6 DE AGOSTO DE 2025

98ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: CARLOS GIANNAZI, REIS, THAINARA FARIA, PAULO FIORILO e GUILHERME CORTEZ

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - CARLOS GIANNAZI

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h02min.

        

2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - REIS

Assume a Presidência.

        

4 - LETÍCIA AGUIAR

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - PROFESSORA BEBEL

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

6 - THAINARA FARIA

Para comunicação, faz pronunciamento.

        

7 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - THAINARA FARIA

Assume a Presidência.

        

9 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - PROFESSORA BEBEL

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - REIS

Assume a Presidência.

        

12 - PAULO FIORILO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - PAULO FIORILO

Assume a Presidência.

        

15 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

16 - GUILHERME CORTEZ

Assume a Presidência.

        

GRANDE EXPEDIENTE

17 - CARLOS GIANNAZI

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

18 - PAULO MANSUR

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

19 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

20 - REIS

Assume a Presidência.

        

21 - GUILHERME CORTEZ

Pelo art. 82, faz pronunciamento.

        

22 - GUILHERME CORTEZ

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

23 - PRESIDENTE REIS

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 07/08, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão às 15h38min.

 

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ÍNTEGRA

 

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Carlos Giannazi.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

Dando início à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, com a palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Com a palavra o deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a palavra a deputada Beth Sahão. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Caio França. (Pausa.) Com a palavra o deputado Donato. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Com a palavra o deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Com a palavra o deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com a palavra o deputado Paulo Mansur. (Pausa.) Com a palavra o deputado Reis. (Pausa.)

Com a palavra a deputada Thainara Faria. (Pausa.) Com a palavra a deputada Professora Bebel. (Pausa.) Com a palavra a deputada Carla Morando. (Pausa.) Com a palavra o deputado Edson Giriboni. (Pausa.) Com a palavra o deputado Lucas Bove. (Pausa.)

Com a palavra a deputada Andréa Werner. (Pausa.) Com a palavra o deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rômulo Fernandes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Com a palavra o deputado Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Com a palavra o deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Com a palavra o deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Com a palavra a deputada Dani Alonso. (Pausa.)

Com a palavra a deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.) Com a palavra a deputada Monica Seixas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.) Com a palavra o deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Com a palavra o deputado Teonilio Barba. (Pausa.)

Com a palavra a deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.) Com a palavra o deputado Conte Lopes. (Pausa.) Com a palavra o deputado Rogério Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Marcos Damasio. (Pausa.) Com a palavra o deputado Luiz Fernando Teixeira Ferreira. (Pausa.) Com a palavra o deputado Dr. Elton. (Pausa.) Com a palavra o deputado Alex Madureira. (Pausa.)

Com a palavra o deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Com a palavra a deputada Ediane Maria. (Pausa.) Com a palavra o deputado Mauro Bragato. (Pausa.) Com a palavra a deputada Ana Perugini. (Pausa.) Com a palavra o deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Com a palavra a deputada Márcia Lia. (Pausa.)

Na Lista Suplementar, com a palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino, que fará o uso regimental da tribuna.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários e funcionárias da Alesp, amanhã nós começaremos as audiências públicas do Orçamento de 2026. Hoje estou indicado pela bancada do Partido dos Trabalhadores para ser o vice-presidente dessa comissão.

Vamos iniciar os trabalhos em três semanas... Nessa semana, três audiências. Amanhã começamos em Rosana às oito horas, que vai ser na Câmara Municipal; depois teremos no dia 8 de agosto, em Presidente Bernardes, também na Câmara Municipal, às dez horas da manhã; e finalizamos, nessa semana, as audiências do Orçamento na cidade de Cândido Mota, também na Câmara Municipal. Então são três audiências: Rosana, na quinta-feira à noite, na sexta-feira em Presidente Bernardes, e concluir os trabalhos na cidade de Cândido Mota.

Então esse é o momento em que podemos dialogar com vereadores e vereadoras, com os prefeitos, com a sociedade civil organizada, onde eles possam fazer as suas reivindicações em relação às áreas importantes do nosso estado como: Mobilidade, Segurança, Saúde e Educação.

Então é o momento em que a população pode apresentar as suas demandas para que a gente possa não só encaminhar esses pedidos para o Orçamento de 2026, como dialogar com a população sobre a descentralização do Orçamento do estado de São Paulo.

A previsão do Orçamento para o ano que vem é de 378 bilhões de reais - estamos chegando na casa de 400 bilhões do Orçamento do estado de São Paulo. Quem mais entende da realidade local é quem vive ou na cidade, ou em uma região administrativa, ou em uma região metropolitana.

E o nosso papel como deputados estaduais é ouvir as demandas que temos em cada uma dessas cidades para que, a partir dessas demandas dessas cidades e das regiões, possamos fazer um orçamento que, de fato, seja um recurso da arrecadação dos impostos que a população acabou fazendo ao longo do ano de 2025 e possa ser executado em 2026.

Então eu quero trazer aqui, fazer o convite aos vereadores, aos prefeitos, à população, à sociedade civil organizada em cada uma dessas três cidades. Quando começarmos essa audiência pelo Orçamento, com certeza será para garantir que as cidades possam receber recurso a partir da Assembleia Legislativa, que vai beneficiar o conjunto das cidades.

Lembrando que ano que vem será o segundo ano em que as audiências para o Orçamento já saem da própria audiência com recurso definido e para qual área será executada no ano seguinte.

Então quero deixar aqui o nosso convite para que vocês possam participar dessas três primeiras audiências na região de Presidente Prudente. Então tanto Rosana, Presidente Bernardes e Cântico Mota estão ali na região de Presidente Prudente, na região de Assis.

Então já faço aqui o convite para cada um e para cada uma de vocês.

 

* * *

 

- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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Quero aproveitar, nobre deputado Reis, e fazer aqui uma menção ao que nós vimos ontem lá em Brasília. Nós somos 94 deputados e deputadas estaduais aqui na Assembleia Legislativa, e é uma preocupação de pensar no estado, organizar o estado, discutir o estado, pensar em mecanismos de como essas audiências do orçamento vão melhorar a vida da população do estado de São Paulo.

E nós vimos ontem lá em Brasília deputados e deputadas se amordaçando, falando que não tem o direito a voz. Só que a voz que eles querem dizer, ou que eles querem se manifestar, é contra uma prisão de alguém que tentou um golpe de Estado no dia 8 de janeiro. Se hoje o Bolsonaro está preso, está preso porque fez uma reunião com diversos chefes de Estado questionando a urna eletrônica, uma urna eletrônica que ele foi eleito em 2018.

Então, se hoje ele paga, se ele está preso hoje em prisão domiciliar, foi por um erro cometido do ex-presidente da República quando chamou chefes de Estado para questionar, ou para tentar organizar um golpe de Estado no nosso país. E tentou cartelizar esse golpe de Estado no dia 8 de janeiro de 2023 depois de ter sido derrotado na eleição de 2022.

Então espero que aqueles deputados que estão lá em Brasília façam jus a sua remuneração, a seu salário, a sua representatividade e discutam questões importantes como Educação, Saúde, Mobilidade, a questão das categorias, que é um papel dos deputados federais lá em Brasília como nós estamos fazendo aqui, discutindo o Orçamento do estado amanhã em Rosana, Cândido Mota e Presidente Bernardes. Exercer o seu papel, que os deputados federais lá em Brasília, Distrito Federal.

Então, se estão cometendo um erro na sua gestão como parlamentar, cobro aqui também dos demais deputados federais lá de Brasília, disciplinas que devem acontecer, via Comissão de Ética, para os deputados que não nos representam lá no Parlamento Federal.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Seguindo a lista de oradores, chamo para fazer uso da palavra o deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Guilherme Cortez. (Pausa.) Deputada Letícia Aguiar.

 

A SRA. LETÍCIA AGUIAR - PL - Obrigada, Sr. Presidente. Cumprimento Vossa Excelência. Cumprimento a todos que estão aqui no Plenário, cumprimento também quem nos acompanha pelas redes sociais.

A verdade é que o Brasil não merece passar pelo que está passando. A verdade é que Lula não consegue ser igual à Bolsonaro, bem que ele gostaria, mas ele não consegue ter a moralidade, a honestidade, a verdade, a justiça de Bolsonaro.

O que ele tenta fazer é o contrário, é rebaixar Bolsonaro na moralidade e tentar fazer com que Bolsonaro se torne corrupto, como ele foi. Já que o STF entendeu que ele foi, e não é mais corrupto, que a gente não pode mais considerá-lo ladrão, porque ele foi descondenado.

A verdade é que o Brasil clama por verdade, por transparência, por justiça, por democracia. Querer rebaixar Bolsonaro ao nível do líder do PT é tentar colocar goela abaixo em todas as pessoas que participaram das eleições, democraticamente foram às urnas, escolheram seus representantes, que todos os políticos são iguais. Não são, e ainda bem que não são. Eu não sou igual a eles. Bolsonaro não é igual a Lula.

E, rapidamente, eu quero fazer aqui um comparativo a vocês. Lula, atual presidente do Brasil foi condenado e preso pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Lula foi investigado, julgado, condenado e preso por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Então, Lula recuperou seus direitos políticos e todas as suas acusações foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal.

Bolsonaro foi preso, está em prisão domiciliar, é um preso domiciliar. Teve sua prisão domiciliar decretada por corrupção? Não. Por desvio de bilhões? Não. Ele roubou o INSS? Também não. Bolsonaro está sendo investigado por tentativa de golpe.

O parlamentar que me antecedeu aqui, falou que ele fez uma tentativa de golpe, na verdade não tem comprovação. Indiciado por fraude no cartão de vacinação, sem comprovação. Investigado sobre joias e minuta golpista, sem comprovação. Prisão domiciliar decretada. Motivo? Seus filhos postaram conteúdo dele nas redes sociais. Que vergonha.

Uma democracia que nós vivemos ou uma ditadura de um homem só, um rei, um imperador que acha que comanda o País sozinho, que pode decidir o futuro da Nação sozinho, que decide quem fica, quem vai, quem é preso, quem é liberto?

O Brasil tem gente, tem pessoas, tem população. Querer comparar Bolsonaro à Lula, além de ser uma narrativa mentirosa, falaciosa, é uma narrativa para tentar desconstruir um homem bom, decente, justo e honesto.

Porque, por mais que a Justiça tenha tirado de Lula a sua condenação, ele foi investigado, julgado, condenado e preso por corrupção, formação de quadrilha. E isso está no histórico, nas fichas criminais do presidente Lula.

Então o que nós queremos, que a população se revolte, não é o fato de a esquerda estar no poder. Se foi eleita democraticamente, nós temos que respeitar o processo democrático. O que nós não podemos aceitar, o que nos traz revolta, o que, de verdade, é um golpe para as pessoas é o fato de prenderem um homem que nada fez, que não é corrupto, que não roubou o seu país, que não corrompeu a sua nação.

E é por isso que vou utilizar a minha voz todas às vezes que me sentir injustiçada, indignada. Vou defender aquilo que fui eleita para fazer, representando a voz da direita, a voz conservadora, a voz cristã neste parlamento, como mulher, como cidadã e como uma apaixonada pelo meu País.

Nós sabemos que muitas coisas estão acontecendo no Senado Federal, no Congresso Nacional, os parlamentares que lá estão pedindo e fazendo o seu papel como representantes. Não importa se não representa à esquerda, mas representa um setor da sociedade que é à direita, que são eleitos para ser representantes. E nós estamos lá nos sentindo censurados, calados.

Uma voz eleita não pode jamais ser cerceada, ser calada. A você, cidadão que esteve com a gente nas ruas nesse domingo, obrigada pelo apoio, obrigada por estarem conosco. Nós não vamos desistir de tirar o Brasil das garras de tiranos, de autoritários e de pessoas que não representam a nossa família, a família brasileira.

Que Deus abençoe o Brasil, que Deus abençoe o Senado Federal e que a gente possa, muito em breve, pautar a anistia e pautar o impeachment do imperador Alexandre de Moraes.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem, deputada Professora Bebel.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - Uma comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental. Tem V. Exa. dois minutos.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Pois é. Interessante, não é? Pau que bate em Chico, lamentavelmente, não bate em Francisco. Se tem uma coisa que nós assistimos neste país, foi exatamente isso.

E eu não quero discordar da deputada Letícia Aguiar, porque realmente as pessoas têm que ter o legítimo direito de defesa. Quanto a isso, eu não discordo. Mas eu discordo frontalmente que o atual presidente não tenha feito nada contra o seu país. Só o embate que nós estamos enfrentando com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por conta do tarifaço, do “taxaço”, por conta...

Aliás, o país que mais vai ter tarifa... Aliás, mais taxado, é o Brasil. É o único no mundo mais taxado, o Brasil. Isso, para mim, desculpe, mas é uma questão de quebra de direitos, de democracia e da soberania nacional.

Nos atos antidemocráticos de golpe que nós enfrentamos no dia 8 de janeiro, se vocês respeitam a esquerda, como foi dito aqui, deputada Thainara Faria, por que é não aceitaram o resultado das eleições e invadiram o Congresso Nacional, da forma como foi?

Mas, mesmo assim, eu entendo, sinceramente, que tudo deve ser devidamente dirimido, para que não tenham dúvidas sobre um processo que deverá, aí, entrar em... Agora, o Bolsonaro não está preso porque é honesto. Ele está preso porque não é honesto. Ele está preso porque morreram mais de 700 mil pessoas por negligência. Ele está preso, também, não só por isso, mas porque ele foi contra a ordem nacional. Por favor, sabe?

E dizer que “Ele postou uma foto”? Não, ele incitou as massas no domingo, foi isso o que ele fez. Então, se não cumpre uma ordem judicial, desculpe, se descumpre, não pode dizer que tudo está errado e que o Bolsonaro é um santo. Não. Eu sou absolutamente favorável ao livre direito da defesa. Não aceitei o que foi feito com o presidente Lula, que sem o direito de defender foi preso. Agora é a vez do outro, poxa vida. Então o pau que bate em Chico tem que bater em Francisco.

Muito obrigada.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - Pela ordem, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Pela ordem, deputada.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - Para uma breve comunicação, que eu fui mencionada na sessão passada.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Vossa Excelência tem dois minutos.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - PARA COMUNICAÇÃO - Primeiro, só a ordem de reflexão. A nobre Professora Bebel, deputada, colocou em relação ao questionamento do resultado das urnas. O engraçado é que eles queriam questionar o resultado do presidente Lula. Mas os deputados que estão aqui eleitos não abriram mão do resultado deles. Não questionaram se o resultado deles estava errado.

Por isso, como a Bebel disse, que o pau que bate em Chico tem que bater em Francisco, eles só queriam questionar o nosso presidente Lula, legitimamente eleito. Agora, presidente, foi muito sério o que aconteceu aqui na tarde de ontem. Eu fui chamada de mentirosa por um deputado que estava aqui por conta da situação do bananinha nos Estados Unidos.

E eu quero trazer aqui para vocês, rapidamente, nesse um minuto que me resta, a matéria do “O Globo” de ontem. Eu não estou falando de nenhum canal de esquerda. Eu não estou falando de nenhum canal de comunicação de massa.

Estou falando aqui do “O Globo”, que coloca: “Eduardo Bolsonaro volta a receber salário mesmo fora do Brasil e mantém gabinete com oito funcionários ao custo de R$ 123.000,00 para os cofres públicos”.

Ontem, neste microfone, eu fui chamada de mentirosa por um deputado que disse, inclusive, que acolheu o chefe de gabinete do Eduardo Bolsonaro. Eu não tenho nada a ver com quem coloca ou deixa de colocar em seus gabinetes, mas a verdade nua e crua do Portal da Transparência, da Câmara dos Deputados federais, que está no jornal “O Globo”, dia 05/08/2025, às 13 horas e 43 minutos a matéria foi atualizada.

“Nos Estados Unidos desde fevereiro, o deputado Eduardo Bolsonaro voltou a receber o salário da Câmara neste mês.” Ou seja, me disseram aqui que ele não estava recebendo.

Então ele está nos Estados Unidos e vai receber, neste mês, os vencimentos do mês passado. Então é bom colocar luz aos fatos. Ele está com oito funcionários na Câmara dos Deputados federais, e mentiroso é quem me chamou de mentirosa aqui. E quem fala a verdade não merece castigo.

Muito obrigada, Sr. Deputado.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamo para fazer uso da palavra o deputado Carlos Giannazi.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Reis, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia. Sr. Presidente, eu vejo aqui os parlamentares da extrema-direita desviando o foco aqui da crise de São Paulo, sobretudo, Sr. Presidente, não vejo a extrema-direita aqui debatendo a questão da farra dos pedágios.

 

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- Assume a Presidência a Sra. Thainara Faria.

 

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São Paulo, o estado de São Paulo está sendo infestado por vários pedágios em várias rodovias. E eu vejo aqui o silêncio autorizativo da bancada governista em relação aos pedágios que já estão sendo instalados. Tinham sido anunciados, agora nós já estamos vendo aqui uma chuva de pedágios no estado de São Paulo.

Na Rodovia Manoel da Nóbrega, eles já começaram a ser instalados, na Mogi-Bertioga também e aqui na Raposo Tavares, no quilômetro 37, essa nova modalidade de extorsão da população, que vai penalizar ainda mais o povo de São Paulo, que não está sendo defendido aqui pela base do governo. A base do governo está calada em relação a um problema real.

O que vai acontecer com a instalação dessas novas praças? O que já começa a acontecer? O encarecimento do custo de vida, sobretudo da cesta básica, porque os produtos da cesta básica, que nós consumimos em nossas mesas, são transportados pelas rodovias paulistas.

E, com a instalação desses novos pedágios mais o aumento dos pedágios já existentes, que foi autorizado pela Artesp, pelo governo estadual recentemente, vai encarecer ainda mais o custo de vida.

É um absurdo o que está acontecendo aqui. E essa nova modalidade de pedágio, “Free Flow”, é mais perversa ainda, porque a pessoa nem percebe que vai ter que pagar o pedágio, porque não tem cancela.

É um modelo mais sofisticado, mais moderno, de extorquir dinheiro da população do estado de São Paulo, que eles chamam de modernização. Em algumas regiões do estado, houve mobilização de movimentos, de parlamentares. E o prefeito... O prefeito, não, o governador fez um recuo estratégico, pelo menos, no anúncio, anunciando que não faria mais a instalação desses pedágios.

No entanto, uma boa parte deles continuam sendo instalados no nosso Estado, como na Raposo Tavares, que já começou com o primeiro - nós vamos ter outro, segundo o anúncio do governo -, na Manuel da Nóbrega, que liga Praia Grande até Peruíbe.

O governador Tarcísio vai instalar 11 pedágios “Free Flow”, 11 pedágios: as pessoas lá na Baixada vão ter que pagar para trabalhar, para ir à escola, para ir ao médico; se uma pessoa precisa sair de Peruíbe até Santos, ela vai pagar pedágio agora, mais do que ela já paga; Mogi-Bertioga já começou a instalação, eu vi agora as fotos; na Raposo Tavares.

Então, isso é muito sério. Nós estamos num movimento aqui na Assembleia Legislativa: tem projetos de lei que foram apresentados proibindo; nós já acionamos o Ministério Público Estadual, o Tribunal de Contas do Estado, até mesmo a Defensoria Pública, porque o governador Tarcísio está transformando em mercadoria o direito de ir e vir.

E o direito de ir e vir não pode ser mercadoria, pode ser cobrada. A população vai ficar ilhada, na verdade, nas suas cidades, nas suas regiões, sem poder sair, como já acontece, por exemplo, na região de Marília. Ali tem vários pedágios, a cidade de Marília está ilhada.

A pessoa, para chegar em Marília ou sair, ela paga pedágio em qualquer rodovia. E em várias outras regiões do Estado as pessoas são impedidas de se locomover, porque elas não têm recursos para pagar os altos pedágios que são impostos aqui no estado de São Paulo.

Eu queria fazer de novo essa denúncia da farra dos pedágios, que o governador Tarcísio dá continuidade a essa farra dos pedágios do tucanistão, que foi... os pedágios foram intensificados no estado de São Paulo, na gestão do PSDB, nos 30 anos do tucanato aqui em São Paulo, e o governador Tarcísio potencializa ainda mais a instalação desses pedágios, a famosa farra dos pedágios do estado de São Paulo.

Então com a palavra o Ministério Público, com a palavra agora o Tribunal de Contas, a Defensoria Pública, têm que defender o povo de São Paulo.

E faço o desafio aqui para a base do governo, deputada Thainara, a base da extrema-direita, que defende tanto o miliciano, o fascista, o genocida, que está preso, que agora virou presidiário. Agora ele é presidiário o ex-presidente Bolsonaro, que foi o responsável, sobretudo, por uma boa parte das mortes que ocorreram durante a pandemia da Covid no Brasil. Então, mil anos de cadeia para esse genocida que é o ex-presidente Bolsonaro.

Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Nós que agradecemos a excelente fala, nobre deputado Carlos Giannazi.

Gostaria de seguir a Lista Suplementar de oradores do Pequeno Expediente, chamando agora o nobre deputado Reis. Ele que é defensor da Segurança Pública, dos trabalhadores e das trabalhadoras do estado de São Paulo, tem o tempo regimental de cinco minutos para fazer a sua fala.

 

O SR. REIS - PT - Presidenta, deputada Thainara Faria. Cumprimentar também os meus colegas, o público presente, os funcionários desta Casa, os integrantes das Forças de Segurança Pública.

E eu estou aqui exibindo aqui... Ontem trouxeram aqui os quadros, trouxeram o quadro do ex, eu estou trazendo o quadro do atual. Esse senhor aqui é um fenômeno na política brasileira. Esse senhor preside o País pela terceira vez, terceiro mandato. Acusaram ele, fizeram várias acusações infundadas, levaram ele à prisão, ele ficou preso por 580 dias ilegalmente, injustamente.

Quiseram fazer um acordo para colocar uma tornozeleira nele. Ele falou assim: “Eu não vou aceitar porque eu não sou pombo”. Mas ele não desafiou a Justiça brasileira, ele acatou as decisões da Justiça brasileira.

E ele lutou para provar a sua inocência. Lutou. Lutou naquilo que ele pôde lutar. E daquilo que ele foi acusado, de ter um apartamento que nunca esteve no nome dele, que ele não tinha posse, que ele não tinha propriedade, que ele nunca usou, ele foi inocentado.

Então, quando as pessoas vêm aqui falando de comparar o Lula com o Bolsonaro, claro que não dá para comparar. Claro que não tem como comparar esse senhor aqui com esse que está desafiando a Justiça. Porque este aqui acatou todas as decisões judiciais.

Lutou e provou sua inocência e todos os processos que tinham, eles foram anulados. Eles foram anulados. Diferentemente desse senhor, que trouxeram o quadro dele ontem aqui, senhor que está desacatando as ordens judiciais. Está desacatando as ordens judiciais.

Claro, ele não foi condenado ainda. Mas os processos contra ele são graves. Tentativa de golpe de Estado. Abolição do Estado Democrático de Direito. E simplesmente foi decretada a sua prisão domiciliária, ainda assim uma prisão chique, uma mansão com churrasqueira, com piscinas, com funcionários, com tudo à sua disposição.

Foi decretado porque ele desobedeceu a ordem judicial. As ordens judiciais têm que ser obedecidas. Esse senhor aqui, o Sr. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele disse, eu não troco a minha liberdade pela minha dignidade, e ele lutou e o povo o reconduziu à presidência da República, e pela segunda vez ele está tirando o Brasil do Mapa da Fome.

É uma pessoa que defende as pessoas que precisam de políticas públicas, que defende a Educação, que defende a Saúde, que defende o trabalhador, a geração de emprego e renda. E ele colocou o País agora com pleno emprego, com pleno emprego.

Além de que mais de 20 milhões são beneficiários de um programa que ele criou que se chama programa “Bolsa Família”. Também o “Pé de Meia”. Cerca de quatro milhões de jovens sendo beneficiados.

Então esse é um presidente que luta pelo nosso país, que luta pelo povo brasileiro, que obedece às leis brasileiras e que está ali lutando pela soberania do nosso país. Não é um presidente que bate continência para a bandeira americana, não é um presidente que se curva, que lambe botas do Trump. Esse não. Esse enfrenta o Trump.

Esse diz: “Eu sou presidente, ele também é, nós estamos em pé de igualdade, e nós não vamos abaixar a cabeça”. Esse sim, deputada Thainara, é um presidente da República de verdade.

É um presidente que respeita o povo brasileiro, que luta pela soberania do povo brasileiro. Porque onde começaram a perguntar de soberania, as pessoas não sabem o que é soberania.

Não sabem o que é autodeterminação dos povos. Então, esse presidente está à altura do nosso povo, do nosso país, tem que ser reconhecido, tem que ser enaltecido, tem que ser defendido, porque esse sim é um presidente da República de verdade.

Muito obrigado, Sra. Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE - THAINARA FARIA - PT - Nós que agradecemos a excelente intervenção, nobre deputado Reis. Registrando aqui presente no plenário a presença do nobre deputado Carlos Cezar, mas seguindo a Lista Suplementar de oradores, nós queremos chamar a deputada Professora Bebel. Ela que é representante do povo da Educação, dos movimentos sociais, terá o tempo regimental de cinco minutos para fazer o uso da palavra.

 

A SRA. PROFESSORA BEBEL - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, nobre deputada e presidenta, nesse momento, Thainara Faria. Cumprimento os assessores à minha esquerda, à minha direita, enfim, a Mesa Diretora de trabalhos e todos aqueles e aquelas que estão aqui presentes no plenário e todos que nos ouvem e assistem através da Rede Alesp.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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Eu acredito que estamos em um momento muito difícil na sociedade brasileira, mas bastante explícito também para dizer quais políticas foram de inclusão e quais políticas não foram de inclusão. Tenho tranquilidade, e isso não é uma questão, para dizer que o governo do presidente Lula é aquele que representa a política de inclusão neste país.

Como foi dito aqui pelo deputado anteriormente, eu acredito que nós estamos quase em pleno emprego, porque seriam 4,9, mas não é pouca coisa o índice de desemprego que nós conseguimos abater neste país. Não bastasse isso, tirar o Brasil do Mapa da Fome, e com políticas de produção de alimentos, o que é muito importante, sobretudo em um momento em que os Estados Unidos chantageiam o Brasil.

Eu quero dizer que, se tem uma coisa que me deixa... Eu não vou falar que fico tranquila, porque vai significar... É muito ruim esse enfrentamento quando os países deveriam estar se ajuntando para ter mesmo uma unidade internacional em torno do combate à fome, em torno de ter uma educação de qualidade. Enfim, nós teríamos que ter esse grande debate.

Ao invés de podermos fazer, por exemplo, votações que pudessem acabar com o imposto de renda para quem ganha até cinco mil reais, os deputados de oposição ao governo Lula ficam fazendo uma obstrução e ocupando as mesas. Ocupar por uma hora, duas horas, vai lá, mas obstruir os trabalhos para não permitir que se votem pautas importantes para o Brasil, isso não é patriotismo, isso não é defender o Brasil.

Nós, professores, e todos aqueles que ganham de um salário mínimo até cinco mil reais - e depois, gradativamente, será também beneficiado quem estiver acima desse índice de cinco mil reais, desse valor -, nós teremos o 14º salário. Isso não é pouca coisa. Isso no Brasil vai fazer a diferença.

E vai fazer a diferença no bolso daquele trabalhador que indiretamente paga muito imposto neste país. É um pouco do que diz Fernando Haddad: todo mundo precisa contribuir um pouco, porque o andar de baixo já contribui muito. Nós precisamos, de certa forma, avançar nessa questão de justiça social. É disso que temos tratado.

Mas quero rapidamente tratar da Educação no estado de São Paulo. Eu estou muito preocupada, porque temos um quadro... Eu tive uma reunião com o Geduc hoje para discutir uma ação civil pública conjunta com a Apeoesp; somos terceiros interessados nessa ação civil pública.

O Governo do Estado de São Paulo, quando perguntado do número de cargos que faltam para serem preenchidos, eles falam em 14 mil, quando a gente tem outro número. Nós temos quase 100 mil professores.

O Dieese vai trabalhar nisso para ajudar inclusive o Ministério Público com dados para a gente poder conseguir, no mínimo, fazer valer esse concurso público que está aí e efetivar, porque a gente não aguenta mais esse contrato precário dos chamados categoria O”; vai, diuturnamente, a cada dia piorando a situação desses profissionais.

E como falar em qualidade de ensino, se nós não garantirmos a continuidade do trabalho? Para garantir a continuidade do trabalho, no mínimo, nós precisamos não ter rotatividade.

Nós temos que ter o professor na escola, para que ele crie vínculo com as classes. E, ao mesmo tempo, com o andar dos anos, a gente vai, de certa forma, acompanhando as turmas e garantindo a qualidade de ensino. E o professor tem que ser valorizado. Com 5%, ainda que nós conseguimos acertar aquela faixa de 100 mil, foi uma vitória aqui na Assembleia Legislativa, mas uma pequena.

Mas nós temos que, ainda, continuar lutando pela carreira atraente e para termos um salário digno para os professores do estado de São Paulo. Da forma como está, baixa atratividade, por conseguinte, nós não vamos atrair novos profissionais para a rede. Lamentavelmente, a gente vai caminhar na perspectiva de ter os ditos não habilitados do passado, que a gente venceu essa bandeira.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

Agradeço a todos e todas.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamo o deputado Paulo Fiorilo parta fazer uso da palavra.

 

O SR. PAULO FIORILO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, público que nos acompanha pela TV Alesp, as assessorias, quero aproveitar o Pequeno Expediente para trazer uma situação que me deixou profundamente indignado.

É uma matéria que foi publicada na “Revista Piauí”, que traz a denúncia, através de funcionários daquela secretaria, da Secretaria da Fazenda, sobre a atuação do secretário.

Primeiro, é bom a gente registrar que a Secretaria da Fazenda é um órgão vital para a saúde financeira do nosso estado. E a voz dos servidores públicos, dedicados, relata um ambiente de trabalho que se tornou, sob a gestão do secretário Kinoshita, um lugar de medo, humilhação e desrespeito.

Em junho, a “Revista Piauí” publicou denúncias gravíssimas, anônimas, pelo justo temos de retaliação, que pintam um quadro desolador. Funcionários com décadas de serviço sendo descartados e expostos em aquários da vergonha. Exatamente isso, aquários da vergonha. Despojados de suas ferramentas de trabalho e de sua dignidade.

Relatos de assédio moral e de um tratamento sádico contra quem ousa discordar e, até mesmo, de uma misoginia inaceitável, com falas como “Mulher chora, não sei tratar com mulher”, saindo da boca do próprio secretário. Não são apenas boatos, são fatos documentados. A reportagem da “Piauí” trouxe à luz o que os servidores chamam de um cantinho da vergonha.

O relato descreve como funcionários exonerados foram instalados em uma sala envidraçada, no primeiro andar da secretaria, onde cumprem expediente desprovidos de computador, comunicação com os colegas de trabalho, ou de qualquer tipo de demanda. Uma servidora descreveu a cena, como pessoas como 20 de secretaria, que precisam ser banidas. As cartas enviadas ao governador, reveladas pela revista, são um retrato do desespero.

Um servidor afirma: “O medo e o desrespeito são as marcas do nosso dia a dia na Sefaz, o que me obriga ao anonimato para não sofrer perseguição”. Outro relata o uso frequente de palavras ofensivas, ironias e humilhações públicas, além do isolamento e boicote velado, dificultando a fluidez do trabalho, e criando uma atmosfera de medo e insegurança. Isso não é gestão, é abuso de poder.

É a criação deliberada de um ambiente tóxico, com o objetivo de causar medo e desestabilizar os servidores, como diz uma das cartas. Funcionários que ousaram questionar, de forma respeitosa, a mudança abrupta do regime de trabalho, foram punidos, retirados de suas funções. Sem qualquer justificativa, foram penalizados por defenderem a eficiência e condições adequadas de trabalho.

Na matéria, o secretário justifica, diz que isso tem a ver com a decisão de uma lei de 2022. Mas demorou muito, de 2022 a 2024, é estranho. E reconhece que tinha uma sala em que os funcionários ficavam. Portanto, não é uma denúncia anônima qualquer. Há, de fato, provas, e é preciso que se apure o que tem sido feito.

Aqui a gente vai perceber a incoerência que se revela em sua forma mais flagrante. “Enquanto o servidor comum, que luta por condições dignas para trabalhar presencialmente, é punido e humilhado, a alta cúpula desfruta de privilégios inimagináveis”.

Também matéria publicada. Para contextualizar, vou pedir licença, Sr. Presidente, para ler aqui uma parte da matéria do portal “Metrópoles” e do “Blog do Luchetti”. Abre aspas.

“O subsecretário da Receita do governo do Tarcísio de Freitas, Marcelo Bergamasco, assinou um Termo de Ajustamento de Conduta, um TAC, por ter feito períodos de home office de Milão, na Itália.

Bergamasco é auditor de carreira e recebe R$ 38.505,93 no cargo, segundo o Portal da Transparência. Além disso, ele é conselheiro da Administração da agência Desenvolve São Paulo, com uma renda mensal de R$ 9.872,69.

Devido às frequentes viagens à Itália, ele passou a responder uma apuração promovida pela Corregedoria da Fiscalização Tributária relativa à infringência às regras de teletrabalho, e, após a assinatura do TAC, o secretário terá que cumprir o expediente no modelo presencial.

Eu já vou concluir, Sr. Presidente. O subsecretário é o responsável pelas atribuições da receita estadual, que cuida da arrecadação, fiscalização dos tributos estaduais, consultoria tributária e por decidir sobre o contencioso administrativo tributário.

Auditor de carreira, Bergamasco foi promovido a subsecretário da Receita do Estado de São Paulo em agosto do ano passado, segundo resolução assinada pelo secretário da Fazenda, Samuel Kinoshita.

Após a investigação começar, no ano passado, o governo emitiu um decreto que prevê a possibilidade de um TAC para diversos casos, entre eles servidores que não comparecem pessoalmente. A questão que se impõe é a da isonomia: de um lado, temos servidores que afirmam ter sido punidos por questionarem de forma respeitosa a volta ao trabalho presidencial.

Do outro, um alto funcionário, o segundo da hierarquia da Receita, que, segundo a imprensa, trabalhou da Europa e resolveu sua situação com um TAC. Isso revela, no mínimo, uma filosofia de gestão de dois pesos e duas medidas, uma política que parece ser mais rigorosa com a base do funcionalismo e a mais branda com alto escalão.”

Bom, as cartas dos servidores foram publicadas, foram mandadas para o governador, que disse que apuraria, puniria, etc. Então, Sr. Presidente, eu vou terminar aqui concluindo.

O governador, que disse que o estado está no rumo certo, me parece que vive numa nau, aliás, num grande navio, que, com as ondas, fez com que ele caísse. Esse navio tem encrespado as ondas e ele, governador, não sabe exatamente para onde vai. Aliás, é preciso que se investiguem e se punam as irregularidades apontadas, tanto no “Blog do Luchetti”, como na “Piauí”.

Então eu solicito aqui, Sr. Presidente, que encaminhe uma cópia desse meu depoimento ao secretário, para que se manifeste publicamente a esta Assembleia, ao Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual. E nós vamos encaminhar à Corregedoria e ao Ministério Público, para que tomem as providências.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Defiro o pedido de V. Exa. e chamo para fazer uso da palavra o deputado Guilherme Cortez.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa tarde, Sr. Presidente, meus colegas deputados, servidores desta Casa e o público que nos acompanha através da galeria ou da Rede Alesp, voltando para esta tribuna depois de um mês de recesso parlamentar com muito trabalho para a população do estado de São Paulo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Paulo Fiorilo.

 

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Sr. Presidente, em primeiro lugar, eu ouvi os deputados bolsonaristas virem chorar aqui por conta da prisão, do mito deles, e me veio uma dúvida. Vocês não iam ficar quietos, com esparadrapo na boca?

Vocês não iam se calar em solidariedade ao Bolsonaro, que agora está em prisão domiciliar? Porque quietos, pelo menos, prestam um serviço para a inteligência do povo brasileiro. Não mentem, não propagam fake news, não atentam contra a democracia. É melhor quietos.

Então sugiro que façam como os deputados federais lá em Brasília e se calem, porque assim a gente consegue fazer um debate muito melhor, sem mentira, sem fake news, sem discurso de ódio, que é só o que essa turma sabe fazer.

Agora, deputado Paulo Fiorilo, imagina se nós, deputados da oposição aqui nesta Casa, a gente resolve montar em cima da Mesa Diretora e não sair mais, até que as nossas vontades como oposição nesta Casa sejam todas atendidas. Aí não dá para trabalhar. Obstrução é um mecanismo legítimo que os parlamentares utilizam, nós também utilizamos.

Agora, o que está acontecendo, neste momento, no Congresso Nacional é um boicote ao trabalho do Poder Legislativo. Eles estão impedindo que o Congresso discuta pautas como a isenção do imposto de renda para quem ganha até cinco mil reais no nosso Brasil.

É isso o que eles não estão deixando que se discuta, porque, para eles, e isso a gente viu muito bem ao longo do último mês, o interesse deles vem antes do interesse do povo brasileiro.

Eles não estão nem aí. Se o Brasil inteiro tem que ser taxado pelos Estados Unidos só para os proteger da investigação pelos crimes que eles cometem... Aliás, hoje devia ser decretado o dia da vergonha nacional, o dia em que o Brasil inteiro foi taxado por um governo estrangeiro por conta de uma conspiração de traidores da Pátria para tentar impedir que um bandido fosse investigado, julgado e condenado pelos seus crimes. O estado de São Paulo é um dos estados que mais vai ser atingido pelo tarifaço que entra em vigor hoje, que foi diminuído pela ação no governo federal.

Mas a minha região de Franca - que só no ano passado exportou dois bilhões de dólares de café para os Estados Unidos -, Piracicaba, Pederneiras - que exportam material agrícola, maquinário agrícola para os Estados Unidos -, a região de Bauru, de São José do Rio Preto - que exporta 60% da carne bovina que os Estados Unidos importam lá, que vem do estado de São Paulo -, o pescado de Ilha Solteira, de Santa Fé do Sul, são todos produtos que o nosso estado exporta para os Estados Unidos que agora vão ser taxados. E com essa taxação vai se diminuir a arrecadação, vai se diminuir as vendas, vai se ameaçar os empregos de quem trabalha em cada um desses ramos.

Queria que nós tivéssemos um governador, um governador que cumprisse o seu papel de representar e defender a população do seu estado, e não um bajulador, um lambe-botas, que prefere botar o bonezinho do Trump, do cara que está taxando o estado dele, que vai ser responsável pela perda de milhões de reais, de milhares de empregos aqui no nosso estado.

Hoje é o dia da vergonha, o dia da vergonha. O dia em que os deputados bolsonaristas, que adoram trepar na bandeira nacional para se chamar de patriotas, urdiram contra a nação brasileira e taxaram o nosso País só para defender os seus próprios interesses.

Eu acho que o governador Tarcísio deveria sofrer um impeachment, Sr. Presidente. Não é o primeiro processo que a gente apresenta nesta Casa. Apresentamos no ano passado, quando ele utilizou do seu cargo para tentar influenciar o resultado das eleições, e apresentamos de novo, porque o governador Tarcísio atenta contra a soberania nacional. Isso não é papel de um governador.

O governador Tarcísio atenta contra as instituições democráticas do nosso país, isso não é papel de um governador. O governador Tarcísio conspira com quem lesa o próprio estado que ele deveria defender. Uma pessoa como essa não tem condição de continuar à frente do estado de São Paulo, o maior estado do País.

Agora, Sr. Presidente, eles vêm falar que estão sofrendo perseguição, de ditadura. Logo eles, que sempre negaram a história da ditadura militar brasileira, que falaram que ninguém foi perseguido.

Ditadura é você ser perseguido, preso num porão, sem que ninguém saiba onde você está, com cobras dentro de celas, colocando ratos em orifícios das pessoas, agredindo e torturando crianças, colocando pau de arara. Agora, devido ao processo legal, com prisão domiciliar, que você pode ficar de boa na sua casa, na sua mansão, eu acho que isso é pouco pelo que Bolsonaro merece, eu acho pouco.

Eu acho que ele tinha que estar na cela comum lá na Papuda, pelos crimes que ele cometeu contra a democracia brasileira, mas também contra o povo, as milhões de pessoas, milhões de famílias que ficaram angustiadas, que choraram, que perderam entes queridos durante a pandemia de Covid-19.

Eu acho que ele deveria estar preso por ter mandado o filho dele lá para os Estados Unidos conspirar contra o País inteiro para tentar se safar de um processo na Justiça. Isso não é ditadura, isso não é ditadura.

Eu acho que o Brasil demorou demais para punir o Bolsonaro, assim como para punir aqueles que, durante anos, estão tramando contra a nossa soberania, estão tramando contra o nosso povo e estão tramando contra a nossa democracia.

Por fim, Sr. Presidente, quero dizer que amanhã se encerra o prazo para que o presidente Lula vete ou sancione o PL da devastação, um projeto de lei horroroso que foi aprovado pelo Congresso Nacional. Os mesmos traidores da Pátria que estão taxando o País inteiro também são aqueles que querem rifar o nosso futuro, e foi o que eles fizeram.

Aprovaram um projeto de lei para você desmantelar o licenciamento ambiental no Brasil, para você acabar com o nosso sistema de proteção ambiental no ano em que o Brasil vai sediar a COP30, no ano seguinte à tragédia que a gente viu no Rio Grande do Sul, às vésperas de o estado de São Paulo enfrentar mais um período de queimadas. São os mesmos que ameaçam a democracia, que traem a Pátria brasileira e que querem rifar o nosso futuro.

Por isso, o nosso apelo ao presidente Lula é para que vete todo o PL da devastação, porque se esse projeto se tornar lei a gente vai ter o nosso futuro ameaçado. A gente vai chorar mais perdas, mais mortes por conta de desastres ambientais que poderiam ser evitados com um sistema de proteção ambiental.

É o nosso futuro que está em jogo. Então, presidente Lula, vete todo o PL da devastação. Vamos fortalecer, e não destruir, a necessária preservação ambiental de que o nosso País necessita.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Obrigado, deputado Guilherme Cortez.

Seguindo a Lista Suplementar, deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Reis, pelo tempo remanescente do Pequeno Expediente. É o que há para hoje.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Guilherme Cortez.

 

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O SR. REIS - PT - Presidente Guilherme Cortez, eu, como só tenho dois minutos e meio, não dá nem para falar muita coisa. Nós vamos abrir o Grande Expediente? Ah, tá. Então, a gente fala no Grande Expediente.

Então é só para dizer, porque os bolsonaristas trazem uma narrativa que confunde a sociedade, colocam o Bolsonaro como se fosse uma vítima. Eles vão para essa lógica do vitimismo e misturam o que é o Poder Judiciário com o Poder Executivo.

Eles não conhecem a Constituição Federal ou, se conhecem, fingem não conhecer, porque a Constituição Federal diz que os poderes, que a União é formada pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, e são poderes independentes e harmônicos, mas nem o Trump entende isso.

Quando ele impõe as sanções econômicas ao Brasil, ele está dizendo que é porque o Bolsonaro está sendo perseguido, “eu estou impondo as sanções, porque tem que cessar essas perseguições, tem que cessar o processo judicial contra o Bolsonaro”.

Nem ele conhece, nem ele sabe como funcionam as coisas no Brasil. O presidente da República não manda no Poder Judiciário, o Poder Judiciário não manda no presidente da República, o presidente da República não manda no Poder Legislativo, eles são autônomos, eles são independentes, eles são harmônicos.

O Bolsonaro está sendo processado por crimes contra o País, crimes de lesa-pátria. Ele está sendo processado e, dentro desse processo, viu-se que, no entendimento da Justiça, ele estava prejudicando o trânsito processual, e decretaram medidas cautelares.

Quando decretaram as medidas cautelares, o Bolsonaro quis transgredi-las, quis desobedecê-las usando certos subterfúgios. Por isso que ele está em prisão domiciliar. Por enquanto ele está em prisão domiciliar, mas se ele continuar nessa lógica de esticar essa corda, enfrentando a Justiça, ele vai parar na Papuda, ele vai sim.

Aí ele vai ver o que é cadeia, porque ele está no conforto do lar, é uma mansão. Uma mansão com tela de LCD de 100 polegadas, com piscina, com churrasqueira. Mas se ele continuar afrontando a Justiça... Eu li a decisão do Xandão. Ontem, eu estava aqui falando, inclusive, da decisão. Eu li o texto que ele escreveu. E ele foi demonstrando onde que o ex-presidente Bolsonaro foi confrontando a Justiça.

Ele escreveu e foi dizendo: “olha, nós determinamos essas medidas cautelares, e ele não pode ter acesso a redes sociais, e ele quis burlar essa regra. E por isso que se decretou a prisão domiciliar.” Agora, se ele continuar burlando, se ele continuar puxando essa corda, deputado Giannazi, muito em breve vamos vê-lo na Papuda.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito obrigado, deputado Reis.

Passando agora ao Grande Expediente.

 

* * *

 

- Passa-se ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Na lista de oradores, chamo o deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.) Deputada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Caio França. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi, por cessão do meu tempo. Vossa Excelência tem o tempo regimental de dez minutos para o uso da tribuna. Seja bem-vindo.

 

O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, deputado Guilherme Cortez. Primeiramente, obrigado pela cessão do seu tempo para que eu possa usar aqui a tribuna no Grande Expediente. Então, de volta à tribuna, porque eu já falei no Pequeno Expediente, Sr. Presidente, eu quero aqui denunciar mais uma vez o que aconteceu agora, na última segunda-feira, com a publicação, por essa gestão, por esse desgoverno Tarcísio/Feder, de uma resolução, da Resolução nº 113, de 2025, publicada pela Secretaria da Educação, que na verdade procura destruir de vez a Educação de Jovens e Adultos que é oferecida na rede estadual de ensino.

Essa resolução, Sr. Presidente, cria agora a EJA flexível. O que é a EJA flexível? É a Educação de Jovens e Adultos flexível na área do ensino médio, de tal forma, segundo a resolução, que as turmas podem ter até 500 alunos. E o aluno só tem que ir uma vez por mês à escola.

Olha só o absurdo. O aluno do ensino médio dessa modalidade de ensino, de EJA, precisa ter aulas presenciais, porque ele já tem dificuldade de aprendizagem, ele ficou um tempo fora do sistema educacional.

Então, a regra geral é que ele tenha aulas presenciais em todas as disciplinas. Mas não será mais assim: o governo vai oferecer a ele uma nova modalidade que vai precarizar e vai prejudicá-lo, no sentido de que ele vai ter apenas quatro professores, que são professores não mais de disciplinas, mas de áreas de atuação, e apenas um coordenador pedagógico. É uma precarização jamais vista; é a destruição dessa modalidade de ensino que é a Educação de Jovens e Adultos.

Então é isso: turmas de até 500 alunos, presença obrigatória só uma única vez por mês, apenas quatro professores, Sr. Presidente. Isso é muito grave. Nós estamos tomando providências: eu já apresentei um PDL, o PDL 24, que é um projeto de decreto legislativo que revoga, que anula essa excrescência, esse ataque à Educação do estado de São Paulo.

O nosso coletivo Educação Em Primeiro Lugar, constituído pela deputada federal Profa. Luciene Cavalcante, pelo vereador Celso Giannazi, da Câmara Municipal, e pelo nosso mandato aqui na Alesp, está tomando medidas junto ao Ministério Público, junto ao Tribunal de Contas e junto, também, ao Tribunal de Justiça, para pedir a revogação dessa medida.

Porque isso afronta a LDB, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, afronta a Constituição Estadual de São Paulo, afronta a Constituição Federal, porque toda a legislação brasileira obriga o Estado a oferecer o acesso à educação básica, sobretudo ao ensino fundamental e ao ensino médio, para todas as pessoas que não tiveram acesso na idade própria, na idade adequada. Esta lá na LDB, na Constituição Federal, na nossa Constituição, o que determina toda a legislação vigente educacional do nosso país.

No entanto, aqui em São Paulo já era difícil, o governo já vinha sabotando a criação de salas em várias escolas, fechando salas, sabotando salas de Educação de Jovens e Adultos.

Até mesmo o ensino médio noturno está sendo sabotado. A Secretaria da Educação, praticamente, não autoriza mais a abertura de salas de ensino médio no período noturno, prejudicando imensamente os alunos trabalhadores, aqueles alunos que precisam trabalhar durante o dia e estudar à noite.

É muito difícil hoje um aluno conseguir uma vaga no ensino médio noturno. Ou o aluno que faz um curso, que tem alguma outra atividade durante o dia, esse aluno tem dificuldade de conseguir uma vaga no ensino médio noturno, porque o governo está colocando em prática essa política de exclusão, Sr. Presidente.

Então é grave. Um ataque ao ensino médio noturno e ao mesmo tempo, agora, esse novo ataque ao EJA, Educação de Jovens e Adultos, pela Resolução nº 113, da Secretaria da Educação, que foi publicada, exatamente, na última segunda-feira, no dia 4, agora de agosto.

Essa resolução, repito, vai acabar, vai precarizar ainda mais o acesso desses alunos, dessas pessoas, que não tiveram acesso ao ensino médio na idade própria, vão ter mais dificuldades ainda. Por isso que nós estamos denunciando. Vamos acionar também, agora que nós voltamos do recesso, a Comissão de Educação para barrar esse novo ataque da Secretaria da Educação, Sr. Presidente.

Queria ainda também denunciar, Sr. Presidente: hoje, praticamente, é o último dia para que as escolas possam escolher o livro didático daquele “Programa Nacional do Livro Didático” que o governo estadual, que o governo Tarcísio, através do seu secretário da Educação, tentou sabotar em 2023, dizendo que não iria aceitar mais o livro didático enviado pelo MEC para as nossas escolas.

Isso era um absurdo total. Houve uma grande movimentação aqui em São Paulo, uma indignação geral. Como retirar o livro didático das escolas?

Foi isso o que ele tentou fazer e não conseguiu, porque nós entramos com uma ação popular aqui no Tribunal de Justiça, que foi acolhida, nosso coletivo Educação em Primeiro Lugar, que, repito, é composto, constituído pela deputada federal Luciene Cavalcante, pelo vereador Celso Giannazi e pelo nosso mandato aqui na Alesp.

Nós conseguimos uma vitória importante para obrigar o governo a recuar da decisão de retirar o livro didático das escolas estaduais. Porque o projeto do governo é só trabalhar com plataformas digitais e com conteúdos digitais - as plataformas que são compradas pela Secretaria da Educação por valores milionários, que estão enriquecendo essas empresas e prejudicando as aulas, prejudicando, sobretudo, e inviabilizando a autonomia pedagógica do Magistério estadual e prejudicando ainda mais a aprendizagem dos alunos.

Então a tática do governo é só a plataforma, plataforma, plataforma, e nada de livro didático. Mas, agora, com a escolha do livro didático para os anos de 2026, 2027, 2028 e 2029, o governo...

Nós recebemos muitas denúncias aqui na Assembleia Legislativa de que há uma orientação da Secretaria da Educação para que as escolas escolham o modelo único de livro. Porque o governo parece que não quer garantir a diversidade, a transparência e, sobretudo, a diversidade dessas escolhas.

As denúncias que nós recebemos dão conta de que a secretaria fez reuniões com os dirigentes de ensino em vários polos, dando esse tipo de orientação, afrontando algo histórico que acontece onde as escolas e os professores escolhem os livros mais adequados às suas disciplinas e às suas realidades regionais.

Então isso é uma orientação, me parece. Foi isso que nós recebemos e nós estamos averiguando, Sr. Presidente, e orientando as escolas, no questionário que foi apresentado, a colocarem que querem escolher não ao modelo único, mas o modelo que seja garantida a diversidade.

Então, Sr. Presidente, era isso que eu queria dizer no dia de hoje e, aqui, repudiar veementemente o que está acontecendo na Câmara dos Deputados com o sequestro da Mesa Diretora pela extrema direita bolsonarista, que não pensa no Brasil, só pensa na família Bolsonaro. Eles abandonaram o Brasil já há muito tempo, então a única pauta hoje dos bolsonaristas é a anistia de um criminoso, que hoje é presidiário. Hoje ele está preso com prisão domiciliar. Então já não tem jeito, não é?

Dar todo o nosso apoio aqui ao papel, nesse momento, Sr. Presidente, ao Supremo Tribunal Federal, que está cumprindo a lei, está cumprindo o código do processo penal, a legislação vigente no nosso País.

E que o Brasil não se curve aos interesses de uma milícia, porque a família Bolsonaro tem relações com a milícia e parece que incorporou o comportamento de milícia fazendo ameaças contra o povo brasileiro e pedindo apoio internacional, inclusive, para chantagear o Brasil, que não está aceitando. O Brasil está reagindo à altura.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito obrigado, deputado Carlos Giannazi. Seguindo na lista de oradores inscritos no Grande Expediente, eu chamo o deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)

Deputada Ana Perugini. (Pausa.) Deputado Thiago Auricchio. (Pausa.) Deputado Bruno Zambelli. (Pausa.) Deputado Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.)

Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado Eduardo Suplicy. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.) Deputado Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.)

Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputado Donato. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Marcelo Aguiar. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Paulo Mansur, tem o tempo regimental de dez minutos para o uso da tribuna. Seja bem-vindo.

 

O SR. PAULO MANSUR - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, presidente. Boa tarde a todos que nos ouvem e nos assistem na TV Alesp. Nunca se avançou tanto em relação ao impeachment de Alexandre de Moraes.

Nós temos hoje 40 assinaturas dentro do Senado federal, faltando apenas uma assinatura para atingir a maioria dos senadores, que totalizam 81 senadores. Atingindo essa maioria é aberto o pedido de impeachment para Davi Alcolumbre, se ele vai aceitar ou não.

Ele aceitando, vai para a votação e é necessário ter 54 votos de senadores para Alexandre de Moraes ser impeachmado. Muitos estão falando que isso é impossível, mas falavam também mal de Eduardo Bolsonaro. Falavam que ele não tinha acesso a Casa Branca, que ele não conseguiria falar com o primeiro escalão do governo americano. Quebraram a cara. Ele conseguiu demonstrar o que estamos passando dentro do Brasil para os Estados Unidos e com isso foi aplicada a Lei Magnitsky em Alexandre de Moraes.

Eu tenho certeza que deputados federais bolsonaristas e deputados do centro, que tem uma visão para o Brasil, vão lutar para que ocorra o impeachment de Alexandre de Moraes, porque nós precisamos de anistia e do impeachment de Alexandre de Moraes para pacificar o Brasil. Hoje nós vivemos uma ditadura no Judiciário, uma ditadura que demonstra que o Judiciário tem um lado.

Prender pessoas no 8 de janeiro, pessoas que estavam se manifestando de 73 anos. Mil e quatrocentas pessoas presas. Que crime elas cometeram? Elas estavam armadas? Essas pessoas são do Brasil, são paulistas, são cariocas, são mineiros e é triste saber que temos pessoas atrás das grades por esse crime.

E a cadeia, no Brasil, as pessoas fazem as necessidades no chão. Por muitas das vezes, as celas lotadas. E a pessoa que chega lá em uma situação dessa, fala: “O que eu estou fazendo aqui? O que eu fiz para merecer isso? Fui fazer um protesto”.

Então, são esses crimes de lesa-pátria que o Trump enxergou, olhando: “O que está acontecendo no Brasil? Por que essas pessoas estão presas? Por que o presidente Bolsonaro está em prisão domiciliar?”. Ele já foi julgado direto pela última instância.

O Lula foi julgado por um juiz comum, ele pôde responder ao processo e teve toda a chance do mundo de responder e acabou perdendo em todas as instâncias. Acabou sendo preso. Soltaram o presidente Bolsonaro e deixaram ele elegível para disputar a eleição. É um verdadeiro absurdo.

A Thainara Faria, Thainara, deputada do PT, subiu à tribuna para falar que o Eduardo Bolsonaro estava nos Estados Unidos recebendo 40 mil reais por mês. Ela fez um fake news neste microfone, aqui.

Ele abriu mão do seu salário. Ele abriu mão dos assessores que não estão, hoje, recebendo. Ele só pede para manterem o mandato dele como deputado federal. É um pedido que ele faz. Ele não quer se licenciar, porque ele acha que é um absurdo ele perder o mandato.

Mas ele abriu mão, ele não está vivendo com o salário parlamentar, diferente do Lula que agora fez um depoimento falando que 40 mil reais de salário é pouco. É um tapa na cara dos brasileiros, não é? O que o presidente fala. Porque ele não sabe nem se comunicar como um presidente do Brasil. É uma vergonha para a Nação brasileira, a gente ter um presidente como o Lula, que não sabe nem negociar.

Temos Donald Trump, que aplicou 50% de tarifa para a exportação brasileira em diversos setores. Essa aplicação, é claro, não deixa nós, como empresários, felizes no Brasil, mas entendemos que essa sanção é realmente para acabar com isso, acabar com essa perseguição política, e Donald Trump deixou bem claro isso na carta que ele fez.

Aliás, existe também, nos Estados Unidos, a Lei da Censura. E aí eu percebi que a Rede Globo tem mandado jornalistas embora da sua emissora, jornalistas que têm posicionamento político forte para o lado da esquerda.

Será que estão com medo de serem censurados pelo Donald Trump, que falou em maio deste ano que poderia haver sanções para a censura nos meios de comunicação do Brasil? Será que isso pode ocorrer?

Porque quando se é reaplicada uma notícia, e ela é distorcida, isso favorece um lado da história. Então é o que temos hoje, no Brasil. É um cenário político que a gente fica atado, porque temos o Alexandre de Moraes, que é o Supremo Tribunal Federal, mandando e desmandando no nosso Brasil, e a gente precisa trabalhar para reverter esse cenário.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito obrigado, deputado Paulo Mansur.

Seguindo a lista de oradores inscritos do Grande Expediente, eu chamo agora o deputado Reis. Deputado Reis, tem o tempo regimental de dez minutos para uso da tribuna.

 

O SR. REIS - PT - Sr. Presidente, isso aqui é a Constituição. Constituição da República Federativa do Brasil. Seria bom que os bolsonaristas pudessem ler esse livrinho aqui, porque eles falam tanta bobagem, porque eles desconhecem isso aqui.

Eles não sabem o que está escrito aqui, eles não sabem quais são as atribuições do Congresso Nacional, as atribuições do Judiciário, do Legislativo, e eles misturam tudo.

Eles misturam tudo e aí começam a criar narrativas e, de tanto falar dessas narrativas, uma mentira contada dez vezes acaba sendo verdade, é muita narrativa. Então seria bom que eles olhassem aqui. O que diz o Art. 1º da Constituição Federal? Eu vou ler aqui. Eu não vim falar disso, eu vim falar da Lei Orgânica da Polícia Civil, mas antes é importante que a gente fale aqui.

“A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito”. O que quer dizer Estado Democrático de Direito? O que quer dizer o Estado Democrático de Direito? É onde, Sr. Presidente, o que manda é a lei. É um Estado, é uma democracia e ele é de direito.

Não é à vontade minha que impera, o que impera é o que está escrito na cartilha aqui. “...e tem como fundamentos: a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; o pluralismo político.” Aqui diz que “todo o poder emana do povo, que exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente nos termos desta Constituição.”

Aqui diz que: “são poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização; reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.

O Art. 4º: “a República Federativa rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: independência nacional”. Então o Trump não manda aqui, Brasil é independente. “Prevalência dos direitos humanos; autodeterminação dos povos”. Quem manda aqui é o povo.

“Não-intervenção; igualdade entre os Estados; defesa da paz; solução pacífica dos conflitos; repúdio ao terrorismo e ao racismo; cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando a formação de uma comunidade latino-americana de nações.”

Então, ah, porque eram idosos que estavam lá quebrando a Praça dos Três Poderes, invadindo a sede da Presidência da República, invadindo o Congresso Nacional, a sede do Supremo, quebrando, provocando dano material, isso não é crime. Agora isso não é mais crime. Aqui quando os sem-teto fazem qualquer manifestação, eles os levam e ficham na polícia; para eles tudo isso é crime.

Agora, quebrar as instituições, os prédios das instituições brasileiras não é crime. Então, essa turma tem que ler melhor isso aqui, tem que entender melhor isso aqui, para não vir aqui e ficar falando um monte de bobagem, porque senão nós vamos ter que criar um auxílio insalubridade para os funcionários que ficam aqui ouvindo. Vamos ter que criar um abono de insalubridade, porque os ouvidos dessas pessoas que estão aqui não merecem ouvir o que se ouve aqui, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, mas o que eu vim aqui para falar mesmo é sobre a Lei Orgânica da Polícia Civil. Nós começamos a discussão, desde quando foi aprovada a Lei 14.735, em Brasília, a lei que trouxe as diretrizes para as polícias civis do Brasil inteiro.

Nós começamos aqui, através da Frente Parlamentar em Defesa da Polícia Civil, o debate, o debate. Fizemos audiências públicas, ouvimos os sindicatos, as associações representativas dos policiais civis: Associação dos Investigadores de Polícia; Associação dos Escrivães de Polícia; Associação dos Delegados de Polícia; Sindicato dos Delegados de Polícia; Sindicato dos Investigadores; Sindicato dos Escrivães de Polícia; Associação dos Papiloscopistas, dos Peritos Criminais; Sindicato dos Peritos Criminais; o Sindicato da Polícia Civil de Santos - o Sinpolsan -, de Campinas - o Sinpol. Ou seja, chamamos aqui todos os representantes, todas as entidades para dar início a esse debate.

E, inclusive, tivemos uma audiência com a participação do secretário da Casa Civil, o Sr. Arthur Lima, com a participação do secretário executivo, o Sr. Fraide. Nesse dia, estavam lá o deputado Delegado Olim, o deputado Barros Munhoz, ou seja, - entre outros deputados que eu não vou lembrar o nome de todos -, ou seja, ouviram-se ali todos os representantes e tirou-se uma data para apresentar uma minuta de projeto de lei complementar, regulamentando aqui em São Paulo a Lei 14.735.

E a data que foi colocada, para que se apresentasse essa minuta, foi no dia 9 de maio. E já passou maio, já passou junho, já passou julho, estamos em agosto, e até agora, Sr. Presidente, presidente e deputado Guilherme Cortez, nada foi apresentado. Nada foi apresentado.

E há uma ansiedade muito forte na categoria, porque eu recebo os questionamentos diuturnamente. Inclusive, a Associação dos Delegados de Polícia criou um fórum, o fórum Resiste. Criou um fórum com a participação de várias entidades de classes da Polícia Civil.

E esse fórum, inclusive, agora no recesso, fez um protesto virtual, fez um protesto virtual - eu até acho que os protestos deveriam ser feitos lá em frente ao Palácio do Governo, teria um efeito melhor, um efeito maior -, mas eles tiraram essa posição de fazer um protesto virtual e fizeram esse protesto nas redes sociais.

E dentro desse protesto, visitaram-se departamentos, delegacias. Inclusive, eu participei de uma visita ao Deic - foi feita uma manifestação em frente ao Deic, lá na Zaki Narchi -, depois na seccional norte e 40 DP, 74, e em outras delegacias que foram - eu não pude participar de todas... de todos os protestos, mas eu participei de alguns -, mas foram feitos em várias delegacias, cobrando o governador que mande para essa Casa esse projeto, buscando regulamentar a Lei federal 14.735 no estado de São Paulo.

O governo dorme em berço esplêndido. O governo, quando as questões são do funcionalismo público, ele faz de conta que não é com ele, como é o caso do 5%, que nós aprovamos em maio e só amanhã, 5º dia útil de agosto é que os servidores públicos vão ter esse insignificante reajuste, irrisório reajuste. Não é nem reajuste, é uma recomposição mínima de perdas inflacionárias de anos anteriores, porque esse ano não se recompôs nada.

No salário do soldado vai significar cem reais de reajuste. O que se compra com cem reais de reajuste, né? O que se faz com cem reais? Nem uma feira consegue fazer. Mas está bem distante daquela promessa do governador Tarcísio de que a polícia de São Paulo teria o 10º melhor salário do País. Lamentavelmente.

Mas eu quero, já que meu tempo já está terminando, Sr. Presidente, eu quero deixar a cobrança aqui para o governador de São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas, que ele cobre do seu secretário da Casa Civil e mande o quanto antes para esta Casa o projeto, o tão sonhado e tão prometido projeto de regulamentação da Lei nº 14.735.

Porque senão nós vamos ter que chamar novamente todas as associações, as entidades e vamos ter que construir um. Vamos construir. “Ah, mas é vício de iniciativa”, é aquela conversa de sempre. Mas a gente vai protocolar um projeto dentro daquilo que a categoria quer e tramitar, e fazer o debate, e aprovar, e obviamente que o governo acaba ficando com o ônus do veto.

Então seria bom, para que se evitasse tudo isso, que ele mandasse o projeto dele mesmo, que seja para pagar o ano que vem, que eu entendo que essa demora é por conta disso, que se tiver algum reajuste não será para esse ano, mas que ele mande, que ele mande para pacificar, para deixar a categoria mais tranquila, porque hoje há essa cobrança, há esse barulho na instituição, cobrando essa regulamentação da Lei Federal nº 14.735 no estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente, e quero, havendo o acordo das lideranças...

 

O SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Na verdade, deputado Reis, gostaria de pedir para que o senhor possa me substituir aqui, para eu falar pelo Art. 82, se possível.

 

O SR. REIS - PT - Vossa Excelência vai falar? Não tenha dúvidas, já estou subindo.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Reis.

 

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O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Sr. Presidente, para falar pelo Art. 82, em nome da liderança do PSOL.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - É regimental, tem V. Exa. o tempo de cinco minutos.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - PELO ART. 82 - Obrigado, Sr. Presidente.

Eu não ia utilizar a tribuna novamente, mas depois da fala do deputado Paulo Mansur, eu me vi obrigado. Porque é engraçado que, quando a água bate, a gente vê coisas inacreditáveis.

A gente vê os deputados bolsonaristas agora começando a se preocupar com a situação dos presídios brasileiros. Eles que sempre falaram que bandido tem que ser tratado... Que você não tem que ter atenção nenhuma, que nós da esquerda defendemos os bandidos quando a gente fala da situação dos presídios brasileiros.

Agora, porque eles estão com medo, que o Bolsonaro daqui a pouco vai para a Papuda, eles começam a se preocupar com a situação do Sistema Penitenciário Brasileiro, começam a falar de Direitos Humanos. É muito oportunismo.

Eles não têm preocupação nenhuma com aquelas pessoas que eles fizeram de massa de manobra no 8 de janeiro. Eles não ligam para as pessoas. É que fica feio eles falarem que só estão defendendo o Bolsonaro, daí tem que fingir que estão defendendo esses arruaceiros também, que eles não se importam.

Cumpriram o papel deles como massa de manobra para ir lá em Brasília, quebrar tudo e fazer o que os chefes, os mentores não foram capazes de fazer, que foi tentar dar um golpe neste país, e daí eles têm que fingir que defendem as pessoas. “Ai, as senhorinhas. Ai, o que eles fizeram para estar lá?”

Eu respondo o que eles fizeram para estar lá. Não tinham coisa melhor para fazer em um domingo de começo de ano do que ir para Brasília quebrar, depredar patrimônio público para tentar se insurgir contra o resultado legítimo democrático das eleições. Quebraram patrimônio público, danificaram objetos que foram pagos com dinheiro do povo brasileiro, atentaram contra democracias e instituições do nosso país.

Por isso têm que estar presos. E agora eles começam a se preocupar, a ditadura que a gente vive, o que a gente está passando. Volto a dizer, devido processo legal, com prisão domiciliar, com direito a ficar na própria casa não é ditadura. Ditadura é o que eles defendem para este país.

É o que a gente estaria vivendo neste país, se eles tivessem ganhado eleição ou se eles tivessem tido sucesso em dar um golpe aqui no nosso Brasil, como a gente viveu de forma violenta a ditadura militar, que eles sempre negaram, que perseguiu, matou, estuprou, sequestrou, condenou sem provas pessoas, pessoas desaparecidas até hoje, e que eles sempre riram dessas pessoas. Agora eles acham, querem brincar de estar sofrendo ditadura, de estar sofrendo uma perseguição.

Sobre o deputado Eduardo Bolsonaro, eu só posso chamar ele, para respeitar o decoro aqui, de traidor. De traidor. Foi o deputado mais votado do estado de São Paulo, não na última eleição, na outra, e usou seu dinheiro e seu cargo para fugir para os Estados Unidos para conspirar contra o Estado que o elegeu.

Ele teve voto em Franca, teve voto em Rio Preto, em Pederneiras, em Santa Fé do Sul, teve voto em Ilha Solteira, teve voto em Bauru, teve voto em regiões do estado de São Paulo que agora estão sendo taxadas porque ele resolveu ir para os Estados Unidos brincar de agente duplo de filme de Guerra Fria, resolveu ir para os Estados Unidos conspirar com o governo de outro país para punir todo o povo brasileiro só para que o pai dele não fosse investigado, não fosse condenado. Um traidor, uma vergonha.

Eduardo Bolsonaro é uma vergonha para o estado de São Paulo, um traidor da Pátria daqueles que nunca mais vai pisar no Brasil, porque não vai poder andar no Brasil, pelo que ele está fazendo. Nesse dia em que começa a valer o tarifaço que ele urgiu nos Estados Unidos junto com o governo americano, que vai prejudicar milhões de empregos de regiões do nosso Estado. Eduardo Bolsonaro é uma vergonha, assim como toda essa família.

Sr. Presidente, a justiça é cega, mas não é tola, como já disse a decisão do ministro Alexandre de Moraes. Mais cedo ou mais tarde, cada uma dessas pessoas vai acertar suas contas com a Justiça, porque elas não podem ficar impunes pelos crimes reincidentes que cometem contra o povo brasileiro.

No minuto que me falta, Sr. Presidente: eu recebi um vídeo, assim, lastimável, de um policial militar que cobriu a câmera corporal que ele utiliza para executar uma pessoa em situação de rua, desarmada. Desarmada. Não sei se o senhor chegou a ver esse vídeo.

É um retrato da barbárie, da brutalidade, do despreparo da Segurança Pública do nosso Estado, que não torna São Paulo mais segura para ninguém, que desmoraliza a Polícia Militar, que envergonha os nossos bons policiais, que sei que são a maioria, mas que é instrumentalizada por esse governo.

Uma política despreparada, truculenta, violenta, que não torna São Paulo mais seguro para ninguém, que faz as pessoas terem medo de quem elas deveriam se sentir seguras, que envergonha a Polícia Militar, e que é permitida, mais do que permitida, incentivada pelo governo Tarcísio, do Derrite, que querem utilizar da Segurança Pública do nosso Estado, que querem utilizar do trabalho dos nossos policiais com finalidades eleitorais.

É óbvio que nosso mandato já está acionando o Ministério Público, pedindo a responsabilização desses agentes, porque, para que os bons agentes sejam respeitados, os maus agentes têm que ser responsabilizados pelo que eles cometem, pelos crimes que cometem.

Essa postura envergonha o estado de São Paulo, mas, infelizmente, não surpreende, porque é um resumo, um retrato da política de “insegurança pública” que a gente tem vivido ao longo dos últimos anos na mão desse governo, que entende que o papel da Polícia Militar é ser um instrumento para os seus projetos eleitorais, para tocar o terror no estado de São Paulo e para tornar a população do nosso Estado mais insegura e amedrontada. Eu me envergonho de esse policial cometer essa atrocidade, me envergonho desse governo e desse secretário da Segurança Pública.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Dito isso, Sr. Presidente, agora, sim, havendo acordo entre as lideranças, eu gostaria de pedir o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental o requerimento de Vossa Excelência. Sras. Deputadas, Srs. Deputados, havendo acordo entre as lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, sem Ordem do Dia.

Está levantada a sessão.

Tenham todos uma excelente tarde.

 

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- Levanta-se a sessão às 15 horas e 38 minutos.

 

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