31 DE OUTUBRO DE 2025

67ª SESSÃO SOLENE PARA OUTORGA DE COLAR DE HONRA AO MÉRITO LEGISLATIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO AO SINDICATO DOS COMERCIÁRIOS DE SÃO PAULO

           

Presidência: DONATO

           

RESUMO

           

1 - DONATO

Assume a Presidência e abre a sessão às 19h06min.

           

2 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Nomeia a Mesa e demais autoridades presentes. Convida o público para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

           

3 - PRESIDENTE DONATO

Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene para "Outorga de Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao Sindicato dos Comerciários de São Paulo", por solicitação deste deputado.

           

4 - JOSÉ GONZAGA DA CRUZ

Presidente do Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, faz pronunciamento.

           

5 - KÁTIA FALCÃO DE SOUZA

Subprefeita da Subprefeitura da Penha, faz pronunciamento.

           

6 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Informa a exibição de vídeo institucional. Anuncia a entrega de homenagens a diretoras do Sindicato dos Comerciários de São Paulo. Lê currículos e informa homenagens a comerciários. Anuncia a entrega de comenda a Kátia Falcão de Souza, subprefeita da Subprefeitura da Penha. Lê texto em celebração à entidade festejada nesta solenidade. Tece considerações regimentais sobre o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo. Reflete sobre o histórico da instituição homenageada.

           

7 - PRESIDENTE DONATO

Discorre sobre atribuições do Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.  Defende o fim da escala de trabalho 6 x 1. Lembra greve geral realizada em 1917.

           

8 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Anuncia a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao Sindicato dos Comerciários de São Paulo, representado pelo presidente Ricardo Patah.

           

9 - RICARDO PATAH

Presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, faz pronunciamento.

        

10 - PRESIDENTE DONATO

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 20h02min.

           

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ÍNTEGRA

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Donato.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Senhoras e Senhores, boa noite. Sejam todos bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Esta sessão solene tem por finalidade outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao Sindicato dos Comerciários de São Paulo e prestar homenagem aos comerciários, em celebração ao seu dia.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e por meio do canal da Alesp no YouTube.

Convido para compor a Mesa Diretora o deputado Donato, proponente e presidente desta sessão solene. (Palmas.) Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo e presidente da União Geral dos Trabalhadores, e nesta ocasião representante do Sindicato dos Comerciários de São Paulo. (Palmas.) Kátia Falcão de Souza, subprefeita da Subprefeitura da Penha. (Palmas.) José Gonzaga da Cruz, presidente do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. (Palmas.)

Senhoras e senhores, convido todos os presentes para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Registramos e agradecemos a presença das seguintes autoridades, personalidades e representantes de instituições: Dr. Washington Antonio Telles de Freitas Junior, vice-presidente da Sociedade Amigos da Segunda Divisão de Exército; Aliomar Nogueira Teixeira, presidente do Sindijoias; Virgílio Carvalho, assessor técnico da Secretaria do Estado de Turismo e Viagens de São Paulo, representando o secretário Roberto de Lucena; Dr. Alexandre Guilherme Diniz, advogado do Sincojoias; Márcia Pereira dos Santos, comerciária da loja Chohfi Artefatos Têxteis. O nosso muito obrigado pela presença de todos.

Passo a palavra ao deputado Donato para que proceda à abertura desta sessão solene.

 

O SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Boa noite. Iniciamos os nossos trabalhos nos termos regimentais. Senhores e senhoras, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa de Leis, deputado André do Prado, atendendo à minha solicitação, com a finalidade de outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao Sindicato dos Comerciários de São Paulo e prestar homenagem aos comerciários em celebração ao seu dia.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos ao deputado Donato. Neste momento ouviremos, para uma breve saudação, os membros da Mesa Diretora. José Gonzaga da Cruz, presidente do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.

 

O SR. JOSÉ GONZAGA DA CRUZ - Parafraseando o nosso companheiro Ricardo Patah, eu começo a dizer em rápidas palavras e chamá-los de amigos e amigas. É muito bom estar presente aqui representando o Dieese.

Ele sente um orgulho danado. Eu já passei dessa fase do orgulho, de ser o primeiro comerciário no Brasil a ser presidente do Dieese. Isso não me enche de orgulho, isso me enche de dever, de cumprir as missões do Dieese, que são assessorar os trabalhadores do País.

Nós temos representação em 17 estados da Federação. Entrei lá com o compromisso velado de modificar as coisas no Dieese como comerciário que somos e negociante que somos também. Negociante no sentido de, verdadeiramente, trazer mais benefício aos trabalhadores.

E isso nos enche de dever. Nós estamos tentando fazer as finanças do Dieese serem superavitárias. Tenho tido a ajuda de muitos diretores do Sindicato dos Comerciários, temos tido a ajuda de muitos diretores da federação e amigos e amigas que têm nos ajudado a levar mais pessoas para o Dieese. Isso me enche verdadeiramente de responsabilidade, e responsabilidade de um comerciário que somos.

Nós somos a maior categoria do País. Vou dar algumas informações que são técnicas do Dieese, ninguém diz verdadeiramente quantos nós, comerciários, somos. Vou deixar só uma informação para os senhores. Nós somos 19,6 milhões de comerciários no País, celetistas.

Nós somos 10,6 milhões. Portanto, nós temos quase 9,5 milhões de trabalhadores fora da CLT, e isso pode ter um impacto na vida de cada um de nós, inclusive nós que somos aposentados e aqueles que se aposentarão com certeza de não ter um dia o pagamento da Previdência Social por conta desses celetistas.

Portanto, nós temos que assessorar os sindicatos, as centrais sindicais, com uma forma de incluir esses 9,5 milhões de trabalhadores que estão fora da CLT, para que a gente possa ter um País mais justo, mais equilibrado. O salário médio do comerciário é da ordem de R$ 2.550,00 - pasmem os senhores.

E tem gente aqui da área patronal, que eu respeito profundamente, e os que estão aqui são aqueles mais avançados que nós negociamos, mas olhe que dificuldade de avançar. Nós estamos numa luta nacional de acabar com essa maldita jornada e malfadada jornada de 6x1. Nós precisamos acabar com isso para dar uma vida digna aos trabalhadores e às trabalhadoras do País.

Obrigado, Patah. Obrigado, Donato. E obrigado a todos por me darem esta oportunidade de colocar o que penso, claramente. Sejamos comerciários, vamos transformar este País. Vamos transformar os 19,5 milhões de comerciários na categoria mais importante deste País.

Muito obrigado e desculpe.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Obrigado pelas palavras, José Gonzaga da Cruz. Kátia Falcão de Souza faz uso da palavra.

 

A SRA. KÁTIA FALCÃO DE SOUZA - Boa noite. É um prazer estar aqui com os senhores. Gostaria de cumprimentar a Mesa, na pessoa do nosso deputado Donato. Parabéns. Realmente eu faço as palavras do nosso amigo as minhas. É muito lindo de ver essa união do sindicato. Parabéns, presidente Patah. Parabéns por manter essa união e essa força.

Realmente, eu, como subprefeita da Penha, a gente sabe a dificuldade que é para o comércio local, então, digamos, para manter essa força do comércio local. Então esta solenidade de hoje é muito importante.

Fico muito feliz e honrada. Isabel, obrigada pelo convite, por estar aqui hoje e presenciar, claro que a gente sabe da força desse sindicato, mas presenciar quão lindo é esse trabalho feito, viu, nosso presidente? Parabéns, são homenageados com muita honra.

Gostaria de deixar esta mensagem para todos vocês: não desistam. Comércio realmente a gente sabe que não é fácil, o sindicato está para isso e creio que o sindicato tem essa força, e é daqui para melhor, com certeza. Então hoje é essa mensagem de grandeza e de respeito, respeito a vocês, respeito ao sindicato. Parabéns pela solenidade, por propor, nosso deputado, essa honraria, porque, de fato, os sindicatos comerciários merecem essa homenagem.

E viva o sindicato.

Obrigada.

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Obrigado pelas palavras, Kátia Falcão de Souza, subprefeita da Subprefeitura da Penha. Agradecemos as palavras das autoridades. Neste momento, assistiremos aos vídeos institucionais.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Parabéns pelos vídeos. O Sindicato dos Comerciários de São Paulo tem a honra de prestar uma homenagem especial às suas diretoras, em reconhecimento ao comprometimento, à força e ao exemplo que cada uma representa na construção de uma categoria unida e valorizada.

Convido a Sra. Kátia Falcão, subprefeita da Penha, que vai realizar a entrega das homenagens. Convido as diretoras para se dirigirem à frente e receberem essa justa e merecida homenagem.

Isabel Kausz dos Reis, diretora da Secretaria da Mulher. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Rosilânia Correia Lima, diretora da Secretaria de Trabalho Decente. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Cleonice Caetano Souza. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Adriana Machado, diretora. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Maria das Graças da Silva Reis, diretora. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Parabéns às diretoras. Uma salva de palmas. (Palmas.) Palmas nunca é demais. Mais uma salva de palmas. (Palmas.)

O Sindicato dos Comerciários de São Paulo tem a satisfação de prestar uma homenagem especial aos comerciários, reconhecendo o empenho, o comprometimento e a importante contribuição de cada um para o desenvolvimento e valorização da categoria.

Os membros da Mesa Diretora, para realizarem a entrega das homenagens, em seguida, convido os comerciários para se dirigirem à frente e receberem esta justa e merecida homenagem.

Convido o Sr. Ricardo Patah para entregar a homenagem ao Sr. Alfeu Gonçalves da Silva, associado do sindicato há 71 anos. Trabalhou na Preço Fixo e se aposentou no dia 30 de setembro de 1983, na Casa São Nicolau. Mais uma salva de palmas. (Palmas.) Uma linda homenagem. Parabéns.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido o Sr. José Gonzaga para entregar a homenagem ao Sr. Pedro Soares de Oliveira. Ele trabalhou por 30 anos na Tecido Pereira Sobrinho, na região central de São Paulo. É associado do sindicato há 73 anos. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido o Sr. Luiz Hamilton para entregar a homenagem ao Sr. Elizário Roberto Lima, associado do sindicato há 50 anos. Trabalhou na Eletroradiobraz e por 23 anos no Mappin. (Palmas.) Vale mais uma salva de palmas para ele. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido o deputado estadual Donato para entregar a homenagem à Sra. Edite Maria de Araújo. (Palmas.) Dos 50 anos que trabalhou no comércio, tem um carinho especial pelos 23 anos que trabalhou nas lojas Garbo. É sócia do sindicato há 39 anos. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido o Sr. Ricardo Patah, que já está aqui, para entregar a homenagem ao Sr. Vitório Bombarda, associado do sindicato há 58 anos, trabalhou por 31 anos no Mappin, onde se aposentou. (Palmas).

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Quero convidar também, quebrando o protocolo, a Cida Perez. Cida Perez será homenageada também pelo presidente Ricardo Patah. (Palmas.)

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Parabéns a todos. (Palmas.)

Convido a Isabel Kausz, por favor, para vir à frente. Ela também faz a homenagem à subprefeita da Penha, a Kátia Falcão. Sendo homenageada também a subprefeita da Penha. (Palmas.) Parabéns.

 

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- É entregue a homenagem.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Dando prosseguimento a esta sessão solene, nosso protocolo registra também Dartagnan Balsevicius Júnior. Ele é o presidente do Scaf e vice-presidente do Sagasp, Sindicato do Comércio Atacadista Importador e Exportador de Frutas do Estado de São Paulo.

Dando prosseguimento a esta sessão solene, convidamos todos para a leitura do texto institucional que celebra o reconhecimento ao Sindicato dos Comerciários de São Paulo, laureado com o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

O Colar de Honra ao Mérito Legislativo é a mais alta honraria conferida pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Foi criado em 2015 e é concedido a pessoas naturais ou jurídicas, brasileiras ou estrangeiras, civis ou militares, que tenham atuado de maneira a contribuir para o desenvolvimento social, cultural e econômico de nosso estado.

Como forma de lhes prestar, pública e solenemente, uma justa homenagem, esta sessão solene homenageia com a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo o Sindicato dos Comerciários de São Paulo, sendo representado pelo Sr. Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores. (Palmas.)

O Sindicato dos Comerciários de São Paulo foi fundado em 1936, por 78 trabalhadores que buscavam melhores condições de trabalho. Em 1937 recebeu o reconhecimento oficial do Ministério do Trabalho e, em 1940, tornou-se Sindicato dos Comerciários no Comércio de São Paulo, SESC-SP.

Cresceu e se firmou como uma das maiores entidades sindicais do nosso País. Destacou-se na defesa dos direitos de trabalhadores de empresas falidas, como Mappin e Mesbla, garantindo o pagamento das verbas decisórias.

Em 2004, firmou o primeiro acordo coletivo de cotas raciais do Brasil, assegurando 20% das vagas para as pessoas negras, um marco na luta pela igualdade. (Palmas.)

Além disso, atua pela inclusão social, igualdade de gênero, direitos LGBTQIA+ e mantém o projeto “Ponte Brasil Itália”, que beneficia 180 crianças na Vila Dalva. Hoje representa mais de 500 mil trabalhadores do comércio, segue firme na defesa da dignidade e dos direitos da categoria. Podem bater palmas. (Palmas.)

Antes da solenidade de entrega do colar, temos a honra de convidar o deputado Donato para fazer uso da palavra.

 

O SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Boa noite.

 

TODOS - Boa noite.

 

O SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Prazer enorme estar aqui, cumprimentar o Gonzaga e o Dieese, essa entidade tão importante para os trabalhadores, para dar o subsídio em todas as negociações, fazer os estudos das perdas salariais e armar os sindicatos para a luta.

Cumprimentar a Kátia, nossa subprefeita da Penha, e especialmente o Ricardo Patah, esse grande sindicalista que é um exemplo e um farol não só para a categoria dos comerciários, mas é um exemplo de sindicalista respeitado no Brasil inteiro. É uma referência de sindicalismo combativo, responsável, capaz de mobilizar, de negociar, mas sempre no sentido de avançar a luta dos trabalhadores.

Queria cumprimentar também especialmente a querida Isabel, que eu conheço já há bastante tempo e sempre foi minha porta de entrada no sindicato. Nossa relação sempre passou pela Isabel. Agradecer muito a presença.

Eu sei do empenho dela na organização desta cerimônia, junto com a Cida, minha chefe de gabinete, as duas foram quem proporcionaram esse espaço enorme, junto com outros companheiros e companheiras, não quero ser injusto, mas fazer referência às duas. (Palmas.)

Essa comenda, esse Colar de Mérito Legislativo é concedido, muitas vezes, neste auditório aqui para muita gente, para empresários, para acadêmicos, enfim, eventualmente para esportistas, para artistas, mas a gente fica muito feliz especialmente quando ele é entregue para uma representação de trabalhadores e trabalhadoras.

Eu acho que esse é o papel, um pouco, do nosso mandato, de quem pensa como nós, de jogar luz sobre quem luta, sobre quem organiza o povo, quem organiza os trabalhadores e as trabalhadoras, sobre quem reconhece os que vieram antes.

A gente fica aqui vendo as homenagens aos sócios mais antigos do sindicato, e vem a memória, Patah... Bom, quem não lembra do Mappin? Para quem é da nossa idade. Quem não lembra do Mappin, da Mesbla, das Lojas Pirani, enfim? E a gente vê aqui trabalhadores que construíram essas lojas, essas referências que eram do comércio de décadas atrás, mas que, enfim, construíram nossa cidade também.

A categoria dos comerciários e das comerciárias é uma categoria enorme. Só na cidade de São Paulo são mais de 500 mil. E é majoritariamente feminina, de mulheres. Foi importante começar as homenagens pelas mulheres, pelas diretoras do sindicato, para marcar isso. É uma categoria majoritariamente de mulheres e que, enfim, tem tantas demandas, tantas lutas.

Aqui muito se falou da escala 6x1, e é evidente que tem que se falar. Eu queria ler aqui, rapidamente, um e-mail que eu recebi, fiz até um vídeo, mas quando a gente pensou neste ato eu já pensei nesse e-mail. Permitam-me rapidamente. “Eu me chamo Daniela, mãe solo e trabalhadora do varejo.

Escrevo para pedir que meu caso seja usado como exemplo real na defesa da PEC contra a jornada 6x1. Em 2022, perdi a guarda do meu filho porque a Justiça entendeu que minha carga horária no comércio impedia que eu cuidasse dele. O pai, bancário concursado, entrou na Justiça e conseguiu a guarda, alegando que poderia oferecer uma rotina melhor.

A decisão se baseou unicamente na minha jornada de trabalho, e não por maus- tratos, ausência ou falta de vínculo. Apenas porque trabalho demais. Infelizmente, o varejo é a única forma que eu encontrei de dar uma qualidade de vida para mim e para o meu filho. Até hoje eu vivo com essa dor, entrei em depressão.” E aí ela segue.

Então, quando a gente fala dessa luta, não é uma luta abstrata, não é uma luta racional, não é algo contábil. É algo que mexe com a vida de cada pessoa. Você ter oportunidade de poder ter mais de um dia de descanso.

E, no comércio, muitas vezes, a folga é durante a semana. Então a possibilidade de estar com a família praticamente não existe, porque o filho está estudando, o trabalhador está trabalhando, e você não tem o convívio com a família. Então eu acho que essa é uma luta fundamental.

A luta pela redução da jornada de trabalho é uma luta histórica dos trabalhadores desde o século XIX. No Brasil, a primeira greve geral, que foi muito importante em São Paulo, em 1917, era pela jornada de trabalho de oito horas, porque se trabalhava 14 horas por dia e se punham os filhos embaixo da máquina têxtil, que eram as grandes tecelagens das indústrias Matarazzo, indústrias Crespi, Mooca, Brás, Ipiranga.

E aquela greve foi tão impactante que depois de algum tempo se conquistou a redução da jornada de trabalho. E isso sempre foi uma perspectiva: na Constituinte, nós tivemos o último avanço, na Constituinte de 88, diminuindo de 48 para 44 horas, com a grande campanha dos sindicatos, que era pelas 40 horas semanais.

Mas, enfim, essa luta agora aparece na forma da luta contra a escala 6x1. Então tenho certeza de que o sindicato está à frente dessa luta, até porque essa categoria é uma das que mais sofrem com essa situação.

E por último queria aqui registrar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo, que tem que ser dado a uma pessoa física. Em nome do sindicato, quem vai recebê-lo é o Ricardo Patah, que representa toda a categoria como presidente há tanto tempo e com tantas conquistas e fazendo um sindicato tão forte, tão representativo na cidade de São Paulo. (Palmas.)

Então viva o Dia dos Comerciários, parabéns ao sindicato, parabéns, Ricardo Patah. (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Obrigado pelas palavras, deputado. Convidamos para virem à frente os membros da Mesa Diretora, juntamente com o homenageado, para a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

 

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- É feita a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

 

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O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Mais palmas. (Palmas.) Viva os comerciários! Viva os comerciários! Viva os comerciários!

 

TODOS - Viva!

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Parabéns, Patah. Passo a palavra então, agora, ao homenageado da noite, Ricardo Patah. (Palmas.)

 

O SR. RICARDO PATAH - Boa noite, meus companheiros e companheiras, amigos e amigas, comerciários do Brasil! (Palmas.) Eu quero aqui iniciar, primeiro agradecer muito a participação de vários funcionários do sindicato, uma salva de palmas para os funcionários do sindicato, para todos os diretores e diretoras que aqui estão abrilhantando. (Palmas.) 

Este Colar é do Sindicato dos Comerciários de São Paulo. (Palmas.) Das personalidades já nominadas, eu não sei se falaram duas pessoas; uma é o Paulão, acho que não foi dito, que é o presidente da Federação da Alimentação. Obrigado por ter vindo. (Palmas.) E a outra é uma pessoa que eu admiro profundamente, que é o nosso companheiro Alemão. (Palmas.) Grande Alemão, dirigente importante do nosso País.

Mas, meus amigos e minhas amigas... Ah, dos taxistas, está aí a nossa amiga presidente do Sindicato dos Taxistas, que está vindo para a UGT. Olha lá. (Palmas.) Muito obrigado. O meu amigo Rafael, do (Inaudível), enfim, todos os amigos e amigas que aqui estão.

Eu queria, na fala, fazer alguns comentários que eu acho relevantes. Uma que é a nossa querida Benazira que entrou com as pessoas... Algumas refugiadas, não é isso, Benazira? Então uma salva de palma a essas pessoas. (Palmas.) Porque muitas vezes nós ficamos incomodados com os brasileiros que estão em outros países e são, muitas vezes, expulsos daqueles países por vários motivos, e às vezes aqui nós fazemos a mesma coisa.

Nós tínhamos até pouco tempo atrás lá na Rua Oscar Freire, naquelas lojas de grife, nos porões delas trabalhavam na escravidão paraguaios e bolivianos. Então é uma das tarefas mais importantes que o movimento sindical deve desenvolver, que é a inclusão e a valorização do ser humano. Então sejam muito bem-vindos aqueles que são de outros países e estão aqui para comemorar o Dia do Comerciário. (Palmas.)

Foram ditas algumas questões feitas pelo sindicato, não é? E algumas delas são muito caras para todos nós, uma delas é da inclusão do negro, porque o Brasil ainda é um país racista.

Nós fomos o primeiro sindicato do Brasil a colocar cotas, principalmente na área de supermercados, para que essas pessoas tivessem a possibilidade de ter a inclusão e ter uma oportunidade. São Paulo tem 35% de afrodescendentes, e muitas vezes vocês vão a um shopping center e não encontram nem 1% dessas pessoas trabalhando, por causa da discriminação.

Então esse é um papel que o Sindicato dos Comerciários de São Paulo tem desenvolvido desde 2004, sendo um modelo para o nosso País, principalmente frente às políticas que estão sendo postas pelo Governo Lula. O Governo Lula é um bom governo, pessoal? (Manifestação das galerias.)

Grande Governo Lula que fez a política do salário mínimo, a política do salário da mulher igual ao do homem, a isenção do imposto de renda até cinco mil reais. Tem alguém aqui que ganha cinco mil reais? Está isento. Você ganha? Já está isento.   

Essas políticas só se tornam realidade na medida em que o movimento sindical tem a sua capacidade de pressionar o Parlamento, o Executivo e o Judiciário, e é o que nós fizemos, isso não caiu do céu. Todas essas conquistas foram desenvolvidas pelo movimento sindical.

O Dia do Comerciário, que foi ontem, é um dia fundamental para a sociedade. Por que existe esse dia? Porque em 1932, no dia 12 de outubro, que é um dia bonito... Foi dia 12 de outubro. Foi, porque é meu aniversário, pessoal. Mas o dia é dia 30, não é?

Mas nesse dia teve uma carreata de cinco mil pessoas no Rio de Janeiro, que a capital era lá, porque lá as pessoas - lá e no Brasil - trabalhavam 12 horas por dia. Foi lá a grande conquista que ocorreu para diminuir essa jornada absurda que tinha naquela época, no passado, graças aos comerciários do nosso País.

É muito importante, meus amigos e minhas amigas, neste momento que estamos vivenciando tantas questões, a tecnologia, mudanças no mundo, o tarifaço, tantas coisas ocorrendo, que nós tenhamos, na realidade, uma das palavras que ao meu ver é o mais fundamental, é o diálogo, é a solidariedade entre todos nós.

E o comerciário sabe fazer muito bem isso, Donato, porque o comerciário não trabalha com máquina - nada contra quem trabalha com máquina, que fica lá virando a roldana... - nós trabalhamos com gente, Kátia, trabalhamos com pessoas. Nós, na realidade, fazemos terapia com o ser humano.

Muitas vezes no caixa do supermercado a gente percebe as pessoas que têm problema em casa, problema no trabalho, e a caixa do supermercado está lá, além de cobrar, para ouvir, dar a mão.

O comerciário é um guerreiro, o comerciário é um servidor público sem ter estabilidade no emprego e aposentadoria integral, mas sempre a serviço da sociedade. É impressionante a extraordinária função que nós temos. Comerciários, nós temos que nos orgulhar de sermos comerciários. (Palmas.)

Agora nós temos pautas importantes, e aqui tem alguns empresários que nós não vamos constranger, porque nós estamos fazendo acordo, não é, Gonzaga? Já está quase...

Então não vamos brigar com eles, não. Mas, olhe, nós temos muito ainda a construir e vamos fazer isso, com certeza, porque, como disse, o diálogo é o instrumento mais poderoso para que a gente possa ter um País cidadão, de inclusão e que possa possibilitar as pessoas serem gente, serem pessoas.

A pauta mais importante que nós estamos vivendo, o Sindicato dos Comerciários de São Paulo assumiu essa pauta já há muito tempo, é o fim da jornada 6x1 já. Temos que acabar já. (Palmas.)

É impressionante a situação adversa, principalmente para as mulheres. Tem muita mulher no comércio e tem muitas mulheres aqui, eu rendo às mulheres, verdadeiras guerreiras, nos deram a vida e muitas vezes são assediadas, violentadas e discriminadas. Viva as mulheres de novo, pessoal. (Palmas.)

Agora, pessoal, dou um exemplo, essa colocação que o Donato fez, da carta, é uma questão que realmente nós temos que usar também como argumento para acabar com esse 6x1.

Como pode uma mulher, que dá a vida para a pessoa, perder a guarda porque está trabalhando para sustentar o filho? Não é possível acontecer isso. E é uma realidade. A mulher em São Paulo, em especial, que demora uma hora e meia para ir para casa, demora uma hora e meia para voltar para o trabalho, vice-versa, trabalha muito, chega em casa, e o que a mulher vai fazer?

 

TODOS - Trabalhar.

 

O SR. RICARDO PATAH - Trabalhar. Tem um dia por semana, e o que a mulher vai fazer?

 

TODOS - Trabalhar.

 

O SR. RICARDO PATAH - Não é essa a sociedade que queremos, esse é um debate com a sociedade, não é um debate com empresários, é a sociedade que tem que decidir se temos que mudar esse formato e permitir que todos sejam considerados seres humanos.

Nós não temos nada contra juiz, Ministério Público, eles têm 60 dias de férias mais 30 dias de recesso. Quero saber se alguém aqui usa mais de 20 dias de férias no ano? Não usa. Então, pessoal, essa luta é de todos nós.

Mas hoje é dia de comemoração, é o nosso dia e esse dia só acontece por conta das lutas e por conta da nossa capacidade de mobilização. Fizemos grandes atos importantes e temos, como foi apresentado aí, uma das atividades mais importantes de qualificação e capacitação, que é o Mutirão do Emprego, que no nosso sindicato a nossa diretora Cléo, que merece uma salva de palmas, tem essa responsabilidade. (Palmas.)

Agora, pessoal, é muito (Inaudível.), nós temos aqui vários diretores e diretoras, cada um tem um pensamento, cada um percebe as coisas de uma forma, mas todos, todos e todas, querem uma coisa só, um sindicato forte, representativo, que dê um olhar para aquele que nós representamos, que muitas vezes ou estão na informalidade, ou têm a função deslocada, ou são discriminados.

Todos os diretores e diretoras unidos dão essa dimensão para o sindicato, considerado o maior sindicato do nosso País. Isso nos orgulha profundamente, porque nós sabemos que o ser humano precisa da mão, da atenção, da solidariedade. E é isso o que nós mais fazemos: falamos, ouvimos e damos atenção àquelas pessoas que estão à margem, muitas vezes, da cidadania.

Meus companheiros e minhas companheiras, eu agradeço muito a esta Assembleia, que é a Casa das Leis do estado de São Paulo, ao deputado Donato, sempre sensível às causas sociais, sempre voltando e focando a sua ação nessas atividades. E não poderia ser diferente, tê-lo como nosso anfitrião e aquele que traz a oportunidade da valorização de uma categoria que até pouco tempo atrás era invisível.

Quem nos deu, na realidade, a regulamentação, foi a presidente Dilma Rousseff. Ela quem transformou os comerciários em uma categoria reconhecida. (Palmas.) Uma categoria milenar e que, até aquela época, não era reconhecida, o que é um absurdo. São milhões de trabalhadores, como foi dito pelo Gonzaga, no nosso País, a serviço deste continente, que é o nosso querido Brasil.

Mas, amigos e amigas, eu... Há pouco, nós estávamos até lá fora e vimos o pessoal dançando e cantando. Quem estava dançando e cantando lá? Olha lá. Estava uma maravilha, porque hoje é dia de comemoração. (Palmas.) E é para dançar. É para cantar.

É para viver. Nós só temos que ter um valor, que muitas vezes a gente esquece e ficamos com algumas mesquinharias: a vida é curta, é muito curta. Eu perdi a minha mãe este ano, com 96 anos de idade. Passou rápido. Mas eu sempre coloco a minha mãe como exemplo, porque ela fundamentalmente tinha nos filhos a vida dela. Ela tinha, como todas as mães têm, da mesma forma.

Por isso eu quero fazer uma homenagem às mães e às mulheres, porque são elas que, além de trazer à vida, são pessoas que têm um amor incondicional. Sempre, por mais erro que a gente possa cometer, elas sempre nos veem de uma forma positiva. E essa é a mensagem que eu queria deixar passar para todos. Problemas, todo mundo tem. Situações adversas, todos nós vivemos. Mas vamos olhar com uma outra percepção, uma outra visão.

Aquele vídeo que nós passamos foi da fundação da UGT, e eu fiz questão de trazer aqui porque acho que ele tem uma mensagem importante. Vamos sonhar. Vamos voar. Nós não estamos sozinhos. Nós temos solidariedade e coleguismo. Nós somos comerciários.

Nós somos brasileiros.

Viva os comerciários do Brasil! (Palmas.)

 

O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Passamos a palavra ao deputado Donato, para que proceda ao encerramento desta sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - DONATO - PT - Quero agradecer a todos os que tornaram possível este momento, todos que trabalham no meu gabinete, liderados pela Cida Perez, a todos do sindicato que se envolveram na preparação desta solenidade, aos funcionários da Casa, à assessoria militar, aos funcionários e às funcionárias do Cerimonial, do som e da imagem, da TV Alesp. Agradecer a cada autoridade presente e, sobretudo, a cada cidadão que prestigiou este momento.

Declaro encerrada esta solenidade. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 20 horas e 02 minutos.

 

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