6 DE FEVEREIRO DE 2023

4ª SESSÃO ORDINÁRIA DO PERÍODO ADICIONAL

 

Presidência: JANAINA PASCHOAL

 

RESUMO

 

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL

Assume a Presidência e abre a sessão.

 

2 - CORONEL TELHADA

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

3 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL

Elogia o deputado Coronel Telhada pelos serviços prestados durante o mandato e deseja sucesso em seus novos projetos.

 

4 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

5 - CORONEL NISHIKAWA

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

6 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL

Endossa o pronunciamento do deputado Coronel Nishikawa.

 

7 - DOUGLAS GARCIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

8 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL

Externa condolências aos familiares e amigos da Sra. Lilian Denise Goulart da Silveira. Reitera as condolências aos familiares do ex-deputado Roberto Purini e aos familiares do ex-deputado Augusto Toscano.

 

9 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

10 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL

Tece comentários sobre o pronunciamento do deputado Conte Lopes.

 

11 - CARLOS GIANNAZI

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

12 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL

Cumprimenta Ediane Maria, recém-eleita deputada estadual pelo PSOL.

 

13 - CONTE LOPES

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

14 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

15 - CONTE LOPES

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

16 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

 

17 - CARLOS GIANNAZI

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

 

18 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL

Anota o pedido.

 

19 - CONTE LOPES

Para comunicação, faz pronunciamento.

 

20 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL

Defere o pedido do deputado Carlos Giannazi. Tece comentários sobre o pronunciamento do deputado Conte Lopes acerca da entrevista dada pela deputada à CNN. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do período adicional do dia 07/02, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.

 

* * *

 

- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Janaina Paschoal.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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 A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Boa tarde a todos. Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Imediatamente dou por aberto o Pequeno Expediente iniciando a leitura dos oradores inscritos chamando à tribuna o deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Rodrigo Moraes. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.) Deputado Tenente Coimbra. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Deputada Marta Costa. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado Dr. Raul. (Pausa.) Deputado Coronel Telhada.

Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CORONEL TELHADA - PP - Sra. Presidente, Srs. Deputados, assessores aqui presentes, funcionários, policiais militares aqui presentes, a todos os que nos assistem pela Rede Alesp; hoje, dia 6 de fevereiro de 2023, eu venho a esta tribuna possivelmente pela última vez como deputado estadual me despedir de todos os senhores e senhoras que, ao longo desses dois mandatos, praticamente oito anos, estiveram me apoiando, porque nesta semana ainda devo assumir o mandato de deputado federal no lugar do deputado Bruno Lima, que vai assumir uma secretaria municipal aqui em São Paulo. Então, como sou o 1º suplente do Progressistas, eu estou assumindo como deputado federal.

Quero agradecer, em primeiro lugar, a Deus pela oportunidade de continuar trabalhando pelo povo de São Paulo, quero agradecer à minha família, especial minha esposa, meus filhos, pelo apoio que me deram ao longo desses anos, por suportarem não só a nossa ausência, como muitas vezes a gente com problema fica enfim sempre criando problema. Família é complicado.

Agradecer esses 69.945 eleitores que confiaram seu voto à minha pessoa, agradeço muito, tenham a certeza que as senhoras e senhores não se decepcionarão, continuarei trabalhando firme pelo estado de São Paulo. Quero a gradecer a todas as deputadas e deputados desta Casa com os quais eu convivi durante oito anos, pela amizade, pela orientação, pelo auxílio. Muitas vezes tivemos alguns embates ideológicos aqui, mas faz parte da democracia.

Eu espero deixar só amigos aqui nesta Casa. Se eu ofendi aqui alguém com palavras, com alguma atitude, eu quero que me perdoe, porque a minha intenção nunca foi ofender ninguém. A minha intenção sempre foi trabalhar forte pela segurança do estado de São Paulo e pela população, procurando ajudar em todas as propostas que apareceram, em todas as demandas em Saúde, Educação, Segurança, Assistência Social. Enfim, em tudo que surgiu nós tivemos oportunidade de trabalhar e trabalhar forte pela população.

Muito obrigado a todos, de coração. Tenham a certeza que continuarei firme na missão. Quero agradecer aqui a Polícia Militar, que também sempre me apoiou, os oficiais e praças que trabalharam forte aqui na Assembleia, grandes amigos e amigas que deixo aqui, a todos os funcionários desta Casa também que me suportaram nesses oito anos – sem exceção – todos os funcionários.

Em nome do Machado, quero cumprimentar a todos aqui, o Machado diariamente com a gente na Assembleia, o Wagner, que não está aqui, enfim todos os assessores, assessoras, colegas aqui de plenário, da Casa, da manutenção, da segurança, enfim a todos muito obrigado por tudo que fizeram.

Eu trouxe aqui um pequeno resumo do nosso trabalho, praticamente oito anos de trabalho. Nós participamos da 18ª e 19ª Legislaturas onde fomos autores ou coautores de 33 leis, mais nove leis complementares, resoluções, emendas constitucionais, 111 projetos de lei, 30 projetos de lei complementar, resoluções e decretos legislativos, 47 propostas de emenda constitucional, 16 moções, 271 indicações, 394 emendas e substitutivos, mais de 4 mil requerimentos feitos, aqui, no nosso gabinete, mais de 170 frentes parlamentares e comissões nas quais nós atuamos diretamente.

Eu quero dizer que procurei fazer o meu melhor. Muitas vezes não consegui, porque a gente não é perfeito. Somos cheios de imperfeições, mas tenho a certeza de que eu procurei fazer o meu melhor aqui, trabalhando com muita honestidade, com transparência, às vezes até se indispondo de determinadas atitudes, porque a gente não corroborou muitas atitudes que nós achamos inconvenientes e, como eu disse, a gente vai continuar trabalhando dessa maneira.

Finalmente, Sra. Presidente, eu quero agradecer, aqui, pela minha última lei aprovada, agora, no dia 3 de fevereiro, a 33ª lei. É a Lei nº 17.620, que dispõe sobre a proibição da retenção de macas das ambulâncias, dos serviços de Samu, do Corpo de Bombeiros e dá outras atribuições às unidades pré-hospitalares de atendimento de urgência, de natureza pública ou privada.

Isso aqui é porque nós estávamos tendo muitos problemas com as viaturas do Samu e dos bombeiros, que tinham suas macas retidas em prontos-socorros, hospitais e unidades hospitalares. Então, através dessa lei, essa atitude está proibida daqui para a frente, porque, quando se segurava uma maca do Samu, você perdia a viatura. A equipe, a guarnição, o médico, o motorista e o enfermeiro acabavam ficando inutilizados e, através dessa lei, é mais uma correção que nós fazemos aqui.

Como eu disse: Deus abençoe a todos, Sras. e Srs. Deputados, funcionários, policiais militares, policiais civis aqui presentes, muito obrigado pelo apoio, também. Transmito meu abraço a todos os meus colegas. Enfim, muito obrigado a todos, tenho certeza de que lá em Brasília eu continuarei inteiramente à disposição no que eu puder ser útil.

Tenho a certeza de que não muda nada, a gente continua da mesma maneira, trabalhando no que puder ser útil. O meu telefone é o mesmo, o meu e-mail é o mesmo. Contem com meu trabalho e com outros colegas que estarão na próxima legislatura. Meu filho também, Capitão Telhada, assume dia 15 de março, e nós, juntos, procuraremos fazer uma parceria forte pelo estado de São Paulo.

Muito obrigado a todos, Deus abençoe, minha continência a todos.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PACHOAL - PRTB - Obrigada, deputado. Quero desejar um profícuo mandato, parabenizar V. Exa. e dizer que, com toda a tranquilidade, ganha o Congresso Nacional, ganha o Brasil, ganha São Paulo com a sua representação no âmbito federal, agora.

Sou testemunha da seriedade do trabalho de V. Exa., da assiduidade, da preocupação. Quantas vezes falamos um pouco antes do plenário para saber quem estaria aqui para poder abrir a sessão? Então é uma tranquilidade ter V. Exa. nesta Casa e, agora, no Congresso Nacional. Deus abençoe o seu mandato, a sua nova missão, viu? Parabéns!

Seguindo com a lista dos oradores inscritos, chamo à tribuna o nobre deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Douglas Garcia. (Pausa.) Janaina Paschoal. Sigo na Presidência, não farei uso da palavra nesta tarde. Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Com isso encerro a lista ordinária do Pequeno Expediente.

Abrindo a Lista Suplementar dos oradores inscritos, chamo à tribuna o Sr. Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Castello Branco. (Pausa.) Novamente, deputado... não, agora, não. Deputado Carlos Giannazi, depois é que tem a inscrição do colega. Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, eu quero, aqui da tribuna da Assembleia Legislativa, repudiar veementemente o veto publicado no “Diário Oficial” agora, no último sábado, que o governador Tarcísio publicou em cima do nosso PLC, o nosso Projeto de lei Complementar nº 2 de 2013, que garante a aposentadoria especial para as diretoras, as supervisoras  e as coordenadoras pedagógicas da Rede Estadual de Ensino.

Esse é um direito garantido pela Constituição Federal e um direito confirmado pelo Supremo Tribunal Federal.

Mesmo assim, o governador vetou. Então ele está dando continuidade. Fica muito claro que esse governo, do Tarcísio, dá continuidade à política de ódio contra os servidores do estado de São Paulo, porque ele impede o acesso a um direito, repito, garantido pela Constituição. A aposentadoria especial do Magistério está na lei. É uma conquista histórica do Magistério. As diretoras, as supervisoras, são da carreira do Magistério. A Prefeitura de São Paulo garante esse direito. Outros estados garantem.

Agora, aqui em São Paulo, a PGE, Procuradoria Geral do Estado, que sempre foi contra os servidores, tudo o que ela faz é contra os servidores públicos. É incrível! Qualquer parecer é para prejudicar o servidor público do estado de São Paulo. Deu orientação nesse sentido, a Fazenda deu orientação também, vejam só, dizendo que tem impacto orçamentário, questão orçamentária.

Isso não é verdade. Nós estamos tendo, para 2023, o maior Orçamento da história do estado de São Paulo: 317 bilhões de reais é o Orçamento previsto para esse ano. E a Educação vai ter quase 50 bilhões de reais. Não tem problema orçamentário. E o governador vai transferir quase 80 bilhões de reais para os grandes grupos econômicos, através das isenções fiscais.

E tem mais. Se tem alguma crise orçamentária, porque foi então que ele autorizou o aumento, o reajuste do seu próprio salário e dos seus secretários? Então o governador já entra aumentando o seu próprio salário, aumentando o salário dos seus secretários, mas penalizando, negando um direito constitucional aos especialistas da Educação, os gestores escolares. É um absurdo. Nós ficamos chocados.

Porque o PLC nº 2, de 2013, foi um projeto construído coletivamente, pelos diretores, pelos supervisores, pelos especialistas, gestores, pelas entidades representativas, como a Udemo, a Apase.

Foi um projeto que foi construído e foi apresentado e foi aprovado em todas as comissões da Assembleia Legislativa, com pareceres favoráveis. Foi aprovado pela maioria da Alesp. Não teve um voto contrário quando ele foi aprovado. E o governador vetou. Ainda tentei conversar com o governo, mas foi em vão.

Inclusive, fiz uma ligação ao secretário, o Kassab, fazendo um apelo a ele, pedindo a ele que o governador sancionasse o projeto. Mas o governo optou por essa medida de ódio contra os nossos servidores. É um absurdo.

O governo faz várias alegações totalmente infundadas. Fala em vício de iniciativa. São aquelas fundamentações protocolares, que servem para todos os projetos. O governo quer vetar um projeto, ele fala: “Tem vício de iniciativa, é inconstitucional, tem impacto orçamentário”. Ele fala isso em quase todos os projetos vetados. Só que nenhuma dessas colocações do governo, nenhuma dessas fundamentações são reais.

Primeiro. O governo tem dinheiro, não é um problema orçamentário. Acabei de dizer agora que nós temos o maior Orçamento.

A questão do vício de iniciativa, do PLC, porque é para servidor público, tem vários exemplos aqui. Nós aprovamos recentemente um PLC, dos deputados, da Assembleia Legislativa, para os servidores, para a prorrogação dos contratos dos professores categoria “O”.

Nós aprovamos um PLC para revogar o confisco das aposentadorias e pensões, um projeto da Assembleia Legislativa. Nós aprovamos o PLC nº 1, de 2013, garantindo aposentadoria especial para os professores readaptados, de minha autoria, que foi sancionado em 2018, virou lei.

Então, é realmente lamentável. Eu faço um apelo à Assembleia Legislativa, aos 94 deputados e deputadas, para que a gente possa, imediatamente, derrubar esse veto, e garantir o direito à aposentadoria especial para os gestores, para as diretoras, para as supervisoras de ensino e para as coordenadoras pedagógicas. Então, nós vamos fazer a luta, aqui, pela derrubada do veto, porque a aposentadoria especial do magistério - e também para os especialistas - é um direito garantido pela Constituição Federal.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós agradecemos, Sr. Deputado. Seguindo aqui com a lista dos oradores inscritos de forma suplementar no Pequeno Expediente, chamo à tribuna o nobre deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) E, na sequência, o nobre deputado Coronel Nishikawa. Vossa Excelência tem o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CORONEL NISHIKAWA - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos, aos funcionários, aos policiais militares, às nossas assessorias. Sra. Presidente, eu, diferentemente de muita gente, venho aqui agradecer a aprovação do nosso projeto de lei no dia três agora, sábado, da lei de proteção contra a violência contra as mulheres em casas de show, bares. Principalmente para poder treinar os funcionários, para que possam atender a mulheres em vulnerabilidade nesses recintos. 

Esse projeto de lei foi apresentado logo que nós entramos na Casa, dia sete de agosto de 2019. Entretanto, houve um extravio. Eu insisti até que ela fosse colocada novamente em pauta, para que fosse aprovada. Eu reputo como um dos projetos de lei, ou uma das leis mais importantes que nós aprovamos nesta Casa, da nossa autoria. É inconcebível que as mulheres não possam se divertir nas suas horas de folga, ir a uma casa de show para poder se descontrair.

Diferentemente disso, muitas são assediadas, são constrangidas. E coincidentemente houve o caso do Daniel Alves, na Espanha, uma lei... Eu li um pouco sobre isso, é uma lei de 2018. Portanto, o nosso projeto de lei foi apresentado no dia sete de agosto de 2019. Tem gente que me pergunta se foi por causa do Daniel. Mas ela foi até aprovada antes que houvesse esse evento, que envergonha nosso País.

Eu acho que tudo o que é feito contra a mulher, em qualquer situação... Eu tive a oportunidade de trabalhar no patrulhamento. A gente tinha muita preocupação com as mulheres, principalmente com agressões dentro do lar, dentro de casa. Aqueles maridos violentos, maridos que bebiam, iam para casa e iam descontar na mulher uma coisa que eles tinham feito ou recebido lá fora. É inconcebível que esse tipo de comportamento continue sem repressão. Casa de show, principalmente. A mulher está indefesa, porque não tem uma forma de proteção.

A repercussão está sendo tão grande que as pessoas estão postando para mim que já estão tomando providências, fixando cartaz dentro dos recintos e, principalmente, treinando funcionários para que possam dar atendimento para essas mulheres em estado crítico dentro dos seus recintos. Terão acompanhamento de funcionários, que poderão ou deverão levar até a delegacia para registrar um BO, se for o caso, e também poderão ou deverão acompanhar essas mulheres para casa.

Essa medida, espero que seja um exemplo para todo o País. Ela é vinda num momento em que a violência cada vez mais vem crescendo. E isso é uma coisa que a gente abomina. As mulheres têm os mesmos direitos e os mesmos deveres que nós, homens. Eu sempre falo: dentro da nossa organização, a instituição Polícia Militar, existem sim, já vimos casos, mas são punidos exemplarmente, eu tenho certeza disso.

Salários, graças a Deus, são iguais, tanto no Ministério Público como na Magistratura, como para professores. A única diferença que existe, essa discriminação salarial, é na iniciativa privada, que nós vemos muito, mas, de uma forma geral, a gente quer realmente a proteção das mulheres em estado vulnerável. Fico feliz que, durante o nosso mandato, a gente tenha conseguido aprovar leis de suma importância para o Estado.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós agradecemos, deputado. Cumprimento V. Exa. e os demais colegas por essa importante lei. Realmente foi muito interessante, porque, com esse caso que infelizmente acabou ganhando uma grande repercussão por sua gravidade, vários veículos de informação cobravam a existência de uma legislação parecida com a espanhola.

São Paulo, uma vez mais, saiu à frente com a lei já em vigor aqui no nosso estado. Espero que os demais estados levem essa legislação também para os seus territórios e, por que não, no âmbito federal, da mesma forma. Então cumprimento V. Exa. e os demais colegas.

Seguindo aqui com a lista dos oradores inscritos, chamo à tribuna o nobre deputado Douglas Garcia, que terá o tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. DOUGLAS GARCIA - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sra. Presidente, pela palavra.

Quero agradecer rapidamente pelo célere atendimento que eu tenho tido por parte dos membros do poder público, com relação à audiência pública que nós faremos aqui na Assembleia Legislativa, no próximo dia 1º de março, sobre a questão do desenvolvimento social. Tenho recebido respostas céleres por parte do Tribunal de Justiça, da Promotoria de Justiça de Direitos Humanos, da Defensoria Pública. Então existe uma preocupação por parte do poder público na participação nesta audiência pública que se realizará aqui na Assembleia Legislativa.

Muito especialmente, eu gostaria de agradecer também à Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, na pessoa do Sr. Filipe Sabará, que prontamente já se colocou à disposição para vir à Assembleia Legislativa no dia 1º de março para demonstrar os diversos programas sociais que o Governo do Estado tem feito com relação ao desenvolvimento social, mais focada a classificação de desenvolvimento social no atendimento a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social com relação à hipossuficiência e também a mamães de primeira viagem.

A gente sabe que muitas mães infelizmente não têm condições de poder preparar a chegada do seu bebê, e nós temos diversas instituições, principalmente aqui no estado de São Paulo, que cuidam disso. Por exemplo, o Amparo Maternal, que fará presença aqui no próximo dia 1º de março nessa audiência pública. Nós temos o Cervi, que é o Centro de Reestruturação para a Vida, que é uma excelente instituição que também estará aqui no próximo dia 1º de março, e diversas instituições que cuidam diretamente de crianças e adolescentes.

Eu gostaria de citar algumas que já confirmaram presença nessa audiência pública que nós faremos aqui na Assembleia Legislativa, como A Mão Cooperadora, que chegou a ser parabenizada por esta Assembleia por intermédio do Prêmio Santo Dias, foi uma das instituições que recebeu o Prêmio Santo Dias aqui na Assembleia Legislativa. Foi um valor pecuniário que eu tenho certeza absoluta que ajudou muito as crianças lá do fundão do Marsilac, crianças que precisam de atividades socioeducativas e que recebem essas atividades por parte de A Mão Cooperadora.

Também nós teremos aqui no próximo dia 1º de março a presença do Recanto Interlagos. O Recanto Interlagos, além de fazer o atendimento às famílias em decorrência de pobreza, do desemprego e da questão da vulnerabilidade social, também oferece muitos cursos profissionalizantes como modelagem, manicure e pedicure, malharia, corte e costura e maquiagem.

Enfim, eles fazem o atendimento das famílias e preparam essas famílias para não dependerem tanto do estado, como também de programas sociais, mas para serem autônomos, porque, enfim, nós acreditamos que o melhor programa social que existe é o trabalho.

E, por último, e não menos importante, Sra. Presidente eu gostaria aqui de citar o projeto “Esculpir”, da Baixada Santista. O projeto “Esculpir” é um projeto excelente, extraordinário. É um projeto que teve iniciativa da Polícia Militar do Estado de São Paulo, e posteriormente o projeto “Esculpir” passou para a iniciativa dos civis. Hoje é administrado, e as crianças já chegaram a tocar em uma sessão solene aqui na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, graças ao trabalho extraordinário feito por uma pessoa que eu tenho um carinho enorme, e que, antes de eu me tornar deputado estadual, essa pessoa já auxiliava a região da Baixada Santista.

Foi uma ativista de extrema importância, e que, esse ano de 2022, ela veio a falecer. Uma luta incessante, nos últimos três anos, contra o câncer, e, senhores, eu gostaria, por gentileza, que reproduzissem a imagem dessa pessoa extremamente importante, a Sra. Lilian Denise Goulart da Silveira.

Para quem não conhece Lilian, ela foi como se fosse uma segunda mãe para mim. Eu tenho a dona Cilene Garcia, que sempre cuidou muito bem de mim, mas a senhora Lilian me ajudou muito nos momentos mais difíceis da minha vida, esteve presente inclusive na posse, a minha posse aqui, no ano de 2019, como deputado estadual.

Foi uma ativista brilhante, que lutou muito pelo direito das crianças também na Baixada Santista, por intermédio do projeto “Esculpir”, e por tudo aquilo que ela acreditava, pelas pautas conservadoras, pela liberdade acima de qualquer outra coisa. E a Lilian sempre será lembrada. Sempre será lembrada por mim, e sempre será lembrada por muitos ativistas que lutam em defesa da sua liberdade, não só na região da Baixada Santista, no estado de São Paulo, como pelo Brasil.

Porque a Lilian teve a ousadia de viajar até o Congresso Nacional e lutar por mais transparência nas eleições, lutar pelo conclave à democracia. Ela lutou muito por tudo aquilo que ela acreditava, e nesse ano de 2022 ela veio a falecer em decorrência de um câncer, mas ela lutou sempre por aquilo que ela sempre acreditou, e ela trouxe isso para mim também, o deputado Douglas Garcia a tomou como exemplo.

Eu tenho certeza de que ela sempre será lembrada, enquanto uma grande batalhadora, e nós daremos continuidade, Sra. Presidente, a esse trabalho aqui na Assembleia Legislativa, por intermédio do desenvolvimento social, e eu sei que nós teremos aqui, no próximo dia primeiro de março, grandes participações, principalmente do projeto “Esculpir”, que eu tenho certeza de que é também consequência do trabalho da Lilian feito aqui durante o meu mandato.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Receba minhas condolências, deputado Douglas. Estendo as condolências a todos os familiares e amigos da Sra. Lilian, que Deus a receba bem na pátria espiritual. E aproveito o momento de condolências para reiterar os pêsames que externamos aqui na sexta-feira passada, aos familiares e amigos dos ex-deputado estadual Roberto Purini, e hoje recebendo a notícia do falecimento de um outro ex-deputado estadual, Sr. Augusto Toscano. Também, em meu próprio nome, em nome dos colegas e da Casa, externamos as condolências, os pêsames aos familiares e amigos, e àqueles colegas que com os dois parlamentares conviveram nesta Casa.

Seguindo aqui com a lista dos oradores inscritos de forma suplementar no Pequeno Expediente, chamo à tribuna o nobre deputado Conte Lopes, que terá o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, na última sexta-feira estivemos na Academia do Barro Branco, onde houve a posse do novo comandante-geral, coronel Cássio, homem que já trabalhou na Rota, policial bastante experiente, como é o delegado Nico, o Dr. Artur, delegado-geral. Então, a gente está torcendo por esse pessoal.

Estava presente lá o governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Então, a gente está torcendo para que realmente a Polícia vá para as ruas combater o crime organizado, combater os bandidos, acabar com a Cracolândia, que foi prometido. Falo até o porquê de acabar com a Cracolândia: ontem, várias pessoas que moram na Cracolândia, pessoas de bem, ligando para a gente e mandando vídeos, centenas de viciados defronte à Praça Princesa Isabel, nas ruas. A pessoa não pode chegar em casa e não pode sair. A pessoa não pode viajar; se viaja, não consegue chegar e entrar em casa.

Então, estamos aguardando. Está reunindo com Justiça, com o ministério Público, mas já reuniram com Justiça e Ministério Público, que eu me lembre, umas 500 mil vezes. Está na hora de ação. “Ah, você está falando bobagem”. Não, não estou. Primeiro que aqui é o lugar de o deputado falar, aqui o deputado cobra. Tem muito deputado que é de TikTok. A gente não é de TikTok, a gente é de cobrar.

Aqui, em Brasília, tem muitos tiktokers só, então, a gente tem que cobrar, não é verdade? “Ah, vocês conhecem?”. Conheço, conheço. Eu, inclusive, lembro até que o Reis, que se elegeu deputado aqui estadual, agora, do PT, estivemos lá, como vereadores, na Cracolândia, fomos lá.

Trabalhei na Rota vários e vários anos, tive duas promoções por bravura na Polícia Militar, sempre entrei em qualquer lugar. O único lugar em que eu não consegui entrar foi na Cracolândia. Nós fomos lá com a Comissão de Segurança da Câmara, acompanhados da televisão da Câmara Municipal, e, quando chegamos na Cracolândia, nós fomos proibidos de adentrar o local.

“Aqui não entra”. Um monte de viciados, um monte de traficantes ligados ao crime organizado, ao PCC, dizendo que não se entra ali. Lá, tem a Guarda Municipal e tem a Polícia Militar dando segurança para os traficantes, essa é a grande verdade. Aí, resolveram fazer uma reunião com os traficantes, com a Guarda, com os PMs. “Então, pode entrar agora, só que a televisão não entra, a televisão fica fora”.

Andando por ali, a gente viu o que acontecia: o tráfico de drogas; o domínio dos traficantes; os viciados; os hotéis que, na época, foram alugados pelo Haddad, que era prefeito, onde se pagava um “pseudotrabalho” para o viciado e o viciado ia comprar droga lá no mesmo hotel, era tudo a mesma coisa.

Se pagava em dinheiro. Lá não se é assaltado, porque lá é o crime que manda. Então, podia chegar com dinheiro vivo e pagar para os viciados com dinheiro vivo que não tem assalto, é o crime que manda. Então, realmente, é uma situação que tem que começar a mexer, e eu falo por causa disso. As pessoas ficam ligando para a gente: “Pô, deputado, e aí? E aí? Misericórdia, pelo amor de Deus”. Entendeu?

Então, está na hora de nós termos ações. A gente vai cobrar, porque é aqui que o deputado cobra, aqui ele fala, porque o povo cobra da gente. Então, espero que realmente se crie alguma coisa de concreto. Pelo menos, na hora que tiver essas ações, é a Tropa de Choque lá, sei lá, a Guarda.

Não dá para o cara ficar ligando para mim para que eu resolva. Eu vou resolver o quê? Eu não sou o Batman nem o Superman. Agora, tem o Superman e tem o Batman, que são as polícias Civil, Militar, a Guarda, que têm que ajudar o povo, ué. Têm que ajudar o povo. Agora, não adianta ficar só fazendo reunião, hein? “Ah, porque o Poder Judiciário...”, “O médico agora vai internar”, “Não sei o que vai lá”. Vai ficar no blá-blá-blá. Nós vamos ficar no blá-blá-blá de novo?

Já passaram uns 500 aí no blá-blá-blá e a gente tinha a obrigação de cobrar. A gente foi eleito pelo povo. O povo vota na gente e nós temos a obrigação de cobrar, ou vai continuar a mesma coisa? Só que eu estou com os vídeos aqui, centenas e centenas de pessoas andando pela rua, gritando, berrando. A pessoa, apavorada, não pode entrar em casa e não pode sair de casa. Centro de São Paulo; o coração do Brasil, o centro de São Paulo.

Então, tem que se dar condição, essa é a grande verdade. Se vai pôr a banda de música, se vai pôr escola, tem que dar condição para o cidadão poder chegar em casa, sair e descansar também, porque quem trabalha para pagar imposto tem que ter direito ao descanso.

Obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós agradecemos, Sr. Deputado. Eu quero me unir a V. Exa. nesse relato. Sou testemunha de que a população que mora e trabalha naquela região está realmente refém e que é necessário mudar mentalidades.

Inclusive, as famílias dos dependentes ficam impossibilitadas de entrar na área para procurar seus filhos. Isso é um ponto que ninguém fala, mas muitas mães, muitos filhos querem procurar seus entes queridos e não podem entrar naquela área. Então, quero aqui apoiar a fala de Vossa Excelência.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Pela ordem. Para uma comunicação?

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Pois não.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - PARA COMUNICAÇÃO - Queria registrar a honrosa presença da nossa deputada eleita Ediane Maria, deputada combativa dos movimentos sociais aqui de São Paulo que integra agora a nossa bancada do PSOL. Ela vai assumir agora, no dia 15, e está fazendo uma visita ao plenário, à nossa liderança. Seja bem-vinda. É uma pessoa de luta, de resistência, é um exemplo. Participa de vários movimentos, do movimento por moradia, do MTST, e é uma honra tê-la aqui com a gente este ano. Um abraço.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Parabéns, deputada, pela eleição de Vossa Excelência. Que Deus abençoe o seu mandato. Muitas felicidades nesta Casa.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Pela ordem, Sra. Presidente. Só para cumprimentar também a deputada recém-chegada. Boa sorte e felicidades no mandato. Fique com Deus, um abraço. Boa sorte.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Seguindo com a lista de oradores inscritos de forma suplementar no Pequeno Expediente, chamo novamente à tribuna o nobre deputado Carlos Giannazi, que terá o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público aqui presente, telespectador da TV Assembleia, de volta à tribuna no dia de hoje, quero aqui dizer que, na semana passada, acionei o Ministério Público Estadual e também protocolei na Comissão de Meio Ambiente requerimentos pedindo a convocação dos representantes do Jardim Botânico e  da Secretaria do Meio Ambiente, Logística e Infraestrutura - agora mudou o nome, não é? - porque, de uma forma absurda e criminosa, o Jardim Botânico aprovou a realização de um evento...

Na verdade, não foi o Jardim Botânico, foi a empresa concessionária, porque o Jardim Botânico foi praticamente privatizado. Nós votamos contra a privatização do Jardim Zoológico e do Jardim Botânico. Todos se lembram, foi um dos primeiros projetos, acho que foi o primeiro projeto, ou segundo, do ex-governador Doria: a “privataria” tucana que foi aprovada aqui na Assembleia Legislativa.

Então, essa concessionária Reserva Paulista, empresa privada que não tem nenhuma preocupação com o Meio Ambiente - a única preocupação da Reserva é com o lucro -, ela autorizou a realização de um piquenique eletrônico - é quase uma “rave” - de doze horas dentro do Jardim Botânico. Três mil pessoas dentro do Jardim Botânico, deputado Conte Lopes. Olha só a agressão ao Meio Ambiente! Todos os pesquisadores, todos os cientistas, todos os ambientalistas são totalmente contra, dizendo que é um crime ambiental praticado aqui no estado de São Paulo.

Esse evento está programado para acontecer no dia quatro de março e ele não pode ocorrer. Espero que o Ministério Público entre com uma ação imediatamente e que a Secretaria do Meio Ambiente, a secretaria estadual, tome as providências e cancele esse evento, porque não é possível, é inadmissível, é inacreditável, porque o Jardim Botânico não é um parque urbano. O Jardim Botânico é um centro de pesquisas, um laboratório vivo. Temos várias espécies de fauna, de flora, é um lugar de pesquisa científica. Temos vários animais ali:  tem macacos, tem bichos-preguiça, tem lagartos, tem gambás.

Fazer uma festa eletrônica... É uma das maiores festas eletrônicas do mundo e é feita por uma empresa do Canadá, vai lotar três mil pessoas. Isso é uma agressão aos animais e também à flora ali, que é um parque centenário o Jardim Botânico, fica ao lado do Jardim Zoológico. Então vai ser uma agressão, um crime ambiental que tem que ser detido.

Então eu espero que o Ministério Público tome todas as providências no sentido de que haja um impedimento desse evento no próximo dia 4 de março. E nós fizemos a convocação aqui também da Secretaria do Meio Ambiente e dos representantes da Reserva Paulista, essa empresa concessionária que só pensa no lucro. Três mil pessoas lá dentro, 12 horas, é um absurdo total.

É o negacionismo ambiental, o bolsonarismo chegando no estado de São Paulo. É um absurdo. É a união do negacionismo com o privatismo. O “Tucanato” se aliando agora ao negacionismo e nenhum cientista foi consultado, os pesquisadores que trabalham lá dentro há anos, que têm uma experiência enorme, que são premiados.

Os pesquisadores, que trabalham no Jardim Botânico, recebem prêmios, são homenageados por universidades internacionais inclusive, não foram consultados. Tanto é que a própria Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo soltou um documento contra esse evento criminoso - repito - que vai colocar em risco a fauna e a flora do Jardim Botânico.

Então faço aqui da tribuna da Assembleia Legislativa um apelo ao Ministério Público Estadual, ao governador Tarcísio e à Secretaria do Meio Ambiente, porque agora também é secretaria de Logística, de Infraestrutura, e me parece que tem lá um subsecretário do Meio Ambiente, porque na verdade a Secretaria do Meio Ambiente ficou escanteada, ficou periférica ali, porque o importante para esse governo é privatizar tudo, fazer grandes obras para contemplar as grandes empreiteiras.

O Meio Ambiente me parece que está escanteado. Tanto é que autorizou um evento para três mil pessoas, um evento de 12 horas dentro de um espaço como o Jardim Botânico, que é uma unidade de conservação e proteção. Isso não tem sentido. Então as providências devem ser tomadas imediatamente.

Nós vamos fazer todos os esforços para que esse evento não ocorra, esse tal de Piquenique Eletrônico, que é feito por uma empresa do Canadá; nem do Brasil é. É um dos maiores eventos eletrônicos de música eletrônica no mundo dentro desse espaço. Então eu queria fazer esse registro, Sra. Presidente, Srs. Deputados e Deputadas.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Muito obrigada, Sr. Deputado. Sigo aqui com a lista dos oradores inscritos de forma suplementar no Pequeno Expediente, chamando novamente à tribuna o nobre deputado Conte Lopes, que terá o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Sra. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, retornamos à tribuna e vamos falar um pouco do governo federal, o governo Lula, porque o governo Lula está caminhando no governo olhando pelo retrovisor. Está olhando para trás; ele tem que olhar para frente. Não pode nem ficar pensando no Bolsonaro.

O Bolsonaro está lá em Miami, está lá nos Estados Unidos. Tem que ver o que esse governo vai fazer e não adianta ficar procurando inimigos na Polícia Civil, na Polícia Militar. A Polícia Civil e a Polícia Militar não são inimigas de ninguém. Elas cumprem o dever delas como sempre cumpriram, seja lá quem for o governo. A polícia cumpre o trabalho dela.

Nós já temos Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, Exército, Marinha e Aeronáutica. Agora diz o Lula que vai criar uma Guarda Nacional. Para quê? Para não fazer nada também? Para não fazer nada? Então é bom a gente verificar isso. Todo mundo na época do Lula mandou cadastrar o armamento; fomos lá e cadastramos. O cara ter uma arma não quer dizer que ele é inimigo do PT ou do PSOL, não tem nada a ver uma coisa com a outra. O cara normalmente compra uma arma para se defender dos bandidos. Nós vimos uma família aí no Distrito Federal um mês atrás, dez pessoas foram mortas, da mesma família: o avô, a avó, os filhos e os filhos dos filhos, criancinha de três anos, mortos pelos bandidos. Será que se eles tivessem uma arma eles teriam morrido daquela forma que eles morreram?

Eu nunca pedi para ninguém comprar arma, nunca fiz propaganda disso. Agora, é um direito da pessoa se defender. Já que você não tem direito a polícia estar 24 horas te protegendo, quem quiser ter uma arma para não ver uma filha ser estuprada, mulher ser estuprada, ter sua casa invadida. O interior, não é? Quantas vezes nós fomos para o interior fazer palestras, nossa Avaré, lá, terra do João Canovas e outros amigos, que os bandidos invadem uma fazenda, cinco, seis horas da tarde e saem seis horas da manhã, e levam o trator, leva insumos, leva gado, acaba com a família. O cidadão então pode a ter direito a uma arma se quiser. Ou até que uma onça vá comer um filho dele, ou um javaporco que ataca a casa dele. Ele não pode ter uma arma para se defender?

Então criaram um problema de arma de um problema de ordem, de democracia. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. O que nós temos é a bandidagem atacando em todos os lugares. Essa é a grande verdade. Se ataca no centro de São Paulo, como na Cracolândia, dominada pelo crime. “Ah, é difícil.” Como difícil? É só pôr a Polícia lá. Antes de começar a reunir chega a Polícia. Não faz isso, é 24 horas por dia. A Guarda Municipal chega junto, é só isso que tem que fazer. Tem que se antecipar, não é? Tem que se antecipar. Quem está no comando tem que criar alguma coisa para se antecipar.

Quando eu geri a segurança do banco Itaú, durante dez anos acabaram com os assaltos ao banco Itaú, ninguém assaltou mais lá, não, porque se o bandido fosse assaltar iria tomar tiro mesmo, porque a função do vigilante é dar tiro, não é sair da cabine de segurança e ir lá para fora, para morrer lá fora. Se ele tem uma cabine, que é blindada, e tem uma seteira para ele pôr o revólver e dar um tiro, é a função dele, ele foi treinado para isso. Dez anos, acabou assalto a banco.

Então estão misturando as coisas, misturando política com segurança pública. O cidadão, na fazenda, numa chácara, num sítio, ele tem uma arma para defender sua propriedade contra bandidos, que invadem, que barbarizam sua família, como essa família em que foram mortas dez pessoas. Ninguém fala nada, não é? Ninguém fala nada, quando morrem dez pessoas, “normal, está tranquilo”. Agora a exigência está virando uma pessoa que tem um porte de arma, que para ter um porte de arma você precisa trabalhar, ter bons antecedentes, ir à Polícia registrar sua arma, ir ao estande de tiro para aprender a atirar - homens e mulheres. Homens e mulheres.

Porque, na verdade, você vai para o litoral, é assalto toda hora, vai para o interior, é a mesma coisa, Capital, mesma coisa. Então a única coisa que as pessoas querem é segurança. A hora que der segurança para essas pessoas, evidentemente ninguém vai querer andar armado, que até enche o saco você andar armado na rua. Para que, se você não precisa? Agora, enquanto você não dá segurança é o que eu estava falando ontem da Cracolândia, as pessoas ligando, que não podiam sair de casa e nem chegar em casa. O cara está com o filho e com a mulher e não consegue entrar no prédio em que ele mora porque está cheio de bandido nas ruas.

“Misericórdia, me ajuda, capitão, me ajuda.” Bom, é difícil? É só pôr polícia lá. Se o bandido está, a Polícia tem que estar junto para evitar. “Ah, tem cinco mil reunidos, então não dá para ir mais.” Então não deixa reunir os cinco mil. É a polícia da área que faz. Não vou ensinar ninguém, mas é a realidade. Agora, a gente cobra porque o pessoal cobra. Então, seu Lula, vamos olhar para a frente. O cidadão que tem uma arma é para se defender de bandido, não é problema político-partidário, que até alguns criaram, até foram prejudicados na eleição, Roberto Jefferson, esses candidatos aí que saíram dando... Não é minha, mas tudo bem, fazer o quê? Tudo bem, não, mas cada um vira herói como quer. Mas são coisas da vida. Coisas da vida.

Obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós agradecemos, Sr. Deputado. Seguindo a lista dos oradores, chamo novamente à tribuna o nobre deputado Carlos Giannazi, para o prazo regimental de cinco minutos.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, Srs. Deputados e Sras. Deputadas. Eu acompanhei desde o final do ano passado até a semana passada, praticamente todo o processo de atribuição de aulas da rede estadual, que foi o pior de todos os tempos, porque eu nunca vi tantos professores prejudicados: desde os professores efetivos, concursados, os professores com estabilidade, o professor categoria “F” e o professor categoria “O” nem se fala.

Todos foram prejudicados porque, com a famigerada lei aprovada pela Assembleia Legislativa, a Lei nº 1378, do projeto de lei, na verdade, do PLC nº 3, do ex-governador Rodrigo Garcia, Doria e ex-secretário Rossieli, houve uma mudança nos critérios de atribuição de aulas porque, até então, os professores escolhiam as aulas através da sua pontuação, do tempo de serviço.

Se o professor tinha 10 anos na rede, ele tinha uma pontuação maior que um professor que entrou agora que está um mês, dois meses na rede, que é a forma justa que está no Estatuto do Magistério estadual, na Lei original nº 444, de 1985.

Mas, de uma forma perversa e sádica, para prejudicar os professores, houve a mudança do critério e depois houve ainda a publicação de uma resolução, a Resolução nº 85, consolidando, referendando essa alteração, que prejudicou e está prejudicando imensamente milhares e milhares de professores e professoras em todo o estado de São Paulo.

Nós temos milhares que não conseguiram aulas. Professores que estão há 20, 30 anos na rede estadual e ficaram fora da sala de aula. Professores com experiência, com acúmulo de experiência, com formação e ficaram fora porque a carga horária desses professores é menor.

Então, agora mudou o critério, não é mais pela pontuação, não é mais pela experiência, não é mais pelo tempo de serviço, e sim pela carga horária. Se o professor escolher uma carga horária maior, ele passa na frente daquele professor que está há 30 anos na rede estadual.

Isso é um absurdo total. Foi um verdadeiro massacre na rede estadual. Falei que é o genocídio da Educação, o genocídio do Magistério. Milhares de professores estão desempregados. Nós vamos iniciar o ano letivo provavelmente sem professores em muitas escolas por conta desse procedimento.

Mas não é só isso - isso já grave - nós aprovamos, no final do ano passado, um projeto de lei prorrogando os contratos dos professores de categoria “O” de 2018 e 2019 para que não houvesse interrupção, para que os professores continuassem trabalhando pelo menos por mais um ano.

No entanto, eles não receberam, têm várias irregularidades no pagamento desses professores, então essa situação continua. O novo secretário da Educação que assumiu agora, o dono da Multilaser, o empresário da Multilaser que, inclusive, eu denunciei agora porque ele tem contratos milionários com a Secretária da Educação, mas ele é o novo secretário da Educação.

E ele mesmo vai fiscalizar esses contratos da sua própria empresa que fornece equipamentos de informática, equipamentos eletrônicos para a rede estadual de ensino. Não tomou nenhuma atitude e ainda referendou isso, não se posicionou no sentido de mudar essa situação, de tentar minimamente resolver esse processo.

Então, foi isso que aconteceu e está acontecendo ainda no processo de atribuição de aulas. Foi o pior de todos os tempos. Eu acompanho as atribuições de aulas da rede estadual desde 1984, quando eu entrei na rede estadual, depois como deputado, como vereador, como deputado estadual e eu não tenho dúvidas de que esse processo foi o pior.

Ele tem que ser alterado imediatamente. Nós exigimos que seja refeita a atribuição de aulas, que nenhum professor fique fora porque todos têm o direito a escolher as aulas de uma forma transparente, de uma forma justa, isso é fundamental, e que haja agora, na volta do nosso trabalho legislativo, a mudança radical. Nós temos que alterar quase que integralmente essa farsa da nova carreira, a Lei 1.374. Essa será uma prioridade para nós na área da Educação, alteração profunda da Lei 1.374, de quase todos os artigos. Então essa vai ser a nossa luta aqui no sentido de que não haja mais prejuízo para os nossos professores. Então era isso.

Muito obrigado, Sra. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - Não havendo mais nenhum orador presente, eu solicito o levantamento desta sessão.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - Para um comunicado, Sra. Presidente?

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Pois não, deputado.

 

O SR. CONTE LOPES - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Eu queria cumprimentar V.Exa. numa entrevista que V.Exa. deu para a CNN a respeito do que está acontecendo em Brasília, que pessoas que estão sendo denunciadas sem sequer o promotor falar que ele participou ou não de uma ação. Quer dizer, é o maior absurdo na área jurídica, V.Exa. coloca muito bem junto aos jornalistas, uma situação dessas. Como é que uma pessoa pode ser denunciada por um crime que não cometeu e o cara não sabe se ele cometeu ou não, não consegue provar, mas denuncia assim mesmo. Quer dizer, mudou o Direito no Brasil?

Parabéns a Vossa Excelência. Sinto muito V.Exa. não continuar aqui nesta Casa, (Inaudível.) V.Exa., no governo federal, no Senado da República, mas parabéns pela (Inaudível.). Estão denunciando por ouvir dizer, se você estava ou não estava, se participou ou não participou não faz mal. Vossa Excelência colocou muito bem. No meu linguajar popular, o pau que bate em Chico bate em Francisco. Amanhã ou depois é a pessoa do PT que vai estar apanhando também da mesma forma, como já apanhou no passado. Então V.Exa. colocou muito bem. Também não consigo entender uma pessoa é denunciada? Eu não estou conseguindo ver o crime, diz o promotor, mas eu denuncio assim mesmo.

Então parabéns a Vossa Excelência.

 

A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Muito obrigada, deputado Conte Lopes, obrigada pelo carinho e atenção de sempre.

Foi uma entrevista que rendeu muita polêmica, e eu realmente fiz uma abordagem eminentemente técnica, porque nós, inclusive, ensinamos em sala de aula. As pessoas às vezes falam: denúncia, denúncia de maneira genérica, mas no processo penal a palavra denúncia é sinônimo da petição inicial, que dá início a um processo. Então o órgão acusador, V.Exa. que também é dessa área de repressão sabe, apresenta uma denúncia, que é uma petição inicial quando tem a convicção da materialidade do crime, da autoria. Se o procurador não chegou à conclusão de que já tem os elementos, tem que pedir para complementar as investigações, e não iniciar um processo.

Então o que me surpreendeu, ao ler a denúncia, as denúncias, foi que estava escrito assim: “Apesar de não haver provas de que o cidadão estava no ambiente das depredações, denuncio.” Isso não existe, com todo respeito, isso não existe. Por coincidência, hoje, vi que saiu uma matéria de que os próprios policiais federais estão questionando a apresentação precoce das denúncias. Então foi uma abordagem eminentemente técnica, não ideológica, e as pessoas precisam olhar para isso, porque abre um precedente ruim para a cidadania, para a Justiça, e assim por diante.

Mas agradeço imensamente a atenção de Vossa Excelência. 

E haja vista que o colega na tribuna pediu o levantamento e é regimental, seguindo aqui digo: Sras. Deputadas e Srs. Deputados, que havendo acordo de lideranças esta Presidência, antes de dar por levantados os nossos trabalhos, convoca V.Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia, informando que o presidente desta Casa já convocou os líderes para uma reunião, para um Colégio de Líderes para amanhã, às 14 horas e 30 minutos.

Desejando a todos uma excelente tarde e uma boa noite, declaro levantada a presente sessão. Até amanhã.

Está levantada a sessão.

 

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Levanta-se a sessão às 15 horas e 04 minutos.

 

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