20 DE MARÇO DE 2025
30ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: CARLOS GIANNAZI e REIS
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h03min.
2 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE CARLOS GIANNAZI
Endossa o pronunciamento do deputado Reis.
4 - REIS
Assume a Presidência.
5 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
10 - PRESIDENTE REIS
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 21/03, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 14h40min.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr.
Carlos Giannazi.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de
Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos nossos
trabalhos. Esta Presidência dispensa leitura da Ata da sessão anterior e recebe
o expediente.
Dando início à lista de oradores
inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Com a palavra
deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra deputado Rafael Saraiva.
(Pausa.) Com a palavra deputado Ricardo Madalena. (Pausa.) Com a palavra
deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Com a palavra deputada Thainara Faria.
(Pausa.)
Com a palavra o deputado Reis, que fará
uso regimental da tribuna.
O
SR. REIS - PT -
Cumprimentar o presidente, deputado Carlos Giannazi, cumprimentar o público
presente, os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Civil, da
Polícia Penal, da Polícia Militar, da Polícia Técnico-Científica, cumprimentar
todos os professores, diretores de escolas, todos os funcionários públicos e
também, Sr. Presidente, cumprimentar todos aqueles e aquelas que estão em suas
casas, em seus deslocamentos, nos acompanhando pela Rede Alesp.
Presidente Carlos Giannazi, eu quero fazer um convite
para V. Exa. para no dia primeiro, aqui no Franco Montoro, participar, às 17
horas, de uma audiência pública, que eu estou chamando junto com o deputado
Vitão do Cachorrão, para discutir e debater essa grande quantidade de praças de
pedágio que o Sr. Governador “Tarciságio”, que já ganhou esse nome de
“Tarciságio, o privatizador”, está espalhando pelo estado de São Paulo e está
provocando pânico naquelas pessoas que moram em cidades do interior, pessoas
que trabalham em uma cidade, moram em outra, residem em outra e vão ter que
fazer o seu deslocamento, e esse deslocamento será cobrado.
Eu gostaria que
o Machado pudesse colocar um vídeo do prefeito de Amparo, da cidade de Amparo,
a qual eu já deixo aqui registrado o convite ao prefeito para participar desta
audiência no dia primeiro.
*
* *
- É exibido o
vídeo.
*
* *
Então,
é o que o prefeito falou. Eu quero fazer coro com o prefeito de Amparo, porque
é um verdadeiro absurdo, o que o “Tarciságio” está promovendo no nosso estado
de São Paulo. Ele veio aqui com essa linha de negócios... Governar muito menos,
o negócio dele é fazer negócios, vender, vender e vender.
Esse processo
de vendas dele está atrapalhando muita gente, e vai atrapalhar bastante essas
pessoas que moram nessas regiões, nessas cidades. Quem mora em uma cidade e
estuda na outra vai ter que pagar o pedágio, quem mora em uma cidade e trabalha
na outra...
Então,
presidente deputado Carlos Giannazi, eu gostaria que V. Exa. pudesse somar
nessa luta, junto com esses prefeitos do interior, com os vereadores, com a
população do interior, para ver se a
gente combate essa sana que tem o governador, essa lógica de querer vender
tudo, de querer privatizar tudo, inclusive prejudicando essas pessoas que
moram, conforme aqui disse o prefeito, e isso é um absurdo.
Eu convido a
todos para essa audiência no dia primeiro, às dezessete horas, aqui no Franco
Montoro. Vamos convidar os prefeitos, convidar a sociedade civil, convidar a
Artesp para a gente fazer esse debate. Inclusive, deputado Carlos Giannazi, a
gente está propondo um PDL também para sustar esse edital do Sr. Governador
Tarcísio, mais conhecido como “Tarciságio de Freitas”.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Obrigado,
deputado Reis. Olha, nós estamos nessa luta já há muitos anos aqui na Assembleia
Legislativa. A luta contra a farra dos pedágios, que sempre foi uma marca dos
governos tucanos, mas agora está sendo intensificada pelo governo
“bolsotucano”. Mais de mil quilômetros de estradas serão pedagiadas. Isso é um
crime contra a população do estado de São Paulo.
Isso vai encarecer ainda mais o custo
de vida não só de quem paga o pedágio, mas de toda a população, porque todas as
mercadorias, praticamente, passam pelas estradas paulistas.
Então o povo de São Paulo será
impactado, os 42 milhões de habitantes. Estamos juntos nessa luta, vamos aqui
fazer um verdadeiro movimento para impedir que esses 37 pedágios sejam
instalados nesses mil quilômetros de estradas do estado de São Paulo.
Passo a Presidência a Vossa Excelência.
* * *
-
Assume a Presidência o Sr. Reis.
* * *
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Assumindo a
Presidência, chamo para fazer uso da palavra o deputado Simão Pedro. (Pausa.)
Deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Deputado
Barros Munhoz. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi, tem V. Exa. o
tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Reis, público aqui presente,
Srs. Deputados e Deputadas, telespectador da TV Assembleia, Sr. Presidente, eu
quero passar uma informação importante aqui para a Assembleia Legislativa de
que nós, do Coletivo Educação em Primeiro Lugar - que é composto pelo mandato
da deputada federal Luciene Cavalcante, professora, supervisora de ensino; pelo
mandato do vereador Celso Giannazi, que é da Comissão de Educação da Câmara
Municipal; e do meu mandato aqui na Assembleia Legislativa -, entramos com uma
ação popular no Tribunal de Justiça na data de ontem, para revogar, para anular
essa famigerada Resolução 115, de 2024, que foi publicada no final do ano
passado e estabelece critérios abusivos, Sr. Presidente, e rigorosos demais,
que na prática vão impedir que os professores aprovados no último concurso da
rede estadual sejam efetivados, que eles passem pelo famoso estágio probatório.
O estágio
probatório é uma exigência da Constituição Federal. O professor, ou qualquer
servidor público efetivo concursado, só consegue a estabilidade após o período
de três anos e após a avaliação de desempenho. Então isso é regrado já pela
Constituição Federal.
No entanto, o
governador Tarcísio de Freitas, através da sua Secretaria da Educação, editou,
publicou uma resolução que extrapola a Constituição Federal, afronta a
Constituição Federal, os princípios básicos da Carta Magna e também da
legislação pertinente a esse tema, a própria legislação estadual.
Porque esta
resolução, Sr. Presidente, ela, por exemplo, estabelece critérios como vincular
a efetivação desse professor, a aprovação do professor no estágio probatório,
por exemplo, à avaliação dos alunos nas provas institucionais, como o
Saresp.
Ou seja, então,
se o aluno for mal na avaliação do Saresp, que é uma avaliação externa, uma
avaliação institucional, o professor não será efetivado, não será aprovado
nessa suposta avaliação de desempenho.
Isso é
inconstitucional, porque a aprendizagem do aluno não depende só do desempenho
do professor, depende de várias outras condições. E condições muitas vezes
externas à própria escola, questões sociais, econômicas, culturais, influenciam
familiares, influenciam na aprendizagem ou não dos nossos alunos.
A escola tem a
responsabilidade pedagógica, mas não depende só dela, nós sabemos muito disso,
que outras questões interferem na aprendizagem do aluno e a própria situação da
escola.
Escolas de
lata, escolas superlotadas, escolas com violência, escola com falta de
funcionários, porque o estado não contrata. Existem vários fatores que levam a
não aprendizagem do aluno, e o professor não pode ser punido por isso, no seu
processo de efetivação, que é o caso aqui estabelecido.
Então, tem
vários critérios abusivos que afrontam a dignidade humana dos professores que
foram aprovados nesse último concurso da rede estadual. Então, a nossa ação
popular pede, imediatamente, através de uma liminar, Sr. Presidente, a
revogação, a anulação desta nefasta e perversa Resolução nº 115/2024.
Antes disso,
logo que ela tinha sido publicada, no ano passado, eu já tinha apresentado aqui
um PDL, um projeto de decreto legislativo, para revogar essa resolução. O nosso
PDL está tramitando também, aqui na Assembleia Legislativa.
Já fizemos
várias denúncias em relação a essa resolução, que tem que ser imediatamente
revogada, porque, como eu disse, ela vai na linha de tentar impedir que os
professores da rede estadual possam ter estabilidade, porque o governo está com
essa lógica, Sr. Presidente, de não efetivar mais ninguém.
Ele só chamou
15 mil professores aprovados, quando nós temos mais de 100 mil vagas para serem
preenchidas no cargo de professor. Nós temos quase 100 mil professores
categoria O, hoje, na rede estadual, que são os professores contratados pela
Lei nº 1093. E o estado só chamou até agora 15 mil, e só assumiram, no máximo,
12 mil professores, porque o governo tem dificultado, inclusive, que esses
professores possam assumir.
E uma das dificuldades
é essa, é a Resolução nº 115. E a outra foram os exames médicos, as exigências
feitas e a sabotagem que foi feita, que eu denunciei exaustivamente desde o
início das perícias médicas, sobretudo no Departamento de Perícias Médicas, que
sabotou, que impediu que muitos professores aprovados pudessem assumir os seus
cargos. Então, o governo trabalha na
linha de não efetivar. Então, ele tudo faz, todas as ações do governo caminham
nessa direção, Sr. Presidente.
Mas está aqui a
nossa ação popular, no Tribunal de Justiça. Foi protocolada na data de ontem.
Nós estamos esperando já uma decisão, que seja uma decisão liminar, que seja
suspendendo, já revogando essa, repito, famigerada e inconstitucional Resolução
nº 115, que tem critérios abusivos, nefastos e perversos, que vão impedir que
uma boa parte desses professores possam, de fato, se efetivar.
Já foram
aprovados no concurso, passaram na perícia médica, muita dificuldade, e agora
estão sendo, na verdade, se ela se manter essa resolução, muitos desses professores
não vão conseguir cumprir os critérios estabelecidos nessa resolução. Por isso,
agora, com a palavra o Tribunal de Justiça, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamo para fazer uso
da palavra o deputado Rafael Silva. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.)
Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Alex
Madureira. (Pausa.) Deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputada Carla
Morando. (Pausa.) Deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Deputado Rômulo Fernandes.
(Pausa.)
Deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.)
Deputada Andréa Werner. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.) Deputada Ediane
Maria. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Professora
Bebel. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Deputado Luiz Fernando Teixeira
Ferreira. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputado Ana Perugini.
(Pausa.)
Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado
Tomé Abduch. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Marcos
Damasio. (Pausa.) Deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Deputada Leci Brandão.
(Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Teonilio
Barba. (Pausa.) Deputado Rogério Santos. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi.
(Pausa.)
Entrando na Lista Suplementar, deputado
Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, de volta à tribuna no
dia de hoje, quero repercutir uma matéria publicada hoje na “Folha de S.Paulo”
que dá conta, na verdade, de denúncias que venho fazendo há muito tempo aqui na
Assembleia Legislativa, junto ao próprio Ministério Público, ao Tribunal de
Contas do Estado de São Paulo, enfim, em vários outros espaços.
Eu me refiro
aqui, inclusive, ao pronunciamento que fiz há pouco sobre a falta de
professores efetivos e concursados na rede estadual de ensino. Agora, o
Ministério Público Estadual, através do Geduc, entrou com duas ações civis
públicas no Tribunal de Justiça exigindo que o estado tome providências em
relação à efetivação dos professores aprovados no último concurso.
Está aqui a
matéria de hoje, vou colocar aqui no telão: “Promotoria entra com ação para que
Tarcísio recomponha quadro de professores e diretores em São Paulo. Ministério
Público afirma e diz que estado descumpre regra constitucional do concurso
público e tem déficit de mais de 42 mil profissionais”.
O que está
acontecendo no estado de São Paulo é sério. É o estado mais rico da federação,
que tem a maior rede de ensino e o maior número também de profissionais da
Educação na rede estadual, e está precarizando cada vez mais a rede.
Temos aqui
dados estatísticos dando conta de que hoje 60% do quadro do Magistério Estadual
é composto exatamente por professores admitidos pela Lei nº 1.093, de 2009, a lei da precarização, que é
o professor categoria “O”, que são os professores não efetivos, ou seja, na
prática, mais da metade da maior rede de ensino do Brasil, da América Latina,
tem professores precarizados, sem estabilidade, que perdem as aulas
constantemente, que ficam desempregados, que são obrigados a sair das escolas,
que não conseguem manter um vínculo com os alunos por muito tempo porque não há
estabilidade.
Esses
professores ficam desempregados a todo momento, são assediados, são ameaçados,
são impedidos de se organizar, sobretudo do ponto de vista sindical, do ponto
de vista da luta pela melhoria salarial, pela melhoria funcional, pela melhoria
das condições de trabalho.
São professores
que sofrem muita perseguição política e muito assédio, e isso interessa ao
governo, porque aí ele controla a rede estadual, sem contar a máfia das
plataformas digitais, essa máfia que está acabando com a autonomia pedagógica
dos professores.
Então, Sr.
Presidente, é uma decisão importante, essa da Promotoria; na verdade é do
Geduc, que é o grupo de atuação na Educação, o grupo que atua nessa área da
Educação dentro do Ministério Público, que atendeu às nossas denúncias, que nós
já fazíamos há muito tempo, essa precarização da contratação dos professores e
também não só de professores, mas também de diretores, de supervisores.
E mais ainda,
Sr. Presidente: não aparece aqui, mas eu já fiz a denúncia também sobre os
agentes de organização escolar, que o governo deixou de chamar vários aprovados
no último concurso, tanto de supervisor de ensino como também de agente de
organização escolar, deixando os concursos caducarem.
E eles não
foram chamados porque interessa também ao governo manter essa precarização do
ponto de vista da gestão escolar, nos cargos de direção, de supervisão e dos
agentes de organização escolar também.
O governo
utiliza a Lei 1.093, e é pior ainda, Sr. Presidente, desse ponto de vista dos
agentes de organização escolar, porque a contratação deles só dura um ano. O
agente de organização escolar é admitido por um ano e depois ele é obrigado a
ficar um ano fora da rede, ele não pode mais voltar durante um ano.
Quando ele
consegue entender o serviço, o trabalho, é demitido, porque ele não pode mais
ficar por conta da Lei 1.093. Ele fica impedido de voltar durante um ano. Isso
não tem cabimento nenhum, Sr. Presidente.
Por isso que
nós queremos a mudança dessa lei. Eu tenho um projeto de lei tramitando aqui,
que é o PLC 24, de 2015, que resolve essa questão dos admitidos pela Lei 1093.
O projeto já foi aprovado em todas as comissões, está inclusive em regime de
urgência. Então, essa é uma decisão importante, Sr. Presidente.
O Ministério
Público ingressou com uma ação civil pública para obrigar o Estado a contratar
no mínimo 42 mil professores aprovados no último concurso, e que também ele
tome providências para que haja efetivação de diretores, de supervisores de
ensino.
E eu acrescento
aqui também, Sr. Presidente - eu já tinha denunciado isso em relação aos
agentes de organização escolar -, que tem que ter concurso para agentes de
organização escolar, tem que melhorar o salário e a vida de todos os
servidores, sobretudo dos agentes de organização escolar.
Então, fica
aqui o nosso total apoio a essa decisão do Geduc. Espero que o Tribunal de
Justiça, a CAT dê sequência a essas duas ações do Ministério Público Estadual
que reflete, que acolhe as denúncias que nós estamos fazendo há anos aqui na
Assembleia Legislativa, e que providências sejam tomadas imediatamente, Sr.
Presidente. Nós queremos professores contratados de acordo com a Constituição
Federal, de acordo com a LDB, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
que diz claramente que o ingresso no Magistério Público tem que ser feito
através do concurso público de provas e títulos.
Está na lei, e
o governo estadual não respeita a legislação porque ele mantém mais da metade
da rede estadual contratada sem concurso público, uma rede precarizada. E os
nossos professores merecem dignidade. Tem mais de 100 mil vagas que podem ser
preenchidas com as pessoas aprovadas no último concurso, Sr. Presidente. Então,
a nossa luta é pela chamada imediata de todos os aprovados.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de
oradores inscritos, deputado Eduardo Suplicy.
O
SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM
REVISÃO DO ORADOR - Prezado presidente, deputado Reis, caro deputado Carlos
Giannazi, Sras. Deputadas, Srs. Deputados; eu aqui quero expressar a minha
total solidariedade à querida ministra Marina Silva, diante da declaração
dirigida a ela pelo senador Plínio Valério.
Eu acho que o
senador Plínio Valério, do PSDB do Amazonas, direcionou à ministra do Meio
Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, palavras que, infelizmente, não
indicam o respeito a uma pessoa com tantas qualidades e que já deu, mostrou
extraordinários serviços ao Brasil e ao povo brasileiro. Foi em uma reunião em
ambiente público, na Federação do Comércio do Amazonas, na última sexta-feira,
dia catorze.
As palavras do
senador, que incluem a expressão de querer enforcar a ministra Marina, pela sua
longa fala na comissão parlamentar de inquérito, na CPI das ONGs, não apenas
ultrapassa os limites do respeito e da civilidade, mas também configuram um
grave ato de violência de gênero.
Isso não pode
ser tolerado em nenhum espaço, por nenhuma pessoa. Muito menos por um
representante do povo, como o senador Plínio Valério. A formidável ministra
Marina Silva, além de ser uma querida amiga, fui colega dela, no Senado Federal
e a tenho como uma das pessoas de quem eu mais gosto e mais respeito.
E é
reconhecida, nacional e internacionalmente, por sua trajetória de luta em
defesa do meio ambiente, dos direitos sociais, da construção de um Brasil mais
justo, civilizado e fraterno. Ela merece todo o nosso respeito e admiração. Sua
atuação à frente do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima tem sido
pautada pelo compromisso com a sustentabilidade, com o futuro de nosso Planeta.
Atacá-la de
forma desrespeitosa e misógina é um atentado, não apenas à sua honra, mas a
todas as mulheres que lutam por espaço e reconhecimento em suas áreas de
atuação. Não podemos aceitar que declarações deste teor sejam feitas sem que
haja a devida apuração e punição para que esse tipo de discurso, que estimula a
violência de gênero, não se perpetue.
Deixo aqui meu
grande abraço, solidariedade e cumprimentos à querida ministra Marina Silva,
que também tem honrado o cargo que ocupa. E que certamente tem sido um dos
valores positivos principais do governo do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Próximo orador,
deputado Carlos Giannazi.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Reis, deputado Eduardo
Suplicy.
Quero
manifestar, aqui da tribuna da Assembleia Legislativa, o meu total apoio à luta
das professoras e dos professores do Município de Campos do Jordão. Eles estão
reivindicando o cumprimento da Lei nº 11.738, de 2008, que estabelece, que cria
o piso nacional do Magistério.
Foi uma lei
aprovada, no Congresso Nacional, em 2008, e sancionada pelo presidente da
República na época, o presidente Lula. E foi depois confirmada pelo Supremo
Tribunal Federal.
Então todos os
municípios do Brasil e todos os estados devem cumprir a lei, pagando esse piso
nacional do Magistério. Ele teve agora um pequeno reajuste, em janeiro. Outra
vez, uma portaria do MEC e do Ministério da Fazenda, acho que de 6,27 ou 6,28
por cento.
Então é o que
estabelece a Lei nº 11.738. Infelizmente, alguns municípios não pagam, alguns
estados não pagam, ou pagam, mas não pagam corretamente, porque têm que pagar
com repercussão em toda carreira. O governo estadual, por exemplo, paga, mas
através de uma forma ilegal, através de abono complementar. Isso é ilegal. Tem
que pagar através de reajuste real, com repercussão em toda a carreira.
Mas, voltando
ao caso de Campos de Jordão, as professoras exigem o cumprimento da lei. O que
diz a legislação? Caso o prefeito não tenha condições econômicas, financeiras,
de pagar, mesmo ele recebendo - porque ele recebe o dinheiro, todo prefeito,
toda prefeita recebe o dinheiro do Fundeb, então esse dinheiro é repassado,
justamente, uma boa parte, para o pagamento dos salários dos profissionais da
Educação, sem contar que a prefeitura tem que investir, no mínimo, segundo a
própria Constituição Federal, 25% do seu orçamento na área da Educação, ou o
que constar na sua Lei Orgânica Municipal, isso é o que estabelece a legislação
-, se mesmo assim a prefeitura não consegue pagar, a lei tem um dispositivo, eu
já falo aqui para o prefeito de Campos do Jordão, que é o Art. 4º, da Lei nº
11.738, de 2008, que diz que a prefeitura tem que solicitar uma complementação,
uma suplementação orçamentária para a União, para o governo federal, através do
MEC. É simples assim.
O MEC tem que
complementar o pagamento do salário do piso nacional, que foi estabelecido pela
própria lei. Eu não sei, Sr. Presidente, mas parece que os prefeitos têm medo
de pedir para o governo federal. Tem que fazer, oficializar, cobrar, porque está
na lei, e a lei tem que ser cumprida pelo município, pelo estado e também, em
alguns casos, pelo governo federal, que tem que fazer esse repasse, essa
suplementação.
Então é por
isso que nós apoiamos a luta. Nós temos aqui, no estado de São Paulo, o nosso
observatório de acompanhamento do pagamento do piso nacional do Magistério, que
é um observatório que foi criado por nós, aqui pelo nosso mandato, pela
deputada federal Luciene Cavalcante também, que é uma pessoa que atua nessa
área e que tem um projeto de lei, inclusive, tramitando na Câmara dos
Deputados, um projeto muito importante, que vai criminalizar, que vai punir os
gestores, os prefeitos e os governadores do Brasil inteiro que não cumprem a
Lei nº 11.738, porque, infelizmente, Sr. Presidente, embora, na nossa opinião,
os prefeitos e governadores já deveriam ser punidos, porque, ao não cumprir a
lei, eles estão cometendo improbidade administrativa, infelizmente os Tribunais
de Conta não estão tendo esse entendimento jurídico, essa visão.
Então a
deputada federal Luciene Cavalcante apresentou um projeto de lei que tramita na
Câmara dos Deputados, que, aí sim, vai punir, vai criminalizar esses prefeitos
que não estão cumprindo a Lei nº 11.738, Sr. Presidente. O piso é lei, tem que
ser pago por todos os municípios do Brasil.
Nós, aqui no
estado de São Paulo, estamos acompanhando os 645 municípios e também o próprio
Estado, exigindo que o governador Tarcísio de Freitas cumpra a lei, mas da
forma correta, da forma constitucional, de tal forma que esse reajuste, de tal
forma que o pagamento do piso tenha repercussão em toda a carreira.
O piso não pode
ser o teto, Sr. Presidente, ele tem que ser o piso, o nome já diz, ele tem que
repercutir em toda a carreira e beneficiar todos os professores e todas as
professoras, inclusive as professoras de educação infantil, inclusive aquelas
que estão em luta pelo enquadramento na carreira do Magistério.
Essa é a nossa
luta, Sr. Presidente, então volto aqui a manifestar o nosso total apoio à luta
das professoras e dos professores da rede municipal de Campos do Jordão e faço
um apelo ao prefeito para que ele atenda a essa reivindicação, que ele abra um
processo de negociação com o magistério municipal, que tem que ser valorizado,
porque todo mundo fala que valoriza a Educação, Sr. Presidente, mas na hora de
valorizar do ponto de vista salarial e funcional o Magistério, todo mundo cai
fora.
Então é um
discurso só de eleição, que os candidatos, todos, do Parlamento, do Executivo,
prometem defender a Educação, mas na hora mesmo, do orçamento, na hora de pagar
salários justos, salários dignos e de valorizar a carreira do Magistério, uma
boa parte cai fora.
Espero que
Campos do Jordão não faça isso, que o prefeito de Campos do Jordão atenda à
reivindicação do Magistério municipal, pagando corretamente o Piso Nacional do
Magistério, cumprindo a Lei nº 11.738. Então todo nosso apoio a vocês,
professoras e professores da rede municipal de Campos do Jordão.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Sr. Presidente,
havendo então acordo entre as lideranças, e não havendo mais nenhum orador inscrito,
eu solicito o levantamento desta sessão.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o pedido
de Vossa Excelência. Havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de
dar por levantados os trabalhos, convoca Vossas Excelências para a sessão
ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.
Está levantada a sessão.
Tenham todos uma excelente tarde.
* * *
- Levanta-se a sessão às 14 horas e 40
minutos.
* * *