20 DE ABRIL DE 2023
24ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI, LUIZ CLAUDIO MARCOLINO, REIS, CONTE LOPES e GIL DINIZ
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
4 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Assume a Presidência.
5 - GIL DINIZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - MAJOR MECCA
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - REIS
Assume a Presidência.
8 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - ANDRÉA WERNER
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
11 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - DONATO
Por inscrição, faz pronunciamento.
13 - CONTE LOPES
Assume a Presidência.
GRANDE EXPEDIENTE
14 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento (aparteado pelo deputado Carlos Giannazi).
15 - PRESIDENTE CONTE LOPES
Tece comentários acerca do pronunciamento do deputado Reis.
16 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
17 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA
Por inscrição, faz pronunciamento.
18 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
19 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento (aparteado pelo deputado Eduardo Suplicy).
20 - GIL DINIZ
Assume a Presidência.
21 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento (aparteado pelo deputado Eduardo Suplicy).
22 - CONTE LOPES
Assume a Presidência.
23 - GIL DINIZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
24 - GIL DINIZ
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
25 - GIL DINIZ
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
26 - PRESIDENTE CONTE LOPES
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 24/04, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
*
* *
- Assume a Presidência e abre a sessão
o Sr. Carlos Giannazi.
*
* *
- Passa-se ao
PEQUENO
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus,
iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Inicio a lista de oradores inscritos no
Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Agente Federal
Danilo Balas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Com a palavra a deputada Márcia
Lia. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Dr. Jorge do
Carmo. (Pausa.) Com a palavra a deputada Thainara Faria. (Pausa.) Com a palavra
o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Com a palavra a deputada
Ediane Maria. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino, que
fará uso regimental da tribuna.
O
SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas,
funcionários e funcionárias da Assembleia Legislativa, essa semana, Sr.
Presidente, tivemos a instalação das diversas comissões aqui na Assembleia
Legislativa. Em nome da nossa bancada - a bancada do Partido dos Trabalhadores
-, ficarei responsável de forma efetiva para acompanhar três comissões.
A primeira
comissão é a Comissão de Finanças e Orçamento, da qual estarei como
vice-presidente desta comissão. E já começa agora no mês que vem, quando deve
chegar a esta Casa a LDO, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, onde o governador
terá que apresentar quais são as diretrizes para a execução do orçamento para
esse e para o próximo período.
Ao mesmo tempo,
nós teremos, no começo do segundo semestre, o Plano Plurianual. O Plano
Plurianual acontece a cada quatro anos. Ele é construído e debatido para que
seja executado durante todo o mandato do governador. Então, será um debate
importante que faremos nesta Casa que será a construção e o diálogo sobre o
Plano Plurianual.
Teremos também,
no final do ano, a questão da LOA, mas o mais importante, desse processo, dessa
comissão, além de fiscalizar a aplicação correta dos recursos do orçamento do
estado, que esse ano estamos falando em 317 bilhões de reais, que é o orçamento
do governo do estado de São Paulo para o ano de 2023.
Mas nós teremos
diversas audiências públicas no estado de São Paulo e esperamos que nessas
audiências públicas possamos conversar, nobre deputado Suplicy, com os
vereadores, com os prefeitos, com a sociedade civil organizada, debatendo qual
é a necessidade de cada uma das regiões do nosso estado, para que seja muito
bem debatida a questão do orçamento e para que no ano de 2024 a gente possa ter
políticas públicas dialogando com a sociedade civil do nosso estado.
A outra
comissão que a gente vai estar acompanhando é a Comissão de Saúde, uma comissão
que, na minha avaliação, é importante também aqui nesta Casa.
Hoje, pela
manhã, já conversei com o SindSaúde-SP, que é o sindicato que organiza e
representa os trabalhadores e servidores estaduais do nosso Estado, e já
colocaram aqui algumas preocupações: adequação da jornada de 30 horas, que nós
conquistamos em 2013 a aplicação da jornada de 30 horas para setores
administrativos. Na época, o governo ficou de mandar em até 60 dias um outro
projeto para a aplicação das 30 horas para os servidores das autarquias. Então
esse é um debate que teremos que fazer nessa comissão.
Uma outra é
que, nos próximos anos, nós teremos pelo menos dez mil servidores da Saúde no
estado de São Paulo que vão se aposentar. Então vai ser muito importante que
haja concursos públicos o mais rápido possível para os setores da Saúde, para
recompor o quadro de Saúde no estado de São Paulo, porque não esperamos que
primeiro o pessoal saia aposentado para depois o governo correr atrás do
prejuízo. Então já é uma pauta que está colocada nessa comissão, já no começo
dessa legislatura.
O outro debate
que tem, ainda em relação à Saúde, é a questão da verba Fundes. Hoje, os
servidores da Saúde têm uma complementação salarial por essa verba, que é uma
verba federal, mas muitas vezes não é aplicada de forma transparente para os
servidores do estado de São Paulo. Vamos acompanhar para que de fato essa verba
seja paga corretamente.
Hoje também foi
levantado, pelos servidores da Saúde, o problema das perícias médicas no estado
de São Paulo. Muitos trabalhadores acabam tendo um processo administrativo,
acabam tendo que devolver parte de seus proventos em virtude de muitas vezes o
perito dar alta para um servidor que não tem condições de voltar para o local
de trabalho e mesmo assim acaba tendo alta. Então, esse debate das perícias
médicas será um debate feito também nessa Comissão de Saúde.
Para terminar,
Sr. Presidente, nós temos uma outra comissão que, na minha avaliação, é tão
importante quanto a Comissão de Finanças e Orçamento, a CCJ e qualquer outra
comissão, que é a Comissão de Administração Pública e Relações do Trabalho.
Para a gente, essa comissão é uma comissão que vai dialogar sobre a carreira do
serviço público e de servidores públicos do estado de São Paulo.
Nós sabemos
que, quando se debate um orçamento de 317 bilhões de reais, para fazer o
orçamento, para fazer o estado funcionar, depende dos servidores, e depende
também que você tenha uma estrutura que dê conta de fazer o investimento
correto.
Essa Comissão
de Administração Pública e Relações do Trabalho é uma comissão que vai debater
sobre o encarreiramento dos servidores e que vai debater também o serviço
público no estado de São Paulo.
Então, são as
três comissões as quais, pela minha bancada a bancada do PT, eu fui indicado
para conduzir essas três comissões. Eu queria agradecer aqui, Sr. Presidente, a
oportunidade de dialogar hoje sobre essas comissões. Foi um debate muito
importante essa semana, todas as comissões foram instaladas, e essas três são
as três comissões nas quais estarei como efetivo.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Com a palavra,
o nobre deputado Reis, que fará o uso regimental da tribuna.
O
SR. REIS - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Cumprimentar os Srs. Deputados, as Sras. Deputadas.
Cumprimentar o presidente Sr. Carlos Giannazi, que conduz os trabalhos na data
de hoje.
Cumprimentar
todos os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Militar, os
integrantes da Polícia Civil e cumprimentar todos aqueles senhores, aquelas
senhoras, aqueles que estão em seus trabalhos, em suas residências e que nos
acompanham pela Rede Alesp.
Eu gostaria de
falar nesta data, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, sobre a Estrada do M'Boi
Mirim. A Estrada do M'Boi Mirim é uma importante via, que faz a ligação da
cidade de São Paulo com os municípios de Itapecerica da Serra e Embu-Guaçu,
inclusive V. Exa. protocolou um projeto fazendo uma homenagem ao Padre Jaime,
dando uma nova denominação para essa estrada, e eu parabenizo V. Exa. por esse
projeto, mas nós estamos há muitos anos aguardando as obras de duplicação dessa
via.
Ela é duplicada
até ali, nas proximidades do Jardim Paranapanema, próxima ali do Jardim
Nakamura, de Menininha e depois ela vai estreitando. As pessoas que moram
naquela região têm sofrido muito. E também, as pessoas que moram em Embu Guaçu,
que residem em Itapecerica da Serra ou que trabalham lá e moram aqui, ou que
moram aqui e trabalham lá. Sofrem muito.
Na gestão do
professor Fernando Haddad, hoje ministro da Fazenda, foi feito muito
investimento na região da M’Boi Mirim. Foi feita, na gestão dele, a avenida Luiz
Gushiken, o viaduto Dona Marisa Letícia, o viaduto José Paulino, o complexo de
viadutos, a ponte do Jardim Capela, a ponte do Jardim Aracati e se deu início a
todo um processo de duplicação daquela importante via.
Ao trocar o
prefeito, quando então se elegeu o João Agripino Doria, todo o processo ali foi
suspenso, e estava muito adiantado, inclusive, com licenciamento ambiental, com
empresa contratada. O João Agripino Doria, o João Enganador, como eu digo
sempre, suspendeu tudo.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Luiz Cláudio Marcolino.
* * *
Novamente, o
João foi para o governo de São Paulo. Então, eles fizeram um convênio da
Prefeitura e do Governo do Estado, para que o DER então fizesse essa obra,
desse continuidade a essa obra. No período anterior à eleição de 2022, eles
foram lá, colocaram placas, dando início à obra. Fizeram uma pajelança.
Porque no dia
que assinaram o contrato, fizeram homologação, recolheram o aval. Então, tudo
no mesmo dia, para uso eleitoral. E várias faixas de candidatos, de políticos
da região, do partido do senhor João Agripino, dos seus apoiadores, agradecendo
uma obra que não foi feita. “Obrigado pela duplicação da M’Boi Mirim!”
Tem lá várias
faixas, até hoje, agradecendo uma coisa que não foi entregue. Eu acredito, e
tem uma forma, essas faixas. Porque, quem parece que faz a faixa é o próprio
político, não é o povo.
Porque elas são
padronizadas. Não é o povo. Porque, se fosse o povo, cada um ia escrever de um
jeito. Mas elas são padronizadas. É como se eu tivesse contratado uma empresa
de faixas de serigrafia para poder produzir aquelas faixas e colocar ao longo
da estrada do M’Boi Mirim.
Eu estou
requerendo informações ao DER porque eu vi que tem alguma coisa estranha nessa
tão importante obra. Fiz três requerimentos de informação porque a população
sofre muito, cobra. Ela está cobrando que aquela obra seja realizada, seja
feita. E nós não estamos vendo a resposta.
Trocou-se o
governo. Mudou-se muita coisa no atual governo. Mas não tem um prego ainda ali,
pregado, dizendo que a obra realmente vai acontecer.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Obrigado,
deputado Reis.
Dando sequência ao Pequeno Expediente,
com a palavra o nobre deputado Caio França. (Pausa.) Com a palavra, o nobre
deputado Donato. (Pausa.) Com a palavra, o nobre deputado Enio Tatto. (Pausa.)
Com a palavra, a nobre deputada Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Com a
palavra, o nobre deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.)
Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Com a palavra, o nobre deputado Gil Diniz. Tem V.
Exa. o tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. GIL DINIZ - PL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado presidente deputado Marcolino, que preside o
Pequeno Expediente. Meu boa-tarde ao deputado Major Mecca, ao deputado Reis. Eu
vou esquecer de todo mundo aqui. O Suplicy; a presidente da Comissão de Pessoas
com Deficiência, Andréa Werner. (Voz fora do microfone.) É a presidente, vai
pegar e me puxar a orelha aqui. E o sempre deputado Giannazi, que se faz
presente no Pequeno Expediente, usa muito esta tribuna.
Queria saudar
os amigos Wagner Ricardo e Bruno Romero, da cidade de Mogi Mirim, Mecca, que
nos visitam aqui. Eu não ia apresentá-lo, mas o Wagner é um grande amigo. E ele
é policial militar. Então, minha melhor continência ao cabo Wagner, esse
soldado... O Reis já está buzinando aqui; petista é complicado. Até na
saudação. O Reis é corneteiro até na continência.
Mas essa nossa
saudação aos grandes amigos de Mogi Mirim que nos visitam nesta tarde,
parceiros de longa data, lideranças ali na região, bolsonaristas, pessoas que
empreendem, que querem o melhor, Mecca, para a nossa sociedade também.
Nos dão hoje a
honra de estar aqui na Casa do povo paulista, no nosso local de trabalho.
Então, hoje estou mais do que feliz com a presença desses amigos aqui, que
sempre nos ajudaram, e hoje estou com eles aqui neste plenário.
Presidente,
subo a esta tribuna convidando até mesmo o deputado Giannazi a tecer os seus
comentários sobre o general, Mecca, do GSI flagrado dentro do Palácio do
Planalto, Giannazi, indicado por Lula, hein...
E olha que eu
sei que o senhor tem um sentimento mais do que afetivo por Luiz Inácio. Os
petistas não precisam nem falar, né. Mas eu gostaria que falassem aqui sobre
aquelas imagens, sobre o general que andava ali tranquilamente ao redor de
vários invasores do Palácio do Planalto.
Ali no terceiro
andar, Mecca. Para estar ali no terceiro andar da Presidência da República,
olha, é complicadíssimo. E vocês imaginem só estar ali ao lado de um general,
ao lado de vários agentes do GSI, e não ter, Mecca, nem um enfrentamento. Ele
serviu água para os ditos terroristas. Tudo na maior cordialidade.
E nós estamos
aqui desde o dia oito de janeiro falando sobre a cumplicidade de Flávio Dino,
de Lula, que estava, salvo engano, em Araraquara, aqui no interior de São
Paulo, dizendo, afirmando que eles sabiam previamente que os prédios públicos
seriam invadidos, que poderiam, Mecca, ser invadidos. Havia documento de inteligência.
E o que eles
fizeram no GSI? Liberaram parte do contingente, Mecca, que poderia fazer ali o
enfrentamento a quem ousasse invadir a Câmara Federal, o Congresso Nacional
como um todo, o Palácio do Planalto, o STF.
E nós
verificamos aqui a complacência do general, do ministro-chefe do GSI, o G. Dias,
como eles dizem, amigo de Lula. E não é desse mandato, não; de outros mandatos
também. Colocado ali pelo - deputado Reis não gosta que eu fale – pelo “descondenado”
à frente do GSI.
E ontem, Mecca,
ele prestaria esclarecimentos na Câmara Federal. Meteu um atestado; passou mal.
Olha que coisa. Mas para dar entrevista para a GloboNews, estava tranquilo.
Para se justificar... Parece secretário do PSDB aqui, quando era convidado ou
convocado para prestar esclarecimento no último mandato. Não aparecia.
Então, meus
pares, nós temos uma oportunidade ímpar de investigar aquele ato de oito de
janeiro - presidente, para finalizar -, mas as bancadas de esquerda, PSOL e PT,
nunca assinaram o requerimento, nunca quiseram que se investigasse mesmo a
fundo.
Só sobem aqui à
tribuna para exigir a prisão de velhinhas de 60, 70, 80 anos que se
manifestavam, Mecca, em frente ao quartel-general. Então, Sr. G. Dias, o senhor
vai ter que se explicar muito. Esses agentes do GSI que foram mais do que
complacentes vão ter que se explicar muito, e o Sr. Flávio Dino vai ter que
sair também.
Nós aguardamos aqui a mesma conduta de
togados na nossa Suprema Corte que mandou prender o secretário de Segurança do
Distrito Federal, que estava fora do País à época, o Anderson, preso, Mecca,
mais de 90 dias preso.
Estava de férias e está preso. Nós
esperamos a mesma rigidez com o Flávio Dino e, obviamente, com Luiz Inácio, o
descondenado. E, para começar esse movimento aqui na Assembleia Legislativa do
Estado de São Paulo: Fora Lula! Impeachment já!
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO
MARCOLINO - PT - Dando sequência aos oradores do Pequeno
Expediente, com a palavra o nobre deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) com a
palavra o nobre deputado Simão Pedro. (Pausa.) Com a palavra a nobre deputada
Beth Sahão. (Pausa.) Com a palavra a nobre deputada Professora Bebel. (Pausa.)
Com a palavra o nobre deputado Major Mecca. Tem V. Exa. o tempo regimental de
cinco minutos. Queria solicitar ao deputado Reis que pudesse assumir a
Presidência.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Reis.
*
* *
O SR. MAJOR MECCA - PL - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, todos os que nos acompanham pela rede social, pela TV Alesp, meus
irmãos policiais militares civis que estão sempre presentes aqui, como sempre
estão presentes em todo o território do estado de São Paulo, protegendo o
cidadão de bem.
Eu gostaria, antes de tudo, de fazer uma homenagem a dois
policiais militares. Gostaria de que colocassem na tela desta Casa Legislativa
o que é o espírito de um policial militar.
Esta foto que os senhores estão vendo é em uma escola na
cidade de Conchal. Deputado Giannazi, o senhor que é um defensor e militante da
Educação, o cabo Ramos e o cabo Neto trabalham na cidade de Conchal. Olha como
as crianças enxergam os nossos policiais militares e os nossos patrulheiros.
As professoras deram o depoimento de que os olhos das
crianças brilhavam e elas não queriam deixar os policiais militares saírem da
sala de aula. Essa é a grandeza da nossa instituição da Polícia Militar do
Estado de São Paulo, a que eu tenho orgulho de pertencer e servir. Enverguei
essa farda por mais de 31 anos ao lado de homens e mulheres que, com orgulho,
entregam a sua vida para defender a vida do cidadão de bem.
Parabéns, cabo Ramos; parabéns, cabo Neto, da cidade de
Conchal. É um orgulho mostrar no plenário desta Casa Legislativa o trabalho de
vocês, que representam a nossa Polícia Militar, que representam, sim, todos
nós, policiais veteranos e ativos do nosso Estado. Governador Tarcísio, enviei
ao senhor essa foto dos nossos policiais ao lado das nossas crianças dentro das
escolas.
Hoje, dia 20 de abril, em todo o Estado, nossos policiais visitam mais de
oito mil escolas, para dizer às crianças do nosso Estado, para dizer aos pais e
às mães, que os senhores contem sempre com a Polícia Militar. Contem sempre com
os nossos patrulheiros para combater o mal, combater o crime.
Que o Congresso
Nacional tenha a sensibilidade de votar leis que punam criminosos, criminosos
que influenciam nossas crianças em redes sociais. Secretário de Segurança
Pública, capitão Derrite, estão aí o secretário, os nossos policiais, sempre
prontos, e em condições de enfrentar a batalha para defender o cidadão de bem e
combater os criminosos.
E, para fechar
minha fala, deputado Gil Diniz, o cabo Wagner que está aí - satisfação receber
você aqui -, o povo brasileiro quer uma resposta, porque nós temos que
respeitar a dignidade do povo brasileiro.
Isso independe
de partido, de ideologia. A verdade, ela deve prevalecer em qualquer lugar que
esteja cada um de nós. O povo cansou-se das mentiras na política, das
manipulações.
Nosso povo não
deseja mais ser manipulado por políticos corruptos que enganam a população para
obter o voto popular e ocupar o poder, para se locupletar dos recursos do nosso
país.
Para que haja
fim ao sofrimento do povo brasileiro é necessário que prevaleça a verdade. Isso
está nas palavras. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.
Aquele fatídico
dia oito de janeiro precisa ser esclarecido, se houve manipulação daqueles
brasileiros que estavam bem-intencionados.
Todos nós somos
contra qualquer tipo de depredação, seja de patrimônio público ou privado, mas
naquele episódio muitas coisas estão obscuras. E queremos saber por que que não
é interesse da Presidência da República, do senhor presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, que não seja esclarecida e apurada a verdade do que ocorreu naquela
data. Nós trabalharemos e lutaremos incansavelmente para que isso aconteça.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Próximo orador,
deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Deputada Analice Fernandes. (Pausa.)
Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputada Dani Alonso. (Pausa.) Deputado
Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia. Presidente,
nós estamos recebendo centenas de reclamações de denúncias dos nossos colegas
do Magistério estadual, referente ao fechamento de salas.
Nós estamos no
mês de abril, e o ano letivo mal começou, e a Secretaria da Educação, através
das suas diretorias de ensino, está orientando o fechamento de salas em várias
regiões do estado de São Paulo. Agora, no mês de abril. Olha que absurdo.
Mas não é tão
absurdo se a gente entender que está em curso no estado de São Paulo um
verdadeiro golpe contra a Educação estadual, um golpe já anunciado.
O deputado Gil
Diniz acabou de falar aqui do oito de janeiro, que foi o golpe dos
bolsonaristas contra a democracia, a tentativa de golpe, mas olha, tem um golpe
em curso no estado de São Paulo contra a escola pública, contra a Educação
estadual. O governador já anunciou o golpe. Ele disse que vai reduzir - quer
dizer, que vai tentar reduzir - o orçamento da Educação estadual de 30 para 25
por cento.
Nós
conquistamos isso na Constituição de 1989. Houve uma Assembleia Estadual
Constituinte aqui na Assembleia Legislativa, logicamente, que foi aprovada em
89, e a luta do Magistério estadual junto com as universidades, junto com o
Centro Paula Souza. Através de uma ampla mobilização de vários setores ligados
à Educação, nós conseguimos imprimir na nossa Constituição Estadual o
percentual mínimo de 30 por cento.
O PSDB sempre
tentou reduzir, mas nunca conseguiu, porque sempre houve resistência aqui no
estado de São Paulo, mas o governador Tarcísio de Freitas anunciou que enviará
um projeto - na verdade é uma PEC - à Assembleia Legislativa para fazer a
redução sob a alegação de que não precisa mais de tanto dinheiro para a
Educação estadual. É um verdadeiro absurdo dizer isso. Depois, no meu segundo
pronunciamento, vou mostrar a situação da rede estadual.
O fato é que
ele já começou o golpe, antes mesmo da tentativa de aprovar a redução das
verbas da Educação no estado de São Paulo. Ele já começou a enxugar as escolas,
a fechar salas que, segundo a Secretaria da Educação, segundo pelo menos as
diretorias de ensino, são escolas com salas com poucos alunos.
Eles consideram
uma sala com 30 alunos uma sala com poucos alunos. Com 25 alunos. Eles acham
que você tem que ter mais alunos por sala de aula. Nós, não. Nós queremos
reduzir o número de alunos por sala. Essa é uma luta histórica do Magistério
estadual. Nós queremos, no máximo, 25 alunos por sala, para que haja êxito no
processo de ensino e aprendizagem nas nossas escolas.
O governo
trabalha com a lógica da superlotação. O que ele está fazendo? Fechando salas.
Ele fecha uma sala e matricula os alunos dessa sala em outra sala que já tem 20
alunos, para a sala ter 40 ou 50 alunos, para reduzir, na visão dele, do
governo, o custo com a educação. É para reduzir, para preparar a redução
orçamentária.
Isso é um
crime. É uma crueldade, uma perversidade contra a escola pública do estado de
São Paulo, contra as nossas crianças, contra os nossos adolescentes, contra os
nossos jovens e nossos adultos também, que estão na Educação de Jovens e
Adultos.
Olha o absurdo,
o estrago que esse governo vai fazer. Vai deixar um rastro de destruição em
várias áreas. Anunciou a privatização da Sabesp, a privatização da CPTM. É só
destruição do patrimônio. Mas não vamos permitir. Quero fazer essa denúncia,
Sr. Presidente.
São várias as escolas
de que estou recebendo denúncias. Olha, a Escola Esther Garcia, lá na minha
região, na região do Grajaú. Eu trabalhei nessa escola. Eles estão fechando
salas do período da manhã, do ensino médio. Um absurdo.
Na Diretoria
Sul 3, na Escola Estadual Justino Faria, em São José do Rio Preto, há
fechamento de salas; na Escola Estadual Jovino Silveira, em Serra Negra, que é
uma escola PEI, estão fechando salas, e em várias outras regiões. Depois vou
trazer a lista, Sr. Presidente.
Para concluir,
vamos acionar a nossa Comissão de Educação, convocando, mais uma vez, o
secretário da Educação, e estamos também, através do nosso mandato, acionando o
Ministério Público estadual e o Tribunal de Contas contra esse fechamento de
salas da rede estadual de ensino.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - A próxima oradora é a
deputada Andréa Werner.
A
SRA. ANDRÉA WERNER - PSB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, deputados e deputadas, todos os funcionários
e funcionárias desta Casa. Boa tarde a quem nos assiste pela TV Alesp. Eu estou
muito feliz de estar aqui hoje após a eleição para a Presidência da Comissão da
Pessoa com Deficiência, que aconteceu ontem.
Essa comissão é
inédita aqui nesta Casa, sendo que já existe a Comissão dos Direitos das
Pessoas com Deficiência em Brasília, a nível nacional. E aqui também em São
Paulo, na Câmara Municipal, já existe essa comissão, porque é uma comissão
muito importante. A gente tem a Convenção da ONU, da qual o Brasil é signatário
e que, no Brasil, tem status de Constituição.
Então é um
absurdo a gente pensar que a maior Casa Legislativa estadual ainda não tinha
essa comissão. Então agora eu estou muito feliz em dizer que eu sou a
presidente eleita dessa comissão aqui na Alesp. Eu sou mãe de um rapaz autista
de 15 anos que está incluído na escola municipal, na escola pública.
Sou grande
defensora da inclusão escolar e a gente tem muito o que falar para que São
Paulo seja finalmente, além do Estado mais rico do País, um Estado também mais
inclusivo. Queria aqui saudar meus colegas de comissão.
Eu estou com a
listinha para não esquecer: deputado Rafael Silva, deputada Beth Sahão,
deputado Emídio de Souza, deputada Maria Lúcia Amary, deputado Gil Diniz,
deputada Valeria Bolsonaro, deputado Gilmaci Santos, deputada Clarice Ganem,
deputado Capitão Telhada e deputado Rafael Saraiva.
Todos estavam
com os olhos brilhando ontem, realmente interessados em participar, em ajudar
na causa. Eu cheguei a ouvir em uma reunião aqui na Casa, deputado, que as
comissões, algumas comissões, nos últimos anos, chegaram a se reunir duas vezes
em um ano.
Eu acho isso um
absurdo, um escárnio com a cara do eleitor, inclusive com o dinheiro público.
Quando as pessoas dizem por aí que político não trabalha é por causa de coisas
assim e eu tenho certeza que não vai ser o caso dessa comissão, porque o que
não faltam são projetos que inclusive estão tramitando em outras comissões,
porque a causa da deficiência é uma causa que é transversal.
Então a gente
tem projetos de lei que estão em Comissão de Saúde, tem projetos de lei que
estão na Comissão de Educação. E agora esses projetos vão vir direto tramitar
na Comissão da Pessoa com Deficiência, onde a gente vai ter que ter um cuidado
especial, porque apesar de ser uma causa suprapartidária que todo mundo se
interessa e, obviamente, ninguém se opõe quando você fala: “Vamos lutar pelos
direitos das pessoas com deficiência”, nem tudo que reluz é ouro.
A gente tem que
ter um cuidado e aqui eu trago alguns exemplos. O governo federal anterior
trouxe o Decreto nº 10.502, que aparentemente parecia uma coisa bacana, falava
que os pais agora iam poder escolher se os filhos podiam ir para a escola
especializada ou se eles iriam para a escola regular.
Na verdade,
essa escolha sempre existiu e o que aconteceu com esse decreto é que ele deu
para as escolas a desculpa perfeita para falar: “Olhe, o seu filho não se
adaptou aqui à inclusão, então ele vai para uma escola especializada”. E nunca
houve tantas recusas de matrícula na história quanto na época em que esse
decreto foi implementado.
A gente, pela
primeira vez em dez anos, teve um recuo da inclusão escolar no País e um
aumento nas matrículas em escolas especializadas. O meu partido, o PSB, foi ao
STF, que recorreu e suspendeu esse decreto, mas mesmo assim o MEC continuou
usando esse decreto e a gente continuou vendo a inclusão escolar recuar no
País.
A gente teve aí
recentemente um decreto do governador Tarcísio relacionado aos autistas do
Estado que, infelizmente, tentei durante semanas ter acesso para poder ajudar
mesmo. Eu tenho uma equipe especializada no gabinete, mas quando veio o
resultado parecia ser muito legal, foi um evento para muitas pessoas, mas
achamos coisas bem complicadas no decreto.
Ele coloca na
mão da Secretaria da Saúde, da Secretaria da Educação a decisão se a criança
vai precisar de sala de AEE, de uma AT, de uma acompanhante, de uma mediadora
na sala, de um material adaptado e a gente sabe por experiência e por dezenas
de denúncias todos os dias que quando essa decisão fica na mão das secretarias
municipais, da Secretarias de Educação ou da estadual, a decisão é sempre de
que a criança não precisa de nada porque não se quer gastar, não se quer
contratar mediador, não se quer capacitar um professor, não se quer montar uma
sala de AEE na escola.
Esse decreto
também proibiu a retenção escolar e a gente sabe que é uma ferramenta que,
usada em alguns casos específicos de crianças que não pegaram aquele
aprendizado necessário para passar para a próxima série, às vezes ainda não
estão alfabetizadas, é uma ferramenta importante também. Então tem várias questões
relacionadas a esse decreto.
Então, a gente
vai ter que olhar os projetos de lei que chegarem com muito cuidado porque é
isso: ver se estão à luz da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência
da ONU, ver se a gente está levando em consideração o modelo social de
deficiência.
Quer dizer, a
gente está botando o problema na pessoa, na deficiência ou a gente está
tentando remover barreiras atitudinais, barreiras físicas para que essa pessoa
com deficiência tenha acesso ao aprendizado, ao mercado de trabalho, ao que
quer que seja, porque, na verdade, o modelo social diz isso: a pessoa que é
cadeirante, que é usuária de cadeira de rodas, não vai conseguir chegar ali em
cima se não tiver um elevador, se não tiver uma rampa, porque se tiver tanto faz
se ela tem as duas pernas, tenha uma perna só, do jeito que ela está em cima da
cadeira de rodas. O que a gente precisa é acessibilidade arquitetônica,
educacional e tudo isso.
Então,
eu estou muito feliz de estar nessa comissão, de estar presidindo essa comissão,
de estar com deputados que eu sei que estão dedicados também à causa, e eu sei
que a gente tem tudo para poder trabalhar muito nos próximos anos para poder
transformar São Paulo no estado mais inclusivo do País. Estou torcendo por
isso, e vamos trabalhar juntos por isso.
Muito
obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Próximo orador,
deputado Suplicy.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Prezado
presidente, Deputado Reis, Sras. Deputadas, Srs. Deputados; eu quero aqui
esclarecer que os principais líderes dos partidos que apoiam o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva se manifestaram com muita firmeza a favor da abertura e
realização da comissão parlamentar de inquérito mista para apurar todos os
eventos acontecidos tristemente em 8 de janeiro último.
O
senador Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá, confirmou no plenário do Senado
com as seguintes palavras: “Vimos para essa investigação, vamos para essa
investigação e vamos com força de investigação e comissão de inquérito.
Nós
entendemos, estamos com vontade de ir para lá, estamos com desejo de ter essa
investigação. Se estão obstruindo por essa CPMI, ouçam bem e claramente:
queremos a investigação”, afirmou Randolfe. E completou: “Nós estamos, nós
fomos os algozes do 8 de janeiro; nós somos as vítimas.”
Também
o líder do Governo na Câmara, o deputado José Guimarães, do PT do Ceará, reuniu
lideranças dos partidos da base e os considerados independentes, incluindo o
União Brasil para definir a estratégia.
“Queremos
uma investigação ampla e irrestrita, ninguém brinca com a democracia. Portanto,
se o Congresso quiser instalar a CPI, nós estamos prontos para ajudar,
inclusive para investigar, e foi o governo que agiu, pediu celeridade e uniu os
partidos para enfrentar esta tentativa de golpe.
Foi,
sim, uma tentativa de golpe patrocinada. Eles, os bolsonaristas, são os
responsáveis pelos atos do dia oito. O vídeo do Gabinete de Segurança
Institucional não encobre nada do que está na consciência democrática do
Brasil”, concluiu.
E
também o senador Rogério Carvalho, do PT de Sergipe, defendeu a CPMI. “Nós
vamos com a CPI reforçar ainda mais aquilo que o Ministério Público e a Polícia
Federal, que o Supremo Tribunal Federal, que todos nós, brasileiros e
brasileiras, queremos muito que venha a ser investigada essa tentativa de golpe
frustrada”.
Então, estejam
os deputados atentos. Podem dizer aos seus respectivos companheiros do
Congresso Nacional que nós estamos aqui aguardando a apuração completa de todos
esses fatos. É claro, eu também estranhei muito esse comportamento do general
Gonçalves Dias, que é o responsável pela segurança do gabinete presidencial.
Era necessário que ele estivesse tomando algumas atitudes diferentes das que
foram flagradas no vídeo que veio a ser respeitado.
As informações
que tivemos foram que os principais ministros da Casa Civil, de Assuntos
Institucionais e outros, se reuniram com o presidente Lula e com esse general
Gonçalves Dias e chegaram à conclusão de que ele não deveria mais continuar no
cargo e, por isso, solicitaram o seu afastamento.
Nós iremos, nos
próximos dias, conhecer melhor tudo o que aconteceu e quais os principais
responsáveis e, também, é tão importante saber quais foram os empresários
bolsonaristas que financiaram aquela ação referente à tentativa de golpe no dia
oito de janeiro passado.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Próximo orador é o
comandante Conte Lopes.
O
SR. CONTE LOPES - PL -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, não sou advogado, mas sou
bacharel em Direito e trabalhei muito tempo na polícia. E acho que o crime é
subjetivo. A pessoa é responsabilizada pelo crime que ela pratica.
No dia oito de
janeiro houve vários problemas. Várias vezes, nesta Casa, eu discutia com o
próprio deputado Carlos Giannazi, que reclamava que o pessoal estava aqui
defronte aos quarteis um mês, dois, que ele não podia nem entrar na Assembleia.
E eu também reclamava, falava “realmente”.
Lá não era
lugar de o povo estar, o povo tinha que estar aqui, como devia estar no
Congresso Nacional, cobrando dos deputados e senadores aquilo que eles acham
certo, como o povo cobra, não na porta dos quarteis. Mas muitas pessoas
induziram, “fiquem nos quarteis”. E o pessoal militar aceitou. Eles aceitaram o
pessoal na porta dos quarteis.
Eu nunca falei
nada disso aqui, também não financiei ninguém. Agora, acho que justiça deve ser
feita. E eles, quando pediam “Forças Armadas salvem o Brasil”, o Exército, a Marinha
e a Aeronáutica aceitavam, porque eu trabalhei na Tropa de Choque por muito
tempo, V. Exas. conhecem, quando você quer acabar com a multidão você joga
água, joga fumaça, bomba de fumaça e o cara vai embora. Agora, se eu aceito o
cara na porta da minha casa, estou aceitando, ué. E depois foram lá e prenderam
todo mundo.
Agora vem essas
imagens. Eu não sei se é bolsonarista, lulista, não é esse o meu problema, eu
acho que é questão de justiça no Brasil. Não foram os bolsonaristas que
impediram o Lula de ser candidato e puseram o Lula na cadeia.
Não foram os
bolsonaristas, foi o Supremo Tribunal Federal. E a gente lembra muito bem que
dependia de um voto de um ministro. Era seis a cinco, cinco a cinco, não sei o
quê. Foram eles que colocaram, não foram os bolsonaristas.
Eu pergunto:
como é que um general do Exército, Gonçalves Dias, está nas imagens da invasão?
Eu não estou
perguntando por causa do general. Eu não conheço o general. Está mais manco do
que eu, um general velho pra caramba. Ele está pior que eu. Agora, tinha major,
tinha capitães, um monte de gente conversando lá. Agora, o que eu aprendi na
Polícia.
Um flagrante
preparado não tem validade, pela Justiça. O que é isso, o que eu quero dizer?
Se liberaram, a Polícia, para os caras invadirem, obviamente eles foram
induzidos a erro, quem entrou. Agora, quem entrou, por que entrou? Tem que
pagar.
Não somos
contrários, não. Esta Casa já foi invadida. Professores invadiram esta Casa e
ficaram 15 dias aqui dentro. Quebraram, tomaram conta, e ficaram aqui. A Câmara
Municipal também já foi invadida. Então não é a primeira vez. Agora,
transformar velhinhos como eu e velhinhas, com a Bíblia na mão, em terrorista,
aí é piada.
Então eu quero
saber. Porque V. Exa., presidente Reis, cobrou desta Casa, várias vezes, se a
Polícia Militar do Estado de São Paulo estava sendo usada politicamente,
trabalhando com os seus policiais em empresa privada. Vossa Excelência cobrou.
A deputada Monica também cobrou. Eu não fiz ouvidos de mercador. Eu fui ao
comandante geral da Polícia Militar e cobrei.
Ele falou:
“Estou abrindo uma investigação, IPM, investigação policial militar.” Está
abrindo, na Corregedoria. Então ele quer apurar as denúncias de Vossa
Excelência. O que nós queremos aqui é que também essas denúncias sejam
apuradas.
Quem é o major
que está lá, o capitão, o general? Isso, vamos apurar! Quem está na frente,
quem entrou depois, quem deve, quem não deve? É simplesmente. Ah não, agora “é
a favor do Bolsonaro”, “é contra o Bolsonaro”, “é Lula”.
O crime, quem é
que praticou, e por que praticou? As pessoas estão lá. Só que tem 1.300 presos.
A gente vê nas imagens que não tem 1.300 invadindo. Foram pessoas que foram
conduzidas às portas dos quarteis, e aceitas. A gente via, constantemente,
oficiais saindo de dentro do quartel para conversar com aquele pessoal.
Aceitaram as pessoas lá.
Acabou a
brincadeira, não ia ter mais nada, a partir do dia 1º ou segundo, ia lá, jogava
água, bomba, “vai todo mundo embora”. E vai todo mundo embora. Como fizeram
aqui e foi todo mundo embora.
Agora, acharam
que, “Forças Armadas salvem o Brasil.” Salvaram metendo todo mundo em cana.
Agora, quem deve, e quem não deve? Acho que é uma questão de Justiça. Inclusive
o senador Suplicy, que é um homem justo... É questão de justiça.
Quem deve? Tem
tios e “vovôzão” lá, igual eu, que eu acho que talvez nem votou no Bolsonaro,
porque ele não conseguiu votar nas máquinas. Mas estava lá. É terrorista, isso
aí? Agora, quem fez, quebrou, que pague.
Agora... a
partir de agora, Exército Brasileiro, abre um IPM aí. Como o presidente Reis
cobrou, e o nosso comandante-geral, que é um homem sério, o coronel Cássio, vai
abrir um IPM sobre as denúncias de Vossa Excelência. É o que nós queremos. Abra
o IPM, e começa, de imediato, a ouvir general, capitão, major da ativa, que
estão lá, conversando com os invasores.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem.
Próximo orador, deputado Rui Alves.
(Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado
Tomé Abduch. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputada Marta Costa.
(Pausa.) Deputada Leticia Aguiar. (Pausa.) Deputada Ana Perugini. (Pausa.)
Pela lista suplementar, deputada Beth
Sahão. (Pausa.) Deputada Fabiana Barroso. (Pausa.) Deputado Enio Tatto.
(Pausa.) Deputado Donato.
O
SR. DONATO - PT
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
todos que nos acompanham pelas redes da Alesp.
Eu me vi
compelido a vir a esta tribuna depois do discurso do deputado Gil Diniz. E dos
discursos de ontem, que eu também fiquei sabendo e dessa tentativa canhestra,
do bolsonarismo, de reescrever a História. É a História que está se passando
nos nossos olhos. Tenta se transformar em vítima, em algo que eles são os
criminosos.
Dia oito de
janeiro é obra do bolsonarismo; vamos falar com todas as letras. E ele não
começou no dia oito de janeiro, começou no governo do presidente Bolsonaro,
quando, vocês lembram, logo no início ele falou: “as urnas estão fraudadas,
porque eu ganhei, mas eu ganhei no primeiro turno”. E falou que ia apresentar
provas; não apresentou.
Foi
deslegitimando o sistema eleitoral brasileiro. Cometeu crime contra a pátria
quando chamou embaixadores de outros países para deslegitimar o sistema
eleitoral brasileiro, reconhecido no mundo todo como um sistema muito
eficiente, confiável e justo, que aliás elegeu a todos nós aqui. Se alguém não
confia no sistema eleitoral brasileiro, tenha a hombridade de renunciar ao
mandato.
O golpe foi
planejado, foi montado. Primeiro, foi uma tentativa de fraudar o processo
eleitoral, com bilhões de reais do orçamento público despejados para fraudar o
processo eleitoral, o que resultou agora numa dívida enorme, que o governo Lula
vai ter que resolver, por toda a gastança daqueles que eram da responsabilidade
fiscal. Paulo Guedes, o neoliberal máximo, símbolo da responsabilidade
fiscal... Foi a gastança fiscal para tentar reeleger Bolsonaro.
O abuso do
poder político: vamos lembrar da Polícia Rodoviária Federal fazendo bloqueios no
nordeste para impedir o povo nordestino de votar no Lula. E tudo isso tem
inquérito. E vai ter muita gente condenada ainda. O oito de janeiro - quem está
preso? Anderson Torres, ministro da Justiça de Bolsonaro, que era o secretário
de Segurança Pública que desmontou o esquema da Polícia Militar, porque a
Polícia Militar de Brasília é preparada para lidar com manifestações.
Quantas
manifestação já houve, muito maiores do que aquela? E nós vimos essa leniência
que o deputado Conte Lopes apontou. Um despreparo planejado. E agora querem
transformar-se em vítimas, dizendo que o general Gonçalves Dias, pelas imagens
vazadas ontem pela CNN... Aliás, imagens que, pelo que já foi demonstrado,
foram editadas em ordem inversa, porque o general chegou depois que o Palácio
estava invadido.
E vamos
lembrar: o general cometeu erros, na minha opinião. E olha que eu não sou
nenhum especialista em Segurança Pública. Ele assumiu dia primeiro de janeiro.
Ele não trocou ninguém do GSI, e o GSI era do general Heleno, bolsonarista-mor,
junto com o vice-presidente.
Me foge o nome
do general vice-presidente... Braga Neto. E ficaram falando para o povo que
estava na frente dos quarteis: “mais 72 horas; algo vai acontecer”. Foram
preparando o clima para aquela intentona fascista que existiu no dia oito de
janeiro.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Conte Lopes.
* * *
Mas aquele
golpe do dia oito de janeiro, fracassado, foi um tiro no pé do bolsonarismo. E
agora essa CPMI que eles tanto bradaram... E o governo Lula não queria CPMI por
quê? Porque já está sendo investigado.
E a pauta do
governo Lula é outra: é o novo arcabouço fiscal, baixar o dólar, como está
baixando a menos de R$ 5,00, e a gente recebeu a R$ 5,40. Abaixar a inflação
para o povo, como está abaixando. É essa a agenda do presidente Lula.
Mas se vocês
querem discutir dia oito de janeiro, nós vamos discutir, sim. E vai ser mais um
tiro no pé do bolsonarismo, porque aí vai ficar claro quem são os mandantes,
vai ficar claro o general Heleno e seu papel, o general Braga Neto. E o papel,
maior de todos, do fujão Jair Bolsonaro. E vão ter que pagar na Justiça o que
fizeram contra a democracia brasileira e contra o povo brasileiro.
Então, podem
ter certeza: nós não vamos fugir desse debate. E nós vamos aprofundar o debate
na CPMI, para pôr na cadeia aqueles que atentaram contra o povo brasileiro e
sua representação democrática.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Encerrado o
Pequeno Expediente, com os aplausos do senador Suplicy, nós passamos ao Grande
Expediente.
*
* *
- Passa-se ao
GRANDE
EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Nobre deputado
Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Nobre deputado Leonardo Siqueira.
(Pausa.) Nobre deputado Reis, que fez permuta com o nobre deputado Luiz Claudio
Marcolino. Vossa Excelência tem o prazo regimental de dez minutos.
O
SR. REIS - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, Sr. Presidente, Conte Lopes. Foi muito
boa a fala do Donato e eu acho - viu, deputado Suplicy? - que os nossos
deputados do PT têm que ocupar mais esse espaço.
Para cada vez
que o Gil Diniz vier falar alguma bobagem aqui, tem que ter dez deputados
batendo nele. Tem que ser dez a um. Eu, inclusive, disse para ele: “nós não
temos general de estimação”. Até porque achar general petista é muito difícil.
Não sei o que
aconteceu lá. Se o general errou, quem errou pague pelos seus erros. Nós não
somos da lógica de passar a mão na cabeça de ninguém. Não somos dessa lógica.
Editaram? Querem CPI?
Vamos
investigar. Eu acho que, com a investigação, mais bolsonaristas vão entrar em
cana, mais bolsonaristas vão ser descobertos aí, financiando os atos golpistas
do dia oito de janeiro.
E tem que
investigar tudo neste país, viu, presidente Conte Lopes? Se realmente aqueles
policiais estavam lá sendo utilizados de forma inocente, mas sendo utilizados
por aqueles que mandam, aqueles que mandam têm que pagar pelos seus erros. Eu
já fiz bico oficial para comandante de companhia.
Eu já fui
escalado em empresas para fazer segurança para a empresa e depois eu, recruta,
sem entender como funcionava aquilo ali, eu pensei que eu estava garantindo a
segurança ali do povo, dos trabalhadores, mas na realidade eu estava garantindo
a segurança dos empresários.
Porque é assim
que funciona. Você é escalado para trabalhar lá em uma fábrica, para trabalhar
em uma empresa, para trabalhar em um shopping. Já aconteceu em tempos passados,
que foram escaladas várias viaturas da Polícia Civil para ficarem em shopping
centers.
O que é isso?
Isso é segurança privada, paga com dinheiro público. Então, nós temos que
denunciar mesmo, sem medo. Aqui não tem que ter dó, não. Errou? Cadeia. Doa a
quem doer.
Mas eu quero
falar, Sr. Presidente, sobre a
questão do processo de valorização dos policiais civis, militares, policiais
penais, técnico-científicos, que vários deputados, inclusive bolsonaristas, já
usaram esta tribuna para dizer que vai ter o aumento, que vai ter, e postam na
internet, postam na rede, e fazem videozinho, e até agora esse projeto não
chegou nesta Casa.
Até agora não
chegou esse projeto nesta Casa, que nós estamos aguardando, que foi prometido
para o final de março, depois para a primeira semana de abril, segunda semana
de abril. Abril está acabando e as coisas não estão acontecendo.
E ainda, Sr. Presidente, ainda está em curso
aí, em vários grupos de WhatsApp, informações de que as Polícias terão salários
diferenciados. Esse assunto apareceu na revista “Veja” e aflorou no Sindicato
dos Delegados de Polícia esta semana.
Apareceu na
revista “Veja” que não haverá um tratamento equânime. A gente espera que o
governo não vá por esse caminho. Não é? É claro que esta Casa está aqui. Nossos
deputados e deputadas estão atentos a essa questão, de que forma que a gente
realmente tenha que se fazer justiça.
Eu quero passar
um vídeo que foi de 2008, vou pedir para assessoria técnica para colocar o
vídeo de 2008, quando os policiais civis se dirigiram ao Palácio do Governo
para entregar uma pauta de reivindicação, naquela época ao então Sr. Governador
José Serra, e foram recebidos com balas de borracha, com gás lacrimogêneo, com
bombas de efeito moral, por ordem do Sr. - naquela época governador - José
Serra. Por favor.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
É isso. Eu
espero que o Governo atual também pare por aí, para não fomentar que possa ter
um outro conflito em ele mandando um projeto que vai trazer uma valorização
maior para uma polícia em detrimento da outra. Esse foi o tema que se debateu
no sindicato dos delegados esta semana.
Naquele
período, Sr. Presidente, o que queria aquela comissão de representantes de
policias civis do sindicato dos investigadores, sindicato dos delegados,
sindicato dos escrivães de polícia, dos papiloscopistas, dos peritos criminais,
dos médicos legistas? Eles queriam entregar uma pauta de reivindicação para o
governador, buscando a valorização da categoria.
O governador
poderia até ter nomeado lá o seu contínuo para receber essa pauta, mas ele
preferiu nomear a Tropa de Choque para receber os policiais civis com bomba de
gás, com bomba de efeito moral, com gás lacrimogênio. Então, isso não pode ser
aceito de forma alguma.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Um aparte, deputado Reis?
O SR. REIS - PT - Por favor, deputado.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Só,
primeiro, parabenizar a vossa intervenção muito importante em relação ao
reajuste dos servidores. Queria só lembrar que eu estava nessa manifestação,
estava com o ex-deputado Major Olímpio, estava presente, e o deputado do PT
Roberto Felício. Nós estávamos tentando intermediar, exatamente, uma
negociação.
Era uma greve
da Policia Civil, na verdade, reivindicando melhores salários, mas, na época, o
governador José Serra, de uma forma intransigente, de uma forma autoritária,
além de não receber os servidores da Polícia Civil, jogou a Tropa de Choque
contra a manifestação pacífica dos servidores da Polícia Civil.
É importante
que V. Exa. faça essa recordação aqui, para a gente entender que tem que ter
aumento para todos os servidores da Segurança Pública e para todo o
funcionalismo público estadual.
O SR. REIS - PT - Muito bem, deputado Giannazi. Quero dar os parabéns pela sua
luta na defesa do funcionalismo público, que é muito importante para a gente.
Então, Sr. Presidente, o que é que nós esperamos?
Que o Governo
mande o quanto antes o projeto para esta Casa estabelecendo a valorização dos
policiais civis, policiais militares, policiais penais, policiais
técnico-científicos e que dê um tratamento isonômico. “Ah, vou tratar esse de
um jeito e esse de outro.”
Nós queremos um
tratamento isonômico, nós queremos que a pauta de reivindicações da categoria
seja aceita e que não aconteça o que aconteceu na época, então, do Sr.
Governador José Serra.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Agradecemos o
nobre deputado Reis, informando que, nessa manifestação, o coronel Antão, que
era da Polícia Militar, recebeu um tiro de fuzil na barriga e foi parar no
hospital. Quase morre também.
Mas voltamos ao Grande Expediente.
Nobre deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Nobre deputado Eduardo Suplicy, em permuta
com o nobre deputado Luiz Fernando. Vossa Excelência tem o prazo regimental,
senador Suplicy, de dez minutos.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, deputado Conte Lopes, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, no início da semana eu fiz um pronunciamento aqui relativo ao que se
passa na Cracolândia. Eu gostaria de completar algumas informações relativas ao
que vem sendo feito pelo governo federal, ao pedido de diversas entidades para
que venha a colaborar e também sobre o que foi inaugurado pelo governo estadual
e municipal.
No que diz
respeito ao programa do governo federal, as entidades têm pedido uma atuação
direta do governo federal na Cracolândia a partir da implementação do programa
“Moradia Primeiro”, atualmente em desenvolvimento no Ministério dos Direitos
Humanos e da Cidadania.
O projeto é
baseado no programa Housing First, originalmente desenvolvido nos Estados
Unidos e já aplicado também no Canadá, na Austrália e em alguns países
europeus.
O projeto busca
enfrentar a situação de rua antes de qualquer outra medida, por meio da oferta
de moradia permanente e integrada a serviços de apoio habitacional, clínico e
de reintegração comunitária.
O Housing First
foi inspiração também para o projeto “De Braços Aberto”, utilizado na
Cracolândia de São Paulo na gestão do atual ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, quando prefeito, de 2013 a 2016.
“O Moradia
Primeiro é uma estratégia, com a população em situação de rua, de garantia do
acesso à moradia protegida e assistida para essas pessoas em alta
vulnerabilidade como porta de entrada de acesso a outros direitos”, explicou o
diretor de Promoção dos Direitos da População de Rua do Ministério dos Direitos
Humanos e da Cidadania, Leonardo Pinho.
“A ideia do
Moradia Primeiro é dar esse passo fundamental. No entanto, o governo anterior
não deixou nenhum recurso orçamentário para a política de população de rua.
Estamos nesse processo de diálogo interministerial para poder avançar com essa
agenda. No entanto, com essa ressalva de que o governo anterior não deixou
qualquer recurso para essa política no Orçamento Federal. O orçamento é zero”,
destacou.
De acordo com
Leonardo Pinho, apesar da falta de recursos do governo federal para a população
em situação de rua, o projeto será colocado em prática em Brasília com recursos
advindos de emendas parlamentares de deputados federais.
“Nós estamos
pactuando agora a última etapa com o governo distrital. A nossa expectativa é
de que, já em maio, a gente consiga começar o processo aqui. A ideia é começar
com 100 pessoas, junto com políticas de assistência social”, afirmou.
Uma das
possibilidades, em São Paulo, caso o governo federal consiga, ainda em 2023,
recursos realocados de outros ministérios, é fazer parcerias com entidades da
sociedade civil que já atuam na região.
“Tem uma iniciativa que não é do Poder Público, mas que
já iniciou, que é o Morar Primeiro, com o padre Júlio Lancellotti. Sempre há a
possibilidade de fomentar experiências de organizações da sociedade civil. O
novo marco regulatório das organizações da sociedade civil permite que se tenha
termos de cooperação diretos do governo federal com a sociedade civil”, disse
Leonardo Pinho.
Para a antropóloga e pesquisadora da Universidade de São
Paulo Amanda Amparo, o governo federal tem autonomia para realizar um
programa próprio na Cracolândia, sem a lógica de concorrências com outros
projetos já ativos no território.
“Em nada iria afrontar os projetos que a prefeitura e o
estado estão fazendo lá. O governo federal abre uma
política e torna ela acessível para as pessoas, e as pessoas vão acessar
conforme a necessidade delas. Não é exatamente uma lógica de concorrência”,
avaliou.
“Assim como o estado e a prefeitura têm já, há muitos
anos, trabalhos de forma separada. A prefeitura trabalha com Redenção, o estado
sempre trabalhou com Recomeço. Também não é problema fazer uma ponte, conversar
e ver de que forma é possível fazer uma interlocução entre os poderes.”
Um novo centro
de acolhida. Na noite da última terça-feira (11), o Governo do Estado de São
Paulo inaugurou na Cracolândia um
novo centro de acolhida para dependentes químicos, o Hub de Cuidados em Crack e
outras Drogas.
Segundo o Governo do Estado, o grande diferencial do novo
centro será o de estabelecer um protocolo de manejo adequado à singularidade de
cada caso, potencializando as oportunidades para o desenvolvimento de um
processo de convencimento e tratamento do dependente químico.
“O que estamos inaugurando aqui é um equipamento público
de apoio. Uma grande porta de entrada para que o trabalho do estado, prefeitura
e entidades que já atuam no acolhimento, convencimento e encaminhamento possa
ter uma retaguarda de tratamento com ampla linha de cuidados”, disse o
vice-governador Felicio Ramuth ali na cerimônia de inauguração em que estávamos
presentes dentre outros deputados, o Reis e eu próprio.
De acordo com governo, no novo centro, há
uma ala com capacidade para acolhimento, avaliação dos riscos médicos e
clínicos 24 horas, com leitos de hospitalidade dia e noite para o acolhimento
de curta duração e encaminhamento.
O “Hub” também possui uma ala clínica de saúde voltada
para a desintoxicação, centro de monitoramento do processo de recuperação e
reinserção, assim como salas multiuso para grupos de mútua ajuda, espaço para
grupos de abordagem de organizações sociais e de apoio a grupos de familiares.
Eu gostaria de
informar que na ocasião da inauguração desse “Hub”, eu transmiti ao prefeito
Ricardo Nunes e ao vice-governador que me disponho ali a acompanhar o trabalho
dos grupos de cinco pessoas de busca ativa que irão trabalhar com as pessoas
ali na Cracolândia.
Quero ver se
nos próximos dias poderei realizar este trabalho e assim acompanhar e
compreender melhor a qualidade do serviço que será prestado.
E gostaria de,
em minha conclusão hoje, ressaltar que na Medida Provisória nº 1.164, de dois
de março de 2023, que institui o programa Bolsa Família - na verdade reinstitui
- no âmbito do Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e
Combate à Fome, em substituição ao Auxílio Brasil, instituído pela Lei nº 14.284,
de 29 de novembro de 2021.
E onde se diz
que, no parágrafo primeiro, o programa Bolsa Família constitui uma etapa do
progresso gradual e progressiva de implementação da universalização da renda
básica de cidadania, na forma estabelecida no parágrafo único do Art. 6º da
Constituição e no caput do parágrafo primeiro do Art. 1º, da Lei nº 10.835, de
oito de janeiro de 2004,quero assinalar que tenho a convicção de que a renda
básica de cidadania, quando instituída de forma universal e incondicional, será
um instrumento que colaborará extraordinariamente para resolvermos o problema
da população em situação de rua e que, em grande parte, acabam sendo envolvidas
ali com a drogadição na Cracolândia.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - Agradeço ao
nobre deputado senador Suplicy. Chamamos a próxima deputada Valeria Bolsonaro.
(Pausa.) Nobre deputada Analice Fernandes. (Pausa.) Nobre deputado Paulo
Mansur. (Pausa.) Nobre deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Nobre deputada Andréa
Werner. (Pausa.)
Nobre deputada Professora Bebel.
(Pausa.) Nobre deputado Vinicius Camarinha. (Pausa.) Nobre deputado Oseias de
Madureira. (Pausa.) Nobre deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Nobre deputado
Rui Alves. (Pausa.) Nobre deputado Delegado Olim. (Pausa.) Nobre deputado
Donato. (Pausa.)
Nobre deputado Jorge Wilson Xerife do
Consumidor. (Pausa.) Nobre deputada Thainara Faria. (Pausa.) Nobre deputado
Carlos Cezar. (Pausa.) Nobre deputada Paula da Bancada Feminista. Vossa
Excelência tem o prazo regimental de dez minutos.
A
SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde Sr. Presidente, boa tarde aos colegas deputados, aos trabalhadores
e trabalhadoras desta Casa, também a todos que nos acompanham aqui na galeria e
também na rede Alesp.
Bom, Sr. Presidente, eu vim a essa tribuna
hoje porque eu ouvi pacientemente, ao longo de três dias, os deputados
bolsonaristas subirem aqui para esbravejar com uma CPMI, abertura de CPMI, que
os partidos - o PSOL, o PT - ninguém quer assinar a CPMI, que não abre CPMI,
que o Pacheco não lê. O tempo todo ouvindo.
Eu cheguei,
inclusive, a ouvir aqui o disparate que foi dizer que com certeza os atos do
dia oito de janeiro, a tentativa de golpe do dia oito de janeiro, a depredação
do patrimônio público que aconteceu no dia oito de janeiro, em Brasília, na
Praça dos Três Poderes, não foi organizada pelos bolsonaristas.
Porque
bolsonarista, na verdade, é um povo ordeiro, que gosta da lei e da ordem, que
nas manifestações organizadas pelos bolsonaristas não fica um papel de bala
para trás, que depredação é coisa da esquerda. Eu ouvi pacientemente esses
discursos dos deputados bolsonaristas nos três últimos dias.
Mas, hoje, a
minha paciência acabou. Então, eu vim aqui dizer que parece que vai ter CPMI,
não é? Parece que a CPMI vai ser aberta, parece que essa investigação que eles
tanto querem vai ser aberta.
Mas, vejam só,
as investigações já estão acontecendo e as investigações não começaram agora. O
STF não começou agora, esse mês, depois do dia oito de janeiro a investigar os
atentados contra a democracia estava convocando manifestações, nas quais ele
pedia o fechamento do STF e do Congresso Nacional.
Depois disso, acampamentos, os chamados
acampamento dos 300, deram até tiro em direção ao Supremo Tribunal Federal.
Motociatas foram organizadas com dinheiro público, corrupção envolvida em
motociata, é questionamento o tempo todo do próprio processo eleitoral, da
veracidade das urnas eletrônicas.
Agora, achar que o nosso povo vai cair
mesmo nessa ladainha de que o bolsonarismo, que por anos, durante todo o
governo Bolsonaro, atentou contra a democracia brasileira, que bem no dia 8 de
janeiro não foi organizado por eles? Aí não dá, ninguém vai cair nessa.
Então, eu queria dizer que as
investigações estão acontecendo, mais do que isso, que as investigações vão
seguir, vão seguir no STF, como já anunciou a ministra Rosa Weber. Agora vão
acontecer também no Congresso Nacional, com apoio inclusive do PT, com apoio do
PSOL.
Quero lembrar que o PSOL, em janeiro desse
ano, logo depois dos atentados, protocolou, também no Congresso Nacional, um
pedido de CPI para investigação dos atentados antidemocráticos, da tentativa
golpista que aconteceu em Brasília, em janeiro.
Então, nós não temos nenhum problema com
essa investigação, mas realmente onde os deputados bolsonaristas acham que essa
investigação vai chegar? Essa histeria coletiva vai chegar onde, que eles estão
esbravejando aqui? Onde eles acham que vai chegar?
A CPMI vai investigar, sim, a fundo, e vai
chegar não só nessas pessoas que foram presas, e que é bom. Que bom que os
deputados bolsonaristas descobriram os direitos humanos; que bom que eles
descobriram algo que nós estamos falando desde o começo, que é que a prisão, infelizmente,
é um espaço de violação de direito.
O ministro Sílvio Almeida, quando os
deputados bolsonaristas no Congresso Nacional estavam criticando a comida que é
servida na Papuda, ele disse: “É verdade, é verdade. Infelizmente o governo do
Distrito Federal que vocês apoiaram foi quem assinou um contrato que paga 90
centavos pela alimentação que as pessoas presas no Distrito Federal comem. É
claro que vai ter comida estragada.”
Que bom, deputados bolsonaristas, que
vocês descobriram os direitos humanos. Eu espero que vocês sejam grandes
aliados nessa Casa, em todo o País em defesa dos direitos das pessoas presas.
Mas agora a CPMI vai investigar não só as
pessoas que foram presas no dia 8 de janeiro; ela vai investigar, como o STF
também vai, aqueles que planejaram, aqueles que financiaram, e também aqueles
parlamentares que apoiaram, também os influenciadores que apoiaram, que desde o
dia seguinte: “Ah, o resultado eleitoral...”
Estão apoiando o movimento golpista de
fechamento de rodovia, gravando vídeo, postando selfie na frente de rodovia
fechada, pedindo recontagem, pedindo anulação de resultado eleitoral.”
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
* * *
Isso, sim, é atentar contra a democracia,
e ninguém aqui vai cair na ladainha de vocês de dizer que esses atos do dia 8
de janeiro não foram organizados por vocês. Nós chegaremos em cada um e cada
uma daqueles que executaram, que planejaram, que financiaram, e dos
parlamentares que apoiaram.
E se os parlamentares dessa Casa, bolsonaristas
do Congresso Nacional, das câmaras municipais não tiverem nada a ver com isso.
Então, eles não têm com que se preocupar.
A investigação vai seguir, vai chegar em
cada um e cada uma, e nós seguiremos dizendo até o fim que não vai existir
anistia nenhuma para golpista, anistia nenhuma para aqueles que atentam contra
a democracia brasileira nesse país.
Obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI -
PSOL - Muito obrigado, deputada Paula da Bancada Ativista.
Dando
sequência à lista de oradores inscritos, com a palavra o deputado Jorge do
Carmo. (Pausa.) Com a palavra a deputada Ediane Maria. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Caio França. (Pausa.) Com a palavra o deputado Dirceu Dalben. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Alex Madureira. (Pausa.) Com a palavra a deputada
Maria Lúcia Amary. (Pausa.)
Com
a palavra o deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Com a palavra o deputado Lucas
Bove. (Pausa.) Com a palavra a deputada Marta Costa. (Pausa.) Com a palavra a
deputada Solange Freitas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Bruno Zambelli.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Reis. (Pausa.) Com a palavra o deputado Conte
Lopes, que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. CONTE LOPES - PL -
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, acompanhava as colocações da
nobre deputada Paula da Bancada Feminista falando muito em Bolsonaro. Eu não
quero falar em Bolsonaro nem em Lula.
O próprio Lula
dizia ontem, na televisão, que ele foi visitar o Exército Brasileiro porque o
Exército Brasileiro não é do Bolsonaro, é de Caxias. E é verdade. O Exército
Brasileiro não é de Bolsonaro, não é de Lula, tem como patrono o Caxias. Ontem
foi aniversário do Exército.
Pouca gente foi
lá, o povo está revoltado com o Exército Brasileiro, com a mão amiga e o braço
forte. A mão amiga estendeu para um monte de brasileiro que andava com a
bandeira brasileira, com as cores do Brasil, atrapalhando o Sr. Presidente
Carlos Giannazi quando ele vinha para a Assembleia.
Ele reclamava
constantemente das pessoas vestidas de verde e amarelo, com as cores do Brasil,
que ficaram dois, três meses aqui na frente. E eu dizia para o deputado Carlos
Giannazi, “eu também sou contrário, não estou mandando ninguém ir para porta de
quartel”. Não é porque eu não confio, é porque tenho dúvida do Exército. É
isso, tinha dúvidas.
E eu dizia para
o deputado Giannazi, “eles têm que vir aqui, para este plenário, têm que exigir
de deputado, como no Congresso Nacional”. Mas, nobre deputado Carlos Giannazi,
hoje em dia os deputados são mais TikTok. O cara grava ele mesmo, ele anda se
gravando, faz um monte de coisa, ele faz a festa dele. Então é assim. Agora eu
sou obrigado a vir aqui cobrar do Exército de Caxias, que o Lula falou.
O Lula fala
algumas coisas certas. Ele teve uma reunião lá, três horas, foi todo mundo lá,
todos os governadores, o Alexandre de Moraes, juízes, falar sobre segurança na
escola, nobre deputado Carlos Giannazi, V. Exa. que é especialista nisso.
E no final Lula
falou “não entendemos nada, não consegui entender nada e percebi que nós temos
que chamar especialistas para discutir isso”. Porque se discutiu tudo e ninguém
deu solução nenhuma para a violência, para o crime nas escolas. E é uma
realidade.
A Cracolândia.
Nós estamos há 500 anos falando da Cracolândia. Quem resolve o problema da
Cracolândia? Parece que quanto mais mexe, pior fica, para não falar besteira.
Por quê? Porque o tráfico tomou conta, essa é a grande verdade. Tem o viciado?
Tem, mas tem o tráfico, que ganha dinheiro.
Eu e o deputado
Reis, quando vereadores, fomos à Cracolândia e nos impediram de entrar. A
Cracolândia cercada pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal dando
segurança para os traficantes venderem tranquilamente as suas drogas. Haddad
fez operação? Fez. O nobre senador Suplicy era o secretário de Direitos
Humanos. Só que o que acontecia? Pagava-se em dinheiro os trabalhadores e esse
dinheiro ia direto para o traficante.
Todo mundo
fala. E para resolver, qual é a solução? Mesma coisa a segurança nas escolas.
Quantas escolas ficaram sem aulas hoje, com medo, os pais não levaram os
alunos? Quantas crianças não foram para a escola? Em Mogi das Cruzes, já
falaram, não vai ter aula amanhã.
Então, qualquer
um que fizer uma fake news ou, na minha época, um boato. Na minha época era
boato. Até no militarismo era soltava um peixe furado, acabou. Isso bastava
para ninguém fazer... Não ter mais aula. Só que, de concreto, nobre deputado
senador Suplicy, a gente percebe que cada um tem uma ideia, cada um inventa uma
coisa.
Há um mês atrás
ia se colocar um PM em cada escola, nobre deputado Carlos Giannazi. Ia resolver
o problema com um PM em cada escola. Aí, a APEOESP não queria o PM na escola.
Aí passaram para o aposentado. O PM aposentado. Ninguém queria o PM aposentado
também na escola. Agora o governador resolveu, ele vai colocar guarda privada
nas escolas. Uma segurança privada.
Eu pergunto, o
segurança privado, que, sem ser armado, é treinado em um mês, tem mais
experiência que um policial profissional de segurança de 20, 30, 40 anos? É a minha
pergunta.
Questão de
dois, três anos atrás, um segurança privado, nobre deputado Carlos Giannazi, V.
Exa. deve lembrar, foi mandado embora de uma creche. E ele pegou álcool,
colocou fogo em várias crianças, matou várias crianças e professores, e morreu
junto... Não lembro se ele morreu junto. Um segurança.
Quer dizer, não
adianta a gente querer buscar alternativas sem uma solução concreta, né? No meu
modo de ver, também tem que ter pena pra quem comete delito, realmente. Vai
estar com a palavra o nobre deputado senador Suplicy, que pede um aparte.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT – COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Prezado deputado Conte Lopes, que há pouco mencionou o programa “De Braços
Abertos” que foi instituído pelo prefeito Fernando Haddad, inclusive, durante o
período que eu assumi a Secretaria de Direitos Humanos.
Gostaria de
lembrar que o projeto teve resultados bastantes positivos. O projeto
proporcionava 15 reais por dia, três alimentações por dia e um quarto de hotel.
Havia responsabilidade dos que participavam do programa, para que eles
realizassem 30 horas semanais, pelo menos, de combinação de trabalho e estudo.
Após cerca de dez meses de execução do
programa, certo dia, o prefeito Fernando Haddad recebeu os 500 participantes do
projeto, ali em um auditório na Praça das Artes, na Avenida São João, perante
os secretários como eu e algumas autoridades, os jornalistas. Ali, cerca de 12
dos participantes deram o seu testemunho sobre o que havia acontecido.
Eu me lembro
muito bem de ter ouvido relatos de que o programa estava tendo efeitos
positivos. Me lembro, por exemplo, de que um homem, assim, na faixa, de 30, 40
anos, disse o seguinte:
“- Olha, eu
estava consumindo cerca de 30, 40 pedras de crack por dia. Tinha me isolado
inteiramente da minha família, parado de estudar e de trabalhar. Pouco a pouco
fui diminuindo o consumo do crack. Agora estou consumindo só uma pedra de crack
por dia. Voltei a ter um bom relacionamento com a minha família. Voltei a
estudar e farei o vestibular no final do ano.”.
Era lá por volta de outubro. Estou lhe
trazendo essa informação para lhe mostrar que o programa “De Braços Abertos”,
baseado, inclusive, em muitos estudos realizados, na verdade, teve efeitos
positivos que, infelizmente, foram desconsiderados.
Eu ainda era
vereador e, quando o novo prefeito, João Doria, iniciou o seu mandato, lá por
volta de março de 2017, eis que, de repente - era acho que um sábado ou domingo
- fui chamado às 7h da manhã, na minha casa: “por favor, venha logo aqui na
Alameda Dino Bueno com a Rua Helvétia, que cerca de 500 policiais civis estão
jogando bombas, gás lacrimogênio e tudo e retirando todas as pessoas” -que ali
estavam na chamada Cracolândia, e houve aquela grande operação.
Eis que, ao
término dela, o prefeito João Doria disse: “acabamos com a Cracolândia”.
Infelizmente esse método não foi o mais adequado, mas eu espero aqui, na
Assembleia Legislativa, voltar a debater esse problema, como poderemos
resolver.
Trata-se de uma
situação extremamente difícil, não tenho a solução pronta, mas eu espero -
inclusive em nosso diálogo, que tem sido aqui sempre muito respeitoso - poder
chegarmos a soluções positivas.
Muito obrigado.
O SR. CONTE LOPES - PL – É, realmente, acompanhando assim
V. Exa., houve sim essa colocação do prefeito João Doria, que havia acabado com
a Cracolândia, até um dia em que derrubaram o muro e caiu em cima das pessoas.
Houve essa colocação, e depois parou.
Então é aquilo
lá: todo mundo falha e eu acho que está na hora de pegar técnicos, deputado
Eduardo Suplicy, para se estudar o que vai se fazer, porque cada vez piora
mais.
Quero voltar ao
dia 08 de janeiro. O que eu quero saber é o seguinte, como falou o Lula: “o
exército não é do Bolsonaro, o exército é de Caxias”. A minha pergunta é: o que
estava fazendo o general Gonçalves Dias, majores e capitães?
Porque
realmente aqueles majores, capitães e o general não são do Lula nem são do
Bolsonaro: são do exército brasileiro. Que se abra o IPM no exército brasileiro
para saber a responsabilidade de cada um que facilitou a entrada daquelas
pessoas, idosos como eu, homens e mulheres com a bíblia embaixo do braço, quem
quebrou, estourou tem que pagar.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Gil Diniz.
* * *
Agora, quem foi
conduzido, a meu modo de ver, não cometeu crime algum, inclusive os coitados
que estavam na porta do exército, que confiaram no exército e que foram levados
pelo exército em cana.
Quando eles
clamavam “Forças Armadas salvem o Brasil” eu, das nossas Forças Armadas, lembro
daquela Guerra do Paraguai, que nós quase perdemos e se não fosse o cara
enfiando o Tamandaré em cima do outro, aí iríamos perder do Paraguai.
Mas fica aí,
Sr. Presidente, e prenderam os coitados, né? Então não posso aceitar isso aí também
e chamá-los de terroristas.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT – COM ASSENTIMENTO DO ORADOR - Prezado
deputado Conte Lopes, que há pouco mencionou o programa “De Braços Abertos” que
foi instituído pelo prefeito Fernando Haddad, inclusive, durante o período que
eu assumi a Secretaria de Direitos Humanos.
Gostaria de
lembrar que o projeto teve resultados bastantes positivos. O projeto
proporcionava 15 reais por dia, três alimentações por dia e um quarto de hotel.
Havia responsabilidade dos que participavam do programa, para que eles
realizassem 30 horas semanais, pelo menos, de combinação de trabalho e estudo.
Após cerca de dez meses de execução do
programa, certo dia, o prefeito Fernando Haddad recebeu os 500 participantes do
projeto, ali em um auditório na Praça das Artes, na Avenida São João, perante
os secretários como eu e algumas autoridades, os jornalistas. Ali, cerca de 12
dos participantes deram o seu testemunho sobre o que havia acontecido.
Eu me lembro
muito bem de ter ouvido relatos de que o programa estava tendo efeitos
positivos. Me lembro, por exemplo, de que um homem, assim, na faixa, de 30, 40
anos, disse o seguinte:
“- Olha, eu
estava consumindo cerca de 30, 40 pedras de crack por dia. Tinha me isolado
inteiramente da minha família, parado de estudar e de trabalhar. Pouco a pouco
fui diminuindo o consumo do crack. Agora estou consumindo só uma pedra de crack
por dia. Voltei a ter um bom relacionamento com a minha família. Voltei a
estudar e farei o vestibular no final do ano.”.
Era lá por volta de outubro. Estou lhe
trazendo essa informação para lhe mostrar que o programa “De Braços Abertos”,
baseado, inclusive, em muitos estudos realizados, na verdade, teve efeitos
positivos que, infelizmente, foram desconsiderados.
Eu ainda era
vereador e, quando o novo prefeito, João Doria, iniciou o seu mandato, lá por
volta de março de 2017, eis que, de repente - era acho que um sábado ou domingo
- fui chamado às 7h da manhã, na minha casa: “por favor, venha logo aqui na
Alameda Dino Bueno com a Rua Helvétia, que cerca de 500 policiais civis estão
jogando bombas, gás lacrimogênio e tudo e retirando todas as pessoas” -que ali
estavam na chamada Cracolândia, e houve aquela grande operação.
Eis que, ao
término dela, o prefeito João Doria disse: “acabamos com a Cracolândia”.
Infelizmente esse método não foi o mais adequado, mas eu espero aqui, na
Assembleia Legislativa, voltar a debater esse problema, como poderemos
resolver.
Trata-se de uma
situação extremamente difícil, não tenho a solução pronta, mas eu espero -
inclusive em nosso diálogo, que tem sido aqui sempre muito respeitoso - poder
chegarmos a soluções positivas.
Muito obrigado.
O SR. CONTE LOPES - PL – É, realmente, acompanhando assim
V. Exa., houve sim essa colocação do prefeito João Doria, que havia acabado com
a Cracolândia, até um dia em que derrubaram o muro e caiu em cima das pessoas.
Houve essa colocação, e depois parou.
Então é aquilo
lá: todo mundo falha e eu acho que está na hora de pegar técnicos, deputado
Eduardo Suplicy, para se estudar o que vai se fazer, porque cada vez piora
mais.
Quero voltar ao
dia 08 de janeiro. O que eu quero saber é o seguinte, como falou o Lula: “o
exército não é do Bolsonaro, o exército é de Caxias”. A minha pergunta é: o que
estava fazendo o general Gonçalves Dias, majores e capitães?
Porque
realmente aqueles majores, capitães e o general não são do Lula nem são do
Bolsonaro: são do exército brasileiro. Que se abra o IPM no exército brasileiro
para saber a responsabilidade de cada um que facilitou a entrada daquelas
pessoas, idosos como eu, homens e mulheres com a bíblia embaixo do braço, quem
quebrou, estourou tem que pagar.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Gil Diniz.
* * *
Agora, quem foi
conduzido, a meu modo de ver, não cometeu crime algum, inclusive os coitados
que estavam na porta do exército, que confiaram no exército e que foram levados
pelo exército em cana.
Quando eles
clamavam “Forças Armadas salvem o Brasil” eu, das nossas Forças Armadas, lembro
daquela Guerra do Paraguai, que nós quase perdemos e se não fosse o cara
enfiando o Tamandaré em cima do outro, aí iríamos perder do Paraguai.
Mas fica aí,
Sr. Presidente, e prenderam os coitados, né? Então não posso aceitar isso aí
também e chamá-los de terroristas.
O
SR. PRESIDENTE - GIL DINIZ - PL - Obrigado, nobre deputado Conte Lopes. Convido a
fazer o uso da tribuna o nobre deputado Marcos Damasio. (Pausa.) A nobre
deputada Dani Alonso. (Pausa.) O nobre deputado Carlos Ginnazi, V. Exa. tem o
tempo regimental.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM
REVISÃO DO ORADOR -Presidente deputado Gil Diniz, deputado Suplicy, deputado
Conte Lopes, telespectador da TV Assembleia, ontem eu estive na Escola Estadual
Hermano Ribeiro da Silva, no Jardim Miriam, uma escola que atende os alunos na
área do ensino fundamental. Sr. Presidente, eu fiquei chocado com a situação da
escola.
A escola
precisa de uma reforma urgente, olha só a situação dessa escola estadual, deputado
Suplicy, Escola Estadual Hermano Ribeiro da Silva.
Olha a situação
da escola, que está totalmente aberta sem nenhum tipo de proteção - aqui a
quadra da escola, ali uma viela - e qualquer pessoa entra na escola, colocando
em risco a segurança e a vida das crianças, das professoras, das agentes de
organização escolar. Internamente a situação da escola também é grave, ela
precisa urgentemente de uma reforma, eu diria que estrutural.
No entanto,
essa reforma não aconteceu ainda. A escola encontra-se extremamente vulnerável,
sobretudo nesse momento, onde o debate da Educação, no Brasil, é a questão da
violência contra as escolas. E o governo estadual praticamente não fez. Onde
está a FDE? Onde está o secretário estadual de Educação, dono da Multilaser, o Renato
Feder, que só fala em aplicativos, aplicativos?
Eu faço um
desafio, secretário Renato Feder. Visite as escolas estaduais que estão nessa
situação, que são muitas. Muitas escolas da rede estadual estão sucateadas e
degradadas, precisando, há muitos anos, de reformas estruturais, como é o caso
da Escola Hermano Ribeiro.
A Direção da
escola já tomou todas as providências. Já fez o pedido para a Secretaria da
Educação, para a Diretoria de Ensino. A Diretoria de Ensino também já agiu
corretamente. Não tenho nenhuma crítica nem à Direção da Escola, nem à
Diretoria. O pedido foi encaminhado.
Acontece que a
FDE não fez a reforma até agora. E as professoras estão correndo risco. As
crianças estão correndo risco. Então, daqui da tribuna da Assembleia
Legislativa, eu quero exigir providências imediatas do governador Tarcísio, do
secretário Renato Feder, e da FDE. E dizer que esse é o retrato da rede
estadual de ensino.
Eu gostaria de
colocar as fotos de novo, novamente, para que os deputados possam entender.
Para quem não visita escolas públicas, esse é o retrato da rede estadual de
ensino. Muitas, centenas de escolas, estão na mesma situação. Eu fico chocado
porque o governador do Estado, governador Tarcísio, disse que vai reduzir o
orçamento da Educação. Vai apresentar uma PEC na Assembleia Legislativa.
“Porque não
precisa mais de tanto dinheiro na Educação, a situação do estado de São Paulo,
na área da Educação, já está resolvida porque diminuiu a natalidade. Então
vamos pegar uma parte do dinheiro...” Que nem é gasto, na verdade. Para nós,
não é gasto, é investimento na Educação. Essa é a linguagem do governo.
“...Para transferir para a Saúde.”
Nós não vamos
aceitar isso. Primeiramente, a questão estrutural das escolas, totalmente
abandonadas. No meu primeiro pronunciamento eu falei agora do fechamento de
salas. No mês de abril, a Seduc está orientando diretorias de ensino a orientar
escolas a fechar salas, a juntar salas.
Se uma sala tem
20 alunos e a outra tem 26, eles querem juntar duas salas, para superlotar a
sala. Quando, na verdade, nós temos que ter menos alunos nas salas, para que
haja um bom desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem.
O governo fez o
contrário, justamente, para justificar depois o crime que ele vai cometer, de
reduzir o orçamento da Educação. Então a Educação do estado de São Paulo
precisa de mais investimento, não de menos.
Eu quero, daqui
da tribuna da Assembleia Legislativa, acionar a Seduc, a FDE e também o próprio
governador Tarcísio. Solicito que cópias do meu pronunciamento sejam
encaminhadas aos três.
Ao governador,
ao presidente da FDE e ao secretário de Educação, para que as providências
sejam tomadas em caráter de extrema urgência. Esse era o primeiro ponto do meu
pronunciamento, Sr. Presidente.
A segunda parte
do meu pronunciamento é referente à visita que eu fiz hoje. Tive uma reunião,
na verdade, na Superintendência do Iamspe. Acompanhei a professora Valneide,
que é presidente da Apampesp, Associação das Professoras Aposentadas do Estado
de São Paulo. Estávamos também acompanhados da vereadora de Presidente
Prudente, Joana D’Arc, para ver a questão do convênio do Iamspe com a Santa
Casa de Presidente.
Então, desde
2018 ou 2019 que não há mais esse contrato, esse convênio. E toda a população
de servidores públicos do estado de São Paulo daquela região, que envolve mais
de 50 municípios, está totalmente abandonada, sem atendimento de um hospital.
Um hospital de peso, um hospital que dê conta do atendimento a essa população
de servidores da Educação, do Sistema Prisional, do TJ de lá, do Tribunal de
Justiça das comarcas da região, e de vários outros setores do funcionalismo
público.
Nós tivemos uma
reunião. E nós estamos agora com a informação, na verdade, de que é a Santa
Casa de Presidente Prudente que não está querendo nem conversar com a
superintendência do Iamspe.
E eu quero
lembrar que esse convênio já existiu no passado, até recentemente, e que a
Santa Casa tem que atender à população, tem que fazer esse convênio. Até porque
é um hospital que recebe dinheiro público do SUS. E a gestão do repasse dos
recursos do SUS é estadual.
Então, não tem
sentido essa recusa, esse processo de tentar fugir até de uma reunião, de uma
conversa com a superintendência do Iamspe. Nós queremos, aqui da tribuna da
Assembleia Legislativa, dizer que nós vamos tomar providências em relação a
isso.
Não é possível
que a Santa Casa de Presidente Prudente vá abandonar as professoras, as
servidoras públicas do estado de São Paulo, as pessoas que trabalham nas
escolas, no sistema prisional da região. Lá é uma região que tem muitos
presídios.
E os servidores
da região utilizam o Iamspe. Os escreventes do Tribunal de Justiça, os oficiais
de Justiça estão sem atendimento. Então, eu quero fazer um apelo aqui ao
diretor do hospital, da Santa Casa, para que receba a superintendência e faça o
convênio. Porque é um absurdo. Essa população precisa de atendimento médico na
região. Os nossos servidores.
E a tabela do
Iamspe é superior a do SUS; ou seja, o Iamspe paga mais do que o próprio SUS.
Então, eu não sei qual é a dificuldade, o que está acontecendo com a Santa Casa,
que, repito, é um hospital público também, atende ao público, recebe dinheiro
do povo, da população.
Da população
que é atendida pela professora, que é atendida pela agente de organização
escolar da escola, pela diretora da escola, pelos servidores, também, da Saúde,
do sistema prisional.
Então, fica
aqui o nosso apelo para que a Santa Casa de Presidente Prudente atenda a essa
reivindicação, que foi levada por nós, mas sobretudo pela Apampesp, a
Associação das Professoras Aposentadas do Estado de São Paulo, pela vereadora
Joana d’Arc. Vou dar a palavra aqui para o deputado Suplicy, nosso sempre
senador, que foi vereador, deputado federal e está de volta aqui à Alesp.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - COM ASSENTIMENTO DO ORADOR -
Gostaria de apoiar a iniciativa de V. Exa. com respeito a este hospital de
Presidente Prudente.
Queria aqui
externar que hoje recebi um apelo de diversos servidores, inclusive
frequentadores do restaurante da Assembleia Legislativa, que eu passei a
frequentar, ali no bandejão, neste um mês e meio em que estou aqui, porque me
informaram que a Mesa Diretora está prestes a fechar o restaurante.
E não há uma
solução adequada. São cerca de 15 servidores que ali são empregados. Me parece
que oferecem uma refeição de boa qualidade a um preço bastante acessível.
E eu peço à
Mesa Diretora, ao presidente André do Prado, que faça uma análise adequada e
que até possa ouvir os deputados estaduais e os servidores da Casa sobre o que
é que vai acontecer. Porque, segundo me informaram, o restaurante vai fechar,
sem solução. Então, é o apelo que eu deixo aqui.
Muito obrigado.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Eu que agradeço. Sr. Presidente,
só para concluir, gostaria de que cópias do meu pronunciamento fossem
encaminhadas ao secretário estadual de Educação, ao governador Tarcísio de
Freitas e ao presidente da FDE, a primeira parte do meu pronunciamento sobre a
Educação.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Conte Lopes.
* * *
A segunda
parte, em relação à Santa Casa de Presidente Prudente, que cópias do meu
pronunciamento sejam entregues ao superintendente, ou presidente, ou diretor,
ou mantenedor lá da Santa Casa de Presidente Prudente.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL -
Será providenciada a solicitação de Vossa Excelência. Nobre deputado Marcos
Damasio. (Pausa.) Nobre deputada Dani Alonso. (Pausa.) Nobre deputada Letícia
Aguiar. (Pausa.) Nobre deputado Gil Diniz. Tem V. Exa. a palavra pelo tempo
remanescente.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Obrigado,
presidente Conte Lopes. Falo aqui pelo tempo remanescente e logo em seguida já
vou pedir para falar pela liderança do PL, pelo Art. 82.
O SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL -
É regimental.
O
SR. GIL DINIZ - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Presidente, o motivo pelo qual retorno a esta tribuna
é que esta semana nós vamos celebrar a memória do genocídio armênio, que é
pouco conhecido, deputado Suplicy, aqui no Brasil.
É muito estudado - mas pouco divulgado - o
primeiro genocídio feito no século XX, tão abominável quanto o genocídio dos
judeus ali na Segunda Guerra Mundial pelos nazistas.
Mas o povo armênio, Sr. Presidente, sofre
neste momento mais uma vez com a política feita pelo seu vizinho Azerbaijão.
Esta semana nós celebramos mais uma vez, aqui em São Paulo, por todo o Brasil e
pelo mundo, presidente, a memória das vítimas, dos heróis armênios, dos
mártires que foram assassinados pelo governo otomano.
Para esclarecer um pouco para quem não
conhece - você, que está em casa, procure aí nas ferramentas de busca da
internet - tenho aqui uma revista da USP, da Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, a FFLCH. Tem uma reportagem
aqui, eu só vou ler o início. Quem tiver a curiosidade de conhecer um pouco
mais desse povo guerreiro...
E olha que nós celebramos ontem, Sr.
Presidente, a memória de um santo mártir, Santo Expedito que, diz a tradição,
também armênio, ali da 12ª Região Romana, que se converteu ao cristianismo.
Como os milhões de armênios que também
protestam a fé em Jesus Cristo, foi assassinado pelo imperador à época da
perseguição de Diocleciano. Outros milhões de armênios foram assassinados no
início século XX.
A reportagem diz assim: “O enredo é
conhecido e atualíssimo. Um governo em crise escolhe um culpado que, uma vez
eliminado, possibilita a volta da prosperidade. Em 24 de abril 1915, o Império
Otomano, em crise econômica e geopolítica, autoriza a prisão e execução de
intelectuais e líderes armênios sob o pretexto de evitar supostos levantes
separatistas. As perseguições e assassinatos duraram até 1923, com uma
estimativa, presidente, de 1,5 milhões de armênios mortos pelo governo otomano.
Então ficam aqui as minhas condolências,
as minhas homenagens a esse povo que sofre hoje, neste momento, ali na
República Independente do Artsaque, essa perseguição desse outro governo que
tem ali uma mesma ideologia, que professa ali os mesmos valores daqueles outros
que assassinaram milhões na Armênia, presidente.
No final de semana agora, o embaixador da
Armênia estará aqui em São Paulo celebrando junto às autoridades religiosas do
povo armênio, e com toda certeza nós estaremos juntos, prestando a homenagem a
esses mártires, vítimas desse primeiro genocídio do século 20, muito estudado,
pouco divulgado aqui em São Paulo e no Brasil.
Presidente,
para seguir aqui falando na tribuna, vou pedir para falar pelo Art. 82,
finalizando aqui o Grande Expediente.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - É regimental.
Vossa Excelência tem o prazo regimental.
O
SR. GIL DINIZ - PL -
PELO ART. 82 - Presidente, retorno aqui, mais uma vez, para falar sobre a
reportagem da CNN, um furo de reportagem, que fala, que explora, que mostra
aquilo que nós suspeitávamos, presidente. E, ontem, a CNN divulgou a
facilitação da depredação no Palácio do Planalto, desses prédios públicos ali,
no dia oito de janeiro.
Tem aqui uma
reportagem resumida, e tem uma nota de esclarecimento do governo federal.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Está ótimo,
Machado. Eu gostaria que vocês se atentassem a esse último parágrafo aqui que a
jornalista coloca. Veja, a nota diz que as imagens, presidente, já constam no
inquérito que está no STF, o mesmo STF que mandou prender Anderson Torres, que
estava fora do País, estava de férias, presidente.
Então, eles
sabiam. Os juízes já têm acesso a essas imagens há muito tempo. O general, o Gê
Dias, já tinha sido convidado a prestar esclarecimento, já que ele é ministro
chefe do GSI. Os capitães ali, major, aquela galera do GSI que servia água ali
para aqueles que invadiram o prédio público, já foram ouvidos. Alguém foi
preso?
Porque, até
onde eu sei, foram milhares de prisões, a maioria de senhoras de 50, 60, 70
anos. Têm mais de cem presos até hoje, e há uma clara facilitação desses
agentes, que deveriam reprimir aqueles, não manifestantes, aqueles invasores
naquele momento dentro do Palácio, e não o fizeram. Então, no mínimo,
prevaricaram. No mínimo, presidente.
O governador
Romeu Zema, à época, disse o seguinte, que ele tinha certeza, convicção que
houve facilitação por parte do governo federal, Luiz Inácio, Flávio Dino. Sabe
o que aconteceu com ele, presidente, o Governador do Estado? Ele foi intimado a
prestar esclarecimentos à Polícia pelas declarações. Como ele ousa insinuar ou
afirmar que houve facilitação?
As imagens
estão aí. E nós queremos, presidente, todas as imagens, porque eu tenho certeza
que nós vamos identificar outros mais ali. Um ministro já foi identificado e
inclusive já meteu atestado e pediu para sair pela porta dos fundos.
Olha, se ele
repetir a conduta de Palocci, de vários outros - Genoíno, ali no regime,
entregou até o que não tinha que entregar - vai entregar todo mundo,
presidente, e a gente vai conseguir investigar, através da CPMI, os
responsáveis por toda aquela depredação. No governo federal, até ontem, ninguém
queria apoiar, ninguém queria assinar. Hoje, parece que o tom mudou,
presidente.
Para finalizar:
queremos os devidos esclarecimentos e que os responsáveis sejam punidos. Neste
momento, os únicos punidos são pessoas simples, humildes, que cometeram o crime
de estar naquele lugar.
Pelo que
parece, pelas imagens, foram instigados, foram insuflados a subirem até mesmo
ao terceiro andar, da Presidência da República, com o aval, sob o comando do
ministro-chefe do GSI, general G. Dias, que, repito, foi nomeado por Luiz
Inácio Lula da Silva.
Fechando,
presidente: minha solidariedade ao deputado federal Eduardo Bolsonaro, que foi
atacado ontem em uma comissão na Câmara Federal. Um deputado do Partido dos
Trabalhadores insinuou que o presidente Bolsonaro não recebeu a facada, que não
foi atacado, que aquela facada foi fake. O deputado Eduardo Bolsonaro não
aguentou e foi responder sob forte emoção.
Fica aqui minha
solidariedade, porque eu estive naquela madrugada, do dia 6 para o dia 7, na
UTI em Juiz de Fora. Eu vi o presidente esfaqueado. Eu o vi com a bolsa de
colostomia, todo costurado, lutando pela vida e a morte.
Estive ao lado
da família do presidente, do Eduardo, do Carlos, do Flávio, da Michelle. Esse
deputado age de maneira covarde ao insinuar esse tipo de coisa. Agora, se
vitimiza como se não tivesse agido de maneira imprópria, como se tivesse falado
qualquer outra coisa.
Lembrando: quem
tentou matar Bolsonaro foi Adélio Bispo, ex-filiado ao PSOL. É companheiro de
ideologia desses que nos atacam hoje e tentam mudar a realidade colocando a sua
narrativa.
Então, minha
solidariedade ao deputado federal Eduardo Bolsonaro, ao presidente Bolsonaro e
a sua família, que estão sofrendo mais uma vez esses violentos ataques, Sr.
Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. GIL DINIZ - PL - Se houver acordo
entre as lideranças, peço o levantamento da presente sessão.
O
SR. PRESIDENTE - CONTE LOPES - PL - É regimental.
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, esta
Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a
sessão ordinária de segunda-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a sessão.
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- Levanta-se a
sessão às 16 horas e 08 minutos.
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