22 DE MAIO DE 2025

22ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO 77° ANIVERSÁRIO DE ISRAEL

        

Presidência: DANILO CAMPETTI

        

RESUMO

        

1 - DANILO CAMPETTI

Assume a Presidência e abre a sessão às 20h12min.

        

2 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Nomeia as autoridades presentes. Convida o público a ouvir, de pé, o "Hino Nacional de Israel" e o "Hino Nacional Brasileiro". Solicita que seja feito um minuto de silêncio em memória de Yaron Lischinsky e Sarah Milgrim, funcionários da Embaixada de Israel em Washington, D. C., vítimas de um ataque em 22/05.

        

3 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI

Informa que a Presidência efetiva convocou a presente sessão solene, em "Comemoração ao 77º aniversário de Israel", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Agradece a todos pela presença.

        

4 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Anuncia a exibição de vídeo sobre a história de Israel.

        

5 - RAFAEL ERDREICH

Cônsul-geral de Israel em São Paulo, faz pronunciamento.

        

6 - ANGELA GANDRA

Secretária municipal de Relações Internacionais da cidade de São Paulo, faz pronunciamento.

        

7 - CRIS MONTEIRO

Vereadora da Câmara Municipal de São Paulo, faz pronunciamento.

        

8 - GUSTAVO MESQUITA

Vereador da Câmara Municipal de Guarulhos, faz pronunciamento.

        

9 - OSEIAS DE MADUREIRA

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

10 - MARCOS KNOBEL

Presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo, faz pronunciamento.

        

11 - CLAUDIO LOTTENBERG

Presidente da Confederação Israelita do Brasil, faz pronunciamento.

        

12 - ARIELLA SEGRE

Sobrevivente do Holocausto, faz pronunciamento.

        

13 - PRESIDENTE DANILO CAMPETTI

Tece comentários sobre a história de Israel. Discorre sobre a proximidade do país com o Brasil. Combate o antissemitismo. Defende a criação de um dia estadual em homenagem às vítimas dos ataques de 07/10/23. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 21h47min.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Danilo Campetti.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Senhoras e senhores, boa noite. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de “Comemorar os 77 anos de Israel”. Comunicamos aos presentes que esta sessão está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal Alesp, no YouTube.

Convido para que componham a Mesa Diretora o deputado estadual Danilo Campetti, presidente da Frente Parlamentar em defesa da união Brasil e Israel e suas soberanias. (Palmas.) Rafael Erdreich, cônsul-geral de Israel em São Paulo. (Palmas.) Dr. Claudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil. (Palmas.) Dr. Marcos Knobel, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo. (Palmas.) Dr. Fernando Rosenthal, presidente da Hebraica de São Paulo. (Palmas.)

E agora, para compor a extensão da Mesa Diretora, convidamos Oseias de Madureira, deputado estadual. (Palmas.) Angela Gandra, secretária municipal de Relações Internacionais do Município de São Paulo. (Palmas.) Cris Monteiro, vereadora de São Paulo. (Palmas.) Dr. Daniel Bialski, advogado, ex-presidente da Hebraica e ex-vice-presidente da Confederação Israelita do Brasil. (Palmas.)

Estamos recebendo também nesta noite, aqui no plenário, Gili Vilian, vice-cônsul-geral de Israel em São Paulo. (Palmas.) Luís Fernando Avalos Giménez, cônsul-geral do Paraguai em São Paulo. (Palmas.) Ida Sztamfater. (Palmas.) Lucas Jordão, chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Turismo e Viagens de São Paulo. (Palmas.)

Stella Verzolla, secretária adjunta municipal de Direitos Humanos e Cidadania, representando a senhora Regina Santana, secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania. (Palmas.) Samo Tossati, chefe da assessoria internacional do governo. (Palmas.) Luís Altikes, CEO da Alma Premium. (Palmas.)

Bruna Altikes. Fabiana Gorenstein Altikes. Márcia Kelner Polisuk, vice-presidente da América Latina do Hillel. (Palmas.) Maurício Kubrick, Bruno Setton e Reny Setton. (Palmas.)

Convido a todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos os hinos nacionais de Israel e do Brasil.

 

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- São executados o Hino Nacional de Israel e o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Convido para compor também a extensão da Mesa Diretora, Gili Vilian, vice-cônsul-geral de Israel em São Paulo. (Palmas.)

Senhoras e senhores, neste momento faremos um minuto de silêncio em memória de Yaron Lischinsky e Sarah Milgrim, funcionários da Embaixada de Israel em Washington, D. C., que foram mortos em um ataque ao saírem de um evento, na noite dessa quarta-feira.

 

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- É feito um minuto de silêncio.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Registramos agora, e agradecemos, a presença das seguintes personalidades: o deputado Capitão Telhada enviou os cumprimentos, desejando sucesso ao evento e justifica sua ausência, pois não pôde estar presente. Sarita Sarue, coordenadora de Educação e Cultura do Memorial do Holocausto. Os sobreviventes do Holocausto, Ariella Segre, Daniel Roth, Jorge Weiser, Josef Kurk e Stefan Lippmann. O delegado Gustavo Mesquita, vereador pela cidade de Guarulhos.

Rabino Gerci, da instituição Beit Chabad. Marcio Lewensztajn, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Israel, a Bril Chamber. Jacques Griffel, presidente do conselho do Colégio Renascença e diretor da Federação Israelita. Ilana Rabinovici Iglicky, coordenadora educacional do Memorial do Holocausto e da Imigração Judaica. Gabriela Bobrow, conselheira da CIP, Congregação Israelita Paulista. Alexandre Judkiewicz e Fernando Ber, do Departamento de Segurança Comunitária da Federação Israelita de São Paulo.

Passo a palavra agora ao proponente dessa sessão solene, o deputado estadual Danilo Campetti.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Muito obrigado. Boa noite a todos. Sejam muito bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o maior Parlamento estadual da América Latina.

É uma honra enorme para mim, que sou presidente da Frente Parlamentar em defesa da união Brasil e Israel e suas soberanias, e também aqui o deputado Oseias de Madureira, que é membro da Frente. Também é uma honra receber toda a comunidade judaica, os representantes aqui do Estado de Israel, a quem passo a nominar.

Cumprimento o querido Rafael Erdreich, cônsul-geral de Israel em São Paulo. Cumprimento o Dr. Marcos Knobel, presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo. Dr. Claudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil. Dr. Fernando Rosenthal, presidente da Hebraica de São Paulo.

A Dra. Angela Gandra, secretária municipal de Relações Internacionais de São Paulo, que aqui representa o prefeito Ricardo Nunes. Cumprimentar também a vereadora Cris Monteiro, daqui de São Paulo.

O Dr. Daniel Bialski, que é advogado, ex-presidente da Hebraica e ex-vice-presidente da Confederação Israelita do Brasil. Cumprimentar o senhor Lucas Jordão, chefe de gabinete da Secretaria de Turismos e Viagens do Estado de São Paulo.

Vim fazer um cumprimento à senhora Gili Vilian, que é vice-cônsul aqui, do Consulado de Israel aqui em São Paulo, e cumprimentar especialmente, e agradecer imensamente, a presença dos nossos sobreviventes, a quem eu peço uma salva, e calorosa, de palmas. (Palmas.)

Muito obrigado, senhoras e senhores, aqui presentes, muito nos honram com a presença. Vamos iniciar os nossos trabalhos. Nos termos regimentais, Senhoras e senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa de Leis, deputado André do Prado, atendendo à minha solicitação, com a finalidade de “Comemorar o aniversário de 77 anos de Israel”.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Neste momento, assistiremos a um vídeo sobre a história de Israel.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Convido a fazer uso da palavra Rafael Erdreich, cônsul-geral de Israel em São Paulo.

 

O SR. RAFAEL ERDREICH - Senhoras e senhores, boa noite. O Estado de Israel, fundado em 14 de maio de 1948, iniciou sua trajetória em condições extremamente difíceis, com uma população pequena e um pedaço de terra quase minúsculo no Oriente Médio, em sua maior parte árido, sem recursos naturais ou água, recebendo massas de refugiados, enfrentando uma guerra de independência contra diversos exércitos e em clara desvantagem numérica.

Ao longo dos anos, e apesar das dificuldades e objetivos, incluindo um conflito sangrento e diversas guerras com os países árabes vizinhos e o Irã, o Estado de Israel conseguiu florescer e prosperar.

Nas últimas décadas, a mão sempre estendida de Israel pela paz foi recebida por muitos dos países árabes vizinhos, sob acordos de paz e sob os acordos de Abraão, que esperamos, de coração, que se expandam ao maior número possível de países da região.

A contribuição de Israel para as nações do mundo em conhecimento da tecnologia é conhecida e trouxe melhoria à vida de cidadãos de todo o planeta. No entanto, além de lidar com inimigos e terroristas, Israel precisa lidar constantemente com um outro inimigo, as fake news.

Trata-se de uma verdadeira doença, a disseminação de uma narrativa falsa, que difama Israel, demoniza o país e recorre rapidamente a motivos antissemitas com o objetivo de prejudicar Israel e levá-lo a isolamento.

Essa questão, que já era preocupante, tornou-se uma epidemia após o massacre de 17 de outubro de 2023, quando os agressores, de repente, passaram a ser considerados vítimas. E Israel foi acusado de genocídio, justamente o que os terroristas do Hamas pretendem fazer, a ouvirem assassinar israelenses onde quer que estejam e, como está definido em sua Carta Fundacional, com o objetivo de destruir o Estado de Israel.

Nesta semana, uma deputada estadual do Rio Grande do Sul foi além, acusando Israel de realizar Nakba há 67 anos, de promover limpeza étnica desde sua fundação e outras acusações que, além de falsas, são claramente antissemitas. Nakba, em árabe, significa catástrofe. A versão dos acontecimentos que esta deputada divulgou não podem ser sustentados diante da história.

Em 29 de novembro de 1947, sob a liderança do diplomado brasileiro Oswaldo Aranha, a Assembleia Geral da ONU aprovou a Resolução 181, que propõe dividir o mandato britânico em dois estados, um judeu e um árabe. Os judeus aceitaram o plano, os árabes o rejeitaram e iniciaram, já no dia seguinte, uma série de ataques contra a população judaica.

No que iniciou a Guerra da Independência, Israel sofreu perdas pesadas, cerca de 6 mil mortos, aproximadamente 1% da população da época, e dezenas de milhares de feridos.

Em janeiro de 1948, o líder dos árabes da Palestina, o mufti Haj Amin al-Husseini convocava a retirada dos civis. Em março do mesmo ano foi o Comitê Árabe Superior, principal órgão da liderança árabe na Palestina, que reforçou os apelos para a saída da população árabe, seguidos posteriormente por líderes árabes que exigiram o esvaziamento da população antes da invasão militar. A promessa era que a guerra seria curta e, após a destruição de Israel, eles retornariam rapidamente às suas casas.

O incentivo à saída e os apelos dos líderes árabes foram os principais responsáveis pelo êxodo árabe da região. Os que partiram reuniram-se em campos de refugiados nos países árabes vizinhos e, até hoje, definem-se como refugiados sem que tenham reconstruído suas vidas. Na mesma época, nos países árabes, começou uma verdadeira campanha de perseguição contra as populações judaicas.

Ocorreram expulsões em massa, expropriações forçadas e confisco de bens. De aproximadamente um milhão de judeus que viviam no norte da África e no Oriente Médio, cerca de 850 mil foram obrigados a deixar seus países de origem. Os fatos são claros.

A guerra foi uma consequência direta da recusa dos árabes ao plano de partilha e ao direito do povo judeu a um Estado. Os fluxos migratórios árabes durante a guerra de independência foram, em sua maioria, incentivados pelos próprios árabes e não o resultado de uma expulsão planejada por Israel. Ainda assim, poucos mencionam a verdadeira limpeza étnica comedida contra judeus nos países árabes, um mato de vingança sistemático evidente.

Ressalto que os árabes israelenses, que atualmente constituem 21% da população do país, são cidadãos com direitos iguais integrados em todas as esferas da vida no Estado de Israel. Ao longo dos anos, foram propostas diversas iniciativas para a criação de um Estado palestino. Todas foram rejeitadas pelos palestinos, que optaram por utilizar o terrorismo e as intifadas.

Não bastasse a recusa à paz, eles escolheram cometer um massacre brutal contra civis israelenses, judeus e árabes, em 7 de outubro de 2023, em um anto que se encaixa na definição de genocídio, segundo o Estatuto de Roma de 1998.

As declarações da deputada, portanto, são evidentemente falsas. Elas se somam à imensa desinformação presente, sobretudo nas redes sociais, espalhando veneno e destruição por toda a parte.

Trata-se de uma narrativa antissemita e mentirosa, mais um exemplo de fake news que circula nos dias de hoje. Espero, de todo o coração, que encontros como este sirvam para difundir a verdade. E mais uma vez, faço daqui um apelo pelo retorno dos 58 reféns ainda em Gaza.

Am Yisrael Chai.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Convido agora a fazer uso da palavra Angela Gandra, secretária municipal de Relações Internacionais do município de São Paulo.

 

A SRA. ANGELA GANDRA - Boa noite a todos. Queria, em primeiro lugar, cumprimentar o deputado Danilo Campetti por promover essa linda cerimônia. Queria também cumprimentar especialmente meu amigo Rafael Erdreich e congratular também pelo seu discurso.

Queria cumprimentar a Gili Vilian, vice-cônsul-geral de Israel, que eu conheci hoje. O deputado Oseias de Madureira, o Marcos Knobel, o Claudio Lottenberg, o Samo Tossati, companheiro, amigo, batalhador aqui para a diplomacia no estado, na cidade de São Paulo. A Cris Monteiro também, grande companheira aí da Câmara. E o Daniel, que está conosco na Mesa. E queria especialmente... Ah, e o Fernando Rosenthal também.

Queria cumprimentar também o cônsul do Paraguai, que está aqui conosco, sempre presente. E, no público, eu gostaria de cumprimentar a senhora Ariella Segre, sobrevivente do Holocausto. E nela eu me uno a todos os judeus e a todo o público presente.

Sem dizer que eu me emocionei muito durante o canto do hino com a bandeira aqui de Israel. E pensando o quanto nós desejamos essa paz. E me dou muito e me solidarizo muito, especialmente com as pessoas recém feitas vítimas dessa perseguição que nunca acaba.

E eu queria celebrar esse dia com vocês, celebrar a partir da cidade de São Paulo, porque nossa cidade abriga a maior comunidade judaica do Brasil. Nós temos mais de 80 mil pessoas, e nós não podemos dizer que, ou seja, que estão aqui, são parte da nossa história, parte da nossa narrativa, e constroem nossa cidade como um bom judeu, que tem parece que, geneticamente, o trabalho nas suas veias.

Então nós temos que agradecer a nossa saúde no comércio, na ciência, na educação, na cultura, na filantropia, esse povo tão presente na nossa história. E também esse diálogo intercultural que nós mantemos, porque é maravilhoso participar dessa cultura, nós somos também de uma cultura judaico-cristã, e como nós aprendemos, e como também aprendemos da fidelidade às suas raízes religiosas, que nos ajudam também a ser fiéis às nossas. E eu posso dizer que São Paulo tem uma parceria muito profunda com Israel.

O cônsul foi um dos primeiros que nos procurou, e já começamos a participar, e agora vai haver uma missão, se Deus quiser, nosso vice-prefeito vai também, estamos trabalhando juntos, e aprendemos muito de tantos ramos, gestão hídrica, agricultura urbana, mobilidade inteligente, saúde pública, mudanças climáticas, tantas, tantas lições que têm nossos queridos judeus para nos ensinar.

E o cuidado com a mulher também, isso eu vi desde que eu trabalhava em Brasília, com a embaixada e assim por diante, como cuidam, como tinham preocupação com o câncer de mama, por exemplo, e acompanhavam, e tinham inovações, a inovação é uma característica também de Israel.

E também nesse ano de COP, essa preocupação com soluções climáticas inovadoras, estamos aprendendo e trabalhando juntos. Mas hoje eu não venho falar de economia, nem de parcerias, mas eu venho falar de amizade, de celebração, de celebrar esse Estado de Israel com 77 anos, e queria dizer, não sei se é politicamente correto, mas é algo que brotou no meu coração. Eu sou também parte de toda a religiosidade judaico-cristã, e eu posso dizer que os amores da minha vida são os judeus, que é Jesus Cristo e Nossa Senhora.

E hoje, a eles, eu confio a proteção desse povo, desse povo que eu tanto quero, e que de fato, como vocês falaram aqui, vocês têm esperança, que eles protejam esses desejos de esperança, de esperança de paz, e de encontrar essa paz e prosperidade na sua terra e em todas as terras em que vocês estejam presentes, a começar da cidade de São Paulo.

Muito obrigada por tudo. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Convido agora a fazer uso da palavra Cris Monteiro, vereadora da cidade de São Paulo.

 

A SRA. CRIS MONTEIRO - Boa noite a todos. Gostaria de começar cumprimentando o cônsul Rafael Erdreich, a secretária Angela Gandra, secretária de Relações Internacionais, o Dr. Claudio Lottenberg, presidente da Conib, meu amigo, meu também amigo Marcos, que aliás todos são meus amigos, Marcos Knobel, presidente da Fisesp, a vice-cônsul Gili Vilian, Fernando Rosenthal, presidente do Clube Hebraica, Daniel Bialski, ex-presidente da Hebraica e ex-presidente da Conib, o deputado Danilo Campetti, deputado Oseias de Madureira, e as demais lideranças comunitárias e autoridades religiosas daqui presente.

Eu gostaria de começar essa nossa conversa endereçando a todos os deuses do mundo inteiro e em particular a comunidade judaica aqui no Brasil, que são meus amigos queridos, que tão carinhosos são comigo, tão amistosos, que sempre me aceitam e me recebem tão bem.

E gostaria de dar os parabéns a Israel pelos seus 77 anos, a única democracia do Oriente Médio, que está circundada e circulada de ditaduras, de países que não têm o respeito necessário aos direitos humanos.

Israel é o lar dos judeus, que tão perseguidos foram durante a Segunda Guerra, não somente a Segunda Guerra, é uma história de perseguição, a sua história inteira, e que agora eles têm um lugar para chamar de seu, a sua pátria. Eles têm um hino, uma bandeira, uma cultura.

Eu estive em Israel em julho do ano passado e eu vi com os meus próprios olhos a grandeza daquele país, um povo resiliente, que ainda chorava os seus mortos do 7 de outubro e os reféns que ainda estavam capturados em Gaza.

Hoje, na Câmara Municipal, eu fiz um discurso lamentando muito a morte cruel e violenta daquele casal que trabalhava na Embaixada, e é muito lamentável, mas ao mesmo tempo, de certa forma, mostra a simbologia que aquele ato cruel faz com que a gente reflita, como que nós precisamos defender o Estado de Israel, defender a pátria dos judeus, defender um lugar para que eles possam viver, viver sua cultura, viver sua religião, viver com seus amigos, suas raízes, toda a sua história. E é muito lamentável que isso tenha acontecido. Inclusive, a pessoa que cometeu esse ato tão cruel, ao final dizia, “Palestina livre”, “Palestina livre”.

No meu discurso hoje na Câmara Municipal, eu dizia que as palavras de ordem “Palestina livre” não vão trazer a paz tão desejada àquela região. Não será assim. Será através do respeito aos direitos humanos, do respeito à diversidade, do respeito que todos temos que ter com todos os povos, incluindo, obviamente, o povo judeu e a Israel. Insisto, a única democracia do Oriente Médio.

Então, eu estou aqui, eu serei rápida, mais uma vez desejando parabéns a Israel, 77 anos, que venham mais 77, mais e mais, 100, 200, 300, 400, 500 anos, mil anos para a Israel, mil anos de paz, de prosperidade, mil anos de celebração, mil anos para que o povo judeu possa continuar afincando a sua bandeira em solo e dizer “essa pátria é minha e aqui ninguém vai me tirar. Esse lugar é meu, nos foi dado através da ONU e aqui estaremos defendendo a nossa liberdade”.

Parabéns, Israel.

Am Yisrael Chai. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Convido agora a fazer uso da palavra o Delegado Gustavo Mesquita, vereador da cidade de Guarulhos.

 

O SR. GUSTAVO MESQUITA - Boa noite a todos e todas

Queria, em nome aqui da agilidade, pedir escusas para não nominar todas as autoridades pessoalmente, mas na pessoa do meu amigo, deputado estadual Danilo Campetti, cumprimentar todos os presentes, todas as autoridades.

Na pessoa da Sra. Angela Gandra, cumprimentar todas as mulheres aqui presentes, e parabenizar mais uma vez, desde já, Danilo, por essa iniciativa, por toda a luta, por toda a representatividade que você está trazendo para essa casa, para o Estado, em nome e em defesa do povo israelense, do povo judeu, do Estado de Israel, em outras palavras, da soberania, da dignidade de todos os povos.

Bom, eu faço sempre questão de lembrar com muito orgulho das minhas raízes judaicas. Venho de berço judeu, meu pai, criado no judaísmo, nascido de ventre judaico, minha avó, Ana Markowicz, veio da Polônia, fugindo dos horrores do nazismo.

Então, o meu respeito ao povo judeu vem de berço e foi sendo construído, reforçado, consolidado cada vez mais ao longo do tempo, observando, estudando a história e testemunhando a luta do povo judeu pelo direito de existir. Povo talvez mais perseguido da história, perseguido por milhares de anos e que segue vivo, segue firme, segue próspero.

E eu penso que celebrar o aniversário de Israel, além de celebrar o aniversário de uma nação, é celebrar o direito de qualquer nação existir com respeito, com dignidade. Estado de Israel é um Estado que não nasceu do ódio, nasceu da esperança. E dessa esperança, o povo israelense transformou o deserto em vida, a guerra em resistência, a dor em progresso.

Uma das democracias que mais respeitam a diversidade, a liberdade religiosa, sinônimo de inovação, de tecnologia. Um lugar onde coexistem cristãos, judeus, muçulmanos, que respeitam as minorias, onde homens e mulheres têm todos os direitos, têm direitos iguais, onde minorias como LGBT têm os seus direitos respeitados. E uma nação que tudo que pede em troca é o direito de seguir existindo.

E segue lutando bravamente contra aqueles que insistem em negar esse direito. E o que nós assistimos muitas vezes, agora mais uma vez com esse fato triste, e precisamos demonstrar sempre a nossa solidariedade, a nossa indignação, fatos como o ocorrido no atentado em Washington, que tirou a vida de um casal, duas vidas inocentes.

É muito triste, é uma tragédia humana, é uma tragédia para todos nós enquanto seres humanos, é uma tragédia para o nosso mundo. Mas talvez mais preocupante ainda do que o fato em si seja o silêncio de parcela de grupos que dizem defender os direitos humanos, dizem defender a vida, mas quando algo assim acontece simplesmente fecham os olhos, relativizam o mal, relativizam o terrorismo. E isso a gente assiste dia após dia. É um embate constante na política, na sociedade.

Eu lá, na Câmara Municipal de Guarulhos, já passei por esse embate de ter que defender o povo de Israel, de ter que defender o Estado de Israel contra o terrorismo. A gente tem que dizer o óbvio, que ninguém absolutamente é contra a Palestina, muito pelo contrário, o que nós somos contra é o terrorismo, é o Hamas, do qual o próprio povo palestino é a principal vítima, talvez.

E o que a gente assiste é que boa parcela desses grupos aqui, da política, da imprensa, da nossa sociedade, segue defendendo o terrorismo. Isso a gente não pode admitir e no que depender de mim eu não vou fechar os olhos, não vou abaixar a cabeça jamais diante desse tipo de coisa.

Então, mais uma vez, para não me alongar, parabéns a todos aqui presentes, parabéns ao povo judeu de todas as origens que moram aqui em São Paulo, que moram aqui no nosso país, que moram no Estado de Israel, que moram em todo o mundo, e celebrar o Estado de Israel é celebrar o direito de todos os povos, de toda a nação, existir com liberdade, com justiça, com dignidade.

Am Yisrael Chai.

Deus abençoe a todos.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Registrar e agradecer a presença de Zoe Martínez, vereadora da cidade de São Paulo, e convidar a fazer uso da palavra ao deputado estadual Oseias de Madureira.

 

O SR. OSEIAS DE MADUREIRA - PSD - Boa noite a todos. Quero começar expressando a minha sincera gratidão ao meu amigo, ao meu companheiro de parlamento, o deputado Danilo Campetti, Campetti, desculpe, que com grande sensibilidade e compromisso nos proporciona este momento solene em celebração aos 77 anos da independência do Estado de Israel. Obrigado, deputado, pelo convite de estar nesta noite tão importante e para mim é uma honra poder compartilhar esse momento.

Cumprimentar todas as autoridades presentes, que muito engrandecem esta solenidade. Com o abreviar do tempo, se me permite, cumprimentar o querido cônsul, um grande amigo, Rafael Erdreich, por quem nós temos um respeito, um carinho, cumprimentar a vereadora Cris Monteiro, cumprimentar  o Dr. Marcos Knobel, também cumprimentar Dr. Claudio Lottenberg, meu grande amigo, também, Dr. Daniel Wisniewski e a todos presentes nesta noite tão importante.

Hoje, mais do que uma comemoração histórica, esta sessão é um ato de resistência, de memória e de defesa à verdade. Há 77 anos, o povo judeu declarou a criação do Estado de Israel após séculos de dispersão, perseguição e sofrimento.

Em 1948, nasceu uma nação moderna, livre e democrática em meio a grandes desafios e, ainda assim, movida por fé, trabalho e esperança. Sem dúvida, Israel é hoje um símbolo de superação no deserto que tornou uma referência, um país que floresceu e, acima de tudo, uma referência mundial de tecnologia, ciência, segurança e cultura, sem jamais abrir mão da sua identidade.

Como cristão evangélico, vejo em Israel mais do que um país. Vejo em Israel uma terra de promessas, um solo sagrado, onde caminharam os patriarcas, os profetas e o próprio Messias. Celebrar Israel é, para mim, uma declaração de fé. Celebrar Israel é um reconhecimento histórico e espiritual.

Mas não há como não falar de Israel hoje, sem também lamentar os ataques covardes que continuam sendo dirigidos contra seu povo, inclusive fora de suas fronteiras. Recentemente, um casal israelense foi brutalmente assassinado em Washington, capital dos Estados Unidos.

Um crime que não apenas choca pela violência, mas que ganha contornos ainda mais graves diante da denúncia feita pelo governo israelense, que acusou países europeus iniciarem e incitarem de forma covarde o antissemitismo.

Isso sempre será inadmissível.

O antissemitismo, assim como qualquer forma de racismo, intolerância ou negação histórica, precisa ser combatido com firmeza e sem hesitação. Não podemos tolerar a repetição dos erros do passado. Não podemos permitir que o silêncio seja cúmplice desta barbaridade.

Foi com esse espírito de responsabilidade e memória que propus e tivemos um êxito e a honra de aprovar, nesta casa, o Dia Estadual de Combate ao Fascismo e ao Antissemitismo, que é de nossa autoria.

Essa data é um marco de conscientização, uma ferramenta de educação e um compromisso com a liberdade. A memória do Holocausto e das atrocidades do fascismo não pode ser apagada, não pode ser negada, não pode ser relativizada. Ela precisa ser lembrada, ensinada e transformada em ação.

O combate ao fascismo e ao antissemitismo é, acima de tudo, uma defesa da humanidade. Israel continua sendo uma luz entre as nações. E a comunidade em São Paulo sempre vibrante, atuante e solidária, que tem um papel indispensável no desenvolvimento de nossa sociedade. A todos vocês o meu respeito, o meu carinho e a minha parceria.

Enquanto legislador e pastor, reafirmo meu compromisso com a liberdade religiosa, com a dignidade da vida e com a paz entre os povos. Que esta solenidade não seja apenas uma celebração, mas um chamado à ação, à verdade e à memória.

Parabéns ao Estado de Israel pelos seus 77 anos de independência. Que o Eterno continue protegendo esta nação, fortalecendo o seu povo, iluminando o caminho da paz.

Termino com um texto bíblico: “Orai pela paz de Jerusalém. Prosperarão aqueles que te amam. Haja paz entre os teus muros e haja, entre o muro, prosperidade”.

Que Deus abençoe Israel.

Obrigado.  

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Convido agora a fazer uso da palavra o Dr. Marcos Knobel, Presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo.

 

O SR. MARCOS KNOBEL – Boa noite a todos. Deputado Danilo Campetti, é sempre um prazer e uma honra estar aqui presente nesta Casa, que nós sabemos que temos vários irmãos e você seja talvez o carro-chefe dessa irmandade que existe entre a nossa comunidade e a Casa, a Alesp.

Meu querido cônsul Rafael Erdreich, cônsul de Israel em São Paulo; meu grande amigo Claudio Lottenberg, presidente da Conib; Fernando Rosenthal, presidente da Hebraica; Daniel Bialski, grande amigo, ex-presidente da Hebraica e um grande líder comunitário; nosso outro irmão, Oseias de Madureira, deputado estadual; Cris Monteiro, minha irmã na Câmara de Vereadores.

É sempre bom saber que nós não estamos sozinhos aqui, a todos os presentes, meus colegas. Eu queria saudar também à Sarita, pelo amor que você tem pelos nossos sobreviventes do Holocausto, isso está no seu coração.

E hoje nós estamos aqui para celebrar 77 anos do Estado de Israel, uma maravilhosa iniciativa desta Casa. O Estado de Israel, que tem um povo, uma comunidade resiliente, resiliente desde a sua criação, desde 1948, na ocasião da partilha da Palestina, quando foi criado o Estado de Israel, a Israel já foi logo imposta uma guerra, uma guerra dos países árabes contra a sua existência logo no primeiro minuto de jogo.

Uma guerra, que a criação do Estado de Israel, que culminou na perseguição de todos os judeus dos países árabes, tendo que ser feito um êxodo para a Europa e muito também aqui para o Brasil.

E talvez a presença dos sobreviventes do Holocausto nesta Casa, neste momento, se torna fundamental para nós refletirmos que o Yom HaShoah, que nós celebramos e relembramos recentemente, talvez é uma amostra do preço que nós pagamos por não ter Israel.

E hoje celebramos Yom Ha'atzmaut, os 77 anos de Israel, talvez nós pagamos o preço por ter Israel, a morte de diversos soldados, a morte de diversos civis, mostra o preço e o custo que nós temos em ter Israel.

Israel, um país democrático, um país de todos nós.

Nós, comunidade judaica de São Paulo, nós amamos a nossa cidade, nós amamos o nosso estado, nós amamos o nosso país, mas nós somos sionistas e nós sabemos e amamos também o Estado de Israel, o lar nacional do povo judeu.

Mas Israel não é só a Startup Nation, Israel não é só aquela potência econômica. Israel é o país da inclusão, é um país onde você tem, de um lado, uma praia para religiosos e, de outro lado, uma praia para o público LGBTQIA+.

Israel é o país da solidariedade. Qualquer tragédia que acontece no mundo, o primeiro país que está lá para ajudar é Israel. Assim aconteceu no Haiti, assim aconteceu no México, assim aconteceu aqui no Brasil, em Brumadinho, quando Israel manda uma equipe inteira para poder ajudar ao próximo.

Essa é a Israel, essa é a Israel que tanto nos orgulha, nos orgulha para toda a comunidade judaica. Israel é a casa do povo judeu, mas Israel também é o país que abriga cristãos, evangélicos, drusos, muçulmanos. Israel é o país de todos, Israel é o país do mundo.

Israel sempre vai viver, como disse a Cris. Nós vamos estar aqui por 100, 200, 300, 500 anos, sempre celebrando esse país resiliente, que tanto é mal compreendido por muitos, mas que está sempre no nosso coração.

Am Yisrael Chai.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Convido agora a fazer uso da palavra o Dr. Claudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil.

 

O SR. CLAUDIO LOTTENBERG - Prezado deputado Danilo Campetti, proponente e presidente dessa sessão solene, a quem eu expresso o meu profundo agradecimento pela sua sensibilidade, mais do que isso, deputado, pela sua coragem, porque o momento atual, frente a reações desproporcionais daqueles que desconhecem a história, é importante que nós tenhamos resiliência. E vossa excelência, mais uma vez, dá um sinal de compromisso com a verdade e com os valores universais. Muito obrigado, deputado.

Quero também aproveitar para daqui saudar Rafael Erdreich, cônsul de Israel, Marcos Knobel, presidente da nossa Federação, meu querido amigo Dr. Fernando Rosenthal, presidente da nossa Hebraica, prezado Daniel Bialski, nosso assessor da presidência da nossa Conib, meu querido deputado Oseias, certamente o deputado que melhor enxerga aqui nessa assembleia, porque sabe escolher o médico oftalmologista. Então tenho que aproveitar, vereadora Cris Monteiro, nossa amiga de todos os momentos, para ressaltar também o bom gosto do meu querido e amigo deputado Oseias.

Minhas senhoras e meus senhores, autoridades aqui presentes, amigos de Israel. Hoje nós nos reunimos para celebrar o aniversário do Estado de Israel. Uma nação jovem, é verdade, na idade, mas ela é milenar em alma.

Uma pátria erguida não apenas com tijolos e com concreto, mas com esperança. Com esperança, coragem e muita fé. Em 1947, em uma sessão histórica da Assembleia Geral das Nações Unidas, presidida por um brasileiro, Oswaldo Aranha, foi aprovada a resolução que propunha a criação de dois Estados, e não somente um. Um Estado judeu e outro árabe.

Israel aceitou a partilha, os países árabes não. Rejeitaram a proposta, na esperança de expulsar os judeus. Mas Israel resistiu, trabalhou e sobreviveu. Acho importante, vereadora, fazer esse resgate, porque, na realidade, a ONU não decidiu simplesmente criar Israel. A ONU decidiu, sim, dar legitimidade para um traçado histórico.

Os judeus estavam naquela região desde há quatro mil anos, pois Deus concedeu a Abrão e seus descendentes a terra de Canaã. Mesmo durante todo o exílio, e a gente pode resgatar a presença dos reis Davi e Salomão, Jerusalém já era a capital do povo judeu. E, portanto, nunca houve ausência dos judeus naquela região.

A constituição dos dois Estados nada mais foi que dar legitimidade àquilo que já era legítimo, como também reconhecer o natural e o verdadeiro direito da criação de um Estado palestino. Mas o fato é que, desde então, o que nós temos visto por lá é uma luta contínua. Uma luta pela vida, pela paz, pela dignidade e pelo direito de existir.

Uma luta que nunca impediu o florescimento do Estado judeu. Israel, mesmo cercado por ameaças, tornou-se uma das democracias mais vibrantes do mundo. Uma referência em inovação, ciência e tecnologia e um parceiro ativo na construção de soluções para os grandes desafios globais.

Há quem tente, hoje, macular essa trajetória, obscurecendo a história, ignorando os fatos e deslegitimando uma nação que nasceu com base no direito internacional e se sustenta em princípios verdadeiramente democráticos. Mas a verdade resiste, e eu sou testemunha.

Eu estive em Israel, e eu vejo aqui o cônsul Avalos Giménez, do Paraguai, a quem faço questão de saudar, em nome de Santiago Peña, presidente do Paraguai, e um amigo verdadeiro da verdade e da honestidade e da integridade. Eu estive em Israel, senhor cônsul, desde 1979. E desde então, eu acompanho, como muitos de nós, um país que por nenhum dia, nenhum dia, deputado, teve paz plena.

Mas, nem por isso, perdeu a dignidade, a resiliência e o compromisso com os valores humanos. Quem vai a Israel sabe que esta é uma realidade. Não há um dia que um cidadão israelense possa abrir mão da sua segurança.

Àqueles que passam a julgar Israel a partir de 7 de outubro de 2023, eu faria a eles um convite, um convite à memória e à responsabilidade e um resgate verdadeiro e honesto à história. Vamos conhecer a história. Tentar entender, deputado, o que foi a Partilha.

Entender, dentro do conceito da geopolítica, minhas senhoras e meus senhores, o que significa o Irã para o mundo contemporâneo. O Irã, um dos grandes patrocinadores do terrorismo regional e internacional, que cria condições para que organizações como Hamas, que não lutam em absoluto por qualquer direito dos palestinos, eles lutam pela destruição de Israel. Mas Israel resiste, porque é necessário que resista.

Não apenas por si, não apenas pelos judeus, mas por todos que acreditam na democracia, na coexistência e no combate à intolerância. O nosso papel, enquanto judeus, é muito maior do que talvez a responsabilidade sobre nós mesmos. Nós somos guardiões da democracia, do respeito e da luta contra a intolerância.

Não há como destacar, neste momento, e eu faço aqui, na frente de vários deles, o papel extraordinário da comunidade evangélica. Pois juntos, judeus e evangélicos, têm sido os grandes guardiões da existência e da legitimidade do Estado judeu.

A solidariedade que recebemos, senhores deputados, o apoio incondicional e a comunhão de valores, são sinais inequívocos de uma aliança que transcende a política e se apoia na fé, na justiça e na verdade.

E é nesse espírito que lembramos também os acordos de Abrão, já que fazemos um resgate de uma história mais recente. Acordos que abriram caminhos reais de paz e aproximação, também com vários países árabes. A iminente e recente aproximação de Israel com a Arábia Saudita foi, inclusive, um dos fatores que impulsionaram o brutal ataque terrorista do Hamas.

Um ataque não é feito somente a Israel, mas contra todas as forças que lutam contra o fanatismo e que lutam pela moderação. Hoje, senhor cônsul Rafael, Israel é uma referência muito importante para os judeus. Israel é um farol para os judeus e para os evangélicos e para todos aqueles que acreditam na democracia, na convivência entre povos e no combate à intolerância.

Israel é a raiz da nossa luta, a luta que temos a obrigação de seguir contra o antissemitismo e contra toda e qualquer discriminação em relação a qualquer minoria. Quero, em nome da comunidade judaica do Brasil, deixar aqui a minha gratidão ao grande deputado Campetti, que teve iniciativa dessa homenagem em nome dessa Assembleia Legislativa do grande Estado, o nosso Estado de São Paulo.

E aqui falo como judeu, mas falo como brasileiro e as pessoas devem me escutar, porque sou brasileiro, vivo nesse país, contribuo e faço com que ele cresça.

Quero também agradecer a comunidade evangélica pelo apoio firme, claro e generoso. E, sobretudo, e como não poderia deixar de ser, agradecer a Deus, que tem sustentado Israel em seus momentos mais difíceis, e que certamente continuará dando a esse povo forças para seguir adiante.

Os valores de integridade, de família, de fé, de respeito ao próximo e de amor à liberdade não pertencem só a um povo, são pilares de uma sociedade contemporânea que precisa, mais do que nunca, serem resgatados, afirmados e celebrados.

Am Yisrael Chai, o povo de Israel vive e sempre viverá.

Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Agradeço as palavras dos membros da Mesa e ouviremos, agora, a sobrevivente do Holocausto, Sra. Ariella Segre.

 

A SRA. ARIELLA SEGRE - Senhoras e senhores, boa noite. Políticos e ilustres políticos presentes e autoridades, em particular um boa noite ao deputado Danilo Campetti, que nos proporciona essa noite de celebração que, para mim, tem um significado desde quando eu era criança.

Eu sou italiana, eu sou judia. A Itália não estava participando desde o começo das loucuras de Hitler, mas chegou um dia que a Gestapo invadiu a Itália, e deportou quantos judeus podia. Nós, minha família, não foi presa por um caminhão da Gestapo por um puro acaso, porque um vizinho avisou para meu pai para não voltar para casa e nós não voltamos. Do jeito que a gente estava, não voltou mais para casa.

Infelizmente, uma vizinha nossa, que estava em casa, tinha mandado uma filha comprar pão, e quando a filha dela voltou para casa, achou a casa vazia. Não tinha pai, não tinha mãe, não tinha irmãos, não tinha ninguém. Sobrou uma menina, que tinha poucos anos mais do que eu, com um saco de pão na mão. Ela não teve a minha sorte. Nós fomos avisados por um vizinho de não voltar para casa. Fomos embora.

Em seguida, terminou a guerra, voltamos para a nossa cidade, nós fomos trazidos de volta. Mas nossa cidade não era mais a cidade que a gente tinha deixado.

A cidade era uma cidade ferida, machucada, machucada nas construções, machucada nos corpos das pessoas, machucada nas almas. Em particular, para nós, judeus. A sinagoga tinha sido destruída, não havia mais sinagoga. O prédio da sinagoga estava em pé, parcialmente em pé, pois uma parte da sinagoga e tudo aquilo que tinha em volta era um monte de ruínas.

A nossa casa tinha sido ocupada e depois, quando nós conseguimos entrar em uma parte da nossa casa, não tinha vidros, porque as bombas que caíram perto da nossa casa, pela vibração, fizeram estourar todos os vidros.

E nós vivemos do jeito que a gente podia sobreviver numa cidade machucada, que estava recebendo feridos, que estava voltando das guerras das mais remotas partes da Europa.

E na nossa congregação, a Congregação Israelita de Bolonha, tinha refugiados não italianos, porque a Gestapo sabia quem era judeu em Bolonha e deportou todos aqueles que lhe encontrou. E refugiados judeus que tinham chegado na Itália e não sabiam que a Gestapo não sabia que eles eram judeus, e se refugiaram na congregação de Bolonha, num pedaço de prédio em pé.

Tinham, particularmente, muitos gregos, porque a Grécia também foi massacrada pela Gestapo. Se falava naquela congregação todas as línguas, tinham alemães, tinham poloneses, tinha gregos, e não sei o que mais, porque eu não entendia tantas línguas que se falava nesse pedaço de congregação que estava em pé, que estava abrigando judeus que tinham corrido ao único lugar onde podiam sobreviver era a comunidade judaica semidestruída.

Eu lembro essa situação, seja da minha família, seja dessas pessoas que estavam acampadas lá sem ter ideia do que fazer da própria vida. Elas tinham perdido família, tinham perdido casa, não tinha para onde voltar, não tinha para onde ir, não tinha. Até que veio a ideia, em 47, que podia surgir um Estado. Então estava todo mundo esperando ter alguma coisa, uma ideia de futuro.

Essa comunidade estava esperando, todo mundo ligado ao rádio, na minha casa também. Todo mundo ligado ao rádio esperando alguma coisa, até que essa coisa veio. Foi a criação do Estado de Israel.

Nessa altura, teve uma alegria elétrica entre todos esses sobreviventes que podiam ter para onde ir, podiam ter o que fazer, tinham alguma esperança, eles tinham perdido tudo. Família, casas, terra, não tinham para onde ir. Mas quando foi criado o Estado de Israel, foi uma explosão de alegria, que eu lembro dessa explosão de alegria.

Eu estava nessa comunidade, junto com os meus correligionários, que estavam felizes. Então eu também, por contágio, eu também fiquei feliz, porque havia tanta alegria. Essa comunidade, esse grupo de pessoas se organizou para sair e comemorar na praça pública de Bolonha, aquilo que estava acontecendo.

Bolonha é uma cidade medieval. Tem um centro, tem uma grande catedral e uma grande praça central, onde antigamente tinha a escultura, a estátua do rei, que foi tirada por óbvias razões. Que o rei não se comportou bem durante a guerra. O rei também foi tirado daí, a própria estátua, a própria figura não existe mais.

Mas naquela praça surgiu toda a comunidade, todos os sobreviventes que estavam na Itália, em Bolonha, foram em grupo em direção daquela praça. Quando todo mundo organizou o grupo para sair, para ir para a praça, veio um monte de polícia para cercar a gente.

Por quê? Porque a Itália estava sob ocupação americana, eram proibidas as reuniões políticas, reuniões de todo tipo. Mas quando expressaram porque toda essa gente estava alegre, queria comemorar no meio da praça pública, os policiais aderiram.

Em vez de acabar com a reunião, acompanharam, escutaram todo mundo, até chegar na praça central com cartazes e todo mundo festejando. E a população que estava morando nas ruas, que a gente estava percorrendo, ouvindo isso, acompanhou esse grupo, acompanhou também cantando. Cantando se formou uma imensa roda nessa praça medieval, que ainda hoje eu lembro de tão bonita.

Aquele foi o dia de mais alegria da minha vida, porque todo mundo estava contente, todo mundo estava feliz, comemorando e dizia, “agora temos uma casa, agora temos para onde ir, agora nós podemos ir”. Os italianos que estavam lá também moravam junto. E nós ajudamos vocês, nós vamos ajudar, se formaram um grupo para ajudar, até conseguir que eles conseguissem essa viagem para chegar num lugar tão querido, tão querido.

Eu, naquele tempo, tinha vontade de ir, mas eu era pequena. E foi um momento, e não foi só em Bolonha, eu soube, foi também em Modena, em Reggio, Parma, Piacenza, todas as pequenas cidades que tinham comunidades judaicas, todas comemoraram esse momento. Esse momento foi tão marcante, que para mim, esse dia, realmente, eu memorava até hoje.

Nasceu o nosso Estado, nasceu. Eu sempre pensava em ir para lá. Infelizmente, esse Estado não foi muito calmo, não.

Logo depois da primeira fundação, nós tivemos agressão, como já foram citadas, dos países vizinhos, mas nós ganhamos. Tivemos outras, infelizmente, os ataques terroristas sempre existiram. Até, minha filha está aí, até que o meu neto ia subir num ônibus, saindo da escola, no ônibus, em Jerusalém.

Subia no ônibus, mas ele perdeu o ônibus. E o ônibus implodiu, e matou todos os colegas do meu neto. E meu neto viu a cabeça do terrorista, que era um homem bomba, sendo expirada para fora do ônibus. E quando ele entrou no ônibus, ele tinha perdido todos os colegas, todos.

Mas nós continuamos, nós continuamos lutando para ter direito à vida, uma vida, e como pode ser a única luta nossa, é luta com instrução. Porque tudo isso que está acontecendo é fruto da ignorância.

Qual é o povo que, em própria coragem, pode dizer que pode defender um povo que tem como própria constituição, primeiro matar todos os judeus, depois matar, acabar com o Estado de Israel. Qualquer povo civilizado, quando luta contra alguma coisa, tem que saber aquilo que ele está falando, aquilo que ele está fazendo. Como se pode defender um grupo que tem como constituição, matar?

Gente, isso é pura ignorância. Ignorância. A gente, agora, todo mundo vai para a escola, todo mundo tem que estudar. As matanças não são... Também aqui tivemos ameaças de matanças, aqui. Graças a Deus não foram concretizadas. Graças a Deus. Mas nós também temos problemas com violência. Mas quando tem elementos violentos, mas não está na constituição de nenhum país que o ponto oficial seja matar um povo.

Isso não, não está escrito. Tem delinquentes em tudo que é lado. Mas uma coisa é o caminho dos delinquentes, é outro caminho de um Estatuto.

O Estatuto não pode ser aceito por outros povos, um povo que está decidido em matar. Infelizmente, nós temos, no meio de muitos conhecidos nossos, uma absoluta ignorância, uma falta de conhecimento daquilo que está defendendo. Um país que está defendendo o Irã, o Irã que está financiando tanto terrorismo.

Quem é que tem coragem? E depois, com isso, pode ser importado o terrorismo no nosso país, coisa que todos nós não queremos. E nós temos que lutar contra isso, para defender o próprio Brasil. O próprio Brasil. O único país que agora está se defendendo contra isso é a Alemanha.

Que a Alemanha, tendo Hitler como líder, que queimou todos os livros possíveis, queimava os livros e tirava o cinto das escolas. Então ele podia mandar aquilo que ele queria. Por quê? Para ter acesso à instrução.

Mas nós temos a possibilidade de instruir nas nossas escolas. A possibilidade de instruir o nosso povo. E o nosso povo tem que saber, para que os futuros políticos saibam que parte pegar em cada momento. Tem que saber. Então a nossa base tem que ser a instrução, o conhecimento.

O Hitler, para começar, as primeiras vítimas, aqui tem uma pessoa, não está. O Hitler, a primeira coisa que fez, o primeiro campo de concentração, não foi para os judeus, não. Foi para os inimigos políticos dele.

E ganhando foram os inimigos políticos que morreram nos primeiros campos de concentração. Mussolini não foi antissemita. O primeiro inimigo foi Delitto Matteotti, um político que no parlamento teve a coragem de dizer aquilo que Mussolini não queria ouvir. Simplesmente sumiu.

Israel é um país democrático. Nós temos que defendê-los até a última gota de sangue, pelo menos do meu lado. Até a última gota de sangue. Nós temos que lutar pelo Brasil, ter justiça também. Que isso aqui não é só um povo, não sou só eu.

Todos os brasileiros têm que lutar pela justiça. Porque só através das justiças, todo mundo pode melhorar. Aí eu termino, que quando aconteceu aquilo que aconteceu no dia nove de outubro, oito de outubro de dois mil e vinte e três, eu fiquei muito abalada. Fui muito abalada e falei, não é possível, de novo, de novo. E agora parece que até a Europa inteira não quer saber daquilo que acontece.

A única que está defendendo a gente na Europa é a Alemanha. Ela foi muito castigada durante a guerra. E agora ela quer se defender dessa depravação. E ela está defendendo a gente.

As primeiras voluntárias que foram no dia sete de outubro para Israel foram voluntários filhos de nazistas que até morreram para defender Israel. Vocês pensam, quando os filhos desses depravados, os netos, vão saber aquilo que os pais deles, os amigos deles fizeram no dia oito de outubro de dois mil e vinte e três?

Agora os alemães se envergonham daquilo que eles fizeram. Será que essas pessoas não vão ter filhos e netos que se envergonham daquilo que têm feito? Vai acontecer.

Mas nós não queremos que aconteça daqui a muito tempo. Tem que ser agora. Então nós temos que ser unidos. Porque essas depravações não continuam. E o nosso povo, que é o único povo democrático da região, tem que ser exemplo de uma democracia que em volta da democracia não existe.

Eu rezo que nós continuemos amigos, que lutem para a instrução do brasileiro e Am Yisrael Chai. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - JAIRO ROIZEN - Agradeço as palavras da senhora Ariella Segre, sobrevivente do Holocausto.

E passo agora a palavra para o deputado Danilo Campetti, para que proceda ao seu discurso e ao encerramento dessa solenidade.

 

O SR. PRESIDENTE - DANILO CAMPETTI - REPUBLICANOS - Reiterando as boas-vindas a todos nessa noite. Reiterando também boa noite. Cumprimentando novamente e rapidamente os membros da Mesa, que eu já fiz menção com o Sr. Rafael, Dr. Marcos, Dr. Claudio.

Inclusive convido a todos no próximo sábado, Dr. Claudio estreia um programa na Jovem Pan News, o Checkup, às 16h30. Cumprimentar também Dr. Fernando, Dr. Daniel, nosso grande amigo, deputado Oseias, vereadora Cris, vice-cônsul Gili. Cumprimentar também o cônsul-geral do Paraguai em São Paulo, Luís Fernando Avalos Giménez, obrigado pela presença. E da vereadora Zoe, obrigado pela presença.

Senhoras e senhores, hoje celebramos uma data de profundo significado histórico e simbólico, 77 anos da independência do Estado de Israel. No dia 14 de maio de 1948, David Ben Gurion, líder visionário do movimento sionista, proclamava oficialmente a independência de Israel, encerrando uma data britânica na Palestina e dando início a um novo capítulo na história do povo judeu e do Oriente Médio.

A criação de Israel representou a realização de um sonho milenar, o retorno à terra ancestral depois de quase dois milênios de diáspora. Mais do que um ato político, foi a concretização de uma aspiração espiritual e histórica, marcada por perseverança, fé e resiliência. Esse momento decisivo foi precedido por um gesto corajoso da comunidade internacional.

Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou o Plano de Partilha da Palestina. O papel do Brasil foi determinante nesse processo, especialmente por meio da atuação do então embaixador Oswaldo Aranha, meu querido Sam, Bruno, Pedro, na minha concepção, nosso maior chanceler, maior exemplo de relações internacionais que nós tivemos no nosso país. Seu compromisso com a justiça e com o direito de autodeterminação dos povos foi essencial para a criação do Estado judeu.

Entretanto, o nascimento de Israel não trouxe a paz esperada. No exato dia seguinte à sua proclamação, Israel foi atacado por tropas de cinco nações árabes, dando início à primeira de muitas guerras travadas para defender sua existência. E ainda hoje, a luta pela independência e segurança continua.

Israel enfrenta diariamente ameaças militares, campanhas de desinformação e o terrorismo financiado por regimes que se opõem não só à sua política, mas à sua própria existência. Em um cenário adverso, Israel permanece firme, defendendo seus cidadãos, seus valores e seu direito soberano de existir em paz. Mas a história de Israel não é apenas uma narrativa de resistência.

É também e, sobretudo, uma história de superação e excelência. Em pouco mais de sete décadas, Israel se tornou a única democracia plena do Oriente Médio. Um epicentro mundial de inovação tecnológica e um exemplo de desenvolvimento humano, científico e social.

O país tem uma das mais altas expectativas de vida do planeta e ostenta o mais alto padrão de vida de toda a região. O Brasil, por sua vez, mantém com Israel laços históricos de amizade, cooperação e respeito mútuo. Compartilhamos valores como a liberdade, a democracia e o progresso.

As parcerias entre nossas nações, especialmente nas áreas de tecnologia, segurança, agricultura e educação, são exemplos do quanto podemos crescer juntos, promovendo o bem-estar dos nossos povos.

Hoje deveria ser, senhoras e senhores, um dia apenas de comemoração, mas tivemos um evento trágico na madrugada de ontem para hoje, em que vitimaram Yaron Lischinsky e Sarah Milgrim.

Yaron tinha 30 anos e a Sarah, 26 anos. O autor desse atentado se chama Rodrigues. Deixa eu ver o nome dele aqui. É Rodrigues. Elias Rodrigues. E ele gritou, no momento que estava sendo levado, “Palestina livre”.

Nós não podemos, Dr. Claudio - e é esse o propósito, o meu propósito na defesa de Israel e na criação da Frente Parlamentar aqui, que eu tenho orgulho de ombrear com o deputado Oseias e mais 24 deputados estaduais - nos omitir diante de atos de antissemitismo, porque são atos cruéis.

O Holocausto. O Holocausto. E aqui nós temos a Sarita.

Obrigado, Sarita, pela visita no museu. E a todos os sobreviventes. A dona Ariella aqui, que nos deu um relato histórico fantástico.

O Holocausto não começou, senhoras e senhores, com as câmaras de gás. Começou com a desinformação. Começou com a informação errada, com a mentira, com narrativas criadas e não combatidas, vereadora Cris. E aqui o nosso propósito, e eu volto hoje, Dr. Marcos, a essa tribuna, porque aqui já estive para falar exatamente o que eu vou dizer agora. E falarei quantas vezes forem necessárias nessa tribuna.

Não toleraremos atos de antissemitismo, seja no mundo, seja aqui no Brasil. Não nos omitiremos diante de inverdades, de absurdos que nós não podemos ter como normais, como naturais, como, por exemplo, a instalação de uma banca vendendo camisas, adereços do Hamas. Uma organização terrorista que, em 7 de outubro de 2023, vitimou 1.200 israelenses na sua terra, que trouxe como refém 250 israelenses.

Ainda restam, Dr. Daniel, 58. Eu tenho certeza, cônsul Rafael, que o Estado de Israel não vai sossegar, não vai parar de lutar, enquanto o último refém não for restituído para a sua família.

Nós não podemos esquecer que tudo começou, agora, recentemente, tudo começou, não, mas esses fatos agora que batem aqui, nessa tribuna mesmo, todo dia, gritando a todo momento, “Israel genocida”, “Israel comete genocídio”, “Palestina livre”, tudo começou nesse ataque do Hamas, que, juntamente com outras organizações terroristas, como o Hezbollah, como os Houthis, são financiados por Teheran, como bem disse o Dr. Claudio.

Nós não podemos nos quedar aqui quando o líder máximo aqui do nosso Brasil, que está hoje na presidência da República, profere impropérios, atacando Israel, quebrando o equilíbrio que sempre houve nas relações internacionais do nosso país e fazendo o Brasil passar um vexame lá fora.

Muito bem contraposto pelo Dr. Claudio, numa nota precisa da Conib. E nós não vamos aqui nos quedar. Por isso, inspirados, vereadora Cris, no projeto de Vossa Excelência, que criou o dia 7, o dia municipal, em homenagem às vítimas do 7 de outubro, nós reproduzimos aqui um projeto de lei da senhora e da vereadora Sonayra, se não me engano, que estabelece o dia 7 de outubro como o dia estadual em homenagem às vítimas do 7 de outubro de 2023.

E leva o nome de Kfir Bibas, um bebê assassinado, querida vereadora Zoe, por esganadura, por um terrorista que teve a crueldade de, com as próprias mãos, assassinar um bebê. É contra essas pessoas, é contra essas insanidades, que nós lutamos aqui e não pararemos de lutar. Não ficaremos calados.

Porque quando gritam do Rio Amar, quando gritam “Palestina livre”, incentivam atos como aconteceu nessa madrugada. Um insano que matou um casal, noivos. Inclusive ele iria pedir ele em casamento na próxima semana, segundo a informação do embaixador dos Estados Unidos, apenas pelo fato de serem judeus.

Então, aqui na Assembleia Legislativa, juntamente com os 24 deputados da Frente, nós faremos esse trabalho, senhor cônsul. E para mim é um propósito, defender a comunidade judaica, defender o Estado de Israel, defender a história dos nossos sobreviventes. Contem sempre comigo e aqui prestamos homenagem ao povo de Israel, a sua coragem, a sua criatividade e a sua perseverança.

Que essa data seja não apenas um marco de lembrança, mas também de esperança, esperança de dias de paz, de entendimento e de prosperidade compartilhada. Israel, judeus e árabes sempre viveram em paz e harmonia. Sinagogas e mesquitas dividem o mesmo quarteirão no nosso Brasil. Nós não deixaremos que essa desinformação avance ao ponto de chegar a atos de antissemitismo.

Que Deus nos abençoe.

Muito obrigado novamente pela presença de todos.

Israel vive, o povo de Israel vive e o povo de Israel sempre viverá.

Am Yisrael Chai.

Deus abençoe a todos.

Por fim, esgotado objeto da presente sessão, agradeço a todos os envolvidos na realização dessa solenidade, assim como agradeço a presença de todos.

Está encerrada a presente sessão solene.

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 47 minutos.

 

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