11 DE SETEMBRO DE 2023

31ª SESSÃO SOLENE PARA ENTREGA DO COLAR DE HONRA AO MÉRITO AO EX-DEPUTADO JOSÉ ZICO PRADO

        

Presidência: PAULO FIORILO

        

RESUMO

        

1 - PAULO FIORILO

Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a composição da Mesa. Informa que a Presidência efetiva convocara a presente sessão solene para realizar a "Entrega do Colar de Honra ao Mérito ao ex-deputado José Zico Prado", por solicitação deste deputado, na direção dos trabalhos. Convida todos a ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro", executado pela Camerata da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Lê mensagens enviadas por autoridades. Anuncia a exibição de vídeo sobre o homenageado.   

        

2 - ITAMAR BORGES

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

3 - ALAIR MOLINA

Militante do PT, faz pronunciamento.

        

4 - CARLÃO MEDEIROS

Agricultor e militante com José Zico Prado durante o período da ditadura militar, faz pronunciamento.

        

5 - RAQUEL DREGUER

Ex-chefe do gabinete do deputado José Zico Prado, faz pronunciamento.

        

6 - RAIMUNDO CAETANO

Militante do Movimento de Saúde de São Mateus, onde José Zico Prado morou durante 50 anos, faz pronunciamento.

        

7 - PRESIDENTE PAULO FIORILO

Anuncia a exibição de vídeo com mensagem de Franco Torresi, ex-chefe de gabinete e amigo da vida toda de José Zico Prado.

        

8 - TIÃO BEZERRA

Advogado e membro da Executiva Estadual do PT, faz pronunciamento.

        

9 - MARCOS MARTINS

Ex-deputado estadual, faz pronunciamento.

        

10 - JOÃO PRADO

Sindicalista, funcionário aposentado da Sabesp e irmão do homenageado, faz pronunciamento.

        

11 - PAULO FIORILO

Anuncia a exibição de vídeos com mensagens de Vanderlei Siraque, ex-deputado; Guilherme Boulos, deputado federal; Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego do Governo Lula; e Alexandre Padilha, ministro de Relações Institucionais do Governo Lula.

        

12 - MANOEL DEL RIO

Vereador de São Paulo, faz pronunciamento.

        

13 - PRESIDENTE PAULO FIORILO

Faz leitura de texto sobre o colar de honra ao mérito. Agradece os presentes. Saúda a família do ex-deputado José Zico Prado. Discorre sobre quando conheceu o homenageado, por volta de 1980. Menciona a luta de José Zico Prado pelas cidades do interior. Afirma que continuou acompanhando estas cidades, após a saída de José Zico Prado desta Casa. Diz estar emocionado e feliz em prestar esta homenagem ao ex-deputado.

        

14 - JOSÉ SALLA

Ex-assessor de José Zico Prado, faz pronunciamento.

        

15 - PRESIDENTE PAULO FIORILO

Entrega o Colar de Honra ao Mérito ao ex-deputado José Zico Prado.

        

16 - JOSÉ ZICO PRADO

Ex-deputado estadual e homenageado, faz pronunciamento.

        

17 - PRESIDENTE PAULO FIORILO

Agradece a José Zico Prado. Afirma que manterá os compromissos assumidos com ele. Lembra a candidatura do homenageado a deputado federal, o que considera de grande importância. Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Paulo Fiorilo.

 

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O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Senhoras e senhores, boa noite. Sejam todos bem-vindos e bem-vindas à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao sempre deputado estadual José Zico Prado.

Comunicamos aos presentes que esta sessão solene está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal Alesp no YouTube. Convido, para compor a Mesa Diretora destes trabalhos, o homenageado da noite, o sempre deputado estadual José Zico Prado. (Palmas.)

Convido também para fazer parte da Mesa o vereador Manoel Del Rio. (Palmas.) Quero aproveitar para convidar a fazer parte da Mesa o sempre deputado Marcos Martins. (Palmas.)

Convido para fazer parte da Mesa o companheiro João Prado, sindicalista e funcionário aposentado da Sabesp. (Palmas.) Contra a privatização da Sabesp sempre. Quero convidar também para fazer parte da Mesa o advogado Tião Bezerra, membro da Executiva Estadual do Partido dos Trabalhadores. (Palmas.) Advogado, Tião.

Convido para fazer parte também o companheiro militante do Movimento de Saúde de São Mateus, bairro onde o Zico morou durante 50 anos, Raimundo Caetano. (Palmas.)

Também, para compor a Mesa, a ex-chefe de gabinete do deputado Zico Prado, atual chefe da Liderança da Bancada da Federação PT/PCdoB/PV, Raquel Dreguer, jornalista de profissão. (Palmas.)

Aproveito para convidar para fazer parte da nossa Mesa o agricultor que militou com o Zico durante o período da ditatura militar, Carlão Medeiros. (Palmas.) Também militante do Partido dos Trabalhadores da Penha, coordenou o primeiro mandato do Zico e o antigo Projeto Leste, o companheiro Alair Molina. (Palmas.) Depois nós vamos chamar os outros que estão chegando ou ainda não chegaram.

Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Nos termos regimentais, esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, minhas senhoras, meus senhores, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa de Leis, o deputado André do Prado, atendendo à minha solicitação, com a finalidade de outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo ao Sr. José Zico Prado.

Convido a todos e a todas que fazem parte desta atividade para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro, executado pela camerata da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do maestro PM 1° Sargento Ivan Berg, maestro da camerata do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

 

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- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Quero, mais uma vez, agradecer à camerata da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob a regência do maestro 1° Sargento Ivan Berg, e a todos que participaram. Parabéns pelo trabalho que vocês realizam e, também, pela execução do Hino Nacional.

Eu queria registrar algumas mensagens que nós recebemos. A primeira delas, do presidente da Constituinte do Estado de São Paulo, Tonico Ramos: “Parabéns ao deputado Paulo Fiorilo, proponente desta homenagem ao deputado José Zico Prado, com o Colar de Honra ao Mérito Legislativo, a esse que honrou e dignificou esta Casa Legislativa.” Recebemos aqui o deputado Itamar Borges. (Palmas.)

Recebemos também uma mensagem da deputada Márcia Lia: “Por meio deste ofício, desejo expressar as minhas mais profundas reverências ao nobre e ex-deputado, e destacar a figura do PT, o Sr. José Zico Prado.

A trajetória política do José Zico Prado teve início em 1968, quando fundou o Sindicato Rural de Santa Fé do Sul, no interior do País. Naquela época, a política era conduzida de forma clandestina, sujeita a prisões. Um contraste marcante com os tempos atuais, em que os cargos são atribuídos.

Ao logo da sua carreira, destacou-se por seus esforços em prol de melhores condições de trabalho e por sua participação em movimentos de resistência contra a ditadura militar.

Um exemplo notável foi a sua resistência ao lado dos trabalhadores arrendatários da Fazenda Reserva, em Santa Fé do Sul. Diante da necessidade de deixar as terras, mas sem condições de fazê-lo, eles permaneceram firmes, plantando e enfrentando, inclusive, a presença do exército.

José Zico Prado cumpriu sete mandatos na Assembleia Legislativa de São Paulo. Em 1968, fundou o Sindicato Rural de Santa Fé do Sul. Lutou contra a Lei da Anistia, que concedia absolvição a todos que cometeram crimes políticos no período de 1961 a 1979.

O ex-deputado se destacou ainda como autor de projetos relevantes, incluindo a proposição da meia-entrada para professores da rede pública estadual de ensino em estabelecimentos de lazer e entretenimento.

Sua preocupação com o transporte público também se fez presente por meio do Projeto de lei n° 1.049, de 1993, que tratava do bilhete único metropolitano regionalizado.

Embora não tenha sido aprovado na época, o conceito acabou sendo adotado na gestão Marta Suplicy, até então do PT, em 2004. Diante do exposto, reconhecemos o notável empenho e dedicação de V. Exa., não somente à sua trajetória política, mas também ao fortalecimento dos valores democráticos e ao serviço público.

Sua atuação como deputado e a sua contribuição ao PT foram marcados pela defesa incansável dos direitos sociais, justiça social e pela busca de uma sociedade mais equitativa.

O comprometimento demonstrado ao longo de sua carreira é um exemplo inspirador para todos que acreditam na transformação positiva por meio da política. Renovamos, assim, nossas mais sinceras reverências à V. Exa., reconhecendo a nobreza de sua trajetória e a grande influência que tem exercido na vida política e social do País.”

“Solicito que seja lido”, conforme pedido, já foi, da deputada Márcia Lia, do PT. Muito obrigado, deputada Márcia Lia. (Palmas.)

Nós vamos agora, neste momento, assistir a um vídeo sobre o nosso homenageado. Então eu queria pedir para o pessoal ali da técnica o vídeo principal.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

* * *

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Eu estava comentando com o Zico sobre como nós estamos juntos faz tempo. Queria registrar a presença da companheira, esposa do Zico, a Rosa Maria Moreno, que está aqui do meu lado esquerdo. (Palmas.)

Os filhos do Zico e da Rosa, Ana Carolina de Andrade e Gabriel de Andrade, bem-vindos. (Palmas.) Também queria saudar a presença do vereador de Ferraz de Vasconcelos, Cláudio Ramos. (Palmas.) Obrigado, Cláudio, pela presença.

Também vereador, só que em Aspásia, Vanderlei Conejo. (Palmas.) Wellington Diniz Monteiro, secretário de Movimentos Populares e Políticas Setorial do PT Estadual de São Paulo. Wellington, bem-vindo. (Palmas.)

Adilson Campos, presidente do Rotary Club - 22 de maio, representando a loja maçônica Benjamin Reis 41, ex-prefeito de Fernandópolis. Cadê o Adilson? (Palmas.) Adilson, bem-vindo. Adilson vem lá de Fernandópolis, metade do caminho do Itamar.

Antônio Araújo de Souza, presidente da União dos Aposentados de Guarulhos. Cadê o Antônio? (Palmas.) Está lá em cima. Bem-vindo, Antônio; Ângela Campos, presidente da Universidade Aberta à Terceira Idade, Unati. (Palmas.) Ângela, bem-vinda aqui. E o João está me falando aqui, ex-diretora do Sintaema.

Ivanete Fernandes dos Santos, vice-presidente da Associação Petrópolis de Tiradentes, conhecida como “Nete”. (Palmas.) Olha lá, Nete. Chicão Marçulo, presidente da Associação Padre Moreira. Cadê o Chicão? (Palmas.) Obrigado, Chicão.

Gilmar Antônio dos Santos, diretor da União dos Aposentados e Pensionistas de Guarulhos. Cadê o Gilmar? (Palmas.) Bem-vindo, Gilmar. Também aqui conosco o companheiro José Salla, coordenador do PT da macro noroeste.

Cadê o Salla? (Palmas.) Bem-vindo, José Salla. Também aqui conosco, Antônio Cabral, representando o cursinho pré-vestibular “Apoiar” da Capital. Cadê o Antônio? (Palmas.) Antônio, bem-vindo.

Eu vou quebrar o protocolo, até porque o deputado Itamar viajou 600 quilômetros. Então, eu vou convidar o deputado Itamar, que foi deputado junto com o Zico, para fazer uso da palavra para a sua saudação.

O Itamar deve ter muitas histórias com o Zico, poderia nos contar uma só, Itamar.

 

O SR. ITAMAR BORGES - MDB - A do bigode. Muito boa noite, presidente Paulo Fiorilo. Que bela iniciativa, deputado, reconhecer a história, o valor, a trajetória do deputado, amigo e líder, Zé Zico Prado. Realmente, foi um brilhantismo de iniciativa da sua parte. Quero cumprimentar o sempre colega Marcos Martins; a família, a Rosa Maria Moreno e os filhos; o Adilson, prefeito de Fernandópolis, sempre prefeito; Salla e vereadores.

Ver aqui, Zico, líderes que te acompanharam e ajudaram a construir a sua história, líderes e dirigentes partidários, líderes de bairros da zona leste de São Mateus e da Capital, líderes religiosos.

Líderes que te acompanharam e viram você enfrentar a ditadura, que assistiram aos seus primeiros passos. Em qual ano você fundou o sindicato, Zico? Mil novecentos e sessenta e sete, eu estava para nascer. O Zico fundou e eu o encontrei no meio do caminho, já professor, exemplo de parlamentar, de guerreiro e, ao mesmo tempo, de equilíbrio e bom senso.

O Zico e eu temos uma convivência na região, ele sempre brincava comigo. Rubinéia, Esmeralda, Nova Canaã, a região do Salla, Aspásia, você vai subindo, Guarani, Ouroeste.

O Zico sempre teve uma presença muito forte em todo o “fundão”, assim nós chamamos o estado de São Paulo, e muito respeito, Zico. Lá encontro os seus familiares. Seu irmão mora onde?

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - (Inaudível.)

 

O SR. ITAMAR BORGES - MDB - Tem um que mora em Ouroeste. Encontrei-o num outro dia, na avenida. Passando por lá, ele me parou e eu falei assim: “Caramba, como vocês se parecem”. E ele me falou: “Não pareço, eu sou”. Então, é um pouco disso tudo, Zico.

Eu diria que eu aprendi muito com a sua pessoa. Quando eu soube da sua homenagem, vim do interior. Participei da inauguração de uma Etec em Santa Fé, depois participei de uma visita ao Frei Francisco, no lar São Francisco de Assis, em Jaci, e peguei um voo, vim correndo e cheguei.

Vou fazer uma fala agora na Fiesp, você viveu muito isso, é a Abicab, ou Associação Brasileira das Indústrias de Chocolate, Amendoim e Balas. Você que é da roça, caipira como eu, sabe desse valor. Mas ver aqui tantos líderes e amigos que vieram te prestigiar.

Fiorilo, você sabe o quanto eu respeito o seu trabalho, o seu mandato, a forma como você é convicto naquilo que se propõe, mas eu diria que a sua convicção em homenagear José Zico Prado superou todas.

O dia em que o Zico me falou que não seria mais candidato, eu, de verdade, falei: “Ah”. Porque faz falta nesta Casa. Zico, você não tem noção do quanto você faz falta nesta Casa. Você também, Marco Martins. O Fiorilo, com certeza, faz um belo trabalho, como tantos outros amigos, sejam do Partido dos Trabalhadores ou de outras agremiações partidárias.

Mas o meu respeito, meu carinho, o meu reconhecimento da sua pessoa, nossa relação tão próxima de origem que tivemos e temos até hoje. Eu moro em São José do Rio Preto, você veio para São Paulo, mas temos aquela base, aquela origem, juntos.

Eu fiz questão de passar por aqui para te dar esse abraço, para te parabenizar e dizer que esta Casa precisa sempre poder contar com você. As lideranças do Partido dos Trabalhadores precisam contar com você.

A sua história não sairá desta Casa nunca mais, ela não sairá dessa luta que você abraçou, jamais. Portanto, parabéns pelo que você foi, pelo que você é e pelo que sempre será para todos nós: um exemplo daquilo que você fez na sua vida pública, na sua vida familiar.

Eu sei que a Rosa teve um pouco de culpa em você interromper essa trajetória, porque ela chamou você para poder viver um pouco com a família, do lado da esposa e dos filhos. Essa é outra virtude sua. Soube escolher e soube eleger o momento em que você deveria fazer as coisas de forma conjunta e o momento em que você deveria se dedicar especialmente.

Amigo, obrigado por tanta coisa que eu aprendi com você. Parabéns pelo que você está recebendo hoje. Eu costumo dizer que há homenagens que se tornam muito pouco, pelo tamanho da pessoa, porém é a maior.

Esta que o Fiorilo está te dando e a Casa acompanha é a maior que esta Casa pode oferecer, a maior do Legislativo, mas ainda sempre será muito pouco por tantas homenagens e honrarias que você merece por tudo o que fez.

Parabéns, Deus abençoe. E parabéns a vocês, porque a presença de vocês aqui é o que valoriza esta homenagem e a alegria e o orgulho que ele tem.

Peço desculpas e permissão para me retirar, mas não poderia deixar de vir para cá e trazer esse sincero abraço e essas sinceras palavras ao Zico e a todos vocês. Pois não?

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - Eu só queria aproveitar a oportunidade para dizer que, quando você era prefeito de Santa Fé do Sul, nós implantamos tanques-rede por lá. A cidade se tornou uma grande produtora de filé de tilápia aqui no estado de São Paulo.

 

O SR. ITAMAR BORGES - MDB - É verdade.

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - Você era o prefeito e fui eu quem (Vozes sobrepostas.)

 

O SR. ITAMAR BORGES - MDB - E foi você quem levou. Aliás, Fiorilo, você me pediu para contar uma história. Essa é uma delas. Eu comecei a minha vida pública como vereador em Santa Fé em 1989, com 20 anos de idade. Depois fui prefeito logo na sequência, com 24 anos.

No meu segundo mandato, porque depois tive um terceiro mandato como prefeito - estou aqui no meu quarto mandato nesta Casa -, o Zico foi decisivo, para que, através do ministro Altemir Gregolin, pudéssemos levar para lá o primeiro consórcio de produtores para criar peixes em tanques-rede, de forma consorciada, em uma associação.

A partir daqueles pequenos produtores, nasceu o estímulo para grandes empresas, grandes investimentos. Hoje, Santa Fé é a região maior do País em criação de tilápia em tanques-rede, graças à sua iniciativa.

Hoje lá temos dois frigoríficos de peixe, fábricas de ração e as maiores empresas de criação de tilápia em tanques-rede do Brasil instaladas por lá, valorizando o pequeno produtor que você estimulou.

Na época, havia um pouco do tanque escavado e você levou para o tanque-rede. Hoje faz a diferença, gerando empregos, renda e faz a diferença para o desenvolvimento daquela região. É mais um legado que você leva para a sua vida. Boa noite.

Obrigado.

Parabéns. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Bom, vamos dar continuidade. Eu queria convidar para fazer uso da palavra o companheiro Alair Molina, militante do Partido dos Trabalhadores da região da Penha, que coordenou o Projeto Leste. Então, Alair Molina, para a sua fala, por favor.

 

O SR. ALAIR MOLINA - Só um minutinho. Eu saí de uma cirurgia, então estou com dificuldade para falar. Eu preparei um texto para que eu fosse mais objetivo. Deixem-me só localizá-lo. Acho que se perdeu a internet aqui. Como eu disse, eu preparei um texto para ser objetivo, porque pediram para eu ser objetivo.

A história da nossa relação é muito longa e antiga. Eu conheci o companheiro Zico na década de 1970, durante a luta do movimento contra a eucaristia, quando eu conheci o Zico no movimento para angariar assinaturas para o abaixo-assinado que seria levado para Brasília.

 Depois, nos movimentos de base da igreja católica, como ele disse, nas comunidades eclesiásticas de base. E as nossas referências na época, o Zico tinha o Franco como referência na São Mateus, e nós do fundão, da Penha e de São Miguel, tínhamos a referência do bispo Dom Angélico Sandro Bernardini, que iluminava os caminhos para a nossa luta junto com os movimentos de base.

Eu estive fora do processo de fundação do PT, mas participei da sua campanha, Zico, para deputado federal em 1982, porque eu identificava no Zico aqueles princípios que o PT defendia e que nós, do movimento popular, também encontrávamos com aquela firmeza que ele demonstrava nas atividades em que se envolvia. Então, o PT nascia como um espaço para dar voz e ampliar as frentes de luta dos trabalhadores, era o que o Zico nos espelhava.

Sempre estivemos no mesmo campo, sempre atuando nas mesmas lutas, tentando buscar a unidade dos petistas na região leste da Capital. Por vários momentos, nós nos reunimos e juntávamos as pessoas.

Das várias iniciativas, para ser breve, eu citaria o nosso esforço em tentar te dar uma candidatura priorizada para deputado estadual que representasse a zona leste da cidade. E, nesse processo, foi tirada a candidatura do Zico, que saiu como candidato a deputado estadual pela primeira vez.

E, nesse processo, como eu participei da coordenação da campanha junto com outros companheiros, tive a honra de ser indicado para coordenar o gabinete. Essas experiências todas, ao longo do tempo, só fizeram aumentar o meu respeito e a minha admiração pelo companheiro, amigo, político e cidadão, que fez dos seus mandatos exemplos de retidão, empenho e dedicação para construir o PT no estado. Ninguém viajou tanto quanto ele pelo estado de São Paulo.

O Paulo agora abraça a mesma filosofia e tem viajado muito pelo estado de São Paulo, fortalecendo não só a construção partidária, mas, principalmente, os movimentos sociais e as lutas dos trabalhadores.

Então, brevemente, a história é longa, tem muita coisa para contar, mas eu deixo para registrar essa nossa experiência de caminhada e da minha admiração e respeito pela figura do homem, do deputado, político e amigo.

Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Antes de chamar o próximo orador, gostaria de registrar a presença do companheiro Aloísio Pinheiro, presidente do PT de Osasco. Cadê o Aloísio? (Palmas.)

Chamo agora para fazer uso da palavra o companheiro Carlão Medeiros, agricultor, militou com o Zico durante o período da ditadura militar. No púlpito.

 

O SR. CARLÃO MEDEIROS - Grande Zico, nossa história começou em 1968, anos de chumbo, ditadura militar; eu com 22 anos, ele com 22 anos; ele agricultor em Santa Fé do Sul, eu estudante de agronomia - tinha acabado de trancar a matrícula para me dedicar mais à luta contra a ditadura.

Eu e o Zico nos encontramos lá em Santa Fé do Sul, nós militávamos na AP - Associação Popular Marxista e Leninista do Brasil -, que tinha como estratégia fortalecer as lutas em massa - intensificar, radicalizar -, visando derrubar a ditadura através da conscientização e do avanço das lutas em massa.

Nossa missão lá, em 1968, era nos juntarmos e fortalecermos a resistência dos arrendatários que estavam sendo expulsos das terras onde plantavam algodão, porque o fazendeiro queria plantar capim e não precisava mais de gente. Então, estava sendo organizado o segundo Arranca-Capim da região de Santa Fé do Sul. Foi lá onde eu conheci o Zico, fortalecendo essa luta.

    Depois tivemos muitas histórias. Eu encontrei o Zico já em São Paulo, líder operário, sindicalista e envolvido com as lutas de massa. O que nós aprendemos no início da nossa militância, o Zico levou para o resto da vida, é por isso que ele é um deputado de destaque, porque ele está onde tem luta, fortalecendo o pessoal que quer lutar.

Além das lutas operárias, houve as lutas nos bairros, por saúde, educação; enfim, onde há luta, estará o Zico. É isso que torna esse deputado tão querido. Pelo fato de ele também se dedicar muito às questões da agricultura, ele foi um deputado que teve votos em quase todos os municípios do estado de São Paulo.

Acho que ninguém ganha de você, Zico, pelo número de pessoas, no estado de São Paulo, de quem você conseguiu a simpatia e tal. É isso, Zico. Eu vim aqui hoje, não para falar, mas para te dar um abraço.

É isso aí. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Dando continuidade, agora nós vamos ouvir, então, a jornalista, ex-chefe de gabinete do deputado Zico Prado, atual chefe de gabinete da Liderança da Federação, Raquel Dreguer. (Palmas.)

 

A SRA. RAQUEL DREGUER - Boa noite a todos os companheiros e companheiras. Eu também escrevi a minha fala, para tentar ser breve, porque a nossa história também é longa. Zico, hoje eu falo aqui em nome das “Bias”, dos “Franciscos”, das “Marias”, “Márcias”, “Antônios”, “Zezés”, “Suzanas”, de tanta gente que teve a honra e a alegria de colaborar ou trabalhar contigo nesses sete mandatos como deputado estadual aqui nesta Casa.

Tanta história para contar, tanta gente que teve no seu mandato o apoio, o socorro, a demanda resolvida, ou apenas encontrou uma porta aberta e uma acolhida. Nosso mandato sempre foi assim, uma porta aberta, e é por isso que o povo se sentia em casa, apesar da frieza de mármore desta Assembleia Legislativa, tantas vezes imponente e distante da realidade das pessoas.

Sabe, Zico, eu lembro que, por muitos anos, me incomodou o fato de algumas pessoas se referirem ao nosso mandato como um mandato de “pequenas causas”. Parecia ser um termo que diminuía o nosso trabalho, porque você, realmente, nunca foi ambicioso. Não disputava cargos nem no Parlamento e nem no partido, e nem tinha a pretensão de se candidatar a algum outro cargo que não o de deputado estadual.

Isso me irritava e, às vezes, nós até brigávamos. Deve ser porque eu sou nada briguenta, não é? Hoje eu olho para trás e sorrio feliz pensando em tudo o que o nosso mandato de pequenas causas fez pela população das comunidades periféricas da zona sul, da zona leste, da zona norte, da grande São Paulo e do interior afora, naquelas pequenas cidades perto da barranca do rio, onde você pisava e conhecia todo mundo pelo nome, e se importava em ouvir os problemas e as demandas.

E viver a realidade do povo.

Esse povo que você não representou, porque você nunca precisou representá-lo, pois essa é a sua essência, algo que você nunca deixou de ser: um peão de fábrica, agricultor, que nunca gostou de ser chamado de “doutor” - ficava bravo - e que, com cada pequena causa resolvida, fez-se gigante.

Zico, é por tudo isso que temos muito orgulho dos nossos mandatos. Você fez história no Parlamento e fora dele, porque soube ouvir e unir a sua liderança com a simplicidade de aprender sempre.

Passados quase cinco anos que deixei de ser sua jornalista, chefe de gabinete e sua “grilinho falante”, ainda me dá um baita orgulho andar pelos corredores e ser reconhecida como a “Raquelzinha do Zico”.

Receba o abraço de todos os assessores e assessoras, colaboradores e colaboradoras, que tiveram a felicidade de trilhar contigo essa jornada.

Parabéns, velhinho. Você merece este colar e esta justa homenagem.

Obrigada. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Vamos dar continuidade, porque tem mais gente para falar da história com o Zico. Eu queria agora chamar o companheiro Raimundo Caetano, militante do Movimento de Saúde de São Mateus, bairro onde o Zico morou durante 50 anos.

Com a palavra, o sempre companheiro militante Raimundo Caetano. (Palmas.)

 

O SR. RAIMUNDO CAETANO - Fico honrado em ser convidado para falar neste momento para homenagear o deputado estadual José Zico, com o qual trabalhei por 17 anos, aqui na Assembleia Legislativa.

Antes, eu queria me apresentar. Moro lá no bairro, hoje continuo participando de alguns movimentos, como o Movimento Popular de Saúde, da zona leste; da União dos Movimentos Populares de Saúde, da cidade de São Paulo; da Central de Movimentos Populares, da cidade de São Paulo - faço parte da direção -, porque acho que a luta continua.

É claro que eu não tenho toda aquela força e energia que tinha na juventude, mas continuo ainda tendo um pouquinho de força e, enquanto tiver, estarei empregando-a na luta, também, para fazer modificações sociais.

Eu conheci o Zico, nós morávamos no mesmo bairro. Conheci ele, acho que uns três ou quatro anos, só por nome. Eu participava da igreja e fazia o curso “Teologia da Libertação”.

Nesse curso, tínhamos os nossos “Moisés”, os “Abraães”, e o Zico era um deles. O pessoal dizia: “Olha o Zico, Zé Pelo de Osasco”, e eu não o conhecia. Morava em São Mateus e não o conhecia.

Isso foi, mais ou menos, em 1975 ou por aí. Eu fui conhecer o Zico, acho que em 1978, nas greves do ABC, quando nós ficávamos na rua arrecadando recursos para manter o fundo de greve dos trabalhadores. A partir dali, passamos a nos conhecer.

    Depois, com o surgimento do PT, eu fiz parte da primeira geração do PT de São Mateus e ele também. Então, nós nos tornamos, bem dizer, uma família, ali todo mundo junto brigando.

Vim fazer parte do gabinete dele na assessoria em 1993, fui convidado para fazer parte da assessoria, e vi grandes projetos do Zico, primeiro o de transporte. O Zico tinha como prioridade o transporte e a agricultura. Não me ocupava muito pensar na agricultura, era mais o transporte.

Tivemos grandes lutas. Ficamos em terminais marcando os horários dos ônibus saírem; nós brigávamos para que tivessem, nos pontos de ônibus, os horários em que eles iriam passar por ali, para todo mundo saber o horário que os ônibus iriam passar; brigamos pela integração tarifária, conselho e fundo de transporte.

Eram três projetos para melhorar a situação. Cansei de ter discussões em Santo André, Mauá, com os vereadores, tentando movimentar aquela região para que se formasse um corredor de transporte.

Outra coisa que marcou muito o mandato do Zico foi o tripé de políticas públicas, organização dos movimentos sociais e o fortalecimento e construção do PT. Esse foi um debate muito grande dentro do mandato do deputado Zico (Inaudível.), porque o pessoal achava que ele deveria ficar aqui na cidade, mas o Zico achava que, para ganhar o estado de São Paulo, tinha de construir o partido no interior.

Cansei de ir lá para (Inaudível.) Paulista, depois de Marília, levava dez horas para chegar lá, para trabalhar naquelas 30 cidades. Então, o Zico tinha essa visão, de que era importante ganhar São Paulo para avançar na luta. E, para ganhar São Paulo, teria que organizar o partido no interior. Então, essa era uma das prioridades do Zico.

Nós trabalhamos bastante nesse sentido, e acho que o mandato e toda a luta do Zico contribuíram muito para as mudanças, para a melhoria da sociedade. É por isso, Zico, que eu quero te cumprimentar - é que eu vi o Paulinho e eu já estava pensando que estava falando com o Paulinho -, parabenizar, foi um orgulho ter participado desse mandato contigo.

Sei que contribuí muito para esse debate de consciência política, para que a gente avançasse a democracia neste País e também a melhoria da qualidade de vida da população.

Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Bom, dando continuidade, agora nós vamos ver um vídeo do ex-chefe de gabinete e amigo da vida toda do Zico, o companheiro Franco Torresi, que não está mais no estado de São Paulo e sim no Mato Grosso, mas gravou um vídeo. Então, eu vou pedir para pôr agora o vídeo do Franco.

 

* * *

 

- É exibido o vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Franco Torresi. Aloísio, eu já tinha anunciado você, mas, como você saiu, vou anunciar de novo. Está aqui o Aloísio Pinheiro, presidente do PT de Osasco.

Zico, a professora e deputada Bebel também mandou um grande abraço e pediu para eu falar do respeito e do carinho que ela tem por você.

Dando continuidade às nossas falas, eu quero chamar agora, para fazer uso da palavra, o companheiro advogado, membro da Executiva Estadual, Tião Bezerra. Por favor, Tião. Com o microfone ali na tribuna. (Palmas.)

 

O SR. TIÃO BEZERRA - Boa noite a todas e a todos. Eu gostaria de cumprimentar o presidente da Mesa, o nosso deputado Paulo Fiorilo; o nosso grande companheiro e homenageado de hoje, José Zico Prado; o companheiro Marcos Martins; o nosso vereador, Manoel Del Rio; os nossos companheiros que fazem parte aqui, que estão ocupando a Mesa.

Enfim, também cumprimentar cada uma e cada um de vocês, porque eu tenho certeza de que vocês vieram para cá com o objetivo de cumprimentar o companheiro Zico e, também, dar aquele abraço fraterno em razão de tudo o que ele fez ao longo da vida.

Pela história, desde muito jovem, sempre trabalhando e construindo os movimentos sociais, conseguindo conscientizar a população para a questão da nossa liberdade, em defesa da nossa democracia e, mais do que isso, também implantar as políticas públicas no município de São Paulo e no próprio estado.

Então, se nós aprendemos um pouco a fazer política - tanto partidária, quanto, também, do ponto de vista dos movimentos sociais -, com certeza aprendemos um pouco com o Zico desde quando ele ainda vivia no chão das fábricas do município de São Paulo e no interior também, porque você participou de muitas lutas de organização dos trabalhadores e trabalhadoras, dos metalúrgicos, aqui do estado de São Paulo.

 Então, companheirada, eu vim aqui também, assim como vocês, dizer que, para mim, é um orgulho estar participando hoje deste momento tão importante na vida do nosso sempre deputado estadual José Zico Prado.

Então, Zico, meu forte abraço a você. Tenho certeza que eu estendo à sua família, porque teve a compreensão, ao longo de toda a sua história, de estar junto, contribuindo para que você estivesse contribuindo conosco na caminhada no combate à ditadura e na construção dos movimentos populares.

Um forte abraço, meu companheiro Zico e todo o pessoal presente. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Dando continuidade então às falas, convido agora o sempre deputado Marcos Martins para fazer uso da tribuna. Faz tempo que o Marcos não usa esta tribuna. Tenho certeza de que a usará com o brilhantismo de sempre.

 

O SR. MARCOS MARTINS - Gostaria de cumprimentar a Mesa, em nome do Paulo Fiorilo e do Zico. Transmito a todos a minha gratidão e o meu abraço fraterno à toda a Mesa. E vocês, do varejo e do atacado, sintam-se cumprimentados e recebam de todos um grande abraço. Eu vim aqui para trazer o meu abraço, para cumprimentar, para dizer que foi uma alegria muito grande conhecer o Zico.

Eu fui camponês, trabalhava na roça, no Paraná e, chegando aqui, em 1968, justamente na época das greves. E me empenhei, apoiando aquela luta, porque já tínhamos passado pelo golpe de 64, e passei a apoiar a luta para combater a ditadura, que torturava, perseguia, prendia e impedia as pessoas de serem gente.

Hoje, uma bela lembrança que estamos atravessando, lembrando aí do golpe militar no Chile, 50 anos de ditadura, que operou aqui a América Latina - Uruguai, Argentina e atingiu a gente aqui também.

Então, parabéns a todos por termos tido o Zico como deputado, como militante, como companheiro do estado de São Paulo, para a luta dos trabalhadores e para o Brasil.

Parabéns a todos por estarem aqui. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Gostaria de agradecer as palavras do Marcos Martins e chamar, para fazer uso da palavra, o companheiro João Prado, sindicalista, funcionário aposentado da Sabesp e irmão do homenageado, para quem não sabe. (Palmas.)

 

O SR. JOÃO PRADO - Boa noite a todos e a todas. Bom, gente, não tenho muito o que falar, pois eu conheço ele há pouco tempo. Companheiros, não sei como falar, porque meu pai morreu quando ele tinha 16 anos e eu oito, nós tínhamos nove irmãos, então, ele era o arrimo de família, era o mais velho. Então, eu tenho ele como irmão e meio como um pai.

E a gente teve uma vida muito complicada, morava em um lugar muito ruim, passava fome etc. Nós passamos por isso juntos. Em 66, acho que 66, nós fomos para Santa Fé do Sul, onde começamos essa vida, que o Carlão falou aqui e que outros falaram. Mas acho que ninguém falou aqui que, em 1971, já em São Paulo, o Zico foi preso pelo Dops, foram buscar ele dentro da fábrica, isso tem que ficar marcado.

Ele, mais uma irmã minha e mais um outro irmão. Então, isso tem que ficar marcado para nunca mais ter ditadura neste País, nem na América Latina e em lugar nenhum no mundo. É isso que nós temos que deixar cravado. (Palmas.)

E a gente tem sempre que fazer a luta dos trabalhadores. Eu, junto com a Ângela, - lá de Fernandópolis -, junto com o Ademir, nós somos diretores do sindicato desde 1990 até hoje.

Nós estamos em uma grande luta contra a privatização da Sabesp, contra a privatização do Metrô, contra a privatização da CPTM, porque esse Tarcísio é o homem encarnado do “Bozo”, é uma desgrama.

Então, nós temos de lutar contra esse tipo de coisa. (Palmas.)

Nós, trabalhadores e trabalhadoras - porque todo mundo aqui é - temos de construir uma sociedade justa para todos e todas. É isso. Muito obrigado.

Um abraço, Zico.

Obrigado por ser o meu irmão mais velho. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Obrigado, João Prado. Agora, nós vamos para alguns depoimentos em vídeo. Eu queria já pedir para vermos o vídeo do Vanderlei Siraque, que foi deputado federal do PT e estadual também.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Bom, vamos seguir com o próximo depoimento, agora do deputado federal Guilherme Boulos.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - O próximo agora é do ministro do Trabalho e Emprego do governo Lula, o companheiro Luiz Marinho. 

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Muito bem. Luiz Marinho também morou lá em São Mateus, no Parque São Rafael. Agora nós vamos ouvir o ministro de Relações Institucionais do governo Lula, o companheiro Alexandre Padilha.  

 

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- É exibido o vídeo.

 

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O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Bom, é isso aí. Agora nós vamos ouvir o nosso vereador Manoel Del Rio, o mais novo da cidade de São Paulo. (Palmas.)

 

O SR. MANOEL DEL RIO - Sou o mais novo, tenho oito meses só lá, não é, Paulo? Bom, eu queria cumprimentar a Mesa. Tião Bezerra, Marcos Martins, o João - estamos com ele na luta contra a privatização da Sabesp, ele tem me levado para as reuniões.

O Raimundo, da saúde; o companheiro Carlão; a Raquel; o Alair; cumprimento toda a Mesa. Eu queria cumprimentar o Paulo por esta bela homenagem - aliás, ele roubou a minha atitude, não é, Paulo?

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Peguei emprestado.

 

O SR. MANOEL DEL RIO - Porque eu fiquei de fazer uma homenagem para o Zico na Câmara. Mas nós vamos fazer ainda. Nós esperamos um pouquinho e fazemos. Eu queria cumprimentar o Zico.

Por onde eu posso começar? Acho que eu precisaria de um tempo maior para falar aqui, não é, Zico? Mas acho que eu vou falar só metade, só alguma coisa, porque muitos já falaram aqui.

Eu queria cumprimentar todos vocês, especialmente a Rosa, companheira do Zico, porque, quando eu conheci o Zico, eu conheci a Rosa também, não é isso? E ela tinha um grupo de mulheres lá em São Mateus, eu a conheci nessa época.

Então, o que eu poderia falar sobre o Zico? Eu conheci ele acho que foi por volta de 1975 ou 1976. Eu era da Pastoral da Juventude, na região leste, e nós montamos um cursinho supletivo para trabalhadores vinculado à pastoral operária.

Nós fomos buscar a experiência que vocês tinham lá em São Mateus, com o padre Franco, por volta de 1971 ou 1972. Depois eu vim conhecer o Zico em 1976, então, já são 48 anos que se passaram.

E esse período todo... eu acho que o Zico fez parte de um período de acumulação de forças dos trabalhadores, que eram as participações nas comunidades de base, nas pastorais e na busca permanente pela estruturação de organizações operárias dentro das fábricas.

O Zico veio dessa acumulação de forças. Teve alguém que falou do movimento da eucaristia também, não é, Zico? Que caminhou junto conosco naquela época. Teve um outro movimento, que não sei se vocês participaram, acho que sim, que foi o “Terrenos Clandestinos”, que originou a lei que hoje faz a regularização fundiária.

Então, eu conheci o Zico nessa época. Ele era operário militante e fez parte daquele grupo de trabalhadores que fazia a luta pela sobrevivência, melhores condições de trabalho, mas também, especialmente, pela democracia.

A gente nem falava isso, porque, se vocês observarem, a gente não tem nem uma foto A gente não tinha nem um bilhetinho, nem uma agenda, não é, Zico? A gente não tinha agenda, não andava com algo escrito.

Então, a barra era pesada, a gente não tem essas coisas registradas. Mas o Zico fez parte de um movimento que era luta pela democracia e a luta pela melhora das condições de vida dos trabalhadores de modo geral.

Essa acumulação de forças, que o Zico participou e nós participamos naquela época, veio a gerar um fato histórico extraordinário, que o Brasil nunca tinha passado por essa experiência: a fundação do PT, o Partido dos Trabalhadores, em 1980. Eu vi alguma coisa do Lula e ouvi dele em entrevista sobre ele já ser um sindicalista autêntico e ter ido à Brasília.

Não sei o que eles foram fazer em Brasília, mas eles visitaram o Congresso. Você foi? Acho que você estava junto. O Lula falou: “Não vi um trabalhador no Congresso. Nenhum trabalhador.”

Naquele período, em 1979 e 1980, tinha muita discussão no nosso meio sobre a fundação de um partido. Tinha a fundação do Partido Socialista, várias discussões. Então, o Lula falou: “Nós temos que fundar um partido dos trabalhadores, porque trabalhador tem que vir para este espaço, para esta Casa”.

O Zico fez parte dessa história, que desembocou na fundação do PT e depois ele mesmo, como operário, veio parar nesta Casa. Ele teve um sucesso. Foi totalmente exitosa a luta com a qual ele se envolveu, com a qual os trabalhadores se envolveram.

Depois, ele veio para esta Casa. Acho que eu poderia falar muito mais, mas acho que já é o suficiente. O importante é trazer essa experiência do Zico nesta homenagem bem lembrada pelo Paulo aqui, porque essa experiência tem que vir para a juventude de hoje.

Às vezes, nós vemos que a juventude fica desanimada ou não participa da política, fala que é tudo a mesma coisa. Não, nós precisamos mostrar que existem experiências de pessoas que viveram essas experiências e trazem consigo um legado, para o momento atual, extraordinário. O Zico fez isso em toda a sua vida, porque, além daquela experiência com as lutas populares e sindicais, ele veio para a luta política.

Um momento extraordinário, porque trouxe os trabalhadores para a luta política, e ele próprio no meio dessa construção. Eu vejo como o fato mais extraordinário que o Brasil viveu nos últimos tempos, que foi a fundação do PT.

Todas essas transformações, essas conquistas que os trabalhadores têm, elas se deram porque se constituiu um partido dos trabalhadores, com o Zico nessa construção. Então, Zico, você pensa que a sua tarefa acabou? Ela não acabou.

Estou na Câmara, em uma das comissões das quais eu participo lá, assistência social e dos idosos, vão muitos conselheiros dos idosos para lá e, às vezes, eles se sentem como se já estivessem “fora da parada”, mas eu tenho falado que não. Eu falo assim: “sem o velho, não tem o novo”.

Sem as experiências acumuladas, sem a construção que nós, que somos já de uma geração mais antiga, se essas experiências não vierem para o momento, não vai haver transformação. Você pode continuar com as mesmas coisas, repetindo erros e não construindo as coisas boas que nós construímos.

Zico, você ainda tem uma tarefa. Você ainda faz parte do partido, então, que expresse a experiência acumulada que você tem, para que as novas gerações se engajem na luta política e social.

Assim nós vamos transformar a sociedade e o Brasil. Parabéns, Zico. Você vai seguir junto conosco. De vez em quando, venha, do sítio para cá. Nós temos muita coisa para fazer e modificar pela frente.

Parabéns, Paulo, pela homenagem. Obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Bom, agradecemos as palavras das autoridades presentes, daqueles que enviaram vídeos. Neste momento, nós daremos início à outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo ao deputado estadual José Zico Prado.

Primeiro, um pouco sobre o colar. O Colar de Honra ao Mérito Legislativo é a mais alta honraria conferida pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Foi criada em 2015 e é concedido a pessoas naturais ou jurídicas, brasileiras ou estrangeiras, civis ou militares, que tenham atuado de maneira a contribuir para o desenvolvimento social, cultural e econômico do nosso estado, como forma de prestar-lhes, pública e solenemente, uma justa homenagem.

Esta sessão solene homenageia, com a entrega do Colar de Honra ao Mérito Legislativo, a mais alta honraria da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, o deputado estadual, o companheiro José Zico Prado. Primeiro, eu quero agradecer a presença de cada um de vocês e, como eu disse no início, alguns aqui vieram de muito longe; outros, que vieram daqui, de São Paulo.

Tenho a certeza de que, não só para mim, mas para o Zico, para cada um dos que falaram aqui, a presença de vocês tem um significado muito importante, porque a história do Zico neste Parlamento, na vida pessoal, na vida como metalúrgico, de uma forma ou de outra, cada um de vocês pode ter tido uma interface, uma interlocução, um contato, ou uma luta, ombro a ombro, com o Zico.

Eu quero fazer uma saudação especial à família do Zico: à Rosa, à Ana, ao Gabriel, que conheço desde quando cheguei a São Paulo nos anos de mil novecentos e oitenta.

Eu estava aqui ouvindo as falas, brinquei com o Manoel: “Conheci o Zico em 1968”, “Conheci o Zico em 1970”, “1975”, “1976”, “1980”. Eu conheci o Zico nos anos de 1980, em São Mateus, em uma luta que nós travamos parar ganhar o diretório zonal de Itaquera, conforme vocês viram ali no vídeo.

A partir dali, nós construímos uma relação muito forte. Durante esse período, como todo mundo, nós tivemos convergências e divergências. O Raimundão se lembrou de uma, só não falou, mas eu vou falar.

Assim, nós tínhamos uma discussão se era importante o Zico ir para o interior ou ficar na Capital. Eu era um daqueles que defendia que o Zico tinha de ficar na Capital, mas ele não me ouviu, foi para o interior, desbravou o interior.

O Carlão falou aqui que o Zico foi o deputado, e, com certeza, deve ter sido mesmo, que teve votos no maior número de cidades. Vejam a ironia do destino. Eu fui vereador, deixei de ser vereador, daí nós discutimos junto com o Manoel, com o Tião, com o Zico, e eu fui candidato a deputado estadual. Eu assumi um compromisso com o Zico, um compromisso público: eu não deixaria de acompanhar o interior.

Eu confesso a vocês que eu me esforço muito, porque não é fácil cumprir agenda lá em Aspásia, em Parisi. Aliás, por falar em Parisi, eu queria convidar aqui - vou quebrar o protocolo - o companheiro José Salla, se ele puder vir para cá junto comigo.

Não que ele precise de mim aqui, mas é porque eu preciso dele. Ou mesmo ir para, por exemplo, Araçatuba, para o Vale do Ribeira, para a região do Pontal, do Paranapanema, regiões que estão longe, 600, 700, 650 quilômetros.

Mas eu assumi esse compromisso com o Zico e tenho me esforçado para manter a minha palavra. Agora em julho eu viajei, mais ou menos, dez mil quilômetros. Eu não tive recesso, porque eu aproveitei julho para poder visitar as cidades em que o Zico construiu o PT, onde encontrou companheiros e companheiras que fortaleceram a luta.

É essa luta, Zico, que faz com que eu assuma esse compromisso mais uma vez com você, publicamente. Eu vou continuar acompanhando as cidades do interior, tanto as daqui quanto as de lá. (Palmas.)

Até porque, Salla, eu sei como é difícil, no interior, fazer a disputa partidária, então, é por isso que eu vou quebrar o protocolo, para você fazer uma saudação para o Zico.

 

O SR. JOSÉ SALLA - Boa noite a todos e a todas. Muito obrigado, Paulo. Eu não vou falar quando eu conheci o Zico, porque só o meu cabelo branco, e o dele, que é pretinho, mas já está careca, daria uma centena. Mas eu tive o privilégio de participar da assessoria do Zico durante 17 anos, não é, Raimundo? Tenho o privilégio, até hoje, de ter sido assessor do Zico, porque nós, na realidade, somos reconhecidos por quem forma o PT.

O Zico teve essa capacidade de fazer o que o Paulinho falou: esquecer o voto e trabalhar para o partido. Então, se você se encontrar com o Fernando (Inaudível.), com o Teruel, com quem você encontrar dos coordenadores antigos de macro, vão se lembrar do Zico como formador de partido.

Eu tenho esse privilégio, porque, eu vou dizer, o Paulinho falou a verdade, está difícil, porque o PT cresceu intelectualmente, mas não cresceu em pessoas. Eu costumo dizer que o Lula, como candidato à presidente da República, faz um bem para a população brasileira, mas faz um mal para o PT.

Vocês me perdoem, mas é verdade. Quem duvidar de mim, que venha comigo fazer Pedex lá em (Inaudível.) e em tantas outras cidades onde nós temos que fazer agora.

Só para vocês saberem, hoje não pode se filiar ao Partido dos Trabalhadores quem não tem celular. Não é com o voto, é com o celular. Desculpem-me. Desculpe-me, Paulo. Acho que não era isso. (Palmas.)

Mas o Zico teve esse privilégio de ter, até hoje, o nome dele como fundador do Partido dos Trabalhadores no interior.

Parabéns, Zico. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - O Salla tem que falar, não tem jeito.

Pessoal, para eu terminar o meu discurso aqui, até porque nós ainda temos aqui a homenagem, o Zico vai falar, então eu queria lembrar três coisas rápidas. Nessa minha história com o Zico, eu tive o prazer e o privilégio de tê-lo como o meu padrinho de casamento.

Junto com o Zico, foi meu padrinho também o Cândido, que faleceu recentemente. Um companheiro de luta, foi metalúrgico da Brastemp, o Clarindo deve se lembrar dele, Zé de Souza e tal.

Eu contei já outra história do interior da Capital, e eu me rendi ao interior. Hoje, eu sou um dos caras que, da bancada, talvez um dos poucos que viajam tanto quanto você e continuam viajando.

A terceira e última coisa que queria falar é que o Zico, do alto dos seus sete mandatos, continuou e continua sendo a mesma pessoa que eu conheci nos anos 1980, peão de fábrica, que a gente ajudou a eleger.

Acho que é esse exemplo que me deixa muito emocionado e feliz de ter o Zico como amigo, referência parlamentar e um companheiro de luta.

Parabéns. Você merece não só este colar, como todos os outros. (Palmas.)

Então, agora nós vamos fazer a homenagem. Eu queria chamar o Zico e todos que compõe a Mesa, para que se postem aqui ao lado da faixa, para que eu possa entregar este Colar de Honra ao Mérito pelo seu brilhante trabalho em prol do povo do estado de São Paulo.

Então, vamos lá.     

 

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- É feita a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

 

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A SRA. - Outorgado, com o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo, o sempre deputado Zico Prado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Agora, nós vamos ouvir o Zico na tribuna. Então, eu queria pedir, de novo, para que todo mundo volte. O Zico vai fazer uso da palavra na tribuna.

O Zico me perguntou se poderia ir para lá. Pode ir e, com a palavra, já homenageado com o colar, o deputado José Zico Prado. (Palmas.)

 

O SR. JOSÉ ZICO PRADO - Primeiramente, eu quero agradecer a presença de cada um e de cada uma que está aqui, de quem conviveu comigo durante muito tempo, e daqueles que chegaram depois, no mandato do Paulo.

Quando ele assumiu que queria e poderia ser um candidato, fiquei muito feliz, porque eu achava que o Paulo tem uma dedicação muito grande na construção do partido e na melhoria das condições de vida do povo.

Então, eu quero dizer para os companheiros e companheiras o quanto é importante, para mim, ter vivido 28 anos aqui dentro. Ao subir nesta tribuna, não tem contagem de tempo que eu fiquei aqui em cima falando, muitas vezes, para este plenário vazio, sem ninguém, mas tinha que fazer, porque a bancada do PT estava em obstrução. Então, não é uma coisa fácil.

Eu cheguei a subir nesta tribuna seis horas da manhã, passando a noite, começava às cinco da tarde e ia até às seis horas da manhã. Então, para mim, é uma satisfação vocês estarem junto comigo. Esta homenagem não é minha, é para cada um e cada uma de vocês que viveram, construíram e estão juntos conosco no mandato do Paulo.

Eu quero agradecer a isso, a todos vocês. Quero dizer, da minha satisfação hoje, porque eu praticamente me esqueci da minha querida Rosa Maria, porque eu chegava de madrugada em casa, viajava, e meus filhos não me viam muito, nem o Gabriel e nem a Ana, porque eu tinha como compromisso a construção do PT e fazer com que um dia nós governássemos este estado.

É o estado mais rico do Brasil, e nós ainda não governamos. (Palmas.)

Já governamos Mato Grosso, Rio de Janeiro, Bahia e tantos outros estados, aqui nós não conseguimos ainda, porque eu acho que nós, a bancada toda, temos de tirar o pé do tapete e botar o pé na estrada, para, em cada uma das 645 cidades, construir o PT.

Isso não é fácil e eu estou vendo, tenho orgulho do Paulo, porque, muitos companheiros e companheiras, quando eu fui levar o Paulo para a cidade, falavam: “Zico, como é o Paulo? Será que ele vai ser como você?”. Eu falei: “Vai ser melhor do que eu”. Eu tenho orgulho, pois ele está sendo mesmo.

Então, eu quero dizer isso para vocês, como testemunho de tudo isso. Quero agradecer a presença de cada um de vocês. Queria fazer uma homenagem aos companheiros que viveram comigo e com o nosso mandato, e já foram para o andar de cima.

Nós temos aqui o Zezé, que foi motorista. (Palmas.) O “Trem de Ferro”, um companheiro que trabalhou na Ford. (Palmas.) Seu Francisco, morador da Cohab 2. (Palmas.) O Teodoro, companheiro lá da Penha. (Palmas.)

O Valentim, lá do Ermelino Matarazzo. (Palmas.) E um grande companheiro nosso, também, o Jorge, que foi prefeito de Guapiara e morreu no mandato. (Palmas.) Então, muita gente (Inaudível.). A Raquel está falando aqui para eu falar do Seu Valentim, da Vila Califórnia. (Palmas.)

Eu quero dizer para vocês que isso não é fácil. O João Carlos falava que nós estávamos com mais assessores no céu do que na Terra. Então, nós trabalhamos com esses companheiros, temos orgulho de tudo isso. Eu não poderia sair daqui sem dar um grande abraço.

Quantos e quantas companheiras não vieram de longe, que, a uma hora dessas, deveria estar em casa, sossegados, mas estão aqui junto comigo? Há recompensa maior do que esta? Há gratidão maior do que esta? Estar junto com vocês nesta noite?

Não há, porque vocês ajudaram a realizar tudo aquilo que eles falaram de mim. Vocês foram aqueles que abraçaram a candidatura do Paulo, que fizeram do Paulo deputado estadual. Em uma jornada junto com o Manoel Del Rio, o Tião, nós nos juntamos porque já estávamos cansados de ficar batendo na trave, não é, Paulinho?

O Paulinho ficou de primeiro suplente. Na última, eu fiquei de primeiro suplente e depois assumi. Mas eu gostaria de dizer a vocês: Muito obrigado pela presença de cada um e de cada uma.

Um grande abraço e um beijo no coração de todo mundo. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Pessoal, antes de encerrarmos, rapidamente, só queria agradecer aqui as palavras do Zico e dizer que, assim, é uma baita responsabilidade toda vez que o Zico fala dos meus compromissos. Eu reafirmo que quero continuar mantendo.

O Suplicy está dando os parabéns para o Zico. Ele não pôde estar aqui, porque está voltando de Brasília, mas deixou aqui um abraço. Olha lá, conheceu ele em 69, então, vocês viram que...

Eu queria só fazer um registro, o Joãozinho estava falando aqui comigo: o Zico, em 1982, foi candidato a deputado federal. Foi a primeira candidatura e a primeira experiência como operário-candidato, então, tem uma importância muito grande. Eu não registrei, mas queria registrar agora, João. Agradeço a presença de todos. Nós vamos ter um coquetel - é isso, Raquel, João? - lá fora.

Então, esgotado o objeto da presente sessão, agradeço às autoridades, à minha equipe, aos funcionários do serviço de som, taquigrafia, fotografia, serviço de Atas, do Cerimonial, da Secretaria Geral Parlamentar, da imprensa da Casa, TV Alesp, das assessorias policiais Militar e Civil, bem como a todos que, com as suas presenças, colaboraram para o pleno êxito desta solenidade.

Está encerrada a solenidade.

Parabéns ao Zico. (Palmas.)

 

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- Encerra-se a sessão às 21 horas e 43 minutos.

 

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