3 DE SETEMBRO DE 2025
116ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: SOLANGE FREITAS, CARLOS GIANNAZI, REIS, GUILHERME CORTEZ, PAULO FIORILO e LUIZ FERNANDO
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - SOLANGE FREITAS
Assume a Presidência e abre a sessão às 14h.
2 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - CARLOS GIANNAZI
Assume a Presidência.
4 - SOLANGE FREITAS
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - GUILHERME CORTEZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
7 - REIS
Assume a Presidência.
8 - PROFESSORA BEBEL
Para comunicação, faz pronunciamento.
9 - DR. JORGE DO CARMO
Por inscrição, faz pronunciamento.
10 - LETÍCIA AGUIAR
Para comunicação, faz pronunciamento.
11 - PRESIDENTE REIS
Parabeniza o município de Ilhabela em razão do aniversário de 220 anos da cidade.
12 - PROFESSORA BEBEL
Por inscrição, faz pronunciamento.
13 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
14 - GUILHERME CORTEZ
Assume a Presidência.
15 - CAIO FRANÇA
Por inscrição, faz pronunciamento.
16 - REIS
Por inscrição, faz pronunciamento.
17 - PRESIDENTE GUILHERME CORTEZ
Solidariza-se com Fábio Jabá, representante dos policiais penais, em razão de processo administrativo disciplinar movido contra ele.
GRANDE EXPEDIENTE
18 - CAIO FRANÇA
Para comunicação, faz pronunciamento.
19 - REIS
Assume a Presidência.
20 - GUILHERME CORTEZ
Pelo art. 82, faz pronunciamento.
21 - GUILHERME CORTEZ
Assume a Presidência.
22 - PAULO FIORILO
Por inscrição, faz pronunciamento.
23 - CAPITÃO TELHADA
Para comunicação, faz pronunciamento.
24 - PRESIDENTE GUILHERME CORTEZ
Parabeniza o deputado Capitão Telhada, em virtude de seu aniversário de 39 anos, celebrado nesta data. Cumprimenta familiares do deputado, presentes no plenário.
25 - PAULO FIORILO
Assume a Presidência. Reitera os cumprimentos ao deputado Capitão Telhada, por ocasião de seu aniversário, e à sua família.
26 - PAULO MANSUR
Por inscrição, faz pronunciamento.
27 - LUIZ FERNANDO
Assume a Presidência.
28 - PAULO FIORILO
Para comunicação, faz pronunciamento.
29 - PRESIDENTE LUIZ FERNANDO
Cumprimenta alunos do Colégio Carpe Diem de Valinhos, presentes nas galerias.
30 - CONTE LOPES
Por inscrição, faz pronunciamento.
31 - PAULO MANSUR
Para comunicação, faz pronunciamento.
32 - PAULO FIORILO
Para comunicação, faz pronunciamento.
33 - PAULO MANSUR
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
34 - PRESIDENTE LUIZ FERNANDO
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 04/09, à hora regimental, sem Ordem do Dia. Lembra sessão extraordinária a ser realizada hoje, às 16 horas e 30 minutos. Levanta a sessão às 15h49min.
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ÍNTEGRA
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-
Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Solange Freitas.
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-
Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
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A
SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Boa tarde a
todos, presente o número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob a
proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a
leitura da Ata da sessão anterior e recebe o Expediente.
Vamos agora à lista de oradores do
Pequeno Expediente. Deputado André Bueno. (Pausa.) Mauro Bragato. (Pausa.) Luiz
Claudio Marcolino. (Pausa.) Carlos Cezar. (Pausa.) Rafa Zimbaldi. (Pausa.)
Reis. (Pausa.) Thainara Faria. (Pausa.) Bruno Zambelli. (Pausa.) Rafael
Saraiva. (Pausa.)
Itamar Borges. (Pausa.) Paulo Fiorilo.
(Pausa.) Danilo Campetti. (Pausa.) Delegado Olim. (Pausa.) Jorge do Carmo.
(Pausa.) Alex Madureira. (Pausa.) Guilherme Cortez. (Pausa.) Paulo Mansur.
(Pausa.) Paula da Bancada Feminista. (Pausa.) Márcia Lia. (Pausa.) Enio Tatto.
(Pausa.) Thiago Auricchio. (Pausa.) Beth Sahão. (Pausa.) Caio França. (Pausa.)
Sebastião Santos. (Pausa.) Maria Lúcia Amary. (Pausa.)
Luiz Fernando Ferreira. (Pausa.)
Marcelo Aguiar. (Pausa.) Fábio Faria de Sá. (Pausa.) Marina Helou. (Pausa.)
Carla Morando. (Pausa.) Capitão Telhada. (Pausa.) Jorge Wilson. (Pausa.) Rômulo
Fernandes. (Pausa.) Vitão do Cachorrão. (Pausa.) Edson Giriboni. (Pausa.)
Carlos Giannazi. Deputado, o senhor tem
o tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sra. Presidente, deputada Solange Freitas, Srs.
Deputados, Sras. Deputadas, telespectador da TV Assembleia.
Sra.
Presidente, eu quero aqui manifestar o meu total apoio, como membro da Comissão
da Educação, à luta da comunidade escolar, da Escola Estadual Dr. Jovino
Silveira, que fica em Serra Negra, uma escola que fica na região central da
cidade, uma escola superconceituada, que tem um projeto pedagógico reconhecido.
É uma das
melhores escolas, não só da região, mas do estado de São Paulo, tem um corpo de
profissionais extremamente dedicado, sobretudo a gestão da escola, a sua
diretora, a Profa. Nádia.
E, no entanto,
a escola foi surpreendida com uma decisão da Diretoria de Ensino de Moji Mirim
em extinguir, em acabar com o curso noturno dessa escola estadual. Curso
noturno que atende os alunos trabalhadores da cidade, os alunos que não podem
estudar durante o dia.
Então, de uma
forma criminosa, de uma forma perversa, de uma forma desumana e inconstitucional,
porque isso afronta a LDB e afronta a Constituição Federal, a Diretoria de
Ensino simplesmente decidiu extinguir o curso noturno dessa escola, da Escola
Estadual Jovino Silveira, impedindo que alunos trabalhadores, ou alunos que não
podem estudar durante o dia, possam ter acesso ao ensino médio regular noturno,
como diz a própria, como afirma, como determina, como garante a Constituição
Federal e a LDB, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Eles querem
transferir esse curso noturno, querem que os alunos sejam matriculados em uma
escola distante, que não há transporte, não há condução, que isso inviabiliza.
Isso vai causar
o quê? Esse fechamento do curso noturno na escola central da cidade e a
transferência para uma escola distante? Isso vai gerar a exclusão, a expulsão
dos alunos do ensino médio, e isso é crime, Sra. Presidente.
Então, nós
vamos... A comunidade escolar está superorganizada lá, já se manifestando
contra, já acionou o Ministério Público local, já procurou a Câmara de Vereadores,
nós fomos acionados aqui, o meu mandato, pela comunidade, pelos pais e pelos
alunos, e nós vamos tomar providências também, junto ao Ministério Público,
junto ao Tribunal de Contas.
Inclusive, tem
um abaixo-assinado aqui, muito bem elaborado pela comunidade escolar, contra
esse ataque ao direito à Educação, que eu quero ler, porque ele resume,
sintetiza toda a luta com ótimos argumentos para o não fechamento do curso
noturno, lembrando que isso, infelizmente, vem acontecendo no Estado inteiro.
Essa gestão do
Renato Feder, do empresário da Educação, declarou guerra ao ensino médio
regular noturno. A orientação é fechar todas as escolas do período noturno.
Eles não querem mais aluno trabalhador estudando. Essa é a verdade.
Isso vem
acontecendo em várias regiões do Estado, não só em relação ao ensino regular do
ensino médio noturno, mas também em relação à EJA, Educação de Jovens e
Adultos. Aí nem se fala, é um extermínio de EJA. Eles inventaram agora o “EJA
flexível”, que é aquele em que o aluno só vai uma vez por mês na escola, que
ele só vai ter quatro professores.
Então, eles
querem realmente acabar com o ensino noturno no estado de São Paulo. Só que
isso afronta a Constituição Federal, isso é crime. Por isso, o Ministério
Público tem que agir imediatamente, e o Tribunal de Contas.
Então, vou ler
aqui rapidamente, deputada Solange Freitas. Olha:
“Nós, abaixo
assinados, estudantes, familiares, ex-alunos e membros da comunidade,
manifestamos nossa profunda preocupação e discordância com a proposta de encerramento
do período noturno na Escola Estadual Dr. Jovino Silveira, tendo em vista ser
uma escola central, com uma estrutura física adequada e suficiente para atender
todos os alunos que trabalham no período diurno.
O turno da
noite representa uma oportunidade essencial de acesso à Educação para todos que
trabalham durante o dia, sendo um instrumento de inclusão, cidadania e
transformação social. O fechamento dessa modalidade no centro da nossa cidade
compromete o direito à educação pública gratuita e de qualidade, preparando-os
para a vida profissional.
De acordo com o
Art. 208, a Constituição Federal estabelece que o dever do Estado com a
Educação inclui a oferta de ensino noturno regular adequado às condições do
educando. Isso significa que o Estado deve garantir a disponibilidade de
escolas noturnas para atender as necessidades dos alunos que trabalham durante
o dia e não têm condições de frequentar a Educação diurna durante o horário
escolar.”
Então, é um
absurdo isso. Nós exigimos que a Secretaria da Educação tome providências para
manter o curso noturno do ensino médio na Escola Estadual Dr. Jovino Silveira.
Eu gostaria,
Sra. Presidente, que cópias do meu pronunciamento sejam encaminhadas ao
secretário da Educação, à dirigente de ensino de Mogi Mirim, e também ao
Ministério Público Estadual e ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo,
para que providências sejam tomadas e o curso noturno seja garantido, seja dada
sequência a ele na Escola Dr. Jovino Silveira.
Muito obrigado.
A
SRA. PRESIDENTE - SOLANGE FREITAS - UNIÃO - Obrigada,
deputado Carlos Giannazi. Seu pedido será atendido.
Continuando agora a lista de oradores,
Delegada Graciela. (Pausa.) Deputada Professora Bebel. (Pausa.). Deputado
Eduardo Nóbrega. (Pausa.) Deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Deputada Ediane
Maria. (Pausa.) E agora chegou a minha vez, vou trocar de local com o deputado
Carlos Giannazi.
Muito obrigada.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Carlos
Giannazi.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Dando
sequência à lista de oradores inscritos no Pequeno Expediente, chamo para fazer
uso da tribuna, pelo tempo regimental, a nobre deputada Solange Freitas.
A
SRA. SOLANGE FREITAS - UNIÃO -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigada, deputado. Uma boa tarde novamente a
todos.
“Preto Sujo”,
“Zé Gotinha da Petrobras", “Eu não vou brincar com você porque você é
preto”, “Aliás, você nem combina com a sua família, porque você é preto, eles
tiveram dó de você, por isso te tiraram do orfanato”.
Chocante, tudo
isso, não é? Ainda mais chocante quando a gente fala que esses absurdos saíram
da boca de crianças entre 10 e 12 anos de idade para uma outra criança da mesma
idade, colega de sala de aula. Uma escola particular onde a mensalidade chega a
quase três mil reais lá na Baixada Santista.
E isso não é
antigo, não. Isso aqui está acontecendo ainda nessa escola e em muitas outras
escolas públicas e particulares do nosso estado de São Paulo. O racismo ainda
está muito forte na nossa sociedade e não é só o racismo, não. A violência nas
escolas ainda é muito pesado.
Recentemente,
mais um caso de bullying em Praia Grande, desta vez numa escola municipal. Um
estudante autista de apenas nove anos foi agredido por 20 alunos em frente à
escola, por tentar defender o irmão de 11 anos, que estava sofrendo bullying
por conta do peso.
E essa criança
autista ainda contou para a mãe que, enquanto estava no chão ali, apanhando de
20 outras crianças, rezava para Deus, pedindo para que alguém salvasse ele
dessas agressões.
E o caso do
menino Carlinhos, vocês lembram? Ele morreu, foi morto depois de sofrer
agressões dentro de uma escola estadual de Praia Grande, em abril do ano
passado. E o que a gente está fazendo efetivamente para ajudar essas crianças?
Ajudar tanto as crianças que são vítimas, quanto as crianças que estão
atacando, porque se a gente não conseguir reverter essa maldade agora, no
futuro vai ser bem pior.
Eu tenho três
projetos de lei que eu protocolei aqui nesta Casa para que a gente consiga
tentar melhorar a educação das nossas crianças e dos nossos adolescentes. Tenho
um projeto de lei que estabelece diretrizes efetivas para a prevenção e o
combate ao bullying e ao cyberbullying nas instituições de ensino públicas e
particulares, clubes e agremiações recreativas em todo o Estado. Foi aprovado
no mês passado na Comissão de Constituição e Justiça e agora segue para as
outras comissões.
E aí alguém
ainda vai dizer: “Ah, já tem esse trabalho nas escolas”. Tem? Tem certeza que
tem? Tem nada, tem muito pouco, tem quase nada. Não é o suficiente. Tem ainda o
meu Projeto de lei Brenda Bulhões, que institui o Programa Estadual de
Prevenção à Violência contra Crianças e Adolescentes no Ambiente Escolar.
Um PL que foi
aprovado na CCJ na semana passada aqui nesta Casa e vai para outras comissões.
E alguém pode dizer: “Tem esse programa nas escolas”. Tem? Tem certeza que tem?
Se tem, não está acontecendo.
E tem ainda o
projeto de lei complementar que institui o Programa de Escolas
Cívico-Desportivas para as Redes Públicas de Educação Básica, que está na CCJ
para ser votado. Mas isso tudo demora. O processo de um projeto de lei dentro
desta Casa ainda leva tempo.
Tem que partir
dos governos, das prefeituras, essas ações mais efetivas nas escolas. Eu estou
aqui na Alesp lutando para aprovação desses projetos e para fazer muitas outras
ações. Mas tem que partir também dos pais, da educação dentro de casa.
Nenhuma criança
nasce falando palavrão ou essas barbaridades que eu falei no início da minha
fala. Ela aprende. Voltando ao caso do Carlinhos de Praia Grande, o menino que
tinha 13 anos e morreu vítima de bullying.
Por que eu
estou voltando nesse caso? Porque já foi um ano e quatro meses da morte do
menino Carlinhos e os culpados ainda não foram punidos. Aí fui buscar as
informações para saber o que está acontecendo, por que esse inquérito ainda não
terminou.
Tanto o
delegado quanto o promotor estão aguardando ainda os relatórios do Cremesp, que
é o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, da Diretoria Regional
de Ensino de São Vicente e o laudo complementar do IML de Santos.
Sem essas
informações, não conseguem concluir o inquérito. Na semana que vem, os médicos
que atenderam o menino Carlinhos em várias unidades de Saúde de Praia Grande
vão ser ouvidos.
A polícia está
apurando a responsabilidade dos adolescentes que agrediram Carlinhos, da escola
que não teria tomado as providências necessárias pelo bullying que o menino
vinha sofrendo constantemente e da possível omissão dos médicos que atenderam o
menino Carlinhos.
Eu estou aqui
também fazendo uma cobrança de todos esses órgãos para que as investigações
sejam finalizadas e os culpados punidos. Eu peço então que um relatório dessa
minha fala seja encaminhado para o Cremesp, para a Diretoria Regional de Ensino
de São Vicente, para o IML de Santos e para as Secretarias de Educação e de
Segurança Pública do Estado.
E, para
finalizar, deixo uma pergunta aqui. As crianças que estão atacando crianças,
dentro das escolas, a criança que fala para uma outra criança eu não vou
brincar com você porque você é preto, porque você é o “Zé Gotinha da
Petrobras”, qual deve ser essa punição para essas crianças ou os pais é que
devem ser responsabilizados?
Ficam aqui
essas minhas perguntas para a gente fazer uma reflexão.
Uma boa tarde a
todos.
Obrigada.
O
SR. PRESIDENTE - CARLOS GIANNAZI - PSOL - Esta
Presidência, atendendo à solicitação de V. Exa., fará os encaminhamentos
solicitados pela nobre deputada. Dando sequência à lista de oradores inscritos
no Pequeno Expediente, com a palavra a deputada Dra. Damaris Moura. (Pausa.)
Com a palavra a deputada Dani Alonso. (Pausa.) Com a palavra o deputado Marcos
Damasio. (Pausa.) Com a palavra a deputada Profª Camila Godoi. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Conte Lopes.
(Pausa.) Com a palavra o deputado Dirceu Dalben. (Pausa.) Com a palavra o
deputado Dr. Elton. (Pausa.) Com a palavra a deputada Letícia Aguiar. (Pausa.)
Com a palavra a deputada Fabiana
Bolsonaro. (Pausa.) Com a palavra o deputado Lucas Bove. (Pausa.) Com a palavra
a deputada Ana Perugini. (Pausa.) Com a palavra o deputado Teonilio Barba.
(Pausa.)
Na lista suplementar, com a palavra o
deputado Sebastião Santos. (Pausa.) Com a palavra o deputado Agente Federal
Danilo Balas. (Pausa.) Com a palavra o deputado Mauro Bragato. (Pausa.)
Com a palavra o deputado Atila
Jacomussi. (Pausa.) Com a palavra o deputado Capitão Telhada. (Pausa.) Com a
palavra o deputado Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Com a palavra o deputado
Paulo Mansur. (Pausa.)
Com a palavra o nobre deputado Reis,
que fará uso regimental da tribuna.
O
SR. REIS - PT - Muito obrigado,
presidente. Saudar também aqui a deputada Professora Bebel, o deputado Dr.
Jorge do Carmo, o público presente, os integrantes das forças de Segurança, os
funcionários públicos, e também saudar todos aqueles, aquelas que estão nos
acompanhando pelas redes sociais, através da Rede Alesp. Presidente, deputado
Carlos Giannazi, na sexta-feira, nós tivemos uma grande carreata saindo lá do Butantã
e se dirigindo pela Raposo Tavares até as cidades de Cotia, Embu Artes e Vargem
Grande Paulista.
Um movimento contra essa política
predatória do governador Tarcísio de Freitas de instalar os pórticos “Free Flow”
do estado de São Paulo. São cerca de 118 pórticos e a população de São Paulo
está indignada, porque ela está sendo taxada. A população de São Paulo vai ser
taxada para sair de casa e para voltar para a sua casa.
Inclusive, o próprio secretário da
Secretaria de Parcerias esteve aqui. Nós questionamos o secretário por conta
dessa grande quantidade de pedágios, que estão sendo instaladas no estado de
São Paulo. Inclusive, hoje, na Comissão de Fiscalização e Controle, nós
aprovamos lá um requerimento do deputado Donato convidando novamente o secretário
Benini, para continuar dando as explicações que a população está cobrando sobre
essa grande quantidade de pedágios “Free Flow”, conforme, inclusive, o deputado
Guilherme Cortez já falou aqui, que o nome é bonito, “Free Flow”.
Mas, na realidade, se trata de uma
agressão à população de São Paulo. E, às vezes, as pessoas ficam questionando
sobre os pedágios “Free Flow” da Dutra. A Dutra é uma rodovia federal. E lá
também, deputado Guilherme Cortez, serão instalados 23 novos pórticos.
Agora, tem que entender a origem do
contrato lá da Dutra. A origem do contrato também se deu quando o governador
Tarcísio de Freitas era secretário, era ministro do Ministério da
Infraestrutura. E foi lá um contrato assinado pela Agência Nacional de
Transportes Terrestres.
Então, nós também não estamos de acordo
com aquela grande quantidade de pedágios que estão sendo instalados na Dutra e
na Rio-Santos. A Rio-Santos também é fruto desse mesmo contrato, que foi
assinado na época em que o presidente da República era o Jair Messias
Bolsonaro.
Obviamente, o novo governo entrou e
assumiu um contrato que foi assinado no governo anterior e que também vai
prejudicar bastante a população de São Paulo, principalmente as pessoas que
moram ali na região de Guarulhos. Inclusive, eu participei de uma audiência
pública chamada pelo Ministério Público Federal para debater, para discutir
esses pedágios que, então, estão sendo colocados ali na Dutra.
Nós temos a notícia de um único
pedágio, na Rio-Santos - que faz parte desse mesmo contrato -, que já gerou 268
milhões de arrecadação em multas. Um único pedágio. Mais de um milhão e 200 mil
veículos foram multados em um único pedágio.
O mesmo acontece lá na Tamoios - que
esse, sim, é do Governo do Estado de São Paulo -, no quilômetro 13, mais 500,
que também, em tão pouco tempo, mais de 30 mil veículos foram multados, porque
as pessoas não sabem que aquilo é um pedágio.
Ainda questionei o secretário Benini,
que seria importante ter uma forma de se comunicar com a sociedade, usar a
televisão, usar as mídias para poder informar - uma campanha informativa, uma
campanha educativa para a população saber - que, quando ela passa por aquele
pórtico - se ela não tiver ali o seu TAG, não tiver ali o Veloe, o ConectCar, o
Sem Parar -, ela tem 30 dias para entrar no autoatendimento da concessionária,
efetuar o pagamento para não ser multada em R$ 195,23, além dos cinco pontos na
carteira.
Então, esses são os fatos que têm
relação com a Dutra: um contrato que foi assinado na época do governo
Bolsonaro, em que o Tarcísio era o ministro da Infraestrutura. E também deixar
registrado que a lei que criou esses pórticos, que trouxe o pedágio “Free Flow”,
foi uma lei que saiu do Ministério da Infraestrutura quando o Tarcísio era o
ministro do Bolsonaro.
A Lei nº 14.157... O número já diz, o
final dela, 157: é roubar o povo. Então, deixar isso registrado, que essa lei
partiu também do Tarcísio e que a gente pode dizer com certeza que ele é o pai
do pedágio “Free Flow” no Brasil e é o rei dos pedágios no estado de São Paulo.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE -
CARLOS GIANNAZI - PSOL
- Obrigado, deputado Reis.
Com
a palavra o deputado Guilherme Cortez, que fará uso regimental da tribuna.
O SR. GUILHERME CORTEZ
- PSOL - SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito boa
tarde, Sr. Presidente, meus colegas deputados e o público que nos acompanha
através da Rede Alesp.
Presidente, hoje o estado de São
Paulo está sem governador. O governador Tarcísio está desde ontem em Brasília,
hoje sem nenhum compromisso oficial. Mas, ao invés de ele estar em Brasília
procurando investimentos ou buscando resolver os problemas que ele criou para o
povo do estado de São Paulo, ele está em Brasília gastando dinheiro público do
pagador de impostos de São Paulo para defender os bandidos, golpistas que
tentaram dar um golpe no nosso País no 8 de janeiro.
Inclusive, o padrinho político
dele, Jair Bolsonaro, que essa semana está sentado no banco dos réus - não
está, na verdade, porque está em prisão domiciliar -, mas está, pela primeira
vez, acertando as contas com a Justiça pela tentativa de profanar a democracia
brasileira.
É uma vergonha que o governador do
maior Estado do País utilize do seu cargo - tão importante, que foi conferido
pelo voto de milhões de paulistas -, utilize essa autoridade para tentar fazer
a impunidade reinar no nosso País. Porque eles chamam de anistia, mas é
impunidade.
A anistia que eles querem é
perdoar os crimes daquelas pessoas que foram para Brasília depredar o
patrimônio público. O que eles chamam de anistia é garantir a impunidade para
as pessoas que, porque perderam a eleição, não aceitaram o resultado e ficaram
tramando até uma tentativa de assassinato contra o presidente da República, o
vice-presidente da República e ministros do Supremo Tribunal Federal.
Esse é o governador moderado da
imprensa, o governador moderado da Faria Lima, que, de tão moderado, utiliza do
seu poder para ir até Brasília fazer lobby pela anistia, pela impunidade,
para que aqueles que cometeram crimes não paguem pelos seus crimes.
O mesmo governador
que diz que é linha dura contra o crime, mas, na verdade, só fez a violência no
nosso Estado disparar. E agora a gente está começando a ver as relações entre o
governo e o PCC.
Uma das
principais doadoras de campanha, que doou sozinha 600 mil reais para a campanha
do governador, a senhora Maribel, foi apontada agora, pela Polícia Federal,
como uma das pessoas que têm relação com o PCC.
Na semana
passada, o governo federal fez uma operação muito importante, que descobriu
relações do crime organizado na Faria Lima. A Faria Lima, que já escolheu o seu
candidato a presidente: o Tarcísio. Então agora a população do estado de São
Paulo está começando a entender todo esse esquema.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Reis.
* * *
Ele começa com
as isenções fiscais bilionárias que o governo deixa de cobrar, de imposto, dos
empresários. Só para o ano que vem, são 85 bilhões de reais que o estado de São
Paulo vai deixar de arrecadar, cobrando impostos dos empresários que são amigos
deles.
Mas, para quem
acha que isso é pouco, pagando propina pode pagar ainda menos, como a gente viu
o caso do Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, que foi preso recentemente, em
um escândalo, pagando um bilhão de reais de propina para um auditor da Fazenda
não cobrar o que ele deveria de imposto.
Porque, nesse
governo, afinal, dar isenção fiscal a rodo, para grandes empresários, amigos do
governador, muitos deles, financiadores e doadores da campanha do governador,
não é exceção, é a regra do governo.
Então, nesse
esquema todo, que empresários como o senhor Sidney, como o auditor Artur, e
tantos outros, se sentem à vontade para roubar da população do estado de São
Paulo, com esse governo, que é conivente.
Para os amigos
dele, é tudo: é isenção fiscal, é anistia, é o que eles quiserem. Agora, para a
população do estado de São Paulo, para o povo mais pobre do nosso Estado, aí é
corte de gastos. Aí nunca tem dinheiro suficiente.
Precisa
privatizar, precisa cortar da Educação, precisa cortar da CPTM, precisa tirar
do povo. Para os amigos dele, tem dinheiro sobrando. Pode deixar de cobrar
imposto, pode fazer o que quiser. Para a população do estado de São Paulo,
sempre tem dinheiro faltando.
E o deputado
Reis muito bem falou aqui que a população do estado de São Paulo está cansada
de pagar pedágio. Ainda se tivesse uma melhoria nas nossas rodovias, mas,
sequer isso justifica. Eu estava relatando ontem mais um acidente em uma
rodovia que liga a região de Franca.
Lamentavelmente,
a gente está tendo uma série de acidentes nas nossas rodovias, porque um monte
das nossas estradas está dependendo de reformas, de infraestrutura, manutenção,
que o governo não faz.
E as cidades
pequenas do nosso Estado, deputada Bebel, a senhora sabe que não têm recursos
suficientes para fazer essas reformas. Ficam esperando o Governo do Estado, a
DER, mas o governo não tem prioridade para isso. Todo prefeito que eu encontro,
me fala a mesma coisa. Pode ser bolsonarista, o prefeito vai lá e fala: “O
governo não está liberando um centavo para a gente fazer as reformas”.
Enquanto o
governo não libera as reformas nas nossas rodovias, é a população que está
pagando o preço e está morrendo nas nossas estradas. Agora o governo foi lá e
inovou e fez o pedágio invisível, que é o “Free Flow”, que é para pegar o povo
desprevenido, sem saber que está passando por um pedágio.
A pessoa,
desavisada, porque o governo também não faz questão de informar. A pessoa
passa, acha que está passando por um radar. Quando ela viu, pagou pedágio e, se
não baixar um aplicativo e fizer o pagamento, multa e pontos na carteira.
Porque, para
esse governo, tudo o que é serviço público, é transporte, é rodovia, é
educação, é saneamento, para esse governo, na verdade, é negócio, para fazer os
amigos dele ganharem ainda mais dinheiro.
Então seguimos
na luta nesta Casa, deputado Reis. Temos representação no Ministério Público,
projeto de lei nesta Casa, para barrar essa farra das concessionárias das
nossas rodovias, que estão enchendo o estado de São Paulo, com a anuência do
Tarcísio, de mais pedágios para tirar mais dinheiro do bolso do povo.
O SR. PRESIDENTE - REIS - PT -
Muito bem. Seguindo a lista de oradores, o deputado Dr. Jorge do Carmo, próximo
orador. Pela ordem, deputada Professora Bebel. É regimental. Tem V. Exa. dois
minutos.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT
- PARA COMUNICAÇÃO - Muito obrigada, Sr. Presidente. Bom, eu até ia tocar nesse
assunto. Ia, não. Em outro momento deverei tocar nesse assunto do pedágio.
Porque o senhor
veja: a minha região foi uma das que foi iniciada com esse prêmio, digamos
assim. Depois, mais 110 regiões do estado de São Paulo, 110 praças previstas no
estado de São Paulo.
A minha região
teve o recuo. Mas veja bem o senhor: o recuo foi no sentido de dizer “a gente
não vai reformar, vai ter acidente, e a gente depois vai ter...”. Eu fico
pensando assim de uma forma conspiratória, por óbvio, porque é assim que os
governos entreguistas fazem.
Deixam as
estradas ficarem ao léu, e depois acontece o acidente, como aconteceu o último
agora em Santa Bárbara d’Oeste e em Tupi. Acho que tivemos quatro vítimas
mortas mesmo, mortes. A isso foi dada uma grande - como é que eu diria? -
cobertura. Não que não fosse para dar, mas deveria ter dito o seguinte: como o
governador não pega os recursos do IPVA, que é 50% para investir nas estradas,
é óbvio que isso vai acontecer.
Na contramão, a
gente ouve quem defende a política dele dizer o seguinte: “Ah, mas se puser
pedágio, aí as concessionárias fazem a reforma, fazem as alterações que têm que
fazer.”
Nós, da bancada
do Partido dos Trabalhadores, fizemos uma frente parlamentar, então o senhor
anda por um lado, eu ando por outro, todo mundo anda por todo o estado de São
Paulo para poder fazer esse debate, mas me parece que ainda é insuficiente,
porque no limite é isso, acaba convencendo a população de que está tão ruim que
precisa passar para as concessionárias, portanto, pagar pedágios para poder
reformar o que é inverídico, porque o dinheiro do IPVA é absolutamente
suficiente para fazer essa reforma.
Muito obrigada,
Sr. Presidente.
O SR. DR. JORGE DO
CARMO - PT - Boa tarde, Sr. Presidente,
deputado Reis, deputada Professora Bebel, deputado Guilherme Cortez. Boa tarde
a todos os assessores presentes, aos policiais, ao público da TV Alesp.
Sr. Presidente,
eu vou falar mais uma vez hoje sobre uma festa que teve aqui na semana passada.
Semana passada, salvo melhor juízo na quarta-feira, teve uma festa neste
plenário e nas galerias, que foi a aprovação daqueles 70 projetos de coautoria,
inclusive eu sou coautor, 94 deputadas e deputados foram coautores desse
projeto.
Os prefeitos,
os vereadores vieram aqui, todos com muita esperança, imagino, de que o
município que foi aprovado, classificado como município de interesse turístico,
MIT, agora vai ter recurso, imaginam eles, porque o que aconteceu até agora não
foi bem isso aí. Tomara que essa festa que teve aqui seja, de fato, verdadeira
lá no futuro.
Eu quero hoje
me dirigir aos munícipes de Bom Jesus dos Perdões. Bom Jesus dos Perdões é uma
cidade importante na região da Mantiqueira, perto do Vale do Paraíba.
Eu quero mandar
um abraço para os munícipes, na pessoa do vereador, presidente da Câmara,
vereador Hélio Gonçalves, e também na do sempre vereador, ex-vereador, sempre
vereador Zé Estevo, pessoas com quem eu tenho boas relações e com quem converso
muito naquele município.
Então na semana
passada, como eu disse, foi aprovado o Projeto 769 - dentre os 70 -, de 2025,
que classifica o município de Bom Jesus dos Perdões como MIT, Município de
Interesse Turístico.
Queria pedir
para o Machado passar o vídeo.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
Imagino, Sr.
Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, que o povo, os munícipes de Bom
Jesus dos Perdões ficaram felizes, afinal o município foi classificado como
MIT, como eu já disse. Agora vamos lá aos números. Coloque aquela tabela, por
favor, o Power Point.
Vamos lá,
orçamento para 2025, da Secretaria do Turismo: um bilhão, quatrocentos e
dezoito milhões, quatrocentos e quarenta e cinco reais, esse montão de dinheiro
aí, que eu nem sei falar tanto número. No primeiro semestre de 2025 - pode
voltar um pouquinho lá, por favor -, no primeiro semestre de 2025, a Secretaria
do Turismo teve quase 544 milhões contingenciados, que não gastou, não utilizou
o recurso.
Dos 498 milhões
previstos para o primeiro semestre, nenhum centavo foi efetivamente gasto. Nos
dois primeiros anos, 2023 e 24, do governo Tarcísio, deixaram de ser aplicados
705 milhões, só nessa área. Vamos a outra tela: olha, municípios de interesse
turístico perderam 65 milhões, só em 2025. Além de 2025, foram congelados 378
milhões para estâncias e 83 milhões, 67%, só para os MITs.
Aí vamos a
outra tabela: apoio aos municípios de interesse turístico, orçados em 2024 e
25. Orçado em 24: 118.872.000. Empenhado: 0,0. Contingenciado: 5.838.000. Ou
seja, 4,9%, só, em 2024. Em 2025, a situação é mais trágica: 123.094
destinados, orçados. Empenhados: 0,0. Contingenciado: 83.475.000, 67,8%, só, em
2025.
E aí, Sr.
Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, é muito bom - pode passar à última
tela, por favor - que os municípios sejam classificados como MIT. Todo mundo
vai gostar, os munícipes vão gostar. Agora, é preciso que tenha recurso, é
preciso que esses municípios tenham, sim, destinados os recursos que são do
Turismo. Porque senão vai ser uma frustação.
Teve uma festa
aqui, importante para os vereadores, para os deputados e para esta Casa - 70
deputadas e deputados aprovaram, sim, em coautoria. E aí, se não tiver recurso,
vai ser uma frustração para os municípios, para os munícipes e, principalmente,
para os gestores. E em especial, também, para esta Casa, porque a gente aprovou
uma lei importante, e aí, se não tiver recurso, ela vai ficar frustrante.
Era isso, Sr.
Presidente.
Muito obrigado.
Boa tarde.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamo, para fazer uso
da palavra, a deputada Professora Bebel.
A
SRA. LETÍCIA AGUIAR - PL - Para uma comunicação,
por favor, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental.
A
SRA. LETÍCIA AGUIAR - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Sr.
Presidente, hoje nós comemoramos o aniversário de uma cidade muito especial do
litoral norte do estado de São Paulo, a nossa amada Ilhabela, que completa 220
anos hoje, nesta data. E, claro, uma cidade dessa importância, dessa beleza natural
tão única para o estado de São Paulo, merece o nosso reconhecimento, os nossos
parabéns.
E quero mandar um abraço ao prefeito
Colucci, prefeito de Ilhabela, e à minha amiga, parceira de trabalho, a
vereadora Enfermeira Nalva, que faz um trabalho importante lá com mulheres.
E nós fazemos questão de vir até esta
tribuna, até este microfone, até essa voz que nós temos aqui no plenário, para
reconhecer um município de tamanha grandeza e importância, como é a nossa linda
Ilhabela. Feliz aniversário. Que Deus abençoe.
E conte com o trabalho aqui desta
deputada, que tem a honra de representá-los como deputada do Vale do Paraíba e
do litoral norte aqui, no maior Parlamento estadual da América Latina.
Feliz aniversário, Ilhabela.
Obrigada, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem. Parabéns à
cidade de Ilhabela. Tem V. Exa., deputada Professora Bebel, o tempo regimental
de cinco minutos.
A
SRA. PROFESSORA BEBEL - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Boa tarde, Sr. Presidente, deputado Reis. Cumprimento
os assessores que compõem a Mesa Diretora de trabalho, os assessores à minha
esquerda, à minha direita, os deputados presentes aqui neste plenário e todos
os que nos ouvem e assistem através da Rede Alesp. Eu subo agora, neste
momento, na tribuna, para tratar de um assunto que está ficando muito sério,
que é a sessão de escolha dos professores que são concursados.
Veja bem:
quando a gente tem um edital para chamar, então você já diz o número de vagas,
você diz quais disciplinas, quantos vão tomar posse em cada disciplina, e por
aí vai.
E olha, eu
fiquei pasma quando eu, conversando agora com o nosso jurídico, eu disse: veja,
ontem disseram que ia fazer a retificação do que não saiu, basicamente foi
isso. E a tal da retificação foi dizer que eram quatrocentos, chamando
seiscentos que foram aprovados no concurso de Matemática, outras disciplinas,
mas não dizem, deputado Cortez, não dizem para nós o número total de vagas.
Quanto é? São dez mil? São seis mil? São 14 mil? Quantas vagas são?
Porque sendo dez
mil, 14 mil, ou, como eles dizem, 14.200, para completar o primeiro, é
insuficiente. Aliás, eu diria assim, para minimamente atender, seria necessário
chamar 44 mil. E nós temos professores aprovados para assumirem estas vagas em
todas as disciplinas.
E,
lamentavelmente, a Secretaria do Estado da Educação, como aposta na política de
precarização, de plataformização e todas essas políticas que, em tese,
precarizam também, não é que é em tese, na verdade, precarizam o trabalho dos
profissionais da Educação, os professores. Isso, de certa maneira, nos coloca
em uma situação muito complicada.
Estou tentando
reunião com a Secretaria do Estado da Educação. Veja, nós teremos assembleia
logo, e a gente precisa ir para a assembleia com alguma coisa. O que não podemos
é ficar nessa.
Hoje, o
estrutural para nós é chamar os concursados, porque, se chamamos os
concursados, minimamente, paramos de ter rotatividade na nossa categoria, e, ao
mesmo tempo, você vai criando vínculo. Ao criar vínculo com o estudante ou a
estudante, a gente garante a qualidade de ensino.
Qualidade de
ensino não é só saber se o menino sabe tanto de matemática, tanto de português.
Sim, é apreender conhecimento, mas também a qualidade de ensino, para ser
garantida, ela tem que ter um conjunto de medidas para que a gente consiga
garantir, de fato, que lá na ponta o estudante e a estudante façam jus a um
conhecimento que lhe é de direito.
Nós estamos
lutando muito pela soberania do País. Eu vou aproveitar agora o último ponto da
minha fala. Dia 7, às 9 horas da manhã, nós estaremos todos e todas na Praça da
República. Eu sei que tem municípios que acabam chamando atos nas suas cidades.
É importante,
mobiliza, sim, mobiliza, mas esvazia um grande movimento que precisamos fazer,
porque a gente tem sofrido um ataque dos Estados Unidos da América sobre o
Brasil, na pessoa do Sr. Trump, que é, sim, o arquétipo do fascismo, numa nova
versão, e porque quer botar as mãos aqui nas nossas terras raras, aquelas que
garantem riqueza para o nosso País.
Então, o dia 7
de setembro é para dizer que nós estaremos lutando pela democracia, pela
soberania nacional, e também nós estamos contra a anistia. Nós entendemos que o
direito da livre e ampla defesa, conforme a investigação que está sendo feita e
que está sendo vista por todo o Brasil, nós sabemos perfeitamente que está
sendo muito bem conduzida.
E que, por
certo, o resultado de lá é o que deverá ser feito. Então, acredito que é isso,
e é importante a participação de todos e todas. Você que está aí, entenda que
nós não podemos ter ataques externos sobre o nosso País. O Brasil é nosso, dos
brasileiros, e das brasileiras.
Muito obrigada
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Próximo orador,
deputado Danilo Campetti. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi. Tem V. Exa. o
tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Sr. Presidente deputado Reis, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados, de volta a esta tribuna, Sr. Presidente, quero aqui manifestar mais
uma vez o meu total apoio aos servidores e servidoras de Caraguatatuba, que
estão em estado de greve, lutando por melhores salários, melhores condições de
trabalho, pela melhoria funcional, pelo reajuste salarial, pelo reajuste,
sobretudo também, Sr. Presidente, no vale-refeição.
Se o nosso
vale-refeição aqui é um escândalo, é uma aberração do estado de São Paulo,
estado mais rico da Federação, que paga apenas 12 reais por dia para os nossos
servidores e servidoras.
Os servidores
de Caraguatatuba têm um vale-refeição, um vale que não é nem coxinha mais, de
oito reais. A situação lá é dramática, os servidores de Caraguatatuba estão com
os seus salários arrochados e defasados há muitos anos, estão fazendo
mobilizações importantes na cidade e nós damos todo o nosso apoio.
Mas fomos
surpreendidos, Sr. Presidente, com uma decisão agora da Justiça, porque a
prefeitura entrou com um pedido para que a greve fosse considerada ilegal, para
inviabilizar o direito sagrado e constitucional de greve, garantido pela nossa
Constituição de 1988. A greve é um direito conquistado pela classe
trabalhadora, pelos trabalhadores da iniciativa privada e também dos serviços
públicos.
No entanto, de uma
forma covarde, a prefeitura entrou com um pedido na Justiça para que a greve
fosse inviabilizada e, infelizmente, Sr. Presidente, a Justiça acatou esse
pedido, impedindo na prática que a greve seja realizada colocando extremas
limitações ao direito de greve dos servidores e servidoras, repito, que estão
amplamente mobilizados contra o que vem acontecendo na cidade.
Então nós
queremos aqui, da tribuna de Assembleia Legislativa, além de externar e
manifestar o nosso total apoio aos servidores e servidoras, ao sindicato que
está levando essa luta e não está sendo reconhecido.
Sr. Presidente,
estão usando essa desculpa de que o sindicato não é o sindicato reconhecido.
Mesmo que não seja, não importa, porque os servidores estão nas ruas, estão se
manifestando e precisam ter as suas reivindicações atendidas.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Guilherme Cortez.
* * *
Quero, Sr.
Presidente, até mostrar um vídeo aqui de uma das manifestações feitas pelos
servidores, uma grande manifestação que está tendo um grande impacto na cidade
e em toda a região. Vou mostrar aqui o vídeo.
* * *
- É exibido o
vídeo.
* * *
É uma grande
manifestação, é um grande movimento que tem todo o nosso apoio. Quero mais uma
vez então repudiar a atitude da prefeitura em recorrer à Justiça contra o
direito de greve, repito, garantido pela nossa Constituição Federal.
Cabe recurso,
logicamente, em relação a essa decisão aqui do Tribunal de Justiça, que,
repito, decisão que nós discordamos veementemente. Infelizmente, o Tribunal de
Justiça tem dado para prefeituras do estado de São Paulo essas decisões,
suspendendo, impedindo o direito de greve.
Então, todo o
nosso apoio a vocês servidores e servidoras de Caraguatatuba, que lutam por
melhores salários, melhores condições de trabalho, pelo reajuste salarial, pelo
aumento do vale-refeição, do vale-transporte e das demais reivindicações que
vocês estão fazendo.
Muito obrigado
e parabéns pela luta.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito
obrigado, deputado Carlos Giannazi.
Seguindo na Lista Suplementar, quero
chamar o deputado Caio França para utilizar a tribuna pelo tempo regimental de
cinco minutos. Seja bem-vindo, deputado.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Obrigado, deputado Guilherme. Prazer em falar aqui
dessa tribuna com a sua Presidência, cumprimentar os colegas, funcionários dessa
Casa, ao público que nos acompanha também através do YouTube, da TV Alesp.
Presidente, o
que me traz à tribuna nesta tarde de hoje é um fato muito preocupante e que,
infelizmente, vem acontecendo com alguma frequência, os planos de saúde
descredenciando algumas clínicas para famílias atípicas.
E eu quero ser
mais específico aqui nesse caso, eu falo da Unimed Santos, que tem
descredenciado clínicas no tratamento de autistas e pessoas e crianças
neurodivergentes, especificamente no caso da Clínica Matheus Alvares, que é uma
clínica que acaba fazendo um trabalho na região - em que as famílias acabam
sendo bem atendidas - e, sem alguma explicação, acabou do dia para a noite
fazendo esse descredenciamento, deixando milhares de famílias sem essa
possibilidade.
E todos nós
sabemos que o tratamento de uma pessoa autista depende de confiança, de
segurança, e você fazer uma mudança abrupta cria um impacto muito grande para
aquela criança e obviamente, por consequência, para a família como um todo.
Recentemente,
teve uma grande manifestação dessas famílias na porta da Unimed Santos e a
gente acompanhou isso, eu tenho sido marcado e procurado por diversos pais e
amigos sobre essa condição e eu quero aqui pedir, óbvio, em um primeiro
momento, já fiz um ofício para que a Unimed possa rever essa condição, mas, ao
mesmo tempo, também vamos enfatizar e notificar a Agência Nacional de Saúde, a
ANS, para que ela possa repactuar esse tipo de decisão unilateral da
seguradora.
Afinal, as
famílias, quando contratam um serviço, contratam em uma condição. A partir
disso, depois, no meio do caminho, deputada Bebel, eles descredenciam serviços
sem dar muitas explicações.
Então, eu quero
aqui compartilhar um desafio que será para que a gente possa retomar essa
clínica e outras também, especialmente se tratando de pessoas, que como eu
disse, não podem ficar mudando de neuropediatra, desse tipo de atendimento, de
psicóloga, de terapeuta, de vários outros serviços multiprofissionais a cada
semana. Realmente, essas pessoas precisam ganhar confiança do funcionário e aí
sim começam a evoluir no seu tratamento.
Então, fica
aqui o meu repúdio e o meu pedido inicial para que a Unimed Santos possa rever
essa decisão e em último caso, claro, utilizar dos instrumentos jurídicos,
inclusive do ponto de vista governamental, para que a ANS possa intervir em
casos como esse, que acabam prejudicando milhares de famílias.
Eu peço que a
Unimed Santos possa rever essa decisão, como disse, unilateral e que tem
prejudicado muitas famílias atípicas, principalmente do litoral de São Paulo.
É isso, presidente.
Peço que esse meu depoimento aqui possa ser encaminhado à ANS, ao plano de
saúde Unimed Santos e outros planos de saúde para que possam ter mais
consideração com as famílias no momento de repensar e descredenciar algumas
clínicas para tratamento de autistas.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito
obrigado, deputado Caio França. Será encaminhado, nos termos regimentais.
Seguindo na lista de oradores inscritos
na lista suplementar, gostaria de chamar o deputado Reis a utilizar a tribuna
pelo tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. REIS - PT -
Deputado Guilherme Cortez, eu fiz questão de retornar no Pequeno Expediente. Ao
que me parece, serei o último orador deste Pequeno Expediente, porque temos
apenas cerca de quatro minutos e 30 segundos.
Mas para deixar
registrado que ontem publicou no “Diário Oficial”, dia dois de setembro de
2025, um despacho do chefe de gabinete da Secretaria da Administração
Penitenciária, e esse despacho, ele suspende o Sr. Fábio Jabá.
Não sei se o
senhor conhece, o Sr. Fábio Jabá é um sindicalista. É o presidente do Sindicato
dos Policiais Penais do Estado de São Paulo. E, ao que me parece, essa
publicação demonstra como o governador Tarcísio de Freitas trata os
funcionários públicos.
Essa é uma
demonstração dessa gestão arrogante, que, além de não valorizar os seus policiais,
de ter dado apenas 5% de reajuste, ele passa a perseguir os policiais que se
colocam contra essa desvalorização, principalmente um policial que é
sindicalista.
Ora, qual é o
papel do sindicalista, senão denunciar? Qual é o papel do sindicalista, senão
cobrar da Administração Pública, cobrar do administrador, cobrar do governador
que melhore as condições dos funcionários públicos, dos policiais penais? Qual
é o papel do sindicato? Os policiais elegem o seu presidente para lutar por
eles.
Agora, não
pode, porque o presidente do sindicato dos policiais penais passa a defender,
gravar vídeos cobrando do governo que se melhorem as condições dos policiais,
que ele responda a um processo administrativo, e o resultado desse processo
administrativo é a suspensão de 60 dias, que publicou ontem no “Diário
Oficial”.
Então, um
processo administrativo disciplinar envolvendo o presidente do Sindicato dos
Policiais Penais, o Sifuspesp, o Sr. Fábio Jabá, no qual é imputada uma pena de
60 dias de suspensão. A falta imputada é fazer um vídeo dentro do seu veículo.
Um absurdo, não é?
Na
justificativa é apontado o Art. 241 do Estatuto do Servidor Público, mais
especificamente seu inciso XIII: “estar em dia com as leis, regulamentos,
regimentos, instruções e ordens de serviço que digam respeito às suas funções”,
e inciso XIV: “proceder na vida pública e privada de forma que dignifique a
função pública”.
Claramente o
fato em nada tem a ver com as leis, regulamentos, regimentos, instruções e
ordens de serviço que digam respeito às suas funções, e muito menos com
proceder na vida pública e privada, de forma que dignifique a função pública.
Está, sim,
relacionado às seguidas denúncias das péssimas condições de trabalho, falta de
pessoal. Então, o presidente do sindicato vai lá e fala: “Olha, as condições de
trabalho estão precárias, não temos gente para trabalhar”.
O próprio
secretário veio aqui na semana passada e falou que tem um déficit funcional
enorme na Polícia Penal. Falta de pessoal, desvalorização da categoria. Então,
o que o secretário da Administração Penitenciária, através do seu chefe de
gabinete, publicou nessa punição, não tem nada a ver com aquilo que é papel do
sindicalismo, do movimento sindical, do representante dos servidores, do
representante dos policiais penais, que é denunciar.
É denunciar.
Então, quando ele faz aquele vídeo, e o governo vai lá e, por conta de um vídeo
que ele fez dentro do carro, denunciando as péssimas condições de trabalho dos
policiais penais... Inclusive os policiais penais, por declaração do próprio
secretário, estão trabalhando em dias de folga.
O próprio
secretário veio aqui e falou: “Não, eu não tenho como fazer o curso durante o
horário de trabalho, eles têm que fazer na folga”, o que afronta a
Constituição, porque o policial tem direito à folga. É um direito. Eu ainda
falei para o secretário: “O senhor está afrontando a Constituição Federal”.
Então, quando o
presidente, o representante legitimamente eleito pelos policiais penais vai lá
e faz as denúncias, o que acontece? Instaurou-se então um PAD, um processo
administrativo, e publicou-se ontem a punição de 60 dias de suspensão do Sr.
Fábio Jabá. Isso nada mais é do que um governo arrogante, um governo
perseguidor, que está encabeçado pelo Sr. Tarcísio de Freitas. Lamentável.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Muito
obrigado, deputado Reis. Toda a nossa solidariedade ao Fábio Jabá,
representante dos nossos policiais penais.
Encerrando agora o Pequeno Expediente e
passando para o Grande Expediente.
*
* *
-
Passa-se ao
GRANDE EXPEDIENTE
*
* *
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB - Pela ordem, Sr.
Presidente. Para uma comunicação, é possível?
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - É regimental.
Dois minutos.
O
SR. CAIO FRANÇA - PSB -
PARA COMUNICAÇÃO - Presidente, quero convidar todo o universo que envolve o
movimento canábico, pois amanhã, a partir das dez da manhã, temos a Frente
Parlamentar da Cannabis e do Cânhamo, que coordeno há dois anos aqui na
Assembleia. Amanhã teremos alguns temas importantes a serem debatidos.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Reis.
* * *
O primeiro
deles é uma atualização sobre a Lei Estadual nº 17.618, que é a lei que inclui
a cannabis medicinal no SUS Paulista em todo o estado de São Paulo, a nossa luta
pela ampliação das patologias e teremos a presença do coordenador do grupo de
trabalho, Dr. José Luiz Gomes do Amaral, representando a Secretaria de Estado
da Saúde.
Para além
disso, teremos também a apresentação do nosso edital de emendas, chegando a um
milhão e 250 mil reais, em parceria com o deputado Suplicy, a apresentação
também do conselho deliberativo, que define as pautas da frente parlamentar, e
também teremos uma moção da frente parlamentar a respeito do percentual do THC,
que deverá em breve estar regulamentado pelo governo federal, em uma decisão do
STJ.
Então, que o
governo federal possa ser mais abrangente, ter mais empatia pelas pessoas na
regulamentação do cânhamo, que em breve deverá ser apresentada pelo governo
federal.
Então, três
temas de suma relevância. Quero convidar a todos, de forma ampla, a estarem
aqui conosco amanhã, a partir das dez da manhã, na Assembleia Legislativa, para
debater esse tema tão importante. A gente tem conseguido, a partir de São
Paulo, fazer avanços importantes, norteando inclusive o País.
Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Muito bem. Encerrado
o Pequeno Expediente, entramos no Grande Expediente. Pela ordem, deputado
Guilherme Cortez.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - Para falar pelo Art.
82, presidente? O Fiorilo não vai falar no Grande?
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - É regimental. Vossa
Excelência tem cinco minutos.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL - O Fiorilo fala
primeiro?
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Não, V. Exa. pode
falar pelo Art. 82. Depois eu peço para V. Exa. assumir a Presidência para eu
poder ir para a CCJ e V. Exa. dá a palavra aos deputados do Grande Expediente.
O
SR. GUILHERME CORTEZ - PSOL -
PELO ART. 82 - Perfeitamente, presidente. Boa tarde mais uma vez. Obrigado,
presidente, meus colegas deputados. Presidente, venho aqui para falar de um
tema muito sério da minha cidade de Franca.
Há muito tempo
acompanho a situação da crise do transporte público de Franca. Franca tem um
dos piores sistemas de transporte público do estado de São Paulo e uma das
passagens de ônibus mais caras.
Isso tem nome e
culpado: Empresa São José. É a mesma empresa que tem a concessão do transporte
público há 60 anos e que é rejeitada pela ampla maioria, quase pela totalidade
dos usuários, de quem depende do ônibus para se locomover na cidade de Franca.
Pois bem, o
prefeito da cidade, com o qual disputei a eleição no ano passado, dizia que
iria renovar a concessão do transporte público para substituir a Empresa São
José. Fez o processo da licitação e hoje a população conheceu a empresa que
venceu a licitação.
A empresa é a
Itu Transportes, e qual é a nossa surpresa quando descobrimos que o sócio dessa
empresa é o Sr. Belarmino da Ascenção Marta Junior, que também é dono da São
José; ou seja, mudou tudo para não mudar nada.
A mudança, a
renovação na concessão do transporte público de que o prefeito tanto falou, na
verdade, trocou a São José por outra empresa que é administrada pelo mesmo dono
da São José.
É um escárnio,
Sr. Presidente, com a população de Franca, que tem razão em estar revoltada com
isso, porque na prática não se muda nada, ou melhor, se muda para pior, porque
pelo menos o contrato antigo com a São José previa que a frota de ônibus
deveria ter 145 ônibus; nessa nova licitação, caiu pela metade: agora são 71
ônibus.
Ou seja, vai se
manter os mesmos donos da empresa gerindo o transporte público de Franca, só
que com metade da frota, sem ar condicionado, sem cobrador, sem previsão de
eletrificação da frota - essa é uma vergonha - e por 20 anos. O contrato prevê
20 anos de concessão para a empresa do mesmo dono da São José seguir
administrando o transporte coletivo da nossa cidade.
Ou seja, se
depender da prefeitura, o mesmo grupo que há 60 anos administra de maneira
péssima o transporte público de Franca vai ter mais 20 anos para seguir
ganhando dinheiro às custas da população. Foi a única empresa que participou da
licitação, o que mostra que é um esquema que já estava todo muito bem
resolvido.
E por isso, Sr.
Presidente, junto com a vereadora Marília Martins, nós estamos acionando o
Ministério Público para que investigue as irregularidades nesse processo de
licitação, porque não pode ser que você tenha que desfazer uma concessão por
conta dos problemas com a empresa São José e que, na nova licitação, quem seja
premiado, quem ganhe o direito de administrar o transporte coletivo da nossa
cidade sejam os mesmos donos da mesma empresa para seguir administrando o
serviço público da mesma maneira.
E a população
pagando esse preço, preço caro e pagando o preço da péssima qualidade do
serviço que é oferecido por esse grupo. Então, nós estamos acionando o
Ministério Público, porque é um absurdo que essa licitação preveja a redução
pela metade da frota, que não contemple cobrador, não contemple ar-condicionado
nos ônibus neste momento de crise climática que a gente vive de altas
temperaturas e sequer avance para a eletrificação da frota.
Nós não podemos
aceitar que a mudança que o prefeito tanto anunciou do transporte coletivo da
nossa cidade acabe em pizza. Você troca tudo para manter tudo do jeito como
está, mantendo as mesmas pessoas administrando o transporte público da nossa
cidade.
E ainda falando
sobre a minha região, presidente, eu queria me solidarizar com a vereadora de
Patrocínio Paulista, vereadora Dandara, que foi a vereadora mais votada da
cidade, uma mulher negra transexual e como infelizmente está virando moda aqui
no estado de São Paulo, está sendo perseguida politicamente. Esta semana foi
votada a sua cassação por motivos absurdos.
Um dos motivos
que acusam a vereadora e que ensejou a cassação de seu mandado, deputado
Fiorilo, foi que ela deitou no sofá da Câmara. Ou seja, se encontra qualquer
motivo, pelo mais esdrúxulo possível, para cassar o mandato de parlamentares
progressistas, de parlamentares trans. A mesma coisa aconteceu recentemente com
a vereadora Myrella, em Bariri.
E felizmente
hoje nós acordamos com a notícia de que a Justiça restituiu o mandato da
vereadora Dandara por conta de uma série de vícios nesse processo de cassação
que, como está mais do que claro, foi um processo enviesado com o objetivo de
fazer a perseguição política da Dandara, mas agora ela está restituindo o seu
mandato.
A Dandara tem
todo o nosso apoio, a nossa solidariedade, faz um grande trabalho e se não
estivesse fazendo um bom trabalho não teria sido reeleita com a maior votação
na cidade.
E o que a gente
não pode aceitar é tapetão, é aceitar que os vereadores cassem o mandato de
seus colegas, ou os deputados cassem o mandato de seus colegas, simplesmente
para perseguir e silenciar a atuação política deles quando eles não cometem
nenhum crime, nenhuma quebra de decoro.
Isso é
inaceitável ainda mais porque a gente tem visto muito, Sr. Presidente, isso
acontecer contra mandatos de pessoas combativas, de pessoas que representam de
fato a população e sobretudo de mulheres transexuais.
Então toda a
nossa solidariedade para a vereadora Dandara, que agora restituiu o seu
mandato, mas também para toda a população de Patrocínio Paulista, que também
está sendo vítima.
A partir do
momento que se cassa o mandato de uma vereadora democraticamente eleita, você
está silenciando todos os eleitores da cidade e tirando deles o direito de
escolher os seus representantes.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - REIS - PT - Chamo para fazer uso
da palavra a deputada Delegada Graciela. (Pausa.) Deputada Profª Camila Godoi.
(Pausa.) Deputada Solange Freitas. (Pausa.) Deputado Paulo Fiorilo, em permuta
com o deputado Eduardo Suplicy. Vossa Excelência tem o tempo regimental de dez
minutos.
*
* *
- Assume a Presidência o Sr. Guilherme
Cortez.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Com a palavra
o deputado Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT -
SEM REVISÃO DO ORADOR - Muito obrigado, Sr. Presidente. Queria agradecer ao
presidente que já deixou aqui a tarefa para cumprir outra tarefa na Comissão de
Constituição e Justiça.
Sr. Presidente,
eu quero aproveitar aqui o Grande Expediente para falar com você que nos
acompanha pela Rede Alesp, você que mora no estado de São Paulo, você que se
preocupa com o seu Estado, com a sua cidade.
Nós estamos
vivendo uma situação interessante. Nós temos um governador que acha que o
Estado está uma maravilha. Eu queria dialogar com você, porque quem sabe como
está o Estado são aqueles que vivem nas cidades, que vivem neste Estado. Então
vamos lá, o governador foi para Brasília dialogar sobre a anistia dos
golpistas.
Não. Não. Vamos
de novo, o governador do maior Estado do País, deixa o seu Estado para ir a
Brasília negociar a anistia daqueles que invadiram o Congresso, que invadiram o
Judiciário, que invadiram o Palácio do Planalto. O governador tirou o seu dia
de trabalho, pago por você, para fazer política.
Sabe por quê?
Porque ele está interessado em mudar de cargo, e ele tem que fazer média com o
bolsonarismo, ele tem que passar pano, ele tem que lamber botas do Bolsonaro. E
aí ele começa a fazer gestos para poder se credenciar junto à família. Família,
que é bom lembrar aqui, chamou os governadores de ratos.
De novo, chamou
os governadores que estão conspirando para saírem candidatos de ratos. Não fui
eu, não foi a oposição, não foi o PSOL, não foi o PT, foi o filho do Bolsonaro,
em alto e bom som. Para não dizer os palavrões que ele resolveu falar para o
pai.
Eu vi outro dia
um videozinho de um militar dizendo que é absurdo, um filho que trata o pai do
jeito que ele tratou, como é que trata o País? Bom, a gente está vendo como
trata o País, está conspirando contra o Brasil, está lá nos Estados Unidos
fazendo articulações para sacanear os brasileiros. É disso que se trata.
Bom, tirando
então essa falta não justificada do governador - que aliás eu acho que ele
deveria pagar o dia -, a gente vai para o Estado, porque o Estado está muito
bem, é impressionante. Olhe só a situação do pessoal da Saúde. Pesquisas
realizadas pelo sindicato mostram que 80% dos servidores da Saúde já sofreram
violência.
Aliás, a gente
vai fazer uma audiência pública para tratar desse assunto. Como é possível a
gente ter, no Estado mais rico, as pessoas sendo agredidas, porque estão
atendendo nas unidades de Saúde? O último caso que o pessoal trouxe para a
gente foi o caso de São Mateus.
Aliás, de novo,
o hospital de São Mateus vive uma situação de calamidade. Eu estive lá há um
ano atrás, a situação continua a mesma, problema de atendimento, falta de
funcionários. E parece que não é problema do governador, porque está em
Brasília cuidando de outro assunto importante para a vida dele.
Mas vamos
continuar. Eu não vou falar hoje da Segurança, mas vou falar de estradas. Eu já
falei aqui da situação do Vale do Ribeira. Governador, o senhor bateu o bumbo,
prometeu estrada, os prefeitos acreditaram. Aliás, o senhor prometeu duas. Uma
que liga Iporanga a Apiaí, que é fundamental para o turismo do Parque do Petar.
E a outra, que é de Barra do Turva a Iporanga.
Oh, bateram o
bumbo. Falaram que a obra já tinha começado e tal. É verdade. Só que,
governador, hoje eles tiraram as máquinas. Sabe qual é o argumento? É que o
projeto é muito antigo. Eu acho que ou é incompetência do seu governo, ou é
má-fé com a população do Vale do Ribeira, porque como é que é possível iniciar
uma obra e depois ter que paralisar? Porque as licenças, porque o projeto era
antigo. Ninguém olha? Ninguém cuida?
Aliás, não deve
mesmo, não é? Porque se todo mundo ficar olhando o que o senhor está fazendo,
ninguém vai se preocupar com o Estado. Todo mundo vai ficar se preocupando se o
senhor vai para Brasília, se o senhor vai articular contra o Estado brasileiro.
Aliás,
governador, o senhor também tem contribuído muito com a democracia. Última
declaração foi: “Não confio na Justiça”. Não é arrazoado, governador. Que feio.
O senhor que está querendo ser candidato, articulado pelo Centrão, pelos
partidos de direita, entrar numa roubada dessa para fazer média com o
Bolsonaro, não dá.
Você que nos
acompanha, precisa separar o joio do trigo. O trigo, a gente sabe o que é. O
joio, a gente está descobrindo. E eu vou dizer mais. O governador é recorrente.
Aqui no estado de São Paulo, uma das primeiras atitudes que ele tomou foi pedir
para essa Assembleia cancelar quase um milhão de multas do Bolsonaro por conta
da Covid.
Todo mundo se
lembra, o Bolsonaro, aliás, é responsável por 700 mil pessoas que vieram a
falecer, porque não apostou na vacina, porque incentivou aglomerações, o não
uso de máscaras. E agora, ele, aqui na Assembleia, aprovou o projeto que
liberou o Bolsonaro de um milhão. Percebe? É o cara que vai passar pano para o
Bolsonaro onde ele estiver.
Já falou. O
primeiro ato dele, se ele for eleito - mas não será - é anistiar o Bolsonaro.
Eu acho que o primeiro ato de um presidente da República tinha que ser outro.
Tinha que se preocupar com o povo, tinha que se preocupar com as coisas que o
povo precisa. Não isso.
Esse não pode,
não deve ser nem governador, nem presidente. Não tem cacife, estatura,
estrutura para fazer isso. E você, que é eleitor, que acompanha o que acontece
na sua cidade, no seu Estado, tem que ficar atento. Repare o que aconteceu
agora nas linhas de metrô, de trem: o governo teve que fazer uma alteração,
criou a maior confusão na Barra Funda. E a gente avisou: vai dar problema.
Aliás, o que mais dá problema é o transporte coletivo.
E o governador
quer entregar, como se a iniciativa privada, a ViaMobilidade, ou outras - como
agora a Sabesp, que eu vou falar em seguida -, fossem a solução para a panaceia
do governador. Não é, não será, não vai ser, não adianta.
Sabesp - aliás,
vou falar disso porque a gente corre um sério risco de não ter água nas nossas
torneiras - Sabesp foi privatizada. Aqui, todo mundo, a maioria dos
governistas, bateram palma, votaram, tiraram foto, governador dando martelada,
uma coisa impressionante.
Agora, vá
perguntar para quem mora na periferia, o que eles estão cobrando de esgoto -
que não é recolhido - ou as contas de água, o valor das contas. Você que está
nos assistindo sabe do que eu estou falando: responsabilidade do governador
Tarcísio, é disso que nós estamos falando.
Para não lembrar
aqui o escândalo na Sefaz: um bilhão, um bilhão. Presidente, o maior escândalo
desse Estado: um bilhão. E assim, o governador... é como se não fosse com ele.
Aliás, nem ele e nem o secretário dele. Nós representamos no Ministério
Público, estamos cobrando.
Agora, o dono
da Ultrafarma já não tem que pagar a multa, está solto e tal, e segue a vida.
Não, não segue a vida, não pode ser só um auditor, dois auditores, três
auditores; era um baita esquema.
Governador, o
senhor não está tomando conta da Secretaria da Fazenda, o senhor está
preocupado com outros assuntos que não dizem respeito ao Estado - que o senhor
deveria fazer isso nos finais de semana, se o senhor quisesse gastar para fazer
política. Política com dinheiro pago pelos munícipes, por aqueles que
contribuem com impostos, por aqueles que pagam ICMS e IPVA. Essa é a
responsabilidade do senhor, não o que o senhor está fazendo.
Então, eu quero
deixar aqui para vocês: nós vamos fazer audiência pública para discutir a
situação dos enfermeiros, do pessoal que trabalha na Saúde e que está sendo
agredido. Agora, não basta discutir. O governo precisa se preocupar; são
funcionários públicos agredidos, muitas vezes, nas periferias, e que ninguém,
ninguém, dá a mínima. Então, nós vamos fazer esse debate. Como nós estamos
fazendo da Sefaz: um bilhão desviado e ninguém dá a mínima, ninguém fala.
E
eu estou falando do Estado porque o governador resolveu sair do Estado para
articular anistia para golpista. Isso é inadmissível, nós não podemos permitir.
Então, você que
acompanha esse debate aqui, você que acompanha e que vai acompanhar daqui a
pouco a sessão - em que nós vamos continuar discutindo a indicação do
governador de um representante para o Tribunal de Contas que tem um passado que
o condena -, é bom ficar atento.
Porque é isso
que a gente tem: um governador que está preocupado em passar a mão em golpista
e indicar quem participou da reunião contra as urnas eletrônicas para ser
membro do Tribunal. Esse debate nós vamos travar daqui a pouco, a partir das 16
e 30, discutindo a indicação do governador. Na minha opinião, outro equívoco.
É assim que a
gente vive aqui nesse Estado: de equívoco, de vai e volta, de uma posição
pendular. Não é possível a gente conseguir ter um governador ou governar esse Estado
com esse governador. Eu acho que está na hora de a gente começar a pensar.
Você que
acompanha o debate, você que mora no Estado, que sabe o que está acontecendo,
tem que abrir os olhos e ficar esperto.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado,
deputado Paulo Fiorilo.
Seguindo na lista de oradores do Grande
Expediente, chamo o deputado André Bueno. (Pausa.) Deputado Dr. Elton. (Pausa.)
Deputado Tomé Abduch. (Pausa.) Lucas Bove. (Pausa.) Mauro Bragato. (Pausa.)
Eduardo Suplicy. (Pausa.) Enio Tatto. (Pausa.) Fábio Faria de Sá. (Pausa.)
Emídio de Souza. (Pausa.) Sebastião Santos. (Pausa.) Luiz Fernando Teixeira.
(Pausa.) Márcia Lia. (Pausa.)
Ana Perugini. (Pausa.) Mônica Seixas.
(Pausa.) Rafael Saraiva. (Pausa.) Letícia Aguiar. (Pausa.) Marcelo Aguiar.
(Pausa.) Guilherme Cortez. (Pausa.) Carlão Pignatari. (Pausa.) Teonilio Barba.
(Pausa.) Bruno Zambelli. (Pausa.) Luiz Claudio Marcolino. (Pausa.) Delegado
Olim. (Pausa.) Dr. Jorge do Carmo. (Pausa.) Beth Sahão. (Pausa.) Caio França.
(Pausa.) Jorge Caruso. (Pausa.) Carlos Cezar. (Pausa.)
Deputado Paulo Mansur, tem o tempo
regimental de dez minutos para usar a tribuna.
O
SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Pela ordem,
presidente, para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Pela ordem,
deputado Capitão Telhada.
O
SR. CAPITÃO TELHADA - PP - PARA COMUNICAÇÃO -
Muito obrigado, presidente.
Aproveitando esses dois minutos,
enquanto meu amigo deputado Paulo se dirige à tribuna, para cumprimentar e
agradecer a presença da minha família hoje aqui na Assembleia Legislativa.
(Palmas.)
Você sabe, presidente, deputado Paulo
Fiorilo, deputado Paulo Mansur, que hoje é meu aniversário: três de setembro,
estou completando 39 anos nessa data.
Fui surpreendido nos corredores pela
família. Vim cumprir as obrigações hoje na Assembleia. Quando eu descia da
Comissão de Transportes, eles acharam que iam me fazer uma surpresa. Eu que os
surpreendi no corredor sem querer. Mas, enfim, eu fiz questão de vir ao
plenário para fazer essa comunicação.
Porque a gente sempre cumprimenta aqui
os nossos amigos prefeitos, vereadores, deputados de outros estados que nos
acompanham nas sessões. Mas o nosso patrimônio mais importante, sem dúvida
nenhuma, é a nossa família. Então me orgulha muito a família que eu nasci, a
casa, meus pais, meus avós, minha esposa, meus filhos, minha cunhada, meus
amigos aqui.
Faço questão de cumprimentar cada um.
Débora, minha querida esposa. Minha filha, Laura, de 10 anos. Meu filho,
Cássio, de cinco. A minha cunhada, Simone. Os meus sobrinhos, Davi e Bernardo.
Ao Roberto, à Ester. Muito obrigado pela presença. Saibam que eu amo vocês do
fundo do meu coração. E fiquei muito feliz com a surpresa de hoje. Em que pese
estar trabalhando, mas, pelo menos na companhia da família, completando esses
39 anos.
Obrigado, presidente. Obrigado,
excelentes palavras, ao meu amigo, Paulo Mansur. Deus abençoe. Prometo que vou
dar quórum, na extraordinária, até um certo limite. Então, por favor, vamos
fazer um acordo na discussão, Paulo, por gentileza.
O
SR. PRESIDENTE - GUILHERME CORTEZ - PSOL - Obrigado,
Capitão Telhada. Feliz aniversário para você. Seja bem-vinda toda a sua família
maravilhosa. Passo agora a Presidência para o deputado Paulo Fiorilo. Deputado
Paulo Mansur tem dez minutos para usar a tribuna.
*
* *
-
Assume a Presidência o Sr. Paulo Fiorilo.
*
* *
O
SR. PRESIDENTE - PAULO FIORILO - PT - Antes de
passar a palavra, ao deputado Paulo Mansur, eu queria parabenizar o deputado
Telhadinha, e dizer do respeito que eu tenho.
Inclusive, porque fui vereador com o
pai do Telhadinha na Câmara Municipal de São Paulo. Parabéns pelos 39 anos.
Parabéns pela família, tudo corintiano. (Voz fora do microfone.) Já descobri,
dois corintianos e um são-paulino. Parabéns. Depois você pode ficar no seu
gabinete, comemorando. Não precisa nem descer. Tá bom?
Com a palavra, o deputado Paulo Mansur,
pelo tempo regimental do Grande Expediente.
O
SR. PAULO MANSUR - PL
- SEM REVISÃO DO ORADOR - Olha, antes de mais nada, cumprimentar o Telhada, o
Capitão Telhada, que é um orgulho para a nossa Casa. Defende as pautas Deus,
pátria, família e liberdade. E também, que teve uma escola com o seu pai. Fico
muito feliz de você trazer a sua família nesse dia especial do seu aniversário.
Parabéns, Telhada.
Quero
cumprimentar a todos que estão na plateia, me assistindo agora. A gente está
vendo que são estudantes. Também, cumprimentar a todos que estão assistindo a
gente na TV Alesp.
Ontem, dois
fatos aconteceram, muito importantes. Primeiro, que o Eduardo Tagliaferro, que
foi assessor especial de enfrentamento e desinformação do Tribunal Superior
Eleitoral, de Alexandre de Moraes, entre 2022 e 2024, ele atuava diretamente
com o ministro Alexandre de Moraes, que era então presidente do TSE, Tribunal
Superior Eleitoral, na época da eleição.
Ele deu
depoimentos fortes ontem. Acusações como fraude processual gravíssima,
direcionamento político parcial, vínculos informais burocráticos, vazamentos do
Vaza Toga. Gente, eu vou colocar uma parte do depoimento dele, para vocês
escutarem, que é importantíssimo.
* * *
- É executado o
áudio.
* * *
Olha só. Uma acusação gravíssima. É um
assessor especial. É como se fosse meu chefe de gabinete, hoje, como deputado
estadual, indo contra mim. Então é um assessor especial de Alexandre de Moraes,
que faz um depoimento. E ele faz um depoimento porque ele teve que sair do
País.
Claro, com medo
de sanções contra ele, o medo da prisão contra ele. E Alexandre de Moraes, como
sempre, dobra a aposta. Ele já está colocando-o como investigado, sendo que ele
é o acusador.
Ele está
acusando Alexandre de Moraes, que quando trabalhava para ele no TSE, na época
da eleição, Alexandre de Moraes dava funções para ele para ter desinformações,
para atender a um lado da democracia, que era a esquerda, o PT, esse desgoverno
do nosso País.
* * *
- Assume a
Presidência o Sr. Luiz Fernando.
* * *
Inclusive, o PP
e o União Brasil acordaram, depois de tanto tempo, para sair desse desgoverno
do Lula, que só vem prejudicando o nosso País a cada passo, querendo
transformar o nosso País num socialismo. Eduardo Bolsonaro teve que sair do
País para mostrar os desmandos de Alexandre de Moraes, mostrar que o nosso País
está correndo perigo da democracia.
Presos
políticos no dia oito de janeiro, pessoas com mais de 70 anos de idade,
diabéticas, que foram a uma manifestação. Nessa manifestação acabaram sendo presas
1.500 pessoas, 1.500 brasileiros.
E quando eu
falo brasileiros, do estado de São Paulo, de Minas Gerais, de Goiás, tudo numa
manifestação. Iraci Nagoshi, 73 anos de idade, diabética, condenada a 15 anos
de prisão. Uma cabeleireira, gente, condenada à cadeia, motorista.
Quando o
Bolsonaro falou sobre pessoas que estavam vendendo pipoca no dia oito de
janeiro, realmente, pessoas que estavam vendendo milho e pipoca foram presas.
Se o Bolsonaro quisesse convocar 200 mil pessoas no oito de janeiro e fizesse
um vídeo na rede social, logo depois que acabou a eleição, ele convocava 200
mil pessoas lá na porta de Brasília. Ele não fez isso, ele não quis convocar.
Foi uma
manifestação de brasileiros que tomaram a liberdade de ir protestar na frente
do Congresso Nacional. Só que existiu um golpe do próprio PT, porque eles já
articulavam fazer essa narrativa para fazer com que brasileiros tivessem medo
de ir para as ruas, e conseguiram. No primeiro ano, quando foi presa muita
gente, parou-se a manifestação no nosso Brasil, porque os brasileiros tiveram
receio de irem para a rua, receio de serem presos.
Mas agora, no
dia sete, nós vamos para a rua e vamos dobrar o nosso público, porque o
presidente Bolsonaro está sendo injustamente preso em casa. E agora, com as
narrativas, estão querendo colocar um presidente que teve mais de 54 milhões de
votos atrás das grades, um homem que já teve diversos cargos de deputado
federal, que demonstrou o que é uma direita no nosso Brasil, que denunciou que
o PT apoiava dentro das escolas, apoiava dentro das escolas, deputado Conte
Lopes, a cartilha gay dentro das escolas, uma cartilha que colocava sexualidade
para crianças de seis anos de idade. E nenhum pai quer isso - eu tenho meu
filho de seis anos de idade. Nem os gays querem isso, nem as pessoas querem
isso.
Agora, o que
está acontecendo neste Brasil, com tudo que vem acontecendo, é um verdadeiro
desrespeito conosco, brasileiros. O Lula pegou, com o Bolsonaro, 22 ministérios
técnicos. Ele já tem 40 ministérios, gente.
Ou seja, o seu
dinheiro público de impostos, é isso que ele faz. São ministérios direcionados
a partidos políticos, e esses partidos políticos fazem gabinetes de empregos.
Ou seja, a pessoa vai lá trabalhar para ganhar 15 mil reais, mas ela não vai
trabalhar, ela pega aquele dinheiro e divide com o rei. É assim que funciona:
verbas gigantescas de ministérios, milhões e bilhões direcionados para um
agente político daquele líder do partido.
É por isso que
o Bolsonaro colocou o Tarcísio ministro da Infraestrutura, que era uma pessoa
de carreira. Ele foi lá e se tornou um agente público porque passou num
concurso público. E ele pegou o Tarcísio e transformou em ministro da
Infraestrutura.
Ele não era de
partido nenhum. E tantos outros que a gente pode nomear aqui: Paulo Guedes, da
Economia, mas ele era economista. O que o Haddad tem a ver com Economia? Nada,
zero.
Foi eleito o
pior prefeito de São Paulo. E ele está lá. Agora, se a gente começar a citar
aqui - quem são os ministros do Lula? Ninguém sabe. São 39 ministros, mas
ninguém sabe quem são. Aumento de impostos, o Bolsonaro foi o único a tirar
imposto da gasolina, para baixar para quatro reais e trinta centavos. E mesmo
assim apanhou da imprensa. A imprensa está com esse desgoverno, gente.
Muito obrigado,
presidente.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem,
presidente. Para uma comunicação, antes do próximo orador.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Pois não,
deputado.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Sr. Presidente, eu quero aproveitar aqui meus dois minutos para
poder, não dialogar, porque é difícil, né, mas para tentar ajudar, até porque a
gente tem alunos de escola aqui, de Valinhos, que o senhor vai anunciar.
E é importante
que os alunos que estão aqui possam até refletir se algum dia algum deles
recebeu uma cartilha, como disse o deputado, defendendo teoria de gênero, sei
lá, LGBTQIA+. É impressionante como o deputado insiste em repetir mentiras.
Vamos lá:
manifestação do dia oito. Sabe, eram assim 1.000 pessoas, 2.000 pessoas que
foram passear. Mas daí elas resolveram quebrar os órgãos, as referências de
Estado da democracia brasileira.
Sabe assim:
ninguém perguntou se quem foi era diabético, cabeleireira, taxista. Mas eles
foram convocados para ir. Daí vão lá passear em Brasília e resolvem quebrar,
defecar em cima de mesa. Não pode. Assim, é como se a gente quisesse apagar o
que aconteceu na história.
E outra né,
vamos lá: o Bolsonaro abaixar a gasolina era porque queria se eleger, dar
dinheiro para taxista porque queria se eleger. Pôr a Polícia Federal para
impedir o voto, para querer se eleger. É por isso que o Bolsonaro está
respondendo agora, deputado, se o senhor não sabe.
E que não há
nenhum problema responder. E não é porque foi deputado, porque foi eleito, que
está impune: quem comete crime tem que ser punido. O Bolsonaro está sendo
punido. Aliás, está sendo punido, em casa, porque desrespeitou as normas.
Quem
desrespeita as normas precisa ser e deve ser punido. Vai ter um julgamento,
está sendo um julgamento transparente, todo mundo está falando: “os advogados
hoje foram melhores do que ontem; amanhã pode ser pior do que hoje”.
Agora, querer
mudar a realidade, não dá. Houve, aqui, uma tentativa de golpe. As pessoas
foram para a rua, independentemente de elas serem de 70, de 60 ou de 50 -
levadas por vocês. E vão responder, não adianta querer dizer: “ah, nós temos
que anistiar todo mundo para pacificar o Brasil”.
Eu encerro
dizendo: pacificar o Brasil só com punição. É assim que se pacifica um país,
para que não se repita o que a gente já viveu nesse País com a ditadura, que
eles defendem.
Muito obrigado,
Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Muito obrigado,
nobre deputado. Dando continuidade à lista de oradores, quero convidar a Dra.
Damaris Moura. (Pausa.) Rafa Zimbaldi. (Pausa.) Reis. (Pausa.) Carlos Giannazi.
(Pausa.) Dirceu Dalben. O senhor vai usar a tribuna depois? O nobre deputado
Conte Lopes. Tem a palavra, nobre deputado.
O
SR. PAULO MANSUR - PL - Uma breve
comunicação, presidente, antes de o deputado fazer uso da palavra.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Eu queria te
pedir: deixa o deputado fazer uso da palavra e, na sequência, o senhor faz a
comunicação. O senhor acabou de usar a palavra...
O
SR. PAULO MANSUR - PL - Mas eu fui atacado.
Você não está sendo democrático, presidente.
O SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Eu queria, antes de sair,
anunciar a visita guiada ao Plenário JK.
O
SR. PAULO MANSUR - PL - Quando eu estou na
Presidência, eu dou a palavra.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Eu peço que
corte o microfone do deputado. Anunciar a visita guiada ao Plenário JK dos
alunos do Colégio Carpe Diem, de Valinhos. Tem a palavra o nobre deputado Conte
Lopes.
O
SR. CONTE LOPES - PL
- Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, público que nos acompanha na
tribuna da Assembleia, hoje pela manhã eu acompanhava o processo lá em Brasília
que está ocorrendo contra o Bolsonaro, vendo as defesas dos indiciados, dos
réus: todos eles falando a respeito da delação do traidor Mauro Cid, que se
acovardou.
É um coronel
covarde que vai ser lembrado como José Silvério dos Reis, Judas e outros
traidores da Pátria. Pior do que Judas até, bem pior. Todos os advogados
criticavam o procedimento como foi feita essa delação. Ele realmente não foi de
livre e espontânea vontade, nobre presidente Luiz Fernando. Ele foi obrigado.
Ele até desmaiou.
Quando ele
recebeu uma prensa do relator, Alexandre de Moraes, que se ele não confirmasse
o que ele havia falado, a mulher dele, o pai e a filha poderiam sofrer
consequência. Todo mundo viu isso na televisão. Eu coloco isso, Sr. Presidente,
porque eu vejo um negócio meio enrolado em cima de Justiça e política, sabe?
Até o Lula
ficou 580 dias preso. Nobre deputado Paulo Fiorilo, o mesmo Supremo que prendeu
Lula foi o que soltou também, né? Então a coisa na Justiça brasileira está
assim. Quem o presidente nomeia, ele vai, se ele for do PT, ele vai contra nós
do PL e da equipe do Bolsonaro.
Se nós
nomearmos, nós vamos contra o PT. Mas Justiça é isso? Quando eu fiz a faculdade
de Direito, primeira aula que eu aprendi é que a Justiça prefere absolver um
culpado do que condenar um inocente. Hoje, não, hoje é todo mundo. O tal do
general Braga, que está preso há não sei quanto tempo, um ano, dois anos, por
que ele está preso?
Porque o Mauro
Cid, depois de 16 meses que estava contribuindo, ele resolveu falar que o
general Braga entregou dinheiro para o pessoal que estava fazendo manifestação
em frente aos quartéis. Ele ficou 16 meses para falar isso, 16 meses? E por que
o relator Alexandre de Moraes não deixou filmar a acareação do Mauro Cid com o
general Braga? Não permitiu.
Então são
certas coisas que parece que hoje para a direita se joga de uma forma e para a
esquerda de outra. Só que o mundo é uma roda gigante, hein, gente? O Lula
estava preso ontem, ficou 580 dias preso, hoje ele está lá no topo. É uma roda
gigante, ele está lá em cima, certo?
Amanhã a roda
gigante pode virar de novo. Amanhã a roda gigante pode, e eu não acho isso
certo, honestamente. Como policial há quase 60 anos, eu sei como a polícia age,
eu sei. Eu sei que a federal está agindo em muitos casos que os advogados
estavam falando lá. Você monta uma versão e vai jogando aquela versão, só
interessa aquilo lá. Se é o apartamento do Lula, vai ser o apartamento do Lula,
até ele rodar.
Então é mais ou
menos, a coisa ocorre dessa maneira. Será que o grande defensor da Pátria, que
já foi promotor, secretário de Segurança, que tem a Polícia Federal meio que na
mão, é duro até de falar isso, viu, deputado Paulo Fiorilo?
Mas a gente tem
que entender que a gente está aqui hoje e amanhã ou depois qualquer um pode ser
vítima disso aí, do circo policial. Se monta, aí o cara não sai. E serve para
os dois lados.
Eu nunca vim
criticar aqui chamando ninguém de ladrão, nem do outro, nem de um lado. Acho um
absurdo um Michel Temer da vida, com quase 90 anos, ser enquadrado pela Polícia
Federal, na Marginal, com homens armados de fuzil.
Quando o
ex-presidente poderia ser chamado a qualquer delegacia, ser intimado, ele ia,
mas não, interessa a montagem. Vi César Tralli, da Globo, está em um
helicóptero junto com o Paulo Maluf, quando o Paulo Maluf foi preso pela
primeira vez.
Quem dirigiu o
helicóptero? O filho do Maluf. Quando desce o helicóptero, a Federal fala:
“Olha, vamos algemar você agora”, porque tinha que sair na televisão o cara
algemado, não é?
Então fico
preocupado de político ser tratado desse jeito e a gente ir aceitando, porque
depois a gente mesmo é envolvido nesses troços. Quando cheguei nesta Casa aqui,
Paulo Fiorilo, deputado era deputado, tinha prerrogativas, tinha prerrogativas
realmente, tinha e tem que ter, senão não pode falar o que estou falando aqui,
por exemplo, daqui a pouco estou preso.
Como foi
cassado o Francischini, um delegado de polícia, deputado do Paraná, ele falou
na tribuna e foi cassado. Então isso aí me assusta, saber que um general de
quatro estrelas como o Braga Netto está preso, não sei, um ano ou dois, pela
declaração de um delator. Agora o que acontece? Alguém da polícia falou: “Você
tem que falar isso aqui e você vai falar, senão você vai preso igual a sua
família inteira”.
O que a gente
vê é uma série de “zap” para lá e para cá e o pior de tudo, quem está
enxergando isso é o mundo hoje. Está certo esse estilo de política? Para um,
cadeia, para outro, não precisa haver nada.
Amanhã, se
mudar o governo, pode acontecer o contrário, como já aconteceu anteriormente.
Quantas vezes vi aqui, Paulo Fiorilo, Lula? Por quê? Porque o Lula estava
preso. Estava preso porque cometeu o crime ou não cometeu o crime?
E agora querem
que o Bolsonaro vá preso, vai ser preso porque quis fazer um golpe ou não?
Porque ele fala que não fez golpe nenhum, foi embora, não passou o governo
porque não gostava do Lula, trocou o comando que determinou para o futuro
ministro da Defesa e foi embora. Quebrou o pau? Quebrou. Esta Casa aqui, Sr. Presidente,
nós tivemos áreas invadidas várias vezes, quebraram esse vidro aí, entraram
aqui e quebraram tudo, ficaram um mês dormindo aqui dentro, a Apeoesp, um mês.
Na Câmara
Municipal, onde eu e o nobre deputado Paulo Fiorilo fomos colegas lá como
vereadores, fizeram a mesma coisa, quebraram, invadiram e não deixaram a gente
trabalhar, tive que trabalhar no nono andar e ninguém foi processado
criminalmente, ninguém respondeu por nada como se fosse “Vai acabar o mundo a
mulher passou um batom lá”, 17 anos de cadeia.
O André do Rap
entra em cana, é o maior traficante do mundo, entra em cana e o ministro do
Supremo assina um papel e manda ele embora. E na segunda-feira - era um sábado,
quando ele ficou sabendo que era o André do Rap - mandou um documento para a polícia:
“Prenda-se”. Estão procurando André do Rap até hoje. Então, sei lá, não é? Acho
que política é uma coisa e polícia é outra.
Bolsonaro errou
em alguns momentos? Acho que errou mesmo, quando aceitou que Alexandre de
Moraes não deixasse nomear o delegado diretor da Federal. Ali ele não devia ter
deixado, ali mostrou fraqueza - fica entre nós - infelizmente. Então,
assistindo, volto a dizer, coloca a ação dos deputados pedindo a anulação do
processo, até como pedia o advogado do general de Braga Netto. Porque ele pediu
para filmar a acareação entre Braga Netto e o delator Mauro Cid, e o ministro
não permitiu.
Então não pode
mostrar a fisionomia dos dois, o debate entre os dois, quem estava mentindo ou
não, fica só a palavra dele. Então, infelizmente, é uma situação que a gente
vai ver onde vai se chegar, porque, realmente, é triste a gente verificar a
situação de vários presidentes presos.
E quem será o
próximo preso? O que for eleito ano que vem?
Então fica aí,
Sr. Presidente, as minhas colocações.
Obrigado.
O
SR. PAULO MANSUR - PL - Uma breve
comunicação, presidente.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Palavra ao
nobre deputado Paulo Mansur.
O
SR. PAULO MANSUR - PL -
PARA COMUNICAÇÃO - Líder do Governo Paulo Fiorilo, tenho vergonha do depoimento
que você deu nesse microfone, vergonha, sabe por quê, Paulo?
O presidente
Bolsonaro, no dia 30 de dezembro, antes dele entregar o cargo, em uma live, ele
fala: “Vamos fazer tudo democraticamente”, isso está gravado. Ele aceitou a
indicação do líder supremo do Exército, da Marinha e de todos os órgãos que o
Lula pediu, ele fez uma transição pacífica.
E a
manifestação do dia oito de janeiro não foi convocada pelo presidente
Bolsonaro, porque se ele tivesse convocado, iriam 200 mil pessoas. Foram
brasileiros indo às ruas, indignados.
E quando eles
entram dentro do Congresso Nacional e pessoas fazem vandalismo, eles têm que
ser julgados como vandalismo, não como um golpe, porque o golpe só se dá com as
instituições, o golpe só se daria com o manifesto do Senado, do Congresso, com
as Forças Militares, Polícia Militar, Polícia Civil, o Exército, Marinha e
todos juntos e, principalmente, com a imprensa. Aí você tem uma tomada de
poder, com armamento pesado - não foi o que aconteceu.
Então, o que a
gente quer é imparcialidade na mais alta corte desse País, que eles julguem o
presidente Bolsonaro de uma forma justa e não é isso que está acontecendo,
porque pessoas que estão presas até hoje, trabalhadores do nosso Brasil, de
vários estados - e, principalmente, do nosso estado de São Paulo -, que estavam
nessa manifestação.
E eu vou mais
além, as câmeras que o Flávio Dino despareceu, com mais de 200 câmeras. Então é
essa a nossa indignação, Paulo Fiorilo.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Pela ordem, Sr.
Presidente, para uma comunicação.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Palavra ao
nobre deputado.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - PARA
COMUNICAÇÃO - Deputado Paulo Mansur, só fazer um reparo, eu não sou líder do
Governo, eu nunca fui. O Governo é de vocês, mas também não sou.
E eu não me
envergonho do que eu disse, até porque, assim, óbvio, o senhor pode fazer um
recorte, mas a gente podia discutir antes da viagem as reuniões para leitura do
texto do golpe, que apareceram no Palácio, a gente podia fazer uma discussão
sobre as movimentações e manifestações em frente aos quarteis. Óbvio que o
Bolsonaro não chamou, eles já estavam lá, eles estavam lá já algum tempo, mas
vários ônibus foram levados para lá.
Aliás, o que
precisa ser investigado ao fim, ao cabo, é quem patrocinou, lembra? Porque
ninguém foi sozinho, teve ônibus, teve pão com mortadela, teve um monte de
coisa. Então, é só esse reparo que eu queria fazer para a gente poder continuar
o debate.
O
SR. PAULO FIORILO - PT - Sr. Presidente,
havendo acordo entre os líderes, queria pedir o levantamento da sessão.
O
SR. PRESIDENTE - LUIZ FERNANDO - PT - Sras. Deputadas
e Srs. Deputados, havendo acordo de lideranças, essa Presidência, antes de dar
por levantado os trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordinária de amanhã,
à hora regimental, sem Ordem do Dia, lembrando-os, ainda, da sessão
extraordinária a realizar-se hoje, às 16 horas e 30 minutos.
Está levantada a sessão.
* * *
-
Levanta-se a sessão às 15 horas e 49 minutos.
*
* *