22 DE OUTUBRO DE 2024

145ª SESSÃO ORDINÁRIA

        

Presidência: GILMACI SANTOS, CAPITÃO TELHADA e ANDRÉ DO PRADO

        

RESUMO

        

PEQUENO EXPEDIENTE

1 - GILMACI SANTOS

Assume a Presidência e abre a sessão às 14h. Convoca sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 16 horas e 30 minutos ou dez minutos após o término desta sessão. Convoca sessão extraordinária, a ser realizada hoje, dez minutos após o término da primeira.

        

2 - DR. JORGE DO CARMO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

3 - CAPITÃO TELHADA

Assume a Presidência.

        

4 - REIS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

5 - PAULA DA BANCADA FEMINISTA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

6 - PRESIDENTE CAPITÃO TELHADA

Presta solidariedade ao prefeito de Taboão da Serra, José Aprígio, em razão de atentado sofrido no dia 18/10.

        

7 - SOLANGE FREITAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

8 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

9 - THAINARA FARIA

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

10 - VITÃO DO CACHORRÃO

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

11 - PRESIDENTE CAPITÃO TELHADA

Endossa o pronunciamento do deputado Vitão do Cachorrão. Tece considerações acerca da regulamentação do programa "Moradia Segura", editada pelo secretário de Habitação, Marcelo Branco. Parabeniza o secretário de Segurança, Guilherme Derrite, o governador e os deputados autores e coautores do projeto.

        

12 - GUILHERME CORTEZ

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

13 - SOLANGE FREITAS

Por inscrição, faz pronunciamento.

        

14 - GUILHERME CORTEZ

Solicita a suspensão da sessão até as 16 horas e 30 minutos, por acordo de lideranças.

        

15 - PRESIDENTE CAPITÃO TELHADA

Defere o pedido e suspende a sessão às 14h58min.

        

ORDEM DO DIA

16 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Assume a Presidência e reabre a sessão às 16h30min. Coloca em votação e declara aprovado requerimento, do deputado Reis, de criação de comissão de representação com a finalidade de participar do "Debate sobre discurso de ódio - liberdade de expressão e perspectivas de enfrentamento", em Belo Horizonte - MG, a realizar-se no dia 29/10.

        

17 - CARLOS CEZAR

Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.

        

18 - PRESIDENTE ANDRÉ DO PRADO

Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 23/10, à hora regimental, com Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 16 horas e 41 minutos. Levanta a sessão às 16h31min.

        

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- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Gilmaci Santos.

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o expediente.

 

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- Passa-se ao

 

PEQUENO EXPEDIENTE

 

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O SR. PRESIDENTE - GILMACI SANTOS - REPUBLICANOS - Convocação. Senhoras deputadas e Srs. Deputados, nos termos do Art. 100, inciso I, do Regimento Interno, convoco V. Exas. para uma sessão extraordinária, a realizar-se hoje, 16 horas e 30 minutos ou dez minutos após o término da presente sessão, em cumprimento do interstício mínimo previsto no parágrafo 3º do Art. 100 do Regimento Interno, com a fidelidade de ser apreciado, seguinte Ordem do Dia: Projeto de Lei nº 1.632, de 2023, de autoria do Sr. Governador. Assina o presidente André do Prado.

Senhoras deputadas e senhores deputados, nos termos do Art. 100, inciso I do Regimento Interno, convoco a V. Exas. para uma segunda sessão extraordinária realizada hoje, dez minutos após o término da primeira sessão extraordinária com a fidelidade de ser apreciada a seguinte Ordem do Dia: Projeto de lei nº 1.632, de 2023, de autoria do Sr. Governador. Assina o presidente, o senhor deputado André do Prado.

Vamos aqui iniciar então o nosso Pequeno Expediente, convidando a fazer uso da palavra o deputado Delegado Olim. (Pausa.) Deputado André Bueno. (Pausa.) Deputado Dr. Jorge do Carmo. Tem, V. Exa., o tempo regimental para fazer uso da palavra no Pequeno Expediente.

 

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- Assume a Presidência o Sr. Capitão Telhada.

 

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O SR. DR. JORGE DO CARMO - PT - Senhor presidente, deputado Capitão Telhada, presidindo a sessão aqui no Pequeno Expediente, senhoras deputadas, senhores deputados, público da TV Alesp, assessores presentes, policiais. Senhor presidente, eu venho nessa tribuna no dia de hoje falar um pouco sobre a política da nossa cidade de São Paulo.

Eu sou deputado estadual, mas moro na cidade de São Paulo, especialmente na região mais longínqua, na periferia da cidade, onde demanda mais a necessidade da política pública ou melhor, a presença do Estado, no caso prefeitura nas políticas públicas, seja ela de Saúde, Educação, Transporte, Mobilidade e gostaria de falar aqui sobre a questão da Habitação.

O prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes, no seu plano de metas, assumiu um compromisso quando assumiu a gestão, porque na verdade ele nem foi eleito, ele assumiu como vice e depois o prefeito faleceu e veio assumir. Um compromisso de entregar na cidade de São Paulo ao menos 100 mil casas novas, ou seja, unidades habitacionais, sejam elas casas térreas ou sejam elas apartamentos.

Mas, de fato, o que a gente criou um programa que foi aprovado na Câmara, chamado “Pode Entrar”, e, claro, com o “Pode Entrar”, que a expectativa é que as pessoas poderiam entrar nas suas casas, assim, reduzindo o déficit habitacional na cidade de São Paulo, que já é muito grande, já tem a necessidade de 370 mil residências novas.

Pois bem, Sr. Presidente, na verdade, o prefeito - dessas 100 mil unidades habitacionais, assim prometidas pelo programa “Pode Entrar” - cumpriu apenas 10 por cento. Ou seja, dez mil unidades. É muito pouco, é muito abaixo daquilo que é razoável, porque o razoável seria, olha, cheguei a 90%, cheguei a 80%, ultrapassei até a meta, que é o mais razoável, que seria ideal, digamos assim. Mas entregar apenas dez mil unidades...

E aí tem uma pegadinha, que é aquela que é para as pessoas acreditarem. Ele cadastrou cerca de 30 mil pessoas, entregando lá um contrato, dizendo para a pessoa: “você, no futuro que a Deus pertence, vai ter a sua moradia, está aqui o papel”, como se a pessoa morasse em um papel, ou dependesse...

Claro que o papel - a regularização, o papel, o documento, a escritura, o contrato, o título de propriedade - é importante e dá segurança jurídica, mas simplesmente para fazer de conta que entregou as unidades e dizer: “está aqui o seu documento, e agora você já tem a sua casa”, isso é mentira, é fake news, é enganar as pessoas.

Isso não deveria se fazer, e eu espero que as pessoas façam essa reflexão agora na eleição. Ou seja, é um termo de vinculação do empreendimento em fase de construção, mas não entregou, não é verdade, não é fato, é fake.

Indo para o outro campo, Sr. Presidente, o campo da regularização fundiária, do título de propriedade. O prefeito, também, no seu plano de meta, se comprometeu a entregar 220 mil títulos, 220 mil escrituras, documentos, para as pessoas terem aí a sua segurança jurídica.

O que temos de informação, até hoje, é que o máximo que chegou foi a 110 mil, ou seja, 50%, se a gente considerar que 110 mil pessoas, e eu conheço a cidade, 110 mil pessoas receberam o seu título de propriedade, porque a informação é essa aqui. Agora, se você andar pela cidade, eu tenho minhas dúvidas se 110 mil pessoas chegaram a receber o seu título de propriedade.

Mas é para dizer, Sr. Presidente, que, quando chega no ano de eleição, aí vem aquela coisa do desespero. O desespero para tentar entregar, ou prometer, ou cumprir aquilo que prometeu, mas de forma que não é verdadeira.

Por exemplo, das 86 metas que o prefeito assumiu, cumpriu apenas 36 - 36 metas de oitenta e seis. O senhor ficou muito aquém, estou falando de metas aqui da Habitação, da Saúde, da Educação, da Mobilidade, de todas as áreas.

De 86 metas, cumpriu, de 2021 a 2024, já estamos no final do Governo, apenas 36 metas. Por isso, Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, é preciso fazer muita reflexão na hora de escolher o prefeito da cidade.

Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Dando sequência à lista de oradores, convidamos o Exmo. Deputado Reis para uso da tribuna no Pequeno Expediente.

 

O SR. REIS - PT – Quero cumprimentar o presidente, deputado Capitão Telhada, o deputado Dr. Jorge do Carmo, a deputada Paula da Bancada Feminista, o público presente, os funcionários desta Casa, os integrantes da Polícia Civil, da Polícia Penal, da Polícia Militar, da Polícia Técnico-Científica e todos aqueles e aquelas que estão nos acompanhando pela rede Alesp.

Sr. Presidente, na quarta-feira passada eu pedi vista de toda a pauta da CCJ. Foram 186 projetos para os quais eu pedi vistas. E amanhã esses projetos estão de volta, e estou ainda para decidir se vou debater um a um.

E tudo isso está em obstrução, a bancada do Governo está obstruindo os meus projetos. Se os deputados da bancada do Governo obstruem os meus projetos, eu vou obstruir os deles também. Essa é a lógica. Eu não peço vista por pedir. Agora, se pedem vista nos meus projetos, aí não tem jeito, não é?

Olha só o projeto que o deputado Paulo Mansur pediu vista. Eu não sei o que ele tem contra os papiloscopistas, os auxiliares de papiloscopistas, porque a direita diz que é defensora da polícia, que é defensora das forças de Segurança. É um projeto de uma linha. Apenas uma linha tem um projeto.

O deputado da direita, da extrema direita pediu vista. Trata-se do Projeto de Lei nº 80, de 2024, que foi protocolado no dia 28 de fevereiro deste ano.

 Ele diz: “institui o Dia do Auxiliar de Papiloscopista Policial”. “A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo decreta: Art. 1º - Fica instituído o Dia do Auxiliar de Papiloscopista Policial, a ser comemorado anualmente em 20 de julho”. O projeto tem somente uma linha. Qual é a dúvida? O deputado é contra os papiloscopistas, os auxiliares de papiloscopia ou auxiliares de papiloscopistas policiais?

“Art. 2º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Justificativa: a presente propositura visa instituir no estado de São Paulo o Dia do Auxiliar de Papiloscopista Policial, como forma de homenagem a tais policiais, tão importantes para a Segurança Pública do nosso Estado.

A carreira de auxiliar de papiloscopista policial foi criada pela Lei Complementar nº 494, de 24 de dezembro de 1986, conforme o inciso III do Art. 1º da aludida lei. Anteriormente, o cargo denominava-se dactiloscopista policial. Atualmente, existem 294 servidores investidos nessa carreira policial em atividade, constituindo-se em uma das mais numerosas carreiras da instituição.

Inestimável no âmbito da Polícia Civil do Estado de São Paulo, o auxiliar de papiloscopista policial realiza variadas tarefas, quer esteja em serviço na sede do Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt IIRGD, quer pratique seus misteres em alguma unidade, a exemplo dos postos de identificações espalhados pelo estado, inclusive nos Poupatempos.

Cabe-lhe, entre outros exercícios: 1- Realizar a coleta de impressões digitais para a identificação pessoal. 2- Registar e encaminhar os dados coletados para classificação e pesquisa. 3 - Auxiliar o papiloscopista policial no desempenho de suas atribuições. 4 - Auxiliar na elaboração do processo relacionado à identificação criminal e civil na coleta de impressão digitais de pessoas vivas ou mortas, bem como fragmentos ou impressões palmares e plantares. 5 - Fazer coletas de impressões em locais de crimes e colaborar com o papiloscopista policial na análise das informações.

Em vista da importância indisputável desse servidor, bem como em atendimento ao pleito do IIRGB, emerge a criação do Dia do Auxiliar de Papiloscopista Policial, a ser comemorado em 20 de julho de cada ano.

Esta data é, com efeito, muitíssimo especial. Trata-se do dia do nascimento do antropólogo policial e inventor argentino Juan Vucetich Kovacevich, nascido em Hvar, Croácia, no ano de 1958. Então, Vucetich foi a pessoa que desenvolveu a forma de identificar as pessoas através das impressões digitais.

Seu brilhante método de classificação de impressões digitais, adotado desde há muito por forças policiais de todo o mundo, rendeu-lhe a imortalidade, de modo que seu nome se vê consignado em museus, centros de ciências forenses e academias, a exemplo da Escuela de Polícia Juan Vucetich, pertencente à polícia da Província de Buenos Aires. À vista disso, conto com a colaboração dos nobres pares para a aprovação do presente projeto de lei. Sala das sessões, deputado Reis.”

Então, um simples projeto para criar uma data para homenagear os auxiliares de papiloscopia, vai lá o deputado da extrema direita e começa obstruir. O projeto tem uma linha, então, eu tinha que vir aqui falar isso, porque os auxiliares de papiloscopia, quando eles estiveram aqui na Assembleia, eles pediram, porque não tem uma data para homenageá-los.

Então, eu gostaria de pedir para que a direita não fizesse essa obstrução. Eu não sei o que eles têm contra os papiloscopistas, mas para que eles deixassem que esse projeto pudesse ser aprovado.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado, Sr. Deputado. Dando continuidade à lista de oradores, convidamos o excelentíssimo deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputado Lucas Bove. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo. (Pausa.) Deputado Rafael Saraiva. (Pausa.) Deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Conte Lopes. (Pausa.)

Iniciando a Lista Suplementar do Pequeno Expediente, convidamos para fazer uso da palavra o deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)

Deputada Paula da Bancada Feminista, a senhora tem o tempo regimental do Pequeno Expediente.

 

A SRA. PAULA DA BANCADA FEMINISTA - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, deputados aqui presentes, funcionários desta Casa, as pessoas que nos acompanham pela galeria e também pela Rede Alesp, Sr. Presidente, eu venho dizer que foi marcado um julgamento que nós aguardamos por muitos anos no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que é o julgamento em júri popular dos acusados de assassinar a vereadora Marielle Franco, no dia 14 de março do ano de 2018.

Élcio Queiroz e Ronnie Lessa finalmente irão a júri popular depois de tanta reinvindicação, não só das pessoas diretamente ligadas à Marielle, sua família, seus amigos do nosso partido, o PSOL, mas da sociedade brasileira. Eu tenho certeza de que o próximo dia 30 de outubro será um marco, não só para a política do Brasil, mas para a nossa democracia.

Eu digo isso porque quando uma vereadora eleita é assassinada com tiros na sua cabeça, na cidade do Rio de Janeiro, isso não é uma preocupação ou algo que diz respeito só a sua família, só ao nosso partido, o PSOL; isso é algo que diz respeito diretamente à democracia brasileira. A execução de uma vereadora eleita, ainda sem respostas, que aconteceu no dia 14 de março de 2018, Marielle Franco, é uma ameaça à democracia brasileira.

Nós temos certeza de que, no próximo dia 30 de outubro, uma parte dessa dor, uma parte dessa lacuna que ficou na nossa política, vai finalmente ser sanada com a condenação em júri popular de Ronnie Lessa e de Élcio Queiroz, os responsáveis pela execução de Marielle Franco.

Eu quero prestar a minha solidariedade à família da Marielle, dona Marinete, Sr. Antônio, sua filha Luyara, sua companheira Monica Benicio - atualmente vereadora na cidade do Rio de Janeiro.

Quero dizer que eu tenho certeza de que o dia 30 de outubro vai ser um dia bastante difícil, mas também que nós estaremos lá. Nós, que no dia 15 de março de 2018, um dia depois da execução de Marielle, ocupamos as ruas de todo o Brasil para perguntar “Quem matou Marielle?” e depois “Quem mandou matar Marielle?” e exigir justiça por Marielle e Anderson, estaremos novamente nas ruas, dessa vez em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para reivindicar a condenação dos responsáveis pela execução de Marielle Franco e de Anderson Gomes, seu motorista.

Lembrando que esse caso não vai se encerrar por si só. Por muito tempo nós perguntamos: “Quem mandou matar Marielle?”. E nós tivemos uma resposta: estão presos e sendo investigados os mandantes do assassinato de Marielle, Chiquinho Brazão e Domingos Brazão, respectivamente deputado federal e conselheiro do Tribunal de Contas.

É muito importante que esse crime tão cruel, tão bárbaro para nossa democracia, seja finalmente solucionado. Desde então, não é demais dizer, nós vimos aumentar os casos de violência política, especialmente - mas não só especialmente - contra as parlamentares negras aqui no País.

A gente viu agora e está todo mundo falando sobre isso, eu quero também deixar aqui a minha solidariedade ao prefeito Aprígio, de Taboão da Serra, que sofreu um atentado a tiros no seu carro, tiros de fuzil.

Isso é um sintoma da violência política que existe no nosso País. Mas também vimos no primeiro turno das eleições que a vereadora Tainá de Paula, a mulher mais votada do Rio de Janeiro, do PT, também sofreu um atentado a tiros no seu carro.

Nós vemos aqui em São Paulo, e falo aqui do estado de São Paulo, desta Casa Legislativa ou de outras... Vem aqui também, se aproxima a deputada Solange, que também sofreu um atentado, um caso de violência política seríssimo.

Eu quero dizer aqui que as parlamentares desta Casa Legislativa seguem sendo ameaçadas, precisam andar com escolta, com carro blindado, precisam garantir por si só porque, infelizmente, o Estado não dá conta de garantir a sua segurança.

E vejam: nós estamos falando de parlamentares eleitas, de pessoas que foram eleitas para representar o povo. Em qualquer estado que seja, falo agora aqui do estado de São Paulo, e que tenha suas vidas ameaçadas e precisam dar conta por si só de proteger as suas próprias vidas.

Então, eu quero reiterar e dizer para todo mundo aqui que nos acompanha: o próximo dia 30 de outubro vai ser, eu tenho certeza, um marco na história do País. É quando nós veremos condenados por júri popular Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, responsáveis por assassinar brutalmente Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, e seu motorista, Anderson Gomes.

Isto é um passo no combate à violência política, que não se encerra por si só. Nós queremos também ver condenados os mandantes do assassinato de Marielle e Anderson, e, mais do que isso, nós queremos ver o fim da violência política no País e a proteção de nossas parlamentares.

Obrigada, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Quero aproveitar para me solidarizar também com o prefeito Aprígio, que sofreu este atentado em Taboão da Serra. Ele concorre às eleições para prefeito em segundo turno.

Juntamos as vozes aqui para pedir que os mandantes, os responsáveis por esse atentado sejam identificados e responsabilizados e, o quanto antes, presos. A ele, prefeito Aprígio, e ao nosso par, deputado Dr. Eduardo Nóbrega, que também é candidato a vice-prefeito lá na cidade de Taboão da Serra.

Dando continuidade à Lista Suplementar, convido para fazer o uso da palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Deputada Thainara Faria. (Pausa.) Deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Deputado Gil Diniz. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor. (Pausa.)

Deputado Dr. Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Deputada Ediane Maria. (Pausa.) Deputado Valdomiro Lopes. (Pausa.) Deputada Solange Freitas. A senhora tem o tempo regimental do Pequeno Expediente, deputada.

 

A SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde a todos. Sobre essa questão dos atentados políticos, eu vim aqui falar sobre um outro assunto, mas, aproveitando essa deixa, é um absurdo que hoje a gente ainda sofra isso durante esse processo eleitoral.

Eu também fui vítima de um atentado político em 2020, quando fui candidata a prefeita de São Vicente. Aliás, quando eu deixei o jornalismo, minha profissão de 30 anos, e fui para a política, sofri todo tipo de violência que uma pessoa pode sofrer em uma eleição, que eu nem imaginava que poderia ser dessa forma.

Então, toda violência política por ser mulher, ataques, fake news e um atentado. Deram cinco tiros no meu carro a quatro dias do primeiro turno. Então, foi um jogo muito sujo.

Infelizmente, hoje a gente vê ainda essas situações acontecerem o tempo todo. Então, nós temos que lutar contra isso, contra a violência, claro, de uma forma geral, porque a violência... Todos nós, as pessoas que vivem seu dia a dia, sofrem todo tipo de violência: roubo, assaltos, assassinatos, acidentes, mas esse tipo de violência também nós temos que combater, essa violência política e fake news.

Esta eleição municipal também foi marcada por muitas fake news, muitas pessoas ainda sendo vítimas de ataques nas redes sociais, muitas mentiras. Eu também sofri fake news.

Durante todo o processo eleitoral, quando eu anunciei meu nome como candidata a prefeita, na época em maio de 2020, desde o primeiro dia em que anunciei “Sou candidata” - ou, naquela época, “Sou pré-candidata a prefeita de São Vicente” -, até o último dia do segundo turno, eu sofri todo tipo de fake news.

E aí? O que aconteceu com essas pessoas que me atacaram dessa maneira, que falaram tantas mentiras? Muitas eram pessoas que não apareciam, não é? Ficavam escondidas em perfis falsos.

Essas eram difíceis de serem punidas, mas aquelas que colocavam a cara foram punidas, sim, mas, dois anos depois, aí já tinha passado todo o processo eleitoral e já não dava mais para ter uma punição mais severa.

Muita gente acredita em fake news, muita gente recebe as mensagens e acaba acreditando em fake news, e não é isso que a gente precisa ter no processo eleitoral. Aliás, as pessoas acabam nem sabendo o que é verdade e o que é mentira, e algumas vezes, infelizmente, a mentira vence a eleição, quem ataca com fake news, vence a eleição.

Não é isso o que a gente quer para nós. Queremos um processo político bem diferente, sem ataques, sem mentiras, e principalmente sem atentados políticos. No meu caso, quando eu sofri o atentado, as duas pessoas que a polícia conseguiu comprovar que eram responsáveis pelos meus ataques, elas foram punidas, condenadas por tentativa de homicídio, mas bem depois.

Dois anos depois, o primeiro foi condenado por tentativa de homicídio. Três anos depois, o segundo foi condenado por tentativa de homicídio. Mas isso demorou muito, demorou demais para acontecer. Nós não podemos mais aceitar isso. Precisamos lutar contra isso. Aliás, precisamos lutar contra qualquer tipo de violência.

Mas hoje, eu não sei se o meu pessoal está chegando, eu queria fazer uma homenagem a três mulheres. Nós estamos no Outubro Rosa. Eu queria saber se a Ná também está chegando com o meu pessoal, porque eu pedi para entrar com as mulheres que vão ser homenageadas hoje, porque nós estamos no Outubro Rosa. Quando a gente fala do Outubro Rosa, é quando a gente mais fala do câncer de mama. Mas nós deveríamos falar o ano inteiro.

Eu passei por essa experiência. Eu tive câncer de mama em janeiro de 2021. Mas eu consegui passar por todo o processo, fazer a cirurgia, fazer o tratamento, e vencer a doença. E hoje virou uma das minhas principais bandeiras, uma das minhas principais lutas, contra essa doença. Para ajudar mulheres que descobrirem que têm a doença, que elas possam ter o tratamento no tempo certo.

Hoje, o que a gente percebe é que, infelizmente, existem duas leis importantes, que a gente tem, no estado de São Paulo, aliás, no Brasil, mas que não são cumpridas na totalidade. Uma delas é que as mulheres têm até 30 dias para fazerem os exames, para terem o diagnóstico da doença. Infelizmente, isso não acontece. Infelizmente, muitas mulheres ainda fazem os exames depois de 30 dias, depois de 60 dias.

Isso não pode acontecer. Uma outra lei também, que a gente não segue, é a lei dos 60 dias para iniciar o tratamento. Infelizmente, muitas mulheres só conseguem iniciar o tratamento depois de 60 dias. Então isso acontece no estado todo, mas acontece no Brasil. Nós precisamos lutar. E todos nós temos essa responsabilidade, porque é uma responsabilidade do governo federal, do governo estadual e das prefeituras também.

Todos nós temos que lutar contra isso. Todos nós temos que fazer com que essas mulheres consigam descobrir se têm a doença no estágio inicial, porque a probabilidade de cura da doença é de 95 por cento.

Elas ainda não chegaram, elas estão em algum lugar aqui na Alesp. Mas eu tenho que encerrar nesse momento. Se eu tiver outra oportunidade, eu falo dessas três mulheres que venceram a doença. A gente trouxe elas para a Alesp hoje para que elas sejam homenageadas, e para que a gente continue falando, cobrando, e buscando que as leis sejam respeitas, e as pessoas que tiverem a doença consigam chegar à cura.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Muito obrigado, Sra. Deputada Solange Freitas. Dando continuidade, convido o Exmo. Deputado Luiz Claudio Marcolino para fazer uso da palavra no Pequeno Expediente.

 

O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionárias e funcionários da Assembleia Legislativa.

Sr. Presidente, hoje eu quero trazer mais um debate, em relação a um dos projetos apresentados. É o Projeto de lei nº 839, de 2023, que cria a linha de crédito para taxistas no estado de São Paulo. Se pudesse colocar a apresentação...

Nós temos conversado com os taxistas do estado de São Paulo. Primeiro, para trabalhar na linha da renovação da frota, que alguns estados já o fazem, para garantir a preservação do meio ambiente, porque a frota nova facilita o conforto para o consumidor, facilita para o motorista, mas ajuda também no meio ambiente.

Então nós já aprovamos esse projeto na Comissão de Constituição, Justiça e Redação, na Comissão de Transportes e Comunicações. Aprovamos na Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento.

A proposta é que você possa fazer um financiamento de até 140 mil, na aquisição de veículos com até cinco anos de uso, para veículos com motorização convencional, elétrica e híbridos. E 25% a mais para adaptar o veículo para atender passageiros que são pessoas com deficiência.

A gente foi olhar alguns estados e nós já vimos que o Paraná já tem um projeto de lei parecido com esse. A linha de crédito para taxistas financia até 80% do veículo no valor total até R$ 80 mil. Pessoas físicas, titulares de autorização, permissão ou concessão do Poder Público para serviço de táxi, juros subsidiados de 1,13 por cento.

Lá é feito pelo Banco do Empreendedor e Governo do Estado do Paraná, com uma taxa a partir de 1,13% pelo Banco do Empreendedor. Para as taxistas mulheres, taxa a partir de 0,99% ao mês, que é a partir do Banco da Mulher Paranaense. O prazo para pagamento é até 60 meses, um mês de carência, prazo para 100% de veículos elétricos. Para adaptados para pessoas com deficiência, 72 meses.

Tem o do Rio de Janeiro, o programa CrediTaxi, no valor de 80 mil, uma linha de crédito para os profissionais autônomos taxistas, mototaxistas e motoristas de vans e Kombis do estado do Rio de Janeiro. Aquisição de veículos novos ou usados com no máximo cinco anos de fabricação, no valor de até R$ 80 mil por pessoa física, com juros zero.

O crédito também pode ser acessado por taxistas vinculados a cooperativas. Valor de até oito mil, totalizando 88 mil para adaptação de veículo para transporte de pessoas com deficiência. Prazo de até 60 meses, seis a 12 meses de carência.

Na Bahia, outro estado que também tem essa linha de crédito, 60 mil para veículos a etanol e gasolina e 100 mil para veículos 100% elétricos. Aquisição de veículos novos, concessão de crédito da Agência de Fomento do Estado da Bahia, o Desenbahia, viabilizado pelo Programa de Renovação de Frota de Taxi, ProTaxi.

Financiamento em até 60 meses, taxa de juros de 15% ao ano. Para acessar o crédito, o taxista deverá encaminhar a proposta através da entidade de classe à qual está filiada a agência. Na Bahia foram beneficiados pelo ProTaxi (Inaudível.) taxistas em 2023, em 2022, quatrocentos e noventa e oito.

E no Piauí, que é o último estado que nós levantamos, linha de crédito para taxista com até 100 mil para carros elétricos, concessão da Agência de Fomento e Desenvolvimento do Piauí, Badespi, taxa de juros de 0,5% ao mês, condicionada à inadimplência de operações e um prazo de pagamento de até 60 meses.

Limite de até 100 mil reais por operação para adquirir veículos elétricos. Taxa de juros de 0,5%, condicionada à adimplência da operação. Prazo de pagamento a 60 meses e o programa Inovataxi, taxi tradicional, de linha de até 90% do valor do veículo a ser financiado e até 100% para aquisição de acessórios, valor entre cinco a 100 mil reais.

Então trouxe aqui esses estados porque nós procuramos o governo do estado de São Paulo para apresentar esse projeto, e a alegação que o governo coloca é que hoje o Banco de Desenvolvimento do Estado de São Paulo, como não tem mais o Banespa, e nós temos aqui as estruturas de fomento do estado de São Paulo, que não teria condição de fazê-lo.

E nós propusemos. Tem um projeto que está tramitando aqui, de minha autoria, mas nada impede o governador de fazer por conta própria um projeto para o financiamento dos automóveis para os taxistas do estado de São Paulo. E demonstrou ali a falta de interesse de garantir um programa voltado para os taxistas do estado de São Paulo.

Então quero trazer aqui exemplos de outros estados que já o fizeram, e mostrando que é possível, independente do projeto ora apresentado, o governo também ter uma linha de financiamento para os taxistas do estado de São Paulo.

Vamos continuar brigando para que esse projeto seja aprovado. Já passou em diversas comissões, e esperamos que haja uma boa vontade por parte do governador do estado de São Paulo de estruturar um projeto como esse.

Vou trabalhar agora no Orçamento do estado, agora o Orçamento para 2025, que haja recurso também no Orçamento para não ter mais desculpa do governo do estado de São Paulo de não apresentar um projeto importante de fomento como esse, que é a renovação da frota dos taxistas no estado de São Paulo.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado, deputado. Dando continuidade na Lista Suplementar, convido a deputada Thainara Faria para fazer uso da palavra no Pequeno Expediente.

 

A SRA. THAINARA FARIA - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muitíssimo obrigada, Sr. Presidente. Obrigada, também, e uma boa tarde aos servidores, aos assessores, aos policiais presentes, quem nos acompanha no plenário, aos visitantes. Muito boa tarde para o estado de São Paulo.

Nós estamos avaliando a Lei Orçamentária anual e, em breve, os nossos próximos posicionamentos, as nossas próximas falas serão relativas ao Orçamento que o governador do Estado mandou para a gente aprovar neste ano para o exercício de 2025. Mas hoje eu quero falar sobre um tema muito chato que aconteceu neste último final de semana. Não sei se vocês conhecem, existe uma plataforma chamada BlaBlaCar.

Nesta plataforma, as pessoas podem oferecer caronas e elas podem também pegar carona pagando o valor que o motorista coloca ali e estipula como um preço para uma viagem, suponhamos, de São Paulo a Araraquara.

Várias pessoas que já usaram este aplicativo relataram diversos problemas com o motorista, com posicionamentos racistas, LGBTfóbicos, machistas. E me digam vocês: você está pegando carona com um desconhecido, a sua única garantia e segurança é o aceite dos termos e condições do aplicativo quando você baixa ele.

Só que na hora você está dentro do carro da pessoa, com aquele motorista, você muito provavelmente não vai se contrapor àquilo que ele está falando. O fato foi o seguinte: no último final de semana, uma pessoa usuária do BlaBlaCar pegou um motorista que veio todo o caminho fazendo piadas racistas, gordofóbicas, LGBTfóbicas.

A pessoa então esperou esse motorista parar no posto e foi conversar com ela, questionando então do porquê daquele conteúdo de falas se o próprio aplicativo proíbe esse tipo de comportamento. A pessoa: “não, não estou fazendo nenhum tipo de fala desse tipo, imagine”.

E o que aconteceu? Logo depois, esse usuário que reclamou da postura racista, LGBTfóbica e machista foi banido da plataforma. O que eu quero perguntar agora, nesta tarde, é se a BlaBlaCar, localizada na Avenida Paulista, nº 1374, 12º andar, aqui em São Paulo, está então protegendo racistas que estão no poder do volante, no poder de várias vidas que são transportadas, ao invés então de proteger o direito de uma pessoa ter uma viagem segura.

Agora, a plataforma pediu para que a pessoa fizesse uma retratação, o usuário fizesse uma retratação dizendo que não vai ter mais uma postura racista, só que não foi ele que cometeu o ato, foi o motorista.

E o motorista continua fazendo viagens para cima e para baixo, levando pessoas sem nenhum tipo de punição. Então, quero saber, e peço para que essa minha fala seja encaminhada para o escritório da BlaBlaCar, se vocês estão a serviço do racismo, se vocês estão a serviço da LGBTfobia, se vocês estão a serviço de proteger aqueles e aquelas que violam direitos básicos de existência.

Pode parecer, mas nem todo mundo que é transportado para cima e para baixo vai ficar em silêncio quando um motorista da plataforma fizer qualquer tipo de ato discriminatório. O que não é justo é, então, este aplicativo banir o usuário que teve seus direitos violados, que sofreu racismo, e não o motorista que foi racista.

Nós precisamos urgentemente nos organizar em torno das pautas mais importantes desse estado e também nos colocar diante desses racistas e dizer que eles não passarão, que nós estaremos posicionados contra esse tipo de atitude.

Então, mais uma vez, peço para que essa minha fala seja encaminhada para este escritório para que eles possam ter ciência de que nós estamos organizados, enfrentando qualquer tipo de discriminação, enfrentando qualquer tipo de racismo.

E para que eles tomem as providências necessárias contra o motorista que violou os direitos dos passageiros, não banindo os passageiros que precisam da plataforma para fazer uma viagem mais barata e chegar aos seus destinos. É muito sério isso acontecer. É muito sério que isso continue acontecendo no estado de São Paulo e no nosso País.

Só que, enquanto eu tiver noção de qualquer tipo de caso de racismo, de LGBTfobia e de machismo, eu não vou me calar, porque eu fui eleita pelo povo do estado de São Paulo para defender os direitos de todas as pessoas, em todas as idades, mas para não me calar diante de casos de racismo.

Então, por favor, Sr. Presidente, encaminhe essa minha fala ao escritório da BlaBlaCar para que eles possam tomar providências em relação aos motoristas que cometem atos de racismo.

Muito obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado, Exma. Deputada Thainara. É regimental, as notas taquigráficas serão encaminhadas ao escritório.

Dando continuidade na Lista Suplementar de oradores, convido o deputado Vitão do Cachorrão para o uso da palavra no Pequeno Expediente.

 

O SR. VITÃO DO CACHORRÃO - REPUBLICANOS - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, presidente, meu amigo, deputado Telhadinha, Telhada, parabéns pelo excelente trabalho, que Deus continue abençoando a sua vida. Cumprimentar aqui também todo o pessoal que trabalha na estrutura da Casa, cumprimentar os policiais, cumprimentar o pessoal que faz a segurança e o pessoal da limpeza também.

Eu nunca esqueço, eu tenho na minha família, eu sou filho de pedreiro com muito orgulho e tenho muita gente que trabalhou na área de limpeza, Guilherme Cortez. Eles vêm aqui e limpam os banheiros da Casa, limpam os banheiros dos gabinetes. Então, que Deus abençoe muito o pessoal da limpeza e o pessoal do plenário também, que aqui é a Casa do Povo.

Hoje eu vim fazer um agradecimento, porque o sonho de todo ser humano é a casa própria. Eu fui vereador em Sorocaba e Deus... Tenham a certeza: eu só cheguei aqui por Deus, porque, se não fosse Deus que o povo reconheceu e tocou nos corações para votar aqui nos deputados... Toda autoridade é constituída por Deus.

Na minha família, na época, uma família muito simples de Sorocaba, vendendo hot dog, filho de pedreiro, ser deputado, ser deputado estadual do maior estado do Brasil e conseguir... Por isso que agradeço ao governador Tarcísio de Freitas: conseguir moradias populares para a população... E o secretário de Habitação, Marcelo Branco, é um parceiro, uma pessoa muito boa. É sensacional o trabalho, além de ser humano, o trabalho que ele está fazendo nos nossos municípios, no estado de São Paulo.

Em junho do ano passado, fiz um pedido para o município de Alumínio, que há muito tempo não tinha moradias habitacionais. A gente conseguiu, através do nosso vereador Prof. Jediel, que trouxe essa demanda ao nosso mandato, conseguiu a liberação - a elaboração do edital e a licitação para a publicação - de 114 moradias populares.

Eu me lembro, ainda pequeno, criança, eu me lembro como se fosse hoje: no final de semana, muitas das vezes, o meu pai e a minha mãe deixaram de comprar roupa, deixaram de comer mistura e a minha mãe carregava lata de massa - eu me lembro como se fosse hoje - para fazer a casa onde eu moro lá, onde minha mãe mora até hoje, no Jardim Zulmira.

Só que muita gente, deputada Solange, trabalha a vida inteira e não consegue a casa própria, e o Governo do Estado está fazendo um trabalho excelente, entregando muitas moradias, que é o sonho não do brasileiro, é de todo ser humano, você ter uma casa com o documento, com a regularização fundiária, e falar: “Esta casa é minha”.

Então, em nome do vereador Jediel, eu agradeço muito ao governador Tarcísio de Freitas, ao secretário Marcelo Branco, pelas 114 moradias populares na cidade de Alumínio.

Também quero me pronunciar aqui sobre os professores, nossos mestres, nossos verdadeiros heróis. Eu atendo, na cidade de Sorocaba, toda segunda-feira. Eu já reservei lá no Mercado Municipal, de portas abertas. No estacionamento do Mercado Municipal, eu tenho um escritório. Não precisa nem marcar horário.

É lógico que eu tenho uma lista para ter ali uma ordem, mas às vezes chegam pessoas lá, chegam prefeitos, vereadores que viajam - como aqui, para vir à Alesp - 400, 500, 600 quilômetros, e eles vão conseguir conversar com o deputado.

Eu atendo também os moradores. Uma pessoa carregando papelão, uma pessoa que varre a rua lá na cidade de Sorocaba ou outra cidade, vai lá e pode falar com o deputado, que estou lá.

Estou recebendo muitos professores e muitas mães atípicas também. Olha a importância. Eles estão pedindo, em Sorocaba, que permaneçam os professores auxiliares em sala de aula, que atendem alunos com transtorno de espectro autista.

O que está acontecendo? Estão falando muito em mandar esses professores embora, em trocar esses professores, mas esses professores, além de especialistas, as crianças já acostumaram com eles.

Tem uma criança lá, a mãe relatou que quando essa criança autista entrou na escola, deputada Solange, deputado Guilherme Cortez, deputado Telhada, essa criança não sabia nem ler, hoje ela já está lendo, está se desenvolvendo.

Aí, por que que vai o Estado - eu estou recebendo essas denúncias, só para concluir - mandar esses professores embora ou trocar esses professores? Está rolando um abaixo-assinado, em Sorocaba, para que eles permaneçam. Além de especialistas, esses professores auxiliares, em sala de aula, que atendem alunos de transtorno de espectro autista, as crianças já acostumaram com eles.

Que Deus abençoe a todos. Eu peço que o secretário de Educação atenda esse pedido junto com o governador Tarcísio de Freitas. Nada é mais importante do que a família e do que nossas crianças, nosso bem maior. Que Deus abençoe todas as mães atípicas também e todas as mães do mundo, não só do estado de São Paulo.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado, deputado Vitão. Faço coro à V. Exa. no reconhecimento ao trabalho do secretário de Habitação, Marcelo Branco, que, na data de ontem, editou uma resolução que regulamenta projeto nosso, projeto aqui dos deputados estaduais, inclusive, com muita honra, eu sou coautor, que é o programa “Moradia Segura” para os nossos policiais civis, militares, técnicos-científicos e penais, com uma possibilidade de carta de crédito de até 300 mil reais para os policiais adquirirem, comprarem o seu imóvel próprio.

Então, ontem foi regulamentada. Com muito orgulho, esse é um grande passo que dá dignidade aos nossos policiais. Parabéns aos deputados, que são autores e coautores desse projeto, ao secretário de Habitação, Marcelo Branco, e ao secretário de Segurança, Guilherme Derrite, que, de fato, fizeram disso uma realidade no nosso estado, junto com o governador Tarcísio.

Dando continuidade à lista de oradores na Lista Suplementar, convido o Exmo. Deputado Guilherme Cortez para fazer uso da palavra no Pequeno Expediente.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa tarde, Sr. Presidente, deputado Vitão, deputada Solange, todos os servidores desta Casa, público que acompanha da galeria ou através da Rede Alesp.

Presidente, o ódio e o ímpeto de destruição de serviços públicos pelo atual governador Tarcísio não têm limites mesmo. Está marcado para terça-feira que vem o primeiro leilão das escolas estaduais que o governador pretende entregar para a iniciativa privada aqui no estado de São Paulo.

É inacreditável que, depois de a gente ter discutido a privatização da água e do saneamento, com a entrega da Sabesp no ano passado, que depois de a gente ver o estrago feito pela privatização da energia elétrica, com a Enel, aqui na Região Metropolitana, agora a gente esteja falando de leilão de escola pública. Só no governo Tarcísio isso é possível mesmo.

Isso é parte do projeto que o governador abriu licitação, no mês de junho deste ano, para entregar para a iniciativa privada, para conceder para a iniciativa privada, 33 escolas estaduais aqui do estado de São Paulo, como parte do projeto “Novas Escolas”, em que a iniciativa privada vai passar a ser responsável pela construção, pela manutenção, pela conservação, pela vigilância e pela gestão dessas escolas estaduais.

É, realmente, um governo que quer acabar com o estado, com o serviço público do estado de São Paulo, e entregar tudo que ele puder, e o que ele não puder também, para ser administrado pela iniciativa privada. Não importa que se seja a água que sai da torneira dos paulistas ou que seja a gestão das nossas escolas estaduais.

Isso na esteira de uma proposta de emenda à Constituição que está em pauta aqui nesta Casa, e que logo depois do segundo turno o governador vai tentar avançar aqui na Assembleia, para você reduzir o investimento mínimo obrigatório na rede estadual em cinco por cento. Parece pouco, mas é a gente falar de até dez bilhões de reais a menos para as escolas estaduais do nosso Estado.

Isso é muito triste, Sr. Presidente. Veja a situação da Educação pública no estado de São Paulo. Veja, no ano passado, os recorrentes casos que a gente veio denunciar: de violência dentro das escolas, de precariedade da condição de trabalho dos nossos professores e de falta de material.

Mas veja que a prioridade do Governo do Estado não é investir mais e investir melhor, para melhorar a Rede Estadual, é entregar a gestão das nossas escolas para a iniciativa privada.

Volto a dizer aqui, eu não tenho nada contra a iniciativa privada, porque ela faz parte da sociedade em que a gente vive. O que eu tenho contra é a gente entregar para a mão da iniciativa privada serviços que precisam ser geridos olhando para o interesse público da população, porque o interesse de um acionista, de um empresário não é outro que não a sua lucratividade.

Esse é o interesse premente, norteador da iniciativa privada em qualquer setor que seja, e não tem nada de errado com isso. O que tem errado é a gente subordinar o direito à água e ao saneamento básico da população ao interesse privado de um acionista.

O que tem de errado é a gente subordinar o direito da população à energia elétrica, como no caso da Enel, aqui de São Paulo, ao interesse privado dos acionistas italianos da Enel, que, se têm que escolher entre cortar os seus gastos, cortar os seus custos para aumentar os dividendos no final do mês, não vão pensar duas vezes.

E quem vai pagar esse preço é a população. Quando chove um pouco mais forte, a Enel não tem o efetivo necessário para religar a luz, para minimizar o impacto sobre a população.

E agora é o que o Tarcísio quer fazer também com a nossa rede estadual de ensino, entregando a gestão e a construção e manutenção das nossas escolas para as empresas. Isso é inacreditável, presidente.

Aí eu pergunto: que maneira as empresas que vão adquirir a concessão dessas 33 escolas vão buscar para maximizar a sua lucratividade? Não vão poder cobrar mensalidade. Como que elas vão buscar a sua lucratividade? A resposta é óbvia, elas vão reduzir os custos. Vão reduzir os seus gastos com a manutenção das escolas, com a construção das escolas.

Onde elas puderem reduzir o investimento, o custo que elas vão ter para construir e manter essas escolas, elas vão procurar isso para poder sobrar mais dinheiro no final do mês.

Assim, a gente vai vendo a nossa rede estadual sendo cada vez mais sucateada, cada vez mais precarizada, a gente tendo escolas de cada vez menos qualidade por conta desse ímpeto destruidor do governador contra o nosso serviço público.

A Sabesp, aliás, que foi entregue para a iniciativa privada, agora está sendo administrada por uma empresa que só tem dois anos de experiência na área da água e saneamento básico.

Nesta última semana teve um apagão no sistema da Sabesp, tanto no sistema que os usuários acessam para ver a sua conta, para resolver algum problema, quanto no sistema interno que os trabalhadores da Sabesp utilizam. Em três, quatro meses de privatização, de gestão da Equatorial, apagão da Sabesp.

É lamentável e preocupante o caminho pelo qual o estado de São Paulo está indo nas mãos desse governo, que tem como projeto, que tem como ambição passar por cima de tudo o que ele puder no serviço público no nosso estado.

Muito obrigado, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Obrigado, deputado. Convidamos a Exma. Deputada Solange Freitas para uso da palavra ainda no Pequeno Expediente. 

 

A SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO - SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigada, deputado, por me dar mais uma oportunidade para fazer a fala. As nossas convidadas chegaram, elas estavam no meu gabinete. Nós estávamos falando sobre a questão do Outubro Rosa e da nossa luta contra o câncer de mama, ou melhor, para que a gente consiga tratamento digno no tempo certo para as mulheres quando descobrem a doença.

Na semana passada, eu fiz uma audiência pública aqui na Alesp, em parceria com o Oncoguia, sobre as filas na oncologia, e os números são assustadores. É triste saber que nós ainda enfrentamos uma longa espera para poder fazer o tratamento. Como eu já falei, nós não estamos respeitando duas leis muito importantes para ajudar quem recebe essa triste notícia de que tem câncer.

O paciente tem, sim, direito a fazer os exames necessários para o diagnóstico em até 30, e há outra lei que garante também o início do tratamento em até 60 dias. Só que essas duas leis ainda não estão sendo respeitadas na totalidade, e aqui não queremos acusar ninguém. Todos têm a sua responsabilidade: governo federal, Governo do Estado e prefeituras.

Os números dizem que uma em cada cinco pessoas vai ter câncer. Este ano, por exemplo, vai terminar com mais de 700 mil novos casos de câncer no Brasil. É um número muito assustador e preocupante.

No mês do Outubro Rosa, mês em que o câncer de mama é mais discutido, eu trouxe então três mulheres, que estão aqui no plenário, ao lado da Presidência da Casa, e nós vamos falar um pouquinho sobre elas, e também uma homenagem.

A Karina Cristiane dos Santos Silva perdeu o pai, vítima de câncer, e ainda estava sofrendo com a morte da irmã, que também teve câncer de mama, quando descobriu que também estava com a doença.

E depois ela descobriu outro diagnóstico de câncer, mas superou a doença duas vezes e hoje está aqui inspirando outras pessoas com a sua coragem. Parabéns, viu, Karina, por essa luta, parabéns por estar hoje firme e forte e inspirando outras mulheres.

A Maísa Franco Catarino Lopes descobriu o câncer de mama num autoexame, e apesar de todo o sofrimento da retirada da mama, de perder o cabelo com a quimioterapia e todos os outros problemas causados pelo tratamento, ela nunca perdeu a esperança, e isso já faz dez anos, neste mês completa dez anos dessa luta.

E a Maísa está aqui para dizer para você, mulher, cuide-se, faça o exame, faça o autoexame, mas, além disso, faça a mamografia para você descobrir no estágio inicial, conseguir fazer o tratamento e chegar à cura.

A Kelly Cruz também está aqui com a gente hoje. Enquanto ela enfrentava o tratamento de um câncer de mama, ela ficou viúva, e logo depois a mãe descobriu que também estava com câncer de mama. E a Kelly sofreu tudo isso, gente, no mesmo mês, descobriu a doença, a mãe dela descobriu a doença e ela ficou viúva.

A Kelly tinha plano de saúde, conseguiu fazer o tratamento e decidiu lutar. A mãe dela não tinha plano de saúde, fez o tratamento pelo SUS, só que a doença, a demora no tratamento fez com que a mãe dela se entregasse, e ela não resistiu.

E é para que isso não aconteça que a luta de cada um de nós é muito importante, que a força dessas três mulheres que estão aqui hoje sirva de exemplo para outras que ainda vão receber essa triste notícia em suas vidas. E que elas sejam também inspiração para as autoridades que têm obrigação de lutar por tratamento digno.

Eu também fui vítima de câncer de mama, como falei aqui, e hoje estou aqui lutando por essa causa também. É mais uma pessoa lutando para que todos nós tenhamos tratamento digno e no tempo certo para vencer essa luta.

Muito obrigada.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem, presidente.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - Pela ordem, deputado.

 

O SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Para pedir a suspensão dos trabalhos até às 16 horas e 30 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE - CAPITÃO TELHADA - PP - É regimental, muito obrigado. Declaro os trabalhos suspensos até às 16 horas e 30 minutos.

Está suspensa a sessão.

 

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- Suspensa às 14 horas e 58 minutos, a sessão é reaberta às 16 horas e 30 minutos, sob a Presidência do Sr. André do Prado.

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Reaberta a sessão.

Ordem do Dia.

 

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- Passa-se à

 

ORDEM DO DIA

 

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O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - Há sobre a mesa requerimento do nobre deputado Reis, com o número regimental de assinaturas, nos termos do Art. 35 do Regimento Interno, para a constituição de uma comissão de representação com a finalidade de participar do Debate sobre Discursos de Ódio, Liberdade de Expressão e Perspectivas de Enfrentamento, a realizar-se no dia 29 de outubro do corrente ano, em Belo Horizonte, Minas Gerais, a ser custeada via verba de gabinete parlamentar.

Em votação. As Sras. Deputadas e Srs. Deputados que estiverem de acordo, permaneçam como se encontram. (Pausa.) Aprovado o requerimento.

 

O SR. CARLOS CEZAR - PL - Pela ordem, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, havendo acordo de lideranças, eu requeiro o levantamento da presente sessão.

 

O SR. PRESIDENTE - ANDRÉ DO PRADO - PL - É regimental o pedido de Vossa Excelência.

Então, havendo acordo de lideranças, esta Presidência, antes de dar por levantados os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã, à hora regimental, com a mesma Ordem do Dia de hoje. Lembrando-os, ainda, da sessão extraordinária a realizar-se hoje, dez minutos após o término dessa sessão.

Está levantada a sessão.

 

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- Levanta-se a sessão às 16 horas e 31 minutos.

 

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