São Paulo vai fazer feirão de imóveis, e muitos desses
imóveis, muitas dessas áreas são áreas de pesquisa. Este documento é muito
importante porque vem de uma entidade extremamente respeitada, sólida, com
credibilidade, assinado pela sua presidente, a cientista e pesquisadora Helena
Dutra. A associação desmente afirmação do secretário da Agricultura de que
existem áreas ociosas e que o estado tem que se desapegar dessas áreas.
A resposta está
aqui em uma dessas áreas que ele diz que é uma área ociosa e que, em tese, será
vendida, será doada praticamente para a iniciativa privada, que é exatamente a
Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento em Agricultura Ecológica em São Roque.
Ele está dizendo isso, o secretário, que é uma área ociosa que não serve para
nada, mas olha o que dizem os pesquisadores e as pesquisadoras do estado de São
Paulo.
“A área produz
conhecimento, tecnologia e alimentos. É referência nacional em agricultura
agroecológica, responsável pelo primeiro cultivar de cebola orgânica do País,
pela produção do premiado vinho ecológico de São Roque, pelo suporte técnico
aos produtores de alcachofra - cultura símbolo da cidade -, e pelo
monitoramento da qualidade da água em hortaliças do cinturão verde da Grande
São Paulo. É ciência aplicada, é saúde pública, é segurança alimentar, e não
patrimônio ocioso. A APqC repudia todo e qualquer desmonte da pesquisa científica
paulista.”
É isto que está
acontecendo: um desmonte da pesquisa científica do estado de São Paulo. O
governo está vendendo tudo, inclusive áreas de pesquisa. É isso que ele
pretende fazer através desse leilão, desse, na verdade, feirão de imóveis de áreas
de pesquisa científica, Sr. Presidente.
Então nós
estamos em luta, nós não vamos permitir. Vamos acionar o Ministério Público, o
Tribunal de Contas. Nós não vamos permitir que o governo estadual acabe com a
pesquisa científica, sobretudo nessa área ambiental, nessa área da agricultura,
porque o governo do Tarcísio é isso, é a privatização. Ele está entregando,
dilapidando todo o patrimônio público do estado de São Paulo.
Quando ele sair
desse governo, ele vai deixar um rastro de destruição, e quem vai pagar a conta
é o povo do estado de São Paulo, porque ele nem daqui é, não tem nenhum
compromisso com o estado de São Paulo. Por isso que ele transformou São Paulo
numa grande imobiliária, e ele se transformou num corretor de imóveis.
Então, peço
aqui o apoio de todos os deputados e deputadas para fazerem gestões para que
não haja a venda do nosso patrimônio público, sobretudo nessa área da pesquisa.
Quero, ainda,
Sr. Presidente, dizer que hoje... nós estamos praticamente já no início de
abril, hoje é dia 7 de abril, e até agora, Sr. Presidente, o governador
Tarcísio de Freitas não apresentou o reajuste, a reposição das perdas
inflacionárias do funcionalismo público, dos servidores e servidoras do estado
de São Paulo.
Os servidores,
lembro que, no ano passado, já não tiveram nem 1% de reposição das perdas
salariais. E agora, Sr. Presidente, olha só, o governador está afrontando
novamente a Lei 12.391, de 2006, lei aprovada aqui no plenário da Assembleia
Legislativa, que estabelece a data-base salarial dos servidores do nosso
Estado.
Essa data
venceu já no dia 1º de março. Nós estamos no dia 7 de abril e, até agora, nada,
nenhuma manifestação do governo. O governo não encaminhou nenhum projeto de
lei, e tem que ser projeto de lei do governo, nesse caso, porque, pela
legislação, tem que ser de iniciativa, esse projeto, do Executivo.
E, até agora, o
Executivo não encaminhou nenhum tipo de projeto para a Assembleia Legislativa,
respeitando, inclusive, a lei estadual e o Art. 37 também da Constituição
Federal, que obriga todos os entes federativos, estados, a União, logicamente,
e os municípios a fazerem a reposição das perdas inflacionárias.
Então, o
governo estadual é um governo fora da lei. O governo Tarcísio de Freitas não
está respeitando nem a Lei Estadual, que citei, 12.391, de 2006, e muito menos
o Art. 37 da Carta Magna, da Constituição Federal.
Por isso que eu
já, recentemente, Sr. Presidente, eu quero informar a todos e a todas que já
acionei, logicamente, o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas do
Estado para que providências sejam tomadas. O governo está afrontando a lei
estadual e a Constituição Federal.
Então, nós
exigimos que o governo faça, imediatamente, a reposição das perdas
inflacionárias de todos os segmentos, todos, sem exceção, do funcionalismo
público estadual.
E, também, faça
o reajuste, um reajuste digno do vale-refeição dos servidores, Sr. Presidente,
porque a maioria dos servidores tem um vale-refeição de 12 reais, que é
conhecido como o vale-coxinha, que não dá nem para comprar mais a coxinha.
Então, tem que
reajustar o valor do vale-refeição e, também, dos salários dos servidores de
todo o estado de São Paulo. E tem recursos para isso, nós acompanhamos aqui a
execução orçamentária. O estado de São Paulo está arrecadando muito, tem
dinheiro, e nós estamos longe do regime prudencial, da Lei de Responsabilidade
Fiscal.
Então, o
governo tem que dar o reajuste e valorizar todos os servidores e,
consequentemente, os aposentados e pensionistas, porque esse reajuste
beneficia, ele é estendido também aos aposentados e pensionistas, que estão com
seus proventos também arrochados e defasados, como os próprios servidores da
ativa.
Então, por isso
que nós lutamos para que haja a reposição das perdas, o reajuste, de tal forma
que haja benefícios para os servidores da ativa e para os aposentados e
pensionistas de todo o Estado.
Também, Sr.
Presidente, quero ainda aproveitar para dizer que o governador, assim como ele
não cumpre a Lei 12.391, da data-base salarial, ele também não está cumprindo a
Lei 11.738, de 2008, que estabelece o piso nacional do Magistério, que
inclusive teve um reajuste agora de 6,7 por cento. Em janeiro, teve o reajuste
nacional pela portaria do MEC, só que até agora também, hoje, dia 7 de abril, o
governo não reajustou os salários dos professores do Magistério estadual de
acordo com o piso nacional do Magistério, uma lei aprovada em 2008, no governo
Lula, que foi sancionada, logicamente, pelo governo e foi reconhecida, foi
confirmada pelo Supremo Tribunal Federal. E o governo, até agora, não cumpriu a
lei, não deu o reajuste.
Quero deixar
claro que nós defendemos que esse reajuste tem que ser feito com repercussão em
toda a carreira, que o piso não seja o teto, mas sim o piso do Magistério, de
tal forma que todos tenham direito a esse reajuste, além do reajuste da
data-base dos servidores, aí seriam dois reajustes.
Mas o governo
não está pagando nem um, nem outro, nem o do piso nacional, nem o da data-base.
Então a nossa exigência é que o governo faça, imediatamente, o reajuste do piso
nacional do Magistério da rede estadual, não mais através de abono
complementar, que não incorpora no salário-base, mas através da incorporação
desse valor no salário-base de todos os professores da rede estadual.
Também, Sr.
Presidente, em relação a esse tema, eu já acionei o Ministério Público e o
Tribunal de Contas para obrigar o governo a cumprir a lei. Então é um governo
fora da lei, o governo não está pagando o piso nacional do Magistério.
Então, com a
palavra agora o Ministério Público e o Tribunal de Contas, para que
providências sejam tomadas e obriguem o governo a cumprir a lei, pagando o
reajuste do piso nacional salarial e também o próprio cumprimento da data-base
dos servidores e das servidoras, Sr. Presidente, porque tem lei estadual que eu
já citei, tem também o Art. 37 da Constituição.
Por fim, Sr.
Presidente, para encerrar a minha participação hoje na tribuna eu quero aqui
manifestar o meu total apoio à segunda caravana pelo pagamento do piso salarial
dos cirurgiões-dentistas e médicos do SUS, do Sistema Único de Saúde, que vai
acontecer entre o dia 26 e o dia 29 em Brasília.
Nós temos aqui
o documento do Movimento Dentistas do SUS, que é um movimento importante,
porque nós temos que valorizar os servidores da Saúde, do Sistema Único de
Saúde, de todos os servidores, lógico, dos dentistas-cirurgiões, dos médicos,
das profissionais da enfermagem, todos os servidores da área da Saúde. Todos os
profissionais da Saúde devem ser valorizados.
Mas eu fiquei
chocado porque não existe nem piso para os servidores do SUS, nem para os
cirurgiões-dentistas, nem para os médicos. Nós temos aqui um documento
importante dando conta dessa segunda caravana, que, como eu disse, vai
acontecer no final de maio.
Então todo o
nosso apoio, que essa demanda seja respeitada, seja acatada pelo Congresso
Nacional, onde há projetos tramitando, estabelecendo esse piso, e também pelo
próprio governo federal, que valorize, de fato, do ponto de vista salarial,
funcional, do ponto de vista da jornada de trabalho e das condições de
trabalho, de infraestrutura, todos os profissionais da Saúde, sobretudo, Sr.
Presidente, da rede pública, do Sistema Único de Saúde, porque são eles que
estão atendendo a população na ponta, nas periferias, nas vilas, nas favelas,
nas comunidades.
A população que mais precisa dos serviços
públicos precisa ter atendimento de qualidade, e, para isso, nós temos que
valorizar os servidores que estão lá na ponta, nessas regiões, no Nordeste, no
Norte do País, nas regiões onde nem há hospitais, onde os médicos participam
através de caravanas, enfim.
Então, Sr.
Presidente, todo nosso apoio a esse movimento dos dentistas-cirurgiões e também
dos médicos, todo apoio a essa caravana. Nós estaremos apoiando não só em
Brasília, mas aqui também, na Assembleia Legislativa.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente, não
havendo mais nenhum orador inscrito e havendo também acordo entre as
lideranças, eu solicito o levantamento desta sessão.
O
SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Sras.
Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo entre lideranças, esta Presidência,
antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão
ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da última
quarta-feira.
Está levantada a sessão.
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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 45
minutos.
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