
8 DE SETEMBRO DE 2025
44ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO DOS 40 ANOS DA DELEGACIA DA MULHER E OUTORGA DE COLAR DE HONRA AO MÉRITO LEGISLATIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO À DRA. ROSMARY CORRÊA
Presidência: MARIA LÚCIA AMARY
RESUMO
1 - MARIA LÚCIA AMARY
Assume a Presidência e abre a sessão às 10h39min.
2 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Nomeia a Mesa e demais autoridades presentes. Convida o público para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".
3 - PRESIDENTE MARIA LÚCIA AMARY
Informa que a Presidência efetiva
convocara a presente solenidade para "Comemoração dos 40 Anos da Delegacia
da Mulher e Outorga de Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São
Paulo à Dra. Rosmary Corrêa, por solicitação desta deputada. Tece considerações
sobre o órgão público e a respeito da trajetória profissional da homenageada.
Destaca o combate à violência doméstica. Lembra Frente Parlamentar do
Empoderamento da Mulher.
4 - JOSÉ RICARDO FRANCO MONTORO
Ex-deputado estadual, faz pronunciamento.
5 - REGINA SILVERIO
Secretária municipal adjunta de Gestão de São Paulo, faz pronunciamento.
6 - STELLA VERZOLLA
Secretária municipal adjunta de Direitos Humanos de São Paulo, faz pronunciamento.
7 - SANDRA TADEU
Vereadora na Câmara Municipal de São Paulo, faz pronunciamento.
8 - DANIELE SOUZA AKAMINE
Coordenadora municipal de Políticas para as Mulheres e coordenadora da Casa da Mulher Brasileira em São Paulo, faz pronunciamento.
9 - ADRIANA LIPORONI
Coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher do Estado de São Paulo, faz pronunciamento.
10 - ANGELA GANDRA
Secretária municipal de Relações Internacionais de São Paulo, faz pronunciamento.
11 - VALÉRIA BOLSONARO
Secretária estadual de Políticas para a Mulher, faz pronunciamento.
12 - DELEGADO OLIM
Deputado estadual, faz pronunciamento.
13 - ANA CAROLINA SERRA
Deputada estadual, faz pronunciamento.
14 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Anuncia a exibição de vídeo sobre as Delegacias da Mulher em São Paulo. Informa homenagens às autoras do livro "Delegacias de Polícia de Defesa da Mulher - Gestão e Boas Práticas no Estado de São Paulo". Orienta a entrega de exemplares aos membros da Mesa.
15 - SORAYA LIBARDI GALESI
Delegada de Polícia e coorganizadora do livro "Delegacias de Polícia de Defesa da Mulher - Gestão e Boas Práticas no Estado de São Paulo", a representar as autoras, faz pronunciamento.
16 - MESTRE DE CERIMÔNIAS
Menciona currículo e anuncia a outorga de Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo à Dra. Rosmary Corrêa.
17 – DRA. ROSMARY CORRÊA
Presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina do Estado de São Paulo, faz pronunciamento.
18 - PRESIDENTE MARIA LÚCIA AMARY
Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 12h35min.
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ÍNTEGRA
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-
Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Maria Lúcia Amary.
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A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Senhoras e senhores,
bom dia. Sejam todos e todas bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de
São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de comemorar os 40 anos da
Delegacia de Defesa da Mulher no estado de São Paulo e outorgar o Colar de
Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo à sempre deputada Dra.
Rosmary Corrêa, mais conhecida como delegada Rose.
Comunicamos aos presentes que esta
sessão está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal da Alesp no
YouTube.
Convido agora, para que componha a Mesa
Diretora, a deputada estadual Maria Lúcia Amary,
proponente e presidente desta sessão solene. (Palmas.) Convido agora a Dra.
Rosmary Corrêa, sempre deputada e presidente do Conselho Estadual da Condição
Feminina, nossa homenageada de hoje (Palmas.). E deputada estadual Ana Carolina
Serra. (Palmas.)
Convido agora a Sra. Valéria Bolsonaro,
secretária de Estado de Políticas Para a Mulher de São Paulo (Palmas.). Sra.
Angela Gandra, secretária municipal de Relações Internacionais de São Paulo
(Palmas.). Delegada Adriana Liporoni, coordenadora das Delegacias de Defesa da
Mulher do estado de São Paulo (Palmas.).
Dra. Maira Calidone Recchia Bayod,
conselheira estadual, presidente da Comissão Permanente das Mulheres... Perdão,
uma correção. Dra. Daniele Souza Akamine, coordenadora municipal de Políticas
para as Mulheres e coordenadora da Casa da Mulher em São Paulo. (Palmas.)
Convido todos os presentes agora para,
em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.
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- É executado o Hino Nacional
Brasileiro.
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A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Registramos e
agradecemos a presença das seguintes personalidades: Sra. Stella Verzolla,
secretária municipal adjunta de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo; Sra.
Regina Silverio, secretária municipal adjunta de Gestão de São Paulo; Dra.
Rebeca de Holanda Braga Rocha Feire, neste ato representando a defensora
pública Dra. Luciana Jordão de Carvalho; Dr. Roque Jerônimo Andrade, corregedor-geral
da Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Muito obrigada pela presença.
Passo a palavra neste momento à
proponente desta sessão solene, deputada estadual Maria Lúcia Amary.
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Bom dia a
todos e a todas. É uma alegria muito grande estar fazendo esta sessão solene
para os 40 anos das delegadas da delegacia de polícia, e uma homenagem para a
nossa querida delegada Rose por toda a sua história.
Nós precisamos lembrar que ela foi a
primeira mulher da primeira Delegacia da Mulher do mundo; tem toda essa
história e nós todas temos um orgulho muito grande de a estar homenageando,
porque ela fez e faz história, e hoje nós chegamos até aqui porque mulheres
como ela foram precursoras desse trabalho.
Quero cumprimentar a nossa querida
presidente do Conselho da Condição Feminina, que foi deputada aqui conosco,
sempre fez muita falta aqui, mas está hoje no Conselho da Mulher fazendo o seu
papel.
Cumprimentar a deputada estadual Ana Carolina
Serra, parceira de partido; secretária, também deputada conosco, Valéria
Bolsonaro, parabéns pelos seu trabalho, você sabe o quanto que você é querida
por nós aqui. Cumprimentar a Angela Gandra, secretária municipal de Relações
Internacionais; a Daniele Souza Akamine, coordenadora municipal de Política para
as Mulheres; o Eduardo Santos, secretário-executivo de Estado de Políticas para
a Mulher de São Paulo; a vereadora Sandra Tadeu, muito obrigada, uma amiga
querida que também está aqui conosco.
Eu vi chegar agora a vereadora delegada
Júlia, de Itapetininga. A todos vocês que estão aqui, é um prazer enorme estar
recebendo vocês. E o Montoro, o Ricardo, foi deputado aqui comigo também. Uma
família que fez história, não só seu pai e sua mãe, criaram uma política
diferenciada no estado de São Paulo. Nós temos muito orgulho da história da
família de vocês e você foi um grande parceiro como deputado estadual comigo
aqui também. Todos vocês merecem, que estão aqui, ser citados, mas o cerimonial
vai citando aos poucos.
Acho que eu vou falar daí. Iniciamos os
nossos trabalhos nos termos regimentais. Senhores e senhoras, esta sessão
solene foi convocada pelo presidente desta Casa de Leis, deputado André do
Prado, atendendo à minha solicitação, com a finalidade de comemorar os 40 anos
da Delegacia de Defesa da Mulher de São Paulo e outorgar o Colar de Honra ao
Mérito Legislativo à sempre deputada Dr. Rosmary Corrêa, mais conhecida como a
nossa delegada Rose.
Bom dia, mais uma vez, a todos vocês. É
com grande honra e emoção que hoje conduzimos esta sessão solene em celebração
aos 40 anos da Delegacia de Defesa da Mulher de São Paulo, um marco histórico
não apenas para o nosso estado, mas também para todo o Brasil.
Quatro décadas atrás, em um contexto de
grandes desafios sociais, nascia um espaço pioneiro pensado especialmente para
acolher, proteger e dar voz às mulheres vítimas de violência. Até então muitas
delas enfrentavam um duplo sofrimento: a dor da agressão e o descaso de um
sistema que não estava preparado para ouvi-las, acolhê-las e nem para
atendê-las de forma mais humanizada.
Foi nesse cenário que a história se
cruzou com a coragem, a determinação de uma mulher extraordinária, a delegada
Rose, a primeira a assumir o comando da DDM no estado de São Paulo e no mundo.
Sua trajetória é símbolo de pioneirismo, sensibilidade e firmeza. Rose não
apenas inaugurou uma nova forma de atuação policial, mas abriu caminhos,
desbravou fronteiras e mostrou a toda a sociedade que o enfrentamento à
violência contra a mulher exige estrutura, preparo, acolhimento e, sobretudo,
compromisso.
Celebrar esses 40 anos é também
reconhecer as conquistas que se seguiram. Hoje as Delegacias de Defesa da
Mulher são referência e estão espalhadas por diversas cidades, transformando-se
em um porto seguro para milhares de mulheres.
Trago aqui o exemplo da primeira
Delegacia de Defesa da Mulher do interior paulista, que foi na minha querida
cidade de Sorocaba, resultado de uma luta do nosso mandato, mas é igualmente um
momento de reflexão. Ainda há muito a avançar. O combate à violência doméstica
e de gênero precisa ser fortalecido com investimentos, capacitação e políticas
públicas integradas.
Queremos aqui registrar a nossa mais
profunda gratidão à delegada Rose, que representa todas as aquelas mulheres
que, com coragem e sensibilidade, ajudaram a escrever essa história. Por meio
dela, homenageamos também as delegadas, policiais, assistentes sociais,
psicólogas e tantas profissionais que, ao longo dessas quatro décadas,
estiveram e continuam na linha de frente dessa luta.
Tendo-a como inspiração para muitos dos
trabalhos desenvolvidos e voltados ao público feminino, neste meu sexto mandato
inicia-se mais um: a Frente Parlamentar do Empoderamento da Mulher, que foi
lançada aqui na Assembleia Legislativa, com grande apoio da delegada Rose e de
todo o Conselho Estadual da Condição Feminina, que contribui diariamente para
aprimorar as discussões em benefício das políticas públicas voltadas à mulher, ao
empoderamento feminino e aos avanços no combate à violência contra a mulher.
Não posso deixar de destacar aqui a
visão humanista e inovadora do então governador Franco Montoro, que decidiu
criar em São Paulo a primeira Delegacia de Defesa da Mulher, um gesto pioneiro
que projetou o estado como referência internacional e deu início a uma
transformação profunda na forma como a violência contra a mulher é tratada. Que
esta solenidade renove o nosso compromisso com a defesa dos direitos das
mulheres, com a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e livre de
violência.
Antes de finalizar, não posso deixar de
parabenizar as mulheres que hoje serão homenageadas pela autoria na obra
“Delegacias de Polícia de Defesa da Mulher: Gestão e Boas Práticas no Estado de
São Paulo”, livro que reúne artigos de 24 autoras, todas mulheres, delegadas e
escrivãs, com atuação direta na área de Segurança Pública, especificamente no
combate e no enfrentamento à violência contra a mulher.
Reforço aqui que essas delegadas e
escrivãs se destacam pela dedicação em Segurança Pública, pela defesa
intransigente dos diretos das mulheres e pelo compromisso com o fortalecimento
das instituições policiais. A obra representa um marco na valorização e na
disseminação de práticas inovadoras voltadas à humanização no atendimento, à
eficiência na gestão e à consolidação das Delegacias da Mulher como espaço de
acolhimento, proteção e acesso à Justiça.
Parabéns à Delegacia da Defesa da
Mulher pelos seus 40 anos. Parabéns à querida delegada Rose pela sua trajetória
que inspira e continua inspirando a nós, mulheres, e as novas gerações.
Bom dia. (Palmas.)
A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito
obrigada, nossa querida deputada. Agora, neste momento, convido para fazer uso
da palavra o Sr. José Ricardo Franco Montoro, sempre deputado. Por gentileza,
pode utilizar a tribuna. (Palmas.)
O
SR. JOSÉ RICARDO FRANCO MONTORO - Boa tarde a
todos e a todas, mais a todas do que a todos, não é? Depois de tantos anos,
estou voltando a esta Casa onde fui deputado, inclusive, junto com a deputada
Maria Lúcia Amary, e me sinto bastante emocionado em voltar à tribuna depois de
tanto tempo.
Não estava preparado para falar, mas
gostaria de salientar aqui essa nossa admiração - como já foi salientado no
discurso da Maria Lúcia - e o nosso respeito à delegada Rose.
A Delegacia da Mulher, fruto do
Conselho da Condição Feminina, representa um avanço muito grande em termos de
governo, de gestão. O meu pai tinha como lema, na campanha e no governo,
“descentralização, participação e geração de emprego” - era o tripé que venceu
as eleições, a primeira eleição no estado de São Paulo depois da ditadura.
E isso representou um avanço muito
grande. Nada mais, nada menos do que todos os conselhos foram formados, acho
que na sua grande maioria ou na sua totalidade, no governo Montoro. Os Consegs,
Conselhos de Segurança... Também estive há pouco comemorando 40 anos, é um
veículo de participação sensacional, muito bom e que representa, realmente, a
participação da população.
Muita gente acha, ou achava no início,
que conselho era para adiar os problemas, era montar mais uma reunião para não
fazer nada, não é? Isso os céticos diziam. O Montoro sempre acreditou nos
conselhos. E hoje, com certeza, ele está emocionado com essa festividade que
comemora 40 anos, talvez um dos principais conselhos, o Conselho da Condução
Feminina e a Delegacia da Mulher.
Fico muito contente em estar aqui
representando a família. Sinto-me à vontade, porque participei, praticamente,
como secretário particular do governador, na criação dessa Delegacia da Mulher,
que superou todas as expectativas. Disso, muito se deve à delegada Rose. Estou
aqui para cumprimentá-la e parabenizá-la por esta justa homenagem.
Muito obrigado. Parabéns. (Palmas.)
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigada por
suas palavras. Convido agora a Sra. Regina Silverio, secretária municipal
adjunta de Gestão de São Paulo. Uma salva de palmas para receber a nossa
convidada. (Palmas.)
A
SRA. REGINA SILVERIO - Bom dia a todos. Cumprimento
as autoridades, em nome da deputada Maria Lúcia, e as nossas ouvintes aqui, os
nossos telespectadores que estão nos acompanhando pela TV, os nossos
internautas que estão acompanhando online.
Este é um dia feliz, uma homenagem mais
do que merecida à nossa delegada Rose, que é uma mulher que - não só na vida
pública, como deputada, mas também na vida profissional e na vida pessoal - tem
trabalhado aí incansavelmente para garantir os direitos da mulher e também
contribuir, colaborar com as suas experiências, trazendo para a gente falas
muito importantes.
Queria agradecer, em nome da Secretaria
de Gestão, delegada, todas as vezes que você esteve lá conosco, nas nossas
“lives”, nos nossos eventos, trazendo palavras sábias e que estão embasadas em
uma longa experiência. Então parabenizá-la e parabenizar também a deputada
Maria Lúcia por essa iniciativa tão merecida.
Tratando, aqui, da Segurança e da
violência contra a mulher. Eu tenho certeza que é um tema que nenhuma de nós -
e de nós, homens, também, que estão ali ao nosso lado, batalhando todos os dias
- gostaríamos de estar aqui tratando ainda. Mas esse é um tema que é muito
presente no dia a dia de todas nós. As mulheres, obviamente, sentem mais do que
os homens essa violência.
A gente tem visto que, infelizmente, os
relatórios e as pesquisas têm mostrado ainda números alarmantes de violência
contra a mulher. E nós do poder público, seja ele em qual esfera for, o poder
público federal, o poder público estadual, o poder público municipal, temos que
ser indutores de políticas que tratem essa questão.
Mas a gente sempre tem sido reativo. As
nossas políticas são políticas de acolhimento. Elas são políticas de auxílio,
elas são políticas, de fato, de proteção, ou de proteger a mulher dessa
violência que ela sofre no seu cotidiano. Mas a gente tem que olhar um pouco
mais para a causa. A gente está tratando bastante dos efeitos, mas a gente tem
que olhar um pouco mais para a causa.
A Prefeitura de São Paulo investe
muitíssimo nessa política para mulheres. Nós temos a Secretaria de Direitos
Humanos, que a minha colega, Stella, está aqui; temos a Secretaria de
Assistência Social; temos a Secretaria de Segurança Urbana, com a Guarda
Municipal, com o Programa Maria da Penha. Nós temos muitas ações, felizmente,
que são uma porta de saída, um socorro para aquela mulher que está sofrendo
violência.
Mas onde, na nossa sociedade, está a
causa dessa violência? A política pública tem que começar a ser mais proativa.
Ela tem que atuar antes que essa violência ocorra, porque os números, todos que
nós pesquisamos, são crescentes.
Nós aumentamos o número de policiais -
a secretária Valéria está aqui e pode afirmar isso. Nós aumentamos o número de
capacitação para que tanto os policiais homens como as mulheres saibam acolher
essa mulher. Nós aumentamos expressivamente o número de delegacias. A pioneira
foi a nossa delegada Rose, mas nós aumentamos muito. Nós somos exemplo não só
para o Brasil, mas para o mundo.
Os nossos números de violência
continuam crescendo. E aí a gente se pergunta - eu estava até conversando mais
cedo - se é porque a denúncia aumentou ou se é porque a violência realmente
persiste. E é uma violência velada. Em todos os relatórios que a gente lê, nós
vemos que as mulheres sofrem essa violência dentro das suas residências, na
maior parte do tempo. Elas sofrem essas violências por seus parceiros e
companheiros que deveriam ser os próximos, que estão ali para cuidar.
E é uma violência que... A gente fala
muito da violência contra a mulher, mas e os bebês e as meninas? Que sofrem
violência todos os dias e nem sempre têm voz, têm fala, não é? Nós temos bebês
que sofrem violência. Nós temos meninas que são violentadas, mas que não têm
coragem de falar.
Então como é que a gente trata essa
sociedade? Como é que a gente trata as pessoas que deveriam cuidar e que estão
cometendo essa violência? E imagine o
impacto na vida de todas essas pessoas, dessas meninas, dessas mulheres. É um
impacto que obviamente tem um impacto para a sociedade.
Nós temos uma crescente na questão da
saúde mental, e muito disso está ligado à violência que se sofre durante a
infância e durante a vida adulta. Como que nós vamos olhar para essa sociedade
e trazer, de fato, ações e políticas que não só remediam, mas que evitam essa
violência?
E aí a gente fala do poder público como
indutor, mas e a nossa responsabilidade como indivíduo? Nós estamos também
fazendo a nossa parte? Nós estamos olhando com mais cuidado? Nós temos um olhar
acolhedor? A gente, ainda hoje, ouve frases que a gente não gostaria, não é?
“Mas também, você viu o comportamento dela?”. “Mas também, você viu que roupa
ela estava usando?”. São frases que até hoje, em 2025, a gente ouve.
Então é olhar com cuidado para essa
violência e entender por que esses números estão crescendo. A nossa função como
educadora, nossa função como mães, tias, colegas que poderiam estar com um
olhar mais atento e ver onde nós podemos contribuir, ou de que forma a gente
entende de onde vem essa violência. Ela é cultural? Ela é resquício de um
sistema patriarcal?
Nós temos que atuar mais na causa e
parar de normalizar números. Porque o número é só número, não é? O número...
Quando a gente ouve “Quatro mulheres morrem por dia de feminicídio no Brasil”,
isso acaba virando um número. E ele só impacta quando está muito perto da
gente. Mas a gente não pode normalizar esse fato.
A gente tem que ver como nós devemos, o
poder público, o poder privado, nós indivíduos podemos agir para que essa violência
diminua. E eu acho que aí a gente tem que entender as causas do porquê que essa
violência continua - e continua com números alarmantes. A gente vê as denúncias
aumentando. A gente vê, felizmente, as prisões e condenações também aumentando.
Mas isso não impede que ela progrida. E a gente tem que cuidar, principalmente,
da mais tenra infância, que também são meninas que estão sofrendo violência no
seu ambiente doméstico.
Mas, para não pesar muito na manhã de
hoje, eu queria só dar os parabéns, delegada Rose, por toda a atuação que a
senhora vem tendo aí nessa vida de mais de 30 anos atuando nessa causa, e dar
os parabéns a todas as mulheres que seguem aí firmes e fortes, mesmo com tantas
controvérsias no seu dia a dia.
Uma boa manhã a todos.
Obrigada. (Palmas.)
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Obrigada, secretária
Regina. Convido agora para a palavra a secretária Stella Verzolla, secretária
municipal adjunta de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo. Uma salva de
palmas. (Palmas.)
A
SRA. STELLA VERZOLLA - Bom dia a todos e
todas. Cumprimento as autoridades presentes, na pessoa da deputada Maria Lúcia
Amary. Gostaria de cumprimentar a nossa vereadora Sandra Tadeu pelo trabalho
que tem feito na nossa Procuradoria Especial da Mulher.
É uma honra estar aqui hoje
representando a Secretaria dos Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, junto
com a coordenadora Daniele, em um momento tão simbólico, a celebração dos 40
anos da criação da Delegacia da Mulher, uma conquista histórica para o enfrentamento
à violência de gênero no nosso país.
A Delegacia da Mulher é um marco para
que a violência contra a mulher deixasse de ser invisibilizada e passasse a ser
tratada como uma questão de política pública. Quatro décadas depois, seguimos
firmes no compromisso de ampliar as redes de proteção, oferecer acolhimento e
construir respostas cada vez mais humanas e eficazes.
Na cidade de São Paulo, a Secretaria de
Direitos Humanos e Cidadania atua com um conjunto de equipamentos que
fortalecem essa rede. Temos a Van de Mulheres que percorre os territórios,
levando orientação, acolhimento e encaminhamentos; os centros de referência às
mulheres em situação de violência; o Centro de Defesa da Convivência da Mulher;
a Casa da Mulher Brasileira, que integra diversos serviços de apoio em um só
local; e os postos avançados nos metrôs e nos terminais de ônibus, que
aproximam o atendimento da rotina das mulheres. Cada uma dessas iniciativas
reafirma o nosso compromisso com a vida, a dignidade e o direito de viver sem
violência.
Hoje também celebramos um
reconhecimento muito especial. A delegada Rose, que fundou a primeira Delegacia
da Mulher e há anos dedica sua trajetória à defesa da vida das mulheres e ao
fortalecimento das políticas de enfrentamento à violência, recebe o Colar de
Honra ao Mérito Legislativo. Esse é um reconhecimento justo e inspirador, que
nos lembra que a luta por uma sociedade mais igualitária é feita por pessoas
que não se cansam de transformar realidades.
A Delegacia da Mulher completa 40 anos,
mas a luta pela igualdade e pelo respeito continua todos os dias. Seguiremos
juntas e juntos, fortalecendo parcerias e ampliando a rede de proteção para que
cada mulher em nossa cidade saiba que não está sozinha.
Muito obrigada e um bom dia a todos.
(Palmas.)
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigada. Eu
convido agora para a palavra a vereadora Sandra Tadeu. (Palmas.)
A
SRA. DRA. SANDRA TADEU - Bom dia a todos e a
todas, como disse o meu amigo Ricardo, mais para todas do que para todos,
porque hoje reunimos as mulheres. E dizer que é uma grande honra hoje, aqui na
Assembleia Legislativa, a gente estar aqui para celebrar os 40 anos da criação
das Delegacias da Mulher em nosso país, o que foi implantado por uma mulher que
inspira todos nós, continua inspirando, e continua aconselhando.
A cada momento que a gente se junta em
algum desses eventos, a Rose: “Não, é melhor assim. A gente tem que fazer
assado”, e ela vai dando o direcionamento para que a gente possa conquistar o
que a gente almeja nessas questões.
Esse é um marco fundamental na história
da proteção e da luta pelos direitos das mulheres. Ao longo dessas quatro
décadas, cada delegacia se tornou não apenas um espaço de denúncia, mas também
de proteção, de coragem e de esperança para milhares de mulheres que
encontraram nesses locais a possibilidade de transformar sua vida com dignidade
e segurança.
Eu, como médica, vereadora, procuradora
da Mulher agora na Câmara Municipal de São Paulo, sei que cuidar das pessoas
vai além da saúde física. É muito mais do que isso. É a saúde mental, é o
acolhimento em qualquer sentido, é um abraço, é a pessoa sentir que ela não
está sozinha. E isso nós mulheres temos um jeito diferente de fazer. Nós muitas
vezes falhamos porque nós não somos unidas. As mulheres têm que perceber que
cada uma delas tem a sua janela. Ninguém vai ocupar o lugar da outra.
Hoje aprovei na Câmara a questão do
“wollying”. Eu ouvi dizer aqui, alguém falar assim: “Mas como? Você acha que
essa roupa, ela deve usar essa roupa? Será que ela não viu que não está legal?”
E isso acontece até nas grandes empresas, onde as mulheres estão em um alto
escalão e muitas vezes humilham as suas próprias funcionárias. Então esse é um
dos primeiros motivos que a gente tem que dar uma melhorada nisso.
E, continuando na questão das
delegacias, eu vou aproveitar aqui que eu estou em uma Casa de Leis e vou dizer
uma coisa, que há algum tempo eu venho batendo nisso. Já falei a alguns
governos que as nossas delegacias... Coitada de quem é a delegada e coitada de
quem é a escrivã, porque, muitas vezes, elas é que têm que “se virar nos trinta”
para dar comida para essa pessoa, para achar o lugar de acolhimento dela.
E venho pedindo há muito tempo... Vou
lhe dizer, é o estado que tem que fazer esses convênios, porque tudo são as
prefeituras, tudo são as prefeituras. Nós temos que ter equipes de acolhimento.
Antes de alguém chegar para falar com qualquer delegada, ela tem que estar
sendo acolhida.
E isso eu observei - eu já participei
de três CPIs da violência contra a mulher, em duas delas eu fui presidente -, a
gente precisa desse acolhimento, a gente precisa de uma certa estrutura. E aí a
Rose fala para mim: “Sandra, não precisa de tanta Casa da Mulher”. Não é isso,
Rose, que você falava para mim?
Tem algumas delegacias, principalmente
na cidade de São Paulo, que são grandes; elas suportam essas equipes de
acolhimento. E a gente precisa lutar por isso. E nem precisaria estar
sensibilizando ninguém.
Alguém aqui tem que fazer uma lei que
obrigue o governo do estado a colocar equipes dentro... Quem faz a lei não está
aqui? A gente está invertendo isso. Na prefeitura, aqui... Eu brigo muito com
isso. Quem faz a lei somos nós. Nós é que aprovamos. Então nós precisamos dessa
força.
Já estive falando: “Ah, mas, Sandra,
faça um convênio com as escolas, com as universidades”. Bom, quem é que tem a
caneta? É o vereador? É o prefeito? Não! Quem tem a caneta é o governo do estado.
E isso eu estou defendendo as delegacias aqui do nosso estado de São Paulo. E
nós, da cidade de São Paulo, temos acho que são dez ou nove Delegacias da Mulher.
Então, vou falar para essa mulherada
deputada aqui se juntar com a mulherada de lá, porque nós temos que fazer uma
audiência com o governador e ele tem que colocar isso. O Tarcísio é uma
pessoa... Eu vejo pelos discursos que ele tem... Assim, ele é carinhoso, ele é
muito carinhoso com a Cristiane, ele é muito... Mas ele tem que pôr essa turma
aí, porque eles têm que ajudar.
Às vezes, ficam seis horas esperando e
ela desiste, ela desiste. E muitas que fazem o B.O. voltam para casa... E ainda
eu escuto de algumas, porque eu trabalho muito na periferia da cidade de São
Paulo. Ele fala assim: “Vai lá, faz outro B.O., faz outro B.O., está bem?” Ainda
tem que escutar isso. E tudo isso a gente vai melhorar. Aprovei um projeto na Câmara
e o prefeito vai sancionar depois de olha...
A mulher tem que ter o direito de ter a
casa, não esses negócios de aluguel por dois anos. Quando é que uma mulher vai
se levantar em dois anos? Uma mulher que parou de estudar, uma mulher que não
trabalha, não tem uma profissão. Eu preciso, primeiro, melhorar a posição dela.
Não estou dizendo que ela não vai
deixar de pagar a casa, ela vai. Agora, em dois anos, ela não pega aquela
“penca” de filhos e leva para a sua casa. Ela não tem como fazer isso. Teve
cartas de crédito, até a Rose disse que teve bastante repercussão, mas e a hora
que ela não tiver a profissão para pagar o negócio, como é que vai fazer?
A gente precisa dar o acolhimento e ela
ter essa sua casa. E isso, se Deus quiser, agora o prefeito vai sancionar - nós
aprovamos faz uns 15 dias, tem todos esses prazos - para que a gente possa
fortalecer essa mulher.
Mas como o assunto é delegacia, nós
temos que lutar... Juro, tem muitas delegadas aqui. Está aqui a Renata. Estou
errada, Renata? Não! É isso que a gente precisa. Hoje, é isso que nós
precisamos.
Lúcia, faça um projeto aí e faça, sim,
obrigue o estado a colocar equipes de acolhimento dentro das Delegacias da
Mulher, porque não adianta só a delegada. Eu estou escravizando as delegadas,
eu estou escravizando a escrivã que fica lá.
Tem lugar aí... Muitas deixam de comer
e dão a comida delas para essas mulheres e para os seus filhos, porque muitas
mulheres chegam nessa delegacia sem roupa. Não, vestidas, mas todas
ensanguentadas, precisam de um banho, precisam de tudo isso e ficam lá. Elas
precisam dessa equipe. Isso não é luxo, isso é uma necessidade.
E eu tenho certeza de que o governador
Tarcísio vai atender as deputadas aqui, porque ele precisa das deputadas. Os
governos precisam do Legislativo. Ninguém governa sem o Legislativo junto. E
por isso...
Olha, quantas mulheres tem aqui na
Assembleia? Quantas mulheres tem aqui na Assembleia? (Vozes fora do microfone.)
Está bom. Nós, da Câmara, já estamos com um número um pouco melhor: já tem 20
de 55.
Mas, para terminar... Olha, Rose, isso
é tão merecedor, que você não deixou de ser delegada, mas você está sempre em
cima nos conselhos, daquilo que a gente pode fazer e daquilo que a gente não pode
fazer. Eu me sinto muito honrada de estar aqui.
Quero parabenizar a nossa amiga Lúcia,
Maria Lúcia, que é uma deputada aqui, também muito atuante. Eu nem vou falar
dos mandatos, porque também não vou falar do meu, porque senão vão falar que
nós já estamos mais para lá do que para cá.
Então, é isso aí, mas nós temos
experiência, nós temos garra. Por isso, nós estamos aqui ainda. Então, muito
obrigada e, olha, que Deus te ilumine, tanto a Maria Lúcia quanto a Rose. Que
dure por muitos e muitos, porque a gente ainda tem muita coisa para fazer.
Muito obrigada a todos. (Palmas.)
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Obrigada, vereadora.
Obrigada pelas palavras. Aproveito para agradecer a presença da delegada Júlia
Nunes, vereadora de Itapetininga. E convido agora, para o uso da palavra, a
Daniele Souza Akamine, coordenadora municipal de Políticas para as Mulheres e
coordenadora da Casa da Mulher em São Paulo. (Palmas.)
A
SRA. DANIELE SOUZA AKAMINE - Bom dia a todas e a
todos. Quero agradecer a todas as autoridades aqui presentes, na figura da
deputada, e falar que é uma honra estar aqui hoje, nessa homenagem desses 40
anos da DDM e, principalmente, nessa homenagem à delegada Rose.
Antes de a gente lembrar que ela foi a
primeira delegada, não da delegacia aqui, mas da primeira delegacia do mundo, é
importante lembrar como se deu esse processo, não é, delegada? Porque Franco
Montoro estava candidato, e a senhora e mais um grupo de mulheres foi lá falar
que precisava melhorar a questão do enfrentamento contra a violência. E quando
ele se sentou, se bem me lembro as palavras da senhora, a senhora nem o esperou
esquentar o lugar, e foram cobrar a DDM. Foi assim que nasceu a nossa primeira
DDM.
Então, a delegada não foi só a primeira;
foi ela que originou todo esse processo das delegacias das mulheres aqui no
Brasil, em São Paulo. Então é uma honra estar aqui nessa homenagem a uma pessoa
que eu admiro muito. A gente está sempre se encontrando por aí. E, cada vez que
a gente se encontra, eu tenho o prazer de aprender um pouquinho mais, de
conhecer um pouquinho mais sobre essa questão do enfrentamento. É uma
referência para todas nós.
E eu só tenho muito a agradecer, porque
quando a gente vê uma mulher tão forte todo esse tempo à frente da delegacia, a
gente vê que todas nós podemos. E é um caminho que todas querem trilhar. Então,
além de tudo, a senhora é um exemplo. Eu tenho muito a agradecer por este
momento e falar que é muito justa essa homenagem, muito merecida.
Bom, é só isso.
Muito obrigada. (Palmas.)
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido agora, para o uso
da palavra, a delegada Adriana Liporoni, coordenadora das Delegacias de Defesa da
Mulher do estado de São Paulo. (Palmas.)
A
SRA. ADRIANA LIPORONI - Bom dia a todos. Sra.
Deputada Maria Lúcia Amary, agradeço profundamente pelo honroso convite para
estar aqui hoje. Em seu nome, cumprimento todas as pessoas presentes neste
plenário: parlamentares, vereadoras, vereadores, autoridades civis e militares,
representantes da sociedade civil, conselheiras.
Em especial, eu saúdo o nosso Conselho
Estadual da Condição Feminina, presidido pela Dra. Rosmary Corrêa, do qual eu
tenho muito orgulho de fazer parte. Mulheres guerreiras e valorosas,
funcionárias desta Casa Legislativa. Com especial reverência, saúdo todas as
delegadas, delegados e policiais que constroem diariamente essa história de
luta e proteção.
Uma saudação especial ao Dr. Júlio Guebert,
diretor do Departamento de Administração e Planejamento da Polícia Civil, aqui
representando o Conselho da Polícia Civil. Muito obrigada, Dr. Júlio. (Palmas.)
Dr. Helio Bressan, representando a Polícia Civil aqui na Assembleia.
Hoje é um dia histórico: celebramos 40
anos das Delegacias de Polícia de Defesa da Mulher. Nós nos acostumamos a dizer
só Delegacias da Mulher, mas esquecemos do “polícia”. Nós somos delegadas de
polícia que defendem a mulher - e isso é muito importante. Instituições
fundamentais no combate à violência de gênero e na construção de uma sociedade
mais justa e igualitária.
E é impossível falar dessa trajetória
sem reverenciar o governador Franco Montoro, aqui na pessoa do seu filho,
Ricardo Montoro, que mudou a história da Segurança Pública no Brasil. E no
mundo, não é?
Dra. Rosmary Corrêa, a primeira
delegada de polícia frente a uma Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher do
Brasil. Uma pioneira, uma visionária, uma liderança inspiradora. Foi graças à
sua coragem, à sua sensibilidade e visão de futuro que nasceu, em 85, a
primeira Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher do País.
E é com profunda emoção que a
parabenizo pela justíssima homenagem de hoje, onde a senhora recebe o Colar de
Honra ao Mérito Legislativo, condecoração que não é apenas um reconhecimento
formal, e sim um tributo à sua vida dedicada à causa das mulheres, à Justiça e
ao serviço público.
Quero também registrar e enaltecer o
trabalho da deputada Maria Lúcia Amary, que tem se destacado à frente do
movimento de mulheres desta Casa. Sua atuação tem sido marcada pela
apresentação de importantes projetos em defesa dos direitos da mulher e da
família, promovendo avanços significativos na legislação e no fortalecimento de
políticas públicas voltadas à equidade de gênero. Seu compromisso é visível e
transformador.
São Paulo seguiu trilhando o caminho
que a Dra. Rose iniciou. Hoje temos 142 Delegacias de Polícia de Defesa da
Mulher distribuídas - e não espalhadas - em todo o estado de São Paulo, fazendo
uma diferença enorme na vida de tantas famílias, tantas crianças. Porque é no
seio familiar que germina, muitas vezes, a criminalidade. Quantas famílias,
quantas mulheres, quantas crianças vocês, delegadas de polícia, não salvaram
nesses anos todos?
Hoje, além das 142 salas, nós temos a
DDM online, aqui representada pela Dra. Utimia, que faz um excelente trabalho. É
a tecnologia no avanço das políticas públicas. Até por meio dessa delegacia
online, a mulher, do seu carro, do ônibus, do tablet, do seu trabalho, ela faz
um boletim de ocorrência, ela tem orientação, ela pede medida protetiva e ela
sai com mais uma camada de proteção. É fantástico.
Nós temos também hoje, como política
pública inovadora no estado... O tempo está esgotado, mas, por favor, eu quero
falar só um pouquinho do nosso trabalho. Há 170 salas DDM, que antes eram só
atendimento 24 horas para DDM online, mas hoje a ideia é trazer uma sala para
cada delegacia de polícia do estado, no sentido de levar a mulher, a criança, o
adolescente a essa sala para ser acolhido, para ser ouvido dentro de um plantão
policial, em muitos municípios que muitas vezes não têm uma delegacia de
polícia. É uma gestão inovadora dessa administração.
Então, com muito orgulho, afirmo que
São Paulo abriga a maior e a mais estruturada rede de investigação
especializada do Brasil – e tenho a honra de coordenar esse movimento. Fico
muito orgulhosa de estar aqui ao lado de delegadas, de policiais, abnegadas,
comprometidas, fortes, capacitadas e verdadeiramente corajosas.
Vereadora Sandra, a senhora tem razão.
Por quê? Porque elas fazem esse trabalho redobrado, que não é só a
investigação, o trabalho de polícia judiciária, e sim o atendimento
especializado de ouvir, acolher, orientar muitas vezes.
E é verdade, pagar um hotel para essa
vítima ficar, pagar um alimento, pagar um Uber para ela voltar para casa ou ser
acolhida por casa de familiares. Isso realmente é um trabalho muito
diferenciado. E elas enobrecem o nome da Polícia Civil de São Paulo e oferecem
ferramentas preciosas para aprimoramento do nosso trabalho.
Quero também parabenizar as autoras
deste livro fantástico de gestão em violências públicas e enfrentamento à
violência doméstica, em especial a todas vocês, delegadas queridas, amigas,
escrivãs, em especial às duas organizadoras: a Dra. Soraya e a Dra. Araceli. Parabéns
pelo trabalho.
A nossa missão é reestruturar as
delegacias, modernizar, modernizar os equipamentos - a secretária Valéria tem
nos ajudado bastante com isso, as emendas parlamentares têm nos auxiliado muito
- e melhorar continuamente as políticas públicas. Tudo isso para construir um
futuro mais justo, mais humano, mais feliz e livre de violência para todas as
mulheres.
Que os próximos 40 anos das Delegacias de
Polícia de Defesa da Mulher sejam ainda mais transformadores. E sigamos firmes,
com coragem, meninas. União por todas as que vieram antes. Um abraço especial
para a Dra. Isilda, para a Dra. Rose, pelas que estão hoje e pelas que ainda
virão.
Muito obrigada. (Palmas.)
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Obrigada pelas
palavras. Gostaria de registrar a presença do deputado estadual Delegado Olim e
do deputado estadual Thiago Auricchio. Muito obrigada pela presença. (Palmas.)
Registrar também a presença da Sra.
Sandra Andreoni e, na pessoa dela, já agradecer às demais conselheiras
estaduais da Condição Feminina que estão aqui presentes e prestigiando essa
cerimônia. Não vou nominar todas porque eu estou vendo muitas carinhas aqui,
mas eu sei, estou aqui acompanhando a presença de todas.
Passo a palavra agora à Sra. Angela
Gandra, secretária municipal de Relações Internacionais de São Paulo.
Uma salva de palmas para a nossa
secretária. (Palmas.)
A
SRA. ANGELA GANDRA - Bom dia a todos. Queria
cumprimentar especialmente a nossa deputada Maria Lúcia. Parabéns pela
iniciativa. Cumprimentar a grande amiga Rose também. Estivemos juntas já há
muitos anos, desde o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Queria cumprimentar também a nossa
secretária Valéria Bolsonaro. Também nós estamos juntas nessa luta desde
aquelas épocas. Queria cumprimentar especialmente as que travam as lutas comigo
hoje: a Regina e a Stella, da nossa prefeitura. Cumprimentar a Ana Carolina,
deputada estadual; Daniele; Adriana. Cumprimentar também a Sandra,
superparceira, vereadora Sandra Tadeu.
Queria cumprimentar a Ana Karen, que
está aqui também e tem essas lutas no coração. Cumprimentar o nosso deputado
Montoro e, especialmente, cumprimentar todo o público, mulheres, policiais,
delegadas, o nosso deputado e todos que tornaram possível este evento.
Hoje nós não celebramos somente os 40
anos da Delegacia da Mulher, mas, de fato, o protagonismo feminino, para o que
a Rose abriu alas com a sua própria vida e nos faz pensar, como bem falou a
Maria Lúcia: “É um dia de reflexão”.
Faz-nos pensar, especialmente, no
quanto nós precisamos da plataforma para que outras mulheres possam descobrir a
sua vocação na política, no mundo do direito, onde for, e viver a sua missão
dentro dessa vocação.
A Rose nos dá um exemplo, inspiração. Gostei
que lembraram de que ela trabalha não só pela mulher, mas pela família.
Trabalhamos juntos por isso também no Ministério da Família, da Mulher e dos
Direitos Humanos.
Essa reflexão também nos faz pensar,
como foi citado aqui anteriormente, que hoje nós ainda temos que lutar pela
proteção da mulher, mas é muito pouco. A gente tem que chegar muito antes
disso, ou seja, a proteção. Nós temos que viver.
Mas por que nós não lutamos mais pela
projeção da mulher, encontrando caminhos nas políticas públicas, encontrando,
de fato, promovendo, antes de tudo, uma mudança cultural no nosso país? É
preciso uma mudança cultural. Uma mulher não pode ter só voz, quer dizer, não
pode ter só espaço.
Eu, no mundo jurídico, às vezes, até
estranho. Às vezes tem uma mulher e mil homens na mesma mesa, e a mulher não
tem voz ainda. Nós não temos uma voz que realmente se faça escutar. Por outro
lado, eu entendo que é preciso dar essa autonomia para a mulher, como nós
lutamos para que a mulher seja autônoma financeiramente, e assim por diante,
respeitada no seu lar, respeitada na sociedade.
Eu peço desculpas até pelo que eu vou
dizer, mas que a mulher não valha um corpo, mas que valha pela sua cabeça, pela
sua capacidade intelectual, pelo seu coração. Porque a força da mulher está no
seu coração, na sua capacidade de perseverar, na sua capacidade de lutar nessa
fortaleza que as mulheres têm e que sabem, de fato, como vocês veem nas
delegacias, recomeçar uma vida, se reconstruir, se reinventar e assim por
diante. Nós dando também, de fato, essa plataforma.
Eu penso que também os homens não podem
ter medo da mulher, da capacidade da mulher, da capacidade da mulher que não
está para competir, mas para compor. Temos que procurar caminhos menos
opositivos e mais compositivos nas políticas públicas.
E, por fim, eu agradeço muito ao
prefeito Ricardo Nunes, que nos dá essa capacidade de liderança - mais da
metade dos nossos, de fato, da liderança na prefeitura é de mulheres - e nos dá
também essa confiança, e nós compomos ali. Porque é maravilhoso, é uma riqueza
humana a complementariedade entre homem e mulher.
Então eu agradeço à Rose, especialmente,
por ter esse coração, por ter essa fortaleza. E que para nós seja não só uma
experiência, mas um exemplo de vida. E que nós possamos com ela, e nesses
próximos 40 anos, como bem falaram aqui, continuar dando a plataforma para que
muitas mulheres recomecem, sim, mas para que muitas mulheres comecem e possam
ser protagonistas verdadeiras da sua própria vida.
Muito obrigada.
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Passa a palavra neste
momento à Sra. Valéria Bolsonaro, secretária de Estado de Políticas para a Mulher
de São Paulo. Uma salva de palmas. (Palmas.)
A
SRA. VALÉRIA BOLSONARO - Bom dia. É uma alegria
estar aqui. Obrigada, Maria Lúcia; obrigada, delegada Rose, que está ali junto
comigo, junto com a secretaria. O Conselho da Condição Feminina é uma extensão
da secretaria. Nós estamos juntas.
Enfrentamos juntas agora a 5ª
Conferência dos Conselhos, que foi uma batalha campal que nós conseguimos, saímos
vivas, graças a Deus. Foi um trabalho árduo, mas foi muito bom. E é isso que a
gente quer: seguir esse exemplo, usar, absorver esse conhecimento para que a
gente possa trabalhar junto.
Vereadora Sandra, se as delegacias
estão precisando desse suporte, as escolas também. E aqui fala uma professora
de educação infantil, uma professora alfabetizadora, uma professora de chão de
fábrica, como eu falo. Eu queria que as psicólogas estivessem dentro das
escolas, porque hoje eu falo que o nosso trabalho só acontece depois que a
mulher sofreu aquela violência.
E se a gente colocar os psicólogos na
escola para tratar as crianças que presenciam essa violência todos os dias, e
que muitas vezes veem a mãe saindo, indo buscar ajuda nas delegacias, e depois
elas voltam para dentro da escola, como se nada tivesse acontecido.
E as estatísticas nos garantem que
infelizmente... É lógico que nem toda criança que foi vítima direta ou indireta
de uma violência se tornará um agressor, mas todo agressor teve um histórico de
violência.
Então, o meu sonho... E eu falo que eu
vou morrer com mais ou menos uns 250 anos, porque eu vou conseguir colocar os
psicólogos dentro das escolas, porque aí, sim, a gente vai fazer um trabalho de
prevenção - que é esse o maior sonho que eu tenho, prevenção.
Então, vamos juntas, vamos trabalhar
com tudo isso. A secretaria já colocou. Estamos fazendo agora... Dia dez, eu
entro nas escolas para ajudar as mães atípicas, com psicólogos, com rodas de
conversa, para que essas mães, que tanto sofrem com as crianças atípicas,
tenham ali um atendimento, uma ajuda, para que elas possam continuar e diminuir
a ansiedade que elas têm ali no coração.
E, junto com isso, também vamos fazer
rodas de conversa e de atendimento com psicólogo para as professoras que sofrem
violência dentro das escolas e dentro de casa. E nós temos hoje um número
enorme de professoras faltando às escolas, e nem pedem atestado, porque têm
vergonha.
Então o Governo do Estado de São Paulo
está trabalhando. E aí a gente fala... O município... A gente pede ajuda,
porque são 645 municípios. É muita coisa, não é fácil. Então, é essa ajuda que
a gente pede e essa ponte que a gente estende com os municípios, que realmente
tem funcionado, tem levantado uma aproximação maior e um trabalho mais coeso.
Eu parabenizo todas as delegadas. Sei
do trabalho de vocês. Sou aqui uma fã incondicional da Secretaria de Segurança
Pública. A Dra. Adriana sabe disso; meu colega de Secretaria, o Derrite, também
sabe disso; e muitas delegadas que me conhecem sabem disso também. Contem
conosco, estamos juntos.
Delegada Rose, o seu exemplo, todo o
seu trabalho... A senhora não desbravou, a senhora rompeu barreiras. A senhora
foi lá na floresta selvagem e abriu um caminho para que todas que vieram atrás
pudessem ir pavimentando esse caminho que a senhora abriu. Parabéns. Que Deus
lhe abençoe muito. Continue nos ajudando. Adoro estar junto com a senhora. É
sempre muito boa essa nossa parceria. Conte sempre conosco, com toda a
Segurança Pública.
Estamos juntos. Estado e Segurança
Pública caminharemos juntos, com as prefeituras também, para que esse trabalho
seja alcançado e as nossas mulheres tenham saúde, dignidade, proteção,
segurança e muito empreendedorismo.
Muito obrigada, um grande abraço e
fiquem com Deus. (Palmas.)
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigada.
Gostaria de registrar a presença do Sr. Rodolfo Guerra, coronel do Comando
Militar do Sudeste, e também do comandante da GCM de São Caetano do Sul, Sr.
Sérgio Vieira. E aqui representando o comandante da GCM da cidade de São Paulo,
Jairo Chabaribery, a Sra. Mary Roseane de Souza. Muito obrigada pela presença.
Passo agora a palavra e convido à
plenária o Sr. Deputado estadual Delegado Olim. Por gentileza, para fazer uso
da palavra. (Palmas.)
O
SR. DELEGADO OLIM - PP - Bom dia a todos. A
todas, não é? Só tem mulher aqui hoje. Eu nem iria falar, me pegaram de supetão,
mas eu não poderia deixar de comparecer.
A nossa colega deputada, que foi aqui
desta Casa, que começou com a Delegacia da Mulher... Não posso deixar de
parabenizar a deputada... Espera aí que estou meio perdido aqui. Puseram tanto
papel aqui. Espera um pouquinho, gente. Tudo errado, não é? Essa minha
assessoria está meio ruim, viu?
A deputada Maria Lúcia Amary, minha
colega, minha amiga do Conselho de Ética e de outros processos dos quais nós
participamos muito juntos... A delegada que fez uma homenagem hoje para a nossa
homenageada, que é da Delegacia da Mulher, a nossa...
Nossa senhora, hoje está difícil aqui.
Meu Deus do céu. Deu branco aqui, desculpa. É que... Olha quanto papel que me
deram. Tudo errado. Não sabem quem é quem, mas eu tenho aqui... Não fiquem
nervosos, não, mas é que já estou com uma bronca. Então, quando eu fico nervoso,
eu já fico com bronca.
A deputada homenageada - agora achei -
Rosmary Corrêa foi deputada estadual desta Casa, participou aqui como deputada...
E nada mais do que ser homenageada, que começou, lá no governo Montoro, as
Delegacias da Mulher. Todos os anos nós fazemos homenagens.
Eu não poderia também deixar de
cumprimentar aqui a deputada estadual Ana Carolina Serra, que também é seu
primeiro mandato e já está brigando por vocês, mulheres. E a Maria Lúcia Amary
- volto a repetir - foi muito feliz de fazer essa homenagem merecida, porque a
nossa homenageada ficou aqui como deputada e foi delegada de polícia como
vocês, que estiveram - como diz o nosso Dr. Desgualdo - nas trincheiras, estiveram
brigando. E vocês recebem todos os dias as reclamações.
Eu tenho um projeto meu, um projeto que
eu não... As pessoas que têm violência doméstica, da Lei Maria da Penha, não
podem ser mais contratadas em concurso público ou qualquer cargo dentro da
Assembleia Legislativa, o que for, ou nas câmaras municipais, em cargos de
confiança, para que eles não possam ser nomeados. Esse projeto está aí, foi
feito por mim, e eu acho que a gente vai conseguir aprovar esse projeto com o
governador Tarcísio de Freitas.
Quero cumprimentar a nossa secretária
de Políticas para a Mulher, Valéria Bolsonaro, também nossa deputada estadual,
que ficou aqui durante um tempo com a gente e agora virou secretária, ficou
mais metida, está lá no Palácio dos Bandeirantes, mas é parceira, amiga e
continua aqui dando tudo o que vocês precisarem. É certeza que ela compra a
briga de vocês, principalmente vocês delegadas, que estão às vezes em um lugar
em que às vezes demora para chegar uma viatura nova para vocês.
Estão faltando policiais na Polícia
Civil, mas tenho certeza de que agora, com os novos concursos, com o governador
Tarcísio de Freitas, juntamente com o nosso delegado-geral, Dr. Artur, vocês
terão os policiais que precisam - e pessoas vocacionadas para trabalhar com a
mulher.
Eu acho que mulher tem que trabalhar
com mulher. Temos que ter homens? Temos que ter homens. Mas acho que a mulher
se sente mais à vontade ao falar com uma mulher do que com um homem. Eu sinto
isso e acho que é isso que a política da Segurança Pública hoje está fazendo.
Quero cumprimentar aqui também a dona
Daniele Souza, coordenadora municipal de Políticas para as Mulheres da cidade
de São Paulo. Mande um abraço ao nosso Ricardo Nunes, esse grande prefeito que
está fazendo um trabalho maravilhoso.
E quero cumprimentar aqui a Adriana
Liporoni, coordenadora da Delegacia de Defesa da Mulher, minha amiga, minha
colega. Juntos fizemos vários plantões, eu no Garra e ela no 78º DP.
Tudo o que era bagunça que eu não tinha
como levar para alguma delegacia eu levava para ela resolver para mim - aquelas
ocorrências quadradas que precisava deixar redondas. Eu chegava lá e já dava
assim o meu relatório: “Faz para mim que eu preciso entregar isso de manhã no
Deic.” Quantos relatórios ela fez para mim, sempre me ajudando?
Então, quero parabenizar todas. Vocês
podem contar comigo aqui nesta Assembleia. Tudo o que for ligado à Delegacia da
Mulher, à Polícia Civil, à Polícia Militar, às Forças de Segurança, estarei
sempre do lado de vocês. Parabéns pelo belo trabalho que vocês recebem.
E vamos brigar - nós, delegados,
investigadores, escrivães, todos que fazem parte das Forças de Segurança - por
um aumento melhor, porque São Paulo merece. Vocês são as... Hoje, abaixaram
completamente a criminalidade.
Eu acho que o governador tem que olhar
com outros olhos um bom aumento para nós. Está na hora de as polícias, as Forças
de Segurança de São Paulo, que é o estado mais rico da nação, pagarem melhor
para nós, porque vocês recebem aquela mãe, que chega lá e que não tem mais a
quem recorrer. O único jeito de recorrer é às delegacias de polícia, a vocês. E
se elas não tiverem aquele apoio, aquele carinho, que vocês dão todos os
dias...
Porque foi radical a mudança da
Delegacia das Mulheres, radical o atendimento. Hoje poucas mulheres... Eu
recebi aqui... Quando eu entrei de delegado, eu recebia muitas reclamações que
chegavam na delegacia e os homens tratavam mal. Hoje não. É mulher tratada por
mulher.
Estou vendo a Dra. Jacqueline aqui,
quero cumprimentá-la, presidente da Associação dos Delegados... Associação,
não, do Sindicato dos Delegados, uma parceira. E já... O tempo esgotou, falei
demais.
Então eu quero deixar aqui o meu abraço
a todas, um beijo no coração. Doutora, a senhora merece essa homenagem mais do
que tudo. E para a doutora... A deputada Amary também, parabéns por ter
feito... Dar essa comenda que tanto a doutora merece, que tanto trabalhou por
vocês.
Tchau, obrigado. (Palmas.)
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigada.
Convido agora, para o uso da palavra, a deputada Ana Carolina Serra, para a sua
mensagem.
A
SRA. ANA CAROLINA SERRA - CIDADANIA - Senhoras e
senhores, muito bom dia. É uma alegria muito grande estar aqui presente na
manhã de hoje, principalmente com este plenário cheio. Deputada Maria Lúcia,
queria parabenizá-la muito por este dia e por essa iniciativa. Um plenário
cheio, cheio de mulheres, de representantes da sociedade civil, de todas as forças
para a proteção dos vulneráveis, no caso, da mulher.
É uma alegria muito grande poder ver
que, de fato, o trabalho da mulher, aqui nesta Casa, na Assembleia Legislativa,
é reconhecido, tem história, mas, acima de tudo, tem efetividade. Existe hoje,
de fato, uma proteção à mulher, graças à homenagem que hoje está sendo aqui
concedida.
Queria parabenizar todos que me
antecederam pela fala e dizer um pouquinho daquilo que todas vocês trouxeram,
eu também carrego no coração. Como já foi dito, é o meu primeiro mandato, mas
não significa que, pelo fato de estar hoje tendo essa oportunidade de fazer
essa representação, nós não tenhamos uma luta por detrás e que muitas vezes não
é vista.
Então, gostaria muito de parabenizar a
minha colega Maria Lúcia - com quem eu aprendo constantemente na Federação -
pela iniciativa. Mas muito mais do que isso, por todo o trabalho e por toda a
história que você carrega no coração. Não posso deixar de prestar minha
homenagem à delegada Rose.
E, como eu já disse, eu imagino a
história, o filme que deve passar, ao ver esse reconhecimento. São 40 anos de
proteção à mulher, 40 anos de uma história, de uma ideia que se tornou
realidade, ali junto ao Franco Montoro, que reconheceu essa necessidade.
Então, vendo ali a questão do
Legislativo e do Executivo, quem tem a caneta na mão, tornar, de fato, efetiva
uma política pública muito importante. E, acima de tudo, é pioneira - pioneira
não só no nosso estado de São Paulo, no Brasil, mas no mundo. Parabéns. Às
vezes, a gente não tem ideia da dimensão, do peso que isso carrega e de quantas
mulheres a senhora já salvou vidas.
E ver este plenário com toda essa
representação, Guarda Civil Municipal, Defesa Civil, Conselho, são
representantes da iniciativa privada, do poder público, e de toda a sociedade
civil. Isso mostra a força da união da sociedade em prol de um bem comum.
Então, queria muito, em nome da Daniele Akamine, que muito bem me recebeu na
Casa da Mulher Brasileira, que é justamente a comprovação da efetividade dessa
política pública.
Delegada Rose, quando a gente vê, a
senhora começou há 40 anos com uma ideia de instalação da Delegacia da Defesa
da Mulher. E hoje a gente já tem, no Brasil, a Casa da Mulher Brasileira, que
corrobora, que unifica todos os instrumentos de proteção à violência contra a
mulher. É a Delegacia da Mulher, criando e crescendo. Criando proteção, mas,
acima de tudo, protegendo a mulher, de fato, unindo todos os instrumentos que
nós temos, garantidos através da nossa Constituição Cidadã de 88.
Então, fico muito feliz e muito
emocionada de estar, hoje, aqui no plenário, podendo reconhecer essa história
que se tornou realidade. E nós começamos com muita alegria essa semana, a nossa
segunda-feira, homenageando e comemorando os 40 anos das Delegacias da Defesa
da Mulher.
E, gente, celebrar esse marco é
reconhecer, acima de tudo, uma história de luta, uma história de coragem e
resistência de tantas mulheres que, por quatro décadas, encontraram nesse
espaço, idealizado pela delegada Rose, um porto seguro para a denúncia e
também, como já foi dito aqui, pelo acolhimento.
Estar aqui hoje, homenageando a
delegada, é uma experiência muito significativa, porque ela não apenas criou a
primeira Delegacia da Mulher, ela plantou uma semente, um movimento que mudou o
rumo da proteção da mulher no nosso país.
E a sua visão pioneira e a sua
determinação inabalável abriram as portas para que a violência doméstica, que
antes e ainda hoje é muito silenciada, passasse a ser tratada como um grave
problema de Segurança Pública, mas, acima de tudo, de direitos humanos.
No entanto, essa luta está longe de
terminar. Uma pesquisa recente mostra que os números continuam alarmantes. A
violência contra a mulher atinge, desde 2017, a marca de mais de 21 milhões de
mulheres que sofreram algum tipo de agressão. E, nesse patamar, a gente tem que
os casos de violência física atingem quase duas em cada dez mulheres brasileiras.
Esses dados não são apenas estatísticas,
eles representam histórias de vida. São histórias de dor, mas, acima de tudo,
de urgência, de necessidade de urgência da nossa ação. E esse levantamento foi
feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em conjunto com o Instituto
Datafolha.
E essa é uma preocupação que eu carrego
muito antes do início do nosso mandato. O combate à violência contra a mulher e
a busca por uma sociedade mais justa, mas, acima de tudo, respeitosa, se
tornaram pilares centrais da nossa atuação aqui na Assembleia Legislativa.
Não se trata apenas, gente, de uma
plataforma política, mas, acima de tudo, um compromisso que eu e a deputada
Maria Lúcia carregamos no nosso dia a dia, ouvindo histórias, propondo leis e,
acima de tudo, trabalhando incansavelmente para que a gente possa fortalecer a
rede de proteção a essas vítimas de violência.
E que a história de luta da delegada
Rose, hoje uma inspiração para todos nós das Delegacias de Defesa da Mulher, nos
inspire sempre a seguir em frente, ainda mais com força, mas ainda mais com
convicção de que esses números assustadores diminuam, delegada, e para que nós
possamos um dia viver em um país onde todas as mulheres se sintam seguras e
respeitadas.
Muito obrigada. (Palmas.)
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos as
palavras das autoridades. Gostaria de registrar ainda a presença da Sra. Rita
de Cássia, representando o vereador Marcelo Messias, de São Paulo; e também da
desembargadora Flora Maria Nesi Tossi Silva, coordenadora da Mulher em Situação
de Violência Doméstica do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Assistiremos agora a um vídeo sobre as Delegacias
da Mulher, que será exibido no telão.
*
* *
- É exibido o vídeo.
*
* *
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Uma salva de
palmas. (Palmas.) Realmente, uma história muito bonita. E, dando continuidade a
esta solenidade, vamos homenagear as autoras da obra “Delegacias de Polícia de
Defesa da Mulher: Gestão e Boas Práticas no Estado de São Paulo”.
Organizado pela escrivã Araceli Martins
Beliato e pela delegada Soraya Libardi Galesi, o livro é pioneiro ao
sistematizar experiências práticas, estratégias de gestão e iniciativas
inovadoras desenvolvidas nas Delegacias de Defesa da Mulher, DDMs, por todo o estado
de São Paulo. Fruto de um esforço coletivo, o trabalho reúne artigos de 22
autoras, todas mulheres, com atuação direta na área de Segurança Pública,
especificamente no enfrentamento à violência doméstica e familiar.
Os capítulos apresentam desde relatos
sobre gestão humanizada, parcerias institucionais e integração em rede, até
inovações tecnológicas, como a DDM online e a criação da sala 24 horas; além de
experiências exitosas, acolhimento, depoimento especial, programas de
reeducação de agressores e projetos de enfrentamento à violência psicológica e
patrimonial.
O delegado-geral de polícia de São
Paulo, Artur José Dian, assina o prefácio, destacando a relevância da obra como
registro histórico e instrumento de valorização da atuação feminina nas DDMs.
Convidamos agora, para virem à frente, a deputada Maria Lúcia Amary e demais
membros da diretoria para entrega das homenagens às autoras da obra.
Por gentileza, peço que se posicionem
aqui à frente e uma salva de palmas para receber todas as autoras, que eu vou
nominar agora. (Palmas.) Sra. Adriane Gonçalves, delegada de polícia. Por
gentileza, vão se posicionando aqui na sequência em que forem chamadas. Sra.
Ana Paula de Bem Bittencourt Ribeiro, todas delegadas de polícia. Angela
Cristina Cristensen, delegada de polícia também.
Escrivã de Polícia, Araceli Martins
Beliato. Delegada de polícia, Carolina Nascimento Silva Aguiar. Daniela Attab
Del Nero, delegada de polícia. Peço que vão se posicionando à frente aqui da mesa
principal para que possa ser feita a entrega. Jacqueline Valadares da Silva
Alckmin, delegada de polícia. (Palmas.)
Delegada Julia Nunes Machado. (Palmas.)
Luciara de Cássia da Conceição, também delegada de polícia. (Palmas.) Por
gentileza, as homenageadas chamadas se posicionem à frente da mesa. Nadia
Ferreira Aluz Santos, delegada de polícia. (Palmas) Priscila Camargo Campos
Gonçalves Stefanin, delegada de polícia. (Palmas.) Renata Lima de Andrade
Cruppi, escrivã de polícia. (Palmas.) A delegada Soraya Libardi Galesi, também,
por gentileza, à frente. (Palmas.) Utimia Gonçalves, delegada de polícia
também.
Essas serão as nossas homenageadas, às
quais eu peço que se posicionem à frente para a entrega das homenagens e para o
registro fotográfico. Assim que forem entregues as homenagens, será feito o
registro da foto oficial. Então, por gentileza, se posicionem aí de uma forma
que seja mais adequada para todas.
*
* *
- São entregues as homenagens.
*
* *
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Por gentileza, para o
registro da foto. Agora todas olhando para frente para o registro deste tão
importante momento. Lembrando que essas são as autoras da obra, o livro
“Delegacias de Polícia de Defesa da Mulher: Gestão e Boas Práticas no Estado de
São Paulo”.
Uma salva de palmas para as nossas
homenageadas. (Palmas.) Eu peço que as homenageadas... Então ainda tem mais
foto? Aqui, agora a foto oficial. Agora vai conseguir fazer? (Palmas.) Isso,
todas olhando à frente.
Convidamos as autoridades a
permanecerem à frente, pois, neste momento, as autoras presentearão os membros
da Mesa com exemplares do livro “Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher:
Gestão e Boas Práticas do Estado de São Paulo”. Cada homenageada entregará um
exemplar do livro aos nossos membros da Mesa principal.
Para falar em nome do... (Vozes fora do
microfone.) Pedimos que se organizem, sempre posicionadas à frente, para
facilitar a sessão de fotos. E também que os fotógrafos se posicionem de forma
que as pessoas que estão na plenária possam também acompanhar este registro.
Com licença. O registro da foto. Por
gentileza, se posicionem paralelo à mesa, viradas à frente, para o registro
fotográfico deste momento, com o exemplar do livro. Todas juntas. Sra. Angela,
por gentileza, para que saia na foto principal. Isso, muito bem. Uma salva de
palmas para todas. (Palmas.) Prontos os registros fotográficos.
Solicito, neste momento, que as
homenageadas tomem os seus assentos e as nossas convidadas retornem à mesa
principal para darmos continuidade à nossa cerimônia.
Para falar em nome das homenageadas e
autoras do livro “Delegacias de Polícia de Defesa da Mulher: Gestão e Boas
Práticas do Estado de São Paulo”, convidamos a delegada de polícia e
coorganizadora, Dra. Soraya Libardi Galesi.
Uma salva de palmas, por gentileza.
(Palmas.)
A
SRA. SORAYA LIBARDI GALESI - Bom dia a todas e
todos. Gostaria de subir aqui para fazer os agradecimentos. Deputada Maria
Lúcia Amary, agradeço a iniciativa dessa justa e emocionante homenagem que
enaltece a trajetória da Delegacia de Defesa da Mulher em seus 40 anos de
história.
Registro ainda o meu agradecimento a
toda a Mesa que compôs este evento, na pessoa da Dra. Adriana Liporoni, minha
colega de trabalho, hoje juntas nessa luta contra a violência de gênero.
Cumprimento com especial deferência a nossa querida Dra. Rosmary Corrêa,
delegada Rose, que abriu caminhos e nos inspira diariamente pela sua coragem,
sensibilidade e compromisso inabalável com a defesa da mulher.
Dra. Rose, eu comecei minha carreira na
1ª DDM. Eu saí da Acadepol e escolhi ir trabalhar na 1ª DDM, lá naquele prédio
antigo da Bittencourt Rodrigues, ainda não era na Casa da Mulher Brasileira. E
eu tenho muito orgulho dessa trajetória, de ter iniciado a minha carreira lá na
1ª DDM. Então, muito obrigada por abrir esse caminho.
Um agradecimento especial às autoras do
livro, aqui conosco, nosso livro “Delegacias de Polícia de Defesa da Mulher:
Gestão e Boas Práticas no Estado de São Paulo”, obra que consolida a memória
institucional e inspira políticas públicas mais eficientes.
Registro os meus cumprimentos ao meu
chefe, querido Dr. Júlio Guebert, que sempre acreditou nos nossos projetos. Sem
ele, com certeza, muitos de nós não estaríamos aqui. Muito obrigada, doutor.
Registro os meus cumprimentos também ao nosso delegado-geral de polícia,
secretário de Segurança Pública, que apoia o nosso trabalho.
Celebrar os 40 anos da Delegacia de
Defesa da Mulher é reafirmar um compromisso: atendimento qualificado,
investigação com perspectiva de gênero e proteção integral às vítimas.
Encerrando, reafirmo que momentos como
este não apenas celebram conquistas, mas também renovam o nosso compromisso com
uma Polícia Civil mais humana, técnica e comprometida com a justiça.
Obrigada. (Palmas.)
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigada.
Gostaria de registrar ainda a presença de Jacqueline Valadares da Silva
Alckmin, presidente do Sindicato dos Delegados do Estado de São Paulo; a presidente
do Rotary Club de São Paulo, região do Butantã, Marcia Regina Büll; Célia
Rizzante, presidente da BPW, Associação de Mulheres e Negócios e Profissionais;
Sra. Hyo Mi Kim Linhares, presidente da AMPM Brasil; Dra. Marly Lamarca,
presidente da Virada Feminina de São Paulo, um grande abraço; Vera Tabach,
presidente da Abime, também um grande abraço; e Zaine Assaf, também nossa
colega querida. Uma salva de palmas para as nossas convidadas, aqui registradas
as presenças. (Palmas.)
E, neste momento, daremos início à
outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo à Dra. Rosmary Corrêa. É um
momento de muita importância, pois esse Colar de Honra ao Mérito Legislativo é
a mais alta honraria conferida pela Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo.
Foi criado em 2015 e é concedido a
pessoas naturais ou jurídicas, brasileiras ou estrangeiras, civis ou militares,
que tenham atuado de maneira a contribuir para o desenvolvimento social,
cultural e econômico de nosso estado, como forma de prestar-lhes, pública e
solenemente, uma justa homenagem.
Esta sessão solene homenageia, com a
outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo, a
sempre deputada Rosmary Corrêa, presidente do Conselho Estadual da Condição
Feminina. Rosmary Corrêa é bacharel em direito, formada pela FMU, delegada de
polícia e figura histórica na luta pelos direitos das mulheres no Brasil.
Em 1985, foi responsável pela criação
da primeira Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher do mundo, marco pioneiro
no combate à violência de gênero e referência internacional em políticas
públicas voltadas à proteção feminina. Com uma carreira sólida na área de
Segurança Pública, atuou inicialmente como escrivã de polícia e,
posteriormente, como delegada.
Sua trajetória política teve início em
1990, quando foi eleita deputada estadual por São Paulo. Foi reeleita por mais
três mandatos consecutivos, em 1994, 1998 e 2002, totalizando quatro
legislaturas na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Durante esse período como parlamentar, destacou-se
como presidente da Comissão de Segurança Pública e como presidente da CPI do
Sistema Prisional, além de participar ativamente em diversas frentes
legislativas voltadas à justiça, direitos humanos e políticas de gênero.
Ao longo de sua trajetória, coordenou
duas conferências estaduais da mulher, em 2011 e 2016. E agora tivemos mais
uma, então vou corrigir aqui o texto: a terceira agora em 2025. E, atualmente,
exerce a função de presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina, gestão
2021-2025, da qual a minha mãe também faz parte, da qual sou muito fã.
É também presidente do Rotary Club São
Paulo Norte, gestão 2021-2022, membro do movimento Mulheres da Verdade e
integra a Associação Brasileira de Mulheres da Carreira Jurídica de São Paulo.
Reconhecida nacional e
internacionalmente, é palestrante em eventos, ciclos e seminários no Brasil e
no exterior, tendo representado o País em eventos como a Conferência Nacional
da Mulher, em Angola; o Parlamento do Mercosul, em Uruguai e Montevidéu;
Conferência Mundial da UNI Global Union América Mujeres, em Medellín.
Recebeu diversos títulos, medalhas e
prêmios ao longo de sua carreira, entre eles, Diploma Mulher-Cidadã Bertha
Lutz, honraria concedida pelo Senado Federal a mulheres que contribuíram de
forma significativa para a causa feminina do Brasil; Medalha do Pacificador,
concedida pelo Exército Brasileiro a personalidades civis e militares que
prestaram relevantes serviços à população.
Com uma trajetória como essa, marcada
pela inovação, coragem e compromisso com os direitos humanos, especialmente o
das mulheres, a sua atuação segue sendo uma referência e inspiração para as
novas gerações de lideranças femininas no País. Delegada Rose, quando foi
criada a primeira delegacia, eu tinha quatro anos. Então, para mim, é uma
grande honra estar aqui hoje. Realmente, a senhora é inspiradora.
E, por isso, convido para vir à frente
os membros da Mesa Diretora, juntamente com a homenageada para a Outorga do
Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.
Uma salva de palmas. (Palmas.)
*
* *
- É feita a outorga do Colar de
Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.
*
* *
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Lembrando que as fotos
oficiais estarão disponíveis no Flickr da Assembleia Legislativa. Então eu peço
que as homenageadas e as convidadas se posicionem aqui em frente à mesa, para o
registro da foto oficial deste momento tão importante. Uma salva de palmas.
(Palmas.)
Uma salva de palmas para a nossa
homenageada. (Palmas.) E peço que retornem à mesa principal. Lembrando que,
após a cerimônia, haverá disponibilização do espaço para fotos com as
homenageadas.
E eu passo a palavra, neste momento, e
gostaria de pedir que ocupe o lugar na plenária, a nossa homenageada, Delegada
Rose, para fazer uso da palavra. E que todas as demais retornem à mesa
principal. Delegada Rose, poderá fazer uso da palavra para, mesmo neste momento
de emoção, fazer agradecimento da sua...
A
SRA. DRA. ROSMARY CORRÊA - Bom dia, quase boa
tarde, a todas e aos poucos todos aqui presentes. Eu quero agradecer, de todo o
coração, à minha amiga e irmã, deputada Maria Lúcia Amary.
Eu e a Maria Lúcia ficamos juntas
durante alguns mandatos aqui na Assembleia. Sempre conseguimos ser muito
parceiras. E o fato de eu não estar mais aqui não significa que deixamos de ser
parceiras. Continuamos. E o Conselho Estadual da Condição Feminina, que eu
presido hoje, tem muita gratidão por todas as coisas que a Maria Lúcia faz em
prol do nosso conselho. Muito obrigada, Maria Lúcia. Você é ótima.
Quero cumprimentar, aqui, a secretária
Valéria Bolsonaro. Dizer para ela que, realmente, o conselho hoje se sente
abrigado pela secretaria. O conselho hoje se sente parceiro da secretaria. E a
nossa secretária tem feito um excelente trabalho à frente da Secretaria de
Política para Mulheres, correndo esse interior inteiro para levar todos os
programas da secretaria. Ela realmente tem trabalhado bastante e tem sido,
volto a repetir, muito parceira do conselho.
Queria cumprimentar a Dani,
coordenadora de Mulheres aqui da prefeitura. Minha querida secretária Angela
Gandra, que nós realmente nos conhecemos há muito tempo, não é, Angela?
Cumprimentar a Adriana, que é a coordenadora das Delegacias da Mulher aqui do estado
de São Paulo. A nossa querida deputada Ana Carolina Serra, que eu tive o prazer
de conhecer pessoalmente hoje. Cumprimentar, aqui, a Sandra Tadeu, nossa
vereadora.
Cumprimentar o Ricardo Montoro.
Ricardo, nós temos um carinho muito grande pela sua família. O governador
Franco Montoro realmente nos acolheu. O governador Franco Montoro, como você
disse, era participação, descentralização. Eu guardo essas duas principalmente.
Todos os conselhos de direito que nós temos hoje foram na gestão do governador
Franco Montoro.
E eu guardo comigo uma coisa que eu
acho extremamente importante. Todo mundo dizia que o seu pai, o nosso
governador Franco Montoro, trocava o nome das pessoas. Ele nunca errou o meu
nome. Nunca. E não era fácil. Nós realmente temos um carinho profundo pela
família. O governador recebeu uma condecoração na Unesco pela criação da
primeira Delegacia de Defesa da Mulher.
Quero cumprimentar aqui todas as
autoridades presentes. Quero, como sempre faço, como presidente do Conselho
Estadual da Condição Feminina, pedir que as minhas conselheiras, a Sandra
Andreoni, a Kátia Boulos, a Beth Russo... Quem mais que eu não estou vendo? A
Adriana. Quem mais? Fiquem de pé, por favor. Ana Lanatovitz.
Estou esquecendo de alguém, meninas?
Essas mulheres maravilhosas nos ajudam - Alice Colley, que está ali também -,
elas nos ajudam a tocar o nosso Conselho Estadual da Condição Feminina, que foi
responsável pela criação da primeira Delegacia de Defesa da Mulher.
Quero, neste momento também, prestar a
minha homenagem a uma delegada de polícia. As nossas delegadas mais jovens
talvez não a tenham conhecido muito, mas, quando comecei, ela veio logo em
seguida, indo para a Delegacia da Mulher, na zona leste.
Doutora Isilda, por favor, queria que
você ficasse de pé. Ela começou comigo, na zona leste, logo que as Delegacias
da Mulher foram descentralizadas. Uma grande batalhadora também. E, desde
aquela época, nós continuamos juntas em todos os momentos, não é, Zizi? É a
minha querida amiga. Obrigada por você ter vindo.
Todas as minhas amigas aqui da
sociedade civil - não dá para falar o nome de todas, porque, senão, vocês vão
aqui ficar muito cansados - eu só tenho uma palavra para vocês: a minha palavra
é gratidão.
Olha, gente, não é comum você, depois
de 40 anos da inauguração de uma delegacia pioneira no mundo, estar na
Assembleia Legislativa fazendo essa comemoração - e eu aqui, em pé, sem
bengala, sem nada. Então, gente, a gente só tem que agradecer. Primeiro
agradecer a Deus, que tem sido tão bom para todas nós, para todos e todas nós.
Quero agradecer a todas aquelas que
compartilharam comigo os bons momentos, que estiveram comigo na luta contra a
violência mulher. E tem aqui algumas que já foram da minha época, que, enquanto
eu era delegada, elas também eram - como a Ju, que está ali, a Juliana, que
também já era naquela época, junto comigo foi delegada de Delegacia da Mulher.
Não posso também - vocês vão me
permitir - não dar o meu abraço carinhoso para os meus companheiros do Rotary
Club São Paulo Norte. A Helena, a Maria Lúcia, a Lilian Gambarini, o Gambarini,
meu companheiro. Não posso deixar, porque o Rotary também faz parte da minha
vida - 25 anos.
E a gente tem que realmente sempre
elogiar o Rotary pelo trabalho maravilhoso que o Rotary faz. “Unidos para fazer
o bem” - que é o nosso lema deste ano. É muita responsabilidade chegar até onde
a gente chegou. Eu tenho um carinho enorme, profundo, pela Delegacia de Polícia
de Defesa da Mulher.
Eu sempre digo que, se pudesse, ainda
estaria à frente de uma delegacia fazendo o atendimento, porque é muito bom
quando você sente que você faz a diferença na vida de uma pessoa. E uma boa
palavra, um acolhimento bem feito... Não precisa nem resolver o caso, é só você
acolher, você ouvir, você mostrar sensibilidade para o que está acontecendo com
aquela mulher. Só isso e você já muda a vida dela.
Quantas e quantas vezes - acho que falo
aqui pelas colegas também - as mulheres chegavam na delegacia com um problema
que nós não podíamos resolver - não era um problema policial, a gente não tinha
como resolver. Mas não importa, elas sentavam, contavam, falavam.
E você dizia para elas, dava a sua
opinião, informava para elas que você não poderia estar ajudando, porque não
era problema policial, fazia o encaminhamento delas e elas saíam felizes. Com
os seus problemas, mas mais felizes, porque tinham encontrado alguém que as
ouvia.
Depois da delegacia, eu vim para esta
Casa, onde passei quatro mandatos maravilhosos, tive a oportunidade de manter a
minha bandeira da luta contra a violência à mulher. E fui eleita depois como
presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina. Começamos... Começamos,
não, o Conselho foi inaugurado na época do Montoro, em 1983, dois anos antes da
Delegacia da Mulher.
Nós continuamos um trabalho que estava
sendo feito já. Conseguimos, de certa forma, modernizar, trabalhar mais. Tinha
apoio, não tinha apoio - uma gestão nos apoiava, Valéria, a outra não nos
apoiava. Mas nós, com a nossa resiliência, com a nossa luta, nós fomos em
frente.
Para que esse conselho funcionasse - e
como funciona até hoje -, eu tenho aqui duas pessoas que foram pilares para que
o conselho pudesse existir, que são a Rosária e a Luciana, que eram as nossas
administrativas do conselho, que eu peço para vocês levantarem, por favor.
E para vocês verem a delegacia, como
ela gera frutos... Estão vendo a Luciara ali? A mãe da Luciara, a escrivã Maria
José, foi a primeira escrivã da Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher. E
hoje estou aqui com a filha dela. Então, olha só quantas emoções, como diz o
Roberto Carlos. Quantas coisas boas, bonitas a gente tem a oportunidade de
lembrar.
São poucas as pessoas, gente, que podem
agradecer a Deus, olhar lá para trás e falar: “Deus, muito obrigada que você me
trouxe até aqui e por tudo que consegui fazer até aqui”. Por todas as coisas
que eu pude ajudar; por aquelas que não pude, mas eu tentei; por todas as
coisas que ainda faço e vou continuar fazendo tudo enquanto Deus me der vida.
Então eu quero, mais uma vez, agradecer de coração a todas e todos vocês.
Dizer para as minhas queridas
delegadas: por favor, mantenham a chama da Delegacia da Mulher acesa. Por
favor. Vocês são as responsáveis pela continuidade desse trabalho. Esse
trabalho dá muita alegria para todas nós. Esse trabalho faz bem para nossa alma.
Esse trabalho nos faz ajudar as pessoas que necessitam.
Portanto, não deixem essa chama apagar.
Continuem, batalhem. Apesar das adversidades, apesar das dificuldades, não
desistam, por favor. Quando vocês pensarem em desistir, lembrem de mim com
aquele vestido azul, de brinco amarelo e sapato amarelo também. Então lembrem,
e nunca desistam. (Palmas.) Meu carinho, meu amor, meu agradecimento a todas e
a todos. Que Deus nos ajude sempre e que Ele nos proteja.
Aos nossos delegados de polícia que
estão aqui, aos nossos companheiros da GCM, a todos vocês que estão aqui:
muito, muito obrigada. Eu digo, vou repetir, só tem uma palavra para tudo isso:
gratidão.
Muito obrigada. (Palmas.)
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Merece ser
aplaudida de pé, uma mulher com uma história como essa. Estamos aqui realmente
todos emocionados. Eu queria registrar agora também a presença do deputado
Altair Moraes, também obrigada pela presença.
Quero também fazer um registro
importante aqui da presença da Mari Kayapó, da União de Nações Indígenas do
Estado de São Paulo, obrigada pela presença aqui, representando as mulheres
indígenas. Também à Paulah Gauss, um grande abraço aqui, nossa cantora e
comunicadora. Tony também, um excelente amigo e apoiador das mulheres. Fazendo
registro aqui de algumas presenças especiais.
E também gostaria de reforçar um aviso
de que as fotos deste importante momento estarão disponíveis no Flickr da
Alesp. Este link, este QR Code que vocês podem escanear agora, dará acesso
direto a esse link. Então, vou dar algum tempinho para que vocês possam
aproveitar, para que as fotos sejam de melhor qualidade, e aí vocês podem fazer
as postagens.
Marquem a Alesp, a delegada Rose. O seu
Instagram é Delegada Rose, não é, delegada Rose? Porque assim vai poder
compartilhar e vai dar muito engajamento. Vamos aproveitar. E, neste momento...
Eu também não fiz o scanner, gente. Vocês me perdoem? Eu vou fazer, porque
senão depois eu não vou conseguir. Talvez as fotos não tenham subido ainda, mas
depois vai estar. Então vocês já salvem o...
Bom, mas, de qualquer forma, no
Instagram da Alesp, no link da “bio” vai estar direcionado para o site. Vai ser
mais fácil depois para poder pegar. Mas, com certeza, aí nas próximas horas, a
assessoria já vai estar com as fotos disponíveis.
E parabenizamos mais uma vez a Dra.
Rosmary Corrêa. Para o encerramento desta cerimônia, eu passo a palavra para a
deputada Maria Lúcia Amary, para que ela faça o encerramento desta solenidade.
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Já é boa
tarde, né? Mas eu quero agradecer a presença de cada um e cada uma de vocês,
que fizeram este evento tão brilhante para uma pessoa que merece tanto.
Quarenta anos para homenagear, mas você ganhou a maior condecoração da
Assembleia Legislativa. E fiz isso com muita felicidade. Muito orgulho de ser
sua amiga, sua admiradora, uma mulher inspiradora. E você fez escola.
Hoje nós estamos todas aqui, cada uma
desempenhando o seu papel na luta pelas mulheres. Teve alguém que abriu esses
caminhos com garra, força, determinação, ética. Nós fomos colegas aqui na
Assembleia Legislativa. Aprendi muito com a delegada Rose, porque ela já estava
antes de mim. Então é um orgulho estar podendo fazer essa homenagem para você.
Quero agradecer também à deputada
estadual Ana Carolina Serra, minha parceira de bancada. À secretária Valéria
Bolsonaro, que tem feito um trabalho incrível. Bill, parabéns pela sua atuação.
À Angela Gandra; à Daniele de Souza Akamine; à vereadora Sandra Tadeu, de São
Paulo; à vereadora Júlia, de Itapetininga, que também é delegada de polícia.
Quero também agradecer a todos da Alesp que nos ajudaram aqui.
E um agradecimento especial à minha
equipe, que preparou com muito carinho. Boa parte deles está aqui, ajudando a
organizar, para que hoje fosse essa homenagem tão querida, tão merecida para
você. Agradecer também ao Ricardo Montoro, pela sua vinda aqui. Está sempre
apoiando a nós, mulheres, em todos os eventos. Está lá o Ricardo, representando
a gente.
Mas quero agradecer a cada um de vocês
e a cada uma, porque cada uma de vocês já foi nominada aqui. À Guarda
Municipal, à Polícia Militar, a todos vocês que compareceram aqui. Deus abençoe
cada um na volta de vocês para casa.
E, Rose, leve esse carinho. Isso aí é
um milésimo do que você merecia. Você é realmente uma mulher inspiradora, faz
história. E nós temos você como um exemplo de mulher, um exemplo de profissional,
como exemplo de parceira. (Palmas.)
Que Deus abençoe o seu caminho e o de
cada um dos membros daqui da Mesa para que possamos continuar tendo essas
mulheres que representam tão bem a mulher brasileira, a mulher de São Paulo.
Muito obrigada. (Palmas.)
A
SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigada
pelas palavras.
Esgotado o objeto da presente sessão,
agradeço a todos os envolvidos na realização desta solenidade, assim como
agradeço a presença de todos. Está encerrada esta sessão solene.
Eu peço a todos, por gentileza, que não
se levantem ainda. Como este é um momento histórico, nós gostaríamos de fazer
uma foto com todos. E aí nós gostaríamos que vocês ficassem de pé no lugar onde
estão, e que as pessoas da Mesa oficial possam ficar à frente, e os fotógrafos
registrem daqui de cima.
E eu passo a palavra para a deputada
para a sua última mensagem.
A
SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Esgotado o
objeto da presente sessão, agradeço a todos os envolvidos, todos os delegados e
delegadas presentes na realização desta solenidade, assim como eu agradeço a
presença de todos.
Está encerrada esta sessão solene.
* * *
-
Encerra-se a sessão às 12 horas e 35 minutos.
* * *