13 DE FEVEREIRO DE 2025

8ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: SIMÃO PEDRO e REIS

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - SIMÃO PEDRO

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h05min.

        

2 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - PRESIDENTE SIMÃO PEDRO

Parabeniza o deputado Reis pelo seu pronunciamento.

        

4 - REIS

Assume a Presidência.

        

5 - SIMÃO PEDRO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

GRANDE EXPEDIENTE

7 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - CONTE LOPES

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

9 - CONTE LOPES

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

10 - PRESIDENTE REIS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 14/02, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h52min.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Simão Pedro.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Vamos dar início, então, ao Pequeno Expediente.

Primeiro inscrito, deputado Reis, que já se encontra na tribuna.

Vossa Excelência tem a palavra, deputado Reis.

 

O SR. REIS - PT - Cumprimentar o deputado Simão Pedro, o público presente, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Militar, da Polícia Penal, da Polícia Técnico-Científica, cumprimentar todos os funcionários desta Casa, todos os funcionários públicos e todos aqueles e aquelas que estão nos acompanhando pela Rede Alesp.

Presidente, deputado Simão Pedro, eu vi esta semana o debate e vários deputados bolsonaristas vieram aqui, à tribuna, exibir o vídeo do presidente Lula, em que ele falava que se um produto está caro para que se escolhesse outro, para que não comprasse aquele produto. Isso é uma coisa simplória, até a forma como o presidente se colocou de forma simplória, e é a lógica da economia.

Obviamente, se eu vou à feira e tem um produto que está muito caro, eu tento substituí-lo por outro, não é? E se o produto sobrar na prateleira acaba, aquela pessoa que tem que vender esse produto, reduzindo o seu preço. Mas isso daí gerou uma série de críticas ao presidente Lula.

Só que esses deputados bolsonaristas não falaram, não explicaram para a sociedade, que lá em Brasília foi-se votado para reduzir, para retirar os impostos da cesta básica, e os bolsonaristas votaram contra. Então eles fazem um discurso aqui, mas na prática a ação deles é totalmente contra a população, totalmente contra a sociedade.

Então eu trouxe, eu fiz questão de trazer aqui a lista dos deputados do Partido Liberal, que é a sustentação do Tarcísio, são os bolsonaristas. Eu sempre digo que o PL está dividido em dois: o PL do “B” e o PL do “V”; o PL do Valdemar Costa Neto e o PL do Bolsonaro. Então, os “bolsonaros” são aqueles mais extremistas. Mas lá em Brasília, eles votaram contra a redução dos impostos na cesta básica, contra retirar os tributos dos alimentos.

Abilio Brunini, PL do Mato Grosso; Adilson Barroso, PL de São Paulo; Afonso Hamm, PP do Rio Grande do Sul; Alberto Fraga, PL do Distrito Federal; Altineu Côrtes, PL do Rio de Janeiro; Amália Barros, PL do Mato Grosso; André Fernandes, PL do Ceará; André Ferreira, PL de Pernambuco; Bia Kicis, PL do Distrito Federal; Bibo Nunes, PL do Rio Grande do Sul; Capitão Alberto Neto, PL do Amazonas.

Capitão Alden, PL da Bahia; Capitão Augusto, PL de São Paulo; Carla Zambelli, PL de São Paulo; Carlos Jordy, PL de Rio de Janeiro; Caroline de Toni, PL de Santa Catarina; Cabo Gilberto Silva, PL da Paraíba; Coronel Chrisóstomo, PL de Roraima; Coronel Fernanda, PL do Mato Grosso; Coronel Meira, PL de Pernambuco; Daniel Agrobom, PL de Goiás; Daniel Freitas, PL de Santa Catarina.

Daniela Reinehr, PL de Santa Catarina; Del. Éder Mauro, PL do Pará; Delegado Bilynskyj, PL de São Paulo; Delegado Caveira, PL do Pará; Delegado Ramagem, PL do Rio de Janeiro; Domingos Savio, PL de Minas Gerais; Dr. Jaziel, PL do Ceará; Eduardo Bolsonaro, PL de São Paulo; Eli Borges, PL de Tocantins; Emidinho Madeira, PL de Minas Gerais; Eros Biondini, PL de Minas Gerais; Fernando Rodolfo, PL de Pernambuco; Filipe Barros, PL do Paraná; Filipe Martins, PL de Tocantins; General Girão, PL de Roraima; General Pazuello, PL do Rio de Janeiro; Gilvan da Federal, PL do Espírito Santo; Gustavo Gayer, PL de Goiás; Jefferson Campos, PL de São Paulo.

Joaquim Passarinho, PL do Pará; Jorge Goetten, PL de Santa Catarina; José Medeiros, PL do Mato Grosso; Júlia Zanatta, PL de Santa Catarina; Junio Amaral, PL de Minas Gerais; Lincoln Portela, PL de Minas Gerais; Luiz Lima, PL do Rio de Janeiro; Magda Mofatto, PL de Goiás; Marcelo Álvaro, PL de Minas Gerais; Márcio Alvino, PL de São Paulo; Marcos Pollon, PL de Mato Grosso; Mário Frias, PL de São Paulo; Maurício do Vôlei, PL de Minas Gerais; Miguel Lombardi, PL de São Paulo; Nikolas Ferreira, PL de Minas Gerais; Pastor Eurico, PL de Pernambuco; Paulo Freire Costa, PL de São Paulo; Pastor Marco Feliciano, PL de São Paulo; Priscila Costa, PL do Ceará; Professor Alcides, PL de Goiás; Ricardo Guidi, PSD de Santa Catarina.

Mais um minuto que eu vou terminar a listinha. Ricardo Salles, PL de São Paulo; Roberta Roma, PL da Bahia; Roberto Monteiro, PL do Rio de Janeiro; Rodolfo Nogueira, PL do Mato Grosso; Rosana Valle, PL de São Paulo; Sanderson, PL do Rio Grande do Sul; Sargento Gonçalves, PL de Roraima; Silvia Cristina, PL de Roraima; Silvia Waiãpi, PL do Amapá; Soraya Santos, PL do Rio de Janeiro; Sóstenes Cavalcante, PL do Rio de Janeiro; Zé Trovão, PL de Santa Catarina.

Então todos esses deputados bolsonaristas votaram contra retirar os tributos da cesta básica, os tributos dos alimentos. Obviamente, se você tira os tributos dos alimentos, você barateia os alimentos.

Então eles vêm aqui, fazem o discurso, esquecem que na gestão do Bolsonaro havia “fila do osso”, as pessoas ficavam na fila para comprar ossos, e isso não está acontecendo na nossa gestão, não está acontecendo na gestão do presidente Lula. Nós temos um crescimento de cerca de 7% em dois anos. O Brasil cresceu.

Nós temos uma taxa, uma das menores taxas de desemprego na história do País. O presidente Lula, quando assumiu, tinha uma taxa de 13%, que ele herdou do governo Bolsonaro, de desemprego. Essa taxa está em torno de 6,2%. Praticamente reduziu para mais da metade o desemprego, isso é muito importante.

E o dólar, que subiu bastante por conta do “efeito Trump”, está perdendo força. Obviamente que o agro exporta muito, e quando ele exporta, exporta no valor do dólar, porque vai para fora, recebe isso em dólar.

Obviamente, com agora, o esfriamento, o arrefecimento, a queda do dólar, a tendência é que nós vamos ter, sim, mais para frente, redução nos preços de alimentos. E temos o Plano Safra, que começa a partir de março, agora também a colheita do grande ‘Plano Safra’, do governo Lula, e isso vai contribuir, sim, para a redução dos preços dos alimentos.

Agora, não dá para aquelas pessoas que votaram contra o povo vir aqui fazer discursinho, que: “porque o café está caro, porque o café está 30 e não sei quantos reais”, tem que entender o momento, é sazonal isso aí, não é em eterno que vai ficar essa carestia. Então, o governo Lula trabalha para melhorar o País, para melhorar as condições salariais. O salário mínimo na gestão do Bolsonaro subiu seis reais. Subiu seis reais, e isso aí eles não falam.

Houve, sim, uma valorização do salário mínimo, uma recuperação do salário mínimo, e além disso, a redução na tabela do imposto de renda, porque quem ganhava até menos de dois salários mínimos na gestão do Bolsonaro recolhia imposto de renda.

E agora essa isenção está em torno de R$ 3.020,00; e em 2026 chegará a R$ 5.000,00. E tudo isso contribuirá e muito para a melhoria da qualidade de vida do nosso povo, e para a melhoria das condições salariais do trabalhador.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - SIMÃO PEDRO - PT - Parabéns, deputados Reis. Como diria minha mãe, V. Exa. deu o nome aos bois aqui.

Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputada Carla Morando. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado André Bueno. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.)

Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.)

Deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Deputado Rafael Silva. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.)

Deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Alex Madureira. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.)

Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputada Monica Seixas do Movimento Pretas. (Pausa.)

Passar a Presidência desta Casa, deste plenário, ao deputado Reis.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Assumindo a Presidência. Chamo para fazer uso da palavra, na Lista Suplementar, deputado Simão Pedro.

 

O SR. SIMÃO PEDRO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente desta sessão, deputado Reis, senhoras e senhores deputados que nos acompanham aqui virtualmente, funcionários desta Casa, público que nos acompanha aqui presente, pelas redes sociais ou pela TV Assembleia, Sr. Presidente, o presidente Lula, esta semana, assinou o Decreto nº 12.381, que criou o programa “Desenrola Rural”.

Queria exaltar essa iniciativa do presidente Lula, atendendo um pedido deste deputado, de outros deputados federais, estaduais, mas, principalmente, das lideranças dos movimentos sociais ligados à agricultura familiar, porque esse programa vai beneficiar um milhão de agricultores, familiares, para facilitar para eles o crédito, o acesso ao crédito rural.

Todos nós sabemos que agricultura familiar representa 70% da produção de alimentos neste País, embora não tenha o tamanho do grande agronegócio expansivo, exportador, mas cumpre um papel estratégico. O que aconteceu? Covid, a crise da covid, mudanças climáticas que já afetam a nossa agricultura, o fim de programas, como o “Programa de Aquisição de Alimentos”, o “PAA”, no governo Bolsonaro.

Tudo isso fez com que muitos agricultores que contraíram o crédito, seja do Pronaf, seja de outros programas ofertados pelo governo, pelos bancos públicos... E ficaram inadimplentes, não conseguiram quitar os empréstimos que tomaram, ficando inadimplentes.

O governo federal lançou o Plano Safra, em 2023, com recursos recordes para a agricultura do grande agronegócio, mas também para a agricultura familiar. O problema é o acesso a esse crédito.

Então, em agosto de 2023, eu estive lá na cidade de Iperó, no lançamento do Plano Safra. O ministro da Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, recebeu as nossas reinvindicações, recebeu os nossos pedidos e das lideranças do movimento da agricultura familiar, dos assentamentos, do MST, para que se criasse o programa “Desenrola Rural”, assim como foi criado para os demais cidadãos que tinham dívidas junto aos bancos, para que pudesse quitar de forma muito facilitada.

Então eu quero exaltar o lançamento desse programa, que depois de um ano e meio de estudos, junto ao Ministério do Desenvolvimento e da Fazenda, esse programa foi estabelecido.

Ele vai regularizar a dívida e facilitar o acesso ao crédito, dando oportunidades para agricultores familiares, assentados da reforma agrária, quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais, em situação de inadimplência, de quitar, liquidar as dívidas que tinham com instituições públicas.

Assim, os beneficiários poderão voltar acessar o crédito rural e investir na produção de alimentos em todo Brasil. Certamente, esse programa vai facilitar muito também a produção de alimentos. Quanto mais se produz mais oferta. Isso também ajuda a combater a alta dos preços dos alimentos que a gente tem visto no nosso País.

Então eu quero parabenizar o presidente Lula, parabenizar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e parabenizar o ministro Paulo Teixeira, por colocar em prática esse programa “Desenrola Rural”. Ele vai facilitar e vai beneficiar mais de um milhão de agricultores.

Por meio desse programa, as instituições financeiras irão estabelecer condições facilitadas para liquidação e renegociação de dívidas em situação de inadimplência, há mais de um ano, dos agricultores familiares e das cooperativas de agricultura familiar. Terá descontos escalonados que podem chegar a 90% do valor da sua dívida, conforme o tipo de operação, promovendo medidas para facilitar novos financiamentos.

Assim que o agricultor procurar o banco e fizer o seu processo de renegociação, ele volta a ser adimplente e pode acessar novos créditos, seja com os contratos do PAA, seja com os créditos fornecidos pelo Plano Safra, como Pronaf e outros. O acesso ao programa pode ser feito já a partir deste dia 24 de fevereiro deste ano.

O “Desenrola Rural” surgiu devido ao endividamento dos agricultores, nos últimos 10 anos, por diversas adversidades. Como eu já falei aqui, a pandemia da Covid, oscilações do mercado, eventos climáticos e o fim de programas importantes como o PAA.

Esses fatores comprometeram a capacidade de pagamento e acesso a novos créditos. Como é que vai funcionar? Se o agricultor que está nos acompanhando aqui estiver inscrito na dívida ativa da União, poderá acessar, a partir desse dia 24, o site do Regularize, e consultar sua dívida. E, a partir daí, processar a renegociação.

Se sua dívida for do Pronaf, ou outras, adquirida junto aos bancos, é só procurar a sua instituição financeira - acho que, na maioria dos casos, o Banco do Brasil - para regularizar sua situação. Se sua dívida for crédito de instalação, é procurar o Incra no seu estado - aqui em São Paulo, fica aqui na região do Bom Retiro - para acertar a sua dívida com o crédito instalação.

E procurar as associações, os sindicatos e entidades representativas, que certamente irão te ajudar a resolver. Parabéns, presidente Lula; parabéns, ministro Haddad; parabéns, ministro Paulo Teixeira, por esse importante programa que é o “Desenrola Rural”.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem, deputado Simão Pedro. Continuando na lista de oradores do Pequeno Expediente, chamo para fazer uso da palavra o deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Eduardo Matarazzo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Caro deputado Reis. Que positivo que estamos aqui nesta quinta-feira, porque é importante que estejamos aproveitando esta oportunidade de diálogo com o povo de São Paulo, com aqueles que comparassem aqui à Assembleia Legislativa, mas também através da TV Senado temos a oportunidade de expor as nossas ideias, iniciativas e sugestões.

Em primeiro lugar, eu quero saudar aqui o deputado Simão Pedro, pois um dos assuntos que eu iria comentar, mas vou fazê-lo, reforçando, é justamente a forma como os agricultores familiares poderão procurar os bancos para acessar o programa “Desenrola Rural”, que foi objeto de assinatura pelo presidente Lula, no Decreto nº 12.381, estabelecendo o “Programa de Regulação de Dívidas e Facilitação de Acesso ao Crédito Rural da Agricultura Familiar”.

O programa vai dar oportunidade a agricultores familiares assentados da reforma agrária, quilombolas, demais povos e comunidades tradicionais em situação de inadimplência, de liquidar e renegociar dívidas.

Assim, os beneficiários poderão voltar a acessar o crédito rural e investir na produção de alimentos para todo o Brasil. O ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, explica que o “Desenrola Rural” tem o potencial de alcançar um milhão de agricultores e agricultoras familiares. O “Desenrola Rural” vai permitir que as famílias que não podem mais tomar o crédito agrícola venham a fazê-lo, tendo em vista que eles repactuarão as dívidas.

Uma parte já repactuou, mas tem “score” negativo, continuando sem acesso aos financiamentos. Isso também será selecionado por meio do programa. As instituições financeiras irão estabelecer condições facilitadas para liquidação e renegociação de dívidas em situação de inadimplência há mais de um ano dos agricultores familiares e das cooperativas da agricultura familiar.

Com descontos escalonados que podem chegar a mais de 90% do valor, conforme o tipo da operação, e promover medidas para facilitar novos financiamentos, com a retirada das restrições financeiras e dos cadastros privados de crédito desses produtores. O acesso ao programa pode ser feito a partir do dia 24 de fevereiro de 2025, conforme assinalou Simão Pedro.

E também na reportagem da agência gov.ebc.com.br, o “Desenrola Rural” surgiu devido ao endividamento dos agricultores familiares, nos últimos dez anos, por adversidades como a pandemia de Covid-19, oscilações de mercado e eventos climáticos adversos como as inundações em diversos lugares do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul e também o fenômenos das secas, seja por excesso de chuvas ou por excesso de calor.

São fatores que comprometeram a capacidade de pagamento e acesso a novos créditos. De um total de 5,43 milhões de agricultores familiares assentados da reforma agrária, 33% têm alguma restrição para acessar o crédito rural, seja por não pagamento de conta de luz, telefone, entre outras, seja porque têm alguma dívida oriunda do crédito rural. O programa tem potencial para beneficiar mais de 900 mil famílias que juntas somam uma dívida de mais de R$ 19,5 bilhões relacionada ao crédito rural ou não.

Vale destacar que 69% dessas dívidas são de até 10 mil reais. Além disso, o programa prevê a desnegativização de agricultores familiares que constam em cadastros privados, como o Serasa. Esses agricultores poderão, mesmo com a restrição cadastral, acessar um novo crédito rural. Mais de 406 mil agricultores estão nessa situação. Cerca de 50% dessas dívidas são de até mil reais.

Oferecer condições para a liquidação e a renegociação de dívidas, em situação de inadimplência, de agricultores familiares; facilitar a recuperação da situação de adimplência dos agricultores familiares; ampliar o acesso às linhas de financiamento no âmbito do Pronaf; promover a sustentabilidade econômica e o fortalecimento das atividades produtivas da agricultura familiar; estimular a recuperação pela União de recursos inscritos na DAU e de recursos lançados a prejuízo dos Fundos Constitucionais de Financiamento e das instituições financeiras. Esses são os grandes objetivos do programa.

Se você estiver inscrito na Dívida Ativa da União, poderá acessar, a partir do dia 24 de fevereiro, o site do “Regularize com seu CPF” e selecionar “Consultar Dívida” para selecionar suas opções de pagamento, no https://www.regularize.pgfn.gov.br.

Se sua dívida for do Pronaf ou outras adquiridas junto aos seus bancos, é só procurar a instituição financeira para regularizar sua situação. Se sua dívida for de crédito de instalação, pode ir direto ao Incra para quitar os débitos com desconto.

E não se esqueça: se tiver alguma dificuldade, você também pode procurar os sindicatos, associações e entidades representativas para te ajudar. E pronto: você já poderá acessar um novo crédito para custear ou investir na sua produção.

Atenção: se você estiver com o nome negativado por outras pequenas dívidas, como uma conta de água, luz ou telefone, ou ainda tenha realizado uma renegociação com o banco e, por isso, tenha reduzido sua pontuação para novos financiamentos, não se preocupe. Mesmo assim o “Desenrola Rural” vai permitir que você também consiga acessar um novo crédito do Pronaf A e B!

Quem poderá acessar?

Todas as agricultoras e agricultores familiares, incluindo pescadores artesanais, povos e comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária e cooperativas da agricultura familiar que possuem dívidas do Pronaf e outras - cartões, empréstimos - nas instituições financeiras, do crédito de instalação e dívidas já inscritas na Dívida Ativa da União, como impostos e outros débitos federais, todas com inadimplência superior a um ano.

Eu quero aqui assinalar que essa iniciativa do “Desenrola Rural” guarda relação com o conceito do microcrédito instituído, por exemplo, em Bangladesh, pelo Prêmio Nobel da Paz Muhammad Yunus, que foi o criador do Grameen Bank, o Banco do Vilarejo.

Muhammad Yunus se tornou Prêmio Nobel da Paz, um dos últimos, e inclusive esteve no Brasil estimulando o sistema financeiro a proporcionar mais microcrédito, isso é, pequenas somas de crédito para aquelas pessoas que, não tendo grande patrimônio, mas tendo capacidade, adquirirem um instrumento de trabalho, que pode ser desde uma máquina fotográfica, pode ser um cavalo, uma carroça, um carrinho de cachorro-quente, aparelhos de cozinha para montar uma lanchonete ou restaurante, formas cooperativas de produção as mais diversas.

Isso teve um efeito formidável, tanto em Bangladesh como nos mais diversos países, inclusive no Brasil, onde há experiências como essa e iniciativas como essa, que certamente serão muito bem-sucedidas.

Cumprimento o presidente Lula, o ministro Paulo Teixeira por essa tão boa iniciativa, assim como ao vice-presidente Geraldo Alckmin.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Eu consulto V.Exa. porque eu gostaria de me reinscrever, se não para o Pequeno, porque já estou inscrito no Grande Expediente, mas para depois solicitar o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Então, encerrado o Pequeno Expediente, V.Exa. está pedindo para encerrar o Pequeno Expediente e dar entrada no Grande Expediente, é isso?

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Sim.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Sras. Deputadas, Srs. Deputados, esgotado o tempo destinado ao Pequeno Expediente, vamos passar ao Grande Expediente.

 

* * *

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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 O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Gostaria que me passasse a lista de oradores do Grande Expediente.

Para fazer uso da palavra chamo o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. Abre mão da palavra. Deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy.

Tem V.Exa. o tempo regimental de dez minutos no Grande Expediente.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT -  SEM REVISÃO DO ORADOR  - Presidente, gostaria, em primeiro lugar, de ressaltar o pronunciamento do vice-presidente Geraldo Alckmin, que ontem, inclusive, como ministro do Desenvolvimento e Indústria e Comércio Exterior, disse que o Brasil está aberto ao diálogo com os Estados Unidos após o presidente americano, Donald Trump, aplicar tarifas de 25% sobre importações do aço.

Alckmin disse que o sistema de cotas que permite o ingresso de determinado volume de um produto estrangeiro no país que o impõe é um bom caminho. Nós estamos abertos ao diálogo. As cotas são um bom caminho, é um mecanismo inteligente. Se você aumenta o imposto do aço para os Estados Unidos, tem um efeito na cadeia, tem várias alternativas, uma delas é o estabelecimento de cotas.

Como o “Globo” mostrou terça-feira última, integrantes do governo Lula avaliam que há uma brecha para negociar com os Estados Unidos a adoção de cotas ou exceções às sobretaxas de 25% sobre aço e alumínio impostas pelo presidente Donald Trump. Elas devem entrar em vigor em 12 de março.

No primeiro mandato de Trump, os dois países acabaram fechando um acordo e a avaliação dos especialistas é que o republicano está repetindo a tática de ameaçar para obter concessões.

Com essa avaliação, o governo tem adotado um tom de cautela que contrasta com a promessa recente do presidente Lula de agir com reciprocidade caso o Trump passasse da ameaça à ação.

Não foi contra o Brasil, a alíquota imposta foi para o mundo inteiro, não foi discriminatória. Os Estados Unidos são um importante parceiro comercial do Brasil. Não é o maior, o maior é a China, mas é o maior investidor no Brasil.

Temos tradição de 200 anos de relação diplomática com os Estados Unidos e vamos continuar. Questionado se a reciprocidade foi descartada, Alckmin diz que sempre é bom buscar um ganha-ganha, precisamos ter cautela nisso.

Outro diálogo, o comércio exterior é ganha-ganha, quero destacar que o primeiro balanço comercial e bens entre Brasil e Estados Unidos é equilibrado. Exportamos 40 bilhões para os Estados Unidos e 40 bilhões eles exportam para a gente. Alckmin repetiu que os Estados Unidos têm superávit comercial com o Brasil e afirmou que a tarifa brasileira de importação é baixa.

Nós compramos dos Estados Unidos mais de 40 milhões e eles vendem para nós também mais de 40 milhões de dólares, mas a diferença dos dois números é só de 200 mil, e então é praticamente empatado o equilíbrio entre nós. Nossa tarifa final, nossa taxa final de importação é baixa, de 2,7 por cento.

O caminho, então, é o diálogo. O aumento da alíquota já aconteceu anteriormente e foi estabelecido quota, então vamos buscar um bom entendimento. Não tem guerra tributária.

Eu cumprimento o vice-presidente Geraldo Alckmin, que, dessa forma, complementa de uma maneira muito importante as iniciativas tomadas, inclusive, pelo presidente Lula, que aqui foi ressaltada tanto por Simão Pedro quanto por mim.

Mas eu quero ainda aqui dar uma informação muito positiva, que inclusive está registrada no “Diário do Grande ABC” de hoje, de que Ribeirão Preto terá a primeira clínica pública na região para terapia com o canabidiol. A prefeitura doará um terreno, onde será implantado o espaço que atenderá pacientes que possuem recomendação médica para o uso do remédio.

Renan Soares reporta aqui, no “Diário do Grande ABC”: “a Prefeitura de Ribeirão Preto dará um importante passo para expandir o uso de medicamentos formulados a partir do canabidiol nesta quinta-feira, 13, quando enviará à Câmara o projeto de lei para a concessão não onerosa de espaço destinado à Associação Terapêutica Cannabis Medicinal Flor da Vida.

A iniciativa pioneira no Grande ABC formaliza a parceria com a entidade que desenvolve projetos sociais voltados para a oferta de medicamentos gratuitos para pessoas em situação de maior vulnerabilidade por meio do Sistema Único de Saúde”.

O grupo Flor da Vida, que é responsável pela associação terapêutica medicinal em favor da cannabis medicinal e do cânhamo industrial Flor da Vida, que fica em Franca... que eu tive a oportunidade de visitar em julho passado junto com a querida Mônica Dallari, que se entusiasmou, como eu, por esse trabalho formidável que essa entidade Flor da Vida está realizando em Franca, mas já em São Paulo e por diversas regiões do Brasil.

O Flor da Vida está elaborando um plano de trabalho para definir como o serviço será implantado na clínica pública, que vai definir itens como número de atendimentos, tipos de doenças que serão contempladas e o cronograma de implantação. Os atendimentos acontecerão para pessoas em vulnerabilidade e com medicamentos prescritos.

A cannabis medicinal é utilizada no tratamento de diversas condições de saúde, como dores crônicas, transtorno do espectro de autismo, alterações neurológicas, Parkinson, Alzheimer e dezenas de outras doenças. O espaço ficará no Centro Alto, em área próxima à estação de trem e rodoviária municipal, na Avenida Ernesto Menato.

O prefeito Guto Volpi, do PL, que tem liderado a cidade nas discussões sobre o uso de cannabis medicinal, também buscou parcerias com a Frente Parlamentar da Cannabis da Assembleia Legislativa de São Paulo, garantindo emendas de 300 mil reais do deputado Caio França, que é o líder da Frente Parlamentar em Defesa da Cannabis e do Cânhamo Industrial, e ainda 250 mil reais do deputado Eduardo Suplicy.

Portanto, essa frente parlamentar irá custear o projeto através das emendas que nós, cuidadosamente, resolvemos adotar após um exame que foi feito por estudiosos do assunto e como resultado do trabalho dessa frente parlamentar. E eu cumprimento o deputado Caio França por esta iniciativa, e da frente parlamentar.

Ribeirão Pires mais uma vez sai na frente e é pioneira nas ações para garantir aos moradores em maior vulnerabilidade o acesso gratuito a medicamentos à base do canabidiol prescritos por profissionais da Saúde.

Por meio dessa parceria com a associação Flor da Vida, damos esperança e novas perspectivas para muita gente que precisa. É a medicina, a ciência, ganhando lugar de destaque para a construção de políticas públicas mais eficientes e humanas.

O que diz o prefeito Guto Volpi: a Prefeitura de Ribeirão Pires tem buscado a democratização do acesso gratuito a medicamentos formulados a partir de canabidiol, sendo a primeira cidade do Estado a criar, em 2022, uma legislação própria para a dispensação desses medicamentos na rede pública de Saúde.

Com a legislação, a cidade se tornou uma das primeiras no Brasil a regulamentar o uso de cannabis medicinal, beneficiando pacientes com prescrição médica. Em 2022, Ribeirão Pires já havia sido a pioneira na aprovação da Lei nº 6.737, de 22, que estabeleceu a política medicinal de medicamentos formulados à base de derivados vegetais de canabidiol.

A proposta foi apresentada, exatamente, por Guto Volpi, então vereador, em parceria com Edmar Oldani, e visa garantir o diagnóstico e tratamento de pacientes com doenças e condições específicas para os quais a cannabis medicinal tem eficácia científica comprovada.

E eu aqui, caro deputado Reis, quero dar o meu testemunho pessoal, porque uma vez diagnosticado com uma leve doença de Parkinson, eu, além de procurar cumprir com a medicação que o meu querido Dr. Nelson Carvalhaes, que fez o diagnóstico depois de exame realizado no Hospital Sírio-Libanês...

E passei não apenas a tomar os remédios prescritos por ele, mas, tomando conhecimento das qualidades da cannabis medicinal, eu procurei, visitei entidades como a Cultive, a Flor da Vida e outras entidades que existem no Brasil, inclusive em Olinda e outras cidades brasileiras.

E quero aqui afirmar: para mim, para o meu estado de saúde, por outros problemas que eu tive de saúde, a utilização da cannabis medicinal da Flor da Vida tem feito muito bem à minha saúde, contribuído para que eu melhore. E tenho tomado três vezes ao dia, no café, no almoço e no jantar. Após as refeições, eu tenho tomado cinco gotas da cannabis medicinal. E isso tem me feito, tem me proporcionado uma melhor qualidade de vida.

E eu espero muito êxito nesta experiência pioneira de Ribeirão Pires. Meus parabéns. E, para o bom entendimento entre os partidos, que bom que lá em Ribeirão Pires o PT e o PL estão caminhando, pelo menos em ações como essas, conjuntamente, no interesse do povo de Ribeirão Preto.

Parabéns.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Pela ordem, Presidente. Para uma comunicação, antes do levantamento da sessão?

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental.

 

O SR. CONTE LOPES - PL – PARA COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, só que eu estava acompanhando a “Folha de S. Paulo”, se não me falha a memória, de hoje, e estão cobrando do presidente Lula maior efetividade em cima da Segurança Pública.

Então, na verdade, presidente, é uma realidade que está acontecendo no Brasil. Eu estava acompanhando o “Jornal da Globo”, do César Tralli, já era o jornal da tarde, o tempo todo que eu assisti só tinha ocorrência policial: é corrupção de deputado, é mulher que matou não sei quanto, é o cara que foi morto no aeroporto.

Antigamente, Sr. Presidente, para aparecer em alguma notícia era ou “Notícias Populares”, “Diário da Noite” ou “Diário Popular”, senão ninguém falava, “Estadão”, “Folha”. Em televisão, muito menos. Eram os programas do Gil Gomes...

As notícias populares, diário da noite e diário popular. Senão, ninguém falava. “Estadão”, “Folha”... Em televisão, muito menos os programas do Gil Gomes e o Afanasio Jazadji, que falava de polícia.

Hoje o dia inteiro se fala de polícia. A televisão fala de polícia o dia inteiro. Até a escola de samba que pegou fogo no Rio lá, a ligação está sendo furtada. Então realmente é um problema grave que tem que se ter uma providência urgente.

Não adianta achar que o Lewandowski vai decidir alguma coisa, que também coitado, né? Ele é ministro da Justiça, da Segurança. Se o cara é ministro da Justiça e da Segurança, ele é de nenhum, porque pela segurança e pelos problemas que tem, então, Sr. Presidente, acho que é o momento realmente de as classes políticas começarem a perceber o que está acontecendo, se tem que mudar o estilo das polícias.

Alguma coisa tem que ser feita. Nós estamos perdendo a guerra. Nós estamos perdendo a guerra inclusive para o crime. Está aí os PCCs da vida mandando. Tem juiz, soltando bandido, promotor, tem delegado, tem investigador, tem capitão, tem coronel, tem soldado.

Os caras estão conquistando todo mundo. Na política, V. Exa. acompanhou as prefeituras, só se falava nisso. Vários deputados assomaram a esta tribuna falando que na cidade dele quem estava dominando a política era o PCC. Aqui entre nós, tem cidades aqui na Grande São Paulo em que é o PCC que manda.

Então fica aí o nosso alerta, que estamos falando isso há quase 50 anos.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, peço o levantamento da sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o pedido de Vossa Excelência. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 52 minutos.

 

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