12 DE FEVEREIRO DE 2025

7ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI e THAINARA FARIA

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h00min.

        

2 - DR. JORGE DO CARMO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - THAINARA FARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

4 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI

Manifesta apoio ao pronunciamento da deputada Thainara Faria.

        

5 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - THAINARA FARIA

Assume a Presidência.

        

7 - PRESIDENTE THAINARA FARIA

Endossa o pronunciamento do deputado Vitão do Cachorrão.

        

8 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - PAULO FIORILO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

12 - EDUARDO SUPLICY

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - EDUARDO SUPLICY

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

14 - PRESIDENTE THAINARA FARIA

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 13/02, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h57min.

        

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Com a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo, que fará o uso regimental da tribuna.

 

O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Sr. Presidente, deputado professor Carlos Giannazi, na presidência do Pequeno Expediente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, nosso sempre senador, deputado Eduardo Suplicy, aqui presente, senhoras assessoras, senhores assessores, público da TV Alesp, os policiais aqui presentes.

Sr. Presidente, hoje volto a essa tribuna e o que eu vou falar aqui parece filme repetido. De fato, é um filme repetido e as pessoas gostam de repetir um filme, quando o filme é bom, não é? Geralmente. Mas esse filme que vai ser passado aqui e que eu vou falar, infelizmente, não é bom. Não é bom, por causa das mazelas da administração municipal, estadual, dos problemas que nós temos na cidade. Queria dizer, não bastasse, não é?

Vou falar hoje da Comunidade Pantanal, lá no distrito do Helena, na zona leste. Não bastassem as enchentes, que duraram mais de uma semana e todo ano se repetem... Geralmente eu digo que a administração, ao invés de atacar a causa, ataca o efeito, e no outro ano se repete, porque só se ataca o efeito ao invés de resolver o problema de uma vez por todas.

Então não bastassem as enchentes, os problemas de saúde que as famílias agora estão enfrentando pela sujeira, pelo risco de contrair doenças, essa falta de moradia digna, a falta de políticas públicas eficazes e a proposta indecente e desrespeitosa que o prefeito fez àquela comunidade.

Ou seja, indenizar para que elas desocupem a sua moradia, que construíram lá há 30, 40 anos, pagando de 20 a 50 mil reais. Isso é uma proposta que, além de indecente, é desrespeitosa. Isso não é uma política pública que nós podemos considerar de um prefeito que é da cidade de São Paulo.

Por isso, eu quero passar um vídeo de uma matéria e depois vou retornar para a gente comentar. Machado, faz a gentileza.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

Veja bem, depois de tudo que as famílias passaram lá, a Prefeitura dá um presente, mas um presente que é uma notificação. E certamente... Lógico que as pessoas não podem morar, não podem residir naquela área.

Lógico, é evidente, mas é preciso que tenha uma política decente e não uma notificação como o presente que o Ricardo Nunes ofereceu para aquelas famílias do Jardim Pantanal que já sofreram, continuam sofrendo e, infelizmente, o município da cidade de São Paulo não tem uma política decente.

Eu sou vice-presidente da Comissão de Habitação, Desenvolvimento e Reforma Urbana aqui nesta Casa, e na Comissão nós aprovamos uma subcomissão, que é a Subcomissão de Políticas Públicas para Tratar das Áreas de Risco. Lá é uma área de risco.

É um requerimento meu que foi aprovado na última reunião da Comissão de Habitação, o Requerimento nº 96, de 2024. Além disso, eu sou coordenador da Frente Parlamentar de Apoio às Vítimas de Combate às Enchentes da Zona Leste da Capital e dos Municípios do Alto Tietê.

Então a ideia é que a gente possa reunir, conversar com essas famílias, conversar com a representação, conversar com os governos, municipal e estadual, para que, de uma vez por todas, a gente trate de uma política decente. Se vai remover as pessoas, tem que oferecer uma moradia decente, digna. Se vai manter algumas famílias lá, é preciso combater as enchentes com uma obra que resolva em definitivo o problema.

Então quero muito dizer que amanhã vou estar com o secretário municipal de Habitação do município de São Paulo e vou levar esse assunto. Queremos criar uma comissão, organizar, porque esta Casa não pode se omitir, não pode deixar de pensar em políticas para resolver problemas gravíssimos como esse do nosso Estado, da nossa capital.

Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado, deputado Jorge do Carmo. Com a palavra a deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Com a palavra a deputada Beth Sahão. (Pausa.) Com a palavra o deputado Major Mecca. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Com a palavra o deputado Alex Madureira. (Pausa.) Com a palavra o deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Com a palavra a deputada Professora Bebel. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Caio França. (Pausa.) Com a palavra o deputado Itamar Borges. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a palavra o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.)

Com a palavra a deputada Thainara Faria, que fará uso regimental da tribuna.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muitíssimo obrigada, nobre presidente Carlos Giannazi. Quero saudar os deputados, as deputadas presentes no plenário nesta tarde, servidores, assessores, policiais, muito boa tarde para o estado de São Paulo.

Isenção de IPVA para motoristas de aplicativo, alimentos, mercadorias e passageiros. Esse é o nosso projeto de lei protocolado nesta Casa neste ano, que de tão boa a ideia tem o número 51.

É o Projeto nº 51, de 2025, que nós queremos - reconhecendo o número de motoristas de aplicativo que hoje, neste mundo pós pandemia, desempenham um papel cada vez mais fundamental na nossa vida, tanto para o transporte de mercadorias, quanto para o transporte de alimentos e também para o transporte de passageiros.

Nós temos uma nova configuração mundial digital que, hoje, o e-commerce é algo muito forte, não só no estado de São Paulo, em todo o Brasil, tanto que esta lei, a modelo do que estamos fazendo aqui, já foi votada e aprovada em Rondônia e Alagoas.

Em conversas com amigos da Cooperativa Moradacar, que é uma cooperativa de transporte de passageiros em Araraquara, surgiu essa ideia. Agora nós estamos também propondo uma audiência pública para discutir isso.

O que a nossa lei propõe? Para adicionar, no Art. 13 da Lei nº 13.296, de 23 de dezembro de 2008, inciso IV, que diz, “ipsis litteris” para vocês: “Aqueles proprietários de um único veículo utilizado no transporte público de passageiros, alimentos e mercadorias, na categoria de aluguel, táxi, ou transporte por aplicativo e plataformas digitais, com atividade mínima de dez meses comprovada, de propriedade de motorista profissional autônomo, por ele utilizado em sua atividade profissional, desde que seja comprovadamente a única fonte de renda do proprietário”.

Os motoristas de aplicativo hoje, que são milhões espalhados pelo nosso Brasil e milhares aqui no estado de São Paulo, têm uma carga horária semanal de 48 horas, um salário-base de 2.300 reais. Isso, gente, está tudo no estudo feito pela nossa Unicamp. Nós precisamos dar isenção para esses motoristas de aplicativo para que eles tenham como se sustentar, porque hoje o ônus fica todo com eles.

Nós sabemos que essas empresas digitais pouco transferem para os motoristas, e eles, autônomos, no exercício de suas funções, ganham muito pouco, têm que gastar com a manutenção do veículo e ainda pagar IPVA.

Nós colocamos aqui esses dez meses de atividade comprovada, porque nós sabemos que a pessoa pode baixar no seu celular e dizer “Sou motorista de aplicativo”, não exercer a função e acabar tendo a isenção. Para isso, nós blindamos a nossa Lei nº 51, de 2025, para ter, então, essa atividade comprovada.

É o trabalho do nosso mandato, atuando de acordo com as necessidades do trabalhador do estado de São Paulo. Quero ler para vocês a nossa justificativa, vai estar inteirinha no nosso YouTube. Você pode seguir pelas redes sociais também, no @thainarafaria13, para entenderem a necessidade dessa propositura.

“A presente propositura pretende solucionar a demanda advinda da modernização dos transportes de passageiros, alimentos e mercadorias e dos surgimentos de novos formatos de atividade com a tecnologia dos aplicativos. É notório que o transporte na categoria aluguel não se resume mais apenas ao formato táxi.

Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, e pela a Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp, identificou que um milhão e meio de pessoas trabalham em 2022 por meio de aplicativos e plataformas digitais. Esse contingente correspondia, naquele ano, há três anos, a 1,7% da população ocupada no setor privado no Brasil, 87,2 milhões.

A maioria era do sexo masculino, 81%, com escolaridade em nível médio completo ou superior incompleto, 61 por cento. Do total dos trabalhadores por aplicativos ou plataformas digitais, que são cerca de 704 mil, exerciam a atividade de transporte de passageiros.

Já 589 mil atuavam na entrega de comida e outras mercadorias. Os motoristas por aplicativos trabalham, em 2022, por média 47,9 horas por semana. A remuneração média foi de 2.454 reais por mês”.

Ou seja, 11 reais por hora. Com 11 reais por hora, trabalhando 48 horas por semana, como é que eles vão pagar IPVA no começo do mês, também tendo que pagar material escolar para os filhos? Por isso que esse projeto se fez tão importante.

“E, desse total, 23% contribuíram de alguma forma para a Previdência Social. Diante do aumento dos trabalhadores na área, se faz necessária uma reavaliação das legislações pertinentes, para que sejam atualizadas e gerem benefício a essa nova classe de trabalhadores.

A isenção de IPVA pode ser um salto na qualidade de vida dessas pessoas e nas condições de trabalho, proporcionando que os trabalhadores possam adquirir veículos e não apenas alugá-los, como acontece frequentemente.

A isenção pode incrementar a economia do estado, além de fortalecer os trabalhadores autônomos que estão gerando renda nessa área. A medida...” - como eu já disse - “já foi aprovada e já está em vigor em Rondônia e Alagoas.” Então nós colocamos a tramitação desse projeto em regime de urgência nesta Casa. Eu peço muito o apoio de todos os deputados e deputadas que também estão atuando ao lado dos trabalhadores.

E, claro, quando aprovarmos aqui no plenário, que o governador Tarcísio sancione e faça algo de bom pelos trabalhadores do estado de São Paulo.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Todo nosso apoio ao seu projeto, deputada Tainara Faria. Projeto relevante para o estado de São Paulo.

Com a palavra, o deputado Luiz Fernando Teixeira (Pausa.) Com a palavra, deputado Donato. (Pausa.) Com a palavra, deputado Sebastião Santos (Pausa.) Com a palavra, deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Com a palavra, deputada Maria Lúcia Amary. (Pausa.) Com a palavra, deputado Mauro Bragato. (Pausa.)

Com a palavra, deputada Ediane Maria (Pausa.) Com a palavra, deputada Andréa Werner (Pausa.) Com a palavra, deputado Felipe Franco (Pausa.) Com a palavra, deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Com a palavra, deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Com a palavra, deputada Carla Morando (Pausa.) Com a palavra, deputada Letícia Aguiar. (Pausa.)

Com a palavra, deputado Vitão do Cachorrão, que fará uso regimental da tribuna, vereador de Sorocaba e região.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Boa tarde presidente em exercício, Giannazi, deputado Eduardo Suplicy e todos da Casa, em especial a Polícia Militar.

Eu quero mandar um abraço pro coronel Drague, de Itu, pela reforma da Companhia. Eu fui lá em uma reunião e enviei 700 mil reais, porque os policiais merecem dignidade, e a emenda já está paga, já está reformando a Companhia ali de Itu, na cidade de Itu. Muito obrigado.

Eu quero aqui falar de um projeto de lei muito importante, e quero agradecer também quem entrou como coautor, que é o Gil Diniz e o deputado Reis. Você pode ver: eu citei Gil Diniz e Reis, um é do PT, independente do partido, e o outro é do PL. Quer dizer, esse projeto é para o povo, olha que absurdo.

Eu agradeço os dois deputados que assinaram a coautoria, e agradeço também o Marcio Nakashima que pediu também a coautoria. E eu tenho a certeza de que todos os deputados apoiam. Não vai ter gasto nenhum para o Governo do Estado. Só que já está tramitando aqui há quase dois anos. Um absurdo!

O único lugar que cobra ingresso, com uma criança de colo, nos estádios é o estado de São Paulo. Uma criança de seis meses ou quatro meses, se for em um estádio de futebol, de um aninho com o pai, ele vai ter que pagar muitas das vezes, tanto na capital como no interior.

Eles superfaturam, principalmente quando o time grande vai no interior, quando o Palmeiras, Corinthians, Santos, São Paulo... É o sonho do pai levar o filho no estádio, e ele não consegue realizar esse sonho.

Sabe por quê? Porque é caríssimo. Eles cobram 250 reais de uma criança de colo. Agora, o trabalhador que ganha um salário mínimo, Deus que me perdoe, estão muito caras as coisas, o pó de café, o arroz. Ele está com dificuldade até para comer. E agora ele tem o sonho de ver o seu time ali, e levar o seu filho, para ficar marcado na história. Eles cobram 250 reais o ingresso.

E quem sai para presidente ou presidenta dos times, eles prometem que quando assumirem os times, no estádio deles, não vão cobrar ingresso. E foi assim no estádio do Palmeiras. E o ingresso é caríssimo, é cobrado. Essa campanha que fizeram, essa promessa, na eleição, não está sendo cumprida. Então, virando lei, a criança de colo, até dois anos, não vai pagar nada para assistir ao jogo de futebol, que é cultura, que é lazer, que o brasileiro ama.

E, crianças até dois anos, ficaria igual como funciona no teatro. Somente vai cobrar meia entrada. Quero agradecer aqui todas as torcidas. Esse projeto é para todas as torcidas. O pessoal da imprensa já entrou em contato no nosso gabinete, e espera ansioso.

Eu peço que seja em caráter de urgência, porque é um absurdo. Em Minas não cobra, no Rio de Janeiro não cobra ingresso de criança de colo, que não ocupa nem assento. No Rio Grande do Sul não cobra. Aqui na capital, e no interior do estado de São Paulo, continuam cobrando.

Então eu peço ajuda de todos: coloque esse projeto aqui como caráter de urgência. E que a gente aprove e acabe com essa pouca vergonha de cobrar ingresso das crianças. Eu encerro a minha fala aqui falando do projeto, mas eu inicio... Aqui está o meu celular. E eu passo para o povo; com quase dez mil contatos. Fora isso, a gente tem o WhatsApp do povo, que a gente também atende, mais 15 mil contatos no outro aparelho.

E falar agora de Educação, Reis. Eu recebendo todo dia 100, 200, 50 mensagens, até mesmo no domingo... Os pais estão desesperados. E precisa ter aula no período noturno.

Eu tenho registro, eu vou trazer minha carteira aqui. O deputado Vitão do Cachorrão, que é filho de pedreiro e vendedor de cachorro-quente, Suplicy, de hot dog, com muito orgulho, registro com 14 anos. Agora o pessoal, tanto na Capital como lá, Thainara, na sua cidade, Araraquara, precisa trabalhar. Aí não tem escola à noite, das 19h às 11h da noite. Precisa ter horário noturno, aumentar as classes no interior.

Uma mãe acabou de falar aqui: “O meu filho não está conseguindo ir à escola. Vai ficar sem poder trabalhar. Se eu tirar ele do trabalho, ele já está lá encaminhado, não está ficando na rua, está trabalhando, está me ajudando a trazer o pão à minha mesa, mas ele vai ter que sair do trabalho e tentar estudar à noite, porque está faltando vaga no período noturno.”

Outra coisa também, nos municípios, para encerrar, os prefeitos... Quero agradecer a todos os prefeitos. E eu estou recebendo os prefeitos e vereadores no meu gabinete... Eles ganham o kit escolar, Thainara, já estou encerrando, que é o tênis, a blusa, a calça. E eu faço um pedido aqui: eu estou entrando com um projeto de lei para que também no estado de São Paulo, Thainara...

Os meus amigos, deputado Suplicy, que estudavam comigo, a primeira e única refeição deles era na escola; às vezes duas refeições porque não tinham o que comer na casa. E eles não têm condições de comprar uniforme. Os municípios fornecem nas escolas municipais.

Então, na escola estadual, eu imploro aqui: na Educação não se pode economizar. Vamos também fornecer uniformes, camiseta, blusa, tênis, calçado, shorts, roupa, das escolas para as nossas crianças e adolescentes. Uniforme gratuito e mais salas noturnas para atender nossas escolas estaduais, atender os alunos, professores e também os pais.

Muito obrigado.

 

* * *

 

- Assume a Presidência a Sra. Thainara Faria.

 

* * *

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Nós que agradecemos, nobre deputado Vitão do Cachorrão. Sua fala foi muito importante para todo o povo do estado de São Paulo. Obrigada pela sua atuação.

Seguindo a lista de oradores deste Pequeno Expediente, hoje, quarta-feira, dia 12 de fevereiro, gostaria de chamar o nobre deputado, sempre senador, nosso defensor da renda básica de cidadania, Eduardo Suplicy, para fazer o uso da palavra.

Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Querida Sra. Thainara Faria, deputada estadual, que tão bem tem representado o povo aqui de São Paulo, eu gostaria de tratar hoje de dois assuntos.

O primeiro deles é a notícia da “Folha de São Paulo”, que saiu hoje, sobre a falta de verba na Secretaria das Mulheres para o enfrentamento à violência de gênero. Ora, este é o terceiro ano seguido que não há verba para o programa.

No fim do ano passado, ao aprovar a Lei Orçamentária Anual, esta Casa conseguiu que o orçamento da Secretaria das Mulheres chegasse a R$ 36 milhões para 2025, sendo que a gestão do Tarcísio propôs inicialmente apenas R$ 9,6 milhões.

Pois bem, vale ressaltar que, na proposta inicial do governador, apenas R$ 9,6 milhões, os programas “Enfrentamento à Violência contra a Mulher” e “Empreende e Emprega Mulher” receberiam apenas dez reais cada, e a Assembleia então conseguiu aprovar um valor de R$ 10 milhões para cada projeto, o dobro do previsto em 2024. A razão daqueles dez reais é porque a legislação não permite que se zere um programa sem melhor consulta e tal, e, portanto, ele pôs apenas dez reais.

Ele congelou 56% do orçamento da Secretaria das Mulheres. Para a “Folha” o governo informou que o contingenciamento é uma ação planejada que limita as programações aprovadas na LOA em razão da avaliação que o governo faz periodicamente sobre o comportamento geral das receitas e despesas públicas, e uma “prática corriqueira e frequentemente executada em todas as esferas do governo”.

Ressalto que, nos últimos anos, o estado tem batido recordes de registros de violência contra a mulher, presidente Thainara. Em 2024, foram computadas 253 vítimas de feminicídio, um aumento de 15% em comparação com 2023 e um novo recorde desde o início da medição, em 2018.

O estado também teve o maior número de registros de estupros, com 14.579 crimes sexuais reportados entre janeiro e dezembro do ano passado. Foi o maior número contabilizado desde 2018, quando esse tipo de crime passou a ser investigado independentemente do desejo da vítima. Portanto, é inaceitável o congelamento de 20 milhões de reais provocado pelo governador do Orçamento da Secretaria das Mulheres.

O segundo assunto que quero tratar é que ontem o Supremo Tribunal Federal tomou maioria para decidir que a corte analisará se a ocultação de cadáver cometida durante a ditadura militar tem proteção da Lei da Anistia, segundo o entendimento de que a prática é um crime permanente, uma vez que fica sem solução.

Até a noite de ontem, já havia seis votos para confirmar o entendimento do ministro Flávio Dino de que o caso de ocultação de cadáveres cometidos na Guerrilha do Araguaia tem repercussão geral, o que significa que a decisão tomada valerá para todos os processos semelhantes em tramitação no País.

Segundo Flávio Dino, “quem oculta e mantém oculto algo, prolonga a ação até que o fato se torne conhecido. O crime está se consumando, inclusive na presente data. Logo, não é possível aplicar a Lei da Anistia para esses fatos posteriores”. A anistia pode alcançar atos pretéritos. Não há possibilidade de se anistiar ato futuro, o que significaria um vale-crime que é, obviamente, vedado pela Constituição.

O ministro Flávio Dino ainda completa: “A história do desaparecimento de Rubens Paiva, nosso querido deputado, cujo corpo jamais foi encontrado e sepultado, sublinha a dor imprescritível de milhares de pais, mães, irmãos, filhos, sobrinhos, netos, que nunca tiveram atendido os seus direitos quanto aos familiares desaparecidos. Nunca puderam velá-los e sepultá-los, apesar de obstinadas como Zuzu Angel à procura de seu filho”. Quero aqui parabenizar o ministro Dino pela importante decisão.

Espero que os assassinatos de pessoas que lutaram pela democracia sofram punições e que jamais sejam esquecidos para que não se repitam. Viva a democracia, a Comissão da Verdade! Viva pessoas que como...

O querido deputado Rubens Paiva está muito atento - ainda que já falecido e estando no céu, acredito - aos passos que o Congresso Nacional e o Supremo poderão dar neste assunto.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Muito obrigada, nobre deputado Eduardo Suplicy. Por essas e outras, a sua fala se faz imprescindível nesta Casa. Obrigada pela sua intervenção.

Vamos seguir a lista de oradores chamando para fazer uso da palavra o nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Emídio de Souza. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.)

Tendo encerrado a lista de oradores do Pequeno Expediente, vamos passar para a Lista Suplementar de oradores, chamado para fazer uso da palavra o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputado Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Nobre deputado Carlos Giannazi.

Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos para fazer uso da palavra.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, deputada Thainara Faria, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, estamos vivendo a maior crise climática, talvez, de todos os tempos.

Eu tenho alertado e cobrado o governo estadual para que ele implante no nosso estado uma política de enfrentamento a essa crise climática, sobretudo na área em que nós atuamos, que é a área da Educação, sobretudo na área da rede estadual de ensino.

Por isso, eu apresentei o Projeto nº 144, no ano passado, de 2024, justamente com esse objetivo, para que o governo estadual faça a climatização das escolas estaduais, que hoje se transformaram em verdadeiros fornos.

As salas de aula se transformaram em saunas, porque não há ventilação nas escolas estaduais, não há arejamento, não há climatização, não temos aparelhos de ar condicionado na rede estadual e os nossos alunos, professores e funcionários sofrem muito com isso, sobretudo no interior paulista e na Baixada Santista. Na Capital também, na Grande São Paulo, logicamente, porque o calor afeta todo o estado, todo o Brasil.

É muito importante que o nosso projeto seja aprovado e o estado seja obrigado a equipar as escolas com climatizadores e aparelhos de ar condicionado, porque em muitas regiões não é possível a oferta das aulas nesse período, tanto é que, no Rio Grande do Sul, o Sindicato dos Professores entrou com uma ação e ganhou, suspendendo as aulas nesse período, porque o calor lá está insuportável, como aqui também em São Paulo.

Sem contar ainda que temos mais de 100 escolas de lata no estado de São Paulo, em várias regiões, sobretudo aqui na região da zona sul de São Paulo, na Capela do Socorro, em Parelheiros, no Grajaú. Temos salas em Guarulhos também, em Guaianases. Em várias regiões ainda temos escolas de lata sem isolamento térmico e sem isolamento acústico.

Além disso, o projeto que apresentei também impõe um limite de alunos por sala. Não podemos ter mais de 25 alunos por sala na rede estadual. Isso impossibilita o processo educacional.

Então, são várias as medidas que apresentamos, entre elas esse PL 144, com vários artigos, porque é um absurdo o que está acontecendo. Nessa crise climática, as escolas sem todos esses equipamentos que citei, sem climatizadores, sem aparelhos de ar condicionado, e o governo reduzindo o orçamento da Educação, como aconteceu agora.

O governador Tarcísio reduziu em mais de 11 bilhões de reais o orçamento da escola pública estadual. É um estado que não tem nenhum compromisso com a Educação. Além disso, é um governo que só pensa em privatizar escolas, em fazer leilão de escolas na Bolsa de Valores, em privatizar, em terceirizar escolas estaduais.

Então, é um governo que tem um projeto, na verdade, de destruição da rede estadual, fechando salas, fechando turnos, tentando fechar escolas, promovendo demissão em massa de professores da categoria “O”, sobretudo, e também agora o que aconteceu nesse processo de atribuição de aulas, nas perícias médicas. Então é um governo que conspira, que tem como projeto central destruir a maior rede de ensino da América Latina.

E, no meio de tudo isso, uma crise climática, escolas sem a mínima condição de oferecer uma educação de qualidade, sobretudo neste período em que o calor é intenso. Nós estamos recebendo, deputada Thainara, mais de mil reclamações de escolas, mais de mil reclamações.

Nós temos, na nossa rede social, uma espécie de disque-denúncia, e as escolas estão denunciando que não estão suportando oferecer o processo de ensino e aprendizagem nessas condições.

Essas escolas precisam imediatamente de arejamento, de ventilação, de aparelhos de ar-condicionado, de climatizadores para que o processo possa se dar e os nossos alunos tenham aulas com dignidade. Também a água potável é outra reivindicação das nossas escolas. A Secretaria da Educação tem que comprar, tem que instalar água potável em todas as escolas da rede estadual.

Então era isso, né? Ao invés de o governador ficar militarizando escolas, privatizando escolas, cortando o orçamento da Educação - porque ele cortou, dizendo que está sobrando dinheiro na Educação.

Se está sobrando dinheiro na Educação, por que o governador, através da Secretaria da Educação, não instala os aparelhos de ar-condicionado nas escolas da rede estadual, não instala os climatizadores? Se cortou o recurso, esse foi o argumento, de que tem muito dinheiro na Educação, de que não falta dinheiro na Educação do estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Nós que agradecemos vossa intervenção, nobre deputado Carlos Giannazi, sempre com uma fala precisa e importante. Seguindo a lista de oradores desta tarde, gostaria de chamar o nobre deputado Capitão Telhada, para fazer uso da palavra (Pausa.). Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Nobre deputado Reis.

Tem V. Exa. o tempo regimental de cinco minutos para fazer uso da palavra.

 

O SR. REIS - PT - Quero cumprimentar a presidenta, deputada Thainara Faria, e cumprimentar todos os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Militar, da Polícia Civil, da Polícia Técnico-Científica e da Polícia Penal. Quero cumprimentar também todos aqueles e aquelas que estão nos acompanhando pela Rede Alesp e também o público presente.

Presidenta, eu quero deixar registrado um fato que aconteceu no Capão Redondo por conta das chuvas que nós tivemos na semana passada. Na quinta-feira, tivemos muita chuva, e lá na Cohab Adventista uma pessoa de nome Erick foi arrastada pelas correntezas, pelas enxurradas, e também o seu carro. O veículo foi localizado, mas o corpo até agora não foi localizado.

A família ficou aguardando a Prefeitura, porque lá existe um piscinão, o Piscinão do Capão Redondo, que está em obras. É um piscinão enorme, eu estive lá. Acionei o secretário de Subprefeituras, o secretário de Infraestrutura Urbana, e ontem eles conseguiram algumas bombas para poder puxar a água e esvaziar o piscinão. É um piscinão que já está com onze metros de profundidade, mas, como está em obra, ainda há muito barro. Muito lixo foi jogado, foi levado pela correnteza para esse piscinão.

Mas o grande problema com que eu estou me deparando é com essa empresa EMAE, uma empresa que foi privatizada, foi vendida, porque o Tarcísio privatizador vende tudo, né? Ele vende tudo, então ele vendeu a EMAE. Não é mais uma empresa dirigida pelo Estado.

O Corpo de Bombeiros tem que fazer uma busca na usina de traição, porque há uma suspeita de que esse corpo possa ter sido levado até o Rio Pinheiros. O Rio Pinheiros tem um sistema hidráulico que, em um dado momento, joga água lá para o Rio Tietê e, em outro momento, joga água para a usina, para a Represa Billings. Então, lá existe essa usina de traição, e o Corpo de Bombeiros suspeita que esse corpo possa estar lá nessa Usina de Traição. E está tendo dificuldade para fazer o seu trabalho. A empresa não autorizou que o bombeiro pudesse entrar lá para fazer o seu trabalho.

Eu estou tentando localizar quem é o responsável por essa empresa, que agora é privada, não é mais pública, para fazer uma diligência lá e ver por que eles estão impedindo o bombeiro de fazer o seu trabalho.

A família está apreensiva, é um momento de muita dor. Deixo aqui as condolências, os meus sentimentos à família do Eric. Estive com eles no domingo, conversei com eles sobre o que aconteceu. Conversei com a Prefeitura, a Prefeitura demorou um pouco, mas levou as bombas para lá.

É muita água que tem nesse piscinão, mas a gente se depara com essa questão da empresa EMAE, e não é só esse problema que eu já me deparei. Esse é um fato que o corpo possa estar lá nessa Usina de Traição e eles estão dificultando o trabalho dos bombeiros.

Então esse privatiza que melhora não é verdadeiro! Privatiza que piora, está piorando. A privatização da Sabesp está todo mundo lá reclamando da falta de água na região do Jardim São Francisco; faz cerca de quatro, cinco dias que não tem água, e o novo presidente da Sabesp diz que é assim mesmo, é por conta do calor, então já mostra que a privatização não está dando certo.

E a outra questão é sobre as enchentes também que chegaram ali na região do Alto de Pinheiros. E nós, desde o ano passado, conseguimos uma intervenção da Prefeitura, que está sendo feito todo um sistema de captação de água, e essa captação vai ser jogada lá no Rio Pinheiros, mas também eles estão com dificuldade com essa EMAE porque não conseguem falar com ninguém para que eles tenham autorização, porque precisa de autorização da EMAE e precisa de autorização da CPTM, ou da ViaMobilidade agora também, porque é privatizada aquela linha que passa ali junto ao Rio Pinheiros. E eles também estão tendo dificuldade para ter autorização para resolver esse problema que dá enchente aqui e não tem escoamento.

Então, para deixar registrado e para dizer que essa lógica de privatizar tudo nem sempre dá certo. O governador disse “privatiza que melhora”, mas infelizmente o privatiza está no que piora.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Nós que agradecemos, nobre deputado Reis, muito importante sua fala nesta tarde.

Seguindo a lista de oradores, gostaria de chamar o nobre deputado Paulo Fiorilo, líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa aqui do nosso estado de São Paulo.

Tem V.Exa. o tempo regimental de cinco minutos para fazer uso da palavra.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, deputada Thainara Faria, deputados e deputadas, aqueles que nos acompanham pela TV Alesp, as assessorias, tanto militar como as assessorias das bancadas.

Tenho, na realidade, dois assuntos. O primeiro tem a ver com a fala do deputado Giannazi com relação à climatização das escolas. Eu estive na cidade de Taiaçu, que é uma cidade que está naquela região de Jabuticabal, ali nessa macro de Ribeirão Preto, e a grande reclamação da escola - só tem uma escola estadual tempo integral - é que não tem climatização nas salas. Os alunos ficam sete horas, as professoras, os professores e os alunos em sala de aula sem que haja climatização.

Então, eu queria, Sra. Presidente, pedir que essa parte do meu pronunciamento seja enviado ao secretário de Educação para que ele anexe aos muitos outros pedidos de climatização, instalação de bebedouros nas escolas estaduais, principalmente nesse período de intenso calor, e de que é preciso ter as alternativas ou os paliativos para que os alunos tenham condições de estudar de forma adequada e os professores ministrarem suas aulas.

O outro assunto que eu quero trazer aqui - queria pedir se é possível a gente colocar lá no telão - diz respeito a um grave acidente que ocorreu no final do mês de janeiro: “Motorista dorme ao volante e van com pacientes hospitalares capota”. Uma pessoa, um idoso de 72 anos, morre e sete pessoas ficam feridas.

Eram pessoas que moram na cidade de Iporanga, onde tem o Petar, o maior parque ambiental do País, com as cavernas que o governo Doria quis privatizar, houve toda uma luta, e agora o governo Tarcísio vai voltar a discutir a privatização.

Infelizmente, o motorista dormiu no volante e a gente teve uma morte. Qual é o problema aqui? É possível acontecerem os acidentes, as estradas, etc. e tal. O problema é que poderia ser evitado. Os pacientes estavam indo para a cidade de Praia Grande. Eles saem de Iporanga para ir à Praia Grande para serem tratados, em especial aqueles pacientes oncológicos.

O Estado precisa rever esse tipo de procedimento. Não é possível que a gente tenha pessoas sendo deslocadas 300, 250 quilômetros de distância para poderem ser atendidas pelo Sistema Único de Saúde. A região tem grandes hospitais, podia falar de Registro ou mesmo de outras cidades maiores naquela região, que poderiam acolher os pacientes.

Esse tipo de acidente poderia ser evitado se o Estado tivesse a preocupação de descentralizar o atendimento, principalmente nas regiões mais distantes, mais carentes, que poderiam ser atendidos mais próximos de suas residências. O que aconteceu poderia ter sido evitado se o governo olhasse para esse tipo de atendimento, com o que nós não podemos mais concordar.

Eu falei com o pessoal que faz o transporte das pessoas. O veículo tinha seguro, as pessoas estão sendo acolhidas, o prefeito já tinha dado declaração. Falei com o prefeito também, mas não resolve, porque as pessoas vão continuar, deputado Suplicy, saindo de Iporanga para ir para Praia Grande, para Santos, horas e horas na estrada para serem tratadas. Nós não podemos permitir isso, isso é desumano.

Então eu queria pedir aqui que esse outro pronunciamento pudesse ser encaminhado para o prefeito de Iporanga e para o secretário de Saúde do Estado de São Paulo. E o secretário mora em uma cidade do interior, ou vem de uma cidade do Interior, que é São José do Rio Preto, próximo de Araraquara, e sabe o que significa as pessoas terem que se deslocar.

Claro que, em Rio Preto, você tem hospital de base, você tem uma estrutura muito maior. Mas eu não estou falando desses lugares, eu estou falando de lugares como Iporanga, como Eldorado, mesmo Apiaí, que tem um hospital, mas é insuficiente para o atendimento.

E as estradas, infelizmente, naquela região, em especial a que liga Iporanga à Apiaí, é uma estrada quase que intransitável, em função das chuvas. Enquanto o Governo do Estado não realizar o asfalto ou a conservação adequada daquela estrada - a estrada é importante, eu já falei aqui, já trouxe aqui, inclusive, fotos dos desabamentos, soterramentos -, nós vamos continuar sofrendo, em especial, quem mora, quem vive, quem trabalha naquela região.

Então eu queria deixar esse alerta para que a gente possa evitar que pessoas que estão sendo levadas para o tratamento acabem vindo a óbito. E queria ser solidário à família desse senhor que veio a óbito nesse acidente tão trágico e àqueles que sofreram ferimentos nesse desastre.

Muito obrigado, Sra. Presidenta.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Nós que agradecemos, nobre deputado Paulo Fiorilo. Parabéns pela sua fala. Esta Presidência recebe o documento de V. Exa. e o encaminhará à publicação após seu exame, nos termos do Art. 18, inciso V, do Regimento Interno.

Seguindo a lista de oradores na lista suplementar, eu seria a próxima oradora, mas dispenso a minha fala. Gostaria de chamar, mais uma vez, o nobre deputado Eduardo Suplicy para fazer uso da palavra.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Querida presidenta, deputada Thainara Faria, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, eu gostaria hoje de reiterar aqui um acontecimento tão significativo e importante que vai haver ali, em Maricá e Niterói, em agosto deste ano.

Nos dias 26 a 29 de agosto, a rede mundial da renda básica, The Basic Income Earth Network, se reunirá ali. E por que razão escolheram o Brasil, Maricá e Niterói? Para que, então, conheçamos em maior profundidade quais os resultados da experiência pioneira de ambas as prefeituras, sobretudo Maricá, que instituiu moeda social desde por volta de 2008.

Mas que também, a partir de 2008, por aí, passou a criar a Moeda Social Mumbuca. E a partir de 2016, após eu ter feito uma exposição aqui em São Paulo sobre as vantagens da renda básica universal incondicional, eis que estava presente o prefeito Washington Quaquá, que é de Maricá. E ele me disse: “olha, eu quero aplicar a renda básica em Maricá”. E começou a fazê-lo gradualmente.

Já em janeiro de 2016, todas as famílias que estavam inscritas no programa “Bolsa Família” passaram a receber dez mumbucas ou reais a mais. Em janeiro de 2017, todas essas famílias passaram a receber uma renda básica de 20 reais, acrescidos ao “Bolsa Família”.

Já em 2019, 43 mil habitantes da cidade - na época, com uma população em torno de 160 mil pessoas, portanto um quarto da população - passaram a receber o equivalente a 200 reais por mês, depois 230 para cada pessoa de todos aqueles que estavam inscritos no Cadastro Único em Maricá.

E já ao final do ano passado, 2024, a Prefeitura de Maricá, sendo então o prefeito Fabiano Horta, que sucedeu a Washington Quaquá e abraçou a causa e levou adiante.... Então eis que 193 mil pessoas, dentre a população que hoje está próxima de 200 mil pessoas em Maricá, portanto praticamente metade da população está recebendo a renda básica de cidadania, da ordem de 230 reais ou mumbucas, por mês.

E então a importância dessa experiência está repercutindo em diversos países do mundo. Niterói, por sua vez, que é vizinha a Maricá, também tem hoje programas de transferência de renda e uma moeda social.

Então será uma oportunidade. Uma das pessoas que certamente estará presente é o João Joaquim de Melo, criador do Banco Palmas e da moeda palmas, que existe no bairro Palmeiras em Fortaleza.

Mas João Joaquim de Melo tem um histórico muito importante, inclusive de interação com o querido professor Paul Singer, que infelizmente já nos deixou. Mas é algo que é muito importante, porque lá, ao criar o Banco Palmas e a moeda palmas, fez com que aquele bairro de Fortaleza se tornasse também um centro de pesquisas muito importantes, estimulando tantos outros municípios a adotarem a moeda social. E agora existe o E-eletrônico, que é uma forma de moeda social também.

Então, certamente estarão presentes representantes de dezenas de países e algumas das maiores autoridades sobre o tema. Para citar alguns: professor Philippe Van Parijs, professor Guy Stenning, professor Klaus Hoff e tantos outros das melhores universidades, pessoas que estarão no Brasil para debater e divulgar as vantagens deste instrumento que agora está sendo recomendado, inclusive, não apenas por grandes lideranças, como Barack Obama, Mark Waltenberg, também pelo Papa Francisco, dentre outros nomes.

Um abraço

Muito obrigado, Sra. Presidenta.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Nós que agradecemos, nobre deputado Eduardo Suplicy.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - E a senhora está convidada também para o congresso internacional da Basic Income Earth Network. Já pode até fazer reservas nos hotéis de Niterói ou Maricá, mas que a senhora representante em Araraquara, com toda a experiência acumulada, poderá dar uma grande contribuição também.

Muito obrigado.

Parabéns, presidenta Thainara Faria.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Muito obrigada, deputado. Será uma alegria participar desse momento histórico para o povo brasileiro.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Sim, eu acho que é uma coisa importante na história da política econômica brasileira, em busca sempre daqueles instrumentos de política econômica e social que venham a elevar o grau de justiça no Brasil.

E, assim, atendendo ao apelo do papa, que diz a todos os países, colocar em prática os instrumentos que venham a elevar o grau de justiça na sociedade, para que então possa haver a paz dentro de cada país e entre os países.

 

O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - Sra. Presidenta, havendo acordo entre as lideranças e partidos, peço o levantamento da sessão.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - É regimental, nobre deputado Eduardo Suplicy.

Srs. Deputados e Sras. Deputadas, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a presente sessão.

 

* * *

 

- Levanta-se a sessão às 14 horas e 57 minutos.

 

* * *