22 DE MAIO DE 2025
22ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO 77° ANIVERSÁRIO DE
ISRAEL
Presidência: DANILO CAMPETTI
RESUMO
1 - DANILO CAMPETTI
Assume
a Presidência e abre a sessão às 20h12min.
2 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Nomeia
as autoridades presentes. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino
Nacional de Israel" e o "Hino Nacional Brasileiro". Solicita que
seja feito um minuto de silêncio em memória de Yaron Lischinsky e Sarah Milgrim,
funcionários da Embaixada de Israel em Washington, D. C., vítimas de um ataque
em 22/05.
3 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI
Informa
que a Presidência efetiva convocou a presente sessão solene, em
"Comemoração ao 77º aniversário de Israel", por solicitação deste
deputado, na direção dos trabalhos. Agradece a todos pela presença.
4 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Anuncia
a exibição de vídeo sobre a história de Israel.
5 - RAFAEL ERDREICH
Cônsul-geral
de Israel em São Paulo, faz pronunciamento.
6 - ANGELA GANDRA
Secretária
municipal de Relações Internacionais da cidade de São Paulo, faz
pronunciamento.
7 - CRIS MONTEIRO
Vereadora
da Câmara Municipal de São Paulo, faz pronunciamento.
8 - GUSTAVO MESQUITA
Vereador
da Câmara Municipal de Guarulhos, faz pronunciamento.
9 - OSEIAS DE MADUREIRA
Deputado
estadual, faz pronunciamento.
10 - MARCOS KNOBEL
Presidente
da Federação Israelita do Estado de São Paulo, faz pronunciamento.
11 - CLAUDIO LOTTENBERG
Presidente
da Confederação Israelita do Brasil, faz pronunciamento.
12 - ARIELLA SEGRE
Sobrevivente
do Holocausto, faz pronunciamento.
13 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI
Tece
comentários sobre a história de Israel. Discorre sobre a proximidade do país
com o Brasil. Combate o antissemitismo. Defende a criação de um dia estadual em
homenagem às vítimas dos ataques de 07/10/23. Faz agradecimentos gerais.
Encerra a sessão às 21h47min.
* * *
-
Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Danilo Campetti.
* * *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Senhoras
e senhores, boa noite. Sejam
todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão
solene tem a finalidade de “Comemorar os 77 anos de Israel”. Comunicamos aos
presentes que esta sessão está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo
canal Alesp, no YouTube.
Convido para que componham a Mesa Diretora o
deputado estadual Danilo Campetti, presidente da Frente Parlamentar em defesa
da união Brasil e Israel e suas soberanias. (Palmas.) Rafael Erdreich,
cônsul-geral de Israel em São Paulo. (Palmas.) Dr. Claudio Lottenberg,
presidente da Confederação Israelita do Brasil. (Palmas.) Dr. Marcos Knobel,
presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo. (Palmas.) Dr.
Fernando Rosenthal, presidente da Hebraica de São Paulo. (Palmas.)
E agora, para compor a extensão da Mesa
Diretora, convidamos Oseias de Madureira, deputado estadual. (Palmas.) Angela
Gandra, secretária municipal de Relações Internacionais do Município de São
Paulo. (Palmas.) Cris Monteiro, vereadora de São Paulo. (Palmas.) Dr. Daniel Bialski, advogado, ex-presidente da Hebraica e
ex-vice-presidente da Confederação Israelita do Brasil. (Palmas.)
Estamos recebendo também nesta noite, aqui no
plenário, Gili Vilian, vice-cônsul-geral de Israel em São Paulo. (Palmas.) Luís
Fernando Avalos Giménez, cônsul-geral do Paraguai em São Paulo. (Palmas.) Ida
Sztamfater. (Palmas.) Lucas Jordão, chefe de gabinete da Secretaria de Estado
de Turismo e Viagens de São Paulo. (Palmas.)
Stella Verzolla, secretária adjunta municipal
de Direitos Humanos e Cidadania, representando a senhora Regina Santana,
secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania. (Palmas.) Samo Tossati,
chefe da assessoria internacional do governo. (Palmas.) Luís Altikes, CEO da
Alma Premium. (Palmas.)
Bruna Altikes. Fabiana Gorenstein Altikes.
Márcia Kelner Polisuk, vice-presidente da América Latina do Hillel. (Palmas.) Maurício Kubrick, Bruno Setton e Reny Setton.
(Palmas.)
Convido a todos os presentes para, em posição
de respeito, ouvirmos os hinos nacionais de Israel e do Brasil.
* * *
- São executados o Hino Nacional de Israel e o Hino
Nacional Brasileiro.
* * *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Convido para compor
também a extensão da Mesa Diretora, Gili Vilian,
vice-cônsul-geral de Israel em São Paulo. (Palmas.)
Senhoras e senhores, neste momento faremos um
minuto de silêncio em memória de Yaron Lischinsky e Sarah Milgrim, funcionários
da Embaixada de Israel em Washington, D. C., que foram mortos em um ataque ao
saírem de um evento, na noite dessa quarta-feira.
* * *
- É feito um minuto de silêncio.
* * *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Registramos
agora, e agradecemos, a presença das seguintes personalidades: o deputado
Capitão Telhada enviou os cumprimentos, desejando sucesso ao evento e justifica
sua ausência, pois não pôde estar presente. Sarita Sarue, coordenadora de Educação
e Cultura do Memorial do Holocausto. Os sobreviventes do Holocausto, Ariella
Segre, Daniel Roth, Jorge Weiser, Josef Kurk e Stefan Lippmann. O delegado
Gustavo Mesquita, vereador pela cidade de Guarulhos.
Rabino Gerci, da instituição Beit Chabad. Marcio
Lewensztajn, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Israel, a Bril Chamber.
Jacques Griffel, presidente do conselho do Colégio Renascença e diretor da
Federação Israelita. Ilana Rabinovici Iglicky, coordenadora educacional do
Memorial do Holocausto e da Imigração Judaica. Gabriela Bobrow, conselheira da
CIP, Congregação Israelita Paulista. Alexandre Judkiewicz e Fernando Ber, do Departamento
de Segurança Comunitária da Federação Israelita de São Paulo.
Passo a palavra agora ao proponente dessa
sessão solene, o deputado estadual Danilo Campetti.
O SR.
PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Muito
obrigado. Boa noite a todos. Sejam muito bem-vindos à Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo, o maior Parlamento estadual da América Latina.
É uma honra enorme para mim, que sou
presidente da Frente Parlamentar em defesa da união Brasil e Israel e suas soberanias,
e também aqui o deputado Oseias de Madureira, que é membro da Frente. Também é
uma honra receber toda a comunidade judaica, os representantes aqui do Estado
de Israel, a quem passo a nominar.
Cumprimento o querido Rafael Erdreich,
cônsul-geral de Israel em São Paulo. Cumprimento o Dr. Marcos Knobel,
presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo. Dr. Claudio
Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil. Dr. Fernando Rosenthal,
presidente da Hebraica de São Paulo.
A Dra. Angela Gandra, secretária municipal de
Relações Internacionais de São Paulo, que aqui representa o prefeito Ricardo
Nunes. Cumprimentar também a vereadora Cris Monteiro, daqui de São Paulo.
O Dr. Daniel Bialski, que é advogado,
ex-presidente da Hebraica e ex-vice-presidente da Confederação Israelita do
Brasil. Cumprimentar o senhor Lucas Jordão, chefe de gabinete da Secretaria de
Turismos e Viagens do Estado de São Paulo.
Vim fazer um cumprimento à senhora Gili
Vilian, que é vice-cônsul aqui, do Consulado de Israel aqui em São Paulo, e
cumprimentar especialmente, e agradecer imensamente, a presença dos nossos
sobreviventes, a quem eu peço uma salva, e calorosa, de palmas. (Palmas.)
Muito obrigado, senhoras e senhores, aqui
presentes, muito nos honram com a presença. Vamos iniciar os nossos trabalhos.
Nos termos regimentais, Senhoras e senhores, esta sessão solene foi convocada
pelo presidente desta Casa de Leis, deputado André do Prado, atendendo à minha
solicitação, com a finalidade de “Comemorar o aniversário de 77 anos de Israel”.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Neste
momento, assistiremos a um vídeo sobre a história de Israel.
* * *
- É
exibido o vídeo.
* * *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Convido
a fazer uso da palavra Rafael Erdreich, cônsul-geral de Israel em São Paulo.
O SR.
RAFAEL ERDREICH - Senhoras e senhores, boa noite. O Estado de
Israel, fundado em 14 de maio de 1948, iniciou sua trajetória em condições
extremamente difíceis, com uma população pequena e um pedaço de terra quase
minúsculo no Oriente Médio, em sua maior parte árido, sem recursos naturais ou
água, recebendo massas de refugiados, enfrentando uma guerra de independência
contra diversos exércitos e em clara desvantagem numérica.
Ao longo dos anos, e apesar das dificuldades
e objetivos, incluindo um conflito sangrento e diversas guerras com os países
árabes vizinhos e o Irã, o Estado de Israel conseguiu florescer e prosperar.
Nas últimas décadas, a mão sempre estendida
de Israel pela paz foi recebida por muitos dos países árabes vizinhos, sob
acordos de paz e sob os acordos de Abraão, que esperamos, de coração, que se
expandam ao maior número possível de países da região.
A contribuição de Israel para as nações do
mundo em conhecimento da tecnologia é conhecida e trouxe melhoria à vida de
cidadãos de todo o planeta. No entanto, além de lidar com inimigos e
terroristas, Israel precisa lidar constantemente com um outro inimigo, as fake
news.
Trata-se de uma verdadeira doença, a
disseminação de uma narrativa falsa, que difama Israel, demoniza o país e
recorre rapidamente a motivos antissemitas com o objetivo de prejudicar Israel
e levá-lo a isolamento.
Essa questão, que já era preocupante,
tornou-se uma epidemia após o massacre de 17 de outubro de 2023, quando os
agressores, de repente, passaram a ser considerados vítimas. E Israel foi
acusado de genocídio, justamente o que os terroristas do Hamas pretendem fazer,
a ouvirem assassinar israelenses onde quer que estejam e, como está definido em
sua Carta Fundacional, com o objetivo de destruir o Estado de Israel.
Nesta semana, uma deputada estadual do Rio
Grande do Sul foi além, acusando Israel de realizar Nakba há 67 anos, de promover
limpeza étnica desde sua fundação e outras acusações que, além de falsas, são
claramente antissemitas. Nakba, em árabe, significa catástrofe. A versão dos acontecimentos
que esta deputada divulgou não podem ser sustentados diante da história.
Em 29 de novembro de 1947, sob a liderança do
diplomado brasileiro Oswaldo Aranha, a Assembleia Geral da ONU aprovou a
Resolução 181, que propõe dividir o mandato britânico em dois estados, um judeu
e um árabe. Os judeus aceitaram o plano, os árabes o rejeitaram e iniciaram, já
no dia seguinte, uma série de ataques contra a população judaica.
No que iniciou a Guerra da Independência,
Israel sofreu perdas pesadas, cerca de 6 mil mortos, aproximadamente 1% da
população da época, e dezenas de milhares de feridos.
Em janeiro de 1948, o líder dos árabes da
Palestina, o mufti Haj Amin al-Husseini convocava a retirada dos civis. Em
março do mesmo ano foi o Comitê Árabe Superior, principal órgão da liderança
árabe na Palestina, que reforçou os apelos para a saída da população árabe,
seguidos posteriormente por líderes árabes que exigiram o esvaziamento da
população antes da invasão militar. A promessa era que a guerra seria curta e,
após a destruição de Israel, eles retornariam rapidamente às suas casas.
O incentivo à saída e os apelos dos líderes
árabes foram os principais responsáveis pelo êxodo árabe da região. Os que
partiram reuniram-se em campos de refugiados nos países árabes vizinhos e, até
hoje, definem-se como refugiados sem que tenham reconstruído suas vidas. Na
mesma época, nos países árabes, começou uma verdadeira campanha de perseguição
contra as populações judaicas.
Ocorreram expulsões em massa, expropriações
forçadas e confisco de bens. De aproximadamente um milhão de judeus que viviam
no norte da África e no Oriente Médio, cerca de 850 mil foram obrigados a
deixar seus países de origem. Os fatos são claros.
A guerra foi uma consequência direta da
recusa dos árabes ao plano de partilha e ao direito do povo judeu a um Estado.
Os fluxos migratórios árabes durante a guerra de independência foram, em sua
maioria, incentivados pelos próprios árabes e não o resultado de uma expulsão
planejada por Israel. Ainda assim, poucos mencionam a verdadeira limpeza étnica
comedida contra judeus nos países árabes, um mato de vingança sistemático
evidente.
Ressalto que os árabes israelenses, que
atualmente constituem 21% da população do país, são cidadãos com direitos
iguais integrados em todas as esferas da vida no Estado de Israel. Ao longo dos
anos, foram propostas diversas iniciativas para a criação de um Estado
palestino. Todas foram rejeitadas pelos palestinos, que optaram por utilizar o
terrorismo e as intifadas.
Não bastasse a recusa à paz, eles escolheram
cometer um massacre brutal contra civis israelenses, judeus e árabes, em 7 de
outubro de 2023, em um anto que se encaixa na definição de genocídio, segundo o
Estatuto de Roma de 1998.
As declarações da deputada, portanto, são
evidentemente falsas. Elas se somam à imensa desinformação presente, sobretudo
nas redes sociais, espalhando veneno e destruição por toda a parte.
Trata-se de uma narrativa antissemita e
mentirosa, mais um exemplo de fake news que circula nos dias de hoje. Espero,
de todo o coração, que encontros como este sirvam para difundir a verdade. E
mais uma vez, faço daqui um apelo pelo retorno dos 58 reféns ainda em Gaza.
Am Yisrael Chai.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Convido
agora a fazer uso da palavra Angela Gandra, secretária municipal de Relações Internacionais
do município de São Paulo.
A SRA.
ANGELA GANDRA - Boa noite a todos. Queria, em primeiro lugar,
cumprimentar o deputado Danilo Campetti por promover essa linda cerimônia.
Queria também cumprimentar especialmente meu amigo Rafael Erdreich e congratular
também pelo seu discurso.
Queria cumprimentar a Gili Vilian,
vice-cônsul-geral de Israel, que eu conheci hoje. O deputado Oseias de
Madureira, o Marcos Knobel, o Claudio Lottenberg, o Samo Tossati, companheiro,
amigo, batalhador aqui para a diplomacia no estado, na cidade de São Paulo. A
Cris Monteiro também, grande companheira aí da Câmara. E o Daniel, que está
conosco na Mesa. E queria especialmente... Ah, e o Fernando Rosenthal também.
Queria cumprimentar também o cônsul do
Paraguai, que está aqui conosco, sempre presente. E, no público, eu gostaria de
cumprimentar a senhora Ariella Segre, sobrevivente do Holocausto. E nela eu me
uno a todos os judeus e a todo o público presente.
Sem dizer que eu me emocionei muito durante o
canto do hino com a bandeira aqui de Israel. E pensando o quanto nós desejamos
essa paz. E me dou muito e me solidarizo muito, especialmente com as pessoas
recém feitas vítimas dessa perseguição que nunca acaba.
E eu queria celebrar esse dia com vocês,
celebrar a partir da cidade de São Paulo, porque nossa cidade abriga a maior
comunidade judaica do Brasil. Nós temos mais de 80 mil pessoas, e nós não
podemos dizer que, ou seja, que estão aqui, são parte da nossa história, parte
da nossa narrativa, e constroem nossa cidade como um bom judeu, que tem parece
que, geneticamente, o trabalho nas suas veias.
Então nós temos que agradecer a nossa saúde
no comércio, na ciência, na educação, na cultura, na filantropia, esse povo tão
presente na nossa história. E também esse diálogo intercultural que nós
mantemos, porque é maravilhoso participar dessa cultura, nós somos também de
uma cultura judaico-cristã, e como nós aprendemos, e como também aprendemos da
fidelidade às suas raízes religiosas, que nos ajudam também a ser fiéis às nossas.
E eu posso dizer que São Paulo tem uma parceria muito profunda com Israel.
O cônsul foi um dos primeiros que nos
procurou, e já começamos a participar, e agora vai haver uma missão, se Deus
quiser, nosso vice-prefeito vai também, estamos trabalhando juntos, e
aprendemos muito de tantos ramos, gestão hídrica, agricultura urbana,
mobilidade inteligente, saúde pública, mudanças climáticas, tantas, tantas
lições que têm nossos queridos judeus para nos ensinar.
E o cuidado com a mulher também, isso eu vi desde
que eu trabalhava em Brasília, com a embaixada e assim por diante, como cuidam,
como tinham preocupação com o câncer de mama, por exemplo, e acompanhavam, e
tinham inovações, a inovação é uma característica também de Israel.
E também nesse ano de COP, essa preocupação
com soluções climáticas inovadoras, estamos aprendendo e trabalhando juntos.
Mas hoje eu não venho falar de economia, nem de parcerias, mas eu venho falar
de amizade, de celebração, de celebrar esse Estado de Israel com 77 anos, e
queria dizer, não sei se é politicamente correto, mas é algo que brotou no meu
coração. Eu sou também parte de toda a religiosidade judaico-cristã, e eu posso
dizer que os amores da minha vida são os judeus, que é Jesus Cristo e Nossa
Senhora.
E hoje, a eles, eu confio a proteção desse
povo, desse povo que eu tanto quero, e que de fato, como vocês falaram aqui,
vocês têm esperança, que eles protejam esses desejos de esperança, de esperança
de paz, e de encontrar essa paz e prosperidade na sua terra e em todas as terras
em que vocês estejam presentes, a começar da cidade de São Paulo.
Muito obrigada por tudo. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Convido
agora a fazer uso da palavra Cris Monteiro, vereadora da cidade de São Paulo.
A SRA.
CRIS MONTEIRO - Boa noite a todos. Gostaria de começar
cumprimentando o cônsul Rafael Erdreich, a secretária Angela Gandra, secretária
de Relações Internacionais, o Dr. Claudio Lottenberg, presidente da Conib, meu
amigo, meu também amigo Marcos, que aliás todos são meus amigos, Marcos Knobel,
presidente da Fisesp, a vice-cônsul Gili Vilian, Fernando Rosenthal, presidente
do Clube Hebraica, Daniel Bialski, ex-presidente da Hebraica e ex-presidente da
Conib, o deputado Danilo Campetti, deputado Oseias de Madureira, e as demais
lideranças comunitárias e autoridades religiosas daqui presente.
Eu gostaria de começar essa nossa conversa
endereçando a todos os deuses do mundo inteiro e em particular a comunidade
judaica aqui no Brasil, que são meus amigos queridos, que tão carinhosos são
comigo, tão amistosos, que sempre me aceitam e me recebem tão bem.
E gostaria de dar os parabéns a Israel pelos
seus 77 anos, a única democracia do Oriente Médio, que está circundada e
circulada de ditaduras, de países que não têm o respeito necessário aos
direitos humanos.
Israel é o lar dos judeus, que tão
perseguidos foram durante a Segunda Guerra, não somente a Segunda Guerra, é uma
história de perseguição, a sua história inteira, e que agora eles têm um lugar
para chamar de seu, a sua pátria. Eles têm um hino, uma bandeira, uma cultura.
Eu estive em Israel em julho do ano passado e
eu vi com os meus próprios olhos a grandeza daquele país, um povo resiliente,
que ainda chorava os seus mortos do 7 de outubro e os reféns que ainda estavam
capturados em Gaza.
Hoje, na Câmara Municipal, eu fiz um discurso
lamentando muito a morte cruel e violenta daquele casal que trabalhava na
Embaixada, e é muito lamentável, mas ao mesmo tempo, de certa forma, mostra a
simbologia que aquele ato cruel faz com que a gente reflita, como que nós
precisamos defender o Estado de Israel, defender a pátria dos judeus, defender
um lugar para que eles possam viver, viver sua cultura, viver sua religião,
viver com seus amigos, suas raízes, toda a sua história. E é muito lamentável
que isso tenha acontecido. Inclusive, a pessoa que cometeu esse ato tão cruel,
ao final dizia, “Palestina livre”, “Palestina livre”.
No meu discurso hoje na Câmara Municipal, eu
dizia que as palavras de ordem “Palestina livre” não vão trazer a paz tão
desejada àquela região. Não será assim. Será através do respeito aos direitos
humanos, do respeito à diversidade, do respeito que todos temos que ter com
todos os povos, incluindo, obviamente, o povo judeu e a Israel. Insisto, a
única democracia do Oriente Médio.
Então, eu estou aqui, eu serei rápida, mais
uma vez desejando parabéns a Israel, 77 anos, que venham mais 77, mais e mais,
100, 200, 300, 400, 500 anos, mil anos para a Israel, mil anos de paz, de
prosperidade, mil anos de celebração, mil anos para que o povo judeu possa
continuar afincando a sua bandeira em solo e dizer “essa pátria é minha e aqui
ninguém vai me tirar. Esse lugar é meu, nos foi dado através da ONU e aqui
estaremos defendendo a nossa liberdade”.
Parabéns, Israel.
Am Yisrael Chai. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Convido
agora a fazer uso da palavra o Delegado Gustavo Mesquita, vereador da cidade de
Guarulhos.
O SR.
GUSTAVO MESQUITA - Boa noite a todos e todas
Queria, em nome aqui da agilidade, pedir
escusas para não nominar todas as autoridades pessoalmente, mas na pessoa do
meu amigo, deputado estadual Danilo Campetti, cumprimentar todos os presentes,
todas as autoridades.
Na pessoa da Sra. Angela Gandra, cumprimentar
todas as mulheres aqui presentes, e parabenizar mais uma vez, desde já, Danilo,
por essa iniciativa, por toda a luta, por toda a representatividade que você
está trazendo para essa casa, para o Estado, em nome e em defesa do povo
israelense, do povo judeu, do Estado de Israel, em outras palavras, da
soberania, da dignidade de todos os povos.
Bom, eu faço sempre questão de lembrar com
muito orgulho das minhas raízes judaicas. Venho de berço judeu, meu pai, criado
no judaísmo, nascido de ventre judaico, minha avó, Ana Markowicz, veio da
Polônia, fugindo dos horrores do nazismo.
Então, o meu respeito ao povo judeu vem de
berço e foi sendo construído, reforçado, consolidado cada vez mais ao longo do
tempo, observando, estudando a história e testemunhando a luta do povo judeu
pelo direito de existir. Povo talvez mais perseguido da história, perseguido
por milhares de anos e que segue vivo, segue firme, segue próspero.
E eu penso que celebrar o aniversário de
Israel, além de celebrar o aniversário de uma nação, é celebrar o direito de
qualquer nação existir com respeito, com dignidade. Estado de Israel é um
Estado que não nasceu do ódio, nasceu da esperança. E dessa esperança, o povo
israelense transformou o deserto em vida, a guerra em resistência, a dor em
progresso.
Uma das democracias que mais respeitam a
diversidade, a liberdade religiosa, sinônimo de inovação, de tecnologia. Um
lugar onde coexistem cristãos, judeus, muçulmanos, que respeitam as minorias,
onde homens e mulheres têm todos os direitos, têm direitos iguais, onde minorias
como LGBT têm os seus direitos respeitados. E uma nação que tudo que pede em
troca é o direito de seguir existindo.
E segue lutando bravamente contra aqueles que
insistem em negar esse direito. E o que nós assistimos muitas vezes, agora mais
uma vez com esse fato triste, e precisamos demonstrar sempre a nossa
solidariedade, a nossa indignação, fatos como o ocorrido no atentado em
Washington, que tirou a vida de um casal, duas vidas inocentes.
É muito triste, é uma tragédia humana, é uma
tragédia para todos nós enquanto seres humanos, é uma tragédia para o nosso
mundo. Mas talvez mais preocupante ainda do que o fato em si seja o silêncio de
parcela de grupos que dizem defender os direitos humanos, dizem defender a
vida, mas quando algo assim acontece simplesmente fecham os olhos, relativizam
o mal, relativizam o terrorismo. E isso a gente assiste dia após dia. É um
embate constante na política, na sociedade.
Eu lá, na Câmara Municipal de Guarulhos, já
passei por esse embate de ter que defender o povo de Israel, de ter que
defender o Estado de Israel contra o terrorismo. A gente tem que dizer o óbvio,
que ninguém absolutamente é contra a Palestina, muito pelo contrário, o que nós
somos contra é o terrorismo, é o Hamas, do qual o próprio povo palestino é a
principal vítima, talvez.
E o que a gente assiste é que boa parcela
desses grupos aqui, da política, da imprensa, da nossa sociedade, segue
defendendo o terrorismo. Isso a gente não pode admitir e no que depender de mim
eu não vou fechar os olhos, não vou abaixar a cabeça jamais diante desse tipo
de coisa.
Então, mais uma vez, para não me alongar,
parabéns a todos aqui presentes, parabéns ao povo judeu de todas as origens que
moram aqui em São Paulo, que moram aqui no nosso país, que moram no Estado de
Israel, que moram em todo o mundo, e celebrar o Estado de Israel é celebrar o
direito de todos os povos, de toda a nação, existir com liberdade, com justiça,
com dignidade.
Am Yisrael Chai.
Deus abençoe a todos.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Registrar
e agradecer a presença de Zoe Martínez, vereadora da cidade de São Paulo, e
convidar a fazer uso da palavra ao deputado estadual Oseias de Madureira.
O SR.
OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - Boa noite a todos. Quero começar expressando
a minha sincera gratidão ao meu amigo, ao meu companheiro de parlamento, o
deputado Danilo Campetti, Campetti, desculpe, que com grande sensibilidade e
compromisso nos proporciona este momento solene em celebração aos 77 anos da
independência do Estado de Israel. Obrigado, deputado, pelo convite de estar
nesta noite tão importante e para mim é uma honra poder compartilhar esse
momento.
Cumprimentar todas as autoridades presentes,
que muito engrandecem esta solenidade. Com o abreviar do tempo, se me permite,
cumprimentar o querido cônsul, um grande amigo, Rafael Erdreich, por quem nós
temos um respeito, um carinho, cumprimentar a vereadora Cris Monteiro, cumprimentar
o Dr. Marcos Knobel, também cumprimentar
Dr. Claudio Lottenberg, meu grande amigo, também, Dr. Daniel Wisniewski e a
todos presentes nesta noite tão importante.
Hoje, mais do que uma comemoração histórica,
esta sessão é um ato de resistência, de memória e de defesa à verdade. Há 77
anos, o povo judeu declarou a criação do Estado de Israel após séculos de
dispersão, perseguição e sofrimento.
Em 1948, nasceu uma nação moderna, livre e
democrática em meio a grandes desafios e, ainda assim, movida por fé, trabalho
e esperança. Sem dúvida, Israel é hoje um símbolo de superação no deserto que
tornou uma referência, um país que floresceu e, acima de tudo, uma referência
mundial de tecnologia, ciência, segurança e cultura, sem jamais abrir mão da
sua identidade.
Como cristão evangélico, vejo em Israel mais
do que um país. Vejo em Israel uma terra de promessas, um solo sagrado, onde
caminharam os patriarcas, os profetas e o próprio Messias. Celebrar Israel é,
para mim, uma declaração de fé. Celebrar Israel é um reconhecimento histórico e
espiritual.
Mas não há como não falar de Israel hoje, sem
também lamentar os ataques covardes que continuam sendo dirigidos contra seu
povo, inclusive fora de suas fronteiras. Recentemente, um casal israelense foi
brutalmente assassinado em Washington, capital dos Estados Unidos.
Um crime que não apenas choca pela violência,
mas que ganha contornos ainda mais graves diante da denúncia feita pelo governo
israelense, que acusou países europeus iniciarem e incitarem de forma covarde o
antissemitismo.
Isso sempre será inadmissível.
O antissemitismo, assim como qualquer forma
de racismo, intolerância ou negação histórica, precisa ser combatido com
firmeza e sem hesitação. Não podemos tolerar a repetição dos erros do passado.
Não podemos permitir que o silêncio seja cúmplice desta barbaridade.
Foi com esse espírito de responsabilidade e
memória que propus e tivemos um êxito e a honra de aprovar, nesta casa, o Dia
Estadual de Combate ao Fascismo e ao Antissemitismo, que é de nossa autoria.
Essa data é um marco de conscientização, uma
ferramenta de educação e um compromisso com a liberdade. A memória do
Holocausto e das atrocidades do fascismo não pode ser apagada, não pode ser
negada, não pode ser relativizada. Ela precisa ser lembrada, ensinada e
transformada em ação.
O combate ao fascismo e ao antissemitismo é,
acima de tudo, uma defesa da humanidade. Israel continua sendo uma luz entre as
nações. E a comunidade em São Paulo sempre vibrante, atuante e solidária, que
tem um papel indispensável no desenvolvimento de nossa sociedade. A todos vocês
o meu respeito, o meu carinho e a minha parceria.
Enquanto legislador e pastor, reafirmo meu
compromisso com a liberdade religiosa, com a dignidade da vida e com a paz
entre os povos. Que esta solenidade não seja apenas uma celebração, mas um
chamado à ação, à verdade e à memória.
Parabéns ao Estado de Israel pelos seus 77
anos de independência. Que o Eterno continue protegendo esta nação,
fortalecendo o seu povo, iluminando o caminho da paz.
Termino com um texto bíblico: “Orai pela paz
de Jerusalém. Prosperarão aqueles que te amam. Haja paz entre os teus muros e haja,
entre o muro, prosperidade”.
Que Deus abençoe Israel.
Obrigado.
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Convido
agora a fazer uso da palavra o Dr. Marcos Knobel, Presidente
da Federação Israelita do Estado de São Paulo.
O SR. MARCOS
KNOBEL – Boa noite a todos. Deputado Danilo Campetti, é
sempre um prazer e uma honra estar aqui presente nesta Casa, que nós sabemos que
temos vários irmãos e você seja talvez o carro-chefe dessa irmandade que existe
entre a nossa comunidade e a Casa, a Alesp.
Meu querido cônsul Rafael Erdreich, cônsul de
Israel em São Paulo; meu grande amigo Claudio Lottenberg, presidente da Conib; Fernando
Rosenthal, presidente da Hebraica; Daniel Bialski, grande amigo, ex-presidente
da Hebraica e um grande líder comunitário; nosso outro irmão, Oseias de
Madureira, deputado estadual; Cris Monteiro, minha irmã na Câmara de Vereadores.
É sempre bom saber que nós não estamos sozinhos
aqui, a todos os presentes, meus colegas. Eu queria saudar também à Sarita,
pelo amor que você tem pelos nossos sobreviventes do Holocausto, isso está no
seu coração.
E hoje nós estamos aqui para celebrar 77 anos
do Estado de Israel, uma maravilhosa iniciativa desta Casa. O Estado de Israel,
que tem um povo, uma comunidade resiliente, resiliente desde a sua criação, desde
1948, na ocasião da partilha da Palestina, quando foi criado o Estado de Israel,
a Israel já foi logo imposta uma guerra, uma guerra dos países árabes contra a
sua existência logo no primeiro minuto de jogo.
Uma guerra, que a criação do Estado de Israel,
que culminou na perseguição de todos os judeus dos países árabes, tendo que ser
feito um êxodo para a Europa e muito também aqui para o Brasil.
E talvez a presença dos sobreviventes do
Holocausto nesta Casa, neste momento, se torna fundamental para nós refletirmos
que o Yom HaShoah, que nós celebramos e relembramos recentemente, talvez é uma
amostra do preço que nós pagamos por não ter Israel.
E hoje celebramos Yom Ha'atzmaut, os 77 anos
de Israel, talvez nós pagamos o preço por ter Israel, a morte de diversos soldados,
a morte de diversos civis, mostra o preço e o custo que nós temos em ter Israel.
Israel, um país democrático, um país de todos
nós.
Nós, comunidade judaica de São Paulo, nós
amamos a nossa cidade, nós amamos o nosso estado, nós amamos o nosso país, mas
nós somos sionistas e nós sabemos e amamos também o Estado de Israel, o lar
nacional do povo judeu.
Mas Israel não é só a Startup Nation, Israel
não é só aquela potência econômica. Israel é o país da inclusão, é um país onde
você tem, de um lado, uma praia para religiosos e, de outro lado, uma praia
para o público LGBTQIA+.
Israel é o país da solidariedade. Qualquer
tragédia que acontece no mundo, o primeiro país que está lá para ajudar é
Israel. Assim aconteceu no Haiti, assim aconteceu no México, assim aconteceu
aqui no Brasil, em Brumadinho, quando Israel manda uma equipe inteira para
poder ajudar ao próximo.
Essa é a Israel, essa é a Israel que tanto
nos orgulha, nos orgulha para toda a comunidade judaica. Israel é a casa do
povo judeu, mas Israel também é o país que abriga cristãos, evangélicos,
drusos, muçulmanos. Israel é o país de todos, Israel é o país do mundo.
Israel sempre vai viver, como disse a Cris. Nós
vamos estar aqui por 100, 200, 300, 500 anos, sempre celebrando esse país
resiliente, que tanto é mal compreendido por muitos, mas que está sempre no
nosso coração.
Am Yisrael Chai.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Convido
agora a fazer uso da palavra o Dr. Claudio Lottenberg, presidente da
Confederação Israelita do Brasil.
O SR.
CLAUDIO LOTTENBERG - Prezado deputado Danilo Campetti, proponente
e presidente dessa sessão solene, a quem eu expresso o meu profundo
agradecimento pela sua sensibilidade, mais do que isso, deputado, pela sua
coragem, porque o momento atual, frente a reações desproporcionais daqueles que
desconhecem a história, é importante que nós tenhamos resiliência. E vossa
excelência, mais uma vez, dá um sinal de compromisso com a verdade e com os
valores universais. Muito obrigado, deputado.
Quero também aproveitar para daqui saudar
Rafael Erdreich, cônsul de Israel, Marcos Knobel, presidente da nossa Federação,
meu querido amigo Dr. Fernando Rosenthal, presidente da nossa Hebraica, prezado
Daniel Bialski, nosso assessor da presidência da nossa Conib, meu querido
deputado Oseias, certamente o deputado que melhor enxerga aqui nessa
assembleia, porque sabe escolher o médico oftalmologista. Então tenho que
aproveitar, vereadora Cris Monteiro, nossa amiga de todos os momentos, para
ressaltar também o bom gosto do meu querido e amigo deputado Oseias.
Minhas senhoras e meus senhores, autoridades
aqui presentes, amigos de Israel. Hoje nós nos reunimos para celebrar o
aniversário do Estado de Israel. Uma nação jovem, é verdade, na idade, mas ela
é milenar em alma.
Uma pátria erguida não apenas com tijolos e
com concreto, mas com esperança. Com esperança, coragem e muita fé. Em 1947, em
uma sessão histórica da Assembleia Geral das Nações Unidas, presidida por um brasileiro,
Oswaldo Aranha, foi aprovada a resolução que propunha a criação de dois
Estados, e não somente um. Um Estado judeu e outro árabe.
Israel aceitou a partilha, os países árabes
não. Rejeitaram a proposta, na esperança de expulsar os judeus. Mas Israel
resistiu, trabalhou e sobreviveu. Acho importante, vereadora, fazer esse
resgate, porque, na realidade, a ONU não decidiu simplesmente criar Israel. A
ONU decidiu, sim, dar legitimidade para um traçado histórico.
Os judeus estavam naquela região desde há
quatro mil anos, pois Deus concedeu a Abrão e seus descendentes a terra de
Canaã. Mesmo durante todo o exílio, e a gente pode resgatar a presença dos reis
Davi e Salomão, Jerusalém já era a capital do povo judeu. E, portanto, nunca
houve ausência dos judeus naquela região.
A constituição dos dois Estados nada mais foi
que dar legitimidade àquilo que já era legítimo, como também reconhecer o
natural e o verdadeiro direito da criação de um Estado palestino. Mas o fato é
que, desde então, o que nós temos visto por lá é uma luta contínua. Uma luta
pela vida, pela paz, pela dignidade e pelo direito de existir.
Uma luta que nunca impediu o florescimento do
Estado judeu. Israel, mesmo cercado por ameaças, tornou-se uma das democracias
mais vibrantes do mundo. Uma referência em inovação, ciência e tecnologia e um
parceiro ativo na construção de soluções para os grandes desafios globais.
Há quem tente, hoje, macular essa trajetória,
obscurecendo a história, ignorando os fatos e deslegitimando uma nação que
nasceu com base no direito internacional e se sustenta em princípios
verdadeiramente democráticos. Mas a verdade resiste, e eu sou testemunha.
Eu estive em Israel, e eu vejo aqui o cônsul
Avalos Giménez, do Paraguai, a quem faço questão de saudar, em nome de Santiago
Peña, presidente do Paraguai, e um amigo verdadeiro da verdade e da honestidade
e da integridade. Eu estive em Israel, senhor cônsul, desde 1979. E desde
então, eu acompanho, como muitos de nós, um país que por nenhum dia, nenhum
dia, deputado, teve paz plena.
Mas, nem por isso, perdeu a dignidade, a
resiliência e o compromisso com os valores humanos. Quem vai a Israel sabe que
esta é uma realidade. Não há um dia que um cidadão israelense possa abrir mão
da sua segurança.
Àqueles que passam a julgar Israel a partir
de 7 de outubro de 2023, eu faria a eles um convite, um convite à memória e à
responsabilidade e um resgate verdadeiro e honesto à história. Vamos conhecer a
história. Tentar entender, deputado, o que foi a Partilha.
Entender, dentro do conceito da geopolítica,
minhas senhoras e meus senhores, o que significa o Irã para o mundo
contemporâneo. O Irã, um dos grandes patrocinadores do terrorismo regional e
internacional, que cria condições para que organizações como Hamas, que não
lutam em absoluto por qualquer direito dos palestinos, eles lutam pela
destruição de Israel. Mas Israel resiste, porque é necessário que resista.
Não apenas por si, não apenas pelos judeus,
mas por todos que acreditam na democracia, na coexistência e no combate à intolerância.
O nosso papel, enquanto judeus, é muito maior do que talvez a responsabilidade
sobre nós mesmos. Nós somos guardiões da democracia, do respeito e da luta
contra a intolerância.
Não há como destacar, neste momento, e eu
faço aqui, na frente de vários deles, o papel extraordinário da comunidade
evangélica. Pois juntos, judeus e evangélicos, têm sido os grandes guardiões da
existência e da legitimidade do Estado judeu.
A solidariedade que recebemos, senhores
deputados, o apoio incondicional e a comunhão de valores, são sinais
inequívocos de uma aliança que transcende a política e se apoia na fé, na
justiça e na verdade.
E é nesse espírito que lembramos também os
acordos de Abrão, já que fazemos um resgate de uma história mais recente.
Acordos que abriram caminhos reais de paz e aproximação, também com vários
países árabes. A iminente e recente aproximação de Israel com a Arábia Saudita
foi, inclusive, um dos fatores que impulsionaram o brutal ataque terrorista do
Hamas.
Um ataque não é feito somente a Israel, mas
contra todas as forças que lutam contra o fanatismo e que lutam pela moderação.
Hoje, senhor cônsul Rafael, Israel é uma referência muito importante para os
judeus. Israel é um farol para os judeus e para os evangélicos e para todos
aqueles que acreditam na democracia, na convivência entre povos e no combate à
intolerância.
Israel é a raiz da nossa luta, a luta que
temos a obrigação de seguir contra o antissemitismo e contra toda e qualquer
discriminação em relação a qualquer minoria. Quero, em nome da comunidade
judaica do Brasil, deixar aqui a minha gratidão ao grande deputado Campetti,
que teve iniciativa dessa homenagem em nome dessa Assembleia Legislativa do
grande Estado, o nosso Estado de São Paulo.
E aqui falo como judeu, mas falo como brasileiro
e as pessoas devem me escutar, porque sou brasileiro, vivo nesse país,
contribuo e faço com que ele cresça.
Quero também agradecer a comunidade
evangélica pelo apoio firme, claro e generoso. E, sobretudo, e como não poderia
deixar de ser, agradecer a Deus, que tem sustentado Israel em seus momentos
mais difíceis, e que certamente continuará dando a esse povo forças para seguir
adiante.
Os valores de integridade, de família, de fé,
de respeito ao próximo e de amor à liberdade não pertencem só a um povo, são
pilares de uma sociedade contemporânea que precisa, mais do que nunca, serem
resgatados, afirmados e celebrados.
Am Yisrael Chai, o povo de Israel vive e
sempre viverá.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Agradeço
as palavras dos membros da Mesa e ouviremos, agora, a sobrevivente do
Holocausto, Sra. Ariella Segre.
A SRA.
ARIELLA SEGRE - Senhoras e senhores, boa noite. Políticos e
ilustres políticos presentes e autoridades, em particular um boa noite ao
deputado Danilo Campetti, que nos proporciona essa noite de celebração que,
para mim, tem um significado desde quando eu era criança.
Eu sou italiana, eu sou judia. A Itália não
estava participando desde o começo das loucuras de Hitler, mas chegou um dia
que a Gestapo invadiu a Itália, e deportou quantos judeus podia. Nós, minha
família, não foi presa por um caminhão da Gestapo por um puro acaso, porque um
vizinho avisou para meu pai para não voltar para casa e nós não voltamos. Do
jeito que a gente estava, não voltou mais para casa.
Infelizmente, uma vizinha nossa, que estava
em casa, tinha mandado uma filha comprar pão, e quando a filha dela voltou para
casa, achou a casa vazia. Não tinha pai, não tinha mãe, não tinha irmãos, não
tinha ninguém. Sobrou uma menina, que tinha poucos anos mais do que eu, com um
saco de pão na mão. Ela não teve a minha sorte. Nós fomos avisados por um
vizinho de não voltar para casa. Fomos embora.
Em seguida, terminou a guerra, voltamos para
a nossa cidade, nós fomos trazidos de volta. Mas nossa cidade não era mais a cidade que a
gente tinha deixado.
A cidade era uma cidade ferida, machucada,
machucada nas construções, machucada nos corpos das pessoas, machucada nas
almas. Em particular, para nós, judeus. A sinagoga tinha sido destruída, não
havia mais sinagoga. O prédio da sinagoga estava em pé, parcialmente em pé,
pois uma parte da sinagoga e tudo aquilo que tinha em volta era um monte de
ruínas.
A nossa casa tinha sido ocupada e depois,
quando nós conseguimos entrar em uma parte da nossa casa, não tinha vidros,
porque as bombas que caíram perto da nossa casa, pela vibração, fizeram
estourar todos os vidros.
E nós vivemos do jeito que a gente podia
sobreviver numa cidade machucada, que estava recebendo feridos, que estava
voltando das guerras das mais remotas partes da Europa.
E na nossa congregação, a Congregação
Israelita de Bolonha, tinha refugiados não italianos, porque a Gestapo sabia
quem era judeu em Bolonha e deportou todos aqueles que lhe encontrou. E
refugiados judeus que tinham chegado na Itália e não sabiam que a Gestapo não
sabia que eles eram judeus, e se refugiaram na congregação de Bolonha, num
pedaço de prédio em pé.
Tinham, particularmente, muitos gregos,
porque a Grécia também foi massacrada pela Gestapo. Se falava naquela
congregação todas as línguas, tinham alemães, tinham poloneses, tinha gregos, e
não sei o que mais, porque eu não entendia tantas línguas que se falava nesse
pedaço de congregação que estava em pé, que estava abrigando judeus que tinham
corrido ao único lugar onde podiam sobreviver era a comunidade judaica
semidestruída.
Eu lembro essa situação, seja da minha
família, seja dessas pessoas que estavam acampadas lá sem ter ideia do que
fazer da própria vida. Elas tinham perdido família, tinham perdido casa, não
tinha para onde voltar, não tinha para onde ir, não tinha. Até que veio a
ideia, em 47, que podia surgir um Estado. Então estava todo mundo esperando ter
alguma coisa, uma ideia de futuro.
Essa comunidade estava esperando, todo mundo
ligado ao rádio, na minha casa também. Todo mundo ligado ao rádio esperando
alguma coisa, até que essa coisa veio. Foi a criação do Estado de Israel.
Nessa altura, teve uma alegria elétrica entre
todos esses sobreviventes que podiam ter para onde ir, podiam ter o que fazer,
tinham alguma esperança, eles tinham perdido tudo. Família, casas, terra, não
tinham para onde ir. Mas quando foi criado o Estado de Israel, foi uma explosão
de alegria, que eu lembro dessa explosão de alegria.
Eu estava nessa comunidade, junto com os meus
correligionários, que estavam felizes. Então eu também, por contágio, eu também
fiquei feliz, porque havia tanta alegria. Essa comunidade, esse grupo de pessoas
se organizou para sair e comemorar na praça pública de Bolonha, aquilo que
estava acontecendo.
Bolonha é uma cidade medieval. Tem um centro,
tem uma grande catedral e uma grande praça central, onde antigamente tinha a
escultura, a estátua do rei, que foi tirada por óbvias razões. Que o rei não se
comportou bem durante a guerra. O rei também foi tirado daí, a própria estátua,
a própria figura não existe mais.
Mas naquela praça surgiu toda a comunidade,
todos os sobreviventes que estavam na Itália, em Bolonha, foram em grupo em
direção daquela praça. Quando todo mundo organizou o grupo para sair, para ir
para a praça, veio um monte de polícia para cercar a gente.
Por quê? Porque a Itália estava sob ocupação
americana, eram proibidas as reuniões políticas, reuniões de todo tipo. Mas
quando expressaram porque toda essa gente estava alegre, queria comemorar no
meio da praça pública, os policiais aderiram.
Em vez de acabar com a reunião, acompanharam,
escutaram todo mundo, até chegar na praça central com cartazes e todo mundo
festejando. E a população que estava morando nas ruas, que a gente estava
percorrendo, ouvindo isso, acompanhou esse grupo, acompanhou também cantando.
Cantando se formou uma imensa roda nessa praça medieval, que ainda hoje eu
lembro de tão bonita.
Aquele foi o dia de mais alegria da minha
vida, porque todo mundo estava contente, todo mundo estava feliz, comemorando e
dizia, “agora temos uma casa, agora temos para onde ir, agora nós podemos ir”.
Os italianos que estavam lá também moravam junto. E nós ajudamos vocês, nós
vamos ajudar, se formaram um grupo para ajudar, até conseguir que eles
conseguissem essa viagem para chegar num lugar tão querido, tão querido.
Eu, naquele tempo, tinha vontade de ir, mas
eu era pequena. E foi um momento, e não foi só em Bolonha, eu soube, foi também
em Modena, em Reggio, Parma, Piacenza, todas as pequenas cidades que tinham
comunidades judaicas, todas comemoraram esse momento. Esse momento foi tão
marcante, que para mim, esse dia, realmente, eu memorava até hoje.
Nasceu o nosso Estado, nasceu. Eu sempre
pensava em ir para lá. Infelizmente, esse Estado não foi muito calmo, não.
Logo depois da primeira fundação, nós tivemos
agressão, como já foram citadas, dos países vizinhos, mas nós ganhamos. Tivemos
outras, infelizmente, os ataques terroristas sempre existiram. Até, minha filha
está aí, até que o meu neto ia subir num ônibus, saindo da escola, no ônibus,
em Jerusalém.
Subia no ônibus, mas ele perdeu o ônibus. E o
ônibus implodiu, e matou todos os colegas do meu neto. E meu neto viu a cabeça
do terrorista, que era um homem bomba, sendo expirada para fora do ônibus. E
quando ele entrou no ônibus, ele tinha perdido todos os colegas, todos.
Mas nós continuamos, nós continuamos lutando
para ter direito à vida, uma vida, e como pode ser a única luta nossa, é luta
com instrução. Porque tudo isso que está acontecendo é fruto da ignorância.
Qual é o povo que, em própria coragem, pode
dizer que pode defender um povo que tem como própria constituição, primeiro
matar todos os judeus, depois matar, acabar com o Estado de Israel. Qualquer
povo civilizado, quando luta contra alguma coisa, tem que saber aquilo que ele
está falando, aquilo que ele está fazendo. Como se pode defender um grupo que
tem como constituição, matar?
Gente, isso é pura ignorância. Ignorância. A
gente, agora, todo mundo vai para a escola, todo mundo tem que estudar. As
matanças não são... Também aqui tivemos ameaças de matanças, aqui. Graças a
Deus não foram concretizadas. Graças a Deus. Mas nós também temos problemas com
violência. Mas quando tem elementos violentos, mas não está na constituição de
nenhum país que o ponto oficial seja matar um povo.
Isso não, não está escrito. Tem delinquentes
em tudo que é lado. Mas uma coisa é o caminho dos delinquentes, é outro caminho
de um Estatuto.
O Estatuto não pode ser aceito por outros
povos, um povo que está decidido em matar. Infelizmente, nós temos, no meio de
muitos conhecidos nossos, uma absoluta ignorância, uma falta de conhecimento
daquilo que está defendendo. Um país que está defendendo o Irã, o Irã que está
financiando tanto terrorismo.
Quem é que tem coragem? E depois, com isso,
pode ser importado o terrorismo no nosso país, coisa que todos nós não
queremos. E nós temos que lutar contra isso, para defender o próprio Brasil. O
próprio Brasil. O único país que agora está se defendendo contra isso é a
Alemanha.
Que a Alemanha, tendo Hitler como líder, que
queimou todos os livros possíveis, queimava os livros e tirava o cinto das
escolas. Então ele podia mandar aquilo que ele queria. Por quê? Para ter acesso
à instrução.
Mas nós temos a possibilidade de instruir nas
nossas escolas. A possibilidade de instruir o nosso povo. E o nosso povo tem
que saber, para que os futuros políticos saibam que parte pegar em cada
momento. Tem que saber. Então a nossa base tem que ser a instrução, o
conhecimento.
O Hitler, para começar, as primeiras vítimas,
aqui tem uma pessoa, não está. O Hitler, a primeira coisa que fez, o primeiro
campo de concentração, não foi para os judeus, não. Foi para os inimigos
políticos dele.
E ganhando foram os inimigos políticos que
morreram nos primeiros campos de concentração. Mussolini não foi antissemita. O
primeiro inimigo foi Delitto Matteotti, um político que no parlamento teve a
coragem de dizer aquilo que Mussolini não queria ouvir. Simplesmente sumiu.
Israel é um país democrático. Nós temos que
defendê-los até a última gota de sangue, pelo menos do meu lado. Até a última
gota de sangue. Nós temos que lutar pelo Brasil, ter justiça também. Que isso
aqui não é só um povo, não sou só eu.
Todos os brasileiros têm que lutar pela
justiça. Porque só através das justiças, todo mundo pode melhorar. Aí eu
termino, que quando aconteceu aquilo que aconteceu no dia nove de outubro, oito
de outubro de dois mil e vinte e três, eu fiquei muito abalada. Fui muito
abalada e falei, não é possível, de novo, de novo. E agora parece que até a
Europa inteira não quer saber daquilo que acontece.
A única que está defendendo a gente na Europa
é a Alemanha. Ela foi muito castigada durante a guerra. E agora ela quer se defender
dessa depravação. E ela está defendendo a gente.
As primeiras voluntárias que foram no dia
sete de outubro para Israel foram voluntários filhos de nazistas que até
morreram para defender Israel. Vocês pensam, quando os filhos desses
depravados, os netos, vão saber aquilo que os pais deles, os amigos deles
fizeram no dia oito de outubro de dois mil e vinte e três?
Agora os alemães se envergonham daquilo que
eles fizeram. Será que essas pessoas não vão ter filhos e netos que se
envergonham daquilo que têm feito? Vai acontecer.
Mas nós não queremos que aconteça daqui a
muito tempo. Tem que ser agora. Então nós temos que ser unidos. Porque essas
depravações não continuam. E o nosso povo, que é o único povo democrático da
região, tem que ser exemplo de uma democracia que em volta da democracia não
existe.
Eu rezo que nós continuemos amigos, que lutem
para a instrução do brasileiro e Am Yisrael Chai. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Agradeço
as palavras da senhora Ariella Segre, sobrevivente do Holocausto.
E passo agora a palavra para o deputado
Danilo Campetti, para que proceda ao seu discurso e ao encerramento dessa
solenidade.
O SR.
PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Reiterando
as boas-vindas a todos nessa noite. Reiterando também boa noite. Cumprimentando
novamente e rapidamente os membros da Mesa, que eu já fiz menção com o Sr.
Rafael, Dr. Marcos, Dr. Claudio.
Inclusive convido a todos no próximo sábado,
Dr. Claudio estreia um programa na Jovem Pan News, o Checkup, às 16h30.
Cumprimentar também Dr. Fernando, Dr. Daniel, nosso grande amigo, deputado
Oseias, vereadora Cris, vice-cônsul Gili. Cumprimentar também o cônsul-geral do
Paraguai em São Paulo, Luís Fernando Avalos Giménez, obrigado pela presença. E
da vereadora Zoe, obrigado pela presença.
Senhoras e senhores, hoje celebramos uma data
de profundo significado histórico e simbólico, 77 anos da independência do
Estado de Israel. No dia 14 de maio de 1948, David Ben Gurion, líder visionário
do movimento sionista, proclamava oficialmente a independência de Israel,
encerrando uma data britânica na Palestina e dando início a um novo capítulo na
história do povo judeu e do Oriente Médio.
A criação de Israel representou a realização
de um sonho milenar, o retorno à terra ancestral depois de quase dois milênios
de diáspora. Mais do que um ato político, foi a concretização de uma aspiração
espiritual e histórica, marcada por perseverança, fé e resiliência. Esse
momento decisivo foi precedido por um gesto corajoso da comunidade
internacional.
Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral
das Nações Unidas aprovou o Plano de Partilha da Palestina. O papel do Brasil
foi determinante nesse processo, especialmente por meio da atuação do então
embaixador Oswaldo Aranha, meu querido Sam, Bruno, Pedro, na minha concepção,
nosso maior chanceler, maior exemplo de relações internacionais que nós tivemos
no nosso país. Seu compromisso com a justiça e com o direito de
autodeterminação dos povos foi essencial para a criação do Estado judeu.
Entretanto, o nascimento de Israel não trouxe
a paz esperada. No exato dia seguinte à sua proclamação, Israel foi atacado por
tropas de cinco nações árabes, dando início à primeira de muitas guerras
travadas para defender sua existência. E ainda hoje, a luta pela independência
e segurança continua.
Israel enfrenta diariamente ameaças
militares, campanhas de desinformação e o terrorismo financiado por regimes que
se opõem não só à sua política, mas à sua própria existência. Em um cenário
adverso, Israel permanece firme, defendendo seus cidadãos, seus valores e seu
direito soberano de existir em paz. Mas a história de Israel não é apenas uma
narrativa de resistência.
É também e, sobretudo, uma história de
superação e excelência. Em pouco mais de sete décadas, Israel se tornou a única
democracia plena do Oriente Médio. Um epicentro mundial de inovação tecnológica
e um exemplo de desenvolvimento humano, científico e social.
O país tem uma das mais altas expectativas de
vida do planeta e ostenta o mais alto padrão de vida de toda a região. O
Brasil, por sua vez, mantém com Israel laços históricos de amizade, cooperação
e respeito mútuo. Compartilhamos valores como a liberdade, a democracia e o
progresso.
As parcerias entre nossas nações, especialmente
nas áreas de tecnologia, segurança, agricultura e educação, são exemplos do
quanto podemos crescer juntos, promovendo o bem-estar dos nossos povos.
Hoje deveria ser, senhoras e senhores, um dia
apenas de comemoração, mas tivemos um evento trágico na madrugada de ontem para
hoje, em que vitimaram Yaron Lischinsky e Sarah Milgrim.
Yaron tinha 30 anos e a Sarah, 26 anos. O
autor desse atentado se chama Rodrigues. Deixa eu ver o nome dele aqui. É
Rodrigues. Elias Rodrigues. E ele gritou, no momento que estava sendo levado,
“Palestina livre”.
Nós não podemos, Dr. Claudio - e é esse o
propósito, o meu propósito na defesa de Israel e na criação da Frente Parlamentar
aqui, que eu tenho orgulho de ombrear com o deputado Oseias e mais 24 deputados
estaduais - nos omitir diante de atos de antissemitismo, porque são atos
cruéis.
O Holocausto. O Holocausto. E aqui nós temos
a Sarita.
Obrigado, Sarita, pela visita no museu. E a
todos os sobreviventes. A dona Ariella aqui, que nos deu um relato histórico
fantástico.
O Holocausto não começou, senhoras e
senhores, com as câmaras de gás. Começou com a desinformação. Começou com a
informação errada, com a mentira, com narrativas criadas e não combatidas,
vereadora Cris. E aqui o nosso propósito, e eu volto hoje, Dr. Marcos, a essa
tribuna, porque aqui já estive para falar exatamente o que eu vou dizer agora.
E falarei quantas vezes forem necessárias nessa tribuna.
Não toleraremos atos de antissemitismo, seja
no mundo, seja aqui no Brasil. Não nos omitiremos diante de inverdades, de
absurdos que nós não podemos ter como normais, como naturais, como, por
exemplo, a instalação de uma banca vendendo camisas, adereços do Hamas. Uma
organização terrorista que, em 7 de outubro de 2023, vitimou 1.200 israelenses
na sua terra, que trouxe como refém 250 israelenses.
Ainda restam, Dr. Daniel, 58. Eu tenho
certeza, cônsul Rafael, que o Estado de Israel não vai sossegar, não vai parar
de lutar, enquanto o último refém não for restituído para a sua família.
Nós não podemos esquecer que tudo começou,
agora, recentemente, tudo começou, não, mas esses fatos agora que batem aqui,
nessa tribuna mesmo, todo dia, gritando a todo momento, “Israel genocida”,
“Israel comete genocídio”, “Palestina livre”, tudo começou nesse ataque do
Hamas, que, juntamente com outras organizações terroristas, como o Hezbollah,
como os Houthis, são financiados por Teheran, como bem disse o Dr. Claudio.
Nós não podemos nos quedar aqui quando o
líder máximo aqui do nosso Brasil, que está hoje na presidência da República,
profere impropérios, atacando Israel, quebrando o equilíbrio que sempre houve
nas relações internacionais do nosso país e fazendo o Brasil passar um vexame
lá fora.
Muito bem contraposto pelo Dr. Claudio, numa
nota precisa da Conib. E nós não vamos aqui nos quedar. Por isso, inspirados,
vereadora Cris, no projeto de Vossa Excelência, que criou o dia 7, o dia
municipal, em homenagem às vítimas do 7 de outubro, nós reproduzimos aqui um
projeto de lei da senhora e da vereadora Sonayra, se não me engano, que
estabelece o dia 7 de outubro como o dia estadual em homenagem às vítimas do 7
de outubro de 2023.
E leva o nome de Kfir Bibas, um bebê
assassinado, querida vereadora Zoe, por esganadura, por um terrorista que teve
a crueldade de, com as próprias mãos, assassinar um bebê. É contra essas
pessoas, é contra essas insanidades, que nós lutamos aqui e não pararemos de
lutar. Não ficaremos calados.
Porque quando gritam do Rio Amar, quando
gritam “Palestina livre”, incentivam atos como aconteceu nessa madrugada. Um
insano que matou um casal, noivos. Inclusive ele iria pedir ele em casamento na
próxima semana, segundo a informação do embaixador dos Estados Unidos, apenas
pelo fato de serem judeus.
Então, aqui na Assembleia Legislativa,
juntamente com os 24 deputados da Frente, nós faremos esse trabalho, senhor
cônsul. E para mim é um propósito, defender a comunidade judaica, defender o
Estado de Israel, defender a história dos nossos sobreviventes. Contem sempre
comigo e aqui prestamos homenagem ao povo de Israel, a sua coragem, a sua
criatividade e a sua perseverança.
Que essa data seja não apenas um marco de
lembrança, mas também de esperança, esperança de dias de paz, de entendimento e
de prosperidade compartilhada. Israel, judeus e árabes sempre viveram em paz e
harmonia. Sinagogas e mesquitas dividem o mesmo quarteirão no nosso Brasil. Nós
não deixaremos que essa desinformação avance ao ponto de chegar a atos de
antissemitismo.
Que Deus nos abençoe.
Muito obrigado novamente pela presença de
todos.
Israel vive, o povo de Israel vive e o povo
de Israel sempre viverá.
Am Yisrael Chai.
Deus abençoe a todos.
Por fim, esgotado objeto da presente sessão,
agradeço a todos os envolvidos na realização dessa solenidade, assim como
agradeço a presença de todos.
Está encerrada a presente sessão solene.
* * *
- Encerra-se a sessão às 21 horas e 47 minutos.
* * *