8 DE SETEMBRO DE 2025

44ª SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO DOS 40 ANOS DA DELEGACIA DA MULHER E OUTORGA DE COLAR DE HONRA AO MÉRITO LEGISLATIVO DO ESTADO DE SÃO PAULO À DRA. ROSMARY CORRÊA

        

Presidência: MARIA LÚCIA AMARY

        

RESUMO

        

1 - MARIA LÚCIA AMARY

Assume a Presidência e abre a sessão às 10h39min.

        

2 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Nomeia a Mesa e demais autoridades presentes. Convida o público para ouvir, de pé, o "Hino Nacional Brasileiro".

        

3 - PRESIDENTE MARIA LÚCIA AMARY

Informa que a Presidência efetiva convocara a presente solenidade para "Comemoração dos 40 Anos da Delegacia da Mulher e Outorga de Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo à Dra. Rosmary Corrêa, por solicitação desta deputada. Tece considerações sobre o órgão público e a respeito da trajetória profissional da homenageada. Destaca o combate à violência doméstica. Lembra Frente Parlamentar do Empoderamento da Mulher.

 

4 - JOSÉ RICARDO FRANCO MONTORO

Ex-deputado estadual, faz pronunciamento.

        

5 - REGINA SILVERIO

Secretária municipal adjunta de Gestão de São Paulo, faz pronunciamento.

        

6 - STELLA VERZOLLA

Secretária municipal adjunta de Direitos Humanos de São Paulo, faz pronunciamento.

        

7 - SANDRA TADEU

Vereadora na Câmara Municipal de São Paulo, faz pronunciamento.

        

8 - DANIELE SOUZA AKAMINE

Coordenadora municipal de Políticas para as Mulheres e coordenadora da Casa da Mulher Brasileira em São Paulo, faz pronunciamento.

        

9 - ADRIANA LIPORONI

Coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher do Estado de São Paulo, faz pronunciamento.

        

10 - ANGELA GANDRA

Secretária municipal de Relações Internacionais de São Paulo, faz pronunciamento.

        

11 - VALÉRIA BOLSONARO

Secretária estadual de Políticas para a Mulher, faz pronunciamento.

        

12 - DELEGADO OLIM

Deputado estadual, faz pronunciamento.

        

13 - ANA CAROLINA SERRA

Deputada estadual, faz pronunciamento.

        

14 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Anuncia a exibição de vídeo sobre as Delegacias da Mulher em São Paulo. Informa homenagens às autoras do livro "Delegacias de Polícia de Defesa da Mulher - Gestão e Boas Práticas no Estado de São Paulo". Orienta a entrega de exemplares aos membros da Mesa.

        

15 - SORAYA LIBARDI GALESI

Delegada de Polícia e coorganizadora do livro "Delegacias de Polícia de Defesa da Mulher - Gestão e Boas Práticas no Estado de São Paulo", a representar as autoras, faz pronunciamento.

        

16 - MESTRE DE CERIMÔNIAS

Menciona currículo e anuncia a outorga de Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo à Dra. Rosmary Corrêa.

        

17 – DRA. ROSMARY CORRÊA

Presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina do Estado de São Paulo, faz pronunciamento.

        

18 - PRESIDENTE MARIA LÚCIA AMARY

Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão às 12h35min.             

 

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ÍNTEGRA

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Maria Lúcia Amary.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Senhoras e senhores, bom dia. Sejam todos e todas bem-vindos à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esta sessão solene tem a finalidade de comemorar os 40 anos da Delegacia de Defesa da Mulher no estado de São Paulo e outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo à sempre deputada Dra. Rosmary Corrêa, mais conhecida como delegada Rose.

Comunicamos aos presentes que esta sessão está sendo transmitida ao vivo pela TV Alesp e pelo canal da Alesp no YouTube.

Convido agora, para que componha a Mesa Diretora, a deputada estadual Maria Lúcia Amary, proponente e presidente desta sessão solene. (Palmas.) Convido agora a Dra. Rosmary Corrêa, sempre deputada e presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina, nossa homenageada de hoje (Palmas.). E deputada estadual Ana Carolina Serra. (Palmas.)

Convido agora a Sra. Valéria Bolsonaro, secretária de Estado de Políticas Para a Mulher de São Paulo (Palmas.). Sra. Angela Gandra, secretária municipal de Relações Internacionais de São Paulo (Palmas.). Delegada Adriana Liporoni, coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher do estado de São Paulo (Palmas.).

Dra. Maira Calidone Recchia Bayod, conselheira estadual, presidente da Comissão Permanente das Mulheres... Perdão, uma correção. Dra. Daniele Souza Akamine, coordenadora municipal de Políticas para as Mulheres e coordenadora da Casa da Mulher em São Paulo. (Palmas.)

Convido todos os presentes agora para, em posição de respeito, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.

 

* * *

 

- É executado o Hino Nacional Brasileiro.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Registramos e agradecemos a presença das seguintes personalidades: Sra. Stella Verzolla, secretária municipal adjunta de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo; Sra. Regina Silverio, secretária municipal adjunta de Gestão de São Paulo; Dra. Rebeca de Holanda Braga Rocha Feire, neste ato representando a defensora pública Dra. Luciana Jordão de Carvalho; Dr. Roque Jerônimo Andrade, corregedor-geral da Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Muito obrigada pela presença.

Passo a palavra neste momento à proponente desta sessão solene, deputada estadual Maria Lúcia Amary.

 

A SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Bom dia a todos e a todas. É uma alegria muito grande estar fazendo esta sessão solene para os 40 anos das delegadas da delegacia de polícia, e uma homenagem para a nossa querida delegada Rose por toda a sua história.

Nós precisamos lembrar que ela foi a primeira mulher da primeira Delegacia da Mulher do mundo; tem toda essa história e nós todas temos um orgulho muito grande de a estar homenageando, porque ela fez e faz história, e hoje nós chegamos até aqui porque mulheres como ela foram precursoras desse trabalho.

Quero cumprimentar a nossa querida presidente do Conselho da Condição Feminina, que foi deputada aqui conosco, sempre fez muita falta aqui, mas está hoje no Conselho da Mulher fazendo o seu papel.

Cumprimentar a deputada estadual Ana Carolina Serra, parceira de partido; secretária, também deputada conosco, Valéria Bolsonaro, parabéns pelos seu trabalho, você sabe o quanto que você é querida por nós aqui. Cumprimentar a Angela Gandra, secretária municipal de Relações Internacionais; a Daniele Souza Akamine, coordenadora municipal de Política para as Mulheres; o Eduardo Santos, secretário-executivo de Estado de Políticas para a Mulher de São Paulo; a vereadora Sandra Tadeu, muito obrigada, uma amiga querida que também está aqui conosco.

Eu vi chegar agora a vereadora delegada Júlia, de Itapetininga. A todos vocês que estão aqui, é um prazer enorme estar recebendo vocês. E o Montoro, o Ricardo, foi deputado aqui comigo também. Uma família que fez história, não só seu pai e sua mãe, criaram uma política diferenciada no estado de São Paulo. Nós temos muito orgulho da história da família de vocês e você foi um grande parceiro como deputado estadual comigo aqui também. Todos vocês merecem, que estão aqui, ser citados, mas o cerimonial vai citando aos poucos.

Acho que eu vou falar daí. Iniciamos os nossos trabalhos nos termos regimentais. Senhores e senhoras, esta sessão solene foi convocada pelo presidente desta Casa de Leis, deputado André do Prado, atendendo à minha solicitação, com a finalidade de comemorar os 40 anos da Delegacia de Defesa da Mulher de São Paulo e outorgar o Colar de Honra ao Mérito Legislativo à sempre deputada Dr. Rosmary Corrêa, mais conhecida como a nossa delegada Rose.

Bom dia, mais uma vez, a todos vocês. É com grande honra e emoção que hoje conduzimos esta sessão solene em celebração aos 40 anos da Delegacia de Defesa da Mulher de São Paulo, um marco histórico não apenas para o nosso estado, mas também para todo o Brasil.

Quatro décadas atrás, em um contexto de grandes desafios sociais, nascia um espaço pioneiro pensado especialmente para acolher, proteger e dar voz às mulheres vítimas de violência. Até então muitas delas enfrentavam um duplo sofrimento: a dor da agressão e o descaso de um sistema que não estava preparado para ouvi-las, acolhê-las e nem para atendê-las de forma mais humanizada.

Foi nesse cenário que a história se cruzou com a coragem, a determinação de uma mulher extraordinária, a delegada Rose, a primeira a assumir o comando da DDM no estado de São Paulo e no mundo. Sua trajetória é símbolo de pioneirismo, sensibilidade e firmeza. Rose não apenas inaugurou uma nova forma de atuação policial, mas abriu caminhos, desbravou fronteiras e mostrou a toda a sociedade que o enfrentamento à violência contra a mulher exige estrutura, preparo, acolhimento e, sobretudo, compromisso.

Celebrar esses 40 anos é também reconhecer as conquistas que se seguiram. Hoje as Delegacias de Defesa da Mulher são referência e estão espalhadas por diversas cidades, transformando-se em um porto seguro para milhares de mulheres.

Trago aqui o exemplo da primeira Delegacia de Defesa da Mulher do interior paulista, que foi na minha querida cidade de Sorocaba, resultado de uma luta do nosso mandato, mas é igualmente um momento de reflexão. Ainda há muito a avançar. O combate à violência doméstica e de gênero precisa ser fortalecido com investimentos, capacitação e políticas públicas integradas.

Queremos aqui registrar a nossa mais profunda gratidão à delegada Rose, que representa todas as aquelas mulheres que, com coragem e sensibilidade, ajudaram a escrever essa história. Por meio dela, homenageamos também as delegadas, policiais, assistentes sociais, psicólogas e tantas profissionais que, ao longo dessas quatro décadas, estiveram e continuam na linha de frente dessa luta.

Tendo-a como inspiração para muitos dos trabalhos desenvolvidos e voltados ao público feminino, neste meu sexto mandato inicia-se mais um: a Frente Parlamentar do Empoderamento da Mulher, que foi lançada aqui na Assembleia Legislativa, com grande apoio da delegada Rose e de todo o Conselho Estadual da Condição Feminina, que contribui diariamente para aprimorar as discussões em benefício das políticas públicas voltadas à mulher, ao empoderamento feminino e aos avanços no combate à violência contra a mulher.

Não posso deixar de destacar aqui a visão humanista e inovadora do então governador Franco Montoro, que decidiu criar em São Paulo a primeira Delegacia de Defesa da Mulher, um gesto pioneiro que projetou o estado como referência internacional e deu início a uma transformação profunda na forma como a violência contra a mulher é tratada. Que esta solenidade renove o nosso compromisso com a defesa dos direitos das mulheres, com a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e livre de violência.

Antes de finalizar, não posso deixar de parabenizar as mulheres que hoje serão homenageadas pela autoria na obra “Delegacias de Polícia de Defesa da Mulher: Gestão e Boas Práticas no Estado de São Paulo”, livro que reúne artigos de 24 autoras, todas mulheres, delegadas e escrivãs, com atuação direta na área de Segurança Pública, especificamente no combate e no enfrentamento à violência contra a mulher.

Reforço aqui que essas delegadas e escrivãs se destacam pela dedicação em Segurança Pública, pela defesa intransigente dos diretos das mulheres e pelo compromisso com o fortalecimento das instituições policiais. A obra representa um marco na valorização e na disseminação de práticas inovadoras voltadas à humanização no atendimento, à eficiência na gestão e à consolidação das Delegacias da Mulher como espaço de acolhimento, proteção e acesso à Justiça.

Parabéns à Delegacia da Defesa da Mulher pelos seus 40 anos. Parabéns à querida delegada Rose pela sua trajetória que inspira e continua inspirando a nós, mulheres, e as novas gerações.

Bom dia. (Palmas.)

 

 A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigada, nossa querida deputada. Agora, neste momento, convido para fazer uso da palavra o Sr. José Ricardo Franco Montoro, sempre deputado. Por gentileza, pode utilizar a tribuna. (Palmas.)

 

O SR. JOSÉ RICARDO FRANCO MONTORO - Boa tarde a todos e a todas, mais a todas do que a todos, não é? Depois de tantos anos, estou voltando a esta Casa onde fui deputado, inclusive, junto com a deputada Maria Lúcia Amary, e me sinto bastante emocionado em voltar à tribuna depois de tanto tempo.

Não estava preparado para falar, mas gostaria de salientar aqui essa nossa admiração - como já foi salientado no discurso da Maria Lúcia - e o nosso respeito à delegada Rose.

A Delegacia da Mulher, fruto do Conselho da Condição Feminina, representa um avanço muito grande em termos de governo, de gestão. O meu pai tinha como lema, na campanha e no governo, “descentralização, participação e geração de emprego” - era o tripé que venceu as eleições, a primeira eleição no estado de São Paulo depois da ditadura.

E isso representou um avanço muito grande. Nada mais, nada menos do que todos os conselhos foram formados, acho que na sua grande maioria ou na sua totalidade, no governo Montoro. Os Consegs, Conselhos de Segurança... Também estive há pouco comemorando 40 anos, é um veículo de participação sensacional, muito bom e que representa, realmente, a participação da população.

Muita gente acha, ou achava no início, que conselho era para adiar os problemas, era montar mais uma reunião para não fazer nada, não é? Isso os céticos diziam. O Montoro sempre acreditou nos conselhos. E hoje, com certeza, ele está emocionado com essa festividade que comemora 40 anos, talvez um dos principais conselhos, o Conselho da Condução Feminina e a Delegacia da Mulher.

Fico muito contente em estar aqui representando a família. Sinto-me à vontade, porque participei, praticamente, como secretário particular do governador, na criação dessa Delegacia da Mulher, que superou todas as expectativas. Disso, muito se deve à delegada Rose. Estou aqui para cumprimentá-la e parabenizá-la por esta justa homenagem.

Muito obrigado. Parabéns. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigada por suas palavras. Convido agora a Sra. Regina Silverio, secretária municipal adjunta de Gestão de São Paulo. Uma salva de palmas para receber a nossa convidada. (Palmas.)

 

A SRA. REGINA SILVERIO - Bom dia a todos. Cumprimento as autoridades, em nome da deputada Maria Lúcia, e as nossas ouvintes aqui, os nossos telespectadores que estão nos acompanhando pela TV, os nossos internautas que estão acompanhando online.

Este é um dia feliz, uma homenagem mais do que merecida à nossa delegada Rose, que é uma mulher que - não só na vida pública, como deputada, mas também na vida profissional e na vida pessoal - tem trabalhado aí incansavelmente para garantir os direitos da mulher e também contribuir, colaborar com as suas experiências, trazendo para a gente falas muito importantes.

Queria agradecer, em nome da Secretaria de Gestão, delegada, todas as vezes que você esteve lá conosco, nas nossas “lives”, nos nossos eventos, trazendo palavras sábias e que estão embasadas em uma longa experiência. Então parabenizá-la e parabenizar também a deputada Maria Lúcia por essa iniciativa tão merecida.

Tratando, aqui, da Segurança e da violência contra a mulher. Eu tenho certeza que é um tema que nenhuma de nós - e de nós, homens, também, que estão ali ao nosso lado, batalhando todos os dias - gostaríamos de estar aqui tratando ainda. Mas esse é um tema que é muito presente no dia a dia de todas nós. As mulheres, obviamente, sentem mais do que os homens essa violência.

A gente tem visto que, infelizmente, os relatórios e as pesquisas têm mostrado ainda números alarmantes de violência contra a mulher. E nós do poder público, seja ele em qual esfera for, o poder público federal, o poder público estadual, o poder público municipal, temos que ser indutores de políticas que tratem essa questão.

Mas a gente sempre tem sido reativo. As nossas políticas são políticas de acolhimento. Elas são políticas de auxílio, elas são políticas, de fato, de proteção, ou de proteger a mulher dessa violência que ela sofre no seu cotidiano. Mas a gente tem que olhar um pouco mais para a causa. A gente está tratando bastante dos efeitos, mas a gente tem que olhar um pouco mais para a causa.

A Prefeitura de São Paulo investe muitíssimo nessa política para mulheres. Nós temos a Secretaria de Direitos Humanos, que a minha colega, Stella, está aqui; temos a Secretaria de Assistência Social; temos a Secretaria de Segurança Urbana, com a Guarda Municipal, com o Programa Maria da Penha. Nós temos muitas ações, felizmente, que são uma porta de saída, um socorro para aquela mulher que está sofrendo violência.

Mas onde, na nossa sociedade, está a causa dessa violência? A política pública tem que começar a ser mais proativa. Ela tem que atuar antes que essa violência ocorra, porque os números, todos que nós pesquisamos, são crescentes.

Nós aumentamos o número de policiais - a secretária Valéria está aqui e pode afirmar isso. Nós aumentamos o número de capacitação para que tanto os policiais homens como as mulheres saibam acolher essa mulher. Nós aumentamos expressivamente o número de delegacias. A pioneira foi a nossa delegada Rose, mas nós aumentamos muito. Nós somos exemplo não só para o Brasil, mas para o mundo.

Os nossos números de violência continuam crescendo. E aí a gente se pergunta - eu estava até conversando mais cedo - se é porque a denúncia aumentou ou se é porque a violência realmente persiste. E é uma violência velada. Em todos os relatórios que a gente lê, nós vemos que as mulheres sofrem essa violência dentro das suas residências, na maior parte do tempo. Elas sofrem essas violências por seus parceiros e companheiros que deveriam ser os próximos, que estão ali para cuidar.

E é uma violência que... A gente fala muito da violência contra a mulher, mas e os bebês e as meninas? Que sofrem violência todos os dias e nem sempre têm voz, têm fala, não é? Nós temos bebês que sofrem violência. Nós temos meninas que são violentadas, mas que não têm coragem de falar.

Então como é que a gente trata essa sociedade? Como é que a gente trata as pessoas que deveriam cuidar e que estão cometendo essa violência?  E imagine o impacto na vida de todas essas pessoas, dessas meninas, dessas mulheres. É um impacto que obviamente tem um impacto para a sociedade.

Nós temos uma crescente na questão da saúde mental, e muito disso está ligado à violência que se sofre durante a infância e durante a vida adulta. Como que nós vamos olhar para essa sociedade e trazer, de fato, ações e políticas que não só remediam, mas que evitam essa violência?

E aí a gente fala do poder público como indutor, mas e a nossa responsabilidade como indivíduo? Nós estamos também fazendo a nossa parte? Nós estamos olhando com mais cuidado? Nós temos um olhar acolhedor? A gente, ainda hoje, ouve frases que a gente não gostaria, não é? “Mas também, você viu o comportamento dela?”. “Mas também, você viu que roupa ela estava usando?”. São frases que até hoje, em 2025, a gente ouve.

Então é olhar com cuidado para essa violência e entender por que esses números estão crescendo. A nossa função como educadora, nossa função como mães, tias, colegas que poderiam estar com um olhar mais atento e ver onde nós podemos contribuir, ou de que forma a gente entende de onde vem essa violência. Ela é cultural? Ela é resquício de um sistema patriarcal?

Nós temos que atuar mais na causa e parar de normalizar números. Porque o número é só número, não é? O número... Quando a gente ouve “Quatro mulheres morrem por dia de feminicídio no Brasil”, isso acaba virando um número. E ele só impacta quando está muito perto da gente. Mas a gente não pode normalizar esse fato.

A gente tem que ver como nós devemos, o poder público, o poder privado, nós indivíduos podemos agir para que essa violência diminua. E eu acho que aí a gente tem que entender as causas do porquê que essa violência continua - e continua com números alarmantes. A gente vê as denúncias aumentando. A gente vê, felizmente, as prisões e condenações também aumentando. Mas isso não impede que ela progrida. E a gente tem que cuidar, principalmente, da mais tenra infância, que também são meninas que estão sofrendo violência no seu ambiente doméstico.

Mas, para não pesar muito na manhã de hoje, eu queria só dar os parabéns, delegada Rose, por toda a atuação que a senhora vem tendo aí nessa vida de mais de 30 anos atuando nessa causa, e dar os parabéns a todas as mulheres que seguem aí firmes e fortes, mesmo com tantas controvérsias no seu dia a dia.

Uma boa manhã a todos.

Obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Obrigada, secretária Regina. Convido agora para a palavra a secretária Stella Verzolla, secretária municipal adjunta de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo. Uma salva de palmas. (Palmas.)

 

A SRA. STELLA VERZOLLA - Bom dia a todos e todas. Cumprimento as autoridades presentes, na pessoa da deputada Maria Lúcia Amary. Gostaria de cumprimentar a nossa vereadora Sandra Tadeu pelo trabalho que tem feito na nossa Procuradoria Especial da Mulher.

É uma honra estar aqui hoje representando a Secretaria dos Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, junto com a coordenadora Daniele, em um momento tão simbólico, a celebração dos 40 anos da criação da Delegacia da Mulher, uma conquista histórica para o enfrentamento à violência de gênero no nosso país.

A Delegacia da Mulher é um marco para que a violência contra a mulher deixasse de ser invisibilizada e passasse a ser tratada como uma questão de política pública. Quatro décadas depois, seguimos firmes no compromisso de ampliar as redes de proteção, oferecer acolhimento e construir respostas cada vez mais humanas e eficazes.

Na cidade de São Paulo, a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania atua com um conjunto de equipamentos que fortalecem essa rede. Temos a Van de Mulheres que percorre os territórios, levando orientação, acolhimento e encaminhamentos; os centros de referência às mulheres em situação de violência; o Centro de Defesa da Convivência da Mulher; a Casa da Mulher Brasileira, que integra diversos serviços de apoio em um só local; e os postos avançados nos metrôs e nos terminais de ônibus, que aproximam o atendimento da rotina das mulheres. Cada uma dessas iniciativas reafirma o nosso compromisso com a vida, a dignidade e o direito de viver sem violência.

Hoje também celebramos um reconhecimento muito especial. A delegada Rose, que fundou a primeira Delegacia da Mulher e há anos dedica sua trajetória à defesa da vida das mulheres e ao fortalecimento das políticas de enfrentamento à violência, recebe o Colar de Honra ao Mérito Legislativo. Esse é um reconhecimento justo e inspirador, que nos lembra que a luta por uma sociedade mais igualitária é feita por pessoas que não se cansam de transformar realidades.

A Delegacia da Mulher completa 40 anos, mas a luta pela igualdade e pelo respeito continua todos os dias. Seguiremos juntas e juntos, fortalecendo parcerias e ampliando a rede de proteção para que cada mulher em nossa cidade saiba que não está sozinha.

Muito obrigada e um bom dia a todos. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigada. Eu convido agora para a palavra a vereadora Sandra Tadeu. (Palmas.)

 

A SRA. DRA. SANDRA TADEU - Bom dia a todos e a todas, como disse o meu amigo Ricardo, mais para todas do que para todos, porque hoje reunimos as mulheres. E dizer que é uma grande honra hoje, aqui na Assembleia Legislativa, a gente estar aqui para celebrar os 40 anos da criação das Delegacias da Mulher em nosso país, o que foi implantado por uma mulher que inspira todos nós, continua inspirando, e continua aconselhando.

A cada momento que a gente se junta em algum desses eventos, a Rose: “Não, é melhor assim. A gente tem que fazer assado”, e ela vai dando o direcionamento para que a gente possa conquistar o que a gente almeja nessas questões.

Esse é um marco fundamental na história da proteção e da luta pelos direitos das mulheres. Ao longo dessas quatro décadas, cada delegacia se tornou não apenas um espaço de denúncia, mas também de proteção, de coragem e de esperança para milhares de mulheres que encontraram nesses locais a possibilidade de transformar sua vida com dignidade e segurança.

Eu, como médica, vereadora, procuradora da Mulher agora na Câmara Municipal de São Paulo, sei que cuidar das pessoas vai além da saúde física. É muito mais do que isso. É a saúde mental, é o acolhimento em qualquer sentido, é um abraço, é a pessoa sentir que ela não está sozinha. E isso nós mulheres temos um jeito diferente de fazer. Nós muitas vezes falhamos porque nós não somos unidas. As mulheres têm que perceber que cada uma delas tem a sua janela. Ninguém vai ocupar o lugar da outra.

Hoje aprovei na Câmara a questão do “wollying”. Eu ouvi dizer aqui, alguém falar assim: “Mas como? Você acha que essa roupa, ela deve usar essa roupa? Será que ela não viu que não está legal?” E isso acontece até nas grandes empresas, onde as mulheres estão em um alto escalão e muitas vezes humilham as suas próprias funcionárias. Então esse é um dos primeiros motivos que a gente tem que dar uma melhorada nisso.

E, continuando na questão das delegacias, eu vou aproveitar aqui que eu estou em uma Casa de Leis e vou dizer uma coisa, que há algum tempo eu venho batendo nisso. Já falei a alguns governos que as nossas delegacias... Coitada de quem é a delegada e coitada de quem é a escrivã, porque, muitas vezes, elas é que têm que “se virar nos trinta” para dar comida para essa pessoa, para achar o lugar de acolhimento dela.

E venho pedindo há muito tempo... Vou lhe dizer, é o estado que tem que fazer esses convênios, porque tudo são as prefeituras, tudo são as prefeituras. Nós temos que ter equipes de acolhimento. Antes de alguém chegar para falar com qualquer delegada, ela tem que estar sendo acolhida.

E isso eu observei - eu já participei de três CPIs da violência contra a mulher, em duas delas eu fui presidente -, a gente precisa desse acolhimento, a gente precisa de uma certa estrutura. E aí a Rose fala para mim: “Sandra, não precisa de tanta Casa da Mulher”. Não é isso, Rose, que você falava para mim?

Tem algumas delegacias, principalmente na cidade de São Paulo, que são grandes; elas suportam essas equipes de acolhimento. E a gente precisa lutar por isso. E nem precisaria estar sensibilizando ninguém.

Alguém aqui tem que fazer uma lei que obrigue o governo do estado a colocar equipes dentro... Quem faz a lei não está aqui? A gente está invertendo isso. Na prefeitura, aqui... Eu brigo muito com isso. Quem faz a lei somos nós. Nós é que aprovamos. Então nós precisamos dessa força.

Já estive falando: “Ah, mas, Sandra, faça um convênio com as escolas, com as universidades”. Bom, quem é que tem a caneta? É o vereador? É o prefeito? Não! Quem tem a caneta é o governo do estado. E isso eu estou defendendo as delegacias aqui do nosso estado de São Paulo. E nós, da cidade de São Paulo, temos acho que são dez ou nove Delegacias da Mulher.

Então, vou falar para essa mulherada deputada aqui se juntar com a mulherada de lá, porque nós temos que fazer uma audiência com o governador e ele tem que colocar isso. O Tarcísio é uma pessoa... Eu vejo pelos discursos que ele tem... Assim, ele é carinhoso, ele é muito carinhoso com a Cristiane, ele é muito... Mas ele tem que pôr essa turma aí, porque eles têm que ajudar.

Às vezes, ficam seis horas esperando e ela desiste, ela desiste. E muitas que fazem o B.O. voltam para casa... E ainda eu escuto de algumas, porque eu trabalho muito na periferia da cidade de São Paulo. Ele fala assim: “Vai lá, faz outro B.O., faz outro B.O., está bem?” Ainda tem que escutar isso. E tudo isso a gente vai melhorar. Aprovei um projeto na Câmara e o prefeito vai sancionar depois de olha...

A mulher tem que ter o direito de ter a casa, não esses negócios de aluguel por dois anos. Quando é que uma mulher vai se levantar em dois anos? Uma mulher que parou de estudar, uma mulher que não trabalha, não tem uma profissão. Eu preciso, primeiro, melhorar a posição dela.

Não estou dizendo que ela não vai deixar de pagar a casa, ela vai. Agora, em dois anos, ela não pega aquela “penca” de filhos e leva para a sua casa. Ela não tem como fazer isso. Teve cartas de crédito, até a Rose disse que teve bastante repercussão, mas e a hora que ela não tiver a profissão para pagar o negócio, como é que vai fazer?

A gente precisa dar o acolhimento e ela ter essa sua casa. E isso, se Deus quiser, agora o prefeito vai sancionar - nós aprovamos faz uns 15 dias, tem todos esses prazos - para que a gente possa fortalecer essa mulher.

Mas como o assunto é delegacia, nós temos que lutar... Juro, tem muitas delegadas aqui. Está aqui a Renata. Estou errada, Renata? Não! É isso que a gente precisa. Hoje, é isso que nós precisamos.

Lúcia, faça um projeto aí e faça, sim, obrigue o estado a colocar equipes de acolhimento dentro das Delegacias da Mulher, porque não adianta só a delegada. Eu estou escravizando as delegadas, eu estou escravizando a escrivã que fica lá.

Tem lugar aí... Muitas deixam de comer e dão a comida delas para essas mulheres e para os seus filhos, porque muitas mulheres chegam nessa delegacia sem roupa. Não, vestidas, mas todas ensanguentadas, precisam de um banho, precisam de tudo isso e ficam lá. Elas precisam dessa equipe. Isso não é luxo, isso é uma necessidade.

E eu tenho certeza de que o governador Tarcísio vai atender as deputadas aqui, porque ele precisa das deputadas. Os governos precisam do Legislativo. Ninguém governa sem o Legislativo junto. E por isso...

Olha, quantas mulheres tem aqui na Assembleia? Quantas mulheres tem aqui na Assembleia? (Vozes fora do microfone.) Está bom. Nós, da Câmara, já estamos com um número um pouco melhor: já tem 20 de 55.

Mas, para terminar... Olha, Rose, isso é tão merecedor, que você não deixou de ser delegada, mas você está sempre em cima nos conselhos, daquilo que a gente pode fazer e daquilo que a gente não pode fazer. Eu me sinto muito honrada de estar aqui.

Quero parabenizar a nossa amiga Lúcia, Maria Lúcia, que é uma deputada aqui, também muito atuante. Eu nem vou falar dos mandatos, porque também não vou falar do meu, porque senão vão falar que nós já estamos mais para lá do que para cá.

Então, é isso aí, mas nós temos experiência, nós temos garra. Por isso, nós estamos aqui ainda. Então, muito obrigada e, olha, que Deus te ilumine, tanto a Maria Lúcia quanto a Rose. Que dure por muitos e muitos, porque a gente ainda tem muita coisa para fazer.

Muito obrigada a todos. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Obrigada, vereadora. Obrigada pelas palavras. Aproveito para agradecer a presença da delegada Júlia Nunes, vereadora de Itapetininga. E convido agora, para o uso da palavra, a Daniele Souza Akamine, coordenadora municipal de Políticas para as Mulheres e coordenadora da Casa da Mulher em São Paulo. (Palmas.)

 

A SRA. DANIELE SOUZA AKAMINE - Bom dia a todas e a todos. Quero agradecer a todas as autoridades aqui presentes, na figura da deputada, e falar que é uma honra estar aqui hoje, nessa homenagem desses 40 anos da DDM e, principalmente, nessa homenagem à delegada Rose.

Antes de a gente lembrar que ela foi a primeira delegada, não da delegacia aqui, mas da primeira delegacia do mundo, é importante lembrar como se deu esse processo, não é, delegada? Porque Franco Montoro estava candidato, e a senhora e mais um grupo de mulheres foi lá falar que precisava melhorar a questão do enfrentamento contra a violência. E quando ele se sentou, se bem me lembro as palavras da senhora, a senhora nem o esperou esquentar o lugar, e foram cobrar a DDM. Foi assim que nasceu a nossa primeira DDM.

Então, a delegada não foi só a primeira; foi ela que originou todo esse processo das delegacias das mulheres aqui no Brasil, em São Paulo. Então é uma honra estar aqui nessa homenagem a uma pessoa que eu admiro muito. A gente está sempre se encontrando por aí. E, cada vez que a gente se encontra, eu tenho o prazer de aprender um pouquinho mais, de conhecer um pouquinho mais sobre essa questão do enfrentamento. É uma referência para todas nós.

E eu só tenho muito a agradecer, porque quando a gente vê uma mulher tão forte todo esse tempo à frente da delegacia, a gente vê que todas nós podemos. E é um caminho que todas querem trilhar. Então, além de tudo, a senhora é um exemplo. Eu tenho muito a agradecer por este momento e falar que é muito justa essa homenagem, muito merecida.

Bom, é só isso.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Convido agora, para o uso da palavra, a delegada Adriana Liporoni, coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher do estado de São Paulo. (Palmas.)

 

A SRA. ADRIANA LIPORONI - Bom dia a todos. Sra. Deputada Maria Lúcia Amary, agradeço profundamente pelo honroso convite para estar aqui hoje. Em seu nome, cumprimento todas as pessoas presentes neste plenário: parlamentares, vereadoras, vereadores, autoridades civis e militares, representantes da sociedade civil, conselheiras.

Em especial, eu saúdo o nosso Conselho Estadual da Condição Feminina, presidido pela Dra. Rosmary Corrêa, do qual eu tenho muito orgulho de fazer parte. Mulheres guerreiras e valorosas, funcionárias desta Casa Legislativa. Com especial reverência, saúdo todas as delegadas, delegados e policiais que constroem diariamente essa história de luta e proteção.

 Uma saudação especial ao Dr. Júlio Guebert, diretor do Departamento de Administração e Planejamento da Polícia Civil, aqui representando o Conselho da Polícia Civil. Muito obrigada, Dr. Júlio. (Palmas.) Dr. Helio Bressan, representando a Polícia Civil aqui na Assembleia.

Hoje é um dia histórico: celebramos 40 anos das Delegacias de Polícia de Defesa da Mulher. Nós nos acostumamos a dizer só Delegacias da Mulher, mas esquecemos do “polícia”. Nós somos delegadas de polícia que defendem a mulher - e isso é muito importante. Instituições fundamentais no combate à violência de gênero e na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

E é impossível falar dessa trajetória sem reverenciar o governador Franco Montoro, aqui na pessoa do seu filho, Ricardo Montoro, que mudou a história da Segurança Pública no Brasil. E no mundo, não é?

Dra. Rosmary Corrêa, a primeira delegada de polícia frente a uma Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher do Brasil. Uma pioneira, uma visionária, uma liderança inspiradora. Foi graças à sua coragem, à sua sensibilidade e visão de futuro que nasceu, em 85, a primeira Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher do País.

E é com profunda emoção que a parabenizo pela justíssima homenagem de hoje, onde a senhora recebe o Colar de Honra ao Mérito Legislativo, condecoração que não é apenas um reconhecimento formal, e sim um tributo à sua vida dedicada à causa das mulheres, à Justiça e ao serviço público.

Quero também registrar e enaltecer o trabalho da deputada Maria Lúcia Amary, que tem se destacado à frente do movimento de mulheres desta Casa. Sua atuação tem sido marcada pela apresentação de importantes projetos em defesa dos direitos da mulher e da família, promovendo avanços significativos na legislação e no fortalecimento de políticas públicas voltadas à equidade de gênero. Seu compromisso é visível e transformador.

São Paulo seguiu trilhando o caminho que a Dra. Rose iniciou. Hoje temos 142 Delegacias de Polícia de Defesa da Mulher distribuídas - e não espalhadas - em todo o estado de São Paulo, fazendo uma diferença enorme na vida de tantas famílias, tantas crianças. Porque é no seio familiar que germina, muitas vezes, a criminalidade. Quantas famílias, quantas mulheres, quantas crianças vocês, delegadas de polícia, não salvaram nesses anos todos?

Hoje, além das 142 salas, nós temos a DDM online, aqui representada pela Dra. Utimia, que faz um excelente trabalho. É a tecnologia no avanço das políticas públicas. Até por meio dessa delegacia online, a mulher, do seu carro, do ônibus, do tablet, do seu trabalho, ela faz um boletim de ocorrência, ela tem orientação, ela pede medida protetiva e ela sai com mais uma camada de proteção. É fantástico.

Nós temos também hoje, como política pública inovadora no estado... O tempo está esgotado, mas, por favor, eu quero falar só um pouquinho do nosso trabalho. Há 170 salas DDM, que antes eram só atendimento 24 horas para DDM online, mas hoje a ideia é trazer uma sala para cada delegacia de polícia do estado, no sentido de levar a mulher, a criança, o adolescente a essa sala para ser acolhido, para ser ouvido dentro de um plantão policial, em muitos municípios que muitas vezes não têm uma delegacia de polícia. É uma gestão inovadora dessa administração.

Então, com muito orgulho, afirmo que São Paulo abriga a maior e a mais estruturada rede de investigação especializada do Brasil – e tenho a honra de coordenar esse movimento. Fico muito orgulhosa de estar aqui ao lado de delegadas, de policiais, abnegadas, comprometidas, fortes, capacitadas e verdadeiramente corajosas.

Vereadora Sandra, a senhora tem razão. Por quê? Porque elas fazem esse trabalho redobrado, que não é só a investigação, o trabalho de polícia judiciária, e sim o atendimento especializado de ouvir, acolher, orientar muitas vezes.

E é verdade, pagar um hotel para essa vítima ficar, pagar um alimento, pagar um Uber para ela voltar para casa ou ser acolhida por casa de familiares. Isso realmente é um trabalho muito diferenciado. E elas enobrecem o nome da Polícia Civil de São Paulo e oferecem ferramentas preciosas para aprimoramento do nosso trabalho.

Quero também parabenizar as autoras deste livro fantástico de gestão em violências públicas e enfrentamento à violência doméstica, em especial a todas vocês, delegadas queridas, amigas, escrivãs, em especial às duas organizadoras: a Dra. Soraya e a Dra. Araceli. Parabéns pelo trabalho.

A nossa missão é reestruturar as delegacias, modernizar, modernizar os equipamentos - a secretária Valéria tem nos ajudado bastante com isso, as emendas parlamentares têm nos auxiliado muito - e melhorar continuamente as políticas públicas. Tudo isso para construir um futuro mais justo, mais humano, mais feliz e livre de violência para todas as mulheres.

Que os próximos 40 anos das Delegacias de Polícia de Defesa da Mulher sejam ainda mais transformadores. E sigamos firmes, com coragem, meninas. União por todas as que vieram antes. Um abraço especial para a Dra. Isilda, para a Dra. Rose, pelas que estão hoje e pelas que ainda virão.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Obrigada pelas palavras. Gostaria de registrar a presença do deputado estadual Delegado Olim e do deputado estadual Thiago Auricchio. Muito obrigada pela presença. (Palmas.)

Registrar também a presença da Sra. Sandra Andreoni e, na pessoa dela, já agradecer às demais conselheiras estaduais da Condição Feminina que estão aqui presentes e prestigiando essa cerimônia. Não vou nominar todas porque eu estou vendo muitas carinhas aqui, mas eu sei, estou aqui acompanhando a presença de todas.

Passo a palavra agora à Sra. Angela Gandra, secretária municipal de Relações Internacionais de São Paulo.

Uma salva de palmas para a nossa secretária. (Palmas.)

 

A SRA. ANGELA GANDRA - Bom dia a todos. Queria cumprimentar especialmente a nossa deputada Maria Lúcia. Parabéns pela iniciativa. Cumprimentar a grande amiga Rose também. Estivemos juntas já há muitos anos, desde o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Queria cumprimentar também a nossa secretária Valéria Bolsonaro. Também nós estamos juntas nessa luta desde aquelas épocas. Queria cumprimentar especialmente as que travam as lutas comigo hoje: a Regina e a Stella, da nossa prefeitura. Cumprimentar a Ana Carolina, deputada estadual; Daniele; Adriana. Cumprimentar também a Sandra, superparceira, vereadora Sandra Tadeu.

Queria cumprimentar a Ana Karen, que está aqui também e tem essas lutas no coração. Cumprimentar o nosso deputado Montoro e, especialmente, cumprimentar todo o público, mulheres, policiais, delegadas, o nosso deputado e todos que tornaram possível este evento.

Hoje nós não celebramos somente os 40 anos da Delegacia da Mulher, mas, de fato, o protagonismo feminino, para o que a Rose abriu alas com a sua própria vida e nos faz pensar, como bem falou a Maria Lúcia: “É um dia de reflexão”.

Faz-nos pensar, especialmente, no quanto nós precisamos da plataforma para que outras mulheres possam descobrir a sua vocação na política, no mundo do direito, onde for, e viver a sua missão dentro dessa vocação.

A Rose nos dá um exemplo, inspiração. Gostei que lembraram de que ela trabalha não só pela mulher, mas pela família. Trabalhamos juntos por isso também no Ministério da Família, da Mulher e dos Direitos Humanos.

Essa reflexão também nos faz pensar, como foi citado aqui anteriormente, que hoje nós ainda temos que lutar pela proteção da mulher, mas é muito pouco. A gente tem que chegar muito antes disso, ou seja, a proteção. Nós temos que viver.

Mas por que nós não lutamos mais pela projeção da mulher, encontrando caminhos nas políticas públicas, encontrando, de fato, promovendo, antes de tudo, uma mudança cultural no nosso país? É preciso uma mudança cultural. Uma mulher não pode ter só voz, quer dizer, não pode ter só espaço.

Eu, no mundo jurídico, às vezes, até estranho. Às vezes tem uma mulher e mil homens na mesma mesa, e a mulher não tem voz ainda. Nós não temos uma voz que realmente se faça escutar. Por outro lado, eu entendo que é preciso dar essa autonomia para a mulher, como nós lutamos para que a mulher seja autônoma financeiramente, e assim por diante, respeitada no seu lar, respeitada na sociedade.

Eu peço desculpas até pelo que eu vou dizer, mas que a mulher não valha um corpo, mas que valha pela sua cabeça, pela sua capacidade intelectual, pelo seu coração. Porque a força da mulher está no seu coração, na sua capacidade de perseverar, na sua capacidade de lutar nessa fortaleza que as mulheres têm e que sabem, de fato, como vocês veem nas delegacias, recomeçar uma vida, se reconstruir, se reinventar e assim por diante. Nós dando também, de fato, essa plataforma.

Eu penso que também os homens não podem ter medo da mulher, da capacidade da mulher, da capacidade da mulher que não está para competir, mas para compor. Temos que procurar caminhos menos opositivos e mais compositivos nas políticas públicas.

E, por fim, eu agradeço muito ao prefeito Ricardo Nunes, que nos dá essa capacidade de liderança - mais da metade dos nossos, de fato, da liderança na prefeitura é de mulheres - e nos dá também essa confiança, e nós compomos ali. Porque é maravilhoso, é uma riqueza humana a complementariedade entre homem e mulher.

Então eu agradeço à Rose, especialmente, por ter esse coração, por ter essa fortaleza. E que para nós seja não só uma experiência, mas um exemplo de vida. E que nós possamos com ela, e nesses próximos 40 anos, como bem falaram aqui, continuar dando a plataforma para que muitas mulheres recomecem, sim, mas para que muitas mulheres comecem e possam ser protagonistas verdadeiras da sua própria vida.

Muito obrigada.

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Passa a palavra neste momento à Sra. Valéria Bolsonaro, secretária de Estado de Políticas para a Mulher de São Paulo. Uma salva de palmas. (Palmas.)

 

A SRA. VALÉRIA BOLSONARO - Bom dia. É uma alegria estar aqui. Obrigada, Maria Lúcia; obrigada, delegada Rose, que está ali junto comigo, junto com a secretaria. O Conselho da Condição Feminina é uma extensão da secretaria. Nós estamos juntas.

Enfrentamos juntas agora a 5ª Conferência dos Conselhos, que foi uma batalha campal que nós conseguimos, saímos vivas, graças a Deus. Foi um trabalho árduo, mas foi muito bom. E é isso que a gente quer: seguir esse exemplo, usar, absorver esse conhecimento para que a gente possa trabalhar junto.

Vereadora Sandra, se as delegacias estão precisando desse suporte, as escolas também. E aqui fala uma professora de educação infantil, uma professora alfabetizadora, uma professora de chão de fábrica, como eu falo. Eu queria que as psicólogas estivessem dentro das escolas, porque hoje eu falo que o nosso trabalho só acontece depois que a mulher sofreu aquela violência.

E se a gente colocar os psicólogos na escola para tratar as crianças que presenciam essa violência todos os dias, e que muitas vezes veem a mãe saindo, indo buscar ajuda nas delegacias, e depois elas voltam para dentro da escola, como se nada tivesse acontecido.

E as estatísticas nos garantem que infelizmente... É lógico que nem toda criança que foi vítima direta ou indireta de uma violência se tornará um agressor, mas todo agressor teve um histórico de violência.

Então, o meu sonho... E eu falo que eu vou morrer com mais ou menos uns 250 anos, porque eu vou conseguir colocar os psicólogos dentro das escolas, porque aí, sim, a gente vai fazer um trabalho de prevenção - que é esse o maior sonho que eu tenho, prevenção.

Então, vamos juntas, vamos trabalhar com tudo isso. A secretaria já colocou. Estamos fazendo agora... Dia dez, eu entro nas escolas para ajudar as mães atípicas, com psicólogos, com rodas de conversa, para que essas mães, que tanto sofrem com as crianças atípicas, tenham ali um atendimento, uma ajuda, para que elas possam continuar e diminuir a ansiedade que elas têm ali no coração.

E, junto com isso, também vamos fazer rodas de conversa e de atendimento com psicólogo para as professoras que sofrem violência dentro das escolas e dentro de casa. E nós temos hoje um número enorme de professoras faltando às escolas, e nem pedem atestado, porque têm vergonha.

Então o Governo do Estado de São Paulo está trabalhando. E aí a gente fala... O município... A gente pede ajuda, porque são 645 municípios. É muita coisa, não é fácil. Então, é essa ajuda que a gente pede e essa ponte que a gente estende com os municípios, que realmente tem funcionado, tem levantado uma aproximação maior e um trabalho mais coeso.

Eu parabenizo todas as delegadas. Sei do trabalho de vocês. Sou aqui uma fã incondicional da Secretaria de Segurança Pública. A Dra. Adriana sabe disso; meu colega de Secretaria, o Derrite, também sabe disso; e muitas delegadas que me conhecem sabem disso também. Contem conosco, estamos juntos.

Delegada Rose, o seu exemplo, todo o seu trabalho... A senhora não desbravou, a senhora rompeu barreiras. A senhora foi lá na floresta selvagem e abriu um caminho para que todas que vieram atrás pudessem ir pavimentando esse caminho que a senhora abriu. Parabéns. Que Deus lhe abençoe muito. Continue nos ajudando. Adoro estar junto com a senhora. É sempre muito boa essa nossa parceria. Conte sempre conosco, com toda a Segurança Pública.

Estamos juntos. Estado e Segurança Pública caminharemos juntos, com as prefeituras também, para que esse trabalho seja alcançado e as nossas mulheres tenham saúde, dignidade, proteção, segurança e muito empreendedorismo.

Muito obrigada, um grande abraço e fiquem com Deus. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigada. Gostaria de registrar a presença do Sr. Rodolfo Guerra, coronel do Comando Militar do Sudeste, e também do comandante da GCM de São Caetano do Sul, Sr. Sérgio Vieira. E aqui representando o comandante da GCM da cidade de São Paulo, Jairo Chabaribery, a Sra. Mary Roseane de Souza. Muito obrigada pela presença.

Passo agora a palavra e convido à plenária o Sr. Deputado estadual Delegado Olim. Por gentileza, para fazer uso da palavra. (Palmas.)

 

O SR. DELEGADO OLIM - PP - Bom dia a todos. A todas, não é? Só tem mulher aqui hoje. Eu nem iria falar, me pegaram de supetão, mas eu não poderia deixar de comparecer.

A nossa colega deputada, que foi aqui desta Casa, que começou com a Delegacia da Mulher... Não posso deixar de parabenizar a deputada... Espera aí que estou meio perdido aqui. Puseram tanto papel aqui. Espera um pouquinho, gente. Tudo errado, não é? Essa minha assessoria está meio ruim, viu?

A deputada Maria Lúcia Amary, minha colega, minha amiga do Conselho de Ética e de outros processos dos quais nós participamos muito juntos... A delegada que fez uma homenagem hoje para a nossa homenageada, que é da Delegacia da Mulher, a nossa...

Nossa senhora, hoje está difícil aqui. Meu Deus do céu. Deu branco aqui, desculpa. É que... Olha quanto papel que me deram. Tudo errado. Não sabem quem é quem, mas eu tenho aqui... Não fiquem nervosos, não, mas é que já estou com uma bronca. Então, quando eu fico nervoso, eu já fico com bronca.

A deputada homenageada - agora achei - Rosmary Corrêa foi deputada estadual desta Casa, participou aqui como deputada... E nada mais do que ser homenageada, que começou, lá no governo Montoro, as Delegacias da Mulher. Todos os anos nós fazemos homenagens.

Eu não poderia também deixar de cumprimentar aqui a deputada estadual Ana Carolina Serra, que também é seu primeiro mandato e já está brigando por vocês, mulheres. E a Maria Lúcia Amary - volto a repetir - foi muito feliz de fazer essa homenagem merecida, porque a nossa homenageada ficou aqui como deputada e foi delegada de polícia como vocês, que estiveram - como diz o nosso Dr. Desgualdo - nas trincheiras, estiveram brigando. E vocês recebem todos os dias as reclamações.

Eu tenho um projeto meu, um projeto que eu não... As pessoas que têm violência doméstica, da Lei Maria da Penha, não podem ser mais contratadas em concurso público ou qualquer cargo dentro da Assembleia Legislativa, o que for, ou nas câmaras municipais, em cargos de confiança, para que eles não possam ser nomeados. Esse projeto está aí, foi feito por mim, e eu acho que a gente vai conseguir aprovar esse projeto com o governador Tarcísio de Freitas.

Quero cumprimentar a nossa secretária de Políticas para a Mulher, Valéria Bolsonaro, também nossa deputada estadual, que ficou aqui durante um tempo com a gente e agora virou secretária, ficou mais metida, está lá no Palácio dos Bandeirantes, mas é parceira, amiga e continua aqui dando tudo o que vocês precisarem. É certeza que ela compra a briga de vocês, principalmente vocês delegadas, que estão às vezes em um lugar em que às vezes demora para chegar uma viatura nova para vocês.

Estão faltando policiais na Polícia Civil, mas tenho certeza de que agora, com os novos concursos, com o governador Tarcísio de Freitas, juntamente com o nosso delegado-geral, Dr. Artur, vocês terão os policiais que precisam - e pessoas vocacionadas para trabalhar com a mulher.

Eu acho que mulher tem que trabalhar com mulher. Temos que ter homens? Temos que ter homens. Mas acho que a mulher se sente mais à vontade ao falar com uma mulher do que com um homem. Eu sinto isso e acho que é isso que a política da Segurança Pública hoje está fazendo.

Quero cumprimentar aqui também a dona Daniele Souza, coordenadora municipal de Políticas para as Mulheres da cidade de São Paulo. Mande um abraço ao nosso Ricardo Nunes, esse grande prefeito que está fazendo um trabalho maravilhoso.

E quero cumprimentar aqui a Adriana Liporoni, coordenadora da Delegacia de Defesa da Mulher, minha amiga, minha colega. Juntos fizemos vários plantões, eu no Garra e ela no 78º DP.

Tudo o que era bagunça que eu não tinha como levar para alguma delegacia eu levava para ela resolver para mim - aquelas ocorrências quadradas que precisava deixar redondas. Eu chegava lá e já dava assim o meu relatório: “Faz para mim que eu preciso entregar isso de manhã no Deic.” Quantos relatórios ela fez para mim, sempre me ajudando?

Então, quero parabenizar todas. Vocês podem contar comigo aqui nesta Assembleia. Tudo o que for ligado à Delegacia da Mulher, à Polícia Civil, à Polícia Militar, às Forças de Segurança, estarei sempre do lado de vocês. Parabéns pelo belo trabalho que vocês recebem.

E vamos brigar - nós, delegados, investigadores, escrivães, todos que fazem parte das Forças de Segurança - por um aumento melhor, porque São Paulo merece. Vocês são as... Hoje, abaixaram completamente a criminalidade.

Eu acho que o governador tem que olhar com outros olhos um bom aumento para nós. Está na hora de as polícias, as Forças de Segurança de São Paulo, que é o estado mais rico da nação, pagarem melhor para nós, porque vocês recebem aquela mãe, que chega lá e que não tem mais a quem recorrer. O único jeito de recorrer é às delegacias de polícia, a vocês. E se elas não tiverem aquele apoio, aquele carinho, que vocês dão todos os dias...

Porque foi radical a mudança da Delegacia das Mulheres, radical o atendimento. Hoje poucas mulheres... Eu recebi aqui... Quando eu entrei de delegado, eu recebia muitas reclamações que chegavam na delegacia e os homens tratavam mal. Hoje não. É mulher tratada por mulher.

Estou vendo a Dra. Jacqueline aqui, quero cumprimentá-la, presidente da Associação dos Delegados... Associação, não, do Sindicato dos Delegados, uma parceira. E já... O tempo esgotou, falei demais.

Então eu quero deixar aqui o meu abraço a todas, um beijo no coração. Doutora, a senhora merece essa homenagem mais do que tudo. E para a doutora... A deputada Amary também, parabéns por ter feito... Dar essa comenda que tanto a doutora merece, que tanto trabalhou por vocês.

Tchau, obrigado. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigada. Convido agora, para o uso da palavra, a deputada Ana Carolina Serra, para a sua mensagem.

 

A SRA. ANA CAROLINA SERRA - CIDADANIA - Senhoras e senhores, muito bom dia. É uma alegria muito grande estar aqui presente na manhã de hoje, principalmente com este plenário cheio. Deputada Maria Lúcia, queria parabenizá-la muito por este dia e por essa iniciativa. Um plenário cheio, cheio de mulheres, de representantes da sociedade civil, de todas as forças para a proteção dos vulneráveis, no caso, da mulher.

É uma alegria muito grande poder ver que, de fato, o trabalho da mulher, aqui nesta Casa, na Assembleia Legislativa, é reconhecido, tem história, mas, acima de tudo, tem efetividade. Existe hoje, de fato, uma proteção à mulher, graças à homenagem que hoje está sendo aqui concedida.

Queria parabenizar todos que me antecederam pela fala e dizer um pouquinho daquilo que todas vocês trouxeram, eu também carrego no coração. Como já foi dito, é o meu primeiro mandato, mas não significa que, pelo fato de estar hoje tendo essa oportunidade de fazer essa representação, nós não tenhamos uma luta por detrás e que muitas vezes não é vista.

Então, gostaria muito de parabenizar a minha colega Maria Lúcia - com quem eu aprendo constantemente na Federação - pela iniciativa. Mas muito mais do que isso, por todo o trabalho e por toda a história que você carrega no coração. Não posso deixar de prestar minha homenagem à delegada Rose.

E, como eu já disse, eu imagino a história, o filme que deve passar, ao ver esse reconhecimento. São 40 anos de proteção à mulher, 40 anos de uma história, de uma ideia que se tornou realidade, ali junto ao Franco Montoro, que reconheceu essa necessidade.

Então, vendo ali a questão do Legislativo e do Executivo, quem tem a caneta na mão, tornar, de fato, efetiva uma política pública muito importante. E, acima de tudo, é pioneira - pioneira não só no nosso estado de São Paulo, no Brasil, mas no mundo. Parabéns. Às vezes, a gente não tem ideia da dimensão, do peso que isso carrega e de quantas mulheres a senhora já salvou vidas.

E ver este plenário com toda essa representação, Guarda Civil Municipal, Defesa Civil, Conselho, são representantes da iniciativa privada, do poder público, e de toda a sociedade civil. Isso mostra a força da união da sociedade em prol de um bem comum. Então, queria muito, em nome da Daniele Akamine, que muito bem me recebeu na Casa da Mulher Brasileira, que é justamente a comprovação da efetividade dessa política pública.

Delegada Rose, quando a gente vê, a senhora começou há 40 anos com uma ideia de instalação da Delegacia da Defesa da Mulher. E hoje a gente já tem, no Brasil, a Casa da Mulher Brasileira, que corrobora, que unifica todos os instrumentos de proteção à violência contra a mulher. É a Delegacia da Mulher, criando e crescendo. Criando proteção, mas, acima de tudo, protegendo a mulher, de fato, unindo todos os instrumentos que nós temos, garantidos através da nossa Constituição Cidadã de 88.

Então, fico muito feliz e muito emocionada de estar, hoje, aqui no plenário, podendo reconhecer essa história que se tornou realidade. E nós começamos com muita alegria essa semana, a nossa segunda-feira, homenageando e comemorando os 40 anos das Delegacias da Defesa da Mulher.

E, gente, celebrar esse marco é reconhecer, acima de tudo, uma história de luta, uma história de coragem e resistência de tantas mulheres que, por quatro décadas, encontraram nesse espaço, idealizado pela delegada Rose, um porto seguro para a denúncia e também, como já foi dito aqui, pelo acolhimento.

Estar aqui hoje, homenageando a delegada, é uma experiência muito significativa, porque ela não apenas criou a primeira Delegacia da Mulher, ela plantou uma semente, um movimento que mudou o rumo da proteção da mulher no nosso país.

E a sua visão pioneira e a sua determinação inabalável abriram as portas para que a violência doméstica, que antes e ainda hoje é muito silenciada, passasse a ser tratada como um grave problema de Segurança Pública, mas, acima de tudo, de direitos humanos.

No entanto, essa luta está longe de terminar. Uma pesquisa recente mostra que os números continuam alarmantes. A violência contra a mulher atinge, desde 2017, a marca de mais de 21 milhões de mulheres que sofreram algum tipo de agressão. E, nesse patamar, a gente tem que os casos de violência física atingem quase duas em cada dez mulheres brasileiras.

Esses dados não são apenas estatísticas, eles representam histórias de vida. São histórias de dor, mas, acima de tudo, de urgência, de necessidade de urgência da nossa ação. E esse levantamento foi feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em conjunto com o Instituto Datafolha.

E essa é uma preocupação que eu carrego muito antes do início do nosso mandato. O combate à violência contra a mulher e a busca por uma sociedade mais justa, mas, acima de tudo, respeitosa, se tornaram pilares centrais da nossa atuação aqui na Assembleia Legislativa.

Não se trata apenas, gente, de uma plataforma política, mas, acima de tudo, um compromisso que eu e a deputada Maria Lúcia carregamos no nosso dia a dia, ouvindo histórias, propondo leis e, acima de tudo, trabalhando incansavelmente para que a gente possa fortalecer a rede de proteção a essas vítimas de violência.

E que a história de luta da delegada Rose, hoje uma inspiração para todos nós das Delegacias de Defesa da Mulher, nos inspire sempre a seguir em frente, ainda mais com força, mas ainda mais com convicção de que esses números assustadores diminuam, delegada, e para que nós possamos um dia viver em um país onde todas as mulheres se sintam seguras e respeitadas.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Agradecemos as palavras das autoridades. Gostaria de registrar ainda a presença da Sra. Rita de Cássia, representando o vereador Marcelo Messias, de São Paulo; e também da desembargadora Flora Maria Nesi Tossi Silva, coordenadora da Mulher em Situação de Violência Doméstica do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Assistiremos agora a um vídeo sobre as Delegacias da Mulher, que será exibido no telão.

 

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- É exibido o vídeo.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Uma salva de palmas. (Palmas.) Realmente, uma história muito bonita. E, dando continuidade a esta solenidade, vamos homenagear as autoras da obra “Delegacias de Polícia de Defesa da Mulher: Gestão e Boas Práticas no Estado de São Paulo”.

Organizado pela escrivã Araceli Martins Beliato e pela delegada Soraya Libardi Galesi, o livro é pioneiro ao sistematizar experiências práticas, estratégias de gestão e iniciativas inovadoras desenvolvidas nas Delegacias de Defesa da Mulher, DDMs, por todo o estado de São Paulo. Fruto de um esforço coletivo, o trabalho reúne artigos de 22 autoras, todas mulheres, com atuação direta na área de Segurança Pública, especificamente no enfrentamento à violência doméstica e familiar.

Os capítulos apresentam desde relatos sobre gestão humanizada, parcerias institucionais e integração em rede, até inovações tecnológicas, como a DDM online e a criação da sala 24 horas; além de experiências exitosas, acolhimento, depoimento especial, programas de reeducação de agressores e projetos de enfrentamento à violência psicológica e patrimonial.

O delegado-geral de polícia de São Paulo, Artur José Dian, assina o prefácio, destacando a relevância da obra como registro histórico e instrumento de valorização da atuação feminina nas DDMs. Convidamos agora, para virem à frente, a deputada Maria Lúcia Amary e demais membros da diretoria para entrega das homenagens às autoras da obra.

Por gentileza, peço que se posicionem aqui à frente e uma salva de palmas para receber todas as autoras, que eu vou nominar agora. (Palmas.) Sra. Adriane Gonçalves, delegada de polícia. Por gentileza, vão se posicionando aqui na sequência em que forem chamadas. Sra. Ana Paula de Bem Bittencourt Ribeiro, todas delegadas de polícia. Angela Cristina Cristensen, delegada de polícia também.

Escrivã de Polícia, Araceli Martins Beliato. Delegada de polícia, Carolina Nascimento Silva Aguiar. Daniela Attab Del Nero, delegada de polícia. Peço que vão se posicionando à frente aqui da mesa principal para que possa ser feita a entrega. Jacqueline Valadares da Silva Alckmin, delegada de polícia. (Palmas.)

Delegada Julia Nunes Machado. (Palmas.) Luciara de Cássia da Conceição, também delegada de polícia. (Palmas.) Por gentileza, as homenageadas chamadas se posicionem à frente da mesa. Nadia Ferreira Aluz Santos, delegada de polícia. (Palmas) Priscila Camargo Campos Gonçalves Stefanin, delegada de polícia. (Palmas.) Renata Lima de Andrade Cruppi, escrivã de polícia. (Palmas.) A delegada Soraya Libardi Galesi, também, por gentileza, à frente. (Palmas.) Utimia Gonçalves, delegada de polícia também.

Essas serão as nossas homenageadas, às quais eu peço que se posicionem à frente para a entrega das homenagens e para o registro fotográfico. Assim que forem entregues as homenagens, será feito o registro da foto oficial. Então, por gentileza, se posicionem aí de uma forma que seja mais adequada para todas.

 

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- São entregues as homenagens.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Por gentileza, para o registro da foto. Agora todas olhando para frente para o registro deste tão importante momento. Lembrando que essas são as autoras da obra, o livro “Delegacias de Polícia de Defesa da Mulher: Gestão e Boas Práticas no Estado de São Paulo”.

Uma salva de palmas para as nossas homenageadas. (Palmas.) Eu peço que as homenageadas... Então ainda tem mais foto? Aqui, agora a foto oficial. Agora vai conseguir fazer? (Palmas.) Isso, todas olhando à frente.

Convidamos as autoridades a permanecerem à frente, pois, neste momento, as autoras presentearão os membros da Mesa com exemplares do livro “Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher: Gestão e Boas Práticas do Estado de São Paulo”. Cada homenageada entregará um exemplar do livro aos nossos membros da Mesa principal.

Para falar em nome do... (Vozes fora do microfone.) Pedimos que se organizem, sempre posicionadas à frente, para facilitar a sessão de fotos. E também que os fotógrafos se posicionem de forma que as pessoas que estão na plenária possam também acompanhar este registro.

Com licença. O registro da foto. Por gentileza, se posicionem paralelo à mesa, viradas à frente, para o registro fotográfico deste momento, com o exemplar do livro. Todas juntas. Sra. Angela, por gentileza, para que saia na foto principal. Isso, muito bem. Uma salva de palmas para todas. (Palmas.) Prontos os registros fotográficos.

Solicito, neste momento, que as homenageadas tomem os seus assentos e as nossas convidadas retornem à mesa principal para darmos continuidade à nossa cerimônia.

Para falar em nome das homenageadas e autoras do livro “Delegacias de Polícia de Defesa da Mulher: Gestão e Boas Práticas do Estado de São Paulo”, convidamos a delegada de polícia e coorganizadora, Dra. Soraya Libardi Galesi.

Uma salva de palmas, por gentileza. (Palmas.)

           

A SRA. SORAYA LIBARDI GALESI - Bom dia a todas e todos. Gostaria de subir aqui para fazer os agradecimentos. Deputada Maria Lúcia Amary, agradeço a iniciativa dessa justa e emocionante homenagem que enaltece a trajetória da Delegacia de Defesa da Mulher em seus 40 anos de história.

Registro ainda o meu agradecimento a toda a Mesa que compôs este evento, na pessoa da Dra. Adriana Liporoni, minha colega de trabalho, hoje juntas nessa luta contra a violência de gênero. Cumprimento com especial deferência a nossa querida Dra. Rosmary Corrêa, delegada Rose, que abriu caminhos e nos inspira diariamente pela sua coragem, sensibilidade e compromisso inabalável com a defesa da mulher.

Dra. Rose, eu comecei minha carreira na 1ª DDM. Eu saí da Acadepol e escolhi ir trabalhar na 1ª DDM, lá naquele prédio antigo da Bittencourt Rodrigues, ainda não era na Casa da Mulher Brasileira. E eu tenho muito orgulho dessa trajetória, de ter iniciado a minha carreira lá na 1ª DDM. Então, muito obrigada por abrir esse caminho.

Um agradecimento especial às autoras do livro, aqui conosco, nosso livro “Delegacias de Polícia de Defesa da Mulher: Gestão e Boas Práticas no Estado de São Paulo”, obra que consolida a memória institucional e inspira políticas públicas mais eficientes.

Registro os meus cumprimentos ao meu chefe, querido Dr. Júlio Guebert, que sempre acreditou nos nossos projetos. Sem ele, com certeza, muitos de nós não estaríamos aqui. Muito obrigada, doutor. Registro os meus cumprimentos também ao nosso delegado-geral de polícia, secretário de Segurança Pública, que apoia o nosso trabalho.

Celebrar os 40 anos da Delegacia de Defesa da Mulher é reafirmar um compromisso: atendimento qualificado, investigação com perspectiva de gênero e proteção integral às vítimas.

Encerrando, reafirmo que momentos como este não apenas celebram conquistas, mas também renovam o nosso compromisso com uma Polícia Civil mais humana, técnica e comprometida com a justiça.

Obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigada. Gostaria de registrar ainda a presença de Jacqueline Valadares da Silva Alckmin, presidente do Sindicato dos Delegados do Estado de São Paulo; a presidente do Rotary Club de São Paulo, região do Butantã, Marcia Regina Büll; Célia Rizzante, presidente da BPW, Associação de Mulheres e Negócios e Profissionais; Sra. Hyo Mi Kim Linhares, presidente da AMPM Brasil; Dra. Marly Lamarca, presidente da Virada Feminina de São Paulo, um grande abraço; Vera Tabach, presidente da Abime, também um grande abraço; e Zaine Assaf, também nossa colega querida. Uma salva de palmas para as nossas convidadas, aqui registradas as presenças. (Palmas.)

E, neste momento, daremos início à outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo à Dra. Rosmary Corrêa. É um momento de muita importância, pois esse Colar de Honra ao Mérito Legislativo é a mais alta honraria conferida pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Foi criado em 2015 e é concedido a pessoas naturais ou jurídicas, brasileiras ou estrangeiras, civis ou militares, que tenham atuado de maneira a contribuir para o desenvolvimento social, cultural e econômico de nosso estado, como forma de prestar-lhes, pública e solenemente, uma justa homenagem.

Esta sessão solene homenageia, com a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo, a sempre deputada Rosmary Corrêa, presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina. Rosmary Corrêa é bacharel em direito, formada pela FMU, delegada de polícia e figura histórica na luta pelos direitos das mulheres no Brasil.

Em 1985, foi responsável pela criação da primeira Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher do mundo, marco pioneiro no combate à violência de gênero e referência internacional em políticas públicas voltadas à proteção feminina. Com uma carreira sólida na área de Segurança Pública, atuou inicialmente como escrivã de polícia e, posteriormente, como delegada.

Sua trajetória política teve início em 1990, quando foi eleita deputada estadual por São Paulo. Foi reeleita por mais três mandatos consecutivos, em 1994, 1998 e 2002, totalizando quatro legislaturas na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Durante esse período como parlamentar, destacou-se como presidente da Comissão de Segurança Pública e como presidente da CPI do Sistema Prisional, além de participar ativamente em diversas frentes legislativas voltadas à justiça, direitos humanos e políticas de gênero.

Ao longo de sua trajetória, coordenou duas conferências estaduais da mulher, em 2011 e 2016. E agora tivemos mais uma, então vou corrigir aqui o texto: a terceira agora em 2025. E, atualmente, exerce a função de presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina, gestão 2021-2025, da qual a minha mãe também faz parte, da qual sou muito fã.

É também presidente do Rotary Club São Paulo Norte, gestão 2021-2022, membro do movimento Mulheres da Verdade e integra a Associação Brasileira de Mulheres da Carreira Jurídica de São Paulo.

Reconhecida nacional e internacionalmente, é palestrante em eventos, ciclos e seminários no Brasil e no exterior, tendo representado o País em eventos como a Conferência Nacional da Mulher, em Angola; o Parlamento do Mercosul, em Uruguai e Montevidéu; Conferência Mundial da UNI Global Union América Mujeres, em Medellín.

Recebeu diversos títulos, medalhas e prêmios ao longo de sua carreira, entre eles, Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, honraria concedida pelo Senado Federal a mulheres que contribuíram de forma significativa para a causa feminina do Brasil; Medalha do Pacificador, concedida pelo Exército Brasileiro a personalidades civis e militares que prestaram relevantes serviços à população.

Com uma trajetória como essa, marcada pela inovação, coragem e compromisso com os direitos humanos, especialmente o das mulheres, a sua atuação segue sendo uma referência e inspiração para as novas gerações de lideranças femininas no País. Delegada Rose, quando foi criada a primeira delegacia, eu tinha quatro anos. Então, para mim, é uma grande honra estar aqui hoje. Realmente, a senhora é inspiradora.

E, por isso, convido para vir à frente os membros da Mesa Diretora, juntamente com a homenageada para a Outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

Uma salva de palmas. (Palmas.)

 

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- É feita a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo do Estado de São Paulo.

 

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A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Lembrando que as fotos oficiais estarão disponíveis no Flickr da Assembleia Legislativa. Então eu peço que as homenageadas e as convidadas se posicionem aqui em frente à mesa, para o registro da foto oficial deste momento tão importante. Uma salva de palmas. (Palmas.)

Uma salva de palmas para a nossa homenageada. (Palmas.) E peço que retornem à mesa principal. Lembrando que, após a cerimônia, haverá disponibilização do espaço para fotos com as homenageadas.

E eu passo a palavra, neste momento, e gostaria de pedir que ocupe o lugar na plenária, a nossa homenageada, Delegada Rose, para fazer uso da palavra. E que todas as demais retornem à mesa principal. Delegada Rose, poderá fazer uso da palavra para, mesmo neste momento de emoção, fazer agradecimento da sua...

 

A SRA. DRA. ROSMARY CORRÊA - Bom dia, quase boa tarde, a todas e aos poucos todos aqui presentes. Eu quero agradecer, de todo o coração, à minha amiga e irmã, deputada Maria Lúcia Amary.

Eu e a Maria Lúcia ficamos juntas durante alguns mandatos aqui na Assembleia. Sempre conseguimos ser muito parceiras. E o fato de eu não estar mais aqui não significa que deixamos de ser parceiras. Continuamos. E o Conselho Estadual da Condição Feminina, que eu presido hoje, tem muita gratidão por todas as coisas que a Maria Lúcia faz em prol do nosso conselho. Muito obrigada, Maria Lúcia. Você é ótima.

Quero cumprimentar, aqui, a secretária Valéria Bolsonaro. Dizer para ela que, realmente, o conselho hoje se sente abrigado pela secretaria. O conselho hoje se sente parceiro da secretaria. E a nossa secretária tem feito um excelente trabalho à frente da Secretaria de Política para Mulheres, correndo esse interior inteiro para levar todos os programas da secretaria. Ela realmente tem trabalhado bastante e tem sido, volto a repetir, muito parceira do conselho.

Queria cumprimentar a Dani, coordenadora de Mulheres aqui da prefeitura. Minha querida secretária Angela Gandra, que nós realmente nos conhecemos há muito tempo, não é, Angela? Cumprimentar a Adriana, que é a coordenadora das Delegacias da Mulher aqui do estado de São Paulo. A nossa querida deputada Ana Carolina Serra, que eu tive o prazer de conhecer pessoalmente hoje. Cumprimentar, aqui, a Sandra Tadeu, nossa vereadora.

Cumprimentar o Ricardo Montoro. Ricardo, nós temos um carinho muito grande pela sua família. O governador Franco Montoro realmente nos acolheu. O governador Franco Montoro, como você disse, era participação, descentralização. Eu guardo essas duas principalmente. Todos os conselhos de direito que nós temos hoje foram na gestão do governador Franco Montoro.

E eu guardo comigo uma coisa que eu acho extremamente importante. Todo mundo dizia que o seu pai, o nosso governador Franco Montoro, trocava o nome das pessoas. Ele nunca errou o meu nome. Nunca. E não era fácil. Nós realmente temos um carinho profundo pela família. O governador recebeu uma condecoração na Unesco pela criação da primeira Delegacia de Defesa da Mulher.

Quero cumprimentar aqui todas as autoridades presentes. Quero, como sempre faço, como presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina, pedir que as minhas conselheiras, a Sandra Andreoni, a Kátia Boulos, a Beth Russo... Quem mais que eu não estou vendo? A Adriana. Quem mais? Fiquem de pé, por favor. Ana Lanatovitz.

Estou esquecendo de alguém, meninas? Essas mulheres maravilhosas nos ajudam - Alice Colley, que está ali também -, elas nos ajudam a tocar o nosso Conselho Estadual da Condição Feminina, que foi responsável pela criação da primeira Delegacia de Defesa da Mulher.

Quero, neste momento também, prestar a minha homenagem a uma delegada de polícia. As nossas delegadas mais jovens talvez não a tenham conhecido muito, mas, quando comecei, ela veio logo em seguida, indo para a Delegacia da Mulher, na zona leste.

Doutora Isilda, por favor, queria que você ficasse de pé. Ela começou comigo, na zona leste, logo que as Delegacias da Mulher foram descentralizadas. Uma grande batalhadora também. E, desde aquela época, nós continuamos juntas em todos os momentos, não é, Zizi? É a minha querida amiga. Obrigada por você ter vindo.

Todas as minhas amigas aqui da sociedade civil - não dá para falar o nome de todas, porque, senão, vocês vão aqui ficar muito cansados - eu só tenho uma palavra para vocês: a minha palavra é gratidão.

Olha, gente, não é comum você, depois de 40 anos da inauguração de uma delegacia pioneira no mundo, estar na Assembleia Legislativa fazendo essa comemoração - e eu aqui, em pé, sem bengala, sem nada. Então, gente, a gente só tem que agradecer. Primeiro agradecer a Deus, que tem sido tão bom para todas nós, para todos e todas nós.

Quero agradecer a todas aquelas que compartilharam comigo os bons momentos, que estiveram comigo na luta contra a violência mulher. E tem aqui algumas que já foram da minha época, que, enquanto eu era delegada, elas também eram - como a Ju, que está ali, a Juliana, que também já era naquela época, junto comigo foi delegada de Delegacia da Mulher.

Não posso também - vocês vão me permitir - não dar o meu abraço carinhoso para os meus companheiros do Rotary Club São Paulo Norte. A Helena, a Maria Lúcia, a Lilian Gambarini, o Gambarini, meu companheiro. Não posso deixar, porque o Rotary também faz parte da minha vida - 25 anos.

E a gente tem que realmente sempre elogiar o Rotary pelo trabalho maravilhoso que o Rotary faz. “Unidos para fazer o bem” - que é o nosso lema deste ano. É muita responsabilidade chegar até onde a gente chegou. Eu tenho um carinho enorme, profundo, pela Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher.

Eu sempre digo que, se pudesse, ainda estaria à frente de uma delegacia fazendo o atendimento, porque é muito bom quando você sente que você faz a diferença na vida de uma pessoa. E uma boa palavra, um acolhimento bem feito... Não precisa nem resolver o caso, é só você acolher, você ouvir, você mostrar sensibilidade para o que está acontecendo com aquela mulher. Só isso e você já muda a vida dela.

Quantas e quantas vezes - acho que falo aqui pelas colegas também - as mulheres chegavam na delegacia com um problema que nós não podíamos resolver - não era um problema policial, a gente não tinha como resolver. Mas não importa, elas sentavam, contavam, falavam.

E você dizia para elas, dava a sua opinião, informava para elas que você não poderia estar ajudando, porque não era problema policial, fazia o encaminhamento delas e elas saíam felizes. Com os seus problemas, mas mais felizes, porque tinham encontrado alguém que as ouvia.

Depois da delegacia, eu vim para esta Casa, onde passei quatro mandatos maravilhosos, tive a oportunidade de manter a minha bandeira da luta contra a violência à mulher. E fui eleita depois como presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina. Começamos... Começamos, não, o Conselho foi inaugurado na época do Montoro, em 1983, dois anos antes da Delegacia da Mulher.

Nós continuamos um trabalho que estava sendo feito já. Conseguimos, de certa forma, modernizar, trabalhar mais. Tinha apoio, não tinha apoio - uma gestão nos apoiava, Valéria, a outra não nos apoiava. Mas nós, com a nossa resiliência, com a nossa luta, nós fomos em frente.

Para que esse conselho funcionasse - e como funciona até hoje -, eu tenho aqui duas pessoas que foram pilares para que o conselho pudesse existir, que são a Rosária e a Luciana, que eram as nossas administrativas do conselho, que eu peço para vocês levantarem, por favor.

E para vocês verem a delegacia, como ela gera frutos... Estão vendo a Luciara ali? A mãe da Luciara, a escrivã Maria José, foi a primeira escrivã da Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher. E hoje estou aqui com a filha dela. Então, olha só quantas emoções, como diz o Roberto Carlos. Quantas coisas boas, bonitas a gente tem a oportunidade de lembrar.

São poucas as pessoas, gente, que podem agradecer a Deus, olhar lá para trás e falar: “Deus, muito obrigada que você me trouxe até aqui e por tudo que consegui fazer até aqui”. Por todas as coisas que eu pude ajudar; por aquelas que não pude, mas eu tentei; por todas as coisas que ainda faço e vou continuar fazendo tudo enquanto Deus me der vida. Então eu quero, mais uma vez, agradecer de coração a todas e todos vocês.

Dizer para as minhas queridas delegadas: por favor, mantenham a chama da Delegacia da Mulher acesa. Por favor. Vocês são as responsáveis pela continuidade desse trabalho. Esse trabalho dá muita alegria para todas nós. Esse trabalho faz bem para nossa alma. Esse trabalho nos faz ajudar as pessoas que necessitam.

Portanto, não deixem essa chama apagar. Continuem, batalhem. Apesar das adversidades, apesar das dificuldades, não desistam, por favor. Quando vocês pensarem em desistir, lembrem de mim com aquele vestido azul, de brinco amarelo e sapato amarelo também. Então lembrem, e nunca desistam. (Palmas.) Meu carinho, meu amor, meu agradecimento a todas e a todos. Que Deus nos ajude sempre e que Ele nos proteja.

Aos nossos delegados de polícia que estão aqui, aos nossos companheiros da GCM, a todos vocês que estão aqui: muito, muito obrigada. Eu digo, vou repetir, só tem uma palavra para tudo isso: gratidão.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Merece ser aplaudida de pé, uma mulher com uma história como essa. Estamos aqui realmente todos emocionados. Eu queria registrar agora também a presença do deputado Altair Moraes, também obrigada pela presença.

Quero também fazer um registro importante aqui da presença da Mari Kayapó, da União de Nações Indígenas do Estado de São Paulo, obrigada pela presença aqui, representando as mulheres indígenas. Também à Paulah Gauss, um grande abraço aqui, nossa cantora e comunicadora. Tony também, um excelente amigo e apoiador das mulheres. Fazendo registro aqui de algumas presenças especiais.

E também gostaria de reforçar um aviso de que as fotos deste importante momento estarão disponíveis no Flickr da Alesp. Este link, este QR Code que vocês podem escanear agora, dará acesso direto a esse link. Então, vou dar algum tempinho para que vocês possam aproveitar, para que as fotos sejam de melhor qualidade, e aí vocês podem fazer as postagens.

Marquem a Alesp, a delegada Rose. O seu Instagram é Delegada Rose, não é, delegada Rose? Porque assim vai poder compartilhar e vai dar muito engajamento. Vamos aproveitar. E, neste momento... Eu também não fiz o scanner, gente. Vocês me perdoem? Eu vou fazer, porque senão depois eu não vou conseguir. Talvez as fotos não tenham subido ainda, mas depois vai estar. Então vocês já salvem o...

Bom, mas, de qualquer forma, no Instagram da Alesp, no link da “bio” vai estar direcionado para o site. Vai ser mais fácil depois para poder pegar. Mas, com certeza, aí nas próximas horas, a assessoria já vai estar com as fotos disponíveis.

E parabenizamos mais uma vez a Dra. Rosmary Corrêa. Para o encerramento desta cerimônia, eu passo a palavra para a deputada Maria Lúcia Amary, para que ela faça o encerramento desta solenidade.

 

A SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Já é boa tarde, né? Mas eu quero agradecer a presença de cada um e cada uma de vocês, que fizeram este evento tão brilhante para uma pessoa que merece tanto. Quarenta anos para homenagear, mas você ganhou a maior condecoração da Assembleia Legislativa. E fiz isso com muita felicidade. Muito orgulho de ser sua amiga, sua admiradora, uma mulher inspiradora. E você fez escola.

Hoje nós estamos todas aqui, cada uma desempenhando o seu papel na luta pelas mulheres. Teve alguém que abriu esses caminhos com garra, força, determinação, ética. Nós fomos colegas aqui na Assembleia Legislativa. Aprendi muito com a delegada Rose, porque ela já estava antes de mim. Então é um orgulho estar podendo fazer essa homenagem para você.

Quero agradecer também à deputada estadual Ana Carolina Serra, minha parceira de bancada. À secretária Valéria Bolsonaro, que tem feito um trabalho incrível. Bill, parabéns pela sua atuação. À Angela Gandra; à Daniele de Souza Akamine; à vereadora Sandra Tadeu, de São Paulo; à vereadora Júlia, de Itapetininga, que também é delegada de polícia. Quero também agradecer a todos da Alesp que nos ajudaram aqui.

E um agradecimento especial à minha equipe, que preparou com muito carinho. Boa parte deles está aqui, ajudando a organizar, para que hoje fosse essa homenagem tão querida, tão merecida para você. Agradecer também ao Ricardo Montoro, pela sua vinda aqui. Está sempre apoiando a nós, mulheres, em todos os eventos. Está lá o Ricardo, representando a gente.

Mas quero agradecer a cada um de vocês e a cada uma, porque cada uma de vocês já foi nominada aqui. À Guarda Municipal, à Polícia Militar, a todos vocês que compareceram aqui. Deus abençoe cada um na volta de vocês para casa.

E, Rose, leve esse carinho. Isso aí é um milésimo do que você merecia. Você é realmente uma mulher inspiradora, faz história. E nós temos você como um exemplo de mulher, um exemplo de profissional, como exemplo de parceira.  (Palmas.)

Que Deus abençoe o seu caminho e o de cada um dos membros daqui da Mesa para que possamos continuar tendo essas mulheres que representam tão bem a mulher brasileira, a mulher de São Paulo.

Muito obrigada. (Palmas.)

 

A SRA. MESTRE DE CERIMÔNIAS - Muito obrigada pelas palavras.

Esgotado o objeto da presente sessão, agradeço a todos os envolvidos na realização desta solenidade, assim como agradeço a presença de todos. Está encerrada esta sessão solene.

Eu peço a todos, por gentileza, que não se levantem ainda. Como este é um momento histórico, nós gostaríamos de fazer uma foto com todos. E aí nós gostaríamos que vocês ficassem de pé no lugar onde estão, e que as pessoas da Mesa oficial possam ficar à frente, e os fotógrafos registrem daqui de cima.

E eu passo a palavra para a deputada para a sua última mensagem.

 

A SRA. PRESIDENTE - MARIA LÚCIA AMARY - PSDB - Esgotado o objeto da presente sessão, agradeço a todos os envolvidos, todos os delegados e delegadas presentes na realização desta solenidade, assim como eu agradeço a presença de todos.

Está encerrada esta sessão solene.

 

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- Encerra-se a sessão às 12 horas e 35 minutos.

 

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