14 DE FEVEREIRO DE 2025

9ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: DONATO e GIL DINIZ

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - DONATO

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h10min.

        

2 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - GIL DINIZ

Assume a Presidência.

        

4 - DONATO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - DONATO

Assume a Presidência.

        

7 - GIL DINIZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

10 - EDUARDO SUPLICY

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

11 - GIL DINIZ

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

12 - PRESIDENTE DONATO

Anota o pedido. Lamenta a falta de água em residências da zona sul da cidade de São Paulo. Lembra que na próxima semana deve ser divulgado parecer da Procuradoria-Geral da República a respeito de 08/01/23.

        

13 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

14 - PRESIDENTE DONATO

Defende as condenações dos generais Braga Netto e Augusto Heleno, e do ex-presidente Jair Bolsonaro, em razão dos fatos em 08/01/23.

        

15 - GIL DINIZ

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

16 - PRESIDENTE DONATO

Defere o pedido do deputado Gil Diniz. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 17/02, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h57min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Donato.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente. Vamos ao Pequeno Expediente.

Primeiro orador, deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Reis. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Gil Diniz, com a palavra.

O senhor tem cinco minutos improrrogáveis. Claro que não, não é? O senhor fale à vontade, por favor.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente, nobre deputado Donato, extremamente regimentalista, vai cumprir o tempo à risca. Prometo não me estender. Cumprimento aqui os deputados presentes no Pequeno Expediente, nosso deputado Eduardo Suplicy. Cumprimentei agora o deputado Enio Tatto.

Presidente, não vou me alongar na fala. Já gostaria de colocar um vídeo aqui no telão, se possível. Creio que o vídeo seja de hoje. Presidente Lula da Silva dizendo aqui, dando a receita para a dona Maria, de repente para economizar, já que ele diz que se está caro, não compre. Acho que ele está pedindo para trocar a carne pelo ovo. Por favor.

 

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- É exibido o vídeo.

           

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Está ótimo, está ótimo o vídeo. O presidente Lula, não sei o que colocaram na água dele, mas ele estava extremamente animado hoje, deputado Donato. Presidente que talvez tenha sido desconectado do povo e fica agora fazendo essas chicanas. “Olha, nós gostamos de pão com mortadela”, “Olha, nós comemos muito ovo”. Olha, na campanha, ele prometeu picanha e cervejinha. Não tem cervejinha e não tem picanha.

Talvez tenha cervejinha para os marginais que estão assassinando os trabalhadores no estado de São Paulo para roubar um celular. O Lula dizia, falava sobre a violência policial, que o PT gosta tanto de abordar aqui, que: “Coitadinhos.  Às vezes eles só vão roubar um celular para tomar uma cervejinha”.

Olha o que aconteceu na data de ontem na cidade de São Paulo. Um trabalhador, um ciclista, Medrado, professor também, brutalmente assassinado. Assassinado, deputado Donato, seis horas da manhã. O marginal já chegou atirando. Salve engano aqui, um tiro no pescoço. Algumas horas depois, na mesma região, outra pessoa foi assaltada também. Foi atingida por marginais.

Aí, quando nós estamos aqui no plenário e falamos “Olha, as bancadas de esquerda gostam de passar a mão na cabeça de bandido, gostam de defender desencarceramento”, “Olha, direitos humanos para esse tipo de marginal”, não tem como vir aqui na tribuna e deixar de defender os direitos humanos para aquele professor de ciclismo que foi brutalmente assassinado na data de ontem.

Então o presidente Lula da Silva não tem compromisso com absolutamente ninguém. Não tem compromisso com os mais pobres, com você, dona Maria, que está em casa, que acreditou nesse senhor, acreditou que teria picanha e cervejinha.

E hoje ele fica debochando de vocês aí, dizendo “olha substituam aí por osso”. Por osso, não por ovo, osso eles tão distribuindo aí, presidente. E na questão da violência, na violência urbana, fica aqui o registro também. Marginais roubando celulares às 6 horas da manhã e matando o trabalhador. Talvez para tomar aquela cervejinha, que Lula da Silva prometeu em campanha.

E fazendo aqui também o registro. Não adianta as autoridades municipais, estaduais e federais falarem para nós que a violência está sob controle aqui em São Paulo, na cidade, no estado: não está. Policiais assassinados à luz do dia, policiais militares, policiais civis, delegados. E agora, como nós vimos na data de ontem, esse cidadão brutalmente assassinado. Estamos no caos, e queremos a pronta reação presidente.

Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Obrigado, deputado Gil Diniz. Se o senhor puder assumir a Presidência aqui pra que eu possa também usar a palavra, agradeço.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Gil Diniz.

 

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O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Assumindo os trabalhos aqui no pequeno expediente convido a fazer uso da tribuna a nobre deputada Dani Alonso. (Pausa.) O nobre deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Nobre deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Nobre deputado Lucas Bove. (Pausa.) Nobre deputada Leci Brandão. (Pausa.) Nobre deputado Donato. Vossa Excelência tem os cinco minutos regimentais.

 

O SR. DONATO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado presidente, deputado Suplicy, deputado presidente Gil Diniz, demais que nos acompanham aqui no plenário.

Se sobrar tempo do meu assunto, eu vou comentar a fala o deputado Gil Diniz. Mas eu tenho um assunto que é muito importante. Eu vim aqui justamente por ele. Eu recebi ontem um e-mail que eu vou ler aqui, de uma denúncia que eu já fiz aqui há mais de 10 dias, e que tem repercutido inclusive na imprensa. Vou ler para vocês.

“Moradores da região do Capão Redondo, ao lado do CEU do Capão Redondo, vêm solicitar uma atitude de vossas senhorias para uma situação de urgência. Estamos há dias sem ter água. São idosos, crianças, pessoas com deficiências, famílias e trabalhadores tendo seu direito de saneamento, alimentação e higiene prejudicados. Foram feitas várias reclamações na Ouvidoria da Sabesp. Não há nenhum esclarecimento ou justificativa para a falta de água.

Apenas nos informam os números de protocolo. Rua Luis Dalman, Jardim Sonia Ingá, ao lado do CEU do Capão Redondo. Isso é desumano. Atualmente estamos há duas semanas sem o fornecimento de água. Moramos aqui 32 anos e isso nunca aconteceu. É na periferia que o descaso acontece, e depois somos vistos como baderneiros quando fazemos manifestações.

No que tange à fiscalização do respectivo abastecimento de água, que deve ser feito pelos senhores, também foi lamentável a privatização da mesma, com o intuito de melhorias. Não é isso que estamos sentindo na própria pele, no dia a dia. O Grupo Equatorial não está cumprindo com as suas responsabilidades.

Estão praticando crime com os moradores dessa região, e a situação ultrapassa os limites. Estamos pedindo ajuda para que possamos resolver de forma pacífica. Peçam CPI desse leilão, e nos ajudem.”

Como eu disse já falei isso, há 10 dias atrás, não é só o Jardim Sonia Ingá. É toda a região do Valo Velho, Jardim das Rosas, Macedônia, Parque Fernanda. Toda aquela região indo, para Itapecerica, Jardim Cinira e Idemori, com falta de água há bastante tempo, e permanentemente.

E a gente se sente impotente. Porque a regional da Sabesp, da região lá do Capão Redondo, do Campo Limpo, é do lado do Cemitério São Luiz. E durante a vida toda nós fomos lá e resolvemos problemas, ou pelo menos tivemos um “não” explicado. Dessa vez, a gente não consegue marcar uma reunião com ninguém da Sabesp.

É um descaso! Desde novembro eu peço reuniões lá, e ninguém atende. “Estamos trocando a direção, estamos fazendo ajustes.” E não tem ninguém para responder. E a falta de água, dessa maneira cruel com a população, ainda mais com essa onda de calor.

É cruel o que está acontecendo. Eu pediria que a gente passasse um breve vídeo de uma de uma matéria que saiu na TV no início dessa semana, mas a situação perdura, porque esse e-mail é de ontem. Então queria rapidamente passar o vídeo, para que a gente possa ver a dramaticidade do problema, além do problema das contas de água, que eu falo depois. Vamos lá?

 

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- É exibido o vídeo.

 

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É isso, deputado Gil Diniz. Os efeitos da privatização estão se mostrando muito mais rápidos do que a gente imaginava. Como eu não tive acesso a Sabesp, eu fui a Arsesp, que é a Agência Reguladora do Saneamento em São Paulo, que, enfim, tem que regular a Sabesp.

E lá eu fiquei sabendo que 400 mil famílias foram excluídas da tarifa social. Por isso que tem essa explosão de contas que eram de 50 reais e vão para 200, 300 reais, às vezes até mais, porque tem várias faixas de tarifa social.

E esse debate nós vamos fazer aqui, inclusive porque eu protocolei um pedido de CPI da Sabesp, porque a gente precisa abrir a caixa preta da privatização da Sabesp e dessa operação que já está mostrando os danos dessa privatização para a população de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Obrigado, nobre deputado Donato. Convido a fazermos a tribuna o nobre deputado Major Mecca. (Pausa.) Nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.) Nobre deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) O nobre deputado Carla Morando. (Pausa.) Nobre deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Nobre deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, deputado Antonio Donato, deputado Gil Diniz, gostaria aqui de ressaltar primeiro que há indicativos econômicos positivos presentemente, pois o desemprego é o menor da história em 14 anos em 2024, segundo o IBGE.

A taxa anual de desemprego foi a menor da história em 14 estados brasileiros em 2024. Segundo a pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua trimestral, publicada nesta sexta pelo IBGE, são eles: Acre, 6,4%; Amazonas, 8,4%; Amapá, 8,3%; Tocantins, 5,5%; Maranhão, 7,1%; Ceará, 7%; Rio Grande do Norte, 8,5%; Alagoas, 7,6%; Minas Gerais, 5%; Espírito Santo, 3,9%; São Paulo, 6,2%; Santa Catarina, 2,9%; Mato Grosso do Sul, 3,9%; e Mato Grosso, 2,6 por cento.

O instituto já havia divulgado, no último dia 31, que o País encerrou o ano passado com a menor taxa média de desemprego - 6,6% - desde o início da série histórica, em 2012.

Agora trouxe o recorte por estado: em 2024, o índice anual caiu em todas as unidades da federação, com exceção de Roraima, onde a taxa aumentou de 6,6% para 7,5%, e de Rondônia, que teve estabilidade.

As maiores taxas médias de desocupação foram registradas na Bahia e Pernambuco, ambos com 10,8%; Distrito Federal, 9,6%; e Rio de Janeiro, 9,3 por cento. Já as menores foram em Mato Grosso, 2,6%; Santa Catarina, 2,9%; e Rondônia, 3,3 por cento.

Seguindo o padrão internacional, o IBGE classifica como desocupadas pessoas que não trabalham, mas que estão ativamente em busca de uma oportunidade. Quem não está procurando emprego é calculado em outro índice, das pessoas fora da força de trabalho, que também vem caindo nos últimos anos, depois da pandemia do Covid-19.

Em todo o Brasil, as pessoas ocupadas equivalem a 58,6% da população de quatorze anos ou mais, percentual chamado de nível de ocupação, que também foi o maior da série histórica.

No recorte por estado, os maiores percentuais para este indicador foram apresentados por Mato Grosso, 68,4%; Santa Catarina, 67%; Goiás, 65,3 por cento. E os menores foram Maranhão, 47,3%; Acre e Ceará.

Esses números incluem pessoas com qualquer tipo de ocupação, como empregados no setor privado, funcionários públicos, empreendedores e autônomos. Empregados com carteira de trabalho no setor privado aumentaram 2,7 por cento.

Registraram queda o Ceará, com -6,2%, e Rondônia, com menos cinco por cento. Os empregados sem carteira assinada, no setor privado, aumentaram seis por cento. Oito estados registraram queda, sendo as maiores em Rondônia, 11,5%, e Mato Grosso do Sul. Trabalhadores por conta própria tiveram alta de 1,9 por cento.

Seis unidades da federação tiveram queda. Mas destaque para o... Oito estados registraram queda. Os empregados sem carteira assinada, as maiores em Rondônia, 11,5%, e Mato Grosso do Sul, menos dez por cento. Trabalhadores por conta própria tiveram alta de 1,9 por cento. Seis unidades da Federação tiveram queda, com destaque para Distrito Federal e Acre, ambos com menos 9%, e Bahia, menos 6,9 por cento.

Na informalidade, os trabalhadores informais somaram 40,3 milhões em 2024, também na média anual. O grupo representa 39% do total de pessoas ocupadas, taxa de informalidade, contra 39,2% no ano anterior.

Entre os estados com maior taxa, Pará, 58,1; Piauí, 56,6; Maranhão, 55,3 por cento. Já o os menores percentuais foram de Santa Catarina, 26,4%; Distrito Federal, 29,6%; e São Paulo, com 31,1% de trabalhadores informais.

No que diz respeito à força de trabalho desperdiçada, a taxa de subutilização, que na prática representa a força de trabalho desperdiçada no Brasil, é formada por pessoas que têm potencial para trabalhar, mas não estão ocupadas ou não trabalham horas o suficiente. Em 2024, 19 milhões de pessoas estavam nessa situação no Brasil, na média anual, um recuo de 8,9% frente a 2003.

Esse grupo representa 16,2% da força de trabalho ampliada do País, uma queda de 1,8% em relação a 2023, com 18 por cento. Entre os estados, Piauí, 32,7, teve a maior taxa, sendo seguido pela Bahia, 28,9%, e Alagoas, 26,4%, enquanto as menores taxas anuais foram de Santa Catarina, 5,5%; Rondônia, 7,0%; e Mato Grosso, 7,7 por cento.

Além dos dados anuais, o IBGE também divulgou os índices do 4º trimestre de 2024. A taxa de desocupação no período caiu em 13 unidades da Federação: Paraná, 0,7%; Minas Gerais, 0,7%; Rio Grande do Sul, 0,6%; e ficou estável nas demais, em relação ao trimestre anterior. No ranking de desemprego, Pernambuco foi o estado que teve o pior índice, enquanto Mato Grosso teve o melhor.

Então, Sr. Presidente, acho importante registrar que, segundo o IBGE, felizmente a taxa de desemprego tem diminuído, o que é algo muito positivo para o presidente Lula, para o ministro Fernando Haddad, para a ministra do Planejamento e para todo o ministério. Então meus cumprimentos a eles.

Muito obrigado.

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- Assume a Presidência o Sr. Donato.

 

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O SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Obrigado, deputado Suplicy. Ótimas notícias. Seguimos aqui. O próximo orador é o Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Ferreira. (Pausa.)

Encerrada a lista de oradores do Pequeno Expediente.

Existe mais alguém inscrito na lista suplementar?

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Eu me disponho a falar, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Só um minuto, deputado. Na lista suplementar nós temos o deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Gil Diniz, depois o deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Se for da sua vontade, vamos garantir também mais um pronunciamento do deputado Antonio Donato.

 

O SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Eu gostaria muito, mas eu tenho uma agenda na Secretaria de Esportes. Deputado Gil Diniz, com a palavra.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Retorno aqui, Presidente, a esta tribuna, vou solicitar mais uma vez que a técnica coloque uma foto aqui neste telão, é uma foto de uma família que mora no interior de São Paulo. Talvez alguns de vocês conheçam, talvez outros não. Essa senhora se chama Débora Rodrigues, ali está ao lado seu marido, a tela está borrada os filhos menores de dez anos.

Por que eu trago essa foto para vocês nessa tarde? A Débora, ela é cabeleireira, salvo engano o marido dela é pintor, e graças ao trabalho dos dois, essa linda família prosperava naquilo que fazia. A Débora cometeu um deslize, digamos assim, um equívoco. Débora estava no dia oito de janeiro, deputado Suplicy, em Brasília, em um restaurante, viu as grandes manifestações que estavam acontecendo lá, resolveu ir até a Praça dos Três Poderes.

No meio daquela confusão, ela sacou um batom da sua bolsa, um gloss, e ela cometeu o terrível crime de, escrevendo aquela imagem em frente ao STF, a casa dos deuses, os que se acham deuses no Brasil, ela escreveu uma inscrição dizendo: “perdeu, mané”. Fazendo uma referência a uma das centenas de falas infelizes do ministro Barroso. 

A Débora não quebrou absolutamente nada, não quebrou uma janela, não invadiu nenhum palácio, mas naquele dia ela foi presa. Julgada agora, ela foi condenada, senhoras e senhores, você que está em casa, a 14 anos de prisão.

É isso mesmo, 14 anos de prisão porque estava numa manifestação e escreveu numa estátua com o batom: “perdeu, mané”. Aquela inscrição, com água e sabão, sairia tranquilamente como saiu. 

Senhoras e senhores, a gente vive um período onde essa democracia relativa do que nos governam faz uma mãe de família, dessa linda família, deixar aí os seus filhos órfãos. Ela não matou ninguém, ela não assassinou ninguém por conta de um celular, ela não traficou drogas e olha que tem decisão do Sr. Gilmar Mendes, mandando traficante, mulher que tem filhos menores de 12 anos, pagar a sua pena em casa.

Mas como ela não matou ninguém, como ela não destruiu nenhuma família, distribuindo drogas por aí, em alguma biqueira aqui no estado de São Paulo, aí ela não goza desse direito. 

Aí essas crianças aqui foram condenadas a ser órfãs de mãe viva. Hoje ela está no presídio, a quilômetros de casa e eu trouxe aqui o exemplo da Débora, mas poderia trazer dezenas, centenas de exemplos aqui.

Deputado Suplicy, V. Exa., presidente da Comissão de Direitos Humanos, não é possível que o direito humano dessa mulher esteja sendo respeitado. Não é possível que os direitos humanos dessas crianças estejam sendo respeitados. Não estão, e isto está se repetindo a cada dia.

Quem vai pagar por cada minuto, por cada segundo, por cada hora que essa mãe passa longe dos filhos? A irmã dela, de vez em quando, recebe os filhos da Débora em casa, dorme junto com eles e eles se agarram ao seu pescoço. E a irmã relatava que ela usa o mesmo perfume da mãe, da Débora, e as crianças ficam mais juntinhas ali dela. Para quê? Para se lembrar da mãe. É lamentável, senhoras e senhores, o que a gente vive nesse momento.

Homens e mulheres, idosas, idosas, 60, 65 anos, 70 anos, jogadas num cárcere, condenadas por golpe de Estado, sem uma única arma. Não tem como aceitar esse tipo de coisa. Me uno, presidente, para finalizar aqui, ao movimento iniciado no Congresso Nacional, Anistia Já. Anistia aos presos do 8 de janeiro, aos sequestrados pela justiça, pela má justiça do Brasil, que estão encarcerados nesse momento, sem ter aí a individualização da culpa, sem ter cometido crime algum.

Esses que condenaram a Débora e os seus filhos a essa pena cruel, bárbara, um dia pagarão, nessa terra ou na outra vida, com toda a certeza. Mas enquanto eu estiver aqui, nós vamos lutar por essa e pelas demais famílias que sofrem a ausência, o sequestro desses entes queridos que, neste momento, estão encarcerados. Muitos nos presídios de São Paulo e outros pelo Brasil.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Com a palavra, deputado Eduardo Suplicy, na lista suplementar.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro deputado, presidente Antônio Donato. Deputado Gil Diniz, gostaria de registrar, hoje, que eu achei que a sua palavra hoje, em defesa desta Sra. Débora, faz sentido. Eu acho que os juízes, em segunda instância, poderão compreender melhor a situação dela, do direito, como mãe, de poder estar com seus filhos.

Eu gostaria de registrar aqui mais um ponto positivo relativamente ao governo do presidente Lula, porque o Ministério da Saúde anunciou, durante um encontro de prefeitos, que medicamentos e itens como fraldas geriátricas passam a ser gratuitos, beneficiando mais de um milhão de pessoas por ano, que ainda pagavam coparticipação.

A ministra Nísia Trindade anunciou nesta quinta-feira, ontem, durante o encontro de novos prefeitos e prefeitas, a total gratuidade do programa “Farmácia Popular”.

A partir de agora, todos os 41 itens do programa passam a ser distribuídos de graça nas farmácias credenciadas. A medida deve beneficiar diretamente, e de forma imediata, mais de um milhão de pessoas por ano. Principalmente idosos, que antes pagavam coparticipação em alguns insumos, mas agora vão retirar tudo gratuitamente.

Com esta ampliação, as fraldas geriátricas passam a ser fornecidas de graça para o público elegível, como pessoas com 60 anos ou mais. A dapagliflozina, medicamento utilizado no tratamento de diabetes associado à doença cardiovascular, também será ofertada sem custo para o público. A iniciativa fortalece o acesso da população a medicamentos essenciais e expande a cobertura do programa.

Para a ministra Nísia Trindade, a conquista faz parte de um SUS que cuida das pessoas. “Estamos acrescentando na gratuidade as fraldas geriátricas, ou seja, estamos falando também de envelhecimento da população.

Eu sei a real importância dessa ação. Tivemos mais de 24 milhões de pessoas beneficiadas em 2024 e vamos aumentar ainda mais esse alcance principalmente nas áreas mais remotas deste País”, disse a ministra da Saúde.

Entre 2022 e 2024, o governo federal ampliou o número de pessoas atendidas pelo Farmácia Popular em quase 20%, aumentando em aproximadamente quatro milhões o número de beneficiários. No período, o total de pessoas atendidas passou de 20,7 milhões, em 2022, para 24,7 milhões, em 2024. 

Além da ampliação da gratuidade, a ministra Nísia Trindade anunciou nova fase de credenciamento para farmácias privadas localizadas em municípios que ainda não são atendidos pelo programa. A partir de agora, novos estabelecimentos poderão se cadastrar, ampliando a rede de atendimento e garantindo que mais brasileiros tenham acesso a medicamentos essenciais.

“Abrimos o credenciamento para 758 cidades que ainda não contavam com o “Farmácia Popular”. Esse programa estava destruído no governo anterior, com relatórios do Tribunal de Contas”.

O credenciamento de novas unidades foi retomado em 2023, após oito anos sem nenhuma nova farmácia credenciada. O Ministério da Saúde priorizou municípios de maior vulnerabilidade social e que aderiram ao programa “Mais Médicos”. Com a medida, o acesso à saúde passou a ser completo para a população – do atendimento médico ao tratamento.

Com as novas habilitações, a expectativa é a universalização do “Farmácia Popular”, chegando a todo o território nacional. Atualmente, o programa já está presente em 4.812 municípios, abrangendo 86% das cidades do País e cobrindo cerca de 97% da população por meio de mais de 31 mil farmácias credenciadas. Quero aqui cumprimentar a ministra da Saúde, Sra. Nísia, bem como o presidente Lula.

Gostaria de informar, Sr. Presidente, que além deste apoio muito grande que queremos dar ao “Farmácia Popular”, gostaria aqui de expressar os meus votos de completo restabelecimento da gripe que atingiu o papa Francisco, que foi hospitalizado para fazer exames e tratar de bronquite, segundo o Vaticano. E o papa Francisco está com 88 anos, foi hospitalizado nesta manhã de hoje para fazer exames e continuar o tratamento de sua bronquite em andamento, informou o Vaticano.

Então, ele teve audiências e após as audiências da manhã de hoje que ele foi internado na Policlínica Agostino Gemelli para exames diagnósticos necessários para dar continuidade ao tratamento da bronquite que ainda persiste no ambiente hospitalar.

Minhas orações, meu apelo para que o papa Francisco, embora com 88 anos, possa continuar a sua extraordinária performance em defesa dos direitos humanos e da realização da paz baseada na justiça que precisamos ter dentro de cada país e dentre os países.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Obrigado, deputado Suplicy.

Eu estava inscrito, mas estou abrindo mão da fala suplementar.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Deputado Gil Diniz.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Antes de pedir o levantamento do trabalho, se houver acordo aqui, inclusive, presidente.

Presidente, só para agradecer aqui ao nobre deputado Eduardo Suplicy pelas palavras iniciais do seu discurso sobre aquela mãe de família, Débora, que está presa e foi condenada a 14 anos. Vossa Excelência disse que tomara que o Tribunal Superior, a próxima instância, reveja isso.

Deputado Suplicy, V.Exa. foi senador e deputado estadual, tem muito mais tempo de política do que eu. Veja só: essa senhora não tem foro por prerrogativa, ela foi julgada na nossa instância superior, numa corte constitucional. Ela não foi julgada na primeira instância com direito a recurso na segunda instância, caso assim a sua defesa entendesse.

Ela não tem, deputado Suplicy, a quem recorrer. Somente, obviamente, a nós políticos, à sociedade e a Deus, porque, mesmo sem foro por prerrogativa, dezenas, centenas, mais de milhar de cidadãos brasileiros estão sendo julgados pelo Supremo Tribunal Federal, e não é o local desse julgamento. Alexandre de Moraes rogou para si todos esses inquéritos e ali ele diz que ele é a vítima, ele é o investigador, ele é o juiz e ele manda que se cumpra a pena.

Então, quando eu faço o apelo aqui a esse plenário, a esta Casa Legislativa, à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o maior Parlamento Estadual da América Latina, é porque São Paulo lidera, São Paulo lidera o Brasil.

A gente precisa se debruçar sobre essas graves violações dos direitos humanos a mulheres, a idosos, a crianças que, hoje, graças a Alexandre de Moraes e seus amigos do STF estão fazendo crianças órfãos de mãe e de pai vivo, deputado Suplicy.

Obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Obrigado, deputado Gil Diniz.

Antes de encerrar a sessão, o deputado Suplicy quer fazer uso da palavra.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Uma observação.

Espero que os nossos magistrados venham a tomar atitudes de bom senso para...

E eu acredito que isso vai acontecer.

Meus cumprimentos.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Havendo acordo, presidente, levantar os trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Pois não. Só antes de levantar a presente sessão, eu acabei de receber aqui, referente à minha fala, em questão da falta de água da Sabesp: “Sou Carla, moradora do bairro do Gaivotas, no Grajaú, não é no Capão Redondo, é do outro lado da represa.

Eu e o bairro inteiro do Xique Xique estamos sem água há exatamente uma semana, sete dias. Tivemos que contratar caminhão-pipa e não conseguimos mais continuar nessa situação. Eu tenho duas crianças em casa e, infelizmente, nossa situação de abastecimento de água não está regularizada pela Sabesp.”

Enfim, é muito grave o que está acontecendo, em particular, na Zona Sul de São Paulo.

E só uma última observação, se me permite. O deputado Gil Diniz veio aqui defender uma pessoa que está condenada pelo STF, e já faz dois anos que ela está condenada, está presa há dois anos, dois anos que está presa.

O deputado lembrou dela na semana que vai sair o parecer da Procuradoria Geral da República, provavelmente com uma pena grave sobre o ex-presidente Bolsonaro por conspiração golpista.

Então, eu acho que as coisas estão ligadas à anistia.

Mais uma vez se usa pessoas que foram manipuladas, ou não, para se defender outros interesses.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Pois não.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Uma breve, rápida comunicação.

Presidente, pelos meus filhos, pela luz deste plenário, pela luz do sol, tem absolutamente nada a ver. Presidente Bolsonaro já disse que a questão da anistia, ele não quer ser incluído junto dessa discussão.

E eu poderia citar aqui vários casos - do Clezão por exemplo, que tinha uma doença grave, grave, grave. Os médicos deram vários pareceres, e Alexandre de Moraes não permitiu que ele saísse da cadeia para fazer tratamento no hospital devido. E ele morreu, deputado Suplicy, na prisão.

Um pai de família morreu na prisão; nós temos presos políticos. Presidente, nós temos presos políticos, que estão morrendo no cárcere. Eles não mataram ninguém por um celular, eles não traficaram, eles não roubaram um banco, eles não explodiram o sargento Mário Kozel Filho, aqui do outro lado da rua. Eles estavam numa manifestação.

Então, presidente, com todo o respeito a V. Exa., não tem nada a ver. A gente sabe a quem o Gonet serve e o que ele vai fazer. Mas esse caso não tem absolutamente nada a ver com o presidente Jair Messias Bolsonaro. O que nós estamos fazendo agora é esse movimento, presidente, de certa maneira até humanitário.

E tenho certeza de que V. Exa. vai ter o coração tocado também, porque não é possível que V. Exa. queira que mulheres, como a Débora, que idosas, como as Marias que estão nos presídios de São Paulo com uma bíblia na mão, fiquem 15, 16, 17 anos encarceradas, presidente.

Esse é o apelo que eu faço aqui a este plenário, a esta Assembleia Legislativa: que faça esse movimento humanitário e veja os paulistas que estão encarcerados, nesse momento, graças a esse ser desprezível que é Alexandre de Moraes.

 

O SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Eu trocaria a liberdade de todos eles pela prisão perpétua de Braga Neto, General Heleno e ex-presidente Bolsonaro.

 

O SR. GIL DINIZ - PL - PARA COMUNICAÇÃO -Vossa Excelência é um ditador, não democrata, então.

 

O SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Mas vamos lá. Quem gosta de ditadura não sou eu. A história mostra.

Mas, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Está levantada a sessão. Muito obrigado.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 57 minutos.

 

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