9 DE DEZEMBRO DE 2024

173ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h14min. Comemora decisão judicial que suspende, liminarmente, artigos da Resolução 77/24, da Secretaria de Estado da Educação. Critica decreto da Prefeitura de Santana de Parnaíba, que trata dos critérios para a concessão de abono a profissionais do magistério. Apoia manifestação estudantil contrária ao fechamento da Escola Estadual de São Paulo, no centro da capital. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária de 10/12, à hora regimental, com Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h27min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Eu queria aqui dar uma importante notícia repercutindo uma vitória importantíssima do Magistério estadual, que foi fruto da nossa mobilização e de uma ação popular que nós protocolamos no Tribunal de Justiça aqui de São Paulo.

Quando eu digo nós, nós do coletivo Educação em Primeiro Lugar: deputada federal Luciene Cavalcante, do PSOL; vereador Celso Giannazi, da Câmara Municipal; e o nosso mandato aqui da Assembleia Legislativa. Então saiu a decisão agora pela manhã, está aqui, olha, quentinha, saiu do forno agora.

A juíza de direito Dra. Simone Gomes Rodrigues Casoretti deu uma liminar para a nossa ação popular, suspendendo os Arts. 25 e 26 da famigerada e perversa Resolução nº 77, de 2024, da Secretaria da Educação, que, na prática, faz as realocações quase que compulsórias, jogando a direção da escola contra os professores, dando poderes imperiais à direção da escola para, na prática, demitir os professores daquela determinada escola, da escola PEI, do Programa de Ensino Integral. Isso está prejudicando toda a rede estadual de ensino, não só os professores como os alunos.

Tem escolas que já demitiram 19 professores em uma tacada só, como a Escola José Vieira de Moraes, da Diretoria Sul 3, que nós denunciamos e que teve mobilização dos alunos da comunidade escolar contra a direção da escola, e tantas outras escolas que estão tendo essa prática incentivada pela Secretária da Educação, pelo empresário da Educação, Renato Feder.

Então nós ganhamos agora. Acabou de sair a liminar aqui. Eu quero ler, ela diz o seguinte: “Defiro a tutela para suspender os efeitos dos Arts. 25 e 26 da Resolução Seduc nº 27/2024, que dispõem sobre as realocações, conforme postulado”. Ela diz ainda: “Citem-se os réus, e que esta liminar, que esta cópia, servirá, a presente, como mandado, ofício”. Ou seja, está aqui, olha.

Então nós estamos disponibilizando a cópia em um link nas nossas redes sociais. Está aqui também no telão. Nós colocamos para as pessoas poderem ver, quem está assistindo à TV Assembleia. Então é uma decisão da Justiça, e a Seduc tem que colocar em prática isso, suspendendo os efeitos e cancelando essas realocações que têm, repito, prejudicado os professores, as professoras e também os alunos da rede estadual.

Então é uma vitória importante do Magistério estadual. Lembrando que nós temos também um parecer favorável à nossa ação do Ministério Público estadual, foi dado na semana passada. Nós já tínhamos anunciado isso e também que o CPP tem uma outra liminar para os seus associados, suspendendo também os efeitos dos dois artigos.

Então é uma vitória importante. O Ministério Público está ao nosso lado, o Tribunal de Justiça também com a nossa sentença, a sentença do CPP. A nossa é mais abrangente porque é para todo o Magistério, independentemente de as pessoas estarem ou não sindicalizadas, associadas ao CPP.

Mas é importante que as pessoas se associem às entidades representativas do Magistério - a Apeoesp, o CPP, a Udemo, a Apase -, a todas elas. Todas elas são importantes, porque essas entidades são instrumentos de luta dos trabalhadores da educação.

Então está aqui uma vitória importante que nós estamos anunciando em primeira mão aqui pelo plenário e pela Presidência da Assembleia Legislativa. Caíram os dois Arts. 25 e 26, que são os dois responsáveis por incentivarem esse autoritarismo na rede estadual de ensino. Então vitória, minha gente. Está aqui. Vamos disponibilizar nas nossas redes sociais.

Quero agradecer o empenho dos mandatos, dos nossos três, sobretudo da deputada federal Luciene Cavalcante e também do vereador Celso Giannazi, aqui da Câmara Municipal, que foram os autores dessa importante ação popular. Agradecer a toda a nossa assessoria, sobretudo a assessoria jurídica, que formulou, de forma tão competente e objetiva, essa ação popular.

Quero ainda aqui registrar e manifestar o nosso repúdio a um decreto que foi publicado no Diário Oficial da Prefeitura de Santana de Parnaíba, que tem a ver com a educação.

Minha gente, é um absurdo, como a educação é atacada, como as professoras são atacadas nos municípios, no estado e em todo o Brasil, mas, sobretudo, em vários municípios aqui do estado de São Paulo que não pagam o piso nacional do Magistério, que não enquadram as educadoras de educação infantil na carreira do Magistério, que pagam salários baixos, que não valorizam, de fato, os profissionais da Educação.

Santana de Parnaíba, nós temos aqui a publicação de um decreto. Me refiro aqui ao Decreto 5.115, do dia 27 de novembro. Esse decreto, ele retira direitos, ele prejudica o Magistério municipal, porque ele diminui o valor, ele coloca mais empecilhos, mais óbices para o pagamento do abono, agora do final do ano.

As professoras, que já têm salários baixos, salários arrochados, defasados, foram surpreendidas agora, no final do ano, em novembro, por um decreto dificultando o acesso dessas professoras, trabalhadoras, que trabalharam o ano inteiro, ao abono, à bonificação.

E eu fiquei chocado com esse Art. 5º, que fala que não serão considerados como de efetivo exercício, de acordo com o Art. 36 da Lei 3.116 de 2011, para todos os efeitos legais, as situações decorrentes deles. Eles não consideram, eles querem descontar um atestado médico.

Então, se uma professora está doente, o atestado médico dela não será considerado como dia letivo para o pagamento desse abono. Tem mais. Declaração médica, declaração de horas, também não. Licença saúde, também não, exceto as do Inciso VII, do Art. 4º deste decreto.

Ou seja, só se for acidente de trabalho. Daí sim. Mas fora isso, se uma professora ficar doente, uma outra doença, esse atestado não será aceito. Essa licença saúde não será considerada como de efetivo exercício. E também licenças para cuidar de pessoa da família.

Uma professora tem um filho doente, ela precisa pegar uma semana para cuidar dos filhos. Ela vai cuidar do seu filho, mas será prejudicada no pagamento desse abono. É de uma perversidade isso. Para que isso?

Por que o prefeito edita um decreto como esse? Penalizando ainda mais as nossas colegas, professoras de Santana de Parnaíba, que, repito, estão com salários arrochados, defasados, não são valorizadas, trabalham em condições extremamente difíceis. E agora foram ganhar esse presente de Natal, com a redução drástica aqui, e a dificuldade de acessar o abono, a bonificação.

Então fica aqui o nosso protesto. Já tem, inclusive, uma representação no Ministério Público, que nós vamos reforçar, porque isso é um direito delas. Não pode ter retrocesso num direito social, sobretudo num direito remuneratório. Então nós vamos também tomar providências aqui pela Assembleia Legislativa de São Paulo.

E quero também, por fim, não posso aqui deixar de registrar, a manifestação que ocorreu hoje pela manhã, que teve a participação do nosso mandato na Escola Estadual de São Paulo, que eu já falei sobre ela aqui. Vamos mostrar primeiro a manifestação contra o fechamento da escola, que tem um vídeo, Machado?

Queria mostrar essa manifestação dos nossos alunos exercendo o direito da cidadania ativa e crítica em defesa da manutenção da escola.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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Aqui, os alunos dando uma aula de cidadania, defendendo a manutenção da escola, porque o governo anunciou... Nem anunciou na verdade, já começou a fechar praticamente a escola.

A escola, talvez, mais antiga do estado de São Paulo. A Escola Estadual de São Paulo, que fica lá no Parque D. Pedro. Essa escola é uma escola PEI, uma escola de educação integral, e vai ser fechada.

Os alunos foram surpreendidos, e a direção da escola também, os professores, toda a comunidade escolar, na semana passada. E houve uma forte reação, logicamente, porque não se fecha escola em São Paulo. A gente tem que abrir novas escolas. Essa tem sido a nossa grande luta.

Inclusive, na semana passada, eu fui até lá. Conversei com a comunidade escolar, eu conversei com a presidente do Grêmio, a aluna Eloá, que é uma das líderes desse movimento, conversei com a gestão e fiquei chocado, porque é uma escola que tem toda uma infraestrutura e será fechada do dia para a noite.  É uma escola PEI, de período integral, olha só, e vai ser fechada.

O governo, a Secretaria da Educação está dando uma desculpa muito esfarrapada que não convence, de que vai ter uma obra, uma reforma lá no Parque Dom Pedro, da praça, um processo de reestruturação, mas isso é só para 2026, se é que vai acontecer ainda. A própria matéria da “Folha” fala sobre isso.

No entanto, ele já quer fechar a escola, mas nós sabemos que, por trás dessa atitude da Secretaria da Educação, está um contexto de fechamento mesmo de turnos, de salas, de fechamento de ensino médio regular noturno, fechamento de Educação de Jovens e Adultos e fechamento de salas em vários turnos.

O governo está enxugando a rede estadual de ensino, tanto é que reduziu o orçamento da educação aprovando aqui na Alesp, com voto favorável da base do governo e com nosso voto contrário, logicamente, a redução do orçamento da educação de 30 para 25 por cento. Isso representa retirar do orçamento da educação aproximadamente 11 bilhões e 300 milhões por ano.

Então, o governo faz ataques sistemáticos à educação do estado de São Paulo. Todo mundo está falando agora do Derrite, do Guilherme Derrite. Fora, Derrite. Nós falamos também “fora, Derrite” e “fora, Feder”, porque um destrói a segurança pública e o outro destrói a educação do estado de São Paulo.

Agora vai fechar uma escola? Jamais. Estamos fazendo resistência. Os alunos mobilizados, os professores, e agora também o Ministério Público foi notificado através de uma representação que eu fiz. Então, nada de fechar escola, nem turnos, nem salas de aula no nosso estado, porque não vamos permitir que isso aconteça.

Então, vou encerrar aqui a nossa sessão. Não tendo mais nenhum orador inscrito e havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia da última quarta-feira.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 14 horas e 27 minutos.

 

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