13 DE AGOSTO DE 2025
102ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI, DR. JORGE DO CARMO, GIL DINIZ, ANDRÉ BUENO e BRUNO ZAMBELLI
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h.
2 - DR. JORGE DO CARMO
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Dá boas-vindas aos alunos do Senac Nações Unidas, presentes nas galerias.
4 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - DR. JORGE DO CARMO
Assume a Presidência.
6 - GIL DINIZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - PRESIDENTE DR. JORGE DO CARMO
Endossa o pronunciamento do deputado Gil Diniz acerca da instalação de pedágios "Free Flow". Anuncia a presença em plenário de autoridades dos municípios de Valentim Gentil, Ilha Comprida e Registro.
8 - VITÃO DO CACHORRÃO
Para comunicação, faz pronunciamento.
9 - GIL DINIZ
Para comunicação, faz pronunciamento.
10 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - GIL DINIZ
Assume a Presidência.
12 - VITÃO DO CACHORRÃO
Por inscrição, faz pronunciamento.
13 - FABIANA BOLSONARO
Por inscrição, faz pronunciamento.
14 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
GRANDE EXPEDIENTE
15 - AGENTE FEDERAL DANILO BALAS
Por inscrição, faz pronunciamento.
16 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
17 - ANDRÉ BUENO
Assume a Presidência.
18 - GIL DINIZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
19 - PRESIDENTE ANDRÉ BUENO
Cumprimenta o ex-deputado estadual Frederico d'Avila, presente no plenário.
20 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
21 - ITAMAR BORGES
Por inscrição, faz pronunciamento.
22 - PRESIDENTE ANDRÉ BUENO
Endossa o pronunciamento do deputado Itamar Borges.
23 - CARLOS GIANNAZI
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
24 - CARLOS GIANNAZI
Solicita a suspensão da sessão até às 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.
25 - PRESIDENTE ANDRÉ BUENO
Defere o pedido e suspende a sessão às 15h46min.
ORDEM DO DIA
26 - BRUNO ZAMBELLI
Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h31min. Coloca em votação e declara aprovados, separadamente, os requerimentos de criação de comissão de representação dos deputados: Carlos Cezar, com a finalidade de participar de reuniões em ministérios do governo federal, nos dias 14 e 15/08, em Brasília/DF; Lucas Bove, com a finalidade de participar da Fenasucro & Agrocana - Feira Mundial da Bioenergia, entre os dias 12 e 15/08, em Sertãozinho/SP; Lucas Bove, com a finalidade de participar do VIII Fórum Nacional da Liga Cristo Rei, entre os dias 22 a 25/08, no Rio de Janeiro/RJ; e Luiz Claudio Marcolino, com a finalidade de participar de audiência pública para discussão de interesses e defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras bancários, no dia 19/08, em Brasília/DF.
27 - ANDRÉA WERNER
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
28 - PRESIDENTE BRUNO ZAMBELLI
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 14/08, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 16h34min.
* * *
ÍNTEGRA
* * *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.
* * *
-
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Dando início à lista de oradores
inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra deputado Itamar Borges. (Pausa.)
Com a palavra deputado Dr. Jorge do Carmo, que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. DR. JORGE DO CARMO - PT
- Sr. Presidente, deputado e professor Carlos Giannazi, presidindo o Pequeno
Expediente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, deputado Reis, que está aqui
presente, os assessores, público da TV Alesp, os policiais.
Sr. Presidente,
ontem, terça-feira, iniciou nesta Casa a discussão do Projeto de lei nº 410, de
2025. Ele versa sobre... A ideia do governador é falar sobre regularização
fundiária. Advogado que sou, deputado que estou, milito nessa área de posse e
propriedade da terra. Acho muito interessante fazer a luta social em defesa da
segurança jurídica, em defesa de que as pessoas tenham título de propriedade,
garantindo, assim, a pacificação de conflitos.
Isso, a nossa
militância sempre foi nessa luta, especialmente na Região Metropolitana e na
Capital, especialmente na periferia, que é onde tem mais esses problemas. Mas
esse projeto de lei versa sobre a propalada regularização fundiária do
governador.
Na verdade, ela
não se trata de regularização fundiária. Trata-se, de fato, da entrega das
terras públicas para as pessoas especularem. Porque a regularização fundiária
é, de fato, fazer com que essa terra, que é ocupada pelo Movimento Sem Terra,
pelos trabalhadores rurais, pelas pessoas que não têm moradia ou terra para
produzir, que possam lá ocupar um espaço das terras públicas, para produzir
alimentos mais saudáveis, sem agrotóxicos e para garantir, de fato, que o
patrimônio público, que são as terras públicas, possam, de fato, ter uma função
social.
A nossa
Constituição Federal, em um de seus artigos, preconiza que a propriedade tem
que ter a sua função social. E quando os trabalhadores sem-terra produzem
naquela terra, para produzir alimentos para a sua família, e também para fazer
um intercâmbio campo-cidade... Porque, quando o produtor produz, a cidade, nós,
que estamos aqui na região urbana, podemos ter alimentos mais baratos e mais saudáveis.
Mas não é isso
que o projeto prevê. O projeto prevê, de fato, a entrega das terras públicas
para aqueles que têm maior condição, maior poderio econômico. Tanto é que eu
falo de entrega porque ele estipula um valor que a gente considera irrisório:
10% do valor da terra é o que será cobrado. Mas isso para quem?
Para quem quer
especular. Não é exatamente para as pessoas que estão lá produzirem. É para
aqueles que querem comprar mais terra e produzir o agronegócio, ou fazer outro
tipo de especulação. A gente não chama isso nem de reforma agrária, quiçá
regularização fundiária.
Então, nesse
sentido, eu penso que esse projeto... Já foi aqui aprovada outra lei,
questionada inclusive no Supremo Tribunal Federal através de Adin proposta pela
nossa bancada do Partido dos Trabalhadores, que prevê exatamente que essa lei,
a Lei nº 17.557, que foi aprovada aqui, ela é inconstitucional. Infelizmente, o
Supremo Tribunal Federal ainda não decidiu isso e o governador continua
entregando. Isso fazia só na região do Paranapanema; agora ele quer entregar em
todo o estado, em todas as cidades do estado.
Por isso, vamos
discutir esse projeto. Nós discordamos da forma como ele foi apresentado aqui,
que é o Projeto de lei nº 410, de 2025, porque ele, na verdade, busca entregar
um patrimônio do povo. Aliás, essa é uma prática do governador. A gente viu
aqui a Sabesp, a gente viu tantos outros patrimônios públicos entregues; agora
a CPTM.
Porque, na
verdade, o governador quer entregar aquilo que não é dele. Se fosse dele, ele
poderia fazer o que quisesse, mas o patrimônio do povo paulista não pode ser
disposto, colocado à disposição para pessoas que querem, na verdade, especular.
Por isso, nós
estamos aqui fazendo oposição, discutindo esse projeto. Vamos votar contrário,
porque queremos, sim, uma reforma agrária para valer, como foi feita outrora,
quando o saudoso governador Franco Montoro a fez aqui neste estado.
De lá para cá,
o que se vê é especulação, para entregar aquilo que é patrimônio do povo
paulista para especuladores imobiliários ou especuladores de terras para que
eles possam cada vez ficar mais ricos, e o povo cada vez ficar mais pobre.
É isso, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Muito
obrigado, deputado Jorge do Carmo. Com a palavra, a deputada Thainara Faria.
(Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Reis, que fará uso
regimental da tribuna.
Enquanto V. Exa. se dirige à tribuna,
quero registrar a honrosa presença dos alunos e professores, na Assembleia
Legislativa, do Senac Nações Unidas, lá de Santo Amaro, Reis, da nossa região.
Sejam bem-vindos e bem-vindas à Assembleia Legislativa de São Paulo.
Com a palavra, o deputado Reis.
O
SR. REIS - PT -
Cumprimentar o presidente, deputado Carlos Giannazi, cumprimentar o público
presente, os Srs. Deputados, as Sras. Deputadas, os funcionários desta Casa, os
integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia
Técnico-Científica, e também cumprimentar todos aqueles e aquelas que estão nos
acompanhando pela Rede Alesp.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Dr. Jorge do Carmo.
* * *
Sr. Presidente,
quero deixar registrado aqui neste Pequeno Expediente... Vossa Excelência
começou ontem a falar sobre a fraude na Secretaria da Fazenda. Praticamente uma
quadrilha. Temos uma quadrilha no coração, no cerne, no núcleo da Secretaria de
Estado da Fazenda. Ontem tivemos a prisão do dono da Ultrafarma, Sidney
Oliveira, uma rede de farmácias muito conhecida no estado de São Paulo, e
também do diretor da Fast Shop, o Sr. Mário Otávio Gomes.
Então, quando a
gente vem aqui e pede para o governador de São Paulo reajustar o
“vale-coxinha”, o vale dos servidores públicos, que hoje está em torno de 12
reais, ele diz que não tem dinheiro, presidente, deputado Jorge do Carmo.
Quando a gente pede para reajustar o salário dos funcionários públicos, dos
servidores da Segurança Pública, dos policiais civis, dos policiais militares,
técnico-científicos, policiais penais, professores, diretores de escola: “Ah,
não tem dinheiro!”. Deu cinco por cento! Uma miséria.
Quando a gente
pede para que mantenha a insalubridade no grau máximo, dos oficiais
administrativos, que o governo reduziu do grau máximo para o grau mínimo, de
785 reais para 196 reais, o governo fala que não tem dinheiro, mas tem uma
quadrilha instalada lá na Secretaria da Fazenda, uma quadrilha que desviou mais
de um bilhão de reais.
E não são só
essas empresas, vejam só, como são os empresários, os maus-caracteres, empresários
maus-caracteres que tem em São Paulo. Eles não querem pagar impostos, eles não
querem pagar nada. E ainda usam a estrutura de estado para se locupletar, para
se enriquecer ilicitamente.
E, obviamente,
ninguém desvia um bilhão sem a conivência da máquina pública. Um auditor fiscal
sozinho não consegue isso, que já foi dito aqui. Foi dito ontem aqui,
inclusive, pelo deputado Carlos Giannazi.
Nós estamos...
Hoje eu protocolei um pedido de CPI, uma Comissão Parlamentar de Inquérito,
para investigar essa quadrilha que está aí no núcleo da Secretaria da Fazenda.
O Sr. Artur
Gomes da Silva Neto, auditor fiscal da Receita Estadual de São Paulo, é
apontado como chefe da quadrilha, da orcrim, da organização criminosa. Dizem
que ele manipulava processos administrativos para liberar créditos de ICMS,
orientava a empresa sobre documentação e fazia pessoalmente requerimentos à
Fazenda.
Ele montou uma
empresa e colocou no nome da mãe dele. Ele não quis nem arrumar um laranja. Ele
poderia ter colocado o nome de um laranja, mas ele quis usar a própria mãe,
sacrificar a própria mãe, para poder fazer esse desvio dos recursos públicos.
E o Sr. Sidney
Oliveira, ele mesmo fez um acordo, porque ele concordou que estava fraudando,
ele concordou que estava subtraindo o dinheiro do povo, o dinheiro público. Por
isso foi preso, está preso provisoriamente. Mas existem outros empresários que
serão presos também. Existem outras empresas que, segundo o Ministério Público,
estão no curso da investigação.
Não foi falado
o nome dessas empresas para que esses criminosos não burlem as provas, mas
existem outras empresas. Não é só a Ultrafarma e não é só a Fast Shop, Sr.
Presidente. Mas eu quero deixar aqui a indignação, registrada a nossa
indignação, porque, enquanto tem a quadrilha, uma quadrilha lá na Secretaria da
Fazenda, o governo diz que nunca tem dinheiro.
Agora nós
aprovamos um projeto, que é o Projeto nº 1.712, que é para garantir a
gratuidade para os policiais que se deslocam de uma cidade para trabalhar em
outra e vice-versa, deslocam do trabalho para suas residências.
A gente espera
que o governador sancione, que ele não venha com a desculpa de que não tem
dinheiro. Porque nós temos que combater essa roubalheira e o governador tem
responsabilidade, sim, porque essa equipe que está lá, na Secretaria da
Fazenda, foi colocada por ele, foi nomeada por ele. Então acorde, Tarcísio.
Acorde, Tarcísio.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado,
deputado Reis.
Seguindo aqui a lista de oradores inscritos,
com a palavra o deputado Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Rafa Zimbaldi.
(Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Bruno Zambelli. (Pausa.)
Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.)
Deputado Gil Diniz, posso dar a palavra
à Vossa Excelência? Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos, Sr.
Deputado.
O
SR. GIL DINIZ - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente. Boa tarde, deputados e deputadas
presentes aqui no Pequeno Expediente. Boa tarde, nossos assessores, público
aqui na galeria, policiais militares e civis e quem nos assiste pela Rede
Alesp.
Presidente, o
tema que me traz aqui a esta tribuna, nesta primeira fala, deputado Carlos
Giannazi, é a questão dos pedágios no estado de São Paulo, principalmente os
pedágios anunciados pelo governador na Raposo Tavares. Eu sei que há outras
regiões, presidente, que o governo anunciou esses pedágios, como a Baixada
Santista. Caio França tem falado muito sobre isso aqui em plenário, nas redes
sociais, se manifestado contrariamente. E esse deputado não pode se furtar a
fazer coro com estes parlamentares.
E volto aqui à
questão da rodovia Raposo Tavares. Presidente, essa rodovia, principalmente a
parte dela, o trecho dela que vai ali até Vargem Grande, que passa por Osasco,
Cotia, Embu das Artes, próximo ali a Itapevi, Carapicuíba... É uma rodovia,
deputado Carlos Giannazi, que nós poderíamos dizer que é uma avenida.
Toda a
população que vem daquela região para a Capital passa por ali. E já é um
trânsito infernal, deputada Fabiana. É difícil você transitar pela Raposo
Tavares. Tem até o apelido que deram à Raposo Tavares, que é a “Raposo
‘Travares’”, de tanto que ela trava.
E o que o
governo oferece à população dessa região são pedágios e radares. Ora! O governo
anunciou a extensão do metrô até Taboão da Serra. Vamos trabalhar fortemente,
deputado Giannazi, para levar o metrô até Cotia, até Vargem. Estender a linha
de trem dá em um transporte melhor.
Passem ali pela
Raposo Tavares, deputado Vitão, V. Exa. que é de Sorocaba. Vejam as condições
dos pontos de ônibus que os cidadãos paulistas, que pagam impostos - altos
impostos, diga-se de passagem -, têm para pegar um ônibus, deputado Vitão. Isso
quando passa o ônibus. Duas, três horas o trânsito.
E agora o que
nós temos a oferecer a essa população são pedágios “Free Flow”. Eu vi que V.
Exa. se manifestou também, deputado Vitão, e é uma indignação da maioria desses
deputados, e não importa se é de direita ou se é de esquerda. Alguns têm
coragem de falar. Outros não é que lhes falta coragem.
Se manifestam
aqui para o governo, para o governador, para os seus secretários, mas tentam
fazer essa articulação interna. Mas nós já extrapolamos qualquer limite,
presidente. E nós precisamos ser enfáticos aqui na defesa do nosso povo. Quem
paga a conta, deputada Fabiana, é o povo. O povo está pagando essa conta. Por
quê?
Se precisam
investir milhões de reais, bilhões de reais para fazer as alternativas às
marginais, por que não se investe primeiro? Mostra para a população que tem
esse cuidado, que tem essa preocupação.
E depois, pede
aí esse esforço maior da população, como eu disse, que já paga altos impostos e
coloca ali esses pedágios, obviamente, de uma maneira projetada a se fazer
isso. Não colocar ao léu para arrecadar.
Então, deixo
registrado aqui a minha solidariedade, principalmente ao povo da cidade de
Cotia, da região de Cotia, a essa população que, em sua maioria, trabalha em
outros municípios ou até aqui mesmo na Capital, que passam todos os dias na
rodovia Raposo Tavares, que passam duas, três horas parada no trânsito e não
tem, deputada Fabiana, uma alternativa. Um ônibus, um metrô, um trem.
E,
infelizmente, a alternativa que as lideranças paulistas entregam a eles são
mais taxas, mais pedágios, mais esforço dessa população que já é sofrida pelas
dezenas de impostos que nós pagamos aqui.
Então, não só a
minha solidariedade a esse povo trabalhador, mas também ao nosso trabalho aqui
para demover o Sr. Governador dessa ideia de colocar vários pedágios na Raposo
Tavares, vários radares naquela rodovia que, na maior parte do dia, você não
consegue trafegar a 30, 40 por hora, e falar à população que nós fazemos o
possível aqui, às vezes o impossível, e nessa causa nós não vamos desistir.
Sou da base do
governador, voto junto com o governador, defendo esse governo, mas essa causa
aqui não é de esquerda e nem de direita. Aliás, deveria ser muito mais de
direita, que, como consta, esses deputados são contra aumento de impostos, de
taxas para a população, principalmente a população que mais precisa no nosso estado,
a população trabalhadora do estado de São Paulo, presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado,
deputado Gil Diniz. Quero aproveitar para fazer coro com Vossa Excelência.
De fato, o povo de São Paulo está
ganhando muito presente do governador Tarcísio de Freitas. Além da Raposo
Tavares, agora também, todos já sabem, o povo lá da região Alto Tietê. Se
perguntar o que o governador fez para a região do Alto Tietê, além do pedágio,
não tem mais nada.
Então, pedágio para a região do Alto
Tietê, para a região da Baixada de Mogi/Dutra, Mogi/Bertioga e Padre Manuel da
Nóbrega, toda aquela região. Então, vários pedágios “Free Flow”, que são
aqueles que cobram automático, e o governador está dando um belo presente para
aquele povo lá.
Quero aproveitar e registrar a presença
aqui e sejam muito bem-vindos aqui. O prefeito de Valentim Gentil, Claudinei,
está presente aqui na nossa sessão. O vereador do município de Ilha Comprida, o
vereador Oeder, e o vereador do município de Registro, Itamar. Sejam todos
muito bem-vindos aqui a esta Casa de Leis.
O
SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - Por
comunicação, presidente?
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Sim, deputado
Vitão do Cachorrão, companheiro.
O
SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - PARA COMUNICAÇÃO - Quero fazer meus elogios para a postura
do deputado Gil Diniz, que é um grande amigo, que mesmo sendo da base, um
deputado que é gente da gente também. Eu, como vendedor de hot dog até hoje,
Gil Diniz foi carteiro. E eu tenho as imagens, vi ele trabalhando de porta a
porta em São Paulo. Então, ele entende o que o povo precisa.
E dizer que nós
vamos continuar, que nem V.Exa. foi em algumas audiências contra o pedágio
também, presidente em exercício Jorge do Carmo, tem uma saída para isso. E nós
somos contra o pedágio, Gil Diniz. Mas, para derrubar esse decreto, quando o
governador faz coisas boas, a gente vota a favor e elogia.
E eu vou
continuar. Inclusive, hoje, eu tenho muitos elogios aqui para o governador, do
“Bom Prato Móvel”, em Sorocaba, do dinheiro para a saúde, mas vamos continuar
contra o pedágio. O povo já paga IPVA demais.
E a solução, a
saída, é a assinatura do PDL 6. A gente precisa de 48 assinaturas. O pessoal de
Mairinque, Alumínio, de toda a rota sorocabana, a rota bragantina, em todo o
estado de São Paulo não aguenta mais pagar pedágio.
E esse “Free
Flow”, Gil Diniz, uma pessoa de idade, uma pessoa que é como meus avós lá, meus
tios no sítio. A gente é simples, eu sou de Sorocaba. Você tem que baixar um
aplicativo, você tem que pagar o pedágio. Se você não baixar esse aplicativo,
você vai tomar cinco pontos de multa na carteira.
E se você for a
um bairro, pega até o bairro da pessoa, tomar um café com a sua mãe, comer um
bolinho caipira com a sua avó, você vai pagar para ir e para voltar. Então, a
gente não precisa de mais pedágio.
Eu vou elogiar
aqui muita coisa boa que o Governo do Estado está fazendo, que são reformas de
escolas, que é o “Bom Prato Móvel”, matando a fome das crianças, de quem mais
precisa, que são 40 milhões para a Saúde, em Sorocaba, mas em nome de toda a
região de Alumínio, Mairinque, Sorocaba, a região Bragantina, a região de todo
o estado de São Paulo, vamos continuar.
E peço aos
deputados aqui, eu já assinei, assinem o PDL 6, que derruba o decreto do
governador e não pode colocar o pedágio.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Para comunicação,
presidente, só para complementar o deputado Vitão. Se V.Exa. correr a lista, já
até assumo aí os trabalhos.
O
SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Claro, V.Exa.
tem o tempo regimental.
O
SR. GIL DINIZ - PL - PARA
COMUNICAÇÃO - Presidente, muito obrigado. Agradecer ao Vitão pelas palavras,
cumprimentar aqui as autoridades presentes, principalmente o Itamar, um grande
amigo ali do Vale do Ribeira. O Vale do Ribeira que será prejudicado também,
Itamar, com esses pedágios. Lembrando que ali na Baixada Santista, a Padre
Manuel da Nóbrega sofrerá com vários pedágios “Free Flow”.
Vitão colocou
aqui muito bem, como que nós vamos explicar para essas idosas, esses idosos, como
baixar esse aplicativo e ainda justificar para eles que, se não baixarem, não
pagarem dessa maneira, serão multados com multas pesadíssimas, podendo,
deputado Vitão, perder a sua habilitação.
Faço aqui o
apelo e o alerta aos nossos deputados: nessa região do litoral, que vai afetar
o nosso Vale do Ribeira, que já é uma região extremamente pobre, que nós
precisamos desenvolver, levar a desenvolvimento, Itamar, para lá, esses
pedágios, presidente, vão começar a ser cobrados lá, ali na região de Pedro de
Toledo, de Itariri.
Ou seja, é uma
região, deputados, que já é extremamente pobre, extremamente carente, é uma
rodovia que não é duplicada. Será duplicada? Falo aqui novamente, que seja
primeiro duplicada e depois pedagiada. Por que o povo, que já paga altos
impostos, tem que fazer esse investimento numa rodovia que será entregue à
iniciativa privada?
Eu não sou
contra a iniciativa privada. Agora, a gente precisa defender o interesse
público aqui, o interesse do povo. Falei aqui da Raposo Tavares, da região de
Cotia. A gente está alertando os vereadores, os prefeitos, unindo aqui os
deputados para fazer essa frente e convencer o governador a voltar atrás nessa
medida que vai prejudicar a nossa população, nesse caso, essa região que liga o
litoral ao Vale do Ribeira, a população mais pobre do estado do São Paulo.
Presidente,
muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - DR. JORGE DO CARMO - PT - Obrigado,
deputado Gil Diniz.
Seguindo a lista de oradores inscritos,
com a palavra o deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.)
Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva.
(Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.)
Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado
Luiz Fernando Teixeira Ferreira. (Pausa.) Deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.)
Deputado Danilo Campetti. (Pausa.)
Deputada Paula da Bancada Feminista.
(Pausa.) Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.)
Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Agente
Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputada Letícia
Aguiar.
Agora sim o deputado, professor, Carlos
Giannazi. Tem V. Exa. o tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Jorge do Carmo, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente e telespectador da TV
Assembleia, eu quero aqui continuar cobrando e denunciando o desgoverno aqui do
Tarcísio de Freitas, sobretudo na área da Educação.
Ele insiste em
manter o empresário, dono da Multilaser, Renato Feder, à frente da Secretaria
da Educação, que tem como projeto principal destruir a rede estadual, a maior
rede de ensino do estado de São Paulo, e, sobretudo, atacar quase que
diariamente o Magistério estadual, os profissionais da Educação como um todo.
Parece que
todos os dias esse secretário da Educação levanta pensando: “o que eu vou fazer
no dia de hoje para prejudicar, para atacar os profissionais da Educação da
rede estadual?”. É isso o que está acontecendo. Há um projeto desse governo de
destruição.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Gil Diniz.
* * *
Eu sempre falo
daquela famosa frase do Darcy Ribeiro, grande intelectual, antropólogo
brasileiro, que diz que a crise da Educação não é uma crise, é um projeto. O
mesmo acontece aqui, no estado de São Paulo.
Não é
incompetência, não é distração, não é porque o secretário não conhece a escola
pública. Não. É porque é um projeto de destruição da escola pública. Esse
projeto está em curso no estado de São Paulo. É o projeto do governador
Tarcísio e desse secretário da Educação.
Não é à toa que
houve uma redução já do orçamento da Educação, de 30% para 25%, uma retirada
anual de 11 bilhões de reais da escola pública estadual. Mas os ataques são
muitos.
Eu tenho aqui,
sistematicamente, utilizado a tribuna para fazer essas denúncias, todas sobre
os assédios, as perseguições contra os professores, contra os agentes de
organização escolar; agora contra, também, as diretoras e diretores, que estão
sendo afastados sumariamente, porque as escolas não atingiram as famosas metas,
sobretudo das plataformas digitais.
Nós temos
demissão de professores que precisam fazer tratamento de saúde. O professor
categoria “O”, por exemplo, que precisa fazer tratamento de saúde, que tira
licença, perde as aulas, e muitos perdem os seus contratos.
Então, muitos
professores estão trabalhando adoecidos, porque eles não têm mais o direito de
tirar uma licença, de ir ao médico, de fazer um tratamento ou acompanhar um
familiar - mãe e pai, sobretudo, ou os seus próprios filhos.
Nós recebemos
muitas denúncias em relação a esse tema do adoecimento dos professores, que são
obrigados a trabalhar, exatamente, adoecidos, porque, se ele tem um número “x”
de faltas, ele tem o seu contrato revogado, ele perde as suas aulas. Isso é
desumano, é perverso, e nós não podemos aceitar, Sr. Presidente.
Nós temos
também muitas denúncias sobre descontos dos salários dos professores e
professoras, que não estão conseguindo acessar a plataforma lá, a famosa “Sala
do Futuro”, que tem vários erros, fica fora do ar. E os professores, hoje, são
obrigados a fazer um registro, em 24 horas, dos conteúdos lecionados e também
da chamada, da presença dos alunos. Mesmo que a plataforma não esteja no ar,
porque as escolas têm muitas dificuldades com a internet, que cai a todo
momento; as escolas não estão aparelhadas.
Então, isso
acontece o tempo todo, e os professores são prejudicados, porque, se eles não
registram, eles são descontados nos seus salários. Isso é, também, outra
denúncia gravíssima.
Em relação,
também, àquele curso da Efape, muitos professores não estão conseguindo
acessar; quando acessam, tem erros, e eles acabam sendo prejudicados lá, nas
famosas APDs e ATPLs. Ou seja, a própria incompetência do estado em relação à
não oferta de uma internet com banda larga, que seja adequada às nossas
escolas, tem prejudicado já o salário e o bolso dos nossos professores e das
nossas professoras.
Nós também
temos aqui questões gravíssimas, Sr. Presidente, em relação ao que eu disse, e
quero fazer mais um registro aqui - o afastamento de diretores. As escolas que
não atingem as metas estipuladas pela Secretaria da Educação têm os seus
diretores e as suas diretoras afastados sumariamente, mesmo diretores efetivos,
concursados, que têm lotação naquela escola. Isso é generalizado.
Então,
afastamento de professores, de diretores, assédios, perseguições na rede
estadual, desconto de salários e as famigeradas plataformas digitais, pois hoje
tudo gira em torno das plataformas digitais, que estão prejudicando, estão
impedindo a autonomia pedagógica dos professores e prejudicando a aprendizagem
dos nossos alunos.
Só para
concluir, Sr. Presidente. Nós já aprovamos aqui o fim, a proibição do uso de
celular nas escolas estaduais; isso também foi aprovado em nível nacional. Mas
tem as plataformas digitais. Eu, inclusive, tenho um projeto tramitando aqui
para impedir que o estado obrigue os professores a utilizarem as plataformas
digitais, que também são uso de telas.
Isso não
funciona, já está provado. Em vários países do mundo elas já foram banidas,
porque elas prejudicam a Educação. E o estado de São Paulo está na contramão do
que vem acontecendo, das boas práticas educacionais e das boas experiências a
que nós estamos assistindo em vários países do mundo.
Então, eu
queria fazer esse registro, Sr. Presidente, e mais uma vez denunciar o
sucateamento, os ataques dessa gestão Tarcísio/Feder à Educação do estado de
São Paulo.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Obrigado,
nobre deputado.
Dando sequência à lista de oradores
inscritos no Pequeno Expediente, convidar o nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.)
A nobre deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) A nobre deputada Márcia Lia.
(Pausa.) O nobre deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) O nobre deputado Rômulo
Fernandes. (Pausa.) O nobre deputado Rogério Santos. (Pausa.) O nobre deputado
Vitão do Cachorrão.
Vossa Excelência tem o tempo
regimental, deputado Vitão, de cinco minutos para falar aqui no Pequeno
Expediente.
O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente em exercício e amigo Gil Diniz. Fica
bem aí de presidente, Gil Diniz. Vossa Excelência é muito competente.
Agradecer aqui
a Deus, Gil Diniz, por nos guardar nas estradas, a gente viaja tanto aí o
estado de São Paulo. Eu, em dois anos de mandato aqui, atendi mais de 328
municípios e tenho certeza de que, com muito orgulho, ajudei mais de 100
municípios com emendas para a Saúde, para a Infraestrutura e para a Educação.
Cumprimentar o
pessoal que trabalha aqui na Casa, o pessoal que está nos plenários, os alunos,
cumprimentar o pessoal da limpeza, Gil Diniz, muita gente não liga, mas a gente
chega aqui e o nosso banheiro, o nosso gabinete estão limpinhos. Então a gente
tem que cumprimentar esse povo que trabalha, gente que vem lá de baixo. A gente
não pode esquecer dessa gente abençoada.
E cumprimentar
os vereadores que vêm aqui no meu gabinete, no gabinete do Gil, no gabinete da
Fabiana, no gabinete do nosso Giannazi, no gabinete da deputada. Eles vêm aqui
buscar recurso, porque a cidade lá da ponta precisa. Eu estou aqui com o
vereador Eder, da Ilha Comprida, e já consegui um ônibus de meio milhão, que eu
levei lá para as crianças, buscar as crianças na escola, levar as crianças na
Apae.
O Eder está
aqui e também o Itamar, que é amigo do Gil Diniz, amigo do Vitão do Cachorrão,
e que é de Registro. A cidade de Registro também precisa de ajuda - de ajuda,
repito. Ali muita gente vive naquela região de plantar banana, Gil, para vender
a banana, para trabalhar na roça, e não precisa de pedágio, eles precisam de
ajuda e recurso para a cidade.
Gil Diniz, como
eu falei, a gente cobra aqui. Quando precisa, a gente vai contra, mas eu não
posso deixar de agradecer. Eu lutei, deputado Suplicy, conhecido como rei dos
votos, mais de dois anos e meio para levar um “Bom Prato Móvel” na cidade de
Sorocaba. Sabe para onde? Lá do bairro de onde eu vim, que meus amigos que
estudavam comigo, a primeira e a segunda refeição, Gil Diniz, era na escola,
vereador Eder, que eles não tinham o que comer.
Então eu entrei
aqui lutando pelo “Bom Prato”, para trazer para Sorocaba, uma cidade de quase
um milhão de habitantes que só tem um “Bom Prato”. Olha só, eu quero mostrar as
imagens, Gil Diniz. Fui lá no bairro hoje dar um abraço no povo e hoje, através
do governo do estado...
Olha lá, Gil
Diniz, por favor, o senhor que é um cara do povo. Não faltou comida para
ninguém. Um real a comida, e criança comendo de graça. Acho que tem mais fotos,
não é? Olha só o tamanho da fila, Gil Diniz.
E eu agradeço a
Deus, Suplicy, porque eu não esqueci ali do bairro. Eu me emocionei, porque eu
vi mãe... Olha lá, a mãe dando comida para os filhos. Tem vez que essas
crianças não têm o que comer, e a gente não pode entrar aqui de terno e gravata
e esquecer desse povo. Então eu lutei dois anos.
Então eu
agradeço aqui a Andrezza Rosalém, secretária, que atendeu o meu pedido. Eu já
estendo aqui, 300 refeições está sendo pouco. Chega dez e meia da manhã, e
começa a distribuir às 11, é lá na periferia onde eu estudei com muito orgulho,
eu não vou esquecer de onde eu vim. Está durando 40 minutos as 300 refeições.
Então, por
favor, não pare com o “Bom Prato” e leve mais comida, porque, se depender de
mim, meu amigo, enquanto eu estiver aqui, eu quero que o povo não passe fome.
Senhoras na fila, crianças, pessoal de chinelo de dedo. Foi aí que eu estudei,
com muito orgulho, desse bairro que eu vim, que eu fui vereador, fui o mais
votado da cidade na época.
Cidade que é do
Balas também, que está aqui, que faz um excelente trabalho. Consegui lá articular
pedido nosso, mas o Balas pediu muito, até mesmo antes de eu entrar aqui. A
gente não tem vaidade para um batalhão, para ter mais segurança... Que é meu
amigo também, o Danilo Balas. Olha que maravilha o “Bom Prato”, Danilo Balas.
As pessoas não podem passar fome. E, olha só, então a gente precisa que aumente
o “Bom Prato” e aumente a quantidade de alimentos, Gil, que 300 é pouco.
Agora, aqui
para fechar com chave de ouro. Você sabe essa bendita vaga Cross, que a gente
está pedindo a transparência, que a pessoa está com câncer e às vezes está na
fila do número 200, aí no mês que vem vai ver e está na fila do número 300. Em
vez de abaixar a fila, subiu.
Tinha um
aparelho de que precisavam ali no CHS, que é o Pet Scan. Esse aparelho é uma
ressonância diferenciada, mostra onde começou a doença, não só o câncer. A
pessoa tinha que vir para São Paulo, Gil Diniz, com câncer, e entrar na vaga
Cross. Demorava três meses e tinha que sair de Sorocaba e vir para São Paulo.
Estou falando
de Sorocaba, mas são 48 municípios, mais de quatro milhões de pessoas. Fiz um
ofício, mandei no “zap” do governador e ele ligou para a Maristela Honda no CHS
e colocou o Pet Scan lá. Já está chegando. Já mandou recurso para o hospital.
Então, através
do nosso mandato, ninguém vai passar fome e a gente vai salvar muitas vidas,
porque o diagnóstico precoce é o sucesso de tudo, é a salvação da vida das
pessoas na Saúde.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Obrigado,
nobre deputado Vitão do Cachorrão, parabéns pelas palavras.
Seguindo a lista de oradores inscritos
no Pequeno Expediente, convido a fazer uso da tribuna a nobre deputada Ediane
Maria. (Pausa.) Nobre deputada Carla Morando. (Pausa.) Nobre deputado Marcos
Damasio. (Pausa.) Nobre deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Nobre deputado Conte
Lopes. (Pausa.) Nobre deputado Alex Madureira. (Pausa.) Nobre deputada Leci
Brandão. (Pausa.)
Nobre deputado Major Mecca. (Pausa.)
Nobre deputado Dr. Elton. (Pausa.) Nobre deputado Leonardo Siqueira. (Pausa.)
Nobre deputado Thiago Auricchio. (Pausa.) Nobre deputada Fabiana Bolsonaro.
Vossa Excelência tem o tempo regimental
de cinco minutos, deputada.
A
SRA. FABIANA BOLSONARO - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, Sr. Presidente. Hoje venho falar de
dois assuntos, duas moções que protocolei aqui.
A primeira
moção é um assunto em que já estávamos de olho a partir da Comissão de Ciência
e Tecnologia, uma subcomissão que fizemos para tratar sobre esse assunto tão
delicado.
Um assunto
muito delicado, mas que poucos veem e que fico muito contente, porque um
influenciador digital que tem um alcance muito grande falou, pesquisou por
meses sobre o assunto e acabou expondo tudo. Levou psicóloga, colocou, do
começo ao fim, os pingos nos is.
Agora, como
parlamentar, a nossa função é dar sequência na denúncia que ele fez, é fazer a
nossa parte. Fiz uma moção de aplausos para ele, de início, obviamente, porque
já tenho um projeto de lei sobre o assunto.
Na minha moção,
em que diz: “Na última quarta-feira, o youtuber Felipe Bressanim Pereira, mais
conhecido como Felca, publicou em seu canal um vídeo intitulado ‘Adultização’.
A publicação
com a denúncia de Felca possui quase 50 minutos de duração e atingiu mais de 36
milhões de visualizações. O conteúdo reacendeu o debate público sobre exposição
infantil, direitos na internet e casos de produtores e conteúdos que lucram com
a sexualização de crianças e adolescentes”.
O que a gente
vê aqui? Muitos pais, muitos produtores expõem as crianças, muitas vezes não
veem maldade. A gente viu cada absurdo nesse vídeo, códigos entre pedófilos,
que dá até nojo falar, até engasgo de falar isso, mas são pessoas que usam os
filhos da gente para poder colocar nesse submundo, nesse mundo podre que é o da
pedofilia. Gente, não está no submundo isso, está exposto na nossa cara, então
a gente tem, sim, que ir atrás disso, que é acabar com a exploração infantil.
A gente tem que
lutar agora para essas redes terem um controle parental mais forte, para terem
uma verificação de idade mais forte, que realmente conste que crianças e
adolescentes não estão se cadastrando nesses sites e a remoção rápida desses
conteúdos, tendo um grande cuidado.
A gente precisa
solucionar esse problema, mas a gente não pode permitir que esse assunto vá
para outros 500, outros cantos, que é o tal de limitar a nossa liberdade de
expressão e censurar o que não deve ser censurado.
A gente não
pode colocar em um pacote só e colocar isso como uma forma de censurar a
direita, porque sempre dão um jeito de pegar um assunto de lá, um assunto de cá
para calar a boca de quem eles querem calar.
A gente
precisa, sim, ir atrás dos pedófilos, ir atrás de quem está cometendo esses
crimes. Ir atrás desses produtores, e todos têm que pagar. Eu acredito, sim,
que a impunidade deixa isso acontecer e se expor mais ainda. A gente sabe o
quanto eles lucram com isso.
Tem mil e uma
formas de conseguir inibir esses atos, e a gente vai atrás disso. Então aqui
está a minha moção de aplauso ao Felca. Parabéns por sua atitude. Sua atitude
levantou o País e levantou todos os olhos da nossa nação para esse assunto.
Parabéns. Conte com o nosso apoio.
E também
preciso falar, aqui, sobre a segunda moção que eu fiz, que é a moção em
referência ao policial que foi baleado. Bom, de início o nosso governador
disse: “Quem atira em policial não é trabalhador e nem vítima da sociedade. É
bandido. Esses não ficarão impunes”. A frase é de autoria do governador
Tarcísio de Freitas e a ela expressamos o nosso apoio e concordância.
Tarcísio
referia-se ao ataque covarde contra o cabo da PM Johannes Kennedy Santana,
baleado durante a abordagem a suspeitos de roubos em Paraisópolis, na zona sul
de São Paulo, no dia 07 de agosto, agora, nesse último, após perseguir dois
suspeitos de arrastão.
Então é isso o
que a gente passa. Muitas vezes a gente vê o policial dando a vida para salvar
a população e, ainda, nem lembrado está sendo. Então aqui: nós da direita nos
lembramos de você. Você nos representa. Você é o nosso herói e um milagre estar
vivo. Então parabéns, governador Tarcísio, por sempre se manter tão firme em
apoio à Polícia Militar que tanto nos salva quando a gente mais precisa.
Muito obrigada
a todos.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Obrigado, nobre
deputada Fabiana Bolsonaro.
Encerrada a lista de oradores inscritos
no Pequeno Expediente. Inicio, aqui, a Lista Suplementar. Convido a fazer uso
da tribuna a nobre deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputada Thainara Faria.
(Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.)
Deputada Marina Helou. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado
Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)
Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Nobre deputado Eduardo Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente deputado Gil Diniz, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, eu quero, em primeiro lugar, dizer que está se aproximando o dia de
um evento de excepcional importância não apenas para o Brasil, para cidades
como Maricá e Niterói, onde, do dia 25 até o dia 29 de agosto se realizará o
24º Congresso Internacional da Rede Mundial da Renda Básica - Basic Income
Earth Network.
Quero dizer que
há mais de 40 países que estarão representados, acho que mais de 400 pessoas
estão já inscritas e está aberta a possibilidade de... Quem desejar assistir,
participar, pode verificar na Rede Brasileira da Renda Básica - RBRB - ou na
Bien - Basic Income Earth Network - mais informações a respeito.
Mas eu
gostaria, hoje, de repercutir notícias do primeiro semestre de 2025 sobre
propostas legislativas e estudos técnicos e pesquisas de apoio do eleitorado,
que de uma maneira muito positiva tem se destacado na mídia sobre a tributação
progressiva no Brasil.
A reforma do imposto
de renda de pessoas físicas, conforme apresentado pelo PL 1.087, de 2025, a
partir de estudo técnico divulgado pela Secretaria de Política Econômica, do
Ministério da Fazenda, em coletiva de imprensa, em junho passado.
O que mais me
chama a atenção é a formidável proposta de isenção do imposto de renda para
quem ganha até cinco mil reais por mês, tendo ainda alíquotas menores do que as
taxas atuais para quem ganha até sete mil reais mensais, avançando,
gradativamente, até atingir o patamar de 10% para rendas a partir de 1,2
milhões de reais.
Para se ter uma
noção, hoje são isentas pessoas que ganham até R$ 2.259,20 de renda, com a
elevação do patamar de isenção, a proposta beneficiará cerca de dez milhões de
pessoas. Essa política pública traduz o tema de o povo ser incluído no
Orçamento, bandeira histórica do Partido dos Trabalhadores, que também defendo.
Tal medida é
projetada para afetar apenas os 0,7% dos contribuintes no topo da pirâmide
social, atingindo de maneira focalizada os mais ricos, o que representa pouco
mais de 140 mil contribuintes de alta renda, tendo um mecanismo de justiça
tributária e fiscal, na medida em que repara distorções e aumenta a capacidade
contributiva brasileira de forma mais equitativa.
Além da isenção
delimitada do imposto de renda e da tributação progressiva, que alivia faixas
intermediárias até chegar aos super-ricos, quero chamar a atenção para outros
elementos. Um deles é a nova técnica do Centro de Estudos da Metrópole, CEM
USP, intitulada “O que pensa o eleitorado brasileiro sobre a redistribuição de
renda?”, produzido pelos pesquisadores Rodrigo Mahlmeister, Eduardo Lazzari e
Maria Arretche.
O estudo
demonstra a preferência dos eleitores sobre a tributação progressiva de renda e
a opinião pública brasileira, discutindo o papel do estado no combate às
desigualdades. Nos achados, o recado é evidente: o eleitorado brasileiro e a
população em geral, os mais pobres, a classe média e os setores específicos dos
estratos mais altos, apoiam medidas mais progressivas de tributação.
Apesar do
debate acadêmico internacional identificar que, historicamente, reformas mais
justas na tributação de renda, riqueza e patrimônio advieram por meio de
guerras, catástrofes ou pandemias, como muito bem provou ao mundo o pesquisador
francês Thomas Piketty, o apoio popular a essas agendas de políticas mais
igualitárias com gastos sociais tem aumentado.
Um terceiro
dado relevante é a divulgação da pesquisa Quaest, de 16 de julho, que mostra
que 60% dos entrevistados são a favor de aumentar a taxa do imposto de renda
para os super-ricos. Além disso, a isenção para até cinco mil reais é defendida
por ambos, 75% da população.
Como
combatermos as desigualdades no Brasil, que possui o maior número de
milionários da América Latina, cerca de 430 mil pessoas, como mostra o
Relatório Global da Riqueza, em 2025, do banco suíço UBS? Devemos avançar
propostas como o PL, corajosamente defendida pelo presidente Lula e pelo
ministro Fernando Haddad.
Será a partir
da taxação dos super-ricos, juntamente de uma renda básica de cidadania, que
faremos o Brasil trilhar no horizonte de maiores graus de liberdade,
fraternidade e justiça social para a sua população.
Assim, avalio
como muito positivos os passos que estão sendo dados pelo presidente Lula e
pelo ministro Fernando Haddad, pela ministra do Planejamento, e todos que
compõem o governo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Obrigado,
nobre deputado e sempre senador Eduardo Suplicy. Percebi aqui, deputado
Suplicy, que quando V. Exa. se dirigiu à tribuna, os alunos, aqui, dirigiram-se
novamente aos assentos para ouvi-lo atentamente. Então, estavam de saída, mas
quando ouviram o vosso nome indicado para a tribuna, retornaram aqui.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Minhas saudações, o
meu abraço e felicidades. Agradeço ao presidente Gil Diniz, que está me
chamando a atenção neste episódio.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Agradeço,
deputado.
Seguindo a ordem, na lista de oradores
inscritos no Pequeno Expediente, convido a fazer uso da tribuna do nobre
deputado Agente Federal Danilo Balas, que vai usar o tempo regimental no Grande
Expediente. O nobre deputado Gil Diniz abre mão do tempo, fala no Grande
Expediente também, e o nobre deputado Carlos Giannazi.
* * *
-
Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
* * *
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Encerrada a
lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, inicio aqui, a chamada na
lista de oradores inscritos no Grande Expediente.
Com defesa da tribuna, o nobre deputado
Dr. Elton. (Pausa.) Nobre deputado Danilo Balas, que faz, aqui, uma cessão de
tempo, com o deputado Alex Madureira. Vossa Excelência tem o tempo regimental
de dez minutos.
O
SR. AGENTE FEDERAL DANILO BALAS - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, senhoras deputadas,
senhores deputados, público da TV Alesp que nos acompanha nesta data de hoje,
tenho dois assuntos muito importantes. Data festiva e uma ação importante, não
só de agricultores de uma região do estado de São Paulo, como uma ação do nosso
governador Tarcísio de Freitas, e do nosso sempre presidente Jair Bolsonaro.
Primeiro,
parabenizar a minha querida cidade de Sorocaba pelo aniversário, semana de
festividades. No dia 15 de agosto, agora, sexta-feira, Sorocaba completa 371
anos de história. Uma cidade que eu tenho muito orgulho. Sou sorocabano, nasci,
fui criado, estudei em colégio público minha vida toda, escola Dr. Getúlio
Vargas, tenho minha família na cidade, minha esposa Fernanda, minha filha
Júlia.
Muita alegria
presidente, de, como parlamentar, poder ajudar a nossa cidade, que é referência
do estado de São Paulo. Que é referência como sede de uma região metropolitana
e, como deputado estadual, enviar investimentos, verbas, para a Educação, para
a Saúde, equipamentos importantes, como Pet Scan, ressonância magnética.
Unidades básicas de saúde, são 33, também receberam verbas do nosso mandato, o
Esporte, a Cultura, a Segurança Pública.
Aliás, nesta
sexta-feira, governador Tarcísio Freitas, o secretário Guilherme Derrite, eles
estarão em Sorocaba inaugurando um novo batalhão da Polícia Militar, tão
sonhado e esperado pela população, pelas autoridades, pelas forças de
segurança. E o meu mandato atuou muito para que isso acontecesse.
O 55º Batalhão
do Interior será instalado em Sorocaba. São 400 homens e mulheres atuando em
Sorocaba. São 100 novas viaturas, companhias da Polícia Militar e uma ação
sempre firme, vigorosa, de combate ao crime organizado, numa das principais
cidades do nosso País.
E aí aproveito
para lembrar a atuação da gloriosa Polícia Militar no estado todo, não
diferente a atuação da Polícia Civil, e também da Guarda Municipal. Sempre,
aqui na Assembleia, defendemos as Forças de Segurança, a SAP - também com seus
curiosos policiais penais - e a Polícia Técnico-Científica.
Então,
presidente, lembrá-los da nossa querida cidade de Sorocaba, pelos seus 371 anos
de história. Alegria de ser sorocabano.
Outro assunto
importante - e aí, presidente, V. Exa. conhece muito a região -, o Vale do
Ribeira: lembrar a cultura da banana, a bananicultura. São 833 mil toneladas
produzidas em uma área aproximada de 35 mil hectares. Uma região que deve ser
preservada de Mata Atlântica.
E, mesmo assim,
os pequenos, médios e grandes agricultores estão ali preservando numa reserva
legal, que deveria ser de 20%, mas muitas propriedades têm até 50% de reserva
legal. E, mesmo assim, plantam ali a banana.
E aí me lembro
de uma atuação importantíssima do nosso presidente Bolsonaro, quando, em 2019 -
numa decisão acertada, sábia, com a sua equipe de Relações Internacionais, seu
secretário da Fazenda, e uma decisão sua -, vetou a importação de banana do
Equador.
Essa decisão
valorizou e fortaleceu o mercado interno, fortaleceu o pequeno produtor, o
estado de São Paulo. E aí nós temos a demonstração de um verdadeiro presidente
que defende o seu país: veta produtos do país, no caso do Equador - a banana
que vinha para o Brasil - e valoriza a plantação, em especial, do Vale do
Ribeira.
Aproveitar e
mandar um abraço para o presidente Augusto Aranha e toda a sua equipe,
presidente da Abavar, que é a Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira.
E dizer que todo o Vale do Ribeira, como o estado de São Paulo, pode continuar
contando com o deputado estadual Danilo Balas aqui na Assembleia Legislativa.
Presidente,
muito obrigado, e Deus abençoe a todos.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Obrigado, nobre
deputado Danilo Balas. Parabéns pelas vossas colocações.
Convido a fazer uso da tribuna o nobre
deputado Tomé Abduch. (Pausa.) O nobre deputado Carlos Giannazi, que faz cessão
de tempo com a deputada Ediane Maria. Vossa Excelência tem o tempo regimental
de dez minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Gil Diniz, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia. De volta à
tribuna no dia de hoje.
Sr. Presidente,
eu quero aqui manifestar o meu total apoio à luta das educadoras de educação
infantil do município de Paulínia - na verdade, que são professoras de educação
infantil, porque elas exercem a... elas exercem a docência, elas têm formação
em nível superior e, enfim, elas são professoras de fato, como determina a
própria LDB. São aprovadas em concurso público, inclusive.
E elas têm um
histórico de luta: em 2010, elas conquistaram o enquadramento na carreira do
Magistério; em 2017, houve o aperfeiçoamento, onde elas foram enquadradas como
Professoras de Educação Básica (PEB I). Mas houve, nesse percurso, após essa
conquista, uma ação do Ministério Público - que nós discordamos radicalmente,
veementemente -, obrigando a Prefeitura a revogar a legislação aprovada, por um
equívoco, por um erro de interpretação do próprio Ministério Público, que não
entendeu ainda o que eu disse agora: que elas são professoras de fato e elas
devem ter os direitos que todas as professoras têm.
No entanto,
houve recurso - as professoras recorreram através do seu advogado, do Alexandre
Mandl, que acompanha essa luta já há muitos anos, sobretudo no município de
Paulínia - e houve recurso até o Supremo Tribunal Federal. Houve um acórdão que
a Prefeitura colocou em prática, mas que ela está extrapolando esse acórdão,
como, por exemplo, ela está fazendo redução salarial.
Isso não pode,
porque o município de Paulínia é um município rico. Ele pode manter os mesmos
salários das professoras, salários dignos, mesmo da Educação Infantil, até
porque as verbas do Fundeb autorizam também o pagamento das professoras de
Educação Infantil.
Houve alteração
no tempo de estudos, no planejamento, em vários outros trabalhos, em várias
outras atividades dessas professoras de Educação Infantil. Ou seja, a
prefeitura extrapolou o que estava solicitado no acórdão do Supremo Tribunal
Federal.
Então, eu
queria aqui fazer um apelo à Prefeitura para que reconsidere, para que atenda,
sobretudo, às reivindicações das educadoras de Educação Infantil e, sobretudo,
à sugestão do projeto de lei que já foi apresentado pelo movimento através do
advogado do Dr. Alexandre Mandl, presidente.
Então, é muito
importante que a Prefeitura crie todas as condições para reverter essa situação
e devolver às professoras de Paulínia, que foram também uma das pioneiras em
conquistar o enquadramento na carreira do Magistério. Porque nós entendemos que
a LDB e toda a legislação nacional já dão amparo para esse enquadramento. Aqui
em São Paulo, nós fizemos esse enquadramento em 2004, ainda na gestão da
prefeita Marta Suplicy, e em vários outros municípios também.
Então, é um
retrocesso o que aconteceu em Paulínia. Agora, o retrocesso maior é que o
prefeito está sendo mais realista do que o rei, mais realista do que a lei. E
lembro que essa situação será resolvida imediatamente após a aprovação do
Projeto de lei nº 2.473, de 2023, da deputada Luciene Cavalcante, deputada
federal, que já foi aprovada, inclusive, na Câmara Federal, nas comissões, em
plenário, e já está no Senado Federal.
E agora, nos
próximos dias, haverá a realização de uma audiência pública no Senado Federal
sobre essa questão do enquadramento de todas as educadoras de Educação Infantil
na carreira do Magistério, para que elas tenham acesso à aposentadoria
especial, à jornada de trabalho, ao Piso Nacional do Magistério.
É uma luta que
estamos travando com o movimento “Somos Todas Professoras”, que começou aqui em
São Paulo, exatamente aqui no plenário da Assembleia Legislativa, com as
audiências públicas que nós organizamos em 2017, 2018 e 2019.
Esse movimento
cresceu e virou hoje um movimento nacional, movimento do qual fazem parte as
professoras, as educadoras de Educação Infantil de Paulínia, que sempre
participaram ativamente desse movimento.
Então, a nossa
luta também hoje é, agora, no Senado Federal, para aprovar o Projeto de lei nº
2.473, da deputada federal Luciene Cavalcante. Então, quero manifestar o nosso
apoio e fazer um apelo aqui, repito, à Prefeitura, ao prefeito da cidade de
Paulínia, para que acate, para que receba, para que abra diálogo com as
educadoras de Educação Infantil, acatando a pauta e, sobretudo, a proposta que
pode reverter a situação, proposta que já foi apresentada, inclusive, pela
assessoria jurídica, pelo Dr. Alexandre Mandl, que resolve essa situação das
nossas colegas de Paulínia.
Quero, ainda, Sr. Presidente, aqui, registrar que
nós recebemos uma notícia muito importante de que foi aprovado agora, na
Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, o Projeto de lei nº 2.473, também
de 2023, Sr. Presidente. Na
verdade, esse projeto de lei, ele trata da questão dos professores readaptados,
que garante todos os direitos para os professores readaptados do Brasil.
Nós já tínhamos
aprovado aqui, na Assembleia Legislativa, em 2018, um projeto que eu
apresentei, garantindo que os professores readaptados pudessem também ter
acesso à aposentadoria especial, mas muitos municípios e muitos estados não
garantem ainda esse direito.
Então, a
deputada federal Luciene Cavalcante acabou de aprovar agora na Comissão de
Educação, o projeto de lei que garante, exatamente, esse direito à
aposentadoria especial. De tal forma que os professores readaptados possam ter
progressão na carreira, promoção, jornada e, sobretudo, a aposentadoria.
Ela é um
direito conquistado historicamente pelo Magistério. E a professora aposentada
continua sendo professora, ela continua trabalhando, só não pode lecionar em
sala de aula. Ela continua integrante da carreira do Magistério. Por isso ela
tem que ter direito à aposentadoria especial e a todos os outros direitos que
têm os outros professores.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. André Bueno.
* * *
Então era isso,
presidente. Quero parabenizar a deputada federal Luciene Cavalcante. E dizer
que agora o projeto segue para as outras comissões, depois para o Senado,
depois para a sanção do presidente da República.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ BUENO - PL - Agradeço as
palavras do nobre deputado.
Neste momento, queremos chamar pela
ordem. Deputado Mauro Bragato. Não está presente, registramos aqui. Chamamos, a
título de cessão pela deputada Delegada Graciela, o deputado Gil Diniz, para a
sua fala.
O senhor tem 10 minutos de tempo
regimental.
O
SR. GIL DINIZ - PL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, deputado André Bueno, que preside os
trabalhos no Grande Expediente.
Cumprimentar,
mais uma vez, o nobre deputado Eduardo Suplicy, sempre senador pelo estado de
São Paulo. Cumprimentar o nosso grande amigo, deputado Frederico d’Avila, um
amigo da última legislatura, professor de política, alguém ligado ao
agronegócio, que sempre liderou a nossa bancada aqui.
Nestes temas e
em outros mais, V. Exa. faz muita falta nesta Casa Legislativa. Mas eu tenho
certeza que V. Exa., ou retornará aqui, ou terá voos ainda maiores. Mas
agradeço a sua presença, principalmente a sua amizade, a sua lealdade ao nosso
presidente Bolsonaro, deputado Frederico d’Avila.
Presidente, vim
a esta tribuna movido pela indignação que um áudio vazado, no que chamamos de
Vaza Toga, um áudio de um juiz de São Paulo que foi assessorar o ministro
Alexandre de Moraes no STF. Esse juiz, repito, aqui de São Paulo, Airton
Vieira, nas mensagens trocadas, tem um tom de deboche, de desprezo, de repulsa
aos presos do 8 de janeiro.
Em um diálogo
com outros membros desse grupo de WhatsApp, ele se despedia, e dizia que daria
o que é de direito àquelas pessoas que foram presas no 8 de janeiro. Daria o
que elas mereciam na audiência de custódia: a prisão. Deputado Frederico, nem a
audiência de custodia havia sido feita, elaborada, e o juiz Airton Vieira já
dizia, nesse grupo de WhatsApp, qual seria o destino desses homens e mulheres
custodiados pelo estado naquele momento.
Ele já tinha a
definição: “Darei a eles o que eles merecem: a prisão”. É a banalidade do mal
que antes a gente falava. Alexandre de Moraes se acha acima do bem e do mal. E
agora nós vemos um ecossistema jurídico do mal, que de justiça não faz
absolutamente nada. E sim, persegue os seus adversários políticos.
Alexandre de
Moraes com esse juiz, que o assessora, repito, juiz aqui de São Paulo, do
Tribunal de Justiça de São Paulo, que desonra a Magistratura paulista. Agora,
sai mais um áudio dele, mais uma mensagem dele, na data de ontem, quando ele
diz que não está aguentando mais, já passou de todos os limites que aquilo ali
está o prejudicando, até emocionalmente está prejudicando a sua família, mas
que ele não quer largar Alexandre de Moraes nesse momento de tensão, nesse momento
de comoção.
E não é porque
ele está açodado de trabalho, não, porque talvez reste uma centelha de peso na
consciência desse juiz que sabe que já extrapolou o limite legal do nosso
Ordenamento Jurídico.
Nós temos hoje
no Brasil presos e presas políticos por crime de opinião. E aí a Vaza Toga traz
mais informações. Lembrando, a Vaza Toga, algumas mensagens vazadas dos
celulares destes juízes, destes assessores de Alexandre de Moraes, que estão
vindo a público também.
Deputado André
Bueno, denúncia gravíssima feita pelo Eli Vieira, pelo David Ágape. Eles
mostram ali que homens e mulheres foram presos naquele momento por postagens no
Twitter, atual X, a uma prisão de um caminhoneiro aqui do Sul, que chegou em 8
de janeiro, ao final do dia, ou seja, não estava ali acampado há semanas, não
participou do quebra-quebra no Congresso Nacional.
Mas no momento
da prisão ilegal deste senhor fizeram uma certidão, havia uma certidão positiva
ou negativa. O que era isso? Se houvesse postagens nas redes sociais criticando
Luiz Inácio, o seu partido, o STF, esses manifestantes ficariam presos
preventivamente.
E essa certidão
totalmente ilegal, irregular, que extrapola o nosso Ordenamento Jurídico, fez
esse senhor ficar preso preventivamente por meses. É o que nós estamos denunciando,
presidente. Há muito tempo, os abusos de Alexandre de Moraes contra esse povo,
principalmente esse povo simples, homens e mulheres que estavam lá em Brasília
e exerciam seu direito à manifestação.
É óbvio que
quem quebrou ali o Congresso Nacional tem que ser responsabilizado, deputado
Itamar, mas dentro da sua conduta, a individualização da pena tem que ser
aplicada e não de uma maneira geral.
Estão acusando
todos ali de golpe de Estado, acabar, tentar destruir o Estado Democrático de
Direito, como se Alexandre de Moraes representasse isso. Ele é um juiz injusto
que agora vai ficando isolado e vai ser descartado a qualquer momento pelos
seus pares, que não aguentam mais.
Olhem,
senhores, alguns juízes ali também, que não prezam por justiça nenhuma, e sim
caçam seus adversários políticos, já não aguentam mais os desmandos de
Alexandre de Moraes, principalmente agora nesse final, que ele manda a prisão
domiciliar o presidente Bolsonaro.
Primeiro coloca
uma tornozeleira, depois ordena aí que Jair Bolsonaro não tenha contato,
deputado Frederico, com ninguém que não esteja previamente autorizado por ele.
É a anulação política que Alexandre de Moraes tenta fazer, depois de tentar
destruir o presidente Bolsonaro moralmente e politicamente.
Senhores, não
conseguiu e não vai conseguir, porque há algo muito maior na vida do presidente
Bolsonaro, há a vontade, há a providência divina, como nós vimos no episódio de
6 de setembro de 2018, quando tentaram, deputado Itamar, matá-lo nas ruas de
Juiz de Fora, em Minas Gerais. Não conseguiram. Tentaram matá-lo politicamente,
não conseguiram. Tentaram matá-lo politicamente, moralmente e fisicamente,
deputado André Bueno, e não conseguiram.
E o presidente
agora em prisão domiciliar, não podendo falar com praticamente ninguém, ainda
pauta, deputados, o debate público aqui. E Alexandre de Moraes não conseguirá
prender, já prendeu dezenas, centenas, milhares, mas não conseguirá prender
esse sentimento de indignação nacional contra esses que nos governam hoje no
governo federal, Luiz Inácio e a corte suprema, capitaneada, liderada por
Alexandre de Moraes, um mau juiz, um juiz que não faz justiça, um juiz
político, que politiza a corte e usa a toga para destruir os seus adversários.
Repito aqui,
Alexandre, você sem a toga não é ninguém.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ BUENO - PL - Agradeço ao
nobre deputado Gil Diniz.
Também, neste momento, fazemos menção
ao nobre deputado Frederico d’Avila. Obrigado pela presença, deputado. É uma
honra tê-lo nesta Casa, que é a sua casa sempre, tenha certeza disso.
Pela lista, nós temos um direito de
cessão, cedido pela deputada Thainara Faria ao nobre deputado Eduardo Suplicy.
Por favor, Eduardo Suplicy, tem dez minutos, tempo regimental. Em seguida,
Itamar Borges.
O SR. EDUARDO SUPLICY
- PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado André
Bueno, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, é com muita alegria que receberei hoje
no Brasil aquela pessoa que considero a maior autoridade a respeito do tema que
considero tão importante, a instituição da renda básica universal.
Em 2018, quando
foi publicada no Brasil “Renda básica: uma proposta radical para uma sociedade
livre e economia sã”, dos professores Philippe Van Parijs e Yannick
Vanderborght, eu escrevi o seguinte prefácio nessa edição feita pela Cortez
Editora e pela Fundação Perseu Abramo.
Eu digo o
seguinte, no prefácio à edição brasileira: “Eu já havia lido grande parte das
principais obras de Philippe Van Parijs, como ‘Arguing for Basic Income:
Ethical Foundations for a Radical Reform’, Versa, 1992, ‘Real Freedom for All:
What (if anything) Can Justify Capitalism?’, Oxford, 1995; também aquelas que
em coautoria com Yannick Vanderborght, como ‘L’Allocation Universelle’, La
Découverte, 1995, e assistido a muitas de suas palestras, com as quais tanto
aprendi.
Desta vez,
felizmente, pude aprender muito mais com este livro, ‘Basic Income: a Radical
Proposal for a Free Society and a Sane Economy’, que se constitui na mais completa
obra sobre o tema, em que encontramos seus fundamentos e desenvolvimento nas
mais diversas correntes do pensamento ao longo da história, com uma riquíssima
bibliografia e um extenso conjunto de notas que nos habilitam a conhecer melhor
as contribuições de pessoas como Confúcio, Thomas Morus, Juan Luis Vives, Adam
Smith, Thomas Paine, Henry Saint Simon, Karl Marx, Joseph Charlier, Charles
Fourier, Jean-Jacques Rousseau, Bertrand Russell, Augustin Cornot, Friedrich
von Hayek, Abba Lerner, Oskar Lange, Anthony Atkinson, James Edward Meade, John
Maynard Keynes, Juliet Rhys-Williams, Joan Robinson, William Beveridge, Thomas
Skidmore, André Gorz, George Stigler, Milton Friedman, James Tobin, Peter
Townsend, Martin Luther King Jr., Desmond Tutu, John Kenneth Galbraith, Robert
Theobald, Bruce Ackerman e Anne Allstott, Jean-Marc Ferry, Zephania Kameeta,
Paul Krugman, Russell Long, George McGovern, Clauss Offe, Edmund Phelps, Thomas
Piketty, John Rawls, Amartya Sen, Guy Standing, Joseph Stiglitz, Jan Tinbergen,
Götz Werner, Karl Widerquist e tantas outras pessoas que participaram
intensamente do debate sobre a renda básica.
Após uma
exposição rica sobre as qualidades da renda básica, as formas tão diversas de
financiá-la e colocá-la em prática em tantos países, Philippe e Yannick
concluem que “Um dia nós vamos pensar por que demorou tanto tempo para que
debaixo de nossos pés pudéssemos ter um solo firme, capaz de nos sustentar. O
que costumava ser visto como uma fantasia de um grupo de lunáticos se tornará,
então, uma conquista irreversível e autoevidente”.
Qual a maior
vantagem da Renda Básica de Cidadania Universal e Incondicional? É prover
dignidade e liberdade real para todas as pessoas na sociedade. Esta é a síntese
do que aprendi com este livro. Destaco aqui alguns dos pensadores da história
que formularam pensamentos sobre a Renda Básica:
‘Sigam sempre o
exemplo de Jesus, que, sendo rico, se fez pobre por vós, a fim de que vós
fosseis ricos por sua pobreza, e pregou, conforme está escrito, para que haja
igualdade: ‘O que colheu muito não teve demais, e o que colheu pouco não teve
de menos’. Segunda Epístola de Paulo aos Coríntios.
‘Toda pessoa
que tem um grande patrimônio deve reservar uma parte para os que pouco ou nada
têm.’ Omar, o segundo dos quatro califas que sucederam a Maomé, no livro dos
Hadis.
‘Se for para
aceitar o consumo tão luxuoso dos mais ricos, devemos antes assegurar a
sobrevivência de toda a humanidade com o suficiente para suprir as suas
necessidades básicas, e mais um pouco.’ Dalai-Lama.
‘Em vez de
infligir esses castigos horríveis, seria muito melhor prover a todos algum meio
de sobrevivência, de tal maneira que ninguém estaria se submetendo à terrível
necessidade de se tornar primeiro um ladrão e depois um cadáver.’ Thomas Morus.
‘De cada um, de acordo com a sua capacidade, a cada um, de acordo com as suas
necessidades.’ Karl Marx.
‘Todo
proprietário que cultiva a terra deve à comunidade um aluguel por ela. Todo indivíduo nasce no mundo com um legítimo
direito a certa forma de propriedade ou seu equivalente.’ Thomas Paine, grande
ideólogo das revoluções americana e francesa. ‘O desenvolvimento, para ser
significativo e pleno, deve corresponder a um maior grau de liberdade para toda
a população.’ Amartya Sen.
‘Eu defendo a
necessidade de darmos o mínimo a cada um, de acordo com o direito de todos os
brasileiros de ter um mínimo para a sua sobrevivência.’ Josué de Castro, grande
brasileiro defensor do combate à fome.
Professor Celso
Furtado escreveu para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por ocasião da
sanção da Lei nº 10.835, de 2004, o seguinte. “Neste momento, em que V. Exa.
sanciona a lei da renda básica de cidadania, quero expressar-lhe a minha
convicção de que, com essa medida, nosso país coloca-se na vanguarda daqueles
que lutam pela construção de uma sociedade mais solidária. Com frequência o
Brasil foi referido como um dos últimos países a abolir o trabalho escravo,
agora o Brasil será referido como o primeiro que institui um sistema de
solidariedade tão abrangente, e ademais, aprovado pelos representantes de seu
povo”
Em abril de
2002, o relator que institui a renda básica de cidadania, senador Francelino
Pereira, do PFL de Minas Gerais, de um partido mais conservador do que o PT, me
disse: “Estou com 81 anos, não serei mais candidato, quero estudar a sua
proposta com toda a seriedade”. Dei-lhe a primeira edição de meu livro “Renda
de Cidadania: a Saída é pela Porta”.
Eis que, após
ler, ele refletiu comigo: “É uma boa proposta, mas você tem que atender à Lei
de Responsabilidade Fiscal, pela qual para cada despesa é preciso haver o gasto
correspondente. Que tal você aceitar um parágrafo que diga que a RBC será
instituída por etapas, a critério do Poder Executivo, priorizando-se os mais
necessitados”.
E eu me lembrei
de que um dos principais autores mencionados diversas vezes no livro de
Philippe e Yannick, James Edward Meade, que, em “Agathotopia” após explicar que
para alcançar os objetivos de liberdade, eficiência e igualdade, era necessário
haver flexibilidade de preços e salários, quotas de participação nos resultados
para os trabalhadores nas empresas e a renda básica de cidadania.
Em seu último
capítulo, James Meade recomenda que importante é se empenhar para que os
objetivos sejam alcançados gradualmente, pois, se quiser realizar todas as
transformações de pronto, então, aí ocorrem todas as instabilidades políticas,
as que ele testemunhou ao longo do século XX. Ele nasceu em 1907 e faleceu em
1995”.
Sr. Presidente,
eu teria alegria, logo mais ao final da tarde, de poder buscar o professor
Philippe Van Parijs e a sua esposa Sue Black, que chegam ao Brasil hoje, à São
Paulo, para realizarem palestras na Universidade de São Paulo, na Faculdade de
Economia e Administração, também na Unicamp, no Cebrap. E depois as palestras
que serão realizadas tanto em Maricá, quanto em Niterói e que, certamente,
alcançaram grande resultado.
Eu fico muito
contente de ser um dos organizadores desse congresso internacional da Bien,
proporcionado pelas administrações, tanto de Maricá, como de Niterói. Então eu
voltarei ainda a falar desse tema em nossas reuniões, e recomendo as todos que
possam conhecer “Renda básica, uma proposta radical para uma sociedade livra e
uma economia sã”, da Cortez Editora e da Fundação Perceu Abramo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ BUENO - PL - Agradeço o
nobre deputado Eduardo Suplicy.
Pela ordem, neste momento, queremos
convocar também aqui, abrir a oportunidade para o nobre deputado Itamar Borges.
É regimental o período de dez minutos no Grande Expediente.
O
SR. ITAMAR BORGES - MDB -
Sr. Presidente, colegas deputadas, deputados. Parabéns, Suplicy, por essa
história, essa sua luta, nós acompanhamos há muitos anos, aliás, há décadas,
que com certeza teve tantos avanços importantes e conquistas, parabéns pela sua
trajetória. Saudar o Giannazi, todos os colegas. Sr. Presidente, quero colocar
hoje aqui a minha alegria, a minha satisfação por dois atos desta Casa que
aconteceram esta semana.
Um foi na
segunda-feira à noite, aqui neste plenário, uma sessão solene de relançamento
da Frente Parlamentar do Agro Paulista e, no mesmo momento, tivemos aqui um
painel que falou dos cenários do agro para o segundo semestre, os impactos do
tarifaço e as medidas importantes e necessárias do governo para apoiar essas
empresas, esses produtores, exportadores e o nosso agro de um modo geral.
A frente
parlamentar, a criamos no mandato anterior, reeditamos agora e esse
relançamento tem o propósito de fazer a interlocução com o governo, a interlocução
com a Secretaria da Agricultura, a interlocução com a FPA, Frente Parlamentar
do Agro lá de Brasília, do Congresso Nacional, Senado e Câmara, com que atuamos
de forma conjunta. Tivemos avanços importantes em toda essa sequência de
trabalho e aqui fizemos uma nova pauta.
Quero agradecer
às 45 entidades do agro aqui de São Paulo que compõem o Fórum Paulista do
Agronegócio, presidido pelo presidente Del Grande, da Ocesp. Essas entidades
têm um papel fundamental em trazer as pautas, trazer as demandas para
construirmos os caminhos, seja junto ao governador, secretarias, ou mesmo no
mundo privado. Então, parabéns a todos os colegas deputados. É uma frente
parlamentar que tem 49 colegas participantes, 49 deputados.
Temos como
vice-presidente o deputado Alex Madureira e aqui, durante o ato, foi histórico,
porque tínhamos aqui a presença de seis ex-secretários e do atual secretário
representado pelo Executivo. Na mesma oportunidade, o ex-secretário e
ex-ministro e representante, porta-voz do agro na COP, Roberto Rodrigues, foi
homenageado pela sua trajetória, pela sua luta, pela sua história e pelos
avanços que tivemos com a sua parceria.
Um outro ponto
que quero falar aqui, Sr. Presidente, é sobre a parceria que tivemos para
realizar esse evento. O evento foi SP Agro e FPA, que é a frente de Brasília.
Estava aqui o
vice-presidente, representando o deputado Lupion, presidente; estava o
vice-presidente da FPA, que é o deputado, amigo, que já foi deputado nesta
Casa, já foi secretário aqui em São Paulo e é hoje uma grande liderança do agro
no Congresso Nacional, o deputado Arnaldo Jardim. Então, foi uma somatória com
as entidades, com as lideranças, com os nossos colegas deputados, com a FPA,
para podermos viver esse momento.
Ontem,
terça-feira, no Colégio de Líderes - como líder do MDB, fico muito feliz de ter
participado dessa construção -, tivemos ali um importante momento, que foi a
consolidação de um trabalho que eu, como parlamentar, e outros colegas
parlamentares, a Frente Parlamentar do Turismo, a Comissão de Turismo, que
presidi por tantos anos...
Em um
entendimento com o nosso presidente André do Prado e em um diálogo com o
secretário Roberto de Lucena, com o governo, conseguimos um consenso de pegar
todos os projetos que estão prontos para serem votados e que criam Municípios
de Interesse Turístico para que possam ser pautados, priorizados e votados.
Em consenso,
ontem, no Congresso de Líderes, na reunião de líderes, ontem de manhã, ficou
deliberado: congresso de comissões e, na sequência, votação desses projetos. É
um impulso, é um fortalecimento do Turismo para São Paulo e para o Brasil.
O Município de
Interesse Turístico agrega valor ao município. Quando você tem o título, o
reconhecimento, a lei aprovada por esta Casa e sancionada pelo governador, isso
potencializa o Turismo, identifica os atrativos, as referências do município e,
com certeza, gera emprego, gera renda e gera desenvolvimento.
Portanto, a
Assembleia, nos próximos dias, ao aprovar essa importante transformação de mais
70 municípios, e Municípios de Interesse Turístico, nós vamos estar, nesse
momento, impulsionando o emprego, a renda, e contribuindo com um fortalecimento
ainda maior do turismo aqui em São Paulo e, consequentemente, no Brasil.
Parabéns ao
presidente André do Prado, ao secretário Roberto de Lucena, à nossa Comissão de
Turismo e aos 94 deputados desta Casa. Que demos as mãos para este momento. E
eu fico feliz, porque fui autor, lá atrás... Coautor do projeto que criou os
Municípios de Interesse Turístico e hoje participo como autor e coautor,
consequentemente, dessas novas cidades que serão Municípios de Interesse
Turístico.
Agradeço a
oportunidade, presidente, saudando os colegas e deixando um abraço a todos.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ BUENO - PL - Obrigado,
nobre deputado, pelas palavras e também a ação desta Casa no que diz respeito
ao Turismo. Esses novos municípios certamente farão a diferença no nosso
estado, gerando muitas oportunidades para todos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem, Sr.
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ BUENO - PL - Pela ordem,
nobre deputado Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Eu gostaria de
utilizar a tribuna pelo Art. 82 do Regimento Interno pela liderança do PSOL.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ BUENO - PL - É regimental o
pedido do nobre deputado. Tem cinco minutos para a sua fala.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PELO
ART. 82 - Sr. Presidente deputado André Bueno, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
público aqui presente. Sr. Presidente, eu estava, aqui, falando sobre a luta
das educadoras de educação infantil do município de Paulínia, que conquistaram
em 2010 e depois em 2017 o direito de serem enquadradas na carreira do
Magistério, porque elas exercem a função docente, elas são aprovadas em
concurso público e têm formação.
Logo, elas são
reconhecidas, são professoras de fato. Como determina, como reconhece, também,
a própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
E ontem, Sr.
Presidente, foi aprovada uma lei importante na Câmara Municipal, fruto da
mobilização das educadoras de educação infantil, que foi o PLC nº10, de 2025,
que trata da questão das atribuições das educadoras de educação infantil,
reconhecendo que cuidar também é, logicamente, educar.
Eu digo isso,
presidente, porque houve uma conquista em 2010, 2017, porém, por conta de uma
ADI do Ministério Público estadual, houve, depois, um retrocesso, em que elas
perderam esse direito ao enquadramento.
Inclusive,
houve uma grande mobilização, recurso que foi até o Supremo Tribunal Federal, a
publicação de um acórdão, que a prefeitura está cumprindo, mas está cumprindo
além da conta.
Sendo mais
realista do que um rei, com redução salarial, mexendo na questão do tempo de
estudos, no planejamento, retirando vários direitos, várias atribuições
importantes dessas professoras. Não há necessidade para isso, isso não está no
acórdão publicado pelo Supremo Tribunal Federal.
Então queria,
aqui, fazer um apelo ao prefeito, novamente, ao prefeito de Paulínia, para que
ele reconsidere isso, atenda às reivindicações das educadoras de educação
infantil, e, sobretudo, o projeto, a proposta que já foi elaborada pelo
advogado do movimento, que é militante da causa, que é o Dr. Alexandre Mandl,
que representa as educadoras de educação infantil de Paulínia.
Querem que a
prefeitura abra diálogo porque não há necessidade, por exemplo, de redução
salarial, embora tenha uma ADI que está sendo respeitada, mas outras questões
aqui. Redução salarial, isso não há necessidade. E há já uma alternativa
construída pelo movimento que é essa proposta apresentada já pelo Alexandre
Mandl, o nosso advogado, do movimento.
Então queria
fazer esse registro e fazer esse apelo à prefeitura e manifestar o nosso total
apoio à luta das educadoras da educação infantil, que são professoras, de fato,
porque exercem a função docente, são aprovadas em concurso público e têm
formação em nível superior.
E essa proposta
aprovada ontem foi muito importante, porque ela consolida exatamente essa
função docente de que o cuidar também é educar. Não existe separação entre
educar e cuidar, como está na própria legislação.
Faço aqui,
também, uma correção no pronunciamento que eu fiz anteriormente, eu citei a lei
errada, na verdade. A lei que já está no Senado Federal para resolver
definitivamente essa situação é... Não é nem uma lei, é um projeto de lei, é o
PL nº 2387, de 2023, da deputada federal Luciene Cavalcanti.
Um projeto
construído coletivamente pelo movimento “Somos Todas Professoras”, do qual
fazem parte também as educadoras de Paulínia, que participaram desde o início
desse movimento. O movimento começou aqui no plenário da Assembleia
Legislativa, em 2017, 2018, 2019, com várias audiências públicas, com vários
municípios aqui do nosso Estado. E hoje o movimento já é um movimento nacional.
Então, por
conta da ampla mobilização e com o trabalho insistente da deputada federal, que
é professora também, Luciene Cavalcante, o projeto já foi aprovado na Câmara
dos Deputados, já está no Senado Federal, e haverá nos próximos dias uma
audiência pública para debater no Senado, e com certeza esse projeto será
aprovado e sancionado pelo presidente Lula, para enquadrar todas as educadoras
de educação infantil na carreira do Magistério.
Então, eu
queria fazer esse registro, Sr. Presidente, manifestando o nosso total apoio à
luta das educadoras de educação infantil e também a aprovação imediata desse
projeto de lei, o PL 2387, lá no Senado Federal, projeto da deputada federal
Luciane Cavalcante, do movimento “Somos Todas Professoras”.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Havendo acordo
entre as lideranças, Sr. Presidente, eu peço aqui a suspensão dos nossos
trabalhos até as 16 horas e 30 minutos.
O
SR. PRESIDENTE - ANDRÉ BUENO - PL - Obrigado,
deputado. O pedido é regimental e será acatado por esta Mesa.
Está encerrada a sessão.... Suspensa a
sessão até as 16 horas e 30 minutos.
Muito obrigado.
* * *
- Suspensa às 15 horas e 46 minutos, a
sessão é reaberta às 16 horas e 31 minutos, sob a Presidência do Sr. Bruno
Zambelli.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - BRUNO ZAMBELLI - PL - Reaberta a
sessão.
Ordem do Dia.
* * *
-
Passa-se à
ORDEM DO DIA
* * *
O
SR. PRESIDENTE - BRUNO ZAMBELLI - PL - Há sobre a
mesa requerimento do nobre deputado Carlos Cezar, com o número regimental de
assinaturas, nos termos do Art. 35, do Regimento Interno, para a constituição
de uma comissão de representação com a finalidade de participar de reuniões em
ministérios do governo federal, nos dias 14 e 15 de agosto do corrente ano, em
Brasília, a ser custeada via verba de gabinete parlamentar.
Em votação. As Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento do nobre
deputado Lucas Bove, com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art.
35, do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação
com a finalidade de participar da Fenasucro & Agrocana - Feira Mundial da
Bioenergia, a realizar-se entre os dias 12 e 15 de agosto do corrente ano, na
cidade de Sertãozinho, a ser custeada via verba de gabinete parlamentar.
Em votação. As Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento do nobre
deputado Lucas Bove, com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art.
35, do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação
com a finalidade de participar do VIII Fórum Nacional da Liga Cristo Rei, a
realizar-se no período de 22 a 25 de agosto do corrente ano, na cidade do Rio
de Janeiro, a ser custeada via verba de gabinete parlamentar.
Em votação. As Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
Há sobre a mesa requerimento do nobre
deputado Luiz Claudio Marcolino, com o número regimental de assinaturas, nos
termos do Art. 35, do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de
representação com a finalidade de participar de audiência pública para a
discussão de interesses e defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras
bancários, a realizar-se no dia 19 de agosto do corrente ano, em Brasília, a
ser custeada via verba de gabinete parlamentar.
Em votação. As Sras. Deputadas e os
Srs. Deputados que estiverem de acordo permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Aprovado o requerimento.
A
SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - Pela ordem,
presidente.
O
SR. PRESIDENTE - BRUNO ZAMBELLI - PL - Com a palavra,
deputada.
A
SRA. ANDRÉA WERNER - PSB - Gostaria de solicitar
o levantamento da sessão.
O
SR. PRESIDENTE - BRUNO ZAMBELLI - PL - Havendo acordo
de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos,
convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem
Ordem do Dia.
Está levantada a sessão.
*
* *
- Levanta-se a sessão às 16 horas e 34
minutos.
*
* *